1- hst - evol histÓrica & agente ambiental - químicos
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HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
1ª PARTE
EVOLUÇÃO HISTÓRICA / AGENTES QUÍMICOS E FÍSICOS
agosto/2012
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
1- INTRODUÇÃO: Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em
conta, sendo sim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse
riscos de doença ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam
dois fatores, uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco
mais que desprezível e uma total ausência por parte dos Estados de leis que
protegessem o trabalhador.
A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente
relacionadas com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de
manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.
Segundo a O.M.S.-Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições
de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e
social e não somente a ausência de doença e enfermidade ".
A higiene do trabalho combate as doenças profissionais, identificando os
fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando
eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho
que podem afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).
A segurança do trabalho combate os acidentes de trabalho, quer eliminando
as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a
utilizarem medidas preventivas.
DEFINIÇÃO:
• É A CIÊNCIA E A ARTE VOLTADAS PARA A
ANTECIPAÇÃO, RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO
E CONTROLE DOS FATORES DE RISCO
ORIGINADOS NOS LOCAIS DE TRABALHO E QUE
PODEM PREJUDICAR A SAÚDE E O BEM ESTAR
DOS TRABALHADORES, TAMBÉM TENDO EM
VISTA O POSSÍVEL IMPACTO NAS
COMUNIDADES VIZINHAS E NO MEIO
AMBIENTE GERAL.
Definição da ACGIH ( American Conference of Governmental
Industrial Hygienists, EUA)
OBJETIVOS:
De acordo com a OMS os objetivos principais da HST são:
- Determinar e combater, no ambiente de trabalho, todos os riscos químicos,
físicos, biológicos e psicossociais de reconhecida e presumida nocividade.
- Conseguir que o esforço físico e mental, exigido de cada trabalhador para o
exercício do trabalho, esteja adaptado às suas necessidades e limitações
técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas.
- Adotar medidas eficazes para proteger as pessoas que sejam especialmente
vulneráveis às condições prejudiciais do ambiente de trabalho e reforçar sua
capacidade de resistência.
- Descobrir e corrigir as condições de trabalho que possam deteriorar a saúde
dos trabalhadores, de modo a garantir que os índices de mortes ocasionadas
pelo exercício do trabalho não seja superior ao do conjunto de população.
- Orientar a administração das empresas e os trabalhadores no cumprimento
de suas responsabilidades com a proteção e a promoção da saúde.
- Aplicar nas empresas programas de ação sanitária que englobem todos os
aspectos de saúde, o que ajudará o serviço público de saúde a elevar os
padrões mínimos de saúde e coletividade.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
• O termo Higiene origina da palavra grega Hygeia, que na mitologia era considerada
a deusa da Saúde.
• Apesar de estar associado a outras áreas da saúde o termo HIGIENE tem sido
popularizado, desde a década de 70, no campo da Higiene Ocupacional após a
publicação do artigo "Occupational Safety and Health act" de 1970, nos EUA.
• Antes de 1900 - havia pouca ou nenhuma preocupação com a saúde do trabalhador.
EX: Toxidade do chumbo foi descoberta no início do século 4 AC por Hypocrates.
• 500 anos depois na era Romana Plinius Secundus mostrou o perigo em se lidar com
ácido sulfúrico e zinco, além de chumbo em determinados trabalhos da época.
Sugeriu uma máscara tipo bexiga, mas não foi levado a sério.
• Até o ano de 1473 nada foi feito, até que Ulrich Ellenborg publicou um folheto
sobre doenças ocupacionais, que incluia instruções sobre Higiene.
• Em 1556, Georgius Agricola descreveu os riscos associados à indústria de
mineração, fundição e refino de metais, com medidas de controle incluindo a
ventilação.
• Em 1700, Bernardo Ramazzini, médico italiano, considerado o pai da medicina do
trabalho escreveu no seu livro a frase "De Morbis Artificum Diatriba" ( As
enfermidades dos trabalhadores), sobre a silicose (forma de pneumoconiose
causada pela inalação de finas partículas de sílica), observado nas autópsias dos
trabalhadores em minas da época. Ramazzini acreditava que o meio onde o
trabalhador exercia a sua atividade afetava diretamente a saúde e sempre
perguntava aos pacientes:"Em que você trabalha?"
• A partir da metade do século 18 muitos problemas de Higiene Industrial foram
sendo reconhecidos e relatados.
Sir George Baker atribui as cólicas dos trabalhadores ao chumbo das indústrias de
cidra.
Charles Thackrah escreveu cerca de 200p no tratado de medicina ocupacional.
Thomas Beddoes e Sir Humphry Davy colaboraram descrevendo ocupações que
tinham propensão para causar tuberculose.
• Em 1833 os "English factory acts" de 1833, indicaram um interesse do governo
inglês na saúde dos trabalhadores.
• Em 1864 defini-se a necessidade de uso de ventilação diluidora para reduzir
contaminantes.
• Em 1878 especifica-se o uso de ventiladores para exaustão.
São considerados então as primeiras legislações efetivas no campo da indústria.
Entretanto, eram mais dirigidas a indenizações de acidentes do que controlar ou
prevenir.
Várias nações européias seguiram os ingleses e estabeleceram mecanismos de
indenizações para os trabalhadores.
• Estas leis foram instrumentos que estimularam o aumento da adoção de precauções
de segurança nas fábricas e a inauguração de serviços médicos em plantas
industriais.
