09/07/2011 - culturas - jornal semanário

4
Sábado 9 de julho de 2011 Sábado 9 de julho de 2011 Film Commission traz a Bento gravações de filmes e séries para divulgar turismo B ento Gonçalves virou atração para filmes que estão utilizando as paisagens, os roteiros turísticos e a infra- estrutura do município como cenário para suas produções. A responsável por atrair as produções é a Bento Film Com- mission, criada pela secretaria de Turismo no ano passado, com objetivo de fomentar a realização de longas e curtas-me- tragens, novelas, séries, documentários, filmes publicitários, sessões fotográficas, videoclipes e lançamentos de filmes. A comissão é a única do Rio Grande do Sul, e mantém vínculo com a Associação Brasileira de Film Commissions (Abrafic) e também com a Rede Latinoamericana de Film Commissions. A secretária de turismo de Bento, Ivane Fáve- ro, acredita que a realização de um filme no município é uma ferramenta de marketing capaz de impulsionar o fluxo de turistas na cidade. “A Bento Film Commission é um sonho audacioso, mas que está se tornando cada vez mais realidade. Ela é responsável por movimentar não só a equipe que par- ticipa da produção audiovisual, mas também outros profis- sionais como costureiros, maquiadores e eletricistas”, explica. A comissão já captou as gravações da série Sappore d’Italia, que será lançada no próximo mês, e do filme O Céu Sobre Mim, do diretor italiano Gian Vittorio Baldi, e apoia as gravações das filmagens de Silêncio das Palavras, que será lançado em 2012. “Nós emprestamos todas as be- lezas de Bento, que são sempre elogiadas pelos diretores, destacando a iluminação diferenciada que a cidade possui. Além disso, emprestamos nossa logística e todo nosso co- nhecimento”, afirma Ivane. Leia mais na página 2. Patrícia Lima [email protected] C ENA DE C INEMA

Upload: jornal-semanario

Post on 29-Mar-2016

223 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal Semanário - Edição 2736 - 09/07/2011 - Bento Gonçalves

TRANSCRIPT

Page 1: 09/07/2011 - CulturaS - Jornal Semanário

Sábado9 de julho de 2011Sábado9 de julho de 2011

Film Commission traz a Bento gravações de filmes e séries para divulgar turismo

Bento Gonçalves virou atração para filmes que estão utilizando as paisagens, os roteiros turísticos e a infra-

estrutura do município como cenário para suas produções.A responsável por atrair as produções é a Bento Film Com-

mission, criada pela secretaria de Turismo no ano passado, com objetivo de fomentar a realização de longas e curtas-me-tragens, novelas, séries, documentários, filmes publicitários, sessões fotográficas, videoclipes e lançamentos de filmes.

A comissão é a única do Rio Grande do Sul, e mantém vínculo com a Associação Brasileira de Film Commissions (Abrafic) e também com a Rede Latinoamericana de Film Commissions. A secretária de turismo de Bento, Ivane Fáve-ro, acredita que a realização de um filme no município é uma ferramenta de marketing capaz de impulsionar o fluxo de

turistas na cidade. “A Bento Film Commission é um sonho audacioso, mas que está se tornando cada vez mais realidade. Ela é responsável por movimentar não só a equipe que par-ticipa da produção audiovisual, mas também outros profis-sionais como costureiros, maquiadores e eletricistas”, explica.

A comissão já captou as gravações da série Sappore d’Italia, que será lançada no próximo mês, e do filme O Céu Sobre Mim, do diretor italiano Gian Vittorio Baldi, e apoia as gravações das filmagens de Silêncio das Palavras, que será lançado em 2012. “Nós emprestamos todas as be-lezas de Bento, que são sempre elogiadas pelos diretores, destacando a iluminação diferenciada que a cidade possui. Além disso, emprestamos nossa logística e todo nosso co-nhecimento”, afirma Ivane. Leia mais na página 2.

