03 ergonomia

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MBA ENGENHARIA E SEGURANÇA DO TRABALHO APOSTILA ERGONOMIA MINAS GERAIS

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  • CURSO DE PS-GRADUAO LATO SENSU

    MBA ENGENHARIA E SEGURANA DO TRABALHO

    APOSTILA

    ERGONOMIA

    MINAS GERAIS

  • 2

    1. INTRODUO

    Sade um estado de completo bem-estar fsico, mental e social e no

    apenas a ausncia de doenas, levando-se em conta que o homem um ser que se

    distingue no somente por suas atividades fsicas, mas tambm por seus atributos

    mentais, espirituais e morais e por sua adaptao ao meio em que vive.

    (Organizao Mundial da Sade).

    Todos os seres humanos tm direito ao melhor estado de sade, independente

    de raa, religio, opinio poltica, condio econmica ou social.

    As doenas podem ter as mais variadas causas, sendo umas geradas pela

    atividade produtiva, conhecidas como doenas especficas, tais como silicose,

    asbestose, bissinose, etc.. e outras, as inespecficas, que no possuem suas causas

    relacionadas diretamente com o trabalho.

    As doenas acima relacionadas so especficas, geradas por uma nica causa.

    Esto reconhecidas pela Organizao Internacional do Trabalho.

    As doenas inespecficas so geradas por causas diversas, podendo ter

    alguma causa relacionada com a atividade produtiva, tais como gastrite, lcera,

    enxaqueca, etc., geralmente apresentando alguma relao com fatores

    estressantes.

    Os agentes causadores de doenas do trabalho podem ser fsicos, qumicos ou

    biolgicos. A exposio a agentes fsicos calor, rudo, radiaes diversas -, a

    agentes qumicos benzeno, asbesto, fumos metlicos, etc. e a agentes

    biolgicos bactrias, fungos, bacilos causam doenas especficas do trabalho.

    A atividade produtiva pode deixar o trabalhador exposto a esses agentes e,

    sem o monitoramento e controle deles, causar doenas irreversveis e at mesmo a

    morte.

    Existem outros agentes causadores de doenas, tais como movimento

    repetitivos, ansiedade, responsabilidade, que vo causar agravos sade do

    trabalhador.

    So causas indiretas que afetam o bem-estar dos trabalhadores: o

    analfabetismo, o alcoolismo, o tabagismo, a habitao inadequada, entre outras.

  • 3

    Para evitar a ocorrncia de doenas, a melhor maneira a preveno. Para

    tanto, foram criadas leis que obrigam as empresas e os empresrios a dedicarem

    ateno sade de seus empregados, seja realizando os exames mdicos

    (peridicos, admissionais, demissionais, de retorno ao trabalho e de mudana de

    funo), ou cumprindo o Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional, que

    visa a dar melhores condies de trabalho aos empregados, monitorando os

    problemas de sade detectados ou, ainda, identificando os locais de risco e

    adotando medidas para evitar a doena, realizando, tambm, a educao sanitria,

    alm de outras medidas.

    2. O MEIO AMBIENTE E O TRABALHADOR

    O meio ambiente deve ser entendido como o espao, dentro e fora do local de

    trabalho. O trabalhador parte integrante desse meio.

    A busca incessante pela melhoria da qualidade de vida e pela excelncia nos

    processos produtivos, aliada aos avanos tecnolgicos tende a usufruir,

    indiscriminadamente, dos recursos naturais, oriundos da natureza (solo, ar e gua),

    comprometendo a prpria sobrevivncia do homem.

    O resduos da produo, sejam slidos ou lquidos, desde que no tenham um

    destino adequado, entram em contato com os elementos da natureza e prejudicam a

    qualidade do ar, da agricultura, da pecuria e das guas.

    Alm de deixarem resduos, os processos produtivos destroem os elementos

    da natureza e, na maioria das vezes, esgotam os recursos. Exemplificando: a

    devastao das florestas, a poluio dos rios e o desaparecimento da vida aqutica

    e at dos prprios leitos dos rios. Hoje, no h organismo de defesa ecolgica que

    no esteja preocupado com a destruio da camada de oznio, provocada por

    produtos qumicos lanados na atmosfera.

    A qualidade da vida do ser humano afeta diretamente o seu desempenho no

    local de trabalho. Quanto melhor estiverem suas funes orgnicas, melhor ser a

    sua resistncia e menor ser a fadiga e o estresse. Assim sendo, se o homem

  • 4

    estiver organicamente, ele estar com uma maior propenso a cometer erros e a

    sofrer ou a causar um acidente.

    O melhor estado de sade, fsica e mental, do ser humano pode ser afetado

    pelas condies do ambiente, seja ele dentro ou fora do local de trabalho.

    As condies desfavorveis nos locais de trabalho, como o rudo excessivo, o

    excesso de calor ou frio, a exposio a produtos qumicos e as vibraes, entre

    outros, provocam tenses no trabalhador, causando desconforto e originando

    acidentes. Quando a exposio torna-se freqente, comum surgirem danos

    sade.

    Torna-se necessria a adoo de programas voltados para a preveno. Os

    programas de Qualidade Total, to em moda atualmente, devem estabelecer

    medidas de proteo ao homem e ao ambiente, estendendo-se a toda a comunidade

    que vive em torno das empresas, pois, afinal, ela praticamente obrigada a conviver

    com os resduos resultantes do processo de produo.

    O Homem, por sua vez, deve esquecer a ganncia e, no desenvolvimento de

    suas atividades produtivas, cercar-se de medida que protejam o trabalhador no seu

    local de trabalho, no esquecendo que, fora do seu posto, deve ter precaues com

    as mesmas atividades, para manter o equilbrio ecolgico e garantir a melhoria da

    qualidade de vida, para conseguir a Qualidade Total nas empresas.

    3. O PAPEL DOS SINDICATOS E DAS EMPRESAS NA SADE E NA

    SEGURANA DO TRABALHO

    O acidente de trabalho um fato indesejado que traz prejuzos aos

    trabalhadores, aos empresrios, s famlias e a toda a nao. Entre as entidades

    organizadas que atuam diretamente na produo de bens e servios e detm a

    responsabilidade de promover a preveno, indiscutivelmente, as empresas e os

    sindicatos, principalmente aqueles que defendem os direitos dos trabalhadores,

    podem interferir na diminuio das ocorrncias.

    Ao recorrermos aos dados histricos, no sculo XIX, na primeira fase da

    Revoluo Industrial, as pssimas condies de trabalho e o aumento do nmero de

    acidentes motivaram a transformao das associaes de profissionais existentes,

  • 5

    que tinham um carter assistencial, em entidades de defesa dos interesses

    profissionais, com o intuito de promover a melhoria das condies de trabalho. A

    partir dessa conquista, a participao dos sindicatos tem sido decisiva para a

    manuteno e ampliao dos direitos dos trabalhadores. Sendo o trabalhador o

    principal afetado pelo acidente do trabalho (afinal, ele envolve-se diretamente com o

    fato), existe uma grande possibilidade de participao nas aes preventivas, onde

    se pode destacar:

    1. fiscalizao do cumprimento das normas de segurana, dentro das

    empresas, por meio de denncias ou inspees nos locais de trabalho;

    2. incluso de clusulas contratuais que ampliem os direitos e ou as aes

    preventivas;

    3. promoo de cursos ou treinamentos voltados sade, segurana e

    preveno de acidentes do trabalho;

    4. promoo de seminrios, palestras, encontros, etc., com temas voltados s

    condies e necessidades de seus associados;

    5. participao na elaborao de normas e leis que visem ao avano da

    legislao e, consequentemente, melhoria dos locais de trabalho;

    6. esclarecimento aos trabalhadores sobre aspectos bsicos de higiene e

    sade;

    7. realizao de campanhas com os associados, visando informao para a

    conscientizao em relao prtica de atitudes prevencionistas;

    8. formao profissional, preparando os futuros trabalhadores para adotarem

    atitudes e comportamentos prevencionistas;

    9. outras providncias que se fizerem necessrias, de acordo com a sua

    finalidade e interesse de seus associados.