Ainda em 1878, a última das atas das fábricas inglesas centralizou a inspeção das
fábricas criando um posto para esta finalidade.
• Já no século 20, em 1910, a Dra Alice Hamilton, americana e médica clínica,
evidenciou e comprovou a relação entre a doença e a exposição de trabalhadores e
também propôs soluções para os problemas. Surgiu então o campo da medicina
ocupacional.
• entre 1908 e 1948, os governos federal e Estaduais nos EUA estabeleceram, pela
primeira vez, as legislações relativas às indenizações a trabalhadores, e isso
influenciou o desenvolvimento da HST. Isto porque os administradores de
corporações passaram a reconhecer que controlar o meio ambinte e previnir
acidentes custa muito menos do que pagar altas somas indenizatórias.
• Em 1938, nos EUA, um grupo de estudiosos da HST organizaram uma reunião de
higienistas industriais do governo com profissionais de agencias de governo e
instituições de educação criando comitês que anualmente avaliam e estabelecem
valores limites de tolerância e índices biológicos de exposição para vários produtos
químicos.
• Em jun/1939 foi criada a AIHA ( American Industrial Hygiene Association) com o
objetivo de tratar de assuntos específicos do HST nas indústrias, academias e
governo. Atualmente é a associação líder neste campo com 13.000 membros.
• Hoje, nos EUA alem da AIHA, existem mais 3 organizações de porte que trata da
HST : ACGIH, NIOSH e OSHA.
No Brasil
• O marco da introdução formal da HST foi a elaboração e publicação em 1978 das
NORMAS REGULAMENTADORAS que compõe a portaria 3214/78 do
Ministério do Trabalho, onde são estabelecidos os conceitos de insalubridade,
periculosidade e fixados limites de tolerâncias para agentes químicos e físicos.
• Em agosto de 1994 foi criada a ABHO (Associação Brasileira de Higienistas
Ocupacionais) para fins de desenvolvimento de estudos e ações relativas a Higiene
Ocupacional, e para fins de interesses individuais ou coletivos dos higienistas
ocupacionais, tendo como princípio fundamental a autonomia, liberdade,
associação e de solidariedade profissional. (www.abho.com.br)
2- AVALIAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS PROFISSIONAIS:
Agentes ambientais.
2-0 INTRODUÇÃO:
A atividade agrícola e industrial expõe os trabalhadores a agentes
ambientais originados de fontes naturais ou artificiais em níveis que
geralmente ultrapassam os limites de exposição previstos nas normas
técnicas e legais. São os agentes de risco ou ambientais que
contribuem para a possibilidade de acidentes durante a execução das
tarefas de trabalho.
Defini-se risco como a probabilidade de ocorrência de algum evento
indesejado, ou seja:
Os agentes ambientais podem ser classificados em:
•••• AGENTES QUÍMICOS;
•••• AGENTES FÍSICOS;
•••• AGENTES BIOLÓGICOS
•••• AGENTES ERGONÔMICOS
Esta classificação obedece a cores conforme tabela a seguir:
RISCO =
PERIGO DE ACIDENTES
MEDIDAS PREVENTIVAS ADOTADAS
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZULRISCOS FÍSICOS
RISCOS QUÍMICOS
RISCOS BIOLÓGICOS
RISCOS ERGONÔMICOS
RISCOS DE ACIDENTES
Ruído
Substâncias compostas ou
produtos químicos em geral
VírusEsforço físico
intensoarranjo físico inadequado
Calor Gases BactériasLevantamento e
transporte manual de peso
Máquinas e equipamentos sem
proteção
Frio Vapores ProtozoáriosExigência de
postura inadequada
Ferramentas inadequadas ou
defeituosas
Umidade Névoas FungosControle rígido de
produtividadeIluminação inadequada
Vibrações Neblinas ParasitasImposição de rítimos
excessivosEletricidade
Pressões anormais
FumosTrabalho em turno e
noturno
Probabilidade de incêndio ou explosão
Radiações ionizantes
Jornadas de trabalho
prolongadas
Armazenamento inadequado
Monotonia e repetitividade
animais peçonhentos
outras situações de stress físico e/ou
psíquico.
Outras situações de riscos de acidentes
CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS
Radiações não ionizantes
Poeiras
Bacilos
2-1 AGENTES QUÍMICOS:
Como agentes químicos pode-se relacionar os gases, vapores, fumos,
névoas, poeiras e líquidos capazes de agredir a saúde das pessoas.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS: O reconhecimento e avaliação dos agentes ambientais devem ser
feitas através de métodos científicos e objetivos cujos resultados
possam ser comparados com valores preestabelecidos.
Entretanto, vários agentes ainda não possuem tais métodos sendo
ainda avaliados de forma subjetiva.
Unidades de Medida mais utilizadas :
Em higiene ocupacional as concentrações de agentes químicos são
expressas em termos volumétricos e de massa com as seguintes
unidades:
1. Parte Por Milhão (PPM) = É uma medida de concentração mais
usada quando as soluções são muito diluídas. É expressa em
massa do soluto (disperso) em µg ou g, existente em 1g ou 1
ton de solução.
Exemplo: Uma concentração de 10ppm de mercúrio num rio equivale a 10mg de
mercúrio para cada kilo ou litro de água.
Obs: Pode ser representada em volume na base de ml de soluto por
m³ de solução.
1ppm = 1mg/1kg = 1ml/m³ = Quant. de soluto/Quant. de solução
2. Porcentagem (%) = Relação percentual entre a massa
(volume) do soluto ou contaminante em relação a
massa(volume) total da solução.
