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XXI 42 05/03/2013 Superintendência de Comunicação Integrada CLIPPING Nesta edição: Clipping Geral Patrimônio Cultural Meio Ambiente Direitos Humanos Saúde Deficientes e Idosos Procon-MG Destaques: Depoimento de goleiro será lance decisivo - p. 07 Barbosa enfrenta cerco corporativista dos juízes - p. 18 Planos de saúde lideram queixas - p. 32

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Clipping Geral e Espec. Eletrônico

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XXI

42

05/03/2013

Superintendência de Comunicação Integrada

CLIPPINGNesta edição:

Clipping GeralPatrimônio Cultural

Meio AmbienteDireitos Humanos

SaúdeDeficientes e Idosos

Procon-MG

Destaques:

Depoimento de goleiro será lance decisivo - p. 07

Barbosa enfrenta cerco corporativista dos juízes - p. 18

Planos de saúde lideram queixas - p. 32

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Brasília. Sete municípios mineiros estão entre os 60 sor-teados ontem pela Controladoria Geral da União (CGU) para serem alvo de fiscalização do órgão no uso de recursos fede-rais. Neste ano, o Programa de Fiscalização de Municípios a partir de Sorteios Públicos completa 10 anos e terá como foco cidades com população de até 500 mil habitantes.

Para cada município sorteado, são enviados grupos de auditores para examinar as contas e os documentos que comprovam o uso da verba, como notas fiscais e notas de empenho. Os auditores também realizam inspeção física nas obras em andamentos de cada município.

Em Minas - o Estado com o maior número de cidades

sorteadas -, vão receber a “visita” dos auditores da CGU os prefeitos de Perdigão, Novorizonte, Rodeiro, Monte Santo de Minas, Formiga, Vargem Bonita e Várzea da Palma.

O secretário executivo da CGU, Carlos Higino Ribeiro de Alencar, destacou no sorteio que a fiscalização não tem como objetivo apenas inibir a corrupção, mas também in-centivar uma gestão pública de maior transparência e qua-lidade.

“Maior do que combater a corrupção, que é um foco muito importante, o programa busca a excelência na gestão pública. Não é só uma questão de dar o dinheiro, o que o programa quer é excelência na gestão”, afirmou.

o tempo - mg - p. 07 - 05.03.2013 contratos

União sorteia 60 cidades para fiscalizar repassesControladoria Geral vai enviar auditores para verificar notas fiscais e obras

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Valquiria Lopes, Guilherme Paranaiba, Paula Sarapu, Landercy Hemerson, Tiago de Holanda e Tiago Lemos

Sob o peso do julgamento de Luiz Henrique Romão, o Macarrão – condenado por participar do desaparecimento e morte de Eliza Samudio –, em desvantagem perante a opinião pública e diante de um júri predominantemente feminino, a defesa do goleiro Bruno Fernandes de Souza mudou de postura no primeiro dia do julgamento do prin-cipal réu no processo. Com estratégias que sugerem, se-gundo especialistas, a tentativa de diminuir uma pena tida como provável, os defensores dispensaram testemunhas e pediram celeridade no júri, com um comportamento que gerou comentários sobre uma possível confissão do atleta. A mudança de postura também estava estampada na face do personagem de maior destaque na trama. O Bruno apa-rentemente tranquilo e altivo das últimas aparições ontem era outro: cabisbaixo diante das câmeras, se agarrou à Bí-blia e ao lenço entregue por advogados. Fora do tribunal, porém, seus defensores dão mostras de que o jogo está longe de acabar.

Os advogados indicam que reagirão a uma eventual condenação pedindo a anulação do júri e já guardam car-tas na manga para isso: questionam a legalidade do ates-tado de óbito da ex-amante de Bruno, em recurso que será apreciado em instâncias superiores, denunciam sumiço de partes do processo e atacam a investigação paralela que apura o envolvimento de mais dois policiais no caso. Ad-vogado que defende Bruno desde novembro do ano pas-sado, quando o processo do goleiro foi desmembrado do que culminou na condenação de Macarrão, Lúcio Adolfo dispensou três pessoas das oitivas em plenário. Ao se ex-plicar sobre o motivo, afirmou não acreditar haver nada nos depoimentos que acrescentasse à defesa do atleta.

Para o jurista Luiz Flávio Gomes, esse tipo de dis-pensa ocorre quando o defensor não vê nada no testemu-nho que seja favorável ao réu ou quando há uma tentativa clara de diminuir um dano iminente, no caso a condena-ção. “A primeira tática de um defensor é desconstruir as provas. Quando elas ficam contundentes, é preciso mudar de tática. A defesa sempre luta pelo que é melhor para seu cliente. Se a condenação é inevitável, o melhor é ten-tar alguma estratégia que permita uma redução de pena, como confissão ou delação premiada”, afirma. O jurista acrescenta que o conselho de sentença, formado por cinco mulheres e dois homens, é desfavorável ao goleiro. “São mulheres jovens, que têm idades próximas à que Eliza Samudio tinha quando desapareceu, o que pesa contra o

réu”, afirma Gomes.A situação da defesa do goleiro também é vista como

complicada pelo promotor de Justiça do 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Francisco de Assis Santiago, que compartilha do entendimento de que a nova tática visa a redução de danos. “A expectativa de o Bruno ser absolvi-do é praticamente nula. Já há uma confissão que o envol-ve diretamente e uma condenação. Por que agora vai mu-dar?”, diz o promotor. Santiago também chama atenção para a mudança de comportamento do ex-goleiro ontem no Fórum de Contagem. “É uma tentativa de substituir a arrogância pela humildade e melhorar o quadro.”pRocesso

