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II – DESAFIOS PARA 2015 Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Programa de Investimentos em Logística Reforma Agrária Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 Programa Mais Médicos Plano Brasil Sem Miséria Segurança Pública

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  • II DESAFIOS PARA 2015

    Programa de Acelerao do Crescimento PAC

    Programa de Investimentos em Logstica

    Reforma Agrria

    Jogos Olmpicos e Paraolmpicos Rio 2016

    Programa Mais Mdicos

    Plano Brasil Sem Misria

    Segurana Pblica

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    PROGRAMA DE ACELERAO DO CRESCIMENTO - PACNo exerccio de 2015, o PAC promover investimentos em diversos setores da economia e destinar recursos a projetos e obras que visam ao desenvolvimento econmico e social do Brasil.

    Os empreendimentos do PAC constituem importante instrumento para o crescimento nacional e o resgate da cidadania, a partir da concesso de financiamentos e de investimentos oriundos dos setores pblico e privado, agrupados em seis eixos. A Tabela 7 detalha o volume de recursos federais relativos aos Oramentos Fiscal e da Seguridade Social previstos para o exerccio de 2015:

    Tabela 7 - Recursos destinados ao PAC, estruturado por eixos, 2015(Contempla somente recursos dos Oramentos Fiscal e da Seguridade Social)

    R$ milhes

    PAC Valor

    Eixo Transportes 17.595

    Eixo Minha Casa, Minha Vida 19.338

    Eixo Comunidade Cidad 9.540

    Eixo Cidade Melhor 7.957

    Eixo gua e Luz para Todos 4.671

    Eixo Energia 197

    Defesa 5.374

    Total dos Eixos e Defesa (A) 64.671

    Despesas com GAP (B) 311

    Total (A+B) 64.982

    Fonte: Secretaria de Oramento Federal - SOF.

    Os investimentos em infraestrutura, principalmente os relativos ao eixo Transportes, que abrange os modais rodovirio, ferrovirio, aeroporturio, porturio e hidrovirio, so fundamentais para o desenvolvimento do Brasil e permanecem como prioridade do Governo para reduo dos custos logsticos, garantia do escoamento da produo, melhoria da competitividade dos produtos nacionais, tanto no mercado interno quanto no externo, apoio indstria do turismo e promoo da integrao das diversas regies, dinamizando a economia e facilitando a circulao da populao. Para o setor esto previstos investimentos da ordem de R$ 17,6 bilhes.

    Os investimentos em rodovias tm papel importante tanto para o transporte de bens e pessoas quanto para a integrao, visam aumentar a cobertura geogrfica das rodovias, por meio de construes e pavimentaes, manter em condies adequadas os trechos que se encontram pavimentados, bem como melhorar e ampliar as condies de rodagem e segurana dos usurios, por meio da manuteno e operao da malha rodoviria federal.

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    Tambm no setor rodovirio, sero destinados recursos para execuo de estudos, projetos e planejamento de infraestrutura de transportes, com vistas a assegurar o seu desenvolvimento e atender s exigncias estabelecidas em lei, e para aes voltadas segurana nas estradas, mediante controle de pesagem e de velocidade de veculos, de forma a evitar a deteriorao precoce das rodovias federais, causada pelo trfego de veculos com excesso de peso, e reduzir acidentes em rodovias federais.

    Em relao ao transporte ferrovirio, que contar com o montante de R$ 2,5 bilhes para 2015, o Governo Federal tem focado no incremento qualitativo e quantitativo do transporte de cargas para escoamento da produo, promovendo a interao com o sistema porturio, com o objetivo de otimizar a utilizao da malha de transportes e reduzir custos. Destaca-se a construo da Ferrovia Norte-Sul (FNS), e da Ferrovia da Integrao Oeste-Leste (FIOL).

    No que se refere ao modal aeroporturio, a aviao brasileira tem apresentado expressivo crescimento, acompanhando o desenvolvimento da economia, o que impe a necessidade de assegurar confiabilidade e segurana, minimizando riscos de acidentes e gargalos operacionais. Nesse sentido, o Governo Federal destinar, em 2015, cerca de R$ 2,4 bilhes, para modernizar e expandir a infraestrutura e os servios aeroporturios, concentrando esforos em investimentos que assegurem a capacidade de operao dos aeroportos, a segurana e o conforto de passageiros. No tocante aos aeroportos pblicos regionais, o Programa de Investimentos em Logstica: Aeroportos, lanado em 2012, prev investimentos em construes, reformas e ampliaes.

    A atividade porturia, alm de crucial para o equilbrio da balana comercial, uma das principais indutoras de desenvolvimento do Pas. Os empreendimentos priorizam a manuteno, a recuperao e a ampliao da infraestrutura; a construo e a ampliao de beros; o reforo estrutural de cais; o melhoramento da gesto dos portos e do controle do trfego de navios; a adequao de profundidade, por meio do Plano Nacional de Dragagem (PND II), que integra o Programa de Investimento em Logstica (PIL); a recuperao de molhes de canal de acesso; e a ampliao da eficincia logstica. Essas aes aumentaro a competitividade dos produtos nacionais e da produtividade operacional e, com isso, dinamizaro a economia e reduziro o Custo Brasil.

    No setor hidrovirio, esto em andamento estudos, projetos e obras que visam melhoria da navegao das hidrovias com o intuito de elevar a participao desse modal na matriz de transporte do Pas e de contribuir para a expanso do comrcio exterior.

    O eixo Minha Casa, Minha Vida tem como objetivo reduzir o dficit habitacional no Brasil por meio de construo, aquisio ou reforma de unidades habitacionais urbanas e rurais, em especial as voltadas ao atendimento da populao de baixa renda, de forma a assegurar o acesso moradia digna a milhares de brasileiros. A primeira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) foi lanada em 2009 e a segunda, em 2011, tendo por meta a contratao, at 2014, de um total de 3,75 milhes de unidades habitacionais. Para 2015 esto previstos recursos na ordem de R$ 19,3 bilhes, sendo R$ 18,7 bilhes para o PMCMV e R$ 658,1 milhes para a urbanizao de assentamentos precrios.

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    Visando assegurar melhor qualidade de vida populao, o Governo Federal continuar investindo no eixo Comunidade Cidad, que engloba as reas de educao, sade, cultura e esporte. O volume de recursos previstos para o eixo da ordem de R$ 9,5 bilhes. Os investimentos do PAC na rea de educao contam com o Programa Nacional de Reestruturao e Aquisio de Equipamentos para a Rede Escolar Pblica de Educao Infantil (ProInfncia), cujo objetivo adquirir equipamentos e garantir a construo de creches e pr-escolas pblicas no Pas. Em 2015, os investimentos para este fim sero da ordem de R$ 3,9 bilhes.

