03 filosofia espírita - volume iii (psicografia joão nunes maia - espírito miramez)

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Filosofia Esprita Volume III

FILOSOFIA ESPRITA - VOLUME 3Joo Nunes Maia DITADO PELO ESPRITO MIRAMEZ

Joo Nunes Maia Miramez2

Filosofia Esprita Volume III

Ficha Catalogrfica - Filosofia Esprita - Volume III(Preparada pela equipe de bibliotecrias SMED/PBH)Maia, Joo Nunes, 1923-1991 M217F Filosofia Esprita. Psicografado por Joo Nunes Maia / Miramez, Belo Horizonte, Esprita Crist Fonte Viva, 1988. 20 v. 1. Espiritismo. 2. Psicografia. I. Miramez . II. Ttulo. CDD 133.9

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Filosofia Esprita Volume IIIndice - Filosofia Esprita - Volume III Prefcio de Bezerra de Menezes - Filosofia Esprita - Volume III ................................................. - 6 01. ESPRITOS LEVIANOS ................................................................................................................. - 7 02. ESPRITOS PSEUDO-SBIOS .................................................................................................... - 8 03. ESPRITOS INDIFERENTES........................................................................................................ - 9 04. ESPRITOS PERTURBADORES ............................................................................................... - 10 05. BONS ESPRITOS........................................................................................................................ - 11 06. ESPRITOS BENEVOLENTES ................................................................................................... - 12 07. ESPRITOS SBIOS .................................................................................................................... - 13 08. ESPRITOS DE SABEDORIA ..................................................................................................... - 14 09. ESPRITOS SUPERIORES ......................................................................................................... - 15 10. ESPRITOS PUROS ..................................................................................................................... - 16 11. INALTERVEL FELICIDADE...................................................................................................... - 17 12. DESPERTAMENTO...................................................................................................................... - 18 13. A CRIAO DOS ESPRITOS ................................................................................................... - 19 14. O DESTINO DOS ESPRITOS ................................................................................................... - 20 15. O PROGRESSO DEPENDE DE NS?..................................................................................... - 21 16. NO H REGRESSO................................................................................................................ - 22 17. NASCIMENTO DA ALMA ............................................................................................................ - 23 18. DESPERTAR DOS ESPRITOS ................................................................................................. - 24 19. CAMINHOS DOS ESPRITOS.................................................................................................... - 25 20. A LIVRE VONTADE...................................................................................................................... - 26 21. CAMINHO ESCOLHIDO .............................................................................................................. - 27 22. O BEM E O MAL ........................................................................................................................... - 28 23. CAMINHADA.................................................................................................................................. - 29 24. POR QUE ESCOLHEU?.............................................................................................................. - 30 25. IGUALDADE................................................................................................................................... - 31 26. O REINO ANGLICO ................................................................................................................... - 32 27. A EVOLUO DOS ANJOS ....................................................................................................... - 33 28. DESCIDA E SUBIDA .................................................................................................................... - 34 29. ESTGIO........................................................................................................................................ - 35 30. REENCARNAO........................................................................................................................ - 36 31. LEI UNIVERSAL............................................................................................................................ - 37 32. A ALMA ........................................................................................................................................... - 38 33. O PERISPRITO ............................................................................................................................ - 39 34. O CORPO E A ALMA ................................................................................................................... - 40 35. INDIVIDUALIDADE ....................................................................................................................... - 41 36. OPINIES ...................................................................................................................................... - 42 37. DEFINIES ................................................................................................................................. - 43 38. INDIVISIBILIDADE........................................................................................................................ - 44 39. O REINO DO ESPRITO.............................................................................................................. - 45 40. A ALMA E A CRIANA ................................................................................................................ - 46 41. DEFINIES ................................................................................................................................. - 47 42. ALMA DO MUNDO ....................................................................................................................... - 48 43. FILSOFOS E PROFETAS ........................................................................................................ - 49 44. A ALMA E O CORPO ................................................................................................................... - 50 45. DUALIDADE................................................................................................................................... - 51 46. O ESTUDO E O PROGRESSO.................................................................................................. - 52 47. O ESPRITO DEPOIS DA MORTE ............................................................................................ - 53 Joo Nunes Maia Miramez-4-

Filosofia Esprita Volume III48. UM SER PARTE........................................................................................................................ - 54 49. O TODO UNIVERSAL .................................................................................................................. - 55 50. PROVAS IRRECUSVEIS .......................................................................................................... - 56 51. VIDA ETERNA ............................................................................................................................... - 57 -

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Filosofia Esprita Volume III Prefcio de Bezerra de Menezes - Filosofia Esprita - Volume IIIA capital da Frana foi chamada Cidade Luz, quando ali aportaram grandes homens, dando nova vida intelectualidade. Escolas famosas se abriram, emprestando ao mundo novos mtodos de ensino; a razo tomou novas diretrizes e os livros despertaram maior interesse.Desta poca surgiram motivos vrios para a liberao do pensamento,criando,assim, ambiente propcio para uma luz maior festejar o mundo.Foi depois das revolues das idias que a imprudncia dos homens passou para as armas; deu-se, ento, a entrada triunfal em Frana de uma corte de Espritos puros,trazendo frente uma bandeira com inscrio singular: DE P TODOS OS MORTOS! Os que chamamos de mortos voltaram para falar aos verdadeiramente mortos. E o codificador da Doutrina Esprita, Allan Kardec, foi o instrumento desta luz que, como um sol, veio iluminar o mundo inteiro. Os cus de Paris, pelas vistas espirituais, davam a impresso de que uma galxia descera do infinito e cobrira a cidade de esperana.Falanges de Espritos desciam e subiam em interminvel movimentao, acordando os homens para seus deveres espirituais, reavivando-lhes as lembranas da ptria verdadeira, de maneira que eles pudessem compreender a verdadeira misso da Doutrina dos Espritos, como sendo a revivescncia do cristianismo primitivo.No comando de todo esse movimento de amor estava o prprio Mestre, como grande misericrdia divina para a humanidade. Muitos diziam em voz alta: A morte morreu!, e a vida esplendia em todos os rumos, dando glrias ao Criador. Mas, para que o plano de luz fosse vitorioso, reencarnaram antes milhares de Espritos preparados para tal evento, no sentido de viver e difundir, por todos os meios possveis, a filosofia fundamentada por Jesus. Com o passar dos tempos, depois que os responsveis por essa semeadura voltaram ptria espiritual, os que poderiam dar seqncia grande tarefa esfriaram, e esta rvore de luz foi transplantada para o Brasil, onde cresceu e dever crescer mais, como celeiro de vida a despertar as vidas em todo o mundo, para que o Cristo renasa em todas as criaturas. Esse pequeno livro traz algo a mais no que toca a literatura da Terra, por mostrar aos mesmos homens o que os Espritos anglicos que assistiram Allan Kardec falavam, mostrando caminhos favorveis, para que cada um despertasse a si mesmo e encontrasse a paz de conscincia. Esta filosofia esprita, a mesma filosofia crist que tem como bandeira a caridade afirmando que fora dela no h salvao para as criaturas. Rogamos a todos que leiam essas pginas com afinco, mas no ficando somente na leitura: passem a viver os preceitos nelas estampados, pois encontraro foras na reforma moral para que a conscincia encontre em Jesus, o caminho, a verdade e a vida. Bezerra de Menezes Belo Horizonte, 23/02/84.

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Filosofia Esprita Volume III 01. ESPRITOS LEVIANOS0103/LE Acompanhando a classificao dos Espritos, no podemos nos esquecer de dar alguns dados sobre a sua natureza, para que os encarnados possam identific-los com mais agilidade. interessante analisar o que o Esprito faz, fala ou escreve. No se pode esconder toda uma personalidade durante muito tempo, por mais que se queira, ainda mais sendo o Esprito leviano; esse tem prazer em promover discrdias, provocar a maledicncia e se alegrar com a misria alheia. Quando lhe interessa, tem alguns lances de bondade, mas, logo sai desse ambiente, onde deveria permanecer. Os Espritos levianos so profundamente maliciosos e sentem prazer nas suas leviandades; procuram sempre as companhias que lhes servem de mdiuns, com as mesmas intenes; riem a bandeiras despregadas das arapucas que armam para os outros e se renem em grupos de sintonia para procurarem meios de infernizar a vida de seus semelhantes. So desajustados em muitos ngulos de sua vivncia. Os Espritos levianos respondem a tudo sem pensar no que esto respondendo; eles no tm interesse em falar a verdade, e, sim, alimentar a vaidade de tudo saber. Quando so desmascarados, alegam ao enganado que a vida assim mesmo, que a mentira e o engano esto na boca de todas as pessoas. A mentira no meio deles, armas de fazer intrigas; se ouvem alguma coisa sria, no prestam ateno, por no terem capacidade de pensar no que esto semeando de mal aos outros, e a prpria natureza no os fora, pois, assim vontade de Deus: que eles caminhem passo a passo e despertem para o Bem na seqncia da sua evoluo. O mundo espiritual superior no se cansa de ajud-los na luz da sutileza espiritual, por saber que algum dia despertaro para a verdadeira fraternidade, com honestidade e amor. O mdium encarnado, ou mesmo as pessoas que no tenham as faculdades desenvolvidas, devem ter cuidados com pensamentos zombeteiros que lhes surjam mente de vez em quando. Examinando o que chega, podem constatar de onde vem esse trabalho. o vigiar em evidncia para no cair em tentaes. Infelizmente, so centenas de mdiuns que so enganados por Espritos levianos, por faltarem nestes medianeiros, instrues que correspondem s posies na Doutrina dos Espritos. A mistificao na rea medinica um fato. Os espritas principalmente os mdiuns de todos os nveis, devem se instruir, e, sem perda de tempo, se educar. Sem essas duas foras, eles no saem do engano e so cortejados por Espritos levianos, por cegos, que acabam induzindo os dirigidos maior cegueira. No podes dizer que faltam orientaes no mundo; elas esto chegando todos os dias s tuas mos, por meio da prpria mediunidade, para te mostrar que podes servir tambm de instrumentos para Espritos superiores. Analisa todos os pensamentos que, porventura, chegarem a tua mente examina-os, e seleciona-os para depois falar com mais segurana. Dessa forma, com esse exerccio, os Espritos levianos vo se afastando de ns, enquanto outros, na nova sintonia, iro tomando os seus lugares para falar da verdade na inspirao do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. A maldade no te leva a nada de bom. Ela semente que te obriga a colher frutos de violncia, estragando a paz de conscincia. Deixa as trevas e procura a luz, que te levar felicidade. Comea hoje, agora, a trabalhar dentro de ti, buscando conhecer a ti mesmo, que o cu no est em outro lugar, e poder refletir aonde quer que fores. Joo Nunes Maia Miramez-7-

