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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS TÉCNICO ADMINISTRATIVO DO TJDFT PROFESSOR RENATO FENILI 1 www.pontodosconcursos.com.br Olá, amigo(a) concursando(a), Como foi a semana de estudos? Espero que tudo esteja correndo dentro do planejado. Na última aula, vimos um conteúdo extenso sobre as compras nas organizações, sejam elas públicas ou privadas. Hoje estudaremos as atividades típicas dos almoxarifados, no que diz respeito ao recebimento, acondicionamento e distribuição de materiais na organização. A boa notícia é que essa é uma aula mais “leve” que as anteriores, com tópicos cobrados de forma menos recorrente pelo CESPE (o que não significa que podemos ignorar este conteúdo). Eis o que veremos nesta aula. AULA CONTEÚDO 5 5. Recebimento e Armazenagem 6. Distribuição de Materiais Apenas relembro que estarei atento ao fórum, durante toda a semana. Ótimo estudo!!

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS TÉCNICO ADMINISTRATIVO DO TJDFT

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Olá, amigo(a) concursando(a), Como foi a semana de estudos? Espero que tudo esteja correndo dentro do planejado. Na última aula, vimos um conteúdo extenso sobre as compras nas organizações, sejam elas públicas ou privadas. Hoje estudaremos as atividades típicas dos almoxarifados, no que diz respeito ao recebimento, acondicionamento e distribuição de materiais na organização. A boa notícia é que essa é uma aula mais “leve” que as anteriores, com tópicos cobrados de forma menos recorrente pelo CESPE (o que não significa que podemos ignorar este conteúdo). Eis o que veremos nesta aula.

AULA CONTEÚDO

5 5. Recebimento e Armazenagem 6. Distribuição de Materiais

Apenas relembro que estarei atento ao fórum, durante toda a semana. Ótimo estudo!!

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1. A GESTÃO DOS ALMOXARIFADOS

Retomando o esquema já apresentado na aula anterior, podemos subdividir a Administração de Recursos Materiais em três grandes nichos de atividades, assim agrupadas por Gonçalves (2007):

Nas últimas duas aulas, pudemos nos familiarizar com a Gestão de Estoques e a Gestão de Compras. O próximo assunto é a Gestão dos Centros de Distribuição (mais usualmente conhecida como Gestão de Almoxarifados), que será abordado parcialmente nessa aula por meio das atividades de recebimento, armazenagem e distribuição de materiais. Almoxarifados são locais destinados à guarda e à conservação dos itens de material em estoque de uma determinada organização. É essencial que a gestão dos almoxarifados seja eficiente, visando a minimizar os custos de armazenamento de estoques, bem como maximizando a qualidade de atendimento aos seus clientes internos à empresa. Nesse sentido, o quadro a seguir sintetiza os objetivos da gestão de almoxarifados, bem como as atividades necessárias para tanto:

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OBJETIVOS DA GESTÃO DE ALMOXARIFADOS

OBJETIVO AÇÕES NECESSÁRIAS

Minimizar os custos de armazenamento

• Maximizar o uso do espaço físico disponível;

• Evitar perdas / roubos / furtos;

• Evitar obsolescência;

• Buscar a eficiência na movimentação dos materiais, diminuindo as distâncias internas percorridas;

• Prover treinamento aos colaboradores envolvidos.

Maximizar a qualidade de atendimento aos consumidores

Assegurar a provisão do item de material certo, na quantidade e no local corretos, no menor tempo possível, sempre que for necessário.

A gestão de almoxarifados, em uma visão macro, engloba as seguintes

atividades básicas, passíveis de concatenação de modo que formem um processo:

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Nesta aula, tomando por base a programação constante do edital,

iremos nos ater às atividades de recebimento, armazenagem e distribuição, sendo que movimentação será abordada como um subtópico da armazenagem, ok?

Iniciaremos pela atividade de recebimento.

2. O RECEBIMENTO DE MATERIAIS

O recebimento do item de material é a etapa intermediária entre a compra e o pagamento ao fornecedor. Somente após o recebimento (etapa que, nos órgãos públicos, refere-se à etapa de liquidação da despesa), é que o pagamento é autorizado.

Desta forma, a atividade de recebimento mantém estreito relacionamento com as áreas contábeis e de compras da organização, além de contar, por vezes, com a necessidade do suporte provido pelo setor de transportes.

O recebimento é usualmente dividido nas seguintes etapas:

ETAPAS DO RECEBIMENTO DE MATERIAIS

ETAPA DESCRIÇÃO

Recebimento Provisório

Entrada de materiais: recepção dos veículos transportadores; verificação de dados básicos da entrega (informações da nota fiscal, existência de autorização da entrega pela empresa etc.); encaminhamento para a área de descarga. Nesta etapa, o “recebedor” assina no documento fiscal que acompanha o material, apenas para fins de comprovação da data de entrega.

