04 decreto lei_26852_1936 reg instalacoes eletricas

30
R.L.I.E. Regulamento de Licenças para Instalações Eléctricas (Decreto-Lei nº 26852 de 30 de Julho de 1936, alterado pelos Decretos-Lei n.º 446/76, de 5 de Junho, nº 517/80 de 31 de Outubro, nº 272/92 de 3 de Dezembro e pela Portaria nº 344/89 de 13 de Maio) CAPÍTULO I Classificação das instalações Art. 1.º O presente regulamento tem por fim fixar as normas a seguir para o licenciamento de todas as instalações destinadas a produção, transporte, transformação, distribuição ou utilização de energia eléctrica que se encontrem sujeitas à fiscalização da Repartição dos Serviços Eléctricos. Art. 2.º Para efeito do seu licenciamento as instalações eléctricas dividem-se em dois grupos, conforme se destinam a serviço público ou a serviço particular, considerando-se de serviço público as instalações destinadas a tracção eléctrica e aquelas que forem estabelecidas com o fim de fornecer energia eléctrica a quaisquer consumidores que a pretendam adquirir, ou que sirvam para o transporte ou transformação de energia eléctrica destinada ao mesmo fim. Art. 3.º As licenças para o estabelecimento das instalações eléctricas de serviço público só serão concedidas se o requerente estiver munido da necessária concessão do Estado ou do respectivo município, nos termos dos artigos 12.º e 13.º do Decreto nº 14772, de 18 de Dezembro de'1927, e demais legislação aplicável, não podendo a nova instalação exceder os limites da área da concessão nem afastar-se das condições impostas pelo respectivo caderno de encargos. § único. Exceptuam-se do disposto neste artigo: a) As pequenas instalações de baixa tensão situadas em localidades de população inferior a 500 habitantes, que se destinem a alimentar um número de consumidores não superior a 15 e cuja potência instalada não seja superior a 10 KW; estas licenças, porém, conterão sempre uma cláusula reservando ao Governo o direito de mandar desmontar as instalações em qualquer ocasião, sem que o seu proprietário tenha direito a qualquer indemnização por esse facto, ou de impor a sua cedência a qualquer distribuidor público de energia eléctrica, mediante o pagamento do seu valor, o qual será calculado nos termos que para cada caso forem determinados pelo Governo; b) As ampliações de instalações já existentes e que actualmente funcionam mediante simples autorizações dadas pelo Estado ou pelos corpos administrativos; essas ampliações poderão ser licenciadas como se as instalações primitivas se achassem em regime de concessão, mas não poderão estender-se a outras localidades ou povoações além daquelas que actualmente se encontram servidas, nem será permitido alterar as condições de exploração das

Upload: mario-higgins

Post on 23-Nov-2015

8 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Regulamento de licenas para Instalaes Elctricas

R.L.I.E.

Regulamento de Licenas para Instalaes Elctricas

(Decreto-Lei n 26852 de 30 de Julho de 1936, alterado pelos Decretos-Lei n. 446/76, de 5 de Junho, n 517/80 de 31 de Outubro, n 272/92 de 3 de Dezembro e pela Portaria n 344/89 de 13 de Maio)

CAPTULO I

Classificao das instalaes

Art. 1. O presente regulamento tem por fim fixar as normas a seguir para o licenciamento de todas as instalaes destinadas a produo, transporte, transformao, distribuio ou utilizao de energia elctrica que se encontrem sujeitas fiscalizao da Repartio dos Servios Elctricos.

Art. 2. Para efeito do seu licenciamento as instalaes elctricas dividemse em dois grupos, conforme se destinam a servio pblico ou a servio particular, considerandose de servio pblico as instalaes destinadas a traco elctrica e aquelas que forem estabelecidas com o fim de fornecer energia elctrica a quaisquer consumidores que a pretendam adquirir, ou que sirvam para o transporte ou transformao de energia elctrica destinada ao mesmo fim.

Art. 3. As licenas para o estabelecimento das instalaes elctricas de servio pblico s sero concedidas se o requerente estiver munido da necessria concesso do Estado ou do respectivo municpio, nos termos dos artigos 12. e 13. do Decreto n 14772, de 18 de Dezembro de'1927, e demais legislao aplicvel, no podendo a nova instalao exceder os limites da rea da concesso nem afastarse das condies impostas pelo respectivo caderno de encargos.

nico. Exceptuamse do disposto neste artigo:

a) As pequenas instalaes de baixa tenso situadas em localidades de populao inferior a 500 habitantes, que se destinem a alimentar um nmero de consumidores no superior a 15 e cuja potncia instalada no seja superior a 10 KW; estas licenas, porm, contero sempre uma clusula reservando ao Governo o direito de mandar desmontar as instalaes em qualquer ocasio, sem que o seu proprietrio tenha direito a qualquer indemnizao por esse facto, ou de impor a sua cedncia a qualquer distribuidor pblico de energia elctrica, mediante o pagamento do seu valor, o qual ser calculado nos termos que para cada caso forem determinados pelo Governo;

b) As ampliaes de instalaes j existentes e que actualmente funcionam mediante simples autorizaes dadas pelo Estado ou pelos corpos administrativos; essas ampliaes podero ser licenciadas como se as instalaes primitivas se achassem em regime de concesso, mas no podero estenderse a outras localidades ou povoaes alm daquelas que actualmente se encontram servidas, nem ser permitido alterar as condies de explorao das instalaes actuais, nem prorrogar os contratos existentes, sem que se faa uma escritura de concesso, cujo caderno de encargos poder, porm, conter clusulas diferentes das do caderno e encargos-tipo, se assim for autorizado pelo Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes, ouvida a I. subseco da 5. seco do Conselho Superior de Obras Pblicas.

Art. 4. Em tudo o que diz respeito outorga de novas concesses para distribuio de energia elctrica em alta ou baixa tenso e aos direitos dos concessionrios, continuam em vigor as disposies do Regulamento para a Concesso e Estabelecimento das Instalaes Elctricas de Interesse Pblico, aprovado pelo Decreto n. 14829, de 5 de Janeiro de 1928.

Art. 5. As instalaes estabelecidas ou exploradas directamente pelos corpos administrativos so abrangidas pelas disposies do presente regulamento e do caderno de encargostipo, na parte que se refere s condies de estabelecimento e explorao.

1. Os corpos administrativos no podem estabelecer instalaes elctricas fora da rea da sua jurisdio, salvo em casos excepcionais, de reconhecida necessidade, com autorizao e pleno acordo do corpo administrativo vizinho em cuja rea ficar situada a instalao a estabelecer e somente com as condies estipuladas para o caso a que se refere a alnea a) do nico do artigo 3.

2. Para os efeitos deste regulamento considerar-se-o os corpos administrativos como se fossem concessionrios da distribuio de energia elctrica em alta e baixa tenso dentro da respectiva rea de jurisdio, sem declarao de utilidade pblica, salvo nos casos em que as suas instalaes elctricas tenham sido objecto dessa declarao.

Art. 6. Para assegurar ou melhorar o servio da explorao de uma instalao elctrica poder ser autorizada a construo de linhas e postos telefnicos de carcter privativo, exclusivamente destinados quele fim, os quais sero considerados como fazendo parte da instalao, ficando o seu licenciamento sujeito s mesmas normas: o proprietrio dessas linhas e postos telefnicos no poder em caso algum fazer ou consentir que se faa deles uso diferente do que fica estipulado, mesmo que esse uso importe ou se relacione com os seus interesses comerciais.

Artigo 7. - As instalaes elctricas de servio particular classificam-se, para efeito do seu licenciamento, em cinco categorias distintas:

1. categoria:

Instalaes de carcter permanente com produo prpria.

2. categoria:

Instalaes que sejam alimentadas por uma rede pblica em alta tenso, com excluso das indicadas na alnea b) da 4. categoria.

3. categoria:

Instalaes de baixa tenso que no pertenam 1 categoria e situadas em recintos pblicos ou privados destinados a espectculos ou outras diverses, incluindo se especificamente nesta categoria as instalaes elctricas de teatros, cinemas, praas de touros, casinos, circos, clubes, associaes recreativas ou desportivas, campos de desporto, casas de jogo, autdromos e outros recintos de diverso.

4 categoria:

a) Instalaes de carcter permanente que ultrapassem os limites de uma propriedade particular;

b) Instalaes que incluam linhas areas de alta tenso de extenso superior a 500 m ou que cruzem linhas de telecomunicao.

5 categoria:

Instalaes que no pertenam a nenhuma das categorias anteriores e sejam alimentadas, em baixa tenso, por uma rede de distribuio.

(A presente redaco do Art. 7, a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 517/80 de 31 de Outubro)

Art. 8. 1. Com excepo ao referido nos artigos 27. e 28., as instalaes elctricas de servio pblico necessitam de licena para o seu estabelecimento, concedida pelo directorgeral dos Servios Elctricos.

2. O licenciamento das centrais nucleares regerse por legislao especfica.

(A presente redaco do Art. 8. a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 9. 1. As instalaes elctricas de servio particular de 1. categoria carecem de licena de estabelecimento, concedida pelo directorgeral dos Servios Elctricos, excepo das seguintes:

a) As centrais termoelctricas e elicas de potncia no superior a 50 kVA;

b) As centrais termoelctricas de potncia no superior a 100 kVA, quando de reserva;

c) As mudanas de local, dentro do mesmo recinto, de centrais termoelctricas, sem alterao das suas caractersticas;

d) A substituio do motor ou do gerador de uma central elctrica por outros de igual ou menor potncia;

e) Instalaes de baixa tenso, nas condies indicadas na alnea b) do artigo 7.