Filosofia Esprita Volume III 02. ESPRITOS PSEUDO-SBIOS0104/LE Essa classe de Espritos comumente d a impresso de tudo saber. s vezes manejam o verbo dando a aparncia de um completo domnio de todo o saber; no entanto,pouco sabem da verdade. So Espritos orgulhosos, que ainda no se despiram das intenes de grandeza e se revestem de muita vaidade. No tm humildade para ouvir os Espritos puros, procuram sempre discusso e muitos deles at que poderiam vencer pela argumentao, mas, nunca pela vivncia. Falam muita coisa sem conhecimento e sem profundidade. Geralmente o pseudo-sbio falador. Esses Espritos so os mesmos falsos profetas que o Evangelho lembra com veemncia, pedindo para que no nos deixemos ser iludidos pelos tais. Os falsos profetas da erraticidade no se importam muito com a verdade; o interesse deles so os casos pessoais: querem se mostrar, para que o orgulho fique de p. Sempre combatem os seus iguais, para que aqueles no venham tomar seu lugar de destaque, onde a vaidade seja alimentada e a pretenso esteja sempre acesa nos seus caminhos. O mundo. Bem como o espao anda cheio desta classe de Espritos, que desconfiam, por vezes, deles mesmos. A mediunidade muita atacada por esses irmos menos avisados e por esse motivo que nos preocupamos constantemente na educao dos sensitivos por ordem do mais alto, pois a mediunidade sem disciplina causadora de muitos desastres morais e desequilbrios fsicos. O mdium falante e o escrevente psicgrafo so instrumentos de muita responsabilidade. Aquilo que se fala ou se escreve, fica. Devem se tomar os cuidados necessrios para que os ensinamentos do nosso Divino Mestre cresam nos coraes e nos ajudam na nossa perfeio espiritual, caminhos que tanto desejamos. Sabemos e no nos esquecemos de falar das oportunidades a ns oferecidas. Os pseudo-sbios de agora so os sbios de amanh. Somente o tempo pelas bnos de Deus, pode transform-los em Espritos integrados verdade. Compete a todos ns, j favorecidos pela luz da verdade, sermos sem conivncia, pacientes com eles e ajud-los na altura das suas necessidades, porque os Espritos puros j passaram por esses caminhos da ignorncia. A Doutrina dos Espritos reflete com pureza todos os ngulos dos conceitos de Jesus. Se os homens ainda no vivem esses preceitos de luz pelo fato de ainda no suportarem essa verdade, mas, persistindo na escola, acabam sendo discpulos do Senhor, na pureza que desejam os benfeitores da eternidade. Muitos Espritos desencarnados na atmosfera da Terra esto igualmente na posio de aprendizes, lutando consigo mesmo nos devidos aprimoramentos. Essa a alegria de Nosso Senhor para com todos ns. necessrio que aprendamos a discernir as coisas, mesmo ouvindo os pseudo-sbios, mas, nunca sejamos influenciados por eles, porque, de certo modo, eles so os futuros instrutores dos Espritos que esto na retaguarda em busca da luz de Deus. Se buscamos defesa contra qualquer tipo de influncia nociva, que entremos na filosofia do trabalho honesto, e nos lembremos desta mxima de luz do Evangelho segundo o Espiritismo: Fora da caridade no h salvao. no trabalho do amor que ters amor e o amor te levar verdade que liberta.

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Filosofia Esprita Volume III 03. ESPRITOS INDIFERENTES0105/LE Para saber a natureza dos Espritos na erraticidade, basta analisar os homens nas suas diversas ocupaes. Cada criatura um mudo diferente do outro, em posies. Que se definem pela sua estrutura espiritual. A maturidade da alma no aparece como exploso de uma bomba: ela gradativa, por obedecer a leis que nos dirigem a todos. Como pode um Esprito primitivo oferece aos que o rodeiam uma vida de amor e fraternidade? Ele no tem condies de maiores entendimentos, a no ser o que aprende na sua faixa de vida iniciante. No muito difcil conhecerem-se os Espritos indiferentes ou neutros. Pelas suas atividades, pelo que falam, d para se notar o que eles so. O mundo fsico esta cheio destes Espritos em todas as naes: So almas que ainda no acordaram para os valores espirituais; ainda dormem na incapacidade de sentir a beleza da vida imortal. Quando comeam a acordar, as primeiras manifestaes so de orgulho e de egosmo. No tem o menor respeito pelos seus irmos em caminho e quando os ajudam, o mvel o ganho. Quando surge a oportunidade de ganhar, escolhem o modo mais fcil, mesmo que seja em detrimento de seus companheiros. A dor alheia no os comove: so frios em todas as circunstncias e se apoderam sempre do melhor, quando isso lhes facultado, sem analisarem os defeitos. Quando esto na direo de algum empreendimento, podem jogar, lanar tudo runa, pelos interesses pessoais; quando feridos no seu orgulho, no medem sacrifcios de milhares de vidas, mas, provocam guerras e mandam tirar a vida de tantos quantos lhes carem nas mos inconscientes. Essa classe de Espritos carece do apoio constante, atravs de exemplo de bondade e de amor dos que j passaram por eles e se encontraram na dianteira. , pois, uma fase do Esprito, por que todos passamos desde o incio da prpria vida. E compreendendo esse estgio que pedimos a todos, diante dos Espritos indiferentes, que os ajudem em todas as faixas em que eles se encontrem, exemplificando o bem, porque somente na vivncia do amor que eles se convertero para a luz, saindo das trevas. Os Espritos neutros, dos quais nos fala O Livro dos Espritos, so os mesmos indiferentes. A frieza deles esfria o amor e a caridade nos iniciantes da verdade. necessrio que se vigie e ore, em todos os contatos com essas entidades espirituais, e mesmo com os encarnados, para no interromper a f, e a esperana continuar acesa em todos os rumos. So apegados s coisas imediatas, por no terem percepo no que tange verdadeira vida do Esprito. No acreditam nas leis morais, e facilitam o seu desregramento, em apoio satisfao de baixos instintos, que buscam desfrutar. Quando desencarnados, influenciam muito as pessoas que tm certas tendncias que se afinam com seus sentimentos. So indiferentes no que toca vida alheia, por buscarem seus prprios proveitos inferiores, seja qual for o preo que custe aos que eles sintonizam.

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Filosofia Esprita Volume III 04. ESPRITOS PERTURBADORES0106/LE Esses Espritos esto se movimentando em muitas classes, por estarem em transio. Agitam em vrias freqncias da vida e costumam perturbar at os animais. So parceiros inseparveis dos escandalosos, gostam de barulho e esto sempre na folia onde a euforia descontrolada lidera. So caracterizados pela imprudncia. Gostam de movimentos reivindicatrios, agitando o pas, e no deixam de participar das revolues, tem grande nimo para mudanas de lideranas, no para que se beneficie a comunidade e, sim, pela confuso que isso capaz de gerar. Eles so chamados, tambm, Espritos batedores. Alteram, de certa forma, as suas prprias conscincias, sem saberem que, no futuro iro responder por suas inconvenincias. Participam de quase todas discusses e brigas, sem analisarem o que possa acontecer. No gostam de silncio e, certamente, repudiam a orao e as conversaes evanglicas, armas poderosas daqueles que j despertam para a verdade. Atuam muito atravs das crianas, cujos pais desconhecem a vigilncia. Participam quase sempre dos festejos e conversaes, onde foguetes e bombas marcam a alegria. Pelo que j falamos deles, d para se notar onde se encontram os Espritos batedores, onde podem interferir, usando as oportunidades para perturbar e desorientar os homens. Esses Espritos esto sempre intervindo nas convulses da natureza, quais sejam; trovoadas, relmpagos, tremores de terra e erupes dos vulces; esto presentes nas queimadas e participam das enchentes, acidentes de carros, desmoronamentos de prdios e quedas de avies. So usados pelos guias espirituais em sees de materializaes, por serem mais hbeis nas coisas materiais do que nas espirituais. Costumam, por isso, afinizar-se muito com os mdiuns de efeitos fsicos que, aconselhamos, tenham guias encarnados bem conscientes dos seus deveres, para o orientarem no bom andamento da funo medinica. So Espritos violentos, capazes de perturbar qualquer ambiente pela simples necessidade de escndalos. Quando duas pessoas ou mais esto trocando palavres, so sempre seus instrumentos, s vezes sem o perceberem. Estudando as inmeras classes de Espritos, que podemos deduzir o valor incomparvel do Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo no corao da criatura: Ele verdadeiramente, o Caminho, a Verdade e a Vida. O Esprito, de certa forma, no tem culpa de se encontrar nesta ou naquela classe, que so caminhos para todas as almas; no entanto, no podemos nos descuidar, em momento algum, da educao e da disciplina, trocando experincias uns com os outros para, que, na Terra, algum dia, possamos desfrutar da condio de paraso espiritual e os Espritos perturbadores passem a ser Espritos do bem, disseminando o amor por toda parte, como os que j se encontram nesse plano, depois de passarem pelas trevas.

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Filosofia Esprita Volume III 05. BONS ESPRITOS0107/LE Esses Espritos fazem parte de uma categoria que mais se preocupa com o bem, usando de todas as foras e recursos para ajudar os outros; alimentam a ternura para com seus companheiros e no se esquecem de exercitar o perdo, ainda que encontrem, a princpio, dificuldades para pratic-lo nas faltas cometidas contra si. Quando animam um corpo fsico, fazem todo o empenho em promover encontros, para que o bem se espalhe e os homens compreendam o valor da fraternidade. Em um confronto entre seus familiares e outros que no fazem parte de seu convvio familiar, muitas vezes a bondade os leva convivncia com os primeiros, embora sofram com a deciso. So altamente sensveis, sofrendo com os sofredores, sentindo-se ainda incapazes de contrariar as pessoas que amam. Conforme o seu grau evolutivo, o Esprito bom conhece um pouco de cincia e entende da filosofia da vida imortal, abraando a bondade como sendo a chave da sua libertao. Embora no consiga desprender definitivamente do objeto que ama, sente-se bem fazendo o bem e consciente da necessidade de amar cada vez mais. Compreende a existncia de Deus e conhece Suas leis poderosas e sbias; respeitam, de forma evidente, os direitos dos outros, embora ainda reaja quando os seus direitos sejam invadidos por eles. Arrependem sinceramente quando erra e reflete, por muito tempo, sobre as faltas por ele cometidas, esforando-se para repar-las. O Esprito bom manso por natureza, e nunca usa a energia brusca com seus companheiros que precisam ouvir a verdade, evitando servir de instrumento de corrigenda. Muitas vezes, silencia para no ferir aqueles que se sentem contrariados em suas aes. J esqueceu o orgulho e o egosmo, embora surjam, por vezes, em seu ntimo, dvidas quanto ao prprio comportamento. Esses Espritos esto a caminho do amadurecimento espiritual, buscando verdadeiramente a felicidade, o que depende do tempo e do esforo constante nas lides do amor. Como Espritos bons, no esto completamente desmaterializados alguns tm laos presos aos interesses materiais, com ligaes ainda a hbitos corriqueiros, embora no sejam portadores de vcios nem tampouco sintam prazer em prejudicar os outros. Tm prazer em exercitar a caridade e ajudar os que passam por seus caminhos, entendendo que a felicidade est nesta atividade benevolente, embora sintam ainda maior prazer ao faz-lo por aqueles mais fortemente ligados a si. Os bons Espritos j se encontram em escala de muito valor moral e se esforam para conhecer a cincia mais profunda, integrando se no Amor, que desconhece restries de raa,cor e ptria, buscando, assim, universalizar os seus sentimentos. So os comumente identificados por Santos, Gnios, Protetores ou Guias, que se espalham por todo o universo, com profundas e sinceras intenes de ajudar seus protegidos, dentro da segurana que aprenderam a respeitar.

