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Mestrando em Agronegócio e Desenvolvimento (Unesp). Bacharel em Administração de Empresas (Unesp). Técnico Gerenciamento

Empresarial.

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1 O papel do Estado e a atuação do governo nas finanças públicas.................................................... 1 1.1 Formas e dimensões da intervenção da administração na economia ........................................ 2 1.2 Funções do orçamento público .................................................................................................. 3

2 Orçamento público ............................................................................................................................ 4 2.1 Conceito .................................................................................................................................... 4 2.2 Técnicas orçamentárias............................................................................................................. 4 2.3 Princípios orçamentários ........................................................................................................... 4 2.4 Ciclo orçamentário ..................................................................................................................... 4 2.5 Processo orçamentário .............................................................................................................. 4

3 O orçamento público no Brasil ........................................................................................................ 10 3.1 Sistema de planejamento e de orçamento federal ................................................................... 10 3.2 Plano plurianual ....................................................................................................................... 10 3.3 Diretrizes orçamentárias .......................................................................................................... 10 3.4 Orçamento anual ..................................................................................................................... 10 3.5 Outros planos e programas ..................................................................................................... 10 3.6 Sistema e processo de orçamentação ..................................................................................... 10 3.7 Classificações orçamentárias .................................................................................................. 10 3.8 Estrutura programática ............................................................................................................ 10 3.9 Créditos ordinários e adicionais ............................................................................................... 10

4 Programação e execução orçamentária e financeira....................................................................... 18 4.1 Descentralização orçamentária e financeira ............................................................................ 18 4.2 Acompanhamento da execução .............................................................................................. 18 4.3 Sistemas de informações ........................................................................................................ 18 4.4 Alterações orçamentárias ........................................................................................................ 18

5 Receita pública ............................................................................................................................... 27 5.1 Conceito e classificações ........................................................................................................ 27 5.2 Estágios .................................................................................................................................. 27 5.3 Fontes ..................................................................................................................................... 27 5.4 Dívida ativa.............................................................................................................................. 27

6 Despesa pública ............................................................................................................................. 32 6.1 Conceito e classificações ........................................................................................................ 32 6.2 Estágios .................................................................................................................................. 32 6.3 Restos a pagar ........................................................................................................................ 32 6.4 Despesas de exercícios anteriores .......................................................................................... 32 6.5 Dívida flutuante e fundada ....................................................................................................... 32 6.6 Suprimento de fundos ............................................................................................................. 32

7 Lei de Responsabilidade Fiscal ....................................................................................................... 35 7.1 Conceitos e objetivos .............................................................................................................. 35 7.2 Planejamento .......................................................................................................................... 35 7.3 Receita Pública ....................................................................................................................... 35 7.4 Despesa Pública...................................................................................................................... 35 7.5 Dívida e endividamento ........................................................................................................... 35 7.6 Transparência, controle e fiscalização ..................................................................................... 35

Questões ........................................................................................................................................... 40

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Candidatos ao Concurso Público,

O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail [email protected] para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom

desempenho na prova.

As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe:

- Apostila (concurso e cargo);

- Disciplina (matéria);

- Número da página onde se encontra a dúvida; e

- Qual a dúvida.

Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.

Bons estudos!

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Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de mercado.

Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob diferentes ângulos, que podem focar na mensuração da qualidade do gasto público bem como identificar os impactos da política fiscal no bem-estar dos cidadãos. Para tanto podem ser utilizados diversos indicadores para análise fiscal, em particular os de fluxos (resultados primário e nominal) e estoques (dívidas líquida e bruta). A saber, estes indicadores se relacionam entre si, pois os estoques são formados por meio dos fluxos. Assim, por exemplo, o resultado nominal apurado em certo período afeta o estoque de dívida bruta.

Resultado fiscal primário é a diferença entre as receitas primárias e as despesas primárias durante um determinado período. O resultado fiscal nominal, por sua vez, é o resultado primário acrescido do pagamento líquido de juros. Assim, fala-se que o Governo obtém superávit fiscal quando as receitas excedem as despesas em dado período; por outro lado, há déficit quando as receitas são menores do que as despesas. O equilíbrio orçamentário ocorre quando as receitas se igualam às despesas.

A política fiscal deve ser conduzida com alto grau de responsabilidade fiscal. O uso equilibrado dos recursos públicos visa a redução gradual da dívida líquida como percentual do PIB, de forma a contribuir com a estabilidade, o crescimento e o desenvolvimento econômico do país. Mais especificamente, a política fiscal busca a criação de empregos, o aumento dos investimentos públicos e a ampliação da rede de seguridade social, com ênfase na redução da pobreza e da desigualdade.

A Programação Financeira compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros. Assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação vigente.

Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o órgão central, contando ainda com a participação das Subsecretárias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou equivalentes os órgãos setoriais - OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE). Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras cabem a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento.

1 O papel do estado e a atuação do governo nas finanças públicas

Prof. Danilo Vieira

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A intervenção do Estado na ordem econômica pode acontecer de várias formas, mas, o poder público mais interfere no domínio econômico de forma indireta, ou seja, apoiando a iniciativa privada e estimulando determinados comportamentos. As intervenções do Estado na economia podem ser dirteas e indiretas:

As intervenções diretas do Estado na economia consistem na prestação de serviços públicos e na exploração de atividades econômicas.

As intervenções indiretas: o Estado pode conceder incentivos fiscais para atrair indústrias e outros ramos de atividade para se instalar em determinadas regiões; pode elevar ou reduzir a alíquota de impostos, como IPI, imposto sobre a importação, IOF etc. para expandir ou retrair determinados segmentos da economia; e ofertar financiamentos públicos mediante a concessão de linhas de crédito especiais, para favorecer determinadas empresas ou setores da economia.

No Brasil, as principais diretrizes tributárias são estabelecidas pela Constituição Federal, que dispõe sobre os princípios gerais, as limitações do poder de tributar, as competências e também sobre a repartição das receitas tributárias. Assim, o Sistema Tributário Nacional é instituído pela própria Constituição, que estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir tributos. A autonomia político-administrativa, característica essencial do nosso sistema federativo, concede a cada esfera de governo a possibilidade de instituir impostos, taxas (em razão do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos) e contribuições de melhoria (decorrentes de obras públicas). No que tange às contribuições sociais, em sua maioria somente podem ser instituídas pelo Governo Federal.

De acordo com a Constituição brasileira, a competência tributária quanto aos impostos deve seguir a distribuição mencionada no quadro abaixo:

1.1 Formas e dimensões da intervenção da administração na economia

Prof. Danilo Vieira

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Da mesma forma, a Constituição permite à União instituir empréstimos compulsórios, em condições especiais, por ela definida, e contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios somente poderão instituir contribuições, cobradas de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de previdência e assistência social.

Dentre as contribuições sociais vigentes, as principais, todas de competência da União, são apresentadas no próximo quadro.

A importância relativa de cada um dos tributos componentes do sistema tributário brasileiro pode ser

mais bem visualizada pela representatividade econômica destes na carga tributária total. Não obstante a maioria dos tributos tenha finalidade precípua de arrecadar fundos para o financiamento das ações estatais (tributos arrecadatórios), alguns deles têm características que os colocam na condição de instrumentos de política econômica ou social (tributos regulatórios). Pode-se citar, a título de exemplo de tributos regulatórios, o IOF e o IPI, que podem ser utilizados pelo governo federal como instrumentos auxiliares na condução de políticas monetária e industrial, respectivamente.

O Estado possui três funções econômicas clássicas, denominadas funções fiscais, que refletem sobre o Orçamento Público:

Função alocativa: o Estado atua diretamente na produção de bens. De acordo com a Teoria

Econômica do Bem-Estar Social, existem razões para essa atuação produtiva do Estado, as denominadas falhas de mercado: competição imperfeita, existência de bens públicos, presença de externalidades e de mercados incompletos, informação imperfeita, desemprego e outros distúrbios macroeconômicos. Por meio do Orçamento Público são feitas alocações de recursos, por exemplo, para que empresas governamentais atuem diretamente na oferta de bens à sociedade.

Função distributiva: verifica-se que nem todas as distribuições de bens e recursos da sociedade são desejáveis, principalmente por considerações de eficiência e de justiça social. Isso leva a que o governo se utilize do Orçamento para promover políticas de distribuição de recursos públicos como forma de tentar resolver tais tipos de problemas.

Função estabilizadora: em termos macroeconômicos, a política fiscal por meio do Orçamento Público visa promover ajustes para que a economia atinja adequado nível de estabilidade. Essa função estabilizadora é importante com vistas a um alto nível de emprego, um grau razoável de estabilidade nos preços, equilíbrio no balanço de pagamentos e uma aceitável taxa de crescimento econômico.

1.2 Funções do orçamento público

Prof. Danilo Vieira

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Texto de Morgado (2014).

Orçamento é um documento que prevê as quantias de moeda que, num período determinado, devem entrar e sair dos cofres públicos, com especificação de suas principais fontes de financiamento e das categorias de despesa mais relevantes. Usualmente formalizado através de Lei, proposta pelo Poder Executivo e apreciada pelo Poder Legislativo na forma definida da Constituição. Instrumento de caráter político, econômico, gerencial e financeiro.

Programa que contém planos de custeio dos serviços públicos, investimentos, inversões e obtenção de recursos. A execução desse programa de trabalho exige autorização prévia do órgão de representação popular. A forma material de expressar sua autorização é a lei.

Ó orçamento é um processo de planejamento contínuo e dinâmico utilizado pelo Estado, para demonstrar seus planos e programas de trabalho por determinado período de tempo. Contém a estimativa das receitas já criadas conforme legislação, despesas previstas para a manutenção das atividades do Estado e a execução dos projetos estabelecidos nos planos e programas de Governo. É proposto pelo Poder Executivo para um período financeiro, e aprovado pelo Poder Legislativo, passando por exame, discussão, emenda e aprovação.

A proposta orçamentária é o conjunto de documentos sintéticos e analíticos, enviados a Casa Legislativa demonstrando os planos de Governo. Deve ser elaborada em obediência as disposições contidas na Lei Federal n° 4.320/64 que estatui as normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Após a aprovação, a proposta orçamentária passa a ser orçamento público e/ou orçamento-programa público. Somente após a publicação da lei, o Chefe do Poder Executivo poderá, no exercício financeiro seguinte, dar início à execução dos seus planos. Passa-se, então, das atividades de estimação da receita e da fixação da despesa (proposta orçamentária) às atividades de realização da receita e da despesa (execução orçamentária).

De acordo com o princípio orçamentário da totalidade, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar um único orçamento. Este princípio é mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada nível federativo.

Dos prazos para aprovação: A Constituição Federal remete a Lei Complementar à fixação de prazos para o processo de

aprovação do orçamento da União. Nos Estados e Municípios os prazos são estabelecidos, respectivamente, pelas constituições

estaduais e municipais, que deverão apreciar a proposta orçamentária no exercício financeiro que a receberem para entrar em vigor no exercício subsequente, já em forma de lei.

Se o projeto for rejeitado pelo Poder Legislativo, subsistirá, para o ano seguinte, a Lei Orçamentária do exercício em curso.

Por sua vez, o Legislativo - federal, estadual ou municipal - considerará o orçamento vigente como proposta se, no prazo constitucional não receber do Executivo a proposta orçamentária.

Conteúdo da Lei Orçamentária: A lei que aprova o orçamento não poderá conter matéria estranha à previsão da receita e da fixação

da despesa (princípio da exclusividade, consagrado na CF), exceção feita à autorização ao Poder

2 Orçamento público. 2.1 Conceito 2.2 Técnicas orçamentárias. 2.3 Princípios orçamentários. 2.4 Ciclo orçamentário. 2.5 Processo

orçamentário.

Prof. Danilo Vieira

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Executivo para abrir créditos suplementares e para realizar operações de crédito por antecipação de receita.

A Lei do Orçamento compreenderá todas as despesas e todas as receitas do Estado, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei, com exceção das operações de créditos por antecipação de receita.

Períodos de Atividades do Orçamento Público: A elaboração do orçamento obedece às diretrizes conceituais dos princípios orçamentários. O

orçamento é elaborado para o período de 01 (um) ano. As despesas são rigorosamente discriminadas, conforme dispõem os princípios orçamentários da anualidade e da especificação. Alguns dos mais importantes princípios orçamentários discutidos doutrinariamente pela Ciência das Finanças estão consagrados em nossa legislação financeira: anualidade, especificação, exclusividade, unidade e universalidade. Alguns outros princípios são observados tradicionalmente: clareza, exatidão, publicidade, etc.

Tanto a receita (recursos financeiros), como a despesa (aplicações), tem três períodos de atividades extremamente importantes: a) período de estimação da receita e da fixação da despesa (proposta orçamentária); b) período de realização da receita e da despesa (execução orçamentária); c) período de confrontações das receitas estimadas com as realizadas e das despesas fixadas com as realizadas; os resultados desse período servirão de base à elaboração da proposta orçamentária do ano seguinte.

Princípios Orçamentários São regras fundamentais e norteadoras da prática orçamentária. Conjunto de premissas que devem

ser observadas durante cada etapa da elaboração orçamentária. ­ Anualidade: O orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. Conforme a

legislação brasileira, o exercício financeiro precisa coincidir com o ano civil. A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF vem reforçar este princípio ao estabelecer que as obrigações assumidas no exercício sejam compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício.

­ Clareza: O orçamento deve ser claro e de fácil compreensão a qualquer indivíduo. ­ Equilíbrio: Os valores autorizados para a realização das despesas no exercício deverão ser

compatíveis com os valores previstos para a arrecadação das receitas. ­ Exclusividade: a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à fixação das despesas e à

previsão das receitas (exceção Constitucional – autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operação de crédito).

­ Legalidade: A elaboração do orçamento deve observar as limitações legais em relação aos gastos e às receitas e, em especial, ao que se segue quanto às vedações impostas pela Constituição.