    O Programa Caminho da Escola objetiva adquirir veculos padronizados para o transporte escolar, inclusive acessrios de segurana e apoio s atividades inerentes certificao desses veculos, com o intuito de garantir qualidade e segurana no deslocamento dos estudantes matriculados na educao bsica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal, prioritariamente da zona rural. Alm disso, por meio do Programa so adquiridos nibus acessveis para transporte urbano de estudantes com deficincia. A meta assegurar o acesso e a permanncia nas escolas; reduzir a evaso escolar; renovar a frota de veculos escolares das redes pblicas de educao bsica e reduzir o preo de aquisio. Em 2015 objetiva-se a aquisio de cerca de 2 mil nibus e 300 lanchas escolares.

    Sero desenvolvidas, ainda, aes que visam ao apoio tcnico, material e financeiro para construo, ampliao, reforma, adequao e adaptao de espaos escolares, aquisio de mobilirio e equipamentos para a educao bsica, inclusive o sistema Universidade Aberta do Brasil, garantindo acessibilidade e atendendo s demandas e especificidades das etapas e modalidades da educao bsica e educao integral. A proposta investir R$ 1,6 bilho no apoio infraestrutura da educao bsica.

    O Programa de Construo e Cobertura de Quadras Esportivas Escolares, por sua vez, tem o objetivo de melhorar a estrutura fsica para a realizao de atividades pedaggicas, recreativas, culturais e esportivas em escolas pblicas de ensino fundamental e mdio. A proposta atender a 12.116 escolas at 2015, sendo 7.116 com a construo de novas quadras cobertas e 5.000 com a cobertura de quadras j existentes. O investimento total ser de R$ 1,0 bilho.

    No mbito do Ministrio da Sade, em 2015 sero destinados recursos para a construo e ampliao de 13.089 Unidades Bsicas de Sade (UBS) e 80 Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Quando devidamente estruturadas e em pleno funcionamento, as UBS possibilitam o atendimento das demandas primrias da comunidade em atendimento de sade e a melhor organizao e funcionamento dos servios de mdia e alta complexidade. As UPA oferecem estrutura simplificada, contando com equipamentos de raio x, eletrocardiografia, pediatria, laboratrio de exames e leitos de observao, onde os mdicos prestam socorro imediato e analisam a necessidade de encaminhar o paciente at um hospital ou mant-lo em observao por 24 horas, possibilitando a reduo nas filas nos prontos-socorros das unidades hospitalares.

    No que se refere ao setor de esporte, os investimentos em 2015 sero ampliados com a implantao de 53 Centros de Iniciao ao Esporte. Trata-se de equipamentos pblicos qualificados, voltados ao esporte de alto rendimento, cujo objetivo estimular a formao de atletas em reas urbanas de vulnerabilidade social das grandes cidades brasileiras.

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    Com vistas realizao dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos Rio 2016, ser investido R$ 1,3 bilho com a implantao de infraestruturas esportivas, tais como a construo do Parque Olmpico da Barra e do Centro Olmpico de Deodoro, entre outros.

    Ainda no que concerne ao eixo Comunidade Cidad do PAC, destaca-se o projeto Preservao do Patrimnio das Cidades Histricas. Seu objetivo planejar, desenvolver, fomentar, coordenar, monitorar e avaliar aes de preservao do patrimnio cultural brasileiro, sendo pactuado, prioritariamente, por meio de acordos de preservao do patrimnio cultural, com vistas ao desenvolvimento socioeconmico.

    O eixo Cidade Melhor promove investimentos na ordem de R$ 7,9 bilhes, fundamentais oferta de servios e infraestrutura social populao das cidades brasileiras, com vistas preveno de tragdias provocadas por desastres naturais em reas de risco, cujas obras so realizadas em parceria com Estados e Municpios, universalizao dos servios de saneamento e melhoria das condies de trafegabilidade e mobilidade nos principais centros urbanos do Pas.

    Com o objetivo de proteger a populao de deslizamentos, inundaes e outros riscos naturais, sero realizadas aes de preveno em reas de risco, tais como construo de reservatrios de amortecimento e execuo de obras de dragagem, retificao e canalizao de rios, implantao e/ou ampliao dos sistemas de manejo de guas pluviais, obras de conteno de encostas e implantao de infraestruturas hdricas, em especial barragens, adutoras, canais e estruturas associadas.

    As intervenes de saneamento visam melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos, mediante oferta de ambientes mais salubres, observadas as compatibilidades com as polticas de proteo ambiental e de desenvolvimento local e regional. Nesse sentido, para 2015, mais famlias sero beneficiadas com o desenvolvimento de projetos relativos a esgotamento sanitrio (coleta, tratamento e destinao final), proteo dos mananciais, despoluio de cursos dgua, gesto de resduos slidos urbanos (coleta de lixo e disposio de resduos slidos) e aes de saneamento integrado, a serem desenvolvidos pelo Ministrio das Cidades.

    No mbito da Fundao Nacional de Sade, o PAC prev aes de saneamento para implantao e melhoria de sistemas pblicos de esgotamento sanitrio em municpios de at 50.000 habitantes, exclusive de regies metropolitanas ou Regies Integradas de Desenvolvimento Econmico (Ride), com maior foco em preveno de doenas e agravos.

    Em relao mobilidade urbana no Brasil, o Governo Federal apoiar a implementao de projetos estruturantes para melhoria da qualidade do transporte pblico e reduo do tempo de deslocamento das pessoas nos centros urbanos mais populosos. Os investimentos totalizam R$ 4,1 bilhes e destinam-se, sobretudo, a modos de transporte de alta capacidade, caso dos empreendimentos de transporte sobre trilhos, como metr, Veculo Leve sobre Trilhos (VLT), monotrilho e trem urbano, e dos empreendimentos que priorizam o transporte coletivo sobre pneus, como Bus Rapid Transit (BRT), Bus Rapid Service (BRS) e corredor exclusivo de nibus. Outras intervenes, como terminais de integrao

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    e corredores fluviais, que complementam o sistema de transporte urbano e facilitam o trfego dos cidados, tambm esto previstas.

    Ainda com relao a este eixo, visando segurana da transmisso e do armazenamento de dados digitais, o Governo Federal estar apoiando o desenvolvimento, pela Telebrs, do Satlite Geoestacionrio de Comunicao e Defesa, com recursos dos Ministrios das Comunicaes e da Defesa na ordem de R$ 748,7 milhes.