Patrícia Lima

[email protected]

Cena de Cinema

Page 2: 09/07/2011 - CulturaS - Jornal Semanário

Este é o primeiro longa da cineasta bento-gonçalvense Laine Milan

JOÃO RONI, DIVULGAÇÃO

O sexO dO cOmputadOr

Passeando pela mitologia grega, me deparei com Epimeteu e Prometeu, seres híbridos, meio deuses, meio humanos, resultado da união entre Urano (Céu) e Gaia (Terra). Conta a lenda que Epimeteu, encar-regado de distribuir as habilidades aos seres vivos, esbanjou os atributos com os animais, não restando nenhuma qualidade a ser dada ao homem. Para suprir a carência, Prometeu roubou o fogo dos deuses (a téc-nica) e ofertou-o ao ser humano. Mais tarde, o titã, que não era de todo confiável, convenceu Pandora, mulher de Epimeteu, a trair o marido, abrindo a caixa que continha todos os males do mundo. Quando ela se deu conta do tamanho da desgraceira, fechou a caixa, já quase vazia. Só não escapuliu o mal que acabaria com a esperança. Mas esse é papo para outra crônica.

Fazendo uma ponte entre o mito e a realidade, temos o homem criando extensões de si mesmo, para driblar suas limitações. Assim, a vestimenta compen-sou a falta de pêlo ou plumas; o calçado, a falta de cascos; o automóvel, a falta de velocidade; o avião, a falta de asas... e lá vai. Também criou o computador, que é uma extensão da inteligência e que se asseme-lha a ele próprio em termos de performance. O CPU é o cérebro, onde se processa a maioria dos dados recebidos pelos periféricos, compostos de entrada e saída. No computador funcionam os sinais elétricos, os bits e bytes, e no homem, as sinapses neurais. O microfone cumpre o papel dos ouvidos, as caixas de som, o papel da voz, e a câmera, o papel dos olhos. A impressora cumpre o papel do periférico de saída, assim como os órgãos de excreção, popularmente co-nhecidos como número 1 e 2. No computador existem basicamente dois tipos de memórias, a RAM e a ROM. Esta vem de fábrica e está deitada na placa mãe do computador, até casar... Ops! Até ser ligado na to-mada. Do mesmo jeito, quando dorme, o homem não tem consciência da realidade, mas quando acorda, o cérebro tem que se situar, para, por exemplo, não criar um grande problema com a patroa. Vá que, de repente, ele esqueça em qual cama está! Já a me-mória RAM equivale à nossa memória de curto prazo, usada e deletada assim que não for mais útil. No homem, as “panes” podem ser resolvidas com psico-terapia ou terapias alternativas. No computador, uma varredura é capaz de recuperar arquivos apagados, só que por um valor muito mais em conta. Finalmen-te, homem e computador usam a linguagem para se comunicarem.

Mas, afinal, qual é o sexo do computador? Após árduo estudo, os cientistas conhecidos como

internautas chegaram à conclusão de que o computa-dor é masculino, pelas seguintes razões: ele tem uma enorme quantidade de dados, mas nenhuma pista; processa informações com muita rapidez, mas não pensa; não sabe fazer nada sozinho a não ser que se dê o comando; pode travar na melhor hora e exigir grande investimento para que melhore.

Provavelmente não escaparemos da contraofensiva. Mas enquanto eles transferem para o andar de cima os milhões de neurônios que viajam para o andar de baixo ao menor estímulo, nós “pintamos e bordamos” ao melhor estilo feminino.

Projeto Gráfico: Maiara AlvarezFoto de Capa: Gilmar Gomes - ArquivoSupervisão: Rogério Costa ArantesDireção: Henrique Alfredo [email protected]

Edição: Tomaz dos SantosRevisão: Maiara AlvarezPeriodicidade: QuinzenalDiagramação: Robson B. Oliveira

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2736 de sábado, 9 de julho de 2011, do Jornal Semanário

SEDEWolsir A. Antonini,

451 - Bairro Fenavinho/Bento

Gonçalves, RS 54. 3455.4500

Audiovisual

mais um lOnga será filmadO em BentOO Silêncio das Palavras aborda a imigração italiana no estado

Patrícia Lima

Já tendo sido cenário de filmes como O Quatrilho, Sanea-

mento Básico, Sappore d’Itália e O céu sobre mim, Bento será mais uma vez cenário de um longa-metragem. O roteiro de O Silêncio das Palavras é base-ado na imigração italiana no Rio Grande do Sul e retrata a cultura de Bento Gonçalves.