Etapas intermediárias

• Conferência Quantitativa: verificação se a quantidade declarada pelo fornecedor na nota fiscal corresponde àquela efetivamente entregue.

• Conferência Qualitativa: verificação se as especificações técnicas do objeto entregue estão de acordo com as

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ETAPAS DO RECEBIMENTO DE MATERIAIS

ETAPA DESCRIÇÃO

solicitadas pelo setor de compras (dimensões, marcas, modelos etc.).

Regularização

• Regularização: é o resultado lógico decorrente das fases anteriores. Pode ser originada uma das seguintes situações: � entrada do material no estoque e liberação do pagamento ao fornecedor. Neste caso, houve aceitação do material, ou o recebimento definitivo;

� devolução parcial ou total do material ao fornecedor. Neste caso, a aceitação foi parcial ou, simplesmente, o material não foi aceito;

� reclamação junto ao fornecedor, por falta de material.

1. (CESPE / SESA ES / 2011) No recebimento de materiais, a

conferência consiste no batimento entre a nota fiscal e o pedido de compra.

O “batimento” entre a nota fiscal e o pedido de compra não pode nem

ser chamado de conferência. É apenas um procedimento muito inicial, conduzido ainda durante a entrada de materiais, no recebimento provisório.

A conferência – seja ela quantitativa ou qualitativa – é um procedimento que envolve, necessariamente, a análise do material entregue, e não apenas de documentos.

Nesta fase, o foco deve ser o item de material que será efetivamente empregado na organização, e não eventuais regularidades entre espécies documentais.

A questão, assim, está errada.

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2. (CESPE / CNPQ / 2011) O controle do recebimento do objeto

contratado é realizado durante o recebimento provisório, produzindo o efeito de liberar o vendedor do ônus da prova de qualquer defeito ou impropriedade que venha a ser verificada na coisa comprada.

A Lei de Licitações e Contratos, em seu artigo 73, apresenta da seguinte forma os conceitos de recebimento provisório e definitivo:

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

(...)

II - em se tratando de compras (...):

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade

do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do

material e conseqüente aceitação.

No entanto, nem o recebimento provisório e nem o definitivo liberam o vendedor do ônus da prova de qualquer defeito ou impropriedade que venha a ser verificada na coisa comprada. É um entendimento que deriva do normatizado pelo §2º do mesmo artigo da Lei nº 8.666/93, apesar de não haver menção expressa a itens de material comprados:

§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a

responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem

ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites

estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

Ônus da prova pode ser definido como a responsabilidade de uma das partes, em uma disputa judicial, de oferecer provas que sustentem uma determinada afirmação. Normalmente, o ônus da prova cabe ao autor da afirmação. Esse é o entendimento do artigo 333 do Código de Processo Civil:

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Art. 333. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo

do direito do autor.

No entanto, no âmbito do Direito do Consumidor, ramo que trata das relações que se estabelecem entre fornecedores e consumidores, poderá ocorrer a chamada inversão do ônus da prova, normatizado pelo inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do

ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for

verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras

ordinárias de experiências;

Não iremos adentrar muito nas disciplinas de Direito Civil ou do Consumidor, evitando assim o risco de desviarmos de nosso foco principal. Em síntese, o que devemos saber é que o recebimento (provisório ou definitivo) não libera o fornecedor da responsabilidade de provar a inexistência ou a inveracidade de quaisquer alegações por parte do consumidor. A questão está, portanto, errada. 3. ARMAZENAGEM DE MATERIAIS A armazenagem de materiais pode ser entendida como a atividade de planejamento e organização das operações destinadas a manter e a abrigar adequadamente os itens de material, mantendo-os em condições de uso até o momento de sua demanda efetiva pela organização.

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Uma armazenagem racional tem por objetivo principal a minimização dos custos a ela inerentes. De forma não exaustiva, podemos relacionar da seguinte forma os objetivos da armazenagem:

• Maximizar a utilização dos espaços, ou, conforme Viana (2000), utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível;

• Prover acesso facilitado a todos os itens de material; • Prover proteção aos itens estocados, de forma que sua manipulação

não incorra em danos; • Prover um ambiente cujas características não afetem a qualidade e a

integridade dos itens estocados; • Apresentar um arranjo físico que possibilite o uso eficiente de mão

de obra e de equipamentos. 3.1. Critérios e Técnicas de Armazenagem Segundo Viana (2000), a armazenagem pode ser categorizada em dois grupos, a saber: simples e complexa. A armazenagem simples envolve materiais que, por suas características físicas ou químicas, não demandam cuidados adicionais do gestor de almoxarifados. Em contrapartida, a armazenagem complexa é inerente a materiais que carecem de medidas especiais em sua guarda. Os aspectos físicos ou químicos dos materiais que justificam uma armazenagem complexa podem ser assim listados:

MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA

ASPECTOS FÍSICOS ASPECTOS QUÍMICOS

• Fragilidade

• Volume

• Peso

• Forma

• Inflamabilidade ou Combustibilidade (= capacidade de entrar em combustão. Ex: óleo diesel);

• Explosividade (= capacidade de o material tornar-se explosivo ou inflamável. Ex: acetileno, fogos de artifício);

• Volatilização (= tendência a passar para o estado gasoso. Ex: benzeno);

• Oxidação (= tendência de reação

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MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA

ASPECTOS FÍSICOS ASPECTOS QUÍMICOS

com o oxigênio. Em metais, provoca a ferrugem);

• Potencial de intoxicação; • Radiação; • Perecibilidade (por exemplo, gêneros alimentícios).

Os materiais de armazenagem complexa exigem uma infraestrutura de guarda especial, assim exemplificada:

• Equipamentos de prevenção de incêndio (sprinklers etc.); • Ambientes climatizados (câmaras frigoríficas etc.); • Ambientes com controle de temperatura e umidade (paióis de

munição etc.); • Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pelos funcionários

que lidam diretamente com esses materiais. De posse da informação do tipo de armazenagem que é demandada pelo material (simples ou complexa), cabe ao gestor de almoxarifado adotar um critério de guarda dos materiais. Os mais usuais, ainda segundo Viana (2000), são:

MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA

CRITÉRIO CARACTERÍSTICAS

Armazenagem por Agrupamento (ou compatibilidade)

Materiais associados são alocados próximos uns dos outros. É o caso de se armazenarem sobressalentes variados de um motor de automóvel, por exemplo, em uma mesma estante. Esse critério facilita as tarefas de arrumação e busca, mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço.

Armazenagem por tamanho, peso ou

Materiais de características físicas semelhantes são armazenados mais

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MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA

CRITÉRIO CARACTERÍSTICAS

forma (acomodabilidade)

próximos. Esse critério possibilita um maior aproveitamento do espaço físico, e demanda maior necessidade de controle por parte do gestor de almoxarifado.

Armazenagem por frequência

Os materiais com maior frequência de entrada e saída do almoxarifado são armazenados próximos à sua entrada/saída;

Armazenagem especial

É a típica armazenagem complexa, destinada a materiais inflamáveis, perecíveis, explosivos etc. Note que este critério de armazenagem pode ser “acumulado” com um dos anteriores (por exemplo: carnes são armazenadas em câmaras frigoríficas – armazenagem especial, e pode ser empregado em conjunto o critério de armazenagem por frequência). Importante: produtos perecíveis devem ser armazenados segundo o método FIFO.

Armazenagem em área externa

Este critério é aplicável a materiais que podem ser armazenados em áreas externas (por exemplo, automóveis acabados, armazenados em pátios), reduzindo custos e ampliando o espaço interno do almoxarifado para materiais que necessitam de maior proteção.

Coberturas alternativas

Trata-se de soluções para a obtenção de uma área coberta, sem incorrer em custos de construção atinente à expansão do almoxarifado. Em geral, a cobertura é de de PVC.

Finalmente, no que diz respeito às técnicas de armazenagem

propriamente ditas, é essencial nos familiarizarmos com os dispositivos mais usuais empregados nessa atividade.

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PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAGEM

Prateleiras Podem ser de aço ou madeira. As de aço, apesar de mais caras, possuem maior durabilidade, e não são atacadas por insetos.

De forma geral, as prateleiras têm a propriedade de alocarem materiais de dimensões variadas.

Contenedores (containers)

Caixas metálicas retangulares, hermeticamente fechadas e seladas, destinadas ao transporte intermodal de mercadorias (ferroviário, rodoviário, marítimo ou aéreo).

Pallets (paletes)

Paletes são estrados que possibilitam o empilhamento das cargas, maximizando a utilização do espaço cúbico do almoxarifado. Podem ser de madeira, metal, papelão ou plástico.

A paletização (possibilidade de empilhamento dos paletes e de manipulação de uma carga unitizada) possibilita o aproveitamento eficiente do espaço vertical dos armazéns.

Engradados São destinados à guarda e transporte de materiais frágeis ou irregulares, que não admitem o uso de simples estrados, carecendo de uma estrutura que ofereça proteção lateral.

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PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAGEM

Caixas ou gavetas

São ideais para a armazenagem de materiais de pequenas dimensões, como pregos, porcas, parafusos e sobressalentes pequenos em geral.

3. (CESPE / ABIN / 2010) A paletização impede a utilização do espaço aéreo do almoxarifado.

Conforme exposto no quadro acima, a paletização é uma ferramenta que age em prol de um melhor aproveitamento do espaço vertical (ou aéreo, conforme o enunciado) do almoxarifado. O enunciado está, portanto, errado. 4. (CESPE / MPU / 2010) No que se refere à armazenagem de

recursos materiais, o uso de prateleiras é adequado à estocagem de materiais de dimensões variadas.