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Filosofia Esprita Volume III 06. ESPRITOS BENEVOLENTES0108/LE Os Espritos benvolos alcanaram em profundidade o conhecimento moral e adquiriram a fora de viv-los em todos os momentos; no obstante, cultivaram com muito empenho a sabedoria, mulo da vida da alma em ascenso. Na verdade, no podemos viver sem amor, no entanto, indispensvel que tenhamos sabedoria, para conhecer o prprio amor e seus fundamentos. Somos todos dotados de sentimentos que nos levam a tranqilidade da conscincia, quando bem orientados, porm, a razo de grande utilidade para nos mostrar ate onde deveremos chegar, usando a bondade. Deus equilbrio universal. Se ele amor, como afirma o apostolo Joo, tambm saber. O pssaro voa com duas asas e a natureza, para manter a harmonia, sempre binria. Os Espritos benevolentes fecham os olhos razo e muito poucos usam o raciocnio, para no contrariar seus sentimentos de fraternidade. Mas, o tempo a todos educa e nos transcorre dos evos a prpria vida ir lhes mostrando o que deve ser feito e eles passaro a entender que a melhor parte educar e instruir, mesmo que, para tal, passem por alguns desgostos com aqueles que os acompanham ningum agrada a todos, porque nem o Mestre Jesus o pretendeu. Jesus Cristo vai conseguir encaminhar todas as criaturas para o bem imortal, e j esta se processando esse grande movimento, como sendo a grande esperana. Deus to Amor, e as Suas leis do prova disso, que no agride; tanta Sabedoria, e a natureza o testemunha, que move o progresso passo a passo, para que todos compreendam como deve prosseguir. Existem irmos nossos, de certa evoluo moral, a quem verdadeiramente admiramos, por sua conduta ilibada em todos os aspectos. Por onde passam, entrementes, so frios na especulao cientifica, que nos pem, muitas vezes a pensar. Devemos valorizar sempre o que existe, e isso nos demonstra a cincia espiritual, que faz florescer o prprio Amor. O prprio Livro dos Espritos, do qual estamos tentando falar, por bno de Deus e misericrdia de Jesus, nos diz nesse texto, ditado por elevada entidade que podemos chamar de Esprito perfeito: Tudo tem uma razo de ser, e nada acontece sem a permisso de Deus. Sendo assim, vamos examinar o que existe na feio de Amor e de Cincia, mas, tambm, compreender a posio daqueles a quem no agrada a Cincia, bem como aos frios no Amor. Vamos, em tudo, dar graas, porque o progresso no d saltos. A bondade nos Espritos benvolos dominante, e eles se sentem felizes em pratic-la; fazem amigos com facilidade, dada tolerncia que exercitam em seus coraes, e costumam passar dos limites at da prpria justia. Mas o tempo os acompanha, pela direo do prprio Deus. Na hora certa, dar o toque nas suas sensibilidades e eles buscaro, por necessidade, a cincia que lhes fortificar a f, porque a f verdadeira haver de encarar todas as situaes que a contradio apresentar, sem desfalecer. Se gostas somente da cincia espiritual para fortalecer os caminhos que percorres, no desdenhes dos que somente alimentam o Amor, pois, no fundo, uma e outros esto ligados pelas bnos de Deus, em busca da perfeio.

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Filosofia Esprita Volume III 07. ESPRITOS SBIOS0109/LE Os Espritos sbios possuem amplos conhecimentos, entretanto, dedicam-se mais cincia do que ao desenvolvimento moral, utilizando seus conhecimentos cientficos sempre no sentido prtico. So Espritos j desligados da matria que, quando encarnados, do exemplo de serenidade em todos os aspectos da vida, amando as criaturas pelo prazer de amar. Esto completamente desligados da belicosidade, ao contrrio de Espritos malfeitores, que fazem das guerras o prprio alimento, e as tm em suas vidas como honra para a nao a que pertencem; o que para os Espritos impuros, orgulhosos e egostas, pode dar origem at a uma revoluo, a eles no provoca reaes de desatino. A sua maior grandeza o desprendimento, por conhecer que tudo pertence a Deus e que tudo o que usamos por emprstimo e misericrdia divina. So conscientes dessas verdades e vivem mais ou menos felizes, conhecendo que o saber luz inextinguvel na vida da alma. Conhecemo-los pela amplitude de seus conhecimentos e pelo prazer que tm em dissemin-los, ao contrrio dos Espritos egostas, que escondem tudo o que aprendem, por vaidade. Deus nada fez com medidas, e quanto mais damos com Amor, mais recebemos, quanto mais ajudamos mais somos ajudados e quanto mais alegramos mais somos alegres. Ensina-nos o saber, aquele que provm da Divindade, que a luz do conhecimento deve ser qual o Sol: fazer-se conhecido sem distino, porque dessa forma que nasce a Fraternidade e cresce o Amor. Os verdadeiros sbios foram e continuam sendo poucos na Terra. Dado o ambiente agressivo no mundo, eles so admirados, mas, no ouvidos; so festejados, mas, esquecidos. Grande parte da sociedade os tm como inofensivos, mas, na realidade, so inaproveitveis por aqueles que encaram a cincia do ponto de vista das paixes e interesses tendenciosos; por isso so poucos. O futuro vai mostrar a necessidade desses Espritos nos caminhos da sociedade, para ajud-la a vencer as dificuldades internas, porque o homem que vence a si mesmo no encontra obstculos externos. Os sbios so dotados da facilidade de liberar as raas para uma vida melhor, onde o bem possa crescer e a fraternidade dominar os coraes. Eles preocupam-se menos com as condies morais das criaturas e dedicam-se a estas com intensidade, benevolncia, cordialidade e tolerncia. Acham que a moral se amolda ao tempo e conseqncia da sabedoria. Entendem que a mente educada na linha do saber supera todas as atividades, mesmo que essas sejam contrrias s regras estabelecidas pelas religies. No so muito dados s regras da moralidade, na funo que os homens se empenham em pregar aos outros, pelas teorias. Quase sempre no pertencem a grupos religiosos e no gostam de ler livros de tais fontes. Quando desencarnados, procedem do mesmo modo, mas, o tempo, pelas mos de Deus, os ia colocando nas faixas da superioridade, ganhando amplitude no mundo que concerne universalidade. Essa definio de sbio foge em muitos casos s regras e encontramos muitos sbios que se tornam Espritos benevolentes, ganhando a superioridade com rapidez.

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Filosofia Esprita Volume III 08. ESPRITOS DE SABEDORIA0110/LE Os Espritos de sabedoria so dotados de alto conhecimento moral, e no ficam apenas na teoria, porm, vivem esse conhecimento que manifestam em suas atitudes. A evoluo espiritual engenhosa; ela cresce em todos os rumos e com o passar dos tempos se concentra em um s ponto na unidade universal; a Perfeio. A escala evolutiva da alma enorme. O Esprito vai ascendendo em direo luz e a sua filosofia maior o trabalho, aquele que nunca esquece a honestidade, o amor e a caridade. O Esprito de sabedoria j no tem certas ligaes no mundo fsico, e j se livrou de paixes inferiores. Alimenta uma fora poderosa no corao, o Amor, e sente fraternidade por todos os povos, como se sasse de dentro de si uma chuva de bnos sem nenhuma exigncia, por no fazer trocas no mundo que vive. Alm do desenvolvimento moral, eles tm muita capacidade intelectual e desejam que os homens avancem no conhecimento, no entanto, empenham-se para esse conhecimento seja usado a servio da Caridade e do Amor. Esses Espritos visitam a Terra, inspirando os homens de saber e dotados de vida moral, fazendo crescer, assim, o entendimento. As reencarnaes desses Espritos so raras, mas, esto aumentando com o ambiente que se forma e que se est processando no planeta. distncia entre o Esprito primitivo e esses seres enorme: os nmeros dos anos de perdem na fraca matemtica da Terra. Muito se fala da gnese da alma, entretanto, pouco se compreende dos processos pelo qual surgiu o Esprito, de onde ele veio e para onde ele vai. Para simplificar fala-se que ele veio e volta para Deus, porm, os processos desse vir e voltar que vamos conhecer, quando aprendermos essas lies, tendo como escola o espao e como Mestre, o tempo. O Esprito de sabedoria um Esprito feliz, por conhecer e viver em plena harmonia espiritual; j encontrou a paz, porque a procurou dentro de si, e trabalha em favor de todos por Amor. As dificuldades que encontramos para dominar todos os sentimentos, para nos desprender das exigncias materiais, para termos uma vida moral exemplar , pois, a falta de elevao espiritual, mas somente conquistamos com esforo aquilo em que nos empenhamos todos os dias para melhorar. Tudo de bom que devemos encontrar e que dever nascer dentro de cada ser surgi da conquista, pelas linhas determinadas por Deus, na seqncia da vida. Deve-se compreender que, para atrair a ateno desses Espritos, justo que manifestemos virtudes compatveis com seu nvel de vivncia espiritual. O aspecto a que eles do maior ateno a caridade, mas quando feita por Amor. neste sentido que descem mensagens e mais mensagens nos dizendo que a caridade um sol e que o perdo nos abre os caminhos para a verdadeira fraternidade. No nos faltam esses preceitos; os ouvidos dos homens de boa vontade tm captado muito acerca da salvao, como ela pode surgir dentro de cada um. Agradeamos a esses Espritos de sabedoria, pedindo a eles que nos abenoem a todos, nos ajudando a entender a vida e amar a Deus sobre todas as coisas.