Apesar de acompanhar o caso desde novembro, o ad-vogado Lúcio Adolfo deixou para levar ao conhecimento da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues somente ontem o questionamento sobre o sumiço de peças no processo. Cerca de 700 páginas teriam desaparecido, fato confirma-do pelo escrivão, segundo o advogado. “Ele disse que as peças sumiram na ocasião do primeiro julgamento e que não estão no processo físico nem no digitalizado. Pedi para abrirem uma investigação para apurar o sumiço. Como se pode acusar alguém com um processo capen-ga?”, questionou.

Ele criticou também o fato de a promotoria ter pedi-do à Polícia Civil uma investigação paralela, que corre ao mesmo tempo em que o cliente está sentado no banco dos réus. “Uma investigação está em andamento. Ainda não se localizaram os executores. É justo uma pessoa ser julgada enquanto a investigação não terminou?”

Ainda pela manhã, antes da abertura da sessão, pai-rou pelo fórum a possibilidade de que o julgamento fos-se novamente suspenso, como ocorreu em novembro, no caso de Bruno e Dayanne. O motivo seria a tramitação do recurso que pede a anulação da certidão de óbito de Eliza Samudio, emitida de forma considerada ilegal pela defesa, como antecipou o Estado de Minas no domingo. O atestado foi expedido pela juíza Marixa Fabiane depois do julgamento do ano passado, quando Macarrão confes-sou que a vítima havia sido levada para a morte. Os defen-sores alegam que a Justiça criminal não tem competência para expedir a certidão, e que o documento devia ter sido emitido na Comarca de Vespasiano, onde teria ocorrido o assassinato, segundo a apuração. A juíza, porém, man-teve a sessão e o assunto deve ser julgado em instâncias superiores, podendo em tese servir de argumento para um eventual pedido de anulação do júri.

Enquanto defensores trabalhavam por novo adiamen-

estado de mInas - mg - p. 17 e 18 - 05.03.2013caso bRUno o JUlgamento

Defesa recua e muda de tática Advogados do goleiro se articulam em duas frentes: diante de corpo de jurados desfavorável,

agem para reduzir pena; fora do tribunal, já atuam para anular júri

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to, o assistente de acusação José Arteiro acenava com a possibilidade de um acordo para que o crime seja es-clarecido. A medida beneficiaria Bruno com redução da pena, como já havia ocorrido com Macarrão. “O Bruno é que vai fixar a pena dele. O que ele precisa é assumir que mandou matar a Eliza e deixar de colocar a culpa no Macarrão.” A defesa criticou a oferta, mas especialistas veem na movimentação dos advogados do goleiro uma possibilidade de confissão.aUsente cÉlebRe

Aguardado como protagonista de um dos fatos novos do processo depois de dar uma entrevista contraditória que compromete Bruno, Jorge Luiz Lisboa Rosa, primo do goleiro, não apareceu. Convocado pela promotoria para depor como informante, foi esperado até 10h20, quando uma funcionária do fórum chamou pelo seu nome, sem resposta, na porta do tribunal. “A acusação se baseia nas palavras dele. Então, quem tinha de trazer o Jorge aqui para provar alguma coisa era a acusação. Eu nunca me sustentei nas palavras dele”, disse o defensor Lúcio Adol-fo.

cRÔnIca - O circo (6)Arnaldo VianaSeis, porque nos tempos do Macarrão e da Fernanda

“dos peitão” a lista foi encerrada no cinco. O bom é que a lona imaginária voltou, armada em grande estilo. E, de cara, nova personagem. “É a mulher diaba”, diz a repórter enciumada da súbita celebridade. Maldade! Toda pintada de vermelho, comunicava-se por mímica. Nome? Ela abre a malinha cheia de tintas e pincéis e escreve: Gilmara Oli-veira. É artista plástica. Idade? Trinta e seis. Muda? Não. Protesto silencioso. Vermelho de sangue contra a violên-cia. Não houve jornalista que a fizesse falar. Aí o celular toca. Toca de novo. Resiste a atender. Voto de silêncio é de silêncio. E toca de novo. E ela, então, olha de lado e sai de fininho, fingindo que não estava de vermelho. E, supostamente (palavra da moda) protegida por uma pa-rede, atende o celular. Mulher resiste a uma tricotada no aparelhinho?

E chega o Bruno com escolta de chefe de Estado. Fil-madoras, máquinas fotográficas, notebooks, tablets, gra-vadores, fios trançados correndo e levando atrás milhares de jornalistas. E no meio da parafernália, dois imensos afros de terno escuro abrindo caminho entre o tiquitinho de gente que tentava ver o goleiro. Estariam abrindo pas-sagem para uma baita autoridade do Judiciário? Nada disso. Acreditem: estavam folgando a corrida afobada de uma equipe de TV. Só assim para repórter ter segurança.

