08 02 2011 - os oito maiores desastres ecológicos do mundo

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Centro Universitrio do Norte Paulista Curso de Medicina Veterinria Disciplina: Gesto Ambiental

Os oito maiores desastres ecolgicos do mundo

MSc. Almir Giovani Figueredo

Quais foram os maiores desastres ecolgicos do mundo?Vrios crimes contra a natureza so dolorosamente memorveis. O primeiro a chamar ateno mundial foi a destruio atmica em Hiroshima e Nagaski, no Japo, que matou pelo menos 150 mil japoneses e deixou o ambiente local radioativo por dcadas. Outra tragdia nuclear, a exploso de um reator na usina de Chernobyl, na Ucrnia, em 1986, tirou a vida de 10 mil pessoas e afetou milhares de quilmetros de florestas. Outras tristes lembranas so os derramamentos de leo no mar do Alasca, em 1989, e na costa espanhola, no ano passado. Ou o vazamento de gases txicos em Bhopal, na ndia, em 1984, considerado o pior acidente qumico da histria. Em nosso mosaico de desastres ecolgicos, entraram fatos causados pelo homem que provocaram grande dano natureza em um curto espao de tempo.

Quais foram os maiores desastres ecolgicos do mundo?"So catstrofes srias por causa das perdas de vidas, mas so desastres pontuais. As verdadeiras tragdias ambientais ocorrem durante dcadas e destroem ecossistemas locais", afirma a naturalista Dejanira de Franceschi de Angelis, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro (SP). Exemplos disso so o avano do buraco na camada de oznio ou do efeito estufa, que podem comprometer a vida no planeta. Ou ainda o desmatamento das florestas brasileiras. Nos 503 anos de colonizao, a Mata Atlntica perdeu 93% de sua cobertura original. Em um tempo bem menor cerca de 30 anos - sumiram 20% da rea da Amaznia e 80% do cerrado. "Esse ltimo ecossistema deve levar milhes de anos para se recompor", diz o bilogo Jos Maria Cardoso da Silva, da ONG Conservation International. Isso sem contar o lado invisvel do drama da devastao: junto com as rvores e os animais mortos, desaparece tambm a vida microscpica. "Sem os microorganismos, a vida na Terra est seriamente comprometida", diz Dejanira.

1 - Derrame do Prestige (2002)

Presente de grego Em novembro de 2002, o petroleiro grego Prestige naufragou na costa da Espanha, despejando 11 milhes de litros de leo no litoral da Galcia. O derrame afetou 700 praias e matou mais de 20 mil aves. Em comparao com o Exxon Valdez, a quantidade de leo derramado foi menor, e a biodegradao do produto foi facilitada pelas temperaturas mais altas. Nos meses seguintes ao desastre, o submarino-rob Nautile soldou o navio afundado a 3 600 metros de profundidade. Mas, como a vigilncia diminuiu, os ambientalistas alertam que vazamentos pequenos ainda podem acontecer.

2- Queima de petrleo no Golfo Prsico (1991)

Crime de guerra Obrigado a deixar o Kuwait, nao que havia invadido, o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a destruio de cerca de 700 poos de petrleo no pas. Mais de 1 milho de litros de leo foram lanados no golfo Prsico ou queimados. Como o fumo dos poos bloqueou a luz do Sol e deixou um mar de fuligem no ar, pelo menos mil pessoas morreram de problemas respiratrios. A mancha viscosa de 1 500 km2 matou 25 mil aves e sujou 600 quilmetros da costa. Como o petrleo se infiltrou no solo, as sementes no germinam, 40% da gua subterrnea foi contaminada e a terra quase no absorve gua.

3- Poluio em Minamata (1956)

Vergonha oriental Em 1956, pescadores dessa baa japonesa comearam a ter uma doena batizada de mal de Minamata, que causava paralisias e podia matar. Logo ficou claro que os casos surgiram porque uma indstria de fertilizantes, a Chisso Corporation, lanou durante quatro dcadas 27 toneladas de mercrio no oceano, contaminando peixes e frutos do mar. Mais de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram. A regio s foi declarada livre de mercrio em 1997, quando as redes que impediam os peixes contaminados de nadar para outras guas foram retiradas.

4- Vazamento em Bhopal (1984)

Omisso fatal Na madrugada de 3 de dezembro de 1984, 45 toneladas de gases txicos vazaram de um tanque da fbrica de agrotxicos da Union Carbide, em Bhopal, na ndia. Depois do acidente, a empresa simplesmente abandonou o local e 2 500 pessoas morreram pelo contacto com as substncias letais. Outras 150 mil sofreram com queimaduras nos olhos e pulmes. Os protestos pela limpeza da rea so constantes. At hoje, o solo e a gua tm altos nveis de metais pesados e derivados de cloro cancergenos.

5- Derrame do Exxon Valdez (1989)

Gelada ecolgica Em maro de 1989, o petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas submersas na costa do Alasca e deu incio ao mais danoso derramamento de leo por um navio. O saldo do despejo de 40 milhes de litros de leo incluiu 100 mil aves mortas e 2 mil quilmetros de praias contaminadas. O problema se agravou porque, no frio, o leo demora para se tornar solvel e ser consumido por microorganismos martimos a biodegradao ocorre com eficcia apenas a partir dos 15 C. Apesar da limpeza (foto maior), que mobilizou 10 mil pessoas, cerca de 2% do petrleo continuam poluindo a costa da regio.