­ Publicidade: Garantia da transparência e pleno acesso a qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes.

­ Unidade Orçamentária: O orçamento é uno, ou seja, todas as receitas e despesas devem estar contidas numa só lei orçamentária. No âmbito de cada esfera de Governo (União, estados e municípios) deve existir apenas um só orçamento para um exercício financeiro.

­ Uniformidade: Os dados apresentados devem ser homogêneos nos exercícios, no que se refere à classificação e demais aspectos envolvidos na metodologia de elaboração do orçamento, permitindo comparações ao longo do tempo.

­ Universalidade: Todas as receitas e todas as despesas devem constar da lei orçamentária, não podendo haver omissão.

­ Orçamento Bruto: Todas as receitas e despesa devem constar na peça orçamentária com seus valores brutos e não líquidos.

­ Não afetação (ou não vinculação) das receitas: Nenhuma parcela da receita poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos ou determinados gastos. No entanto, há exceções. Exceção da Não afetação da receita:

• repartição do produto da arrecadação dos impostos; • a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para a manutenção do

ensino; • a prestação de garantias às operações de créditos por antecipação da receita. ­ Descentralização: É preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus

beneficiários. Com essa prática, a cobrança dos resultados tende a ser favorecida, dada a proximidade entre o cidadão, beneficiário da ação e a unidade administrativa que a executa.

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­ Responsabilização: Os gerentes/administradores devem assumir de forma personalizada a responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a solução ou o encaminhamento de um problema.

­ Simplificação: o planejamento e o orçamento devem basear-se a partir de elementos de fácil compreensão.

O orçamento é um instrumento de planejamento e execução das Finanças públicas. Na atualidade o

conceito está intimamente ligado à previsão das Receitas e fixação das Despesas públicas. No Brasil, sua natureza jurídica é considerada como sendo de lei em sentido formal, apenas. Isso guarda relação com o caráter de autorização das despesas públicas ali previstas.

O orçamento e estimativa das receitas e autorização para realização de despesas da administração pública direta e indireta em um determinado exercício, que, no Brasil, coincide como o ano civil.

O estudo do orçamento público retorna à década de 1920 nos Estados Unidos. Ou mesmo anteriormente, só sendo possível devido à Revolução Industrial. A gestão empresarial deu enormes saltos de qualidade, propiciando o desenvolvimento de diversas técnicas de gestão e de elaboração do orçamento. Fayol, em sua obra "Administração Industrial e Geral", já defendia que as empresas eram conjuntos de funções (técnicas, comerciais, financeiras, segurança, contábeis e administrativas).

Com o desenvolvimento do pensamento empresarial e acadêmico, que efetua o acompanhamento e controle da Função Administrativa estatal, era necessário estabelecer mecanismos que proporcionassem bases seguras para a condução das atividades empresariais. Neste contexto, surgiram as técnicas orçamentárias mais conhecidas: - Orçamento Tradicional; - Orçamento Base Zero; - Orçamento de Desempenho; - Orçamento-Programa; - Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento; - Sistema de Racionalização do Orçamento; - dentre outras técnicas. Assim, o conceito de orçamento público varia dependendo do ângulo em que o observa, podendo adquirir definições variadas.

A função do Orçamento é permitir que a sociedade acompanhe o fluxo de recursos do Estado (receitas e despesas). Para isto, o governo traduz o seu plano de ação em forma de lei. Esta lei passa a representar seu compromisso executivo com a sociedade que lhe delegou poder.

O projeto de lei orçamentária é elaborado pelo Executivo, e submetido à apreciação do Legislativo, que pode realizar alterações no texto final. A partir daí, o Executivo deve promover sua implementação de forma eficiente e econômica, dando transparência pública a esta implementação. Por isso o orçamento é um problema quando uma administração tem dificuldades para conviver com a vontade do Legislativo e da sociedade: devido à sua força de lei, o orçamento é um limite à sua ação.

Em sua expressão final, o orçamento é um extenso conjunto de valores agrupados por unidades orçamentárias, funções, programas, atividades e projetos. Com a inflação, os valores não são imediatamente compreensíveis, requerendo vários cálculos e o conhecimento de conceitos de matemática financeira para seu entendimento. Isso tudo dificulta a compreensão do orçamento e a sociedade vê debilitada sua possibilidade de participar da elaboração, da aprovação, e, posteriormente, acompanhar a sua execução.

Pode-se melhorar a informação oferecida aos cidadãos sem dificultar o entendimento, através da técnica chamada análise vertical, agrupando as receitas e despesas em conjuntos (atividade, grupo, função), destacando-se individualmente aqueles que tenham participação significativa. É apresentada a participação percentual dos valores destinados a cada item no total das despesas ou receitas.

Em vez de comunicar um conjunto de números de difícil entendimento ou valores sem base de comparação, é possível divulgar informações do tipo "a prefeitura vai gastar 15% dos seus recursos com pavimentação", por exemplo.

Outra análise que pode ser realizada é a análise horizontal do orçamento. Esta técnica compara os valores do orçamento com os valores correspondentes nos orçamentos

anteriores (expressos em valores reais, atualizados monetariamente, ou em moeda forte). Essas técnicas e princípios de simplificação devem ser aplicados na apresentação dos resultados da

execução orçamentária (ou seja, do cumprimento do orçamento), confrontando o previsto com o realizado em cada período e para cada rubrica. Deve-se apresentar, também, qual a porcentagem já recebida das receitas e a porcentagem já realizada das despesas.

É fundamental que a peça orçamentária seja convertida em valores constantes, permitindo avaliar o montante real de recursos envolvidos.

Outra forma de alteração do valor real é através das margens de suplementação. Para garantir flexibilidade na execução do orçamento, normalmente são previstas elevadas margens de suplementação, o que permite um uso dos recursos que modifica profundamente as prioridades estabelecidas.

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Com a indexação orçamentária mensal à inflação real, consegue-se o grau necessário de flexibilidade na execução orçamentária, sem permitir burlar o orçamento através de elevadas margens de suplementação. Pode-se restringir a margem a um máximo de 3%.

Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É preciso apresentar as condições que permitiram os níveis previstos de entrada e dispêndio de recursos.

No caso da receita, é importante destacar o nível de evolução econômica, as melhorias realizadas no sistema arrecadador, o nível de inadimplência, as alterações realizadas na legislação, os mecanismos de cobrança adotados.

No caso da despesa, é importante destacar os principais custos unitários de serviços e obras, as taxas de juros e demais encargos financeiros, a evolução do quadro de pessoal, a política salarial e a política de pagamento de empréstimos e de atrasados.

Os resultados que a simplificação do orçamento geram são, fundamentalmente, de natureza política. Ela permite transformar um processo nebuloso e de difícil compreensão em um conjunto de atividades caracterizadas pela transparência.

Como o orçamento passa a ser apresentado de forma mais simples e acessível, mais gente pode entender seu significado. A sociedade passa a ter mais condições de fiscalizar a execução orçamentária e, por extensão, as próprias ações do governo municipal. Se, juntamente com esta simplificação, forem adotados instrumentos efetivos de intervenção da população na sua elaboração e controle, a participação popular terá maior eficácia.

Apesar dos muitos avanços alcançados na gestão das contas públicas no Brasil, a sociedade ainda não se desfez da sensação de caixa preta quando se trata de acompanhar as contas públicas.

A gestão das contas públicas brasileiras passou por melhorias institucionais tão expressivas que é possível falar-se de uma verdadeira revolução. Mudanças relevantes abrangeram os processos e ferramentas de trabalho, a organização institucional, a constituição e capacitação de quadros de servidores, a reformulação do arcabouço legal e normativo e a melhoria do relacionamento com a sociedade, em âmbito federal, estadual e municipal.

Os diferentes atores que participam da gestão das finanças públicas tiveram suas funções redefinidas, ampliando-se as prerrogativas do Poder Legislativo na condução do processo decisório pertinente à priorização do gasto e à alocação da despesa.

Esse processo se efetivou fundamentalmente pela unificação dos orçamentos do Governo Federal, antes constituído pelo orçamento da União, pelo orçamento monetário e pelo orçamento da previdência social.

Criou-se a Secretaria do Tesouro Nacional, em processo em que foram redefinidas as funções do Banco do Brasil, do Banco Central e do Tesouro Nacional.

Consolidou-se a visão de que o horizonte do planejamento deve compreender a elaboração de um Plano Plurianual (PPA) e, a cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que por sua vez deve preceder a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).

Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal, reconhecendo-se que os resultados fiscais e, por consequência, os níveis de endividamento do Estado, não podem ficar ao sabor do acaso, mas devem decorrer de atividade planejada, consubstanciada na fixação de metas fiscais.

A transparência dos gastos públicos tornou-se possível graças à introdução de modernos recursos tecnológicos, propiciando registros contábeis mais ágeis e plenamente confiáveis.

A execução orçamentária e financeira passou a contar com facilidades operacionais e melhores mecanismos de controle.

Por consequência, a atuação dos órgãos de controle tornou-se mais eficaz, com a adoção de novo instrumental de trabalho, como a introdução do SIAFI e da conta única do Tesouro Nacional, acompanhados de diversos outros aperfeiçoamentos de ferramentas de gestão.

O Orçamento Tradicional busca assegurar o controle político das atividades governamentais. Detalha o que o governo gasta, enfatiza os elementos de despesa.

O Orçamento Base Zero consiste em um orçamento por programas. Utiliza-se de todo o processo operacional de planejamento e orçamento, fundamentado na preparação de pacotes de decisão, para escolha do nível de objetivo ditado pela ponderação da equação de custos e benefícios. É uma técnica para a elaboração do orçamento, cujas principais características são a revisão crítica dos gastos tradicionais de cada área e a criação de alternativas para facilitar a escala de prioridades a serem levadas para decisão superior. Para implantação desta técnica é necessário que os executivos estabeleçam os parâmetros de cada programa, a identificação das áreas de decisão, permitam também que cada gerente destas áreas estabeleça três níveis de gasto para cada programa (nível mínimo, atual e mais elevado) e que em cada nível da organização seja efetuada a classificação ou atribuição de prioridades.

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Orçamento Desempenho: é aquele que apresenta os propósitos e objetivos para os quais os créditos se fazem necessários, os custos dos programas propostos para atingir àqueles objetivos e dados quantitativos que meçam as realizações e o trabalho levado a efeito em cada programa.

O Orçamento Programa: é um instrumento de planejamento que permite identificar os programas, os projetos e as atividades que o Governo pretende realizar, além de estabelecer os objetivos, as metas, os custos e os resultados esperados e oferecer maior transparência dos gastos públicos. A concepção e a técnica deste orçamento são conhecidas há bastante tempo, inclusive no Brasil. Apesar dos avanços ocorridos durante a segunda metade do século XX, representados, por exemplo, pela adoção, em 1974, da chamada classificação funcional-programática, foi apenas com a edição do Decreto 2.829/1998 e das demais normas que disciplinaram a elaboração do Plano Plurianual 2000-2003 e dos orçamentos anuais a ele vinculados, que os esforços de implementação do orçamento-programa na área federal tiveram início efetivamente.

Ciclo Orçamentário Sequência de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo orçamentário. A

maioria dos autores adota como fases do ciclo orçamentário as seguintes: elaboração, apreciação legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, se inicia o ciclo seguinte. Corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público, desde sua concepção até a avaliação final.

O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser definido como um processo contínuo, dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os programas do setor público nos aspectos físicos e financeiro, corresponde, portanto, ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público. Preliminarmente é conveniente ressaltar que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual se executa o orçamento, correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário.

No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 de janeiro encerra em 31 de dezembro de cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei nº 4.320/64. Por outro lado, o ciclo orçamentário é um período muito maior, iniciando com o processo de elaboração do orçamento, passando pela execução e encerramento com o controle.

Identifica-se, basicamente, algumas etapas no ciclo ou processo orçamentário: Programação; Elaboração da proposta orçamentária; Discussão e aprovação da Lei do Orçamento; Execução orçamentária e financeira; Acompanhamento; Controle; Revisão dos Planos. Elaboração dos projetos orçamentários e sua tramitação no Congresso Nacional A lei orçamentária tem sua origem na proposta orçamentária, cuja elaboração cabe ao Poder

Executivo porque é quem administra, conhecendo, portanto, melhor as suas necessidades. Por outro lado, ninguém melhor que o Poder Executivo para dizer onde se deve buscar os recursos de que carece, e, além do mais, tem à sua disposição os funcionários que lhe podem fornecer os dados corretos referentes à situação financeira do país.

A competência do Poder Executivo para elaboração da proposta orçamentária está consagrada universalmente, não tendo vingado as experiências feitas nos Estados Unidos e na França no sentido de atribuí-la ao Poder Legislativo.

Todavia, há quem defenda esta última orientação sob o fundamento de preservar a plena competência do Congresso Nacional na parte mais necessária aos reclamos da coletividade e porque os representantes do povo são os que mais conhecem as necessidades da comunidade social.

Entretanto, parece-nos mais correta a atribuição de tal iniciativa ao Poder Executivo, conforme, aliás, determina o art. 165 da Constituição Federal, em consonância com o art. 84, XXIII.

É constitucionalmente proibido o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual. Caso o gestor necessite iniciar um novo programa/projeto, deverá apresentar projeto de lei para crédito especial com vistas a atender ao novo programa/projeto.

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Ausência de Lei Complementar A Constituição de 1988, no inciso I do§ 9º do art. 165, estabelece que cabe à lei complementar

dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

Enquanto não for aprovada a referida lei complementar, devem ser obedecidas as seguintes normas do § 2º do art. 35, do Às todas as Disposições Constitucionais Transitórias, aplicável no caso em tela:

a) O projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

b) O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;

c) O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Prorrogação do Orçamento Anterior A Constituição de 1969 dispunha, no art.66, que o projeto de lei orçamentária anual devia ser

enviado pelo Presidente da República, ao Congresso Nacional, até quatro meses antes do início do exercício financeiro seguinte.