2. No carecem de licena de estabelecimento nem de vistoria os geradores elctricos mveis de baixa tenso com potncia at 20 kVA, desde que os prottipos tenham sido aprovados.

3. O licenciamento das instalaes abrangidas pelas alneas a), b), c) e d) do n. 1 processase como se fossem instalaes de 2. categoria.

4. O licenciamento das instalaes abrangidas pela alnea e) do n. 1 processa-se como se fossem instalaes de 5. categoria,

(A presente redaco do Art. 9. a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 10. As instalaes elctricas de servio particular compreendidas na 2. categoria no carecem de licena prvia para estabelecimento, mas no podero ser exploradas sem que tenham sido vistoriadas pela fiscalizao tcnica do Governo.

1. O concessionrio de uma distribuio de energia elctrica em alta tenso s poder permitir a ligao de uma instalao desta categoria sua rede depois de se certificar de que o seu proprietrio possui a necessria licena de explorao, ou depois de obter para tal fim autorizao da respectiva seco de fiscalizao elctrica, a qual lhe ser dada por ofcio, se a instalao j tiver sido vistoriada e encontrada em boas condies de segurana.

2. O concessionrio tem sempre o direito de verificar as condies de segurana das instalaes elctricas de 2. categoria alimentadas pela sua rede, cumprindolhe comunicar respectiva seco de fiscalizao qualquer deficincia que nelas encontre e que o seu proprietrio se recuse a eliminar, a fim de se tomarem as necessrias providncias.

Art. 11. 1. As instalaes elctricas de 3. categoria no carecem de licena dada pela DirecoGeral dos Servios Elctricos, mas ficam permanentemente sujeitas sua fiscalizao e s podem ser exploradas depois de obtida a respectiva licena da DirecoGeral dos Espectculos, a qual s ser concedida sob parecer favorvel da DirecoGeral dos Servios Elctricos.

2. Para esse efeito, a DirecoGeral dos Espectculos enviar um exemplar do projecto DirecoGeral dos Servios Elctricos e solicitar a realizao das vistorias que forem necessrias.

3. Para as Instalaes elctricas de 3. categoria estabelecidas em locais onde no se exeram as actividades previstas no n. 1 do artigo 2. do Decreto-Lei n. 42660, de 20 de Novembro de 1959, aplicarse o disposto no n. 1 do artigo 13.

(A presente redaco do Art. 11. a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Artigo 12. - As instalaes elctricas de servio particular de 4 categoria carecem de licena de estabelecimento concedida pelo Director-Geral de Energia e so tratadas, para efeito de licenciamento, como se fossem de 1. categoria.

Art. 13. 1. As instalaes elctricas de 5. categoria no necessitam de licena para o estabelecimento, mas esto permanentemente sujeitas fiscalizao das delegaes regionais do Ministrio da Indstria e Energia e inspeco exercida pelas associaes inspectoras de instalaes elctricas antes da sua entrada em explorao.

(A presente redaco do n1 do Art. 13, a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 272/92 de 3 de Dezembro)2. Os elevadores elctricos, escadas e tapetes rolantes destinados ao transporte de pessoas, ou semelhantes, no podero entrar em explorao antes de terem sido vistoriados pela respectiva direco de fiscalizao elctrica.

(A presente redaco do Art. 11. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)Art. 14. As ampliaes ou modificaes de uma instalao elctrica de 1. categoria s carecem de licena prvia de estabelecimento se, consideradas isoladamente, como se no existisse a instalao primitiva, pertencerem tambm 1 a categoria; quando a ampliao ou modificao, considerada isoladamente, constituir uma instalao de qualquer outra categoria, o seu licenciamento obedecer s normas correspondentes a essa mesma categoria.

1. Se a ampliao ou modificao disser exclusivamente respeito rede de utilizao de energia em baixa tenso, dentro de uma propriedade particular, e no constituir instalao de 3., categoria, no necessita de qualquer licena ou vistoria para a sua explorao, ficando no entanto sujeita s determinaes que lhe venham a ser impostas pela fiscalizao tcnica do Governo.

2. A doutrina do pargrafo anterior Igualmente aplicvel s ampliaes ou modificaes das instalaes elctricas de 2. categoria que satisfaam s mesmas condies.

CAPTULO II

Estabeleci mento das instalaes elctricas de servio pblico

Art. 15. 1. Salvo o caso previsto no n. 2 do artigo 16., o pedido de licena para o estabelecimento de uma instalao elctrica de servio pblico ser feito em requerimento, em papel selado, dirigido ao directorgeral dos Servios Elctricos, e dever ser acompanhado do respectivo projecto, que compreender todos os elementos necessrios para dar uma ideia perfeita e exacta da natureza, importncia e funo da mesma instalao, e sero elaborados em conformidade com a natureza, importncia e destino das instalaes projectadas.

2. A pormenorizao dos documentos e a forma de apresentao constaro de portaria ministerial.

(A presente redaco do Art. 15. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 16. 1. Os requerimentos, acompanhados dos respectivos projectos, sero entregues na DirecoGeral dos Servios Elctricos, em Lisboa, ou nas direces de fiscalizao elctrica, que os remetero DirecoGeral.

2. Se se tratar de redes de traco elctrica urbana, o requerimento, acompanhado do projecto, em sextuplicado, ser dirigido ao directorgeral dos Transportes Terrestres, que remeter DirecoGeral dos Servios Elctricos trs exemplares do projecto com o respectivo parecer.

3. Alm destes documentos. sempre que, para a execuo das instalaes, seja necessria a ocupao de quaisquer domnios pblicos ou particulares e as instalaes no gozem de declarao de utilidade pblica, dever o requerente apresentar declarao escrita em papel selado e reconhecida por notrio pblico, de que se obriga a obter as autorizaes para a ocupao desses domnios, dadas pelos proprietrios ou entidades competentes ou seus legtimos representantes, e de que s depois de obtidas essas autorizaes proceder montagem da instalao projectada.

A presente redaco do Art. 16., e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de junho.

Art. 17. 1. O projecto deve ser acompanhado de um termo de responsabilidade pela sua elaborao, assinado por um engenheiro electrotcnico ou engenheiro tcnico da especialidade de electrotecnia.

2. Todas as peas do projecto sero rubricadas pelo tcnico responsvel, excepo da ltima pea escrita, onde dever constar a assinatura, o nome por extenso e as referncias da inscrio na DirecoGeral dos Servios Elctricos.

3. mantida a faculdade de assinar termos de responsabilidade aos indivduos que, data da publicao deste Regulamento, eram considerados habilitados para o fazer e se encontrem inscritos no registo para tal existente na DirecoGeral dos Servios Elctricos.

4. A DirecoGeral dos Servios Elctricos inscrever, em cadastro especial, os tcnicos que satisfaam todas as condies para assumir as responsabilidades pela elaborao do projecto e explorao das instalaes elctricas, de harmonia com as exigncias constantes do diploma a que se refere o nmero seguinte.

5. O exerccio da actividade do tcnico responsvel ser regulamentado por diploma conjunto dos Ministrios da Indstria e Tecnologia e do Trabalho.

6. O termo de responsabilidade pode dizer respeito elaborao do projecto e explorao das Instalaes e referirse ao conjunto das instalaes do requerente ou a parte desse conjunto. Nestes dois ltimos casos dispensvel a apresentao de um termo de responsabilidade por cada pedido.

(A presente redaco do Art. 17. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 18. 1. Aps a recepo do projecto, a DirecoGeral dos Servios Elctricos verificar se ele se apresenta instrudo com os documentos e esclarecimentos essenciais de apreciao, exigindo, na sua falta, que lhe sejam apresentados pelo requerente, e proceder ao seu estudo.

A DirecoGeral dos Servios Elctricos poder mandar introduzir no projecto as modificaes que Julgar indispensveis para garantir a segurana da instalao e do pblico ou para fazer respeitar as disposies de segurana fixadas nos respectivos regulamentos. Se as modificaes forem de pequena importncia no justificando a exigncia da substituio ou alterao do projecto, podero ser impostas na licena sob a forma de clusulas, que sero comunicadas ao interessado ou anotadas no prprio projecto e nas respectivas cpias, o que, em qualquer dos casos, obrigar o requerente a observlas escrupulosamente.

2. Os elementos referidos no nmero anterior sero apresentados pelo requerente num prazo que poder variar de quinze a sessenta dias, conforme a importncia dos documentos pedidos. A falta de apresentao dos elementos no prazo fixado poder dar lugar a que o processo seja arquivado.

3 - Sempre que a linha de alta tenso tenha um comprimento superior a 1000 m, consultar-se-o aos Correios e Telecomunicaes de Portugal, enviando-se-lhes os elementos para a conveniente apreciao das eventuais interferncias.

No caso de linhas com comprimento inferior e com cruzamentos com linhas de telecomunicao, dever ser comunicada aos Correios e Telecomunicaes de Portugal a concesso da licena ou a aprovao do projecto, remetendo, para o efeito, um exemplar do perfil com os elementos do cruzamento.(A presente redaco do n 3 do Art. 18, a que resulta da alterao introduzida pela Portaria 344/89 de 13 de Maio)

4. No caso de o pedido de licena abranger linhas de alta ou baixa tenso que atravessem caminhosdeferro entre agulhas de estao ou ocupem terrenos dos mesmos, atravessem rios navegveis ou ocupem a zona de estradas nacionais ou outras sujeitas jurisdio da junta Autnoma de Estradas, procederse a consultas nos termos do DecretoLei n. 30349 e do Decreto n. 30350, de 2 de Abril de 1940. Procederse igualmente a consulta no caso de linhas de alta ou baixa tenso que cruzem caminhosdeferro electrificados.