E lá vem o Lúcio Adolfo, defensor, sempre assesso-rado pelo Twiteiro. O Twiteiro é aquele que nos tempos do Macarrão e da Fernanda escreveu nas rede sociais que Bruno deveria confessar logo o assassinato e, depois, con-cordou em defendê-lo. Pois é, o Adolfo disse pelo menos

1.217 vezes que 700 páginas do processo desapareceram. Pô, cara, será que o Twiteiro, mestre nas artes da infor-mática, não contou ao chefe que o processo está todo di-gitalizado? A dupla, aliás, é craque na contradição. Mas contradição, gente, é coisa humana. Alguém já viu um boi contraditório? Um passarinho contraditório? Um tatu, um tamanduá?

Ah, em tempo: Adolfo disse ontem que leu o processo (menos as 700 páginas que não viu). Ufa! Até que enfim. E tabelou com o Ércio (o sobrenome está aí, na temporada e na boca de quem, até o domingo de Páscoa, se abstém de carne, bebida e certos pecados) para deixar a juíza e o promotor malucos. Ércio, que ganhou na Justiça o direito de frequentar o júri de Bruno e Dayanne, levantava a bola (sem trocadilho) e Adolfo emendava. Aí o José Arteiro se meteu para defender o promotor. E a lona imaginária presenciou, ao vivo, o primeiro bate-boca jurídico-ceno-gráfico.

Fica na memória o Bruno, de cabeça baixa, Bíblia nas mãos e chorando. Aí o Ércio chega e o beija na testa. Ges-to fofo. E há 2 mil anos, nesta época de nome coincidente com sobrenome, não houve um beijo assim? A cena não arrancou um comentário sequer. O julgamento do Bruno e da Dayanne é de exceção. No salão é proibido falar, bocejar, espreguiçar, telefonar e tudo mais que termina com “ar”. Se entrou, não sai, Se saiu, não volta. Nem para ir ao banheiro. Sendo assim, é bom a galera da imprensa pensar em levar fraldão. Pode ser que…

Advogados agem em bloco Mesmo desligado da defesa do réu, Quaresma influi

no júri e chega a cogitar confissão. Alívio da pena poderia colocar goleiro na rua em menos de 4 anos

Paula Sarapu, Landercy Hemerson e Tiago de Holan-da

Foram quatro meses para estudar um processo de mais de 15 mil páginas, mas, no primeiro dia do julga-mento do goleiro Bruno com a defesa de Lúcio Adolfo da Silva, foi Ércio Quaresma – um velho conhecido do caso – quem voltou a dar as cartas. O chamado “blocão” estava novamente presente com a intenção de desqualifi-car as investigações. Enquanto a promotoria formulava à primeira testemunha, a delegada Ana Maria Santos Costa, em ordem cronológica, uma série de perguntas referen-tes ao desaparecimento e morte de Eliza Samudio, Lúcio Adolfo não adotou uma sequência e pareceu confuso. As perguntas dele atacavam as brechas da investigação. E, claro, seguiam as dicas do colega, que estava na plateia fazendo caras e bocas, apontando e gesticulando. E foi o próprio Quaresma quem pela primeira vez falou na possi-bilidade de confissão de Bruno.

“Sou o único que conhece esse processo, porque só eu sei a verdade”, gabou-se Quaresma, já no fim do pri-

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meiro dia. “Trocamos figurinha, Lúcio e eu, e há uma li-nha de que Bruno possa confessar para conseguir redução de pena também. Se Lúcio arrancar as três qualificado-ras, Bruno responde por homicídio simples, com 10 anos, mais a pena pelo sequestro, seguindo o que foi com o Ma-carrão. Basta Bruno dizer que pressentiu, mas que não fez nada para evitar, o que já serve como confissão”, sugeriu Quaresma.

Para o advogado criminalista Adilson Rocha, presi-dente da Comissão de Assuntos Penitenciários da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brail (OAB-MG), uma confissão poderia beneficiar o goleiro com o regime semiaberto dentro de pouco mais de três anos. “A con-fissão seria uma atenuante e a pena pelo homicídio qua-lificado, de 12 a 30 anos de reclusão, ficaria próximo do mínimo. Já a pena por sequestro e cárcere privado varia de um a quatro anos, e ocultação de cadáver de um a três anos”, explicou.

Segundo Adilson, é possível que Bruno seja senten-ciado em 15 anos pelo homicídio qualificado. “Como é crime hediondo, ele teria que cumprir dois quinto da pena, o que daria seis anos. Ele já está há dois anos e oito me-ses preso e, com pouco mais de três anos, poderia sair da cadeia durante o dia para trabalhar e voltar para dormir.” Porém, para exercer a antiga profissão, iria depender de autorização especial. Com relação ao sequestro, haveria o agravante de uma das vítimas ser seu filho, por isso não se pode pensar em pena mínima.