E se, até trinta dias antes do encerramento do exercício financeiro, o Poder Legislativo não o devolvesse para sanção, seria promulgado como lei.

A Constituição atual silencia quanto à hipótese de o Poder Legislativo não devolver o projeto de lei orçamentária anual no prazo referido no inciso III do art. 35 antes citado, por não tê-lo votado até o início do exercício financeiro seguinte.

Todavia, a Lei nº 7.800, de10-7-89 (Lei de Diretrizes Orçamentárias), em seu art. 5º, determina a prorrogação do orçamento anterior, na razão de 1/12 das dotações, até que o novo venha a ser publicado.

Apreciação do Congresso Nacional Dispondo da mesma forma que a Constituição anterior, o art. 166 da CF de 1988 prescreve que os

projetos orçamentários devem ser apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum, e é lógico que a votação deve ser em conjunto.

“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento

anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas

anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos

nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,

excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando

incompatíveis com o plano plurianual.

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§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.”

Competência da Comissão Mista Dispõe o § 1º do art. 166 da Constituição de 1988 que o Congresso Nacional deverá constituir uma

Comissão Mista de Senadores e Deputados, de natureza permanente, para examinar e emitir parecer sobre os projetos orçamentários. Prescreve o § 2º do mesmo dispositivo legal que qualquer emenda deve ser apresentada na mencionada Comissão, que emitirá parecer, para ser apreciada, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

A Constituição anterior (art. 66, § 3º) considerava conclusiva e final o parecer da referida Comissão, somente admitindo a votação em plenário de emenda aprovada ou rejeitada na Comissão, em havendo requerimento assinado por um terço dos membros da Câmara dos Deputados e mais um terço de membros do Senado. Pela Constituição atual, como se disse anteriormente, cabe à Comissão Mista apenas dar parecer sobre a emenda, pois a apreciação caberá ao Plenário das duas Casas do Congresso.

Execução Do Orçamento Publicada a lei orçamentária, os órgãos públicos competentes deverão tomar imediatamente as

medidas iniciais pertinentes à sua execução, especialmente quanto à denominada “programação”, conforme preceituam o art. 70 do Decreto-lei nº 200, de 25-02-67, e os arts. 47a 50 da Lei nº 4.320.

O Orçamento Público é um documento legal, que contém a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas pelo Governo em determinado exercício, geralmente um ano. No entanto, para que o orçamento seja elaborado corretamente, ele precisa se basear em estudos e documentos cuidadosamente tratados que irão compor todo o processo de elaboração orçamentária do governo.

No Brasil, o Poder Executivo elabora o texto do Orçamento Geral da União e o entrega ao Poder Legislativo para discussão, aprovação e conversão em lei. O documento contém a estimativa de arrecadação das receitas federais para o ano seguinte e a autorização para a realização de despesas do Governo. Porém, está atrelado a um forte sistema de planejamento público das ações a realizar no exercício. O Orçamento Geral da União é composto pelo:

Orçamento Fiscal, Orçamento da Seguridade Social e Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais.

3 O orçamento público no brasil. 3.1 Sistema de planejamento e de orçamento federal. 3.2 Plano plurianual. 3.3 Diretrizes orçamentárias. 3.4 Orçamento anual. 3.5 outros planos e programas. 3.6 Sistema e processo de orçamentação. 3.7 Classificações orçamentárias. 3.8 estrutura programática. 3.9 Créditos ordinários e adicionais.

Prof. Danilo Vieira

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Os princípios básicos para elaboração e controle dos Orçamentos Públicos são definidos pela Constituição, por meio da Lei 4.320/64, no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na recente Lei de Responsabilidade Fiscal.

O cidadão tem o direito de verificar a destinação dos recursos que o governo recolhe sob a forma de impostos. Nenhuma despesa pública pode ser realizada sem estar fixada no Orçamento. Por este motivo, o orçamento público é planejado por meio do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal.

O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal é organizado e disciplinado pela Lei Nº

10.180, de 6 de fevereiro de 2001. A Medida Provisória nº 2.112-88, de 2001 foi aprovada para os efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal.

Dessa forma, as finalidades do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal são: I - formular o planejamento estratégico nacional; II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social; III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais; IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal; V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, visando a

compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, distrital e municipal.

O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal compreende as atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de realização de estudos e pesquisas socioeconômicas. E integram:

o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central; órgãos setoriais: são unidades de planejamento e orçamento dos Ministérios, da Advocacia-Geral

da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República. órgãos específicos: são as unidades vinculadas ou subordinadas ao órgão central do Sistema,

cuja missão está voltada para as atividades de planejamento e orçamento.

As unidades responsáveis pelas atividades de planejamento: I - elaborar e supervisionar a execução de planos e programas nacionais e setoriais de

desenvolvimento econômico e social; II - coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metas e prioridades da

Administração Pública Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, bem como de suas alterações, compatibilizando as propostas de todos os Poderes, órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal com os objetivos governamentais e os recursos disponíveis;

III - acompanhar física e financeiramente os planos e programas referidos no planejamento I e II, bem como avaliá-los, quanto à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar o processo de alocação de recursos públicos, a política de gastos e a coordenação das ações do governo;

IV - assegurar que as unidades administrativas responsáveis pela execução dos programas, projetos e atividades da Administração Pública Federal mantenham rotinas de acompanhamento e avaliação da sua programação;

V - manter sistema de informações relacionados a indicadores econômicos e sociais, assim como mecanismos para desenvolver previsões e informação estratégica sobre tendências e mudanças no âmbito nacional e internacional;

VI - identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos do Governo, suas fontes de financiamento e sua articulação com os investimentos privados, bem como prestar o apoio gerencial e institucional à sua implementação;

VII - realizar estudos e pesquisas socioeconômicas e análises de políticas públicas; VIII - estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atuação das empresas estatais. Já às unidades responsáveis pelo Orçamento Federal compete: I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração dos projetos da lei de diretrizes orçamentárias

e da lei orçamentária da União, compreendendo os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais;

II - estabelecer normas e procedimentos necessários à elaboração e à implementação dos orçamentos federais, harmonizando-os com o plano plurianual;

III - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo orçamentário federal;

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IV - acompanhar e avaliar a execução orçamentária e financeira, sem prejuízo da competência atribuída a outros órgãos;

V - estabelecer classificações orçamentárias, tendo em vista as necessidades de sua harmonização com o planejamento e o controle;

VI - propor medidas que objetivem a consolidação das informações orçamentárias das diversas esferas de governo.

Plano Plurianual O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento previsto no art. 165 da Constituição Federal destinado a

organizar e viabilizar a ação pública, com vistas a cumprir os fundamentos e os objetivos da República. Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do governo para um período de quatro anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas.

É o instrumento de planejamento que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O PPA declara as escolhas pactuadas com a sociedade e contribui para viabilizar os objetivos fundamentais da República. Além disso, organiza a ação de governo na busca de um melhor desempenho da Administração Pública.

O PPA apresenta uma parte dos recursos financeiros orçamentários (esferas “Fiscal e Seguridade Social” e “Investimentos das Estatais”) arrecadados pelo Governo, mas também faz uso de recursos que não estão no orçamento, valores que podem ser originários de agências oficiais de crédito (exemplos: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, etc.), de fundos administrados pelo Governo (ex: FAT - fundo de Amparo ao Trabalhador), de incentivos ou renúncias fiscais, de parcerias com o setor privado, entre outras possibilidades. Diferentemente da Lei Orçamentária Anual (LOA), o PPA não apresenta os Programas classificados como Operação Especial. Atualmente, a peça orçamentária de cada exercício anual permite visualizar o tipo de recurso que está financiando determinada ação orçamentária.

A gestão do PPA ocorre, principalmente, com base no monitoramento dos Programas, Objetivos, Metas e Iniciativas, dedicando especial atenção aos meios mais eficazes para possibilitar a execução necessária ao desenvolvimento do País. É importante destacar que o conceito de gestão associado ao Plano Plurianual - PPA dialoga com a criação de condições objetivas que favoreçam a execução, de forma que o conceito de resultado está associado à abertura de canais que ampliem a escala de entregas do Estado.

O PPA confere um tratamento especial à transversalidade e à multissetorialidade, institutos que permitem identificar públicos ou políticas específicas em determinados setores de atuação do governo. É o caso, por exemplo, da declaração e identificação da política para as mulheres (público) no interior da política de desenvolvimento agrário (setor). Por meio das agendas transversais do PPA, por exemplo, é possível combinar diferentes Objetivos, Metas e Iniciativas, criando condições para uma abordagem mais adequada da relação entre os programas, além de permitir a análise e o acompanhamento de políticas públicas integradas.

Dessa forma, a atual estrutura do PPA ampliou as possibilidades das políticas para as mulheres, raça, criança e adolescente, idoso, LGBT, quilombola, povos e comunidades tradicionais, juventude e pessoa com deficiência. O Plano apresenta a visão de futuro para o País, macrodesafios e valores que guiam o comportamento para o conjunto da Administração Pública Federal. Por meio dele o governo declara e organiza sua atuação, a fim de elaborar e executar políticas públicas necessárias. O Plano permite também, que a sociedade tenha um maior controle sobre as ações concluídas pelo governo.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estabelece as metas e prioridades para o exercício

financeiro seguinte; orienta a elaboração do Orçamento; dispõe sobre alteração na legislação tributária; estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento. Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, em conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. Por determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano.

É o instrumento por meio do qual o governo estabelece as principais diretrizes e metas da Administração Pública para o prazo de um exercício. Ela estabelece um elo entre o Plano Plurianual de Ação Governamental e a Lei Orçamentária Anual, uma vez que reforça quais programas relacionados no PPAG terão prioridade na programação e execução orçamentária.

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Conforme disposto na Constituição Federal, compete à LDO traçar diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária Anual do exercício subsequente a sua aprovação, assegurar o equilíbrio fiscal das contas públicas, dispor sobre alteração na legislação tributária e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras de fomento. Fora as exigências constitucionais, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ampliou as atribuições da LDO conferindo-a o papel de apresentar os resultados fiscais de médio prazo para a administração pública.

O projeto de Lei da LDO, que contém a consolidação das propostas parciais de cada Poder (Legislativo, Judiciário, Ministério Público, e Defensoria Pública), é elaborado pelo chefe do Poder Executivo auxiliado por seu corpo técnico da Secretária de Estado de Planejamento e Gestão. Ele deve ser encaminhado à Assembléia Legislativa do Estado até o dia 15 de abril para ser aprovado na primeira sessão legislativa. Compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Ciclo orçamentário Sequência de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo orçamentário. A

maioria dos autores adota como fases do ciclo orçamentário as seguintes: elaboração, apreciação legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, se inicia o ciclo seguinte. Corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público, desde sua concepção até a avaliação final.

O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser definido como um processo contínuo, dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os programas do setor público nos aspectos físicos e financeiro, corresponde, portanto, ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público. Preliminarmente é conveniente ressaltar que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual se executa o orçamento, correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário.

Orçamento anual No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 de janeiro encerra em

31 de dezembro de cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei nº 4.320/64. Por outro lado, o ciclo orçamentário é um período muito maior, iniciando com o processo de elaboração do orçamento, passando pela execução e encerramento com o controle.

Outros planos e programas O orçamento da União contém programas sociais do governo para diversas áreas de atuação, como

saúde, educação e segurança alimentar, e para diversos grupos de beneficiários, como mulheres, crianças e quilombolas. Por meio de parcerias com organizações da sociedade civil que acompanham segmentos específicos das políticas públicas, identificamos e destacamos os diversos „orçamentos temáticos‟ contidos no orçamento da União, de modo a facilitar o acesso à informação pelos interessados. Por exemplo:

Orçamento da Educação: contém ações que impactam a qualidade e disponibilidade de serviços de educação para a população. Como forma de apoiar a atuação das entidades que fazem o acompanhamento das políticas educacionais, identifica-se, destaca-se e disponibiliza-se as ações de educação contidas no orçamento da União.

Orçamento da Mulher: é um extrato do orçamento da União contendo as ações que, segundo a metodologia adotada, impactam a qualidade de vida das mulheres brasileiras. Foi organizado em parceria com o Centro Feminista de Estudos e Assessoria - CFEMEA, para facilitar o acompanhamento do processo orçamentário pelas entidades voltadas para as políticas da mulher.

Orçamento da Saúde: contém ações que impactam a qualidade da saúde dos cidadãos e a disponibilidade de serviços de saúde para a população. Por meio de parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ, que desenvolve o portal ParticipanetSUS, as ações de saúde contidas no orçamento da União são identificadas e destacadas, de modo a apoiar a atuação das instituições responsáveis pelo controle social, a exemplo dos Conselhos de Saúde, no acompanhamento do processo de elaboração e execução das despesas públicas.

Orçamento da segurança alimentar: é um extrato do orçamento da União contendo as ações que, segundo a metodologia adotada, promovem uma alimentação saudável, acessível, permanente e de qualidade para os cidadãos. Foi elaborado em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos –

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INESC, para facilitar o acompanhamento do processo orçamentário pelas entidades integrantes do Conselho Nacional de Segurança Alimentar – CONSEA e outras organizações da sociedade civil.1

Sistema e processo de orçamentação O Sistema de Orçamento tem por finalidade formular o Plano Plurianual, as diretrizes orçamentárias

e os orçamentos anuais; gerenciar o processo de orçamento e promover a articulação entre os outros níveis do governo.

Classificações orçamentárias As classificações são numerações utilizadas para facilitar e padronizar as informações que se deseja

obter. Pela classificação é possível visualizar o orçamento por Poder, por função de governo, por subfunção, por programa, por categoria econômica. A classificação funcional-programática representou um grande avanço na técnica de apresentação orçamentária. Ela permitiu a vinculação das dotações orçamentárias a objetivos de governo que, por sua vez, eram viabilizados pelos programas de governo. Esse enfoque permitiu uma visão do "que o governo faz", o que tinha significado bastante diferente do critério anterior, que visualizava o "que o governo comprava". A partir do orçamento do ano 2000, diversas modificações foram estabelecidas na classificação vigente, procurando-se privilegiar o aspecto gerencial do orçamento, com adoção de práticas simplificadoras e descentralizadoras.

