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1 - APRESENTAÇÃO Esta unidade didática pretende constituir-se como um instrumento de trabalho para os professores do ensino fundamental da Escola Estadual República Oriental do Uruguai. O objetivo principal é propor atividades relacionadas com a problemática dos resíduos sólidos urbanos, que podem ser desenvolvidas pela comunidade escolar de forma a auxiliá-la na compreensão do processo como um todo, desde a fase de concepção de um produto até o seu consumo, aliado as reflexões de natureza ambiental, social, cultural, política e econômica. A Unidade está organizada da seguinte forma: nas primeiras páginas é feita uma breve introdução sobre os resíduos sólidos urbanos. Nas páginas seguintes são apresentados textos e atividades práticas que podem ser realizadas com os alunos. Em cada atividade há uma explicação sobre os objetivos que se pretende atingir, o material necessário, o local onde a mesma poderá ser realizada e a duração prevista, bem como sugestões de como promover um debate sobre a temática. A Unidade também tem como sugestão alguns vídeos sobre a problemática dos resíduos sólidos urbanos que poderão ser utilizados pelos professores. Essa temática é referenciada em outros materiais didáticos como o da professora Ninon Rose Mayer Godoy que fornece subsídios para o ensino da educação ambiental, utilizando a TV multimídia. A sugestão é de que a proposta passe a servir como uma ferramenta para abrir novos caminhos, podendo ser alterada, adequando-se ao nível de ensino e circunstâncias específicas presentes em cada universo escolar. Esse material será reformulado de acordo com os resultados após a implementação do projeto no ano de 2009, na Escola Estadual República Oriental do Uruguai com os alunos de 6ª série do ensino fundamental. 1

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1 - APRESENTAÇÃOEsta unidade didática pretende constituir-se como um instrumento de

trabalho para os professores do ensino fundamental da Escola Estadual

República Oriental do Uruguai.

O objetivo principal é propor atividades relacionadas com a problemática

dos resíduos sólidos urbanos, que podem ser desenvolvidas pela comunidade

escolar de forma a auxiliá-la na compreensão do processo como um todo,

desde a fase de concepção de um produto até o seu consumo, aliado as

reflexões de natureza ambiental, social, cultural, política e econômica.

A Unidade está organizada da seguinte forma: nas primeiras páginas é

feita uma breve introdução sobre os resíduos sólidos urbanos. Nas páginas

seguintes são apresentados textos e atividades práticas que podem ser

realizadas com os alunos. Em cada atividade há uma explicação sobre os

objetivos que se pretende atingir, o material necessário, o local onde a mesma

poderá ser realizada e a duração prevista, bem como sugestões de como

promover um debate sobre a temática.

A Unidade também tem como sugestão alguns vídeos sobre a

problemática dos resíduos sólidos urbanos que poderão ser utilizados pelos

professores. Essa temática é referenciada em outros materiais didáticos como

o da professora Ninon Rose Mayer Godoy que fornece subsídios para o ensino

da educação ambiental, utilizando a TV multimídia.

A sugestão é de que a proposta passe a servir como uma ferramenta

para abrir novos caminhos, podendo ser alterada, adequando-se ao nível de

ensino e circunstâncias específicas presentes em cada universo escolar.

Esse material será reformulado de acordo com os resultados após a

implementação do projeto no ano de 2009, na Escola Estadual República

Oriental do Uruguai com os alunos de 6ª série do ensino fundamental.

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2 - RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOSOs resíduos sólidos urbanos (RSU), mais conhecidos como lixo,

constituem-se uma enorme preocupação nos grandes centros urbanos. O

aumento na geração de RSU é um problema crescente e intimamente

relacionado com o crescimento populacional e que suscita uma maior

demanda por serviços de coleta pública e se não coletados e tratados

adequadamente, provocam efeitos diretos e indiretos na saúde humana, além

da grande degradação ambiental. Esse aumento na geração dos RSU é

conseqüência da prática cultural de uma sociedade que estimula o

consumismo, negligenciando valores humanos, onde a tônica que prevalece é

a de que o mais importante é ter do que ser, onde o meio ambiente é o

primeiro a sofrer as conseqüências catastróficas dessa ação antrópica.

A humanidade vivencia os efeitos do uso abusivo dos recursos naturais,

na medida em que aumenta o consumo e a desigualdade social, a produção

dos resíduos sólidos se transforma num grande problema presente também no

espaço escolar. Portanto, faz-se necessário a contribuição da escola na

construção da consciência ambiental para que ocorram mudanças de

comportamento.

A palavra lixo é definida no dicionário como sujeira, imundice, coisa ou

coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de

resíduos sólidos e é representado por materiais descartados pelas atividades

humanas, podendo ser de diversas origens: industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de limpeza de vias públicas e outras (RODRIGUES e

CAVINATTO, 1997).

O processo de urbanização acelerado de muitas cidades brasileiras

trouxe novas questões e desafios para aqueles que nelas vivem. As cidades

nem sempre estiveram preparadas para receber tanta gente, carros, ruídos e

especialmente todo lixo produzido. Cresce a cada dia a preocupação dos

moradores com a melhoria de sua qualidade de vida. A maior parte das

cidades brasileiras lança seus resíduos sólidos nos lixões causando sérios

impactos ambientais. Se esses resíduos fossem tratados de forma integrada,

reduziríamos a ocorrência de doenças, os níveis de poluição e a demanda por

áreas para o depósito do mesmo.

