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HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 1ª PARTE EVOLUÇÃO HISTÓRICA / AGENTES QUÍMICOS E FÍSICOS agosto/2012

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HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

1ª PARTE

EVOLUÇÃO HISTÓRICA / AGENTES QUÍMICOS E FÍSICOS

agosto/2012

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HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

1- INTRODUÇÃO: Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em

conta, sendo sim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse

riscos de doença ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam

dois fatores, uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco

mais que desprezível e uma total ausência por parte dos Estados de leis que

protegessem o trabalhador.

A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente

relacionadas com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de

manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.

Segundo a O.M.S.-Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições

de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e

social e não somente a ausência de doença e enfermidade ".

A higiene do trabalho combate as doenças profissionais, identificando os

fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando

eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho

que podem afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).

A segurança do trabalho combate os acidentes de trabalho, quer eliminando

as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a

utilizarem medidas preventivas.

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DEFINIÇÃO:

• É A CIÊNCIA E A ARTE VOLTADAS PARA A

ANTECIPAÇÃO, RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO

E CONTROLE DOS FATORES DE RISCO

ORIGINADOS NOS LOCAIS DE TRABALHO E QUE

PODEM PREJUDICAR A SAÚDE E O BEM ESTAR

DOS TRABALHADORES, TAMBÉM TENDO EM

VISTA O POSSÍVEL IMPACTO NAS

COMUNIDADES VIZINHAS E NO MEIO

AMBIENTE GERAL.

Definição da ACGIH ( American Conference of Governmental

Industrial Hygienists, EUA)

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OBJETIVOS:

De acordo com a OMS os objetivos principais da HST são:

- Determinar e combater, no ambiente de trabalho, todos os riscos químicos,

físicos, biológicos e psicossociais de reconhecida e presumida nocividade.

- Conseguir que o esforço físico e mental, exigido de cada trabalhador para o

exercício do trabalho, esteja adaptado às suas necessidades e limitações

técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas.

- Adotar medidas eficazes para proteger as pessoas que sejam especialmente

vulneráveis às condições prejudiciais do ambiente de trabalho e reforçar sua

capacidade de resistência.

- Descobrir e corrigir as condições de trabalho que possam deteriorar a saúde

dos trabalhadores, de modo a garantir que os índices de mortes ocasionadas

pelo exercício do trabalho não seja superior ao do conjunto de população.

- Orientar a administração das empresas e os trabalhadores no cumprimento

de suas responsabilidades com a proteção e a promoção da saúde.

- Aplicar nas empresas programas de ação sanitária que englobem todos os

aspectos de saúde, o que ajudará o serviço público de saúde a elevar os

padrões mínimos de saúde e coletividade.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA:

• O termo Higiene origina da palavra grega Hygeia, que na mitologia era considerada

a deusa da Saúde.

• Apesar de estar associado a outras áreas da saúde o termo HIGIENE tem sido

popularizado, desde a década de 70, no campo da Higiene Ocupacional após a

publicação do artigo "Occupational Safety and Health act" de 1970, nos EUA.

• Antes de 1900 - havia pouca ou nenhuma preocupação com a saúde do trabalhador.

EX: Toxidade do chumbo foi descoberta no início do século 4 AC por Hypocrates.

• 500 anos depois na era Romana Plinius Secundus mostrou o perigo em se lidar com

ácido sulfúrico e zinco, além de chumbo em determinados trabalhos da época.

Sugeriu uma máscara tipo bexiga, mas não foi levado a sério.

• Até o ano de 1473 nada foi feito, até que Ulrich Ellenborg publicou um folheto

sobre doenças ocupacionais, que incluia instruções sobre Higiene.

• Em 1556, Georgius Agricola descreveu os riscos associados à indústria de

mineração, fundição e refino de metais, com medidas de controle incluindo a

ventilação.

• Em 1700, Bernardo Ramazzini, médico italiano, considerado o pai da medicina do

trabalho escreveu no seu livro a frase "De Morbis Artificum Diatriba" ( As

enfermidades dos trabalhadores), sobre a silicose (forma de pneumoconiose

causada pela inalação de finas partículas de sílica), observado nas autópsias dos

trabalhadores em minas da época. Ramazzini acreditava que o meio onde o

trabalhador exercia a sua atividade afetava diretamente a saúde e sempre

perguntava aos pacientes:"Em que você trabalha?"

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• A partir da metade do século 18 muitos problemas de Higiene Industrial foram

sendo reconhecidos e relatados.

Sir George Baker atribui as cólicas dos trabalhadores ao chumbo das indústrias de

cidra.

Charles Thackrah escreveu cerca de 200p no tratado de medicina ocupacional.

Thomas Beddoes e Sir Humphry Davy colaboraram descrevendo ocupações que

tinham propensão para causar tuberculose.

• Em 1833 os "English factory acts" de 1833, indicaram um interesse do governo

inglês na saúde dos trabalhadores.

• Em 1864 defini-se a necessidade de uso de ventilação diluidora para reduzir

contaminantes.

• Em 1878 especifica-se o uso de ventiladores para exaustão.

São considerados então as primeiras legislações efetivas no campo da indústria.

Entretanto, eram mais dirigidas a indenizações de acidentes do que controlar ou

prevenir.

Várias nações européias seguiram os ingleses e estabeleceram mecanismos de

indenizações para os trabalhadores.

• Estas leis foram instrumentos que estimularam o aumento da adoção de precauções

de segurança nas fábricas e a inauguração de serviços médicos em plantas

industriais.

