1. identificaÇÃo e levantamento de informaÇÕes 1.1 ...tange à cognição, os idosos têm...

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3 1. IDENTIFICAÇÃO E LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES 1.1 Propósito O objetivo deste projeto planejamento ambiental é a promoção da qualidade de vida dos internos do Abrigo Dom Pedro II, localizado na cidade de Salvador-BA. 1.2 Informações gerais sobre o tema O Abrigo Dom Pedro II tem 124 anos e, segundo os dados cedidos pela coordenadora Nadja Neri em Outubro de 2011, é o único abrigo público da Bahia, e acolhe atualmente, 72 idosos, de 60 a 108 anos. O prédio foi construído no início do século XIX, em estilo neoclássico. A instituição é a única pública em Salvador que acolhe idosos com mais de 60 anos em situação de risco pessoal ou social. A renda disponibilizada não é suficiente para arcar com as despesas e os “internos” e colaboradores dependem de ajuda da ini ciativa privada e de doações de materiais pelo CETAD. Os profissionais lá dispostos chegaram por meio de concursos, contratação por terceiros ou como voluntários, e estão divididos nas categorias de: Gerência Administrativa, Serviço Social, Nutrição, Enfermagem e Terapia Ocupacional. O abrigo dispõe de ampla área verde, com jardim na entrada. É dividido por alas e prédios, onde há uma igreja no centro, que separa o dormitório masculino (espaço reservado em uma sala) e feminino (dispostos em três salas). Há também um grande salão para festas e confraternizações. Parte dos idosos faz suas refeições em conjunto, onde estão disponíveis dois refeitórios. Porém, alguns se encontram impossibilitados de sair de seus quartos, portanto, é neles que fazem as refeições. O horário para as refeições é pré- estabelecido e fixo, mas certos idosos retardam o início das mesmas. Entre as atividades oferecidas pela instituição, encontram-se: Terapia ocupacional e consultas médicas (turno matutino); Visitas (turno vespertino); jogos, descanso ou alguma programação especial (após as 18 horas). Há atividades realizadas eventualmente com base na vinda de algum voluntário, como aulas de dança, coral, entre outras; também, festas realizadas em datas festivas.

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Page 1: 1. IDENTIFICAÇÃO E LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES 1.1 ...tange à cognição, os idosos têm assimilação de informações mais lenta e comprometimento da memória visual e auditiva

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1. IDENTIFICAÇÃO E LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES

1.1 Propósito

O objetivo deste projeto planejamento ambiental é a promoção da qualidade de vida dos

internos do Abrigo Dom Pedro II, localizado na cidade de Salvador-BA.

1.2 Informações gerais sobre o tema

O Abrigo Dom Pedro II tem 124 anos e, segundo os dados cedidos pela coordenadora

Nadja Neri em Outubro de 2011, é o único abrigo público da Bahia, e acolhe atualmente,

72 idosos, de 60 a 108 anos.

O prédio foi construído no início do século XIX, em estilo neoclássico. A instituição é a

única pública em Salvador que acolhe idosos com mais de 60 anos em situação de risco

pessoal ou social. A renda disponibilizada não é suficiente para arcar com as despesas e

os “internos” e colaboradores dependem de ajuda da iniciativa privada e de doações de

materiais pelo CETAD.

Os profissionais lá dispostos chegaram por meio de concursos, contratação por terceiros

ou como voluntários, e estão divididos nas categorias de: Gerência Administrativa,

Serviço Social, Nutrição, Enfermagem e Terapia Ocupacional.

O abrigo dispõe de ampla área verde, com jardim na entrada. É dividido por alas e prédios,

onde há uma igreja no centro, que separa o dormitório masculino (espaço reservado em

uma sala) e feminino (dispostos em três salas). Há também um grande salão para festas e

confraternizações. Parte dos idosos faz suas refeições em conjunto, onde estão

disponíveis dois refeitórios. Porém, alguns se encontram impossibilitados de sair de seus

quartos, portanto, é neles que fazem as refeições. O horário para as refeições é pré-

estabelecido e fixo, mas certos idosos retardam o início das mesmas.

Entre as atividades oferecidas pela instituição, encontram-se: Terapia ocupacional e

consultas médicas (turno matutino); Visitas (turno vespertino); jogos, descanso ou

alguma programação especial (após as 18 horas). Há atividades realizadas eventualmente

com base na vinda de algum voluntário, como aulas de dança, coral, entre outras; também,

festas realizadas em datas festivas.

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Jogos como bingo, baralho e dominó e jogos para memória são realizados pela terapeuta

ocupacional pelas manhãs. Quase toda sexta ocorre um bingo. Tal momento foi descrito

pela coordenadora como sendo de alta adesão por parte dos idosos, causando

aglomeração.

Um Bazar é realizado a fim de levantar fundos com base em doações, principalmente de

roupas.