Despesa orçamentária pública é aquela executada por entidade pública e que depende de

autorização legislativa para sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais. É o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade.

A classificação da despesa orçamentária, segundo a sua natureza, compõe-se de: I – Categoria Econômica; II – Grupo de Natureza da Despesa; e III – Elemento de Despesa. A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada “modalidade de

aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro Ente da Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

1 Mais informações sobre programas do orçamento federal podem ser obtidas no site:

http://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2013-1/arquivos-cadastro-de-acoes/todos-os-programas-por-ordem-alfabetica.

Plano Plurianual

(PPA)

Lei Das Diretrizes

Orçamentárias (LDO)

Plano Plurianual

(PPA)

Consolida, qualifica a programação do governo para os 4 anos subsequentes.

Estabelece prioridades na programação do governo subsequente

Destina recursos à programação para o ano subsequente Segundo a orientação da LDO

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Estrutura da Natureza da Despesa Orçamentária Os arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/1964, tratam da classificação da despesa orçamentária por categoria

econômica e elementos. Assim como na receita orçamentária, o art. 8º estabelece que os itens da discriminação da despesa orçamentária mencionados no art. 13 serão identificados por números de código decimal, na forma do Anexo IV daquela Lei, atualmente consubstanciados na Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2001, e constantes do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Procedimentos Contábeis Orçamentários.

O conjunto de informações que constitui a natureza de despesa orçamentária forma um código estruturado que agrega a categoria econômica, o grupo, a modalidade de aplicação e o elemento.

O código da natureza de despesa orçamentária é composto por seis dígitos, desdobrado até o nível de elemento. Na União o desdobramento da despesa é feito, obrigatoriamente, até o nível de subitem, ficando composto por oito dígitos.

Para a União a Natureza da Despesa - ND, é desdobrada da seguinte forma: X – Categoria Econômica; X – Grupo de despesa; XX – Modalidade de Aplicação; XX – Elemento de despesa; XX – Subitem da natureza da despesa A classificação da Reserva de Contingência bem como a Reserva do Regime Próprio de Previdência

Social - RPPS, quanto à natureza da despesa orçamentária, serão identificadas com o código “9.9.99.99.99”, conforme estabelece o parágrafo único do art. 8º da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001.

A despesa é classificada em duas categorias econômicas: 1. Despesas Correntes: Classificam-se nessa categoria todas as despesas para manutenção e

funcionamento dos serviços públicos em geral, são despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Exemplos: material gráfico, manutenção e conservação de equipamento de processamento de dados; pen-drive; peças de informática para reposição imediata ou para estoque, despesas com diárias pagas a prestadores de serviços para a administração pública, manutenção de software, suporte de infraestrutura de T.I., suporte a usuários de T.I.

2. Despesas de Capital: Classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuirão para a

produção ou geração de novos bens ou serviços e integrarão o patrimônio público, ou seja, contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Essas despesas ensejam o registro de incorporação de ativo imobilizado, intangível ou investimento (no caso dos grupos de natureza da despesa 4 – investimentos e 5 – inversões financeiras) ou o registro de desincorporação de um passivo (no caso do grupo de despesa 6 – amortização da dívida). Exemplos: obras e instalações, máquinas e equipamentos, aquisição de software, aquisição de softwares sob encomenda, veículos, bens móveis.

Grupo de Natureza da Despesa É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de

gasto, conforme discriminado a seguir: 1 – Pessoal e Encargos Sociais 2 – Juros e Encargos da Dívida 3 – Outras Despesas Correntes 4 – Investimentos 5 – Inversões Financeiras 6 – Amortização da Dívida 9 – Reserva de Contingência 1 - Pessoal e Encargos Sociais Despesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos,

cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens

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pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da LRF.

Observação: Nesse GND devem ser incluídas somente as despesas com pessoal concursado e os admitidos por processo seletivo simplificado, conforme comentários ao fim do detalhamento dos grupos.

2 - Juros e Encargos da Dívida Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de

crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. 3 - Outras Despesas Correntes Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias,

contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

4 - Investimentos Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com

a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

5 - Inversões Financeiras Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital, em utilização; aquisição de

títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis nesse grupo.

6 - Amortização da Dívida Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização

monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. 9 – Reserva de Contingência Despesas orçamentárias destinadas ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem

como eventos fiscais imprevistos, inclusive a abertura de créditos adicionais.2 Estrutura programática A partir da Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, os programas deixaram de ter o caráter de

classificador e cada nível de governo passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, e originária do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual – PPA.

Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do orçamento anual a partir do programa, “módulo” comum integrador do PPA com o Orçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no programa e o orçamento começa no programa, o que confere a esses documentos uma integração desde a origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre módulos diversificados. O programa age como único módulo integrador, e os projetos e as atividades, como instrumento de realização dos programas.

Cada programa contém, no mínimo, objetivo, indicador que quantifica a situação que o programa tem por fim modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos programas dão origem aos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só pode estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dá origem à meta.

Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação denominada operações especiais. Essas últimas podem fazer parte dos programas quando entendido que efetivamente contribuem para a consecução de seus objetivos. As operações especiais quando associadas a programas finalísticos apresentam, na maioria dos casos, produtos associados. Daí a necessidade de caracterização desses produtos. Quando não, as operações especiais não se vincularão a programas.

2 Texto completo sobre classificações orçamentárias, disponível em:

http://manualsiafi.tesouro.fazenda.gov.br/020000/020300/020332

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A estruturação de programas e respectivos produtos, consubstanciados em projetos e em atividades, é sempre revisada anualmente e seu resultado disponibilizado para que os órgãos setoriais e as unidades orçamentárias apresentem as suas propostas orçamentárias.

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando à solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.

Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em programas, orientados para consecução dos objetivos estratégicos definidos, para o período, no PPA. A ação finalística é a que proporciona bem ou serviço para atendimento direto às demandas da sociedade.

Tipos de programas ­ Programas Finalísticos: são programas que resultam em bens e serviços ofertados diretamente

à sociedade. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa

O indicador quantifica a situação que o programa tenha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto das ações sobre o público alvo.

­ Programas de Gestão de Políticas Públicas: os programas de gestão de políticas públicas assumirão denominação específica de acordo com a missão institucional de cada órgão. Portanto, haverá apenas um programa dessa natureza por órgão. Exemplo: “Gestão da Política de Saúde”.

Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa

Na Presidência da República e nos Ministérios que constituam órgãos centrais de sistemas (Orçamento e Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um programa desse tipo.

Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações de gestão de Governo e serão compostos de atividades de planejamento, orçamento, controle interno, sistemas de informação e diagnóstico de suporte à formulação, coordenação, supervisão, avaliação e divulgação de políticas públicas. As atividades deverão assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial.

­ Programas de Serviços ao Estado: Programas de Serviços ao Estado são os que resultam em bens e serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, indicador(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa.

­ Programa de Apoio Administrativo: o programa de Apoio Administrativo corresponde ao conjunto de despesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem para a consecução dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão de políticas públicas, não são passíveis de apropriação a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de prover os órgãos da União dos meios administrativos para a implementação e gestão de seus programas finalísticos.

Créditos ordinários e adicionais Crédito ordinário é aquele aprovado pela lei orçamentária anual e que consta no orçamento fiscal, da

seguridade social e do investimento das empresas estatais. A quantia monetária (dotação) que consta no crédito orçamentário limita o recurso financeiro autorizado.

Pode acontecer de haver um gasto público menor do que o previsto, uma vez que o princípio da eficiência pode motivar gastos menores.

No prazo entre a elaboração e a execução do orçamento podem ocorrer situações que não estavam previstas, dessa forma, o gestor público precisa de flexibilidade para trabalhar, uma vez que os créditos orçamentários iniciais podem sofrer alterações qualitativa e quantitativa por meio de créditos adicionais.

Crédito adicional é a autorização de despesa não computada ou insuficientemente dotada na lei orçamentária, a Lei nº 4.320 de 17 de Março de 1964:

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente

dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais podem ter a abertura já prevista em lei orçamentária, mas que o normal é que eles passem a integrar o orçamento após sua abertura ou que sequer o integrem.

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;

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III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a

classificação da despesa, até onde for possível.

Primeiramente, deve-se identificar algumas etapas no ciclo ou processo orçamentário: • Programação; • Elaboração da proposta orçamentária; • Discussão e aprovação da Lei do Orçamento; • Execução orçamentária e financeira; • Acompanhamento; • Controle; • Revisão dos Planos. Elaboração dos projetos orçamentários e sua tramitação no Congresso Nacional A lei orçamentária tem sua origem na proposta orçamentária, cuja elaboração cabe ao Poder

Executivo porque é quem administra, conhecendo, portanto, melhor as suas necessidades. Por outro lado, ninguém melhor que o Poder Executivo para dizer onde se deve buscar os recursos de que carece, e, além do mais, tem à sua disposição os funcionários que lhe podem fornecer os dados corretos referentes à situação financeira do país.

A competência do Poder Executivo para elaboração da proposta orçamentária está consagrada universalmente, não tendo vingado as experiências feitas nos Estados Unidos e na França no sentido de atribuí-la ao Poder Legislativo.

Todavia, há quem defenda esta última orientação sob o fundamento de preservar a plena competência do Congresso Nacional na parte mais necessária aos reclamos da coletividade e porque os representantes do povo são os que mais conhecem as necessidades da comunidade social.

Entretanto, parece-nos mais correta a atribuição de tal iniciativa ao Poder Executivo, conforme, aliás, determina o art. 165 da Constituição Federal, em consonância com o art. 84, XXIII.

É constitucionalmente proibido o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual. Caso o gestor necessite iniciar um novo programa/projeto, deverá apresentar projeto de lei para crédito especial com vistas a atender ao novo programa/projeto.

Ausência de Lei Complementar A Constituição de 1988, no inciso I do§ 9º do art. 165, estabelece que cabe à lei complementar

dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

Enquanto não for aprovada a referida lei complementar, devem ser obedecidas as seguintes normas do § 2º do art. 35, do Às todas as Disposições Constitucionais Transitórias, aplicável no caso em tela:

a) O projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

b) O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;

4 Programação e execução orçamentária e financeira. 4.1 Descentralização orçamentária e financeira. 4.2 Acompanhamento da

execução. 4.3 Sistemas de informações. 4.4 Alterações orçamentárias.

Prof. Danilo Vieira

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c) O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Prorrogação do Orçamento Anterior A Constituição de 1969 dispunha, no art.66, que o projeto de lei orçamentária anual devia ser

enviado pelo Presidente da República, ao Congresso Nacional, até quatro meses antes do início do exercício financeiro seguinte.

E se, até trinta dias antes do encerramento do exercício financeiro, o Poder Legislativo não o devolvesse para sanção, seria promulgado como lei.

A Constituição atual silencia quanto à hipótese de o Poder Legislativo não devolver o projeto de lei orçamentária anual no prazo referido no inciso III do art. 35 antes citado, por não tê-lo votado até o início do exercício financeiro seguinte.

Todavia, a Lei nº 7.800, de10-7-89 (Lei de Diretrizes Orçamentárias), em seu art. 5º, determina a prorrogação do orçamento anterior, na razão de 1/12 das dotações, até que o novo venha a ser publicado.

Apreciação do Congresso Nacional Dispondo da mesma forma que a Constituição anterior, o art. 166 da CF de 1988 prescreve que os

projetos orçamentários devem ser apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum, e é lógico que a votação deve ser em conjunto.

“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas

anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos

nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,

excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando

incompatíveis com o plano plurianual. § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor

modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.”

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Competência da Comissão Mista Dispõe o § 1º do art. 166 da Constituição de 1988 que o Congresso Nacional deverá constituir uma

Comissão Mista de Senadores e Deputados, de natureza permanente, para examinar e emitir parecer sobre os projetos orçamentários. Prescreve o § 2º do mesmo dispositivo legal que qualquer emenda deve ser apresentada na mencionada Comissão, que emitirá parecer, para ser apreciada, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

A Constituição anterior (art. 66, § 3º) considerava conclusiva e final o parecer da referida Comissão, somente admitindo a votação em plenário de emenda aprovada ou rejeitada na Comissão, em havendo requerimento assinado por um terço dos membros da Câmara dos Deputados e mais um terço de membros do Senado. Pela Constituição atual, como se disse anteriormente, cabe à Comissão Mista apenas dar parecer sobre a emenda, pois a apreciação caberá ao Plenário das duas Casas do Congresso.

Execução Do Orçamento Publicada a lei orçamentária, os órgãos públicos competentes deverão tomar imediatamente as

medidas iniciais pertinentes à sua execução, especialmente quanto à denominada “programação”, conforme preceituam o art. 70 do Decreto-lei nº 200, de 25-02-67, e os arts. 47a 50 da Lei nº 4.320.

Pode-se definir a Execução Orçamentária como sendo a utilização dos créditos consignados no

orçamento. Já a Execução Financeira representa a utilização dos recursos financeiros, visando atender a realização das ações orçamentárias atribuídas a cada unidade. A Contabilidade cuida de registrar esses fatos, consolidando e demonstrando os resultados nas peças contábeis.

No contexto da técnica orçamentária, os termos Crédito e Recurso têm significados distintos. Crédito designa o lado orçamentário, representando a dotação ou autorização de gasto. Já Recurso refere-se ao lado financeiro, indicando dinheiro ou saldo financeiro. Neste sentido, diz-se que ambos são faces de uma mesma moeda.