Assim, pode-se relacionar:
1ppm = (1/1.000.000)x100% = 10-4%
3. Miligrama por Metro Cúbico (mg/m³) = Massa de
contaminante, em miligrama (10-3g), por metro cúbico de ar ou
solução.
Dependendo do meio adotado para amostragem e análise, da forma
como são expressos os resultados e da unidade de medida adotada
como padrão para comparação com os limites de exposição,
eventualmente, é necessário fazer a conversão para a unidade de
referência.
Para conversão, é necessário lembrar que os valores padrão,
normalmente, são expressos para condições de temperatura de 25°C
e pressão atmosférica de 760 mmHg.
Assim, para conversão de PPM para %, ou vice-versa, como a relação
é de volume para volume, não é necessário nenhum ajuste prévio, ou
seja:
PPM para % = PPM x 100 / 1.000.000 = %
% para PPM = % x 1.000.000 / 100 = PPM
Já, para conversão de PPM ou % para Mg/m3, ou vice versa, como a
relação é de massa por volume, é necessário ajustar o volume, em
função do peso molecular do contaminante. Para tanto, é necessário
lembrar que 1 (um) grama-mol de qualquer gás perfeito ocupa um
volume de 22,4 litros, a uma temperatura de 0 (zero) °C e pressão
atmosférica de 760 mmHg. Para a condição padrão de temperatura de
25°C e pressão atmosférica de 760 mmHg, o valor do Mol é de 24,45
litros, que equivale aos seguintes ajustes:
Conversão da temperatura de °C (Celsius) para °K (K elvin) = °C + 273
Correção do volume de 1 (um) grama-mol de gás a 0 (zero) °C ou 273
°K para 25°C ou 298°K, que será = ((25 + 273) x 22, 4) / 273 = 24,45
Mol
Assim, para conversão dos valores de concentração na unidade de
mg/m³ para ppm, o procedimento é o seguinte:
PPMxn = mg/m³ x 24,45
0nde:
PPM = Parte Por Milhão (volume/volume)
mg/m³ = Miligrama por Metro Cúbico (massa/volume)
n = Peso Molecular da Substância
Limites de Exposição
Valor genérico que engloba todos os tipos de limites definidos por
norma como por exemplo o limite de curta exposição, limite de
tolerância, valor teto etc, não tendo portanto um valor absoluto e
englobando os seguintes valores.
Limite de Tolerância (LT)
Valor limite da concentração do agente dentro do qual a maioria dos
trabalhadores poderia permanecer exposta a agentes químicos 8
horas diárias e 48 horas semanais durante toda a vida laboral, sem
apresentar nenhum sintoma de doenças associadas.
Valor Máximo (VM)
É o valor estabelecido na legislação brasileira e que não pode ser
ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este valor
é calculado como segue:
valor máximo VM = LT X FD onde: LT = limite de tolerância do agente químico FD = fator de desvio, segundo o quadro abaixo:
A tabela de fator de desvio (FD) acima apresenta valores altos para
limites de tolerância baixos e baixos para limites altos. Apesar de
parecer paradoxal, a inversão nos valores tem as seguintes
justificativas:
- Diferenças muito pequenas em valores muito baixos são de
difícil controle, uma vez que as concentrações apresentam
grande variabilidade num mesmo ambiente no decorrer da
jornada;
- Um índice crescente elevaria exageradamente os valores de
tolerância altos.
Exemplo: Qual o valor máximo de um agente químico que possui limite de
tolerância de 20ppm para um trabalhador exposto 8h/dia e
48hs/semanais.
VM=20x1,5 (tabela acima) = 30ppm Para o cálculo da concentração dos agentes químicos, a legislação
brasileira admite a possibilidade de amostragem contínua e/ou
instantânea.
Para o caso da contínua os valores serão ponderados, em função do
tempo de amostragem.
Para o caso da amostragem instantânea, a exigência é de no mínimo
10 amostragens com intervalo de 20 minutos entre cada uma e o
resultado expresso como a média aritmética das 10 amostragens.
Obs:
Nenhum dos resultados pode ultrapassar o “valor máximo”.
C = C1*t1 + C2*t2 + C3*t3 +... t1 + t2 + t3 +...
Ci = para: C1 + C2 + C3 +... +Cn
n tci – tci-1 ≥ 20min e
n≥10
A legislação americana utiliza os seguintes limites: Limite de Curta Exposição (STEL)
É o valor estabelecido na legislação americana que indica o limite a
que um trabalhador pode ficar exposto durante 15 minutos a intervalos
superiores a 60 minutos e não podendo ultrapassar 4 exposições
numa jornada diária. Em inglês este valor é conhecido como “STEL”
(short term exposure limit).
TLV - Threshold Limit Value
É o termo americano que tem o mesmo significado que o nosso “limite
de tolerância” com a exceção de que o TLV é para 8 horas/dia, 40
horas/semana e o “LT” brasileiro é para 8 horas diárias e 48 horas
semanais.