O uso de prateleiras consiste em uma técnica voltada a materiais de dimensões variadas. Neste caso, os materiais podem ser dispostos diretamente sobre as prateleiras ou, ainda, alocados em caixas ou gavetas que, por sua vez, são depositadas nessas prateleiras. A questão está certa.

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5. (CESPE / INCA / 2010) Se o gestor de material de determinado

órgão identificar a entrada de uma carga unitizada composta por resma de papel de formato A4, é correto afirmar que esse órgão recebeu apenas uma unidade de resma de papel A4.

Podemos definir carga unitizada ou unitária como um conjunto de

objetos que são mantidos, fisicamente, como uma unidade de carga durante o trânsito entre uma origem e um destino. Assim, diversos volumes distintos são acondicionados de maneira a constituírem unidades físicas maiores, com formatos padronizados, possibilitando o transporte e o acondicionamento mediante equipamentos usuais nos almoxarifados (como os paletes, prateleiras, etc.).

Através da adoção da carga unitizada, reduzem-se os custos de manipulação da carga fracionada, bem como se aumenta a celeridade da movimentação de materiais.

Quando o enunciado da questão refere-se à entrada de uma carga unitizada composta por resma de papel no formato A4, deve-se compreender que não se trata de apenas uma unidade, mas sim de uma quantidade padrão, capaz de ser movimentada e armazenada em um palete, por exemplo.

A assertiva está errada. 6. (CESPE / IFB / 2011) A carga unitária é a embalagem que

contém diretamente o produto.

Nada melhor do que responder essa questão através de um exemplo.

A figura ao lado poderia representar uma carga unitária (ou unitizada) de café (por exemplo). Note que, na carga unitária, um conjunto de embalagens de café (mantidas no interior das caixas), são agregadas fisicamente, comportando-se como uma única unidade de carga durante o trânsito entre uma origem e um destino.

Já a embalagem que contém diretamente o produto está contida na carga unitizada. São,

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por exemplo, as embalagens de café que compramos nos supermercados. A questão está errada.

7. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere um determinado material que deve ser estocado em paletes. Considere ainda que cada palete pode conter, no máximo, 50 caixas desse material, que o estoque máximo é de 5.000 caixas e que o empilhamento máximo é de 3 paletes. Nessa situação, serão necessárias, no mínimo, 34 posições de paletes para o armazenamento do material em apreço.

Este é um tipo de questão sobre armazenagem, cobrado de forma recorrente pelo CESPE, que envolve cálculos matemáticos (simples).

Posição de palete é o espaço físico da superfície de um almoxarifado que é ocupado por uma unidade de palete. Imagine que o almoxarifado é uma espécie de estacionamento: cada vaga é uma posição de palete (mas com a vantagem de ser possível empilhar a carga).

A primeira informação a ser determinada é a quantidade de paletes que são necessárias para o armazenamento do estoque máximo:

O enunciado nos informa que o empilhamento máximo é de 3 paletes. Assim, basta sabermos quantas posições de paletes são necessárias para o armazenamento do material:

Note que o número de posições deve ser um número inteiro, já que a fração de posição de palete não tem significado. Assim, o número obtido

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(33,33...) foi arredondado para cima (34). Caso tivéssemos arredondado para baixo, haveríamos chegado ao número de 33 posições, o que seria suficiente para apenas 99 (33 posições x 3 paletes empilhados) paletes.

O esquema abaixo ilustra a situação abordada nesta questão.

A

questão, portanto, está certa 3.2. Definição do layout na armazenagem Com o desenvolvimento geral do sistema produtivo, observado na última década, a disposição física das áreas de armazenagem foi merecedora de maior atenção. Nesse sentido, a definição do layout (ou leiaute) deixou de ser meramente intuitiva, e passou a ser estabelecida a partir de técnicas de visualização da dinâmica de movimentação dos materiais no armazém. Dessa forma, hoje é considerado como layout de um almoxarifado o arranjo de homens, máquinas e materiais, dispostos de modo que sua dinâmica possa se dar dentro do padrão máximo de economia (VIANA, 2000). Para Muther (1978) a chave para uma definição satisfatória do layout inicia com a definição de características referentes aos itens de

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material. Esse “diagnóstico” inicial denomina-se chave PQRST, e pode ser bem ilustrado pelo esquema abaixo, desenvolvido por aquele autor. Com base nessa abordagem, podemos listar os seguintes elementos principais

ELEMENTOS A SEREM CONSIDERADOS NA DEFINIÇÃO DO LAYOUT NA ARMAZENAGEM

• Definição dos materiais a serem armazenados; • Volume de material; • Tempo durante o qual será feita a armazenagem; • Equipamentos e instrumentos que serão empregados na

movimentação dos materiais; • Tipos de embalagens utilizadas no armazenamento; • Possibilidade de se fazerem inspeções nos materiais

armazenados (há de se considerar a facilidade de acesso); • Versatilidade, flexibilidade e possibilidade de futura expansão

da área de armazenagem.