    Por outro lado, as empresas que se utilizam da mo-de-obra como parte

    integrante do processo produtivo e oferecem situaes de risco aos trabalhadores

    devem por fora de lei ou at mesmo pela prpria funo social que exercem

    criar os meios e dispositivos para eliminar, diminuir ou ainda controlar os riscos

    existentes. As empresas, representadas por empresrios, tm a responsabilidade

  • 6

    pela manuteno e melhoria das condies de trabalho. Entre suas obrigaes,

    podem-se destacar:

    a) Cumprir e fazer cumprir as disposies legais e regulamentares sobre

    Segurana e Medicina do Trabalho;

    b) elaborar ordens de servio sobre Segurana e Medicina do Trabalho, dando

    cincia aos empregados, com os seguintes objetivos:

    1. prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

    2. divulgar as obrigaes e proibies que os empregados devam

    conhecer e cumprir;

    3. dar conhecimento aos empregados de que sero passveis de punio,

    pelo descumprimento das ordens de servio expedidas;

    4. determinar os procedimentos que devero ser adotados em caso de

    acidente do trabalho e doenas profissionais ou do trabalho;

    5. adotar medidas determinadas pelo Ministrio do Trabalho (MTb);

    6. adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as

    condies inseguras de trabalho;

    c) Informar aos trabalhadores:

    1. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

    2. os meios de prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela

    empresa;

    3. os resultados dos exames mdicos e de exames complementares de

    diagnstico aos quais os prprios trabalhadores forem submetidos;

    4. os resultados das avaliaes ambientais realizadas nos locais de

    trabalho.

    d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalizao

    dos preceitos legais e regulamentares sobre Segurana e Medicina do

    Trabalho.

  • 7

    Alm dessas obrigaes, as empresas podem destinar parte de seus lucros

    para investimentos na educao e aperfeioamento de seus empregados. Cabe

    lembrar que as empresas desempenham um papel importante para o

    desenvolvimento social de uma comunidade. Alm de gerar lucros, com a produo

    de bens e servios, ela tambm gera empregos, distribuio de renda e propicia o

    desenvolvimento do ser humano, por meio do desempenho de suas atividades.

    inconcebvel, portanto, que o homem, na execuo de seu trabalho,

    prejudique a sua sade ou sofra acidentes que lhe provoquem mutilaes ou, na pior

    das hipteses, causem a morte.

    4. PRINCIPAIS FATORES QUE CAUSAM OS ACIDENTES E

    DOENAS PROFISSIONAIS

    Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente qualquer fato que, se

    removido a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes so evitveis, no surgem

    por acaso e, portanto, so passveis de preveno.

    Sabemos que os acidentes ocorrem por falha humana ou por fatores

    ambientais.

    1) FALHA HUMANA A falha humana, tambm chamada de Ato Inseguro,

    definida como sendo aquela que decorre da execuo de tarefas de forma

    contrria s normas de segurana. So os fatores pessoais que contribuem

    para a ocorrncia de acidentes.

    toda ao consciente ou no, capaz de provocar algum dano ao trabalhador,

    aos companheiros de trabalho ou s mquinas, aos materiais e equipamentos.

    Os processos educativos, a repetio das inspees, as campanhas e outros

    recursos se prestaro a reduzir sensivelmente tais falhas, que podem ocorrer

    em virtude de:

    a) inaptido entre o homem e a funo;

    b) desconhecimento dos riscos da funo e ou da forma de evit-los;

    c) desajustamento, motivado por:

    1. seleo ineficaz;

  • 8

    2. falhas de treinamento;

    3. problemas de relacionamento com a chefia ou companheiros;

    4. poltica salarial e promocional imprpria;

    5. clima de insegurana quanto manuteno do emprego;

    6. diversas caractersticas de personalidade.

    Nota-se, portanto, a necessidade de analisar tecnicamente um acidente,

    levantando todas as causas possveis, uma vez que a falha humana pode

    ser provocada por circunstncias que fogem ao alcance do empregado e

    poderiam ser evitadas. Tais circunstncias poderiam, inclusive, no apontar

    o homem como o maior causador dos acidentes.

    2) FATORES AMBIENTAIS Os fatores ambientais (condies inseguras) de

    um local de trabalho so as falhas fsicas que comprometem a segurana

    do trabalho. Exemplificando, podemos citar:

    a) falta de iluminao;

    b) rudos em excesso;

    c) falta de proteo nas partes mveis das mquinas;

    d) falta de limpeza e ordem (asseio);

    e) passagens e corredores obstrudos;

    f) piso escorregadio;

    g) proteo insuficiente ou ausente para o trabalhador.

    Por ocasio das inspees de segurana so levantados os fatores

    ambientais de insegurana e, por meio de recomendaes para correo de

    tais falhas, elas podero ser evitadas.

    Embora nem todas as condies inseguras possam ser resolvidas,

    sempre possvel encontrar solues parciais para as situaes mais

    complexas e solues totais para a maior parte dos problemas observados.

    Os fenmenos da natureza podem ser previstos, mas so de difcil controle

    pelo homem (raios, furaces, tempestades, etc.)

  • 9

    Se forem controladas as falhas humanas e os fatores ambientais que

    concorrem para a causa de um acidente de trabalho, estaremos eliminando os

    acidentes.

    Os instrumentos mais eficazes para a preveno dos acidentes so:

    a) Inspees de segurana.

    b) Processos educativos para o trabalhador.

    c) Campanhas de segurana

    d) Anlise dos acidentes

    e) CIPA atuante.

    Um acidente pode envolver qualquer um, ou uma combinao dos seguintes

    fatores:

    HOMEM Uma leso, que representa apenas um dos possveis resultados de

    um acidente.

    MATERIAL Quando o acidente afeta apenas o material.

    MAQUINARIA Quando o acidente afeta apenas as mquinas. Raramente um

    acidente com mquina se limita a danificar somente a mquina.

    EQUIPAMENTO Quando envolver equipamentos, tais como: empilhadeiras,

    guindastes, transportadoras, etc.

    TEMPO Perda de tempo o resultado constante de todo acidente, mesmo que

    no haja dano a nenhum dos fatores acima mencionados.

    5. MAPA DE RISCOS

    O item 5.16 da NR-5 Comisso Interna de Preveno de Acidentes CIPA.

    5.16 A CIPA ter como atribuio:

    a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a

    participao do maior nmero de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde

    houver;

  • 10

    b) Mapa de Riscos uma representao ilustrada dos pontos de riscos encontrados

    em cada setor. uma maneira fcil e rpida de representar os riscos de acidentes

    de trabalho sendo que

    A Portaria n. 25 da SST de 29/12/94 estabelece as diretrizes bsicas para a

    elaborao dos mapas de riscos que so:

    a) Indicar os pontos de riscos;

    b) Tornar possvel a visualizao do ambiente, do ponto de vista dos riscos

    encontrados por todos os trabalhadores do local, pelo Servio de segurana

    e Medicina do Trabalho e pela administrao da empresa.

    c) Facilitar a discusso e a escolha das prioridades a serem trabalhadas pela

    CIPA.

    d) Aps o exame desse mapa, pode-se estudar as medidas necessrias ao

    saneamento do ambiente e elaborar o Plano de Trabalho, para se obter a

    implementao de medidas corretivas.

    Para a elaborao do Mapa de Riscos, convencionou-se atribuir uma cor para

    cada tipo de risco e represent-lo em crculos com diferentes tamanhos (grande,

    mdio e pequeno), que evidenciam o grau de riscos.

    As cores usadas nos mapas de riscos so:

    VERDE: Risco fsico.

    VERMELHO: Risco qumico

    MARROM: Risco biolgico.