2

O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem gera

desperdícios, contribui de forma importante à manutenção das desigualdades

sociais, constitui ameaça constante à saúde pública e agrava a degradação

ambiental comprometendo a qualidade de vida das populações, especialmente

nos centros urbanos de médio e grande porte. A situação evidencia a urgência

em se adotar um sistema de conscientização educacional adequado para o

manejo dos resíduos, definindo uma política para a gestão e o gerenciamento,

que assegure a melhoria continuada do nível de qualidade de vida, promova

ações práticas recomendadas para a saúde pública e proteja o meio ambiente

(VESPA e GALBIATTI, 2000).

O capítulo da Agenda 21 dedicado aos resíduos sólidos e questões

relacionadas com o esgoto (cap. 21) estabelece que o manejo ambientalmente

saudável desses não deva se limitar a sua simples disposição ou

aproveitamento por métodos seguros, mas sim, ao ataque à causa

fundamental do problema: os padrões insustentáveis de produção e consumo.

A partir dessa reflexão, são propostas algumas diretrizes para esse

manejo: redução do consumo, reutilização e a reciclagem de materiais. Muitos

educadores ambientais e ambientalistas referem-se a essas diretrizes como o

principio dos “3 Rs”. A redução dos resíduos deve vir em primeiro plano,

seguida do aumento máximo da reutilização e, por último, a reciclagem de

materiais. Essa seqüência obedece à noção de que a redução da geração de

lixo traz menos impactos ambientais do que a reutilização e reciclagem de

materiais e, assim, deve ser priorizada. A promoção da disposição e

tratamento ambientalmente saudável dos resíduos e a ampliação do alcance

dos serviços que deles se ocupem são entendidas como etapas obrigatórias.

Segundo o IDEC (2002), Reduzir significa consumir menos produtos e

preferir aqueles que oferecem menor potencial de geração de resíduos,

tenham maior durabilidade e ocupem menos espaço; Reutilizar é usar

novamente as embalagens, evitando que estas se transformem em resíduos.

Exemplo: as caixas plásticas de sorvetes usadas atualmente sempre servem

para guardar alguma coisa. Reciclar é fabricar um produto a partir de material

usado, diminuído o impacto sobre o ambiente, pois se evita a saturação dos

depósitos de resíduos e por outro lado colabora com a diminuição da

exploração de matéria-prima na natureza.

3

A questão dos resíduos sólidos urbanos vem sendo apontada pelos

ambientalistas como um dos mais graves problemas ambientais urbanos da

atualidade, a ponto de ter se tornado objeto de proposições técnicas para seu

enfrentamento e alvo privilegiado de programas de educação ambiental na

escola brasileira. A compreensão da necessidade do gerenciamento integrado

dos resíduos sólidos propiciou a formulação da chamada Política ou

Pedagogia dos 3R’s, que inspira técnica e pedagogicamente os meios de

enfrentamento da questão do lixo.

No entanto, apesar da complexidade do tema, muitos programas de

educação ambiental na escola são implementados com uma visão puramente

instrumentalista ou tecnicista do conhecimento, com todos os seus

reducionismos inerentes, em função da reciclagem, desenvolvendo apenas a

coleta seletiva de lixo, em detrimento de uma reflexão crítica e abrangente a

respeito dos valores culturais da sociedade de consumo, do consumismo, do

industrialismo, do modo de produção capitalista e dos aspectos políticos e

econômicos da questão do lixo.

E a despeito dessa tendência pragmática, pouco esforço tem sido

dedicado à análise do significado ideológico da reciclagem e suas implicações

para a educação ambiental reducionista, mais preocupada com a promoção de

uma mudança comportamental sobre a técnica da disposição domiciliar do lixo

(coleta convencional x coleta seletiva) do que com a reflexão sobre a mudança

dos valores culturais que sustentam o estilo de produção e consumo da

sociedade moderna (LAYRARGUES, 2002).

A educação ambiental que incorpora a perspectiva dos sujeitos sociais

permite estabelecer uma prática pedagógica contextualizada e crítica, que

explicita os problemas estruturais de nossa sociedade, as causas do baixo

padrão qualitativo da vida que levamos e da utilização do patrimônio natural

como uma mercadoria e uma externalidade em relação a nós. É por meio da

atuação coletiva e individual, intervindo no funcionamento excludente e

desigual das economias capitalistas que os grupos sociais hoje vulneráveis

podem ampliar a democracia e a cidadania.

Dessa forma, invertem o processo de exclusão social e de degradação

das bases vitais do planeta, com novos padrões culturais cujos valores

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propiciem repensarmo-nos na natureza e nos realizarmos em sociedade

(GOULD, 2004).

O que nos parece indiscutível é que, se pretendemos a libertação dos

homens não podemos começar por aliená-los ou mantê-los alienados. A

libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que

se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis,

que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo

(FREIRE, 1988).