A lei de responsabilidade fiscal incorporou o entendimento de que, para se garantir que o nível de execução do orçamento seja efetivamente ajustado às novas estimativas de arrecadação, além da programação do fluxo de caixa deverá ser também objeto de programação a parcela de orçamento que cada órgão poderá comprometer. Por conseguinte, a lei determina em seu artigo 8°, que o poder executivo estabeleça a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso até trinta dias depois de publicados os orçamentos, nos termos dispostos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. E, prosseguindo, no artigo 9° estabelece que, ao final de cada bimestre, caso novas estimativas indiquem a possibilidade de frustração da receita anteriormente prevista, e não comportem o cumprimento da meta de resultado primário, os três poderes editarão atos para impor a redução da execução orçamentária mediante limitação do volume da despesa a ser empenhada.

Esse procedimento é efetivado por meio da elaboração de um Decreto de Programação Financeira do Executivo, o qual regulamenta a programação para a realização das ações de governo, ou seja,estabelece a forma e o montante dos dispêndios mensais de gastos do poder público.

A Programação Financeira do Município do exercício de 2012 foi aprovada pelo Decreto nº 22.560 de 26 de janeiro de 2012 fazendo constar no seu art. 2º o acompanhamento de que trata o art. 9º da LRF; “Art. 2º A execução da despesa bem como as disposições estabelecidas no Decreto municipal nº 22.547 de 19 de janeiro de 2012”.

A Programação Financeira compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo

de execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros. Assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação vigente.

Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o órgão central, contando ainda com a participação das Subsecretárias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou equivalentes os órgãos setoriais - OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira

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dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras cabem a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento.

Descentralização de Créditos Orçamentários e Recursos Financeiros Por intermédio da elaboração orçamentária estima-se a receita e fixa-se a despesa para um

determinado exercício. Depois de elaborada, consolidada, aprovada, sancionada e publicada, a LOA permite que os recursos nela previstos sejam aplicados com vistas ao alcance dos objetivos e metas definidos na fase de programação.

A partir daí, começa a fase de execução do orçamento. A execução orçamentária poderá processar- se mediante descentralização de créditos orçamentários que ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento para outras unidades administrativas executar a despesa.

Os créditos orçamentários descentralizado deverão ser empregados obrigatória e integralmente na consecução do objeto previsto pelo programa de trabalho pertinente, respeitada fielmente a classificação funcional programática e econômica da despesa orçamentária. Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão tem-se a descentralização interna, também chamada provisão. Se ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente, ter-se-á uma descentralização externa, também denominada de destaque.

Acompanhamento da execução A Programação Financeira compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo

de execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros. Assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação vigente.

Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o órgão central, contando ainda com a participação das Subsecretárias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou equivalentes os órgãos setoriais - OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras cabem a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento.

O Contingenciamento é um procedimento utilizado pelo Poder Executivo, que consiste no retardamento e, não raro, na inexecução de parte da programação de despesa prevista na lei orçamentária. Considerando que no ordenamento jurídico brasileiro a lei orçamentária tem mantido o seu caráter autorizativo, na questão da despesa, o Poder Executivo tem se valido desse expediente para a consecução de metas de ajuste fiscal, sob o pretexto de adequar a execução da despesa ao fluxo de caixa do Tesouro.

O Limite de Empenho e a Movimentação Financeira seguem os critérios estabelecidos na Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO). Segundo o artigo 9° da Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF), Art. 9° Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário e nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias (LDO). § 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas. § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

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Sistemas de informações No sítio do Senado3 dedicado ao Orçamento Público Federal pode-se encontrar informações sobre o

processo orçamentário, acompanhar a elaboração e execução das leis orçamentárias, consultar emendas parlamentares, verificar as transferências para estados, municípios e entidades privadas, acessar um amplo banco de dados sobre as leis orçamentárias (SIGA Brasil), entre outros.

A Constituição da República Federativa do Brasil determina, em seu art. 70, que cabe ao Congresso Nacional a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.

Atualmente o principal dilema da economia moderna é conseguir encontrar algum tipo de equilíbrio entre os benefícios gerados pela atuação do Estado e os altos custos pagos pela sociedade para financiar tais gastos.

A legislação infraconstitucional reafirma as atribuições do Poder Legislativo em relação ao ciclo orçamentário. Com destaque a Lei de Responsabilidade Fiscal, que dá grande ênfase à publicidade e à transparência, em particular no Capítulo IX, intitulado “Da transparência, controle e fiscalização”, que define os instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais deverá ser dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público.

Foi nesse contexto que o Senado Federal desenvolveu o sistema de informações que viria a se tornar, rapidamente, um importante veículo para o empoderamento da sociedade em sua interlocução com o governo, nos assuntos relacionados a orçamento e finanças. Trata-se do sistema SIGA Brasil, que integra em um único repositório de dados as informações constantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP), Sistema de Elaboração da Lei Orçamentária (SELOR), Sistema de Informação das Estatais (SIEST), Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal (SICONV), além de diversas outras bases.

O SIGA Brasil é um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo e facilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta.

Alterações orçamentárias Como já mencionado, no tópico 3.9 - Créditos ordinários e adicionais, as dotações orçamentárias

podem ser insuficientes ou podem surgir despesas imprevistas. Os Créditos Adicionais podem ser: – Suplementares: reforço de dotações contidas na LOA; – Especiais: sem dotação específica na LOA; e – Extraordinários: urgentes e imprevisíveis Outras alterações orçamentárias consistem na Troca de Fontes de Recursos, Alterações na

Modalidade de Aplicação, no Identificador de Resultado Primário, no Identificador de Uso, no Identificador de Doações e Operações de Crédito e DE/PARA institucional.

As alterações estão previstas na LDO, na LOA e em portarias da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) específicas que estabelecem procedimentos e prazos para solicitações de Fontes de créditos;

• Financiamento: – Cancelamento de dotações; – Superávit Financeiro; – Excesso de arrecadação; – Reserva de Contingência; e – Operações de Créditos, Doações e Convênios. Normatização anual de solicitação de alterações orçamentárias à SOF; • Utilização do Sistema Integrado de Dados Orçamentários – SIDOR para registro das solicitações; • Formas: Projeto de Lei, Decreto e Portaria. As alterações orçamentárias das portarias da SOF: Portaria SOF 158, de 25 de novembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Comissão Nacional de Energia Nuclear, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

3 http://www12.senado.leg.br/orcamento

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Portaria SOF 152, de 21 de novembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF 148, de 19 de novembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Saúde e do Esporte.

Portaria SOF 146, de 19 de novembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação e a Operações Oficiais de Crédito.

Portaria SOF 143, de 17 de novembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente.

Portaria SOF 142, de 17 de novembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério das Relações Exteriores.

Portaria SOF 132, de 30 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos, constantes da Lei nº 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Superior Tribunal de Justiça.

Portaria SOF 130, de 30 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no âmbito de Encargos Financeiros da União.

Portaria SOF nº 129, de 30 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério do Trabalho e Emprego e a Encargos Financeiros da União.

Portaria SOF nº 128, de 30 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes do Decreto de 16 de junho de 2014, no que concerne ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Portaria SOF nº 119, de 20 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 118, de 17 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 115, de 14 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 112, de 13 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério do Trabalho e Emprego e a Encargos Financeiros da União.

Portaria SOF 107, de 3 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos, de programação constante da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

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Portaria SOF 104, de 2 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Advocacia-Geral da União e à Secretaria de Portos.

Portaria SOF 103, de 2 de outubro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa.

Portaria SOF nº 99, de 25 de setembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Portaria SOF nº 98, de 25 de setembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos e a esfera orçamentária constantes das Lei nos 12.952, de 20 de janeiro de 2014, e 13.012, de 16 de julho de 2014, no que concerne aos Ministérios da Educação e do Trabalho e Emprego e a Operações Oficiais de Crédito.

Portaria SOF nº 90, de 11 de setembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no âmbito de Encargos Financeiros da União e de Operações Oficiais de Crédito.

Portaria SOF nº 09, de 09 de setembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no âmbito do Ministério da Integração Nacional e de Operações Oficiais de Crédito.

Portaria SOF nº 84, de 03 de setembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 83, de 02 de setembro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Defesa.

Portaria SOF nº 81, de 29 de agosto de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 80, de 27 de agosto de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 79, de 25 de agosto de 2014: Alterar a nomenclatura da fonte de recursos no Anexo

à Portaria SOF no 1, de 19 de fevereiro de 2001. Portaria SOF nº 78, de 25 de agosto de 2014: Alterar a nomenclatura da fonte de recursos no Anexo

à Portaria SOF no 1, de 19 de fevereiro de 2001. Portaria SOF nº 75, de 13 de agosto de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 73, de 08 de agosto de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no âmbito de Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal.

Portaria SOF nº 72, de 08 de agosto de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Presidência da República.

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Portaria SOF nº 68, de 29 de julho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Advocacia-Geral da União.

Portaria SOF nº 66, de 25 de julho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos de programação constante da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, de Minas e Energia e da Defesa.

Portaria SOF nº 65, de 24 de julho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei nº 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Senado Federal.

Portaria SOF nº 63, de 21 de julho de 2014: Alterar o título da ação “7U28”, constante da LOA-2014,

na unidade “39252 - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT”, no âmbito do órgão “39000 - Ministério dos Transportes”, de “Adequação de Acesso Rodoviário ao Porto de Aratu (BA-524) - na BR-324/BA” para “Adequação de Acesso Rodoviário ao Porto de Aratu (BA-522) - na BR-324/BA”.

Portaria SOF nº 61, de 15 de julho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Defesa.

Portaria SOF nº 59, de 04 de julho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos de programação constante da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Educação.

Portaria SOF nº 55, de 01 de julho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério das Cidades.

Portaria SOF nº 50, de 05 de junho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de Resultado Primário de programações constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério dos Transportes.

Portaria SOF nº 47, de 02 de junho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos, constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a Operações Oficiais de Crédito.

Portaria SOF nº 46, de 02 de junho de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Defesa.

Portaria SOF nº 42, de 21 de maio de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de uso constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Advocacia-Geral da União.

Portaria SOF nº 41, de 21 de maio de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos e os identificadores de uso, constantes da Lei nº 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Senado Federal.

Portaria SOF nº 40, de 20 de maio de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos e os identificadores de uso, constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Secretaria de Direitos Humanos e à Controladoria-Geral da União.

Portaria SOF nº 39, de 20 de maio de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

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Portaria SOF nº 37, de 13 de maio de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos, constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério do Meio Ambiente.

Portaria SOF nº 36, de 13 de maio de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Previdência Social, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Portaria SOF nº 32, de 25 de abril de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos e os identificadores de uso constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Portaria SOF nº 30, de 15 de abril de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Presidência da República e ao Ministério da Fazenda.

Portaria SOF nº 29, de 14 de abril de 2014: Modificar, parcialmente, na forma dos Anexos I e II desta

Portaria, as fontes de recursos, constantes do Decreto de 17 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Educação, da Justiça, da Saúde, do Desenvolvimento Agrário, do Esporte, da Integração Nacional, do Turismo e das Cidades.

Portaria SOF nº 28, de 11 de abril de 2014: Alterar o título da ação “00OB” e do respectivo subtítulo,

constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, Lei Orçamentária de 2014, na unidade “71118 - Recursos sob Supervisão do Ministério de Minas e Energia”, no âmbito do órgão “71000 - Encargos Financeiros da União”, de “Auxílio à Conta de Desenvolvimento Energético (Medida Provisória no 615, de 17 de maio de 2013)” para “Auxílio à Conta de Desenvolvimento Energético (Leis nos 10.438, de 26/04/2002, e 12.783, de 11/01/2013)”.

Portaria SOF nº 23, de 17 de março de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos, no que concerne ao Ministério da Educação e a Operações Oficiais de Crédito. Portaria SOF nº 22, de 10 de março de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, as

fontes de recursos constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Secretaria de Aviação Civil.

Portaria SOF nº 18, de 28 de fevereiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

os identificadores de Resultado Primário de programações constantes do Decreto de 13 de fevereiro de 2014, no que concerne ao Ministério da Fazenda.

Portaria SOF nº 17, de 26 de fevereiro de 2014: Institui procedimentos para solicitação de alteração

nas estimativas de receitas orçamentárias para os exercícios de 2014 e 2015. Portaria SOF nº 15, de 25 de fevereiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria,

as fontes de recursos, no que concerne ao Ministério da Educação e a Operações Oficiais de Crédito. Portaria SOF nº 14, de 19 de fevereiro de 2014: Antecipa o prazo para encaminhamento de

solicitação de remanejamento de dotações relativas às emendas individuais, e dá outras providências. Portaria SOF nº 12, de 14 de fevereiro de 2014: Alterar o título da ação “00OB” e do respectivo

subtítulo, constantes da LOA-2014, na unidade “71118 - Recursos sob Supervisão do Ministério de Minas e Energia”, no âmbito do órgão “71000 - Encargos Financeiros da União”, de “Auxílio à Conta de Desenvolvimento Energético (Medida Provisória no 615, de 17 de maio de 2013)” para “Aux ílio à Conta de Desenvolvimento Energético (Leino 12.865, de 9 de outubro de 2013)”.

Portaria SOF nº 11, de 11 de fevereiro de 2014: Estabelece procedimentos e prazos para solicitação

de alterações orçamentárias, no exercício de 2014, e dá outras providências.

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Portaria SOF nº 10, de 12 de fevereiro de 2014: Estabelece procedimentos a serem observados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, pelo Ministério Público da União e pela Defensoria Pública da União na abertura de créditos autorizados na Lei Orçamentária de 2014, e dá outras providências.

Portaria SOF nº 07, 29 de janeiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de uso constantes de programações da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Justiça do Trabalho.

Portaria SOF nº 06, 29 de janeiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de Resultado Primário de programação constante da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne à Secretaria de Aviação Civil.

