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1. Apresentação ________________________________________________________ 2

2. ResumoExecutivo____________________________________________________ 3

3. ContextualizaçãodoAgronegócio________________________________________ 5

4. Projeções ___________________________________________________________ 6

Grãos _____________________________________________________________ 6

Algodão______________________________________________________________8

Feijão _______________________________________________________________ 12

Milho_______________________________________________________________16

Soja _______________________________________________________________ 20

Sorgo_______________________________________________________________24

Trigo_______________________________________________________________27

Banana_______________________________________________________________31

Batata_______________________________________________________________34

Café__________________________________________________________________38

Cana‐de‐açúcar________________________________________________________43

Carnebovina_________________________________________________________47

Carnedefrango________________________________________________________52

Carnesuína__________________________________________________________56

Celulose____________________________________________________________60

Laranja ______________________________________________________________ 64

Leite_________________________________________________________________67

Limão_______________________________________________________________73

Manga______________________________________________________________76

Mel________________________________________________________________79

Ovos________________________________________________________________81

Tangerina____________________________________________________________85

Tomate ___________________________________________________________ 88

5. ReferênciasBibliográficas_______________________________________________92

SUMÁRIO

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Paraaelaboraçãoda3ªediçãododocumentoProjeçõesdoAgronegócioMineiro2017a 2027foramutilizadosdadoshistóricos,apartirdeumasérietemporal,naexpectativadesinalizaçãodetendênciasquepermitamidentificartrajetóriaspossíveis,bemcomoestruturarvisõesdefuturodoagronegócionocontextoestadual.Noentanto,acreditarqueofuturoserátraçadocombasesnosdadospassadosenosrecentes,semlevaremconsideraçãooutrasvariáveis,implicaforteriscodeumaleituradistorcidadocenáriofuturo.

Para o próximo decênio, a procura por ganhos de escala, a inovação tecnológica(biotecnologia,informação,agriculturaepecuáriadeprecisão),asegmentaçãoeprofissionalizaçãodeprodutores,amodificaçãonocomportamentodosconsumidoresenoprocessodedistribuiçãosãofatosamplamenteconhecidosedeelevadosignificadoparaodirecionamentodoagronegóciofuturo. Há que se considerar, também, a importância climática no processo produtivo e nosresultadosdaagropecuária.

Mesmodiantedacomplexidadedesefazerprojeções,elassãoimportanteseummarcoreferencialparaosagentesdosgovernosedosegmentoprivado.Esseéumrelevanteinstrumentona hora de formular estratégias para o desenvolvimento do agronegócio e para avaliar ospossíveis caminhosquepossamser tomados.Assim,estedocumento contémestimativas sobreprodução,áreaplantada,númeroefetivodorebanho,exportaçãoeimportaçãofutura,baseadaseminformaçõesdeperíodospassados.Mesmoassim,estaediçãomantémopropósitodeindicardireçõesdodesenvolvimentoefornecersubsídiosaosformuladoresdepolíticaspúblicasquantoàstendênciasdosprincipaisprodutosdoagronegócionoestado.

Nesta3ªediçãoestedocumentocontoucomacolaboraçãodetécnicosdaSecretariadeAgricultura,PecuáriaeAbastecimentodeMinasGerais(Seapa),daEmpresadeAssistênciaTécnicae Extensão Rural (Emater‐MG), da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epamig) e do InstitutoMineirodeAgropecuária(IMA),quecooperaramnasdiversasfasesdapreparaçãodestaediçãodoProjeçõesdoAgronegócioMineiro2017a2027.

APRESENTAÇÃO

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OdocumentoProjeçõesdoAgronegócioMinasGerais2017a2027,elaboradopelaSeapa,emparceriacomassuasvinculadas(Emater‐MG,IMAeEpamig),emsua3ªedição,apresentaastendênciasparaosprincipaisprodutosagrícolasepecuáriosparaopróximodecênio.Osprodutosdoagronegóciomineiroanalisados,prospectivamente,foram:grãos(algodão,feijão,milho,soja,sorgoetrigo),café,celulose,batata,cana‐de‐açúcar,tomate,ovos,leite,carnes(bovina,defrangoesuína),melefrutas(banana,manga,limãoetangerina).Aanáliseocorreuapartirdaaplicaçãodemodelosestatísticosdesériestemporaisemumasériehistóricade20anos,queestimouocomportamentodosprodutos,nasvariáveisdeárea,produção,exportação,importação,vacasordenhadaseanimaisabatidos.Osresultadosdasprojeçõesdebaseagrícolaepecuáriamostraram‐semajoritariamentepositivos, justificadosemsuagrandemaioriapeloaumentode suasprodutividades.Esseganhoresultará em uma maior disponibilidade dos produtos do agronegócio no mercado interno econtribuiránaampliaçãodenegócioscomparceiroscomerciaisinternacionais.

É oportuno registrarquetaisprojeções,porestaremlastreadaspormodelosestritamenteestatísticos,podemsofreralteraçõesdecorrentesdevariáveisrelacionadasàscondiçõesclimáticas,conjuntura mundial e o próprio mercado, que eventualmente podem gerar instabilidades,alterandoasexpectativasapuradas.Mesmocomessas limitaçõeséadequadaasinalizaçãodospossíveiscaminhosparaoagronegóciomineiro,portanto,segueasíntesedasprojeçõesparaosprincipaisprodutos:

• Aproduçãodegrãosteráumcrescimentode17,6%,oquelevaráa16,8milhõesdetoneladas(t),em2027.Omilhoeasojacontinuarãocompondoamaioriadosgrãosproduzidosnoestado(75,0%),principalmentepelademandadasindústrias“esmagadoras”desojaepelaexpressividadedapecuáriamineira.Omilhoatingiráopatamarde6,9milhõesdet,comoaumentodaproduçãodomilho safrinha. Para a sojaprojeta‐seumaproduçãode5,8milhõesdet,em2027,emumaárea23,0%maiorqueasafra2016/17.Ocrescimentodaáreacultivadadesojadeveráocorrer,principalmente,nasáreasdeplantiodomilho1ªsafra.

• Aexpectativaédeumganhodeprodutividadeparaocafé,ouseja,tendênciadediminuiçãodaáreacomaumentonaprodução.Jánocasodacana‐de‐açúcar,háindicativosdeaumentoem54,9%daáreae62,4%daprodução,tambémcomganhosdeprodutividade.

• O sorgo e o trigo obtiveram significativo destaque nessas estimativas, com projeçõesapontandoganhosnaprodução.

• Paraabatataestima‐sequeaáreasemanteránomesmoníveldasafra2016/2017.Emrelaçãoaprodução,projeta‐seumaumentode22,3%,alcançando1,5milhãodet,ouseja,éesperadoumganhoexpressivodeprodutividade.

• Todasasfrutasanalisadas,banana,manga,laranja,limãoetangerinaapresentaramganhosdeprodução.Essesindicativossinalizamqueafruticulturapoderáserumaopçãopromissoraparaatividadeagrícolanoestado.

• Paraacarnebovina,projetam‐se,paraoanode2027,resultadosmenospromissorestanto

RESUMO EXECUTIVO

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naquantidadede animais abatidos comonaproduçãode tonelada equivalente carcaça(tec). Esses resultados estão relacionados às perdasnonúmerode cabeçasdo rebanhobovinoestadual, decorrentesdasúltimas secasocorridasemMinasGerais.Noentanto,háumotimismonaprojeçãodaproduçãodecarnedefrangoedeanimaisabatidosque,em2027,seráde1,3milhãodete656milhõesdecabeças,respectivamente.Avariaçãonoperíodo seráde35,1%naproduçãode carneede35,5%paraonúmerode frangosabatidos.Oprognósticotambéméfavorávelparaosetorprodutivodecarnesuína.Oestadodeveráenviaraoabate8,1milhõesdecabeçaseproduzir707miltdecarne.Omesmonãoé identificadoparaaaviculturadepostura,quesinalizaumdeclíniononúmerodeavesalojadase,consequentemente,reduçãonaproduçãodeovos.

• Ovolumedeleiteprojetadoéde12,0bilhõesdelitroseaprojeçãoestabelecidaparaospróximosdezanosédeumavariaçãopositivade23,1%.Apossibilidadedeampliaçãodofornecimentodeprodutoslácteosparaomercadoexternoéumavariávelimportanteaserconsideradanessaperspectiva.

• A atividade apícola já está consolidada no estado e tem indicativos de resultadosextremamentepositivostantonaproduçãocomonaexportaçãoparaopróximodecênio.

• Aexpansãodeflorestasplantadassedarápelademandadaproduçãodepapelecelulosebemcomodecarvãovegetal.

• Aproduçãodetomate(industrialemesa)tenderáasemanterconstante.

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Aagriculturasemprefoieserádependentedascondiçõesdanaturezae,semdúvida,essadependênciavem,aolongodosséculos,impondoaostécnicoseagricultoresnãosomenterespeito,mas,acadadia,novosemaiscomplexosdesafiosasuacapacidadederomperbarreiraselutarporumavidamaisdignaesaudável.

Hoje, mais do nunca, os desafios se ampliaram por força dos impactos das mudançasclimáticas e das novas demandas impostas pela sociedade, urbanizada, em conformidade comos padrões éticos mais exigentes em respeito à natureza e à alimentação humana saudável,consubstanciadanapráticadeumaagriculturamodernaesustentável.

Anovadinâmicadoconhecimento integradaàmodernizaçãono instrumentaldegestãodainformaçãoviasensoriamento,automaçãoemonitoramentodigital irámudarradicalmenteapaisagemruraldomundoeatingirátodososprodutores indistintamente,nãoimportandoasuacategoria–sepequeno,médioougrande.

Essas mudanças evidenciam um novo padrão tecnológico da produção, muito maisdinâmico, que consideramais intensamente os novos padrões de consumo, a integração entrecadeiasprodutivas,especialmentenosegmentodaproduçãoprimáriaeaquestãodaidentificaçãodeorigem(rastreabilidade).

Consideradaessanovadinâmica,vê‐sequeoperíodoatualéderevoluçãonastecnologiasenosprocessosagrícolas,semprecondicionadosàbuscadeavançosnamelhoriadaprodutividade,nareduçãodosdesperdíciosde insumos,menoresriscosdecontaminaçãohumanaeambientaleempregocrescentedaInternetdascoisas(IoT internet of things).Esta,amparadaemredesdesensoressemfioedeanálisededadosemnuvem,cadavezmaispresentenosmercadosemtodoomundo.

A inovaçãotecnológicaéconsideradaumadasmelhoresalternativasparadarsuporteàexpansãodoagronegócio.Nessecontexto,osdomíniosdoconhecimentoedainformaçãopassamaservariáveisfundamentaisnadeterminaçãodopodernasrelaçõescomerciais,jáqueosavançoscientíficospossibilitamincrementosnasmudançastecnológicas.

Por outro lado, o grande desafio será incorporar conhecimento e tecnologia de formacontínuaaosprocessosprodutivosedetransformação,sejanaindústria,naatividaderuralounaprestaçãodeserviços.

Assim,derivadosde inovaçõestecnológicasosprocessosprodutivosestãopassandoporprofundasmodificações.Contínuosecrescentes,essesprocessosafetamosdiversoscamposdaatividadehumana,comoopolítico,otecnológico,ocomercial,osocioambientaleoeconômico,commaioroumenorintensidadeecomtendênciadecontinuaremritmomaisintenso.

Nessaperspectiva,oestadodeMinasGerais,precisaestarcadavezmaisestruturadoepreparadonoseuâmbitointerno,deformaaatenderosrequisitosetendênciasdoagronegócioe,assim,consolidareampliarsuaparticipaçãonomercadointernoeexterno.

CONTEXTUALIZAÇÃODO AGRONEGÓCIO

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Os grãos são, semdúvida nenhuma, os componentesmais importantes na alimentaçãohumana. Alémde compor amaior parte da dieta humana, eles são ingredientes fundamentaisdas rações fornecidas aos animais. Também, em inúmeros casos, entram na fabricação debiocombustíveisegeraçãodebioenergia.Outravertente importantesãoos subprodutosdestesgrãos aproveitados nosmais diversos usos e funções, que vão desde a alimentação humana eanimalatéousocomofertilizante.

Paraasafra2016/2017oBrasilproduziu238,8milhõesdetdegrãos,oquerepresentouumcrescimentode28,0%,emrelaçãoàsafraanterior.

Minas Gerais possui uma produção bastante diversificada de grãos, produzindo,principalmente,milho,feijão,soja,algodão,trigo,sorgo,amendoim,girassolemamona(6,0%daproduçãonacional).Aáreacolhida,em2017,foide3,4milhõesdeha,produzindo14,3milhõesdet,concentradasemsuamaiorpartenasregiõesNoroesteeTriângulomineiro(Figura1).

Figura1‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodegrãos

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Asojaeomilhoocuparamposiçãodedestaquetantoemáreaplantadacomonovolumedeproduçãoejuntosrepresentarammaisde88,0%daprodução.

Aproduçãodasojaserestringeàsafradeverãoeomilhonormalmenteemduassafras,sendoqueasafrinhadomilhovemcrescendonoestado.Ofeijãoécultivadoemtrêssafras(verão,secae inverno), sendoade inverno cultivada comusode irrigação.Algunsgrãos, como trigoeaveia,sãousadosparacomporsistemasdeproduçãonoinvernoetêmpermitidobonsganhosdeprodutividadenassafrasdeverão,evitandoqueosolofiqueexpostoeagregandomatériaorgânicaaosistemaprodutivo.

Oplantiodiretodegrãoseasintegraçõeslavoura‐pecuáriatêmtrazidoganhosimportantes,tantoambientaiscomoeconômicosetendemasermaisutilizadosnofuturo,visandominimizarosefeitosdosconstantesdéficitshídricosedaconservaçãodo solo.Noestado,osmunicípiosquemaissedestacamnaproduçãodegrãosestãosituadosemáreasdeboatopografia,oquefacilitaa

GRÃOS

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mecanização,desdeoplantioatéacolheita,destacando‐seoscincoprimeirosdatabela1.

Tabela1‐Principaismunicípiosprodutoresdegrãos

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Unaí NoroestedeMinas 996,00 6,99

Uberaba Triângulo 815,76 5,72

Paracatu NoroestedeMinas 586,30 4,11

Buritis NoroestedeMinas 556,70 3,91

Coromandel AltoParanaíba 444,50 3,12

Total 3.399,26 23,84

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Asprojeçõesdegrãosapresentamumcrescimentomédioanualde0,6%naáreacolhidae1,6%naprodução,oquelevaráparaospróximos10anosumaumentode6,0%daáreae17,6%daprodução,passandodosatuais3,4milhõesdehapara3,6milhõesdehaem2027eaproduçãode14,3milhõesdetpara16,8milhõesdet(Tabela2).Osresultadosprojetadospodemsersuscetíveisàs variações climáticas e, alémdo fato dequemuitos desses grãos são commodities, portanto,influenciadospelomercadoespeculativo.

Tabela2–Projeçõesdeáreaedeproduçãodegrãos

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 3.404 14.315

Projeção2018 3.299 13.594

2019 3.334 13.954

2020 3.368 14.314

2021 3.402 14.674

2022 3.436 15.034

2023 3.470 15.394

2024 3.505 15.754

2025 3.539 16.114

2026 3.573 16.474

2027 3.607 16.834

2017/2027 Área colhida (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) 5,99 17,60

Taxa de cresc. anual (%) 0,58 1,63

Cabeobservarqueaexpansãodaproduçãosedaránãoapenasnasáreasdepastagens,utilizando‐se do sistema de integração lavoura‐pecuária, mas também pelo aumento daprodutividade.Outro fator que contribuirá na eficiência da atividade é o uso da tecnologia, darobóticaedossoftwares,ouseja,aagriculturadeprecisão.Todosessesinstrumentospermitirãoumaavaliaçãoemtemporealdaplanta,dosoloedaspragas,permitindoaoprodutorumaprecisatomadadedecisão.

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Ocultivodealgodãopassoudepequenas áreas com intensautilizaçãodemão‐de‐obraparagrandesáreasplanasemecanizáveis.Esseprocessoocorreu,nasúltimasdécadas,comumareduçãoacentuadanaáreacultivadanoNortedeMinas.Paraquantificaressareduçãodaatividade,em1997,22,8milhaforamcolhidos;jáem2017,apenas4,4milha.Houveumamigraçãodocultivodo algodãopara as regiões doAlto Paranaíba e doNoroeste, onde a cotonicultura empresarialfoi instalada. Deve‐se considerar que, além das questões de mercado e tecnológicas, a perdadecompetitividadedosprodutoresdoNortenadécadade80 tambémestá relacionadaà forteinfestaçãodapragadobicudodoalgodoeiroeàfaltaderecursosdosprodutoresparaoseucombate.

Amudançanoperfildocotonicultornãofoisuficienteparaalterarareduçãodaatividadenoestado.Em1997,ocultivosedeuem56,1milhae,em2017,foramcultivadosapenas19,2milha.Dentreos fatoresque contribuírampara a substituiçãoda cotoniculturaporoutras culturasfoi o seu elevado custo de produção. Outro fator limitante foi o expressivo investimento emmáquinaseequipamentosparaoprocessodecolheita,bemcomoainfraestruturanecessáriaparaobeneficiamento(algodoeiras).Essasvariáveislimitaramaexpansãodaculturanoestado.Detodomodo, a atividade permanece sendo cultivada em grandes extensões de área, principalmente,noAltoParanaíbaeNoroestedeMinas(Figura2).AregiãoNortemanteveaspequenasunidadesprodutivas,comaexceçãodeumasignificativaproduçãoemSãoRomão.

Figura2‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodealgodão

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Os principais municípios mineiros produtores de algodão são Coromandel, no AltoParanaíba,SãoRomão,noNortedeMinas;PresidenteOlegário,SãoGonçalodoAbaetéeUnaí,noNoroestedeMinas(Tabela3).

ALGODÃO

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Tabela3‐Principaismunicípiosprodutoresdealgodão

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Coromandel AltoParanaíba 13,5 22,4

São Romão NortedeMinas 12,7 21,1

PresidenteOlegário NoroestedeMinas 10,1 16,7

SãoGonçalodoAbaeté NoroestedeMinas 7,8 13,0

Unaí NoroestedeMinas 6,8 11,3

Total 50,9 84,5

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

ApesardeMinasGeraisestargeograficamentebemlocalizadoepossuiroterceiroparquetêxtilbrasileiro,aproduçãomineiracorrespondeapenasa1,6%daproduçãonacional.MesmocomosesforçosdoGovernodeMinasGerais,porintermédiodoProgramaMineirodeIncentivoàCulturadoAlgodão(Proalminas),daAssociaçãoMineiradosProdutoresdeAlgodão(AMIPA)eAssociaçãoBrasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), trazendo incentivos e vantagens competitivasà produção do algodão, ainda sim, a demanda da indústria têxtil do estado não foi atendidasuficientemente.

MatoGrossoeBahiaforamosgrandesresponsáveispelocrescimentodaatividade.Oavançodaprodução,nessesestados,esteveancoradoemumnovosistemaprodutivobaseadoemgrandesextensõesdeáreasemecanizadodoplantioàcolheita.Comisso,aprodutividadebrasileiracresceu,ultrapassandoasmédiasobtidaspelosprincipaispaísesprodutores.

Hoje, a produção interna gera excedentes consideráveis. O Brasil passou a ter umaimportanteparticipaçãonocenáriomundial.EmMinasGerais,aproduçãodoalgodãoemcaroço,nosúltimosanos,nãoobtevealteraçãosignificativa,noentanto,ospreçospercorreramgrandesoscilaçõeseforaminfluenciadospelademandaeofertamundial.

Gráfico1‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdealgodãonomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Cepea/USP. *R$/libra-peso convertidos para R$/@. Deflacionado pelo IGP/DI.

Deacordocomaprojeção,nospróximosdezanosaproduçãodealgodãoemcaroçodeverá

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declinar em 7,7% e crescer em 4,0% na pluma (Tabela 4). Estima‐se assim um crescimento norendimentonaproduçãodepluma.

Uma alternativa que vem sendo adotada pelos cotonicultores e que pode contrariar aprevisãodedeclínioéaadoçãodarotaçãodeculturas,poisessesistemaproporcionaaproduçãodiversificadadealimentosefibras.Essapráticamelhoraascaracterísticasfísicas,químicasebiológicasdosolo;auxilianocontroledeplantasdaninhas,doençasepragas;repõematériaorgânica;protegeosolodaaçãodosagentesclimáticoseajudaaviabilizarosistemadeplantiodiretoeseusefeitosbenéficossobreaproduçãoagropecuáriaesobreomeioambiente.

Outrapossibilidadedeaumentodaproduçãoéacotoniculturairrigada,quevemocorrendoem algumas propriedades, garantindo a estabilidade da produção e possibilitando ganhosexcepcionaisdeprodutividade,secomparadoscomosdaagriculturadesequeiro.

Tabela4‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodealgodão

Ano Área Colhida (mil ha) Prod. caroço (mil t) Prod. pluma (mil t)

2017 16 60 24

Projeção2018 10 70 28

2019 7 68 28

2020 5 67 28

2021 3 65 27

2022 1 63 27

2023 ‐ 62 27

2024 ‐ 60 26

2025 ‐ 59 26

2026 ‐ 57 25

2027 ‐ 55 25

2017/2027 Área colhida (mil ha) Prod. caroço (mil t) Prod. pluma (mil t)

Variação no período (%) ‐100 ‐7,67 4,04

Taxa de cresc. anual (%) ‐100 ‐0,79 0,40

Estima‐seaumentonataxamédiadecrescimentoanualde1,3%nasexportações,alcançando18,7mil tem2027.Atualmente,aomercadoexternosãodestinados127NCM’s (NomenclaturaComumdoMERCOSUL)dogrupoalgodãoeprodutostêxteis.Em2016,foramexportadas12miltegeraramumareceitadeUS$7,2milhões,sendoqueaArgentina,tradicionalmente,figuracomooprincipalimportadordessegrupodeprodutos,comumaparticipaçãodeaproximadamente44,4%nototalexportado.