Ainda em 1878, a última das atas das fábricas inglesas centralizou a inspeção das

fábricas criando um posto para esta finalidade.

• Já no século 20, em 1910, a Dra Alice Hamilton, americana e médica clínica,

evidenciou e comprovou a relação entre a doença e a exposição de trabalhadores e

também propôs soluções para os problemas. Surgiu então o campo da medicina

ocupacional.

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• entre 1908 e 1948, os governos federal e Estaduais nos EUA estabeleceram, pela

primeira vez, as legislações relativas às indenizações a trabalhadores, e isso

influenciou o desenvolvimento da HST. Isto porque os administradores de

corporações passaram a reconhecer que controlar o meio ambinte e previnir

acidentes custa muito menos do que pagar altas somas indenizatórias.

• Em 1938, nos EUA, um grupo de estudiosos da HST organizaram uma reunião de

higienistas industriais do governo com profissionais de agencias de governo e

instituições de educação criando comitês que anualmente avaliam e estabelecem

valores limites de tolerância e índices biológicos de exposição para vários produtos

químicos.

• Em jun/1939 foi criada a AIHA ( American Industrial Hygiene Association) com o

objetivo de tratar de assuntos específicos do HST nas indústrias, academias e

governo. Atualmente é a associação líder neste campo com 13.000 membros.

• Hoje, nos EUA alem da AIHA, existem mais 3 organizações de porte que trata da

HST : ACGIH, NIOSH e OSHA.

No Brasil

• O marco da introdução formal da HST foi a elaboração e publicação em 1978 das

NORMAS REGULAMENTADORAS que compõe a portaria 3214/78 do

Ministério do Trabalho, onde são estabelecidos os conceitos de insalubridade,

periculosidade e fixados limites de tolerâncias para agentes químicos e físicos.

• Em agosto de 1994 foi criada a ABHO (Associação Brasileira de Higienistas

Ocupacionais) para fins de desenvolvimento de estudos e ações relativas a Higiene

Ocupacional, e para fins de interesses individuais ou coletivos dos higienistas

ocupacionais, tendo como princípio fundamental a autonomia, liberdade,

associação e de solidariedade profissional. (www.abho.com.br)

Page 8: 1- HST - EVOL HISTÓRICA & AGENTE AMBIENTAL - Químicos

2- AVALIAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS PROFISSIONAIS:

Agentes ambientais.

2-0 INTRODUÇÃO:

A atividade agrícola e industrial expõe os trabalhadores a agentes

ambientais originados de fontes naturais ou artificiais em níveis que

geralmente ultrapassam os limites de exposição previstos nas normas

técnicas e legais. São os agentes de risco ou ambientais que

contribuem para a possibilidade de acidentes durante a execução das

tarefas de trabalho.

Defini-se risco como a probabilidade de ocorrência de algum evento

indesejado, ou seja:

Os agentes ambientais podem ser classificados em:

•••• AGENTES QUÍMICOS;

•••• AGENTES FÍSICOS;

•••• AGENTES BIOLÓGICOS

•••• AGENTES ERGONÔMICOS

Esta classificação obedece a cores conforme tabela a seguir:

RISCO =

PERIGO DE ACIDENTES

MEDIDAS PREVENTIVAS ADOTADAS

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GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZULRISCOS FÍSICOS

RISCOS QUÍMICOS

RISCOS BIOLÓGICOS

RISCOS ERGONÔMICOS

RISCOS DE ACIDENTES

Ruído

Substâncias compostas ou

produtos químicos em geral

VírusEsforço físico

intensoarranjo físico inadequado

Calor Gases BactériasLevantamento e

transporte manual de peso

Máquinas e equipamentos sem

proteção

Frio Vapores ProtozoáriosExigência de

postura inadequada

Ferramentas inadequadas ou

defeituosas

Umidade Névoas FungosControle rígido de

produtividadeIluminação inadequada

Vibrações Neblinas ParasitasImposição de rítimos

excessivosEletricidade

Pressões anormais

FumosTrabalho em turno e

noturno

Probabilidade de incêndio ou explosão

Radiações ionizantes

Jornadas de trabalho

prolongadas

Armazenamento inadequado

Monotonia e repetitividade

animais peçonhentos

outras situações de stress físico e/ou

psíquico.

Outras situações de riscos de acidentes

CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS

Radiações não ionizantes

Poeiras

Bacilos

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2-1 AGENTES QUÍMICOS:

Como agentes químicos pode-se relacionar os gases, vapores, fumos,

névoas, poeiras e líquidos capazes de agredir a saúde das pessoas.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS: O reconhecimento e avaliação dos agentes ambientais devem ser

feitas através de métodos científicos e objetivos cujos resultados

possam ser comparados com valores preestabelecidos.

Entretanto, vários agentes ainda não possuem tais métodos sendo

ainda avaliados de forma subjetiva.

Unidades de Medida mais utilizadas :

Em higiene ocupacional as concentrações de agentes químicos são

expressas em termos volumétricos e de massa com as seguintes

unidades:

1. Parte Por Milhão (PPM) = É uma medida de concentração mais

usada quando as soluções são muito diluídas. É expressa em

massa do soluto (disperso) em µg ou g, existente em 1g ou 1

ton de solução.

Exemplo: Uma concentração de 10ppm de mercúrio num rio equivale a 10mg de

mercúrio para cada kilo ou litro de água.

Page 11: 1- HST - EVOL HISTÓRICA & AGENTE AMBIENTAL - Químicos

Obs: Pode ser representada em volume na base de ml de soluto por

m³ de solução.