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8. (CESPE / MPU / 2010) Os equipamentos e instrumentos

utilizados na movimentação de materiais em estoques independem da estrutura física e do leiaute da unidade.

Como vimos no quadro acima, há de se considerar os equipamentos e instrumentos empregados na movimentação de materiais estocados na definição do layout dos almoxarifados ou armazéns. Nesse sentido, a questão está errada. A relação entre o layout de um almoxarifado e os equipamentos nele utilizados é mais bem ilustrada na próxima questão: 9. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere que a largura dos

corredores de um almoxarifado é determinada pelo equipamento utilizado para manuseio e que os corredores realmente permitem a fácil movimentação dos itens, por meio de empilhadeiras. Nessa situação, é correto afirmar que os corredores principais e os utilizados para embarque permitem o trânsito de duas empilhadeiras ao mesmo tempo.

Esta questão exemplifica o impacto de um equipamento de movimentação

no projeto da área física de um almoxarifado. Uma maior acessibilidade é atingida quando é possível

manipular, ao mesmo tempo, os itens de material contidos em ambos os lados de um mesmo corredor. Assim, a situação ideal é que o o almoxarifado seja projetado de modo que duas empilhadeiras possam ser empregadas simultaneamente, em um mesmo corredor.

Logicamente, a ampliação da largura dos corredores acarreta uma menor disponibilidade de área para a armazenagem da carga, o que deve ser avaliado cuidadosamente por ocasião da confecção do projeto.

A questão está certa.

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A acessibilidade aos materiais armazenados, conforme vimos anteriormente, é fator a ser considerado na definição do layout de um almoxarifado.

Nesse aspecto, a acessibilidade é baseada em duas funcionalidades principais: a existência de um sistema de localização bem estruturado, permitindo saber as coordenadas de cada um dos itens de material em estoque; e um planejamento racional da área física do almoxarifado, possibilitando, por exemplo, o amplo trânsito dos equipamentos de movimentação.

No que diz respeito ao sistema de localização dos itens de material, dois são os critérios passíveis de serem empregados:

CRITÉRIOS DE LOCALIZAÇÃO DE MATERIAL CRITÉRIO DESCRIÇÃO

Sistema de estocagem fixo

Há a pré-determinação de áreas de estocagem específicas de acordo com o tipo de material. Se, por um lado, este sistema facilita o controle, por outro suscita o desperdício de áreas de armazenagem, já que a falta de um tipo de material acarreta áreas “vazias”, ao passo que outro tipo de material em excesso, em outra área, ficaria “no corredor”.

Sistema de estocagem livre

Não existem locais pré-determinados para a estocagem (a não ser para materiais de demandam estocagem especial). Neste sistema, os materiais vão ocupando ao espaços vazios no almoxarifado, o que exige um elevado controle , sob o risco de incorrer na existência de material perdido em estoque.

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10. (CESPE / TJ ES / 2011) O endereçamento é imprescindível tanto ao sistema de estocagem fixa quanto ao sistema de estocagem livre.

Independente do critério de localização utilizado (fixo ou livre), faz-se necessário uma codificação (usualmente alfanumérica) que indique precisamente o posicionamento do material estocado. Sem essa informação, seria praticamente impossível a gestão de estoques com os devidos controle e celeridade. A questão está certa. 11. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) No sistema de estocagem

livre, não existe local fixo de armazenagem, com exceção de materiais que requerem estocagem especial. Nesse sistema, os materiais vão ocupar os espaços vazios dentro do depósito.

O enunciado da questão descreve o critério de localização de material

denominado sistema de estocagem livre, em total conformidade exposto anteriormente.

A assertiva está certa.

12. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) A utilização cúbica e a

acessibilidade a cada um dos itens são fatores que devem ser considerados no planejamento da área física do estoque.

Esta questão apenas sintetiza o discutido nesta seção. Somando-se à utilização cúbica e à acessibilidade, temos que os equipamentos a serem empregados na movimentação de materiais e os tipos de embalagens, entre outros aspectos, devem ser configurados na definição do layout de um almoxarifado. A afirmativa está certa.

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4. DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS

Distribuição de materiais é a atividade derradeira da gestão de almoxarifados, cuja finalidade é fazer chegar o material em perfeitas condições ao usuário.

Há autores que fazem a seguinte divisão:

• Distribuição interna = diz respeito à distribuição de materiais internamente à organização, para a continuidade de seu processo de trabalho.