A diretora Laine Milan expli-ca que a ideia de fazer este filme surgiu em 1999, quando se ela interessou por um Laboratório de Roteiros promovido no Bra-sil pelo Instituto Sundance, de Robert Redford, em parceria com o Sesc e o Riofilme. “Eu queria participar desse labora-tório e sabia que a história que fosse escrever tinha que estar dentro de mim. Havia pouco tempo e, se optasse por algo essencialmente cerebral, prova-velmente não teria conseguido vencer o desafio”, disse Laine. A história, no entanto, vai além de Bento Gonçalves: trata-se de uma história universal, já que fala do ser humano em terras estrangeiras, tendo que sair de sua pátria e semear uma nova vida. O roteiro foi selecionado junto a outros nove, entre 152 roteiros nacionais que concor-riam ao laboratório na época.

a diretOra

Natural de Bento, Laine é gra-duada nos cursos de Jornalismo e Publicidade pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e em Especialização em Cinema, no Paraná. Atuou como produtora, repórter e di-retora de programas de TV. Em São Paulo, trabalhou nos princi-pais órgãos de comunicação do [email protected]

Sábado9 de julho de 20112

país, dirigindo comerciais. Des-de 2002, atua no cinema dirigin-do curtas-metragens premiados no Brasil e no Exterior, além de documentários.

rOteirO

O Silêncio das Palavras retra-ta a colonização italiana no sul do Brasil, por meio do olhar curioso e questionador da me-nina Rita, uma adolescente que descobre o mundo adulto no período dos 12 aos 15 anos, e transmite esta história para sua neta, nos dias atuais.

Segundo Laine, o filme cha-ma-se assim porque, muitas vezes, se quer encobrir o que realmente deveria ser fala-do, revelado e compartilhado. “Creio que este traço tem a ver com esta aparente expansivida-de da cultura que herdamos”.

As filmagens começarão no segundo semestre de 2012, com algumas semanas em 2013, já que são necessárias as estações climá-ticas para a filmagem. O filme

se passa em quatro épocas: 1885 (dez anos após a chegada dos pri-meiros imigrantes italianos) 1936, 1939 e nos dias de hoje.

cenáriOe atOres

Os cenários serão rurais e urba-nos, quase todos de época, con-forme os períodos. Haverá locais conhecidos da cidade, como a Igreja Matriz e o Hospital.

Até o momento, os atores convidados são Tony Ramos, no papel de Pietro Parisi, pai da protagonista Rita Parisi, e Pau-lo José, como o Padre Loren-zon. “Como o convite foi fei-to há tempo, temos que afinar as agendas destes dois grandes atores, com quem tive o privilé-gio de trabalhar durante quatro anos, quando produzi e dirigi as séries Rio Grande do Sul, Um Século de História e Santa Catarina,100 Anos de História” revela Laine.

Page 3: 09/07/2011 - CulturaS - Jornal Semanário

GUSTAVO BOTTEGA, ARQUIVO

DIVULGAÇÃO

Leis de incentivo deverão garantir apoio de empresas da região

Sábado9 de julho de 2011 3

Realização depende de captação de RecuRsos Quem Reza...

Alguém já disse que rezar é colocar a alma de joelhos e quando a alma fica de joelhos, Deus se levanta.

Quem reza tem um afrouxamento dos nós. Quem reza se sente menos só. Quem reza se conecta com o seu eu mais profundo e verdadeiro. Quem reza mata a infinita saudade de Deus.

Rezar é respirar. Rezar é escutar o que Deus nos diz. Rezar é perdoar a si mesmo. Rezar é vigiar. Rezar é apaziguar o espírito. Rezar é voltar para casa.

Amar é uma maneira de rezar. Sonhar é uma maneira de rezar. Comer é um jeito de rezar. Agradecer é uma forma muito especial de rezar.

Cantar é rezar. Ouvir música é rezar. Duvidar também é uma forma de rezar.

Rezar é falar com Deus.Apesar disso, não são muitos os que rezam. Talvez não

rezem porque não querem. Talvez não rezem porque não sabem rezar. Talvez não rezem porque não têm tempo ou simplesmente achem que não precisam rezar.

Nos dias que correm, as pessoas andam muito frenéticas. As pessoas estão meio robotizadas. Acham que precisam de adrenalina e não de oração. Emoções fortes e radicais: velocidade, riscos, desafios.

De maneira geral, as pessoas estão pouco contemplativas e quase nada sensitivas. Entregam-se ao automatismo. Opa, isso parece sermão de pregador fanático...

Tem se falado pouco de oração; virou uma coisa meio piegas como falar de amor.

Deixe-me revelar a você que rezava-se muito naquele meu Paredes de mil novescentos e faz tempo.

Rezava-se coletivamente o terço toda noite, logo após jantar sopa de feijão.

