1. a monarquia (das origens até 509 a.c.) -...

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CLIO História - Textos e Document Roma 1. A Monarquia (das origens até 50 Durante este período, o rei acumulava as funções execu- tiva, judicial e religiosa, embo- ra seus poderes fossem limi- tados na área legislativa, já que Senado, ou Conselho dos Anciãos, tinha o direito de veto e sançã sentadas pelo rei. A ratificação dessas Assembleia ou Cúria, composta por tod em idade militar. Na fase final da mona fim do séc. XII a.C., Roma conheceu um mínio etrusco, que coincidiu como início são comercial. A sociedade durante a Monarquia Patrícios: cidadãos de Roma, possuido gado, que constituíam a aristocracia Plebeus: a maioria da população, corr pequenos agricultores, pastores, comer sãos. Clientes: indivíduos subordinados a al patrícia, cumpridores de diversas obriga cas, morais e religiosas. O patrício era s “protetor” econômico, político e jurídic clientes seguiam as decisões políticas d cumprindo o obsequium (submissão po dedicar jornadas de trabalho para o seu enfim, os dependentes, alguns de orige outros de origem plebeia que, para sob vam a proteção dos abastados e podero Escravos: normalmente, prisioneiros d te a Monarquia, o escravismo não possu ficação, ganhando importância somente do período Republicano. Alguns elementos ricos, fora da classe p vam a classe dos equites... • Equites (cavaleiros): homens que pod com armas e um cavalo (equus) e servir 2. Res Publica ou ‘coisa pública’ (50 Não se sabe direito se a de fato, estabelecida ap popular que levou à ex quínio, o Soberbo, ou s lento processo evolutiv progressivamente a au quica em favor dos che De qualquer modo, o p mãos dos patrícios, que rei por dois cônsules el te. Sua função abrangia o comando do e pervisão das atividades judiciárias. tos 09 a.C.) ão das leis apre- leis era feita pela dos os cidadãos arquia, a partir do m período de do- o de sua expan- ores de terra e respondiam aos rciantes e arte- lguma família ações econômi- seu patrono, um co; em troca os de seus patronos, olítica), além de u senhor. Eram, em estrangeira, breviver, busca- osos patrícios. de guerra. Duran- uiu grande signi- e com a expansão patrícia, forma- diam equipar-se r na cavalaria. 09 a 27 a.C.) a República foi, pós um levante xpulsão de Tar- se resultou de um vo que restringiu utoridade monár- efes das gentes. poder passou às e substituíram o leitos anualmen- exército e a su- Mesmo para um cidadão ro dizer, com certeza, se o siste aristocrático, democrático ou quem fixar a atenção no pod ção romana parecerá totalm se fixar no Senado, parecerá fixar no poder do povo, parec tica. (...)”. Políbio Mas a República romana pe simos cidadãos... Além de possuir a totalidade vida religiosa, a aristocracia p político: o Senado era a auto regada de controlar os magis rários de cargos executivos. O também a Assembleia Curiat mente suas prerrogativas pa (comitia centuriata). Mas est pelos patrícios e equites. Uma sociedade em armas... Conforme a riqueza, cada cla determinado número de cen soldados equipados). Cada c na Assembleia Centuriata. O par 98 centúrias, dispunham outras classes, cujo total per Patrícios e Plebeus: uma lut A história da república roma relato de duas espécies de lu externa. A primeira abrange classes mais pobres contra o a luta de Roma contra inimig cipalmente defensivas, porém curso das quais Roma passou territórios ultramarinos. A lu adas e as destituídas de privi tomando a certos intervalos ameaça de secessão pelos pl rem da cidade a fim de const separada. Ela teve sua origem (a) no desejo da massa de pl contra a opressão arbitrária de terra, e de alívio das dívid (b) no desejo das famílias ple igualdade política, especialm ao consulado. 494 a.C. Uma multidão de para o Monte Sagrado (Aven trabalho ou combater no exé se algumas concessões dos p vante da plebe, o Senado con Assembleia da Plebe (Concili edis e os tribunos da plebe (d ados do séc. V a.C.). O tribun omano, seria impossível ma, em seu conjunto, era u monárquico. Com efeito, a der dos cônsules, a Constitui- mente monárquica; a quem aristocrática, e a quem a cerá, claramente, democrá- ertencia, de fato, a pouquís- e das terras e monopolizar a patrícia detinha o poder oridade permanente, encar- strados, ocupantes tempo- Os patrícios dominavam ta, que perdeu gradativa- ara a Assembleia Centuriata ta também era dominada asse fornecia ao exército um ntúrias (companhias de 100 centúria equivalia a um voto Os mais ricos, podendo equi- m de mais votos que todas as rfazia 95 centúrias. ta de classes ana consiste basicamente no uta, uma interna e outra as lutas dos plebeus e das os patrícios; a segunda inclui gos externos, de início prin- m mais tarde agressivas, no u a dominar a Itália e vastos uta entre as classes privilegi- ilégios durou dois séculos, de tempo a forma de uma lebeus, ou seja, de se retira- tituírem uma comunidade m: lebeus de segurança pessoal dos magistrados patrícios, das; ebeias mais ricas de plena mente no tocante à admissão plebeus armados retirou-se ntino) e decidiu não voltar ao ército a menos que obtives- patrícios. 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CLIO História - Textos e Documentos

Roma

1. A Monarquia (das origens até 509 a.C.)

Durante este período, o rei acumulava as funções execu-tiva, judicial e religiosa, embo-ra seus poderes fossem limi-tados na área legislativa, já que Senado, ou Conselho dos Anciãos, tinha o direito de veto e sanção das leis aprsentadas pelo rei. A ratificação dessas leis era feita pela Assembleia ou Cúria, composta por todos os cidem idade militar. Na fase final da monarquia, a partir fim do séc. XII a.C., Roma conheceu um perímínio etrusco, que coincidiu como início de sua expasão comercial. A sociedade durante a Monarquia