    Cabe destacar os investimentos previstos para a instalao de cabo submarino que ligar o Brasil Europa, com o objetivo de suprir as demandas por trfego internacional, tanto da Telebrs, como das redes acadmicas da Amrica do Sul e Europa, alm de atender a crescente demanda de empresas e instituies pblicas e privadas por conexo direta entre os dois continentes. Destacam-se tambm os investimentos de R$ 500,0 milhes para a infraestrutura de telecomunicaes, na construo de redes metropolitanas de fibras pticas, ampliao do atual backbone da Telebrs e aquisio de equipamentos de rede, o que tambm contribuir para a implementao do Plano Nacional de Banda Larga e a expanso da internet em todo territrio nacional.

    O eixo gua e Luz para Todos, que totaliza R$ 4,7 bilhes, desenvolve as atividades econmicas e expande o abastecimento de gua para consumo humano em reas urbanas e rurais, realizando obras que contribuem para o aumento da produo, cobertura e regularidade da oferta de gua. Para tanto, sero executadas obras necessrias implementao de permetros de irrigao, construo, recuperao e manuteno de barragens, adutoras e sistemas de abastecimento de gua e integrao e revitalizao da Bacia do Rio So Francisco. Ressalta-se que esto previstos R$ 800,0 milhes para a construo de 98.764 cisternas e sistemas simplificados de abastecimento de gua, inclusive integrantes do Plano Brasil Sem Misria.

    Adicionalmente, o Governo Federal desenvolver iniciativas com vistas a aumentar a oferta de gua em reas urbanas, mediante a ampliao dos sistemas de abastecimento. Para tanto, esto previstas aes de apoio s intervenes na infraestrutura de abastecimento, desde a captao at as ligaes domiciliares, e de promoo de tecnologias apropriadas.

    No eixo Energia, essencial para o crescimento econmico sustentvel e o desenvolvimento social do Pas, sero realizados mapeamentos voltados minerao e prospeco de petrleo e gs natural, com vistas a atrair capitais privados para as diversas regies brasileiras e gerar divisas para o Pas.

    Em 2015, alm dos eixos j explicitados, o Governo Federal alocar recursos do PAC para o desenvolvimento de diversas aes na rea de Defesa, no montante de R$ 5,4 bilhes.

    A aquisio de 9 helicpteros franceses de mdio porte (HX-BR), os quais esto sendo construdos na cidade mineira de Itajub, com transferncia de tecnologia, tem permitido a gerao de empregos e capacitao da indstria nacional na construo de aeronaves de asas rotativas de emprego militar, com possibilidade tambm de uso civil.

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    O desenvolvimento da aeronave KC-X, de emprego militar, pela Empresa Brasileira de Aeronutica (Embraer) em parceria com o Ministrio da Defesa (MD), por meio do Comando da Aeronutica, permitir suprir a necessidade de aeronaves de transporte militar, alm de possibilitar a insero dessa empresa brasileira no mercado internacional, com potencial de venda, nos prximos dez anos, de cerca de 250 unidades. Seu desenvolvimento ocorre em fbrica no Estado de So Paulo, permitindo, alm da gerao de empregos, o domnio de tecnologia que poder ser utilizada, tambm, em aeronaves civis. Ser iniciada, em 2015, a aquisio de 28 dessas aeronaves, que, alm de atender necessidade da Fora Area Brasileira, possibilitar uma linha de produo que assegure sua visibilidade no mercado internacional.

    Para dotar o Pas de aeronaves de proteo territorial, est prevista a aquisio de 36 caas Grippen da Sucia, em substituio aos antigos e j desativados Mirages, cujo projeto, com incio previsto para 2015, permitir ao Pas a absoro de tecnologia para fabricao de aeronaves de ltima gerao. A etapa inicial conta com recursos da ordem de R$ 1,0 bilho.

    sabido que a tecnologia nuclear no compartilhada internacionalmente, cabendo a cada pas desenvolv-la com vistas a alcanar um patamar de acesso a uma fonte energtica estratgica. Nesse escopo, o Programa Nuclear da Marinha (PNM) tem sido pioneiro no desenvolvimento da tecnologia do ciclo do combustvel nuclear, que agora est sendo utilizada na construo do reator do primeiro submarino nuclear brasileiro. Esse Programa tem possibilitado agregar conhecimento que permitir, tambm, a construo de geradores que podero atuar no fornecimento energtico s diversas demandas do Pas, alm de criar a independncia em relao a um conhecimento sensvel, o qual tem acarretado nmero significativo de empregos de alto conhecimento tecnolgico, preservando a capacidade tecnolgica no Pas.

    O Comando da Marinha dar continuidade ao desenvolvimento, junto com o Programa Nuclear, do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), em parceria com a Frana, que proporcionar o projeto e a construo do submarino nuclear e a construo de mais quatro submarinos convencionais. O projeto encontra-se a pleno vapor, com a construo do estaleiro e da base naval para submarinos, no Estado do Rio de Janeiro. O PROSUB, com recursos da ordem de R$ 1,77 bilho para 2015, permitir, alm da gerao de empregos no Pas, o conhecimento da tecnologia envolvendo o projeto e a construo do submarino nuclear por tcnicos brasileiros, tornando-os aptos continuidade de novos projetos envolvendo a tecnologia nuclear.

    No mbito do Comando do Exrcito, permitir a continuidade da implantao do Sistema Integrado de Fronteiras SISFRON, para o qual esto destinados R$ 285,0 milhes, no intuito de viabilizar as aes de vigilncia das fronteiras terrestres sob a responsabilidade das Foras Armadas. A aquisio dos Blindados Guarani, produzidos pela indstria nacional, dotar a Fora Terrestre de capacidade de emprego em situaes crticas, estando previstos R$ 200,0 milhes, para a continuidade da linha de produo. O projeto ASTROS 2020, com R$ 90,6 milhes, tambm desenvolvido pela indstria nacional, ampliar a capacidade de defesa terrestre, dotando o Pas de capacidade tecnolgica na produo de modernos sistemas de defesa de longo alcance terra terra.

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    PROGRAMA DE INVESTIMENTOS EM LOGSTICA

    O Programa de Investimentos em Logstica (PIL), criado pelo Governo Federal em agosto de 2012, juntou-se ao PAC na tarefa de atacar os gargalos de infraestrutura existentes no Pas.

    O Programa prev investimentos de mais de R$ 209 bilhes e foi construdo com base em trs metas: a) a disponibilizao de uma ampla e moderna rede de infraestrutura; b) a obteno de uma cadeia logstica eficiente e competitiva; e c) a modicidade tarifria. Destaca-se a meta de aumentar a integrao entre rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, assim como a articulao destes modais com as cadeias produtivas.

    No modal de rodovias, o PIL prev a concesso para a iniciativa privada de 7,5 mil quilmetros de rodovias, dos quais 5 mil quilmetros sero duplicados. O investimento ser da ordem de R$ 46 bilhes em mais de 7 mil quilmetros de rodovias. Deste total, R$ 25,7 bilhes sero investidos nos primeiros cinco anos e os demais ao longo de 20 anos.

