1 – caracterizaÇÃo da bacia do rio longÁ · 5 1 – caracterização da bacia do rio longá...

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1 BACIA DO RIO LONGÁ SUMÁRIO 1 – CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO LONGÁ ................................................ 5 1.1 – Localização geográfica da bacia do rio Longá .................................................................................... 5 1.2 –Divisão municipal na bacia do rio Longá................................................................................................. 5 1.3 – Malha viária na bacia do rio Longá ........................................................................................................... 5 1.4 - Geologia da bacia do rio Longá .................................................................................................................... 5 1.4.1 Introduªo .......................................................................................................................................................... 5 1.4.2 Grupos e formaıes geolgicas ................................................................................................................. 6 1.5 – Geomorfologia e pedologia na bacia do rio Longá......................................................................... 10 1.5.1 Introduªo ........................................................................................................................................................ 10 1.5.2 - Cuesta da Ibiapaba ........................................................................................................................................ 10 1.5.3 - Tabuleiros do Parnaba ................................................................................................................................. 10 1.5.4 - Baixada de Campo Maior ............................................................................................................................. 11 1.6 – Clima na bacia do rio Longá ........................................................................................................................ 11 1.6.1 Introduªo ........................................................................................................................................................ 11 1.6.2 VariÆveis atmosfØricas ................................................................................................................................. 11 1.7– Vegetação na bacia do rio Longá............................................................................................................... 12 1.7.1 - Introduªo......................................................................................................................................................... 12 1.7.2 Fitoecologia ...................................................................................................................................................... 12 1.7.3 - `reas de proteªo ambiental ..................................................................................................................... 12 1-8 – Potamologia da bacia do rio Longá ........................................................................................................ 12 1.8.1 Introduªo ........................................................................................................................................................ 12 1.8.2 - Rede de drenagem ....................................................................................................................................... 13 2 - ASPECTOS POPULACIONAIS NA BACIA DO RIO LONGÁ ................................ 13 2.1 - Introdução.............................................................................................................................................................. 13 2.2 – Índice de desenvolvimento humano (IDH) ...................................................................................... 13 2.3 – Crescimento populacional ............................................................................................................................ 13 3 - CONDIÇÕES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS SEDES MUNICIPAIS DO PROJETO PILOTO, NA BACIA DO RIO LONGÁ..................................................... 14 3.1 – Introdução ............................................................................................................................................................. 14 3.2 – Recursos hídricos utilizados ....................................................................................................................... 14 3.3– Os aqüíferos na bacia do rio Longá .......................................................................................................... 14 3.4 – Potencialidade dos aqüíferos ..................................................................................................................... 15 3.4.1 - Aqüfero Barreiras e aqüferos aluviais .................................................................................................. 15 3.4.2 - Aqüfero Poti e aqüfero Piau..................................................................................................................... 15 3.4 3 - Aqüfero Cabeas ............................................................................................................................................ 16 3.4.4 - Aqüfero Serra Grande.................................................................................................................................. 16

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BACIA DO RIO LONGÁ SUMÁRIO

1 – CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO LONGÁ ................................................ 5

1.1 – Localização geográfica da bacia do rio Longá ....................................................................................5

1.2 –Divisão municipal na bacia do rio Longá.................................................................................................5

1.3 – Malha viária na bacia do rio Longá ...........................................................................................................5

1.4 - Geologia da bacia do rio Longá ....................................................................................................................5 1.4.1 � Introdução ..........................................................................................................................................................5 1.4.2 � Grupos e formações geológicas .................................................................................................................6

1.5 – Geomorfologia e pedologia na bacia do rio Longá.........................................................................10 1.5.1 � Introdução ........................................................................................................................................................10 1.5.2 - Cuesta da Ibiapaba........................................................................................................................................10 1.5.3 - Tabuleiros do Parnaíba .................................................................................................................................10 1.5.4 - Baixada de Campo Maior.............................................................................................................................11

1.6 – Clima na bacia do rio Longá ........................................................................................................................11 1.6.1 � Introdução ........................................................................................................................................................11 1.6.2 � Variáveis atmosféricas .................................................................................................................................11

1.7– Vegetação na bacia do rio Longá...............................................................................................................12 1.7.1 - Introdução.........................................................................................................................................................12 1.7.2 � Fitoecologia ......................................................................................................................................................12 1.7.3 - Áreas de proteção ambiental .....................................................................................................................12

1-8 – Potamologia da bacia do rio Longá ........................................................................................................12 1.8.1 � Introdução ........................................................................................................................................................12 1.8.2 - Rede de drenagem .......................................................................................................................................13

2 - ASPECTOS POPULACIONAIS NA BACIA DO RIO LONGÁ................................ 13

2.1 - Introdução..............................................................................................................................................................13

2.2 – Índice de desenvolvimento humano (IDH) ......................................................................................13

2.3 – Crescimento populacional ............................................................................................................................13

3 - CONDIÇÕES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS SEDES MUNICIPAIS DO PROJETO PILOTO, NA BACIA DO RIO LONGÁ..................................................... 14

3.1 – Introdução .............................................................................................................................................................14

3.2 – Recursos hídricos utilizados .......................................................................................................................14

3.3– Os aqüíferos na bacia do rio Longá ..........................................................................................................14

3.4 – Potencialidade dos aqüíferos .....................................................................................................................15 3.4.1 - Aqüífero Barreiras e aqüíferos aluviais ..................................................................................................15 3.4.2 - Aqüífero Poti e aqüífero Piauí.....................................................................................................................15 3.4 3 - Aqüífero Cabeças ............................................................................................................................................16 3.4.4 - Aqüífero Serra Grande..................................................................................................................................16

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24– SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA BACIA DO RIO LONGÁ ............ 16

4.1 - Introdução..............................................................................................................................................................16

4.2 - – Administração dos sistemas de abastecimento de água ........................................................17

5– UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS NA BACIA DO RIO LONGÁ............................................................................................................... 17

5.1 - Introdução..............................................................................................................................................................17

5.2 – Captações de águas subterrâneas...........................................................................................................18

5.3 – Construção das captações de água subterrâneas ..........................................................................18 5.3.1 � Profundidade dos poços tubulares ..........................................................................................................18 5.3.2 - Construção das Casas de força .................................................................................................................18 5.3.3 - Equipagem dos poços ...................................................................................................................................19 5.3.4 - Manutenção das captações .........................................................................................................................19 5.3.5 � Cerramento dos poços tubulares abandonados .................................................................................19

5.4 – Operação dos poços .........................................................................................................................................19 5.4.1 - Exlotação das águas dos aqüíferos..........................................................................................................19 5.4.2 � Estado atual dos poços tubulares das sedes municipais ................................................................19

5.5 - Adução das águas explotadas.....................................................................................................................20 5.5.1 � Construção das adutoras ............................................................................................................................20 5.5.2 - Operação das adutoras ................................................................................................................................20 5.5.3 - Aspectos da manutenção das adutoras .................................................................................................21

5.6 – Reservação das águas explotadas...........................................................................................................21 5.6.1 - Construção dos reservatórios ....................................................................................................................21 5.6.2 - Operacão dos reservatórios........................................................................................................................21 5.6.3 - Manutenção dos reservatórios...................................................................................................................22

5.7 - Distribuição............................................................................................................................................................22 5.7.1 - Construção das redes de distribuição.....................................................................................................22 5.7.2 � Operação das redes de distribuição........................................................................................................22 5.7.3- Manutenção das redes de distribuição.....................................................................................................23

6 – UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS NA BACIA DO RIO LONGÁ............................................................................................................... 23

6.1 - Introdução..............................................................................................................................................................23

6.2 – Construção de barragens..............................................................................................................................24

7 - QUALIDADE ATUAL DAS ÁGUAS DOS POÇOS TUBULARES NA BACIA DO RIO LONGÁ............................................................................................................... 24

7.1- Introdução ...............................................................................................................................................................24

7.2 – Classificação das águas subterrâneas quanto ao teor de sais ...............................................24

7.3 – Proteção sanitária dos poços tubulares...............................................................................................25 7.3.1 - Perímetro de proteção dos poços.............................................................................................................25 7.3.2 � Laje de proteção dos poços .......................................................................................................................25 7.3.3 - Tampa de boca dos poços...........................................................................................................................26 7.3.4 � Estado de conservação da tampa dos poços.......................................................................................27 7.3.5 - Vedação da boca dos poços........................................................................................................................27 7.3.6 � Risco de poluição das águas nos poços.................................................................................................28

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38 - OFERTA DIÁRIA ATUAL DE ÁGUA NA BACIA DO RIO LONGÁ ........................ 29

8.1 – Introdução .............................................................................................................................................................29

8.2 – Volumes extraídos e oferta de água ......................................................................................................29

9 - ASPECTOS FINANCEIROS DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA BACIA DO RIO LONGÁ ....................................................................................... 30

9.1 – Introdução .............................................................................................................................................................30

9.2 - Custos ......................................................................................................................................................................30

9.3 - Tarifas .......................................................................................................................................................................31

10 – PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS MUNICIPAIS NA BACIA DO RIO LONGÁ.......................................................................................................................... 32

10.1 - Introdução ...........................................................................................................................................................32

10.2 - Planos projetos municipais informados .............................................................................................32 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1 - Carta Estratigráfica da Bacia Sedimentar Parnaíba...........................................7 Figura 1.2 � Seção geológica esquemática de direção WNW � ESE, da Bacia Sedimentar

Parnaíba............................................................................................9 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1.1 - Litologia das formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba.....................8 Tabela 1.2 � Era, período e idade das principais formações de interesse hidrogeo_

lógico........................................................................................................9 Tabela 1.3 � Temperatura mínima média, máxima média e temperatura média

do ar nos municípios da bacia do rio Longá...................................................11 Tabela 2.1 - Índice de desenvolvimento humano � IDH e taxa de urbanização......................14 Tabela 3.1 - Características gerais dos principais sistemas aqüíferos da Bacia

Sedimentar Parnaíba.................................................................................15 Tabela 3.2 - Disponibilidade potencial do sistema aqüífero Parnaíba....................................16 Tabela 3.3 � Disponibilidade hídrica subterrânea no Estado do Piauí....................................16 Tabela 4.1 � Entidades responsáveis pelos dos sistemas de abastecimento

Público de água .......................................................................................17 Tabela 5.1 � Reservas, e recursos explotáveis de águas subterrâneas no Estado

do Piauí...................................................................................................17 Tabela 5.2 � Profundidade e estado atual dos poços..........................................................18

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4Tabela 5.3 - Estado atual dos poços.................................................................................20 Tabela 5.4 � Capacidade de reservação das águas explotadas.............................................21 Tabela 5.5 � Extensão de redes de distribuição de água.....................................................22 Tabela 5.5 � Ligações hidráulicas prediais.........................................................................23 Tabela 7.1 � Classificação das águas segundo a salinidade, e estado atual dos

poços.....................................................................................................24 Tabela 7.2 � Perímetro de proteção e estado atual dos poços.............................................25 Tabela 7.3 � Laje de proteção e estado atual dos poços.....................................................26 Tabela 7.4 � Tampa de boca, e estado atual dos poços......................................................26 Tabela 7.5 � Estado de conservação da tampa e estado atual dos poços..............................27 Tabela 7.6 - Capacidade da vedação da boca do poço pela tampa.......................................27 Tabela 7.7 - Grau de risco de poluição das águas dos poços...............................................28 Tabela 8.1 � Volumes de águas subterrâneas explotados e oferta diária..............................29 Tabela 8.2 � Valores referenciais de consumo per capta....................................................30 Tabela 9.1 � Informações tarifárias dos sistemas de abastecimento....................................31