• Patrícios: cidadãos de Roma, possuidores de terra e gado, que constituíam a aristocracia • Plebeus: a maioria da população, correspondipequenos agricultores, pastores, comerciantes e artsãos. • Clientes: indivíduos subordinados a alguma família patrícia, cumpridores de diversas obrigações econômcas, morais e religiosas. O patrício era seu patr“protetor” econômico, político e jurídico; em troca os clientes seguiam as decisões políticas de seus patronos, cumprindo o obsequium (submissão política), além de dedicar jornadas de trabalho para o seu senhor. Eram, enfim, os dependentes, alguns de origem estrangeira, outros de origem plebeia que, para sobreviver, buscvam a proteção dos abastados e poderosos patrícios.• Escravos: normalmente, prisioneiros de guerra. Durate a Monarquia, o escravismo não possuiu grande signficação, ganhando importância somente com a expando período Republicano.

Alguns elementos ricos, fora da classe patrícia, form

vam a classe dos equites...

• Equites (cavaleiros): homens que podiam equicom armas e um cavalo (equus) e servir na cava

2. Res Publica ou ‘coisa pública’ (509 a 27 a.C.)

Não se sabe direito se a República foi, de fato, estabelecida após um levante popular que levou à expulsão de Taquínio, o Soberbo, ou se resultou de um lento processo evolutivo que restringiu progressivamente a autquica em favor dos chefes das gentes. De qualquer modo, o poder passou às mãos dos patrícios, que substituíram o rei por dois cônsules eleitos anua

te. Sua função abrangia o comando do exército e a spervisão das atividades judiciárias.

Textos e Documentos

A Monarquia (das origens até 509 a.C.)

Anciãos, tinha o direito de veto e sanção das leis apre-sentadas pelo rei. A ratificação dessas leis era feita pela

ou Cúria, composta por todos os cidadãos em idade militar. Na fase final da monarquia, a partir do fim do séc. XII a.C., Roma conheceu um período de do-

como início de sua expan-

: cidadãos de Roma, possuidores de terra e

ioria da população, correspondiam aos pequenos agricultores, pastores, comerciantes e arte-

: indivíduos subordinados a alguma família gações econômi-

cas, morais e religiosas. O patrício era seu patrono, um “protetor” econômico, político e jurídico; em troca os clientes seguiam as decisões políticas de seus patronos, cumprindo o obsequium (submissão política), além de dedicar jornadas de trabalho para o seu senhor. Eram,

de origem estrangeira, que, para sobreviver, busca-

derosos patrícios. : normalmente, prisioneiros de guerra. Duran-

te a Monarquia, o escravismo não possuiu grande signi-mente com a expansão

Alguns elementos ricos, fora da classe patrícia, forma-

leiros): homens que podiam equipar-se com armas e um cavalo (equus) e servir na cavalaria.

Publica ou ‘coisa pública’ (509 a 27 a.C.)

Não se sabe direito se a República foi, cida após um levante

popular que levou à expulsão de Tar-quínio, o Soberbo, ou se resultou de um

cesso evolutivo que restringiu autoridade monár-

quica em favor dos chefes das gentes. De qualquer modo, o poder passou às mãos dos patrícios, que substituíram o rei por dois cônsules eleitos anualmen-

te. Sua função abrangia o comando do exército e a su-

“Mesmo para um cidadão romano, seria impossível

dizer, com certeza, se o sistema, em seu conjunto, era

aristocrático, democrático ou monárquico. Com efeito, a

quem fixar a atenção no poder dos cônsules, a Constitu

ção romana parecerá totalmente monárquica

se fixar no Senado, parecerá aristocrática, e a quem a

fixar no poder do povo, parecerá, claramente, democr

tica. (...)”. Políbio Mas a República romana pertencia, de fato, a pouquí

simos cidadãos...

Além de possuir a totalidade das terras e vida religiosa, a aristocracia patrícia detinha o poder político: o Senado era a autoridade permanente, encaregada de controlar os magistrados, ocupantes temprários de cargos executivos. Os patrícios dominavam também a Assembleia Curiata, qmente suas prerrogativas para a (comitia centuriata). Mas esta também era dominada pelos patrícios e equites.

Uma sociedade em armas... Conforme a riqueza, cada classe fornecia ao exército um determinado número de centúrias (companhias de 100 soldados equipados). Cada centúria equivalia a um voto na Assembleia Centuriata. Os mais ricos, podendo equpar 98 centúrias, dispunham de mais votos que todas as outras classes, cujo total perfazia 95 centúrias.

Patrícios e Plebeus: uma luta de classes

A história da república romana consiste basicarelato de duas espécies de luta, uma interna e outra externa. A primeira abrange as lutas dos plebeus e das classes mais pobres contra os patrícios; a segunda inclui a luta de Roma contra inimigos externos, de início pricipalmente defensivas, porém mais tarde agressivas, no curso das quais Roma passou a dominar a Itália e vastos territórios ultramarinos. A luta entre as classes privilegadas e as destituídas de privilégios tomando a certos intervalos de tempo a forma de uma ameaça de secessão pelos plebeus, ou seja, de se retirrem da cidade a fim de constituírem uma comunidade separada. Ela teve sua origem:(a) no desejo da massa de plebeus de segurança contra a opressão arbitrária dos magistrados patrícios, de terra, e de alívio das dívidas;(b) no desejo das famílias plebeiasigualdade política, especialmente no tocante à admissão ao consulado.