    Um ponto de destaque dessas concesses que, primeiro, o usurio recebe os benefcios, com 10% das obras de duplicao concludas, e, depois, a tarifa de pedgio passa a ser cobrada.

    O modelo de concesso prev que os investimentos em obras (principalmente duplicaes) devem ser concludos nos primeiros cinco anos de contrato. Os bancos pblicos podem financiar at 70% dos investimentos, com remunerao de 2,0% ao ano mais TJLP.

    Os primeiros resultados do PIL no modal rodovirio j so observados, com a concesso de 6 dos 9 trechos planejados inicialmente, compreendendo um total de 4,9 mil quilmetros concedidos e investimentos previstos de R$ 33 bilhes. Ressalte-se ainda a preocupao com a modicidade tarifria, observada nos desgios, sempre superiores a 40% (Tabela 8).

    Tabela 8 Lotes Iniciais de Concesso Rodoviria do PIL

    Descrio Extenso (km)Leilo/Autor.

    (data)gio ou Desgio

    (%)

    Investimentos Estimados

    (R$ milhes)

    Prazo (anos)

    Rodovias j concedidasBR-050- GO/MG 436 set/13 -42,3 3.030 30

    BR-163-MT 851 nov/13 -52,0 4.600 30

    BR-060/153/262 DF/GO/MG 1.176 dez/13 -52,0 7.150 30

    BR-163-MS 847 dez/13 -52,7 5.800 30

    BR-040 DF/GO/MG 937 dez/13 -61,1 8.100 30

    BR-153 - GO/TO 625 mai/14 -45,99 4.313 30

    Rodovias que ainda sero concedidas

    BR-26-MG 375,6 - - - -

    BR-116-MG 816,7 - - - -

    BR-101-BA 772,3 - - - -

    Fonte: SEAE/MF.

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    Esses investimentos em rodovias impulsionaro o crescimento econmico do Pas. Caber Empresa de Planejamento e Logstica (EPL) acompanhar a execuo do programa de investimentos. Alm disso, a empresa assumiu a funo de empreendedora para efeito de licenciamento ambiental, com o objetivo de obter as licenas necessrias para as obras de duplicao.

    Adicionalmente, o PIL atua de forma coordenada com o PAC, alinhando as primeiras concesses e o planejamento de longo prazo em logstica, conforme Figura 1.

    Figura 1 Rodovias Estruturantes

    Fonte: EPL.

    No modal de ferrovias, o PIL garantir aplicao de R$ 91 bilhes na construo e modernizao de 11,7 mil quilmetros de linhas frreas.

    O novo modelo de concesso trar ferrovias em bitola larga, com alta capacidade de transporte de cargas, traado geomtrico otimizado e velocidade elevada. Com isso, ser possvel resgatar o transporte ferrovirio como alternativa logstica, com quebra de monoplio na oferta de servios e reduo de tarifas.

    O Governo contrata a construo, a manuteno e a operao da ferrovia, a Valec compra a capacidade integral de transporte da ferrovia e faz a oferta pblica, assegurando o direito de passagem dos trens em todas as malhas, buscando a modicidade tarifria.

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    A venda da capacidade de ferrovias ser destinada aos usurios que quiserem transportar carga prpria; aos operadores ferrovirios independentes; e aos concessionrios de transporte ferrovirio.

    Os 11,7 mil quilmetros de ferrovias foram divididos em dois grupos. O grupo um (1), com 6,2 mil quilmetros de extenso (Ferroanel SP-Tramo Norte, Lucas do Rio Verde-Campinorte, Estrela dOeste-Dourados, Rio de Janeiro-Vitria, Anpolis-Corinto, Corinto-Guanambi, Sinop-Miritituba, Sapezal-Porto Velho e Aailndia-Barcarena).

    O grupo dois (2), com 5,5 mil quilmetros de extenso (Feira de Santana-Recife, Feira de Santana-Parnamirim, Manoel Vitorino-Candeias, Maracaju-Paranagu, Panorama-Chapec, Chapec-Rio Grande).

    A Tabela 9 destaca alguns destes projetos de concesso de ferrovias:

    Tabela 9 Projetos Selecionados do PIL para Ferrovias

    Descrio Extenso (km)Investimentos

    Estimados (R$ milhes)

    Fase Atual Prazo (anos)

    Lucas do Rio Verde/MT-Campinorte/GO 883 Em reviso*

    Atualizao aps TCU

    35

    Aailndia/MA- Barcarena/PA 457 3.190 Est. Prvio + PMI 35

    Estrela dOeste/SP-Dourados/MS 659 4.150 Est Prvio + PMI 35

    Fonte: SEAE/MF.Nota: * Estimativa inicial era de R$ 6,3 bilhes e TCU revisou para R$ 4,6 bilhes. Em 12 de fevereiro de 2014, o TCU autorizou a publicao do edital sem exigir a reduo do Capital Expenditure (Capex) para R$ 4,6 bilhes.

    As aes do PIL no modal areo foram lanadas em dezembro de 2012, tendo por objetivo: a) reconstruir a rede de aviao regional; b) ampliar a oferta de transporte areo no Pas; e c) melhorar a qualidade dos servios e da infraestrutura aeroporturia para usurios.

    Entre as medidas adotadas para assegurar que os objetivos sejam atingidos, destaca-se:

    Celebrao de novas parcerias com o setor privado por meio das concesses dos aeroportos de Galeo e de Confins e da criao da Infraero Servios em parceria

    com operador internacional;

    Fortalecimento e ampliao da aviao regional com: a) investimentos na construo de novos aeroportos; b) concesso de subsdio para rotas entre cidades pequenas e

    mdias do interior e destas cidades para as capitais; c) estabelecimento de parcerias

    com Estados e Municpios; e d) uso de concesso administrativa;

    Aprimoramento regulatrio, e.g., distribuio anual dos slots de acordo com critrios de eficincia; e

    Aviao em geral, e.g. regulamentao da autorizao para explorao comercial de aeroportos privados dedicados exclusivamente aviao geral.

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    Com relao concesso dos aeroportos de Galeo e de Confins, a licitao foi feita em novembro de 2013 e estima-se investimento de R$ 9,1 bilhes ao longo do perodo de concesso, sendo R$ 5,7 bilhes no Galeo e R$ 3,4 bilhes em Confins.

    A Tabela 10 mostra os aeroportos j concedidos pelo Governo Federal, todos com gio superior a 60% e com investimentos previstos de R$ 26,9 bilhes.