1.3 Revisão de literatura

1.3.1. Processo de envelhecimento

A terceira idade é classificada como uma etapa no desenvolvimento do indivíduo. Esse

período se apresenta como um momento de grandes transformações físicas e cognitivas.

Assim, muitas vezes é impossível datar um período determinado para que esse processo

se inicie, já que perpassa todos os níveis – biológico, psicológico e social- do indivíduo

e, portanto, cada uma deles está ligada à singularidade de cada um (FONTAINE, 2000).

O fato é que o envelhecimento é um processo que depende da inter-relação entre esse três

níveis e são eles que pré-determinarão os sintomas característicos da velhice, tais como o

agravamento de certas doenças e o declínio de algumas funções cognitivas.

Para alguns autores, como Moreira, Torres e Barros (2004) não há como afirmar que haja

um declínio da habilidade intelectual com o envelhecimento. Aspectos como fadiga

mental, desinteresse, diminuição da atenção e concentração geralmente estão associados

ao declínio intelectual e estes não estão associados à terceira idade.

O que ocorre, para estes autores, é que há um desempenho menos satisfatório a nível

psicomotor, como em testes de rapidez, agilidade mental e coordenação motora. No que

tange à cognição, os idosos têm assimilação de informações mais lenta e

comprometimento da memória visual e auditiva. A motivação para aprender também

declina devido aos problemas de saúde e aprendizagens prévias.

Segundo Papalia (2000), os idosos passam por mudanças físicas, orgânicas e sistêmicas.

Há também mudanças cerebrais, as quais marcam um período de decadência de algumas

funções sensoriais como passar do tempo, como problemas visuais e auditivos. As

mudanças fisiológicas na terceira idade são altamente variáveis; muitos dos declínios

comumente associados ao envelhecimento podem, na verdade, ser efeitos de doença em

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vez de causas (WILLIAMS, 19921 apud PAPALIA, 2000). Entre as mudanças mais graves

estão aquelas que acometem o coração. Seu ritmo tende a tornar-se mais lento e irregular,

depósitos de gordura acumulam-se a seu redor, podendo interferir em seu funcionamento,

e a pressão arterial costuma aumentar.

Assim, o processo de envelhecimento pode se apresentar de diversas maneiras para cada

indivíduo, a depender do contexto sócio-cultural, dos fatores biológicos e psicológicos.

1.3.2. Estatísticas

Para a OMS a terceira idade tem início aos 60 anos de idade. O Brasil possui atualmente

17,9 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, representando uma

proporção de 10% da população brasileira, de acordo com dados do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE2 apud BARROS JÚNIOR, 2009). Estudos da

Organização das Nações Unidas (ONU) demonstram que a população estimada do país

para o ano de 2025 será de 220 milhões de habitantes, com uma população idosa de 30

milhões de pessoas, devido à transição demográfica, colocando o Brasil na sexta posição

de país mais velho do mundo (BARROS JÚNIOR, 2009).

Esses dados nos mostram um aumento na longevidade e uma queda nas taxas de

mortalidade da população brasileira; uma realidade bem distante das últimas décadas do

século passado, em que a população idosa era minoria e o Brasil representava um país

jovem. Atualmente, com o crescimento na taxa de envelhecimento, o país é obrigado a

dar mais ênfase a esta nova população, com a criação de políticas públicas voltadas ao

idoso, que promovam a saúde e a qualidade de vida destes.

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741) foi criado com esse intuito, atender as demandas dessa

população que por muitos anos foi deixada à margem pelo governo. Esse Estatuto,

sancionado no ano de 2003, tem como objetivo promover a inclusão social e garantir os

direitos desses cidadãos, que incluem pontos como saúde, transportes coletivos, violência

e abandono, lazer, cultura, esporte e as entidades de atendimento ao idoso.

1.3.3. Institucionalização

1 1 Williams, T. E (1992). Aging versus disease: Which changes seen with age are the result of

"biological aging"? Generations, 16(4), 21-25. 2 5 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Acesso e utilização de

serviços de saúde. Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD), 1998. Rio de Janeiro: IBGE,

2000. 96 p.

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Os idosos são inseridos em casas de abrigo ou asilos por diversos motivos, muitos deles

por escolha de seus familiares, por questões como dificuldades financeiras, ou por

abandono (Prado e Petrilli 20023 apud FREITAS, 2006).

De acordo com o Estatuto do Idoso (Ministério da Saúde, 2003) é dever da família, da

sociedade e do Estado garantir o direito do idoso, no que se refere à saúde, à segurança,

ao bem-estar e o direito à vida. Assim, ao que tange os processos de institucionalização

do idoso, o Estatuto assegura todos os direitos reservados ao mesmo.