5. Alm das consultas indicadas nos nmeros anteriores, devero consultarse outros departamentos oficiais sempre que as instalaes interfiram com os seus domnios ou actividades.

6. A falta de resposta, no prazo de trinta dias, das entidades consultadas nos nmeros anteriores considerada como parecer favorvel,

7. A DirecoGeral dos Servios Elctricos proceder, para os processos convenientemente instrudos e no abrangidos pelo nmero seguinte, ao seu estudo, por forma que a gula da taxa de licena de estabelecimento seja emitida no prazo de sessenta dias contados da data de entrada do pedido.

8. Nos processos em que houver lugar realizao das consultas previstas nos n.s 3, 4 e 5 ou publicao dos ditos previstos no artigo 19., a expedio dos ofcios para concretizao daquelas formalidades dever verificarse no prazo referido no nmero anterior e a das guias quinze dias aps a recepo das respostas.

9. No caso dos processos deficientemente instrudos ou cujo andamento dependa de terceiros, os prazos referidos nos n.s 6 e 7 contarseo a partir da recepo dos elementos que impedem o seu andamento. Do facto deve ser dado conhecimento ao requerente.

l0. Os prazos referidos nos nmeros anteriores no se aplicam s obras comparticipadas pelo Estado, atendendo ao planeamento a que as mesmas esto sujeitas

(A presente redaco do Art. 18., e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)Artigo 19 - 1 - Se se tratar da montagem de centrais ou de linhas de alta tenso, logo que o processo esteja instrudo com todos os documentos necessrios e projecto em condies tcnicas de merecer aprovao, ser este patenteado ao pblico nos competentes servios da DGE durante um prazo de quinze dias, publicando-se ditos no Dirio da Repblica e num jornal de grande circulao.

2 - A cada uma das cmaras municipais da regio atravessada pela linha ou linhas ser enviado, a titulo no devolutivo, um exemplar da planta parcelar e perfil longitudinal da regio interessada, que ficar patente ao publico tambm durante um prazo de quinze dias, devendo ser os ditos afixados nos lugares do costume e publicados num jornal local, se o houver e se o presidente da cmara municipal o julgar conveniente, para lhes dar a necessria publicidade.

3 - As despesas a que der origem a publicao e afixao dos ditos sero sempre satisfeitas pelo distribuidor pblico.

Artigo 20 - 1 - As reclamaes que hajam de ser apresentadas contra a aprovao do projecto podem ser enviadas directamente aos respectivos servios da DGE ou entregues nas cmaras municipais respectivas durante o prazo mencionado nos

ditos.

As cmaras dispem de um prazo mximo de dez dias para remeter aos competentes servios da DGE as reclamaes que houver.

2 - Findo o prazo indicado no nmero anterior e na ausncia de resposta da cmara municipal ao ofcio que acompanhava os ditos, considera-se como no tendo havido reclamaes ao estabelecimento da linha.

(A presente redaco dos Art.s 19 e 20, a que resulta da alterao introduzida pela Portaria n 344/89 de 13 de Maio)

Art. 21. Logo que estejam cumpridas estas formalidades, ou logo que o projecto esteja devidamente instrudo, se no houver publicao de ditos, a seco de licenas da Repartio dos Servios Elctricos, tendo em vista as reclamaes apresentadas, se as houver, e as prescries tcnicas de segurana, informar se o projecto est em condies de ser aprovado, se satisfaz todas as exigncias dos regulamentos em vigor e se a execuo do mesmo poder vir a criar qualquer obstculo organizao ou ao funcionamento dos servios pblicos ou outros autorizados nos termos legais e indicar quaisquer clusulas que porventura convenha impr como condio para ser concedida a licena.

nico. As licenas de estabelecimento de linhas ou ramais de alta tenso ou de modificao das linhas e ramais j existentes sero sempre dadas com a condio implcita de o requerente se obrigar a adaptar essas linhas ou ramais, sem direito a qualquer indemnizao, s clusulas e mais condies que vierem a constar do plano da rede elctrica nacional e seu respectivo regulamento.

Art. 22. Sobre a informao da seco de licenas da Repartio dos Servios Elctricos o presidente da junta de Electrificao Nacional resolver se deve ser concedida ou negada a licena para o estabelecimento da instalao elctrica, ou submeter o assunto apreciao do Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes, se o licenciamento no for da sua competncia.

Art. 23. Concedida a licena de estabelecimento, a Repartio dos Servios Elctricos enviar ao requerente uma guia para pagamento da respectiva taxa, que ser calculada nos termos do artigo 8. do Decreto n. 23559, de 8 de Fevereiro de 1934, adicionandose porm uma taxa suplementar com os valores fixados na tabela seguinte:

Para novas centrais ou ampliao da potncia

mecnica ou elctrica de centrais j existentes . . . . . . .300$00

Para linhas ou ramais de alta tenso, linhas

telefnicas para uso privativo dos concessionrios

ou modificaes de linhas j existentes . . . . . . . . . . . . .100$00

Para postos de transformao ou de seccionamento

ou aumento de potncia de postos de transformao

j existentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80$00

Para redes de baixa tenso ou suas ampliaes . . . . . .200$00

Para linhas ou ramais de traco elctrica . . . . . . . . . . .200$00

Para quaisquer outras instalaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50$00

1. Quando a instalao projectada compreender duas ou mais partes, as quais correspondam taxas suplementares diferentes, cobrar-se- apenas a taxa mais elevada pelo licenciamento de todo o conjunto.

Art. 24. Depois de pagos os emolumentos e a taxa de licena de estabelecimento e comprovado o seu pagamento por meio da apresentao dos tales das respectivas guias, a Repartio dos Servios Elctricos enviar ao requerente uma cpia do projecto aprovado, devidamente visada, a qual ficar em seu poder para ser apresentada em qualquer ocasio aos funcionrios da fiscalizao tcnica do Governo e lhe servir para comprovar que a licena foi concedida. O concessionrio poder ento dar comeo aos trabalhos para a execuo da Instalao.

nico. Ao mesmo tempo, a Repartio dos Servios Elctricos enviar Direco dos Servios de Estudos, Construo e Conservao, da Administrao-Geral dos Correios e Telgrafos, a parte do projecto que, nos termos do 1. do artigo 15., tiver sido entregue em quadruplicado, se a houver.

Art. 25. As instalaes elctricas de servio pblico devero estar integralmente concludas no prazo mximo de dois anos a contar da data da licena de estabelecimento. Findo este prazo, se a instalao no tiver sido estabelecida ou, por incompleta, no se encontrar ainda em condies de ser explorada, o concessionrio ser obrigado a desmontar as obras que j tiver efectuado, arquivandose o respectivo processo, e se no proceder desmontagem sero essas obras consideradas como ilegalmente estabelecidas; se a Instalao tiver sido parcialmente executada e a parte executada j estiver em explorao, o concessionrio perde o direito ao estabelecimento da parte restante, devendo requerer nova licena e apresentar novo projecto se mais tarde pretender concluir a instalao.

1. Em casos de fora maior, devidamente justificados, e a requerimento do concessionrio, poder o prazo acima indicado ser prorrogado por outros dois anos, por despacho da mesma entidade que concedeu a licena, ouvida a Repartio dos Servios Elctricos.

2. Em casos de urgncia, em que o interesse pblico assim o aconselhe, o Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes poder, mediante proposta do presidente da Junta de Electrificao Nacional, fixar um prazo mais curto, para a integral execuo de qualquer instalao elctrica de servio pblico.

Art. 26. 1. Desde a data em que se iniciarem os trabalhos de estabelecimento, e at terem decorrido trinta dias sobre a data em que for feita pela fiscalizao tcnica do Governo a vistoria de uma instalao elctrica, podero os proprietrios dos terrenos ou edifcios onde tenham sido colocados apoios das linhas de alta ou baixa tenso, e que por este facto se sintam prejudicados, apresentar as suas reclamaes devidamente fundamentadas na DirecoGeral dos Servios Elctricos, que proceder ao seu estudo e propor superiormente as medidas que julgar necessrias para as atender, se forem justificadas.

2. Estas reclamaes sero feitas em papel selado.

3. Exceptuamse do disposto no nmero anterior, quando a instalao no for de utilidade pblica, as reclamaes que forem apresentadas com o fundamento de no ter sido concedida ao titular da licena de estabelecimento a autorizao para a ocupao de quaisquer terrenos ou edifcios onde tenham sido colocados apoios das linhas; estas reclamaes podero ser apresentadas em papel comum.

4. Se se provar que o titular da licena de estabelecimento ocupou quaisquer domnios pblicos ou particulares para o estabelecimento de uma instalao elctrica que no seja de utilidade pblica, sem ter obtido previamente as autorizaes a que se refere o n. 3 do artigo 16., ser obrigado a desmontar ou desviar as linhas estabelecidas nesses domnios, no prazo mximo de quinze dias, a contar da intimao que nesse sentido lhe for feita, sem prejuzo das indemnizaes devidas pelos danos de qualquer espcie que dessa ocupao tenham resultado,(A presente redaco do Art. 26. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 27. 1 . No carecem de licena de estabelecimento as instalaes elctricas a seguir indicadas, desde que no sejam comparticipadas pelo Estado, com o condicionamento indicado no n. 2:

a) Linhas de alta tenso subterrneas, de tenso nominal inferior a 60 KV, e suas modificaes;

b) Alteraes de tenso ou de nmero e seco de condutores de linhas de alta tenso areas se as novas caractersticas j estavam previstas no projecto que serviu de base ao licenciamento;

b) Linhas areas de tenso nominal superior a 1 KV e igual ou inferior a 60 KV, com extenso at 1000 m inclusive, sem travessias e respeitando as condies regulamentares relativas a cruzamentos com linhas de telecomunicao, desde que o distribuidor declare, por escrito, que obteve autorizao dos proprietrios dos terrenos atravessados pela linha para efectuar os trabalhos ou que se compromete a obter a autorizao dos referidos proprietrios.