    Tabela 10 Aeroportos Concedidos ao Setor Privado

    Aeroporto Data da Licitao Outorga Capex

    Tom Jobim (Galeo) RJ nov/13R$ 19,0 bilhes

    (gio de 294%)R$ 5,7 bilhes

    Tancredo Neves (Confins) MG nov/13R$ 1,8 bilho

    (gio de 66%)R$ 3,4 bilhes

    Guarulhos SP fev/12R$ 16,2 bilhes

    (gio de 373%)R$ 5,3 bilhes

    Juscelino Kubitschek DF fev/12R$ 4,5 bilhes

    (gio de 673%)R$ 3,1 bilhes

    Viracopos SP fev/12R$ 3,8 bilhes

    (gio de 160%)R$ 8,8 bilhes

    So Gonalo do Amarante RN ago/11R$ 0,2 bilho

    (gio de 229%)R$ 0,7 bilho

    Fonte: SEAE/MF.

    As aes do Programa de Investimento em Logstica no modal porturio tambm foram lanadas em dezembro de 2012 com o objetivo de aumentar a competitividade e o desenvolvimento da economia brasileira por meio do: a) fim das barreiras entrada; b) estmulo expanso dos investimentos do setor privado; c) modernizao da gesto e da infraestrutura porturia; e d) aumento da movimentao de cargas com reduo de custos.

    As medidas adotadas para a consecuo dos objetivos seguem trs linhas de ao: a) retomada da capacidade de planejamento no setor porturio; b) aprimoramento do marco regulatrio; e c) realizao de novos investimentos.

    Entre as atividades desenvolvidas pela Comisso Nacional das Autoridades nos Portos (Conaportos), com impacto em 2015, esto: a) Plano Safra, com o objetivo de melhorar a eficincia do escoamento da safra agrcola nos portos; b) avaliao do Programa Porto 24 horas; e c) integrao do Porto sem Papel ao Siscomex.

    No aprimoramento do marco regulatrio, destacam-se: a) fim da diferenciao entre carga prpria e de terceiros; b) fim da outorga como critrio de licitao; c) licitaes de arrendamentos em portos organizados e autorizaes de terminais de uso privado (TUP); e d) leilo para licitao de concesses e arrendamentos com foco na maior movimentao de carga com a menor tarifa.

    Na realizao de novos investimentos, enfatiza-se a coordenao com o PAC, responsvel por obras de acessos aquavirios e terrestres.

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    REFORMA AGRRIA

    O Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), por meio do Instituto Nacional de Colonizao Agrria (Incra), vem realizando o trabalho de Reforma Agrria pelo Pas com foco na implantao de um novo modelo de assentamento, baseado na viabilidade econmica, na sustentabilidade ambiental e no desenvolvimento territorial.

    O Incra apresenta, entre suas prioridades, a fixao de modelo de assentamento com a concepo de desenvolvimento territorial e de apoio financeiro instalao e de fomento produtivo s famlias assentadas. O destaque dado busca da compatibilidade do novo modelo s potencialidades e biomas correspondentes regionalidade existente no Brasil, buscando a integrao espacial dos projetos, alm do equacionamento do passivo ambiental, da recuperao da infraestrutura e do desenvolvimento sustentvel dos assentamentos no Pas.

    Ressalta-se que nos ltimos seis anos, foram assentadas cerca de 234 mil famlias e a meta para 2015 assentar 30 mil famlias.

    Um ponto de destaque na Poltica Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Pnater), que visa melhoria da renda e da qualidade de vida das famlias rurais por meio do aperfeioamento dos sistemas, alm de englobar um servio de educao no formal, de carter continuado, para esse pblico, foi a criao da Agncia Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Anater), por meio da Lei no 12.897, de 18 de dezembro de 2013, cuja finalidade, entre outras, promover programas de assistncia tcnica e extenso rural, com vistas inovao tecnolgica, especialmente os que contribuam para a elevao da produo, da produtividade e da qualidade dos produtos e servios rurais.

    Para o prximo ano, a meta atender a aproximadamente 287 mil famlias pelo Programa, com a aplicao de cerca de R$ 355,4 milhes.

    Com o objetivo de dar condies para a fixao do agricultor no campo e o desenvolvimento de sua famlia, esse pblico conta com o apoio do Programa Nacional de Educao na Reforma Agrria (Pronera), que j beneficiou 10,6 mil jovens e adultos que vivem no meio rural, s no exerccio de 2013 sendo investidos R$ 108,7 milhes, no periodo de 2003 a 2013, e para 2015, a meta alcanar 12 mil alunos, com o oramento de R$ 29,2 milhes.

    Outro instrumento com a mesma proposta o Programa de Cadastro de Terras e Regularizao Fundiria, que viabiliza aos agricultores familiares a permanncia na terra, por meio da segurana jurdica da posse do imvel. Na regularizao fundiria sero investidos R$ 8,5 milhes com a meta de regularizar 17 mil imveis em 2015.

    De um modo geral, o objetivo principal do MDA criar oportunidades para que as populaes rurais alcancem plena cidadania, por meio da promoo do desenvolvimento sustentvel do segmento rural, de modo a propiciar-lhe o aumento da capacidade produtiva, a gerao de empregos e a melhoria da renda. Dessa forma, sero investidos para o prximo exerccio aproximadamente R$ 201,3 milhes em aes voltadas para a infraestrutura bsica visando beneficiar 20,4 mil famlias.

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    JOGOS OLMPICOS E PARAOLMPICOS RIO 2016

    Com a realizao dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos Rio 2016 haver um leque significativo de oportunidades para diversos setores da economia. A cadeia produtiva do esporte servir como alavanca de gerao de empregos, negcios e renda. Para tanto, o Ministrio do Esporte tem como um de seus objetivos prover condies para implantao, modernizao e ampliao da infraestrutura necessria realizao dos Jogos na cidade do Rio de Janeiro e, principalmente, garantir que as duas competies deixem ao Brasil amplo e duradouro legado esportivo.

    Entre as principais atribuies do Ministrio est a preparao dos atletas brasileiros. As aes de preparao englobam financiamento de competies e treinamento no Brasil e no exterior; contratao de comisses tcnicas e equipes multidisciplinares; aquisio de equipamentos e materiais esportivos; bolsas para atletas; procedimentos mdico-cientficos; controle de dopagem; e construo e reforma de centros de treinamento.

    No que tange ao apoio direto aos atletas, destaca-se o Programa Bolsa-Atleta, que, desde seu incio, em 2005, j concedeu mais de 24 mil bolsas a atletas que representam o Brasil em competies locais, nacionais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olmpicas e paraolmpicas. Atualmente, so seis as categorias de bolsas oferecidas para atletas de modalidades individuais: Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olmpico/Paraolmpico e a Atleta Pdio (Lei no 12.395, de 16 de maro de 2011). O benefcio atende atletas que tenham obtido bons resultados, independentemente de sua condio econmica e sem necessidade de intermedirios, desde que cumpram os requisitos legais, mantenham-se treinando e competindo e alcancem bons resultados nas competies qualificatrias indicadas pelas respectivas confederaes. A principal prestao de contas do atleta ao Governo e sociedade a obteno de resultados expressivos nas disputas.