1ppm = 1mg/1kg = 1ml/m³ = Quant. de soluto/Quant. de solução

2. Porcentagem (%) = Relação percentual entre a massa

(volume) do soluto ou contaminante em relação a

massa(volume) total da solução.

Assim, pode-se relacionar:

1ppm = (1/1.000.000)x100% = 10-4%

3. Miligrama por Metro Cúbico (mg/m³) = Massa de

contaminante, em miligrama (10-3g), por metro cúbico de ar ou

solução.

Dependendo do meio adotado para amostragem e análise, da forma

como são expressos os resultados e da unidade de medida adotada

como padrão para comparação com os limites de exposição,

eventualmente, é necessário fazer a conversão para a unidade de

referência.

Para conversão, é necessário lembrar que os valores padrão,

normalmente, são expressos para condições de temperatura de 25°C

e pressão atmosférica de 760 mmHg.

Assim, para conversão de PPM para %, ou vice-versa, como a relação

é de volume para volume, não é necessário nenhum ajuste prévio, ou

seja:

PPM para % = PPM x 100 / 1.000.000 = %

% para PPM = % x 1.000.000 / 100 = PPM

Page 12: 1- HST - EVOL HISTÓRICA & AGENTE AMBIENTAL - Químicos

Já, para conversão de PPM ou % para Mg/m3, ou vice versa, como a

relação é de massa por volume, é necessário ajustar o volume, em

função do peso molecular do contaminante. Para tanto, é necessário

lembrar que 1 (um) grama-mol de qualquer gás perfeito ocupa um

volume de 22,4 litros, a uma temperatura de 0 (zero) °C e pressão

atmosférica de 760 mmHg. Para a condição padrão de temperatura de

25°C e pressão atmosférica de 760 mmHg, o valor do Mol é de 24,45

litros, que equivale aos seguintes ajustes:

Conversão da temperatura de °C (Celsius) para °K (K elvin) = °C + 273

Correção do volume de 1 (um) grama-mol de gás a 0 (zero) °C ou 273

°K para 25°C ou 298°K, que será = ((25 + 273) x 22, 4) / 273 = 24,45

Mol

Assim, para conversão dos valores de concentração na unidade de

mg/m³ para ppm, o procedimento é o seguinte:

PPMxn = mg/m³ x 24,45

0nde:

PPM = Parte Por Milhão (volume/volume)

mg/m³ = Miligrama por Metro Cúbico (massa/volume)

n = Peso Molecular da Substância

Limites de Exposição

Valor genérico que engloba todos os tipos de limites definidos por

norma como por exemplo o limite de curta exposição, limite de

tolerância, valor teto etc, não tendo portanto um valor absoluto e

englobando os seguintes valores.

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Limite de Tolerância (LT)

Valor limite da concentração do agente dentro do qual a maioria dos

trabalhadores poderia permanecer exposta a agentes químicos 8

horas diárias e 48 horas semanais durante toda a vida laboral, sem

apresentar nenhum sintoma de doenças associadas.

Valor Máximo (VM)

É o valor estabelecido na legislação brasileira e que não pode ser

ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este valor

é calculado como segue:

valor máximo VM = LT X FD onde: LT = limite de tolerância do agente químico FD = fator de desvio, segundo o quadro abaixo:

A tabela de fator de desvio (FD) acima apresenta valores altos para

limites de tolerância baixos e baixos para limites altos. Apesar de

parecer paradoxal, a inversão nos valores tem as seguintes

justificativas:

- Diferenças muito pequenas em valores muito baixos são de

difícil controle, uma vez que as concentrações apresentam

Page 14: 1- HST - EVOL HISTÓRICA & AGENTE AMBIENTAL - Químicos

grande variabilidade num mesmo ambiente no decorrer da

jornada;

- Um índice crescente elevaria exageradamente os valores de

tolerância altos.

Exemplo: Qual o valor máximo de um agente químico que possui limite de

tolerância de 20ppm para um trabalhador exposto 8h/dia e

48hs/semanais.

VM=20x1,5 (tabela acima) = 30ppm Para o cálculo da concentração dos agentes químicos, a legislação

brasileira admite a possibilidade de amostragem contínua e/ou

instantânea.

Para o caso da contínua os valores serão ponderados, em função do

tempo de amostragem.

Para o caso da amostragem instantânea, a exigência é de no mínimo

10 amostragens com intervalo de 20 minutos entre cada uma e o

resultado expresso como a média aritmética das 10 amostragens.

Obs:

Nenhum dos resultados pode ultrapassar o “valor máximo”.

C = C1*t1 + C2*t2 + C3*t3 +... t1 + t2 + t3 +...

Ci = para: C1 + C2 + C3 +... +Cn

n tci – tci-1 ≥ 20min e

n≥10

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A legislação americana utiliza os seguintes limites: Limite de Curta Exposição (STEL)

É o valor estabelecido na legislação americana que indica o limite a

que um trabalhador pode ficar exposto durante 15 minutos a intervalos

superiores a 60 minutos e não podendo ultrapassar 4 exposições

numa jornada diária. Em inglês este valor é conhecido como “STEL”

(short term exposure limit).

TLV - Threshold Limit Value

É o termo americano que tem o mesmo significado que o nosso “limite

de tolerância” com a exceção de que o TLV é para 8 horas/dia, 40

horas/semana e o “LT” brasileiro é para 8 horas diárias e 48 horas

semanais.