• Distribuição externa = trata da entrega dos produtos acabados a seus clientes, o que pode envolver mais de um meio de transporte.

No âmbito dos órgãos públicos brasileiros, a distribuição interna pode se dar por dois processos de fornecimento: por pressão ou por requisição.

Segue extrato da Instrução Normativa nº 205/1988, da Secretaria de Administração Pública da Presidência da República (SEDAP), atinente à distribuição interna para unidades administrativas integrantes das organizações públicas.

5. As unidades integrantes das estruturas organizacionais dos órgãos e

entidades serão supridas exclusivamente pelo seu almoxarifado.

5.1. Distribuição é o processo pelo qual se faz chegar o material em

perfeitas condições ao usuário.

5.1.1. São dois os processos de fornecimento:

a) por Pressão;

b) por Requisição.

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5.1.2. O fornecimento por Pressão é o processo de uso facultativo, pelo qual

se entrega material ao usuário mediante tabelas de provisão previamente

estabelecidas pelo setor competente, e nas épocas fixadas,

independentemente de qualquer solicitação posterior do usuário. Essas

tabelas são preparadas normalmente, para:

a) material de limpeza e conservação;

b) material de expediente de uso rotineiro;

c) gêneros alimentícios.

5.1.3. O fornecimento por Requisição é o processo mais comum, pelo qual se

entrega o material ao usuário mediante apresentação de uma requisição

(pedido de material) de uso interno no órgão ou entidade.

Usualmente, as unidades administrativas adotam uma rotina para o fornecimento por requisição. Dessa maneira, é prática recorrente a determinação de um dia específico da semana para que as requisições de material sejam entregues aos almoxarifados (toda quinta-feira, por exemplo).

13. (CESPE / INCA / 2010) Os fornecimentos por pressão e o por requisição são os dois tipos de processos de fornecimento de material para suprir a demanda das unidades de um órgão ou entidade da administração pública brasileira. O fornecimento por pressão refere-se ao processo de entrega de material para o usuário com base nas tabelas de provisão previamente estabelecidas pelo setor competente, enquanto o fornecimento por requisição refere-se ao processo de entrega do material formalmente requisitado ao usuário.

Note que o enunciado da questão mostra-se integralmente baseado no extrato da IN nº 205/1988 (SEDAP), transcrito na acima. A assertiva está correta.

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14. (CESPE / STM / 2011) No processo de fornecimento por pressão, a entrega de material ao usuário ocorre mediante tabelas de provisão, previamente estabelecidas pelo setor competente, nas épocas fixadas, independentemente de qualquer solicitação posterior do usuário.

Mais uma vez, o CESPE faz uma abordagem quase literal da IN nº 205/1988 (SEDAP), vista acima. Em se tratando do tópico “Distribuição de Materiais”, mostra-se essencial estarmos familiarizados com os conceitos de fornecimento por pressão e por requisição. A afirmativa está certa. A distribuição de materiais, por envolver o deslocamento físico dos bens (dos almoxarifados até o seu consumidor), está intimamente relacionada ao tópico movimentação e transporte de materiais.

Para Gonçalves (2007), há uma estreita relação entre os equipamentos de movimentação e os de armazenagem dos materiais. Segundo este autor, os “equipamentos de movimentação devem ser escolhidos dentro de um planejamento global que envolve as características dos materiais, suas formas de acondicionamento e embalagens e o fluxo geral dos materiais” no almoxarifado. Conseguir harmonizar estas variáveis implica a redução de custos operacionais e o aumento da produtividade.

Com relação à movimentação de materiais, devem-se perseguir os seguintes objetivos:

• obter um fluxo eficiente de materiais nos almoxarifados; • utilizar critérios ergonômicos, visando a evitar fadiga e lesões dos

colaboradores.

A eficiência do sistema de movimentação de materiais é condicionada à observância de algumas regras básicas, denominadas leis da movimentação de materiais, listadas a seguir.

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LEIS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS

LEI DESCRIÇÃO

Flexibilidade Empregar equipamentos que possam ser utilizados na movimentação de vários tipos de cargas.

Manipulação mínima

Evitar a manipulação dos materiais ao longo do ciclo de processamento e utilizar o transporte mecânico ou automatizado sempre que possível.

Máxima utilização do espaço disponível

Maximizar o aproveitamento do espaço cúbico disponível.

Máxima utilização dos equipamentos

Maximizar a utilização dos equipamentos, diversificando seu emprego.

Máxima utilização da gravidade

Aproveitar da gravidade, sempre que possível, para a movimentação dos materiais (menores custos).

Menor custo total Selecionar equipamentos ponderando custos totais e tempo de vida útil.

Mínima distância Reduzir as distâncias na movimentação, eliminando trajetos em ziguezague.

Obediência do fluxo das operações

Adotar as trajetórias de movimentação de materiais de modo a facilitar o fluxo produtivo.

