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1. A importância de medir o Progresso Social de Comunidades Amazônicas

A Amazônia brasileira é conhecida internacionalmente pela imensidão de seus recursos naturais e sua biodiversidade. Abriga um terço das florestas tropicais do mundo e é banhada pela maior bacia hidrográfica do planeta. Além disso, por reter imensos estoques de carbono, desempenha função crucial na regulação do clima regional e global. Em sua abrangência vivem mais de 24 milhões de pessoas, que convivem com indicadores sociais inferiores a outras regiões do Brasil, como relatado por diversos estudos já publicados. Há um relativo entendimento amplo de que este cenário é fruto de um modelo de desenvolvimento fortemente marcado pelo desmatamento, uso extensivo dos recursos naturais e conflitos sociais ligados à questão de terras. No entanto, os dados que refletem este cenário são frequentemente questionados por sofrerem forte influência da dimensão econômica, por muitas vezes não serem adequadamente segregados entre todas as localidades da Amazônia brasileira e por não permitirem sempre um olhar propositivo para seus resultados. Buscando reverter esta situação e oferecer dados consistentes, focados na dimensão social e ambiental e que retratem realmente o que é importante para a qualidade de vida das pessoas, foi publicado em 2014 o Índice de Progresso Social – Amazônia. O IPS Amazônia representa o diagnóstico detalhado do progresso social e ambiental dos 772 municípios amazônicos, e oferece um amplo mapa capaz de permitir o planejamento e acompanhamento de ações que visem a melhoria da vida das pessoas da região e também a manutenção da floresta amazônica em condições de continuar sendo relevante na regulação climática global.

Entretanto, apesar do excelente avanço possibilitado pelo IPS Amazônia, persiste o desafio de dar “visibilidade” para a qualidade de vida das comunidades que vivem no interior da região amazônica, em localidades nas quais não há dados disponíveis nos relatórios oficiais da região. Sabe-se que muitas vezes os dados dos munícipios amazônicos são enviesados pela realidade de suas sedes e centros urbanos, cujo estágio de progresso social e necessidades são muito distintos às realidades de seus interiores e áreas mais remotas. Sem dados e diagnósticos que as representem, as necessidades destas áreas mais afastadas ficam “invisíveis” aos olhos da sociedade, poder público e parceiros empresariais, e por isso, pouco ou nada chega como alternativa de desenvolvimento a estas populações.

Foi com o intuito de trazer à tona e dar relevância a estas comunidades e suas necessidades, que Natura, Coca-Cola e Ipsos, com o apoio metodológico do SPI (Social Progress Imperative) e da Rede #Progresso Social Brasil, formaram uma parceria inédita e investiram na construção do IPS Comunidades, índice pioneiro no Mundo para a mensuração de desenvolvimento social em nível local, e a partir de dados primários. A partir do diagnóstico e disponibilização de dados relevantes e fidedignos, empresas, órgãos governamentais, ONGs e movimentos sociais poderão atuar de

forma sinérgica em prol da geração de maior impacto positivo e desenvolvimento social junto às comunidades.

2. O que é o IPS?

O Índice de Progresso Social (IPS) é um índice que mede de forma holística e robusta a performance social e ambiental das nações e territórios, independente do desenvolvimento econômico. Foi criado em 2013 pelo Social Progress Imperative (SPI) num processo que contou com o apoio de diversos estudiosos e especialistas mundiais em políticas públicas, entre eles o economista americano Michael Porter. Foi idealizado a partir do entendimento que medidas de desenvolvimento baseadas apenas em variáveis econômicas são insuficientes, já que crescimento econômico sem progresso social resulta em exclusão, descontentamento social, conflitos sociais e degradação ambiental.

Progresso social é definido pelo SPI como a “capacidade da sociedade em satisfazer as necessidades humanas básicas, estabelecer as estruturas que garantam qualidade de vida aos cidadãos e dar oportunidades para que todos os indivíduos possam atingir seu potencial máximo”. A partir dessa definição, surgem três questões fundamentais: 1) As necessidades mais essenciais da população estão sendo atendidas? 2) Existem estruturas que garantam à população melhorar ou manter seu bem-estar? 3) Há oportunidades para que todos os indivíduos atinjam seu potencial pleno?