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Tabela5‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodealgodão

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 16.432 ‐

2018 16.661 ‐

2019 16.890 ‐

2020 17.119 ‐

2021 17.348 ‐

2022 17.577 ‐

2023 17.806 ‐

2024 18.035 ‐

2025 18.264 ‐

2026 18.493 ‐

2027 18.722 ‐

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 13,94 ‐

Taxa de cresc. anual (%) 1,31 ‐

Aalternativaparaaexpansãodaexportaçãonoestadoéabuscanamelhoriadaeficiênciadoprocessoprodutivo,comganhosemprodutividadeequalidade,gestãocomvisãoempresarialemelhoriasnosprocessos.

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O feijão é um produto alimentar típico da população brasileira, sendo os tipos maisconsumidosofeijãodecor(Phaseolus vulgaris)eofeijãofradinho(Vigna unguiculata).Mesmoopaísestandoentreosmaioresprodutoresdestegrão,ocorremeventuaisimportaçõesparasuprirademandainterna.EmMinasGerais,prospecta‐seaproduçãomaiorqueademanda,comexportaçãodoprodutoeraraimportação.

A culturado feijãoestápresenteem todoo estado,mesmohavendoalgunsmunicípiossemregistrodeproduçãoemescalacomercial.ONoroestedeMinaséomaiorprodutorestadualdestegrão.(Figura3).Osquatroprincipaismunicípiosprodutoresdessaregiãototalizam27,6%daprodução(Tabela6),devidoaoempregodairrigaçãoealtatecnologianoprocessoprodutivo.

Figura3‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodefeijão

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Tabela6‐Principaismunicípiosprodutoresdefeijão

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Unaí NoroestedeMinas 71,1 13,1

Paracatu NoroestedeMinas 45,0 8,3

Guarda‐Mor NoroestedeMinas 17,8 3,3

BonfinópolisdeMinas NoroestedeMinas 15,7 2,9

MadredeDeusdeMinas Central 14,4 2,7

Total 164,0 30,3

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

A mosca branca (Bemisia tabaci e Bemisia argentifolli) tem provocado prejuízos naprodução, aumentando o custo. O vazio sanitário torna‐se uma alternativa para minimizar osefeitosdapraga.No períodode 20 de setembroa 20 deoutubro,não é permitidaaexistênciade plantasvivasde feijoeiroemáreasde cultivo,sobo sistemade irrigaçãoou qualquer outramodalidade de cultivo. A semeadura ficou limitada a junho, reduzindo em ummês e meio ocalendáriotecnicamenterecomendávelaoplantio.NoNoroeste,essefatodiminuiuaproduçãodefeijão,secomparadocomdadosdeanosanteriores.MadredeDeusdeMinasapareceemquinto

FEIJÃO

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lugarsuperandoBuritis,que,em2016,ocupavaessaposição.

Ofeijãode1ªsafraéplantadonoperíododaságuas,semousodeirrigação,concorrendocomoplantiodemilhoesojaemostraumatendênciadediminuirsuaáreadeplantio.Porém,autilizaçãodecultivaresmaisprodutivaslançadaspeloconsórciocompostopelaEmpresaBrasileiradePesquisaAgropecuária(Embrapa),UniversidadeFederaldeLavras(Ufla),UniversidadeFederaldeViçosa(UFV)eEpamig,tempropiciadooaumentodaproduçãomesmocomadiminuiçãodeárea.

A 2ªsafraplantadanoperíododaseca,apartirdefevereiro,podeserirrigadadeformacomplementaroumesmoplantadasemirrigação,comriscosdefrustraçãodesafra,devidoaoclimaesegueamesmatendênciada1ªsafradediminuiçãodeáreacomaumentodaprodução.Omilhosafrinha,osorgoe,recentemente,otrigoconcorremcomofeijãonesseplantio.

A3ªsafraouplantiodeinvernoexigeirrigaçãototal.Nesseplantio,ofeijãoéaculturamaisimportantedeinvernonoestado.

Ofeijãoéconsideradoumprodutoinelástico,ouseja,mesmoaumentandoasquantidadesofertadasereduzindoospreços,arespostanademandamantém‐sepraticamenteinalterada,semsubstituto.Oconsumidor,quandocompraofeijão,independentedopreço,levasempreamesmaquantidade.Seademandasemantémconstante,avariaçãodepreçoocorredevidoàoferta.Ográfico 2mostra a variação dos preços do feijão. Coma produçãomuito próximado consumo,qualquer mudança climática que venha afetar a produção torna‐se causa de oscilação na suacotação,quepodeserminimizadacomoestoquedepassagem,que,porsuavez,éinfluenciadopelaexportaçãoe/ouimportaçãodoproduto.Éimportantesalientarqueofeijãotipocariocanãosuportaperíodosprolongadosdeestocagem.

Gráfico2‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdofeijãonomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.

Fonte: Cepea/USP. *Saca de 60Kg (R$/sc. Deflacionado pelo IGP/DI.

AculturadofeijoeiroérealizadaemMinasGeraistantoporagricultoresfamiliaresquantoporagricultoresempresariais.Tem‐seobservadoporpartedospequenosagricultoresodesejodeaumentarousodetecnologiae,comisso,asuaprodutividade.

Nosúltimos20anos,houvereduçãodaáreanas1ªe2ªsafrascomataxadecrescimentoanualnegativaem1,8%e2,2%,respectivamente,mascomaumentode0,3%e1,2%aoanona

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produção.Jána3ªsafrahouveaumentode3,9%aoanoeaproduçãoregistroucrescimentode6,0%aoanonasduasúltimasdécadas(1997a2017).

Nãoseesperagrandeaumentonademandainterna,oquevemdeencontrocomastaxasdeaumentodaprodução,mastalaumentosedarápelademandaexterna.

OsdadosprojetadosparaospróximosdezanosparaMinasGeraismostramoaumentodaáreatotal,emdecorrênciadoaumentodaáreana3ªsafra,superando,assim,adiminuiçãodasáreasdas1ªe2ªsafras.Emrelaçãoàprodução,estima‐seaumentonastrêssafras.Houveacréscimode1,9%paraáreae18,1%paraaprodução.Ataxadecrescimentoanualindicouaumentode0,2%paraaáreae1,7%paraaprodução(Tabela7).

Tabela7‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodefeijão

Feijão 1ª safra Feijão 2ª safra Feijão 3ª safra Feijão Total

Ano *Área *Produção Área Produção Área Produção Área Produção

2017 161 195 116 167 68 182 345 545

Projeção2018 162 207 118 196 83 221 362 623

2019 158 207 118 198 85 229 357 623

2020 154 208 111 200 87 236 352 643

2021 154 208 111 200 87 236 352 643

2022 154 208 111 200 87 236 352 643

2023 154 208 111 200 87 236 352 643

2024 154 208 111 200 87 236 352 643

2025 154 208 111 200 87 236 352 643

2026 154 208 111 200 87 236 352 643

2027 154 208 111 200 87 236 352 643

Feijão3ªsafra Feijão1ªsafra Feijão2ªsafra FeijãoTotal

(2017/2027) *Área *Prod. Área Prod. Área Prod. Área Prod.

Var. no período (%) ‐4,45 6,39 ‐4,19 19,55 27,75 29,63 1,86 18,07

Taxa de cresc. anual (%) ‐0,45 0,62 ‐0,43 1,80 2,48 2,63 0,18 1,77

*Refere à área colhida (mil ha) e produção (mil t)

Emrelaçãoaomercadoexterno,hápouca importação,dadoqueoconsumidormineiropreferefeijõesdogrupovermelhoecarioca,ambosproduzidosemMinasGerais.Osfeijõespretoebranco,tradicionalmenteimportadosdaChinaedaArgentina,estãotendoreduçãodeconsumo.Deve‐seconsiderarque,quandoseutilizaummodelomatemáticoparaelaborarumaprojeção,nãoécomputado,nessaferramenta,ocomportamentodomercado,osfatoresclimáticos,biológicosedemudançadepreferênciadoconsumidor.

15

Tabela8‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodefeijão

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 409,0 ‐2018 432,4 ‐

2019 456,1 ‐

2020 479,8 ‐

2021 479,8 ‐

2022 479,8 ‐

2023 479,8 ‐

2024 479,8 ‐

2025 479,8 ‐

2026 479,8 ‐

2027 479,8 ‐

(2017/2027) Exportação (t) Importação (t)

Variação (%) 17,40 ‐100,00

Taxa cresc. anual (%) 1,62 ‐100,00

MinasGeraistemnasuaextensãoterritorialseugrandepotencialparaaumentaraáreade plantio e produção para a cultura do feijoeiro, como já observado nomapa (Figura 3), queresponderáademandadomercadoe/ouapreçosatrativos.Outrapossibilidadeéoplantioparaexportaçãodenovostiposdefeijão,comoofeijãoazukieofeijãomungo‐verde,destinadoparapaísesasiáticos.

16

Omilho é a culturamais cultivada domundo. Essa gramínea de origemmexicana temregistrosdecultivohámaisde8milanos,nasdiversasregiõesdogloboterrestre.Aculturaestáintimamente ligadaàalimentaçãohumanaeanimal,commaisde3milprodutosderivados.Emtemposmaisrecentes,temsidousado,também,naproduçãodebiocombustível(Etanol).

ODepartamento deAgricultura dos EstadosUnidos (USDA) revisou a projeção da saframundialdemilhoparaociclo2016/2017de1,1trilhãodetpara1,0trilhãodet.Deacordocomogovernoamericano,estima‐sequeasexportaçõesmundiaispassemde165,3milhõespara150,6milhõesdet.Osestoquesfinaismundiaisdevemserde227,0milhõesdetem2016/2017e202,5milhõesdetem2017/2018.

AsafradosEstadosUnidos,maiorprodutormundial,foide384,8milhõesdetem2016/2017eestima‐seumareduçãode3,6%paraasafra2017/2018com360,3milhõesdet.Jáasafrabrasileirapassaráde98,5milhõesdetem2016/2017para95milhõesdetnasafra2017/2018.Umareduçãode3,6%,devidoaosbaixospreçospraticadosem2017eàcompetiçãoporáreacomasoja,quedetémapreferênciadosprodutoresnasafradeverão.OsprincipaisestadosprodutoresdemilhosãoMatoGrosso, seguidodoParaná,MatoGrossodo Sul,Goiás eMinasGerais.Nesteestado,omilhopossui forte tradição,masaáreaplantadanãotemcrescido,emgrandepartedevidoàconcorrênciacomasojanas safrasdeverão,mas têmocorridobonsganhosemprodutividade,sendoquenasafra2016/2017oestadoconseguiu5.936Kg/ha,segundoaConab.Asprincipaisregiõesmineirasquemaisproduzirammilhoforam:AltoParanaíba,NoroestedeMinaseTriângulo(Figura4).

Figura4‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodemilho

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Oscincomunicípiosquemaissedestacaram,nasregiõescitadas,somamumpercentualde18,0%emrelaçãoaototaldaproduçãoestadual,conformeatabela9.

MILHO

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Tabela9‐Principaismunicípiosprodutoresdemilho

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Uberaba Triângulo 387,0 5,0

Unaí NoroestedeMinas 348,0 4,5

Sacramento AltoParanaíba 257,0 3,3

Coromandel AltoParanaíba 228,2 3,0

Buritis NoroestedeMinas 174,0 2,3

Total 1.394,2 18,1

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

EmMinasGerais,deveráhavercrescimentodaordemde8,0%naáreademilhosegundasafra(safrinha),devidoaosbonsíndicesdeprodutividadeobtidosem2016/2017,quechegaramaatingir110sacasporha.Quandoconsideramosaproduçãodasafradeverão,MinasGeraiséomaiorprodutorcom909,4milha,segundoaConab.Aproduçãomineiraébastantediversificadadopontodevistatecnológico.Hápequenasáreascomcultivodevariedades,baixostand,baixaadubaçãoeproduçãoparaospaióis,bemcomograndesáreascomhíbridosaltamenteespecializados,viaderegratransgênicos,adubaçãopesadaealtatecnologiadeplantioecolheita.Essadiversidadeconstitui‐se em um grande mercado que tem espaço para todos. Com nichos tecnológicosespecíficos e consumidores variados, movimentando um volume de recursos consideráveis egerandoinúmerosempregos.

Osetordealimentaçãoanimalusaogrãodediversasmaneiras,tantonacomposiçãodasraçõescomofornecedordeenergiaàsmisturasconcentradasounosvolumosos,comonasilagemdealtaqualidade,utilizandoaplantainteiraouapenasogrãoúmido.

Comotodacommodity,opreçodomilhoébastantevolátil,comascotaçõesvariandoaosabordeummercadobastanteespeculativoenemsempreaofertaeademandaditamasregras(Gráfico3).

Gráfico3‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdemilhonomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.

Fonte: Cepea/USP. *Saca de 60Kg (R$/sc). Deflacionado pelo IGP/DI.

18

Osmercadosamericanoechinêsrespondempormaisde55,0%daproduçãomundial,e,portanto,sãoos“players”quemaisinfluenciamnomercado,respondendopelamaiorpartedosestoquesmundiais.

Atendênciaparaospróximosanosmostraumcrescimentodaprodução,emgrandepartedevidoaoavançoda tecnologia, comoaagriculturadeprecisãoquepoupa insumos,melhoraaprodutividadeeaindaproporcionaganhosambientais.Espera‐setambémumaevoluçãodossistemasintegradosdelavoura‐pecuária,tantocomoformaderecuperaçãodepastagensdegradadascomoparaaumentodaproduçãodemilho.Porém,emMinasGeraispersisteacompetiçãoporáreacomasojana1ªsafraemcondiçõesdeverão,compreçosbemmaisfavoráveisàleguminosaemrelaçãoaomilho. Pesam também contra omilho amenor liquidez e os altos custos de produção, comdestaqueparaassementes,hojecompreçoselevados.

Do ponto de vista agronômico, novas pragas e doenças, como a cigarrinha vetora doenfezamentodasplantasnomilho,fazemsubiroscustosdeproduçãoeexigemcadavezmaisdoprodutorousodetecnologiaseocontroleeficientedepragasedoenças.

As projeções paraopróximodecêniomostramqueaproduçãocrescerádeformasignificativacomapenasumpequenoacréscimodeáreaplantada.Muitodissodevidoàprofissionalizaçãodaatividadeagrícolaeaoinvestimentoemtecnologia(Tabela10).

Tabela10‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodemilho1ºsafra,2ªsafraetotal

Milho Total Milho 1ª safra Milho 2ª safra

Ano Área Colhida (mil ha)

Produção (mil t)

Área Colhida (mil ha)

Produção (mil t)

Área Colhida (mil ha)

Produção (mil t)

2017 1.289 7.743 909 5.797 379 1.946

Projeção2018 1.263 7.217 849 5.442 409 1.790

2019 1.261 7.233 786 5.214 468 2.035

2020 1.258 7.235 718 4.956 530 2.297

2021 1.255 7.223 647 4.669 597 2.573

2022 1.252 7.197 571 4.352 668 2.866

2023 1.249 7.157 491 4.006 742 3.173

2024 1.246 7.103 407 3.630 820 3.497

2025 1.243 7.036 319 3.225 903 3.836

2026 1.240 6.954 227 2.791 989 4.190

2027 1.237 6.858 131 2.327 1.079 4.560

Milho Total

2017/2027 Área Colhida (mil ha)

Variação no período (%) ‐3,97

Taxa de cresc. anual (%) ‐0,40

Quantoàsexportaçõeseimportaçõesmineiras,astendênciasestãoligadasaodesempenhomineironaáreazootécnicacomaaviculturaeasuinoculturacomodemandantesmais intensos,

19

seguidospela tradicionalbovinoculturade leiteedenovasatividades.Oconsumohumanotemumaestreitarelaçãocomocrescimentoeconômicoedepolíticaspúblicasquepossamincentivarapopulaçãotantoaconsumirosprodutosderivadosdemilho,comocarneseovos.

Tabela11‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodemilho

Milho

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 295.721 6.697

2018 312.588 7.105

2019 329.455 7.513

2020 346.322 7.921

2021 363.189 8.329

2022 380.056 8.737

2023 396.923 9.145

2024 413.790 9.553

2025 430.657 9.961

2026 447.524 10.369

2027 464.391 10.777

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 57,04 60,92

Taxa de cresc. anual (%) 4,62 4,87

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Minas Gerais produziu um volume de 5 milhões de t de soja na safra 2016/2017,representando 4,4% da produção total do país, ocupando o 7º lugar no ranking dos estadosprodutoresdesoja.Apesardo incrementode6,7%naprodução,aáreacolhidafoiestimadaem1,5milhãodeha, representandoumareduçãode0,9%emcomparaçãocomasafrapassada.Oaumentodeproduçãosedeveuàprodutividademédiade3,5milkg/ha, superiorem7,6%emcomparaçãocomasafraanterior.

OsprincipaismunicípiosprodutoresestãolocalizadosnasregiõesdoNoroesteeTriânguloMineiro(Figura5).

Figura5‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodesoja

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

OprincipalmunicípioprodutordoNoroesteéUnaícom539,4miltenoTriânguloéUberaba,responsávelpor6,2%daprodução.Essesmunicípiosrepresentam17,0%dototaldesojaproduzidapeloestado(Tabela12).

Tabela12–Principaismunicípiosprodutoresdesoja

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Unaí NoroestedeMinas 539,4 10,8

Buritis NoroestedeMinas 361,0 7,2

Paracatu NoroestedeMinas 361,0 7,2

Uberaba Triângulo 309,6 6,2

Guarda‐Mor NoroestedeMinas 209,0 4,2

Total 1.780,00 35,7

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Aculturavemseexpandindocontinuamentenoestado,safraapóssafra.Nasafra1996/97foicolhidaumaáreade523milhacomumaproduçãode1,2milhãodet,chegandoaumaáreacolhidade1,5milhãodehae5,0milhõesde tna safrade2016/2017,oque representou,nosúltimos20anos,umcrescimentode4,3vezesnaproduçãoede2,8vezesnaáreacolhida.Deve‐se

SOJA

21

ressaltara importânciadapesquisaparaosavançosnaprodutividade,pormeiodosprogramasdemelhoramentogenético,quedesenvolveramcultivares superiores;da tecnologiademanejo,comoautilizaçãodoplantiodiretoeomanejointegradodepragasedoenças;damecanizaçãoedaagriculturadeprecisão;dentreoutrastecnologiasadotadaspelossojicultores.

Opreçodasacadasojatemtidooscilaçõesnosúltimosdezanos.Nesteano,obteve‐seumaquedasignificativade21,0%emrelaçãoàsafraanterior,cujasacafoicomercializadanamédiaporR$69,00(Gráfico4).Essefatosedeveuprincipalmenteaoaumentoconsideráveldaproduçãodesojatantonoestadoquantonopaís,ondeoBrasilproduziuumasafrarecordede114milhõesdet,em2016/17.Outrofatorquecontribuiuparaareduçãodospreçosfoiadesvalorizaçãododólarnoúltimoano.

Gráfico4‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdasojanomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.

Fonte: Cepea/USP. *Saca de 60Kg (R$/sc). Deflacionado pelo IGP/DI.

Nessasafra,houveumaumentorecordedeprodutividade,comrendimentode3,5milKg/ha,enquantoque,nasafraanterior,foide3,2milKg/ha.Nosúltimos20anos,representouumaumentode54,0%naprodutividadeporha,valoraltamentesignificativo,devido,principalmente,àstecnologiasdesenvolvidasparaacultura.

Paraospróximosdezanos,asprojeçõesapontamumaumentode14,3%naprodução,oequivalentea5,8milhõesdetdesojaaseremproduzidasnoestado,emumaárea22,8%maior,equivalente a 1,8milhão de ha na safra 2027/28. Essas projeções apontam para uma taxa decrescimentoanualde1,3%paraaproduçãoede2,1%paraaáreacolhida.Noentanto,osavançostecnológicos aplicados no desenvolvimento de novas cultivares e a expansão dos instrumentosadotadosnaagriculturadeprecisãopodemreverterosindicadoresdeproduçãoapresentadosparaopróximodecênio.

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Tabela13‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodesoja

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 1.456 5.047

Projeção2018 1.416 4.372

2019 1.457 4.527

2020 1.499 4.682

2021 1.540 4.837

2022 1.581 4.992

2023 1.623 5.147

2024 1.664 5.302

2025 1.706 5.457

2026 1.747 5.612

2027 1.788 5.767

2017/2027 Área colhida (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) 22,82 14,27

Taxa de cresc. anual (%) 2,08 1,34

AChinaéomaiorimportadordegrãosdesojaeimportoudoBrasil39,4milhõesdet,nesteano,oquecorrespondea77,0%dototaldegrãosexportados.

Estima‐sequeaexportaçãomineiradesojaemgrãoscresça44,0%nospróximos10anos,enquantoadefarelocaia1,0%.