    AMARELO: Risco ergonmico.

    AZUL: Risco de acidentes.

    6. CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO

  • 11

    CONCEITO LEGAL Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991, alterada pelo Decreto n

    611. de 21 de julho de 1992.

    Artigo 19 Acidente de trabalho aquele que ocorre pelo exerccio do trabalho, a

    servio da empresa ou, ainda, pelo servio de trabalho de segurados especiais,

    provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, a perda ou

    reduo da capacidade para o trabalho, permanente ou temporria.

    A Legislao Brasileira tambm considera como acidente de trabalho:

    1. a doena profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo

    exerccio do trabalho peculiar a determinada atividade e constante na

    relao organizada pelo Ministrio da Previdncia Social;

    2. a doena do trabalho, assim entendida ou desencadeada em funo de

    condies especiais em que o trabalho realizado e com ele se relaciona

    diretamente, desde que constante da relao organizada pelo MPS;

    3. em caso excepcional, constando-se que a doena no consta da relao do

    MPS, mas resultou de condies especiais em que o trabalho executado

    e com ele se relaciona diretamente. A Previdncia Social, nesse caso, deve

    consider-la acidente de trabalho.

    No sero consideradas como doena do trabalho:

    a) a doena degenerativa;

    b) a inerente ao grupo etrio;

    c) a que no produz incapacidade laborativa;

    d) a doena endmica, salvo comprovao de que resultou de exposio ou

    contato direto, determinado pela natureza do trabalho.

    Equiparam-se ao acidente de trabalho:

    1. O acidente ligado ao trabalho, embora no tenha sido a causa nica, que

    haja contribudo diretamente para a morte, para a perda ou a reduo da

  • 12

    capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija ateno mdica

    para a recuperao.

    2. O acidente sofrido pelo empregado no local e no horrio de trabalho,

    em conseqncia de:

    a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros ou

    companheiro de trabalho;

    b) ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa

    relacionada com o trabalho;

    c) ato de imprudncia, de negligncia ou de impercia de terceiro ou de

    companheiro de trabalho;

    d) ato de pessoa privada do uso da razo;

    e) desabamento, inundao ou incndio e outros casos fortuitos

    decorrentes de fora maior.

    3. A doena proveniente da contaminao acidental do empregado no

    exerccio de sua atividade.

    4. O acidente sofrido, ainda que fora do local e do horrio de trabalho:

    a) na execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade

    da empresa;

    b) na prestao espontnea de qualquer servio empresa, para lhe

    evitar prejuzo ou proporcionar proveito:

    c) em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo, quando

    financiado por esta, dentro de seus planos para melhorar a

    capacitao de mo-de-obra, independentemente do meio de

    locomoo utilizado, inclusive veculo de propriedade do empregado;

    d) no percurso da residncia para o local de trabalho ou deste para

    aquela, qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de

    propriedade do empregado.

    e)

    Ser considerado agravamento de acidente aquele sofrido pelo acidentado

    quando estiver sob a responsabilidade da Reabilitao Profissional.

  • 13

    Obs.: Nos perodos destinados refeio ou ao descanso, ou por ocasio de satisfao de

    outras necessidades fisiolgicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado ser

    considerado a servio da empresa.

    SITUAES EM QUE O EMPREGADO NO EST A SERVIO DA EMPRESA.

    Cabe lembrar que, de acordo com a Norma Brasileira NB 18 o empregado no

    ser considerado a servio da empresa, quando:

    a) fora da rea da empresa, por motivos pessoais, no do interesse do

    empregador ou do seu preposto;

    b) em estacionamento proporcionado pela empresa para seu veculo, no

    estando exercendo qualquer funo do seu emprego;

    c) empenhado em atividades esportivas patrocinadas pela empresa, pelas

    quais no receba qualquer pagamento direta ou indiretamente;

    d) embora residindo em propriedade da empresa, esteja exercendo atividades

    no relacionadas com o seu emprego;

    e) envolvido em luta corporal ou outra disputa sobre assunto no relacionado

    com o seu emprego.

    7. LEGISLAO RELATIVA SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    A Legislao relativa Segurana e Medicina do Trabalho parte integrante da

    Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), constituindo o Captulo V, Ttulo II da

    mesma, sob o ttulo DA SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO.

    Aprovada inicialmente em 1/5/43 pelo Decreto-lei n. 5452, o captulo V da

    CLT foi alterado pela lei 6514 de 22/12/77, publicada no Dirio Oficial da Unio

    (DOU) em 23/12/77.

    Posteriormente em 8/6/78 a Portaria n. 3214 do Ministrio do Trabalho

    aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) do Captulo V da CLT, as quais, so

    constantemente atualizadas.

    Alm das NR e do Captulo V da CLT, foram publicados posteriormente outros

    dispositivos legais pertinentes ao assunto.

  • 14

    Neste caso citamos como exemplos:

    a Lei 7369 de 20/9/85 e o Decreto 93412 de 14/10/86 que instituiu e

    regulamentou o salrio adicional para os empregados do setor de energia

    eltrica em condies de periculosidade;

    a Portaria 3067 de 12/4/88 do Ministrio do Trabalho que aprovou as

    Normas Regulamentadoras Rurais (NRR).

    Periodicamente so editados publicaes contendo as NR atualizadas assim

    como a legislao complementar relativa a matria, podendo ser citadas, entre

    outras, como fontes de consulta:

    o Manual de Legislao Atlas, volume 16 Segurana e Medicina do

    Trabalho (www.atlasnet.com.br);

    Publicaes de assessoria empresarial, as quais periodicamente atualizam

    suas informaes, fornecendo inclusive interpretao e orientao dos

    textos para seus assinantes.

    As NR so tambm disponveis no site do Ministrio do Trabalho

    (www.mte.gov.br)1 2

    Na seqncia so apresentadas as legislaes citadas e seus principais itens.

    7.1 - O CAPTULO V DA CLT DA SEGURANA E MEDICINA DO

    TRABALHO

    Estabelece os dispositivos gerais a serem observados em todos os locais de

    trabalho.

    significativo o Art. 154 da referida Lei, transcrito a seguir:

    Art. 154. A observncia, em todos os locais de trabalho, do dispositivo neste

    Captulo, no desobriga as empresas do cumprimento de outras disposies que,

    com relao matria, sejam includas em cdigos de obras ou regulamentos

    sanitrios dos Estados ou Municpios em que se situem os respectivos

    1 MAPA FISCAL Orientador Trabalhista

    2 IOB Orientador Trabalhista

  • 15

    estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenes coletivas de

    trabalho.

    Seo I Define as competncias dos rgos Governamentais, das

    empresas e dos empregados relativas a segurana e medicina

    do trabalho;

    Seo II - Relaciona aspectos relativos ao funcionamento, embargo e

    interdio de estabelecimentos;

    Seo III - Torna obrigatria s empresas manter servios especializados

    em segurana e medicina do trabalho;

    Seo IV - Estabelece a obrigatoriedade do fornecimento pelas empresas

    de equipamentos de proteo individual (EPI) aos operrios;

    Seo V - Define as medidas preventivas de medicina do trabalho a

    serem observadas pelo empregador;

    Seo VI a XII - Estabelecem as condies a serem observadas nos

    ambientes de trabalho, com relao s edificaes,

    iluminao, conforto trmico, instalaes eltricas,

    movimentao, armazenagem e manuseio de materiais,

    caldeiras, fornos e recipientes sob presso;

    Seo XIII - Define as atividades insalubres e (ou) perigosas, como feita

    sua caracterizao, eliminao, ou neutralizao, assim como

    os valores dos adicionais a serem pagos aos trabalhadores;

    Seo XIV e XV Estabelecem medidas de preveno da fadiga e outras

    medidas especiais de proteo ao trabalhador;

  • 16

    Seo XVI - Define as penalidades decorrentes do no cumprimento do

    disposto no Captulo V da CLT.