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Filosofia Esprita Volume III 09. ESPRITOS SUPERIORES0111/LE Os Espritos superiores renem em si qualidades incalculveis, que passam despercebidas pelos homens. Eles so conhecedores de muita cincia, sabedoria e bondade, compreendem na profundidade as leis de Deus, e no somente compreendem, mas, vivem essas leis. Suas ligaes com a Terra j transcendem aos laos de famlia, de grupos sociais ou de simples amizades convencionais, que caracterizam o ser gregrio do nosso planeta, ligaes estas j desnecessrias aos Espritos que vivem num clima de universalidade, em plena e constante cooperao com a obra do Criador, identificando todas as criaturas como irms, amando-as como faz o sol com seus raios quando os despeja sobre a Terra. Manifestam completa superioridade onde so chamados a servir em nome de Deus e suas presenas nada impe, fazendo sentir em tudo e em todos o Amor. Raramente reencarnam na Terra; so missionrios da Luz Maior e tm no Amor a sua segurana. Conhecem os segredos da vida e percebem as intenes do Criador pela atmosfera espiritual que os circunda pelo fato de elas lhes facultar altas sensibilidades, de modo a atender a vontade do Pai Celestial. Como nos relata O Livro dos Espritos, falta-lhes somente um degrau para chegarem perfeio; so conhecedores de toda a cincia e arte que no tm mis segredos para eles; dominam a natureza em todo seu empuxo evolutivo e so sempre atendidos no que desejam; as suas posies como superiores lhes do nuances de anjos. Nunca falham em suas misses, por conhecerem todas as trilhas por que devero passar. Esto a par de todas as manobras humanas e sabem lidar com seus inferiores, instruindo-os. Compreendem o momento de disciplin-los e deixam que se cumpra a justia nos caminhos da Terra, por amor ao progresso da humanidade. Orientam os homens de ideal elevado, mas silenciam junto queles que alimentam a curiosidade, deixando que os iguais se atraiam. Limitam sempre as revelaes para a Terra, para que no cheguem at os homens verdades que eles ainda no suportam. So cautelosos, no que tange s manifestaes do mundo espiritual; o visual pode perturbar aqueles que no esto preparados para tal. Empenham-se em divulgar, no seio da sociedade, o livro nobre e ajudam na educao das criaturas, tendo grande interesse na melhoria espiritual dos povos. Sabem que as guerras so escndalos necessrios ao tipo espiritual que se encontra na Terra, mas trabalham para que elas desapaream do mundo e sabem que, no futuro, se instalar no planeta o verdadeiro Reino dos Cus, onde o Amor, a Caridade e a cincia espiritual dominem todas as naes, onde a fraternidade legtima seja qual o ar, que sopra em todas as direes e no falta para nenhum vivente, esteja ele onde estiver. Sabem que as religies, mesmo divididas por ideais, se confundiro pelo sinal do Amor, aquele Amor que Jesus ensinou e viveu. A presena dos Espritos superiores encanta e deslumbra em todos os sentidos, pois eles so doadores permanentes da luz; nunca deixam de irradiar a harmonia, na faixa que todos possam aproveitar. So luzes de Deus, que jamais se apagam e orientam constantemente todos os povos, pelas vibraes que desprendem de seus coraes, por Amor, na regncia da sabedoria.

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Filosofia Esprita Volume III 10. ESPRITOS PUROS0112/LE Aqui vamos falar da ordem dos Espritos puros, almas que j passaram por todas as escalas, que j subiram a escada de Jac e gozam da felicidade sem mcula, da tranqilidade de conscincia imperturbvel. J reuniram toda as experincias e so dotados da mais pura moral, da mais profunda filosofia e da mais elevada cincia; tm domnio sobre todas as coisas e a natureza lhes obedece, por conhecerem todas as leis que governam e dirigem a criao. No esto sujeitos mais a reencarnao na Terra; entretanto, se porventura, alguns deles tiver que vir animar um corpo fsico por vontade do Criador, est sempre disposto a cumprir a vontade de Deus. Seu nascimento s vezes se reveste de condies especiais ou situaes de paranormalidade, que o homem comum no pode entender, por lhe faltarem, ainda, sentidos e discernimento sobre esse campo elevado. A pureza que essa ordem de Espritos adquiriu lhes confere um campo de assistncia muito grande aos seus iguais e lhes d completa cobertura na sua misso, de maneira que a sua vontade ser feita em todos os sentidos da tarefa espiritual. No entanto, bom que compreendamos que eles, os Espritos puros, no chegaram a esse estados de doaes sem merecimentos; as bnos do Criador so iguais para todos os Seus filhos, no obstante, a maturidade que nos faz aproveitar mais a presena de Deus dentro de ns. O Cristo foi um desses que pisou na Terra, por misericrdia do Pai Celestial, cuja filosofia espiritual confundiu at aos mais sbios de sua poca, por mostrar e viver conceitos nunca antes vistos e vividos. Essa herana divina nos trouxe uma esperana grandiosa, porque nos mostrou os caminhos por onde deveremos passar para alcanar a felicidade. Os Espritos puros j no esto ligados s coisas materiais; somente amam e trabalham em favor da harmonia, ajudando aos homens onde estiverem, inspirando-os para o Amor e para a Fraternidade. Todos os seus traos de entendimento falam da caridade, aquela que muda os homens e conscientiza as criaturas de que tudo que existe pertence a Deus e que somos meros instrumentos das leis do Senhor. Todas as leis dos homens vo ceder lugar nica lei, que se chama Fraternidade. Quando o alicerce for esse, seremos realmente todos irmos, no somente nas palavras, mas tambm na vivncia, respirando o ar onde sopra o vento do Amor, fazendo desaparecer todas as exigncias, para que o bem verdadeiro domine todos os coraes. Para a Terra chegar a ser morada de Espritos puros, necessrio que mude muita coisa, e sero essas mudanas que iro atra-los, de maneira que o bem se instale no planeta, o paraso, onde o mal no caiba mais. Para tanto, devemos trabalhar todos os dias, movimentando todos os companheiros de boa vontade, esquecer melindres, perdoar a todos os momentos que forem preciso e orar constantemente, para no cairmos em faltas que possam nos desviar dos objetivos de Nosso Senhor Jesus Cristo; aquele de amar a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ns mesmos. Os Espritos puros gozam de inaltervel felicidade, e a nossa maior alegria de algum dia chegar l e viver com eles.

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Filosofia Esprita Volume III 11. INALTERVEL FELICIDADE0113/LE Vamos novamente falar dos Espritos puros, aqueles que gozam de inaltervel felicidade, almas j livres das reencarnaes. Sem nenhum carma para se esgotar, Espritos que j passaram por todas as experincias,por todos os aprendizados, no tocante compreenso, ao Amor e a Sabedoria. Eles no raciocinam, por no precisarem mais da razo; eles sabem - isso o bastante para compreendermos a posio que ocupam na escala da vida. Ainda sabemos pouco da vida ntima desses Espritos, por nos faltarem sentidos desenvolvidos no campo da nossa percepo. So os ministros de Deus; so os agentes da Luz, capazes de interpretar fielmente vontade do Senhor e execut-la com a maior perfeio. Quando falamos de Espritos puros, no cabe neste conceito frao alguma de erro que se possa imaginar; o amor nesses coraes sublimado e desconhecido na Terra. um amor universal, cheio de justia e bondade. Os Espritos puros captam os pensamentos do Criador se assim podemos dizer at nos raios de luz que so despejados em todas as direes pelos astros. Compreendem as leis do Senhor pela atmosfera csmica que circula o mundo, e que em tudo est registrado, por meios invisveis, mas reais, nas coisas que nos circundam. O que merecemos gerado dentro de ns, por dispositivos que ainda muitos desconhecem. por isso que intumos em todas as mensagens espirituais para que a f no fique esquecida, e a caridade seja praticada com as possibilidades de quem nos oua ou leia. O perdo deve ser uma constante para todos, e o Amor, a fora poderosa capaz de libertar as criaturas. Desta maneira, cada um pode gerar a sua prpria felicidade, e sentir um bem-estar indizvel permanentemente, como fruto dos seus esforos no bem comum. Os Espritos felizes no foram criados assim; eles conquistaram a parte que lhes tocou, por misericrdia do Criador. maior mensagem espiritual entregue a Terra foi pela presena de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os trs anos de Sua pregao, a Sua presena visvel de mais de trinta anos, pouco significam, em comparao aos sculos de preparo para Sua majestosa descida; e esse tempo foi todo empregado na limpeza do planeta e preparo das criaturas, a fim de receberem a Boa Nova do Reino de Deus. Milhares e milhares de Espritos elevados, dotados de amor puro no corao, vieram antes e depois do Mestre, para ajud-Lo na disseminao das verdades, o que ainda se processa, por misericrdia de Deus, a fim de que os homens nasam de novo com mais compreenso, despertando o homem novo dentro do homem velho. A mensagem esprita, que Allan Kardec teve a felicidade de entregar aos homens, foi orientada diretamente por Jesus, e Ele continua assistindo e orientando o progresso desta mensagem que desperta as criaturas para a libertao espiritual. Ele continua nos chamando; necessrio se faz que levantemos e andemos com Ele, para a luz de Deus. Qualquer pessoa pode ter assistncia pessoal desses agentes de Deus, os Espritos puros: depende do esforo que faz na educao de si mesmo.

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Filosofia Esprita Volume III 12. DESPERTAMENTO0114/LE Assevera O Livro dos Espritos que as almas so criadas simples e ignorantes. O tempo, como sendo as mos de Deus, processa o despertamento dos Espritos em uma perfeita harmonia, despertando todos os dons inatos dos seus coraes. Esses valores, mais tarde, devero ser cultivados pelos prprios Espritos; usando a razo, notaro as necessidades de progredir, avanando diante de todos os obstculos e vencendo-os, dominando controvrsias e ampliando condies para o alcance da felicidade, que passa a ser uma conquista dos prprios esforos. Deus nos ampara sempre, basta que descubramos as riquezas a ns oferecidas. Ele ainda nos ajuda nesta descoberta, facilitando os meios, e nos fazendo sentir ao dos benfeitores espirituais que esto sempre nos ensinando a compreender a ns mesmos, usando as nossa prprias foras. Todos devemos procurar constantemente o entendimento das leis espirituais e a elas obedecer, por ser a justia uma fora inevitvel nos caminhos de quem no as respeita. Existe como que uma escada da Terra ao mundo espiritual, figurando uma subida, mas o verdadeiro instrumento de ascenso est dentro de cada um e o esforo para us-lo de cada Esprito. O cu verdadeiro se encontra dentro de ns; o paraso exterior , pois, do nosso mundo interno. Trabalhemos em todas as direes, aprimorando as nossas faculdades, porque o bom vencedor o quem sabe vencer a si mesmo, quem aprendeu a ler no livro da conscincia o que Deus escreveu e a escutar a voz interior, por onde fala o Senhor, revelando as Suas soberanas leis do Amor e da Justia, da Caridade e do Perdo. A bondade do Pai Celestial to grande, que no se esquece da misericrdia, enviando falanges e mais falanges de Espritos iluminados, para nos ajudar a entender o que devemos fazer acertadamente. Abramos o entendimento, persistamos no trabalho que a fraternidade direciona e confiemos no bem, que esse bem iluminar todos os roteiros dos trabalhadores de boa vontade, para que possam falar e viver o amor. O Livro dos Espritos um frasco de essncias raras, cuja fragrncia se encontra como beno da Divina luz. Cabe a ns desdobrar esse perfume, para que possamos suport-lo com as nossas fracas sensibilidades. Alimentemos a esperana, porque onde no existe, se encontra a morte. Todos os dias so dias de despertamento, e todas as coisas nos mostram lies sobremodo valiosas. Aprendamos a ler no livro da natureza, pois a nossa me, e nos responde quando pedimos. E os nossos pedidos so atos pela vida que levamos. Diz com propriedade O Livro dos Espritosque so os prprios Espritos que se melhoram. Essa uma verdade incontestvel. Aquele que no se esfora para progredir, est morto, mas, sujeito vida, dependendo da disposio que deve alimentar de conhecer a si mesmo, para conhecer a vida, para o conhecimento de Deus, Jesus se encontra diante de ns, abrindo os braos para nos acolher, nos falando: Despertai! Acordai desse sono, levantai e segui-me.