• 494 a.C. Uma multidão de plepara o Monte Sagrado (Aventino) e decidiu não voltar ao trabalho ou combater no exército a menos que obtivese algumas concessões dos patrícios. Temendo um lvante da plebe, o Senado concordou com a criação da Assembleia da Plebe (Concilium Plebis), que elegeria os edis e os tribunos da plebe (dois no início e dez em mados do séc. V a.C.). O tribuno podia deter, com a pal

Mesmo para um cidadão romano, seria impossível

dizer, com certeza, se o sistema, em seu conjunto, era

aristocrático, democrático ou monárquico. Com efeito, a

quem fixar a atenção no poder dos cônsules, a Constitui-

ção romana parecerá totalmente monárquica; a quem

se fixar no Senado, parecerá aristocrática, e a quem a

fixar no poder do povo, parecerá, claramente, democrá-

as a República romana pertencia, de fato, a pouquís-

Além de possuir a totalidade das terras e monopolizar a vida religiosa, a aristocracia patrícia detinha o poder político: o Senado era a autoridade permanente, encar-regada de controlar os magistrados, ocupantes tempo-rários de cargos executivos. Os patrícios dominavam

Curiata, que perdeu gradativa-mente suas prerrogativas para a Assembleia Centuriata (comitia centuriata). Mas esta também era dominada

Conforme a riqueza, cada classe fornecia ao exército um

centúrias (companhias de 100 soldados equipados). Cada centúria equivalia a um voto

Centuriata. Os mais ricos, podendo equi-par 98 centúrias, dispunham de mais votos que todas as outras classes, cujo total perfazia 95 centúrias.

Plebeus: uma luta de classes

epública romana consiste basicamente no relato de duas espécies de luta, uma interna e outra externa. A primeira abrange as lutas dos plebeus e das classes mais pobres contra os patrícios; a segunda inclui

de Roma contra inimigos externos, de início prin-cipalmente defensivas, porém mais tarde agressivas, no curso das quais Roma passou a dominar a Itália e vastos territórios ultramarinos. A luta entre as classes privilegi-adas e as destituídas de privilégios durou dois séculos, tomando a certos intervalos de tempo a forma de uma ameaça de secessão pelos plebeus, ou seja, de se retira-rem da cidade a fim de constituírem uma comunidade separada. Ela teve sua origem:

no desejo da massa de plebeus de segurança pessoal contra a opressão arbitrária dos magistrados patrícios, de terra, e de alívio das dívidas;

plebeias mais ricas de plena igualdade política, especialmente no tocante à admissão

494 a.C. Uma multidão de plebeus armados retirou-se para o Monte Sagrado (Aventino) e decidiu não voltar ao trabalho ou combater no exército a menos que obtives-se algumas concessões dos patrícios. Temendo um le-vante da plebe, o Senado concordou com a criação da

oncilium Plebis), que elegeria os edis e os tribunos da plebe (dois no início e dez em me-ados do séc. V a.C.). O tribuno podia deter, com a pala-

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CLIO História - Textos e Documentos

vra veto (“eu proíbo”) toda ação que julgasse prejudicial à plebe. Sua pessoa era intocável e sua casa invioláveAs portas estavam abertas dia e noite a qualquer ciddão que ali fosse pedir abrigo (direito de santuário ou de asilo). • 450 a.C. Uma comissão de dez homens , liderados por Apio Cláudio, transformou as velhas leis romanas, baseadas nos costumes, na Lei das Doze Tbuas. O código abrangia direito privado, penal, govenamental e religioso e assegurou aos plebeus paridade jurídica com os patrícios. • 445 a.C. Pela Lei Canuléia foi abolida a proibição de casamentos entre patrícios e plebeus. • 367 a.C. Os tribunos Licínio e Sextio propuseos juros já pagos fossem deduzidos do principal (quantia emprestada pelo credor); que nenhum homem pudesse deter mais de 500 jugera (cerca de 120 hectares) de terra ou empregar em suas culturas mais estrabalhadores livres: que um dos cônsules fosse recrtado na plebe. Durante um ano o Senado resistiu, mas acabou por acatar essas propostas, que se transformram nas Leis Licínias. • 356 a.C. A plebe teve acesso ao cargo de cen• 326 a.C. Foi abolida a lei que estabelecia o dicredor de escravizar seu devedor. O julgamento tornouse obrigatório nos casos de dívidas. • 287 a.C. Pela Lei Hortênsia, as decisões da da Plebe tornaram-se obrigatórias para todos os ciddãos romanos.

Esse episódio foi o último da longa disputa entre plbeus e patrícios, da qual os plebeus ricos foram os pricipais beneficiados. Como o acesso aos cargos públicos era muito caro, os plebeus afastavam-se deles automticamente.

S.P.Q.R.: o Senado e o Povo Romano

Os cônsules eram eletos pela Centuriata, mas seus nomes deveriam ser confirmados pelo Sendo. As decisões do Senado

abrangiam não só a política exterior como a administrção interna. Em caso de perigo, podiam até nomear um ditador, governante com poderes absolutos.S.P.Q.R., a sigla oficial de Roma, queria dizer O Povo Romano, como se o poder emanasse da união do Senado e do conjunto das Assembleias

...Na realidade, porém o poder continuava nas mãos de poucos. Os plebeus ricos aliavam-se aos patrícios, inclsive por meio de uniões matrimoniais. Em surgiu uma nova aristocracia - a nobilitas (nobreza) qual pertenciam os plebeus ricos que tivessem ocualtas magistraturas, condição que lhes permitia o acesso ao Senado.