TLV - TWA - Threshold Limit Value - Time Weighted A verage

É o termo americano que expressa o limite de tolerância ponderado

no tempo, que é a média ponderada de todas as exposições durante a

jornada, calculada em função do tempo de exposição a cada nível.

onde:

C1, C2..Cn = concentração em cada exposição (ppm ou mg/m3)

t1, t2.... tn = tempo de duração da exposição ao dado nível (min ou

hora)

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LTc = LTxFC

tt = tempo de duração da jornada (min ou hora)

OBS: Em nenhum dos períodos ti deve-se ter uma concentração Ci superior a STEL. Os valores de TLV – TWA, constantes nas tabelas da NIOSH1,

OSHA2 e ACGIH3, são referentes às condições de 8 horas diárias e

40 semanais.

Para tornar equivalentes os LTs da legislação americana e brasileira

ou adequar as concentrações obtidas com tempos de exposição fora

do padrão das normas, adota-se o menor fator de correção dado por:

Onde:

FC = fator de correção diário ou semanal

Hpd = duração da jornada diária padrão, em horas, para a qual foi

estabelecido o limite de tolerância – USA e Brasil = 8 horas

Hd = duração da jornada de trabalho diário real, em horas

24 = Número total de horas do dia

Hps = duração da jornada semanal padrão, em horas, para a qual foi

estabelecido o limite de tolerância – USA = 40 horas; Brasil = 48 horas

Hs = duração da jornada de trabalho semanal real, em horas

168 = número total de horas da semana

Assim o limite de tolerância corrigido LTc será dado por:

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OBS: Por medida de segurança escolhe-se o menor valor entre o

fator de correção diário (FC diário) e o semanal (FC semanal).

EXEMPLOS:

1- Um Colaborador no Brasil trabalha 8h/diárias numa jornada de

48hs/semanais exposto a um agente químico cujo TLV-TWA

estabelecido pela ACGIH é 20ppm. Qual é o valor corrigido para

o Brasil?

2- Um colaborador de uma indústria trabalha 10hs diárias e

56 hs/semanais exposto a um agente químico cujo LT é de 20ppm

para uma jornada de 8hs/diárias e 48hs/semanais. Qual o valor

corrigido para esta situação?

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3- A concentração de um agente químico numa fábrica foi medido

de forma contínua durante uma jornada de 10hs, obtendo os

valores da tabela abaixo. Sabendo que o limite de tolerância é

20ppm para 8h/dia e 48h/semanais e o trabalhador fica exposto

numa jornada de 10h/dia e 48h/semanais, verificar sua situação

quanto a exposição a esse agente químico, se está adequada

ou não.

C (ppm) t (min)10 1015 1518 1020 1525 520 1017 1018 1515 1510 10

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POEIRAS MINERAIS Poeiras minerais ou material particulado deve ser entendido como substâncias no estado sólido ou líquido que se apresentam em forma de poeiras e/ou aerossóis. A NR15 considera 3 elementos:

- Asbesto ou amianto - Manganês e seus compostos - Sílica livre cristalizada ou quartzo.

ASBESTO OU AMIANTO ⇒ O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural sedosa que, por suas

propriedades físico-químicas (alta resistência mecânica e às altas temperaturas,

incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade,

indestrutibilidade, resistente ao ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de

ser tecida etc.), abundância na natureza e, principalmente, baixo custo tem sido

largamente utilizado na indústria. É extraído fundamentalmente de rochas

compostas de silicatos hidratados de magnésio, onde apenas de 5 a 10% se

encontram em sua forma fibrosa de interesse comercial.

⇒ Os nomes latino e grego, respectivamente, amianto e asbesto, têm relação

com suas principais características físico-químicas, incorruptível e incombustível.

⇒ Está presente em abundância na natureza sob duas formas: serpentinas

(amianto branco) e anfibólios(amiantos marrom, azul e outros), sendo que a

Page 20: 1- HST - EVOL HISTÓRICA & AGENTE AMBIENTAL - Químicos

primeira - serpentinas- correspondem a mais de 95% de todas as manifestações

geológicas no planeta.

⇒ Já foi considerado a seda natural ou o mineral mágico, já que vem sendo

utilizado desde os primórdios da civilização, inicialmente para reforçar utensílios

cerâmicos, conferindo-os propriedades refratárias.

⇒ É conhecido desde os homens primitivos, que faziam cerâmicas reforçadas

para irem ao fogo, por estar na natureza na maior parte do planeta e existir em

abundância. Relatos de quatrocentos anos antes de Cristo demonstram que o

amianto era usado para fabricar mortalhas e provocava doenças entre os

escravos.

⇒ Ele tem muitas utilidades: não pega fogo, não se destrói, é tão resistente

quanto o aço e, mesmo sendo uma rocha, suas fibras podem ser trabalhadas,

transformando-se em tecidos usados para roupas que suportam altas

temperaturas.

⇒ Porém é cancerígeno e provoca várias doenças nos seres humanos. Não

pode ser destruído por nenhum agente (calor, microrganismos e bactérias, ácidos

etc.).

⇒ Quando ele entra no corpo humano pela respiração ou ingestão (na água,

contaminando alimentos etc.) ele não consegue ser eliminado pelos nossos

anticorpos. Fica lá dentro, principalmente, em órgãos como pulmão e em tecidos

(pele) como pleura e peritônio, que revestem, respectivamente, pulmão e o

abdômen.