Em relação à educação ambiental é importante trabalhá-la de forma

mais reflexiva, desenvolvendo o espírito crítico.

A produção excessiva do lixo também se evidencia no espaço escolar e

sendo a escola um espaço de transformação, deve-se utilizar esse espaço

para trabalhar a mudança de comportamento, provocando no educando uma

reflexão sobre nossa sociedade industrial consumista e as conseqüências

ambientais advindas da sua crescente necessidade de utilização dos recursos

naturais, como a problemática dos resíduos sólidos, nas formas de coleta e

destino do mesmo, na reciclagem, nos comportamentos responsáveis de

produção e destino do lixo, na escola, casa e espaços comuns.

Embalagens plásticas na Usina de Reciclagem

5

Fonte:Flickr

6

O que são resíduos?Os resíduos são substâncias, materiais ou objetos de que o detentor se desfaz ou tem

intenção ou obrigação de eliminar.

Onde são produzidos?Os resíduos são produzidos em todos os passos do ciclo de vida de um produto: na

extração das matérias-primas, durante a produção, embalamento, utilização e deposição

final. Assim, os hábitos (as escolhas) de um consumidor afetam diretamente a

quantidade de resíduos produzidos dentro e fora de um país.Fonte: Caderno de apoio ao professor – Resíduos sólidos - Prevenção e Solução

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOSQuanto á origem- Resíduos sólidos urbanos – Lixo doméstico e ainda outros resíduos com

características semelhantes gerados em atividade em que a produção não excede 1100

litros por produtor.

- Resíduos industriais – Resíduos provenientes do setor industrial e da produção e da

distribuição de eletricidade, gás e água.

- Resíduos hospitalares – Resíduos produzidos em unidades de saúde e de

investigação médica ou veterinária.

Quanto à periculosidade- Não perigosos – Os resíduos que, pela composição e quantidade, não têm impacto

negativo na saúde e ambiente.

- Perigosos - Os resíduos que apresentam toxicidade para a saúde e/ou ambiente.Fonte: Caderno de apoio ao professor – Resíduos sólidos - Prevenção e Solução

3- OS IMPACTOS NEGATIVOS DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOSPerda de recursos naturais – Os recursos naturais são materiais

valiosos de que os seres vivos dependem para sobreviver, como o solo, ar,

água, metais, flora, fauna e combustíveis fósseis. Todos os produtos criados

pela sociedade derivam de um ou mais recursos naturais, o que faz com que

nossa qualidade de vida esteja diretamente relacionada com a sua

abundância, disponibilidade e qualidade. Os recursos naturais podem ser

classificados como renováveis (recursos que podem ser restaurados em curto

prazo se geridos corretamente como, por exemplo, as árvores de que se faz o

papel) e não renováveis (recursos que vão se esgotar definitivamente, como

por exemplo, o petróleo e o carvão). Alguns recursos renováveis, como o solo

fértil, podem transformar-se em recursos não renováveis se permitir uma

utilização descuidada e esbanjadora. Apesar disso, atualmente não existe uma

utilização consciente e eficiente dos recursos naturais, nem a prevenção de

desperdícios (resíduos), continuando-se a extrair e transformar recursos

limitados em produtos que são logo descartados após uma curta utilização. A

natureza, que funciona sem chaminés nem esgotos, está bem mais evoluída

tecnologicamente: há muito que aprendeu a funcionar em circuito fechado,

mantendo os materiais em constante recirculação.

Fonte: Portal dia a dia educação

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Poluição do meio envolvente – Os resíduos são um perigo para o

ambiente, como também uma ameaça cada vez maior para a saúde e para o

atual modo de vida. Os metais pesados, pesticidas, tintas, solventes e demais

e demais tóxicos fazem parte dos resíduos sólidos. Estes poluentes infiltram-se

nas linhas de água, nos solos adjacentes e também contaminam a atmosfera.

Alguns dos venenos mais perigosos acabam por entrar para a cadeia

alimentar e vão se concentrando cada vez mais: herbívoros, carnívoros até a

população humana, que está no topo da cadeia alimentar, e apresenta por

vezes elevadas concentrações de substâncias químicas perigosas nos seus

tecidos e células.

Como diminuir o impacto negativo dos resíduos?Em primeiro lugar, é necessário cada indivíduo tornar-se um consumidor

responsável e informado:

- Reduzir o consumo de recursos comprando menos produtos

descartáveis, especialmente aqueles derivados de recursos não renováveis.

Optar sempre por produtos com embalagens reutilizáveis ou recicláveis ou

simplesmente sem embalagem.

- Fazer a separação doméstica dos resíduos, tendo em vista a sua

reciclagem posterior.

- Entregar os resíduos perigosos nos locais adequados.

- Compostar os restos de comida e de jardim.

- Tirar todo o partido de ecopontos e ecocentros.