(A presente redaco da alnea c) do Art. 27, a que resulta da alterao introduzida pela Portaria 344/89 de 13 de Maio)

d) Linhas areas de alta tenso, de tenso nominal no superior a 1 KV;

e) Subestaes de transformao ou de converso, de tenso inferior a 60 KV;

f) Postos de transformao e ou de corte, de tenso inferior a 60 KV;

g) Modificaes, incluindo aumentos de potncia, alteraes de tenso de subestaes, postos de transformao e ou de corte;

h) Redes de distribuio de energia elctrica em baixa tenso;

i) Instalaes de telecomunicao, com excluso das radioelctricas, auxiliares da explorao dos servios pblicos de produo, transporte ou distribuio de energia elctrica e instalaes de telecomando ou sinalizao dos servios pblicos de abastecimento de guas, saneamento e incndios;

j) As instalaes indicadas nos n.s 2 e 4 do artigo 9., quando de servio pblico.

2. A dispensa de licena de estabelecimento para as instalaes enumeradas nas alneas a), d), h), e i) do n. 1 s consentida quando as instalaes no interferirem com estradas nacionais fora de aglomerados populacionais, caminhosdeferro ou com rios, ou que ocupem terrenos do distribuidor ou dos proprietrios servidos pelas instalaes a estabelecer.

3. A entidade que pretender estabelecer uma instalao abrangida pelo n. 1 dever, antes de iniciar os trabalhos, apresentar direco de fiscalizao elctrica respectiva um projecto, em triplicado, elaborado de acordo com a parte aplicvel do artigo 15., observando tambm o disposto no artigo 16. acompanhado de comunicao da data prevista para o incio dos trabalhos.

4. O projecto a que se refere o n. 3 pode ser dispensado para as Instalaes abrangidas pela alnea a) do n. 1 se se tratar de ampliaes ou modificaes que no excedam 1000 m de extenso, devendo, porm, at ao fim de Junho do ano seguinte quele em que foram efectuados os trabalhos, ser apresentados, em triplicado, na direco de fiscalizao elctrica respectiva, por subestao ou posto de corte, uma pequena memria descritiva e uma planta com os traados da rede, indicando os tipos e seces dos traados.

5. Para as instalaes indicadas nas alneas o), o), h) e i) do n. 1 que ocupem estradas nacionais proceder-se- execuo dos trabalhos como prescreve o Decreto n. 30350, de 2 de Abril de 1940.

6. Para a abertura explorao dever o interessado, aps a concluso dos trabalhos, requerer a vistoria como prescreve o artigo 41., salvo se se tratar de instalaes abrangidas pelo n. 4.

(A presente redaco do Art. 27. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 28. - 1. No necessitam de licena prvia para o estabelecimento nem para a explorao:

a) A substituio de transformadores de potncia em postos de transformao ou subestaes, desde que a nova potncia no seja superior autorizada ou a instalao esteja prevista para a nova potncia e conste do projecto aprovado, e pequenas modificaes com deslocao ou substituio do equipamento, desde que no diminua a segurana da instalao;

b) A ampliao e modificao das redes de distribuio de energia elctrica em baixa tenso dentro de um crculo de raio igual a 1000 m e com o centro no posto de transformao.

c) Substituio ou deslocamento de apoios de linhas areas de alta tenso por motivo de construo ou modificao de edifcios ou de vias de comunicao, desde que no haja transferncia dos apoios para os terrenos de outros proprietrios ou, se tal acontecer, haja acordo do novo proprietrio;

d) As pequenas modificaes de linhas de alta tenso, desde que tenham em vista aumentar a segurana das pessoas ou melhorar a explorao;

e) Substituio de aparelhos de medida, incluindo os respectivos transformadores em subestaes, postos de transformao e postos de corte.

2. A dispensa de licena de estabelecimento e de explorao para as instalaes enumeradas no nmero anterior s consentida para as Instalaes que no Interfiram com estradas nacionais, caminhosdeferro ou com rios.

3. O distribuidor dever, porm, comunicar, no prazo de sessenta dias aps a concluso dos trabalhos, direco de fiscalizao elctrica respectiva a modificao efectuada no caso das alneas a), c), d) e e) do n. 1, enviando, em triplicado, os elementos que mostrem em que consistiram os trabalhos executados. No caso da alnea b) observarse o disposto no nmero seguinte.

4. Os distribuidores devero manter nos seus arquivos, devidamente actualizadas, as plantas das suas redes de distribuio de energia elctrica em baixa tenso. Quando instalarem um novo posto de transformao para servir a rede de distribuio, carecendo ou no de licena de estabelecimento, tero de incluir no projecto as canalizaes principais da rede de distribuio que assegurem a sua insero na rede existente.

(A presente redaco do Art. 28. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 29. 1. Com o fim de ser dispensada em todos os projectos a que se refere o artigo 15. a incluso dos desenhos, descries, clculos, etc., que sejam comuns a diversas instalaes, podero os distribuidores e os fabricantes de equipamentos e materiais para instalaes elctricas requerer a aprovao de um projecto de instalaes elctricas tipo ou elementos tipo de instalaes elctricas.

2. O projecto a que se refere o nmero anterior ser elaborado de acordo com o artigo 15., na parte aplicvel, e ser apresentado em triplicado se as instalaes do, requerente se situarem apenas dentro da rea de uma direco de fiscalizao. Se a zona abrangida pelas instalaes disser respeito a mais de uma direco de fiscalizao, o nmero de exemplares do projecto ser aumentado em conformidade.

3. As instalaes tipo e os elementos tipo das instalaes devero ter uma designao, constituda por letras e nmeros para se identificarem nos projectos.

4. A aprovao do projecto das instalaes tipo e dos elementos tipo das instalaes compete ao directorgeral dos Servios Elctricos.

(A presente redaco do Art. 29. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 30. 1. Depois de comprovado o pagamento da respectiva taxa de compensao por meio de apresentao de duplicado da respectiva guia, a Repartio de Licenciamento enviar ao requerente um exemplar do projecto da instalao tipo ou dos elementos tipo das instalaes devidamente visado.

2. A partir da data em que lhe for dado conhecimento da aprovao do projecto das instalaes tipo ou dos elementos tipo de instalaes, poder o requerente dispensarse da apresentao daqueles elementos nos projectos que acompanhem os pedidos de licena de novas instalaes.

(A presente redaco do Art. 30. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 31. 1. Quando se tratar de instalaes de certa importncia ou cuja execuo seja de justificada urgncia, poder o pedido de licena de estabelecimento a que se refere o artigo 15. ser antecedido da apresentao de um requerimento solicitando autorizao preliminar de estabelecimento, o qual ser acompanhado de um anteprojecto da instalao, com base no qual pode ser autorizado o incio dos trabalhos.

2. A autorizao a que se refere o nmero anterior ser sempre dada com a condio implcita de serem respeitados os legtimos direitos de terceiros, as disposies regulamentares de segurana e outras que se Julguem de considerar na concesso da licena de estabelecimento.

(A presente redaco do Art. 31. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

CAPTULO III

Estabelecimento das instalaes elctricas de servio particular

Art. 32. 1. O pedido de licena de estabelecimento de uma Instalao elctrica de servio particular de 1. categoria, que dela carea, ser feito em requerimento, em papel selado, dirigido ao director-geral dos Servios Elctricos e acompanhado do respectivo projecto, em triplicado, elaborado e instrudo de maneira anloga fixada para as Instalaes de servio pblico no artigo 15., observandose o disposto no n. 1 do artigo 16.

2. O projecto ser acompanhado de um termo de responsabilidade pela sua elaborao prestado por um engenheiro electrotcnico ou engenheiro tcnico de electrotecnia, de acordo com o disposto no artigo 17.

3. Alm destes documentos, sempre que, para a execuo das obras projectadas, seja necessria a ocupao de quaisquer domnios particulares, dever o requerente apresentar as autorizaes autnticas ou autenticadas para essa ocupao, dadas por escrito pelos proprietrios ou seus legtimos representantes.

(A presente redaco do Art. 32. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 33. Os emolumentos devidos, nos termos do artigo 7. do Decreto n. 12445, de 29 de Setembro de 1926, pela entrada de um requerimento pedindo licena prvia de estabelecimento de uma instalao elctrica de servio particular de 1. categoria, bem como os que so devidos pela entrada do respectivo requerimento de vistoria e pela realizao desta, sero cobrados por uma s vez, juntamente com a taxa de licena de estabelecimento a que se refere o artigo 37.

Art. 34. Aps a recepo do projecto a Repartio dos Servios Elctricos proceder em harmonia com o disposto para as instalaes elctricas de servio pblico no artigo 18. e seus pargrafos.