⇒ A maioria das doenças do amianto não têm cura. Algumas delas podem matar

em curto prazo e outras vão matando lentamente por asfixia. São elas:

• Asbestose que é o endurecimento lento do pulmão e que causa falta de ar

progressiva, cansaço, emagrecimento, dores nas pernas e costas. Não tem cura e

progride mesmo que nunca mais se exponha à poeira de amianto. O tratamento

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empregado é para diminuir os sintomas da falta de ar. Em geral leva de 15 a 25

anos para se manifestar, mas pode ocorrer antes, caso se tenha tido uma

exposição a grandes quantidades de poeira.

• Câncer de pulmão

• Mesotelioma de pleura (tecido que reveste pulmão) e peritônio (tecido que

reveste a cavidade abdominal) - tumor maligno que mata em até dois anos após

confirmado o diagnóstico. O mesotelioma é uma doença que pode se apresentar

até 35 anos após a contaminação.

• Doenças pleurais (placas, derrames, espessamentos, distúrbios ventilatórios) -

Embora os médicos digam que sejam "benignas", elas trazem um série de

incômodos como falta de ar, cansaço. Ninguém nasce com isso. É doença

adquirida no trabalho e pelas condições em que o trabalho se desenvolve. As

empresas, em geral, recusam vagas para trabalhadores portadores destas

doenças, alegando que não estão aptos

para o trabalho.

• Cânceres de faringe e do aparelho digestivo - Já existem muitas provas de

que estas doenças se manifestam em que esteve exposto ao amianto.

⇒ Mais de 3.000 produtos contêm amianto: caixas d’água e telhas de cimento-

amianto (marcas Brasilit, Eternit), lonas e pastilhas de freios para carros, ônibus,

caminhões, tecidos e mantas anti-chamas, tecidos para isolamento térmico, pisos

vinílicos(tipo Paviflex), papelões hidráulicos, juntas automotivas, tintas e massas

retardadoras de fogo, plásticos reforçados entre outros.

⇒ No Brasil temos uma das maiores minas de amianto do mundo. Ela fica em

Minaçu no Estado de Goiás e é a segunda maior arrecadação de impostos do

Estado, correspondendo a 30% do seu faturamento bruto. Esta mina é ainda

explorada no Brasil por empresas multinacionais, em cujos países de origem o

amianto já foi proibido.

Page 22: 1- HST - EVOL HISTÓRICA & AGENTE AMBIENTAL - Químicos

Conf. NR15 O limite de tolerância para fibras respiráveis de asbesto

crisotila é de 2,0 fibras/cm³.

Entende-se por "fibras respiráveis de asbesto" aquelas com diâmetro

inferior a 3 (três) micrômetros, comprimento maior que 5 (cinco)

micrômetros e relação entre comprimento e diâmetro

superior a 3:1.

A avaliação ambiental será realizada pelo método do filtro de

membrana, utilizando-se aumentos de 400 a 500x, com iluminação de

contraste de fase.

Serão contadas as fibras respiráveis independentemente de

estarem ou não ligadas ou agregadas a outras partículas.

<3µm >5µm

SÍMBOLO PADRÃO

Page 23: 1- HST - EVOL HISTÓRICA & AGENTE AMBIENTAL - Químicos

MANGANÊS E SEUS COMPOSTOS:

O limite de tolerância para as operações com manganês e seus

compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do

minério, ou ainda a outras operações com exposição a poeiras do

manganês ou de seus compostos é de até 5mg/m³ no ar, para

jornada de até 8 (oito) horas por dia.

O limite de tolerância para as operações com manganês e seus

compostos referente à metalurgia de minerais de manganês,

fabricação de compostos de manganês, fabricação de baterias e

pilhas secas, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e

uso de eletrodos de solda, fabricação de produtos químicos, tintas e

fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos de

manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m³ no ar, para

jornada de até 8 (oito) horas por dia.

Recomendações e medidas de prevenção de controle in dicadas:

- substituição de perfuração a seco por processos úmidos;

- perfeita ventilação após detonações, antes de se reiniciarem os

trabalhos;

- ventilação adequada, durante os trabalhos, em áreas confinadas;

- uso de EPI respiratória com filtros mecânicos para áreas

contaminadas;

- uso de máscaras autônomas para casos especiais e treinamentos

específicos;

- rotatividade das atividades e turnos de trabalho para os perfuradores

e outras atividades penosas;

- controle da poeira em níveis abaixo dos permitidos.

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SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA

O termo sílica refere-se aos compostos de dióxido de silício, SiO2, nas suas várias formas incluindo sílicas cristalinas; sílicas vítreas e sílicas amorfas. O dióxido de silício, SiO2, é o composto binário de oxigênio e silício mais comum, sendo inclusive composto dos dois elementos mais abundantes na crosta da Terra. A sílica e seus compostos constituem cerca de 60% em peso de toda a crosta terrestre. A maioria dos depósitos de sílica que são minerados para obtenção das "areias de sílica" consistem de quartzo livre, quartzitos, e depósitos sedimentares como os arenitos. O quartzo é um mineral de natureza dura, inerte e insolúvel. Suporta totalmente a vários processos de ação de agentes atmosféricos e é encontrado em várias rochas sedimentares. Ele é o componente principal dos solos, variando de 90 a 95% das frações arenosas de um solo. A areia é composta predominantemente de quartzo. As três formas mais importantes da sílica cristalina, do ponto de vista da saúde ocupacional são o quartzo, a tridimita e a cristobalita. Estas três formas de sílica também são chamadas de sílica livre ou sílica não combinada para distingüí-las dos demais silicatos. A exposição ocupacional dá-se por meio da inalação, pelo trabalhador, de poeira contendo sílica livre cristalizada. Poeira é toda partícula sólida de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada por trituração ou outro tipo de ruptura mecânica de um material original sólido, suspensa ou capaz de se manter suspensa no ar. Essas partículas geralmente têm formas irregulares e são maiores que 0,5 µm. O local de deposição das partículas no sistema respiratório humano, depende diretamente do tamanho das partículas: _ As inaláveis - partículas menores que 100 µm, são capazes de penetrar pelo nariz e pela boca; _ As torácicas - partículas menores que 25 µm, são capazes de penetrar além da laringe; _ As respiráveis - partículas menores que 10 µm, são capazes de penetrar na região alveolar.