O advogado assistente de acusação José Arteiro disse que admite a possibilidade de acordo. “Só aceitamos se ele confessar, contar tudo”, afirmou, na tarde de ontem. No entanto, o promotor Henry Wagner Vasconcelos des-conversou. “Não existe possibilidade de acordo, tal como afirmei no júri de Macarrão. Se Bruno confessar, será be-neficiado automaticamente (com a atenuação da pena), por conta da disposicão legal. Mas estou trabalhando com a expectativa de que não haja confissão. As provas são robustas, são sérias, respaldadas.”aÇÃo conJUnta

Dentro da estratégia da defesa, durante o depoimento da única testemunha ouvida ontem, Lúcio Adolfo, advo-gado de Bruno, não se ateve aos detalhes do crime e quis confirmar, por exemplo, se a delegada Ana Maria Santos, que à época chefiava a Delegacia de Homicídios de Con-tagem, tinha se formado na mesma turma da juíza Mari-xa Fabiane Lopes Rodrigues. As perguntas e tópicos que seriam abordados foram rascunhados em um tablet, pou-co antes. Cercado por Quaresma e Fernando Magalhães, da defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, por Tiago Lenoir e Francisco Simim, que também represen-tam Dayanne, e por Frederico Orzil, advogado do caseiro Elenilson Vítor, que será julgado em maio, Lúcio Adolfo levou ao plenário as perguntas do grupo.

Durante a sessão, o comportamento dos integrantes

do “blocão” irritou a juíza e ela advertiu os defensores, que conversaram e riam em tom alto. Na cadeira vazia posicionada entre Bruno e Dayanne, sentaram-se Lúcio Adolfo, Tiago e Simim. Quaresma e Orzil, no entanto, diversas vezes foram até lá fazer perguntas aos réus. Pare-ciam construir juntos a tese da defesa. Ao fim do interro-gatório da delegada, a juíza perguntou se havia perguntas por parte da ex-mulher de Bruno, mas Lúcio Adolfo, ain-da que formalmente seja representante apenas do goleiro, disse que já havia perguntado por ela.

O testemunho da delegada foi considerado favorável tanto pela acusação quanto pela defesa. “O depoimento foi extremamente valioso para o Ministério Público, so-bretudo na medida em que reafirmou a credibilidade, a sinceridade de Jorge Luiz Rosa (primo de Bruno) na nar-rativa dos acontecimentos que culminaram no assassinato de Eliza”, analisou o promotor Henry Wagner Vasconce-los, após o término da sessão de ontem.

Advogado de Bruno, Tiago Lenoir discordou. “O depoimento da doutora Ana foi muito importante para a defesa. Em momento algum ela citou o nome de Bruno, em momento algum falou que ele está envolvido nesse crime”, argumentou. “A defesa sai confiante para os pró-ximos dias de júri. A não menção significa ausência de provas, o que gera dúvida, e na dúvida não se pode con-denar ninguém.”

A mãe de Eliza, Sônia Moura, reafirmou esperar que o goleiro revele a localização do cadáver. “É obrigacão dele falar onde está o corpo da minha filha. Eu espero que o Bruno quebre o silencio. Com certeza foi ele que man-dou fazer da maneira como foi feito.”

Sentença nas mãos de mulheres

Guilherme Paranaiba e Clarisse SouzaAlém do atraso no sorteio dos sete jurados, início do

julgamento no fórum de Contagem, presidido pela juíza Marixa Fabiane, foi marcado por bate-boca entre advo-gados de defesa e promotor. Além do atraso no sorteio dos sete jurados, início do julgamento no fórum de Con-tagem, presidido pela juíza Marixa Fabiane, foi marcado por bate-boca entre advogados de defesa e promotor

Uma mulher a menos e um homem a mais. O futuro do goleiro Bruno e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues no julgamento pelo desaparecimento e morte de Eliza Sa-mudio será definido por cinco mulheres e dois homens. Em novembro, no julgamento que começou com cinco e terminou com dois réus, eram seis mulheres e um homem, que condenaram Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro. Desta vez, os jurados têm fi-sionomias bastante jovens e só foram escolhidos depois de sete vetos, uma impugnação e uma dispensa. A defesa do ex-jogador não vê problema na formação do conselho

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e diz respeitar a inteligência feminina.A escolha dos ocupantes das sete

cadeiras do conselho de sentença foi feita de forma demorada, devido a fal-tas no corpo de jurados. Dos 25 inicial-mente previstos apenas 15 apareceram e foi necessário suprir a lista com 10 su-plentes. Depois dessa etapa, o advoga-do Lúcio Adolfo, que representa Bruno, pediu que os 10 fossem escolhidos por meio de sorteio e não inseridos no cor-po oficial, conforme a ordem na lista. Os oficiais de Justiça, então, refizeram o trabalho e a juíza Marixa Fabiane deu andamento ao sorteio dos sete nomes.

Representando Dayanne, o advoga-do Francisco Simim vetou três pessoas, sendo duas mulheres e um homem. Lú-cio Adolfo, por sua vez, recusou duas mulheres, enquanto o promotor Henry Wagner agradeceu a presença de dois homens. Uma das sorteadas foi dispen-sada por estar com dor de dente e outro candidato a jurado não foi aceito por ter antecedentes criminais. Questionado se a predominância feminina seria negati-va para o cliente, Lúcio Adolfo foi en-fático: “Não estou escolhendo time de futebol. Respeito a inteligência femi-nina e não acho que as juradas tenham nenhuma predisposição para prejudicar o Bruno”.