Art.35. Se se tratar da montagem de linhas ou ramais de alta tenso, logo que o projecto esteja devidamente instrudo com todos os documentos necessrios e em condies tcnicas de merecer aprovao, ser patenteado ao pblico nas mesmas condies fixadas para as instalaes elctricas de servio pblico, observandose o disposto no artigo 19. e seu 1. e no artigo 20., devendo as despesas a que der origem a publicao e afixao dos ditos ser sempre satisfeitas pelo proprietrio da instalao.

Art. 36. Logo que estejam cumpridas estas formalidades, ou logo que o projecto esteja devidamente instrudo, se no houver publicao dos ditos, ser o processo, com a competente informao, sujeito apreciao do presidente da Junta de Electrificao Nacional, que, se o licenciamento for da sua competncia. resolver, em face de todos os elementos que dele constam, se a licena deve ou no ser concedida; se o licenciamento no for da sua competncia, submeter a informao que lhe foi presente a despacho do Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes.

Art. 37. * Concedida a licena de estabelecimento, a Repartio dos Servios Elctricos enviar ao requerente uma guia para o pagamento da respectiva taxa, que ter um dos valores fixados na tabela seguinte, conforme a instalao pertencer s alneas a), b) ou c) da 1. categoria:

Para as instalaes compreendidas na alnea a)150$00

Para as instalaes compreendidas na alnea b) 30$00

Para as instalaes compreendidas na alnea c) 50$00

1. Quando a instalao projectada estiver compreendida simultaneamente em duas destas alneas, cobrarse apenas a taxa mais elevada.

2. As instalaes elctricas que, nos termos do artigo 7. do Decreto n. 23559, de 8 de Fevereiro de 1934, gozam da iseno do pagamento de qualquer taxa de fiscalizao elctrica ficam tambm isentas do pagamento da taxa de licena a que se refere este artigo.

Art. 38. Depois de pagos os emolumentos e a taxa de licena de estabelecimento e comprovado o seu pagamento por meio da apresentao dos tales das respectivas guias, a Repartio dos Servios Elctricos enviar ao requerente uma cpia do projecto aprovado, devidamente visada, a qual ficar em seu poder para ser apresentada em qualquer ocasio aos funcionrios da fiscalizao tcnica do Governo e lhe servir para comprovar que a licena foi concedida. De posse dessa cpia do projecto, o requerente poder dar comeo aos trabalhos para a execuo da instalao.

nico. Ao mesmo tempo a Repartio dos Servios Elctricos enviar Direco dos Servios de Estudos, Construo e Conservao, da Administrao-Geral dos Correios e Telgrafos, a parte do projecto que, nos termos do 1. do artigo 15. tiver sido entregue em quadruplicado, se a houver.

Art. 39. As instalaes elctricas de servio particular de 1. categoria devero estar integralmente concludas no prazo mximo de um ano a contar da data da licena de estabelecimento. Findo este prazo, se a instalao no tiver sido estabelecida ou, por incompleta, no se encontrar ainda em condies de ser explorada, o seu proprietrio ser obrigado a desmontar as obras que tiver j efectuado, arquivandose o respectivo processo, e se no proceder desmontagem sero essas obras consideradas como ilegalmente estabelecidas.

nico. . Em casos de fora maior devidamente justificados, ou quando a instalao tiver sido parcialmente executada e a parte executada j estiver em explorao, poder o prazo acima indicado, a requerimento do interessado, ser prorrogado por mais um ano, por despacho da mesma entidade que concedeu a licena.

Art. 40. Aquele que pretender explorar uma instalao elctrica de servio particular de 2. categoria, ou que, sendo possuidor de uma Instalao elctrica de 4. categoria, pretender que ela fique sujeita fiscalizao tcnica do Governo, dever enviar respectiva seco de fiscalizao, acompanhando o requerimento de vistoria, um projecto em triplicado, compreendendo:

a) Planta geral da propriedade ou do edifcio em que a instalao fica situada, com o traado das linhas principais, indicando a situao das obras mais importantes, tais como oficinas de produo e postos de transformao, bem como as vias pblicas, caminhosdeferro, cursos de gua, construes urbanas, linhas de traco elctrica, linhas de transporte ou de distribuio de energia elctrica pertencentes a outra instalao j existente ou linhas telegrficas ou telefnicas situadas na vizinhana da instalao projectada;

b) Memria descritiva e justificativa, indicando a natureza, importncia e funo ou destino das instalaes, as condies gerais do seu estabeleci mento e da sua explorao, bem como as disposies principais para a produo de energia mecnica e de energia elctrica, sua transformao, distribuio e utilizao;

c) Tipos e caracteres das caldeiras, mquinas motoras, aparelhos acessrios e anexos, geradores de energia elctrica, transformadores e conversores, e plantas, alados e cortes dos locais da sua instalao, conforme o que determinam os regulamentos especiais sobre o assunto;

d) Esquema elctrico da instalao, com a indicao de todas as mquinas e aparelhos acessrios de medida, proteco e comando, usando os sinais grficos aprovados pelo Decreto n. 21049, de 2 de Abril de 1932.

CAPITULO IV

Abertura explorao

Art. 41. 1 Findos os trabalhos de estabelecimento de uma instalao elctrica de servio pblico, exceptuando as abrangidas pelo n. 4 do artigo 27. e artigo 28., de uma instalao elctrica de servio particular de 1. e 2. categorias ou ainda de uma instalao de 5. categoria abrangida pelo n. 2 do artigo 13., dever o seu proprietrio solicitar a sua vistoria mediante requerimento dirigido respectiva direco de fiscalizao elctrica.

2. Quando a instalao elctrica puder entrar parcialmente em explorao, podero aceitarse pedidos de vistoria parcelares, quando devidamente justificados.

3. Os requerimentos de vistoria relativos a instalaes elctricas que no caream de licena de estabelecimento ou de aprovao prvia do projecto pela DirecoGeral dos Servios Elctricos devero ser acompanhados de um projecto, em triplicado ou duplicado, consoante se trate de instalaes de servio pblico ou servio particular.

4. O projecto dever obedecer, na parte aplicvel, ao disposto nos artigos 15., 32. e 40.

5. Se a instalao diferir do projecto aprovado e as alteraes forem de molde a incluirse na parte final da alnea a) do n. 1 do artigo 28., dever, no acto da vistoria, ser apresentado o projecto rectificativo.

6. Se a instalao diferir do projecto aprovado e as alteraes se relacionarem com a segurana da instalao ou colidirem com interesses de terceiros, dever ser apresentado o projecto rectificativo, com antecedncia necessria, para se proceder s formalidades previstas nos artigos 18. e 19.

7. Os requerimentos de vistoria referentes a elevadores elctricos, escadas e tapetes rolantes para transporte de pessoas ou semelhantes, endereados respectiva direco de fiscalizao elctrica, sero acompanhados de peas escritas e desenhadas, indicando as caractersticas dos aparelhos e todas as disposies da sua montagem, bem como de uma declarao, passada pelo tcnico responsvel da entidade instaladora, em que expresse que a instalao est concluda e obedece aos regulamentos em vigor.

8. Os pedidos de vistoria relativos a instalaes de tubos de descarga de tenso em vazio superior a 1 KV devero ser dirigidos pelos proprietrios aos distribuidores pblicos de energia em baixa tenso juntamente com os desenhos, em duplicado, mostrando a disposio e ligao dos tubos, acompanhados de uma declarao de responsabilidade pela execuo dos trabalhos passada pelo tcnico responsvel da entidade instaladora.

9. Recebidos os pedidos mencionados no nmero anterior, os distribuidores pblicos de energia enviaro um exemplar dos desenhos Direco dos Servios Radioelctricos dos Correios e Telecomunicaes de Portugal, que oportunamente proceder vistoria, verificando se as instalaes em causa produzem interferncias na recepo radiogrfica, radiotelefnica ou de radiodifuso, procedendo de acordo com as disposies do Decreto n. 35447, de 8 de janeiro de 1946. A Direco dos Servios Radioelctricos impor ao instalador as clusulas que julgue convenientes com conhecimento ao distribuidor e aplicar as penalidades correspondentes. No caso de no ser possvel tecnicamente eliminar as interferncias, ou se tal eliminao se tornar demasiado demorada com prejuzo da recepo radioelctrica, a Direco dos Servios Radioelctricos informar o distribuidor para mandar desligar a instalao perturbadora at ao cumprimento das clusulas, dando do facto conhecimento .respectiva direco de fiscalizao elctrica.

(A presente redaco do Art. 41. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 42. 1. Os requerimentos de vistoria referentes a instalaes elctricas de servio pblico, ou de servio particular de 1. e 2. categorias, devero ser acompanhados de um termo de responsabilidade pela sua explorao, dispensando a sua apresentao se o termo de responsabilidade pela elaborao do projecto abranger tambm a responsabilidade pela explorao.

2. A responsabilidade pela explorao das instalaes deve ser assumida por um engenheiro electrotcnico ou engenheiro tcnico da especialidade de electrotecnia. Para instalaes de tenso at 30 KV e potncia at 250 kVA o termo de responsabilidade pode ser assinado por um montador electricista com o curso das escolas industriais ou equivalente.

3. So aplicveis responsabilidade pela explorao as disposies dos n.s 2 a 6 do artigo 17.

4. A responsabilidade pela explorao das instalaes pertencentes a uma entidade dever, em regra, ser assumida por um nico tcnico. Contudo, quando se tratar de um conjunto de instalaes importantes, podero aceitarse diferentes tcnicos responsveis.

5. Se o pedido de vistoria no for acompanhado do termo de responsabilidade, no caso de este ter sido apresentado anteriormente, dever o requerimento ser assinado tambm pelo tcnico responsvel.