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As poeiras podem ser classificadas de várias formas. No entanto, a classificação quanto ao tamanho da partícula, têm importância fundamental quando trata-se de poeira que contem sílica, pois a avaliação do risco de se desenvolver silicose, depende da quantidade de sílica livre cristalizada inalada e depositada na região dos bronquíolos respiratórios e alvéolos pulmonares. Os fatores determinantes são: a concentração atmosférica de fração respirável de poeira e seu teor de sílica livre cristalina, duração da exposição do trabalhador e a suscetibilidade individual.

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LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA –

CRITÉRIO ACGIH

No passado os materiais particulados insolúveis ou pouco solúveis

que não eram classificados como tóxicos recebiam a denominação de

“partículas incômodas”. Apesar destas substâncias não causarem

fibroses ou efeitos sistêmicos, elas não são biologicamente inertes.

Em altas concentrações, estas partículas têm sido associadas a efeito

eventualmente fatal, denominado “proteinose alveolar”. Em

baixas concentrações, elas podem inibir a remoção de partículas

tóxicas do pulmão por decréscimo da mobilidade dos macrófagos.

Em função disso, atualmente estas substâncias são denominadas de

“Particulado Não-Classificado de Outra Forma”, ou PNOC (que em

inglês significa Particulate Not-Otherwise Classified), para enfatizar

que são potencialmente tóxicas e evitar que sejam consideradas não-

prejudiciais em qualquer concentração.

Nas tabelas de limites de tolerância da ACGIH, publicadas

anualmente, os materiais particulados apresentam limites de

tolerância individuais especificados para a condição em que são

considerados prejudiciais, cuja classificação é a seguinte:

E – massa de particulado total existente no ar amostrado e que não

contenha asbesto (amianto- forma fibrosa dos silicatos minerais

pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas) e

que tenha menos de 1% de sílica livre cristalizada;

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EI – massa de particulado inalável ou massa de particulado existente

no ar amostrado que oferece risco quando depositada em qualquer

lugar do aparelho respiratório ;

ET – massa de particulado torácico ou massa de particulado existente

no ar amostrado que oferece risco quando depositada na região de

troca de gases ;

ER – massa de particulado respirável ou massa de particulado

existente no ar amostrado que oferece risco quando depositada em

qualquer lugar no interior das vias aéreas dos pulmões e da região

de troca de gases.

Quando, nas tabelas de limites de tolerância da ACGIH não aparece o

complemento ao lado do valor TWA para substâncias que se

apresentam na forma “particulada”, deve ser entendido que refere-se

a “particulado total” (E).

A ACGIH classifica os três grupos de particulados, de acordo com a

eficiência de coleta do amostrador. Nos gráficos 1, 2 e 3 são

relacionados os valores de eficiência de coleta considerando a % de

passagem pelo seletor , em função do diâmetro aerodinâmico.

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O processo de obtenção dos gráficos através de coletas e análise de

materiais particulados utilizam de aparelhos chamados de ciclones

separadores de partículas, construídos em nylon ou liga de alumínio.

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• Limite de Tolerância para SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA –

Critério NR15

No Brasil não existe uma diferenciação entre materiais particulados ou

poeiras minerais para limites de tolerâncias.

A Portaria MTb 3.214/78 - NR15 - Anexo 12, define os limites de

tolerância para poeiras contendo sílica livre cristalizada, que devem

ser calculados em função da porcentagem de quartzo contida no ar

amostrado. Portanto, o limite para tais poeiras, segundo esta norma, é

o seguinte:

Limite de tolerância para poeira total (LTT):

Limite de tolerância para poeira respirável (LTR)

O Anexo 12 da NR 15 classifica como poeira respirável a massa de

particulado que passa por um ciclone com a curva mostrada no

gráfico abaixo.

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BOMBAS SEPARADORAS DE PARTÍCULAS:

Os separadores ciclônicos (ou ciclones) são equipamentos utilizados para extrair partículas sólidas em suspensão num escoamento de gases. As partículas são extraídas através de um processo de centrifugação dos gases. Este fenômeno ocorre com a indução de um escoamento rotativo no interior do ciclone. Sendo muito mais densas que os gases, as partículas tem maior tendência em permanecer na trajetória tangente ao escoamento rotativo e assim colidir com as paredes da câmara. Com as colisões, as partículas perdem velocidade e tendem a se desacoplar do escoamento caindo em direção ao fundo da câmara, de onde são extraídas. Os gases saem através do tubo central do ciclone, após percorrerem algumas voltas pela câmera e uma curva de ângulo acentuado em direção à entrada do tubo, o que também dificulta a saída de sólidos.

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EXEMPLOS:

1. Em um ambiente de trabalho é feita uma amostragem com

uma bomba calibrada com uma vazão corrigida de

1,7l/min, operando 294 minutos, encontrando-se na

análise 1,5mg de poeira respirável e 0,45mg de quartzo.

Qual o limite de tolerância para a poeira em questão? Qual

a máxima massa de quartzo para atender aos limites de

tolerância?