Tabela14‐Projeçõesdeexportaçãodegrão,fareloeóleodesoja

Exportação (mil t)

Ano Grão Farelo Óleo

2017 1.639.641 204.845 ‐

2018 1.711.774 204.647 ‐

2019 1.783.907 204.449 ‐

2020 1.856.040 204.251 ‐

2021 1.928.173 204.053 ‐

2022 2.000.306 203.855 ‐

2023 2.072.439 203.657 ‐

2024 2.144.572 203.459 ‐

2025 2.216.705 203.261 ‐

2026 2.288.838 203.063 ‐

2027 2.360.971 202.865 ‐

ComplexoSoja‐Exportação

2017/2027 Grão (t) Farelo (t)

Variação no período (%) 43,99 ‐0,97

Taxa de cresc. anual (%) 3,71 ‐0,10

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OBrasiltempotencialparaultrapassaraproduçãodesojadosEstadosUnidosnospróximosdezanos,passandoaseromaiorprodutormundialdogrão,deacordocomoorelatórioPerspectivasAgrícolas2017‐2026,divulgadopelaOrganizaçãoparaaCooperaçãoeDesenvolvimentoEconômico(OCDE)eaOrganizaçãodasNaçõesUnidasparaAgriculturaeAlimentação(FAO).

Nestasafra,aprodutividademédiafoisuperioràsanteriores,tantonoestadoquantonopaís;porém,oBrasiltempotencialparaaumentaraindamaisosíndicesdeprodutividademédiadasoja,sendoumgrandedesafioparaospróximosanos.

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OsorgopermiteaadoçãodediferentessistemasdeproduçãoemMinasGerais.NaregiãoNorte, em face às restrições e irregularidades das precipitações, predomina o cultivo do sorgoforrageirocomosafraprincipal.JánoTriânguloMineiroenoAltoParanaíba,ocultivoéfeitopormeiodedoissistemasdeprodução.OprimeirosistemaadotadoémuitosemelhanteaodoNortedeMinas,utilizandoosorgoparasilagemnoplantiodeverãopara incrementodevolumosonoperíododaseca.Ooutrosistemaadotadoé feitocomusodosorgograníferonasegundasafra.Assim,aculturadosorgopropiciamelhoraproveitamentodosolo, formaçãodepalhadaparaoplantiodiretodapróximasafradeverão,maiorquantidadedegrãosparaalimentaçãoanimal,maiorestabilidadedaprodução toleranteà secaemais rendapormeiodacomercializaçãodaculturaplantadanaentressafra.Aáreacultivadacomessecerealrepresentaapenasosorgogranífero,poisolevantamentoébaseadonacomercializaçãodegrãos(Figura6).AregiãoNortedeMinasé uma dasprincipaisprodutorasdesorgoforrageiroparaaalimentaçãodebovinosnaformadesilagem.Dessaformaosdadosdaáreacultivadanão sãoapresentadosnareferidafigura.

Figura6‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodesorgo

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Na tabela 15 são apresentados os principais municípios produtores de sorgo graníferodoestado.Esseslocaisobtiveramincrementosnaproduçãoem2017,quandocomparadoaoanoanteriorquefoicaracterizadoporforteseca.Dessaforma,muitosprodutoresoptarampelosorgoemáreas tradicionais demilho como formade segurançadaproduçãodevidoàs instabilidadesclimáticas.Ademais,essesmunicípiospossuemmuitasgranjaseogrãodesorgotemsidomuitoutilizado para alimentação de poedeiras e frangos de corte, o que reduz consideravelmente oscustosdeprodução,devidoaomenorpreço,quandocomparadoaomilho.

SORGO

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Tabela15–Principaismunicípiosprodutoresdesorgo

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Uberaba Triângulo 112,5 16,7

Sacramento AltoParanaíba 50,0 7,4

Capinópolis Triângulo 34,0 5,1

Unaí NoroestedeMinas 32,0 4,8

ConceiçãodasAlagoas Triângulo 25,0 3,7

Total 253,5 37,7

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Nosúltimosvinteanos,destaca‐sequehouveincrementosemáreacultivadaeprodução.Aculturasedespontou,nadécadade90,comocomplementoasistemasdeproduçãoemsafrinhasmaistardiase,recentemente,asinstabilidadesclimáticasassociadasaomenorcustodeproduçãotêmdespertadomaiorinteressepelosorgo.

AsprojeçõesapontamqueoprodutodeveráganharaindamaisespaçoemMinasGeraisnospróximos10anos.Aáreatemumaprevisãodecrescimentode33,3%,passandode178milhaem2017para260milhaem2027,seguindoumataxadecrescimentode2,9%aoano.Emrelaçãoàprodução,avariação,noperíodoapresentado,éde22,2miltano,passandode544miltpara820milt,oquedemonstraaumentodaprodutividadenospróximosdezanos(Tabela16).

Tabela16‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodesorgo

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 178 544

Projeção2018 186 572

2019 194 600

2020 203 627

2021 211 655

2022 219 682

2023 227 710

2024 235 738

2025 243 765

2026 251 793

2027 260 820

2017/2027 Áreacolhida(milha) Produção(milt)

Variação no período (%) 33,34 22,20

Taxa de cresc. anual (%) 2,92 2,02

Diante da grande demanda domercado global pela produção brasileira de soja, milhoe trigo,osorgoainda temsuaproduçãotímidae inexpressivaemmeioaessecenário.UmdosgrandesfatoressedeveàforteproduçãodaChinaedosEstadosUnidos,consideradososmaioresexportadores do grão. Entretanto, mesmo sendo uma produção relativamente sem expressão,quandocomparadoaosoutroscereais,oprodutorbrasileiroestásentindoocrescimentodaprodução

26

einvestindonessapossíveltendênciadomercadopelosorgo,jáqueasdemandasprincipaisvêmdaChina,grandeprodutoreestocadordesorgo.Natabela17,épossívelnotarincrementosde113t/anoparaospróximos10anos.Aimportaçãodesorgo,emMinas,aindaébaixaetendeamanter‐seinalteradanospróximosanos.Apequenaproduçãodessecereal,quandocomparadoaomilho,épraticamenteconsumidainternamente.

Tabela17‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodesorgo

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 1.640 4

2018 1.753 4

2019 1.866 4

2020 1.979 4

2021 2.092 4

2022 2.205 4

2023 2.318 4

2024 2.431 4

2025 2.544 ‐

2026 2.657 ‐

2027 2.770 ‐

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 68,90 ‐10,33

Taxa de cresc. anual (%) 5,38 ‐1,08

27

Nosúltimos20anos,aculturadotrigoaumentousignificativamentesuaáreadecultivoesuaproduçãonoestadodeMinasGerais.Nofinaldoséculopassado,poucosprodutoresdealgunsmunicípioslocalizadosnasregiõesdoAltoParanaíba,TriânguloMineiroeNoroestedeMinasincluíamaculturanoseusistemaprodutivo.Impulsionadapelosesforçosconjuntosdeaçõesgovernamentaisdapesquisaedaassistênciatécnica,daindústriaedosprodutores,aculturaexpandiudentrodasregiõestradicionalmenteprodutoraseavançouemdireçãoaocentrodoestadoe,também,paraoSuldeMinas.Deacordocomdadosdo IBGE(2017),aproduçãodetrigoemMinasGerais foiregistradaoficialmenteem77municípios(Figura7).

Figura7‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodetrigo

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Para2017,estima‐seumaáreatotalcultivadade84,0milhaeproduçãode235,0milt.OsmunicípiosdeIbiá,Perdizes,MadredeDeusdeMinas,TrêsCoraçõeseRioParanaíbaconcentram38,0%dotrigoproduzidonoestado(Tabela18).

Tabela18–Principaismunicípiosprodutoresdetrigo

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Ibiá AltoParanaíba 24,5 10,4

Perdizes AltoParanaíba 18,5 7,8

MadredeDeusdeMinas Central 16,9 7,2

TrêsCorações SuldeMinas 15,0 6,4

RioParanaíba AltoParanaíba 14,7 6,2

Total 89,6 38,0

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Considerandoosúltimos20anos,aáreacultivadadetrigonoestadoaumentoumaisde27vezes,passandode3,1para84,3milha.Analisandoumhorizontemaiscurto,nosúltimos10anostambémhouveexpressivoaumentodeáreacultivada.Essaexpansãoelevouaproduçãodetrigodeumpatamarquaseinsignificanteem1997(14,1milt)paraasatuais235,5miltprevistasparaasafra

TRIGO

28

colhidaem2017.Apesardeaproduçãoatualaindaestaraquémdademandainterna,percebe‐seumatendênciacontínuadecrescimentoemáreaeproduçãoemMinasGerais.Aprodutividademédiaestadualvemdecrescendogradualmentenosúltimosanos,passandode4,4milkghaem2007paraosatuais2,7milkgha.Oaumentodasáreascomcultivoemsequeiro,areduçãonovolumedechuvas,observadonosúltimosanos,easemeaduramaistardiaemmesescomíndicespluviométricosmaisbaixosjustificamareduçãonaprodutividademédiadoestado.

Gráfico5A–Sériehistóricadeáreaeproduçãodetrigo

Fonte: CONAB/2017 - Séries históricas

Outrofatorquetematraídoosprodutoresparacultivodotrigosãoospreçospraticadosnosúltimosanos.DeacordocomaAssociaçãoBrasileiradaIndústriadoTrigo(Abitrigo),ospreçospagosaosprodutoresforambemsuperioresàmédiahistóricadessecereal.

Gráfico5B‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdotrigonomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.

Fonte: Cepea/USP. *R$/tonelada. Deflacionado pelo IGP/DI.

MinasGeraisé,tradicionalmente,importadordetrigo,pois,ademanda,emtornode900milt,émuitosuperioràprodução.Entretanto,anossaproduçãonãofica,obrigatoriamente,dentrodo estado. Entre outros fatores, a alta qualidade do trigomineiro atrai compradores de outrosestadoscomoSãoPauloeGoiás,quetambémnãosãoautossuficientesnaproduçãodetrigo.

Aáreaplantadadetrigoprojetadapara2027éde232milha.Aprojeçãodeproduçãodo

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trigomineiroéde307miltpara2027,apresentandovariaçãode30,5%etaxadecrescimentoanualde2,7%,nospróximosdezanos.

Tabela20‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodetrigo

Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 85 236

Projeção2018 99 209

2019 111 220

2020 123 231

2021 137 242

2022 151 253

2023 166 264

2024 181 275

2025 197 286

2026 214 297

2027 232 307

2017/2027 Área colhida (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) ‐ 30,53

Taxa de cresc. anual (%) ‐ 2,70

Considerandoosúltimosvinteanos,asexportaçõesdotrigoproduzidoemMinasGeraisapresentaramumavariaçãode724,0%eumataxadecrescimentode9,6%aoano,enquantoasimportaçõesapresentaramqueda,tantonavariação(‐38,5%)quantonataxadecrescimento(‐2,4%aoano).

AsprojeçõesdeexportaçõesdetrigoemMinasGeraisapontampara108miltpara2027,enquanto as importações serão de 139,6mil t nomesmo período. Nos próximos dez anos, asprojeçõesindicamcrescimentonasexportaçõesde58,0%comumataxadecrescimentoanualde4,7%(Tabela21).Poroutrolado,asprojeçõesparaopróximodecênioindicamumatendênciadequedanasimportaçõesmuitopróximadaquelaobservadanosúltimosvinteanos,de‐31,3%eumataxadecrescimentoanualdecrescentede3,7%.

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Tabela21‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodetrigo

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 68 203.151

2018 72 196.800

2019 76 190.449

2020 80 184.098

2021 84 177.747

2022 88 171.396

2023 92 165.045

2024 96 158.694

2025 100 152.343

2026 104 145.992

2027 108 139.641

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 58,01 ‐31,26

Taxa de cresc. anual (%) 4,68 ‐3,68

Devidoàumasériedevantagens,nosestadosdoSuldoBrasil,aculturadotrigofazpartedosistemadeproduçãodamaioriadaspropriedades.Nasregiõestropicaise,maisespecificamente,emMinasGerais, somente nas últimas décadas, os produtores estão percebendoos benefíciostrazidospela inserçãodaculturadotrigo.Entreasprincipaisvantagensestãoapalhadaresidualdeixadaparaosistemadeplantiodireto,areduçãodecustosnocontroledeplantasdaninhasparaimplantaçãodasafradeverão,areduçãode inóculodedoençasdasculturasdeverão,alémdelucrocomavendadiretadosgrãos.

Osnúmerosdasúltimassafrasconfirmamqueaculturadotrigoestáganhandosignificativoespaçoentreasopçõesdecultivonoperíododeentressafrasdasculturasdeverão.SomenteemMinasGerais,existeumhorizontepromissorparaocultivodessecereal.Considerandoapenasasáreasplantadascommilhode1ªsafra(909,0milha),soja(1,5milhãoha)efeijãode1ªsafra(195milha),registrou‐senoestadomaisde2,4milhõesdehacultivadosnasafradeverão2016/2017(IBGE,2017).Em2017,apenas85milhaforamcultivadoscomtrigo,correspondendoà3,4%dasáreascultivadascomsoja,milhoefeijãodeprimeirasafra(Conab).

Paraproduzir900miltealcançaraautossuficiênciadetrigoemMinasGerais,precisa‐sede450milhacultivados,considerandoumaprodutividademédiade2,0milkg/ha,abaixodasatuais2,7milkg/ha.Entreosentravesaseremsuperados,destaca‐seanecessidadedeinfraestruturadearmazenamentoadequadaparamanteraqualidadedogrãoeasegregaçãodascultivarescolhidas,a logística de transporte e o suporte financeiro continuado para o apoio técnico da pesquisa,transferênciadenovastecnologiaseaassistênciatécnicaaosprodutores.

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MinasGeraisproduziu815miltdebananaemumaáreaplantadade46milha,3ºmaiorprodutornacional.Oestadoapresentouprodutividadede17,7milkg/ha,quefoi21,0%superioràprodutividadenacional(14,6milkg/ha).Asprincipaisvariedadescultivadasnoestadosãoasdogrupoprataedogruponanica.Outrasvariedadescultivadasemmenorextensãocompreendem:marmelo(figo),terra,maçãeouro.

Figura8‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodebanana

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Osprincipaismunicípiosprodutoressão:Jaíba,NovaPorteirinha,Delfinópolis,Janaúba,eUberlândia, respondendo por 33,2%da produção estadual (Tabela 22). Entre os cincomaioresprodutores,aquelesdoNortedeMinassedestacamcom29,9%daproduçãoestadual,beneficiadospelosistemadeproduçãoirrigada.

Tabela22‐Principaismunicípiosprodutoresdebanana

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Jaíba NortedeMinas 94,0 11,5

NovaPorteirinha NortedeMinas 52,2 6,4

Delfinópolis SuldeMinas 50,2 6,2

Janaúba NortedeMinas 47,4 5,8

Uberlândia Triângulo 27,1 3,3

Total 270,9 33,2

Fonte: IBGE/LSPA – Junho 2017

Ressalta‐sequeomunicípiodeDelfinópolisiniciouaproduçãodabananiculturacomercialem1993.Osprodutores,embuscadealternativaàcafeicultura,transformaramomunicípioemumdosmaioresprodutoresdebananadoestado,comumaatividademodernaeemfrancaexpansão.

BANANA

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Abananiculturamineiraconvivecomduasrealidadesdistintas.Aprimeiraéaconduzidaemregiõesmarginaisparaaculturaemtermosdeclimaerelevo,semusode irrigação,compráticasculturais deficientes e sem estrutura adequada para as fases de colheita e pós‐colheita. Essabananiculturavemperdendoespaçonomontantedaprodução,maséfontederendaparamuitasfamíliasdeagricultores.Aoutrarealidadeéocultivoemáreascomrelevoeclimapropícios,comusodeirrigação,boaspráticasagronômicasesistemasadequadosdecolheitaepós‐colheita.AbananiculturadosperímetrosirrigadosdoNortedeMinasedeDelfinópolisseenquadranessacategoria.

Diversos fatores e variáveis concorreram para o crescimento da atividade no estado, asaber:oaumentodademandadevidoaocrescimentodapopulaçãoemaiorconsumoper capita;aexistênciadeáreascomclima,soloserelevosadequados;aposiçãoestratégicadoestado,próximoaosgrandescentrosconsumidores;adiversificaçãoeorganizaçãodacadeiaprodutiva;apesquisaaplicadanasregiõesprodutoraseosperímetrosdeirrigação.

Noúltimodecênio,observou‐seumatendênciadecrescimentonaproduçãoenospreços.Noquetangeaospreços,houveumamelhorianosúltimosanosecredita‐seestefatoàreduçãodaproduçãodosestadosdaBahiaedeSãoPaulo,devidoaosproblemasclimáticos.

Gráfico6–Comportamentodaproduçãoedospreçosdabanananomercadomineiro

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Seção de Informações de Mercado - CeasaMinas/Banana maçã, nanica, ouro, prata, marmelo e terra.

*R$/Kg. Deflacionado pelo IGP/DI.

Seguindoatendênciadosanosrecentes,aproduçãodebananadeveevoluir,nospróximosdezanos,aumataxadecrescimentoanualde1,8%,projetandoumaproduçãode976miltemumaáreade63milhaeprodutividadede15,5milkg/hapara2027(Tabela23).

Essaestimativadeaumentodaproduçãopodeserretraída,emdecorrênciadodesempenhoeconômicodopaís,dadisponibilidadede incentivosparaodesenvolvimentoda fruticultura,dacrise hídrica e da falta de investimento em infraestrutura de transporte e armazenamento. Apossívelentradadedoençasaindainexistentesnopaís,aexemplodaRaça4TropicaldeFusarium oxysporum cubense,tambémameaçaoaumentodaprodução.

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Tabela23‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodebanana

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 46 815

Projeção2018 47 807

2019 48 825

2020 50 844

2021 51 863

2022 53 882

2023 55 901

2024 57 919

2025 59 938

2026 61 957

2027 63 976

2017/2027 Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) ‐ 19,79

Taxa de cresc. anual (%) ‐ 1,82

Algumas tentativas de ampliar o mercado externo estão sendo feitas, porém, existemalgunsfatoresrestritivos,taiscomoalogísticaeapreferênciapelasvariedadesdogrupoCavendish,menosproduzidasemMinas.

Noentanto, inúmeros esforços vêmocorrendopara conquistaromercadoexterno coma banana prata. Os empresários têm participado de feiras em diversos países da Europa paraapresentaressaiguariaaoseuropeus.Assim,estratégiasestãosendotraçadasparaqueestafrutaseja entregue em todo o continente europeu. A conquista desse mercado poderá resultar nainserçãodessafrutanapautadabalançacomercialmineirae,consequentemente,criarumanovaopçãodemercadoparaosprodutoresmineiros.

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MinasGeraiséomaiorprodutordebatatadopaís,atingindo,em2017,umaproduçãode1,3milhãodet.Dadasassuascondiçõesedafoclimáticas,permiteoferecerproduçãoduranteoanotodo,gerandoempregoerenda,desdeaslavourasatéoprocessamentoindustrial.

A produção do tubérculo encontra‐se distribuída em 10,0% dos municípios mineiros,totalizando86,dosquais60estãolocalizadosnaregiãoSul(Figura9).

Figura9‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodebatata

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

OsprincipaismunicípiosprodutoresestãolocalizadosnoAltoParanaíbaenoSuldeMinas,merecendodestaqueparaPerdizesquerepresenta19,0%daprodução(Tabela24).

Tabela24–Principaismunicípiosprodutoresdebatata

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Perdizes AltoParanaíba 239,0 19,0

Ipuiúna SuldeMinas 117,8 9,4

RioParanaíba AltoParanaíba 107,0 8,5

Sacramento AltoParanaíba 96,3 7,7

SantaJuliana AltoParanaíba 82,0 6,5

Total 642,1 51,1

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Abatataapresentaumagamadevariáveisquantoaostiposdemercadoemrelaçãoaodestinodostubérculos,desdeaalimentaçãohumanaeanimalatéousoparaaproduçãodeamidoparaa indústriadecosméticos,perfumarias,bebidas(destilados),corantesenoenriquecimentodealimentoscomantioxidantes (batatasdepolpacoloridas).NoBrasil,aproduçãovisaatendero mercado de material propagativo (batata‐semente), batata para o mercado fresco e para oprocessamento industrial, principalmente, de frituras nas formas de chips, batata‐palha e pré‐frita congelada. O estado é autossuficiente no abastecimento domercado de batata in natura e produz excedentes que são exportados para vários estados brasileiros, em especial para São

BATATA

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Paulo. Em relação à batata industrializada, o estado é autossuficiente na fabricação de batata‐palha,com100,0%damatéria‐prima(tubérculos)produzidanoestadoeexportaoexcedenteparaoutrosestados,emespecialoRiodeJaneiro.ComarecenteimplantaçãodeumagrandeempresaemPerdizes, noAlto Paranaíba, o estado atinge tambéma autossuficiência embatata pré‐fritacongelada, utilizando cerca de 60,0% da matéria prima (tubérculos) produzida no estado, e orestanteimportadadeoutrosestados,principalmentedeSãoPaulo.Oexcedentedabatatapré‐fritacongeladaéexportadoparaoutrosestados.Quantoàproduçãodebatata‐chips,oestadopossuiumagrandeempresaprocessadoraemSeteLagoas,naregiãocentral,eoutrasdemenorportenaregiãoSuldeMinas,queatendemgrandepartedademanda.Comoháváriostiposdebatata‐chips(lisa,ondulada,etc),oestadodependedaimportaçãodeoutrosestados.Oestadodependeaindadaimportaçãodecercade40,0%debatata‐semente,oriundadeoutrosestadosedeoutrospaíses.

Naúltimasafraagrícola (16/17),ascondiçõesclimáticas favoreceramaprodutividade,aumentandoaofertadoproduto.Aliadoaessefato,houveumareduçãodoconsumodabatatain natura,decorrentedacriseeconômicadopaís.Assim,ocorreuquedadepreçosdoprodutonomercado.

Gráfico7‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdabatatanomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.