    7.2 - AS NORMAS REGULAMENTADOREAS DE SEGURANA E

    MEDICINA DO TRABALHO (NR)

    Regulamentam o Captulo V, Ttulo II da CLT.

    Foram aprovadas pela Portaria 3214 de 8/6/78 do Ministrio do Trabalho,e

    legislao complementar, sendo atualmente (maro 2003) em nmero de trinta, cujo

    contedo bsico apresentado a seguir.

    NR 1 DISPOSIES GERAIS

    Estabelece as competncias relativas s NR no mbito dos rgo governamentais,

    define os principais termos usados nas normas e estabelece as obrigaes gerais do

    empregador e do empregado.

    NR 2 INSPEO PRVIA

    Estabelece os procedimentos a serem seguidos para o incio das atividades de

    qualquer estabelecimento visando obter junto ao rgo Regional do MTb a

    aprovao de suas instalaes e do Certificado de Aprovao de Instalaes.

    NR 3 EMBARGO OU INTERDIO

    Estabelece as condies em que pode ocorrer interdio de um estabelecimento,

    setor de servio, mquina ou equipamento ou embargo de uma obras em funo da

    existncia de risco grave e iminente para o trabalhador.

    NR 4 SERVIOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANA

    E EM MEDICINA DO TRABALHO (SESMT)

    Define as empresas que devero manter SESMT, e estabelece que o

    dimensionamento deste servio vincula-se gradao do risco da atividade

    principal e ao nmero total de empregados do estabelecimento;

  • 17

    apresenta o quadro de Classificao Nacional de Atividades Econmicas e seu

    correspondente grau de risco;

    estabelece os requisitos a serem observados pelos profissionais que venham a

    ocupar os cargos de mdico do trabalho, engenheiro de segurana do trabalho,

    enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho e tcnico de

    segurana do trabalho;

    relaciona as competncias dos profissionais integrantes do SESMT;

    define o nmero de profissionais que ir constituir o SESMT e a jornada mnima

    de trabalho dos mesmos, atravs do relacionamento entre o grau de risco do

    estabelecimento e o nmero de operrios.

    NR 5 COMISSO INTERNA DE PREVENO DE ACIDENTES (CIPA)

    Estabelece a obrigatoriedade da constituio da CIPA nas empresas, seus objetivos,

    como deve ser constituda, suas obrigaes junto ao MTb, as atribuies, deveres e

    direitos de seus componentes e as obrigaes dos empregados e do empregador

    relativas a seu funcionamento.

    NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)

    Define o que so EPI;

    estabelece as obrigaes do empregador quanto aos fornecimento gratuito dos

    EPI, treinamento dos funcionrios para o uso dos mesmos, a responsabilidade

    de tornar obrigatrio seu uso e d outras disposies;

    estabelece as obrigaes dos empregados relativas ao uso dos EPI;

    define as obrigaes do fabricante e do importador de EPI;

    estabelece que todo EPI deve possuir Certificado de Aprovao(CA) fornecido

    pelo MTb e d outras disposies relativas ao assunto.

    NR 7 PROGRAMA DE CONTROLE MDICO DE SADE OCUPACIONAL

    (PCMSO)

  • 18

    Estabelece a obrigatoriedade por parte dos empregadores em elaborar e

    implementar PCMSO, assim como o acompanhamento do programa;

    define as diretrizes e responsabilidades do empregador e do mdico

    coordenador relativas ao PCMSO;

    estabelece a realizao obrigatria de exames mdicos nos operrios, sua

    freqncia, a necessidade da realizao de exames complementares e d outras

    disposies;

    torna obrigatria a emisso de Atestado de sade Ocupacional (ASO), seu

    contedo mnimo e o direito do trabalhador em receber uma via do mesmo;

    estabelece a obrigao dos estabelecimentos em possurem materiais para

    prestao de primeiros socorros.

    NR 8 EDIFICAES

    Estabelece os requisitos tcnicos mnimos que devem ser observados nas

    edificaes para garantir o conforto aos que nelas trabalham.

    NR 9 PROGRAMA DE PREVENO DE RISCOS AMBIENTAIS(PPRA)

    Estabelece a obrigatoriedade do empregador de elaborar e implementar o PPRA

    visando a preservao da sade e da integridade dos trabalhadores atravs da

    antecipao, reconhecimento, avaliao e conseqente controle da ocorrncia

    de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de

    trabalho, tendo em considerao o meio ambiente e os recursos naturais;

    define os responsveis pela elaborao do PPRA a forma como devem ser

    levadas a efeito as aes, os parmetros mnimos a serem observados em sua

    elaborao, sua estrutura e forma de acompanhamento e registro de dados e d

    outras disposies.

    NR 10 INSTALAES E SERVIOS EM ELETRICIDADE

    Fixa as condies mnimas exigveis para garantir a segurana dos empregados

    que tenham em instalaes eltricas em suas diversas etapas, incluindo o

    projeto, execuo, operao, manuteno, reforma e ampliao e ainda a

    segurana de usurios e terceiros;

  • 19

    estabelece as condies mnimas que qualificam os trabalhadores que atuam

    em redes eltricas e d outras disposies.

    NR 11 TRANSPORTE, MOVIMENTAO, ARMAZENAMENTO E MANUSEIO

    DE MATERIAIS

    Define as normas de segurana para operao de elevadores, guindastes,

    transportadores industriais e mquinas transportadoras;

    estabelece as normas de segurana para a atividades de transporte de sacas e

    de armazenamento de materiais.

    NR 12 MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    estabelece as condies a serem observadas nas instalaes e reas de

    trabalho;

    define as normas de segurana das mquinas e equipamentos, assim como sua

    manuteno e operao;

    estabelece critrios a serem observados na fabricao, importao, venda e

    locao de mquinas e equipamentos.

    NR 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO

    Estabelece as normas de segurana relativas a instalao, documentao,

    funcionamento, manuteno, inspeo e habilitao de pessoal para operao de

    caldeiras e vasos sob presso e da outras disposies relativas ao assunto.

    NR 14 FORNOS

    Estabelece os requisitos necessrios para a construo e funcionamento de fornos.

    NR 15 ATIVIDADES E OPRAES INSALUBRES

    Define Limites de Tolerncia e as atividades e operaes consideradas insalubres

    e sua graduao (graus de insalubridade), que so relacionadas em 14 (quatorze)

    anexos referida norma que so os seguintes:

    Anexo 1 - Limites de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente;

    Anexo 2 - Limites de tolerncia para rudos de impacto;

    Anexo 3 - Limites de tolerncia para exposio ao calor;

  • 20

    Anexo 4 - Foi revogado (referia-se a iluminao dos locais de trabalho);

    Anexo 5 - Limite de tolerncia para radiaes ionizantes;

    Anexo 6 - Trabalhos sob condies hiperbricas;

    Anexo 7 - Radiaes no ionizantes;

    Anexo 8 - Vibraes

    Anexo 9 - Frio ;

    Anexo 10 - Umidade;

    Anexo 11 - Agentes qumicos cuja insalubridade caracterizada por limite de

    tolerncia e inspeo no local de trabalho;

    Anexo 12 - Limites de tolerncia para poeiras minerais (arbestos, mangans e

    seus compostos e slica livre cristalizada);

    Anexo 13 - Agentes qumicos;

    Anexo 14 - Agentes biolgicos.

    NR 16 ATIVIDADES E OPERAES PERIGOSAS

    Estabelece as atividades e operaes perigosas assim como as reas de risco para

    fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores, as quais esto

    relacionadas nos anexos referida norma que so:

    Anexo 1 - Atividades e operaes perigosas com explosivos;

    Anexo 2 - Atividades e operaes perigosas com inflamveis;

    Anexo acrescentando pela Port. 3393 de 17/12/87 - atividades e

    operaes perigosas com radiaes ionizantes ou

    substncias radioativas.