    Assim, ser dada continuidade ao Plano Brasil Medalhas e ao Programa Atleta Pdio. O Plano, lanado em setembro de 2012, destina-se a apoiar atletas de modalidades olmpicas e paraolmpicas com chances de subir ao pdio nos Jogos Rio 2016. O objetivo colocar o Brasil entre os dez primeiros pases nos Jogos Olmpicos e entre os cinco primeiros nos Jogos Paraolmpicos do Rio de Janeiro. Esse esforo, que aporta recurso adicional ao oramento do esporte de alto rendimento, conta com engajamento de entidades de esportes olmpicos e paraolmpicos e de empresas estatais patrocinadoras de diversas modalidades esportivas.

    J o Programa Atleta Pdio, que faz parte do Plano Brasil Medalhas 2016, tem como finalidade melhorar o resultado esportivo de atletas brasileiros em competies internacionais. Alm disso, abrange as seguintes aes: viabilizao de equipe tcnica multidisciplinar; participao em competies internacionais; viagens para treinamentos e intercmbios no exterior; aquisio de equipamentos e materiais esportivos; e bolsa para custeio de outras necessidades do atleta.

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    Em 2015, o Ministrio prosseguir com a formao da Rede Nacional de Treinamento, que interliga instalaes esportivas em mbito local, regional e nacional para garantir encadeamento do processo de deteco, lapidao e desenvolvimento de talentos para o esporte de alto rendimento. Como parte do legado olmpico, e atrelados referida Rede, esto sendo construdos e modernizados dezenas de centros de treinamento em diversos Estados, entre os quais se destacam pistas de atletismo certificadas, em parceria com universidades federais, governos estaduais e prefeituras.

    Para 2015, est previsto o valor de aproximadamente R$ 1.749,2 milhes para atender s responsabilidades da Unio relativas preparao e realizao dos Jogos, sendo que, deste montante, R$ 1.331,0 milhes correspondem a despesas com a implantao de infraestrutura, cuja programao compe o PAC.

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    PROGRAMA MAIS MDICOS

    O Governo Federal instituiu, em 2013, o Programa Mais Mdicos, que visa ampliar a capacidade de atendimento da ateno bsica nas periferias de grandes cidades e nos Municpios do interior do Pas, levando mdicos para regies onde no existem profissionais.

    Regulamentado pelos Ministrios da Sade (MS) e da Educao (MEC), o Programa concede bolsa federal de R$ 10.482,92/ms a mdicos para formao e atuao na ateno bsica da rede pblica de sade. Com a convocao de mdicos para atuar na ateno bsica nas reas mais carentes do Pas, as vagas so oferecidas prioritariamente a mdicos brasileiros, interessados em atuar nas regies onde faltam profissionais. No caso do no preenchimento de todas as vagas, so aceitas as candidaturas de mdicos estrangeiros.

    O Programa estimula a ida de profissionais para os Municpios do interior e as periferias das grandes cidades, onde maior a carncia por esse servio. Atualmente, o Mais Mdicos conta com a adeso de 3.785 Municpios, o que representa 68% do total de Municpios do Pas, e de 34 distritos sanitrios indgenas. Deste total, aproximadamente 1.800 localidades so consideradas prioritrias.

    Em termos gerais, o Programa conta atualmente com 14.462 mdicos (brasileiros e estrangeiros) atuando em todo o Pas, beneficiando 50 milhes de brasileiros que no tinham acesso a mdico nas Unidades Bsicas de Sade.

    Entretanto, o Programa no se resume em levar mdicos para regies carentes. Uma mudana na formao dos estudantes de Medicina vai aproximar ainda mais os novos mdicos realidade da sade do Pas. A partir de 1o janeiro de 2015, os alunos que ingressarem na graduao devero atuar por um perodo de dois anos em unidades bsicas e na urgncia e emergncia do Sistema nico de Sade (SUS). O chamado 2o ciclo de Medicina vai permitir ao estudante trabalhar em contato direto com a populao.

    O modelo brasileiro inspirado em pases como Inglaterra e Sucia, onde os alunos passam por um perodo de treinamento em servio, com um registro provisrio, para depois exercer a profisso com o registro definitivo. A medida valer para os alunos da rede pblica e privada, e no dispensa o estgio obrigatrio, em regime de internato, que continuar sendo desenvolvido no 1o ciclo.

    Outra medida importante do Programa Mais Mdicos a mudana na lgica de abertura dos cursos de Medicina de universidades privadas. At hoje, essas instituies apresentavam um projeto para o MEC e, se aprovado, o curso era aberto. No novo modelo o Governo Federal faz um chamamento pblico com foco nas regies prioritrias do SUS e, em resposta, as universidades apresentam propostas. Se aprovadas pelo MEC, os cursos de Medicina podem ser abertos.

    Tambm requisito para abertura de novo curso a existncia de, pelo menos, trs Programas de Residncia Mdica em especialidades consideradas prioritrias no SUS Clnica Mdica,

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    Cirurgia, Ginecologia/Obstetrcia, Pediatria, e Medicina de Famlia e Comunidade. Com essa medida, a expectativa formar mais especialistas nessas localidades, minimizando a dificuldade na contratao de especialistas.

    Sero avaliadas, ainda, a proporo de vaga em cursos de Medicina por habitante e a distncia em relao ao Municpio com curso de Medicina mais prximo.

    O Programa Mais Mdicos tambm tem como meta garantir acesso universal dos profissionais brasileiros residncia mdica a partir de 2018. Em 2014, o MS ofertou 2.579 novas bolsas de residncia mdica, e a meta para 2015 de mais 2 mil novas vagas.

    Para a continuidade do Programa, em 2015 esto previstos recursos totais da ordem de R$ 3,16 bilhes.

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    PLANO BRASIL SEM MISRIA

    O Plano Brasil Sem Misria (BSM) foi criado em 2011 com o objetivo de atender a 16 milhes de pessoas que vivem em situao de extrema pobreza no Pas. Visa aperfeioar e ampliar as aes na rea social e tem como eixos de atuao: a garantia de renda, o acesso aos servios pblicos e a incluso produtiva de pessoas extremamente pobres.