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Filosofia Esprita Volume III 13. A CRIAO DOS ESPRITOS0115/LE Os progressos usados por Deus para a criao das almas so engenhosos, no entanto, as explicaes dadas - conhecidas de todos os Espritos - so simples: Deus cria os Espritos simples e ignorantes, para que a perfeio venha pelo esforo de cada um, na urdidura do tempo. O Senhor criou todos iguais, por ser um Pai amoroso e Santo, considerando todos como Seus filhos. No existe imperfeio nas obras do Criador, por ser Ele perfeito. Entendamos a evoluo dos Espritos como despertamento dos valores imortais, que esto em estado latente em cada um de ns; e o prprio tempo est encarregado de nos acordar para a realidade da vida, mas, sendo ele lento, cabe a ns outros ajudar esse tempo, que o mesmo Deus operante. Os nossos esforos sero compensados porque aceleramos nosso avano e a ignorncia fica tendo outro prazo. No muito fcil verter as leis espirituais para a linguagem humana; encontramos inmeras dificuldades, pela limitao das condies da Terra. A direo espiritual do planeta incumbiu, depois do advento da Doutrina Esprita, a Espritos comprometidos, a tarefa de revelar em Esprito e Verdade algumas leis que sustentam a vida, a fim de que eles possam aumentar a f e confiar mais nas foras do amor de Deus em favor de todas as criaturas. Ningum fica rfo da assistncia do Senhor. Estamos esperando com muita alegria a abertura do terceiro milnio, para uma nova dinmica do Amor, fora essa capaz de estabelecer a tranqilidade da conscincia. A falta do amor nos coraes humanos que predispe muitos movimentos sociais a caminho errados, de modo a faltar o necessrio para a maior parte dos seres humanos. H carncia de muita coisa na Terra e o ponto nevrlgico a falta de sade, por falta o remdio principal: o entendimento. Podemos observar uma nao lutando contra outra, onde se perdem vidas e mais vidas, deixando um rastro de inumerveis infortnios por muitos e muitos anos, por simples carncia de um perdo, de entendimento, por falta de Amor. A cincia, por enquanto, ainda no resolveu o problema primordial do homem: a cura integral, partindo da transformao para o bem. Alicercemos o amor em nossas vidas em primeiro lugar, para depois, ento, buscarmos o saber porque, com a sabedoria orientada por ele, poderemos atingir a Terra da Promisso ideada por Moiss, o paraso visualizado pelos profetas e o cus dos cristos; e ainda mais, a tranqilidade imperturbvel da conscincia, muito falada pelos Espritos. Todos devemos saber de onde viemos para onde vamos. muito justa essa especulao, mas, acima de tudo, procuremos entender o que devemos fazer hoje para no errarmos os caminhos, de modo a encontrarmos o Cristo em nos. Ele como Mestre dos Mestres, sabe nos indicar onde est Deus e como encontr-Lo permanentemente em ns.

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Filosofia Esprita Volume III 14. O DESTINO DOS ESPRITOS0116/LE Os destinos de todos os Espritos so gloriosos. Os processos de despertamento pelos quais havero de passar, certamente que so difceis. Sejam quais forem os seres espirituais, devero sofrer e lutar. O sacrifcio a meta de todos os filhos de Deus. Se algum nos perguntar por que sofremos, por que encarnamos e desencarnamos para subir aos planos de Vida Maior, o que podemos dizer como resposta, que todos esses processos foram estabelecidos pelo Criador, e Ele, sendo justo e bom, sendo o Amor mais puro que devemos conceber, no iria traar regras e criar normas que no estivessem na vigilncia deste mesmo amor. Tudo que Deus faz perfeito e para o nosso bem. Os caminhos de ascenso so muitos, mas todos nos levam ao Criador. No h, mesmo que se queira, ningum que estacione seu despertamento. A marcha pode ser lenta, entretanto, sempre estamos subindo e ganhando a libertao. Os prprios desvios que sofremos por ignorncia, nos mostram que devemos modificar nossas atitudes e procurar compreender as leis do Senhor. O destino das almas a luz, que se liberta de toda ignorncia. A marcha do despertamento espiritual demorada no princpio, quando o raciocnio comea a aflorar, no obstante, ela vai acelerando com o crescimento do Esprito, pelas condies que a prpria natureza lhe vai apresentando. O progresso de Deus e se faz pelas mos do tempo. O homem inteligente no fica somente procurando conhecer o saber material. Ele vai alm, passa a estudar e pesquisar as leis espirituais, obedecendo-lhes, por nisto encontrar a verdadeira paz, onde a conscincia fonte tranqilizadora. O inferno eterno foi criado pelos homens para subjugarem as almas fracas e domin-las pelo medo. Os Criadores desse inferno passaram por ele e compreenderam a bondade do Criador, em deix-los sair de l, recebendo muitas outras oportunidades de modificar seus sentimentos e ajudar a todos aqueles que sofreram com suas artimanhas. Deus est em toda parte, vendo e sentindo tudo que passa, ajudando a reparar o que no deve ser e nos mostrando os caminhos que devemos trilhar. Deus a ningum fez para se perder. Se Ele Onisciente, quando estava nos criando j sabia dos nossos destinos, o que iria nos acontecer. O prprio livre arbtrio est sob o seu comando divino. A liberdade tem uma ao muito restrita, porque no podemos contrariar a lei do progresso. Se at a matria cresce, se espiritualiza e ganha a inteligncia, como o Esprito, a flor da criao, vai regredir? Isso seria o absurdo dos absurdos. No existe regresso de nada, nem tampouco paralisao no despertamento espiritual. A lei avanar e progredir. Os nossos destinos so abenoados e a nossa vida est sempre na vida de Deus. Assim compreendendo, trabalhemos no bem, procurando a caridade, que ela , pois, o mesmo Amor que a tudo transforma e nos desperta para a Grande Luz, onde encontraremos a felicidade.

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Filosofia Esprita Volume III 15. O PROGRESSO DEPENDE DE NS?0117/LE O progresso dependeria de nos, se fossemos livres em relao s Deus. Desde quando somos dependentes do Todo Poderoso e estamos ligados ao Seu amor hoje e sempre, Ele deliberador universal, que criou leis para que fossem obedecidas, e nada nem ningum na criao divina fica independente destas leis imortais dEle emanadas. O despertamento espiritual depende primeiramente de Deus, em todos seus contornos. O esquema feito por Ele, no entanto, foi estabelecida nossa parte, que somente ns haveremos de fazer, como sendo conquista espiritual. A reencarnao a chave pela qual processa o amadurecimento dos Espritos. Quando se encontra algum endurecido, em se falando do bem, porque esses tem poucas experincia nos liames da carne e voltam sempre a ela, quantas vezes foram necessrias. A determinao de Deus de que haveremos de passar por todas as escalas dos Espritos a fim de nos libertarmos das paixes inferiores, do apego as coisas materiais e mesmo aos nossos irmos, com os quais andamos no caminho. O Amor puro, quando se universaliza em todos os aspectos. A perfeio a meta de todos nos; sabemos disso por intuio, porque as leis divinas palpitam nosso intimo como sendo um livro escrito pelo Criador. Temos toda a assistncia da parte dEle no campo da ascenso espiritual. Quem deixa de se esforar no seu prprio burilamento sofre a conseqncias dos desequilbrios. Compete s criaturas cuidarem de si mesmas, para que as bnos de Deus facilitem a estabilidade da conscincia. Falamos muita coisa sobre as leis do Criador, no entanto, a maior parte delas ainda desconhecemos. Elas se encontram nas dobras das eternidades, esperando o nosso avano espiritual. H uma seleo divina no trato das revelaes para a Terra, pois a luz muito forte pode cegar quem deseja ver sem as devidas condies. bom que nos lembremos de Paulo no deserto. As revelaes so gradativas e tem uma seqncia estabelecida pelos benfeitores da humanidade, para que no haja perturbao no seio da coletividade despreparada. De certo modo, podemos dizer que a nossa ascenso depende de nos, de agora em diante, porque o Senhor j fez Sua parte em nosso favor. No podemos cruzar os braos, principalmente os espiritualistas, por j termos conhecidos luz e sentindo a presena de Deus no corao. Avancemos dedicados ao bem comum, estudando todos os dias os meios mais eficientes de sermos teis, afinizando com o amor e a caridade, de forma a nos tornarmos uma luz que no escolhe a quem clareia. Despertemos a f, pelas obras que devemos fazer, porque a confiana o alimento da vida feliz. Nos dias que correm, no devemos mais perder tempo em analisar defeitos alheios, com a finalidade de criticar os nossos irmos. Toda observao de ser feita em ns mesmos e toda correo benfica aquela que nos atinge. A auto-educao somente para quem j conhece a Jesus e quer ficar bem com a conscincia. Falar dos outros semear espinhos no prprio caminho. Se desejamos progredir, procuremos a harmonia dentro do corao. Assim, onde estivermos estaremos em paz.