A origem do terço é antiga. Remonta aos anacoretas orientais que usavam pedrinhas para contar suas orações vocais. Em 1328, segundo a história, Nossa Senhora apareceu a São Domingos, recomendando-lhe a reza do Rosário para a salvação do mundo.

Retomando o fio do que estava dizendo lá atrás, rezava-se o terço de joelhos, com os cotovelos apoiados no assento de palha da cadeira engordurada.

Começava-se com a reza do Creio, passava-se pelo Pai-Nosso, três Ave-Marias, o Glória, mais um Pai-Nosso, primeiro mistério, as contas todas das cinco dezenas e assim até encerrar num Amém bradado em uníssimo.

O dono da reza entoava as orações com uma compenetração cadenciada. Os demais iam atrás apressados no trote, quase a galope. De vez em quando, crianças ainda, comíamos algumas palavras das orações. O castigo era imediato: dois ou três cocorutos na cabeça para aprendermos a ter respeito hierárquico. Além de palavras, éramos forçados a engolir o choro também.

Ventos sopram nesta noite gelada de terça-feira, carregando as orações vocais daqueles tempos, em que eu quase nada sabia sobre o poder da oração.

Compreendo, agora, que na maioria das vezes, eu não rezava verdadeiramente, apenas repetia palavras. Emendava palavras. Empilhava palavras.

Algumas vezes, a intenção sobrepunha-se a devoção; a cantilena automática sobrepunha-se ao fervor religioso.

Somente, agora, compreendo que rezar é silenciar a mente.

O projeto do filme O Silêncio das Palavras conta com a parceria das produtoras TVi - Televisão e Cinema, Ocean Films e Okna Produções e apoio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) e Bento Film Comission.

O filme já está nas lei de in-centivo federal e está sendo encaminhando para a Lei de In-centivo à Cultura (LIC) do Rio Grande do Sul. “A captação será

feita junto a empresas da região que entendam a necessidade de resgatar nossas origens, de fa-zermos uma reflexão que possa ser vista como um legado para as gerações que estão chegando, e que percebam o alcance de di-fundir a imagem da região italia-na no Brasil e no exterior. Cap-taremos os recursos também por meio do apoio de empresas estatais”, explica Laine.

Paralelamente, outros pro-dutos estão sendo elaborados para que possam acolher e di-vulgar o filme, como um do-cumentário e dois livros: um sobre a história do roteiro e outro sobre a culinária dos imi-grantes da região, com as res-pectivas histórias de cada pes-soa que fornece a receita, bem como a harmonização com os vinhos mais apropriados.

Produzida pela Produtora Epifania, de Porto Alegre, a minissérie Sapore D’Itália será exibida na RBSTV entre agosto e setembro, em cinco capítulos. As filmagens ocorreram em Bento e contaram com atores e figurantes locais.

A minissérie conta a histó-ria de dois amigos, Marco e Simone, moradores de Bento Gonçalves que recebem uma proposta e vão para a Itália a trabalho. Lá, eles se perdem pelo Vêneto e a viagem se trans-forma em uma grande aventura, regada a paixão, trapalhadas e muita confusão.

sapoRe d’italia vai ao aR em agosto

cineasta italiano diRige filme em Bento

Além dos cenários, produção utilizou atores e figurantes de Bento

Gian Vittorio Baldi é cineasta, escritor e diretor

Outra produção captada pela Bento Film Commission foi o longa-metragem O Céu Sobre Mim, do cineasta, escritor e di-retor italiano Gian Vittorio Bal-di, com produção da Spaghetti Filmes, de Caxias do Sul. Além dos cenários de Bento e região, o longa foi gravado também no deserto do Atacama, no Chile.

Na história, o astrônomo Gregorio relembra seus últi-mos anos, em quatro dias en-tre 1996 e 2012, tendo os rela-cionamentos amorosos como catalisadores de suas memó-rias. Esse homem une seu co-nhecimento pessoal a cultura política, a arte e ao trabalho científico. Ao acompanhar no deserto do Atacama a constru-ção do telescópio ELT, o mais potente do planeta, Gregorio vive alguns momentos de in-

quietudes, geradas por expe-riências científicas e emoções humanas. O personagem vive no nordeste gaúcho, numa casa comprada de um velho colo-no. O lugar é privilegiado para

ver as estrelas e estar longe do mundo. No entorno, vida, água e animais. Ali, conviveu com as suas companheiras. Os filhos, nascidos na Europa, agora es-tão espalhados pelo mundo.

