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O Casamento entre cu e Terra

"Hoje nos encontramos numa fase nova na

humanidade. Todos estamos regressando CasaComum, Terra: os povos, as sociedades, as

culturas e as religies. Todos trocamos experincias

e valores. Todos nos enriuecemos e nos

completamos mutuamente. !...

!... #amos rir, chorar e aprender. $prender

especialmente como casar C%u e Terra, vale di&er,

como com'inar o cotidiano com o surpreendente, aimanncia opaca dos dias com a transcendncia

radiosa do esp(rito, a vida na plena li'erdade com a

morte sim'oli&ada como um unir)se com os

ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a

grande promessa na eternidade. *, ao final, teremos

desco'erto mil ra&es para viver mais e melhor,

todos juntos, como uma grande fam(lia, na mesma

$ldeia Comum, generosa e 'ela, o planeta Terra."

Casamento entre o cu e a terra. Salamandra, Rio de Janeiro,2001. p. 09

Teologia

Teologia como a palavra sugere o discurso sobre Deus e de todas as coisasvistas lu! de Deus. Constitui uma singularidade de nossa espcie "ue, num momentoda evolu#$o de mil%&es de anos, ten%a surgido a consci'ncia de Deus. Com essa palavra( Deus ( se e)pressa um valor supremo, um sentido derradeiro do universo e da vida e

uma *onte origin+ria de onde prov'm todos os seres.

sse Deus sempre %abita o universo e acompan%a os seres %umanos. -s te)tossagradas das religi&es e das tradi#&es espirituais testemun%am a permanente atua#$o deDeus no mundo. le sempre atua avorecendo a vida, deendendo o raco, oerecendo

perd$o ao caido e prometendo a eternidade da vida em comun%$o com le.

/ertence dos crist$os airmar "ue Deus se acercou da e)ist'ncia %umana e see! le mesmo Deus em Jesus de a!ar. ssim a promessa de uni$o bem aventuradacom le se antecipa e ser+ a destina#$o de todos os seres e da inteira cria#$o.

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ntre as muitas un#&es da teologia, %oe em dia, duas s$o mais urgentes3 como ateologia colabora na liberta#$o dos oprimidos "ue s$o nossos cristos cruciicados %oe ecomo a teologia auda a preservar a mem4ria de Deus para "ue n$o se perca o sentido ea sacralidade da vida %umana, amea#ada por uma cultura da supericialidade, doconsumo e do entretenimento. Devemos unir sempre com usti#a donde nasce a

perspectiva de liberta#$o e importa manter a c%ama da lamparina sagrada sempre acesa,donde se alimenta a esperan#a %umana de um uturo bom para a Terra e a %umanidade.

5ibliograia m6nima de orienta#$o( 5art%, 7arl, 8ntrodu#$o teologia evanglica, Sinodal, S$o eopoldo 19::.( 5o, Clodovis, Teologia e pr+tica. Teologia do pol6tico e suas media#&es, ;o!es,/etr4polis 199

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( Dao!, R.,cologia gerl, ;o!es, /etr4polis 19=aia, um novo ol%ar sobre a vida na Terra, di#&es :0, isboa 19=:.( ;arios, Cuidando do planeta Terra. Ema estratgia para o uturo da vida, publica#$oconunta de E8CF /EAFGGR, S./aulo 1991.( Gilson, ., - uturo da vida, Campus, Rio de Janeiro 2001

Ecologia social

segunda Ha ecologia socialH n$o "uer apenas o meio ambiente. Iuer oambiente inteiro. 8nsere o ser %umano e a sociedade dentro da nature!a. /reocupa(se n$oapenas com o embele!amento da cidade, com mel%ores avenidas, com pra#as ou praiasmais atrativas. Aas priori!a o saneamento b+sico, uma boa rede escolar e um servi#o desade decente. inusti#a social signiica uma viol'ncia contra o ser mais comple)o esingular da cria#$o "ue o ser %umano, %omem e mul%er. le parte e parcela danature!a.

ecologia social propugna por um desenvolvimento sustent+vel. K a"uele em"ue se atende s car'ncias b+sicas dos seres %umanos %oe sem sacriicar o capitalnatural da Terra e se considera tambm as necessidades das gera#&es uturas "ue t'mdireito sua satisa#$o e de %erdarem uma Terra %abit+vel com rela#&es %umanasminimamente ustas.