3. IPS Comunidades

a. Instrumento de diagnóstico e gestão de desenvolvimento social

Para a primeira experiência mundial de elaboração de um IPS em nível de comunidades e com dados primários, ou seja, a partir de questionários aplicados, foi escolhida a região do Médio Juruá, no Amazonas, onde Natura e Coca-Cola estão presentes fomentando cadeias de fornecimento sustentáveis e a geração de valor compartilhado. No último ano, contudo, foi iniciado na região um processo co-participativo de fortalecimento das instituições locais, de criação de espaços de participação democrática da comunidade local e de engajamento de múltiplos atores, que culminou com a formação do Fórum de Gestão Territorial Médio Juruá, no qual o setor privado, governo, organizações de base, ONG´s e sociedade civil trabalham juntos em busca de soluções que enderecem os desafios locais para geração de impacto social positivo na região. O IPS Comunidades foi elaborado de forma colaborativa, com participação ativa das organizações de base das mais de 50 comunidades ribeirinhas situadas às margens do Rio Juruá, no município de Carauari (AM). As comunidades participaram da concepção dos questionários, adaptação das perguntas para as realidades locais e apoio no processo de aquisição das licenças necessárias para a realização do diagnóstico. O IPS Comunidades trouxe maior clareza às reais necessidades do território e se transformou em importante instrumento de diagnóstico e gestão das prioridades de desenvolvimento para o Território Médio Juruá. Nas Figuras 1 e 2 abaixo, o detalhe de Carauari no mapa do Amazonas e a delimitação do território do Médio Juruá com a indicação das regiões pesquisadas no IPS Comunidades. Figura 1: Região de Carauari no detalhe em vermelho no mapa do estado do Amazonas

Figura 2: Território do Médio Juruá c/ indicação das áreas pesquisadas

b. Metodologia utilizada

A inovação desta metodologia, para obtenção de um diagnóstico mais próximo às realidades normalmente invisíveis aos indicadores sociais mais genéricos, reside justamente na apropriação do frame analítico estabelecido pelo Social Progress Imprerative e sua tradução ao nível da comunidade. Essa tradução, contudo, demandou diferentes passos no processo de consolidação de um método de pesquisa que se mostrasse eficiente para contemplação das realidades locais e simultaneamente acionável, na medida em que permite diferentes atores e instituições fazerem uso dos resultados para promoção de ações que alterem em alguma medida a realidade observada. Abaixo os passos para o estabelecimento do IPS Comunidades:

Passo 1: Compreensão aprofundada da realidade local, em termos de diversidade territorial, linguagem, aspectos culturais e econômicos próprios à população estudada. Passo 2: Adequação dos conteúdos a serem aferidos à realidade, sem perder de vista a importância de métricas básicas e universais dentro do escopo analítico que define Progresso Social, na perspectiva estabelecida pelo SPI. Passo 3: Trabalho coletivo de consolidação dos indicadores a serem levantados, incorporando sugestões, críticas e revisão das lideranças comunitárias dos territórios objeto da investigação.

Passo 4: Construção de uma amostra representativa e robusta o suficiente para o nível desagregado de leitura desejado, bem como padronização dos processos de coleta da informação e verificação das entrevistas realizadas. Passo 5: Construção dos modelos estatísticos de análise seguindo as diretrizes utilizadas pelo modelo global. Neste passo, para consolidação dos modelos foi aplicada de maneira rigorosa a metodologia SPI, para construção de indicadores sintéticos que tivessem maior poder explicativo e simultaneamente fossem mais aderentes as realidades analisadas, permitindo a leitura aproximada dos resultados obtidos com o IPS Comunidades com os IPS dos níveis global e municipal, ainda que a comparação estrita dos indicadores não se faça possível.

A tradução do frame teórico (passos 1 e 2)

Os quadros abaixo sintetizam as perguntas aferidas no IPS Comunidades e traz as perguntas equivalentes em cada uma das dimensões analisadas no modelo global. A observação dos indicadores utilizados para o IPS Comunidades, por si só, revela o cuidado e tratamento para adequação do modelo à realidade local.