Page 4: 09/07/2011 - CulturaS - Jornal Semanário

Sábado9 de julho de 20114

Título principal em duas colunas

Shopping Bentoprogramação de 8 a 14 de julho

Se beber não case 2Idioma: Legendado Duração: 102 minutosCensura: 16 anosGênero: Comédia RomânticaExibição: Diariamente, às 17h, 19h e 21h.

Kung Fu Panda 2Idioma: Dublado Duração: 92 minutosCensura: Livre Gênero: AnimaçãoExibição: Sábado, domingo e quarta-feira às 15h.

Carros 2Idioma: Dublado Duração: 106 minutosCensura: Livre Gênero: AnimaçãoExibição: Diariamente, às 18h40min, 19h e 21h10min. Sábado, domingo e quarta-feira também às 14h30min.

Cilada.comIdioma: Português Duração: 106 minutosCensura: 14 anos Gênero: AnimaçãoExibição: Diariamente, às 15h15min, 17h15min, 19h15min e 21h15min.

CinemaShopping l’amériCa

programação de 8 a 14 de julho

Namorados Para Sempre

Idioma: LegendadoDuração: 114 minutosCensura: 14 anosGênero: DramaExibição: Diariamente, às 21h10min.

Se beber não case 2Idioma: Legendado Duração: 120 minutosCensura: 16 anos Gênero: ComédiaExibição: Diariamente, às 17h, 19h e 21h. Sexta, sábado, domingo e quarta-feira também às 15h.

Carros 2Idioma: Dublado Duração: 106 minutosCensura: Livre Gênero: AnimaçãoExibição: Sexta, sábado, domingo e quarta-feira às 14h30min, 16h45min e 19h. Segunda, terça e quinta-feira às 16h30min e 18h45min.

Uma boa alimentação foi sempre característica dos italianos. Nos primórdios, a alimentação era pouco variada, mas nunca insuficiente.

Com a presença dos produtos da terra e da caça, era uma alimentação forte e sadia, razão porque o Cônsul da Itália “Cortes” 1884 atribuiu à alimen-tação italiana nas colônias a responsabilidade do vigor físico e do crescimento da fertilidade huma-na, expressa no número de filhos.

O pinhão, a batata, a mandioca e a fava cozidos em paneladas e a pêra na água, eram servidas antes das refeições ou nos “filós”, por isso não são considera-dos parte integran-te da refeição. A batata e o pinhão são preparados sob cinza, ao calor das brasas, e sobre a chapa. Pra-tos diferentes, podem ser feitos a partir da batata e do pinhão. Por isso, quando tantos imigrantes diziam: passou-se muita fome, sorte que tivemos uma safra abundante de pinhão. Esta afirmação não significa fome da falta de alimento, mas a falta dos alimentos tradicionais nas temporadas críticas das secas, geadas... quando faltavam alguns produtos, como o açúcar, o sal, o café e o querosene pelos “lumin” de banha, lampiões a banha.

Em muitos momentos, o imigrante se baseava no seguinte provérbio: “Imporá l’ arte e mêtela de na parte” = Aprenda a arte (o fazer) e guarde-a, que

Assim vivem os italianos, vida, história e comida

alimentação doS primeiroS imigranteSela não incomoda.

A harmônia psicológica e familiar é outro fator importante às refeições. Quem, à mesa, falasse de acontecimentos tristes ou desagra-dáveis era logo repreendido: “Tázi sú quele coze li, Che lê mia ora desso” = Cala-se com estas coisas, pois não é hora propícia agora. O encontro à mesa era tão importante quanto o

encontro de oração, a reza do terço, que se seguia à janta, com culminância de um dia de trabalho. Não se fazia a refeição antes que todos esti-vessem à mesa. Não era hábi-to fazer a refeição um antes e outro depois. O encontro das refeições era sagrado.

Os italianos viviam bem porque trabalhavam sempre.

Dedicar-se ao trabalho, ir à missa, divertir-se, comer em abundância, eis uma sínte-se da vida do imigrante. Bem espiritualmente, porque dedicados à família e voltados para Deus, bem fisicamente e alimen-tados com polenta, queijo e carne de porco, diziam viver bem. O churrasco nunca foi rotina da colônia italiana.

Conscientizar os estudiosos da importância das tradições e culturas italianas e dar mais valor a sua história, razão porque não buscar na cultura rural uma relação sócio-cultural em fa-vor da afirmação da vida rural como uma nova cultura dentro de um contexto histórico de uma nova civilização.