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Filosofia Esprita Volume III 16. NO H REGRESSO0118/LE No h regresso na linha evolutiva do Esprito. O que acontece com um, acontece com todos, no entanto, os caminhos do despertar espiritual so diversos. Ningum regride na ascenso. O que achamos ser recuo , pois, iluso dos nossos sentidos e, certamente, do nosso raciocnio. Deus, sendo onisciente, no iria permitir que algumas almas regredissem e outras no, pois, todos ns samos da Perfeio Absoluta. O que achamos ser degenerao preparo, ganho de tempo dentro do prprio espao, para um avano mais rpido. Poderemos dar um simples exemplo da natureza, pela expresso grandiosa de uma rvore; lanamos a semente no seio da Terra, ela desabrocha, cresce, torna-se um arbusto e nos d a impresso que estaciona, por no nos mostrar o fruto de imediato; entretanto, ela est se preparando intimamente para o parto de mais vidas. No era, portanto estacionamento; o silncio no significa inrcia, Assim so as almas; o que interpretamos como estacionamento preparo para grande avano o que se passa com todas as criaturas de Deus. Ainda no podemos realizar o mesmo que nosso irmo que est na dianteira, por nos faltar experincia, que o tempo ainda no nos conferiu, mas, seremos um dia agraciados, como todos os que nos precederam. Criatura alguma fica rf da bondade do Criador. O Seu Amor diligencia em todos os rumos, a Sua doao sem limites para todos os Seus filhos do corao. Podemos comparar, por fraco exemplo, com o sol que nos sustenta a vida na Terra: encarnados e desencarnados so beneficiados pelos seus raios cheios de vida, que no escolhem onde iluminar e a quem beneficiar. Com relao regresso da memria, a alma pode passar a viver relembrando fatos do passado, mas no regredindo naquilo que j conquistou na subida espiritual. O estacionamento em que podemos acreditar, se liga ao fato de o Esprito reviver as vidas passadas, ficando preso a elas pelo que fez de mal. Ele colhido pelas teias magnticas que teceu para os outros, na influncia do dio, do orgulho, do egosmo e da vingana, entrementes, aquele sol, que comeou a nascer em sua conscincia pela fora do tempo e pelas bnos de Deus, nunca se apagar. Pode-se dizer que a regresso psicolgica e que o estacionamento ilusrio. A alma imortal e os valores espirituais despertados nela, e dela, cada vez mais crescem na extenso infinita de seu roteiro. Ns todos fomos criados para a felicidade. Mesmo que quisssemos viver eternamente no mal, as prprias leis universais no permitiriam, e desde quando conhecemos o bem, nele permanecemos, sem pensar em outro caminho, porque somente nele, tomado de Amor, que se encontra a felicidade, cu que se instala no corao alimentado pela conscincia limpa, a nos conduzir para todos os cus, fora de ns. Mesmo que as aparncias nos induzam a pensar em regresso, a verdade outra; estamos sempre subindo para a luz, no silncio de Deus.

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Filosofia Esprita Volume III 17. NASCIMENTO DA ALMA0119/LE O Soberano Senhor do Universo criou os Espritos todos iguais. Na funo de Pai de todas as coisas, gerou as almas no Seu profundo amor, de sorte que Sua perfeio se transmutasse para as estruturas espirituais dos Seus Filhos do corao. Afirmamos com toda a alegria que no existe imperfeio onde quer que seja, na grande casa da divindade. Tudo se encontra perfeitamente bem, na mais alta harmonia. O que se passa na nossa linha de ascenso espiritual, os processos estabelecidos ante as nossas necessidades, so como que despertamento das qualidades que carregamos nos centros sensveis da conscincia. Se o Senhor nos criasse j despertados, no precisaria ter nos criado; ficaramos onde estvamos, nos segredos da existncia, gozando da eternidade absoluta, ficando e fazendo parte da luz inextinguvel. Mas, a Vontade poderosa no quis que assim fosse, individualizando Seus filhos, criando igualmente leis que pudessem nos dirigir e orientar, nos dando uma conscincia, para cuidarmos de ns mesmos, naquilo que deveramos realizar, deixou por fazer a nossa parte, como sendo a nossa conquista e para tanto, nos foram dados os meios de despertarmos os tesouros da perfeio que conduzimos conosco desde a nossa origem. O nascimento das almas se perde na eternidade. Muitos estudiosos tentam explicar a gnese dos Espritos, mas, no o conseguem corretamente, por somente terem sua disposio os elementos tericos, os quais usam, ainda, com dificuldade. Perguntar por que Deus no fez assim, ou de outra maneira, perda de tempo para o estudioso das coisas sagradas. Se Ele todo Saber, todo Justia, todo Amor, e muito mais do que podemos analisar, por Seus feitos e corrigi-Lo em Seu soberano entendimento de todas as cincias da vida. O que existe foi criado por Ele, na mais elevada perfeio, vibrando no mais profundo Amor. Tudo que est feito se dignifica na Sua perfeio inaltervel. As desigualdades que se podem observar nas almas so somente aparentes. , pois, a posio na escala do despertamento da vida. Os Espritos no foram criados todos de uma s vez; obedecem a uma seqncia por desejo da Paternidade Universal, de outro modo seria impossvel a harmonia. As diferentes classes dos Espritos mais jovens do uma disposio agradvel ao todo, cada um com uma misso diferente na pauta do entendimento da grande causa. No tocante a Terra, os Espritos mais jovens ou primitivos esto ligados aos trabalhos mais grosseiros do planeta, no obstante, de vez em quando a fora crmica convida alguns dos mais endurecidos, com experincias em muitos caminhos, para ajustarem-se entre eles para os devidos resgates. Ningum engana a Deus, nem mesmo se livra das leis criadas por Ele para nos ajudar. Nascemos para sermos felizes, e destas diretrizes no podemos escapar, por ser essa vontade do Grande Arquiteto do Universo. A desarmonia na criao, muitos acreditam constatar, por falta de conhecimento, a verdadeira harmonia, pulsando como segurana da vida imortal.

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Filosofia Esprita Volume III 18. DESPERTAR DOS ESPRITOS0120/LE Todos ns temos qualidades de ouro guardadas dentro do corao. Deus nos fez com perfeio em potencial, bastando somente que despertemos para o entendimento superior e vivamos no cu da felicidade. No h Espritos mais favorecidos e outros menos aquinhoados das bnos do Senhor. Um Pai, como Deus, abenoa a todos na mesma igualdade de doao. J falamos alhures que os que esto menos adiantados do que outros so Espritos mais velhos na eternidade. Tambm os que hoje so ignorantes devero chegar, pela fora do tempo, pelas bnos de Deus e pelo seu esforo prprio, ao reino da luz, onde desfrutam da felicidade os seus irmos anglicos, que trilharam os mesmos caminhos. As almas foram feitas simples e ignorantes, todos conhecemos esse estgio dos seres espirituais, no entanto medida em que elas vo despertando as suas qualidades espirituais , passam a se instruir, compreendendo e respeitando as leis do Criador.A energia divina desce aos mais slidos dos slidos, para subir ao mais alto com a conscincia refletindo a conscincia soberana. Os erros que vemos e entendemos como erros, so meios de educao das criaturas na grande escola universal, pela qual todos passamos, A ignorncia nos induz s coisas fceis e as coisas fceis so ilusrias, elas so necessrias para nos fortalecer no bem, nas diretrizes do Amor e da Caridade. Se fomos criados simples e ignorantes, foi por vontade do Criador, e a ignorncia no tem outro caminho a no ser o que chamamos de erro, dando uma dimenso s faltas que, na verdade, nunca existiram. Francisco de Assis, por exemplo, no nasceu Francisco de Assis ele passou por todos caminhos de ascenso por que todos estamos passando, despertando entendimento e crescendo para a luz imortal. Usemos a inteligncia, que a razo nos dir, envolvida na intuio divina, como deve ser,o que ocorre nas nossas linhas de crescimento. Acordamos devagarinho na extenso infinita da vida, e nesta seqncia de glria, que todos temos, que vamos reconhecendo a grandeza do Grande Soberano e o Seu Amor para conosco. Na resposta pergunta aqui focalizada, Pela fieira do mal, no; pela fieira da ignorncia, o Esprito suprime, com sabedoria, a palavra mal, por no ter ela existncia nas qualidades naturais da vida. A ignorncia um estado do Esprito primitivo, que desconhece as leis de Deus. Para respeit-las necessrio esforo, trabalho e sacrifcio, e o ignorante, como j dissemos, atrado para as coisas fceis. Eis a o porque da alma entrar pelos caminhos largos, porque por eles, os Espritos, aparentemente, despertam seus valores com mais facilidade. O sofrimento, entretanto, os predispe a procurar a verdadeira sade e o verdadeiro entendimento, voltando casa paterna, pelo esforo de uma boa procura. No existe mal algum, na nossa grande viagem de despertamento espiritual. O livre arbtrio nos foi dado para testar no que j aprendemos, na escola de Deus, e se o aprendizado no foi completo, entramos em caminhos que nos iro ensinar o que precisamos, essa a verdade.

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Filosofia Esprita Volume III 19. CAMINHOS DOS ESPRITOS0121/LE Verdadeiramente fomos criados simples e ignorantes, contudo, as qualidades espirituais perfeitas estavam vibrando, e vibram ainda, em ns esperando o momento de desabrochar para a libertao definitiva. Os caminhos do Esprito so inmeros, em todas as direes que vontade de Deus determinou, entretanto, o peso o mesmo para cada criatura. Aquele que trilha caminhos incompatveis com o bem o faz somente pela ignorncia e desde quando conhece a verdade se liberta do que chamamos de erro. Quando o Esprito recebe, por misericrdia de Deus, o livre arbtrio, juntamente com ele recebe tambm, a inteligncia para escolher o s caminhos que lhe agradam, roteiros esses que lhe trazem felicidade. A oniscincia de Deus evidencia que Ele j conhece antecipadamente os caminhos da alma, em toda a sua jornada de despertamento espiritual. Sendo assim, sabe antecipadamente dos nossos acertos e desacertos, e as nossas tendncias comprovam as diferenas entre ns. Quem conhece o Amor, jamais envereda pelas trevas do dio. Portanto, quem permanece odiando, vingando, caluniando, mentindo e perseguindo os semelhantes, por desconhecer os efeitos do verdadeiro Amor, sendo ainda comandado pelo modo que foi criado, dentro da simplicidade, mas pela fora da ignorncia. Os caminhos dos Espritos so diversos, como j dissemos, mas, em todos eles se irradia a justia e, se todos foram feitos iguais, por que a liberdade ir modific-los nas atitudes? Os que no desejam mais errar os fazem por experincias que colheram nas iluses, e os que permanecem de encontro s leis espirituais, por faltar-lhes tempo na escola da educao. Esprito algum j nasceu das mos do nosso Criador sbio e desperto. Ns todos recebemos o mesmo carinho, a mesma proteo, dentro da mesma justia. Os anjos e os Espritos mais elevados, dos quais temos notcias, tambm passaram por diversos problemas, caindo e se levantando no grande aprendizado universal. No chegaram escala em que se encontram por simples atitudes, ou por quererem ser bons; sofreram na pele as agresses da prpria vida, para o devido despertamento das suas qualidades. Essa a verdade: em um p de fruta podemos observar quantas amadureceram primeiro, por terem nascido primeiro; as que amadurecem por ltimo nasceram, obviamente, por ltimo. Alma alguma cresce sem o guante da dor, sem o sacrifcio de si mesma, e sem variados problemas, que se transmutam em qualidades espirituais. Todos passamos pelos testemunhos necessrios ao nosso adiantamento espiritual. O que bom hoje no foi bom ontem, e o que ruim hoje, amanh ser bom. Ningum foge desta lei, que nos ampara a todos. Se somente a ignorncia gera o erro, quando esta cessar, desaparecer a predisposio para errar, e o bem dominar a alma, pela fora do Amor. Precisamos meditar mais e estudar, com mais interesse de aprender, no clima da orao.