Apenas uma mulher, morena, de cabelos longos, fez pergunta à testemu-nha. As cinco juradas aparentam ter en-tre 25 e 35 anos: uma delas estava bem maquiada, duas usam aliança na mão direita, a mais nova tem piercing no na-riz e duas estavam com esmaltes colori-dos. O homem mais velho é negro, com cerca de 40 anos, casado. O mais novo, sentado ao lado dele, também é casado e usa o cabelo em estilo militar.InFlUÊncIa

A formação de um conselho de sentença maioritariamente feminino di-vide a opinião de especialistas em direi-to criminal. Na avaliação do advogado Osmiler Kleber Sacchetto Guimarães, a presença de tantas mulheres na banca julgadora pode aumentar as chances de os réus serem condenados. “A mulher é muito sentimental e não julga pelo

processo, mas pelo coração”, diz. O ad-vogado afirma basear a tese em experi-ência profissional. “Já atuei em mais de 1 mil júris e posso dizer que a mulher é fortemente influenciada pela mídia e se coloca no lugar da vítima e de seus familiares”, argumenta.

Contrário a essa posição, o advo-gado criminal Eduardo Cordeiro Lopes acredita que o fato de o conselho ser formado por maioria de mulheres vai possibilitar uma sentença mais justa. “As decisões femininas são mais cons-cientes e seguras. Tenho certeza de que, independentemente do resultado, a jus-tiça será feita”, avalia. Para o advogado Francisco Rogério Del Corsi, o sexo dos jurados não influencia nas decisões. “Isso não vai fazer diferença nenhuma. O que pode pesar são as convicções re-ligiosas e a cultura de cada um”, con-sidera.

em ResUmo

Ontem

Manobras de defensores e bate-boca antecederam a definição do con-selho de sentença, formado por cinco mulheres e dois homens. Após a tenta-tiva frustrada de adiar mais uma vez o julgamento, foi tomado o depoimento da delegada Ana Maria Santos, que fa-lou sobre as circunstâncias em que Jor-ge Luiz Rosa, primo de Bruno, revelou detalhes do crime.

Hoje

São aguardados o depoimento de Jaílson de Oliveira, detento que disse ter ouvido de Bola a confissão sobre o assassinato de Eliza. Célia Apareci-da Rosa Sales, irmã do réu assassinado Sérgio Rosa Sales, também deve depor. Haverá ainda a leitura do depoimento de Renata Garcia, ouvida por carta pre-catória, profissional que havia acom-panhado o testemunho de Jorge Luiz Rosa tomado pela delegada Ana Maria Santos.

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As estatísticas sobre a criminalidade em São Paulo, relativas a janeiro, divulgadas pela Secre-taria da Segurança Pública, devem ser conside-radas de dois ângulos. Se comparadas com igual período do ano passado, o aumento da crimi-nalidade continua preocupante, tanto na capital como em todo o Estado. Esta é uma realidade a ser enfrentada sem subterfúgios. Mas, se elas forem comparadas com dezembro do ano passa-do, embora os números continuem elevados, há uma clara desaceleração em seu ritmo de cres-cimento. Este é também um dado da realidade, igualmente importante, que não pode deixar de ser levado em conta.

O aumento dos homicídios dolosos, em com-paração com janeiro de 2012, ficou muito próxi-mo na capital e no Estado, respectivamente de 16,7% e 16,9%. Tiveram também forte aumento na capital outros crimes, especialmente o latro-cínio - um dos que mais assustam a população -, com 114% (de 7 para 15 ocorrências), os estu-pros (23,4%), roubos diversos (10,3%), roubos de carro (10,1%), roubos a banco (42,9%), furtos diversos (13,8%) e furtos de veículos (16,8%). No Estado, os latrocínios cresceram 61%; os rou-bos diversos, 9,3%; e roubo de carros, 18,7%.

Há alguns dados positivos como a queda das lesões corporais na capital (4,9%) e a de roubos de cargas tanto na capital (2,4%) como no Esta-do (1,55%). O mais importante no que se refere à redução de crimes é a de extorsões mediante sequestro, crime também muito temido pelos paulistas. Segundo os dados levantados pela Se-cretaria, ela foi de 36,26% nos últimos 12 meses, o que não é nada desprezível.

Embora a situação seja sem dúvida grave, como se vê, há pelo menos um sinal animador que também merece destaque. Quando a compa-ração dos homicídios dolosos de janeiro é feita com dezembro do ano passado, na capital e no Estado, fica evidente que o ritmo de crescimento desse crime teve significativa diminuição. Res-pectivamente de 37% e 21,36%.

Essa comparação se justifica tendo em vista a onda de violência vivida pela capital, princi-

palmente, nos últimos meses do ano, provoca-da pelo crime organizado, com imediata e nem sempre comedida reação da Polícia Militar. Em novembro, por exemplo, o aumento dos homicí-dios foi de 50%. Nada mais natural do que dese-jar saber, por meio dessa comparação, se aquela onda está ou não perdendo fôlego. E felizmen-te há sinais de que está. Não se trata de baixar a guarda, sob o risco de pôr tudo a perder, mas de levar em conta esse dado no planejamento da ação policial.