Quadro 1: Dimensões – Necessidades Humanas Básicas (Modelo Global x IPS Comunidades)

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Quadro 2: Dimensões – Fundamentos do Bem-Estar (Modelo Global x IPS Comunidades)

Quadro 3: Dimensões – Oportunidades (Modelo Global x IPS Comunidades)

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Amostra, instrumento de pesquisa e produção dos indicadores (passos 3, 4 e 5)

O diagnóstico foi elaborado a partir de survey realizado com a população local. Foram realizadas 415 entrevistas (conforme tabela 1 abaixo) domiciliares e presenciais na região de Carauari (Médio Juruá e Carauari Urbana). A amostra contemplada permite leitura dos resultados para o total com margem de erro de 5 pontos percentuais em um intervalo de confiança de 95%. Visando garantir a dispersão da amostra e representatividade dos dados levantados, a amostra previu a seleção aleatória das comunidades investigadas dentro da região de interesse e a seleção dos respondentes por cotas demográficas desenhadas a partir dos dados oficiais (IBGE/ Censo 2010). A amostra selecionada partiu da necessidade de leitura das comunidades ribeirinhas no entorno do Médio Juruá (331 entrevistas) e considerou ainda uma amostra complementar para leitura dos resultados entre a população residente da área urbana de Carauari (84 entrevistas).

Tabela 1: Distribuição da amostra nos territórios ribeirinhos

NÚMERO APROXIMADO DE

FAMÍLIAS POR COMUNIDADE % Amostra Peso

ÁREA DE BAIXO 117 21% 82 0,9

RDS Uacari 139 25% 123 0,7

RESEX Médio Juruá 309 55% 126 1,5

Total Geral 565 100% 331

As entrevistas em cada um dos 3 territórios das comunidades ribeirinhas (Área de Baixo, RDS e Resex) foram distribuídas nas comunidades pertencentes a cada área de maneira proporcional ao tamanho da população, garantindo que os resultados da amostra refletissem o universo de interesse. No caso das 84 entrevistas realizadas na área urbana, foram sorteados aleatoriamente 8 setores censitários, nos quais foram realizadas aproximadamente 10 entrevistas por setor, visando também a dispersão e representatividade das entrevistas dentro desse recorte geográfico. As entrevistas tiveram duração média de aproximadamente 60 minutos, foram realizadas a partir de questionário estruturado, composto majoritariamente por questões fechadas. Os entrevistados, um por domicílio e selecionados seguindo cotas demográficas, responderam questões pessoais e domiciliares. As entrevistas foram realizadas entre 22 de novembro e 20 de dezembro de 2014. Ao final dos trabalhos de campo, as entrevistas passaram pelo processo de crítica, verificação, digitação e codificação das respostas abertas. Por fim, iniciou-se o trabalho de produção dos modelos estatísticos que subsidiaram os indicadores que compõe o Índice de Progresso Social Comunidades, da região do Médio Juruá – Carauari/ Amazonas. Durante o tratamento dos resultados e produção dos modelos foram trabalhadas mais de 200 variáveis levantadas, que através de modelagens estatísticas para aferição de correlações, significação estatística e capacidade de predição resultaram na consolidação dos 12 componentes que compõe as 3 dimensões do Índice de Progresso Social. A seguir serão apresentados os resultados obtidos para as dimensões e para os componentes nas regiões estudadas.

4. Principais Resultados

A tabela abaixo apresenta os resultados do Índice de Progresso Social Comunidades para o território. Também apresenta para efeito de ilustração os resultados obtidos para o Brasil no IPS Global e os resultados para Carauari obtidos no IPS Amazônia, ambos divulgados em 2014. Contudo, dadas às diferenças oriundas dos tipos de dados trabalhados (primários x secundários), a comparação estrita dos indicadores do IPS Comunidades com os do nível global e municipal não pode ser automática, mas serve como ilustração das diferenças de desempenho entre as dimensões.

Os resultados são normalizados de forma a compor uma escala de 0 a 100 para cada componente aferido. Nesse sentido, quanto mais próximo a 100 melhor o desempenho da população em determinada dimensão.

* Fonte IPS Global 2014 - http://www.socialprogressimperative.org/ ** Fonte IPS Amazônia 2014 (Imazon/SPI) - http://www.ipsamazonia.org.br/

No território do Médio Juruá, nota-se um melhor desempenho da área urbana de Carauari, cuja realidade é geralmente mais visível e conhecida, em relação aos territórios ribeirinhos. O IPS do município de Carauari (62) é nove pontos superior ao índice das áreas ribeirinhas (53). Contudo, é a observação detalhada do desempenho dos componentes que nos ajuda a entender a real situação de cada realidade:

Para a sede do município, ‘Educação Básica’, ‘Água e Saneamento’, e ‘Moradia’ são os itens que puxam a média para cima. Já nas áreas de Comunidades Ribeirinhas, esses são pontos críticos e prioridade de atuação, somando-se a eles o tema de ‘Comunicação’, ‘Educação Avançada’ e acesso a Transporte (componente ‘Direitos Individuais’).