Fonte: Seção de Informações de Mercado - CeasaMinas/Batata Lisa. *R$/Kg. Deflacionado pelo IGP/DI.

Os pequenos produtores ficaram descapitalizados e desmotivados para o plantiosubsequente de batata. Na região Sul deMinas, prevê‐se uma redução em torno de 30,0% noplantiodapróximasafra(daságuas).

Poroutrolado,aimplantaçãodeumagrandeempresadeprocessamentodebatataspré‐fritascongeladas,emPerdizes,naregiãodoAltoParanaíba,comumpotencialprodutivode250.000t/ano, impactou todaacadeiaprodutivado tubérculo, comaumentos substanciaisnaproduçãoparaatenderàdemandadaindústria,naproduçãodebatata‐sementeenareduçãodaimportaçãodebatatapré‐fritacongelada.Oconsumodebatatapré‐fritanoBrasiléde1,5kgper capta/anoeapresentacrescimentoanualde7,0%,sendoprevistoumaumentonaproduçãopara700miltanoapartirde2025.Diantedessequadro,éprevistoumavariaçãodaáreaeproduçãoemtornode60,0%eumataxadecrescimentoanualdecercade5,0%paraopróximodecênionopaís.Assim,mesmocomareduçãoprevistanaproduçãodebatataparaomercadoin natura,éprevistoumaumentonaáreaenaproduçãodebatatacomocrescimentodaindústriadeprocessamento.

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AmesmatendênciadecrescimentoéobservadaparaMinasGerais,cujaprojeçãoindicaestabilidadenaáreaplantadaeacréscimode22,3%naproduçãoaumataxaanualde2,0%nospróximosdezanos(Tabela25).

Tabela25‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodebatata

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 39 1.257

Projeção2018 39 1.328

2019 39 1.351

2020 39 1.374

2021 39 1.398

2022 39 1.421

2023 39 1.444

2024 39 1.467

2025 39 1.491

2026 39 1.514

2027 39 1.537

2017/2027 Área (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) 0,28 22,30

Taxa de cresc. anual (%) 0,03 2,03

As exportaçõesbrasileirasdebatatadevemsercrescentes,podendochegara640miltapartirde2025,principalmente,comoaumentodaproduçãodebatatapré‐fritacongelada.Paraimportaçãoprojeta‐secrescimentode4,9%,alcançando60milt,em2025.OsdadosprojetadosparaMinasGerais sinalizamtendênciadezerarasexportações,masa implantaçãodeunidadesfabrispodereverteressaperspectivadasexportaçõesnoestado.

Embora a instalação da nova indústria, em Perdizes, possa atender 55,0% do consumonacional, reduzindo a importação da batata pré‐frita, a importação de batata‐semente ainda écrescente para atender o aumento da área cultivada. Nesse contexto, a importação de batata‐sementeparaatenderademandadeprodutoresabreperspectivasparaaorganizaçãodoprocessoprodutivo de sementes no estado. Outro fator positivo que poderia contribuir na redução daimportação,bemcomofavorecerosaldodabalançacomercialdoprodutoseriaaimplantaçãodenovasindústriasprocessadorasdebatata(pré‐fritacongelada),revertendoessaprojeção.

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Tabela26‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodebatata

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 52 32.043

2018 39 37.010

2019 27 42.327

2020 15 47.994

2021 3 54.011

2022 ‐ 60.378

2023 ‐ 67.095

2024 ‐ 74.162

2025 ‐ 81.579

2026 ‐ 89.346

2027 ‐ 97.463

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) ‐100,00 ‐

Taxa de cresc. anual (%) ‐100,00 ‐

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A importância do café paraMinasGerais se dá emdiversos campos comoohistórico, opolíticoeocultural,masé,principalmente,noscampossocialeeconômicoqueaatividadesedestaca.AnalisadodentrodoProdutoInternoBruto(PIB)doagronegóciomineirodebaseagrícola,ocafééoprincipalproduto,gerandoempregosedistribuindorendanasregiõesprodutorasenasregiõesondesedesenvolvemasetapasseguintesnosváriossegmentosdacadeia.Nosmunicípioscommaioráreaplantadae,consequentemente,commaiorproduçãodecafé,oÍndicedeDesenvolvimentoHumano‐IDHtambém émaior,ratificandosuaimportânciasocialeeconômica.

Além disso, outra riqueza marcante caracteriza a cafeicultura do estado, que é amultiplicidadeclimática.Umagamaenormedediferentesaltitudese facesdeexposiçãoaosol,combinadacomdiferentestiposdesolos,dediversastecnologiasdeproduçãoedemúltiplasformasde processamento definem uma diversidade inigualável de cafés. Essa multiplicidade climáticapermitesepararoscafésproduzidosemquatroregiões(SuldeMinas,MatasdeMinas,CerradoMineiroeChapadadeMinas).

Figura10‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodecafé

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Tabela27–Principaismunicípiosprodutoresdecafé

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Patrocínio AltoParanaíba 740,4 2,8

Manhuaçu ZonadaMata 434,3 1,7

TrêsPontas SuldeMinas 420,1 1,6

CamposGerais SuldeMinas 402,6 1,6

NovaResende SuldeMinas 401,6 1,5

Total 2.399,0 9,2

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Ocafétemseuspreçosbalizadosinternacionalmenteembolsas,comimportantesvariaçõestantoentreosanosesazonalmenteao longodeummesmoano,sendo,seguramente,umadascommoditiesdemaiorvolatilidade.OBrasildestaca‐seporproduzircercadeumterçodetodaa

CAFÉ

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produçãomundial.ConsiderandoapenasotipoArábica,produzquasemetadedaproduçãoglobal.Dessemodo,édeseesperarqueasafrabrasileirasejaimportantecomponentenaformaçãodopreçoacadaano.Talfatoseconfirmanográfico8,referenteàúltimadécada,segundodadosdoCepea/USP.

Gráfico8‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdecafénomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Cepea/USP. *Sacade60Kg(R$/sc).Deflacionado pelo IGP/DI.

A variação de preços médios anuais obteve movimentos inversos com a variação detamanhodasafrabrasileira,emquepesea influênciadeoutros importantes indicadores,comovariaçãocambialeníveldosestoquesmundiais.Paraintervalosdetemposmenoresqueumano,outrosfatorescomosazonalidadedeprodução(entradadassafras,especialmenteabrasileira)edeconsumo(inverno,commaiorconsumo,nospaísesconsumidores),promovemmovimentosdepreçosmenosduradouros.

As duas safras baixas consecutivas no Brasil, em decorrência das secas nas principaisregiõesprodutorasem2014e2015contraumconsumomundialcrescenteacentuaramareduçãonosestoques.Em2016,osníveisficarammuitobaixos,apesardasafrarecordebrasileirade51,4milhões de sacas. Os preços semantiveram elevados em relação àmédia dos anos anteriores.SegundodadosdaConab,houve,naúltimadécada,umaexpansãodeplantionasáreasdecerrado(Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste) da ordem de 18,1%. No mesmo período, ocorreu umareduçãode23,0%naáreaplantadanasregiõesZonadaMata,RioDoceeCentral.Emquepeseessaconstatação,aáreaplantadatotalmanteve‐secommínimaalteração,reduzindo‐sede1,02milhãodehapara1,01milhãodeha;eaproduçãototalaumentoucercade40,0%.Talfatoéexplicadopeloganhodeprodutividadealcançadoportodasasregiõesetambémporquenasregiõesdecerrado,paraondepreferencialmentemigraacafeiculturamineira,aprodutividademédiaémaiorquenasregiõestradicionaisdeprodução.

Essamigração,jáesperada,dasáreasmontanhosasparaáreasplanas,deve‐seàbuscadeincrementonoíndicedemecanizaçãodasatividadescomoelementoimportantenareduçãodoscustosdeproduçãoecomoatenuantenadificuldadedeofertademãodeobra.Amecanização,combinada com maior produtividade, potencializa a redução do custo por saca e aumenta acompetitividade.Essemovimentodeexpansão/retraçãopodenãocausarperdasparaacafeicultura

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mineira, quando vista de modo global; entretanto, é fator de preocupação para as regiõesmontanhosas,quetêmnacafeiculturasuasustentaçãoeconômica,compoucasopçõesparaumareconversãodeatividade.

Minas Gerais possui uma expressiva área apta ao plantio de café, além de condiçõesnaturaisfavoráveis,quelhepermitemumdiferencialemvantagemcomparativa.Dispõedetradição,infraestruturae logística, institutosdepesquisaeserviçosoficiaiseprivadosdetransferênciadetecnologias,queserevertememaltacapacidadecompetitivaparaaproduçãodocaféverde.

O consumomundial de150,8milhõesde sacas, em2016, segundoaOIC, temcrescidonumamédia anual relativamente estável de 2,1% nos últimos 5 anos.Mantida a atual taxa decrescimento,espera‐sechegara2027comumacréscimodecercade25,0%,ouseja,umconsumomundialdaordemde190milhõesdesacas.

Aproduçãomundialfoide155,7milhõesdesacasem2016etemcrescidoaumataxamédiade1,5%aoano.Aproduçãotemexibidocrescimento;noentanto,diferentementedoconsumo,suaexpansãonãosedáemritmoconstante.Arigor,devidoaosfatoresfisiológicoseclimáticos,aproduçãoesperadaécrescente,porém,dá‐secomalternânciadesafrasaltasebaixas,estandoaindasujeitaàssecas,doençaseoutroseventosadversos.Maisrecentemente,comaadoçãodepráticasmodernas,essavariaçãoanualtendeasereduzir.Nastrêsúltimascolheitas,porexemplo,asafrade2014foibaixa,emfunçãodeseveraseca,oqueprojetavapara2015umasafraalta,comoconsequênciadaesperadaalternância.Em2015,houveumanovaseca,comrepetição,também,de outra safra baixa. Com isso, a expectativa de uma safra alta deslocou‐se para 2016, que foiconfirmada.Ressalta‐sequemesmotendosidoumasafraaltade30,7milhõesdesacasmineiras,nãochegouaserumasupersafra.

Considerando, hipoteticamente, mantidos esses índices de aumento de consumo e deprodução,essasduasgrandezastenderiamaseequivaleremdentrode,aproximadamente,7anos,ouseja,porvoltade2024.

Outratendênciatemsidooaumentoglobaldoconsumodecafésespeciais,principalmentepelosconsumidorestradicionais(UniãoEuropeia,EUAeJapão).Issolevouoestadoaintensificarpolíticas públicas em apoio ao setor. Nesse sentido, a parceria com os cafeicultores e váriossegmentosdacadeiaprodutiva,vemsendotrabalhadapelacertificação,buscandoasustentabilidadeambiental, socialeeconômicae,mais recentemente,a certificaçãodaqualidade.Oestado tempotencialparaatenderacrescentedemandaglobaldeconsumo,sobretudodoscafésespeciais,sustentáveisecertificados,quesãoexigênciascadavezmaiores.

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Tabela28‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodecafé

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil sacas)

2017 974 28.154

Projeção2018 952 29.009

2019 928 29.864

2020 902 30.719

2021 873 31.574

2022 841 32.429

2023 807 33.284

2024 771 34.139

2025 733 34.994

2026 692 35.849

2027 649 36.704

2017/2027 Produção (mil sacas)

Variação no período (%) 40,94

Taxa de cresc. anual (%) 3,49

AsexportaçõesparaospaísesdoorientecomoCoreiadoSul,Turquia,Rússia,Austrália,Líbano,Malásia, Taiwan, Israel, China, Nova Zelândia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos,Hong Kong, Coreia do Norte e Coveite têm crescido. O aumento do consumo de café nessespaísesorientais éummovimentoque vemganhando cada vezmais adeptos.Dentreos fatoresquecontribuíramparaamaioraceitaçãodessabebidaestãoocrescimentodapopulaçãourbana,oaumentodarendaea instalaçãoderedesdecafeteriasdirecionadas, inclusive,paraopúblicojovem. Outro ponto são as inovações que as indústrias têm disponibilizado como máquinas eequipamentosquevêmpossibilitandoamudançadohábitodosconsumidores,proporcionandomaior praticidade e qualidade da bebida,mesmo no ambiente doméstico. Nesse particular, asmonodoses,representadaspeloscafésemcápsulasesachês,sãoumafortetendência.

AChinaéumdessespaísesquetemampliadoaimportaçãodecafé.Comoparâmetrodessecrescimento,noanode2006oschinesesimportaram6milsacaseem2016ovolumeimportadofoide35,8milsacas,umcrescimentode493,0%paraocafémineiro.Nomesmoperíodo,tambémocorreu expansão da importação pela Coreia do Sul (99,0%), Turquia (151,0%), Rússia (98,0%),Austrália(56,0%),Líbano(20,0%),Malásia(315,0%),dentreoutros.Essesaltosíndicespercentuaisdecrescimentoseexplicam,emgrandemedida,porseroacréscimoaplicadosobreumabasedeconsumoaindapequena.Poroutrolado,sinalizamaperspectivadegrandeespaçoparaaexpansãodoconsumo,inclusivecompossívelmudançadehábitodepartedapopulaçãoemalgunsdessespaíses,porexemplo,docháparaocafé.AChinaeaÍndia,commaisdeumterçodapopulaçãomundiale,ambosjáacenandoparaocrescimentodoconsumodecafé,dãomostrasdequeháumaenormeoportunidadeaserexplorada.

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Tabela29‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodecafé

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 20.387 16,85

2018 23.919 09,65

2019 24.544 10,26

2020 25.169 10,87

2021 25.794 11,48

2022 26.419 12,08

2023 27.044 12,69

2024 24.669 13,30

2025 28.294 13,91

2026 28.919 14,52

2027 29.544 15,13

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 26,83 67,37

Taxa de cresc. anual (%) 1,26 2,75

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A cultura da cana‐de‐açúcar encontra‐se distribuída em todo o territóriomineiro, sendoutilizada para diversos fins, como para produção de açúcar, etanol, uso na alimentação animal,produçãodecachaçaerapadura.Nasafrade2017,asmaioresproduçõesseconcentraramnaregiãodoTriângulo, comdestaqueparaosmunicípiosdeUberaba, Frutal, SantaVitória, ConceiçãodasAlagoaseCampoFlorido,representando29,7%daproduçãodoestado(Figura11eTabela30).OZoneamentoAgroecológicodacana‐de‐açúcar(2009)mostraumpotencialde11,3milhõesdehadeáreasaptasaoseucultivo,comdestaqueparaoNoroeste,ondeaatividadeapresentaexpansão.

Figura11‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodecana‐de‐açúcar

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Tabela30–Principaismunicípiosprodutoresdecana‐de‐açúcar

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Uberaba Triângulo 6.768,0 9,5

Frutal Triângulo 5.017,8 7,1

SantaVitória Triângulo 3.500,0 4,9

ConceiçãodasAlagoas Triângulo 3.440,0 4,9

CampoFlorido Triângulo 2.322,0 3,3

Total 21.047,8 29,7

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

AsériehistóricadeáreacolhidaedeproduçãodecanaemMinasGerais,noperíodode1997a2017,demonstraquehouveumaevoluçãoexpressivadessesparâmetros.Noanode1997,foicolhidaumaáreade279milhaeobtidaproduçãode16,3milhõesdet,enquantoque,noanode2017,essesvaloresatingiram912milhae70,9milhõesdet,respectivamente.Registra‐se,noperíodo,umataxadecrescimentoanualde10,0%naáreaede12,7%naproduçãoevariaçãode573,4%e996,8%,respectivamente.Issosignificaquetambémhouvemelhoriadaprodutividadenoperíodo,passandode58,3t/haem1997para77,8t/haem2017.Considerandoosúltimosdezanosdasériehistórica,de2007a2017,registra‐seumataxadecrescimentoanualdaáreaem5,7%edaproduçãoem6,3%.Avariaçãonoperíodofoide74,1%daáreae83,3%daprodução.

CANA-DE-AÇÚCAR

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AexportaçãodeaçúcaremMinasGerais,deacordocomasériehistóricade1997a2017,demonstraquehouveumaevoluçãoexpressivanoperíodo.Em1997,foramexportadas181,7milt,enquantoqueem2016essesvaloresatingiram3.213,1milhõesdet.Ataxadecrescimentoanualdaexportaçãoestimada,noperíodo,foide14,3%evariaçãode1.344,7%.Considerandoosúltimosdezanos,de2007a2017,ataxadecrescimentofoide8,0%evariaçãode114,9%.

Aexportaçãodeetanolteveiníciomaisexpressivoapartirde2002com11,1milt,fechandoem2016com40,7milt.Destaqueparaosanosentre2006e2010,queforammaisfavoráveisàexportaçãodesseproduto,atingindovaloresmáximosde230,4milte247,9miltem2007e2008,respectivamente.AimportaçãodeetanolemMinasGerais,de1997a2016,foipoucosignificativa,atingindoa13,4tnoperíodo.

Noperíodode2007a2017,opreçodoaçúcarapresentouoscilações, influenciadaspelaofertaedemandamundial,tendeemvistaqueoBrasiléoprincipalexportadordeaçúcar.(Gráfico9).

Gráfico9‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdeaçúcarnomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.

Fonte: Cepea/USP. *Sacade50Kg(R$/sc).Deflacionado pelo IGP/DI.

Aprojeçãodaáreacolhidaedaproduçãodecana‐de‐açúcar,em2027,édaordemde1,4milhãodehae115,2milhõesdet,respectivamente.Ataxadecrescimentoanualprojetadaéde4,5%paraaáreacolhida,comvariaçãode55,0%noperíodode2017/2027,ede5,0%aoanoparaaproduçãoevariaçãode62,4%(Tabela31).

Observa‐se que a projeção para a expansão da área de cana‐de‐açúcar, nos próximos10anos,émodestatendoemvistaqueutilizaapenas15,8%daáreaapta.Alémdaprojeçãodocrescimentodaatividade,emrazãodademandadosetorsucroalcooleiro,deve‐selevaremcontaseuusocrescenteparaoutrosfinsnaspropriedadesagrícolas.

Naalimentaçãoanimal,acanatemseapresentadocomoalternativamaisbarataedemaiorpotencialprodutivoqueoutrasforragensnoperíodosecodoano.

Acachaçaéoutroprodutoquetemconquistadonovosmercados,principalmenteexterno,

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pelamelhoriadaqualidade,oque temdemandadomais canapara sua fabricação.Domesmomodo, a produção de rapadura, açúcar mascavo e melado, que são produtos resultantes deprocessoartesanaldefabricação,temapresentadoprocuracrescentepelomercadoconsumidorinternoeexterno.

Tabela31‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodecana‐de‐açúcar

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 912 70.923

Projeção2018 1.033 82.777

2019 1.076 86.375

2020 1.118 89.973

2021 1.160 93.571

2022 1.202 97.169

2023 1.244 100.767

2024 1.287 104.365

2025 1.329 107.963

2026 1.371 111.561

2027 1.413 115.159

2017/2027 Área (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) 54,97 62,37

Taxa de cresc. anual (%) 4,48 4,97

Aprojeçãodeexportaçãodeaçúcarparaospróximosdezanosépassarde3,1milhõesdetpara4,7milhõesdetem2027,oquerepresentaumataxamédiadecrescimentoanualde4,4%evariaçãode53,5%(Tabela32).Aimportação,noperíodo,permaneceembaixopatamar,comparadaàexportação.

Apolíticadepreçosdecombustíveisadotadanaúltimadécadaafetoudiretamenteosetorsucroenergético,reduzindodrasticamenteosinvestimentosnaatividade,provocandoadesativaçãodeváriasplantas industriais,quealiadaàscondiçõesclimáticasadversas, resultouemquedadeprodutividadenosúltimosanos.Esseseoutrosfatores,comoospreçosbaixosdoaçúcar,agravaramasituaçãodosetor.Noentanto,muitosdessesfatoresnegativospoderãoserrevertidosaolongodoperíododasprojeções,quersejapormeiodeaçõesdegoverno,conjugadascomaçõesdoprópriosetor,quer sejapela incorporaçãodenovas tecnologias aoprocessoprodutivo,bemcomopeladinâmicadomercado.

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Tabela32‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodeaçúcareetanol

Açúcar Etanol

Ano Exportação (t) Importação (t) Exportação (t) Importação (t)

2017 3.089.420 132 - 0,232

2018 3.254.583 155 - 0,192

2019 3.419.746 180 - 0,152

2020 3.584.909 207 - 0,112

2021 3.750.072 236 - 0,073

2022 3.915.235 266 - 0,033

2023 4.080.398 298 - ‐

2024 4.245.561 332 - ‐

2025 4.410.724 368 - ‐

2026 4.575.887 405 - ‐

2027 4.741.050 444 - ‐

Açúcar

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 53,46 237,13

Taxa de cresc. anual (%) 4,38 12,92

Asprojeçõesparaospróximosdezanos,de2017a2027,sãodecrescimentomoderadoparaaculturadacana‐de‐açúcar,bemcomoparaasexportaçõesdeaçúcareetanol.Noentanto,MinasGeraisapresentacondiçõesfavoráveisdeclimaedesolos,oquepermitemaiorexpansãodessaculturanoestado,emboraessapossibilidadetambémdependadeummercadoexternomaispropícioàsexportações.

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Abovinoculturadecortemineirapossuigrandeimportâncianocontextodoagronegócionacional, por produzir alimentos de qualidade e pelo potencial de gerar postos de trabalho erenda. Para manter‐se competitiva, essa atividade se reinventa a cada ano, buscando técnicasquemantenhamosempreendimentoseconomicamenterentáveisealternativasquesuperemosobstáculos, como a complexidade dos fatores produtivos, instabilidades políticas e econômicas,assimcomoasflutuaçõesdascotaçõesparaomercadointernoeexterno.