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1 – Caracterização da bacia do rio Longá

1.1 – Localização geográfica da bacia do rio Longá

A bacia do rio Longá localiza-se, aproximadamente entre as coordenadas 3° 03� e 5° 16� de latitude sul, e entre 41° 04� e 42° 43� de longitude, a oeste de Greennwich.(Mapa 6)

1.2 –Divisão municipal na bacia do rio Longá A área da bacia do rio Longa é da ordem de 22.634 km2, e corresponde a 9,02 % da área total do Estado do Piauí A bacia do rio Longa contém 16 municípios (Mapa 4), que são relacionados a seguir

Municípios da bacia do rio Longa

01 � Boa Hora 02 � Boqueirão do Piauí 03 � Brasileira 04 � Cabeceiras do Piauí 05 - Caraúbas do Piauí 06 - Caxingó 07 � Cocal de Telha 08 � Cocal dos Alves

09 � Coivaras 10 � Domingos Mourão 11 � Jatobá do Piauí 12 � Lagoa Alegre 13 � Lagoa de São Francisco 14 � Nossa Senhora de Nazaré do Piauí 15 � São João da Fronteira 16 � São José do Divino

1.3 – Malha viária na bacia do rio Longá A malha viária da Bacia do rio Longá pode ser vista no Mapa 7 A região apresenta malha rodoviária satisfatória, em conseqüência da relativa proximidade de Teresina, capital do Estado. A cidade de Piripiri corresponde ao centro de convergência das rodovias da área da bacia, interligando as principais cidades da região, e também a capital, Teresina. Entre elas deve-se incluir a rodovia federal BR 222, que se destaca pela grande importância de via de transporte interestadual. Na bacia do rio Longá as estradas não pavimentadas se encontram com leito em bom estado de conservação Deve-se ressaltar, no entanto, que praticamente inexiste obra de proteção lateral (cerca) das rodovias e estradas; ou quando existe, não tem havido conservação, o que aumenta sobremaneira o grau de risco de acidentes, principalmente pela grande freqüência de animais nas pistas.

1.4 - Geologia da bacia do rio Longá

1.4.1 – Introdução

A Lei Nº 9.433, de 09 de janeiro de 1997, no Artigo 1º, inciso V, estabelece a bacia hidrográfica como unidade territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de recursos hídricos. A Política de Recursos Hídricos trata da gestão unificada dos recursos hídricos, que se apresenta sob duas formas de jazimento: superficial e subterrâneo. Deve-se observar, no entanto, que o domínio físico das bacias hidrográficas é delimitado a partir de critérios relativos à

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6superfície dos terrenos, e que tem servido também para o estabelecimento de limites administrativos, inclusive de municípios, ao passo que o domínio dos aqüíferos é delimitado com critérios relativos à subsuperfície. Os aqüíferos de domínios regionais, usualmente correspondem a seqüências litológicas, que no passado se estabeleceram em áreas extensas e tectonicamente instáveis da crosta terrestre. Portanto, foram áreas sujeitas, a eventos de abatimentos, soerguimentos, processos deposicionais, processos erosivos, que determinam a presença ou a remoção de sedimentos, e também eventos magmáticos (vulcanismo), que conformam a geometria de cada seqüência estratigráfica nelas presente. Essas grandes unidades da crosta terrestre, são denominadas bacias sedimentares, que podem atingir superfícies de centenas de milhares de quilômetros quadrados, com alguns quilômetros de profundidade, e onde se instalam os mais produtivos aqüíferos da Terra. As grandes bacias hidrográficas que drenam a superfície terrestre podem estar estabelecidas integralmente nas bacias sedimentares, ou como acontece com a maioria delas, podem avançar para além dos limites sedimentares, por sobre áreas de rochas cristalinas das vizinhanças das bacias sedimentares. Por outro lado, devido à grande extensão da superfície das bacias sedimentares que contêm amplos aqüíferos, podem estar presentes mais de uma bacia hidrográfica; e como a unidade física para o planejamento dos recursos hídricos é a bacia hidrográfica, a existência de duas formas de jazimento do recurso tem anteposto, até os dias atuais, certo grau de dificuldade à sua gestão unificada, em todos os níveis de governo. A Bacia hidrográfica do Parnaíba não é exceção: alguns rios e riachos avançam por sobre rochas cristalinas mais antigas, pré-cambrianas,e drenam as águas superficiais dessas áreas para o interior da Bacia Sedimentar Parnaíba, cuja sedimentação ocorreu nas eras paleozóica, mesozóica e mesmo cenozóica. Sob o aspecto de domínio político-administrativo, tanto a Bacia Hidrográfica do Parnaíba, como a Bacia Sedimentar Parnaíba, ultrapassam os limites do Estado do Piauí.

1.4.2 – Grupos e formações geológicas

A bacia hidrográfica Longá está totalmente contida no domínio da Bacia Sedimentar Parnaíba, que constitui a principal bacia sedimentar da região nordeste brasileira A alternância de formações geológicas com diferentes permeabilidades, que mergulham para o interior da bacia sedimentar, condiciona a constituição de aqüíferos em contato direto com a atmosfera, denominados livres; e aqüíferos, recobertos por camadas impermeáveis que os isolam da atmosfera, tornando-se confinados (artesianos), podendo mesmo apresentar poços com artesianismo jorrante Para melhor entendimento da seqüência temporal dos eventos deposicionais e eventos tectono-magmáticos, é apresentada a Figura 1.1, a seguir, que contém a Carta Estratigráfica da Bacia Sedimentar Parnaíba

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Figura 1.1 - Carta Estratigráfica da Bacia Sedimentar Parnaíba

Modificado de Boletim de Geociências da Petrobrás no. 1, vol. 8, 1994 Fonte: Brasil. Secretaria de Minas e Metalurgia. CPRM � Serviço Geológico do Brasil. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil, 2001 � 4 CD-ROM.

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8 Na Tabela 1.1 a seguir, é apresentada a descrição sucinta sobre a litológica das formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba, presentes na área da bacia de drenagem do rio Longá. Entre as unidades sedimentares foi incluída a Formação Sardinha (Ks), que embora seja constituída por rochas cristalinas (basaltos, diabásios e gabros) representantes da fase de magmatismo na Bacia Sedimentar Parnaíba, impõe forte interferência no jazimento, fluxo e qualidade das águas subterrâneas Tabela 1.1 - Litologia das formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba

Formações geológicas Litologias

SEDIMENTOS QUATERNÁRIOS E TERCIÁRIOS QHa Sedimentos quaternários holocênicos: aluviões (dunas)

Grupo Barreiras Grupo Barreiras (Tb) (Indiviso)

Sedimentos pouco consolidados, avermelhados, constituídos de arenitos síltico-argilosos, e conglomeráricos SEDIMENTOS MESOZÓICOS E PALEOZÓICOS

Itapecuru (Ki Arenitos médios a grosseiros, com intercalações de argilitos e siltitos Sardinha (Ks) Basaltos escuros, predominantemente alterados, gabros e micromangeritos

Corda(Jc) Arenito cinza esbranquiçado e avermelhado, fino a grosseiro, e raros níveis de sílex

Pastos Bons (Jpb) Siltitos e folhelhos, argilito verde e castanho avermelhado Mosquito (TRJm) Unidade não aflorante (Vulcanismo)

Grupo Balsas Form. Samambaia (TRs) Arenito róseo e amarelo, médio a fino, bem selecionado, bimodal

Form. Motuca (Pm) Siltito averlhlhado a marrom, arenito branco fino a médio, anidrita e vários calcários

Form Pedra de Fogo (Ppf)

Sílex e calcário oolítico e pisolítico, creme a branco, eventualmente estromatolítico, intercalado com arenito fino-médio amarelado, folhelho cinzento e anidrita franca. São característicos desta formação os troncos petrificados de Psaronius

Form. Piauí (Cpi) Arenito cinza-esbranquiçado, predominantemente fino a médio e bem selecionado, eventualmente conglomerático, folhelho vermelho e calcário esbranquiçado

Grupo Canindé

Form. Poti Arenito cinza-esbrasnquiçado intercalado e laminado com folhelho e siltito Form. Longá (DCl) Folhelho e siltito cinza-médio e arenito branco, fino e argiloso Form. Cabeças(Dc) Arenito fino, bem selecionado Form. Pimenteiras (Dp) Folhelho cinza escuro a preto, com delgadas camadas de arenito fino Form. Itaim (Di) Arenito fino esbranquiçado e folhelho cinza médio a escuro

Grupo Serra Grande Form. Jaicós (Sj) Arenito médio/grosseiro e eventuais pelitos Form. Tianguá (St) Esta unidade não ocorre no Estado do Piauí Form. Ipu (Si) Arenito hialino, médio a grosseiro, raramente siltito, folhelho e diamictito

Formações cambrianas ROCHAS PRÉ-CAMBRIANAS

Fonte: Brasil. Secretaria de Minas e Metalurgia. CPRM � Serviço Geológico do Brasil. Mapa Geológico do Estado do Piauí; escala 1;1.000.000; 1995

As formações geológicas presentes na Bacia do rio Longá, que apresentam melhores características como aqüíferos são, das mais novas para as mais antigas: Grupo Balsas: formação Piauí; Grupo Canindé: formação Poti, formação Cabeças, e formação Itaim; e o Grupo Serra Grande. As formações sedimentares que constituem os principais aqüíferos (Piauí, Cabeças e Serra Grande), são constituídas por sedimentos paleozóicos. A Tabela 1.2 a seguir apresenta as idades das principais formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba, de interesse hidrogeológico.

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9Tabela 1.2 – Era, período e idade das principais formações de interesse

hidrogeológico

Formação aqüífera Era Período Idade (Ma) Aluviões (Q) Quaternário (Q) 1,75 Grupo Barreiras (Tb)

Cenozóica Terciário (T) 65�1,75

Formação Sardinha(Ks) Mesozóica Cretáceo (K) 135-65 Formação Piauí (Cpi) Carbonífero (C) 355-295

Formação Poti (Cpo) Carbonífero (C) 355-295 Formação Longá (DCℓ) Devoniano (D) 410-355 Formação Cabeças(Dc) Devoniano (D) 410-355 Formação Pimenteiras (Dp) Devoniano (D) 410-355 Formação Serra Grande (Ssg)

Paleozóica

Siluriano (S) 435-410

Para melhor entendimento da geometria das seqüências estratigráficas da Bacia Sedimentar Parnaíba, é apresentada na Figura 1.2 a seguir, apenas de forma esquemática, a seção transversal WNW � ESE, onde são evidenciados os grupos de formações geológicas sedimentares, denominados Balsas, Canindé, e Serra Grande, de interesse hidrogeológico, apoiados essencialmente sobre rochas do embasamento cristalino Figura 1.2 – Seção geológica esquemática de direção WNW – ESE, da Bacia Sedimentar Parnaíba

Seção Geológica Esquemática da Bacia do Parnaíba

Fonte: Brasil. Secretaria de Minas e Metalurgia. CPRM � Serviço Geológico do Brasil. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil, 2001 � 4 CD-ROM.