    Observao

    Alm das situaes previstas na NR-16 tero tambm direito ao adicional de

    periculosidade os operrios do setor de energia eltrica nas situaes previstas no

    Decreto 93412 de 14/10/86 que regulamentou a Lei 7369 de 20/9/85.

    NR 17 ERGONOMIA

    Estabelece os parmetros que permitem a adaptao das condies de trabalho s

    caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores incluindo:

  • 21

    O levantamento, transporte e descarga individual de materiais;

    Mobilirio dos postos de trabalho;

    Equipamentos dos postos de trabalho;

    Condies ambientais de trabalho;

    Organizao do trabalho.

    NR 18 - CONDIES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDSTRIA

    DA CONSTRUO

    Estabelece as diretrizes de ordem administrativa e de planejamento de organizao

    que objetivam a implementao de medidas de controle e sistemas preventivos de

    segurana nos processos, nas condies, e no meio ambiente de trabalho na

    indstria de construo.

    NR 19 - EXPLOSIVOS

    Define e classifica os explosivos assim como as normas de segurana para

    o manuseio e transporte destes produtos;

    Estabelece os requisitos para a construo de depsitos de explosivos;

    Define os perodos para inspeo dos explosivos de forma a verificar sua

    condio de uso.

    NR 20 - LQUIDOS COMBUSTVEIS E INFLAMVEIS

    Define e classifica lquidos combustveis e inflamveis;

    Estabelece normas de segurana para a armazenagem destes produtos

    inclusive para os gases liquefeitos.

    NR 21 - TRABALHO A CU ABERTO

    Estabelece as medidas de proteo para trabalhos realizados a cu aberto,

    incluindo as condies de moradia do trabalhador e de sua famlia que

    residirem no local de trabalho;

    define as normas de segurana do trabalho no servio de explorao de

    pedreiras.

  • 22

    NR 22 - TRABALHOS SUBTERRNEOS

    Estabelece as normas gerais de segurana para o trabalho em minas.

    NR 23 - PROTEO CONTRA INCNDIOS

    Define as necessidades bsicas que as empresas devem possuir para

    proteo contra incndios e as atitudes a serem tomadas no combate a

    incndios;

    define as classes de fogo;

    estabelece normas relativas a extino de incndios por meio de gua;

    normatiza o uso de extintores de incndio e estabelece critrios relativos

    aos extintores portteis;

    indica os extintores recomendados s diversas classes de fogo, como deve ser

    feita a inspeo destes equipamentos, o nmero de extintores e sua distribuio nos

    ambientes de trabalho, a localizao e sinalizao dos extintores e as situaes em

    que h necessidade de serem instalados sistemas de alarmes para incndios.

    NR 24 - CONDIES SANITRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE

    TRABALHO

    Estabelece os critrios a serem observados nos locais de trabalho relativos s

    instalaes sanitrias, vestirios, refeitrios (incluindo condies de higiene e

    conforto por ocasio das refeies), cozinhas, alojamento e d outros dispositivos

    pertinentes matria.

    NR 25 - RESDUOS INDUSTRIAIS

    Estabelece critrios para a eliminao de resduos industriais slidos, lquidos e

    gasosos no ambiente.

    NR 26 - SINALIZAO DE SEGURANA

    Fixa as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para preveno de

    acidentes, identificando os equipamentos de segurana, delimitando reas,

    identificando as canalizaes empregadas nas industrias para a conduo de fludos

    (lquidos e gases), e advertindo contra riscos.

  • 23

    NR 27 REGISTRO PROFISSIONAL DO TCNICO DE SEGURANA DO

    TRABALHO NO MINISTRIO DO TRABALHO E PREVIDNCIA SOCIAL

    Fixa os critrios para o exerccio da profisso de "Tcnico de Segurana do

    Trabalho" e d outras disposies relativas ao registro destes profissionais na

    secretaria de Segurana e Medicina do Trabalho.

    NR 28 - FISCALIZAO E PENALIDADES

    Define os critrios relativos a fiscalizao do cumprimento das disposies legais

    e(ou) regulamentares sobre segurana e sade do trabalhador, incluindo os

    processos resultantes da ao fiscalizadora, o embargo ou interdio de locais

    de trabalho, mquinas ou equipamentos;

    Estabelece a graduao das multas, em UFIR, referentes aos preceitos legais e

    (ou) regulamentares sobre segurana e sade do trabalhador.

    NR 29 - SEGURANA E SADE NO TRABALHO PORTURIO

    Refere-se as condies de segurana dos trabalhadores porturios.

    NR-30 SEGURANA E SADE NO TRABALHO AQUAVIRIO

    Regulamenta as condies de segurana e sade dos trabalhadores aquavirios.

    NR 31 - SEGURANA E SADE NO TRABALHO NA AGRICULTURA,

    SILVICULTURA, EXPLLORAO FLORESTAL E AQUICULTURA .

    NR-32 SEGURANA E SADE NO TRABALHO EM SERVIOS DE SADE

    Regulamenta as diretrizes bsicas para a implementao de medidas de proteo e

    segurana e sade dos trabalhadores dos servios de sade bem como daqueles

    que exercem atividades de promoo e assistncia a sade em geral.

    NR-33 SEGURANA EM TRABALHOS EM ESPAOS CONFINADOS

    7.3 - LEGISLAO COMPLEMENTAR

  • 24

    Desde sua divulgao em 8/6/78 a Portaria 3214 as Normas

    Regulamentadoras (NR), vem sendo sistematicamente atualizadas atravs de

    legislao complementar. Estas alteraes passam a constar do texto das

    edificaes das NR feitas aps a publicao destes instrumentos legais, razo pela

    qual recomenda-se sempre verificar a data do fechamento da edio da literatura

    em uso, bem como evitar a utilizao de edies cujo contedo possa estar

    superado.

    Alm das NR, so publicados sistematicamente outros preceitos legais

    relativos a segurana e medicina do trabalho, os quais fazem parte da literatura

    especializada no assunto.

    Entre os textos publicados posteriormente s NR e que no passaram a fazer

    parte das mesmas citamos aqueles que promulgam as Convenes da Organizao

    Internacional do Trabalho e aqueles a seguir relacionados:

    a) Port. 3067, de 12/4/88 aprova as Normas Regulamentadoras Rurais (NRR);

    b) Instruo Normativa 001, de 17/5/83 - Disciplina o mecanismo de

    funcionamento da Declarao de Instalao da empresa;

    c) Port. 08, de 07/03/85 - Institui modelo do Termo de Notificao a ser

    utilizado pelos Agentes de Inspeo do Trabalho na fiscalizao de

    Segurana e Medicina do Trabalho;

    d) Lei 7369, de 20/9/85 e Decreto 9314 de 14/10/86 - Institui e regulamenta o

    adicional de periculosidade para empregados no setor de energia eltrica;

    e) Prot. 3275 de 21/09/89 - Define que os valores das multas previstas na NR

    28 passaro a vigorar com os valores convertidos em BTN;

    f) Port. 3 de 20/2/92 - Classifica os "cremes protetores" como EPI;

    g) Resoluo n. 359 de 3137/91 - CONFEA - Dispe sobre o exerccio

    profissional, o registro e as atividades de Engenheiro de Segurana do

    Trabalho, e d outras providncias.

    h) Port. 865, de 14/09/95 - Estabelece critrios de fiscalizao de condies de

    trabalho constantes de convenes ou acordos coletivos de trabalho.

    i) Port. n 20 de 13/09/01 Dispe sobre os locais e servios considerados

    perigosos ou insalubres para menores de 18 anos.

  • 25

    8. LEGISLAO PREVIDENCIRIA

    Em outubro de 2003 o Instituto Nacional de Previdncia Social (INSS) publicou a

    Instruo Normativa n95, que estabeleceu critrios a serem adotados pelas reas

    de Benefcios e de Receita Previdenciria. Na referida Instruo est definida a

    obrigao das empresas emitirem o Perfil Profissiogrfico Previdencirio,

    documento este que reune, entre outras informaes, registros das condies

    ambientais em que laborou o empregado quando de seu contrato com a empresa.