O cenário da carne bovina para os próximos anos parece bastante desafiador e exigeprudênciaquantoàsinalizaçãodeperspectivasparaosetor.Issoporqueproblemasconjunturais,principalmente os que envolveram a maior multinacional processadora de proteína animal domundo, as turbulências sanitárias relacionadas aos abscessos/reações das vacinas, operaçõespoliciais, os embargosdosparceiros comerciais, alémdobaixo consumo internomotivadopeloendividamentodapopulaçãoeaaltataxadedesempregodesequilibraramtodaacadeiaprodutivanoanode2017.

Nomeiode todoesse contexto, háuma forteexpectativada retomadado crescimentodoPIBparaospróximos anos, bemcomopoderáocorrer a ampliaçãodas exportaçõesparaosmercadosjácompradoreseaaberturadenovosmercados,trazendoalentoparaosenvolvidoscomoagronegóciodacarne.

MinasGeraiséo6ºmaiorprodutordecarnedoBrasil.Suaprodução,em2016,representou8,0%das7,4milhõesdetdecarcaçasproduzidaspelopaís.Onúmerodeanimaisabatidos,noestadoficounaordemde2,6milhõesdecabeçasparaomesmoperíodo,sendoque61,5%dosanimaissãomachose38,5%defêmeas.AregiãodoTriângulopermanecenaliderançanonúmerode animais abatidos, tendo enviado para os frigoríficos, aproximadamente, 715,6 mil cabeças,seguidapelaregiãodoJequitinhonha/Mucuricomcercade264,0milcabeças,segundoosdadoscontidosnoRelatóriodotrânsitodebovinosparaabate–IMA,2016.

O estado destaca‐se nacionalmente por ter o segundomaior rebanho bovino (leite ecorte)entreasdemaisunidadesdafederação,comcercade23,5milhõesdecabeças.Osanimaisseencontramdistribuídosnos853municípiosmineiroseem360,5milestabelecimentosrurais(IMA,2016).

CARNE BOVINA

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Figura12‐Distribuiçãoespacialdorebanhobovino

Fonte: IBGE/PPM – 2016

Nosúltimosdezanos,oTriânguloliderouorankingdasprincipaisregiõesdoestadocomomaiornúmerodeanimais.AoanalisarosdadoshistóricoseatuaisdessaregiãoedosmunicípiosdePrata,CampinaVerdeeSantaVitória,observa‐sequehácertatendênciaqueessaexpressividadesemantenhaparaospróximosanospelascondições favoráveis comoaaltaproduçãodegrãos,tecnologiasetécnicasdeprodução,queauxiliamparaosavançoscontínuosdapecuáriadecortedessaslocalidades.

Tabela33‐Principaismunicípiosdetentoresderebanhobovino

Município Regiões Produção (mil cabeças) % em MG

Prata Triângulo 426,9 1,8

CampinaVerde Triângulo 370,0 1,6

Unaí NoroestedeMinas 350,7 1,5

SantaVitória Triângulo 276,5 1,2

JoãoPinheiro NoroestedeMinas 267,1 1,1

Total 1.691,2 7,2

Fonte: IBGE/PPM – 2016

Amédiadospreçosporarrobadoboigordo,entreosanosde2007e2016,varioudeR$64,09aR$164,07.Omaiorpreçonegociado,nomercadofísico,nosúltimos10anosdasériehistóricafoiregistradoem2016.Asdificuldadesencontradaspelosfrigoríficosemadquiriranimaisprontospara o abate, tais como:menor número de animais confinados ocasionados pelos altos preçosdosgrãos,principalmenteomilhoesoja;menordescartedematrizesporpartedopecuaristaquetinhamcomointuitoaproveitarosbonspreçosdosbezerros;eacrescentedemandadomercadointernoeexterno,principalmentedosnovoscompradores,influenciaramaofertaedemandaque,porconsequência,pressionaramoaumentodospreços.

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Gráfico10‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdecarnebovinanomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Cepea/USP. *R$/@. Deflacionado pelo IGP/DI.

Noanode1997,foramabatidos0,9milhãodecabeçasresultandoemumaproduçãode202,5miltequivalentecarcaça(tec),enquantoque,noanode2016,osabatesforamsuperiores,naordemde2,5milhõesdecabeçaseumaproduçãode589,0miltec.

Observa‐se que, no período, houve uma expansão de 1,6 milhão de animais abatidos,representandoumavariaçãode177,7%eacréscimodeproduçãode386,4miltec,comumavariaçãode 190,9%. Esse ganho em produtividade, certamente, ocorreu pelo melhoramento genéticodorebanhodoestado.Aseleçãodecaracterísticasdeproduçãoeganhodepesovêmtornandoosanimaiscadavezmaiseficienteseprodutivos,aliadoàsmelhoriasquetambémocorremnossistemasprodutivos.

Igualmenteexpressivofoioincrementodaexportaçãodecarnebovinaque,em1997,erade 0,6mil t. Já em2016, o registro foi de 92,3mil t, representando 46,0%de todas as carnescomercializadas.Essesvaloressónãoforammaioresporqueosprincipaismercadosimportadoresdacarnemineira,comoHongKong,Rússia,Irã,Egito,Chile,EmiradosÁrabeseItálianãoampliaramsuascomprasdaformaqueosetoresperava,tendoemvistaopotencialdeconsumodessespaíseseadependênciadomercadoexternonoabastecimentodecarnebovina.

De2006a2016,omercadointernorespondeuporcercade85,0%doconsumodacarnebovinaproduzidapeloestadoeosdemais15,0%foramcolocadosnomercadointernacional,fatoestesemelhanteaodocenárionacional.Asprojeçõesrelacionadasàsexportaçõesparaoperíodode2017/2027sinalizamqueserãomantidosbonsresultados.Ataxadecrescimentoanualseráde4,2%comumavariaçãode51,3%,noperíodo.

Asimportaçõesmineirasdecarnebovinaoscilarammuitonosúltimostempos.Comparandooanode1997com2016,registra‐seumaquedade97,8%novolumeimportado.

Paraoanode2017,projeta‐sequeaproduçãodecarcaçaenúmerodeanimaisabatidosparaMinasGeraisatinja663milcabeçase2,8milhõesdetec,respectivamente.Essasinformaçõestrarão reflexos positivos para o agronegócio e para toda a sociedade, pois a demandamundialfuturaporalimentosestáocorrendodemaneiraascendente.Estima‐sequeoconsumoampliará

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cercade45,0%,comoconsequênciadoaumentodarendaper capita,queaumentará26,0%epelocrescimentodapopulacionalmundial(ONU/FAO).Quedeacordocomdiferentesprevisõesteremosem2050teremosmaisdenovebilhõesdehabitantes.

Asprojeçõesparaopróximodecênioindicamqueparaoanode2027,aproduçãoseráde575milcabeçase2,4milhõesdeanimaisabatidos.

Tabela34‐Projeçõesdeproduçãoeanimaisabatidos

Carne bovina

Ano Produção (mil cabeças) Animais abatidos (mil tec)

2017 663 2.837

Projeção2018 665 2.836

2019 664 2.824

2020 661 2.802

2021 656 2.770

2022 648 2.726

2023 638 2.672

2024 626 2.608

2025 611 2.533

2026 594 2.447

2027 575 2.351

AprojeçãoreferenteàsexportaçõesdecarnebovinadeMinasGerais,paraospróximosdezanos,seráde117,4miltem2017ealcançará177,6milem2027,oquerepresentaumataxamédiadecrescimentoanualde4,2%evariaçãode51,3%,noperíodo.

Tabela35‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodecarnebovina

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 117.429 204

2018 123.448 264

2019 129.467 330

2020 135.486 404

2021 141.505 484

2022 147.524 570

2023 153.543 663

2024 159.562 763

2025 165.581 869

2026 171.600 982

2027 177.619 1.102

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 51,26 ‐

Taxa de cresc. anual (%) 4,22 ‐

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Oprincipalentravequeretardaodesenvolvimentomaisvigorosodabovinoculturadecortenoestadoestáassociadoàescassezhídrica,queafetaasregiõessemiáridashámaisdequatroanos.Asecavemprovocandoefeitosdevastadoresnossistemasprodutivos,comolavourasdestruídas,pastagens degradadas, animais desnutridos, centenas de rios e córregos secos, agravando odesemprego,porqueumaboapartedosagricultoresepecuaristasnão têmmeiosfinanceiroseestruturaisparacontinuaremnaatividade.

Outroproblemaquemerecedestaqueéoaltoníveldepastagensdegradadasnoestado,poiscercade96,0%encontram‐sedeleveafortementedegradadas.Asituaçãoprovocaconsequênciasnegativasnoquedizrespeitoàtaxadelotaçãodaáreaocupadapelosanimais(INAES,2015).

Todavia, existem, no estado, inúmeros fatores que contribuem para o desenvolvimentosustentávelecompetitivodabovinoculturamineiracomoaadoçãodosistemadeintegraçãolavourapecuária, recuperação das pastagens degradas, um grande volume de grãos produzidos, amplonúmerodefrigoríficos,grandenúmerodeanimais,‘’capitalnacional’’dozebu,extensonúmerosdeeventoseleilões,promovendooportunidadesdenegócio.

Paraofuturooprognósticoéfavoráveleosetorprodutivodecarnebovinadeverámanterofocoporincrementosdeprodutividade,assimcomonaincorporaçãodetecnologiasetécnicasparaqueseintensifiquemcadavezmaisossistemasdeprodução,deformaqueosmantenhameconomicamenteviáveis,socialmentejustoseambientalmentecorretos.

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Aproduçãoavícolacomercialsurgiuem,MinasGerais,noiníciodoséculopassado,quandooestadocomeçouacomercializargalináceosparaoutrasregiõesdopaís.Acriaçãodofrango,noentanto,eracampestre.Asaves(crioulasougalinhascaipiras)viviamsoltasedemoravamnovemesesparaatingiropesodeabate,nafaixade2,5Kgoumais.Oprocessodemodernizaçãoedeproduçãoemescalacomeçounadécadade30,emrazãodanecessidadedeabastecerosmercadosquejáeramdemandantespelacarnedefrango.Apartirdosanos50,aaviculturaganhouimpulsocomosavançosdagenética,comodesenvolvimentodasvacinas,nutriçãoeequipamentosespecíficosparasuacriação.Asgrandesagroindústriasavícolasganharamestruturanoiníciodosanos60eoincrementotecnológicocontinuoupresenteatéosdiasdehoje.Provadessedesenvolvimentoéretratadanosindicadoresdeproduçãoedaexportaçãodessaproteínaanimal,bemcomoaposiçãodedestaquenocenárionacional.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal,Minas Gerais é o 5ºmaiorprodutordecarnedefrango,com7,9%doabatedeavesrealizadonopaís.OInstitutoMineirodeAgropecuária(IMA)registraapresençade2.019granjasavícolascomerciaisativas.Dessas,1.804sãogranjasdecorte,199granjasdeposturadeovosdeconsumoe16granjasclassificadascomooutras aves, que engloba, por exemplo, granjas de codorna e galo índio gigante. Em relação àsgranjasdereprodução,28estabelecimentosestãoativoseentreeleshá:matrizeiras(21),granjasdeavós(6)egranjasdebisavó(1).

Aaviculturaestápresentenagrandemaioriadosmunícipiosmineiros,comcadastrosdepropriedadesvoltadastantoparaaproduçãoindustrialquantoparaàsubsistência.

O principal sistema de produção é o tipo integração, no qual é celebrado um contratode parceria entre produtores e indústrias avícolas. Essetipo de sistemade produção justifica aconcentraçãodasgranjasnosmunícipiosrelacionadosnatabela36,umavezqueaproximidadedosestabelecimentosdeabatefavoreceareduçãonoscustosdeprodução.

Figura13‐Distribuiçãoespacialdorebanhodeaves

Fonte: IBGE/PPM – 2016

CARNE DE FRANGO

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Asprincipaisregiõesprodutorasdecarnesão:TriânguloMineiro(NovaPonte,Uberaba,Araguari,MonteAlegredeMinaseUberlândia),Central(ParádeMinaseSãoSebastiãodoOeste),Sudoeste(JuruaiaeMonteSantodeMinas)eZonadaMata(Barbacena,ErváliaeViscondedoRioBranco).

Tabela36‐Principaismunicípiosdetentoresderebanhodeaves

Município Regiões Produção (mil cabeças) % em MG

Uberlândia Triângulo 13.340,0 11,0

ParádeMinas Central 10.266,7 8,5

SãoSebastiãodoOeste CentroOestedeMinas 8.120,0 6,7

Itanhandu SuldeMinas 5.668,6 4,7

SãoJosédaVarginha Central 5.276,8 4,4

Total 42.671,6 35,3

Fonte: IBGE/PPM – 2016

Aevoluçãodaproduçãodecarcaçadefrangotemocorridodeformaexpressivaaolongodaúltimadécadaeospreçosdofrangocongeladonomercadotemoscilado,mascomumatendênciaaacompanharocrescimentodaprodução.SegundoaAssociaçãoBrasileiradeProteínaAnimal,em2016,oconsumoper capitadefrangonoBrasilfoidaordemde41,1kgporhabitante.Essevaloré11,0%superioraoregistradoem2006.Nessemesmoperíodo,apopulaçãobrasileiracresceu10,0%eaproduçãoem61,2%.Essesnúmerosevidenciamapujançadosetoremdisponibilizarproteínaanimaledeofertarvolumesuperioraodocrescimentopopulacional,evidenciandoaimportânciadessacadeianoabastecimentodessafontedeproteínanomercadointernoeterumexcedenteexpressivoparaofertaraomercadoexterno.

Gráfico11‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdecarnedefrangonomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Cepea/USP. *R$/kg – frango congelado. Deflacionado pelo IGP/DI.

Na última década, o setor de avicultura de corte teve um crescimento de 223,5 % naprodução,resultadodeumataxadecrescimentoanualde6,4%.Esseexcelentedesempenhodacadeiaprodutivadofrango,emMinasGerais,éreflexodoprocessodereestruturaçãoindustrialcom

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aadoçãodenovasformasdeorganizaçãoindustrialemlargaescala,demudançastecnológicasedemelhoriasnastécnicasdemanejo,nutriçãoesanidadedasaves.Alémdisso,hádeseconsiderarqueoestadoapresentaváriasregiõesprodutorasdemilho(Triângulo,NoroesteeSuldeMinas)eproximidadecomoutrasunidadesdaFederação(MatoGrosso,GoiáseMatoGrossodoSul),queapresentamexpressivaproduçãodemilho,oprincipalcomponentedaraçãodessasavesequetemparcelarepresentativanocustodaatividade.Noentanto,essaproximidadedaproduçãodemilhonemsempreéasseguradaporpreçosmenores.Em2016,comascondiçõesclimáticasdesfavoráveishouveescassezdoprodutoeospreçosregistraramlimitesrecordes.

Diante desse crescimento da atividade nos últimos anos, há uma expectativa otimistapara apróximadécada.Aprojeçãodaproduçãode carnede frangoedeanimais abatidos, em2027,poderáalcançaronívelde1,3milhãode te656,2milhõesdecabeças, respectivamente.Ataxamédiadecrescimentoanualprojetadaéde3,1%paraaprodução,comvariaçãode35,1%noperíodode2017/2027,ede3,1%paraonúmerodefrangosabatidosecomvariaçãode35,5%(Tabela37).

Tabela37‐Projeçõesdeproduçãoeanimaisabatidos

Carne de frango

Ano Produção (mil cabeças) Animais abatidos (mil tec)

2017 980 484.422

Projeção2018 1.015 501.604

2019 1.049 518.786

2020 1.084 535.968

2021 1.118 553.150

2022 1.152 570.332

2023 1.187 587.514

2024 1.221 604.696

2025 1.256 621.878

2026 1.290 639.060

2027 1.324 656.242

2017/2027 Produção (mil cabeças) Animais abatidos (mil tec)

Variação no período (%) 35,09 35,47

Taxa de cresc. anual (%) 3,05 3,08

É importante registrar que a sustentação do desempenho da avicultura está associadaaoaumentodoconsumo internoe,principalmente,ao incrementodasexportações.Assim, sãofundamentais as negociações para a ampliação ou abertura dosmercados compradores, sendoqueasvendasnosúltimosanosestãoconcentradasnospaísesdoOrienteMédio(ArábiaSaudita,EmiradosÁrabesUnidoseCoveite),perfazendo42,7%dareceitageradaem2016.Outroaspectorelevanteéaquestãodabiosseguridadedosplantéis.Porexemplo,umúnicocasode influenzaaviária,doençainexistentenopaís,poderáafetartodaaexportaçãobrasileiradosetor,resultandoemum forte impacto em toda a cadeia produtiva. Assim, essa questão deve estar presente na

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conduçãodaatividadeenaspolíticaspúblicasdedefesasanitáriaanimal.

Com base no histórico das exportações dos últimos anos há uma estimativa de que aprojeçãodasexportaçõesdecarnedefrango,paraopróximodecênio,passaráde246,4milt,em2018,para356,1miltem2027,oquerepresentaumataxamédiadecrescimentoanualde4,3%evariaçãode52,0%(Tabela38).EssesvaloresprojetadoscorroboramcomoprognósticodaOCDE/FAO,queregistraemseuRelatóriodePerspectivasAgrícolas2017‐2026,queospreçosdecarnesdevemcairemtermosreais,nospróximosanos,aníveissimilaresaosdocomeçodosanos2000,permitindoàpopulaçãomundialomaioracessoaessaproteínadeorigemanimal.

Tabela38‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodecarnedefrango

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 234.265

2018 246.445 ‐

2019 258.625 ‐

2020 270.805 ‐

2021 282.985 ‐

2022 295.165 ‐

2023 307.345 ‐

2024 319.525 ‐

2025 331.705 ‐

2026 343.885 ‐

2027 356.065 ‐

2017/2027 Exportação (t) Importação(t)

Variação no período (%) 51,99 ‐

Taxa de cresc. anual (%) 4,28 ‐

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Como em qualquer atividade, também em suinocultura, ganhar dinheiro é o primeiroobjetivo. De posse dessa constatação, fica fácil perceber que a melhor performance biológica,somadaàeficiênciadagestão,équedefineosucessodaatividade.Nocampoeconômico,sabe‐se que omercado de carne suína é fortemente influenciado pela oferta de outras carnes, comdestaqueparaacarnebovinaepelopoderdecompradosconsumidores.

Qualidade,formasdeproduçãoedeapresentação,evidentemente,nãoestãoforadessecontexto.Quandoaofertadacarnebovinaaumenta,ospreçosdacarnesuína,emgeral,ficamcomprimidosea rentabilidadedaatividade sofre revezese,não raramente,perdaseconômicasexpressivas.Osempreoscilantecustodeprodução,enãopoderiaserdiferente,tambémexerceforteinfluênciasobreoretornoeconômicodaatividade.Nessecaso,ganhamdestaqueospreçosdos insumosutilizadosnaalimentaçãodosanimais.Frustraçãodesafrademilhoafetadeformanegativaaproduçãodecarnesuína,e sónãocausadanos irreversíveis,porque,atualmente,osprodutores praticam uma gestão mais profissional. A suinocultura deixou de ser apenas umaatividade de produção para transformar‐se emnegócio.Mas, nem sempre foi percebida assim.Houveépocaemque,de formamais acentuada,preçosaltosebaixos,pagospela carne suína,alternavam‐secomfrequência.Preçoselevadosserviamdeestímuloaprodutoresestabelecidos,sempercepçãodecenáriofuturo,paraampliaremseusnegóciose,também,paranovosprodutoressemplanejamentoiniciarem‐senaatividade.Oexageradoaquecimento,proporcionadopelospreçosatrativos,provocavanoperíodosubsequentemaiorofertadecarnenomercadoe,emdecorrência,maiorcompressãonospreços.Nãotinhamregistradonamemóriaqueofertaedemandasempreexpressam a realidade do mercado. A percepção, no entanto, mudou. O mercado vem sendoabastecidodeformaequilibradaeospreçosdacarnesuína,emMinasGerais,nãooscilamcomafrequênciaeaintensidadedeanospassados.(Gráfico12).

Gráfico12.Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdacarnesuínanomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Cepea/USP. *R$/Kg. Deflacionados pelo IGP/DI.

CARNE SUÍNA

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Apoucaafinidadecomosegmentogestãoedificuldadesparaseposicionarnomercado,este cheio de imperfeições, ganharam visibilidade a partir demeados da década de 1990, porocasiãodoiníciodoplanodeestabilizaçãodaeconomiadopaís.Nessemomento,ficouevidentequeapenasprodutoresmaiseficientes,nãosóemtermosprodutivos,masprincipalmentesobaóticaadministrativa,possuíamalgumaresistênciaparasuportaroscontratemposdemercado.Osprodutorescomeçaram,então,abuscar,commaisintensidadeefrequência,orientaçãotécnicanasáreasdegestãoetecnologiaspara implementaremseusnegócios.Planejamentoegestãoforamincorporadosàatividade,atéentãopraticadadeformapoucoprofissional.

EmMinas Gerais, 4º estadomaior produtor, o negócio suínos avançou, nesse período,e conquistou status de indústriaprodutorade carne.Aprópriaexpansãodaatividade,ocorridanasúltimasdécadasdemonstraessaverdade.Asuinocultura industrial, seguindoaspegadasdomilhoe tambémda soja, principais ingredientesutilizadosna alimentaçãodos animais, ganhouexpressãonasregiõesdoTriânguloMineiroedoAltoParanaíba.Sobressai,nessasduasregiões,oclimabastantefavorávelàcriaçãodesuínos,bemcomoatopografiaeosoloquepermitemmelhordistribuiçãodosdejetossuínosparausocomoaduboorgânico.Tambémemfoco,apresençaeofortalecimentodeuma indústriaprocessadorade carnena região, fatoqueprovocouestímulossubstanciaisaocrescimentodaatividade.Aproduçãodecarnesuína,noentanto,continuasendopraticadacomsignificânciaemregiõestradicionaiscomoasZonasdaMataeMetropolitanadeBeloHorizonte,próximasdegrandescentrosconsumidores.