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vra veto (“eu proíbo”) toda ação que julgasse prejudicial à plebe. Sua pessoa era intocável e sua casa inviolável. As portas estavam abertas dia e noite a qualquer cida-dão que ali fosse pedir abrigo (direito de santuário ou de

450 a.C. Uma comissão de dez homens - os decemviri -, liderados por Apio Cláudio, transformou as velhas leis

costumes, na Lei das Doze Tá-buas. O código abrangia direito privado, penal, gover-namental e religioso e assegurou aos plebeus paridade

445 a.C. Pela Lei Canuléia foi abolida a proibição de

ibunos Licínio e Sextio propuseram que os juros já pagos fossem deduzidos do principal (quantia emprestada pelo credor); que nenhum homem pudesse deter mais de 500 jugera (cerca de 120 hectares) de terra ou empregar em suas culturas mais escravos que trabalhadores livres: que um dos cônsules fosse recru-tado na plebe. Durante um ano o Senado resistiu, mas acabou por acatar essas propostas, que se transforma-

ebe teve acesso ao cargo de censor. lida a lei que estabelecia o direito do

credor de escravizar seu devedor. O julgamento tornou-

i Hortênsia, as decisões da Assembleia ra todos os cida-

Esse episódio foi o último da longa disputa entre ple-beus e patrícios, da qual os plebeus ricos foram os prin-cipais beneficiados. Como o acesso aos cargos públicos

se deles automa-

Os cônsules eram elei-tos pela Assembleia Centuriata, mas seus nomes deveriam ser confirmados pelo Sena-

As decisões do Senado abrangiam não só a política exterior como a administra-ção interna. Em caso de perigo, podiam até nomear um

, governante com poderes absolutos. S.P.Q.R., a sigla oficial de Roma, queria dizer O Senado e

, como se o poder emanasse da união do de cidadãos...

...Na realidade, porém o poder continuava nas mãos de se aos patrícios, inclu-ais. Em consequência,

a nobilitas (nobreza) -, à qual pertenciam os plebeus ricos que tivessem ocupado

lhes permitia o acesso

Nota: mesmo nas Assembleias da Plebe, a força dos patrícios exercia-se através dos seus clientes, que votavam a seu favor.

Roma em guerra: a expansão

A política expansionista da República romana teve inicalmente como objetivos a defesa frente a povos vizinhos e a obtenção de mais terras à agricultura e ao pastoreio, mas logo se revelou uma fonte valiosa de riquezas em metais preciosos, em escravos e tributos. Como resultdo, em cinco séculos de guerras a dominação romanestendeu a boa parte da Europa, da África e da Ásia. Fim da República romana

Roma crescera, tornara-se um império mundial. As insttuições concebidas para o autogoverno de uma sociedde de pequenos proprietários agrícolas não funcionvam mais.

As guerras constantes e o crescente número de escravos aumentavam a miséria dos pequenos agricultores e da plebe. As tentativas de reforma dos irmãos

rio (133 a.C.) e Caio (123 a.C.), fracassaram...

Entre os anos 136 e 132 a.C., 200 mil escravos leram-se em armas. Chegaram a dominar a Sicília mas no final foram vencidos e duramente reprimidos pelas legões romanas...

Décadas mais tarde, entre 73 e 71 a.C., ocorreu a mais famosa rebelião de escravos da história romana, que mobilizou 80 mil escravos liderados pelo gladiador tacus. Após uma série de vitóvencidos e impiedosamente castigados. Ditaduras e Triunviratos...

Num clima de crescente instabilidade e crise generalizda, diversos chefes militares passaram a der. Roma conheceu os governos autoritários dos genrais Mário e Sila. Este último derrotou Mário e se tornou ditador vitalício, mas abdicou em 79 a.C., abrindo camnho para os triunviratos.

O Primeiro Triunvirato (governo de três composto por três políticos de prestígio: Pompeu, Craso e Júlio César. Em 53 a.C., com a morte de Crasso, os senadores aproximaram-se de Pompeu e afastaram César do governo...

Alea jacta est (“A sorte está lançada”)

A guerra civil desencadeada por esscrise permitiu a Júlio César e suas legiões a tomada do poder. O Senado não teve outra escolha senão conferir a César o título de Ditador Vitalício (46 a.C.)César assumiu os poderes de cônsul, tribuno, sumo sacerdote e supremo cmandante do exército. reforma políticoiu terras entre os soldados, impulsionou a colonização das províncias, construiu

da Plebe, a força dos patrícios se através dos seus clientes, que votavam a seu favor.

Roma em guerra: a expansão

A política expansionista da República romana teve inici-bjetivos a defesa frente a povos vizinhos

e a obtenção de mais terras à agricultura e ao pastoreio, mas logo se revelou uma fonte valiosa de riquezas em metais preciosos, em escravos e tributos. Como resulta-

séculos de guerras a dominação romana se estendeu a boa parte da Europa, da África e da Ásia.

se um império mundial. As insti-tuições concebidas para o autogoverno de uma socieda-de de pequenos proprietários agrícolas não funciona-

erras constantes e o crescente número de escravos aumentavam a miséria dos pequenos agricultores e da

reforma dos irmãos Graco, Tibé-(123 a.C.), fracassaram...

Entre os anos 136 e 132 a.C., 200 mil escravos levanta-se em armas. Chegaram a dominar a Sicília mas no

final foram vencidos e duramente reprimidos pelas legi-

Décadas mais tarde, entre 73 e 71 a.C., ocorreu a mais famosa rebelião de escravos da história romana, que

avos liderados pelo gladiador Spar-

. Após uma série de vitórias, os revoltosos foram mente castigados.