O secretário de Segurança, Fernando Grella Vieira - que assumiu o cargo em 22 de novem-bro, no auge da crise que derrubou seu anteces-sor, Antônio Ferreira Pinto -, vem reorientando o trabalho da polícia. Para manter o controle do aparelho policial e ao mesmo tempo evitar ex-cessos, ele tem procurado combinar firmeza no comando e exigência de respeito dos agentes às normas jurídicas. Outra decisão importante é in-vestir em inteligência, para melhorar a preven-ção do crime e a qualidade da investigação.

Essas são as linhas que norteiam o trabalho das polícias mais eficientes do mundo, mas sua adoção entre nós exige tempo e paciência, por-que implica a mudança de comportamentos ar-raigados. Embora com a cautela que a prudência recomenda em relação às tentativas anunciadas periodicamente para mudar a polícia, vários es-pecialistas em segurança veem com bons olhos a ação do secretário Grella Vieira, e, ao mesmo tempo, advertem que não se devem esperar re-sultados rápidos.

Samira Bueno, do Fórum Brasileiro de Se-gurança Pública, por exemplo, admite que a po-lítica mudou com a troca de secretário e que a ênfase de Grella Vieira sobre a necessidade de respeitar os direitos humanos ainda está sendo assimilada pelos policiais. Já Luciana Guima-rães, do Instituto Sou da Paz, chama a atenção para a importância dada por ele ao trabalho de investigação da polícia.

O trabalho em curso na Secretaria da Segu-rança é demorado. Não deve ser julgado apres-sadamente.

o estado de s.paUlo - on lIne - 02.03.2013

Segurança exige tempo

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MinaS GeraiSCIRCULA EM TODOS OS MUNICÍPIOS E DISTRITOS DO ESTADO

DIÁRIO OFICIAL

DOS PODERES

DO ESTADOwww.iof.mg.gov.br

BELO HORIZONTE, , 5 DE MARçO DE 2013ANO 121 - Nº 41

EXECUTIVO

GESTÃO

Empreendedor público do

Escritório de Prioridades

vence concurso internacional

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DEFESA SOCIAL

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Universidade de Lavras

obtém recursos para implantação do Lavrastec

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RENATO COBUCCI

gIL LEONARDI

Anastasia e autoridades examinam maquete: mais um projeto arrojado para a Capital

Local tem Centro de Convivência com shopping center, restaurantes e lanchonetes

MINAS GERAIS , 5 DE março DE 2013 - 5GERAL

a proposta mineira concorreu

com outras da Suécia, méxico,

Benin, Honduras, maldivas

e ParaguaiGoverno de

minas de ampliar permanentemente a interação entre o poder público e a comunidade, o Portal da Transparên-cia da Controladoria Geral do Esta-do (CGE-mG), que ocupa posição de

do País, deve ser aprimorado ainda este ano para melhorar mais o aces-so à informação.

a previsão é da subcontroladora e da Transparência

da CGE-mG, margareth Travessoni, que deu início, na semana passada, na Cidade a -cesso de levantamento de melhores

de transparência, prevenção e luta contra a corrupção. o

começou com reunião destinada à apresentação de trabalhos da Eve-ris, empresa de consultoria contra-tada para esta ação.

a apresentação foi iniciada pelo diretor de Técnica e operação da

-tacou o trabalho desenvolvido e o

agilidade, as metas propostas.Segundo ele, inicialmente, foram

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funcionais e não funcionais e termos de referência.

-ções o diretor de Governo, manuel

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destacando que foram estudados os portais de transparência de seis paí-ses, além do Brasil: austrália, Cana-dá, Chile, Colômbia, Estados Unidos

Brasil, foram analisados os portais de São Paulo, Ceará e Espírito Santo.

Segundo a CGE-mG, as análises -

-volvimento de um

processo de evolução do portal com foco na usabilidade, acessibilidade e segurança, a extensão da funcionali-dade para plataforma -tre outras medidas.

Controladoria Geral prepara elevação dos padrões do Portal da Transparência

Quarenta e dois servidores do Cor-po de Bombeiros e das polícias Civil e militar frequentam desde ontem, o

Comunitária. Direitos humanos, estru-turação dos conselhos comunitários,

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abordados durante o treinamento, que -

demia de Polícia militar, no bairro Pra--

cido por meio de acordo de cooperação técnica entre a Secretaria de Defesa

Segurança Pública (Senasp). a coordenadora estadual de Po-

ressalta que o curso tem como foco a

integrada, esses servidores do Estado

-

segurança pública”.