2. Em um local de trabalho de uma indústria é feita uma

amostragem de poeiras minerais utilizando uma bomba

calibrada com vazão de 2,2litros/min operando durante 4

horas e meia. Na análise da amostra foi encontrado 3mg

de poeira total e 1,5mg de poeira respirável. A partir de

que valor de massa de quartzo os limites de tolerância

para poeira total e respirável seria ultrapassado?

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TABELA DOS PRINCIPAIS AGENTES QUÍMICOS

APLICAÇÕES/TOLERÃNCIAS AGENTE QÚIMICO

INDÚSTRIAS TÍPICAS LT

1- ARSÊNIO E COMPOSTOS

Metalurgia; Indústria eletrônica; fábrica de tintas, lacas, consev. De madeiras, produção de vidros, etc.

0,04 ppm ou

0,16 mg/m³

2- ASBESTOS (forma fibrosa dos silicatos minerais)

Extração e trabalhos em rochas, tecelagem de aminato ou qualquer processo produtivo que produza partículas atmosféricas de amianto.

CONF. FÓRMULA P/ % DE

QUARTZO

3- BENZENO

Em geral processos de produção que usam cola sintética. P ex. Instalações petroquímicas, indústrias químicas e laboratórios, indústrias de couro e ladrilhos, etc.

1 a 2,5 ppm

4- BERÍLIO

Processos de extração e trabalho co Berílio, tais como produção de ferramentas cortantes, fabricação de tubos fluorescentes, ampolas de raios X, cadinhos, vidros especiais, porcelana para isolantes térmicos entre outros.

ND

5- BROMO Indústrias de fabricação e emprego do bromo e ácido brômico.

0,08 ppm ou

0,6 mg/m³

6- CÁDMIO Soldagens que utiliza compostos de Cádmio; Extração, tratamento, preparação e fundição de ligas metálicas.

ND

7- CARBONETOS METÁLICOS DE TUNGSTÊNIO

SINTERIZADOS

Fabricação de componentes e ferramentas para máquinas e oficinas.

Não fixados na

legislação brasileira

8- MANGANÊS E COMPOSTOS

Extração, fabricação e emprego de manganês e suas ligas. Siderurgia, fabricação de pilhas e acumuladores, fabricação de vidros especiais, cerâmicas, tintas, fertilizantes e couro.

P/ extração 5 mg/m³

P/ emprego 1 mg/m³

9- MERCÚRIO E COMPOSTOS

Extração e emprego do mercúrio e seu compostos, tais como fabricação de tintas, soldas e aparelhos como termômetros, barômetros, lâmpadas, etc. Douração e estanhagem de espelhos Minas abertas, etc.

0,04 mg/m³

10- SÍLICA LIVRE (Óxido de silício - SiO2)

Extração de minérios, fabricação de materiais refratários para fornos, chaminés, etc. Trabalhos em pedreiras, desbaste e polimento de pedras. Fabricação de saponáceos, pó e pastas p/ polimento de metais. Etc.

CONF. FÓRMULA P/ % DE

QUARTZO

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TABELA DOS PRINCIPAIS AGENTES QUÍMICOS

APLICAÇÕES/TOLERÃNCIAS AGENTE QÚIMICO

INDÚSTRIAS TÍPICAS LT

MONÓXIDO DE CARBONO: Produção e distribuição de gás obtido de combustíveis sólidos. Trabalhos com motores a combustão Soldagens,caldeiras,indústrias químicas, siderurgia,etc.

39 ppm ou

43 mg/m³

CIANETO DE HIDROGÊNIO (ácido cianídrico) E SEUS DERIVADOS: Extração de ouro e prata, produção de inseticidas, aço, plástico e outros.

8 ppm ou

9 mg/m³

11- SUBSTÂNCIAS

ASFIXIANTES

SULFETO DE HIDROGÊNIO (ácido sulfídrico ou gás): Emprego em estação de tratamento de água, mineração, metalurgia, perfuração de postos petrolíferos, indústria química, etc.

8 ppm ou

12mg/m³

12- CHUMBO E COMPOSTOS

Extração de minérios, metalurgia e refino do chumbo. Fabricação de acumuladores de bateria. Fabricação de tintas, esmaltes e vernizes. Soldagem. Sucata, Ferro velho,etc.

0,1 mg/m³

13- CROMO E COMPOSTOS

Fabricação de ácido crômico (névoa), trabalhos com cromagem de metais, trabalhos com couro, soldagem de aço inox, fabricação de cimento, etc.

0,04mg/m³ p/ névoa

14- FLÚOR E COMPOSTOS

Fabricação e emprego de flúor e ácido fluorídrico. Siderurgia, fabricação de ladrilhos, telhas, cerâmica, cimento, vidro, etc. Soldagem elétrica e outros.

780ppm ou 4370 mg/m³ p/ gás freon

15- FÓSFORO E COMPOSTOS

Extração e emprego de fósforo branco. Fabricação de projéteis, explosivos, etc. Fabricação de ligas de bronze. Utilização de inseticidas a base de fósforo.

0,23 ppm ou

0,3 mg/m³ p/ Fosfina

16- HIDRO- CARBONETOS ALIFÁTICOS OU AROMÁTICOS

Utilização de Cloreto de metila, cloreto de metileno, clorofórmio, brometo de metila, clorobenzeno, etc. Emprego em indústria de alimentos, químicos e aplicação de inseticidas.