Embalagens de garrafas pet na Usina de Reciclagem

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4- SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS

Um sistema de ação integrada de resíduos investe mais na recirculação

dos materiais do que na deposição de resíduos, procurando maximizar a

recuperação do lixo e torná-lo de novo em recurso. Assim, um sistema eficaz

tem por base a prevenção e a reutilização, depois a reciclagem e a

compostagem, e só então se apóia na deposição de resíduos, sendo essa

deposição final vista como uma medida aplicar apenas a uma fração de

resíduos, e apenas enquanto a tecnologia ainda não está suficientemente

desenvolvida para permitir sua reciclagem.

Prevenção – Inclui os esforços de redução e reutilização e procura

evitar a produção de resíduos. Estratégias de prevenção passam por eliminar

embalagens, aumentar a durabilidade dos produtos e promover a reutilização

generalizada de materiais e produtos. A prevenção diminui os custos de

fabrico, tratamento e deposição, o consumo de recursos naturais e emissão de

gases de estufa.

Embalagens plásticas na Usina de Reciclagem

Reciclagem e compostagem – A reciclagem é um processo que

envolve, a recolha seletiva (porta a porta ou por outros ecopontos) de

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determinados materiais (vidro, plástico, metal, papel, etc) para reintegração no

circuito positivo e assim permitir a produção de novos materiais e produtos. A

fração orgânica dos resíduos, ricas em nutrientes, pode ser utilizada para

melhorar os solos através da reciclagem orgânica (compostagem) que permite

a síntese de um fertilizante natural e muito útil (desde que não se utilize

matéria orgânica contaminada por substâncias tóxicas). A reciclagem e a

compostagem têm muitos benefícios econômicos e ambientais associados,

visto fomentarem emprego e riqueza, fornecerem matéria-prima valiosa à

indústria, conduzirem à fertilização dos solos e reduzirem o número de aterros

e incineradoras e a emissão de gases de estufa.

Fonte: Portal dia a dia educação

Deposição (aterro e incineração) – Estas atividades são utilizadas

para gerir os resíduos que ainda não podem ser evitados nem reciclados. Os

resíduos colocados num aterro (mesmo se bem projetado, construído e gerido)

não desaparecem e demoram centenas de anos a degradar-se, sendo

necessário a monitorização e tratamento dos lixiviados e gases produzidos ao

longo do tempo. O processo de incineração de resíduos reduz o volume e

produz energia, mas implica a destruição de materiais que, para serem

repostos, obrigarão a um consumo ainda maior de energia. Além disso, a

melhor tecnologia de queima existente não consegue impedir a criação de

novos resíduos perigosos e a emissão de gases altamente tóxicos (como as

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dioxinas e o mercúrio) para vastas áreas circulantes. Finalmente, a incineração

impede a expansão dos programas de reciclagem, visto competir com os

mesmos materiais.

Fonte: portal dia a dia educação

5- PARA REFLETIR: Os três Rs: através da redução, reutilização e da reciclagem diminui-se

a necessidade de extrair recursos virgens. Poupa-se assim no que as

gerações futuras vão precisar para a sua sobrevivência.

Reduzir o desperdício, Reutilizar sempre que for possível antes de jogar

fora e Reciclar, ou melhor, separar para a reciclagem, pois, na verdade, o

indivíduo não recicla (a não ser os artesãos de papel reciclado).

O termo reciclagem, tecnicamente falando, não corresponde ao uso que

fazemos dessa palavra, pois reciclar é transformar algo usado, em algo igual,

só que novo. Por exemplo, uma lata de alumínio, pós-consumo, é

transformada, através do processo industrial, em uma lata nova.

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Problemas associados aos aterros e incineradores enquanto destinos finais aos resíduos- contaminação de água e solo- propagação de pragas- emissão de gases com efeito de estufa- elevado custo de constrição e manutenção- ocupação de grande extensão de solo- produção de um resíduo particularmente perigoso (cinzas) que requer acondicionamento especial (problema específico das incineradoras)Fonte: Caderno de apoio ao professor – Resíduos sólidos - Prevenção e Solução

Quando transformamos uma coisa em outra coisa, isso é reutilização. O

que nós, como indivíduos, podemos fazer, é praticar os dois primeiros R’s:

reduzir e reutilizar. Quanto à reciclagem, o que nós devemos fazer, é separar o

lixo que produzimos e pesquisar as alternativas de destinação, ecologicamente

corretas, mais próximas (IDEC).

Telhas fabricadas com tubo de creme dental e caixas tetra park

6- O PROFESSOR E A PRÁTICA REFLEXIVAO conceito de prática reflexiva surge como um modo possível dos

professores interrogarem as suas práticas de ensino. A reflexão fornece

oportunidades para voltar atrás e rever acontecimentos e práticas.

A expressão “prática reflexiva” aparece muitas vezes associada à

investigação sobre as práticas. Uma prática reflexiva confere poder aos

professores e proporciona oportunidades para o seu desenvolvimento.

Segundo Alarcão, 2002, professor reflexivo:

É aquele que pensa no que faz, que é comprometido com

a profissão e se sente autônomo, capaz de tomar

decisões e ter opiniões. Ele é, sobretudo, uma pessoa que

atende aos contextos em que trabalha, os interpreta e

adapta a própria atuação a eles. Os contextos

educacionais são extremamente complexos e não há um

igual a outro. Eu posso ser obrigado a, numa mesma

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escola e até numa mesma turma, utilizar práticas

diferentes de acordo com o grupo. Portanto, se eu não

tiver capacidade de analisar, vou me tornar um tecnocrata.