Aas o tipo de sociedade constru6da nos ltimos L00 anos impede "ue se reali!e

um desenvolvimento sustent+vel. K energ6vora, montou um modelo de desenvolvimento"ue pratica sistematicamente a pil%agem dos recursos da Terra e e)plora a or#a detrabal%o.

o imagin+rio dos pais undadores da sociedade moderna, o desenvolvimento semovia dentro de dois ininitos3 o ininito dos recursos naturais e o ininito dodesenvolvimento rumo ao uturo. sta pressuposi#$o se revelou ilus4ria. -s recursosn$o s$o ininitos. maioria est+ se acabando, principalmente a +gua pot+vel e oscombust6veis 4sseis. o tipo de desenvolvimento linear e crescente para o uturo n$o universali!+vel. $o , portanto, ininito. Se as am6lias c%inesas "uisessem ter osautom4veis "ue as am6lias americanas t'm, a C%ina viraria um imenso estacionamento.

$o %averia combust6vel suiciente e ningum se moveria.

Carecemos de uma sociedade sustent+vel "ue encontra para si odesenvolvimento vi+vel para as necessidades de todos. - bem(estar n$o pode ser apenassocial, mas tem de ser tambm socioc4smico. le tem "ue atender aos demais seres danature!a, como as +guas, as plantas, os animais, os microorganismo, pois todos untosconstituem a comunidade planet+ria, na "ual estamos inseridos, e sem os "uais n4smesmos n$o viver6amos.

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5ibliograia m6nima de orienta#$o( 5o, ., cologia, mundiali!a#$o, espiritualidade, tica, S./aulo 199.( 5o, ., Do iceberg arca de o, >aramond, Rio de Janeiro 2002.( 5o, ., cologia social em ace da pobre!a e da e)clus$o, em tica da vida, etraativa, 5rasilia 2000, pp. L1(:2.

( Ainc, C., Como a!er movimento ecol4gico e deender a nature!a e as liberdades,;o!es, /etr4polis 19=:.( AMller, R, - nascimento de uma civili!a#$o global, "uariana, S./aulo 199etlio ;argas, Rio de Janeiro 19==.

Ecologia mental

terceira, a ecologia mental, c%amada tambm de ecologia prounda, sustenta"ue as causas do dicit da Terra n$o se encontram apenas no tipo de sociedade "ue

atualmente temos. Aas tambm no tipo de mentalidade "ue vigora, cuas ra6!esalcan#am pocas anteriores nossa %ist4ria moderna, incluindo a proundidade da vida

ps6"uica %umana consciente e inconsciente, pessoal e ar"uet6pica.

N+ em n4s instintos de viol'ncia, vontade de domina#$o, ar"utipos sombrios"ue nos aastam da benevol'ncia em rela#$o vida e nature!a. 6 dentro da mente%umana se iniciam os mecanismos "ue nos levam a uma guerra contra a Terra. les see)pressam por uma categoria3 a nossa cultura antropoc'ntrica. - antropocentrismoconsidera o ser %umano reiFrain%a do universo. /ensa "ue os demais seres s4 t'msentido "uando ordenados ao ser %umanoO eles est$o a6 dispon6veis ao seu bel(pra!er.sta estrutura "uebra com a lei mais universal do universo3 a solidariedade c4smica.Todos os seres s$o interdependentes e vivem dentro de uma teia intrincad6ssima derela#&es. Todos s$o importantes.