Num clima de crescente instabilidade e crise generaliza-da, diversos chefes militares passaram a disputar o po-der. Roma conheceu os governos autoritários dos gene-rais Mário e Sila. Este último derrotou Mário e se tornou ditador vitalício, mas abdicou em 79 a.C., abrindo cami-

(governo de três pessoas) foi composto por três políticos de prestígio: Pompeu, Cras-so e Júlio César. Em 53 a.C., com a morte de Crasso, os

se de Pompeu e afastaram

Alea jacta est (“A sorte está lançada”)

A guerra civil desencadeada por essa crise permitiu a Júlio César e suas legiões a tomada do poder. O Senado não teve outra escolha senão conferir a César o título de Ditador Vitalício (46 a.C.) César assumiu os poderes de cônsul, tribuno, sumo sacerdote e supremo co-mandante do exército. Promoveu uma reforma político-administrativa, distribu-iu terras entre os soldados, impulsionou a colonização das províncias, construiu

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obras públicas e reformulou o calendário...

“Até tu, Brutus...”

Mas seus poderes despertaram a oposição de alguns senadores, que tramaram a sua morte. Em 44 a.C., o ditador foi assassinado, em pleno Senado, por uma conspiração liderada por Brutus e Cássio.Sua morte gerou uma grande revolta da população e nova guerra civil, fato habilmente explorado por Marco Antônio, um dos fortes generais de Júlio César que, juntamente com Otávio e Lépido, formou o Segundo Triunvirato.

O Segundo Triunvirato

3. O Império Romano (27 a.C. - 476)

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rio...

Mas seus poderes despertaram a oposição de alguns res, que tramaram a sua morte. Em 44 a.C., o

ditador foi assassinado, em pleno Senado, por uma conspiração liderada por Brutus e Cássio. Sua morte gerou uma grande revolta da população e nova guerra civil, fato habilmente explorado por Marco

os fortes generais de Júlio César que, juntamente com Otávio e Lépido, formou o Segundo

Após eliminarem os opositores de César, os novos triúviros iniciaram suas disputas internas. Otávio, aprovetando-se da ausência de Marco Antônio, que se encotrava no Egito, tentou ampliar seus poderes. Desconsderou Lépido e declarou guerra Marco Antônio, o qual foi derrotado na batalha naval de Actium, em 31 a.C.Em seguida Otávio recebeu do Senado o título de priceps (primeiro cidadão), primeira etapa para obter o título de imperador (o supremo). Otávio tornougressivamente senhor absoluto de Roma, recebendo, além dos dois títulos, o de Augustus (o divino), até então inédito entre os governantes romanos

476)

Após eliminarem os opositores de César, os novos triún-viros iniciaram suas disputas internas. Otávio, aprovei-

Marco Antônio, que se encon-trava no Egito, tentou ampliar seus poderes. Desconsi-derou Lépido e declarou guerra Marco Antônio, o qual foi derrotado na batalha naval de Actium, em 31 a.C. Em seguida Otávio recebeu do Senado o título de prin-

dadão), primeira etapa para obter o título de imperador (o supremo). Otávio tornou-se pro-gressivamente senhor absoluto de Roma, recebendo, além dos dois títulos, o de Augustus (o divino), até então

os governantes romanos. O ano: 27 a.C.

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O Alto Império (27 a.C. - 235): a Pax Romana

Sob a orientação de Augusto, foi abandonada a política agressiva de conquistas e aperfeiçoada a administração das províncias. Esse novo curso contribuiu para que o império vivesse um período de tranquilidadecedentes, que se tornou conhecido como pax romana, a paz romana, e se estendeu pelos dois primeiros séculos da era cristã. Roma atingiu o apogeu, ingressou num período de paz, prosperidade, estabilidade políticosocial e grandes realizações intelectuaiso primeiro século da era cristã ficou conhecido como “século de Augusto”.

Panem et circences

Procurando reduzir as tensões sociais, Augusto promveu a aliança entre a nobreza e os cavaleiros e apazguou a plebe romana com a famosa políticcirco”. Até hoje utilizada por vários governos (entre eles o do nosso país), esta política consistia na distribuição de trigo para a população carente associada à organizção de grandes espetáculos públicos. Após a morte de Otávio Augusto, em 14 da era cristã, sucederatro dinastias de imperadores.

A crise do Império Romano: o Baixo Império

(séc.III a V)

Um dos grandes orgulhos da Roma Imperial era a rapdez e eficiência de seus transportes. Navios de três cbertas transportavam de 250 a 1000 t de mercadorias. A uma velocidade média de 5 nós (cerca de 9 km/h), com ventos favoráveis, embarcações levando o máximo de carga percorriam 220 km por dia. Em quatro dias, iade Óstia a Tarragona, na Espanha; em dois dias chegavase em Cartago; em três, em Marselha; em nove dias atingia-se Alexandria, no Egito. De março a outubro, os mares eram cruzados por navios abarrotados de mercdorias destinadas a Roma e outras cidades italianas...

Um gigante com pés de barro...

Alimentada pela própria expansão imperial, Roma tonava-se uma cidade exclusivamente consumidora. A mão-de-obra livre, necessária para arar a terra, para fazer funcionar a indústria e o comércio, era muito cara. E, devido aos longos decênios de paz e a derrota da pirataria, eram reduzidas as possibilidades de se consguir escravos. O resultado é que os campos romanos retraíram-se: era mais conveniente deixar ao léu os latifúndios do que empregar dinheiro no pagamento dos trabalhadores da terra. Quanto aos produtos industriais, as províncias que se encarregassem de produzinavios e caravanas de carros que tratassem de fazêchegar a Roma...

Mais gastos, mais impostos...

Essa situação não poderia durar eternamente. A crise econômica instalada na Itália, centro nervosrio, aos poucos iria se alastrando implacavelmente por todos os seus domínios.