(Entrevista a Denise Pellegrini na Revista Nova Escola, nº

154 de agosto de 2002).

.

A idéia de reflexão surge associada ao modo como se lida com

problemas da prática profissional, à possibilidade da pessoa aceitar um estado

de incerteza e estar aberta a novas hipóteses dando, assim, forma a esses

problemas, descobrindo novos caminhos, construindo e concretizando

soluções. Este processo envolve, pois, um equacionar e reequacionar de uma

situação problemática. Num primeiro tempo há o reconhecimento de um

problema e a identificação do contexto em que ele surge e, num segundo

tempo, a conversação com o “repertório de imagens, teorias, compreensões e

ações” (Schön, 1987) por forma a criar uma nova maneira de o ver. A

reconstrução de algumas ações pode resultar de novas compreensões da

situação.

O tema meio ambiente é muito trabalhado nas escolas de ensino

fundamental, principalmente a questão dos resíduos sólidos urbanos (lixo),

pois é reconhecido como um grave problema ambiental. Entretanto o

equacionamento da problemática dos resíduos sólidos tem sido enfocado

apenas na reciclagem, a qual tem a capacidade de produzir um efeito ilusório,

tranqüilizante na consciência dos indivíduos, que podem passar a consumir

mais produtos, sobretudo descartáveis, sem constrangimento algum, pois

agora são recicláveis e, portanto, ecológicos. As indústrias que utilizam

símbolos referentes à reciclabilidade nos rótulos de seus produtos criam a

suposição da reciclabilidade garantida e infinita, além da suposição de que a

embalagem é inerentemente ecológica, quando na verdade o próprio símbolo

torna-se um componente estimulador da descartabilidade, reforçando a

ideologia do consumismo ( BLAUTH apud LAYRARGUES).

Na década de 90, iniciou-se no Brasil a reciclagem da lata de alumínio,

de modo sistematizado através do Projeto Escola, que consiste no

estabelecimento de parcerias de desenvolvimento de programas de educação

ambiental e na troca de latas de alumínio vazias, limpas e prensadas por

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equipamentos como ventiladores de teto, computadores, bebedouros e

máquinas copiadoras (CEMPRE, 2000).

A conjuntura da reciclagem da lata de alumínio insere-se na guerra

mercadológica das embalagens. O apelo à reciclagem do alumínio significa a

transformação da lata de alumínio vazia em mercadoria, a qual, de acordo com

Ramos (1982), compete com o aço, o vidro, o papel e o plástico na produção

de embalagens.

A reciclagem cumpre historicamente no Brasil uma relevante função

social, na medida em que para o grupo dos catadores, era uma oportunidade

única de geração de renda, mesmo que no mercado informal. É bem verdade

que o atual estímulo fornecido pela reciclagem confere maior visibilidade ao

processo, contudo, esse fato traz outras conseqüências: na medida em que a

reciclagem se torna manifestação de uma consciência ecológica, é o próprio

consumidor que agora elimina o catador do processo, pois passa a separar em

sua residência os materiais recicláveis destinados diretamente à indústria. O

discurso ecológico oficial valorizou o R da reciclagem em detrimento dos

demais para torná-la um ato ecológico, retirando de cena sua função social.

Procedendo dessa forma, ele garante ao mesmo tempo em que as latas

de alumínio retornem à indústria, sem passarem pelas mãos dos catadores,

pois firma um pacto oculto com o consumidor através de sua adesão voluntária

à Coleta Seletiva. O consumidor não sabe, mas ao assumir a reciclagem como

um ato ecológico, aprofunda um problema social (LAYRARGUES, 1998).

A reciclagem pode mesmo ser o traço de união entre produção e

consumo, mas é também a alienação do consumismo como fator de

degradação ambiental e engrenagem dos mecanismos sociais de acumulação

de capital e concentração de renda. O ato de reciclar, atualmente, ainda

significa muito pouco em relação à melhoria ambiental, mas isso não quer

dizer que a idéia da reciclagem deva ser abandonada; ao contrário, essa

constatação evidencia o tamanho do desafio que há pela frente. Enfim, essas

considerações também nos permitem enfatizar que o enfrentamento da

questão do lixo requer medidas tanto técnicas como políticas, estas últimas

essenciais para acelerar o ritmo do metabolismo industrial e para evitar a

continuidade da exploração do trabalho pelo capital (LAYRARGUES, 1998).

14

Segundo Zaneti (1997), "para reduzir o impacto no meio ambiente, tanto

na acumulação do lixo, como no esgotamento das fontes de recursos naturais,

começam os processos de reciclagem. Mas de nada adiantam campanhas

para reciclar e programas de Coleta Seletiva de Lixo, se não fizermos um

trabalho de internalização de novos hábitos e de atitudes para que, num futuro

próximo, não haja mais lixo excessivo e a sua causa, o consumo desmedido,

tenha sido controlada." (p. 14). Ainda de acordo com a autora, "a reciclagem

vai reduzir, em parte, a crise, mas não vai eliminá-la." (p. 15).