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Filosofia Esprita Volume III 20. A LIVRE VONTADE0122/LE A pergunta 122, feita por Allan Kardec, foi muito profunda. Estribamo-nos nela para falar alguma coisa daquilo que pesquisamos e aprendemos na linha de entendimento que palmilhamos. A escolha do Esprito certamente no foi determinada, s por Deus, sendo onisciente, j sabia o que os Espritos haveriam de escolher. O livre arbtrio surge de acordo com a evoluo da alma, e cresce com ela. Se ela no tem, no princpio, uma conscincia perfeita do que deve fazer, ignorante daquilo que escolhe. Eis porque no deve ter culpa do que faz. Todos passam por essas diretrizes, so processos de aprendizado, indispensveis ao despertamento da alma. Os Espritos seriam diferentes uns dos outros, se uns tivessem o despertamento das suas qualidades sem nenhum obstculo, passassem por todas as experincias sem nenhuma falta, trilhassem todos os caminhos sem erros, ao passo que outros, por invigilncia, escolhessem os caminhos das trevas. Pedimos que o leitor raciocine, buscando na razo uma resposta, pelos caminhos da meditao e da prece. As pesquisas nos informam que somente os cegos caem nas fossas; quem passou a enxergar, fica livre das trevas. Disse Jesus que a verdade liberta as criaturas. Desde quando o Esprito comea a conhecer a Verdade, a luz do entendimento o livra de todo o mal. Ns cedemos tentao dos Espritos inferiores, se vivemos na inferioridade, e quando vivemos nas trevas porque desconhecemos a luz. Queremos dizer que os Espritos somente erram - se esse o termo correto - por desconhecerem as conseqncias do mal. Depois que passam a desfrutar dos resultados do Amor e da Caridade, tm acelerada a sua marcha de ascenso espiritual. O bem domina todas as conscincias, por que fomos feitos pelo Amor, por Amor e para o Amor. As mos que trabalham para que pudessem surgir Espritos so puras na totalidade, e o corao que nos dirige de pureza inconcebvel. A lei do merecimento nos garante que no recebemos nada que no mereamos; se cedermos s influncias exteriores, por vibrarem em nossa mente idias compatveis com pensamentos de outras inteligncias. As influncias do mal somente ocupam as mentes que vibram na mesma dimenso. Esta uma lei dominante em toda a casa de Deus. O livre arbtrio total somente existe em Deus; os demais obedecem faixa em que vive o Esprito. Somente escolhemos o que est ao nosso alcance para se escolher, o que o nosso despertamento permitir. O peixe no suporta viver fora da gua, como o ser humano no pode viver sem o ar, de onde tira os elementos da vida. A escolha compatvel com a nossa evoluo j alcanada. Quem escolhe s o bem, o faz pela maturidade que o tempo lhe conferiu em milnios incontveis.

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Filosofia Esprita Volume III 21. CAMINHO ESCOLHIDO0123/LE O caminho escolhido pela alma , certamente, compatvel com seu despertamento espiritual. Como saber escolher, sem entender os objetivos da prpria vida? Se a alma feita simples e ignorante, e no dizer de O Livro dos Espritos, somente busca, a principio, as coisas mais fceis como ocorre com as crianas. Sendo as facilidades ilusrias, as estradas largas so cheias de contradies, de onde advm as perturbaes de toda ordem. Todo aprendizado surge de inumerveis experincias em todos os campos de vida, na Terra e nos Cus. Sabemos que o Esprito tem alguma liberdade, isso no se pode negar, porm qual o pssaro dentro de uma gaiola, e as limitaes so de acordo com o seu despertamento. As qualidades morais sempre dirigem sua vontade, como o cavaleiro faz com o cavalo, usando o freio, e, quando a lerdeza assume o comando, usa a espora. Escolhemos sempre o que podemos suportar na pauta da nossa ascenso. Um anjo no foi feito anjo em toque de mgica, porem, acumulou experincias no decorrer de milnios incontveis. Na linha do nosso progresso existe a nossa parte a ser feita. Certamente que em nossa jornada encontramos constantemente Espritos que nos influenciam para o mal em mltiplos aspectos, mas, somente cedemos a essa influncia se os pensamentos do mal encontrarem aceitao de nossa parte. Essa uma lei universal e imutvel: os semelhantes se atraem. No culpa de ningum, a no ser de nos mesmos, quando nos enveredamos por caminhos incompatveis com o Bem e o Amor. O que chamamos de quedas, de erros, de invigilncia, de mal, so processos usados na natureza para nos educar. O que entendemos por dor so meios para o despertamento das qualidades espirituais que ainda dormem em nosso corao, e que somente ela, em certa fase da idade da alma, tem o poder de despertar. S reconhecemos essa verdade depois de muitas experincias entre sacrifcios e sofrimentos. bom que observes, como espiritualistas, chegando concluso que nada se destri. Tudo que acontece conosco para nos dar mais vida e conscincia dessa mesma vida. O conhece a verdade e ela te libertar de Jesus, nos faz crer que por meio da verdade, que alcanamos a felicidade, o equilbrio e a sade integral da alma e mesmo do corpo que habitamos por momentos breves. No so apenas as influencias dos malfeitores que nos acompanham na extenso da nossa vida, como agentes compatveis com que somos; encontramos outra mais poderosa que nasce dentro de ns, no fulcro da nossa mente, por imaturidade. Nessa busca de acertar, os reveses tornar-se-o luzes que vo nos defender de todas as investidas do que chamamos de mal, em todas as suas modalidades. Quem cede tentao do mal, porque alimenta ainda esse mesmo mal. Quem procura o bem, tem nela a sua defesa.

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Filosofia Esprita Volume III 22. O BEM E O MAL0124/LE No estgio em que se encontra a humanidade, somos levados a crer na necessidade de suas foras incompatveis entre si. A dualidade na Terra sempre vista pelos pesquisadores da natureza humana, e mesmo fsica, como necessria a certo equilbrio. O que chamamos de bem e mal uma luta que se trava, de forma que o vencedor sempre o bem. Fomos feito por Deus, que todo Amor, olhados e amparados pelos agentes da luz, nossos irmos maiores, portanto, no pode acontecer o que muitos pensam, de que alguns Espritos, desde a sua origem, se entreguem ao mal. Os que assim julgam, colocam Deus como sendo um Criador imperfeito. Como no h injustia em ponto algum da criao, podemos ficar tranqilos, que somente recebemos o que merecemos em qualquer lugar onde estivermos. Tudo que passamos so processos usados pelo progresso e dirigidos por altas entidades espirituais que nos governam com o carinho nascido do amor verdadeiro. Se precisamos da dor, ela nos vem, para despertar em ns a qualidade nobres que o Senhor nos facultou desde a nossa formao. A luz no desconhece as trevas e as trevas nos impulsionam para luz. Se existe algum que est se demorando em caminhos difceis, espera e ora por ele, porque nenhuma das ovelhas se perder. No existe rfo ante a paternidade de Deus. Jesus nunca se esquece de nenhuma das Suas ovelhas e ainda afirma que tm outras que no so deste aprisco, referindo-se a Terra. No existe sofrimento eterno; eterna, somente a felicidade. O que h transio em muitos aspectos da vida, quando analisamos o despertamento das qualidades que possumos. Os Espritos no foram feitos de uma s vez e neste ponto que as diferenas so enormes, na escala da evoluo espiritual; no entanto o que esta na frente j esteve atrs e o que esta no meio se encontra mais perto da libertao. Confiemos e trabalhemos, procurando a melhoria espiritual. Toda subida exige sacrifcios, e que deseja melhorar-se moralmente deve fazer esforos em todos os sentidos para que possa receber as bnos do equilbrio. Compreendemos que existem muitos caminhos da ascenso espiritual, porm, o peso o mesmo para todos; uns, por vezes, demoram-se mais no mal, mas, menos em vivenciar experincias como exemplo, podemos afirmar na personalidade de Paulo, o apstolo. Quando se perde em um campo, a compensao se evidencia em outro; eis a justia, como misericrdia, que surge para todas as criaturas. Certamente que a maioria da humanidade se encontra nos graus intermedirios, onde os cursos funcionam intensivamente. Queiramos ou no, isso uma lei. No entanto, ningum se perde; todos so filhos da luz e, assim sendo, como uns podem ser feitos, para viver eternamente nas trevas? menosprezar a paternidade que , e ser sempre, toda amor. Se nos julgamos nos graus intermedirios, o nosso dever trabalhar para nossa prpria melhoria, agora, sem perda de tempo, pois a vida ajuda mais os de boa vontade.

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Filosofia Esprita Volume III 23. CAMINHADA0125/LE Certamente que existem Espritos que se demoram mais no mal que engendraram nos seus caminhos, pela teimosia gerada pelo orgulho e o egosmo. De certo modo, independente para a co-criao; alimenta idias, mas, responde por elas na lavoura que facultou a sua proliferao. Aquele que se demora mais no mal, demora mais no aprendizado, encontrando dificuldades para as devidas assimilaes da verdade. No obstante, quando, se conscientiza do bem, como sendo o fator principal de sua vida, ele gasta menos tempo no aprendizado, pelo fato de estar preparado pelo sofrimento, que lhe deixou um saldo de grandes experincias. Todos os graus de superioridade existentes na criao de Deus so acessveis a todos os Seus filhos. Mal algum perturba a fisiologia da alma; pode, de certo modo, desarmonizar seus corpos, mas nunca alterar a sua mais profunda constituio. Deus nada faz imperfeito. O Esprito, quando est colhendo o que plantou de mal para seus irmos no caminho, acha o sofrimento uma injustia, por lhe faltar compreenso e a sua razo ilusria lhe fala que ir sofrer uma eternidade, por no conhecer a extenso de uma eternidade no campo maior da vida. nesse sentido que os Espritos Superiores falam aos homens em eternidades. A conversao de acordo com a evoluo das almas; se o entendimento limitado, no se pode falar de temas mais profundos. A verdade absoluta existe apenas para Deus. Somente Ele verdade total. Abaixo dEle, prevalece a relatividade, cada vez maior at aos homens. Os prprios livros onde todas as filosofias espirituais e as religies se baseiam, de vez em quando havero de sofrer mudanas, de acordo com a evoluo das criaturas. Poucos aceitam, mas o progresso no pede licena a ningum, por ser uma fora de Deus que a tudo arrasta para o crescimento, nos mostrando uma verdade mais acentuada e preceitos de mais profundidade. Com o tempo todos haveremos de aceitar com naturalidade os processos de mudanas de vida e de corpos. O tempo desaparece, diante do Esprito e da imortalidade. por este motivo que no existem penas eternas para as almas. As penas so breves, em comparao com a felicidade daqueles que j alcanaram, por maturidade, o que nos espera a todos. O Livro dos Espritos alicerce da Doutrina dos Espritos. Por ele, a razo pode nos falar das leis espirituais que a tudo dominam, entretanto, as leis mais puras criadas por Deus vibram em nossa conscincia, como sendo um livro escrito por Ele dentro de cada alma. As coisas do mundo exterior servem para nos tocar, de modo a nos acordar do sono. Depois que os olhos do Esprito se abrem, a conscincia firma naquilo que podemos chamar a vontade de Deus. O tempo o fator mais vivo para nos despertar para a realidade. Jesus o Mestre por excelncia, por maturidade espiritual. Ele l, no Seu livro interno, o que o Amor maior escreveu e legou para ns: o Evangelho do Seu corao para despertar o Evangelho dentro de ns. Essa a verdade; cada criatura salva a si mesma, pelo conhecimento da verdade que existe em todos, sendo o Cristo o nosso Guia Maior, que nos ajuda a conhecer a ns mesmos.

