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Page 1: 1 CIRCULAR Nº 548 - bcb.gov.br A formação de lavouras de pimenta-do-reino na Amazônia subordina-se à apresentação de laudo do Serviço de Defesa Sa- nitária Vegetal, da Delegacia

Circular nº 0548, de 27 de junho de 1980

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CIRCULAR Nº 548

Às Instituições Financeiras do Sistema Nacional de Crédito Rural.

Comunicamos que a Diretoria do Banco Central, em sessão de 18.06.80, aprovou

as seguintes medidas:

Permitir que a empresa de conservação, beneficiamento, transformação ou indus-

trialização do pescado receba crédito rural, se mais de 50% (cinqüenta por cento) da matéria-

prima utilizada originar-se de capturas realizadas em águas territoriais brasileiras por pessoas fí-

sicas ou jurídicas;

Admitir que o prazo de abono de subsídio nos financiamentos destinados à aquisi-

ção de fertilizantes químicos ou minerais, em projetos integrados, de longa maturação, seja con-

tado a partir da liberação da parcela previamente estipulada no orçamento;

Vedar o amparo do crédito rural às atividades sem caráter produtivo ou às aplica-

ções desnecessárias, tais como criação de cavalos de corrida ou de lazer, inversões em proprie-

dades de lazer, obras suntuárias etc.;

Proibir:

a concessão de créditos para aquisição de equipamentos de lavagem de batata;

a inclusão nos orçamentos de parcelas para custeio de despesas com a lavagem de

batata;

Estabelecer que o pagamento ao fornecedor de fertilizantes químicos ou minerais

somente pode ser efetuado após o recebimento do insumo pelo mutuário, em seu imóvel rural.

Em conseqüência, anexamos às folhas necessárias à atualização do MCR.

Brasília-DF, 27 de junho de 1980.

José Kléber Leite de Castro

Diretor

Este texto não substitui o publicado no DOU e no Sisbacen.

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TÍTULO: CRÉDITO RURAL

CAPÍTULO: Disposições Gerais - 1

SEÇÃO: Conceituação e Objetivos - 1

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Circular nº 548, de 27.06.80

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1 - O crédito rural consiste no suprimento de recursos financeiros, por instituições do Sistema Nacional de Crédito Rural

(SNCR), para aplicação exclusiva nas finalidades indicadas neste manual.

2 - São objetivos específicos do crédito rural:

estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para armazenamento, beneficiamento e industriali-

zação dos produtos agropecuários, quando efetuado pelo produtor na sua propriedade rural, por suas cooperativas

ou por pessoa física ou jurídica equiparada aos produtores;

favorecer o custeio oportuno e adequado da produção e a comercialização de produtos agropecuários;

possibilitar o fortalecimento econômico dos produtores rurais notadamente dos miniprodutores, dos pequenos e dos

médios.

incentivar a introdução de métodos racionais de produção, visando ao aumento da produtividade, à melhoria do padrão

de vida das populações rurais e à adequada defesa do solo.

3 - O crédito rural não tem o simples objetivo de propiciar a aplicação de capitais das instituições financeiras, nem o de

substituir a poupança dos beneficiários, que devem destinar recursos próprios à execução dos empreendimentos assisti-

dos, observando-se os limites de participação obrigatória ou, à sua falta, as disponibilidades existentes.

4 - Não constitui função do crédito rural:

su bsidiar atividades deficitárias ou antieconômicas;

financiar o pagamento de dívidas contraídas antes da apresentação da proposta;

possibilitar a recuperação de capital investido;

favorecer a retenção especulativa de bens;

antecipar a realização de lucros presumíveis;

amparar atividades sem caráter produtivo ou aplicações desnecessárias, tais como criação de cavalos de corrida ou de

lazer, inversões em propriedades de lazer, obras suntuárias etc. (*)

5 - A concessão do crédito subordina-se às seguintes exigências essenciais:

idoneidade do proponente;

apresentação de orçamento de aplicação nas atividades específicas;

oportunidade, suficiência e adequação dos recursos;

obediência a cronograma de utilização e de reembolso;

fiscalização pelo financiador.

6 - As operações de crédito rural subordinam-se às normas deste manual, independentemente da origem dos recursos utili-

zados, salvo casos específicos autorizados pelo Conselho Monetário Nacional ou pelo Banco Central.

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TÍTULO: CRÉDITO RURAL

CAPÍTULO: Créditos de Custeio - 9

SEÇÃO: Custeio Agrícola - 2

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Circular nº 548, de 27.06.80

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assessoramento técnico a nível de carteira;

o insumo sucedâneo é de boa qualidade e apto ao plantio.

O crédito para custeio de cana-de-açúcar destinada ao fabrico de açúcar e álcool deve restringir-se às cotas de produção fi-

xadas pelo Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), exigindo-se do mutuário a carta-compromisso de aquisição do pro-

duto pela usina ou destilaria.

7 - Conceitua-se como de custeio o financiamento das despesas de soca e ressoca de cana-de-açúcar, abrangendo os tratos

culturais e os replantios parciais.