Assim, é permitido o funcionamento de asilos, aqueles que forem inscritos ao órgão

competente de vigilância sanitária e, qualquer descumprimento, evidencia-se a sujeição

de penas por parte destas instituições asilares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

A institucionalização, na maioria das vezes, é sempre um momento difícil, no qual o idoso

precisa se desvincular dos laços familiares e sociais, feitos durante toda sua vida muitas

vezes com um sentimento de abandono e, portanto, elaborar esse luto frente a algumas

perdas. Assim, muitos idosos quando são internados desenvolvem algumas doenças,

como a depressão, precisando de atenção e cuidado especiais.

Assim, é necessário que a instituição asilar esteja preparada frente às todas as questões

relacionadas ao idoso internado. Assegurando, desde o bem-estar físico e mental, ao lazer

e à reinserção destes no meio social. Os profissionais das instituições como os

enfermeiros, psicólogos, assistentes social, entre outros são aqueles que podem dar o

auxílio direto aos idosos através de ação que visam o cuidado e o interesse com o sua

qualidade de vida e bem-estar.

Atualmente, a maioria dos asilados está internada em asilos públicos, no Brasil, e não há

um número suficiente de profissionais qualificados para a prestação dos serviços, a dieta

às vezes não é administrada de forma correta, não há espaços para pátios ou jardins para

o lazer dos internos, devido, muitas vezes, à falta de incentivo financeiro.

1.3.4. Qualidade de vida

O termo qualidade de vida teve origem na Medicina e direcionava-se ao estudo dos

recém-nascidos. Com o avanço da Medicina, o conceito foi ampliado e começou a

3 PRADO Telles, F.C.P.; PETRILLI, J F. Causas da inserção de idosos em uma instituição asilar. Escola

Anna Nery – Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v.6, n. 1, p.135-143, 2002.

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abranger os adultos e idosos também, na qual, se expandiu para outras áreas, como a

Psicologia. Atualmente, muitos estudos relacionados à qualidade de vida dos idosos estão

sendo realizados hoje no campo da Psicologia (ANITA NERI, 200).

Com o avanço do envelhecimento populacional nas últimas décadas, principalmente no

Brasil, essa temática tem sido evidenciada em diversos estudos. À priori, a definição de

qualidade de vida, que por muito tempo foi discutida, atualmente tem sua definição mais

aceita relacionada a uma junção de fatores que influenciam o processo de envelhecimento

e que tá ligada à qualidade de vida.

Segundo Vecchia (2005), o conceito de qualidade de vida está relacionado à auto-estima

e ao bem-estar pessoal, e abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o

nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o

auto-cuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e

a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias

e o ambiente em que se vive.

Assim, uma boa qualidade de vida é definida pela interação entre todos esses fatores

supracitados e ao grau de comprometimento da sociedade com o bem-estar dos seus

idosos. É de suma importância o papel da sociedade como transmissora de valores ao que

se refere ao significado da velhice de cada indivíduo para tal comunidade. O olhar sobre

o outro, os valores atribuídos e as relações interpessoais são fatores que influencia na boa

qualidade de vida também (ANITA NERI, 200).

Ainda segundo Anita Neri (200), algumas pesquisas realizadas ao longo dos anos

indicaram que para muitos idosos a boa qualidade de vida está relacionada à satisfação,

dependendo da capacidade do indivíduo manter-se ativo e engajado socialmente. E, ainda

atualmente, está é a posição mais aceita. Satisfação está relacionada à pró-atividade,

dinamismo e a um apurado senso de significado da vida.

Nas diversas áreas de conhecimento, como na Medicina e na Psicologia a noção de boa

qualidade de vida são conceitos distintos. Na Medicina, por exemplo, a boa qualidade de

vida está relacionada à longevidade, a saúde física e mental que garantem uma velhice

saudável e “normal”. Na Psicologia, o termo está ligado a uma série de fatores citados

pela autora: senso de realização, satisfação, grau de envolvimento, às motivações, à

percepção externa sobre a velhice e à competência social e cognitiva.

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Assim, de acordo com a conceituação da autora Anita Neri (200), acreditamos que para

um bom sucesso da qualidade de vida dos idosos alguns fatores devem estar dispostos à

eles de maneira que lhes sejam acessíveis e possam contribuir para um velhice “bem-

sucedida”, tais como a Competência comportamental, que é um indicador de avaliação

do funcionamento da saúde, da funcionalidade física, da cognição; a Qualidade de vida

percebida, que seria a auto-percepção ou o auto-conhecimento que o idoso faz de si

mesmo; as Condições contextuais, ligadas às condições ambientes que são necessárias

para a boa qualidade de vida; e por fim, o bem-estar psicológico, relacionado à avaliação

pessoal sobre todas as outras áreas e sobre o seu próprio bem-estar. Portanto, partimos

destes indicadores para a realização do nosso projeto de intervenção com os idosos do

Abrigo D. Pedro II.

1.4 Objetivos comportamentais úteis

Objetivo geral:

Ao final desta intervenção os idosos do Abrigo D. Pedro II estarão aptos à participar com

envolvimento das atividades que visam promover sua qualidade de vida.