78ppm ou 165mg/m³ p/ cloreto de metila

17 - IODO Fabricação e emprego do Iodo 0,1 ppm

18-SULFETO DE CARBONO E DERIVADOS

Emprego e fabricação de sulfeto de carbono. Fabricação de seda artificial. Fabricação e emprego de solventes, inseticidas, herbicidas, etc. Fabricação de resinas, vernizes, têxteis e outros.

ND

19- ALCATRÃO, BREU, BETUME, HULHA MINERAL E PARAFINA.

Processo de fabricação e emprego destas substâncias.

ND

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• CONSIDERAÇÕES SOBRE COLETA E ANÁLISE DAS

AMOSTRAS

Coleta:

A coleta de amostras de um agente químico é feita em função do estado do agente e dos

meios posteriores de análise. Assim, devem ser considerados os seguintes fatores:

− O ponto ou o trabalhador onde a amostra é coletada deve ser representativo com

relação a exposição do grupo de trabalhadores daquela função/atividade;

− O amostrador deve ser colocado na região representativa da via de absorção –

dentro de uma esfera imaginária com 30cm de raio, com centro no nariz e/ou boca da

pessoa, para agentes absorvidos pelas vias respiratória/digestiva; junto a pele, nos

pontos esperados de contato, para agentes absorvidos por esta via;

− Cada amostra deve ser identificada antes ou logo após a amostragem com um

código, preferencialmente alfanumérico, de forma que possa ser rastreada no

laboratório e nos cálculos finais de concentração, após análise;

− Para cada amostra deve ser criada uma folha de campo com os dados do local e

função avaliadas, datas e dados de calibragem, amostragem e aferição de

equipamentos de coleta, tempo e vazão de amostragem, pressão atmosférica e

temperatura no local da amostragem, número do equipamento de amostragem e

da amostra e demais dados que forem relevantes para futuras análises.

− As formas e meios de coleta estão associados à forma e características físico-químicas

do agente e o método de análise.

Exs: Tubo Colorimétrico, Dosímetro Passivo, Tubo de Carv ão Ativo, Tubo de Sílica

Gel , Membrana (Membrana de éster de celulose, teflon ou PVC, com diâmetro em torno

de 37mm e porosidade de 0,5µm a 8µm que é colocado na lapela do trabalhador, ligado

a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a membrana

que retém o contaminante. Este meio é utilizado para amostragem de contaminantes

particulados em geral) e outros.

− Para coleta de alguns contaminantes, são necessárias medidas preliminares e/ou

complementares para assegurar a qualidade dos resultados e dos meios de amostragem.

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Análise:

Dentre os tipos de análise praticados atualmente, destacam-se os seguintes:

Volume – Partindo-se de uma solução com volume conhecido e fazendo-se a

leitura do volume final, após a amostragem, determina-se o volume do

contaminante, pela diferença entre o volume inicial e o final;

Titulação – Partindo-se de uma solução com pH conhecido e fazendo-se a leitura

após a amostragem determina-se a massa ou volume do contaminante, pela

alteração no valor do pH e comparação com a curva de calibração do medidor;

Gravimetria – Pesa-se o amostrador antes e depois da amostragem e compara-

se os valores de massa, sendo a diferença entre as pesagens a massa de

contaminante;

Precipitação – Provoca-se a separação de fases em uma solução e determina-se

o volume do contaminante contido na solução;

Extração – Extrai-se de um meio sólido ou líquido, através da adição de um

solvente, e determina-se o volume ou a massa do contaminante extraído;

Espectrofotometria de Infravermelho, Ultravioleta e /ou Luz Visível – Prepara-

se a amostra e faz-se a leitura da absorção ou dispersão de uma onda com

comprimento nas faixas do infravermelho, ultravioleta ou luz visível, que é

aplicada na amostra. O resultado da absorção ou dispersão é proporcional a

quantidade de contaminante contido na amostra. O resultado da leitura é

comparado com a curva de calibração;

Ainda tem-se Difração de Rx, Espectrofotometria de Absorção Atômica e

Cromatografia Gasosa (vide apostila de agentes químicos).

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Avaliações:

Alguns agentes químicos podem ser avaliados de forma objetiva, subjetiva ou

Ambas.

- Substâncias com limite de tolerância definido na Lei brasileira - adota-se o valor

Estabelecido.

- Substâncias sem valor definido no Brasil, mas com definição em norma

americana, ACGIH, por exemplo: adota-se este valor.

- Substâncias sem valor limite definido no Brasil e em norma americana, mas com

valor definido em outro país - adota-se o mais exigente que for encontrado.

d) Substâncias sem valor limite definido e que podem ser inaladas ou absorvidas

pela pele e que são reconhecidas como nocivas, considera-se como excedido o

limite sempre que houver possibilidade de contato com a via respiratória ou pele

do trabalhador. Neste caso o critério é subjetivo chamado “Nível de Efeito Não

Observável” (NOEL).

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Interpretação dos resultados:

• É possível surgir erros em função da escolha do local, horário, grupo a ser

avaliado, método escolhido, etc.

Desta forma, recomenda-se, adotar um nível de erro acumulado (Ec)

máximo de 25%, sendo:

• Para amostras com valores que variam pouco, o meio mais utilizado é a

média aritmética (normal ou ponderada) e o desvio padrão.

• Entretanto, para agentes químicos, é normal que haja alta variabilidade dos

resultados. Neste caso a prática recomenda que se utilize a média

logarítmica e o desvio padrão logarítmico, uma vez que a distribuição dos

resultados está mais para log normal do que para normal.

• Para confirmação de que os valores encontrados são os verdadeiramente

representativos da condição real, deve-se adotar procedimentos

estatísticos de validação da amostra como nível de significância entre

outros.