8 - A concessão de financiamento para custeio de batata-inglesa depende de o beneficiário se comprometer a adotar técnica

agronômica e cuidados profiláticos adequados à prevenção de murcha bacteriana (murchadeira).

9 - É vedada a concessão de crédito para custeio de despesas com lavagem de batata. (*)

10 - A concessão de crédito para custeio de soja, em Mato Grosso do Sul, fica condicionada à apresentação de nota fiscal

do produtor, com que o proponente comprove a obtenção e comercialização de safra, no ciclo anterior, correspondente

a, pelo menos, 25 (vinte e cinco) sacos por hectare.

11 - Deve a instituição financeira, para os efeitos do item anterior:

consignar expressamente nas propostas a área plantada e a colheita obtida na safra precedente, mencionando o número

e a data das notas fiscais oriundas de sua comercialização;

confrontar esses dados com seus apontamentos ou exigir cópia da cédula alusiva ao financiamento do ano anterior, se

concedido por outro estabelecimento.

Admite-se também o deferimento dos empréstimos referidos no item 13, sob rigorosa verificação: (*)

se o produtor não houver efetuado plantio no período anterior;

se houver ocorrido frustração de safra, impedindo o alcance da produtividade requerida, conforme laudos periciais ela-

borados para efeito de cobertura do PROAGRO ou de fiscalização.

O elaborador do orçamento deve ter cuidados especiais em definir as verbas necessárias à aquisição e aplicação de defen-

sivos, a fim de se difundirem as práticas de defesa fitossanitária.

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TÍTULO: CRÉDITO RURAL

CAPÍTULO: Créditos de Investimento - 10

SEÇÃO: Disposições Gerais - 1

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Circular nº 548, de 27.06.80

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teira, de fabricação nacional, fica restrito aos modelos relacionados no documento nº 1 deste capítulo.

12 - Admite-se o financiamento de aeronaves, tratores de esteira ou de rodas, colheitadeiras e outras máquinas ou equipa-

mentos de procedência estrangeira, novos, quando forem importados com favores governamentais ou não tiverem simi-

lar nacional à data da proposta apresentada antes do embarque no exterior.

13 - A prova de importação com favores governamentais ou de inexistência de similar nacional deve ser feita pela entrega

de cópia de documentação expedida por órgão competente.

14 - O beneficiário de crédito para investimento relativo à pecuária deve:

adotar medidas profiláticas e sanitárias, em defesa dos rebanhos;

efetuar a marcação dos animais, com rigorosa observância das normas legais.

15 - Classifica-se como de investimento o crédito com predominância de verbas para inversões fixas e semifixas, ao ampa-

ro de projeto integrado, ainda que o orçamento consigne recursos também para gastos de custeio.

16 - Conceitua-se como de investimento o crédito destinado a:

fundação ou ampliação de lavouras de cana, compreendendo os trabalhos preliminares (desmatamento, destoca etc.), o

plantio (incluindo correção de solo, adubação, sementes etc.) e os tratos subseqüentes até a primeira safra (cana-

planta);

1renovação de lavouras de cana em áreas antes ocupadas por canaviais com ciclo produtivo esgotado (cana-planta, soca

e ressoca), compreendendo todos os gastos necessários, até a primeira safra, de acordo com a alínea anterior.

17 - O crédito para formação, ampliação ou renovação de lavoura de cana-de-açúcar destinadas ao fabrico de açúcar ou ál-

cool deve restringir-se às quotas de produção fixadas pelo Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), exigindo-se do forne-

cedor a carta-compromisso de aquisição do produto por usina ou destilaria.

A formação de lavouras de pimenta-do-reino na Amazônia subordina-se à apresentação de laudo do Serviço de Defesa Sa-

nitária Vegetal, da Delegacia Federal de Agricultura, comprovando a sanidade das mudas e a aptidão da área para plan-

tio.

O crédito para investimento subordina-se aos limites estabelecidos no Documento nº 1 - MCR 5, observando-se o disposto

no MCR 12-8, se a beneficiária for cooperativa.

É obrigatória a participação de recursos próprios do beneficiário, em valor igual à diferença entre o total dos investimentos

e o crédito admissível.

A concessão de créditos para investimentos relativos à suinocultura depende da comprovação do atendimento dos mesmos

requisitos técnicos exigidos para fins de créditos de custeio da atividade.

As matrizes e reprodutores suínos financiados devem proceder de criatório com sistema adequado de prevenção e controle

da peste suína africana.

É vedada a concessão de crédito para aquisição de equipamento de lavagem de batata. (*)

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TÍTULO: CRÉDITO RURAL

CAPÍTULO: Créditos a Atividades Pesqueiras - 14

SEÇÃO: Disposições Gerais - 1

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Circular nº 548, de 27.06.80

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18 - É beneficiária de crédito rural a pessoa física ou jurídica que se dedique à exploração da pesca, com fins comerciais.

19 - Define-se como exploração da pesca o exercício, cumulativo ou isolado, da atividade de captura, cultivo, conservação,

beneficiamento, transformação ou industrialização dos seres animais ou vegetais que tenham na água seu meio natural

ou mais freqüente de vida.