Padronização Utilizar equipamentos padronizados (facilitando a manutenção e o intercâmbio de

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LEIS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS

LEI DESCRIÇÃO

sobressalentes)

Segurança e satisfação

Promover a segurança dos colaboradores e reduzir sua fadiga.

Fonte: GONÇALVES, 2007.

A escolha dos equipamentos que constituirão o sistema de movimentação interno de materiais deve se dar com base no critério custo versus benefício. Vejamos alguns dos principais dispositivos empregados neste sistema:

PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO INTERNA DE MATERIAIS

Empilhadeira Equipamento cujo emprego principal é o transporte de mercadorias em paletes, otimizando, assim, o uso do espaço vertical em almoxarifados. Há vários tipos (elétricas, manuais, a combustão etc.) e modelos (frontais, laterais, trilaterais etc.). Necessita de operador especializado.

Talha

Equipamento baseado no uso de polias em série, é indicado para o deslocamento de cargas pesadas (motores, por exemplo). Pode ser manual, elétrica ou pneumática.

Ponte / Pórtico Rolante

Constitui-se de uma ou mais vigas que correm sobre trilhos, sendo capaz de transportar cargas com pesos muito significativos. Dentre as vantagens deste equipamento, destaca-se a não-interferência com o trabalho a nível do solo, visto que sua ocupação física não

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PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO INTERNA DE MATERIAIS

concorre com outros equipamentos ou com trabalhadores que situam-se no piso. Desta forma, similarmente aos guindastes, é indicado para uso em áreas com restrição de espaço.

Elevador

São empregados na movimentação de cargas entre níveis (andares) distintos. Ocupam menos espaço do que outros equipamentos, mas carecem, geralmente, de rígida manutenção preventiva e de cuidados na operação.

Carrinho de carga

De uso extremamente comum em almoxarifados, é utilizado para movimentação de cargas a curtas distâncias, inclusive na formação de lotes para a distribuição aos clientes internos. É prático, de baixo custo e não carece de mão de obra especializada. Há carrinhos que transportam de 50 até 600 kg.

15. (CESPE / IFB / 2011) Pontes rolantes e guindastes são equipamentos de manuseio para áreas restritas.

Justamente por não concorrerem diretamente com o espaço ocupado

por equipamentos ou por trabalhadores que se localizam no nível do piso, os equipamentos relacionados no enunciado realmente têm sua utilização indicada para áreas restritas.

A assertiva, portanto, está certa.

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Em termos da distribuição física (ou externa), Viana (2000) enumera as principais modalidades de transporte das cargas, conforme sintetizado no quadro a seguir:

PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE

MODALIDADE APLICAÇÃO

Rodoviário

Destinado a cargas que demandam tempo relativamente rápido de entrega. No Brasil, esta modalidade é, de longe, a mais empregada.

É destinado a pequenas e médias distâncias, apresentando boa relação custo X benefício.

A estrutura para a distribuição rodoviária é composta pela malha de rodovias e pela disponibilidade de veículos.

Ferroviário

Sua característica principal é o atendimento a longas distâncias, comportando cargas de grande volume.

Apresenta um índice menor de acidentes, furtos e roubos, se comparado com o rodoviário.

A estrutura de distribuição ferroviária compõe-se da malha ferroviária, de vagões e locomotivas.

Hidroviário / marítimo

Muito voltado a transporte de cargas entre continentes, sendo que o tempo de entrega não é um fator preponderante.

É o modal mais utilizado no comércio internacional, mediante o emprego de navios mercantes (cargueiros).

A estrutura de distribuição, neste caso, é formada por navios de carga e pela

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PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE

MODALIDADE APLICAÇÃO

estrutura portuária das localidades envolvidas.

Aeroviário

Voltado ao transporte de carga no qual o tempo de entrega é um fator primordial.

É ideal para pequenos volumes, com alto valor agregado e com urgência de entrega.

A desvantagem fica por conta do maior custo e da menor capacidade de carga.

A estrutura aeroviária é formada por aeronaves de transporte de carga, bem como por aeroportos.

Dutoviário

É um dos meios mais econômicos de transporte de cargas, muito voltado a grandes volumes de óleos, gás natural e derivados. Ex: oleodutos, gasodutos etc.

A estrutura dutoviária é composta por canos / tubos cilíndricos ocos desenvolvidos conforme normas internacionais de segurança.

O transporte intermodal (ou multimodal, segundo a Associação Nacional de Transportes Terrestres – ANTT) é aquele que utiliza mais de uma modalidade de transporte. A exportação de produtos em contêineres, por exemplo, é usualmente feito pelas modalidades marítima e rodoviária. Na realidade, o transporte intermodal não é propriamente uma nova modalidade de transporte, mas sim uma combinação das anteriores.