Portaria SOF nº 05, 29 de janeiro de 2014: Tornar sem efeito o ajuste de identificador de uso

promovido pela Portaria SOF no 1, de 13 de janeiro de 2014, publicada no Diário Oficial da União de 14 de janeiro de 2014, Seção 1, Páginas 59 e 60, no que se refere à ação “212B - Outros Benefícios aos Servidores Civis, Empregados, Militares e seus Dependentes”.

Portaria SOF nº 04, 27 de janeiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de Resultado Primário de programações constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios dos Transportes e das Cidades.

Portaria SOF nº 03, 23 de janeiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de Resultado Primário de programações constantes da Lei no 12.952, de 20 de janeiro de 2014, no que concerne ao Ministério dos Transportes e a Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Portaria SOF nº 02, 22 de janeiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de Resultado Primário de programações constantes do Decreto de 17 de janeiro de 2014, no que concerne aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Esporte, da Integração Nacional, do Turismo e das Cidades.

Portaria SOF nº 01, 13 de janeiro de 2014: Modificar, na forma dos Anexos I e II desta Portaria, os

identificadores de uso constantes de programações do Projeto de Lei Orçamentária de 2014, antecipadas para execução de acordo com o art. 53 da Lei no 12.919, de 24 de dezembro de 2013, no que concerne à Justiça do Trabalho.

Receita consiste na soma de valores recebidos durante um determinado período de tempo. No setor público, é a soma de ingressos, impostos, taxas, contribuições e outras fontes de recursos, arrecadados para atender às despesas públicas.

Receitas orçamentárias são disponibilidades de recursos financeiros que ingressam nos cofres públicos. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações, cuja finalidade principal é atender às necessidades públicas e demandadas da sociedade.

Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o

5 Receita pública. 5.1 Conceito e classificações. 5.2 Estágios. 5.3 Fontes. 5.4 Dívida ativa.

Prof. Danilo Vieira

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ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.

A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação classificando-os em dois grupos: orçamentários e extra-orçamentários.

Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais. Estes ingressos são denominados Receita Pública.

Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Estes ingressos são denominados recursos de terceiros.

Os recursos financeiros canalizados para os cofres públicos ostentam, na prática, natureza e conteúdo bastante diversificados.

Nem sempre derivam da atividade impositiva do Estado, campo de abrangência do Direito Tributário, podendo resultar de contratos firmados pela administração, com caráter de bilateralidade.

Classificação das Receitas Origem: Originárias X Derivadas Receitas Originárias: são aquelas provenientes da exploração do patrimônio da pessoa jurídica de

direito público, ou seja, o Estado coloca parte do seu patrimônio a disposição de pessoas físicas ou jurídicas, que poderão se beneficiar de bens ou de serviços, mediante pagamento de um preço estipulado. Elas independem de autorização legal e pode ocorrer a qualquer momento, e são oriundas da exploração do patrimônio mobiliário ou imobiliário, ou do exercício de atividade econômica, industrial, comercial ou de serviços, pelo Estado ou suas entidades. Exemplos: Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua propriedade (aluguéis, dividendos,aplicações financeiras).

Receitas Derivadas: são aquelas cobradas pelo Estado, por força do seu poder de império, sobre as

relações econômicas praticadas pelos particulares, pessoas físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens. Na atualidade, constitui-se na instituição de tributos, que serão exigidos da população, para financiar os gastos da administração pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos prestados ou colocados a disposição da comunidade. Exemplos: Taxas, Impostos e Contribuições de Melhoria.

Natureza: Receitas Orçamentárias X Receitas Extra Orçamentárias Receitas Orçamentárias: são todos os ingressos financeiros de caráter não devolutivo auferidos pelo

Poder Público. A receita orçamentária se subdivide ainda nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital.

Receita Extra Orçamentária: correspondem aos valores provenientes de toda e qualquer

arrecadação que não figurem no orçamento público e, consequentemente, que não lhe pertencem. O Governo fica como mero depositário dos valores recebidos. Exemplos: Depósitos recebidos, Cauções em dinheiro recebidas, Consignações retidas a pagar, etc.

Repercussão Patrimonial: Efetivas X Não efetivas Receitas Públicas Efetivas: são aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos não

foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes: Por isso, aumentam a situação liquida do patrimônio financeiro e a situação líquida patrimonial. Exemplos: Receita Tributária, Receita Patrimonial, Receita de Serviços, etc.

Receitas Públicas Não efetivas: são aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro de reconhecimento do direito. Por isso, aumentam a situação líquida do patrimônio financeiro, mas não altera a situação líquida patrimonial. São exemplos: Alienação de bens; Operações de crédito; Amortização de empréstimo concedido; Cobrança de dívida ativa.

Regularidade: Ordinárias X Extraordinárias Receitas Ordinárias: são aquelas que representam certa regularidade na sua arrecadação, sendo

normatizadas pela Constituição ou por leis específicas. Exemplos: Arrecadação de Impostos (Federais,

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Estaduais ou Municipais), Transferências do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, do Fundo de Participação dos Municípios, Cota parte do ICMS destinado aos Municípios, etc.

Receitas Extraordinárias: são aquelas inconstantes, esporádicas, às vezes excepcionais, e que, por

isso, não se renovam de ano a ano na peça orçamentária. Como exemplo mais típico, costuma-se citar o imposto extraordinário, previsto no art. 76 do Código Tributário Nacional, e decretado, em circunstâncias anormais, nos casos de guerra ou sua iminência. As receitas patrimoniais devem, também, ser consideradas como extraordinárias, sob o aspecto orçamentário.

Forma de sua realização: Receitas Próprias, de Transferência se de Financiamentos. Receitas Próprias: se dão quando seu ingresso é promovido pela própria entidade, diretamente, ou

através de agentes arrecadadores autorizados. Exemplo: tributos, aluguéis, rendimento de aplicações financeiras, multas e juros de mora, alienação de bens, etc.

Transferências: se dão quando a sua arrecadação se processa através de outras entidades, em

virtude de dispositivos constitucionais e/ou legais, ou ainda, mediante celebração de acordos e/ou convênios. Exemplo: cota parte de Tributos Federais aos Estados e Municípios (FPE e FPM), Cota parte de Tributos Estaduais aos Municípios (ICMS e IPV A), convênios, etc.

Financiamentos: são as operações de crédito realizadas com destinação específica, vinculadas à

comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os financiamentos para implantação de parques industriais, aquisição de bens de consumo durável, obras de saneamento básico, etc.

Classificação Econômica da receita orçamentária A classificação econômica da receita orçamentária é estabelecida pela Lei nº 4.320/64 para sustentar

o conceito com base no ingresso de recursos financeiros e não pelo reconhecimento do direito, conforme o princípio contábil da competência de registro. Portanto, deve-se proceder ao registro da receita orçamentária, mas antes disto deve-se proceder ao registro do direito no momento em que for reconhecido para refletir o real estado patrimonial da entidade.

A classificação econômica da receita orçamentária é sustentada por conceitos próprios, sem nenhuma ligação com os princípios fundamentais de contabilidade e qualquer utilização de mesmas terminologias é mera coincidência. O fato de serem diferentes os conceitos e os princípios orçamentários dos conceitos e princípios contábeis não elimina a condição de serem refletidos harmonicamente pela contabilidade.

A Lei nº 4.320/64 classificou a receita pública orçamentária em duas categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.

Receitas Correntes: são os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades operacionais,

para aplicação em despesas correspondentes, também em atividades operacionais, correntes ou de capital, visando o atingimento dos objetivos constantes dos programas e ações de governo. São denominados receitas correntes porque são derivadas do poder de tributar ou da venda de produtos e serviços, que contribuem para a finalidade fundamental do órgão ou entidade pública.

Receitas Tributárias: são os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e

contribuições de melhoria. Dessa forma, é uma receita privativa das entidades investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.

Receitas de Contribuições: são provenientes da arrecadação de contribuições sociais e econômicas;

por exemplo: contribuições para o PIS/PASEP, contribuições para fundo de saúde de servidores públicos e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Apesar da controvérsia doutrinária sobre o tema, suas espécies podem ser definidas da seguinte forma:

Contribuições sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, compreendendo a previdência social, a saúde e a assistência social;

Contribuições de Intervenção no domínio econômico – deriva da contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade.

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Contribuições de Interesse das categorias profissionais ou econômicas – destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados.

Receita Patrimonial: são proveniente do resultado financeiro da fruição do patrimônio, decorrente da

propriedade de bens mobiliários ou imobiliários; por exemplo: Aluguéis, dividendos, receita oriunda de aplicação financeira, etc.

É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em opções de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.

Receita Agropecuária: decorre da exploração das atividades agropecuárias de origem vegetal ou

animal. Incluem-se nesta classificação as receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos.

Receita Industrial: obtida com atividades ligadas à indústria de transformação, extração mineral e

outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Exemplos: indústria editorial e gráfica, reciclagem de lixo, etc.

Receitas de Serviços: É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde,

comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços. Por exemplo: serviços comerciais (compra e venda de mercadorias), etc.

Transferências Correntes: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referentes a

recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivados mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes.

Outras Receitas Correntes: São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas

subcategorias econômicas anteriores. (redação alterada conforme retificação publicada no Diário Oficial da União – 29.06.2004). São o grupo que compreende as Receitas de Multas e Juros de Mora, Indenizações e Restituições, Receita da Dívida Ativa, etc.

Receitas de Capital: são os ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais

ou não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de capital, visando ao atingimento dos objetivos traçados nos programas e ações de governo. São denominados receita de capital porque são derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos e/ou alienação de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para atingir a finalidade fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, atividades não operacionais visando estímulo às atividades operacionais do ente.

São destinadas ao atendimento das Despesas de Capital e classificam-se em: ­ Operações de Crédito: são os financiamentos obtidos dentro e fora do País; trata-se de recursos

captados de terceiros para obras e serviços públicos. Exemplos: colocação de títulos públicos, contratação de empréstimos e financiamentos, etc.;

­ Alienação de Bens são receitas provenientes da venda de bens móveis e imóveis; ­ Amortização de Empréstimos são receitas provenientes do recebimento do principal mais

correção monetária, de empréstimos efetuados a terceiros; ­ Transferências de Capital são recursos recebidos de outras entidades; aplicação desses recursos

deverá ser em despesas de capital. O recebimento desses recursos não gera nenhuma contraprestação direta em bens e serviços.

Estágios das Receitas As receitas são um conjunto de ingressos financeiros com fonte e fatos geradores próprios e

permanentes, oriundos da ação e de atributos inerentes à instituição, e que, integrando o patrimônio na qualidade de elemento novo, produz-lhe acréscimos, sem, contudo gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros.

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­ Lançamento: é o ato na repartição competente que reconhece o crédito fiscal e inscreve o débito, identificando referência, contribuinte devedor, vencimento, valor etc.

­ Arrecadação: são os pagamentos dos contribuintes à rede bancária ou repartição competente; ­ Recolhimento: é a entrega da arrecadação pelas repartições ou bancos. Dívida Ativa A dívida ativa é constituída pelos créditos do Estado, devido ao não pagamento pelos contribuintes,

dos tributos, dentro dos exercícios em que foram lançados. Por isso, só os tributos diretos, sujeitos a lançamento prévio, constituem dívida ativa. Não obstante, tem sido aceito o critério de estender-se o conceito de dívida ativa a outras categorias de receita, como as de natureza patrimonial e industrial, bem como provenientes de operações diversas com a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (BRASIL 2014).

A LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964, Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

SEÇÃO SEGUNDA

Das Previsões Anuais TÍTULO IV

Do Exercício Financeiro

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários.

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

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Despesa pública ou gastos públicos é a aplicação (em dinheiro) de recursos do Estado para custear os serviços de ordem pública ou para investir no próprio desenvolvimento econômico do Estado. As despesas públicas devem ser autorizadas pelo Poder legislativo, através do ato administrativo chamado orçamento público. Exceção são as chamadas despesas extra-orçamentárias.

As despesas públicas devem obedecer aos seguintes requisitos: • utilidade (atender a um número significativo de pessoas); • legitimidade (deve atender uma necessidade pública real); • discussão pública (deve ser discutida e aprovada pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas); • possibilidade contributiva (possibilidade da população atender à carga tributária decorrente da

despesa); • oportunidade; • hierarquia de gastos; • deve ser estipulada em lei; As despesas podem ser classificadas entre despesas orçamentárias e extra-orçamentárias: Despesa Orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa para ser realizada e que

não pode ser efetivada sem a existência de crédito orçamentário que a corresponda suficientemente. Classificam-se em categorias econômicas as quais se dividem conforme o esquema abaixo:

Despesas correntes ­ Despesas de custeio: destinadas à manutenção dos serviços criados anteriormente à Lei

Orçamentária Anual, e correspondem entre outros gastos, os com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros e gastos com obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

­ Transferências correntes: são despesas que não correspondem a contraprestação direta de bens ou serviços por parte do Estado e que são realizadas à conta de receitas cuja fonte seja transferências correntes. Dividem-se em:

­ Subvenções sociais: destinadas a cobrir despesas de custeio de instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, desde que sem fins lucrativos;

­ Subvenções econômicas: destinadas a cobrir despesas de custeio de empresas públicas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

Despesas de capital ­ Despesas de investimentos: despesas necessárias ao planejamento e execução de obras,

aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, constituição ou aumento do capital do Estado que não sejam de caráter comercial ou financeiro, incluindo-se as aquisições de imóveis considerados necessários à execução de tais obras;

­ Inversões financeiras: são despesas com aquisição de imóveis, bens de capital já em utilização, títulos representativos de capital de entidades já constituídas (desde que a operação não importe em aumento de capital), constituição ou aumento de capital de entidades comerciais ou financeiras (inclusive operações bancárias e de seguros). Ou seja, operações que importem a troca de dinheiro por bens.

