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1 as Jornadas Científicas do Hospital Central de Maputo HOSPITAL CENTRAL DE MAPUTO Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 14-06-22 1

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Page 1: 1 as Jornadas Científicas do Hospital Central de Maputo HOSPITAL CENTRAL DE MAPUTO Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 07-11-20131

1as Jornadas Científicas do Hospital Central de Maputo

HOSPITAL CENTRAL DE MAPUTO

Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela.11-04-23 1

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Adesão a terapêutica anti-retroviral (TARV): Experiência dos Serviços Farmacêuticos do Hospital

Central de Maputo

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANEFACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

Autor:

Feliciano Pedro Maurício Cumaquela

Supervisores:

Mohsin Sidat MD, MSc, PhDCésar Palha de Sousa MD, MSc, PhD

Maio , 2011

Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela.11-04-23 2

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Ordem de apresentação

1. Introdução 1.1. Infecção por HIV no Mundo e em Moçambique 1.2. Tratamento Anti-retroviral em Moçambique

2. Objectivos 2.1. Gerais e específicos

3. Materiais e métodos 3.1. … local, população de estudo, amostragem, etc.

4. Resultados e discussão 4.1. … características sócio-demográficas, adesão ao TARV, etc.

5. Conclusões e recomendações 5.1. Conclusões 5.2. Recomendações

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Infecção por HIV no Mundo e em Moçambique

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 4

América do Norte

790 000 – 1,2 milhões790 000 – 1,2 milhões

Caraibas350 000 - 590 000350 000 - 590 000

América Latina1,3 – 1,9 milhões1,3 – 1,9 milhões

Europa Ocidental

520 000 – 680 000520 000 – 680 000

Europa Orientale Ásia Central

1.2 – 1.8 milhão1.2 – 1.8 milhãoAsia oriental e Pacífico

Africa do Nortee Medio Oriente

470 000 – 730 000470 000 – 730 000

Africa Sub-Sahariana22,8 milhões milhões

Asia do Sul e Sul-oriental

0.7 – 1.3 milhões0.7 – 1.3 milhões

4,6 – 8,2 milhões4,6 – 8,2 milhões

Australia e Nova Zelandia

12 000 - 18 00012 000 - 18 000

Centro 14,4%

Sul20,2 %

Norte 6,1 %

Taxas de infecção por HIV em Moçambique

Taxas de infecção por HIV no mundo

INSIDA , 2009

Geral 11,5%

O HIV/SIDA é sem dúvida a pandemia mais devastadora da actualidade.WHO, 2008

Em 2007, o número estimado de mortes em adultos e crianças por SIDA foi de 2,1 milhões, sendo que 1,6 milhões (76%) desses óbitos ocorreram na África Sub Sahariana, (OMS, 2008)

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Tratamento Anti-retroviral (TARV)

• A introdução do TARV contribuiu para a redução da morbi-mortalidade em pacientes infectados por HIV. (Brambatti, 2007)– O TARV diminui a carga viral, aumenta as células CD4,

melhora a imunidade e por conseguinte melhora a qualidade de vida dos pacientes. (Nachega e col., 2007)

• O sucesso do TARV requere uma adesão ≥ 95%. (Saberi e col., 2008)– Vários métodos possiveis para avaliar a adesão ao TARV

(Brambatti, 2007);

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Métodos e recursos para avaliação da adesão ao TARV. (Brambatti,2007)

1. Auto-relato.

2. Monitoramento electrónico dos medicamentos.

3. Contagem de pílulas.

4. Monitoramento dos níveis de medicamentos anti-retrovirais.

5. Registo de aviamento de anti-retrovirais (farmácia).11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 6

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Objectivos gerais

1. Estimar a adesão ao TARV através dos registos de Farmácia e correlacionar com as características sócio-demográficas e com o estado de progressão da doença por HIV (CD4)

2. Apresentar recomendações para alertar atempadamente o sistema de atenção e cuidados aos pacientes para melhorar a adesão ao TARV.