Objetivos específicos:

Ao final da intervenção os pacientes devem estar aptos à:

• Identificar e descrever suas limitações e potencialidades motoras e cognitivas;

• Estar apto para agir assertivamente com seus pares;

• Estar apto a aderir a uma carga horária mínima de atividades propostas que

promovam qualidade de vida;

• Estar apto a compreender conceitualmente acerca da qualidade de vida e fazer

uma avaliação do trabalho proposto.

1.5 . Visão sobre o tema (prognose)

A viabilidade deste programa de intervenção mostra-se possível na medida em que,

não sai da realidade socioeconômica da instituição, de forma que, os investimentos

serão de acordo com o padrão já existente da mesma. Os técnicos do abrigo farão

parte do plano de ação, bem como os materiais já presentes na instituição, otimizando

assim todo o trabalho.

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As atividades que promovem gastos incomuns ao que o abrigo tem condições de

investir serão realizadas a partir de um suporte financeiro extra, também elaborado

pelo plano de ação do programa. E assim, torna-se viável o trabalho proposto de

intervenção promovendo qualidade de vida para idosos de um abrigo público da

cidade de salvador.

1.5.1. Análise de viabilidade

DISCRIMINAÇÃO DA DESPESA

VALORES

ESTIMADOS

Jogos para a gincana

R$65,00

Cartões de fidelidade

R$250,00

Material para Artesanato

R$300,00

Mesas redondas

R$700,00

Material para Horta (Sementes, Regadores, Pás, Adubo,

mangueira)

R$277,00

TOTAL R$1.592,00

Discriminação detalhada das despesas:

JOGOS PARA A GINCANA:

2 Xadrez (R$ 12,50 cada) = R$ 25,00

2 Dama (R$ 12,50 cada)= R$ 25,00

2 Dominós (R$ 7,50 cada)= R$ 15,00

TOTAL : R$ 65,00

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MATERIAIS PARA HORTA:

Terra – 30 sacos (R$ 6,50 cada) = R$ 195,00

Humos de minhoca – 2 sacos (R$ 6,00) = R$ 12,00

24 tipos de sementes (R$ 2,00 cada) = R$ 48,00

2 Pás (R$ 3,50 cada)= R$ 7,00

2 regadores (7,50 cada)=15,00

TOTAL: R$ 277,00

MESAS:

20 mesas Mesa redonda (R$ 35,00 cada) = R$ 700,00

TOTAL : R$ 700,00

CARTÃO FIDELIDADE:

2 Pacotes com 50 cartões (R$ 15,00 cada)= R$ 30,00

200 cartelas com 50 estrelas – ( 1 real cada) = 200,00

TOTAL : R$ 250,00

2. ANÁLISE DA SITUAÇÃO

2.1. Determinação da seqüência de análise

2.1.1. Método de análise

O primeiro contato com a instituição foi feito através de um telefonema com a responsável

pelo serviço social do abrigo. A autorização e agendamento de visitas institucionais

dependem da avaliação da assistente social responsável por esse setor. Para isso, entramos

em acordo de enviar por e-mail uma cópia do ofício, constando os objetivos da visita.

O contato na instituição foi realizado diretamente com a coordenadora geral do abrigo,

que a apresentou, e falou sobre a dinâmica da mesma, através de uma entrevista semi-

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estruturada. Além disto, para a coleta de dados, utilizou-se também de observação do

ambiente.

A análise dos dados coletados foi realizada depois da transcrição da gravação da

entrevista, sendo feita a análise do conteúdo posteriormente, na qual estão presentes

aspectos da história do abrigo, a estrutura física, os tipos de serviço que oferece, as

atividades que são realizadas bem como as demandas da instituição.

1.1.1 Resultados

O Abrigo Dom Pedro II é a única instituição pública de Salvador que acolhe idosos com

mais de 60 anos em situação de risco pessoal ou social. Sua história data da segunda

metade do século XIX, mas precisamente desde 1887. Situado na Av. Luis Tarquínio, nº

18, Largo de Rom, Calçada. O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico (Iphan) e o abrigo é mantido pela Prefeitura de Salvador através da Secretaria

Municipal de Desenvolvimento Social (SEDES).

Os setores responsáveis pela administração, manutenção e serviços destinados aos idosos

são: a Gerência Administrativa, o Serviço Social, Nutrição, Enfermagem, Terapia

Ocupacional e o auxílio das obras de caridade das irmãs Vicentinas. Atualmente presta

serviços a 72 idosos de 60 a 108 anos.

Por se tratar de uma unidade pública os profissionais do abrigo foram admitidos através

de concursos, ou contratados por terceiros ou ainda voluntários.

Os recursos públicos são insuficientes para suprir as despesas, portanto a instituição

realiza bazares para levantar fundos através da doação de materiais de uso pessoal,

principalmente de roupas, além de se manter majoritariamente da ajuda da iniciativa

privada e de doações de materiais pelo CETAD.