    Considerado como o maior programa de transferncia de renda direta condicionada da Amrica Latina, o Programa Bolsa Famlia integra um dos principais eixos do Plano, beneficiando famlias em situao de pobreza (renda per capita de at R$ 154,00 mensal) e de extrema pobreza (renda per capita de at R$ 77,00 mensal). O benefcio financeiro, cujo valor mdio no ms de junho de 2014 foi de R$ 168,30, associado a contrapartidas que funcionam como mecanismos para melhorar a condio de sade e de educao das crianas e dos jovens. Adicionalmente, o Programa prov acesso a direitos sociais bsicos e assistncia social. Em 2015, dever atender a cerca de 14 milhes de famlias, com recursos da ordem de R$ 27,1 bilhes, includos os recursos destinados ao pagamento do benefcio para a superao da pobreza extrema na infncia.

    As aes sob a responsabilidade do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) direcionadas para a rea rural preveem investimentos de R$ 305,5 milhes, beneficiando 143,4 mil famlias, alm de R$ 616,8 milhes para aquisio de alimentos produzidos por 114,3 mil famlias de agricultores. Tambm sero investidos R$ 350,0 milhes para a construo de 67,5 mil cisternas e/ou estruturas de acesso gua.

    importante destacar que, alm dos servios de ateno bsica e especializada do Sistema nico de Assistncia Social (Suas), h o enfrentamento do trabalho infantil, valendo-se de aes estratgicas para a ampliao das condies de realizao de diagnsticos territorializados, identificao/busca ativa das situaes e monitoramento da efetividade desses esforos, que continuaro a ser implementadas nos Municpios, Estados e Distrito Federal com o cofinanciamento federal.

    No mbito do MEC, o Programa Mais Educao, estratgia indutora da poltica de educao integral, continuar atendendo, em carter prioritrio, as escolas localizadas em regies de vulnerabilidade social e que apresentam baixo ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (Ideb). Para 2015, o oramento previsto de, aproximadamente, R$ 2,5 bilhes, atendendo 60 mil escolas.

    No Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), R$ 42,5 milhes sero destinados a aes voltadas capacitao dos catadores de material reciclvel, propiciando condies para o cooperativismo de grupos que atuem na reciclagem, bem como ao apoio s redes de comercializao e cadeias produtivas desse segmento.

    No que concerne rea da Sade, o BSM est estruturado em cinco reas: a) Programa Sade da Famlia; b) Programa Rede Cegonha; c) Programa Sade No Tem Preo; d) Programa Olhar Brasil; e e) Programa Brasil Sorridente.

    Com o Programa Sade da Famlia (PSF), objetiva-se o aumento da cobertura pelas equipes nas regies de maior concentrao da populao em extrema pobreza. No Programa Rede

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    Cegonha, o objetivo reduzir a mortalidade materna e neonatal com a implementao de uma rede de ateno que garanta atendimento adequado, seguro e humanizado desde a confirmao da gravidez, passando pelo pr-natal e pelo parto, at os dois primeiros anos de vida do beb.

    O Programa Sade No Tem Preo, iniciado em 2011, fornece gratuitamente remdios para hipertenso, diabetes e asma nas farmcias credenciadas da rede Aqui Tem Farmcia Popular. Para o oramento de 2015, esto previstos recursos da ordem de R$ 2.250,0 milhes para essa finalidade. O Programa desenvolvido pelo Governo Federal, por intermdio de um acordo entre o MS e sete entidades da indstria e do comrcio e em parceria com a rede privada de farmcias e drogarias, que se credenciam espontaneamente. importante ressaltar que cerca de 33 milhes de brasileiros so hipertensos e 7,5 milhes diabticos, o que acarreta impactos negativos para o oramento das famlias, principalmente das mais humildes. Com exceo dos medicamentos gratuitos para hipertenso, diabetes e asma, o Governo Federal financia ainda 90% do valor de referncia dos demais medicamentos que compem o Farmcia Popular, cujo oramento para 2015 ser de R$ 628,0 milhes.

    J o Programa Olhar Brasil, ao conjunta dos Ministrios da Sade e da Educao, visa identificar problemas visuais em alunos da rede pblica, em cidados inscritos no Programa Brasil Alfabetizado e na populao acima de 60 anos. Entre suas aes est a distribuio de culos para sanar os problemas visuais.

    Ainda na rea da Sade, o Governo continuar a aperfeioar a prestao de sade bucal populao sem acesso a atendimento odontolgico por meio do Programa Brasil Sorridente. Esse Programa est assentado em seis pilares: a) reorganizao da ateno bsica em sade bucal; b) ampliao e qualificao da ateno especializada; c) assistncia na ateno terciria; d) preveno e promoo; e) qualificao e reestruturao; e f) vigilncia e monitoramento.

    No Ministrio do Meio Ambiente (MMA), o Programa Bolsa Verde atender a, pelo menos, 80 mil famlias em reas definidas como prioritrias para a conservao ambiental, com recursos da ordem de R$ 106,0 milhes, por meio da transferncia trimestral de R$ 300,00 a cada famlia que desenvolva atividade de conservao ambiental, manuteno da cobertura vegetal e uso sustentvel da floresta. Ademais, sero investidos R$ 81,7 milhes na instalao de 370 sistemas de dessalinizao de guas subterrneas captadas por meio de poos, de forma ambiental e socialmente sustentvel, com vistas ao atendimento das populaes de baixa renda em comunidades difusas do semirido.

    No mbito do Ministrio da Integrao Nacional (MI), esto previstos recursos da ordem de R$ 44,0 milhes destinados ao apoio a iniciativas de aprimoramento da produo e insero mercadolgica, com o objetivo de elevar a renda familiar, ampliar o acesso gua e propiciar o acesso a oportunidades de ocupao e renda.

    Sob a responsabilidade do MDA, ser aplicado um total de R$ 248,4 milhes para benefcios a 4,5 mil agricultores familiares no Programa de Aquisio de Alimentos; para prestao de servios de assistncia tcnica e extenso rural a 65,8 mil agricultores familiares e a 122,0 mil famlias residentes em assentamentos.

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    SEGURANA PBLICA

    A poltica nacional de segurana pblica est voltada no apenas modernizao e ao aprimoramento das foras policiais. Em parceria com os Estados e Municpios, diferentes rgos governamentais e entidades da sociedade civil, o Governo Federal vem desenvolvendo aes que atacam as causas da violncia e da criminalidade, em todos os nveis, no desafio de implementar iniciativas que resultem na diminuio das taxas de crime e de violncia.

    As polticas de preveno violncia e criminalidade consistem em aes que articulam segurana pblica e polticas sociais de natureza estrutural e outras de carter local. Envolvem reas de apoio implementao de polticas sociais e de segurana cidad, ao fortalecimento de instituies de segurana pblica, construo e modernizao de estabelecimentos penais, valorizao dos profissionais e operadores de segurana pblica, entre outras.