6- Exploso de Chernobyl (1986)

O preo do descaso Pela primeira vez, enfrentaremos a energia nuclear fora de controle. Com essas palavras, o presidente da Unio Sovitica Mikhail Gorbachev anunciava, em abril de 1986, o pior acidente nuclear da histria: a exploso de um dos quatro reatores de Chernobyl, na Ucrnia (uma ex-repblica sovitica). Foi liberada uma radiao 90 vezes maior que a das bombas de Hiroshima e Nagaski. Alm das 32 pessoas que morreram na hora, outras 10 mil perderam a vida nos anos seguintes. A nuvem nuclear que atingiu a Europa contaminou milhares de quilmetros de florestas e causou doenas em mais de 40 mil pessoas.

7- Bombas de Hiroshima e Nagaski (1945)

Pesadelo atmico Tidas como um marco do horror nuclear, as duas exploses de agosto de 1945 mataram entre 150 mil e 220 mil japoneses - as estimativas no so precisas porque os documentos militares da poca foram destrudos. At 1 quilmetro do centro da exploso, quase todos os animais e plantas morreram com as ondas de choque e calor. Em 58 anos, a radiao aumentou em 51% a ocorrncia de leucemia. Hoje, as duas cidades j possuem ndices de radiao aceitveis.

8- Csio em Goinia (1987)

Descaso pblico O acidente radiolgico de Goinia foi um grave episdio de contaminao por radiatividade ocorrido no Brasil. A contaminao teve incio em 13 de Setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi furtado das instalaes de um hospital abandonado, na zona central de Goinia. O instrumento roubado foi, posteriormente, desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminao o qual afetou seriamente a sade de centenas de pessoas.

Cubato O vale da morte

Poluio em CubatoPoluio em Cubato produziu bebs sem crebro e chocou a opinio pblica do planeta Em 1980, o jornal americano The New York Times batizou esse plo petroqumico paulista de "Vale da Morte". Na poca, as indstrias cuspiam mil toneladas de gases txicos por dia, alimentando uma nvoa venenosa que afetava o sistema respiratrio e gerava bebs com deformidades fsicas. A sujeira tambm contaminou a gua e o solo da regio, trazendo chuvas cidas e deslizamentos na serra do Mar. Com o controle da poluio industrial, a situao melhorou, mas o lugar est longe de ser um paraso. O Greenpeace afirma que h riscos de contaminao no depsito de organoclorados (substncias txicas que podem causar cncer) da Rhodia e pede a retirada do material. A empresa, por sua vez, diz que eliminou os contaminantes em dez reas clandestinas da dcada 70 e que o depsito atual possui sistemas de segurana, alm de passar por inspees da Cetesb, rgo de controle ambiental do governo paulista.

Cubato, exemplo mundial de recuperao ambiental Nas dcadas de 70 e 8O, o plo industrial de Cubato lanava no ar, diariamente, quase mil toneladas de poluentes. O solo, os rios e manguezais que formam o rico ecossistema da regio recebiam indiscriminadamente outras tantas toneladas.

Cubato O vale da morte

No ano de 1985, atravs da parceria entre a Administrao Municipal, a Cetesb, as Indstrias e a Comunidade, foi iniciado um rgido programa de despoluio ambiental. Os resultados foram imediatos: no perodo de menos de dez anos, os ndices das fontes poluidoras foram reduzidos em 92%.

Cubato O vale da morte O reconhecimento por esse trabalho foi coroado durante a ECO 92, pela ONU (Organizao das Naes Unidas), que outorgou o Selo Verde Cubato, como Cidade-Smbolo da Ecologia e Exemplo Mundial de Recuperao Ambiental.

Cubato O vale da morte De acordo com o resultado de testes, as 50 milhas quadradas da rea de Cubato estavam sendo bombardeadas, diariamente, por 473 toneladas de monxido de carbono, 182 toneladas de dixido de enxofre, 148 toneladas de substncias particularizadas, 43 toneladas de xido de nitrognio e 31 toneladas de hidrocarbonetos. Um levantamento feito este ano revelou que das 40 mil chamadas mdicas de emergncia, em Cubato, 10 mil foram para casos de tuberculose, pneumonia, bronquite, enfisema, asma e diversas molstias de nariz e garganta.Vale da Morte: matria de destaque no jornal New York Times

Cubato O vale da morte Em recente pronunciamento, Franco Benoff, diretor administrativo da Fiat-FBM Steel Company, disse: "A fundio , inevitavelmente, um trabalho poluidor e j no mais aceita por trabalhadores fortemente unidos, nos assim chamados pases desenvolvidos. Como j bem conhecido, nos pases desenvolvidos tem-se dado - no digo se corretamente ou no uma nfase muito grande ao problema da poluio. Em vista dessas consideraes, a fundio de ao uma atividade mais apropriada para os pases do terceiro mundo.

Cubato O vale da morte A fumaa que sobe das fileiras de chamins, azulada, amarela, vermelha, negra e branca, d ao ar um tom amarelo-cinzento, invadindo as narinas com uma mistura doentia de odores acre. No h pssaros, borboletas ou insetos de qualquer espcie e, quando chove, especialmente em dias sem vento, as gotas queimam a pele.