O abrigo está em condições de passar por reformas e, atualmente, sua estrutura física,

apresenta quatro alas, nas quais três alas são femininas e apenas uma é masculina. Cada

ala possui uma sala com televisão, quartos separados por biombos, a fim de manter a

privacidade e individualidade do idoso. As alas também são compostas por banheiros e

cozinha, na qual o idoso pode vir a fazer seu próprio alimento além de um grande salão

para confraternizações e festas. Existe também a área do palacete, ao lado da capela Santa

Isabel e uma ampla área com jardim, terreno para cultivo, quiosques e a Praça do Lazer.

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Existem dois refeitórios no abrigo, nos quais a maioria dos idosos faz as suas refeições,

porém, todas as mesas dos dois refeitórios são retangulares e distantes umas das outras, o

que pode comprometer a comunicação. Alguns não podem sair dos quartos então se

alimenta no seu biombo. Há um horário fixo para cada refeição, porém há muitos idosos

que retardam o início das refeições.

Foi informado que pela manhã realizam-se atividades de terapia ocupacional e consultas

médicas; à tarde são realizadas visitas de familiares e amigos; após as 18 horas são

realizados jogos, alguma programação específica marcado para o dia e descanso. São

realizadas festas em datas festivas e aniversários. Jogos como bingo, baralho, dominó e

jogos para memória são realizados pela terapeuta ocupacional pela manhã. Há atividades

que são realizadas eventualmente a depender da visita de algum voluntário, como aulas

de dança, coral, alongamento, dentre outras. Todo mês, alternando-se a sexta-feira, ocorre

um bingo que é o evento mais esperado e de maior aglomeração de idosos, o qual segundo

a coordenadora a adesão é alta.

Percebe-se que o abrigo sofre algumas carências por falta de recursos, tanto no ambiente

físico, como na falta de alguns profissionais, como psicólogo e educador físico. Assim

não ocorrem atividades físicas regulares, somente quando alguns voluntários se habilitam

para realizá-las. Sendo assim, de acordo com o que foi descrito sobre a instituição, foram

analisadas as principais demandas, com base no objetivo do planejamento, ou seja,

proporcionar competências que favoreçam adesão a atividades que visam à qualidade de

vida e bem estar e, a maior socialização entre os idosos. Dessa forma, foi formulado um

plano de ação que viabilize este planejamento.

3. ALVOS A ATINGIR

3.1. Plano de ações

3.1.1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

O trabalho a ser realizado no Asilo Dom Pedro II será apresentado aos internos pela

equipe de facilitadores, esclarecendo a proposta de intervenção e as atividades possíveis

de execução na instituição. Inicialmente será feito uma apresentação de toda a equipe que

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promoverá o trabalho, bem como dos próprios internos e dos técnicos que trabalham na

instituição, podendo dessa forma, já promover uma socialização entre os participantes do

projeto.

As atividades serão apresentadas aos internos e à instituição com possibilidades de

mudanças, de acordo com a co-participação destes no trabalho e, deverão também ser

adequadas ao ambiente e a situação socioeconômica do local.

Será implementado um Sistema de Cartões Fidelidade, onde cada interno terá direito a

um cartão que ele poderá gerir durante todo o trabalho de intervenção.

As sugestões de alterações nas atividades serão analisadas em grupo, porém a equipe de

intervenção terá uma decisão final, de acordo com a viabilidade das mesmas.

3.1.2. IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE CARTÕES FIDELIDADE

O sistema de Cartões Fidelidade tem por finalidade estimular a participação dos internos

nas atividades propostas, reforçando arbitrariamente o comportamento de socialização e

os demais objetivos que este programa se propõe. Através de uma contabilização das

atividades que serão realizadas pelos idosos, pode-se determinar uma quantidade de

pontos, que poderão ser trocados por recompensas, as quais serão de uso e interesse

pessoal dos idosos.

O Cartão Fidelidade será compacto de material plástico para que seja viável a entrega dos

mesmos a cada um dos internos. Nele haverá a ilustração de cada dia do mês, semelhante

a um calendário. Cada dia, no asilo, os idosos levarão para suas atividades este cartão e

receberão uma quantidade de pontos relacionados a cada atividade que participou no dia.

Esses pontos serão expressos por um adesivo em formato de uma estrelinha. E cada

atividade promoverá um número máximo de estrelas. Ao final de cada semana essas

estrelinhas serão contabilizadas e podem ser trocadas por produtos que farão parte do

programa do cartão Fidelidade. Não necessariamente, o idoso terá uma data de troca, ele

pode guardar e acumulá-las para optar por produtos que são mais caros em números de

estrelinhas.

A renda para adquirir tais produtos será arrecadada a partir de doações, por um bazar

promovido pela instituição e também por uma feirinha cultural realizada mensalmente

pela instituição.