    O Art 178, em seu item VII h estabelece:

    3 O LTCAT (Levantamento Tcnico das Condies do Ambiente de Trabalho),

    dever ser assinado por engenheiro de segurana do trabalho, com o

    respectivo nmero de Anotao de responsabilidade Tcnica (ART) junto ao

    Conselho regional de engenharia e Arquitetura (CREA) ou por mdico do

    trabalho, indicando os registros profissionais de ambos.

    A obrigatoriedade da emisso do PPP veio a ampliar ainda mais a rea de

    atuao dos engenheiros de segurana do trabalho.

    O Acidente : Conceitos, Causas e Preveno

    1. - Definies :

    1.1. - Acidente

    A Legislao Brasileira define acidente do trabalho como todo

    aquele decorrente do exerccio do trabalho, e que provoca, direta ou indiretamente,

    leso, perturbao funcional ou doena.

    Do ponto de vista prevencionista essa definio no satisfatria,

    pois o acidente definido em funo de suas consequncias sobre o homem, ou

    seja, perturbaes ou leses.

    Visando a sua preveno, o acidente, que interfere na produo,

    deve ser definido como "qualquer ocorrncia que interfere no andamento

  • 26

    normal do trabalho", pois alm do homem, podem ser envolvidos nos acidentes

    outros fatores de produo, como mquinas, ferramentas, equipamentos e tempo.

    Existe uma diferena fundamental entre as duas definies : na definio

    legal, o legislador se interessou em definir o acidente com a finalidade de proteger o

    trabalhador acidentado, atravs de uma compensao financeira, garantindo-lhe a

    indenizao. Conforme essa definio, o acidente s ocorre se dele resultar um

    ferimento, mas devemos lembrar que o ferimento apenas uma das consequncias

    do acidente. A definio tcnica nos alerta que o acidente pode ocorrer sem

    provocar leses. A experincia demonstra que, para cada grupo de 330 acidentes

    de um mesmo tipo, 300 vezes no ocorre leso nos trabalhadores, enquanto que em

    apenas 30 casos resultam danos integridade fsica do homem. Em todos os

    casos porm, haver prejuzo produo. Sob o aspecto de proteo ao homem,

    todos os acidentes (com ou sem leso) so importantes, em virtude de no se poder

    prever quando um acidente vai resultar, ou no, em leso ao trabalhador. Portanto

    devemos procurar evitar todo e qualquer acidente.

    1.2. - risco

    Toda pessoa est sujeita pelo menos a trs tipos de riscos :

    Risco genrico - a que se expem todos os homens;

    Risco especfico - a que se expem os trabalhadores de uma

    profisso;

    Risco genrico agravado : rico pelas condies de trabalho.

    Por exemplo, a possibilidade de acidentes de trnsito na viagem de ida

    e volta de casa para o trabalho se constitui num risco genrico. Os acidentes com a

    mquina de trabalho decorrem de um risco especfico. O pedreiro de uma obra, que

    passa sob o sol est sujeito a um risco genrico, que pode ser agravado no vero, e

    sofre os efeitos da insolao.

  • 27

    1.3. - Causa do acidente

    Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente qualquer fator

    que, se removido a tempo teria evitado o acidente.

    Os acidentes

    no so inevitveis,

    no surgem por acaso,

    so causados,

    so possveis de preveno,

    eliminando suas causas.

    1.4. - Fatores de Acidentes

    H cinco informaes importantes em todos os casos de acidentes.

    So os chamados fatores de acidentes : o agente da leso, a condio insegura, o

    tipo de acidente, o ato inseguro e o fator pessoal inseguro.

    1.5. - Agente da leso

    O agente da leso aquilo que, em contato com a pessoa determina a

    leso. pode ser por exemplo um dos muitos materiais com caractersticas

    agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma mquina. Um cido ou produto

    qumico, ou a corrente eltrica, ou um canivete, so agentes de leso.

    1.6. - Condio insegura

    Condio insegura de um local de trabalho so falhas fsicas que

    comprometem a segurana do trabalhador. responsvel por 18 % dos acidentes.

    Exemplos :

    Proteo mecnica inadequada;

    Condio defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante,

    escorregadio, corrodo, fraturado, de qualidade inferior, etc.), escadas,

    pisos, tubulaes;

    Projeto ou construes inseguros;

  • 28

    Processos, operaes ou disposies perigosos

    (empilhamento, armazenagem, passagens obstrudas,

    sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria,

    etc.)

    Iluminao inadequada;

    Ventilao inadequada ou incorreta.

    1.7. - Ato inseguro

    Ato inseguro a maneira pela qual o trabalhador se expe, consciente

    ou inconscientemente a riscos de acidentes. o comportamento que leva ao

    acidente. Segundo as estatsticas, 80 % do total dos acidentes do trabalho so

    oriundos do prprio trabalhador. Portanto, os atos inseguros no trabalho provocam a

    grande maioria dos acidentes. Exemplos : o uso de ferramentas inadequadas por

    estarem mais prximas, ou a limpeza de mquinas em movimento por preguia de

    deslig-las, ou a operao sem um equipamento de proteo.

    1.8. - Tipo de acidente

    a maneira como as pessoas sofrem a leso, ou como se d o contato

    entre a pessoa e o agente lesivo. So classificados como :

    Batida contra ... : a pessoa bate o corpo ou parte do corpo

    contra obstculos. Isto ocorre com mais frequncia nos movimento bruscos,

    descoordenados ou imprevistos, quando predomina o ato inseguro ou, mesmo nos

    movimentos normais, quando h condies inseguras, tais como coisas fora do

    lugar, m arrumao, pouco espao etc.

    Batida por ... : nestes casos a pessoa no bate contra, mas

    sofre batidas de objetos, peas, etc. A pessoa pode encontrar-se em lugar

    inadequado, ou no estar usando equipamento de proteo.

    Queda de objetos : so os casos em que a pessoa atingida

    por objetos que caem.

  • 29

    Quedas da pessoa : a pessoa cai por escorregar, por

    tropear, por desequilibrar, pela quebra de escadas ou andaimes, ou de um piso

    superior para outro inferior por abuso do risco que sabe existir.

    Prensagem entre ... : a pessoa tem uma parte do corpo

    prensada entre um objeto fixo e um mvel, ou entre dois objetos mveis. Decorre

    devido ao ato inseguro.

    Esforo excessivo ou "mau jeito" : nesses casos a pessoa no

    atingida por determinado agente lesivo; leses com distenso lombar, leses na

    espinha, etc. decorrem da m posio do corpo, do movimento brusco em ms

    condies, ou do super esforo empregado.

    Exposio temperaturas extremas : so os casos em que a

    pessoa se expe temperaturas muito altas ou baixas, sofrendo as consequncias

    de alguma leso ou mesmo de uma doena ocupacional.

    Contato com produtos qumicos agressivos : a pessoa sofre

    leso pela aspirao, ingesto ou contato de produtos qumicos. Incluem-se

    tambm os contatos com produtos que apenas casam efeitos alrgicos.

    Contato com eletricidade : so as leses que podem ser

    provocadas por contato direto com fios ou outros pontos carregados de energia

    eltrica. So normalmente acidentes graves.

    1.9. - Fator pessoal inseguro

    a caracterstica mental ou fsica que ocasiona o ato inseguro. So fatores

    pessoais predominantes : atitude imprpria (desrespeito s instrues, m

    interpretao das normas, nervosismo, excesso de confiana), falta de

    conhecimento das prticas seguras, e incapacidade fsica para o trabalho.

    2. - TEORIA DE HEINRICH

    O acidente, e consequentemente a leso, so causados por alguma coisa

    anterior que o provocou.