IPS Global IPS Amazônia

Brasil* Carauari ** Carauari

Urbana

Carauari

Ribeirinhos

Índice de Progresso Social 70 55 62 53

Dimensão 1. Necessidades Humanas Básicas 71 65 76 56

Nutrição e cuidados médicos básicos 92 74 65 60

Água e saneamento 82 43 65 29

Moradia 73 85 92 41

Segurança pessoal 38 57 82 94

Dimensão 2. Fundamentos para o Bem-estar 76 59 57 49

Acesso ao conhecimento básico 95 57 66 53

Acesso à informação e comunicação 68 12 45 17

Saúde e bem-estar 76 71 68 53

Sustentabilidade dos ecosistemas 64 95 49 72

Dimensão 3. Oportunidades 63 42 54 53

Direitos individuais 75 39 71 64

Liberdade individual e de escolha 77 48 82 86

Tolerância e inclusão 62 64 56 58

Acesso à educação superior 38 16 7 5

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IPS Comunidades

Em contrapartida, nas dimensões ‘Segurança’, ‘Liberdade de Escolha’, e ‘Tolerância & Inclusão’, a situação das Comunidades Ribeirinhas é melhor. O resultado mostra a vitalidade comunitária da região, que se traduz no fortalecimento das redes de capital social e na maior integração da diferença.

Notadamente ‘Sustentabilidade dos Ecossistemas’ é o componente em que as populações ribeirinhas se destacam e tem desempenho bastante superior às populações urbanas, especialmente as populações residentes em áreas de conservação (RDS e Resex), revelando o cuidado e a importância do trabalho cotidiano de conscientização das pessoas em relação ao seu meio ambiente.

Há muito que se tratar para melhorar o progresso social dessas populações, especialmente das populações residentes em áreas ribeirinhas, mas há muito que aprender com elas também.

5. Próximos Passos Conheça abaixo algumas Iniciativas que já estão em andamento no âmbito do Fórum

de Desenvolvimento do Território Médio Juruá e que vão endereçar as prioridades de

desenvolvimento social levantadas pelo IPS Comunidades:

Saneamento Básico e água

Parceria firmada no iníc io de 2015 junto ao Ministério do Desenvolvimento Social

e Combate à Fome – MDS (Governo Federal) para levar o Projeto SANEAR AMAZONIA

às comunidades ribeirinhas do Território Médio Juruá. O projeto prevê a construção de

infraestrutura de saneamento básico e acesso a água potável para 500 famílias da

região. Sua execução, liderada pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari

(ASPROC) em parceria com o Memorial Chico Mendes, já está em andamento.

I Curso Superior de Professores Ribeirinhos na Amazônia dentro de Unidades de

Conservação

Parceria com a UEA (Universidade Estadual do Amazonas) para a implementação de

curso superior para a formação de professores ribeirinhos no Médio Juruá. O curso

ocorrerá dentro das unidades de conservação e irá propiciar que os comunitários com

nível médio possam seguir seus estudos e contribuir com a melhoria da qualidade da

educação ribeirinha. O acordo de parceria está sendo firmado e a previsão é que já em

2016 o curso seja implementado localmente.

I Núcleo de Formação de Técnicos em Produção Sustentável em Unidade de

Conservação - BAUANA

Inaugurado em 2013, o curso de formação técnica profissionalizante em Floresta,

Pesca e Gestão, teve sua primeira turma de 45 alunos formada em Dezembro de 2014.

Esta é uma iniciativa da FAS (Fundação Amazônia Sustentável) em parceria com CETAM

(Centro de Educação Tecnológica do Amazonas) e, teve como apoiadores Natura,

Coca-Cola, CNS, ICMbio e Prefeitura de Carauari.

Estruturação da CFR (Casa Familia Rural) CAMPINA

Iniciativa liderada pela FAS (Fundação Amazônia Sustentável) em parceria com a

Natura e AMARU para implementar uma escola de ensino médio e técnico na região,

em modelo de alternância. Este modelo de escola oferece acesso à educação para

pessoas de áreas mais remotas, que não tem como ir e voltar diariamente das escolas,

além de ter um projeto pedagógico onde o conteúdo didático é aplicado à realidade

das famílias na prática. O conteúdo é muito mais integrado à realidade local, e os

alunos se formam não apenas no ensino médio, mas também como técnicos em

agroecologia. Previsão de inauguração em 2016.