Textos e Documentos

235): a Pax Romana

Sob a orientação de Augusto, foi abandonada a política agressiva de conquistas e aperfeiçoada a administração das províncias. Esse novo curso contribuiu para que o

tranquilidade sem pre-cedentes, que se tornou conhecido como pax romana, a paz romana, e se estendeu pelos dois primeiros séculos da era cristã. Roma atingiu o apogeu, ingressou num período de paz, prosperidade, estabilidade político-social e grandes realizações intelectuais: não por acaso, o primeiro século da era cristã ficou conhecido como

Procurando reduzir as tensões sociais, Augusto promo-veu a aliança entre a nobreza e os cavaleiros e apazi-guou a plebe romana com a famosa política de “pão e circo”. Até hoje utilizada por vários governos (entre eles o do nosso país), esta política consistia na distribuição de trigo para a população carente associada à organiza-

Após a morte de 4 da era cristã, sucederam-se qua-

Baixo Império

Um dos grandes orgulhos da Roma Imperial era a rapi-dez e eficiência de seus transportes. Navios de três co-

1000 t de mercadorias. A uma velocidade média de 5 nós (cerca de 9 km/h), com

s levando o máximo de corriam 220 km por dia. Em quatro dias, ia-se

de Óstia a Tarragona, na Espanha; em dois dias chegava-m três, em Marselha; em nove dias

se Alexandria, no Egito. De março a outubro, os mares eram cruzados por navios abarrotados de merca-dorias destinadas a Roma e outras cidades italianas...

nsão imperial, Roma tor-se uma cidade exclusivamente consumidora. A

obra livre, necessária para arar a terra, para fazer funcionar a indústria e o comércio, era muito cara. E, devido aos longos decênios de paz e a derrota da

zidas as possibilidades de se conse-guir escravos. O resultado é que os campos romanos

se: era mais conveniente deixar ao léu os latifúndios do que empregar dinheiro no pagamento dos trabalhadores da terra. Quanto aos produtos industriais,

íncias que se encarregassem de produzi-los, e os navios e caravanas de carros que tratassem de fazê-los

Essa situação não poderia durar eternamente. A crise talada na Itália, centro nervoso do impé-

rio, aos poucos iria se alastrando implacavelmente por

Para guarnecer as fronteiras e conservar o controle das províncias, os governos foram obrigados a manter grades contingentes militares, o que gerou enormes despsas para o Estado. O desequilíbrio entre a receita e a despesa pública provocou a desvalorização da moeda, a alta dos preços e um violento processo inflacionário.

A crise do escravismo e o colonato...

A crise se acentuou graças ao colapso do escravsua gradual substituição pelo sistema de colonato: pesoas empobrecidas do campo e das cidades procuravam os grandes proprietários rurais e em troca de sobrevvência e proteção passavam a trabalhar em suas terras como colonos, numa prestação de serviços de vida intera e hereditária, sem jamais poder deixar o lote recebdo. Muitos proprietários preferiam libertar seus escrvos – um luxo cada vez mais caro colonos, arrendando-lhes parte da terra. Ao mesmo tempo, as cidades se despovoavam, o comércioos metais preciosos escasseavam: receber salário em moeda tornava-se um sonho quase im

Crise político-administrativa...

No plano político, as sucessivas lutas pelo poder entre os chefes militares e o Senado minaram a coesão políticomilitar do exército que, desarticuconter a pressão dos grupos bárbaros sobre as fronteras.

Dividir para governar...

Na busca de uma saída para a crise, o imperador Dioclciano (284-312) introduziu uma reforma conhecida cmo tetrarquia. Haveria dois cotos, que governariam as metades oriental e ocidental do Império Romano. Cada um teria seu auxiliar direto, que receberia o título de César e mais tarde se tornaria coimperador. Na prática, era a divisão do império em dporções diferenciadas: a ocidental, cada vez mais pobre, e a oriental, ainda viável...

A divisão torna-se inevitável...

O imperador Constantino, sucessor de Diocleciano, retabeleceu a unidade imperial. Mas, consciente de que a força do Império dependia cada vez mais das províncias do Oriente, estabeleceu em 330 sua capital na cidade de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia), fundada por ele no estreito de Bósforo, limite entre a Europa e a Ásia, onde já existia a antiga colônia grega de Bizâncio.Mais tarde, a metade oriental do antigo Império Romno adotará o nome de Império Bizantino, e soaté 1453.

Migrações e invasões...

No século V tiveram início as chamadas grandes migrções dos povos bárbaros. Pressionados pelos hunos, os grupos germânicos dos godos e visigodos cruzaram as fronteiras do Danúbio e se estabeleceram no território do Império. De início, a penetração ocorreu pacificmente. Em 378, porém, a cavalaria dos visigodos esmgou as tropas imperiais na batalha de Adrianópolis...

Para guarnecer as fronteiras e conservar o controle das províncias, os governos foram obrigados a manter gran-

militares, o que gerou enormes despe-tado. O desequilíbrio entre a receita e a

despesa pública provocou a desvalorização da moeda, a alta dos preços e um violento processo inflacionário.

A crise do escravismo e o colonato...

uou graças ao colapso do escravismo e ubstituição pelo sistema de colonato: pes-

soas empobrecidas do campo e das cidades procuravam os grandes proprietários rurais e em troca de sobrevi-vência e proteção passavam a trabalhar em suas terras como colonos, numa prestação de serviços de vida intei-

e hereditária, sem jamais poder deixar o lote recebi-do. Muitos proprietários preferiam libertar seus escra-

um luxo cada vez mais caro – e transformá-los em lhes parte da terra. Ao mesmo

tempo, as cidades se despovoavam, o comércio decaía, os metais preciosos escasseavam: receber salário em

se um sonho quase impossível.

administrativa...