Pode-se observar na seção, que de leste para oeste, ocorrem afloramentos dos sedimentos do Grupo Serra Grande, que recobertos por sedimentos do Grupo Canindé, que também apresentam partes aflorantes, mas que para oeste, para o interior da Bacia, se tornam recobertos pelos sedimentos do Grupo Balsas. Essa disposição estratigráfica permite o confinamento de alguns aqüíferos da Bacia, pela sobreposição de camadas de sedimentos de reduzida condutividade hidráulica. A caracterização dos aqüíferos é apresentada nos itens 3.3 e 3.4

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101.5 – Geomorfologia e pedologia na bacia do rio Longá

1.5.1 – Introdução A unidades geomorfológicas da área são as feições físicas da superfície, esculpidas pelos agentes da dinâmica externa terrestre, no decorrer do tempo geológico, e que têm grande influência no atual clima da região. São descritas a seguir, as principais feições geomorfológicas, e pela correspondência de fatores, também os tipos de solos que ocorrem na bacia do rio Longá.

1.5.2 - Cuesta da Ibiapaba Na borda leste da Bacia Sedimentar Parnaíba, a Formação Serra Grande, que mergulha para o interior da bacia sedimentar, ou seja, para oeste, fica sujeita a processo de erosão remontante da drenagem obseqüente que se dirige para as áreas cristalinas do Estado do Ceará, originando relevo de escarpas, do tipo cuesta. Em grande parte dessa cuesta se intala o divisor de águas da parte leste da bacia do rio Longá. De acordo com o IBGE (1), a Cuesta da Ibiapaba ocorre como prolongamento norte, da Cuesta da Serra Grande, na divisa com o Estado do Ceará, também de direção geral norte-sul. Há predomínio de rampas com declividades suaves, de 2 a 5°, no sentido do mergulho dos estratos da Bacia Sedimentar Parnaíba. Corresponde a áreas conservadas, modeladas nos arenitos da formação Serra Grande, capeadas por coberturas areno-argilosas. Os solos aí desenvolvidos são muito profundos, identificados como Latossolos Amarelos álicos e Areias Quartzosas. O geossistema Ibiapaba é dissecado por um sistema de drenagem conseqüente, relativamente à formação Serra Grande, de padrão paralelo, e que desenvolve vales com vertentes suaves, que apresenta apresentando solos pouco espessos. No fundo dos vales, ocorrem Planossolos Solódicos e Solonertz Solodizados.

1.5.3 - Tabuleiros do Parnaíba A parte central da Bacia Sedimentar Parnaíba, e portanto, também da bacia do rio Longá, ocorrem os Tabuleiros do Rio Parnaíba, de maior expressão em área, e que correspondem a sedimentos páleo-mesozóicos, referentes a afloramentos das formações geológicas Cabeças, Longá, Poti e Sardinha Segundo o IBGE (1), os tabuleiros englobam partes do médio e baixo curso do rio Parnaíba, estendendo-se pelo Estado do Piauí, e áreas do Estado do Maranhão, posicionando-se na zona de transição entre o clima semi-árido da caatinga, e o clima úmido da Amazônia. Esse geossistema é marcado por diferenças morfopedológicas originárias das influências litológicas, geoestruturais e climáticas, com reflexos na cobertura vegetal e na conformação do relevo. Nos interflúvios, predominam feições tabulares esculpidas sobre arenitos e siltitos recobertos por material areno-argiloso, do qual derivam Latossolos Amarelos álicos e distróficos; e Podzólicos vermelho-amarelos álicos. Esses tabuleiros terminam em rampas com declives de 2 a 5°. Algumas partes dessas rampas estão capeadas por sedimentos arenosos com domínio das Areias Quartzosas, e outras partes sofrem processos de retrabalhamento com retirada da cobertura, e exposição do substrato, sobre as quais ocorrem solos pouco espessos, de textura arenosa. Localmente, nas áreas de ocorrência de rochas básicas da Formação Sardinha, ocorrem rampas que exibem áreas que contêm solos com alta fertilidade, representados por Brunizéns Avermelhados vérticos.

Page 11: 1 – CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO LONGÁ · 5 1 – Caracterização da bacia do rio Longá 1.1 – Localização geográfica da bacia do rio Longá A bacia do rio LongÆ localiza-se,

111.5.4 - Baixada de Campo Maior Esta unidade geoambiental compreende as áreas deprimidas da região de Campo maior, situada no baixo curso do rio Parnaíba, drenada pelo rio Longá e seus afluentes. Trata-se de uma extensa depressão, contendo áreas alagadiças, resultantes da baixa permeabilidade das seqüências pelíticas dos sedimentos da formação Longá aí aflorantes. Dessas seqüências derivam solos dominantemente plínticos e concrescionários. Além desses tipos de solos, ocorrem, na bacia do rio Longá, o Latossolo Vermelho-Escuro, Bruno Não-cálcico, Solos Litólitos álicos e distróficos, Cambissolos, Planossolo solódico, e.Podzólico Vermelho-Amarelo concrescionário

1.6 – Clima na bacia do rio Longá

1.6.1 – Introdução

O clima na bacia do rio Longá, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo Aw�, quente e úmido com estação chuvosa no outono, com início no verão

1.6.2 – Variáveis atmosféricas a) Temperatura A temperatura média situa-se em torno de 27°C, submetida a variações em função da estação chuvosa. A média das máximas é da ordem de 30,5°C, enquanto a média das mínimas é da ordem de 23,2°C A Tabela 1.3 apresenta a temperatura mínima média, a temperatura máxima média, e a temperatura média nos municípios da bacia do rio Longá Tabela 1.3 – Temperatura mínima média, máxima média e temperatura média do ar nos

municípios da bacia do rio Longá

Município Temp mín média do ar (ºC)

Temp.máx média do ar

(ºC)

Temp.média do ar (ºC)

Boa Hora 22,0 33,1 27,0 Boqueirão do Piauí 22,0 33,1 27,0 Brasileira 21,6 32,6 26,5 Cabeceiras do Piauí 22,1 33,2 27,1 Caraúbas do Piauí 22,5 33,4 27,4 Caxingó 22,8 33,7 27,7 Cocal de Telha 21,9 33,0 26,9 Cocal dos Alves 22,3 33,2 27,2 Coivaras 21,5 32,7 26,6 Domingos Mourão 22,0 33,0 27,0 Jatobá do Piauí 21,3 32,3 26,2 Lagoa Alegre 22,1 33,2 27,1 Lagoa de São Francisco 20,4 31,2 25,1 Nª Sª de Nazaré do Piauí 22,6 33,8 27,7 São João da Fronteira 21,4 32,2 26,2 São José do Divino 22,5 33,5 27,5

Fonte: . Lima; M. G. de e Assunção, H.F da. Estimativa da Temperatura do ar no Piauí. Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2002.

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12b) Umidade relativa do ar A umidade relativa do ar, média, é da ordem de 75%, crescendo de sudeste para noroeste c) Pluviometria A precipitação média anual situa-se ao redor de 1.200 mm, devendo-se observar que no trimestre março-abril-maio, há concentração de aproximadamente 60% do total anual d) Evaporação e evapotranspiração potencial A evaporação média anual é estimada em 1.600 mm, enquanto a evapotranspiração potencial chega a 1.700 mm

1.7– Vegetação na bacia do rio Longá

1.7.1 - Introdução A cobertura vegetal da bacia do rio Longá é complexa. Inserida em área de clima quente e úmido, com interferência antrópica de centenas de anos. Sob o aspecto fitoecológico está em área de tensão ecológica.

1.7.2 – Fitoecologia

A bacia do rio Longá está integralmente inserida na Área de Tensão Ecológica(1) �O rio Longá, ao seccionar longitudinalmente a baixada de Campo Maior, esboça vales rasos, com rampas suaves, sulcadas por processo de escoamento concentrado e predispostas ao aporte de material sedimentar. Em toda a área nota-se a vegetação de Parque, com a mistura de Savana/Estepe. A Savana ocupa as partes mais elevadas, e a Estepe, caracterizada por extensos carnaubais, é observada nas áreas baixas e alagadas periodicamente.� Comumente no contato Savana/Estepe estão presentes espécies vegetais como Murici, goiabinha, araçá, jatobá, pinhão, aroeira�da-praia, jurema preta, quebra-faca, lixeira, etc. Na Baixada de Campo Maior ocorrem espécies características do contato Savana/Floresta estacional, onde é freqüente a ocorrência de espécies como a aroeira, braúna, jatobá, pau-ferro, jacarandá, mangabeira, angico-de bezerro, sucupira, coração-de-negro, etc

1.7.3 - Áreas de proteção ambiental No domínio da bacia do rio Longá, em sua porção centro-leste, está presente a Área de Proteção Ambiental da Serra da Ibiapaba, entre as cidades de Brasileira e Domingos Mourão

1-8 – Potamologia da bacia do rio Longá

1.8.1 – Introdução A área de drenagem do rio Longá tem como divisores de leste, os altos da formação Serra Grande; de sudeste, os sedimentos da formação Cabeças; de sudeste , a formações Poti e Piauí, seguindo-se para norte, por sobre os sedimentos do Grupo Barreiras.

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131.8.2 - Rede de drenagem O rio Longá nasce na porção central sul da bacia, no distrito de Lagoa do Mato no município de Alto Longá, tomando rumo norte, e se torna perene após a confluência dom os rios Jenipapo, pela margem direita, e Surubim, pela esquerda, a jusante da cidade de Campo Maior, até sua foz, no rio Parnaíba.(Mapas 1 e 2) A hidrografia básica é representada pelo rio Longá e seus afluentes, destacando-se, pela margem direita, de montante para jusante, o rio Corrente, o rio dos Matos, perene desde a cidade de Piripiri, até a foz, em Esperantina, com vazão média de 25 m3/s, e o rio Piracuruca, que é perene em todo o seu curso, com vazão média anual de 68 m3/s (e seu afluente Jacareí); e pela margem esquerda,com menores cursos, destacam-se os rios Marataoan, e Jenipapo Considerando-se a linha geral de escoamento do rio Longá, ele se apresenta como rio subseqüente, segundo a classificação de William Morris Davis, relativamente à formação Longá, até a porção sudeste da cidade de Esperantina. Aqui, se desvia para leste, ao encontrar rochas magmáticas cretácicas da formação Sardinha (Ks), mais resistentes, representadas por basaltos escuros, alterados; diabásios; gabros e micromangeritos. Esse segmento oeste-leste tem cerca de 30 km, tomando novamente a direção norte, em trecho novamente subseqüente sobre sedimentos da formação Longá, com muitos entrecortes causados ainda por afloramentos das rochas mais resistentes da formação Sardinha, até ser interceptado pelo rio Parnaíba, onde depõe suas águas. Deve-se ressaltar que os trechos subseqüentes dos rios devem ser considerados quando do interesse em construção de barragem para múltiplos usos, pois barragens sucessivas nesses trechos, além da reservação de água para abastecimento e regularização de vazões, representam não apenas um ponto, mas uma linha de pontos de recarga natural induzida dos aqüíferos, que na região adquirem importância estratégica no abastecimento. ...Segundo o IBGE 1, a bacia do rio Longá tem uma disponibilidade hídrica de 5,4 bilhões de metros cúbicos, dos quais o deflúvio direto é da ordem de 40,45 m3/s Apresenta, na sua foz, no trimestre mais seco, vazão média da ordem de 15,34 m3/s.

2 - Aspectos populacionais na bacia do rio Longá

2.1 - Introdução

Como um dos objetivos do Diagnóstico na área do Projeto piloto consiste na busca de alternativas de abastecimento adequado para as atuais e futuras demandas da população, foram incluídos levantamentos de dados documentais sobre aspectos populacionais, específicos da bacia do rio Longá, sinteticamente apresentados a seguir.

2.2 – Índice de desenvolvimento humano (IDH)

O Índice de desenvolvimento humano, que sintetiza a qualidade de vida do cidadão, em cada sede municipal do projeto piloto, na área da bacia do rio Longá é apresentado na Tabela 2.1.

2.3 – Crescimento populacional

Embora de maneira pouco acentuada, porém de utilidade especificamente voltada para a projeção dos cenários futuros da demanda de água, visando ao adequado planejamento dos sistemas de abastecimento , foram incluídas na Tabela 2.1, o crescimento populacional relativo a cada sede urbana da área da bacia do rio Longá

IBGE. 1996. macrozoneamento geoambiental da bacia hidrográfica do rio Parnaíba. Série Estudos e Pesquisas em Geociências , nº 4, 111p.Rio de Janeiro, 1996.. 1

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14Tabela 2.1 - Índice de desenvolvimento humano – IDH e taxas de urbanização

IDH** Municípios

Pop. total

Pop. Rural*

Pop. Urb* 1991 2000

Rank. Estad

Taxa cresc*

Taxa urban

Boa Hora 5.173 4.147 1.026 0,408 0,536 195 2,00 19,83 Boqueirão do Piauí 5.569 3.690 1.879 0,495 0,566 151 2,13 33,74 Brasiliera 7.367 4.440 2.927 0,463 0,581 121 2,22 39,73 Cabeceiras do Piauí 8.498 7.109 1.389 0,421 0,525 205 2,06 16,35 Caraúbas do Piauí 4.809 4.174 635 0,397 0,486 220 1,91 13,20 Caxingó 4.134 3.389 745 0,389 0,499 216 1,94 18,02 Cocal de Telha 4.245 2.014 2.231 0,479 0,597 88 2,16 52,56 Cocal dos Alves 5.155 3.821 1.334 0,358 0,509 213 2,05 25,88 Coivaras 3.501 2.632 869 0,487 0,587 105 1,97 24,82 Domingos Mourão 4.190 3.334 856 0,453 0,546 179 1,58 20,43 Jatobá do Piauí 4.314 4.657 657 0,459 0,587 106 1,91 15,23 Lagoa Alegre 5.546 4.512 1034 0,466 0,583 113 2,00 18,64 Lagoa de São Francisco 6.449 4.111 2.338 0,451 0,537 193 2,17 36,25 Nª Sª de Nazaré do Piauí 3.866 2.783 1.083 0,486 0,594 95 2,01 28,01 São João da Fronteira 4.608 2.995 1.613 0,488 0,554 169 1,87 35,00 São José do Divino 4.878 2.686 2.192 0,413 0,543 183 1,97 44,94 *Fonte: IBGE ** Fonte: IPEA *Taxa crescimento anual média: 1,98 *Taxa urbanização. anual média: 41,98

3 - Condições de abastecimento de água nas sedes municipais do Projeto piloto, na bacia do rio Longá

3.1 – Introdução

O abastecimento de água nas sedes municipais da bacia hidrográfica do rio Longá pode ser considerado satisfatório, sob os aspectos de quantidade e qualidade da água ofertada à população. Os problemas existentes são de caráter gerencial e técnico.

3.2 – Recursos hídricos utilizados

Na bacia do rio Longá, embora em sua maior área predominem rios perenes, os sistemas para abastecimento de água têm sido planejados sobre a utilização de recursos hídricos subterrâneos.

3.3– Os aqüíferos na bacia do rio Longá

Os aqüíferos presentes na bacia hidrográfica Longá são representados essencialmente pelas formações geológicas da Bacia Sedimentar Parnaíba, de porosidade por interstícios, intergranular, uma vez que as áreas de rochas cristalinas, de porosidade fissural, que conformam as bordas da bacia sedimentar, se localizam subordinada e predominantemente na porção sudeste do Estado, com estreitamento no extremo leste, e também uma pequena alça, que delimita a bacia sedimentar a nordeste A ausência de dados sobre a execução dos furos para a construção dos poços, e a ausência de testes de produção de poços e de ensaios de aqüífero na bacia do rio Longá não permitem a identificação e estudo dos aqüíferos captados pelos poços tubulares presentes nas áreas das sedes dos municípios da bacia. Assim sendo, são aqui apresentadas as características descritivas desses aqüíferos, no domínio de toda a Bacia Sedimentar Parnaíba. Os principais aqüíferos presentes na Bacia Sedimentar Parnaíba, por ordem de importância, são o Serra Grande, Cabeças, Poti, Piauí, Motuca, Samambaia, Corda, e Itapecuru. Há também os aqüíferos aluviais, que embora de extensão restrita, representam importante fonte para abastecimento de água na região semi-árida. Os aqüíferos Serra Grande, Cabeças e Poti se destacam por apresentar grandes áreas de exposição (aflorantes), portanto melhores condições de exploração Na Tabela 3.1 a seguir são apresentados os principais sistemas aqüíferos da Bacia Sedimentar Parnaíba, e suas características de interesse hidrogeológico

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15 Tabela 3.1 - Características gerais dos principais sistemas aqüíferos da Bacia

Sedimentar Parnaíba

Parâmetros Hidráulicos dos Poços Parâmetros Hidrodinâmicos1

Sistema Aqüífero

Tipo de aqüífero Litologia Espessura

média (m)1 Prof. média

(m)

Vazão média (m3/h)

Desvio padrão Vazão

Capac. Espec. média

(m3/h/m)

Poços consultados K*

(m/s) S**

Itapecuru Livre Arenitos finos a grossos com níveis de argilitos e siltitos argilosos

100 91 12 13 1,86 116 3,8.10-6 1,3.10-1

Livre 98 14 15 2,12 36 --- --- Corda

Confinado

Arenitos médios a conglomeráticos 160

208 15 11 3,27 50 2,0.10-5 4,0.10-6

Motuca Livre Arenitos finos a médios 130 96 18 22 3,11 26 3,6.10-6 2,0.10-4

Livre 140 18 27 1,39 49 1,7.10-5 0,002 Poti-Piauí Confinado

Arenitos finos a médios com níveis de folhelhos e siltitos

400 226 40 35 2,58 10 --- ---

Livre 109 12 20 1,77 87 --- --- Cabeças

Confinado

Arenitos finos a grossos com níveis de siltitos e folhelhos

300

284 50 62 8,18 34 5,4.10-5 3,7.10-4

Livre 158 6 17 0,44 72 --- --- Serra Grande

Confinado

Arenitos finos a médios com níveis conglomeráticos

500 172 15 14 2,41 110 1,0. 10-5 4,3.10-4

*K-condutividade hidráulica; **S- armazenamento Fonte: ZOBY, J.L.G.; MATOS, B. Águas subterrâneas no Brasil e sus inserção na Política Nacional de Recursos Hídricos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 12., 2002, Florianópolis. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, Anais...Florianópolis: ABAS, 2002. 19p. CD-ROM.

3.4 – Potencialidade dos aqüíferos

3.4.1 - Aqüífero Barreiras e aqüíferos aluviais

O aqüífero Barreiras e os aqüíferos aluviais ocorrem em áreas muito restritas na região da bacia do rio Longá; o Barreiras, na porção mais setentrional dos Estado, e também numa estreita faixa ao lado do rio Parnnaíba; os aqüíferos aluviais ocorrem em áreas restritas e descontínuas nos leitos e margens fluviais, que embora possam ser aproveitados, têm, caráter secundário, relativamente aos possantes aqüíferos do Estado do Piauí.

3.4.2 - Aqüífero Poti e aqüífero Piauí Os aqüíferos Poti e Piauí são considerados em conjunto, como sistema aqüífero Poti-Piauí, por não existir entre as duas formações geológicas nenhum estrato rochoso que proporcione o isolamento das águas nelas armazenadas. O sistema Poti-Piauí aflora extensivamente no Estado do Piauí, ao norte do paralelo 8° Sul, sendo comumente explorado na condição de aqüífero livre a semi-confinado. A produtividade do sistema aqüífero Poti-Piauí é elevada a média, tendo os poços capacidade específica entre 1 a 4 m3/h/m, e vazão entre 25 e 100 m3/h A água é de boa qualidade, com Resíduo Seco médio da ordem de 200 mg/l.

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16

3.4 3 - Aqüífero Cabeças

Separado do aqüífero Serra Grande por um aquitardo representado pela formação Pimenteiras, é considerado o melhor da região, em função das suas condições de exploração mais favoráveis, acompanhando a formação Serra Grande ao longo da faixa de afloramentos. As características de produtividade são as mesmas do aqüífero Serra Grande, bem como a qualidade química das suas águas.

3.4.4 - Aqüífero Serra Grande Segundo o IBGE 2, o aqüífero Serra Grande é explorado principalmente sob condições de artesianismo, apresentando mesmo poços com artesianismo jorrante, ao longo da borda oriental da Bacia Sedimentar Parnaíba, desde PedroII, ao norte, até São João do Piauí, ao sul. Sua produtividade é muito elevada Sua produtividade é muito elevada, com poços de capacidade específica superior a 4m3/h/m, e vazões superiores a 100 m3/h, para rebaixamento de nível d�água de 25 m. A qualidade da água é muito boa, com Resíduo Seco médio de 300 mg/L A Tabela 3.2 a seguir, apresenta a disponibilidade potencial do conjunto dos aqüíferos da Bacia Sedimentar Parnaíba (sistema aqüífero Parnaíba), na vertente norte-nordeste, expressa em 106 m3/ano Tabela 3.2 - Disponibilidade potencial do sistema aqüífero Parnaíba (em 106 m3/ano)

Sistema aqüífero

Área (km2) Parcela restituída

ao Sistema Hidrog.

Parcela escoada para o oceano

Total

Parnaíba 550.000 15.379,00 - 15.379,00 Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos,v. V, Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.74

A Tabela 3.3 a seguir, apresenta as disponibilidades hídricas subterrâneas da Bacia Sedimentar e das rochas cristalinas da região sudeste do Estado

Tabela 3.3 – Disponibilidade hídrica subterrânea no Estado do Piauí

Sub-bacia Área (km2) Disponibilidade

instalada (106 m3/ano

Disponibilidade potencial

(106 m3/ano) Parnaíba Sedimentar Cristalino

283.140 46.860 977,00 9.030,00 Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos,v. V, Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.74

4– Sistemas de abastecimento de água na bacia do rio Longá

4.1 - Introdução

Além das informações estritamente técnicas foram registradas informações que permitissem avaliar aspectos de gerenciamento dos sistemas de abastecimento, relativos à estruturai,

2 Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos, V, Recursos Hídricos na Bacia Atlântico Sul �Vertente Norte/Nordeste; Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998.

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17funcionamento e integração institucional. Algumas dessas informações são apresentadas nos itens subseqüentes

4.2 - – Administração dos sistemas de abastecimento de água

A Tabela 4.1 a seguir, apresenta as administradoras dos sistemas de abastecimento de água das sedes municipais, e a quantidade de poços a elas pertencentes. Tabela 4.1 – Entidades responsáveis pelos sistemas de abastecimento público de água

Administradores e quantidade de poços dos sistemas de abastecimento de água Municípios

Prefeitura AGESPISA Particular PM/Assoc Total

Boa Hora 2 2

Boqueirão do Piauí 4 4 Brasileira 4 4 Cabeceiras do Piauí 3 3 Caraúbas do Piauí 2 2 Caxingó 3 3 Cocal de Telha 4 4 Cocal dos Alves 6 6 Coivaras 4 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 3 3 Lagoa Alegre 3 3 Lagoa de São Francisco 9 9 Nª Sª de Nazaré do Piauí 5 5 São João da Fronteira 7 7 São José do Divino 3 3

Totais 44 14 5 63 % 70,0 22,0 8,0 100,0

Pode-se notar que na bacia do rio Longá a maioria dos poços (70%) pertencem aos sistemas municipais de abastecimento

5– Utilização dos recursos hídricos subterrâneos na bacia do rio Longá

5.1 - Introdução As águas subterrâneas constituem a fonte de recurso hídrico mais utilizado, e que é extraído dos aqüíferos presentes na bacia do rio Longá. Embora este Projeto piloto seja restrito ao domínio urbano dos municípios, é de importância a visão holística da gestão dos recursos hídricos no domínio do Estado. Com objetivo de facilitar essa correlação é apresentada a Tabela 5.1, que apresenta os volumes das reservas, estimados para o conjunto dos aqüíferos da Bacia Sedimentar Parnaíba. Tabela 5.1 – Reservas, e recursos explotáveis de águas subterrâneas no Estado do Piauí

Reservas permanentes Estado

Uso consuntivo (x106 m3) Sedimentar Cristalino

Recursos explotáveis (x106

m3) Piauí 1040 3.680.000 50 7.365

Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos,v. V, Secretaria de Recursos Hídricos. Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.74

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185.2 – Captações de águas subterrâneas De modo geral os sistemas de extração das águas subterrâneas na área da bacia do rio Longá, podem ser classificados como bons, embora seja necessário dispensar atenção a uma série de fatores intervenientes na eficiência dos sistemas. Esses fatores, as observações e as recomendações em nível municipal estão contidos no Anexo II

5.3 – Construção das captações de água subterrâneas

5.3.1 – Profundidade dos poços tubulares Para eleito de avaliação primária, embora tenham sido informadas, as profundidades foram agrupadas em intervalos, cuja relação com o estado atual dos poços, é apresentada na Tabela 5.2 a seguir.

Tabela 5.2 – Profundidade e estado atual dos poços tubulares

Poços com informações sobre profundidade Estado atual dos poços

Intervalo das profundidades

(m) Op Pr Ab Ct Total %

Até 20 1 1 1,6 21-40 1 1 1.6 41-60 6 1 7 11,3 61-80 11 1 12 19,4 81-100 9 2 11 17,7 101-120 3 1 4 6,5 121-140 6 6 9,7 141-160 7 7 11,3 161-180 1 1 1,6 181-200 2 2 3,2 Subtotal c/ inf 46 5 1 52 82,5

Subtotal s/ inf 6 2 2 1 11 17,5

Total 52 7 3 1 63 100,0

% 82,5 11,1 4,7 1,6 99,9

*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; e Ct: construção

A profundidade máxima das perfurações para poços de abastecimento de água nas sedes municipais da bacia do rio Longá foi de 200 m. A correlação entre as profundidades dos poços e os aqüíferos das captações ficou prejudicada, pela ausência de documentos que contenham a descrição da execução dos furos, que permitiria a identificação dos aqüíferos.

5.3.2 - Construção das Casas de força

De maneira geral as Casas de força satisfazem aos seus objetivos, porém há problemas de ausência de Casas de força, projetos mal elaborados, ventilação precária ou inexistente, construção da Casa de força sobre o poço, que dificulta qualquer manobra de intervenção no sistema de bombeamento, e que exige a necessidade da retirada temporária do telhado. Em muitos locais inexiste Casa de força, em que o Quadro de comandos está fixado em poste nas proximidades do poço, sem adequada proteção. Há ainda cabos elétricos descobertos, estendidos sobre o solo, até o local do poço. A grande maioria das Casas de força necessita manutenção ou reforma.

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19

5.3.3 - Equipagem dos poços

A ausência generalizada de teste padrão para avaliação da capacidade de produção ao término da construção do poço, tem impedido a avaliação correta da sua capacidade de produção e a determinação do regime adequado de sua operação, e das condições seguras de instalação do equipamento definitivo para bombeamento Ma maioria dos sistemas não há bomba de reserva, medidor de nível d�água e medidor de profundidade para poços tubulares, essenciais para atividades de medições, necessárias para a manutenção preventiva das captações.

5.3.4 - Manutenção das captações A manutenção do sistema de captação, aqui tomado como o complexo envolvendo a captação propriamente dita, seus equipamentos, e a Casa de força, tem sido essencialmente corretiva. São raros os sistemas que exercem manutenção preventiva, e mesmo nesses casos, não tem havido o necessário planejamento das atividades para todas as unidades do sistema de abastecimento, apresentando, portanto reduzida eficácia. Em algumas sedes foram identificados problemas de ausência de peças de reposição, acarretando demora nos reparos de danos

5.3.5 – Cerramento dos poços tubulares abandonados

Os levantamentos permitiram identificar muitos poços abandonados de forma inadequada, o que os pode tornar focos reais de poluição das águas subterrâneas. No caso da decisão definitiva de não reaproveitamento de poços paralisados ou abandonados, é necessário proceder ao seu cerramento. Para orientações técnicas sobre o correto procedimento de cerramento definitivo de poços abandonados, destaca-se a Norma: American Water Works Association � AWWA; A 100-58, tradução do Engº Paulo Nogami e Engº Eduardo R.Yassuda; separata da Revista �DAE� nº 52; São Paulo; 1964. Pode-se ainda utilizar a sua versão atualizada da mesma American Water Works Association AWWA A 100-97: Water Wells

5.4 – Operação dos poços

5.4.1 - Explotação das águas dos aqüíferos A extração da águas dos poços é feita essencialmente através de bombas elétricas submersíveis, com raros casos de sistema de bomba centrífuga, bomba injetora e sistema �Air lift�. Em toda a região, foram registrados problemas crônicos de infra-estrutura energética, relativos às oscilações de tensão e de interrupção do fornecimento de energia elétrica, que têm provocado queima de bombas, relés, de fusíveis, e da própria fiação elétrica. Esses problemas são agravados na época das chuvas (�inverno�, na região), pela ausência de pára-raios e mesmo aterramentos eficientes. No relativo a equipamentos, tem havido falta de bomba de reserva, que no caso da necessidade de remoção da bomba instalada, para reparo, provoca longos períodos de interrupção de bombeamentos. A falta de macromedidores de vazão em grande parte dos sistemas em operação, tem impedido o controle dos volumes explotados.

5.4.2 – Estado atual dos poços tubulares das sedes municipais

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20 Para efeito deste diagnóstico, quanto à operação, os poços foram classificados em quatro categorias: poços em operação, poços paralisados, poços abandonados, e poços em construção A Tabela 5.3 a seguir apresenta o estado atual dos poços das sedes municipais da bacia do rio Longá

Tabela 5.3 - Estado atual dos poços tubulares

Estado atual dos poços * Municípios

Op Par Ab Ct Total

1 Boa Hora 1 1 2 2 Boqueirão do Piauí 4 4 3 Brasileira 3 1 4 4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3 5 Caraúbas do Piauí 2 2 6 Caxingó 1 2 3 7 Cocal de Telha 3 1 4 8 Cocal dos Alves 3 2 1 6 9 Coivaras 4 4 10 Domingos Mourão 1 1 11 Jatobá do Piauí 3 3 12 Lagoa Alegre 3 3 13 Lagoa de São Francisco 9 9 14 Nª Sª de Nazaré do Piauí 4 1 5 15 São João da Fronteira 7 7 16 São José do Divino 2 1 3

Total 52 7 3 1 63 % 82,5 11.1 4,8 1,6 100,0

*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; e Ct: construção

Pode-se notar que cerca de 82% dos poços estão em operação com 11% deles paralisados e cerca 5% abandonados. Entre as causas da paralisação podem ser citadas: equipamentos ainda não instalados, incluindo-se neste caso, poços construídos há mais de 1 ano; bombas em reparo por mais de 15 dias, que exige paralisação de bombeamento, por falta de bomba-reserva; poços construídos a pequena distância de poços em operação, permanecendo inativos a fim de evitar interferências na produção. Entre os poços abandonados, como causas foram identificadas dificuldades construtivas encontradas pela empresa contratada, e baixa produtividade dos poços.

5.5 - Adução das águas explotadas

5.5.1 – Construção das adutoras

Os problemas de adução mais comumente verificados, se referem ao dimensionamento das tubulações; ligações das redes de distribuição diretamente às adutora, que pelo excessivo consumo em alguns sistemas surgem áreas de baixa pressão, e nessas condições, as águas somente alcançam os reservatórios, quando ocorre redução de consumo, geralmente em altas horas da noite.

5.5.2 - Operação das adutoras Em alguns sistemas de adução inexistem registros separadores, que dificultam manobras para distribuição eqüitativa no abastecimento de água. Em algumas sedes municipais as adutoras apresentam problemas de perdas d�água por vazamentos, motivados pela pequena profundidade de instalação das tubulações, por dificuldades de escavação em rochas mais duras, tornando-as vulneráveis ao tráfego de veículos.

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215.5.3 - Aspectos da manutenção das adutoras A manutenção dos sistemas adutores tem sido essencialmente corretiva

5.6 – Reservação das águas explotadas

5.6.1 - Construção dos reservatórios

A capacidade de reservação tem correspondido às necessidades locais. A Tabela 5.4 a seguir resume algumas características construtivas dos reservatórios.

Tabela 5.4 – Capacidade de reservação das águas explotadas

Municípios Reserva Tórios

Tipo Material Capac (m3)

Capac total (m3)

Boa Hora RSV P1 Elevado Concreto 54 54 RSV P1 Elevado Concreto 30 RSV P2 Elevado Concreto 57 RSV P3 Elevado Fib vidro 15

Boqueirão do Piauí

RSV P4 Elevado Fib vidro 10

112

RSV P1-P2 Elevado Concreto 100 RSV P3 Elevado Concreto 10 Brasileira RSV P4 Apoiado Concreto 150

260

Cabeceiras do Piauí Elevado Concreto 50 50 RSV P1 Elevado Concreto 30

Caraúbas do Piauí RSV P2 Elevado Fib vidro 10

40

Caxingó - - - - - RSV P1 Elevado Concreto 30

Cocal de Telha RSV P1-P2-P3-P4 Elevado Concreto 75

105

RSV P1 Elevado Concreto 30 RSV P2 Elevado Fib vidro 5 RSV P3 Elevado Fib vidro 5

Cocal dos Alves

RSV P6 Elevado Fib Vidro 5

45

Coivaras 1 RSV + Lig RD 57 57 Domingos Mourão RSV P1 Elevado Concreto 50 50

RSV P1 18 Jatobá do Piauí

RSV P2 35 53

Lagoa Alegre 1 RSV + Lig RD Elevado Concreto 50 RSV P1 Elevado Fib vidro 5 RSV P3 Elevado Concreto 57 RSV P4 Apoiado Concreto 30 RSV P6 Elevado Fib vidro 5 RSV P7 Elevado Fib vidro 5 RSV P8 Elevado Fib vidro 5

Lagoa de São Francisco

RSV P9 Elevado Fib vidro 5

112

Nª Sª de Nazaré - - - - - RSV P1-P2-P3 Elevado Concreto 100 RSV P4-P5-P6 Elevado Concreto 65 São João da Fronteira RSV P7 Elevado Fib vidro 5

170

São José do Divino RSV P1-P2 Elevado Concreto 200 200

Volume total de reservação (m3) >1.358

A ausência de informações sobre todos os reservatórios permite dizer que a capacidade de reservação nas sedes da bacia do rio Longá, para cidades com população inferior a 5.000 habitantes, no âmbito do projeto piloto, é superior a 1.358 m3 pelo período de 24 horas.

5.6.2 - Operação dos reservatórios Os problemas de operação dos reservatórios estão relacionados à adequação da reservação com a demanda, principalmente no verão, quando a maioria das cidades pratica o racionamento do uso da água, através da intermitência no fornecimento

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22 Há também problemas de operação, no concernente à lavagem e desinfecção das caixas dos reservatórios, que em muitas cidades não há freqüência adequada e constante, para tais operações. No processo da desinfecção das caixas, tem sido utilizado cloro

5.6.3 - Manutenção dos reservatórios

Como nas unidades anteriores do sistema, a manutenção dos reservatórios tem sido apenas corretiva. São freqüentes as trincas na caixa, deterioração de argamassa, danos em pára-raios ou ausência dos mesmos, registros e caixas de inspeção danificados e mal conservados; havendo mesmo, reservatórios sem tampa São freqüentes ainda, as perdas de água pelos extravasores das caixas, e também nas tubulações de entrada, de saída, e de descarga; e nos registros em geral. A área de proteção dos reservatórios, em muitos casos se apresenta com muros e portões semidestruídos; terrenos mal conservados, onde crescem árvores de médio e grande porte, que prejudicam as estruturas; etc

5.7 - Distribuição

5.7.1 - Construção das redes de distribuição Pela ausência de sistemas de registros, são esparsas as informações sobre aspectos construtivos das redes de distribuição, como materiais, diâmetros e comprimentos das redes. A Tabela 5.5 a seguir apresenta algumas informações.

Tabela 5.5 – Extensão de redes de distribuição de água

Município Comp (m)

Boa Hora - Boqueirão do Piauí - Brasileira - Cabeceiras do Piauí - Caraúbas do Piauí 4.500 Caxingó 4.100 Cocal de Telha - Cocal dos Alves - Coivaras - Domingos Mourão 6.000 Jatobá do Piauí - Lagoa Alegre - Lagoa de São Francisco 12.000 Nª Sª de Nazaré do Piauí - São João da Fronteira 10.250

São José do Divino - Nota-se a expressiva ausência de informações sobre as dimensões das redes de distribuição. Estas são merecedores de maior atenção pelas entidades responsáveis pelo gerenciamento dos sistemas de abastecimento

5.7.2 – Operação das redes de distribuição

Em alguns sistemas não há registros separadores nas redes de distribuição, o que dificulta distribuição eqüitativa de água, principalmente em relação às partes alta e baixa das cidades. Há ainda sistemas que apresentam problemas de baixa pressão em algumas áreas da mesma rede de distribuição, prejudicando o abastecimento No concernente à hidrometração, a Tabela 5.6 a seguir, apresenta as informações obtidas sobre as ligações hidráulicas prediais. Devem ser registradas, porém, algumas observações características dos sistemas de abastecimento, na área da bacia do rio Longá, como cortes

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23temporários de ligações, a pedido dos moradores, por mudança de domicílio por tempo indeterminado, em busca de trabalho alhures, e também atenção especial dada à inadimplência, ressaltando-se a orientação da entidade responsável pelo gerenciamento do sistema, no sentido de estabelecer diálogo direto com os devedores, em busca de soluções negociada.

Tabela 5.6 – Ligações hidráulicas prediais

Municípios Rede Total de Ligações

Sem Hidrôm

Com Hidrôm

Boa Hora 300 300 0Boqueirão do Piauí 514 514 0Brasileira RD P1-P2 1310 718 592Cabeceiras do Piauí 358 108 250Caraúbas do Piauí 218 177 41Caxingó 146 146 0Cocal de Telha RD P1-P2-P3-P4 772 723 49

RD P1 120 120 0RD P3 60 60 0Cocal dos Alves RD P4 40 40 0

Coivaras 430 430 0Domingos Mourão RD P1 350 130 220Jatobá do Piauí 266 266 0Lagoa Alegre 450 197 253

RD P1 15 15 0RD P2-P3 270 270 0RD P4-P5 140 140 0RD P6 6 6 0RD P7 30 30 0RD P8 20 20 0

Lagoa de São Francisco

RD P9 Chafariz - -Nª Sª de Nazaré do Piauí 300 300 0

RD P1-P2-P3 490 165 325RD P4-P5-P6 - - -São João da Fronteira RD P7 2 0 2-

São José do Divino 674 107 567Total 7.281 4982 2299

% 99,9 68,4 31,5

Pelos quantitativos constantes da Tabela 5.6 pode-se observar que em apenas 31 % das ligações há hidrômetro instalado. Esse fato induz ao desperdício e ao mau uso dos recursos hídricos, que têm como conseqüências a prática de racionamento de uso, principalmente no verão, a redução da eficiência e da sustentabilidade financeira do sistema

5.7.3- Manutenção das redes de distribuição

Também nas das redes de distribuição, na maior parte dos sistemas a manutenção tem caráter apenas corretivo. Do mesmo modo que no sistema de adução, no sistema de distribuição algumas redes apresentam perdas d�água por vazamentos nas tubulações, causadas por danos pela exposição a riscos ao tráfego de veículos, pelo fato de terem sido instaladas aquém da profundidade regulamentar, devido a dificuldades de escavação em áreas de solos ou de rochas mais resistentes. Na época das chuvas há aumento na freqüência de reparos, pela remoção mais intensa da cobertura das tubulações De maneira geral são freqüentes os vazamentos nas tubulações de ½�

6 – Utilização dos recursos hídricos superficiais na bacia do rio Longá

6.1 - Introdução

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24 Embora corresponda a área de índice pluviométrico privilegiado, e existência muitos trechos perenes de rios, na área da bacia do rio Longá não foram registrados sistemas de abastecimento com utilização de recursos hídricos superficiais.

6.2 – Construção de barragens

No município de Campo Maior, no rio Jenipapo, foi construída pela Companhia de Desenvolvimento do Estado do Piauí � COMDEPI, a Barragem de Corredores, com capacidade de reservação de 63.300.000 m3, cuja adutora se encontra em construção.

7 - Qualidade atual das águas dos poços tubulares na bacia do rio Longá

7.1- Introdução São analisadas a seguir, as informações que permitem considerações sobre a qualidade da água ofertada à população, bem como alguns fatores que interferem na qualidade natural das águas do aqüífero, e que devem ser objeto de constante observação e monitoramento.

7.2 – Classificação das águas subterrâneas quanto ao teor de sais A Tabela 7.1 a seguir, apresenta, por município, a classificação das águas quanto à presença de sais, que pela ausência de laudos de análises físico-químicas foram utilizadas as informações sobre o seu sabor. Tabela 7.1 – Classificação das águas segundo a salinidade e estado atual dos poços.

Estado dos poços tubulares

Ativos Paralisados Abandonados Ct* Total Municípios

Doce Salobra Doce Si* Doce Si Si

Boa Hora 1 1 2 Boqueirão do Piauí 4 4 Brasileira 3 1 4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3 Caraúbas do Piauí 2 2 Caxingó 1 2 3 Cocal de Telha 3 1 4 Cocal dos Alves 3 2 1 6 Coivaras 4 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 3 3 Lagoa Alegre 3 3 Lagoa de São Francisco 9 9 Nª Sª de Nazaré do Piauí 4 1 5 São João da Fronteira 7 7 São José do Divino 2 1 3

Total 49 3 5 2 1 2 1 63 % 77,7 4,7 7,9 3,2 1,6 3,2 1,6 99,9

*Ct: em construção; e Si: sem informações

Observa-se na Tabela 7.1, que na bacia do rio Longá, 77,7% dos poços em operação, 7,9% dos poços paralisados e 1,6% dos poços abandonados captaram água doce, e apenas 4,7% dos

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25poços em operação captaram água salobra. Há também dois poços abandonados, que produziam água doce.

7.3 – Proteção sanitária dos poços tubulares

7.3.1 - Perímetro de proteção dos poços

Dependentemente das características da captação, as atividades e o estado geral da área nos seus entornos interferem sobre a qualidade das águas produzidas. Assim, para cada obra de captação de águas subterrâneas devem ser estabelecidas, em função de uma série de fatores, as dimensões do denominado perímetro de proteção, que delimita a área de proteção da mesma. Nessa área há restrições de usos, e necessidade de rígida fiscalização e conservação, com objetivo de evitar focos reais de poluição

Tabela 7.2 – Perímetro de proteção e estado atual dos poços

Com perímetro Sem perímetro Sem inf

Município Op* Par

Ab

Op Par Ab Ab Ct Total

Boa Hora 1 1 2 Boqueirão do Piauí 3 1 4 Brasileira 3 1 4 Cabeceiras do Piauí 1 1 1 3 Caraúbas do Piauí 2 2 Caxingó 1 2 3 Cocal de Telha 3 1 4 Cocal dos Alves 3 1 1 1 6 Coivaras 4 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 3 3 Lagoa Alegre 2 1 3 Lagoa de São Francisco 7 2 9 Nª Sª de Nazaré do Piauí 3 1 1 5 São João da Fronteira 7 7 São José do Divino 2 1 3

Total 43 3 1 9 4 1 1 1 63 % 68,2 4,7 1,6 14,3 6,3 1,6 1,6 1,6 99,9

*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; e Ct: construção

Observa-se que apenas 68,2% dos poços têm perímetro de proteção. Deve-se considerar ainda que nem todos eles têm perímetro de proteção com dimensões adequadas . Esse fato é preocupante, uma vez que a distância dos poços a focos reais de poluição influencia no risco de contaminação das suas águas

7.3.2 – Laje de proteção dos poços A construção da laje de proteção da boca dos poços tem como objetivos a sua proteção mecânica e a proteção sanitária das águas das suas águas, à medida que impedem a percolação direta de águas contaminadas da superfície dos terrenos, elas paredes externas da tubulação, até as águas do aqüífero. A presença de laje de proteção dos poços é apresentada na Tabela 7.3 a seguir.

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26

Tabela 7.3 � Laje de proteção e estado atual dos poços

Com laje Sem laje Sem inf Município

Op* Par Op Par Ab Ab Ct Total

Boa Hora 1 1 2 Boqueirão do Piauí 4 4 Brasileira 3 1 4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3 Caraúbas do Piauí 1 1 2 Caxingó 1 2 3 Cocal de Telha 3 1 4 Cocal dos Alves 2 1 2 1 6 Coivaras 4 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 3 3 Lagoa Alegre 3 3 Lagoa de São Francisco 4 5 9 Nª Sª de Nazaré do Piauí 1 3 1 5 São João da Fronteira 2 5 7 São José do Divino 1 1 1 3

Total 22 3 30 4 2 1 1 63 % 35,0 4,7 47,6 6,3 3,2 1,6 1,6 100,0

*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; Ct: construção; e Si: sem informação

Observa-se na Tabela 7.3, que apenas 35% dos poços em operação receberam laje de proteção.

7.3.3 - Tampa de boca dos poços

As águas subterrâneas extraídas dos poços tubulares, quando potáveis sob o ponto de vista físico-químico, dispensam quaisquer tratamentos. Porém, para preservar a sua potabilidade, é fundamental que a boca do poço permaneça hermeticamente fechada, evitando assim, a penetração de soluções ou substâncias poluidoras, ou mesmo animais, que possam provocar a deterioração da sua qualidade.

Tabela 7.4– Tampa de boca e estado atual dos poços

Com tampa Sem tampa Sem inf Município

Op* Par Op Par Ab Ab Ct Total

Boa Hora 1 1 2 Boqueirão do Piauí 3 1 4 Brasileira 3 1 4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3 Caraúbas do Piauí 2 2 Caxingó 1 1 1 3 Cocal de Telha 3 1 4 Cocal dos Alves 1 1 2 1 1 6 Coivaras 4 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 3 3 Lagoa Alegre 3 3 Lagoa de São Francisco 8 1 9 Nª Sª de Nazaré do Piauí 2 2 1 5 São João da Fronteira 7 7 São José do Divino 2 1 3

Total 46 5 6 2 1 2 1 63 % 73,0 7,9 9,5 3,2 1,6 3,2 1,6 100,0

*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; Ct: construção; e Si: sem informação

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27 Pode-se observar na Tabela 7.4, que dos poços em operação, apenas 73,0 % estão munidos de tampa, e 7,9% estão desprovidos de tampa.

7.3.4 – Estado de conservação da tampa dos poços

Além da necessidade da existência de tampa de boca dos poços, são necessárias a manutenção e conservação permanentes das mesmas, para assegurar a vedação total do meio externo.

Tabela 7.5 – Estado de conservação da tampa e estado atual dos poços

Preservada Não preser Sem inf Sem tampa Município

Op* Par Op Par Ab Ct Op Par Ab Total

Boa Hora 1 1 2 Boqueirão do Piauí 3 1 4 Brasileira 1 1 2 4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3 Caraúbas do Piauí 1 1 2 Caxingó 1 1 1 3 Cocal de Telha 2 1 1 4 Cocal dos Alves 1 1 2 1 1 6 Coivaras 4 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 2 1 3 Lagoa Alegre 3 3 Lagoa de São Francisco 5 3 1 9 Nossa Senhora de Nazaré 2 1 2 5 São João da Fronteira 5 2 7 São José do Divino 2 1 3

Total 35 4 11 1 2 1 6 2 1 63 % 55,5 6,3 17,4 1,6 3,2 1,6 9,5 3,2 1,6 100,0

Observa-se na Tabela 7.5 que apenas 55,5 % dos poços em operação apresentam tampa preservada. Os valores constantes da Tabela 7.4 e Tabela 7.5 são preocupantes, pois em decorrência da reduzida porcentagem de poços com tampa (73,0 %) e da alta porcentagem de tampas não preservadas (17,7 %), e ainda sem tampa (9,5 %), é grande a quantidade de poços vulneráveis à contaminação de suas águas.

7.3.5 - Vedação da boca dos poços A existência de tampa na boca do poço é indispensável para a sua vedação. Porém, no caso de utilização de bombas submersíveis, na maioria das tampas não há orifício destinado à passagem do cabo elétrico para a bomba. A equipe de instalação improvisa, então, um orifício que é aberto na lateral do tubo de boca, porém, esse orifício não recebe vedação, e deixa grande espaço, por onde pode haver penetração de agentes de contaminação da água do interior do poço.

Tabela 7.6 – Estado da vedação da boca do poço pela tampa

Vedação

Total Parcial Nula S/inf Município

Op Par Op Par Op Par Ab Ab Ct Total Boa Hora 1 1 2 Boqueirão do Piauí 3 1 4 Brasileira 1 1 2 4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3 Caraúbas do Piauí 1 1 2 Caxingó 1 1 1 3 Cocal de Telha 1 2 1 4 Cocal dos Alves 1 1 2 1 1 6 Coivaras 4 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 3 3

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28Lagoa Alegre 3 3 Lagoa de São Francisco 6 2 1 9 Nª Sª de Nazaré do Piauí 2 2 1 5 São João da Fronteira 5 2 7 São José do Divino 2 1 3

Total 27 3 19 2 6 2 1 2 1 63 % 42,8 4,7 30,1 3,2 9,5 3,2 1,6 3,2 1,6 99,9

Pode-se observar pela Tabela 7.6, que apenas 42,8% dos poços em operação apresentam tampa com vedação total. Deve-se ainda considerar o que foi acima exposto sobre a prática da vedação total

7.3.6 – Risco de poluição das águas nos poços Para efeito de iniciativas futuras é importante explanar que na avaliação do grau de risco foram considerados os seguintes aspectos: a) Aspectos relativos ao poço: - presença de tampa de boca; - estado de preservação da tampa; - capacidade de vedação da tampa; - estado de obturação do orifício de passagem da fiação elétrica para o interior do poço (quer estivesse na tampa ou na tubulação do poço); - estado de obturação do espaço na entre o tubo de descarga e o orifício na tampa, para a passagem do tubo de descarga; b) Aspectos dos entornos do poço: - Dimensões do perímetro de proteção - estado de conservação do perímetro de proteção; - distância de focos de poluição real (fossas, cemitérios, lavanderias, tubulação de esgoto, estábulos, corpos de água poluídos, etc) Essas informações de campo são explicitadas nos relatórios de campo (ANEXO I), e nas fichas de cada município (ANEXO II).

Tabela 7.7 - Grau de risco de poluição das águas dos poços

Alto Médio Baixo Nulo Si Município

Op* Par Ab Op Op Pr Ct Op Pr Ab Total

Boa Hora 1 1 2 Boqueirão do Piauí 3 1 4 Brasileira 1 1 1 1 4 Cabeceiras do Piauí 2 1 3 Caraúbas do Piauí 1 1 2 Caxingó 2 1 3 Cocal de Telha 2 1 1 4 Cocal dos Alves 1 1 1 1 1 1 6 Coivaras 2 1 1 4 Domingos Mourão 1 1 Jatobá do Piauí 2 1 3 Lagoa Alegre 2 1 3 Lagoa de São Francisco 1 3 5 9 Nossa Senhora de Nazaré 3 1 1 5 São João da Fronteira 2 5 7 São José do Divino 1 1 1 3

Total 13 3 1 18 18 2 1 3 2 2 63 % 20,6 4,7 1,6 28,5 28,5 3,2 1,6 4,7 3,2 3,2 99,8

*Op: operação; Par: paralisado; Ab: abandonado; Ct: construção; e Si: sem informação A leitura da Tabela 7.7 nos alerta para o fato de que, nas condições atuais de manutenção, 20,6 % dos poços em operação são passíveis de sofrer contaminação das suas águas. Essa constatação deve desencadear iniciativas urgentes com o objetivo de eliminar as condições de risco. Para tanto, devem ser

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29obtidas informações constantes dos ANEXOS, e posteriormente proceder à análise bacteriológica das águas dos poços, segundo padrões estabelecidos na Portaria MS Nº 1469, de 29 de dezembro de 2000, tendo sido republicada no DO nº 7-E de 10/01/2001. Embora sejam utilizados recursos hídricos subterrâneos, o grau de risco de poluição das águas, nas condições atuais dos poços, não é desprezível, devendo-se, portanto adequar convenientemente a freqüência das análises

8 - Oferta diária atual de água na bacia do rio Longá

8.1 – Introdução

Nas condições atuais, todo o volume diário ofertado pelos sistemas tem sido consumido pela população, não tendo havido, praticamente, reservação. Deve-se registrar que na época da seca (verão), em alguns centros urbanos, ocorrem pressões sobre a demanda, motivadas por três causas, de ações concomitantes: -a flutuação populacional urbana, causada pela migração rural anual de agricultores e pecuaristas, que no verão voltam para as cidades, de onde haviam partido na época das chuvas (inverno), para a lida nas suas propriedades rurais; - a necessidade natural e geral, de maior consumo de água, pelas elevadas temperaturas de verão; e - a necessidade, ainda existente em alguns municípios, de complementação do abastecimento rural, a partir da sede municipal, pelo transporte de água por meio de carros-pipas. Assim, parte do volume de água produzido nas áreas urbanas, melhor atendidas, é utilizado para atendimento da demanda da área rural, o que causa pressão na demandas urbana. É nesse contexto, portanto, que deve ser analisado o conteúdo da tabela a seguir, e que a solução será o tratamento integrado em nível de município, com a identificação das localidades não satisfatoriamente abastecidas, em busca de alternativas de novas fontes de abastecimento para a área rural construção de novas fontes de analise

8.2 – Volumes extraídos e oferta de água

Com o objetivo de avaliar a oferta urbana per capita, foram calculados os volumes de explotação diários, a partir das informações levantadas em campo. A população urbana foi obtida a partir da publicação do censo IBGE, do ano 2.000. A Tabela 8.1 a seguir, contém as informações sobre os volumes diariamente explotados e consumidos pela população urbana, constituindo-se assim, praticamente em valores de consumo diário per capita. Tabala 8.1 – Volumes de águas subterrâneas explotados e oferta diária per capita

Município Qde. poços oper

Qde. Poços c/inf.

Volume explotado

(L/dia)

Pop. Urbana

Oferta (L/dia/hab)

Boa Hora 1 1 192.000 1.026 187 Boqueirão do Piauí 4 4 1.331.200 1.879 708 Brasileira 3 3 528.000 2.927 180 Cabeceiras do Piauí 2 2 672.000 1.389 483 Caraúbas do Piauí 2 2 420.000 635 661

Caxingó 1 1 360.000 745 483 Cocal de Telha 3 3 526.000 2.231 236 Cocal dos Alves 3 3 161.840 1.334 121

Coivaras 4 4 288.000 869 331 Domingos Mourão 1 1 360.000 856 420 Jatobá do Piauí 3 3 240.000 657 365

Lagoa Alegre 3 0 - (1.034) - Lagoa de São Francisco 9 8 403.250 2.338 172 Nossa Senhora de Nazaré 4 3 >264.000 1.083 >244

São João da Fronteira 7 7 713.000 1.613 442 São José do Divino 2 2 223.200 2.192 102

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30Total de poços 52 47

Volume total explotado (L/dia) >6.682.490 Pop. urbana do Projeto piloto na bacia 21.774

Média global da oferta (L/dia/hab) >306,9

Para efeito de comparação, apresentamos a seguir, os valores contidos no Manual Operativo do PROÁGUA - Semi-árido, vol. II, 2ª edição, 2000, para sistemas com projeto

Tabela 8.2 – Valores referenciais de consumo per capta

Consumo per capita

Cobertura prevista

Núcleo Populacional

Consumo médio per capita

Núcleo populacional

Cobertura

< 4.000 hab 60 a 120 L/dia/hab = ou > 5.000 90% > 5.000 hab 150 L/dia/hab < 5.000 100%

Se considerarmos consumo per capita de 150 L/dia/hab, pode-se notar, pela Tabela 8.1, de oferta diária na bacia do rio Longá, que apenas dois núcleos urbanos não atingem oferta satisfatório Por outro lado, deve-se ressaltar que os valores tabelados referem-se ao período de maior demanda urbana, correspondente ao verão. De acordo com anotações de campo, em algumas sedes, nesse período, a demanda urbana é também pressionada pela demanda rural, uma vez que contêm poços cujo volume de água extraído é, em parte, utilizado para atendimento complementar à demanda da área rural. Dessa forma apresentam valores de consumo urbanos influenciados pela demanda rural, portanto �aparentes�, excessivamente elevados, relativamente às demais cidades. A existência de consumo urbano �aparente� deve ser considerada na análise das solicitações de construção de novos poços e de reservatórios nas áreas urbanas, pois instalação do sistema na área rural carente de abastecimento servirá diretamente os usuários, evitando-se despesas com transporte de água de áreas urbanas para áreas rurais Esses fatos colocam em foco os agentes de administração pública, e torna evidente que além da componente vertical do Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos, é necessário adotar a visão holística no processo de gestão dos recursos hídricos nos domínios municipais, que deve ser praticada de forma integrada às diversas Secretarias municipais. A reduzida quantidade de hidrômetros instalados, correspondentes apenas a 30% das ligações, induz desperdício e mau uso dos recursos hídricos, de tal forma que, mesmo que sejam consideradas as perdas no sistema, os valores de consumo per capita constantes da Tabela 3, se situam bem acima dos valores satisfatório as sedes consideradas

9 - Aspectos financeiros dos Sistemas de abastecimento de água na bacia do rio Longá

9.1 – Introdução

Alguns aspectos relacionados com às finanças dos sistemas de abastecimento foram levantados em campo, porém o caráter expedito dos trabalhos de diagnóstico não permitem tratamento adequado, análise e avaliação dos sistemas sob os aspectos financeiros.

9.2 - Custos

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31 A análise de custos relativos aos sistemas de abastecimento fica inviabilizada pela impossibilidade de tratamento, motivada, por sua vez, pela pequena quantidade de informações obtidas, em nível de diagnóstico tornando-se inviável agregar consistência às mesmas. Esse tema deve ser especificamente planejado e analisado, visando à sustentabilidade dos sistemas de abastecimento do semi-árido, com população inferior a 5.000 habitantes.

9.3 - Tarifas

As Políticas tarifárias referentes aos Sistemas de abastecimento de água pelas diferentes Operadoras são bastante diversificadas. O primeiro conjunto de diferenças pode ser identificado entre os sistemas municipais e o sistema estadual, representado pela AGESPISA. Na AGESPISA, as tarifas são periodicamente revistas e dadas a conhecimento e cumprimento através de Resoluções. O recente crescimento da inadimplência foi analisado pela entidade, que substituiu a rotina de corte de ligações, pela prática de tratamento personalizado, em busca de solução negociada. No caso das Prefeituras municipais há grande diversidade nas Políticas adotadas. Independentemente de haver instalação de hidrômetros, foram registrados, leis municipais para a cobrança de tarifas, ausência de tarifas pelos serviços de abastecimento; cobrança de tarifa única, cobrança de diferentes tarifas relacionadas a intervalo de volumes de consumo; variação dos valores, em função dos diferentes grupos de usos: doméstico, industrial e público; limite de consumo, com acréscimo de preço a volumes excedentes; e também municípios onde há entrega de boletos aos usuários, cujo pagamento, porém, é voluntário. Nos casos de inadimplência, há municípios que procedem a cortes das ligações; mas há outros, que dedicam tratamento personalizado, postergando pagamentos, e mesmo suspendendo débitos. O período médio de inadimplência tem sido de dois meses. A Tabela 9.1 a seguir apresenta o resumo da situação da tarifação, por município Tabela 9.1 – Informações tarifárias dos sistemas de abastecimento

Município Operadora Situação Atual

Boa Hora PM Tarifa única de R$ 4,51; e o consumo é limitado Boqueirão do Piauí PM Tarifa única de R$ 5,00, e o consumo é limitado Brasileira AG Nota 1* Cabeceiras do Piauí AG Nota 1 * Caraúbas do Piauí PM/Ass.

Morad -

Caxingó Outros Tarifa única de R$ 5,00. Não há hidrômetros Cocal de Telha PM Nota 2 Cocal dos Alves PM Serviço de abastecimento não tarifado Coivaras PM - Domingos Mourãoi AG * Jatobá do Piauí PM Tarifa única de R$ 4,20/ligação. Elevada

inadimplência Lagoa Alegre AG * Lagoa de São Francisco PM Serviços de abastecimento não tarifado Nossa Senhora de Nazaré PM Tarifa única de R$ 3,00, sem limite para consumo São João da Fronteira PM Lei municipal. Cobrança de R$ 5,00/ligação São José do Divino AG -

Nota 1 Nos Sistemas administrados pela AGESPISA a cobrança pelos serviços de abastecimento de água segue Resoluções Internas, conforme exposição a seguir. Os valores tarifários atualmente praticados pela AGESPISA são referentes ao ANEXO II e QUADRO I, da sua Resolução de 04 de Fevereiro de 2003, que são reproduzidos abaixo.

Categorias de consumo (m3) Residencial Comercial e público Industrial

De Até R$ De Até R$ De Até R$ 8 6,35 10 16,70 10 16,70

9 12 1,05 11 15 1,75 11 15 1,95

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3213 15 1,16 >15 2,70 >15 2,85 16 18 1,49 19 25 2,31 26 40 2,31 41 70 2,37

>70 2,42 A tarifa para as ligações onde há hidrômetro, é de R$ 6,70/m3; e de R$ 15, 08/m3, onde não há hidrômetro Nota 2 Os valores tarifários praticados pela Prefeitura Municipal de COCAL DE TELHA são reproduzidos a seguir

Classes de prédios Cota mensal de consumo Tarifas Prédios sem hidrômetro 10 m3 R$ 3,40 Prédios dom hidrômetro R$ 4,07 Prédios públicos R$ 6,60

Aos 49 consumidores que têm hidrômetro instalado, embora o consumo mensal não seja medido, é cobrada tarifa de R$4,07.

10 – Planos, programas e projetos municipais na bacia do rio Longá

10.1 - Introdução Os projetos em execução, bem como as ações programadas pelas Instituições gestoras dos sistemas de abastecimento das sedes municipais são apresentados a seguir, de forma resumida.

10.2 - Planos projetos municipais informados

a) Boa Hora (PM) - Há 1 poço tubular em perfuração - Embora não estejam na sede municipal, há 4 escolas rurais com obras de captação concluídas, necessitando apenas da aquisição de bombas. b) Boqueirão do Piauí (PM) - Não há projetos em execução e planos de ações previstos. c) Brasileira (AGESPISA) - Efetuar plano de reparo da trinca do reservatório RSV P1-P2; - Automatizar ambos os sistemas de bombeamento; - Instalação de hidrômetros no conjunto residencial �Morar Bem� - Construção de 1 poço tubular para atender à demanda do Conjunto �Morar Bem�, considerando a utilização do reservatório RSV P3, de 10.000 L, existente no contíguo Conjunto �Mão Santa� d) Cabeceiras do Piauí (AGESPISA) Não há projetos em execução e planos de ações previstos. e) Caraúbas do Piauí (PM/ASSOCIAÇÃO MORADORES) Não há projetos em execução e planos de ações previstos. f) Caxingó (PA/ASSOCIAÇÃO MORADORES) Não há projetos em execução e planos de ações previstos.

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33 g) Cocal de Telha (PM) - Automação do sistema de bombeamento de todos os poços tubulares; - Equipar o novo poço; adquirir 1 bomba submersível, de reserva para o sistema; - Ampliar a rede de distribuição em cerca de 1.000 m; - Construir 1 poço 1 1 RSV para 50.00 l na parte oeste da cidade(Rota 2) h) Cocal dos Alves (PM) - Há plano de transferir o Sistema de abastecimento de água para AGESPISA; - Construir reservatório mais elevado para atender área com rede em baixa pressão e atendimento precário; - Como alternativa, construir 1 poço e 1 reservatório na área de atendimento; - Sugestão de construção de Barragem no rio Gameleira, a 20 km de Cocal dos Alves (coordenadas N-9594; e E -238), e que serviria para abastecimento de várias cidades da região. Houve estudos em 1978 i) Coivaras (PM) Não há projetos em execução e planos de ação. Embora não haja maiores problemas de manancial, como opção de médio prazo, deve-se considerar como fonte de abastecimento por águas superficiais, a utilização da adutora da Barragem �Corredores� no município de Jatobá do Piauí, na hipótese da construção do seu ramo para montante, que abasteceria a cidade de Alto Longá. A partir desse ramo seria possível derivação para a cidade de Coivaras j) Domingos Mourão (AGESPISA) - Avaliar a capacidade de produção do poço P1; - Avaliar a possibilidade da instalação de bomba de maior capacidade no poço P1 - Caso seja viável, proceder à construção e 1 RSV elevado, de 50.000 L; - Ampliação da rede de distribuição e instalação de hidrômetros k) Jatobá do Piauí (PM) Não há projetos em execução e planos de ações previstos. l) Lagoa Alegre (AGESPISA) Não há projetos em execução e planos de ações previstos. m) Lagoa de São Francisco (PM) - Ampliação da rede de distribuição dos poços P6 e P7; - Ampliação da rede de distribuição do poço P1 em mais 100 m, para atender mais 5 residências n) Nossa Senhora de Nazaré (PM) Não há projetos em execução e planos de ações previstos. o) São João da Fronteira (PM) - Existe Projeto iniciado em 2002,a ser executado pela FUNASA, que atualmente se encontra interrompido, porque há necessidade da liberação de recursos financeiros. O projeto prevê: - construção de 1 Reservatório de 150.000 L; - substituição da rede de distribuição por outra de maior diâmetro; e - ampliação da rede em 5.000 m, no Bairro Piçarra, para atendimento de mais 240 residências - Construção de mais 1 poço tubular; e - Instalação de mais 500 hidrômetros

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34 p) São José do Divino (AGESPISA) Não há projetos em execução e planos de ações previstos