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Objectivos específicos 1

1. Caracterizar os dados dos pacientes em TARV registados por rotina na Farmácia do HDD do HCM;

2. Estimar a taxa de adesão ao TARV através dos registos de Farmácia e avaliar a sua relevância face aos parâmetros de progressão da infecção pro HIV (CD4);

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Objectivos específicos 2

3. Analisar a relação entre a taxa de adesão estimada através dos registos e parâmetros sócio-demográficos;

4. Estimar a adesão cumulativa de todos os pacientes por cada um dos meses de seguimento (12 meses) assim como as medidas de tendência central e de dispersão para adesão cumulativa para este período;

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Objectivos específicos 3

5. Recomendar estratégias ao nível da Farmácia para alertar atempadamente o sistema de atenção e cuidados aos pacientes para melhorar a adesão ao TARV.

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Materiais e métodos

• Local de estudo: Hospital de Dia do Hospital Central de Maputo. (Escolhido por conveniência)

• Tipo de estudo: Estudo observacional transversal (retrospectivo).

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População de estudo e amostragem

• Foram revistos todos os processos existentes no HDD do HCM.

• Foram seleccionados todos os indivíduos em TARV há pelo menos 6 meses, com ≥ 18 anos de idade, que foram atendidos no HDD de 2006 a 2009.

• A população total da qual a amostra deveria ser seleccionada resultou em 2,500 pacientes.

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Cálculo do tamanho

• onde: • n = ?: Tamanho da amostra para o estudo (a ser calculada); • 2 = 4: Nível de confiança escolhido, expresso em número de

desvios-padrão; • p = 30: Percentagem com a qual o fenómeno se verifica (o

nível de pobre adesão estimada como máximo neste estudo para efeitos do cálculo da amostra)

• q = 70: Percentagem complementar (100 - p); • N = 2.500: Tamanho da população de estudo• e2 = 5: Erro máximo permitido n= 296,3 (300 pacientes)= AMOSTRA DO ESTUDO

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Representação do processo de selecção dos pacientes para o presente estudo.

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Recolha de dados

• O estudo foi baseado no uso e análise de dados secundários, (dados recolhidos na Farmácia de forma rotineira).

• Foi elaborada uma ficha de recolha de dados, através dos registos dos processos clínicos e registos da Farmácia.

• Foram recolhidos os seguintes dados: dados sócio-demográficos, clínico-laboratoriais, infecções oportunistas e reaviamento de Anti-retrovirais.

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Análise de dados 1

• Os dados recolhidos foram introduzidos numa base de dados criada para o efeito no pacote estatístico SPSS versão 15.0.

• Foi efectuada uma análise descritiva dos dados sócio-demográficos e clínico-laboratoriais.

• Foi estimada a adesão cumulativa de todos os pacientes por cada um dos meses de seguimento.

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Análise de dados 2

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• Com relação ao nível de adesão ao TARV foram diferenciados 2 grupos: os com boa adesão (≥ 95%) e os considerados com pobre adesão (<95%).

• Foram feitas análises bivariadas através da adesão estimada pelos registos farmacêuticos para cada paciente e as suas características sócio-demográficas, presença de infecções oportunistas e a evolução temporal de CD4.

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Adesão ao TARV: Definições:

• “Habilidade da pessoa vivendo com HIV/SIDA em se envolver na escolha, inicio, manutenção do regime terapêutico para controlar a replicação viral e melhorar a função imunológica". (Brambatti, 2007).

• Neste trabalho, serão considerados aderentes (óptima adesão), os pacientes que após os cálculos de adesão obtiverem valor de adesão ≥95% e não-aderentes (pobre adesão) os pacientes que tiverem valor de adesão <95%. (Saberi e col., 2008)

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Adesão ao TARV: Cálculos

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• Foram calculadas medidas de tendência central e de dispersão para adesão cumulativa para o período de 12 meses.

• A adesão foi determinada a partir dos registos dos medicamentos reaviados e frequência de reaviamentos subsequentes de acordo com a fórmula proposta pelo Saberi P, et. Al.