Desenvolvimento de Jovens Lideranças

O WWF-Brasil e a Coca-Cola Brasil realizam, entre junho e novembro de 2015, encontros entre 60 jovens de comunidades ribeirinhas do Amazonas, da região de Carauari. O objetivo da iniciativa é multiplicar e ampliar o conhecimento sobre biodiversidade e incentivar a busca por soluções criativas para temas relevantes para a realidade local como a geração de renda, educação, inclusão e fortalecimento social e acesso a mercados para as cadeias da sociobiodiversidade. Um dos produtos do projeto, elaborado pelos próprios jovens, será um material técnico-pedagógico com identidade local, conforme o histórico de aprendizagens e sua relação com as cadeias produtivas da floresta e com o meio ambiente. Cada jovem será um multiplicador dessa experiência em sua comunidade, podendo levar mais conhecimento a um maior número de pessoas. Construção do Trapiche – comunidade do ROQUE

Em época de várzea, as famílias da Comunidade do Roque tem que caminhar aproximadamente 3 km por uma região alagada para conseguir chegar até o Rio Juruá. O investimento em infra-estrutura para interligação da comunidade com a calha do Rio e melhoria das condições de transporte são prioritários. A construção do Trapiche na comunidade do Roque iniciou no final de 2014 e tem previsão de término ao final de 2015. A Natura apoiou financeiramente esta iniciativa. No âmbito do Fórum de Desenvolvimento do Território Médio Juruá também são

endereçadas iniciativas que contribuem para o aumento da geração de renda local,

com o potencial de impactar positivamente avanços no desenvolvimento

socioeconômico da região, como por exemplo:

Cadeia produtiva do Pirarucu

No início de 2015 foi firmada parceria entre Fundação Banco do Brasil e AMARU

(Associação dos Moradores da Reserva Uacari) para o financiamento do Projeto de

Estruturação da Cadeia Produtiva do Pirarucu. Esse projeto irá beneficiar as

comunidades da Reserva Extrativista do Médio Juruá e da Reserva de Desenvolvimento

Sustentável Uacari, que passarão a ter nova alternativa de renda e acesso a novos

mercados.

Cadeia produtiva de Oleaginosas

No final de 2014 a Natura firma junto à CODAEMJ (Cooperativa de Desenvolvimento

Agroextrativista do Médio Juruá) apoio técnico e financeiro para a renovação da usina

comunitária de beneficiamento de oleaginosas na comunidade do Roque. Esta usina já

existia, mas tinha instalações e equipamentos precários e inadequados às

necessidades locais, o que prejudicava o rendimento das sementes e gerava perda

excessiva de produção. O projeto já está sendo implementado com conclusão prevista

para Julho de 2015. Prevê a reestruturação da usina com toda a reorganização do

processo produtivo, a instalação de novos equipamentos e a renovação das

instalações. A expectativa é de ganho de 40% em eficiência produtiva, além de

melhoria expressiva em qualidade com a minimização de perdas e garantia de controle

dos níveis de acidez e peróxido. Esta renovação da usina aumentará a competitividade

da cadeia produtiva de oleaginosas (andiroba, murumuru, ucuuba) e como

consequência incrementará em muito a geração de trabalho e renda no território.

Cadeia produtiva do Açaí

Coca-Cola, ASPROC (Associação dos Produtores Rurais de Carauari) e FAS (Fundação

Amazônia Sustentável) formaram em fevereiro 2015 um GT (grupo de trabalho) para o

fortalecimento da cadeia produtiva do Açaí, ainda incipiente na região. As prioridades

deste GT serão a rastreabilidade da cadeia produtiva do açaí nativo, a certificação

socioparticipativa para açaí orgânico, a pesquisa de novas técnicas para

processamento e a busca de novos mercados.

Anexo 1 – Detalhamento dos resultados do diagnóstico Quadro 1 – Dimensão Necessidades Humanas Básicas por “região pesquisada”

Quadro 2 – Fundamentos do Bem-Estar por “região pesquisada”

Quadro 3 – Dimensão Oportunidades por “região pesquisada”

Quadro 4 – IPS ponderado e aberto por faixa etária e gênero

ÍNDICE DE PROGRESSO SOCIAL DE COMUNIDADES

IPS COMUNIDADES DO MÉDIO JURUÁ (AM)

Realização

Em parceria com