­ Transferências de capital: transferência de numerário a entidades para que estas realizem investimentos ou inversões financeiras. Nessas despesas, inclui-se as destinadas à amortização da dívida pública Podem ser:

6 Despesa pública. 6.1 Conceito e classificações. 6.2 Estágios. 6.3 Restos a pagar. 6.4 Despesas de exercícios anteriores. 6.5 Dívida

flutuante e fundada. 6.6 Suprimento de fundos.

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• Auxílios: se derivadas da lei orçamentária; • Contribuições: derivadas de lei posterior à lei orçamentária. As categorias econômicas dividem-se em elementos que se separam em subelementos, estes por

sua vez bifurcam, por fim, em rubricas e sub-rubricas. Despesa extra-orçamentária: constituem despesa extra-orçamentária os pagamentos que não

dependem de autorização legislativa, ou seja, não integram o orçamento público. Se resumem a devolução de valores arrecadados sob título de receitas extra-orçamentárias.

Estágios das Despesas - Empenho: é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de

pagamento pendente ou não de implemento de condição. O empenho da despesa não pode ultrapassar o crédito recebido. O empenho da despesa é efetuado mediante um documento denominado de Nota de Empenho (NE).

Modalidades de empenho: • Empenho ordinário - montante conhecido e pagamento de uma só vez. • Empenho Global – montante conhecido, mas com pagamento parcelado, como por exemplo,

aluguéis, salários, contratos de prestação de serviços mensais como vigilância, limpeza, etc. • Empenho por estimativa – montante desconhecido, mas estimável, como por exemplo, despesas

com luz, telefone, etc. - Liquidação: é o segundo estágio da despesa e consiste na verificação do direito do credor, de

receber o pagamento posterior, com base em documentos comprobatórios que atestem o cumprimento da obrigação. O documento utilizado no SIAFI para efetuar a liquidação é a Nota de Lançamento (NL).

- Pagamento: é a última fase da despesa e consiste na efetiva entrega de recursos financeiros ao credor, mediante documento denominado Ordem Bancária (OB) emitido pelo SIAFI.

Restos a pagar Refere-se aos valores das despesas empenhadas e não pagas no mesmo exercício financeiro, ou

seja, até dia 31 de dezembro. O Demonstrativo dos Restos a Pagar é parte integrante do Relatório de Gestão Fiscal e deve ser elaborado somente no último quadrimestre do ano, pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e pelo Ministério Público, conforme estabelecido na Lei Complementar nº 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.

A apuração é feita identificando os restos a pagar das despesas liquidadas e não pagas (processadas) e os restos a pagar das despesas empenhadas e não liquidadas (não processadas).

Despesas processadas são aquelas inscritas em restos a pagar, liquidadas e não pagas. Não Processadas, são as despesas empenhados e não liquidados.

Os Restos a Pagar do Governo Federal são compilados e divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, a partir dos dados do SIAFI.

Despesas de exercícios anteriores A LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964, Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para

elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

TÍTULO IV

Do Exercício Financeiro Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nele arrecadadas; II - as despesas nele legalmente empenhadas. Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de

dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal, que não

tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.

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Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava

crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício; quando a anulação

ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do ano em que se efetivar. Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados

como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. Dívida Flutuante e Fundada As Dívidas Públicas são compromissos de entidade pública decorrentes de operações de créditos,

com o objetivo de atender às necessidades dos serviços públicos, em virtude de orçamentos deficitários, caso em que o governo emite promissórias, bônus rotativos, etc., a curto prazo, ou para a realização de empreendimentos de vulto, em que se justifica a emissão de um empréstimo a longo prazo, por meio de obrigações e apólices. Os empréstimos que caracterizam a dívida pública são de curto ou longo prazo. A dívida pública pode ser proveniente de outras fontes, tais como: depósitos (fianças, cauções, cofre de órgãos, etc.), e de resíduos passivos (restos a pagar). A dívida pública classifica-se em consolidada ou fundada (interna ou externa) e flutuante ou não consolidada.

A Dívida Flutuante Pública é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e determinado período de tempo, quer como administrador de terceiros, confiados à sua guarda, quer para atender às momentâneas necessidades de caixa. Segundo a Lei nº 4.320/64, a dívida flutuante compreende os restos a pagar, excluídos os serviços de dívida, os serviços de dívida a pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria.

Dívida Fundada Pública são compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos.4

Suprimento de Fundos O suprimento de fundos é a fase de realização da despesa onde o Tesouro Público entrega aos

agentes pagadores os meios de pagamento para liquidar as obrigações já liquidadas. Algumas despesas não podem ser efetuadas por meio da rede bancária, sendo assim nesta fase é

realizado um adiantamento de recursos para efetuar estas despesas. Alguns exemplos de despesas são: abastecimento de veículos, despesas de trânsito, material de

almoxarifado, despesas rotineiras, despesas urgentes, etc. O valor da concessão do suprimento é definido pela Portaria do Ministro da Fazenda. Emite-se

ordem bancária em favor do suprido ou crédito em conta bancária aberta em seu nome, autorizada pelo ordenador de despesas com finalidade específica.

O suprido tem obrigação de prestar contas do uso que faz do suprimento, no prazo definido pelo ordenador e limitado pela legislação, sob pena que ter que responder à tomada de contas especial.

4 Conceitos segundo Tesouro Nacional, 2014.

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Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, em atendimento ao que dispõe o art. 163, o legislador editou Lei Complementar visando ao estabelecimento dos princípios norteadores das finanças públicas no Brasil.

Com base nas experiências internacionais vivenciadas na Comunidade Econômica Europeia (Tratado de Maastricht –1992), nos Estados Unidos (Budget Enforcement Act – 1990) e na Nova Zelândia (Fiscal Responsibility Act – 1994) e diante de um cenário econômico marcado pela insolvência do setor público, pelo endividamento recente, por uma política fiscal e econômica marcada pela elevação da taxa de juros e pela necessidade de geração de superávit primário, editou-se a Lei de Responsabilidade Fiscal calcada nos seguintes princípios:

• prevenção de déficits imoderados e reiterados através do equilíbrio entre aspirações da sociedade e os recursos que esta coloca a disposição do governo;

• limitação da dívida pública a nível prudente, compatível com receita e patrimônio público, propiciando margem de segurança para absorção dos efeitos de eventos imprevistos;

• preservação do patrimônio público em nível adequado para propiciar margem de segurança para absorção de efeitos de eventos imprevistos;

• adoção de política tributária previsível e estável; e • transparência na elaboração e divulgação dos documentos orçamentários e contábeis, em

linguagem simples e objetiva. Tendo como objetivo primordial assegurar o equilíbrio das finanças públicas através de uma gestão

fiscal responsável, a LRF objetiva a mudança estrutural do regime fiscal através de um ajuste permanente, introduzindo conceitos de responsabilidade e transparência e a abrangência ampla e diversificada, seja de matérias – através da harmonização e consolidação de diferentes normas para a organização e o equilíbrio das finanças públicas – seja espacial – por sua aplicação em todos os poderes e esferas de governo, seja por sua intertemporariedade, ao abranger diversos exercícios.

Entre o conjunto de normas e princípios estabelecidos estão os limites de gasto com pessoal, de endividamento público, a definição de metas fiscais, os mecanismos de compensação para despesas de caráter permanente e o mecanismo para controle das finanças nos finais de mandato.

Conforme estabelece o parágrafo 1º do artigo 1º da LRF, a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Observa-se que o ponto de partida da LRF é o planejamento, através do qual são estabelecidas as diretrizes, metas e objetivos da gestão fiscal, tais como limites e condições para a gestão das receitas e das despesas, especialmente as de pessoal. O controle constitui-se em outro aspecto fundamental da Lei de Responsabilidade Fiscal, a ser facilitado pela criação de

novos relatórios de acompanhamento da gestão fiscal, assim como pelas sanções nela previstas, tais como a suspensão das transferências voluntárias, garantias e contratação de operações de crédito, inclusive por Antecipação de Receita.

A transparência da ação governamental é praticada, de acordo com as novas regras da LRF, através da participação popular na discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e proposta orçamentária, ajudando a direcionar tal ação no interesse da coletividade. Os principais instrumentos de

7 Lei de responsabilidade fiscal. 7.1 Conceitos e objetivos; 7.2 Planejamento. 7.3 Receita pública. 7.4 Despesa pública. 7.5 Dívida e

endividamento. 7.6 Transparência, controle e fiscalização.

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transparência da gestão fiscal são aqueles aos quais deverá ser dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso ao público, sendo eles os planos, orçamentos e lei de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; bem como as versões simplificadas desses documentos (artigo 48, caput, da LRF).

Vale lembrar que os Municípios deverão ser capazes de administrar suas finanças, baseando-se em ações planejadas e transparentes e dispondo de controles mais eficientes e eficazes sobre suas despesas e receitas, inclusive da sua previsão e acompanhamento. Além disso, os sistemas de contabilidade das entidades municipais têm que se adequar às novas regras estabelecidas pela LRF, passando a ser de fundamental importância a utilização, por exemplo, do método das partidas dobradas pelos Municípios.

Aos Tribunais de Contas, por sua vez, caberá o controle a posteriori, e também o simultâneo, de finalidade preventiva. No primeiro, deverá haver enfoque nas questões relacionadas ao cumprimento das metas anunciadas na LDO foram de fato cumpridas, à correta contratação e liquidação das Operações de Crédito por Antecipação de Receita, à sujeição da inscrição de Restos a Pagar às condições da LRF, ao ajuste tempestivo das despesas de pessoal e dívida consolidada dos Estados e Municípios, dentre outros aspectos. Além disso, os Tribunais de Contas acompanharão a execução orçamentária dos seus jurisdicionados, alertando-os quando cometerem, ou estiverem na iminência de cometer, desvios fiscais.

Enfim, a LRF cria condições para a implantação de uma nova cultura na gestão dos recursos públicos e incentiva o exercício pleno da cidadania, especialmente no que pertine à participação do cidadão no processo de acompanhamento da aplicação dos recursos públicos e de avaliação dos seus resultados.

Anexo de Metas Fiscais: Anexo onde serão demonstradas as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultado nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Na LDO relativa ao exercício de 2001, por exemplo, serão previstos resultados para os exercícios de 2001, 2002 e 2003, enquanto em 2002 serão reprogramadas, se for o caso, as metas para 2002 e 2003.

O Anexo de Metas Fiscais deverá conter a) avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; b) demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem

os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

c) evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

d) avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador, bem como dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

e) demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

Anexo de Riscos Fiscais: Anexo onde serão demonstradas as avaliações dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

Um exemplo disso é o aumento das despesas com pessoal por força de possível decisão desfavorável em processo judicial. É a avaliação da ocorrência de pagamentos incertos, eventuais, que sobrevêm ao longo da execução orçamentária.

De modo a facilitar sua compreensão, apresentamos os principais conceitos constantes na

Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como outras definições que esclarecem alguns termos por ela utilizados.:

Ente da Federação: compreende a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município. • Em cada ente especificado estão compreendidos o Poder Executivo; o Poder Legislativo,

abrangendo os Tribunais de Contas; o Poder Judiciário e o Ministério Público; assim como as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes.

• Nos Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas do Município.

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Empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação.

Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.

Resultado nominal: é a diferença entre receitas e despesas, considerando as receitas e despesas financeiras, os efeitos da inflação (correção monetária) e da variação cambial.

Resultado primário: é a diferença entre receitas e despesas, excluindo as receitas e despesas financeiras.

Receita Corrente Líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, de transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidas no caso do Municípios: a contribuição dos servidores para custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9o do artigo 201 da Constituição Federal, conforme o artigo 2o, inciso IV, alínea “c” da LRF. Há de se observar o detalhamento contido no Anexo I da Resolução TC. no 006/2000, no final das presentes orientações.

Renúncia de Receita: compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado (artigo 14, § 1o).

Geração de Despesa: a preocupação com o aumento do gasto público também se fez presente na LRF. Sendo assim, em seu artigo 15 estabelece que a geração de despesa ou assunção de obrigação realizadas sem atender às exigências contidas nos artigos 16 e 17 serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio, sofrendo o gestor fortes sanções. Verifica-se também por parte do legislador uma visão integrada na realização da despesa.

O artigo 16 trata das despesas oriundas da criação, expansão ou aperfeiçoamento da ação

governamental, estabelecendo requisitos para a sua realização, quais sejam: a) estimativa do impacto orçamentário financeiro no exercício em que deveriam entrar em vigor e nos

dois subsequentes; b) declaração do ordenador de despesas de que o aumento pretendido é compatível com as leis

orçamentárias (LOA, PPA e LDO). Por certo a verificação destes requisitos não é obrigatória para todas as despesas a serem

realizadas. Cuida o dispositivo unicamente de despesas derivadas de alterações orçamentárias, efetivadas através de créditos adicionais.

Ressalte-se que os requisitos estabelecidos também deverão ser observados quando empenho e da realização do procedimento licitatório relativo à despesa.

Segundo a LRF, a desapropriação de imóveis urbanos iguala-se a esse tipo de despesa. Se não atenderem àqueles dois requisitos, as novas despesas serão tidas como não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público.

Despesa Obrigatória de Caráter Continuado: provimento de cargos públicos, concessão de aumento salarial para o funcionalismo, implantação do fundo da criança e do adolescente, reestruturação do plano de cargos e salários, exigência de contribuição permanente à Santa Casa de Misericórdia, tudo isso, são ações que derivam de lei específica, obrigando o Poder Público a despesas que se repetirão continuamente ao longo dos exercícios.

Segundo a Lei Complementar nº 101/00, gasto obrigatório de caráter continuado é o que se submete a três quesitos:

a) tem natureza corrente, vale dizer, é voltado à operação e manutenção dos serviços existentes; b) decorre de ato administrativo normativo, medida provisória ou de lei; c) prolonga-se por, pelo menos, dois anos. A despesa obrigatória, continuada, demandará estimativa de custos para o ano em que entrar em

vigor e nos dois anos subseqüentes, além da compensação mediante aumento permanente de receita ou redução permanente de despesa ou, de ambos, não sendo executada antes da implementação de tais medidas.