Produtos disponíveis pelo programa de Cartão Fidelidade

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Produto Custo (em estrelinhas)

Higiente pessoal (sabonete, shampoo,

condicionador, desodorante, etc)

8 estrelinhas

Jogos (Baralho, dominó, dama, etc) 12 estrelinhas

Conjunto de Costura (agulhas e tecidos) 15 estrelinhas

Revistas e livros 10 estrelinhas

Calçados 20 estrelinhas

Cds de música 15 estrelinhas

Vale refeição de uma comida

diferenciada, dentro do asilo

20 estrelinhas

Almoço ou jantar fora em um restaurante

fora do asilo

25 estrelinhas

Passeio externo (cinema, Teatro, shows) 30 estrelinhas

3.1.3. ESTRATÉGIAS

Objetivo 1: Identificar e Descrever suas limitações e potencialidade motoras e

cognitivas.

Estratégia 1.1: Gincana

A gincana será promovida e organizada pela equipe e nela conterá a realização de provas

adequadas e adaptadas para o público da terceira idade. Serão formados 6 grupos com

quantidade igual de participantes que decidirão internamente quem realizará cada prova.

As provas serão as seguintes:

- Escolher nome e grito de guerra para equipe

- Corrida de 100 metros

- Concurso de Dança de salão

- Campeonato de Xadrez, dominó e Dama

- Campeonato de jogos cognitivos (já utilizados pela terapeuta ocupacional)

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- Concurso de culinária – confecção de receitas em um tempo determinado e elaboração

de um prato com ingredientes que a equipe disponibilizará para a atividade.

Regras: As duas equipes que se saírem melhor receberão um número alto de estrelas

(Cinco estrelas para cada componente).

Qualquer idoso que participar já estará ganhando 2 estrelinhas

Local/data: No Salão de festa, um sábado e um domingo pela manhã.

Objetivo da estratégia: Permitir a percepção das próprias limitações físicas e cognitivas

ou de habilidades a partir da execução de tarefas simples.

Estratégia 1.2: Comunicação dos resultados

Será encorajada a comunicação oral dos participantes a cerca das dificuldades e desafios

que tiveram na execução das tarefas para a gincana. A comunicação escrita também

poderá ser requisitada para quem quiser escrever numa folha de papel A4.

Regras: Cada participante que descrever suas potencialidades ou desafios receberá uma

estrela

Local e data: Logo após a gincana, no Salão de festas.

Objetivo da estratégia: Promover a comunicação de feedback de como se sentiram na

realização das provas e quais as dificuldades que tiveram, para que identifiquem itens da

qualidade de vida que desejam trabalhar no futuro.

Objetivo 2: Estar apto para agir assertivamente com seus pares

Estratégia 2.1: Modificação do espaço Físico

Será proposto para a coordenação do Abrigo a modificação de alguns aspectos do espaço

físico do local. Os dormitórios são pequenos e as camas ficam separadas por cortinas. A

única modificação feita será a colocação de uma mesa de plástico próximo a porta, já que

ficou evidenciado que os idosos não têm um espaço para interagirem em seus próprios

dormitórios e, se permanecem em suas camas, não obtém nenhum contato visual entre

eles.

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O Abrigo tem uma área verde enorme na entrada e prédios distantes, o que dificulta a

locomoção dos idosos. Os refeitórios são distantes dos dormitórios e não há passagem de

corredor, já que são duas salas com entrada voltadas para fora. Será sugerido a mudança

do local de refeições dessas salas para o salão de festas, onde geralmente ocorre as festas.

Este salão tem quatro vezes o tamanho das salas e a refeição sendo feita neste local

reuniria todos os idosos descamados numa mesma ala (ao contrário das salas, que dividem

a população em dois grupos).

Este salão funcionaria então como refeitório e as mesas, que atualmente são retangulares

e colocadas distantes uma das outras, deverão ser trocadas por mesas redondas para cinco

pessoas e colocadas mais aproximadamente. As mesas antigas poderão ser vendidas para

se tentar levantar fundos para o Abrigo no Bazar que fazem mensalmente.

Objetivo da estratégia: Promover maior interação e aglomeração de pessoas num mesmo

espaço de tempo e local. Como a maior aglomeração ocorre nos momentos de refeição, o

ideal é que o máximo de idosos esteja junto no Salão.

Local: Dormitórios e Refeitórios

Estratégia 2.2: Modificação no cardápio

Haverá uma pequena modificação no cardápio para o almoço. Duas opções de sobremesas

serão oferecidas para os idosos que chegarem no horário certo

Regras: Só poderão receber as sobremesas quem não tiver restrições rígidas quanto à

alimentação, como doces e produtos com lactose.