Figura14‐Distribuiçãoespacialdorebanhosuíno

Fonte: IBGE/PPM – 2016

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Tabela39‐Principaismunicípiosdetentoresderebanhosuíno

Município Regiões Produção (mil cabeças) % em MG

Uberlândia Triângulo 656,7 12,9

Jequeri ZonadaMata 272,3 5,3

Urucânia ZonadaMata 253,8 5,0

PatosdeMinas AltoParanaíba 214,9 4,2

ParádeMinas Central 157,2 3,1

Total 1.554,9 30,5

Fonte: IBGE/PPM – 2016

Para melhor percepção da evolução do negócio suíno, em Minas Gerais, é pertinenteobservarasériehistóricadosúltimos20anos.Noprimeirodecênio(1997‐2006),tantoonúmerodeanimaisabatidosquantoovolumeproduzidodecarneaumentaramdeformasignificativa.Em1997,foramabatidos695milanimaise,em2006,2,6milhões,umcrescimentode375,0%.Naquelemesmoperíodo,ovolumedecarnecolocadonomercadoaumentou494,0%.Comaestabilizaçãodaeconomiaeaconsequentemelhoriadopoderdecompradapopulação,ademandaporcarneaumentou.Paraatenderocrescimentodademandaoprodutorbuscouinformação,apropriou‐sedetecnologiasedeestratégiasdegestão.Passouaproduzir,utilizandoanimaisdemelhorpadrãogenéticoqueincorporamdeformamaiseficientecarnenacarcaça.Emsíntese,oprodutoradotousistemasmaiscompetitivosdeprodução.

Distintamente,nodecêniosubsequente(2007‐2016),tantoonúmerodeanimaisabatidosquantoovolumeproduzidodecarneevoluíramdeformamaismodesta.

Nessesegundoperíodo,onúmerodeanimaisabatidoscresceu88,4%eovolumedecarneproduzida81,5%.Emalgunsperíodosdessedecênio,particularmenteduranteasegundametade,aofertademilhoedefarelodesojaficoubastantereduzidae,emconsequência,ospreçosalcançaramvaloresquaseproibitivos.Osprodutores,comomedidaeconômica,colocaramnomercadoanimaiscompesoaquémdohabitual.

Cabelembrarqueoconsumodecarnesuínacresceudeformaacentuadaemanosanterioresealcançou,emMinasGerais,21,0kgper capita (informaçãoobtidanaAssociaçãodosSuinocultoresdeMinasGerais),enquantoamédianacionalsitua‐se,hoje,emtornode15,0kgper capita, eagoranãotemfôlegoparacontinuaravançandonomesmoritmo.

Estaé,noentanto,umamoedadeduasfaces.Oexageradopreçoalcançadopelomilho,em 2016, estimulou seu plantio e, em 2017, foi colhida a safra da tranquilidade, pelo menosparaosprodutoresde carne suína. Com frequência essa situaçãoocorreeproduzdificuldades,oquenãoénenhumanovidadeparaosprodutores. Expansão,portanto, só complanejamentoeresponsabilidade.Oconsumointernojáatingiuumótimopatamareagoratempotencialparacrescerapenasdeformamoderada.Contudo,asperspectivasdeixamtransparecerotimismo,emespecialparaocurtoprazo.Projeçõespositivasparaaatividadenãoestãoforadocontexto,masavançossignificativosestãocondicionadosàconquistadenovosmercados.

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Tabela40‐Projeçõesdeproduçãodecarnesuínaeanimaisabatidos

Ano Produção(milcabeças) Animaisabatidos(miltec)

2017 487 5.590

Projeção2018 509 5.841

2019 531 6.092

2020 553 6.343

2021 575 6.594

2022 597 6.845

2023 619 7.096

2024 641 7.347

2025 663 7.598

2026 685 7.849

2027 707 8.100

2017/2027 Produção(milcabeças) Animaisabatidos(miltec)

Variaçãonoperíodo(%) 45,16 44,90

Taxadecresc.anual(%) 3,80 3,78

Háespaçonomercadoexteriorenomercadodeoutrosestadosbrasileiros,particularmenteaquelesdoNordeste.Entretanto,aexportaçãodecarnesuínatemosciladoenãotemsidoumpontofortedasuinoculturamineira.MinasGerais,compoucafrequência,vaitambémàscompras,jáqueoconsumidorvaiaomercadoeencontracarnedeótimaqualidadeproduzidanoestado.Poroutrolado,volumeexpressivodecarneprocessadaconsumidapelosmineirosaindatemsuaorigememoutrosestados.Situaçãoquesóserámodificadacomofortalecimentodaindústriaprocessadoradecarnedoestado.Importante:matéria‐primadequalidadenãofalta.

Tabela41‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodecarnesuína

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 18.777 105

2018 14.543 109

2019 9.787 112

2020 4.509 115

2021 ‐ 118

2022 ‐ 121

2023 ‐ 124

2024 ‐ 128

2025 ‐ 131

2026 ‐ 134

2027 ‐ 137

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) ‐ 30,18

Taxa de cresc. anual (%) ‐ 2,67

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Asflorestasplantadas,emMinasGerais,seestendemporcercade1,5milhãodeha,emsuagrandemaioria,compostadeeucalipto.Essaáreacultivadaconfereaoestadoaliderançanopaís,posiçãomantidaháváriasdécadas,frutodapresençadeumvastoparquesiderúrgicodemandantedecarvãovegetal.Outrofatorqueconferiuestímuloaoplantiofoia instalaçãodeumaunidadefabrilprodutoradecelulosedeeucalipto,naregiãodoValedoAço,em1970.

Hátambémoutrasopçõesdeaproveitamentodoeucalipto, taiscomo:madeiraserrada,produtos demadeira sólida emadeira processada, produçãodebiomassa, sem se esquecer damanutençãodosrecursosflorestaisedosbenefíciosclimáticoscomosequestrodecarbono.

Em relação à produção de madeira em tora para papel e celulose, a unidade fabril,implantadanaregiãodoRioDoce,foiagranderesponsávelpelaexpansãodaculturanaprópriaregião,mascontribuiutambémparaaexpansãodocultivoempartedaZonadaMataedaregiãoCentral,alémdeplantiosnosValesdeJequitinhonha/MucurienoNortedeMinasGerais(figura15).

Figura15‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodemadeiraemtoraparapapelecelulose

Fonte: IBGE/PEVS – 2016

Osmunicípiosque lideramaproduçãodemadeiraemtoraestãonasregiõesNorte,RioDoceeCentral,comapenas2,1%dovolumeproduzido.Os97,9%daproduçãodessamatéria‐primasãocultivadasemmaisde100municípiosmineiros.

Tabela42–Principaismunicípiosprodutoresdemadeiraemtora

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

PadreCarvalho NortedeMinas 393,0 0,5

Coroaci RioDoce 355,1 0,4

VargemGrandedoRioPardo NortedeMinas 349,8 0,4

BomJesusdoGalho RioDoce 326,1 0,4

Curvelo Central 317,7 0,4

Total 1.741,7 2,1

Fonte: IBGE/PEVS – 2016

CELULOSE

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Emrelaçãoàproduçãodecarvãovegetalprovenientedeflorestasplantadas,adistribuiçãosedáemváriasregiõesdoestado,comumadistribuiçãoespacialmaisuniforme(Figura16).Essadistribuiçãosedeveaofatodequeopolosiderúrgicoestálocalizadonapartecentraleengloba25municípiosaoredordacapital.Háestimativaqueasflorestasplantadascontribuamcom82,0%docarvãoconsumidopelassiderúrgicas,evidenciandoaimportânciadestesegmento.

Figura16‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodecarvãovegetal

Fonte: IBGE/PEVS – 2016

A produção de carvão proveniente de floresta plantada está presente emmais de 400municípios.NoValedoJequitinhonha,omunicípiodeItamarandibaapresentaamaiorproduçãodecarvão.Oscincoprincipaismunicípiosgeramvolumede1,9milhãodetdecarvão,querepresentam4,3%daproduçãodoestado(Tabela43).

Tabela43–Principaismunicípiosprodutoresdecarvãovegetal

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Itamarandiba Jequitinhonha/Mucuri 928,5 2,1

JoãoPinheiro NoroestedeMinas 354,9 0,8

TrêsMarias Central 272,6 0,6

Curvelo Central 195,8 0,4

Itacambira NortedeMinas 150,5 0,3

Total 1.902,3 4,2

Fonte: IBGE/PEVS – 2016

Oestadotemtradiçãoevocaçãoparaaexpansãodacadeiaprodutivadebaseflorestal,poisoplantioestábemdistribuídoespacialmenteeasunidadesfabrisapresentamumalogísticabastanteinteressanteparadisponibilizarosprodutosnomercadointernoeparaoescamentoaomercadoexterno.

Nasúltimasdécadas,aculturadoeucaliptotornou‐secadavezmaisimportante,concorrendodiretamentecomasáreasdepastagenseculturasdecereais.Emalgunsmunicípios,chegou‐seatéa

62

cogitarproibiraformaçãodenovasflorestasdeeucaliptoparaimpedirquefossetransformadaemumaimensamonocultura.Ademais,osetortemváriasdificuldadesaseremsuperadas,aexemplodasquestõesdelicenciamento.

Contudo,mesmodiantedosdesafios,ademandaporprodutosflorestaisécrescenteemtodoomundoeéevidenteamigraçãodaproduçãodoHemisférioNorteparaoSul,fatoquedeverásuportarocrescimentodosetoraolongodemuitosanos.Nessaperspectiva,háumaprojeçãodecrescimentode36,6%e37,0%decarvãoedemadeiraemtoraparacelulose,respectivamente,paraopróximodecênio.

Tabela44‐Projeçõesdeproduçãodecarvãovegetalemadeiraemtoraparapapelecelulose

Ano Carvão Vegetal (milhões t) Madeira em tora (milhões m3)

2017 4,5 7,8

Projeção2018 4,7 8,1

2019 4,9 8,4

2020 5,0 8,7

2021 5,2 9,0

2022 5,4 9,3

2023 5,5 9,5

2024 5,7 9,8

2025 5,9 10,1

2026 6,0 10,4

2027 6,2 10,7

2017/2027 Carvão Vegetal (milhões t) Madeira em tora (milhões m3)

Variação no período (%) 36,60 37,01

Taxa de cresc. anual (%) 3,17 3,20

Apesar da diminuição do consumo de papel causada pela evolução da informática, háoutrossetoresquetêmapresentadoexpansão.Pavimentandoessaestradadecrescimentoparapapelecelulose,estáaexpansãodoconsumodepapéissanitárioseembalagens,sobretudo,empaísesemergentes.Papelsanitário,conhecidocomotissues,éumacategoriaqueenglobapapelhigiênico,fraldasdescartáveis,absorventeseguardanapos,entreoutrositensafins.Essademandaemexpansãovemprincipalmentedepaísesemergentese,comdestaqueespecial,paraaChina.Jáosegmentodeembalagenscresceareboquedoavançoemconsumodealimentoseoutrosprodutosdeusorotineiro.Combasenessesmercados,háumaexpectativadaexpansãodasexportaçõesdecelulosedaordemde21,9%.

Outrapossibilidadedeexpansãodosetorépormeiodeumapolíticadeincentivoaousode fontes renováveisedebiomassaflorestal, como tambéma implementaçãoda tecnologiadeproduçãodoetanoldeorigemcelulósico,quepodemampliaraindamaisaimportânciadasflorestasplantadas.Aimplementaçãodepolíticasdeestímuloaoconsumosustentáveleumaeconomiadebaixocarbonosãofundamentaisparadiversificareestimularademandapormadeiraeporfibras.

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Hátambémaperspectivaderendimentospormeiodomercadodecarbonoflorestal,noqualoprodutorrecebepelaremoçãodegáscarbônico(CO2)daatmosferapeloprocessodefotossínteseemflorestasformadas,apartirdereflorestamento.

Tabela45‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodecarvãovegetalecelulose

Carvão Vegetal Celulose

Ano Exportação (t) ) Importação (t) Exportação (t) Importação (t)

2017 46 ‐ 1.239.855 3.565

2018 ‐ ‐ 1.267.056 3.741

2019 ‐ ‐ 1.294.257 3.917

2020 ‐ ‐ 1.321.458 4.093

2021 ‐ ‐ 1.348.659 4.269

2022 ‐ ‐ 1.375.860 4.445

2023 ‐ ‐ 1.403.061 4.621

2024 ‐ ‐ 1.430.262 4.797

2025 ‐ ‐ 1.457.463 4.973

2026 ‐ ‐ 1.484.664 5.149

2027 ‐ ‐ 1.511.865 5.325

2017/2027 Carvão Vegetal (t) Celulose (t)

Variação no período (%) 21,94 49,37

Taxa de cresc. anual (%) 2,00 4,09

Nessaperspectivadeproduçãosustentávelenvolvendoflorestasplantadas,surgeosistemade IntegraçãoLavoura‐Pecuária‐Floresta (ILPF),quese tornaumaalternativaviáveldeproduçãopararecuperaçãodeáreasdegradadas.Aintegraçãodeárvorescompastagenseoucomlavouraséconceituadacomoosistemaqueintegraoscomponenteslavoura,pecuáriaefloresta,emrotação,consórcioousucessão,namesmaárea.

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Pertencente à família Rutaceae, a laranja é um fruto híbrido, que teria surgidonaantiguidadeapartirdocruzamentodacimboacomatangerina.

Atualmente,SãoPauloéconsideradoomaiorprodutordelaranjaeprocessadordesucode laranja Congelado Concentrado (SLCC) do Brasil. Já no estado deMinasGerais, o cultivo delaranjaencontra‐seemsuamaioriadescentralizadoecarentedeprofissionalismoeinvestimentostecnológicose,apesardessesproblemas,oestadoproduzemmédia1milhãodet,detendoo2ºlugarnorankingdoBrasil.

A região do TriânguloMineiro (Figura 17), com ênfase nosmunicípios de ComendadorGomes, Prata, Frutal,Uberlândia eMonteAlegredeMinas, sedestacanaproduçãode laranja,possivelmente,devidoàproximidadecomoestadodeSãoPaulo(Tabela46).

Figura17‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodelaranja

Fonte: IBGE/PAM – 2016

Tabela46.Principaismunicípiosprodutoresdelaranja

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

ComendadorGomes Triângulo 202,4 22,5

Prata Triângulo 157,5 17,5

Frutal Triângulo 122,5 13,6

Uberlândia Triângulo 90,0 10,0

MonteAlegredeMinas Triângulo 54,0 6,0

Total 626,4 69,6

Fonte: IBGE/PAM – 2016

Pode‐seobservar,nafiguraacima,queessescincomunicípiosmineirosemconjuntosãoresponsáveispelaproduçãodemaisde626,4miltdelaranja,aproximadamente69,6%daproduçãodeMinasGerais.Osnúmerosapontadosestãoligadosdiretamenteàgeraçãodeempregonoestado,principalmentenaregiãodoTriânguloMineiro.SegundoosdadosdoCadastroGeraldeEmpregadose Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o segmento foiresponsável pela geração de 45.508 postos de trabalho, entre julho de 2016 a junho de 2017,

LARANJA

65

períodoquecompreendeasafra2016/2017delaranja,nosestadosdeMinasGeraiseSãoPaulo.

Ocomportamentodopreçoapresentadonográfico13éda laranja‐peracomercializadanaCeasaminas.Asoscilaçõesocorridas,nosúltimosanos,estão ligadasdiretamenteàofertadelaranjadeSãoPauloedasexportaçõesdesucocongeladoeconcentrado.Noentanto,observa‐seumcomportamentoascendentedesde2013,oquevemfavorecendoaatividade.

Noestado,aprodução,emsuagrandemaioria,édestinadaparaomercadoin natura. As exportaçõesestãoconcentradasemSãoPaulo,bemcomoasindústriasprocessadoras.

Gráfico13‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdalaranjaperanomercadomineiro

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Seção de Informações de Mercado - CeasaMinas/Laranja-pera. *R$/Kg. Deflacionados pelo IGP/DI.

Aprojeçãodelaranja,paraospróximosdezanos,apontaincrementosdeaproximadamente28,6%,emrelaçãoàprodução.

Observa‐sequeasprojeçõessãobastanteotimistas,tendocomoosprincipaisriscosdessasprojeçõesodesempenhomacroeconômicodopaíseafaltadeincentivosparaodesenvolvimentoeinfraestruturanecessáriaparaacultura.

66

Tabela47‐Projeçõesdeáreaedeproduçãodelaranja

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 47,1 981,1

Projeção2018 50,1 1.009,2

2019 53,5 1.037,3

2020 57,2 1.065,4

2021 61,2 1.093,5

2022 65,5 1.121,6

2023 70,1 1.149,7

2024 75,1 1.177,8

2025 80,3 1.205,9

2026 95,9 1.234,0

2027 91,8 1.262,1

2017/2027 Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) ‐ 28,64

Taxa de cresc. anual (%) ‐ 2,55

67

LEITE

Os desafios político‐setoriais e econômicos associados às adversidades climáticas pelosquaispassaopaíseoestadodeMinasGerais,emparticular,sãofatoresrestritivosaocrescimentodovolumedeleiteproduzidonoestado.Contudo,avitalidadedosetorleiteirodoestadopersiste.Essa assertiva pode ser confirmada pormeio do Valor Bruto da Produção – VBP gerado pelosprodutosagropecuáriosproduzidospeloestadoem2016,quandoo leite, apresentou resultadosuperioratodososdemaisprodutosagropecuários,àexceçãodocafé.

Para o segmento de produção primária, o cenário apresentou‐se favorável no segundosemestrede2016eprimeirosemestrede2017,considerandoospreçosmédiosrecebidospelosprodutores em relação aos anos anteriores e, da mesma forma, o custo de produção quandoanalisadaarelaçãodetrocaentreproduçãoeinsumos.Noentanto,ademandainternaporprodutoslácteos,nesseúltimoperíodo,aindanãoapresentoucrescimentosignificativo,oquepodeviraserrevertidoaindaesteano,considerandoaquedanastaxasdejurosassociadaaodesaquecimentodainflaçãooraverificadas.

Aproduçãoeacomercializaçãodeleitesão,atualmente,atividadespraticadasemtodososmunicípiosmineiros.Deformaisolada,aregiãoSuldeMinaséaquerespondepelomaiorvolumedeleiteproduzido.JáasregiõesNoroeste,AltoParanaíba,TriânguloMineiroeCentral,caracterizadascomoáreasdecerrado(Figura18),noconjunto,constituiaprincipalbacialeiteiradoestado,ondeestão localizadososmunicípios commaiorprodução.Destaquepode serdadoà regiãodoAltoParanaíbaeaomunicípiodePatosdeMinas(Tabela48).

Figura18‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodeleite

Fonte: IBGE/PPM – 2016

68

Tabela48‐Principaismunicípiosprodutoresdeleite

Município Regiões Produção (milhões de litros) % em MG

PatosdeMinas AltoParanaíba 152,8 1,7

Coromandel AltoParanaíba 121,2 1,4

Patrocínio AltoParanaíba 119,8 1,3

Pompéu Central 107,7 1,2

Ibiá AltoParanaíba 106,0 1,2

Total 607,5 6,8

Fonte: IBGE/PPM – 2016

AatividadeleiteiraemMinasGeraisé,historicamente,umadasatividadesprodutivasdemaiorexpressividadeeconômica,social,ambientalecultural.Foiâncoraatémesmodaestruturadealternânciadepoderestabelecidanopaís,porocasiãodavelharepública(1889–1930),entrecafeicultoresdeSãoPauloepecuaristasdeMinasGerais,conhecidacomoa“políticadocafécomleite”.Soma‐seaissoatrajetóriadoqueijoartesanal,reconhecidomundialmentecomopatrimôniohistóricoimaterialeexpressãodaculturamineira,hojepremiadoemeventosinternacionais.

AsregiõesSul/SudoestedeMinaseZonadaMataforamasregiõesque,inicialmente,seconcentravamasprincipaisbaciasleiteirasdoestado.Noentanto,apartirdaabertura,ocupaçãoeexpansãodafronteiraagrícolanasregiõesdecerrado,houveumamigraçãodaatividadeparaessasregiões,atraídapelasmelhorescondiçõesdeinfraestrutura,logísticaecustodeprodução.

Atualmente,aatividadeépraticadaemcercade250.000propriedadesrurais,distribuídasnos853municípiosdoestado,produzindo9,0bilhõesdelitrosdeleiteanualmenteeumVBPdaordemdeR$7,8bilhões.

O valor líquido recebido pelos produtores, emMinas Gerais, para o leite produzido ecomercializadoentreosanosde2007e2016,namédiaestadual,ficouentreR$0,62eR$1,26.Entresetembrode2013emarçode2016,ospreçospraticadosestiveramdeprimidos,proporcionandomargens aindamais apertadas para o produtor, em função dos custos de produção. Isso veiocontribuirparaaquedadaprópriaproduçãoregistradanosanosde2015e2016,oquepodeterinfluenciadonaelevaçãodepreçospagosaoprodutor,verificadaapartirdeabrilde2016.

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Gráfico14‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdeleitenomercadonacional

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Cepea/USP. *R$/l. Deflacionado pelo IGP/DI.