    Nesse contexto, o Ministrio da Justia (MJ) tem investido, por meio da Secretaria Nacional de Segurana Pblica (Senasp), recursos financeiros e tecnolgicos junto a Estados e Municpios para a implementao de aes voltadas preveno da violncia e da criminalidade, que auxiliem estes entes federados na realizao de diagnstico, na formulao, implementao, acompanhamento e a avaliao dessas aes, com objetivo de proporcionar um espao de convivncia que permita a expresso livre e criativa de seus cidados, de forma segura e pacfica. imprescindvel a atuao articulada entre os Municpios e os governos estaduais, na implementao de polticas pblicas de preveno, visando consolidao do Sistema nico de Segurana Pblica (Susp), pois o Municpio possui uma vocao e competncia natural para a implementao de polticas pblicas bsicas, especialmente as de preveno da violncia e criminalidade.

    O MJ apoia, tambm, por meio do Fundo Nacional de Segurana Pblica (FNSP), projetos na rea de segurana pblica destinados a reequipamento, treinamento e qualificao das polcias civis e militares, corpos de bombeiros militares e guardas municipais; sistemas de informaes, de inteligncia e de investigao, bem como de estatsticas policiais; estruturao e modernizao da polcia tcnica e cientfica; programas de polcia comunitria e programas de preveno ao delito e violncia; dentre outros.

    Os projetos apoiados pelo FNSP devem estar enquadrados nas diretrizes do plano de segurana pblica do Governo Federal. Na avaliao dos projetos, o Conselho Gestor do FNSP prioriza o ente da Federao que se comprometa com os seguintes resultados: realizao de diagnstico dos problemas de segurana pblica e apresentao das respectivas solues; desenvolvimento de aes integradas dos diversos rgos de segurana pblica; qualificao das polcias civis e militares, corpos de bombeiros militares e das guardas municipais; reduo da corrupo e violncia policiais; reduo da criminalidade e insegurana pblica; e represso ao crime organizado.

    Para o desenvolvimento dessas atividades sero disponibilizados, em 2015, o montante de R$ 1.150,7 milhes, visando capacitar 254.018 pessoas e apoiar 66 projetos voltados ao fortalecimento de instituies de segurana pblica.

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    As Polcias Federal e Rodoviria Federal so instituies por meio das quais a Unio atua diretamente no combate criminalidade, principalmente no que diz respeito ao crime organizado, corrupo, ao trfico de pessoas, explorao sexual de crianas e de adolescentes, aos crimes contra o meio ambiente e os transnacionais.

    A Polcia Federal mantm seus esforos no fortalecimento do rgo e na intensificao das aes de cooperao com outras instituies dos Poderes Executivo e Judicirio, Tribunal de Contas da Unio (TCU) e Ministrio Pblico da Unio (MPU). O objetivo aprimorar o combate criminalidade, com nfase em medidas de preveno, assistncia, represso e fortalecimento das aes integradas para a superao do trfico de pessoas, drogas, armas, a lavagem de dinheiro e corrupo, na intensificao da fiscalizao do fluxo migratrio e no enfrentamento de ilcitos caractersticos da regio de fronteira. Para a realizao dessas misses, sero disponibilizados, no exerccio de 2015, o montante de R$ 904,9 milhes, viabilizando o aprimoramento da Polcia Federal, a realizao de 860 operaes e a emisso de 2.983.475 passaportes.

    A Polcia Rodoviria Federal atua de forma ostensiva nas rodovias federais, pontuando suas intervenes no combate a ilcitos, principalmente roubo de veculos e cargas, na segurana aos usurios das vias federais, no enfrentamento de crimes ambientais e de explorao sexual de crianas e de adolescentes. Nas regies fronteirias, ligadas por rodovias federais, intensificar a fiscalizao para o combate ao trfico de drogas e armas, ao contrabando e ao descaminho. Para isso, sero destinados, em 2015, um montante de R$ 381,2 milhes.

    O Plano Estratgico de Fronteiras tem como objetivo desenvolver uma ao coordenada entre os rgos de segurana pblica, Secretaria da Receita Federal e Foras Armadas nas reas de fronteira. Essas instituies envidaro esforos em aes de integrao federativa entre a Unio, os Estados e os Municpios na implementao de projetos estruturantes para o fortalecimento da presena estatal e das instituies de segurana pblica para atuao nessas localidades (Polcia Federal, Polcia Rodoviria Federal, Fora Nacional e rgos estaduais de segurana pblica).

    O Plano Estratgico de Fronteiras abranger uma rea de 2.357 milhes de quilmetros quadrados, o que equivale a 27% do territrio nacional, em aes que cobriro os principais pontos da linha de fronteira, cuja extenso de 16.886 quilmetros. A faixa de fronteira projeta-se por 150 quilmetros para dentro do territrio nacional, a partir da linha divisria com os dez pases vizinhos, e compreende 11 Estados, 710 Municpios, abrangendo uma populao de 10,9 milhes de pessoas.

    Nos 11 Estados fronteirios foram criados os Gabinetes de Gesto Integrada de Fronteiras (GGIFs) e as Cmaras Temticas de Fronteiras (CTFrons), fruns deliberativos, sem hierarquia entre os membros, e constitudos por rgos federais, estaduais, municipais e pases vizinhos envolvidos com as aes de segurana pblica na zona de fronteira, tendo como atribuio propor e coordenar a integrao das aes, tornar gil e eficaz a comunicao entre os rgos e catalisar o fortalecimento da interlocuo interinstitucional no enfrentamento criminalidade e violncia na fronteira. Para a realizao do Plano sero disponibilizados, em 2015, o total de R$ 307,2 milhes, visando ao apoio a operaes nas regies de fronteira.

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    O elevado dficit prisional no Pas impe-se como outro grande desafio para o Governo Federal na rea de segurana pblica, no que diz respeito ao apoio financeiro aos Estados na gerao de novas vagas. Visando amenizar este dficit, o Departamento Penitencirio Nacional (Depen) possui uma poltica de financiamento de projetos de construo e ampliao de unidades prisionais baseada nas realidades regionais. Alm disso, busca disseminar a aplicao de penas e de medidas alternativas pelos rgos judiciais, no intuito de controlar o crescimento da populao prisional; incentivar a implantao do servio de educao e responsabilizao para autores de violncia domstica; e criar ncleos de defesa dos presos provisrios, compostos por equipe multidisciplinar para orientao e acompanhamento dos rus e suas famlias, como forma de evitar a reincidncia criminal e facilitar a reinsero social. Sero aplicados R$ 209,1 milhes para a contratao de 5.500 vagas em estabelecimentos penais estaduais e o apoio a 23 iniciativas voltadas reintegrao social, a alternativas penais e ao controle social.