Determinar um horário fixo de início para cada refeição

Objetivo da estratégia: Promover o aumento na freqüência de encontro/socialização entre

os idosos

Estratégia 2.3: Assembléia

Visando a interação entre o grupo e a equipe, e o planejamento acerca das limitações e

possibilidades dos idosos, o programa de intervenção propõe uma assembléia quinzenal

com os internos, os facilitadores e os técnicos da instituição. O grupo elegerá seus

representantes e discutirão em pé de igualdade as questões a serem trabalhadas.

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Esta assembléia irá permitir que os internos opinem sobre as atividades e proponham

novas que juntamente com grupo e a equipe, possam estar de acordo com as

possibilidades da instituição e da equipe de intervenção. Poderão falar a respeito de suas

limitações e justificar a ausência em determinadas atividades e, assim, também podem

criar novas propostas de acordo com tais limitações.

A assembléia também permitirá que outros assuntos, que aborde a questão da

ambientalização do asilo e a sua organização possam ser discutidos entre todos.

Regras: Qualquer um pode participar das assembléias. Para os descamados serão

disponibilizados representantes dentre os idosos para pegar o depoimento e sugestões

deles previamente.

Os idosos que comparecerem a assembléia ganharão duas estrelinhas

Aqueles que opinarem em público receberão mais duas estrelinhas.

Objetivo da estratégia: Assim, acredita-se que o comportamento da socialização seja

aumentado a partir do reforço arbitrário do uso de estrelinhas previstas pelo programa de

Cartão Fidelidade e, conseqüentemente seja um comportamento realizado por reforço

natural. Além disto, o envolvimento com algum evento de cunho político e democrático

é encorajado e possibilita que eles façam parte do processo de tomada de decisões.

Local e Data: Salão de festas, quinzenalmente.

Objetivo 3: Estar apto a aderir a uma carga horária mínima de atividades propostas que

promovam qualidade de vida

Estratégia 3.1: Oficinas

Serão propostas oficinas supervisionadas pelos técnicos, porém geridas pelos próprios

idosos. Os temas e quem irá coordenar estas oficinas serão discutidos em assembléia e se

fará um levantamento das possibilidades a partir das habilidades que cada voluntário tiver

e quiser compartilhar. Logo após será feita uma eleição para que os cinco temas mais

votados sejam escolhidos. As cinco oficinas serão realizadas uma vez por semana e a

participação será consequenciada pela entrega de estrelinhas no Cartão Fidelidade.

Regras: Qualquer um poderá fazer as oficinas, quantas quiser

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A mesma da assembléia em relação à presença e opinião emitida

Para cada presença nas oficinas no horário previsto, o sistema de cartão fidelidade fornece

duas estrelinhas.

Objetivo da estratégia: Promover encontro entre pessoas que tenham um mesmo interesse

e reforçar comportamentos de socialização, comunicação e responsabilidade entre os

pares.

Local e programação: de 16h as 18h, uma vez por semana, com local a ser definido.

Obs: Os produtos confeccionados nas Oficinas realizadas (sugestões: Artesanato, Pintura

e Costura) que podem ser de uso pessoal, como: sabonetes, velas, chaveiros, etc; assim

como, acessórios femininos como brincos, pulseiras, colares etc. podem ser vendidos na

feirinha/bazar que ocorre ao final de cada mês, como já é de costume, para acumular

rendas para a o própria instituição e para o programa de Cartões Fidelidade.

Estratégia 3.2: Horta

Será proposta a realização de uma Horta na instituição. Esta deverá ser mantida pelos que

se interessarem, sendo que, a participação destes equivalerá estrelinhas, conforme consta

no sistema do cartão fidelidade. Os produtos colhidos através do cultivo da horta serão

revertidos para o consumo de todos da instituição.

Um determinado número de internos poderá utilizar o espaço da horta concomitantemente

devendo o manuseio ser alternado entre eles. Serão disponibilizados os materiais e

ferramentas necessários para o cultivo, sendo que, os internos deverão compartilhá-los,

pois, será uma quantidade limitada.

Os comportamentos necessários para realização da atividade da horta formam envolvem

a colaboração de todos nos processos de preparação da terra, escavação, plantação,

cuidado e colheita, tendo em vista que haverá um rodízio e cada um se responsabilizará

por dar continuidade ao trabalho dos demais para que se atinja um produto final em

comum. Assim, favorecem os comportamentos pró-sociais referidos, além de aumentar a

participação social no âmbito laboral.

As fichas adquiridas funcionariam como um reforço positivo arbitrário e a aquisição dos

produtos para uso comum funcionaria como reforço positivo natural.

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Regras: A participação dos idosos na Horta fornecerá para cada um deles quatro

estrelinhas

O trabalho e o cultivo da Horta deverão acontecer no formato de rodízio entre os idosos,

de modo que, os grupos que se interessarem tenham um dia e um horário determinado

para tal.

Os produtos colhidos através do cultivo da horta serão revertidos para o consumo de todos

da instituição.