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Filosofia Esprita Volume III 24. POR QUE ESCOLHEU?0126/LE O Soberano Senhor do Universo todo amor e todo bondade. Ele no assiste a um filho mais que a outro, por ser todo justia. Porque um Esprito desde o seu princpio escolheu o caminho do mal enquanto outros palmilharam somente a senda do bem? Onde encontrar essa desigualdade? fcil de observar: a alma que ama o Bem mais velha, as experincias pelas quais passou em inmeras reencarnaes j lhe conferiram a maturidade necessria, de maneira a escolher e obedecer s leis que atendem ao Amor. O animal movido pelo instinto, e esse instinto fa-lo- matar para viver. As lutas so constantes em todos os reinos da natureza. Depois que essa alma animal se desliga, por maturidade, dos reinos mais grosseiros, leva consigo todos esses instintos, e logo que recebe a razo iluminada escolhe somente o Bem, esquecendo todo o seu passado milenar, onde nunca existiu a educao, a conscincia do amor e da verdade. Todos os Espritos passam por processos de evoluo, a que chamamos de despertamento, onde existe o que denominamos de erro. Dor e sacrifcio so meios estabelecidos pelo Criador no crescimento dos Seus filhos de corao. Achamos que todos os Espritos so perfeitos, bastando o despertamento desta perfeio que dorme em cada um. As classes intermedirias, como dizem os Espritos, so almas que esto andando para a frente. um curso que j foi vencido at ao meio. ainda, a mistura do bem com o mal, que na continuao do aprendizado vai esquecendo o mal e se aperfeioando no bem pela natureza divina que vai desabrochando em sua conscincia. Esprito algum, conhecendo a eficincia do bem, escolhe o mal, por saber que a vida uma sementeira em que se colhe aquilo que se semeia. O Esprito, quando recebe a razo no mundo espiritual, instrudo em todas as modalidades da lei e, ao receber um corpo fsico pela primeira vez, j tem noo do bem e do mal. Se ele mistura essas duas foras, por falta de experincia que o prprio tempo vai lhe conferindo, no passar das vidas sucessivas. Se regredirmos a memria de um Esprito anglico na profundidade das eras que viveu, neste ou em outros mundos, ver-nos-emos nos princpios da formao do seu carter. Veremos os mesmos erros que nos atormentam, lhe servindo de lies, como tem nos servido, e no de servir queles que esto na nossa retaguarda. Os processos de despertamento vieram pelas nossas necessidades, sem faltar misericrdia de Deus usando os Espritos maiores para ajudar os menores; e assim ocorre em toda a escala do despertar espiritual de todos os Espritos. Deus um Pai e s esse nome basta para ser entendido como tal. Procura ler com mais ateno, orar com mais humildade e exercitar o amor e a caridade intensivamente, que as leis do Criador ficaro mais visveis na tua conscincia. Assim, elas vo passando a ser vividas pelo seu corao. Quem escolhe o mal desconhece o bem, e quem vive o bem j sentiu as conseqncias do mal.

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Filosofia Esprita Volume III 25. IGUALDADE0127/LE Viemos todos de um princpio nico, que se fundamenta em Deus, mas, em condies variveis quanto ao modo de ser. Os mltiplos caminhos da evoluo so idnticos nas exigncias, quanto ao candidato ao despertamento das vidas que sucedem vidas. Deus nos oferece tudo que precisamos, entretanto, cada um assimila o que aprendeu a assimilar. Ele est presente em tudo e em todos, porm, cada coisa e cada ser O sente distncia que a sua evoluo permitir. por isso que a igualdade torna-se um fato, desde quando vibra no fundo o conhecimento do porqu somos todos irmos, no somente Espritos, mas tudo existe, visvel e invisvel, na grande casa do Criador. Desde quando o Esprito compreenda de onde veio e para onde vai e qual o seu destino, ele passa a respeitar as leis estabelecidas por Deus. Como fazer o mal, nestas condies de almas conscientes da verdade? Os homens do sculo que se aproxima havero de cuidar mais do Esprito, mas por maturidade. Esto sofrendo os reveses do que fizeram de mal e sofrendo, procuram os caminhos do bem, que lhes protegem e lhes do mais vida. O mal, como o chamamos, entrar no esquecimento, por no haver mais necessidade da lio. Novamente afirmamos, que nenhum Esprito sobe sem esforo, dor e sacrifcio, e Jesus deu provas dessa verdade, para nos mostrar o que vamos encontrar em nossos caminhos. Cada ser humano carrega uma cruz nos ombros, e ela quem valoriza nossos esforos no bem e os nossos trabalhos na auto-educao. O processo de cada alma esta ligado ao tempo, qual a semente que se lana no seio do solo. O agricultor sabe esperar e confiar no tempo, para o seu crescimento e poca de frutificar. A alma uma semente de Deus que obedece s mesmas leis, no sentido de crescer e subir para o Criador. No h mgica que a faa ser o que no pode, de uma hora para outra; o que pode acontecer ela fazer a sua parte, para caminhar mais depressa, porm, para tanto, a maturidade fornece a inspirao para sua disposio. O livre arbtrio, na alma iniciante quase no existe; ela esta mais orientada pelo meio ambiente, onde foras de todos os tipos a induzem para todos os lados, e as experincias comeam em todos os rumos. As responsabilidades so de acordo com o que aprendeu. Quem esta em cima, deve ajudar quem esta em baixo. Esta uma lei da cooperao mtua, e quem est abaixo ajuda inconscientemente quem se encontra mais acima. Vivemos dentro da eternidade, onde Deus guia a todos com o mesmo amor. Ningum se perde, por estarmos todos dentro do prprio Senhor. Os Espritos so criados iguais quanto a tudo o que existe de atributos. O que ocorre que uns despertam mais depressa os dons que podem escolher pelo seu livre pensar, mas, no fim, todas as qualidades tem de ser despertadas, tornando um todo de atributos espirituais. Eis a perfeio, dentro da perfeio do Criador.

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Filosofia Esprita Volume III 26. O REINO ANGLICO0128/LE O reino anglico habitado por Espritos puros, capazes de entender a filosofia espiritualista que tem Jesus como o Mestre por excelncia. O anjo, como o sabes, j passou por toda a escala porque todos os Espritos passam em busca de perfeio, e essa diretriz tem um preo: custa sacrifcios, inmeros problemas, se assim os podemos chamar e dores incontveis.Se no houvesse esses processos, qual seria o mrito? O que poderia acontecer aos Espritos se eles no passassem pelos aprendizados? Seria o mesmo o que ocorre com os homens que no passaram pelas escolas: embaraam-se nas sobras da ignorncia. A sabedoria e o Amor so duas foras poderosas que despertam as almas com todos os seus atributos. E como despert-los sem os golpes da vida, sem o trabalho intenso, enfim, sem calvrio a subir e onde sofrer? J falamos alhures, e tornamos a dizer, que todos os Espritos passam por processos idnticos. Na substncia do existir, somente as nuances so variveis. Para se expressar como liberdade e dar o livre arbtrio para o Esprito se revestir de responsabilidade. As almas devem ser conscientes de que elas sabem muito pouco das leis espirituais, assim como nos tambm. Somente o tempo, que desenvolve em nos a maturidade, capaz, na seqncia da vida, de ir tirando o vu do nosso entendimento, e passaremos, ento a compreender, com mais acerto, a ns mesmos, na faixa em que vivemos. A natureza no d saltos, j foi dito com propriedade. A verdade, entre ns outros, relativa e, se relativa, no sabemos tudo. Muito se fala neste sculo sobre as coisas espirituais, no entanto, ainda se tem muito o que falar e, depois de falado, muito mais h de se conhecer. A sabedoria de Deus infinita e, como o Seu Amor, se perde na eternidade do tempo. Quem se amarra, parando no conhecimento que j possui, comea a morrer. Essa que a morte do Esprito, temporria, porm, at despertar em seu ntimo o entusiasmo pela vida, por mais saber e o anseio de amar. Todos caminhamos para a perfeio espiritual, queiramos ou no. Esta uma lei, redigida por Deus e aplicada na extenso infinita da criao. O Esprito anglico, que j despertou todas as suas qualidades elevadas, continua a crescer. Somente Deus no precisa aprender nada, por ser a perfeio e o amor absolutos. Ns que somos alunos iniciantes na escola da Terra, peamos aos anjos que nos ajudem a compreender as lies do Cristo, de maneira que possamos nos libertar da ignorncia que ainda tolhe os nossos passos. A Doutrina Esprita uma porta das mais convenientes a nos convidar a todos para lies mais profundas, desde quando nos dispomos a viv-las porque, sendo a verdade, ela tem a capacidade de nos ajudar a nos libertar. O mundo interno da alma pede reformas urgentes. Se nos esquecermos deste chamado da conscincia, estendemos o nosso sofrimento, passando a dor a ser mais aguda. Anjos e demnios so todos nossos irmos, que o tempo haver de reunir em um s paraso, cujas nesgas de felicidade se encontram dentro das conscincias.

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Filosofia Esprita Volume III 27. A EVOLUO DOS ANJOS0129/LE Os processos de despertamento das criaturas de Deus so diversos, como j o dissemos em variadas oportunidades; no obstante, todos eles nos levam a perfeio. Ainda preciso dizer mais: que o Esprito nasce das mos do Criador com Seus atributos em estado latente, esperando golpes do tempo pelas mos do espanco. Leis vigoram por todos os ngulos da grande vinha do Senhor, inspirando e movimentando, do protozorio aos maiores benfeitores que dirigem os mundos. Podemos comparar a linha evolutiva dos Espritos, desde a sua formao a angelitude, como as vidas humanas, desde o bero ao tumulo. As diferenas so enormes entre os seres humanos, diferenas estas que partem da maturidade, que nunca igual, do tempo de vida de cada ser. Os Espritos, igualmente, so assim: eles se diferenciam pelo tempo. Certamente, os mais velhos carregam consigo maior nmero de experincias, e essas