ATUAÇÃO - o chefe da Seção de apoio à Polícia Comunitária da direto-

alexandre magno, explica que uma das formas de atuação da corporação para o cumprimento da proposta “é a execu-

que o policial não é simplesmente o re-

sim alguém que se empenha em resol-

ministrado desde 2008, o curso

de casos e dinâmicas em grupo. Para a delegada e coordenadora dos pro-

-tos que é feito pela Polícia Civil por meio dos programas mediar, Dialo-gar e Capacitar. “a nossa atuação é embasada por uma capacitação do policial civil”, observa.

o comandante da academia de Bombeiros militar, tenente-coronel ri-

-gãos da Defesa Social.

bombeiros e policiais militares e civis

ONU aprova projeto para prevenção à tortura em presídios

AGoverno de minas começa a colocar em

de prevenção à tortura em presídios e peniten-ciárias. a proposta foi

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do Governo do Estado e visa testar e promover a metodologia de meca-

intuito de se ter um pro-grama permanente com

-ção do mecanismo de Prevenção da Tortura e outros Tratamentos Cru-éis, Desumanos ou De-

do Governo de minas, contará com equipes in-

e assistentes sociais da Secretaria de Desenvol-vimento Social (Sedese) e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos. Em parceria com a Defensoria Pública

e ministério Público, até -

pes farão visitas a pre-sídios, penitenciárias e

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venção contra a Tortura do alto Comissariado para os Direitos Huma-nos, repassará US$ 48 mil para as ações do pro-

mineira concorreu com outras da Suécia, mé-xico, Benin, Honduras, maldivas e Paraguai.

RELATÓRIOS - as -

pareceres técnicos que

e seus responsáveis so-bre intervenções neces-

e condições propícias -

tura e/ou tratamentos degradantes.

Para a subsecretária de Direitos Humanos, Carmen rocha, a ideia é promover a igualdade de direitos para pessoas privadas de liberdade. “Esse trabalho será inte-

estarão envolvidos, atu-

busca da igualdade de direitos e oportunida-des, com respeito à inte-gridade e às diferenças existentes entre os cida-dãos que se encontram presos”, ressaltou.

Além de teorias, aulas contam com estudos de casos e dinâmicas de grupo

OnU aprova projeto para prevenção à tortura em presídios

Objetivo é promover oportunidades para pessoas privadas de liberdade

mInas geRaIs - 1ª p. e p. 05 - 05.03.2013

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MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

Página PreParada Pelo Centro de imPrensa do tribunal de Justiça do estado de minas gerais

Saúde, trabalho, cultura e lazer são direitos que devem ser garantidos

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inCaPaCidade

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Contrato firmado com interditado não tem validade

Juiz fala sobre o estatuto do idoso

o Conexão Incon-fidência -

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Plano de saÚde

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Juiz Bruno Terra Dias debate sobre o tema no programa Conexão Inconfidência

mInas geRaIs - p. 07 - 05.03.2013Juiz fala sobre o Estatuto do Idoso

Saúde, trabalho, cultura e lazer são direitos que devem ser garantidos

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Nos hospitais públicos da capital e da Grande BH, há um déficit de 5.700 mil leitos para internação, segundo parâmetro do Ministério da Saúde. Como o senhor avalia a defasagem?

Esse dado é questionável, alguns teóricos trabalham com um cálculo menor. A questão da relação leito/habitante tem muito a ver com a maturação da atenção primária. Quando se tem uma atenção primária mais resolutiva, a demanda de internação é menor.

Houve diminuição de leitos no Estado?Nós tivemos, sim, em Minas e em todo o Brasil, uma re-

dução de leitos contratados do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais particulares e filantrópicos, por conta da defasa-gem da tabela do SUS. Por outro lado, parte da redução de lei-tos deve ser atribuída a mudanças tecnológicas e ideológicas. Atualmente, é raro se internar uma criança por conta das cam-panhas de vacinação e do Programa Saúde da Família (PSF). Houve também diminuição da internação na psiquiatria.

Como o senhor pretende sanar o déficit de leitos?Se a gente pensar nos leitos especializados de alta com-

plexidade, tivemos aumento expressivo nos últimos anos em Minas e na região metropolitana, principalmente nas Unida-des de Terapia Intensiva (UTI) adulto e neonatal e maternida-de de alto risco. Entendemos, também, que há necessidade de expansão de leitos em alguns pontos mais críticos, como na urgência e na emergência. O governo do Estado está ajudando a construir hospitais em Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro. Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; em Juiz de Fora, na Zona da Mata; em Divinópolis, no Centro-Oeste; e em Sete Lagoas, na região Central, vamos começar obras de médios hospitais. Estamos criando quase 2.000 lei-tos.

Na região metropolitana, quais cidades demandam maior preocupação?

Temos deficiências importantes em Contagem, Betim, Santa Luzia e Ribeirão das Neves. Contagem, pela dimensão da cidade, tem um sistema muito acanhado. Em Betim - já estive com o novo prefeito -, vamos apoiar não só a reestrutu-ração do atual hospital, que passou por crise muito grande do ponto de vista sanitário, com proliferação de bactérias no ano passado, mas também uma possível expansão de leitos. São cidades com densidade demográfica importante e que preci-sam, de fato, aumentar a resolutividade hospitalar e a atenção primária.

Há ações para melhorar a qualidade das internações?A urgência e a emergência da região Central, que abran-

ge 104 municípios, está recebendo, entre recursos federal e estadual, mais de R$ 100 milhões para expansão e, princi-palmente, qualificação de leitos. Estamos pagando incentivo para fixação de equipes. Temos enorme desafio da fixação de profissionais.