Objetivo da estratégia: Propiciar comportamentos que induzam uma maior interação e

socialização dos idosos, além de reforçar comportamentos de comunicação e

responsabilidade entre os pares e promover uma alimentação melhor balanceada em

legumes, frutas e verduras.

Estratégia 3.3: Atividades Físicas

Promoção de atividades físicas através de técnicas de relaxamento, alongamento,

caminhadas e exercícios funcionais (específicos para idosos).

Regras: Os idosos que tiverem condições de fazer as atividades poderão realizá-las.

Os idosos que participarem receberão uma estrelinha por cada dia

Objetivo da estratégia: Promover condicionamento físico e melhoria na saúde física e

psicológica, já que a prática de atividades físicas é ponto crucial para um programa de

Qualidade de Vida.

Datas: Segundas, Quartas e Sextas pela manhã, das 07h às 08h.

Objetivo 4: Estar apto a compreender conceitualmente acerca da qualidade de vida e

fazer uma avaliação do trabalho proposto.

Estratégia 4.1: Ministração de palestra sobre qualidade de vida

Uma Palestra será ministrada para os idosos após o trabalho de intervenção para explicar

conceitualmente o que é qualidade de vida e quais os comportamentos que a promovem,

bem como da importância de se trabalhar tais comportamentos para a saúde

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Biopsicossocial. Terá duração de 2 horas e será ministrada pela equipe realizadora da

intervenção.

Regras: A participação na palestra implica no ganho de três estrelinhas

Objetivo da estratégia: Ensinar uma conceituação sobre qualidade de vida e a importância

de adquirir comportamentos de auto-monitoramento da própria saúde para benefícios

próprios a curto e longo prazo.

Local: Salão de festas, horário a confirmar.

Estratégia 4.2: Comunicação dos resultados da Intervenção

Em assembléia, será aberto um momento para que os idosos opinem sobre sua

compreensão do que é Qualidade de Vida e façam feedback do trabalho de intervenção

realizado bem como possíveis sugestões e alterações neste.

Regras: A mesma da assembléia em relação à presença e opinião emitida

Objetivo da estratégia: Obter dos idosos o feedback do trabalho realizado, a compreensão

do que cada um deles teve de Qualidade de vida e reforçar a discussão sobre Qualidade

de vida em assembléias futuras.

3.2. Sistema de monitoramento

Ao final de cada assembléia, proposta na estratégia 1.1.5 os internos e os técnicos da

instituição deverão responder a uma avaliação escrita que será entregue individualmente,

na qual, poderão expressar suas opiniões acerca das atividades desenvolvidas, assim

como, propor sugestões e fazer reclamações. Será realizado também, uma eleição, onde,

através desta os internos deverão escolher líderes que irão observar os demais na execução

das atividades, portanto, devem estar atentos a qualquer reclamação ou manifestação

advinda dos participantes e a qualquer problema que venha a surgir durante a execução

da mesma, devendo este, comunicar aos facilitadores, pois, o que for observado pelos

líderes será utilizado como um outro meio de avaliação. Ao final de cada atividade haverá

o momento do feedback, no qual, serão discutidos vários aspectos da atividade realizada,

ou seja, os internos poderão falar sobre como se sentiram durante o desempenho da

mesma, suas opiniões sobre o que foi feito e os facilitadores através do feedback

analisarão se os objetivos pretendidos foram alcançados com êxito.

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REFERÊNCIAS

BARROS JÚNIOR, JUAREZ CORREIA. Empreendedorismo, Trabalho e Qualidade

de Vida na Terceira Idade. Ed.: 01. São Paulo: Edicom, 2009. v. 01, p. 97-110.

BRASIL.Ministério da Saúde. Estatuto do idoso. Redação final do projeto de Lei da

Câmara nº 57, de 2003 (nº 3.561, de1997, na Casa de origem).

FONTAINE, ROGER. Psicologia do Envelhecimento. Lisboa: Climepsi, 2000

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MOREIRA, C.R.S.; TORRES, M.S.R; BARROS, J.L. Diagnóstico de saúde

evidenciado na clientela asilar de uma instituição pública de Vassouras. Universidade

Severino Sombra. Curso de Enfermagem. 2004.

Neri, A. L.. Qualidade de vida na velhice. 1997. Em: M. Delitti (Ed.), Sobre

comportamento e cognição. A prática da análise do comportamento e da terapia

cognitivo-comportamental (pp. 34-40). Campinas, SP: Arbytes.

PAPALIA, D. E. ; OLDS, S. W. Desenvolvimento Humano. Ed.: 07. Porto Alegre:

Artmed, 2000. V. 24, p. 532-543.

VECCHIA, ROBERTO DALLA ET AL. Qualidade de vida na terceira idade: um

conceito subjetivo. São Paulo. V. 8, n. 3, Set. 2005. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-

790X2005000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: Outubro 2011.

ANEXOS

Anexo 1: Pavimento Térreo

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Anexo 2: Pavimento Inferior: