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Assessoria Econômica da FEDERASUL

A Desindustrialização Brasileira

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Reprimarização das Exportações

• Há sinais claros que a reprimarização está ocorrendo

– Participação das exportações de produtos primários cresceu muito acima da média das exportações nos últimos anos;

– É um processo que vem ocorrendo em muitos países, mas em um ritmo inferior ao brasileiro;

– Se deve a uma combinação virtuosa para o país, que aliou uma grande expansão da demanda internacional com uma elevação significativa de preços.

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Reprimarização das Exportações

• Mas esse processo é, necessariamente, ruim?

– Brasil apresenta grande diversificação de sua pauta de exportações, inclusive de commodities;

– País tem grande vantagem comparativa na produção de commodities;

– Mas, os preços das commodities é muito mais volátil do que os dos produtos industrializados e...

– Esse processo pode levar à desindustrialização...

• Perda de participação da indústria no PIB;

• Perda de participação do emprego industrial no total;

• Aumento do hiato tecnológico em relação às nações líderes.

ADesindustrialização

Brasileira

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A Desindustrialização

• Importância do setor industrial para o aumento da produtividade da economia

– Presença de economias de escala;

– Maior adensamento e encadeamento na cadeia produtiva;

– Maior receptor e difusor do progresso técnico.

• Nesse contexto, a desindustrialização precoce reduz o crescimento potencial da economia no longo prazo

– A doença holandesa sintetiza o processo de reprimarização das exportações e a desindustrialização, através da apreciação cambial.

Aumento das exportações de produtos primários;

Apreciação real da taxa de câmbio;

Redução da participação da indústria no PIB e do emprego industrial no total.

Sintomas da Doença Holandesa

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Exportações Brasileiras por Fator Agregado (% do Total)

56,5 54,3 55,0 55,1 54,4 52,346,8 44,0

39,4 36,1 37,4

14,114,8 15,0 13,9 13,5 14,2

13,6

13,713,4

14,014,1 13,6

26,3 28,1 28,9 29,5 29,3 29,2 32,136,9 40,5 44,6 47,8 46,8

54,7

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Manufaturados Semimanufaturados Primários

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

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Preços das commodities(valorização dos preços dos produtos exportados pelo Brasil)

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

0

50

100

150

200

250

1998.01

1998.06

1998.11

1999.04

1999.09

2000.02

2000.07

2000.12

2001.05

2001.10

2002.03

2002.08

2003.01

2003.06

2003.11

2004.04

2004.09

2005.02

2005.07

2005.12

2006.05

2006.10

2007.03

2007.08

2008.01

2008.06

2008.11

2009.04

2009.09

2010.02

2010.07

2010.12

2011.05

2011.10

2012.03

2012.08

Primários Manufaturados

Evolução da taxa de câmbio(em relação ao dólar norte-americano, em R$/US$)

Fonte: Banco Central.

2,26

1,56

2,38

1,57

3,56

1,5

1,7

1,9

2,1

2,3

2,5

2,7

2,9

3,1

3,3

3,5

3,7

20

03

.01

20

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.04

20

03

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03

.10

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.01

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.04

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.10

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.01

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05

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.01

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20

06

.10

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07

.01

20

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.07

20

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08

.01

20

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.04

20

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.07

20

08

.10

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09

.01

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.04

20

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.07

20

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.10

20

10

.01

20

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.04

20

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.07

20

10

.10

20

11

.01

20

11

.04

20

11

.07

20

11

.10

20

12

.01

20

12

.04

20

12

.07

20

12

.10

20

13

.01

20

13

.04

20

13

.07

20

13

.10

20

14

.01

10

Exportações Industriais Brasileiras por Intensidade Tecnológica (% do Total)

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

8,7 6,8

30,227,4

25,4 27,2

35,7

38,7

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Alta Tecnologia Média-alta Tecnologia Média-baixa Tecnologia Baixa Tecnologia

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Evidência da Desindustrialização?(Participação dos setores no PIB, em %)

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. *: em pontos percentuais.

Setores 1990 1995 2000 2005 2010 2012Variação 2012-1990 (em p.p.) *

Indústria 32,2 33,1 27,5 29,0 27,2 26,3 -5,9

Agropecuária 7,2 9,2 5,7 5,8 5,4 5,2 -2,0

Serviços 60,6 57,7 66,8 65,3 67,4 68,5 7,9Total 100 100 100 100 100 100 ----

Fonte: Adaptada de Squeff (2012, p. 13).

Evidência da Desindustrialização?(Evolução do emprego por setores de atividade econômica, em

%)

Setores 2000 2003 2005 2007 2009 2011Variação 2011-2000 (em p.p.)

Indústria 19,5 19,1 20,0 20,1 20,5 16,4 -3,1

Agropecuária 22,3 21,0 20,9 18,6 17,4 14,8 -7,5

Serviços 58,2 59,9 59,1 61,3 62,1 68,8 10,6

Total 100 100 100 100 100 100 -

13Fonte: Dados extraídos do artigo de Regis Bonelli e Julia Fontes, “Desafios brasileiros no longo prazo”, texto para discussão da Fundação Getúlio Vargas, maio de 2013.

Evidência da Desindustrialização?(Evolução da Produtividade dos Países, em %)

Taxa de Crescimento da Produtividade (% ao ano)

2000 2012 2000-2012

Estados Unidos 100 100 1,3

Reino Unido 81 78 1,0

Alemanha 79 74 0,7

Argentina 35 36 1,4

Rússia 25 35 4,2

México 38 34 0,5

Chile 33 33 1,3

África do Sul 22 24 2,0

Colômbia 21 22 1,7

Brasil 19 18 1,0

China 6 17 10,4

Índia 7 10 5,1

Nível de Produtividade em relação aos EUA, em %Países

Selecionados

14Fonte: Banco Mundial.

Evidência da Desindustrialização?(Evolução da Participação da Indústria no PIB, em países

selecionados)

País 2000 2012 Variação (em p.p.)

China 45,9 45,3 -0,6Coreia do Sul 38,0 39,0 1,0Rússia 38,0 36,0 -2,0México 36,0 36,0 0,0Chile 32,2 35,6 3,4Alemanha 31,0 31,0 0,0Alemanha 30,5 30,5 0,0África do Sul 31,8 28,4 -3,4Austrália 26,8 28,1 1,4Brasil 27,7 26,3 -1,4Índia 26,0 26,2 0,2EUA 23,4 20,2 -3,3

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A Desindustrialização

• O que fazer?

– Aspectos sistêmicos

• Melhorar a qualidade da educação básica;

• Atuar sobre o “custo-Brasil” (ex: infraestrutura, carga tributária, burocracia);

• Impedir uma sobrevalorização cambial.

– Aspectos específicos

• Adotar uma política industrial que estimule setores intensivos em tecnologia (incentivos fiscais e creditícios).