TLV - TWA - Threshold Limit Value - Time Weighted A verage
É o termo americano que expressa o limite de tolerância ponderado
no tempo, que é a média ponderada de todas as exposições durante a
jornada, calculada em função do tempo de exposição a cada nível.
onde:
C1, C2..Cn = concentração em cada exposição (ppm ou mg/m3)
t1, t2.... tn = tempo de duração da exposição ao dado nível (min ou
hora)
LTc = LTxFC
tt = tempo de duração da jornada (min ou hora)
OBS: Em nenhum dos períodos ti deve-se ter uma concentração Ci superior a STEL. Os valores de TLV – TWA, constantes nas tabelas da NIOSH1,
OSHA2 e ACGIH3, são referentes às condições de 8 horas diárias e
40 semanais.
Para tornar equivalentes os LTs da legislação americana e brasileira
ou adequar as concentrações obtidas com tempos de exposição fora
do padrão das normas, adota-se o menor fator de correção dado por:
Onde:
FC = fator de correção diário ou semanal
Hpd = duração da jornada diária padrão, em horas, para a qual foi
estabelecido o limite de tolerância – USA e Brasil = 8 horas
Hd = duração da jornada de trabalho diário real, em horas
24 = Número total de horas do dia
Hps = duração da jornada semanal padrão, em horas, para a qual foi
estabelecido o limite de tolerância – USA = 40 horas; Brasil = 48 horas
Hs = duração da jornada de trabalho semanal real, em horas
168 = número total de horas da semana
Assim o limite de tolerância corrigido LTc será dado por:
OBS: Por medida de segurança escolhe-se o menor valor entre o
fator de correção diário (FC diário) e o semanal (FC semanal).
EXEMPLOS:
1- Um Colaborador no Brasil trabalha 8h/diárias numa jornada de
48hs/semanais exposto a um agente químico cujo TLV-TWA
estabelecido pela ACGIH é 20ppm. Qual é o valor corrigido para
o Brasil?
2- Um colaborador de uma indústria trabalha 10hs diárias e
56 hs/semanais exposto a um agente químico cujo LT é de 20ppm
para uma jornada de 8hs/diárias e 48hs/semanais. Qual o valor
corrigido para esta situação?
3- A concentração de um agente químico numa fábrica foi medido
de forma contínua durante uma jornada de 10hs, obtendo os
valores da tabela abaixo. Sabendo que o limite de tolerância é
20ppm para 8h/dia e 48h/semanais e o trabalhador fica exposto
numa jornada de 10h/dia e 48h/semanais, verificar sua situação
quanto a exposição a esse agente químico, se está adequada
ou não.
C (ppm) t (min)10 1015 1518 1020 1525 520 1017 1018 1515 1510 10
POEIRAS MINERAIS Poeiras minerais ou material particulado deve ser entendido como substâncias no estado sólido ou líquido que se apresentam em forma de poeiras e/ou aerossóis. A NR15 considera 3 elementos:
- Asbesto ou amianto - Manganês e seus compostos - Sílica livre cristalizada ou quartzo.
ASBESTO OU AMIANTO ⇒ O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural sedosa que, por suas
propriedades físico-químicas (alta resistência mecânica e às altas temperaturas,
incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade,
indestrutibilidade, resistente ao ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de
ser tecida etc.), abundância na natureza e, principalmente, baixo custo tem sido
largamente utilizado na indústria. É extraído fundamentalmente de rochas
compostas de silicatos hidratados de magnésio, onde apenas de 5 a 10% se
encontram em sua forma fibrosa de interesse comercial.
⇒ Os nomes latino e grego, respectivamente, amianto e asbesto, têm relação
com suas principais características físico-químicas, incorruptível e incombustível.
⇒ Está presente em abundância na natureza sob duas formas: serpentinas
(amianto branco) e anfibólios(amiantos marrom, azul e outros), sendo que a
primeira - serpentinas- correspondem a mais de 95% de todas as manifestações
geológicas no planeta.
⇒ Já foi considerado a seda natural ou o mineral mágico, já que vem sendo
utilizado desde os primórdios da civilização, inicialmente para reforçar utensílios
cerâmicos, conferindo-os propriedades refratárias.
⇒ É conhecido desde os homens primitivos, que faziam cerâmicas reforçadas
para irem ao fogo, por estar na natureza na maior parte do planeta e existir em
abundância. Relatos de quatrocentos anos antes de Cristo demonstram que o
amianto era usado para fabricar mortalhas e provocava doenças entre os
escravos.
⇒ Ele tem muitas utilidades: não pega fogo, não se destrói, é tão resistente
quanto o aço e, mesmo sendo uma rocha, suas fibras podem ser trabalhadas,
transformando-se em tecidos usados para roupas que suportam altas
temperaturas.
⇒ Porém é cancerígeno e provoca várias doenças nos seres humanos. Não
pode ser destruído por nenhum agente (calor, microrganismos e bactérias, ácidos
etc.).
⇒ Quando ele entra no corpo humano pela respiração ou ingestão (na água,
contaminando alimentos etc.) ele não consegue ser eliminado pelos nossos
anticorpos. Fica lá dentro, principalmente, em órgãos como pulmão e em tecidos
(pele) como pleura e peritônio, que revestem, respectivamente, pulmão e o
abdômen.
⇒ A maioria das doenças do amianto não têm cura. Algumas delas podem matar
em curto prazo e outras vão matando lentamente por asfixia. São elas:
• Asbestose que é o endurecimento lento do pulmão e que causa falta de ar
progressiva, cansaço, emagrecimento, dores nas pernas e costas. Não tem cura e
progride mesmo que nunca mais se exponha à poeira de amianto. O tratamento
empregado é para diminuir os sintomas da falta de ar. Em geral leva de 15 a 25
anos para se manifestar, mas pode ocorrer antes, caso se tenha tido uma
exposição a grandes quantidades de poeira.
• Câncer de pulmão
• Mesotelioma de pleura (tecido que reveste pulmão) e peritônio (tecido que
reveste a cavidade abdominal) - tumor maligno que mata em até dois anos após
confirmado o diagnóstico. O mesotelioma é uma doença que pode se apresentar
até 35 anos após a contaminação.
• Doenças pleurais (placas, derrames, espessamentos, distúrbios ventilatórios) -
Embora os médicos digam que sejam "benignas", elas trazem um série de
incômodos como falta de ar, cansaço. Ninguém nasce com isso. É doença
adquirida no trabalho e pelas condições em que o trabalho se desenvolve. As
empresas, em geral, recusam vagas para trabalhadores portadores destas
doenças, alegando que não estão aptos
para o trabalho.
• Cânceres de faringe e do aparelho digestivo - Já existem muitas provas de
que estas doenças se manifestam em que esteve exposto ao amianto.
⇒ Mais de 3.000 produtos contêm amianto: caixas d’água e telhas de cimento-
amianto (marcas Brasilit, Eternit), lonas e pastilhas de freios para carros, ônibus,
caminhões, tecidos e mantas anti-chamas, tecidos para isolamento térmico, pisos
vinílicos(tipo Paviflex), papelões hidráulicos, juntas automotivas, tintas e massas
retardadoras de fogo, plásticos reforçados entre outros.
⇒ No Brasil temos uma das maiores minas de amianto do mundo. Ela fica em
Minaçu no Estado de Goiás e é a segunda maior arrecadação de impostos do
Estado, correspondendo a 30% do seu faturamento bruto. Esta mina é ainda
explorada no Brasil por empresas multinacionais, em cujos países de origem o
amianto já foi proibido.
Conf. NR15 O limite de tolerância para fibras respiráveis de asbesto
crisotila é de 2,0 fibras/cm³.
Entende-se por "fibras respiráveis de asbesto" aquelas com diâmetro
inferior a 3 (três) micrômetros, comprimento maior que 5 (cinco)
micrômetros e relação entre comprimento e diâmetro
superior a 3:1.
A avaliação ambiental será realizada pelo método do filtro de
membrana, utilizando-se aumentos de 400 a 500x, com iluminação de
contraste de fase.
Serão contadas as fibras respiráveis independentemente de
estarem ou não ligadas ou agregadas a outras partículas.
<3µm >5µm
SÍMBOLO PADRÃO
MANGANÊS E SEUS COMPOSTOS:
O limite de tolerância para as operações com manganês e seus
compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do
minério, ou ainda a outras operações com exposição a poeiras do
manganês ou de seus compostos é de até 5mg/m³ no ar, para
jornada de até 8 (oito) horas por dia.
O limite de tolerância para as operações com manganês e seus
compostos referente à metalurgia de minerais de manganês,
fabricação de compostos de manganês, fabricação de baterias e
pilhas secas, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e
uso de eletrodos de solda, fabricação de produtos químicos, tintas e
fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos de
manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m³ no ar, para
jornada de até 8 (oito) horas por dia.
Recomendações e medidas de prevenção de controle in dicadas:
- substituição de perfuração a seco por processos úmidos;
- perfeita ventilação após detonações, antes de se reiniciarem os
trabalhos;
- ventilação adequada, durante os trabalhos, em áreas confinadas;
- uso de EPI respiratória com filtros mecânicos para áreas
contaminadas;
- uso de máscaras autônomas para casos especiais e treinamentos
específicos;
- rotatividade das atividades e turnos de trabalho para os perfuradores
e outras atividades penosas;
- controle da poeira em níveis abaixo dos permitidos.
SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA
O termo sílica refere-se aos compostos de dióxido de silício, SiO2, nas suas várias formas incluindo sílicas cristalinas; sílicas vítreas e sílicas amorfas. O dióxido de silício, SiO2, é o composto binário de oxigênio e silício mais comum, sendo inclusive composto dos dois elementos mais abundantes na crosta da Terra. A sílica e seus compostos constituem cerca de 60% em peso de toda a crosta terrestre. A maioria dos depósitos de sílica que são minerados para obtenção das "areias de sílica" consistem de quartzo livre, quartzitos, e depósitos sedimentares como os arenitos. O quartzo é um mineral de natureza dura, inerte e insolúvel. Suporta totalmente a vários processos de ação de agentes atmosféricos e é encontrado em várias rochas sedimentares. Ele é o componente principal dos solos, variando de 90 a 95% das frações arenosas de um solo. A areia é composta predominantemente de quartzo. As três formas mais importantes da sílica cristalina, do ponto de vista da saúde ocupacional são o quartzo, a tridimita e a cristobalita. Estas três formas de sílica também são chamadas de sílica livre ou sílica não combinada para distingüí-las dos demais silicatos. A exposição ocupacional dá-se por meio da inalação, pelo trabalhador, de poeira contendo sílica livre cristalizada. Poeira é toda partícula sólida de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada por trituração ou outro tipo de ruptura mecânica de um material original sólido, suspensa ou capaz de se manter suspensa no ar. Essas partículas geralmente têm formas irregulares e são maiores que 0,5 µm. O local de deposição das partículas no sistema respiratório humano, depende diretamente do tamanho das partículas: _ As inaláveis - partículas menores que 100 µm, são capazes de penetrar pelo nariz e pela boca; _ As torácicas - partículas menores que 25 µm, são capazes de penetrar além da laringe; _ As respiráveis - partículas menores que 10 µm, são capazes de penetrar na região alveolar.
As poeiras podem ser classificadas de várias formas. No entanto, a classificação quanto ao tamanho da partícula, têm importância fundamental quando trata-se de poeira que contem sílica, pois a avaliação do risco de se desenvolver silicose, depende da quantidade de sílica livre cristalizada inalada e depositada na região dos bronquíolos respiratórios e alvéolos pulmonares. Os fatores determinantes são: a concentração atmosférica de fração respirável de poeira e seu teor de sílica livre cristalina, duração da exposição do trabalhador e a suscetibilidade individual.
LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA –
CRITÉRIO ACGIH
No passado os materiais particulados insolúveis ou pouco solúveis
que não eram classificados como tóxicos recebiam a denominação de
“partículas incômodas”. Apesar destas substâncias não causarem
fibroses ou efeitos sistêmicos, elas não são biologicamente inertes.
Em altas concentrações, estas partículas têm sido associadas a efeito
eventualmente fatal, denominado “proteinose alveolar”. Em
baixas concentrações, elas podem inibir a remoção de partículas
tóxicas do pulmão por decréscimo da mobilidade dos macrófagos.
Em função disso, atualmente estas substâncias são denominadas de
“Particulado Não-Classificado de Outra Forma”, ou PNOC (que em
inglês significa Particulate Not-Otherwise Classified), para enfatizar
que são potencialmente tóxicas e evitar que sejam consideradas não-
prejudiciais em qualquer concentração.
Nas tabelas de limites de tolerância da ACGIH, publicadas
anualmente, os materiais particulados apresentam limites de
tolerância individuais especificados para a condição em que são
considerados prejudiciais, cuja classificação é a seguinte:
E – massa de particulado total existente no ar amostrado e que não
contenha asbesto (amianto- forma fibrosa dos silicatos minerais
pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas) e
que tenha menos de 1% de sílica livre cristalizada;
EI – massa de particulado inalável ou massa de particulado existente
no ar amostrado que oferece risco quando depositada em qualquer
lugar do aparelho respiratório ;
ET – massa de particulado torácico ou massa de particulado existente
no ar amostrado que oferece risco quando depositada na região de
troca de gases ;
ER – massa de particulado respirável ou massa de particulado
existente no ar amostrado que oferece risco quando depositada em
qualquer lugar no interior das vias aéreas dos pulmões e da região
de troca de gases.
Quando, nas tabelas de limites de tolerância da ACGIH não aparece o
complemento ao lado do valor TWA para substâncias que se
apresentam na forma “particulada”, deve ser entendido que refere-se
a “particulado total” (E).
A ACGIH classifica os três grupos de particulados, de acordo com a
eficiência de coleta do amostrador. Nos gráficos 1, 2 e 3 são
relacionados os valores de eficiência de coleta considerando a % de
passagem pelo seletor , em função do diâmetro aerodinâmico.
O processo de obtenção dos gráficos através de coletas e análise de
materiais particulados utilizam de aparelhos chamados de ciclones
separadores de partículas, construídos em nylon ou liga de alumínio.
• Limite de Tolerância para SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA –
Critério NR15
No Brasil não existe uma diferenciação entre materiais particulados ou
poeiras minerais para limites de tolerâncias.
A Portaria MTb 3.214/78 - NR15 - Anexo 12, define os limites de
tolerância para poeiras contendo sílica livre cristalizada, que devem
ser calculados em função da porcentagem de quartzo contida no ar
amostrado. Portanto, o limite para tais poeiras, segundo esta norma, é
o seguinte:
Limite de tolerância para poeira total (LTT):
Limite de tolerância para poeira respirável (LTR)
O Anexo 12 da NR 15 classifica como poeira respirável a massa de
particulado que passa por um ciclone com a curva mostrada no
gráfico abaixo.
BOMBAS SEPARADORAS DE PARTÍCULAS:
Os separadores ciclônicos (ou ciclones) são equipamentos utilizados para extrair partículas sólidas em suspensão num escoamento de gases. As partículas são extraídas através de um processo de centrifugação dos gases. Este fenômeno ocorre com a indução de um escoamento rotativo no interior do ciclone. Sendo muito mais densas que os gases, as partículas tem maior tendência em permanecer na trajetória tangente ao escoamento rotativo e assim colidir com as paredes da câmara. Com as colisões, as partículas perdem velocidade e tendem a se desacoplar do escoamento caindo em direção ao fundo da câmara, de onde são extraídas. Os gases saem através do tubo central do ciclone, após percorrerem algumas voltas pela câmera e uma curva de ângulo acentuado em direção à entrada do tubo, o que também dificulta a saída de sólidos.
EXEMPLOS:
1. Em um ambiente de trabalho é feita uma amostragem com
uma bomba calibrada com uma vazão corrigida de
1,7l/min, operando 294 minutos, encontrando-se na
análise 1,5mg de poeira respirável e 0,45mg de quartzo.
Qual o limite de tolerância para a poeira em questão? Qual
a máxima massa de quartzo para atender aos limites de
tolerância?
2. Em um local de trabalho de uma indústria é feita uma
amostragem de poeiras minerais utilizando uma bomba
calibrada com vazão de 2,2litros/min operando durante 4
horas e meia. Na análise da amostra foi encontrado 3mg
de poeira total e 1,5mg de poeira respirável. A partir de
que valor de massa de quartzo os limites de tolerância
para poeira total e respirável seria ultrapassado?
TABELA DOS PRINCIPAIS AGENTES QUÍMICOS
APLICAÇÕES/TOLERÃNCIAS AGENTE QÚIMICO
INDÚSTRIAS TÍPICAS LT
1- ARSÊNIO E COMPOSTOS
Metalurgia; Indústria eletrônica; fábrica de tintas, lacas, consev. De madeiras, produção de vidros, etc.
0,04 ppm ou
0,16 mg/m³
2- ASBESTOS (forma fibrosa dos silicatos minerais)
Extração e trabalhos em rochas, tecelagem de aminato ou qualquer processo produtivo que produza partículas atmosféricas de amianto.
CONF. FÓRMULA P/ % DE
QUARTZO
3- BENZENO
Em geral processos de produção que usam cola sintética. P ex. Instalações petroquímicas, indústrias químicas e laboratórios, indústrias de couro e ladrilhos, etc.
1 a 2,5 ppm
4- BERÍLIO
Processos de extração e trabalho co Berílio, tais como produção de ferramentas cortantes, fabricação de tubos fluorescentes, ampolas de raios X, cadinhos, vidros especiais, porcelana para isolantes térmicos entre outros.
ND
5- BROMO Indústrias de fabricação e emprego do bromo e ácido brômico.
0,08 ppm ou
0,6 mg/m³
6- CÁDMIO Soldagens que utiliza compostos de Cádmio; Extração, tratamento, preparação e fundição de ligas metálicas.
ND
7- CARBONETOS METÁLICOS DE TUNGSTÊNIO
SINTERIZADOS
Fabricação de componentes e ferramentas para máquinas e oficinas.
Não fixados na
legislação brasileira
8- MANGANÊS E COMPOSTOS
Extração, fabricação e emprego de manganês e suas ligas. Siderurgia, fabricação de pilhas e acumuladores, fabricação de vidros especiais, cerâmicas, tintas, fertilizantes e couro.
P/ extração 5 mg/m³
P/ emprego 1 mg/m³
9- MERCÚRIO E COMPOSTOS
Extração e emprego do mercúrio e seu compostos, tais como fabricação de tintas, soldas e aparelhos como termômetros, barômetros, lâmpadas, etc. Douração e estanhagem de espelhos Minas abertas, etc.
0,04 mg/m³
10- SÍLICA LIVRE (Óxido de silício - SiO2)
Extração de minérios, fabricação de materiais refratários para fornos, chaminés, etc. Trabalhos em pedreiras, desbaste e polimento de pedras. Fabricação de saponáceos, pó e pastas p/ polimento de metais. Etc.
CONF. FÓRMULA P/ % DE
QUARTZO
TABELA DOS PRINCIPAIS AGENTES QUÍMICOS
APLICAÇÕES/TOLERÃNCIAS AGENTE QÚIMICO
INDÚSTRIAS TÍPICAS LT
MONÓXIDO DE CARBONO: Produção e distribuição de gás obtido de combustíveis sólidos. Trabalhos com motores a combustão Soldagens,caldeiras,indústrias químicas, siderurgia,etc.
39 ppm ou
43 mg/m³
CIANETO DE HIDROGÊNIO (ácido cianídrico) E SEUS DERIVADOS: Extração de ouro e prata, produção de inseticidas, aço, plástico e outros.
8 ppm ou
9 mg/m³
11- SUBSTÂNCIAS
ASFIXIANTES
SULFETO DE HIDROGÊNIO (ácido sulfídrico ou gás): Emprego em estação de tratamento de água, mineração, metalurgia, perfuração de postos petrolíferos, indústria química, etc.
8 ppm ou
12mg/m³
12- CHUMBO E COMPOSTOS
Extração de minérios, metalurgia e refino do chumbo. Fabricação de acumuladores de bateria. Fabricação de tintas, esmaltes e vernizes. Soldagem. Sucata, Ferro velho,etc.
0,1 mg/m³
13- CROMO E COMPOSTOS
Fabricação de ácido crômico (névoa), trabalhos com cromagem de metais, trabalhos com couro, soldagem de aço inox, fabricação de cimento, etc.
0,04mg/m³ p/ névoa
14- FLÚOR E COMPOSTOS
Fabricação e emprego de flúor e ácido fluorídrico. Siderurgia, fabricação de ladrilhos, telhas, cerâmica, cimento, vidro, etc. Soldagem elétrica e outros.
780ppm ou 4370 mg/m³ p/ gás freon
15- FÓSFORO E COMPOSTOS
Extração e emprego de fósforo branco. Fabricação de projéteis, explosivos, etc. Fabricação de ligas de bronze. Utilização de inseticidas a base de fósforo.
0,23 ppm ou
0,3 mg/m³ p/ Fosfina
16- HIDRO- CARBONETOS ALIFÁTICOS OU AROMÁTICOS
Utilização de Cloreto de metila, cloreto de metileno, clorofórmio, brometo de metila, clorobenzeno, etc. Emprego em indústria de alimentos, químicos e aplicação de inseticidas.
78ppm ou 165mg/m³ p/ cloreto de metila
17 - IODO Fabricação e emprego do Iodo 0,1 ppm
18-SULFETO DE CARBONO E DERIVADOS
Emprego e fabricação de sulfeto de carbono. Fabricação de seda artificial. Fabricação e emprego de solventes, inseticidas, herbicidas, etc. Fabricação de resinas, vernizes, têxteis e outros.