É verdade que, de acordo com Kligerman (2000), deve-se educar a

sociedade, pois, teoricamente, ela orienta a demanda. No entanto, é

necessário avançar esse raciocínio e questionar o educador e o que se ensina;

do contrário, a prática educativa poderá ser alvo da manipulação ideológica, a

exemplo do que é possível verificar quando a própria autora afirma que "temos

que ajudar a natureza e a nós mesmos, separando o lixo em nossa casa,

fazendo a coleta seletiva" (p. 101).

Acredita-se ser apropriada a abordagem de temas ambientais na

perspectiva reflexiva pela possibilidade de (re)significá-los. Isso porque a

discussão em torno desses assuntos encerra-se em sua qualificação como

problemas ambientais globais, Mas, contraditoriamente, atitudes que apontam

para um saber-lidar com estas questões, ou mesmo que vislumbram suas

soluções, parecem estar fora do alcance da maioria das pessoas (ALLAIN e

WAKISAKA,1999).

Geralmente quando é trabalhado na escola o tema “lixo”, logo surge as

idéias de oficinas para aproveitar o lixo, oficinas de dobraduras, trabalhos

artísticos, sem objetivo, apenas no ativismo sem sentido. Mayer (1998) discute

que esse ativismo pode ser uma armadilha, se é considerado um fim em si

mesmo, quando só se preocupa com resultados e soluções. Não se pode

esquecer que "as iniciativas nas escolas são um meio, um instrumento para

construir uma consciência ecológica que é feita de reflexões sobre as práticas

e os valores e não somente ações" (p.220).

Wals (1992) citado em Ballantyne e Packer (1996) propõe categorias de

pensamento sobre a questão ambiental. Dentre elas está a visão politizada,

que encararia os problemas ambientais como questões globais (que

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representam conflitos de interesses), escolhas e valores que somente podem

ser resolvidos a partir da mudança de estilo de vida.

Não há como realizar um trabalho de Educação ambiental se não forem

desenvolvidos laços afetivos entre os seres humanos e a natureza. Entretanto,

o trabalho de modificação da relação com a natureza através do processo

educacional é lento e cansativo. Além disso, existem comportamentos

supostamente “corretos” em relação ao meio ambiente, que contribuem para

criar uma postura de proteção ao ambiente “natural” e degradação do meio

ambiente em que vivemos. Outro fator complicador é a relação de exploração

milenar da natureza pelo homem (ALLAIN e WAKISAKA,1999).

É preciso enfatizar que o processo educacional transcende qualquer

tema imediato, pragmático. No caso do lixo, seria um equívoco dizer que a

educação ambiental resolve os problemas: ela é, evidentemente, um elemento

necessário, indispensável mesmo. Mas não é suficiente.

Não se pode reduzir a educação ambiental direcionando-a estritamente

para assuntos relacionados com o lixo: isso não seria eficaz nem responsável.

Para alguém mudar a maneira de encarar o tema “lixo” e passar a lidar

com ele de modo desejado, em todos os seus aspectos e nas diversas

circunstâncias em que precisar se comportar diante da questão precisará ter

percebido todo o contexto atual de uso de recursos naturais, o tipo de modelo

de desenvolvimento e consumo que gera desperdícios, os limites naturais e

sociais da atividade humana, os ciclos naturais da vida etc. Além disso, a

pessoa deverá estar sensibilizada para entender e adotar posturas éticas, de

solidariedade, inclusive dispondo-se a informar e sensibilizar outras pessoas

para que também se comportem de um modo responsável.

Na prática, a educação ambiental visa provocar uma mudança básica

de comportamento através da sensibilização pessoal, do conhecimento de

fatos, da compreensão de que a sociedade precisa da colaboração de todos

para que seja possível melhorar a qualidade de vida de cada um, efetivamente

traduzindo essa colaboração em procedimentos práticos. Quando estão sendo

propostos programas locais, como os relativos ao lixo, associam-se às

reflexões de caráter mais abrangente explicações precisas sobre os

programas: porque foram criados, qual a proposta tecnológica, o que se

16

espera deles, quais vantagens trarão e, finalmente, qual o papel de cada setor

da sociedade, como na prática cada pessoa pode colaborar.

Separação de resíduos na Usina de Reciclagem

7 - PROPOSTAS DE ATIVIDADES1) OLHAR PARA ALÉM DO PRODUTOObjetivos- Auxiliar os alunos na formação de uma consciência ambiental que

permita que os mesmos compreendam que todos os produtos de consumo

humano do nosso dia a dia são produzidos com recursos a matérias-primas

(recursos naturais);

- Identificar os recursos naturais mais comuns utilizados na manufatura

dos produtos do cotidiano;

- Promover a sensibilização e percepção ambiental (ver além do objeto);

- Incentivar a realização de atividades colaborativas que promovam o

espírito de equipe e de construção de consensos;

- Promover momentos de reflexão e debates.

17

MaterialProdutos de consumo humano facilmente encontrado no cotidiano da

escola (exemplos: caneta, garrafa, pasta de arquivo, pacote de leite entre

outros) juntamente com outros objetos presentes no cotidiano extra-escolar

(peças de mobiliários, carros, eletrodomésticos e outros) que podem ser

ilustrados com recortes de revistas, vídeos.