(A presente redaco do Art. 42. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 43. 1. O director da fiscalizao elctrica respectiva mandar proceder vistoria, na qual se verificar s o estabelecimento da instalao satisfaz a todas as prescries de segurana regulamentares e regras da tcnica, fazendose as medies e ensaios necessrios para apreciar devidamente as condies do seu funcionamento e de segurana na explorao, devendo os funcionrios que procederem vistoria elaborar um relatrio, do qual constaro os resultados das medidas e ensaios efectuados, bem como o seu parecer e propostas fundamentadas sobre o assunto, tendo especialmente em vista a segurana das pessoas ou coisas e a da explorao, no s da instalao vistoriada, mas tambm das outras instalaes, elctricas ou no, preexistentes.

2. Tratandose de instalaes elctricas de servio pblico, se a vistoria no for efectuada nos trinta dias seguintes ao pedido de vistoria, poder o requerente dar incio explorao, dando disso conhecimento direco de fiscalizao elctrica respectiva e enviando cpia Repartio de Licenciamento.

3. A direco de fiscalizao elctrica pode recusar, em casos justificados, a faculdade prevista no nmero anterior, devendo, para isso, comunicar esse facto por escrito ao requerente, no prazo de quinze dias, a contar da data da entrada do requerimento de vistoria, enviando cpia Repartio de Licenciamento. Neste caso, a vistoria deve ser efectuada no prazo de sessenta dias, a contar da data de entrada do requerimento de vistoria.

4. Os prazos indicados nos n.s 2 e 3 sero elevados para o dobro se tiver havido lugar a apresentao do projecto rectificativo de acordo com o n. 6 do artigo 41.

5. Se se tratar de instalaes de servio particular de 2. categoria poder a direco de fiscalizao elctrica delegar no distribuidor de energia em alta tenso a efectivao da vistoria para efeito de autorizao provisria da explorao. Para tal, a direco de fiscalizao elctrica enviarlhe, a ttulo devolutivo, um exemplar do projecto.

6. Ser dispensada a vistoria prvia substituio de transformadores em subestaes ou postos de transformao ou a outras modificaes de instalaes elctricas cuja indispensvel continuidade da explorao possa ser prejudicada pelo tempo necessrio realizao desse servio, efectivandose, no entanto, a vistoria noutra oportunidade, a fim de se verificar se foram observadas as disposies regulamentares de segurana.

7. Poder ser autorizada a entrada em explorao de instalaes sem necessidade de vistoria prvia, em casos de justificada necessidade, efectivandose, no entanto, a vistoria posteriormente para se verificar o cumprimento das disposies regulamentares de segurana.

8. As vistorias, quer sejam efectuadas por pessoal da direco de fiscalizao elctrica, quer por pessoal dos distribuidores pblicos, devero ser efectuadas na companhia do tcnico responsvel da respectiva instalao elctrica ou de um seu delegado devidamente qualificado.

(A presente redaco do Art. 43. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 44. 1. Se no decorrer dos trabalhos de estabelecimento de uma instalao elctrica ou depois da sua concluso os Correios e Telecomunicaes de Portugal verificarem qualquer falta de cumprimento das normas tcnicas relativas a interferncias com as linhas de telecomunicao, devero comunicla DirecoGeral dos Servios Elctricos, a fim de serem tomadas as necessrias providncias, com vista eliminao de anomalias.

2. A doutrina do nmero anterior igualmente aplicvel a outras instalaes de servio pblico a cargo do Estado.

(A presente redaco do Art. 44. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 45. 1. Vistoriada a instalao, se ela for encontrada em boas condies de segurana e de acordo com o projecto aprovado ou apresentado, o tcnico que tiver efectuado a vistoria passar imediatamente a licena de explorao.

2. Se a instalao apresentar deficincias que no colidam com a segurana das pessoas, ou no estiver concluda de acordo com o projecto aprovado ou apresentado, o tcnico que tiver efectuado a vistoria autorizar provisoriamente a explorao. Para evitar as deficincias, o tcnico impor, no acto da vistoria ou posteriormente, as clusulas que julgar necessrias 'para garantir a proteco das pessoas e coisas, a segurana da explorao da instalao vistoriada e de outras com ela relacionadas e a salvaguarda do interesse colectivo, fixando um prazo suficiente para a execuo dos trabalhos.

3. Se a instalao apresentar deficincias que colidam notoriamente com a segurana das pessoas, o tcnico no autorizar a explorao, dando disso conhecimento, por escrito, no acto da vistoria, impondo as clusulas necessrias, de. modo a contemplar os aspectos indicados no nmero anterior,

4. As instalaes elctricas s podero entrar em explorao se no apresentarem deficincias que afectem a segurana das pessoas e que possam ser eliminadas sem necessidade de interromper a explorao. Em caso de urgncia justificada, e ressalvada a segurana das pessoas, poder ser autorizada a explorao com deficincias que s possam ser eliminadas com interrupo do servio.

5. A requerimento do interessado, poder ser concedida a prorrogao do prazo indicado no n. 2 para cumprimento das clusulas, quando devidamente justificado.

(A presente redaco do Art. 45. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 46. 1. Se no acto da vistoria s instalaes de servio pblico que no tenham sido objecto de licena de estabelecimento o tcnico encarregado da vistoria no entregar o projecto visado entidade interessada, serlhe o mesmo enviado no prazo de trinta dias.

2. Para as instalaes j vistoriadas e em explorao data da publicao deste decretolei, e cujo relatrio de vistoria tenha sido enviado Repartio de Licenciamento, a licena de explorao ser concedida por esta Repartio e comunicada, por ofcio, entidade interessada.

Para as restantes instalaes j vistoriadas aplicarse o regime do artigo anterior.

(A presente redaco do Art. 46. e seus a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 47. 1. Para as instalaes elctricas de servio particular de 2. categoria cuja vistoria tenha sido delegada no respectivo distribuidor procederse de forma anloga ao indicado no artigo 45., dando conhecimento respectiva direco de fiscalizao.

2. O distribuidor s ligar sua rede a instalao se ela satisfizer ao prescrito no n. 4 do artigo 45. e discriminar todas as deficincias verificadas, devolvendo o projecto que anteriormente lhe fora remetido pela direco de fiscalizao elctrica, que oportunamente efectuar a vistoria.

(A presente redaco do Art. 47. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

CAPTULO V

Condies a que deve satisfazer o estabelecimento das instalaes elctricas

Art. 48. As disposies adoptadas no estabelecimento das instalaes elctricas e as regras para a sua execuo devem satisfazer s prescries dos regulamentos e s instrues tcnicas aprovadas pelo Governo, bem como ao disposto neste captulo.

Art. 49. Todas as obras devero ser construdas com materiais de boa qualidade e executadas segundo as regras da arte: a construo dos edifcios destinados produo de energia elctrica ou a outra aplicao, bem como a fiscalizao dos mesmos, ficaro sujeitos aos preceitos estabelecidos na legislao vigente relativa s construes civis.

Art. 50. As linhas elctricas, quer areas, quer subterrneas, devero ser estabelecidas de maneira que no prejudiquem as linhas telegrficas ou telefnicas por induo, derivao ou outra causa, nem as canalizaes de gua, gs e quaisquer outras preexistentes. Quando, para fazer cessar qualquer perturbao causada s linhas telefnicas por uma linha construda segundo os preceitos regulamentares relativos a interferncias, for necessrio introduzir modificaes no seu traado, a Direco dos Servios de Estudos, Construo e Conservao, da Administrao-Geral dos Correios e Telgrafos, dar desse facto conhecimento Repartio dos Servios Elctricos. De comum acordo, estes dois organismos estudaro a melhor forma de fazer cessar a perturbao com o mnimo de prejuzos de carcter tcnico e financeiro, e, depois de ouvido o concessionrio ou proprietrio da linha perturbadora, apresentaro uma proposta com as medidas e modificaes necessrias, a qual ser submetida pelo presidente da junta de Electrificao Nacional apreciao do Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes.

1. A resoluo tomada pelo Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes ser imediatamente notificada ao. proprietrio ou concessionrio da linha perturbadora, que dever executar as obras que lhe forem impostas no prazo determinado nessa notificao. A mesma obrigao compete AdministraoGeral dos Correios e Telgrafos, no que diz respeito s modificaes das suas linhas.

2. Na falta de cumprimento da notificao a que se refere o pargrafo anterior, podero os trabalhos ser executados pela AdministraoGeral dos Correios e Telgrafos.

3. As despesas a que derem origem as modificaes a que se refere este artigo sero integralmente suportadas pela AdministraoGeral dos Correios e Telgrafos se o estabelecimento da sua linha tiver sido posterior ao da linha perturbadora; no caso contrrio a AdministraoGeral dos Correios e Telgrafos pagar um tero dessas despesas, ficando os restantes dois teros a cargo do concessionrio ou proprietrio da linha de energia.

Art. 51. Os postes, os apoios e os fios condutores sero sempre colocados por forma que os proprietrios dos terrenos ou edifcios sobre os quais ou nos quais sejam estabelecidos possam dispor livremente das suas propriedades para o fim a que elas so destinadas e sofram o mnimo de prejuzo ou embarao em consequncia da existncia das linhas.