ND
19- ALCATRÃO, BREU, BETUME, HULHA MINERAL E PARAFINA.
Processo de fabricação e emprego destas substâncias.
ND
• CONSIDERAÇÕES SOBRE COLETA E ANÁLISE DAS
AMOSTRAS
Coleta:
A coleta de amostras de um agente químico é feita em função do estado do agente e dos
meios posteriores de análise. Assim, devem ser considerados os seguintes fatores:
− O ponto ou o trabalhador onde a amostra é coletada deve ser representativo com
relação a exposição do grupo de trabalhadores daquela função/atividade;
− O amostrador deve ser colocado na região representativa da via de absorção –
dentro de uma esfera imaginária com 30cm de raio, com centro no nariz e/ou boca da
pessoa, para agentes absorvidos pelas vias respiratória/digestiva; junto a pele, nos
pontos esperados de contato, para agentes absorvidos por esta via;
− Cada amostra deve ser identificada antes ou logo após a amostragem com um
código, preferencialmente alfanumérico, de forma que possa ser rastreada no
laboratório e nos cálculos finais de concentração, após análise;
− Para cada amostra deve ser criada uma folha de campo com os dados do local e
função avaliadas, datas e dados de calibragem, amostragem e aferição de
equipamentos de coleta, tempo e vazão de amostragem, pressão atmosférica e
temperatura no local da amostragem, número do equipamento de amostragem e
da amostra e demais dados que forem relevantes para futuras análises.
− As formas e meios de coleta estão associados à forma e características físico-químicas
do agente e o método de análise.
Exs: Tubo Colorimétrico, Dosímetro Passivo, Tubo de Carv ão Ativo, Tubo de Sílica
Gel , Membrana (Membrana de éster de celulose, teflon ou PVC, com diâmetro em torno
de 37mm e porosidade de 0,5µm a 8µm que é colocado na lapela do trabalhador, ligado
a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a membrana
que retém o contaminante. Este meio é utilizado para amostragem de contaminantes
particulados em geral) e outros.
− Para coleta de alguns contaminantes, são necessárias medidas preliminares e/ou
complementares para assegurar a qualidade dos resultados e dos meios de amostragem.
Análise:
Dentre os tipos de análise praticados atualmente, destacam-se os seguintes:
Volume – Partindo-se de uma solução com volume conhecido e fazendo-se a
leitura do volume final, após a amostragem, determina-se o volume do
contaminante, pela diferença entre o volume inicial e o final;
Titulação – Partindo-se de uma solução com pH conhecido e fazendo-se a leitura
após a amostragem determina-se a massa ou volume do contaminante, pela
alteração no valor do pH e comparação com a curva de calibração do medidor;
Gravimetria – Pesa-se o amostrador antes e depois da amostragem e compara-
se os valores de massa, sendo a diferença entre as pesagens a massa de
contaminante;
Precipitação – Provoca-se a separação de fases em uma solução e determina-se
o volume do contaminante contido na solução;
Extração – Extrai-se de um meio sólido ou líquido, através da adição de um
solvente, e determina-se o volume ou a massa do contaminante extraído;
Espectrofotometria de Infravermelho, Ultravioleta e /ou Luz Visível – Prepara-
se a amostra e faz-se a leitura da absorção ou dispersão de uma onda com
comprimento nas faixas do infravermelho, ultravioleta ou luz visível, que é
aplicada na amostra. O resultado da absorção ou dispersão é proporcional a
quantidade de contaminante contido na amostra. O resultado da leitura é
comparado com a curva de calibração;
Ainda tem-se Difração de Rx, Espectrofotometria de Absorção Atômica e
Cromatografia Gasosa (vide apostila de agentes químicos).
Avaliações:
Alguns agentes químicos podem ser avaliados de forma objetiva, subjetiva ou
Ambas.
- Substâncias com limite de tolerância definido na Lei brasileira - adota-se o valor
Estabelecido.
- Substâncias sem valor definido no Brasil, mas com definição em norma
americana, ACGIH, por exemplo: adota-se este valor.
- Substâncias sem valor limite definido no Brasil e em norma americana, mas com
valor definido em outro país - adota-se o mais exigente que for encontrado.
d) Substâncias sem valor limite definido e que podem ser inaladas ou absorvidas
pela pele e que são reconhecidas como nocivas, considera-se como excedido o
limite sempre que houver possibilidade de contato com a via respiratória ou pele
do trabalhador. Neste caso o critério é subjetivo chamado “Nível de Efeito Não
Observável” (NOEL).
Interpretação dos resultados:
• É possível surgir erros em função da escolha do local, horário, grupo a ser
avaliado, método escolhido, etc.
Desta forma, recomenda-se, adotar um nível de erro acumulado (Ec)
máximo de 25%, sendo:
• Para amostras com valores que variam pouco, o meio mais utilizado é a
média aritmética (normal ou ponderada) e o desvio padrão.
• Entretanto, para agentes químicos, é normal que haja alta variabilidade dos
resultados. Neste caso a prática recomenda que se utilize a média
logarítmica e o desvio padrão logarítmico, uma vez que a distribuição dos
resultados está mais para log normal do que para normal.
• Para confirmação de que os valores encontrados são os verdadeiramente
representativos da condição real, deve-se adotar procedimentos
estatísticos de validação da amostra como nível de significância entre
outros.