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Principais limitações deste método de recolha

• A exclusão de alguns pacientes pode ter enviesado o estudo por 2 motivos:

- pacientes em TARV há pelo menos 6 meses;

- pacientes com dados diferentes.

• A fiabilidade da informação contida nos registos;

• O facto de receber os medicamentos na Farmácia não

garante que o paciente vá tomar os mesmos;

• O facto de o paciente ter ido reaviar em outra Farmácia.

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Características sócio-demográficas 1Características Sócio-Demográficas Freq. %

Sexo: Masculino 118 39.3Feminino 182 60.7

Grupos etários (em anos):

≤ 20 2 0.721-30 91 30.331-40 109 36.341-50 70 23.351-60 22 7.3≥ 61 6 2.0

Estado civil:

Casado(a) 43 52.0União de facto 113Solteiro(a) 114 38.0Viúvo(a)Sem informacão

264

8.71.3

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Resultados e discussão

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Características sócio-demográficas 2

Escolaridade:

Sem escolaridade 15 5.0Níveis primário e básico 232 77.4Nível médio 31 10.3Nível superior 7 2.3Sem informação 15 5.0

Profissão/Ocupação:

Estudante 12 4.0Doméstico(a) 142 47.3Comerciante 31 10.3Técnico(a) 31 10.3Camponês(a) 2 0.7Auxiliar (serventes, outros) 43 14.3Gestor(a) 5 1.7Motorista 17 5.7Operário(a) 5 1.7Professor(a) 3 1.0Sem informação 9 3.0

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Características Sócio-Demográficas Freq. %

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Características sócio-demográficas 3

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Distrito/ local onde reside:

Cidade de Maputo 186 62.0

Província de Maputo 101 33.7Outros 5 1.7Sem informação 8 2.7

Pacientes referidos de:HCM 210 70.0Outros 61 20.3Sem informação 29 9.7

Regimes de TARV (iniciais):

D4T-3TC-NVP 251 83.7AZT-3TC-NVP 30 10.0D4T-3TC-EFV 15 5.0AZT-3TC-EFV 1 0.3D4T-3TC-IDV 2 0.7D4T-3TC-RTV-SAQ 1 0.3

Características Sócio-Demográficas Freq. %

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Adesão segundo os parâmetros sócio-demográficos 1

Parâmetros avaliados

Adesão ao TARV (estimada)

OR (95% IC) Valor de pÓptima

adesãoFreq. (%)

Pobre adesão

Freq. (%)

SexoMasculino 102(86,4) 16 (13,6)

0,79 (0,37-1,68) 0,63Feminino 162(89,0) 20 (11,0)

Idade≤40 175(86,6) 27 (13,4)

0,66 (0,27-1,54) 0,40≥41 89 (90,8) 9 (9,2)

Estado Civil

Casado/U. de factoOutros (solteiro, viúvo, etc)

139(89,1)125 (86,8)

17 (10,9)19 (13,2)

1,24 (0,59-2,64) 0,66

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• Apenas 12% (36/300) com pobre adesão <95%; (média = 97.6%; mediana de 98.3%; variação: 85.6% a 100%; e desv. Padrão = 2.4%).

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Adesão segundo os parâmetros sócio-demográficos 2

Escolaridade <=7a classe 161 (87,5) 23 (12, 5)

0,86 (0,37-1,94) 0,83>7a classe 90 (89,1) 11 (10,9)

Profissão ou Ocupação

Doméstico 125 (88,0) 17 (12,0)1,07 (0,51-2,98) 0,98Outros 130 (87,2) 19 (12,8)

Referência HCM 188 (89,5) 22 (10,5)

1,68 (0,69-4,01) 0,30Outros 51 (83,6) 10 (16,4)

Regime inicial TARV

D4T+3TC+NVP AZT+3TC+NVPe outros

250 (89,0)14 (73,7)

31 (11,0)5 (26,3) 2,88 (0,84-9,37) 0,10

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 27

Parâmetros avaliados

Adesão ao TARV (estimada)

OR (95% IC) Valor de pÓptima adesão

Freq. (%)