  • 30

    Todo acidente causado, ele nunca, simplesmente, acontece.

    causado porque o homem no se encontra devidamente preparado e

    comete atos inseguros, ou ento existem condies inseguras que comprometem a

    segurana do trabalhador.

    Portanto, os atos inseguros e as condies inseguras constituem o fator

    principal na causa dos acidentes.

    Heinrich imaginou demonstrar a ocorrncia de leses com o auxlio de 5

    pedras de domins que representam : a personalidade, as falhas humanas, as

    causas dos acidentes, o acidente, e as leses.

    Personalidade : o conjunto de caractersticas positivas e

    negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a sua personalidade. Essas

    caractersticas (irresponsabilidade, irascibilidade, temeridade, teimosia) podem se

    constituir em razes prximas para a prtica de atos inseguros.

    Falhas humanas : devido a sua personalidade, o homem pode

    cometer falhas no exerccio do trabalho, do que resultaro as causas dos acidentes.

    Acidente : a consequncia dos atos inseguros ou condies

    inseguras.

    Leso : a consequncia do acidente, embora nem sempre os

    acidentes provoquem leses.

    Considerando-se que impraticvel modificar radicalmente a personalidade

    de todos os que trabalham, de tal forma a evitar as falhas humanas, deve-se

    procurar eliminar as causas dos acidentes.

    Eliminadas as causas de acidentes, todos os trabalhadores continuaro cada

    um com a sua personalidade, de que resultaro em falhas no comportamento no

    trabalho, mas o acidente e as leses no tero lugar.

    A eliminao das causas de acidentes deve visar :

    a eliminao da prtica de atos inseguros : atravs de seleo

    profissional e exames mdicos adequados e posteriormente atravs da educao e

    treinamento;

    a eliminao das condies inseguras : atravs de medidas de

    engenharia que garantam a remoo das condies de insegurana no trabalho.

    Devemos lembrar da "regra EDE" de segurana do trabalho:

  • 31

    Engenharia medidas de ordem tcnica;

    Disciplina os mtodos de trabalho seguro devem ser observados;

    Educao ensino de segurana a todo o pessoal.

    Profissionais da rea de Segurana do

    Trabalho e Suas Funes

    O quadro de Segurana do Trabalho de uma empresa compe-se de uma

    equipe multidisciplinar composta por Tcnico de Segurana do Trabalho, Engenheiro

    de Segurana do Trabalho, Mdico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar

    de Enfermagem do Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de

    SESMT - Servio Especializado em Engenharia de Segurana e Medicina do

    Trabalho.

    Engenheiro de Segurana do Trabalho

    Assessora empresas industriais e de outro gnero em assuntos relativos

    segurana e higiene do trabalho, examinando locais e condies de trabalho,

    instalaes em geral e material, mtodos e processos de fabricao adotados

    pelo trabalhador, para determinar as necessidades dessas empresas no

    campo da preveno de acidentes;

    Inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gnero, verificando

    se existem riscos de incndios, desmoronamentos ou outros perigos, para

    fornecer indicaes quanto s precaues a serem tomadas;

    Promove a aplicao de dispositivos especiais de segurana, como culos de

    proteo, cintos de segurana, vesturio especial, mscara e outros,

    determinando aspectos tcnicos funcionais e demais caractersticas, para

    prevenir ou diminuir a possibilidade de acidentes;

  • 32

    Adapta os recursos tcnicos e humanos, estudando a adequao da mquina

    ao homem e do homem mquina, para proporcionar maior segurana ao

    trabalhador;

    Executa campanhas educativas sobre preveno de acidentes, organizando

    palestras e divulgaes nos meios de comunicao, distribuindo publicaes

    e outro material informativo, para conscientizar os trabalhadores e o pblico,

    em geral;

    Estuda as ocupaes encontradas num estabelecimento fabril, comercial ou

    de outro gnero, analisando suas caractersticas, para avaliar a insalubridade

    ou periculosidade de tarefas ou operaes ligadas execuo do trabalho;

    Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenas profissionais,

    consultando tcnicos de diversos campos, bibliografia especializada, visitando

    fbricas e outros estabelecimentos, para determinar as causas desses

    acidentes e elaborar recomendaes de segurana.

    Tcnico de Segurana do Trabalho

    Inspeciona locais, instalaes e equipamentos da empresa, observando as

    condies de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes;

    estabelece normas e dispositivos de segurana, sugerindo eventuais

    modificaes nos equipamentos e instalaes e verificando sua observncia,

    para prevenir acidentes;

    Inspeciona os postos de combate a incndios, examinando as mangueiras,

    hidrantes, extintores e equipamentos de proteo contra incndios, para

    certificar-se de suas perfeitas condies de funcionamento;

    Comunica os resultados de suas inspees, elaborando relatrios, para

    propor a reparao ou renovao do equipamento de extino de incndios e

    outras medidas de segurana;

    Investiga acidentes ocorridos, examinando as condies da ocorrncia, para

    identificar suas causas e propor as providncias cabveis;

    Mantm contatos com os servios mdico e social da empresa ou de outra

    instituio, utilizando os meios de comunicao oficiais, para facilitar o

    atendimento necessrio aos acidentados;

  • 33

    Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulrios prprios e

    elaborando estatsticas de acidentes, para obter subsdios destinados

    melhoria das medidas de segurana;

    Instrui os funcionrios da empresa sobre normas de segurana, combate a

    incndios e demais medidas de preveno de acidentes, ministrando

    palestras e treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de

    emergncia;

    Coordena a publicao de matria sobre segurana no trabalho, preparando

    instrues e orientando a confeco de cartazes e avisos, para divulgar e

    desenvolver hbitos de preveno de acidentes;

    Participa de reunies sobre segurana no trabalho, fornecendo dados

    relativos ao assunto, apresentando sugestes e analisando a viabilidade de

    medidas de segurana propostas, para aperfeioar o sistema existente.

    Mdico do Trabalho

    Executa exames peridicos de todos os empregados ou em especial

    daqueles expostos a maior risco de acidentes do trabalho ou de doenas

    profissionais, fazendo o exame clnico e/ou interpretando os resultados de

    exames complementares, para controlar as condies de sade dos mesmos

    a assegurar a continuidade operacional e a produtividade;

    Executa exames mdicos especiais em trabalhadores do sexo feminino,

    menores, idosos ou portadores de subnormalidades, fazendo anamnese,

    exame clnico e/ou interpretando os resultados de exames complementares,

    para detectar provveis danos sade em decorrncia do trabalho que

    executam e instruir a administrao da empresa para possveis mudanas de

    atividades;

    Faz tratamento de urgncia em casos de acidentes de trabalho ou alteraes

    agudas da sade, orientando e/ou executando a teraputica adequada, para

    prevenir consequncias mais graves ao trabalhador;

    Avalia, juntamente com outros profissionais, condies de insegurana,

    visitando periodicamente os locais de trabalho, para sugerir direo da

    empresa medidas destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes;

  • 34

    Participa, juntamente com outros profissionais, da elaborao e execuo de

    programas de proteo sade dos trabalhadores, analisando em conjunto

    os riscos, as condies de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e

    outros, para obter a reduo de absentesmo e a renovao da mo-de-obra;

    Participa do planejamento e execuo dos programas de treinamento das

    equipes de atendimento de emergncias, avaliando as necessidades e

    ministrando aulas, para capacitar o pessoal incumbido de prestar primeiros

    socorros em casos de acidentes graves e catstrofes;

    Participa de inquritos sanitrios, levantamentos de doenas profissionais,

    leses traumticas e estudos epidemiolgicos, elaborando e/ou preenchendo

    formulrios prprios e estudando os dados estatsticos, para estabelecer

    medidas destinadas a reduzir a morbidade e mortalidade decorrentes de

    acidentes do trabalho, doenas profissionais e doenas de natureza no-

    ocupacional;