Conformepode serobservadona tabela49,nosúltimos cincoanos, tendo referênciaomêsdejulho,foipossívelverificarumavariaçãopositivade25,2%nopreçomédiolíquidorecebidopelosprodutoresdeMinasGerais,comumpicodepreçoocorridoemagostode2016comovalorchegandoaR$1,61.Talsituação,consideradaatípica,foicreditadaàreduçãoocorridanaprodução,levando à retração na captação de leite pela indústria. Vale destacar a valorização do produtoocorridanaregiãoSuldeMinasemcomparaçãoàsoutrasmacrorregiõesgeográficasdoestado.

Tabela49.MédiasdepreçoslíquidosrecebidospelosprodutoresemMinasGerais–2013a2017

MesorregiãoPreço Médio Líquido – (R$)

Jul/2013 Jul/2014 Jul/2015 Jul/2016 Jul/2017Var%

2016/2017Var%

2013/2017

Triâng./AltoPar. 1,0215 1,1092 1,0657 1.5191 1,2547 ‐17,41 22,83

Sul/Sudoeste 0,9317 0,8963 0,7765 1,3834 1,3114 ‐5,20 40,75

ValedoRioDoce 1,0553 1,1005 1,0744 1,4740 1,1503 ‐21,96 9,00

Metropolitana 1,0594 1,0488 0,9999 1,3749 1,2797 ‐6,92 20,79

ZonadaMata 0,9461 0,8849 0,8674 1,3251 1,0998 ‐17,00 16,25

Média mineira 0,9956 1,027 0,9752 1,4199 1,2469 -12,18 25,24

Fonte: Cepea – Esalq/USP – Boletim do Leite

AproduçãodeleiteemMinasGeraiscresceuaumataxamédiaanualde2,4%,nosúltimos20 anos, partindo de 5,6 bilhões de litros em 1997 para 9,0 bilhões em 2016. Ao longo desseperíodoaproduçãodeleitemineiracresceu60,2%.Onúmerodevacasordenhadas,porsuavez,erade4,0milhõesem1997eatingiusuamaiorexpressãoem2013,com5,9milhões.Apartirdaíessenúmerovemsereduzindo,chegandoa5,0milhõesdevacasordenhadasem2016.Apesardareduçãoregistrada,onúmeroatualé23,7%superioraototaldevacasordenhadashá20anos.Arelaçãoentreoscrescimentospercentuaisdaproduçãodeleiteedonúmerodevacasordenhadas

70

permiteverificarocrescimentodaprodutividadedesserebanhoquepartiude1.385,5,em1997,para1.778,7 litrosde leite/vaca/ano,em2016,expressandoumcrescimentode28,4%ao longodoperíodo.Valeressaltarque,emborasejaregistradareduçãonovolumedeleiteproduzidoenototaldevacasordenhadasnosúltimosquatroanos,aprodutividadedorebanhomineirodevacasordenhadas cresceuauma taxamédia anual de3,0%, sugerindoa incorporaçãode tecnologiaspelospecuaristasemseussistemasdeprodução.

Noquetangeaomercadoexterno,noperíodoentre1997e2001,houvesaldosensivelmentenegativo na balança comercial de produtos lácteos, com o estado importandomuitomais queexportando.Em2003,essasituaçãoérevertidaeoestadosemanteveexportadoraté2012,quandoarelaçãopraticamenteseequilibrou.Em2013,iniciou‐seumareaçãonomercado,permitindoqueem2015oestadoatingisse30,2miltdeexportação.Apesardocrescimentoregistrado,omesmonão se sustentou, ocorrendo, em2016, nova queda de aproximadamente um terço do volumeregistradoem2015.Ressalta‐se,noentanto,queapesardaquedaregistrada,ovolumedelácteosexportadosem2016foidequatrovezesovalordovolumeimportado.Talfatopodeserderivadodavalorizaçãoocorridanopreçodeleiteempónomercadomundial,oquepoderáaindacontribuirpara a retomada das exportações pelo estado nos próximos anos. Os dados de exportação eimportação não apresentam, portanto, correlação direta, nem linearidade de comportamentos,obedecendo, naturalmente, condições demercado e de acordos estabelecidos entre parceiroscomerciaisdoestado.

Quantoàprojeçãode2016,cujovolumedeleitefoide9,4bilhõesdelitros,observou‐seque,defato,foialcançadasomenteumaproduçãode8,9bilhões,valoresteinferioraoestimado.

Omodelomatemáticopropostoorientaparaumavariaçãopositivade23,1%,nospróximosdezanos,chegandoàproduçãode12.027milhõesdelitrosdeleiteem2027,comumataxadecrescimentoanualde2,1%.Aosecompararavariaçãodecrescimentopercentualentreasduasdécadas(2016/2026e2017/2027),verifica‐seumataxadecrescimentoestávelparaaproduçãodeleite.

Damesmaforma,onúmerodevacasordenhadasencerrouoanode2016com5,0milhõesdeanimais,abaixo,portanto,daexpectativade5,51milhõesdevacasordenhadas.Noentanto,omodelomatemáticotrabalhadoestimaem5,8milhõesototaldevacasordenhadasnoestadoem2017,numataxadecrescimentoanualde1,4%,eumcrescimentode14,7%,aolongodospróximosdezanos.

Aexpectativaemrelaçãoàprodutividadedorebanhodasvacasordenhadaséadequealcanceem2027,1.795litros/vaca/ano,umcrescimento,portanto,de6,6%nospróximosdezanos.

71

Tabela50‐Projeçõesdeproduçãodeleiteevacasordenhadas

Leite

Ano Produção (mil l) Vacas Ordenhadas (mil cabeças)

2017 9.767 5,8

Projeção2018 9.993 5,9

2019 10.219 6,0

2020 10.445 6,1

2021 10.671 6,2

2022 10.897 6,3

2023 11.123 6,4

2024 11.349 6,4

2025 11.575 6,5

2026 11.801 6,6

2027 12.027 6,7

2017/2027 Produção (mil l) Vacas Ordenhadas (mil cabeças)

Variação no período (%) 23,14 14,66

Taxa de cresc. anual (%) 2,10 1,38

MinasGeraiséosegundomaiorexportadordeleiteUHTeleiteempódopaís.Osdadosprojetadosparaaexportaçãoeaimportaçãodelácteospeloestadosugeremumasinalizaçãodecrescimentoemritmosdiferentesparaasduaspossibilidades,porémcomumvolumeexportadobastantesuperioraoimportado,oqueremeteaumaexpectativadesaldopositivoparaosprodutoslácteosnabalançacomercial.

Vale ressaltar, no entanto, que deve sempre ser considerada a conjuntura mundial,particularmente a do próprio mercado, que eventualmente pode vir gerar instabilidadesalterando as expectativas e projeções. Exemplo disso pode ser verificado em 2016, quandohouveaexpansãodasfronteirascomerciaispeloestado,quepassouaexportarlácteosparasetenovospaíses.Emcontrapartida,acriseeconômicapelaqualpassaaVenezuela,umdosprincipaisimportadoresdelácteosdoestado,fezcomqueaquelepaísretrocedesseacentuadamenteseuvolumedeleiteimportado.

72

Tabela51‐Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodeleite

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 42.398 8.979

2018 44.368 10.569

2019 46.338 12.551

2020 48.308 14.655

2021 50.278 16.971

2022 52.248 19.499

2023 54.218 22.239

2024 56.188 25.191

2025 58.158 28.355

2026 60.128 31.731

2027 62.098 35.319

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 46,46 ‐

Taxa de cresc. anual (%) 3,89 ‐

MinasGeraiséreconhecidohistoricae internacionalmentepelasuaproduçãode leiteedederivados.Alémdedetentordaprimeiraposiçãonacionalnaproduçãodeleite,deumparqueindustrial de lácteos próximo amil estabelecimentos inspecionados, é conhecido emmercadosmundiaispelasuaproduçãopremiadadequeijosartesanais.Taisconstataçõesagregamumgrandenúmerodepessoaseinstituições,públicaseprivadas,quetornamosistemaagroindustrialdoleiteumdestacadosetordeoportunidadesedepotencialidadesparaoestado.

Todavia, vários são os desafios enfrentados pelo setor. Do acesso ao crédito ruralcom assistência técnica à política de importação de leite atualmente praticada, passando pelaescala de produção, gestão ambiental, organização e associativismo, infraestrutura e logística,legislação,qualidadeesegurançadeprodutoslácteos.Hádesafiosaseremenfrentadosdeformacomprometida,harmônicaesinérgicaentreosvárioscomponentesdosistemaagroindustrialdoleiteederivados,tantonaesferapúblicacomonainiciativaprivada.Somentecomaefetividadedeaçõessuperandoosdesafiosexistenteséqueserãoampliadasaspotencialidades.

73

LIMÃO

Em2016,MinasGeraisobteve86,4miltnaproduçãodelimão,oquesustentaaterceiracolocação no ranking nacional, superado apenas pelo estado de São Paulo e Bahia. O limãoé cultivado emdiferentes regiões do estado (Figura 19).ONorte deMinasmantéma primeiracolocação entre as principais regiões produtorasmineiras. O bom desempenho dessa região érepresentado pela contribuição dosmunicípios de Jaíba eMatias Cardoso com45,4% e 13,9%,respectivamente.Juntososdoismunicípiospraticamumaagriculturairrigadaresponsávelpormaisde59,3%daproduçãoestadual,ultrapassando51,2miltdafruta(Tabela52).

Figura19.Distribuiçãoespacialdaproduçãodelimão

Fonte: IBGE/PAM – 2016

Tabela52.Principaismunicípiosprodutoresdelimão

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Jaíba NortedeMinas 39,2 45,4

MatiasCardoso NortedeMinas 12,0 13,9

Iturama Triângulo 7,4 8,5

BeloVale Central 5,4 6,3

Botelhos SuldeMinas 2,4 2,8

Total 66,4 76,8

Fonte: IBGE/PAM – 2016

O preçodoprodutovemcrescendode2007a2017e,nosúltimoscinco,anosapresentoucrescimentoexpressivo(Gráfico15).Avalorizaçãodaculturadolimãotempropiciado,nasregiõesprodutoras,a ampliaçãodo empregoe da renda, pormeio da diversificaçãoda produçãoe daconsolidaçãodaexportaçãodafruta,impactando positivamenteocrescimentodessaatividade.

74

Gráfico15.Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdolimãonomercadomineiro

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Seção de Informações de Mercado - CeasaMinas/Limão Tahiti. *R$/Kg. Deflacionado pelo IGP/DI.

A indicaçãoparaos próximosdez anos sinaliza aumentoda taxade crescimentomédioanualde4,5%daproduçãoede3,8%daárea.Aprojeçãoparaproduçãodasafra2027éde178,4milt,oquecorrespondeacréscimode55,5%sobreasafra2017.

Para a áreaestima‐seumaumentode44,5%,passandode4,9milhaem2017para7,1milhaem2027.Amédiadaprodutividadedeveserde26t/ha,nasafra2016,ede21,3t/haem2027.Essaestimativademonstrareduçãodaprodutividadeepodeserexplicadaporaltoscustosnaprodução,baixoíndicepluviométriconasregiõesprodutoras,ausênciadezoneamentoparaaculturaparafinsdeacessoaocréditoruraleameaçadenovaspragas (moscanegra,estrelinha,cancro cítricoegreening).

Tabela53.Projeçõesdeáreaedeproduçãodelimão

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 4,90 114,77

Projeção2018 5,12 121,14

2019 5,34 127,51

2020 5,56 133,88

2021 5,80 140,25

2022 5,99 146,62

2023 6,21 152,99

2024 6,43 159,36

2025 6,65 165,73

2026 6,87 172,10

2027 7,08 178,47

2017/2027 Área (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) 44,45 55,50

Taxa de cresc. anual (%) 3,75 4,51

75

Aprojeçãodeexportaçãode limãoparaospróximosdezanosépassarde1,1mil tpara1,6mil tem2027,oquerepresentaumavariaçãonoperíodode52,9%(Tabela54).Noprimeirosemestrede2016,oprincipaldestinodolimãofoiaHolanda,com44,0%dascompras.Bélgica,Omã eReinoUnidoresponderampor31,2%dasexportaçõesmineirasdesseproduto.

Tabela54.Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodelimão

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 1.096 6,02

2018 1.154 6,45

2019 1.212 6,87

2020 1.270 7,30

2021 1.328 7,72

2022 1.386 8,14

2023 1.444 8,57

2024 1.502 8,99

2025 1.560 9,42

2026 1.618 9,84

2027 1.676 10,27

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 52,92 70,39

Taxa de cresc. anual (%) 4,34 5,47

Nessecontexto,opotencialdeexportação,juntamentecomoaumentodaáreaplantada,aorganizaçãodacadeiaprodutivaeopreçodolimão,tantonomercadointernocomonoexterno,são fatores quepodem impulsionar a produção da fruta no estadonos próximosdez anos.Osprincipais riscos dessas projeções estão ligados ao desempenhomacroeconômico do país, aosincentivos para o desenvolvimento da fruticultura nacional, investimentos na infraestrutura dearmazenamentoetransporteeocontroledoavançodamaisgraveedestrutivadoençaqueatacaos cítricosqueé o Greening.

76

A exploração damanga no Brasil convive com sistemas extensivos cultivados em áreasesparsas,quintaisefundosdevalesempequenaspropriedades,formandobosquessubespontâneosecomsistemastecnificados,normalmenteirrigadoseemextensasáreas,visandoàproduçãodevariedadesselecionadasparaosmercadosinternoeexterno.

NossistemasextensivospredominamasvariedadeslocaisdotipoBourbon,Rosa,Espada,Coqueiro, Ouro, entre outras. Nos sistemas tecnificados predominam novas variedades demanga,principalmentedeorigemnorte‐americanaedecomprovadaaceitação pelosmercados,principalmenteparaconsumoin natura commelhorsabor.

Dentre as muitas variedades, a Tommy Atkins (de origem norte‐americana) é a maisproduzidaequepossuiamaiorparticipação novolumecomercializadodemanganomundo,devidoprincipalmenteàsuacoloraçãointensa,produçõeselevadaseresistênciaaotransporte.Noentanto,variedadescommelhorsaborvêmseprojetandonomercadomundial,comoaPalmer.Aevolução da produção da fruta fresca no Brasil tem assegurado o abastecimento da crescente demandadomésticae,aomesmotempo,conquistadoumacrescenteparticipação na pautadeexportações defrutas.Opaíséoterceiromaiorprodutormundialdefrutasfrescas,posiçãoconquistadapelascondiçõesfavoráveisdeclima,solo,águaparairrigaçãoedisponibilidadedeáreaquevemsendosustentadapelosinvestimentospúblicoseprivados.

Noanode2016,aproduçãomineirademangafoide85,7milt,representando8,6%dovolumenacionalcomáreacolhidade5,5milhaeprodutividadede15,7t/ha.Asvariedadesmaiscultivadascomercialmentesão:Palmer,Tomy Atkins e Haden.

Figura20.Distribuiçãoespacialdaproduçãodemanga

Fonte: IBGE/PAM – 2016

AregiãoNortedeMinaséaprincipalprodutora,beneficiadapelo sistemadeprodução irrigadaepelascondiçõesedafoclimáticas(Figura20).OsmunicípiosdeMatiasCardoso,Janaúba,Frutal,JaíbaeUberlândia,juntos,representam43,6%daproduçãomineira.

MANGA

77

Tabela55.Principaismunicípiosprodutoresdemanga

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

MatiasCardoso NortedeMinas 12,0 14,0

Janaúba NortedeMinas 10,8 12,6

Frutal Triângulo 5,7 6,7

Jaíba NortedeMinas 4,8 5,6

Uberlândia Triângulo 4,0 4,7

Total 37,3 43,6

Fonte: IBGE/PAM – 2016

A cultura damanga propiciou, nas regiões produtoras, a geração de emprego e renda,pormeio da diversificação da produção e a consolidação da exportação de frutas, impactandopositivamenteocrescimentodaatividadeemMinasGerais,oquerefletiunavalorizaçãodoproduto,cujopreçovemmantendocrescimento(Gráfico16).

Gráfico16.Comportamentodaproduçãoedospreçosdamanganomercadomineiro

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Seção de Informações de Mercado – CeasaMinas. *R$/Kg. Deflacionado pelo IGP/DI.

Aprojeçãoparaospróximosdezanosapontacrescimentonaproduçãode24,0%,oquerepresentaumataxadecrescimentomédioanualde2,2%,comligeiroacréscimode4,8%daárea (Tabela56).

78

Tabela56.Projeçõesdeáreaedeproduçãodemanga

Ano Área Colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 7,3 112,4

Projeção2018 7,3 115,1

2019 7,3 117,8

2020 7,4 120,5

2021 7,4 123,2

2022 7,5 125,9

2023 7,5 128,6

2024 7,5 131,3

2025 7,6 134,0

2026 7,6 136,7

2027 7,6 139,4

2017/2027 Área (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) 4,98 24,02

Taxa de cresc. anual (%) 0,49 2,18

Aprojeçãodeexportaçãodemangaparaospróximosdezanosépassarde1.319tpara1.879mil t, em 2027, o que representa uma variação no período de 42,5%, com uma taxa decrescimentoanual,equivalentea3,6%(Tabela57).

Tabela57.Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodemanga

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 1.319 ‐

2018 1.375 ‐

2019 1.431 ‐

2020 1.487 ‐

2021 1.543 ‐

2022 1.599 ‐

2023 1.655 ‐

2024 1.711 ‐

2025 1.767 ‐

2026 1.823 ‐

2027 1.879 ‐

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 42,46 ‐

Taxa de cresc. anual (%) 3,60 ‐

Osprincipais riscosdessasprojeçõesestão ligadosaodesempenhomacroeconômicodopaís,aos incentivosparaodesenvolvimentodafruticulturae investimentosna infraestruturadebeneficiamento,transporteearmazenamento.Noentanto,devidoàqualidadequeseapresenta,afrutavemganhandoogostodoconsumidorinternoeoconsumidordoexterior.

79

MEL

OestadodeMinasGeraisocupao4ºlugarno rankingnacionalcom11,6%daproduçãodemel(IBGE2015),mascompotencialdecrescimentoparaquepossatermelhorclassificação,compossibilidadedeatingiro2ºlugar,segundoestimativasdaEmater‐MG.

Paraquepossaalcançarumpatamarmaisaltoseránecessárioinvestiremalgumasáreasprioritárias, como a da assistência técnica aos apicultores e suas formas associativas, além doincentivo ao crédito de uma forma acessível, bem como recursos para os programas sociais decomercialização,incluindoosmercadosinstitucionais.

Atualmente, segundo dados da Emater‐MG, Minas Gerais possui 7.180 apicultoresdistribuídos em várias regiões do estado, principalmente nas que apresentammaior coberturavegetalnativaeemáreasreflorestadascommenoresáreasdeagriculturaintensiva.

AproduçãodoscincomunicípiosmaioresprodutoresemMinasGeraiséde642,80tdemel,oequivalentea13,1%doestado.

Figura21‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodemel

Fonte: IBGE/PPM – 2016

Tabela58.Principaismunicípiosprodutoresdemel

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Bocaiúva NortedeMinas 180,0 3,7

Itamarandiba Jequitinhonha/Mucuri 150,0 3,1

Sabinópolis RioDoce 118,8 2,4

TrêsMarias Central 110,0 2,2

JoãoMonlevade Central 84,0 1,7

Total 642,8 13,1

Fonte: IBGE/PPM – 2016

Considerandoasériededadosde1997a2006,aproduçãoemMinasteveumcrescimentode94,1%,enquantode2006a2016oaumentonaproduçãofoide109,1%,sendoquenaexportaçãonosdoisperíodoscitadosocrescimentofoide1.495,3%e890,2%,respectivamente.Alémdisso,o

80

consumo per captaobteveaumentode76gem1997e143gem2016.

Projeta‐se,paraospróximosdezanos,queaproduçãodemelpassaráde4,3miltpara5,8milt,umavariaçãode34,7%noperíodoetaxadecrescimentode3,0%.

Tabela59.Projeçõesdeproduçãodemel

Ano Produção (mil t)

2017 4,30

Projeção2018 4,45

2019 4,60

2020 4,75

2021 4,90

2022 5,04

2023 5,19

2024 5,34

2025 5,49

2026 5,64

2027 5,79

2017/2027 Produção (mil t)

Variação no período (%) 34,66

Taxa de cresc. anual (%) 3,02

Asestimativasparaopróximodecênio,noquetangeàsexportações,revelamumexpressivovolumedevendasexternas,queatingirão2,1miltem2027,comtaxadecrescimentoanualequivalentea4,5%.

Tabela60.Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodemel

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 1.534,70 ‐

2018 1.430,40 ‐

2019 1.506,10 ‐

2020 1.581,80 ‐

2021 1.657,50 ‐

2022 1.733,20 ‐

2023 1.808,90 ‐

2024 1.884,60 ‐

2025 1.960,30 ‐

2026 2.036,00 ‐

2027 2.111,70 ‐

2017/2027 Exportação (t)

Variação no período (%) 55,88

Taxa de cresc. anual (%) 4,54

81

OVOS

Diferentementedaaviculturadecorte,naposturaosistemadeintegraçãonãoéutilizado,predominando a produção verticalizada, na qual o produtor é também o responsável peloprocessamentodosovosparaacomercialização.AaviculturadeposturaestádistribuídaportodooEstadodeMinasGerais(Figura22).

Figura22‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodeovos

Fonte: IBGE/PPM – 2016

Aproduçãodeovosocorreemgranjastradicionais,dotipocaliforniano,mastambémemgranjastecnificadas,comoéocasodaregiãodoSuldeMinas,ondeestãoalojadascercade12,0milhõesdeaves.