Art. 52. Os proprietrios dos terrenos ou edifcios a que se refere o artigo antecedente tero sempre o direito de fazer quaisquer obras de construo, reparao ou ampliao que julgarem convenientes, mesmo quando tais obras exijam o afastamento ou remoo dos elementos da linha, sem que devam por tal facto qualquer indemnizao ao concessionrio, devendo este, para aquele efeito, ser prevenido com antecedncia de trs dias, pelo menos.

nico. Quando, pelo proprietrio ou concessionrio de uma instalao, no forem removidas as causas de impedimento das obras citadas no prazo de quinze dias, poder a respectiva seco de fiscalizao elctrica removlas, mandando executar os trabalhos necessrios por conta daquele. Pode contudo ser concedido um prazo superior a quinze dias, tratandose de estruturas importantes, competindo nesse caso ao chefe da seco de fiscalizao a fixao do prazo de remoo, que no poder em caso algum exceder trs meses.

Art. 53. O estabelecimento das linhas ao longo das vias-frreas ou de outras vias de comunicao dever ser feito de forma que no prejudique os servios de explorao e a segurana dos comboios e no cause obstculos circulao e trnsito de veculos e pessoas. O estabelecimento das mesmas linhas no deve igualmente prejudicar a boa aparncia dos monumentos e edifcios pblicos e a dos particulares de aprecivel valor arquitectnico.

Art. 54. Os proprietrios dos terrenos onde se acham estabelecidas linhas de uma instalao declarada de utilidade pblica e os proprietrios dos terrenos confinantes com quaisquer vias de comunicao ao longo das quais estejam estabelecidas as referidas linhas so obrigados a no consentir nem conservar neles plantaes que possam prejudicar aquelas linhas na sua explorao, cumprindo igual obrigao aos chefes de servios pblicos a que pertencerem plantaes nas condies referidas, mas somente nos casos de reconhecida necessidade.

1. As seces de fiscalizao elctrica, a requerimento do concessionrio, intimaro os infractores a cumprir este preceito dentro de. um prazo que lhes ser designado, podendo, no caso de desobedincia, mandar proceder destruio das plantaes que impedirem o servio das linhas, levantando auto de desobedincia e fazendo instaurar o competente processo criminal, para aplicao das penas cominadas no artigo 188. do Cdigo Penal.

2. Os proprietrios dos terrenos nas condies designadas no corpo deste artigo devem reclamar a presena do concessionrio ou de um seu representante sempre que tenham de efectuar cortes de rvores ou quaisquer outros trabalhos dos quais possam resultar avarias ou prejuzos para as linhas; a presena do concessionrio ou do seu representante e a observncia das suas determinaes sobre o modo de execuo dos trabalhos isentam os proprietrios e seus mandatrios das responsabilidades pelos prejuzos que eventualmente se possam verificar em tais condies.

3. excepo do caso previsto no pargrafo anterior, o concessionrio ter sempre o direito de ser indemnizado de quaisquer prejuzos causados s suas linhas por pessoas estranhas ao seu servio, devendo o valor da indemnizao ser fixado, sempre que no haja acordo, nos termos dos 1. e 2. do artigo 55., mesmo que a sua liquidao tenha de ser exigida judicialmente.

Art. 55. Revogado pelo Decreto-Lei n. 43335 de 19/11/60.

Art. 56. Os proprietrios ou locatrios de terrenos ou edifcios que tenham de ser atravessados por linhas areas ou subterrneas de uma instalao declarada de utilidade pblica ficam obrigados, logo que para isso sejam avisados pelos respectivos concessionrios, a permitir a entrada nas suas propriedades s pessoas encarregadas de estudos, construo, reparao ou vigilncia dessas linhas e a suportar a ocupao das suas propriedades enquanto durarem os trabalhos que a exigirem, sem prejuzo do que dispe o artigo 55. quanto indemnizao que lhes devida.

1. No caso de no ser atendido este aviso, ou de no poder fazerse a intimao de que trata o artigo 54., ser o proprietrio, locatrio ou possuidor a qualquer ttulo intimado, na propriedade a ocupar, pelo administrador do concelho respectivo a consentir na ocupao dessa propriedade ou a proceder destruio das plantaes que impedirem o servio das linhas, a requisio da Repartio dos Servios Elctricos ou das suas seces de fiscalizao e quando a intimao tenha sido requerida pelo concessionrio interessado.

2. Se, no prazo de dez dias depois da requisio, no puder a intimao ser feita nas condies indicadas no pargrafo antecedente por impedimento da pessoa a intimar, ser a intimao feita, na propriedade a ocupar, na pessoa de qualquer feitor, administrador ou domstico,' e, na falta destes, ou quando haja dificuldade em o fazer, afixada no local da respectiva freguesia onde for costume afixar os editais das autoridades administrativas durante um novo prazo de dez dias.

3. Se, decorrido este prazo, se verificar qualquer oposio ao cumprimento das obrigaes impostas por este regulamento, lavrarse auto do ocorrido, sendo este auto remetido ao Poder Judicial para instaurao do respectivo processo criminal por desobedincia qualificada, tomandose posse administrativa do terreno necessrio, no caso de estabelecimento de uma linha j autorizada, ou procedendose de harmonia com o disposto no 1. do artigo 54., devendo em qualquer dos casos as autoridades administrativas prestar aos funcionrios da Repartio dos Servios Elctricos todo o auxlio que para esse efeito lhes for requisitado.

4. A posse administrativa a que se refere o pargrafo anterior no poder ser suspensa nem prejudicada por qualquer deciso judicial, ficando porm ao reclamante o direito de pedir posteriormente, isto , depois de executadas as obras necessrias, uma indemnizao, nos termos do artigo 55. e seus pargrafos.

Art. 57. Todo o concessionrio de uma instalao elctrica j autorizada legalmente ser obrigado a deixar utilizar os apoios da sua instalao por outrem quando, pela Repartio dos Servios Elctricos, for requisitada e seja considerada necessria a ocupao, contanto que desta servido no possa resultar prejuzo algum para a explorao da instalao existente nem aumento de encargos para o seu concessionrio.

1. O concessionrio da instalao que carecer daquela servido dever dirigir o seu requerimento, devidamente justificado, ao presidente da junta de Electrificao Nacional.

2. O novo concessionrio pagar ao primitivo, a ttulo de indemnizao, uma quantia anual proporcional s vantagens que para aquele resultarem da servido imposta, devendo, em caso de desacordo sobre o princpio ou sobre as condies da mesma servido, a citada quantia ser fixada pelo Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes, sob proposta do presidente da junta de Electrificao Nacional.

Art. 58. Os concessionrios ou proprietrios de instalaes elctricas ficam permanentemente obrigados, mesmo durante o perodo de estabelecimento das suas instalaes, a dar livre acesso aos agentes de fiscalizao tcnica do Governo e a fornecer os meios necessrios para a realizao das verificaes e ensaios que pelos mesmos lhes forem requisitados.

CAPTULO VI

Penalidades

Art. 59. Se os trabalhos de estabelecimento de uma instalao elctrica de servio pblico que necessite de licena prvia de estabelecimento comearem antes de cumprido o disposto no artigo 24., o concessionrio incorrer numa pena de muita, que ser graduada conforme a importncia da instalao e o adiantamento dos trabalhos, no sendo nunca inferior a 200$ nem superior a 2000$.

1. Se a instalao ilegalmente estabelecida no estiver compreendida na rea da concesso ou no respeitar as disposies do respectivo caderno de encargos, ou ainda no caso de no existir concesso aprovada nos termos legais, no poder a multa ser inferior a 500$ nem superior a 5000$.

2. Se a instalao, alm de estabelecida sem licena for encontrada j em explorao, ser elevada ao dobro a multa que lhe competir.

3. O quantitativo da multa a aplicar ser fixado pelo Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes, sob proposta do chefe da Seco de Licenas da Repartio dos Servios Elctricos e parecer do presidente da junta de Electrificao Nacional.

4. A Repartio dos Servios Elctricos intimar o infractor a desmontar a instalao ou a proceder sua legalizao, fixandolhe para esse fim um prazo suficiente.

5. Se a intimao no for cumprida, considerarse o infractor como reincidente e serlhe aplicada uma nova multa, dupla da primitiva, seguida de nova intimao. A segunda reincidncia ser punida com uma multa quntupla da primitiva, qualquer que tenha sido a importncia desta. O Governo poder tambm ordenar que se proceda ao embargo das obras para evitar a sua continuao, e se a terceira intimao no for cumprida poder ordenar que se apreendam os materiais da instalao elctrica, os quais sero vendidos em hasta pblica, constituindo o produto lquido da venda receita do Estado.

6. No caso de a instalao no ser executada directamente pelo seu concessionrio ou proprietrio, a firma instaladora incorrer nas mesmas penalidades que forem aplicadas quele.

Art. 60. - A falta de cumprimento da intimao a que se refere o 3. do artigo 26. ser punida com multa de 500$ que, em caso de reincidncia, poder ser elevada at 5000$.

Art. 61. 1. A falta de remessa do projecto a que se refere o n. 3 do artigo 27. ou a falta da comunicao a que se refere o n. 3 do artigo 28. dar lugar aplicao da multa de 500$, que, em caso de reincidncia, ser elevada at 5000$.

2. A falta de apresentao dentro do prazo do elemento a que se refere o n. 4 do artigo 27. dar lugar aplicao da multa de 1000$ que, em caso de reincidncia, pode ser elevada at 10000$.

(A presente redaco do Art. 61. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 62. Se os trabalhos de estabelecimento de uma instalao elctrica de servio particular de 1. categoria comearem antes de cumprido o disposto no artigo 38., o seu proprietrio incorrer numa pena de multa, que ser graduada conforme a importncia da instalao e o adiantamento dos trabalhos, no sendo nunca inferior a 100$ nem superior a 1000$.