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16. (CESPE / IFB / 2011) São cinco os modais de transporte de carga: aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário e intermodal.

Primeiramente, conforme nos esclarece a ANTT1, os termos modo, modal e modalidade de transporte possuem o mesmo significado, ok? A questão apresente uma pegadinha do CESPE. Como vimos, o transporte intermodal não é uma “nova” modalidade de transporte de carga, mas sim uma combinação das demais. Além disso, a questão peca por não listar o transporte dutoviário, um dos cinco modais hoje considerados pela ANTT. A questão está errada.

1 Endereço: http://www.antt.gov.br/faq/multimodal.asp

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Esta foi a última aula de nosso curso. Fomos capazes de cobrir um

conteúdo extenso e diversificado, no âmbito da Administração de Recursos

Materiais e Patrimoniais. Agradeço pela oportunidade e pela confiança.

Estarei acompanhando o fórum até a data da prova, de modo que fique à

vontade para postar dúvidas ou outros comentários.

Torço pelo seu sucesso e pela conquista de seu objetivo, e

permanecerei junto a você nesta caminhada.

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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA: 1. (CESPE / SESA ES / 2011) No recebimento de materiais, a

conferência consiste no batimento entre a nota fiscal e o pedido de compra.

2. (CESPE / CNPQ / 2011) O controle do recebimento do objeto contratado é realizado durante o recebimento provisório, produzindo o efeito de liberar o vendedor do ônus da prova de qualquer defeito ou impropriedade que venha a ser verificada na coisa comprada.

3. (CESPE / ABIN / 2010) A paletização impede a utilização do espaço aéreo do almoxarifado.

4. (CESPE / MPU / 2010) No que se refere à armazenagem de recursos materiais, o uso de prateleiras é adequado à estocagem de materiais de dimensões variadas.

5. (CESPE / INCA / 2010) Se o gestor de material de determinado órgão identificar a entrada de uma carga unitizada composta por resma de papel de formato A4, é correto afirmar que esse órgão recebeu apenas uma unidade de resma de papel A4.

6. (CESPE / IFB / 2011) A carga unitária é a embalagem que contém diretamente o produto.

7. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere um determinado material que deve ser estocado em paletes. Considere ainda que cada palete pode conter, no máximo, 50 caixas desse material, que o estoque máximo é de 5.000 caixas e que o empilhamento máximo é de 3 paletes. Nessa situação, serão necessárias, no mínimo, 34 posições de paletes para o armazenamento do material em apreço.

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8. (CESPE / MPU / 2010) Os equipamentos e instrumentos utilizados na movimentação de materiais em estoques independem da estrutura física e do leiaute da unidade.

9. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere que a largura dos corredores de um almoxarifado é determinada pelo equipamento utilizado para manuseio e que os corredores realmente permitem a fácil movimentação dos itens, por meio de empilhadeiras. Nessa situação, é correto afirmar que os corredores principais e os utilizados para embarque permitem o trânsito de duas empilhadeiras ao mesmo tempo.

10. (CESPE / TJ ES / 2011) O endereçamento é imprescindível tanto ao sistema de estocagem fixa quanto ao sistema de estocagem livre.

11. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) No sistema de estocagem livre, não existe local fixo de armazenagem, com exceção de materiais que requerem estocagem especial. Nesse sistema, os materiais vão ocupar os espaços vazios dentro do depósito.

12. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) A utilização cúbica e a acessibilidade a cada um dos itens são fatores que devem ser considerados no planejamento da área física do estoque.

13. (CESPE / INCA / 2010) Os fornecimentos por pressão e o por requisição são os dois tipos de processos de fornecimento de material para suprir a demanda das unidades de um órgão ou entidade da administração pública brasileira. O fornecimento por pressão refere-se ao processo de entrega de material para o usuário com base nas tabelas de provisão previamente estabelecidas pelo setor competente, enquanto o fornecimento por requisição refere-se ao processo de entrega do material formalmente requisitado ao usuário.

14. (CESPE / STM / 2011) No processo de fornecimento por pressão, a entrega de material ao usuário ocorre mediante tabelas de provisão, previamente estabelecidas pelo setor

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competente, nas épocas fixadas, independentemente de qualquer solicitação posterior do usuário.

15. (CESPE / IFB / 2011) Pontes rolantes e guindastes são equipamentos de manuseio para áreas restritas.

16. (CESPE / IFB / 2011) São cinco os modais de transporte de carga: aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário e intermodal.

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GABARITO

1- E 2- E

3- E 4- C 5- E 6- E 7- C 8- E 9- C 10- C 11- C 12- C 13- C 14- C 15- C 16- E

Sucesso!

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Referências GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais, 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

FENILI, R. R. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Abordagem Completa. São Paulo: Ed. Método, 2011.

MUTHER, R. Planejamento do layout. Sistema SLP. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1978.

VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000.