$o %+ isso de algum ser reiFrain%a e considerar(se independente sem precisardos demais. moderna cosmologia nos ensina "ue tudo tem a ver com tudo em todos osmomentos e em todas as circunst@ncias. - ser %umano es"uece esta realidade. asta(see se coloca sobre as coisas em ve! de sentir(se unto e com elas, numa imensacomunidade planet+ria e c4smica. 8mporta recuperarmos atitudes de respeito e

venera#$o para com a Terra.8sso somente se consegue se antes or resgatada a dimens$o do eminino no

%omem e na mul%er. /elo eminino o ser %umano se abre ao cuidado, se sensibili!a pelaproundidade misteriosa da vida e recupera sua capacidade de maravil%amento. -eminino auda a resgatar a dimens$o do sagrado. - sagrado imp&e sempre limites manipula#$o do mundo, pois ele d+ origem venera#$o e ao respeito, undamentais paraa salvaguarda da Terra. Cria a capacidade de re(ligar todas as coisas sua onte criadora"ue o Criador e o -rdenador do universo. Desta capacidade re(ligadora nascem todasas religi&es. /recisamos %oe revitali!ar as religi&es para "ue cumpram sua un#$o

religadora.

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5ibliograia m6nima de orienta#$o(5errB, T., - son%o da Terra, ;o!es, /etr4polis 1991( 5o, ., nova era3 a civili!a#$o planet+ria, tica, S./aulo 199?.( 5o, .,co(espiritualidade3sentir, pensar e amar como Terra, em cologia3 grito daTerra, grito dos pobres, tica, S./aulo 199?, pp.2=?(aia, o planeta vivoPpor um camin%o suaveQ, /A 1990, /ortolegre 1990.( /rigogine, 8. Stengers 8, nova alian#a, ditora da Eniversidade de 5rasilia,5rasilia 1990.( Sagan, C., /+lido ponto a!ul, Compan%ia das etras, S./aulo 199.( Enger, .A., ncantamento do %umano3ecologia e espiritualidade, oBola, S./aulo199:.(o%ar, D.e Dr. 8an Aars%all, IS, 8ntelig'ncia espiritual, Record, Rio de Janeiro 2000

Ecologia integral

/or im, a "uarta ( a ecologia integral ( parte de uma nova vis$o da Terra. K avis$o inaugurada pelos astronautas a partir dos anos 0 "uando se lan#aram os primeirosoguetes tripulados. les v'em a Terra de ora da Terra. De l+, de sua nave espacial ouda ua, como testemun%aram v+rios deles, a Terra aparece como resplandecente planetaa!ul e branco "ue cabe na palma da m$o e "ue pode ser escondido pelo polegar %umano.

Da"uela perspectiva, Terra e seres %umanos emergem como uma nica entidade.

- ser %umano a pr4pria Terra en"uanto sente, pensa, ama, c%ora e venera. Terraemerge como o terceiro planeta de um Sol "ue apenas um entre 100 bil%&es de outrosde nossa gal+)ia, "ue, por sua ve!, uma entre 100 bil%&es de outras do universo,universo "ue, possivelmente, apenas um entre outros mil%&es paralelos e diversos donosso. tudo camin%ou com tal calibragem "ue permitiu a nossa e)ist'ncia a"ui eagora. Caso contr+rio n$o estar6amos a"ui. -s cosm4logos, vindos da astro6sica, da6sica "u@ntica, da biologia molecular, numa palavra, das ci'ncias da Terra, nosadvertem "ue o inteiro universo se encontra em cosmog'nese. 8sto signiica3 ele est+ emg'nese, se constituindo e nascendo, ormando um sistema aberto, sempre capa! denovas a"uisi#&es e novas e)press&es. /ortanto ningum est+ pronto. /or isso, temos "ue

ter paci'ncia com o processo global, uns com os outros e tambm conosco mesmo, poisn4s, %umanos, estamos igualmente em processo de antropog'nese, de constitui#$o e denascimento.

Tr's grandes emerg'ncias ocorrem na cosmog'nese e antropog'nese3 P1Q acomple)idadeFdierencia#$o, P2Q a auto(organi!a#$oFconsci'ncia e P

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%umano, o esp6rito estava antes no universo. gora ele emerge em n4s na orma daconsci'ncia rele)a e da amori!a#$o. , "uanto mais comple)o e consciente, mais serelaciona e se religa P