1. Se a instalao, alm de estabelecida sem licena, for encontrada j em explorao, no poder a multa ser inferior a 200$ nem superior a 2000$.

2. igualmente aplicvel a este caso a doutrina dos 3., 4., 5. e 6. artigo 59.

Art. 63. Se no estabelecimento de uma instalao elctrica no forem cumpridas as clusulas que tenham sido impostas pela DirecoGeral dos Servios Elctricos, nos termos do n. 1, do artigo 18., o infractor ser punido com a multa de 2000$ por cada clusula que no tiver sido cumprida. Estas clusulas sero novamente impostas pelo respectivo director de fiscalizao elctrica juntamente com aquelas cuja necessidade tenha sido demonstrada pela vistoria.

(A presente redaco do Art. 63. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)Art. 64. O concessionrio ou proprietrio de uma instalao elctrica que no executar a mesma instalao de acordo com o projecto aprovado, desde que as modificaes introduzidas possam prejudicar a segurana da sua explorao ou alterem de modo sensvel as suas caractersticas ou o fim a que se destina, incorrer numa pena de multa, que ser graduada conforme a importncia da instalao e das modificaes introduzidas, no sendo nunca inferior a 500$ nem superior a 5000$.

1. A aplicao da multa ser seguida de intimao para pr a instalao de harmonia com o projecto aprovado ou para requerer nova licena para as modificaes feitas, nos termos deste regulamento, dentro do prazo que para esse fim lhe for fixado.

2. A falta de cumprimento desta intimao, dar lugar a que a instalao seja considerada como tendo sido estabelecida sem licena, aplicandose portanto o disposto no 5. do artigo 59.

3. A mesma penalidade poder ser aplicada se, depois da instalao executada, se verificar que o projecto no continha todos os elementos de apreciao exigidos por este regulamento e essa deficincia interessar de qualquer modo segurana pblica e das linhas telegrficas, telefnicas ou outras preexistentes.

Art. 65. 1. A entidade exploradora de uma instalao elctrica de servio pblico ou de uma instalao elctrica de servio particular de 1. 2. ou 3. categoria que tenha sido legalmente estabelecida, mas que se encontre em explorao antes de efectuada a vistoria, ou qual tenha sido recusada a autorizao provisria para a explorao a que se refere o n. 3 do artigo 45., incorrer numa pena de multa, que ser graduada conforme a importncia da instalao, no sendo nunca inferior a 2000$ nem superior a 20000$ se a instalao for de servio. pblico, e no sendo inferior a 1000$ nem superior a 10000$ se a instalao for de servio particular.

2. O infractor ser intimado a suspender a explorao da sua instalao at que tenha obtido a respectiva autorizao nos termos deste Regulamento.

3. A falta de cumprimento desta intimao dar lugar aplicao de nova multa, que poder ser elevada at ao quntuplo da primeira, qualquer que tenha sido a importncia desta. .

(A presente redaco do Art. 65. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 66. O proprietrio de uma instalao elctrica de servio particular de 4. categoria que no apresentar na respectiva administrao do concelho ou bairro a declarao a que se refere o artigo 12. ser punido com a multa de 50$, que, em caso de reincidncia, poder ser elevada a 500$.

Art. 67. O distribuidor pblico de energia elctrica que ligar ou permitir a ligao sua rede de uma instalao de 2. ou 3. categoria, sem ter obtido previamente a necessria autorizao da respectiva direco de fiscalizao elctrica, ser punido com a multa de 2000$.

(A presente redaco do Art. 67. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho)

Art. 68. 1. A falta de cumprimento de quaisquer clusulas impostas entidade exploradora de uma instalao elctrica, nos termos do artigo 45., quer essa imposio tenha resultado da primeira vistoria dessa instalao, quer seja consequncia de uma revistoria realizada em outra qualquer ocasio, dar lugar, se a instalao for de servio pblico, aplicao de uma multa de 200$ por cada clusula que no tiver sido cumprida ou que o tenha sido de modo incompleto ou ineficaz, no devendo, em todo o caso, a multa ser inferior a 500 nem superior a 5000$. Aplicada a multa, o director da fiscalizao elctrica fixar entidade exploradora, para o cumprimento das clusulas em falta, um novo prazo que seja suficiente para a execuo de todos os trabalhos impostos.

2. Se este prazo tambm no for respeitado, ser o infractor considerado como reincidente e serlhe aplicada uma nova multa de 500$ por cada clusula, com o mnimo de 1000$ e o mximo de 10000$, seguida da fixao de um terceiro e ltimo prazo.

3. A segunda reincidncia ser punida com a multa de 2000$ por cada clusula, com o mnimo de 5000$ e o mximo de 50000$.

4. Quinze dias depois da aplicao desta ltima multa, se a entidade exploradora no tiver executado integralmente todos os trabalhos impostos de modo satisfatrio, poder o directorgeral dos Servios Elctricos ordenar que esses trabalhos sejam mandados executar pela fiscalizao do Governo, correndo todas as despesas por sua conta. As importncias gastas, se no forem satisfeitas voluntariamente, sero cobradas coercivamente pelos tribunais das contribuies e impostos.

5. Independentemente do disposto no pargrafo anterior, quer sejam ou no aplicadas as suas disposies, a no observncia do terceiro prazo fixado para o cumprimento das clusulas ser considerada como crime de desobedincia qualificada e o directorgeral dos Servios Elctricos poder ordenar que seja instaurado no tribunal competente um processo para aplicao das penas fixadas no artigo 188. do Cdigo Penal.

6. Se a instalao for de servio particular, tero igualmente aplicao as disposies deste artigo e seus pargrafos, mas a importncia de todas as multas e dos respectivos limites ser reduzida a metade.

A presente redaco do Art. 68. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho.

Art. 69. O concessionrio de uma distribuio de energia elctrica que no respeitar as clusulas do caderno de encargos da sua concesso ou distribuir energia elctrica para fins diferentes dos que nele forem estipulados incorrer na pena de multa de 100$, que, em caso de reincidncia, poder ser elevada at 1000$, seguida de intimao para regularizar a explorao.

nico. Esta multa, porm, no ter aplicao se no caderno de encargos estiver prevista uma penalidade maior para a mesma infraco.

Art. 70. Aquele que deixar de cumprir qualquer intimao legal que lhe seja feita pela Repartio dos Servios Elctricos ou pelas seces de

fiscalizao elctrica, ou ainda pelas autoridades administrativas, a pedido daquelas entidades, ser punido com a multa de 100$ que, em caso de reincidncia, poder ser elevada at 1000$, seguida de nova intimao.

Art. 71. A falta de cumprimento da terceira intimao, feita nos termos dos artigos 69. e 70., ser considerada como crime de desobedincia para efeitos da aplicao do artigo 188. do Cdigo Penal.

Art. 72. Aquele que deixar de prestar qualquer esclarecimento necessrio para o bom andamento dos processos de licena ou deixar de cumprir qualquer formalidade indispensvel para o mesmo fim, depois de esse esclarecimento ou o cumprimento dessa formalidade lhe ter sido pedido pela Repartio dos Servios Elctricos ou pelas seces de fiscalizao elctrica em trs ofcios sucessivos, expedidos com intervalos no inferiores a quinze dias, ser punido com a multa de 50$, que, em caso de reincidncia, poder ser elevada at 500$.

Art. 73. Aquele que deixar de cumprir qualquer disposio deste regulamento, para a qual no esteja prevista uma sano especial, ser punido com a multa de 20$, que, em caso de reincidncia, poder ser elevada at 500$.

Art. 74. As transgresses deste regulamento a que o Cdigo Penal cominar penas mais graves do que as cominadas no mesmo regulamento sero punidas nos termos do citado cdigo.

Art. 75. Os directores, gerentes ou empregados de alguma empresa ou companhia que, em nome desta, ordenarem qualquer acto que seja considerado como ,crime ou contraveno sero pessoalmente responsveis, tanto civil como criminalmente, por esse acto. Igual responsabilidade lhes poder ser exigida por quaisquer consequncias que possam resultar da falta de cumprimento das disposies deste regulamento.

CAPTULO VII

Disposies gerais e transitrias

Art. 76. Este regulamento entra imediatamente em vigor e aplicase a todos os processos de instalaes elctricas que data da sua publicao ainda no tenham licena de estabelecimento. O licenciamento das restantes instalaes, cujos processos se encontrem em curso, concluirse em conformidade com os regulamentos anteriores, procedendose analogamente com os processos pendentes que, nos termos dos mesmos regulamentos, no caream de licena de estabelecimento.

Art. 77. Enquanto no forem publicadas as disposies de segurana relativas s interferncias entre as linhas de telecomunicaes e as linhas de energia, as plantas parcelares a que se refere a alnea b) do artigo 15. devero indicar todas as linhas telegrficas e telefnicas existentes numa faixa de 15 m de largura para cada um dos lados do traado.

Art. 78. 1. As dvidas que se suscitarem na aplicao deste Regulamento sero resolvidas por despacho do Ministro da Indstria e Tecnologia, mediante proposta do directorgeral dos Servios Elctricos.

A presente redaco do Art. 78. e seus pargrafos a que resulta da alterao introduzida pelo Decreto-Lei n. 446/76 de 5 de Junho.

Ministrio das Obras Pblicas e Comunicaes, 30 de julho de 1936. O Ministro das Obras Pblicas e Comunicaes, Joaquim Jos de Andrade e Silva

Abranches.