20 - Segundo a captura, a pesca comercial classifica-se em:

industrial - quando o exercício da atividade de captura é realizado por embarcações de mais de 20 (vinte) toneladas bru-

tas, operando a distâncias superiores a 5 (cinco) milhas da costa ou em águas interiores;

artesanal - quando o exercício da atividade de captura é realizado por embarcações de até 20 (vinte) toneladas brutas,

operando a distâncias inferiores a 5 (cinco) milhas da costa ou em águas interiores.

21 - Enquadra-se também como artesanal a pesca realizada em águas interiores por embarcações de mais de 20 (vinte) to-

neladas brutas, desde que a exploração do barco se faça em regime de parceria e sejam utilizados apetrechos semelhan-

tes ao de pesca artesanal (arrastões de praias, rede de cerca etc.).

22 - O crédito pode destinar-se a custeio, investimento ou comercialização.

23 - A empresa de conservação, beneficiamento, transformação ou industrialização de pescado pode receber crédito, se

mais de 50% (cinqüenta por cento) da matéria-prima utilizada originar-se de capturas realizadas em águas territoriais

brasileiras por pessoas físicas ou jurídicas. (*)

24 - Considera-se o pescado entregue pelo associado como de captura própria da cooperativa.

25 - O instrumento de crédito deve estipular, em cláusula especial, que os incentivos fiscais acaso atribuídos ao projeto se-

rão recolhidos para amortizar a dívida, na medida da liberação.

26 - Cabe às instituições financeiras articular-se com a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE), a fim

de se manterem atualizadas quanto às diretrizes aplicáveis à atividade pesqueira.

27 - Os créditos destinados à atividade pesqueira, dadas as possibilidades de captação de incentivos fiscais, devem ser con-

cedidos sob cautelas especiais às empresas incentivadas, para que não se prejudique o atendimento de outras atividades

do setor pesqueiro mais carente de recursos.

28 - Os créditos subordinam-se às normas gerais do MCR que não conflitarem com as disposições especiais deste capítulo.

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TÍTULO: CRÉDITO RURAL

CAPÍTULO: Créditos Subsidiáveis - 17

SEÇÃO: Insumos Subsidiáveis - 2

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Circular nº 548, de 27.06.80

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29 - São concedidos subsídios de 15% (quinze por cento) ao ano no crédito para aquisição de fertilizante químico ou mine-

ral.

30 - Deve a instituição financeira:

certificar-se da efetiva potencialidade de absorção dos insumos nas atividades do proponente, com apoio nas indicações

do seu cadastro ou em perícias;

exigir que o orçamento indique a espécie, finalidade, quantidade e valor dos insumos;

exigir que os fiscais ou extensionistas, por ocasião das visitas regulamentares, se manifestem sobre a adequação e sufi-

ciência dos insumos, propondo redução ou aumento do crédito;

l

iberar as verbas somente após o efetivo recebimento dos insumos no imóvel rural do beneficiário do crédito. (*)

31 - O subsídio é devido:

pelo prazo máximo de 2 (dois) anos, no caso de adubação comum;

pelo prazo máximo de 5 (cinco) anos, no caso de adubação intensiva;

durante toda a vigência do crédito de custeio pecuário para retenção, quando o fertilizante constar de seu orçamento.

32 - O prazo de abono do subsídio é contado a partir da assinatura do instrumento de crédito, exceto em projetos integra-

dos, de longa maturação, nos quais flui da data da utilização da parcela, na forma estipulada no orçamento. (*)

33 - O subsídio cessa nos prazos indicados no item 3 ou no vencimento anterior do crédito, devendo a parcela ser transferi-

da do subtítulo específico para os subtítulos genéricos do mesmo título contábil, impreterivelmente no primeiro dia útil

imediato.

34 - Em caso de atraso no pagamento das prestações, a instituição financeira deve transferir do subtítulo específico para o

subtítulo genérico apropriado, no mesmo título contábil, na forma do item anterior:

o saldo das parcelas subsidiadas, se considerar antecipado o vencimento de todo o crédito, com base no art. 11 do De-

creto-lei nº 167, de 14.02.67;

o valor da parcela em mora, se preferir tolerar a inadimplência, sem considerar vencido todo o crédito.

35 - O crédito pode ser prorrogado com subsídio, desde que o prazo contado da emissão da cédula ao novo vencimento não

exceda os limites fixados no item 3.

36 - O crédito a cooperativa, para repasse a associado, não goza de subsídio, que é atribuível aos subempréstimos destina-

dos à aquisição de fertilizante químico ou mineral.

37 - O crédito para adquirir de cooperativa fertilizante químico ou mineral pode gozar do subsídio, ainda que o estoque da

fornecedora se tenha formado com financiamento rural.

38 - Cabe à instituição financeira, na hipótese do item anterior:

se houver financiado o fertilizante à cooperativa e ainda existir saldo devedor, debitar a parcela ao beneficiário, a crédi-

to da conta vinculada da fornecedora, para sua amortização ou liquidação;

se não houver financiado o fertilizante à cooperativa:

exigir declaração em que a fornecedora esclareça se adquiriu o fertilizante com financiamento rural em ser;

em caso afirmativo, debitar a parcela ao beneficiário