Duração da atividade1 hora

DesenvolvimentoOs alunos devem ser divididos em grupos de três a quatro indivíduos.

O professor disponibilizará alguns objetos em cada grupo.

Os alunos devem observar os objetos e descrever numa ficha de

trabalho quais os materiais que os constituem e de onde são obtidos esses

materiais na natureza. O grupo é estimulado ao debate com o objetivo de se

atingir uma compreensão mais abrangente quanto à constituição e origem dos

componentes. O grupo pode preparar uma apresentação esquemática da

origem dos produtos utilizando cartolinas e marcadores coloridos. Cada grupo

apresenta os seus resultados à turma onde neste momento o debate pode ser

intensificado. O professor será o mediador.

No final do debate o professor deverá fazer uma síntese e chamar a

atenção para o fato de que todos os produtos do nosso cotidiano têm como

matérias-primas os recursos naturais e que é necessária água e energia na

produção.

2) REPENSAR OS OBJETOS DO DIA A DIAObjetivosEstimular a criatividade;

Promover a busca de soluções mais ecológicas para objetos

convencionais;

Incentivar a observação crítica das nossas reais necessidades.

MaterialPapel e lápis

Lista de objetos

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Duração da atividadeVariável

DesenvolvimentoO professor deve dar aos alunos uma lista de objetos do dia a dia (ex.

livro, jornal, rádio, carro entre outros). Cada aluno deverá escolher um ou dois

objetos e identificar formas alternativas de fazer, usar e descartar esses

objetos. O professor pode auxiliar a reflexão sugerindo idéias quanto às

alternativas possíveis.

3) A AÇÃO DO SER HUMANO NO AMBIENTEObjetivos-Aprofundar reflexões sobre a degradação ambiental e a necessidade

humana de transformar o ambiente para utilizar os recursos naturais,

-- Reconhecer que o consumismo é incentivado pela mídia e que isso

contribui para a geração de resíduos.

- Levar o aluno a refletir que todo produto origina-se dos recursos

naturais.

Material Revistas;

Jornais;

Papel-cartaz;

Canetas

TV Pendrive

Pendrive

Duração da atividadeVariável

DesenvolvimentoSolicitar aos alunos que tragam para a sala de aula imagens que

mostrem poluição, lixo e degradação ambiental. Converse com os estudantes

sobre o assunto, questionando:

- O que as imagens estão mostrando?

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- Que seres vivos agem dessa forma no ambiente?

- No lugar onde vocês vivem, existem situações como essas?

- Quais as conseqüências desses atos para a natureza, onde se inclui

os seres humanos?

- O que podemos fazer para cuidar melhor do ambiente onde vivemos?

Separe os estudantes em grupos e solicite que eles busquem, em

revistas e jornais, imagens de degradação ambiental das cidades. Peça que as

colem-nas no caderno ou em folhas de papel-cartaz e escrevam as respectivas

legendas.

Solicite que os grupos listem vantagens e desvantagens que o uso dos

recursos naturais pelos seres humanos trouxe para o ambiente e para a vida

humana.

Para enriquecimento da atividade, faça a projeção do filme “A história das coisas”

Resenha:A história das coisas é uma versão brasileira do documentário The

Story of Stuff, de Annie Leonard.

O documentário é baseado no nosso padrão de consumo. Mostra passo

a passo todas as etapas de um produto. Da extração e produção até a venda,

consumo e descarte, todos os produtos em nossa vida afetam comunidades

em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos.

A história das coisas revela as conexões entre diversos problemas

ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência de se criar um mundo mais

sustentável e justo.

-Reúna os estudantes em equipes e proponha um debate sobre o

consumismo.

4) A RECICLAGEM ORGÂNICAObjetivos

- Iniciar e manter o processo de compostagem doméstica.

- Descobrir a importância da compostagem doméstica no sistema de

gestão de resíduos.

Material - Compostor, materiais verdes e castanhos, pá, regador ou mangueira,

balde, amostra de composto maduro.

20

Duração da atividade Variável

Desenvolvimento É crucial envolver os alunos em toda a preparação da pilha (incluindo

na recolha dos materiais) e posteriormente na manutenção da pilha,

remexendo, regando e adicionando novos materiais.

1- Escolher um local exterior para o compostor.

2- Colocar recipientes identificados em locais estratégicos da escola

para recolher os restos de comida (verdes). Organizar a recolha e o

armazenamento dos restos de jardim e da horta (castanhos) e sensibilizar a

comunidade escolar para a recolha seletiva dos restos orgânicos.

3- O enchimento progressivo do compostor envolve no arranque (única

vez) cobrir o fundo do compostor com ramos (para evitar futura compactação e

falta de arejamento) e depois colocar uma camada de castanhos (folhas ou

relva seca). Os verdes (restos de comida) provenientes da recolha diária

devem ser colocados dentro do compostor em camadas alternadas com

castanhos (cada camada não deve excender a 10 cm de altura). A última

camada deve ser sempre de castanhos.