Pobre adesão

Freq. (%)

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Adesão segundo os parâmetros sócio-demográficos 3

Local de Residência

Próximo do HCM 20 (91,0) 2 (9,0) 1,38 (0,29-8,93) 0,94Outros 240(88,0) 33 (12,0)Distante do HCM 87 (89,7) 10 (10,3)

1,26 (0,55-2,95) 0,70Outros 173(87,0) 25 (13,0)

Contagem de CD4 (início)

CD4 > 250 células/mm3 30 4

1,03 (0,32-3,68) 1,0CD4 ≤ 250 células/mm3 234 32

Contagem de CD4 (≥ 6meses)

CD4 > 250 117 290,32 (0,12-0,82) 0,01CD4 ≤ 250 87 7

Co-infecção

Com Tuberc.Sem Tuberc.

1995

630 0,80 (0,34-3,10) 0,80

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 28

Parâmetros avaliados

Adesão ao TARV (estimada)

OR (95% IC) Valor de pÓptima

adesãoFreq. (%)

Pobre adesão

Freq. (%)

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Adesão e os valores de contagem de CD4

A Figura A (acima à esquerda) mostra a variação dos valores da contagem de CD4 no início do TARV e a Figura B (acima à direita) a variação dos valores da contagem de CD4 com ≥6 meses de TARV.

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 29

A

Pobre

Óptimo

Frequência absoluta (número de pacientes)

200 150 100 500

Pobre

Óptimo

200150100 500

Pacientes com CD4 ≤250Pacientes com CD4 >250 B

Óptimo

Pobre

Frequência absoluta (número de pacientes)

Óptimo

Pobre

Pacientes com CD4 >250 Pacientes com CD4 ≤250

200 200150 150100100 50 50 0 250250

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Distribuição dos valores da contagem de CD4 no início do TARV e CD4 com ≥6 meses

n =300Média = 157.0Desvio Padrão =112.4

n =300Média = 328.0Desvio Padrão =149.5

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 30

Contagem de CD4

1250 1000 750500 250 0

100

80

60

40

20

0

CD4 no início do TARV AA

Contagem de CD4

1000 800600 400200 0

Fre

qu

ên

cia

50

40

30

10

0

CD4 com ≥6 meses de TARV BB

20

Fre

qu

ên

cia

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Distribuição dos valores da média de adesão e os dias de atraso cumulativos dos pacientes em TARV. (n=300)

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 31

250200150100500

100.00

95.00

90.00

85.00

dia

de

ad

es

ão

Dias de atraso cumulativos

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Distribuição dos diferentes níveis de adesão (em %) ao TARV por sexo

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 32

100.00

92.00

88.00

Frequência

60 50 40 30 20 10 0

Nível de adesão (%)

100.00

98.00

96.00

94.00

92.00

90.00

88.00

86.00

60 50 40 302010 0

FemininoMasculino

98.00

86.00

Nível de adesão (%)

94.00

96.00

90.00

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Variação das médias de adesão ao longo dos 12 meses de seguimento

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 33

Meses de seguimento

Nív

el d

e ad

esão

(%)

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Variação das médias de adesão por trimestres

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 34

Trimestres de seguimento

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Representação gráfica dos dias de atraso no reaviamento dos medicamentos anti-

retrovirais

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 35

Freq

uênc

ia

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Representação gráfica de máximo de Dias de atraso em reaviamentos ao longo dos 12

meses de seguimento dos pacientes

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 36

Dias de atraso

Fre

qu

ênc

ia

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Distribuição dos dias de atraso cumulativos dos pacientes com adesão pobre ao TARV.