No plano político, as sucessivas lutas pelo poder entre os chefes militares e o Senado minaram a coesão político-

itar do exército que, desarticulado, não conseguiu conter a pressão dos grupos bárbaros sobre as frontei-

Na busca de uma saída para a crise, o imperador Diocle-312) introduziu uma reforma conhecida co-

Haveria dois co-imperadores, os Augus-tos, que governariam as metades oriental e ocidental do Império Romano. Cada um teria seu auxiliar direto, que receberia o título de César e mais tarde se tornaria co-imperador. Na prática, era a divisão do império em duas porções diferenciadas: a ocidental, cada vez mais pobre,

se inevitável...

O imperador Constantino, sucessor de Diocleciano, res-tabeleceu a unidade imperial. Mas, consciente de que a

ia cada vez mais das províncias do Oriente, estabeleceu em 330 sua capital na cidade de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia), fundada por ele no estreito de Bósforo, limite entre a Europa e a Ásia, onde já existia a antiga colônia grega de Bizâncio. Mais tarde, a metade oriental do antigo Império Roma-

nome de Império Bizantino, e sobreviverá

No século V tiveram início as chamadas grandes migra-ções dos povos bárbaros. Pressionados pelos hunos, os

ermânicos dos godos e visigodos cruzaram as fronteiras do Danúbio e se estabeleceram no território do Império. De início, a penetração ocorreu pacifica-mente. Em 378, porém, a cavalaria dos visigodos esma-gou as tropas imperiais na batalha de Adrianópolis...

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CLIO História - Textos e Documentos

“Foi conquistada, essa cidade que conquis

verso” (S. Jerônimo)

O imperador Teodósio conseguiu pacificar os visigodos, cedendo-lhes territórios e colocando-os a serviço da defesa do Império. Sua última medida, no ano 395, foi a divisão do Império Romano em Império do Oriente, com capital em Constantinopla, e Império do Ocidente, com capital em Milão. Cem anos depois, o Império do Oriete se mantinha centralizado e forte, enquanto o Império do Ocidente – ruralizado, fragmentado em regiões poltica e economicamente isoladas, devastado por suvas invasões – desde 476 não existia mais.

“Moritur et ridet” (“Morre e ri”): Uma síntese das ca

sas da queda do Império...

O imperialismo romano e as guerras civis internas foram responsáveis pela ampliação do aparelho miburocrático, bem como pela instabilidade posucessivas lutas pelo poder geraram cortrole político, queda de valores tradicionais, desencadando uma séria crise moral. No século III impôsanarquia militar: as legiões entronavam e destronavam imperadores segundo interesses imediatos (de 211 a 284, por exemplo, sucederam-se cerca de vinte Imperdores). Os soldados, que gozavam de grande prestígio, apoiavam irrestritamente os generais, que se apossvam, mesmo que por curtos períodos, de regivinciais, o que contribuía para o acirramento da crise. A crise do escravismo, ocasionada pelo fim das guerras de conquistas e que fez escassear o número de prisineiros, tornou-se um obstáculo à produção, fundamentalmente na escravidão. Os proprietários foram então obrigados a arrendar suas terras a campneses, que se sujeitavam a pagar quaisquer tributos que lhes fossem cobrados. Substituía-se o escravismo pela servidão rural. O crescimento do cristianismo foi outro fator de desgregação do Império, pois se opunha à estrutue escravocrata, sustentáculo do Império Romano. A crise econômica, advinda da crise estou na diminuição de receitas para cobrir os gastos com a manutenção da burocracia e do exército. Ao lado diso, houve uma nítida diminuição de áreas cultivadas, devido à falta de mão-de-obra, o que veio a encarecer os produtos. Ao mesmo tempo, o Estado desvalorizava a moeda, devido à diminuição de metais nobres, comoouro e prata, único meio de que dispunha para saldar seus compromissos. Houve, em consequênciainflação crescente, que resultou num caos monetário, no início do século III, e que acelerou a decadência ecnômica. A volta para uma economia rural de scom que a população rural se isolasse em vilas ficientes e autônomas, para poder enfrentar a crise geral do Império.

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istada, essa cidade que conquistara o uni-

O imperador Teodósio conseguiu pacificar os visigodos, os a serviço da

defesa do Império. Sua última medida, no ano 395, foi a o Romano em Império do Oriente, com

capital em Constantinopla, e Império do Ocidente, com capital em Milão. Cem anos depois, o Império do Orien-te se mantinha centralizado e forte, enquanto o Império

ruralizado, fragmentado em regiões polí-ente isoladas, devastado por sucessi-

desde 476 não existia mais.

“Moritur et ridet” (“Morre e ri”): Uma síntese das cau-

perialismo romano e as guerras civis internas ampliação do aparelho militar e

bem como pela instabilidade política. As as lutas pelo poder geraram corrupção, descon-

cionais, desencade-ando uma séria crise moral. No século III impôs-se a

militar: as legiões entronavam e destronavam imperadores segundo interesses imediatos (de 211 a

se cerca de vinte Impera-dados, que gozavam de grande prestígio,

apoiavam irrestritamente os generais, que se apossa-m, mesmo que por curtos períodos, de regiões pro-ciais, o que contribuía para o acirramento da crise.