4- Para a manutenção deve-se:

- regar quando for necessário (teste da umidade); e

- revirar a pilha quando o processo parar (a pilha deixou de diminuir em altura)

ou quando ocorrer a libertação de maus cheiros.

Outras atividades similares ou formas de exploração Os princípios básicos de compostagem e regras empregadas na

construção da pilha podem ser revistos na elaboração de um folheto para

sensibilizar a comunidade escolar.

Procurar na internet exemplos de escolas que já desenvolvem o

processo de compostagem doméstica e trocar experiência.

5) Os resíduos sólidos da escola Objetivos - Identificar os principais resíduos da escola e sua composição

- Fazer um levantamento qualitativo e quantitativo dos resíduos sólidos

urbanos produzidos na escola.

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Material - Sacos de plásticos, baldes, balança, luvas

Duração da atividade Variável

Desenvolvimento 1- Listar todos os resíduos sólidos produzidos na escola. Categorizar

os RS identificados segundo as matérias-primas componentes.

2- Identificar os destinos de cada categoria de RS.

3- Quantificar a média de RS produzidos por pessoa, durante uma

semana de funcionamento normal. Registrar os principais locais de produção

na escola.

4- Apresentar os dados do levantamento à população escolar com

idéias para melhorar a situação.

5- Sugerir à comunidade escolar a substituição de produtos

descartáveis pelos seus equivalentes reutilizáveis.

6) O passado, o presente e o futuro dos resíduos Objetivo - Aprofundar os conhecimentos sobre a problemática dos resíduos

Material - Computadores com acesso a internet, bibliografia

Duração da atividade Variável

Desenvolvimento 1- Realizar uma busca sobre resíduos sólidos urbanos, poluição,

recursos naturais e tentar identificar a sua evolução ao longo dos tempos.

7) A reutilização como arte Objetivo - Reutilizar objetos e materiais para criar artesanato

Material Bibliografia, diferentes tipos de resíduos limpos, computador com acesso

a internet

Duração da atividade Variável

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Desenvolvimento 1- Pesquisar informações sobre materiais utilizados em peças de arte.

2- Produzir trabalhos com resíduos nas aulas de arte.

3- Realizar uma exposição dos trabalhos.

8) Refletindo sobre o filme “Ilha das Flores” Resenha:

O documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado produzido em 1989,

é um retrato da realidade da sociedade brasileira, onde seres humanos lutam

pela sua sobrevivência. Os habitantes da Ilha das Flores buscam alimentos

num lixão, onde eles só podem entrar depois que são retirados os alimentos

para os porcos.

Esse documentário inicia de um modo cômico e irônico, explorando o

significado formal de termos como “ser humano”, “lixo”, “porcos”, “judeus”,

“liberdade” etc. Acompanha toda a trajetória de um tomate, desde a plantação

até ser jogado fora, mostrando o processo de geração de riqueza e as

desigualdades sociais.

O principal objetivo do filme é mostrar a desigualdade social gerada pela

sociedade de consumo, colocando em pauta a discussão acerca da pobreza,

da fome e da exclusão social.

Objetivo: -Instigar o surgimento de dúvidas, no sentido de estimular a reflexão

sobre os problemas causados pelos resíduos sólidos urbanos e a

responsabilidade da sociedade pela geração destes.

Duração: Variável

Desenvolvimento: Antes de iniciar a projeção do filme “Ilha das Flores”, deve-se estimular a

curiosidade dos alunos, propondo algo como:

- O que há em comum entre tomates, porcos e seres humanos?

Ao final, buscar as diferenças e semelhanças entre tomates, porcos e

seres humanos, resgatar as respostas iniciais, confrontando-as.

- Qual o propósito do diretor ao avisar, antes do início da história:

* Este filme não é de ficção?

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* Esta não é a sua vida?

* Deus não existe

- Identificar os questionamentos que estão por trás da trajetória do

tomate, do momento em que é plantado até chegar ao lixo.

- Diferentemente do porco, o ser humano não possui dono, portanto é

“livre”, mas até que ponto essa liberdade é vantajosa para o ser humano?

- Abordar com os alunos a questão ambiental, do desperdício, dos lixões,

do saneamento e a importância da reciclagem (mesmo como fonte de renda

para as famílias pobres).

Dicas de Vídeos:

- De onde vem o plástico?- http://br.youtube.com/watch?v=6uoMT5VtslQ- De onde vem o vidro?- http://br.youtube.com/watch?v=6w2Qho8-frg- De onde vem o papel?- http://br.youtube.com/watch?v=MBFnEWBnyBI- Ilha das flores Parte1 - http://br.youtube.com/watch?v=Zfo4Uyf5sgg Parte2 - http://br.youtube.com/watch?v=6IrGibVoBME- A história das coisas - http://br.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E

8 – REFERÊNCIASALLAIN. L. R., WAKISAKA. M.L.Y. Como tratar temas ambientais: O “lixo”

numa abordagem reflexiva. Ciência & Ensino nº 7 – Dezembro de 99.

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Links:http://www.agenda21.org.br/

http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/

http://www.flickr.com/

http://www.youtube.com.br/

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