Como o senhor avalia o déficit de médicos no interior de

Minas, que está bem acima da média nacional?Mais do que déficit, temos uma equalização ruim dos

médicos. Alguns municípios pagam altos salários para manter médicos e não conseguem fixá-los. Um diagnóstico da Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostra que a fi-xação do médico depende de salário, condição e carreira, três grandes desafios que precisamos vencer. Ainda temos muitos vínculos precarizados, o que é responsabilidade dos municí-pios. Agora mesmo, na transição política, houve desmonte das equipes. Com isso, ocorreu um recrudescimento da dengue no Estado. Outro desafio são as condições de trabalho. Ainda existem PSFs em casas alugadas.

Em relação à dengue, que já virou epidemia em oito cida-des, quais medidas emergências estão sendo tomadas?

Mais de 80% dos focos de dengue estão dentro das casas. Por isso, faço um apelo à população. Com nossas ações de mobilização, já recolhemos mais de 3 milhões de criadouros dentro das casas. Não haverá restrições orçamentárias do go-verno de Minas para frear a proliferação do Aedes Aegypti e otimizar a assistência para a população contaminada.

O Caderno mostrou que há muita desigualdade no ser-viço de saúde nas regiões do Estado. Como diminuir as dife-renças?

Minas é uma síntese do país, temos indicadores de mor-talidade infantil de seis por mil nascidos vivos, em algumas cidades do Sul, e de 35, no Vale do Jequitinhonha. É uma disparidade muito grande. Temos investido mais no Norte e Jequitinhonha. As regiões mais carentes, onde há pouca assis-tência hospitalar, são Jequitinhonha, Nordeste e Leste. Induzi-mos um polo em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, que passou a ter neurocirurgia, traumatologia e UTI, mas ainda é a região mais desafiadora.

Como o senhor avalia o fato de que 40% da demanda eletiva da capital é preenchida pelo público do interior?

É da natureza do processo que cidadãos se desloquem de municípios pequenos para os maiores para buscar serviços de atendimento de alta complexidade. O município tem de dar conta da atenção primária. Se ele for maior, pode ter média complexidade. Já a macrorregião, resolve a alta complexida-de. O que não dá é para ter ultrassom e mamógrafo em todo município.

Quais são os desafios do senhor para 2013?O Estado tem forte direção na implantação das redes de

atenção de urgência e emergência; mulher e criança; idoso; hi-pertensão e diabetes e saúde mental. A nossa diretriz é maturar as redes em todas as regiões do Estado. Dentro disso, temos ações prioritárias. Os dois eixos são a urgência e a emergên-cia, que é a maior “fratura exposta”, e a concepção do primei-ro ano de vida, com o projeto Mães de Minas. Pretendemos ter impacto importante na mortalidade geral. Tudo isso buscando sempre uma maior qualificação da atenção primária.

o tempo - mg - p. 24 - 05.03.2013entrevista.antônio Jorge de souza marques - secretário de estado de saúde

Que urgência e emergência são a maior “fratura exposta” da saúde pública, ele não tem dúvidas. Que há grandes disparidades na qualidade do serviço, também. Veja como o secretário comenta os temas do Caderno

Especial de Saúde, publicado pelo O TEMPO nesta semana

“É preciso investir mais em atenção primária”

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HoJe em dIa - mg - p. 21 - 05.03.2013

Irregularidades

Ministério da Saúde corta verba de 479 municípiosBrasília. O Ministério da Saúde suspendeu ontem

a transferência de dinheiro para 479 municípios be-neficiários dos programas Saúde da Família e Saúde Bucal. Foi bloqueado também o pagamento de agen-tes comunitários de saúde que apresentaram duplici-dade no Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci-mentos de Saúde. Ao todo, 62 cidades mineiras estão na lista das que tiveram a transferência suspensa. As informações são da Agência Brasil.

Os agentes quebraram a regra para cadastramen-to de profissionais de saúde. Eles são proibidos de acumular mais de dois cargos ou empregos públicos e de se cadastrar em mais de uma equipe do programa.

Segundo o ministério, as equipes são responsá-veis pelo acompanhamento de um número definido

de famílias em uma comunidade; atuam em promo-ção da saúde, prevenção, recuperação e reabilitação de doenças, e na manutenção da saúde das comuni-dades.

Além das cidades mineiras, estão entre as irregu-lares quatro do Acre, oito de Alagoas, cinco do Ama-zonas, uma do Amapá, 75 da Bahia, 40 do Ceará, cin-co do Espírito Santo, sete de Goiás, 64 do Maranhão, quatro de Mato Grosso do Sul, 12 de Mato Grosso, 19 do Pará, 22 da Paraíba, 35 de Pernambuco, 13 do Piauí, 20 do Paraná, nove do Rio de Janeiro, 15 do Rio Grande do Norte, um de Rondônia, dois de Roraima, 13 do Rio Grande do Sul, 13 de Santa Catarina, 13 de Sergipe, nove de São Paulo e oito do Tocantins.

Blitz surpresa flagra hospitais sem médicos em Montes Claros

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