Das 199 granjas de ovos de consumo que estão ativas no estado, a grande parte éclassificadacomocalifornianas.Taisgranjaspossuemestruturarústica,menorquantidadedeavesalojadasporgalpãoeestãovoltadas,principalmente,paraomercadointerno.Tem‐seobservadoqueoaumentodas temperaturasmédiasnosúltimosanos,decorrentedoaquecimentoglobal,temcausadomortalidadeconsideráveldasavescriadasnessesistema.Umaalternativaquetemsido adotada pelos avicultores é o investimento em galpões automatizados e climatizados, quemelhoramconsideravelmenteosíndicesdeprodutividadesdosplantéis.

OsmunicípiosdeMontesClaros,NepomucenoeSantoAntôniodoMonterepresentamumimportantepolodeaviculturadeposturadeovosdeconsumo.Emcontrapartida,oSuldeMinas,especificamenteosmunicípiosdeItanhandu,Itamonte,PousoAltoePassaQuatro,écaracterizadoporpossuirgranjasmaiores,amaiorpartedelascomgalpõesautomatizadosecommaiornúmerodeavesalojadas,cercade100mil.Partedestaproduçãoestávoltadaaomercadoexterno.

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Tabela61‐Principaismunicípiosprodutoresdeovos

Município Regiões Produção (milhões de dúzias) % em MG

Itanhandu SuldeMinas 87,4 24,0

MontesClaros NortedeMinas 51,0 14,0

PassaQuatro SuldeMinas 34,1 9,3

Nepomuceno SuldeMinas 23,8 6,5

Uberlândia Triângulo 17,5 4,8

Total 213,8 58,6

Fonte: IBGE/PPM – 2016

No último decênio (2006 a 2016), observa‐se que o alojamento de aves de posturaapresentoutaxadecrescimentonegativo(‐5,9%),acompanhandoatendênciabrasileiradereduçãononúmerodeavesalojadas.Essaatividadeédemandantedemilhoefarelodesoja,produtosdacomposiçãodaração,insumoimportantenaaviculturadepostura,querepresentaaté70,0%docustodeproduçãodeumagranja.Omilho,principal insumoda ração, influidiretamente sobreacadeiadeproduçãodeovos,que irápesaremmaioroumenorgraunoscustosdeprodução,conformesuacotaçãonomercado.Oequilíbrioentreaofertaeademandaéasseguradocomoajusterápidonasgranjasprodutoraspelareduçãoouampliaçãodonúmerodeavesalojadascomoobjetivodeotimizarseusresultados.

Mesmocomareduçãodaprodução,emváriosanos,ocorreuaevoluçãodoconsumoper capita, saltandode148ovosem2010para190ovosporhabitante,em2016.Essa situação foifavorávelparaamelhoriacontínuanospreçospagospelacaixade30dúziasdeovos(Gráfico17).

Gráfico17‐Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdeovosnomercadomineiro

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.Fonte: Cepea/USP e Avimig. *R$/cx (30 dúzias). Deflacionado pelo IGP/DI.

Paraoanode2017,aaviculturadeposturacomercialalojoupintainhassuficientesparaaumentaraproduçãodeovosecrescerinternaeexternamente.Mas,diantedacriseinternaquecontinuaafetandoaeconomianodecorrerde2017,oavançonoconsumoper capita,sehouver,tendeaserpequeno.

Aprojeçãosinalizaparaumareduçãononúmerodeavesalojadas,bemcomodaprodução

83

deovosnoestado (Tabela62). Esse indicativo temcomobase a reduçãodaproduçãoocorridadesde2009.Noentanto,essasituaçãopodeserrevertida,desdequeocorraumaintensificaçãodascampanhaspró‐consumodeovoseocenáriosetornefavorável.

Tabela62.Projeçõesdeproduçãodeovosegalinhaspoedeiras

Ano Produção (milhões de dúzias) Galinhas poedeiras (milhões cabeças)

2017 340,7 20,9

Projeção2018 330,3 20,8

2019 318,5 20,7

2020 305,3 20,5

2021 290,8 20,4

2022 274,7 20,3

2023 257,3 20,1

2024 238,5 20,0

2025 218,3 19,9

2026 196,6 19,7

2027 173,5 19,6

2017/2027 Produção (milhões de dúzias) Galinhas poedeiras (milhões cabeças)

Variação no período (%) ‐ ‐6,31

Taxa de cresc. anual (%) ‐ ‐0,65

Por ser uma proteína acessível, os ovos têm muitos benefícios que contribuem paraalimentarapopulaçãomundial,cujaestimativaatualmostraquecercade1,0bilhãodepessoassofremcomalgumtipodesubnutrição.

Minas Gerais possui algumas granjas, que implantaram sistemas de processamento deovos(pasteurizados, líquidoseempó),oquepossibilitouatenderconsumidoresdiferenciadoseampliarnovosmercados.Assim,permitiu‐sequeasexportaçõesdeovosederivadosalcançassemposiçãodedestaquenocenárionacional,tendoesteitemaliderançanasvendas.Asexportaçõesestiveramconcentradasemumcomprador,EmiradosÁrabesUnidos,queadquiriram78,3%,em2016,oqueresultouemumareceitadeUS$4,1milhões.Noentanto,osEmiradosvêmreduzindosignificativamenteasuaimportação.Paramanterasexpectativasascendentes,torna‐senecessárioconquistarnovosmercadoseintensificarinvestimentosemmarketingenamelhoriadosprocessosdeproduçãoparatornaroprodutomaiscompetitivo.

84

Tabela63.Projeçõesdeexportaçãoeimportaçãodeovos

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 17.572 5,2

2018 18.587 4,7

2019 19.602 4,2

2020 20.617 3,7

2021 21.632 3,2

2022 22.662 2,6

2023 23.662 2,1

2024 24.677 1,6

2025 25.692 1,1

2026 26.707 0,6

2027 27.722 0,1

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) 57,76 ‐97,32

Taxa de cresc. anual (%) 4,66 ‐30,38

85

TANGERINA

Produzidaemtodoterritóriomineiro,atangerina,culturaquepertenceaogrupodeplantasdogêneroCitrus,éorigináriaprincipalmentedasregiõessubtropicaisetropicaisdosulesudestedaÁsia,incluindoáreasdaAustráliaeÁfrica.ChegouaoBrasiltrazidapelosportugueses,noséculoXVI.

Atualmente, as regiões que se destacam em produção são: Sudeste e Sul do país, queforneceramjuntoscercade93,3%dovolumenacionalem2016.

Noanode2016,MinasGeraisassumiuosegundolugarnoranking,ultrapassandooRioGrandedoSuleoParaná.

Atangerinaéproduzidaemtodooestado(Figura23),comdestaquepararegiõesCentral,Zona da Mata e Sul de Minas. Em âmbito municipal, os maiores resultados positivos foramregistradosporBeloVale(Central),Campanha(Sul),BrumadinhoePiedadedosGerais(Central)eTocantins(ZonadaMata).

Figura23‐Distribuiçãoespacialdaproduçãodetangerina

Fonte: IBGE/PAM – 2016

Tabela63‐Principaismunicípiosprodutoresdetangerina

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

BeloVale Central 45,0 21,3

Campanha SuldeMinas 24,3 11,5

Brumadinho Central 18,5 8,6

PiedadedosGerais Central 18,2 7,1

Tocantins ZonadaMata 15,0 4,8

Total 121,0 53,3

Fonte: IBGE/PAM – 2016

86

A cultura da tangerina proporcionou, nas regiões produtoras, a geração de emprego erenda, pormeio da diversificação da produção existente e da consolidação das exportações dafruta.IssorefletiunocrescimentodaatividadeemMinasGerais,valorizandooproduto,cujopreçovemmantendocrescimento,comopodeservistonográfico18.

Os municípios da região Central, que distam em média 162,4 Km da CeasaMinas deContagem,atendemmajoritariamenteessemercado.Poroutrolado,asoutrasregiõesprodutorasexplorammaisoutrosmercados,comoodeSãoPauloeRiodeJaneiro.

Gráfico18.ComportamentodaproduçãoestadualedospreçosdatangerinaPonkannomercadomineiro

Os preços referem-se à média anual. Os preços de 2017 referem-se a média de janeiro a agosto.

Fonte: Seção de Informações de Mercado - CeasaMinas/Tangerina Ponkan. *R$/Kg. Deflacionado pelo IGP/DI.

Aqualidadedoprodutoofertadoéumpontopositivoparaaculturaevemaoencontrodaexigênciadoconsumidorfinal,mostrandoserumatendênciafortedemercadoparaasfrutascomoumtodo.Jáascondiçõesedafoclimáticasdesfavoráveis,dificuldadesdeacessoaocréditorural,aameaçadenovaspragasedoençaspodemserfatoresqueprejudiquemocrescimentodaculturaemtodopaís.AdoençademaiorpreocupaçãoparaacitriculturaéoGreening(Huanglongbing/HLB),devidoàssuascaracterísticasaltamentedestrutivas,derápidadisseminaçãoededifícilcontrole.

Aprojeçãodatangerinaparaospróximosdezanosquantoàáreaapontaqueaproduçãoalcançará299,5milt,comvariaçãode43,4%.Aárea,atingirá1,01milha,incrementode22,8%.

87

Tabela64.Projeçõesdeáreaedeproduçãodetangerina

Ano Área (mil ha) Produção (mil t)

2017 8,2 208,8

Projeção2018 8,4 217,8

2019 8,6 226,9

2020 8,8 236,0

2021 8,9 245,1

2022 9,1 254,1

2023 9,3 263,2

2024 9,5 272,3

2025 9,7 281,3

2026 9,9 290,4

2027 10,1 299,5

4,5 Área (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) 22,81 43,44

Taxa de cresc. anual (%) 2,08 3,67

Osprincipais riscosdessasprojeçõesestão ligadosaodesempenhomacroeconômicodopaís,aos incentivosparaodesenvolvimentodafruticulturae investimentosna infraestruturadebeneficiamento, transportee armazenamento.Outro fatorquepoderá afetar significativamenteessaatividadeéoGreening.Umcontroleefetivodessadoençaéessencialparaqueasestimativasapresentadaspara2027seconsolidem.

88

EmMinasGeraisháproduçãodetomatedemesaeindústria.Omaiorvolumeofertadonoestadoéreferenteaotomatedemesa,queévendidoin natura.

Aestimativaanualdaáreadecultivodetomatedemesaédecercade6.500a7.000ha,perfazendo81,0%daáreaplantadaede3.000a3.500hadetomateparaaindústria,ocupando19,0%daáreaplantada(Figura24).

AliderançanacionalnaproduçãodetomatedemesaemvolumepertenceaoestadodeMinasGerais,fazendofrenteaSãoPaulo.Emrelaçãoàproduçãoparaindústria,oestadoocupaaterceiraposição,precedidodeGoiáseSãoPaulo.Aproduçãonacionaldetomateindustrialemesaestáemtornode4,1milhõesdet,comumaáreatotalcultivadade62,1milha.OcustototalmédiodeproduçãodotomateindustrialfoideR$15miledotomatedemesadeR$76mil.Aestimavaéqueosetorempregue15.000pessoasnocampo.

Os maiores municípios produtores de tomate de mesa emMinas são: Araguari, LagoaFormosaeCarandaí.OsmunicípiosdoJaíba,PresidenteOlegário,PatosdeMinas,SãoGonçalodoAbaeté,Manga,VarjãodeMinas,LagoaGrandesãoossetemunicípiosqueproduzemtomatedeindústria,comproduçãode67mil,45mil,20mil,12mil,11,9mil;11mile10mil,respectivamente.Aproduçãototaléde176,9milt(Tabela64).

Figura24.Distribuiçãoespacialdaproduçãodetomate(mesaeindustrial)

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

TOMATE

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Tabela64.Principaismunicípiosprodutoresdetomate(mesaeindustrial)

Município Regiões Produção (mil t) % em MG

Araguari Triângulo 96,0 14,4

Jaíba NortedeMinas 67,0 10,0

PresidenteOlegário NoroestedeMinas 45,0 6,7

LagoaFormosa AltoParanaíba 22,4 3,4

Carandaí Central 21,3 3,2

Total 251,7 37,7

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

A áreaproduzidacomtomatedemesanoestadovemsemantendoestávelnosúltimosanos.Emrelaçãoàproduçãoindustrial,comamudançadoparquedeprocessamentonoano2000,houvedecréscimona áreacultivadanasregiõesdoTriânguloMineiroeAltoParanaíba,emMinasGerais.Jáapartirde2006,observa‐seoressurgimentodocultivonosmunicípiosdoAltoParanaíbaedoNortedeMinas,principalmentenoperímetroirrigadodoJaíba.

Ospreçosdotomateindustrialvariamdeacordocomaépocadoano,qualidadeeoteordesólidossolúveisencontradosnosfrutos.Soma‐seaissoqueocálculodoíndicedeprodutividadetecnológica,quelevaemconsideraçãotambémoteordesólidossolúveis,determinaorendimentoindustrialdalavouraeassimestabeleceopreçopagopeloproduto.

Paraotomatedemesaostiposecultivaresquedeterminamospreçosnomercadosão:SantaCruz,LongaVidaeoSaladeteoutipoItaliano.

Devidoaosaboretextura,oSaladetevemganhandomercadonosúltimosanospelamaioraceitaçãoemelhorespreçospagosnoatacado,cujospreços sãosuperioresaoSantaCruzeLongaVida.

Nosdoissegmentos,industrialetomatedemesa,oqueorganizaospreçosdomercadoé aleidaofertaedaprocura,comquedadospreçosnosperíodosdemaiorsafra.EmMinasGerais,esseperíodoocorrenosmesesdeabrilasetembro,edemenorofertacommaiorespreçosnosmesesdeoutubroamarço.

Avalia‐sequea tomadadedecisãodosprodutoresemmantere/ouexpandir aáreade produção de tomate na safra seguinte é feita de acordo com os resultados financeiros (preços x custos) obtidos no ano anterior. Essa decisão tambémocorre devido ao alto custo e risco deimplantaçãodaculturaque,comresultadosnegativos,descapitalizaoprodutoreficareduzidaapossibilidadedecusteiodenovaslavourasdetomate.

AproduçãodotomateemMinasGerais,nosúltimosdoisanos,vemmantendoarelaçãodeproduçãoepreço.Noanode2017,principalmentedevidoàcrisefinanceiraqueocorrenopaíseatingediretamenteopoderdecompradoconsumidor,sinalizaumanodereduçãodepreçosnoatacado,oquepoderálevaraumareduçãodaáreaplantadaem2018,comaumentodospreçospraticadosnomercadoatacadista.(Gráfico19).

90

Gráfico19.Comportamentodaproduçãoestadualedospreçosdotomatenomercadomineiro

Os preços referem-se à média anual. (‘) Os preços de 2017 referem-se à média de janeiro a agosto.

Fonte: Seção de Informações de Mercado – CeasaMinas/Tomate Longa Vida. *R$/Kg. Deflacionado pelo IGP/DI.

Nosúltimos20anos,aproduçãodetomateduplicounoBrasiletambémnomundo.Osfatoresquecorrelacionamesse incrementodaproduçãopodemseroaumentodoconsumodotomate in natura, bemcomonaformadeprodutosindustrializados,queatualmenteéde18kg/pessoa/anonoBrasil.

Atualmente,otomatevemsendocultivadoempaísesdaÁfricaedaÁsia,tirandoofocodaproduçãodospaísesdaAméricadoNorteedaEuropa.AChinavemdespontandocomoumagrandepotêncianoprocessamentodetomate.

OBrasil sedestacaem termosdeprodutividade. Issoocorredevidoà adoçãodenovastecnologiasporpartedostomaticultores,alcançandoprodutividademédiade58t/ha,bemacimadamédiamundial,queéde27t/ha.Estima‐sequecercade84,0%dassementesdetomatecultivadashojenoBrasilsejamdehíbridos.

Comosurgimentodecultivaresespeciaisdenominadasgourmet,comfrutosdeformatosvariadosemaiorconcentraçãodeaçúcares,estãoaparecendonovosnichosdemercado.Aindústriatambémsegueessemodeloepromoveprodutosprocessadosdiferenciados,comootomatepeladoparamolho,despertandomaiorinteressedoconsumidoreampliandosobremaneiraoconsumo.

NoBrasil,ataxadecrescimentodaofertadeprodutosorgânicoséde30,0%aoanoeomesmo ocorre no segmento de tomate orgânico, que nos últimos anos vem tomando corpo eganhandomercado,oquesetraduznumgrandepotencialparaoaumentodasáreascultivadasnessesistema.Poroutrolado,osproblemasdeescassezdeáguaemalgumasregiões,adependênciadomercadointernacionalemtermosdeinsumos,areduçãodamãodeobraeaperdadepoderdecompradapopulaçãosãofatoresquepoderãolimitaramédioelongoprazoaexpansãodasáreas deprodução.

Observa‐sequenomodelomatemáticopropostoháumaumentodaáreacolhidaereduçãodaprodução,comaconsequênciadaquedadaprodutividade,oquevainacontramãodaexpectativa

91

dostomaticultores,jáqueatendênciaédeadoçãodetecnologiasquepromovamincrementosnorendimentoporhectare.

Tabela65.Projeçõesdeáreaedeproduçãodetomate

Ano Área colhida (mil ha) Produção (mil t)

2017 9 668

Projeção2018 10 610

2019 11 614

2020 11 618

2021 12 621

2022 13 625

2023 14 628

2024 14 632

2025 15 636

2026 16 639

2027 17 643

2017/2027 Área colhida (mil ha) Produção (mil t)

Variação no período (%) ‐ ‐3,69

Taxa de cresc. anual (%) ‐ ‐0,38

Osprincipaisitensdeimportaçãoeexportaçãodetomateestãorelacionadosaosprodutosprocessados,comoextratodetomate,ketchup,entreoutros.Aexportaçãodoprodutofrescoaindaémuitoincipiente,devidoàsbarreirasfitossanitáriaseàdeficiêncialogísticadosprodutores.

Tabela66.Projeçõesparaexportaçãoeimportaçãodetomate

Ano Exportação (t) Importação (t)

2017 1.770 3.156

2018 1.607 4.210

2019 1.444 5.381

2020 1.281 6.668

2021 1.118 8.072

2022 955 9.592

2023 792 11.229

2024 629 12.982

2025 466 14.852

2026 303 16.839

2027 140 18.942

2017/2027 Exportação (t) Importação (t)

Variação no período (%) ‐92,09 ‐

Taxa de cresc. anual (%) ‐22,41 ‐

92

ALICEWEB ‐ SistemadeAnálise das Informações deComércio Exterior. Ministério da Indústria,ComércioeServiços

CEASAMINAS–www.ceasaminas.com.br

CONAB,CompanhiaNacionaldeAbastecimento.http://www.conab.gov.br/

FAO–OrganizaçãodasNaçõesUnidasparaaAlimentaçãoeaAgricultura–www.fao.org

https://www.comexdobrasil.com/gigante‐china‐devora‐323‐das‐exportacoes‐totais‐do‐agronegocio‐brasileiro‐ate‐julho/)

IAC–InternationalCottonAdvisoryCommittee–www.icac.org

IBGE,InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatísticas

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do agronegócio Brasil2016/17a2026/2027.2017

SEAPA.ProjeçõesdoAgronegócio –MinasGerais–2016a2026(2017)

SEAPA.SecretariadeEstadodeAgricultura,PecuáriaeAbastecimentodeMinasGerais–www.agricultura.mg.gov.br

USDA–UnitedStatesDepartmentofAgriculture‐https://www.usda.gov

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Governador do Estado de Minas GeraisFernandoDamataPimentel

Vice-Governador do EstadoAntônioEustáquioAndradeFerreira

Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e AbastecimentoPedroCláudioCoutinhoLeitão

Secretário-Adjunto de Agricultura, Pecuária e AbastecimentoAmarildoJoséBrumanoKalil

Subsecretaria de Política e Economia AgrícolaMariaIvoneRamalhodosSantos

Superintendente de Política e Economia AgrícolaJoãoRicardoAlbanez

CoordenadoresJoãoRicardoAlbanez–Seapa

LucíolaVellosoFerreiraMurtaPark–SeapaManoelaTeixeiradeOliveira–Seapa

VictorSoaresLopes–Seapa

ColaboradoresAlbertoMarcattiNeto–Epamig

AnaCristinaPintoJuhasz–EpamigCarlosJulianoBrantAlbuquerque–UFMG

DenySanábio–Emater‐MGFelicianoNogueiradeOliveira–Emater‐MG

FlávioAntônio–Emater‐MGFranciscoAugustoLaraSouza–Seapa

GeraldoAntônioResendeMacêdo–EpamigGeorgetonSilveira–Emater‐MG

IzabellaHergot–IMAJoaquimGonçalvesdePádua–Epamig

JoãoRobertodeMelloRodrigues–EpamigJoséRogérioLara–Emater‐MG

LauraCanedo–IMALuizFernandoMendes–Emater‐MG

MarceloFranco–Emater‐MGMarianaGabrielaPaulaMoreiraMarotta–Seapa

MaurícioCoelho–Epamig

EXPEDIENTE

NatháliaRabeloPereiraOliveira–SeapaNíwtonCastroMoraes–SeapaRaulMariaCássia–Emater‐MGSergioBrásRegina–Emater‐MG

WilsonMourãoLasmar–Emater‐MG

Apoio TécnicoBárbaradeAndradePortilhoSantos

CreumaDamásioVianaErnaneSantosLima

FátimaAparecidaLagePinheiroMarcoAntônioFigueiredoRomualdoMariaRaymundaRamosFernandes

Diagramação e Projeto GráficoÉllidaAlves–Seapa

RevisãoMárciaFrança–Seapa

Governo do Estado de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SubsecretariadePolíticaeEconomiaAgrícola

SuperintendênciadeAbastecimentoeEconomiaAgrícola

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