Em outras palavras, o chefe de cada Poder instruirá processo administrativo, onde estejam presentes:

a) estimativa trienal da despesa continuada;

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b) comprovação de que esta não afetará as metas fiscais, no caso dela, a despesa continuada, implementar-se já no exercício de criação;

c) plano de compensação mediante aumento permanente de receita ou diminuição permanente de despesa

No caso do Município, repasse maior do ICMS provocado por uma nova indústria não é, para efeitos

da Lei Complementar nº 101, encarado como aumento permanente de receita; esta modalidade só inclui ações que elevam a receita tributária própria (IPTU, ISS, ITBI e taxas municipais).

Estão livres da compensação as despesas com serviços da dívida e a revisão geral anual da remuneração dos servidores.

O Plano de Compensação das despesas obrigatórias continuadas acompanhará, também, o projeto de lei orçamentária. Sem o cumprimento desse Plano, tais dispêndios serão tidos como não autorizados, irregulares e lesivos ao patrimônio público, sujeitando seu ordenador a responder por crime contra as finanças públicas, conforme a Lei de Crimes Fiscais.

Vedações: ao proibir vários tipos de operação de crédito, o intuito da Lei Fiscal é claro: limitar as fontes de financiamento governamental, impedindo que dívida antiga seja paga com dívida nova, ou então, que o déficit corrente do exercício seja coberto por operação de crédito; em resumo, a Lei Complementar nº 101/00 não quer que se adie o enfrentamento do desequilíbrio entre receitas e despesas, que devem ser compatíveis. Não se admite mais volume de despesas superiores às receitas arrecadadas.

É por isso que os arts. 35 a 37 da Lei Fiscal determinam as seguintes vedações: • estão proibidos empréstimos e financiamentos entre os entes federados, União, Estados e

Municípios, a menos que: a) estes dois comprem títulos da União; b) banco de um deles empreste para outro ente da Federação (ex.: Caixa Econômica Federal pode, ainda, financiar Municípios);

• reiterando norma constitucional (art. 167, III), operações de crédito não financiarão despesas de custeio. Eis, aqui, regra de ouro da responsabilidade fiscal. Empréstimos e financiamentos só bancarão despesas que aumentem o patrimônio, como a construção de escolas, por exemplo;

• Estão vedadas, igualmente, as operações entre banco público e seu ente controlador (ex.: Banco estadual não pode emprestar dinheiro ao Governo do Estado);

• Estão proibidos a emissão, o aceite e o aval de papéis emitidos com a finalidade de assunção direta de compromissos com particulares.

Instrumentos de transparência: os instrumentos de transparência da gestão fiscal são formados

basicamente pelos planos, orçamentos, e leis de diretrizes orçamentárias, pelas prestações de contas e respectivo parecer prévio, pelo relatório resumido da execução orçamentária - o qual deverá ser publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre - e pelo relatório da gestão fiscal, que deverá ser emitido ao final de cada quadrimestre, sendo publicado 30 dias após o encerramento do período. Este último deverá vir assinado pelos titulares dos Poderes e órgãos, pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo “controle interno”, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão.

Percebe-se uma especial atenção às informações, para que elas sejam tempestivas, relevantes e fidedignas. Para tanto, a própria Lei já estabelece os prazos para publicação dos relatórios, define os seus conteúdos e determina os responsáveis por assinar e garantir a confiabilidade das informações. Destaca-se, como novidade, a figura do responsável pelo controle interno.

Muitas organizações não possuem esta função dentro de suas estruturas, principalmente na área municipal, apesar dos artigos 31, 70 e 74 da Constituição Federal já preverem a sua existência.

A LRF determinou também aos entes e entidades integrantes da administração pública brasileira a assimilação de vários conceitos e ferramentas, até então, utilizados com maior freqüência na iniciativa privada, quais sejam:

• Fluxo de Caixa; • Sistema de Apuração de Custos; • Demonstrações Contábeis Consolidadas; • Planejamento e Avaliação; • Cálculo Atuarial. Além disso, a LRF determina também o respeito a diversos limites, aspecto esse que demandará, a

permanente atualização de registros contábeis e extra-contábeis e a produção de relatórios gerenciais.

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De outra parte, os demonstrativos a serem apresentados bimestralmente ou quadrimestralmente deverão seguir padrão e a elaboração dos mesmos demandará um sistema de informação contábil forte e com enfoque gerencial.

O art. 26 da LRF estabelece a condição de que transferência a pessoas físicas ou jurídicas somente mediante lei específica, que deve respeitar os critérios estabelecidos na LDO. Tais critérios demandarão controles internos específicos. É de bom alvitre, desde logo, explicarmos o que é Controle Interno. Segundo conceito internacionalmente reconhecido, define-se como sendo “o plano da organização e o conjunto de métodos e procedimentos que asseguram que os ativos estão devidamente protegidos, que os registros contábeis são fidedignos e que a atividade da entidade se desenvolve eficazmente e se cumprem as diretrizes marcadas pela direção”.

Através do conceito pode-se destacar quais são os seus objetivos. O objetivo geral do controle interno é assegurar que não ocorram erros potenciais através do controle de suas causas.

Destacam-se, entre os objetivos específicos a serem atingidos, os seguintes: • propiciar o estímulo à obediência às normas legais, inclusive instruções normativas, estatutos,

regimentos internos e outros instrumentos normativos; • antecipar-se, preventivamente, ao cometimento de erros, desperdícios, abusos, práticas

antieconômicas e fraudes; • assegurar às informações contábeis, financeiras, administrativas e operacionais, sua exatidão,

confiabilidade, integridade e oportunidade com vistas à tomada de decisão; • salvaguardar os ativos financeiros e físicos quanto a sua boa e regular utilização; • assegurar a legitimidade do passivo; • assegurar o cumprimento das diretrizes, planos, normas e procedimentos do órgão ou entidade; • estimular a eficiência do pessoal, pela vigilância das atividades que desempenham.

Referências

DOMINGUES, J. M. Federalismo fiscal brasileiro. II Congresso Internacional de Direito Tributário da Cidade do Rio de Janeiro. 9 a 11 de maio de 2007.

LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964, Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm> Acesso em: 2014. Ministério da Fazenda Secretaria da Receita Federal - Coordenação-geral de Política Tributária.

Sistema de Administração Tributário Brasileiro. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/>. Acesso em 2014

Ministério do Planejamento. Brasília, 2014. Planejamento Governamental. Disponível em:

<http://www.planejamento.gov.br> Acesso em: 2014. Morgado, Laerte Ferreira. O ORÇAMENTO PÚBLICO E A AUTOMAÇÃO DO PROCESSO

ORÇAMENTÁRIO. Disponível em: <http://www12.senado.gov.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-85-o-orcamento-publico-e-a-automacao-do-processo-orcamentario> Acesso em: 24 de novembro de 2014.

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. São Paulo, 2014. Lei das Diretrizes

Orçamentárias. Disponível em: <http://www.planejamento.sp.gov.br/>. Acesso em: 2014. Secretaria do Tesouro Nacional. Orçamento Público. Brasília, 2014. Disponível em:

<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/>. Acesso em: 2014. Secretaria do Tesouro Nacional. CAUC. Brasília, 2014. Disponível em:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/cauc. Acesso em: 2014. Teresinha Maria Cavalcanti Cochrane. A importância do controle interno na administração pública

brasileira e a contribuição da Contabilidade como principal instrumento de controle na busca da eficiência da Gestão Pública – Fortaleza – CE

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Tesouro Nacional. Dívida Flutuante e Fundada. Disponível em: <http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/>. Acesso em: 2014.

Tribunal de Contas da União. Brasília, 2014. Disponível em: <www.portal2.tcu.gov.br/portal/page/>.

Acesso em: 2014.

1. (TJ/RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRADOR – CESPE/2012) De acordo com o princípio orçamentário da totalidade,

A) As despesas previstas e as receitas fixadas devem integrar uma única LOA. B) A inclusão de autorização para a contratação de operação de crédito na LOA é proibida. C) A Lei Orçamentária Anual (LOA) deve conter todas as receitas e despesas. D) Cada ente governamental deve elaborar um único orçamento. E) A LOA deve referir-se a um único exercício financeiro. 2. (TRT/PR – Administração – Analista – FCC/2013) Em relação ao orçamento público, é correto

afirmar que: A) A Lei Orçamentária Anual poderá conter dispositivo que autorize a abertura de créditos adicionais

especiais e a contratação de operações de crédito. B) A Lei Orçamentária Anual é uma lei de iniciativa, em conjunto, dos Poderes Executivo, Legislativo

e Judiciário. C) Os sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, assim como dos resultados, são

inexistentes no orçamento programa. D) A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a

União, direta ou indiretamente, detenha qualquer parcela do capital social com direito a voto. E) O início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual é,

constitucionalmente, proibido.

3. (TRT/SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) Após o envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual da União pelo Poder Executivo para discussão e votação pelo Poder Legislativo, a inclusão de uma obra, compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Projeto de Lei Orçamentária Anual poderá ocorrer por meio

A) do envio de mensagem pelo Presidente da República ao Congresso Nacional para propor modificações no Projeto de Lei enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta.

B) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com pessoal e seus encargos.

C) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com serviço da dívida.

D) de Emenda proposta pelo Poder Executivo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com aquisição de imóveis.

E) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com transferências tributárias constitucionais para municípios.

4. (TRT/SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) Após o envio do

Projeto de Lei Orçamentária Anual da União pelo Poder Executivo para discussão e votação pelo Poder

Questões

Prof. Danilo Vieira

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Legislativo, a inclusão de uma obra, compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Projeto de Lei Orçamentária Anual poderá ocorrer por meio

A) do envio de mensagem pelo Presidente da República ao Congresso Nacional para propor modificações no Projeto de Lei enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta.

B) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com pessoal e seus encargos.

C) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com serviço da dívida.

D) de Emenda proposta pelo Poder Executivo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com aquisição de imóveis.

E) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para execução da obra seja decorrente de anulação de despesa com transferências tributárias constitucionais para municípios.

5. (MPU – CONTABILIDADE - ANALISTA – CESPE/2010) No que se refere aos créditos

orçamentários adicionais, julgue os itens a seguir. Em caso de comoção intestina, o presidente da República poderá editar medida provisória de

abertura de créditos extraordinários ou especiais que terão vigência no exercício financeiro, salvo se a edição ocorrer nos últimos quatro meses do exercício, quando, então será incorporado ao exercício financeiro subsequente.

Certo ( ) Errado ( ) 6. (ESAF – AUDITOR FISCAL RECEITA ESTADUAL – AFRE/MG/2005) Sobre a competência para

legislar sobre Direito Tributário, assinale a opção correta. A) Somente a União pode legislar a respeito. B) O Estado pode legislar a respeito, mas estará sujeito às regras gerais que a União expedir sobre a

matéria em lei federal. C) Nessa matéria, o Estado goza de competência legislativa exclusiva. D) Tanto o Estado como a União podem legislar livremente a respeito, mas, em caso de conflito entre

as disposições normativas, prevalecerá invariavelmente a legislação federal. E) A competência para legislar, no caso, é concorrente, sendo que somente a União pode legislar

sobre normas gerais, estando vedada a legislação suplementar por parte do Estado. 7. (ESAF – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – ESAF/2012) Sobre a vigência da

legislação tributária, assinale a opção incorreta. A) Entende-se por vigência a aptidão de uma norma para qualificar fatos, desencadeando seus

efeitos de direito. B) Vigência e eficácia, atributos normativos que costumam existir simultaneamente, no Direito

Tributário podem existir separadamente. C) Pode-se ter no Direito Tributário norma vigente mas não eficaz, como no caso das que majorem

tributos, que em geral têm sua eficácia diferida para o início do exercício financeiro seguinte ao qual foi publicada; todavia, não se admite norma eficaz e não vigente.

D) As normas constitucionais de eficácia limitada constituem exemplo de norma que, embora em vigor, não está apta a produzir efeitos.

E) No caso das leis que necessitem regulamentação, é lícito ao regulamento, sem alterar o mandamento legal, estabelecer o termo a quo de incidência da novel norma tributária, não podendo ser interpretado, todavia, de forma a surpreender o contribuinte.

8. (ESAF – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – ESAF/2012) Sobre o financiamento da seguridade social, assinale a opção incorreta.

A) A sociedade financia a seguridade social, de forma indireta, entre outras formas, por meio das contribuições para a seguridade social incidentes sobre a folha de salários.

B) O financiamento da seguridade social por toda a sociedade revela, entre outros, seu caráter solidário.

C) A seguridade social conta com orçamento próprio, que não se confunde com o orçamento fiscal. D) O custeio da seguridade social também ocorre por meio de imposições tributárias não vinculadas

previamente a tal finalidade. E) O financiamento da seguridade social também pode ensejar a instituição, pela União, no exercício

de sua competência residual, de contribuição específica.

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9. (ANATEL - Analista Administrativo- CESPE/ 2006). Na elaboração do orçamento público, o

respeito ao princípio orçamentário da universalidade impõe que o orçamento deve conter unicamente matéria orçamentária, sendo vedada a inclusão de conteúdo que não verse sobre a receita e a despesa.

( ) Certo ( ) Errado 10. (CGU - Analista de Finanças e Controle - SAF/2004). No contexto da Administração Pública

Federal, o que distingue e/ou assemelha os órgãos da Administração Direta em relação às entidades da Administração Indireta, é que:

A) os primeiros integram a estrutura orgânica da União e as outras não. B) os primeiros são dotados de personalidade jurídica de direito público, as outras são de direito

privado. C) são todos dotados de personalidade jurídica de direito público. D) são todos dotados de personalidade jurídica de direito privado. E) todos integram a estrutura orgânica da União.

GABARITO 1 D 6 B 2 E 7 C 3 A 8 A 4 A 9 Errado 5 Errado 10 A

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