(n=36)

N =36Média = 59.72Desvio Padrão= 44.954 Mediana= 42.00

11-04-23 Adesao ao TARV. Autor: Feliciano Cumaquela. 37

Dias de atraso cumulativos

250200150100500

25

20

15

10

5

0

Freq

uênc

ia

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Distribuição dos dias de atraso cumulativos dos pacientes considerados de adesão óptima

ao TARV. (n=264)

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Dias de atraso cumulativos

3020100

30

20

10

0

Freq

uênc

ia

n =264Média= 6.92Desvio Padrão.= 5.391 Mediana= 6.00

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Conclusões 1• A amostra era composta maioritariamente por mulheres 61%

(182/300);

• Apenas 11% (34/300) dos pacientes tiveram que mudar alguma vez o seu regime de TARV inicial neste estudo;

• Cerca de 45% (136/300) de pacientes começou o TARV dentro de 27 semanas e cerca de 12% (37/300) começou dentro de 2 semanas;

• Cerca de 50% (150/300) tiveram alguma outra enfermidade ou infecção associada à infecção por HIV;

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Conclusões e recomendações

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Conclusões 2

• Constatou-se que apenas 4% (12/300) dos pacientes nunca se atrasou para o reaviamento dos seus medicamentos;

• Os atrasos nos reaviamentos de 1,5 dias foram o mais comumente observado (84% dos casos ou 252/300);

• Cerca de 45% (136/300) de pacientes começou o TARV dentro de 27 semanas e cerca de 12% (37/300) começou dentro de 2 semanas;

• Cerca de 50% (150/300) tiveram alguma outra enfermidade ou infecção associada à infecção por HIV;

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Conclusões 3

• Os pacientes com óptima e pobre adesão mostraram melhorias nos valores das contagens de CD4 cerca de 6 meses após o inicio do TARV;

• Foi encontrada uma associação fortemente significativa para a relação entre a adesão e os valores da contagem de CD4 após 6 meses de TARV (p = 0.01);

• A média dos valores da contagem de CD4 no início do TARV era de 157.0 células/mm3 e após 6 meses foi de 328.0 células/mm3

o que corresponde a um aumento de 171.0 células/mm3;

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Conclusões 4

• É possível estimar com alguma fiabilidade o nível de adesão ao TARV a partir dos registos da Farmácia confirmando estudos similares noutros países;

• Este estudo confirma o facto de que uma boa adesão contribui significativamente para a melhoria dos valores da contagem de CD4;

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Recomendações 1

• A principal recomendação é que avaliações de adesão devem ser feitas periódicamente, possivelmente como parte da rotina das consultas integradas de doenças crónicas;

• Há necessidade de montar na Farmácia um sistema de alerta informatizado (electrónico) de modo a ajudar a detectar na Farmácia os referidos pacientes faltosos para o reaviamento dos seus medicamentos;

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Recomendações 2

• Há necessidade de criação de condições, tais como telefone e fax, ao nível da Farmácia, para a detecção atempada dos pacientes faltosos;

• Como a maioria dos pacientes se atrasa entre 1,5 dias no reaviamento dos medicamentos, há necessidade de compreender as razões por detrás desses atrasos (p.e. através de um outro estudo) e definir estratégias apropriadas às evidências obtidas;

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Recomendações 3

• Cerca de 600 dos 3,103 pacientes em TARV e sem critérios representados no processo de selecção não tiveram dados completos, pelo que há necessidade de se realizarem auditorias da qualidade do preenchimento dos processos dos pacientes de forma periódica para detectar e educar sobre este problema.

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Lista de Referências 1. Brambatti LP (2007). Compartilhando olhares, diálogos e caminhos: adesão ao

tratamento e qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV/AIDS em Maputo, Moçambique. Instituto de Psicologia. Brasília, Universidade de Brasília. Doutoramento.

2. Saberi P, Caswell N, et al. (2008). "Pharmacy-refill measure of adherence to efavirenz can predict maintenance of HIV viral suppression." AIDS Care 20(6): 741-745.

3. Nachega JB, Hyssop M, et al. (2006). "Adherence to Highly Active Antiretroviral Therapy Assessed by Pharmacy Claims Predicts Survival in HIV-Infected South African Adults." Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes 43(1): 78-84

4. MISAU and INE (2009). Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV e SIDA em Moçambique INSIDA. Instituto Nacional de Saúde, Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Estatística.

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Muito Obrigadopela Vossa atenção.

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