A crise do escravismo, ocasionada pelo fim das guerras mero de prisio-

se um obstáculo à produção, baseada fundamentalmente na escravidão. Os proprietários foram então obrigados a arrendar suas terras a campo-neses, que se sujeitavam a pagar quaisquer tributos que

se o escravismo pela

istianismo foi outro fator de desa-pério, pois se opunha à estrutura militar

e escravocrata, sustentáculo do Império Romano. A crise econômica, advinda da crise escravista, resul-

tou na diminuição de receitas para cobrir os gastos com cito. Ao lado dis-

so, houve uma nítida diminuição de áreas cultivadas, obra, o que veio a encarecer

po, o Estado desvalorizava a nuição de metais nobres, como

unha para saldar consequência, uma

cente, que resultou num caos monetário, no início do século III, e que acelerou a decadência eco-

A volta para uma economia rural de subsistência fez o rural se isolasse em vilas autossu-

e autônomas, para poder enfrentar a crise geral

Finalmente, as invasões bárbaimperiais, já agonizantes, tomando pouco a pouco seus territórios e pondo fim ao Império Ro

O Cristianismo

“Eu vos dou um novo mandamento: Que vos ameis uns

aos outros, assim como eu vos amei, para vós também

mutuamente vos ameis...”

O Cristianismo surgiu na Galiléia, região conquistada e anexada pelos romanos em 40 a.C. Segundo os Evanglhos, baseava-se nos ensinamentos de Jesus, que nasceu em Belém de Judá durante o governo de Otávio Augusto (27 a.C. a 14 d.C.). Segundo a do pelos profetas, havia nascido o Messias, para anuncar o reino dos justos e a salvação da humanidade.Aos 30 anos, Jesus iniciou suas pregações e recrutou um grupo de seguidores, os apóstolos... “Bem-aventurados os pobres: porque deles é o reino dos

Céus...”

Suas palavras e atitudes desafiavam tanto a elisa judaica quanto as autoridades romanos na Palestina ocupada. Embora Jesus afirmasse que o Reino de seu Pai não era desse mundo, foi visto como um rebelde e codenado à morte na cruz. Graças ao trabalho de seus seguidores, o cristianismo difundiu-se pelo Império Romano. Era uma religião das camadas populares, uma palavra de esperança para aqueles que, desalentados pela opressão e pelo sofrmento, esperavam a salvação após a morte... “Bem-aventurados os que padecem perseguição por

amor da justiça: porque deles é o Reino dos Céus.

Durante o governo de Nero inicioucristãos, acusados de não cultuar os deuses roTambém lhes eram atribuídas a responsabilicalamidades e crises que se abatiam sobre o Império. A partir do séc. III, a intensificação dos problemas nômico-sociais do mundo romano fez aumentar o nmero de adeptos do cristianismo. “Escravos, obedecei aos vossos

respeito, e toda a retidão do coração, como a Cris(S. Paulo, “Epístola aos Efesos”.)

Durante 250 anos os cristãos sguições até que, em 313, o Imperador Constantino pblicou o Edito de Milão, que concedeu liberdade de culto a todas as pessoas. Mais tarde, no governo sio, o cristianismo se tornou religião oficial do Esta “Se alguém ousar fazer dessas oferendas que, embo

de pouco valor, fazem... injúria à religião (cristã), esse

indivíduo, como culpado de violar a religião, será desp

jado da casa ou da propriedade onde se verifi

praticou alguma superstição gentílica.392, iniciando a perseguição aos pagãos.)

Finalmente, as invasões bárbaras minaram as forças imperiais, já agonizantes, tomando pouco a pouco seus

ios e pondo fim ao Império Romano em 476.

Eu vos dou um novo mandamento: Que vos ameis uns

aos outros, assim como eu vos amei, para vós também

O Cristianismo surgiu na Galiléia, região conquistada e romanos em 40 a.C. Segundo os Evange-

se nos ensinamentos de Jesus, que nasceu em Belém de Judá durante o governo de Otávio Augusto (27 a.C. a 14 d.C.). Segundo a tradição judaica, anuncia-do pelos profetas, havia nascido o Messias, para anunci-ar o reino dos justos e a salvação da humanidade. Aos 30 anos, Jesus iniciou suas pregações e recrutou um grupo de seguidores, os apóstolos...

aventurados os pobres: porque deles é o reino dos

Suas palavras e atitudes desafiavam tanto a elite religio-sa judaica quanto as autoridades romanos na Palestina ocupada. Embora Jesus afirmasse que o Reino de seu Pai não era desse mundo, foi visto como um rebelde e con-

Graças ao trabalho de seus seguidores, o cristianismo se pelo Império Romano. Era uma religião das

camadas populares, uma palavra de esperança para aqueles que, desalentados pela opressão e pelo sofri-mento, esperavam a salvação após a morte...

aventurados os que padecem perseguição por

: porque deles é o Reino dos Céus.”

Durante o governo de Nero iniciou-se a perseguição aos dos de não cultuar os deuses romanos. eram atribuídas a responsabilidade pelas

calamidades e crises que se abatiam sobre o Império. rtir do séc. III, a intensificação dos problemas eco-

do mundo romano fez aumentar o nú-mero de adeptos do cristianismo.

aos vossos amos... com temor e

retidão do coração, como a Cristo...”

Durante 250 anos os cristãos sofreram inúmeras perse-guições até que, em 313, o Imperador Constantino pu-blicou o Edito de Milão, que concedeu liberdade de culto a todas as pessoas. Mais tarde, no governo Teodó-

nou religião oficial do Estado...

fazer dessas oferendas que, embora

de pouco valor, fazem... injúria à religião (cristã), esse

indivíduo, como culpado de violar a religião, será despo-

u da propriedade onde se verifique que ele

praticou alguma superstição gentílica.” (Edito imperial de

392, iniciando a perseguição aos pagãos.)

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Seção de Mapas: observe-os com atenção.

Roma no final da República

Roma: Século I

Textos e Documentos

os com atenção.

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Reformas de Dioclesiano e Teodósio

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