    Participa de atividades de preveno de acidentes, comparecendo a reunies

    e assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrncias de

    acidentes do trabalho;

    Participa dos programas de vacinao, orientando a seleo da populao

    trabalhadora e o tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir molstias

    transmissveis;

    Participa de estudos das atividades realizadas pela empresa, analisando as

    exigncias psicossomticas de cada atividade, para elaborao das anlises

    profissiogrficas;

    Procede aos exames mdicos destinados seleo ou orientao de

    candidatos a emprego em ocupaes definidas, baseando-se nas exigncias

    psicossomticas das mesmas, para possibilitar o aproveitamento dos mais

    aptos;

    Participa da inspeo das instalaes destinadas ao bem-estar dos

    trabalhadores, visitando, juntamente com o nutricionista, em geral (0-68.10), e

    o enfermeiro de higiene do trabalho (0-71.40) e/ou outros profissionais

    indicados, o restaurante, a cozinha, a creche e as instalaes sanitrias, para

    observar as condies de higiene e orientar a correo das possveis falhas

    existentes. Pode participar do planejamento, instalao e funcionamento dos

  • 35

    servios mdicos da empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre acidentes

    do trabalho, doenas profissionais e condies de insalubridade. Pode

    participar de reunies de rgos comunitrios governamentais ou privados,

    interessados na sade e bem-estar dos trabalhadores. Pode participar de

    congressos mdicos ou de preveno de acidentes e divulgar pesquisas

    sobre sade ocupacional.

    Enfermeiro do Trabalho

    Estuda as condies de segurana e periculosidade da empresa, efetuando

    observaes nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar

    as necessidades no campo da segurana, higiene e melhoria do trabalho;

    Elabora e executa planos e programas de proteo sade dos empregados,

    participando de grupos que realizam inquritos sanitrios, estudam as causas

    de absentesmo, fazem levantamentos de doenas profissionais e leses

    traumticas, procedem a estudos epidemiolgicos, coletam dados estatsticos

    de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possveis

    relaes com as atividades funcionais, para obter a continuidade operacional

    e aumento da produtividade;

    Executa e avalia programas de prevenes de acidentes e de doenas

    profissionais ou no-profissionais, fazendo anlise da fadiga, dos fatores de

    insalubridade, dos riscos e das condies de trabalho do menor e da mulher,

    para propiciar a preservao de integridade fsica e mental do trabalhador;

    Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou

    doena, fazendo curativos ou imobilizaes especiais, administrando

    medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento

    mdico adequado, para atenuar consequncias e proporcionar apoio e

    conforto ao paciente;

    Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistncia de

    enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento

    ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando

    medicamentos prescritos, curativos, instalaes e teses, coletando material

    para exame laboratorial, vacinaes e outros tratamentos, para reduzir o

    absentesmo profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da

    empresa, provendo pessoal e material necessrios, treinando e

  • 36

    supervisionando auxiliares de enfermagem do trabalho, atendentes e outros,

    para promover o atendimento adequado s necessidades de sade do

    trabalhador;

    Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material

    adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidncia de acidentes;

    Planeja e executa programas de educao sanitria, divulgando

    conhecimentos e estimulando a aquisio de hbitos sadios, para prevenir

    doenas profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar

    informes para subsdios processuais nos pedidos de indenizao e orientar

    em problemas de preveno de doenas profissionais.

    Auxiliar de Enfermagem do Trabalho

    Desempenha tarefas similares s que realiza o auxiliar de enfermagem, em

    geral, porm atuam em dependncias de fbricas, indstrias ou outros

    estabelecimentos que justifiquem sua presena.

    Prestar assistncia ao paciente;

    Prestar assistncia de enfermagem integral em todos os nveis de

    atendimento a sade tendo como bases a fundamentao tcnico-cientfica

    especfica em Enfermagem;

    Desenvolve competncias e habilidades necessrias para a assistncia de

    enfermagem especializada ao trabalhador dentro de seu mbito de atuao;

    HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO

    1.1 Conceito de higiene do trabalho

    a cincia e a arte dedicada antecipao, reconhecimento, avaliao e

    controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que

    podem causar enfermidades, prejuzos para a sade ou bem-estar dos

    trabalhadores, tambm tendo em vista o possvel impacto nas comunidades vizinhas

    e no meio ambiente em geral.

  • 37

    1.2 Objetivos da higiene do trabalho

    Os objetivos de um programa de higiene do trabalho consistem em reconhecer,

    avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de trabalho.

    a) Reconhecimento Esta etapa baseia-se no reconhecimento dos agentes

    ambientais que afetam a sade dos trabalhadores, o que implica o

    conhecimento profundo dos produtos envolvidos no processo, mtodos de

    trabalho, fluxo do processo, layout das instalaes, numero de trabalhadores

    expostos, etc. Esta etapa compreende tambm o planejamento da

    abordagem do ambiente a ser estudado, seleo dos mtodos de coleta, bem

    como dos equipamentos de avaliao.

    b) Avaliao Trata-se de fase em que se realiza a avaliao quantitativa ou

    qualitativa dos agentes fsicos, qumicos e biolgicos existentes nos postos

    de trabalho a serem avaliados. Exigem-se conhecimentos de avaliao,

    baseados na calibrao dos equipamentos, tempo de coleta, tipo de anlise

    qumica a ser feita.

    Esta etapa abrange dois ramos de higiene do trabalho, quais sejam:

    1. Higiene de campo: a encarregada de realizar o estudo da situao

    higinica do ambiente de trabalho (anlise de postos de trabalho, deteno

    de contaminantes e tempo para estudar e recomendar medidas de controle

    para reduzir a intensidade dos agentes a nveis aceitveis).

    2. Higiene analtica: realiza as anlises qumicas das amostras coletadas,

    clculo e interpretaes dos dados levantados no campo. Assim, por

    exemplo, uma amostra de poeira coletadas dever ser analisada no

    laboratrio por difratometria de raios x, para determinao de slica livre e

    cristalizada.

    c) O controle funda-se na adoo de medidas relativas ao ambiente e ao

    homem:

  • 38

    1. Medidas relativas ao ambiente: So medidas aplicadas na fonte ou

    trajetria, tais como substituio do produto txico, isolamento das partes

    poluentes, ventilao local exaustora, ventilao geral diludora, limpeza dos

    locais de trabalho etc.

    2. Medidas relativas ao homem: Compreendem, dentre outras, a limitao do

    tempo de exposio, equipamentos de proteo individual (EPI), educao e

    treinamento, exames mdicos (pr-admissional, peridico e demissional).

    RISCOS AMBIENTAIS

    Os riscos ambientais incluem-se nas condies inseguras e constituem um

    captulo importante no estudo das medidas preventivas de acidentes e doenas do

    trabalho.

    Consideram-se riscos ambientais os agentes fsicos, qumicos e biolgicos

    existentes nos ambientes de trabalho capazes de causar danos sade do

    trabalhador em funo de sua natureza, concentrao ou intensidade e tempo de

    exposio.

    Agentes Fsicos

    So as temperaturas excessivamente altas ou baixas, rudos, vibraes,

    presses muito baixas ou muito altas, radiaes, iluminao, umidade, causadores

    de danos ou incmodos ao ser humano.

    Rudo

    O corpo humano comea a reagir ao rudo a partir de 70 dB, podendo ocorrer

    alteraes fsicas, mentais e emocionais.

    Efeitos no trabalho:

    Problemas na comunicao

    Baixa concentrao

    Desconforto

    Cansao

    Nervosismo

  • 39

    Baixo rendimento

    Acidentes

    Efeitos ao organismo

    Estreitamento dos vasos sanguneos

    Aumento da presso sangunea

    Contrao dos msculos

    Ansiedade e tenso

    Insnia

    Zumbidos no ouvido

    O grande problema do rudo que os seus efeitos no so imediatos, ou seja,

    a perda de audio ocorre aos poucos e vai aumentando com o passar do

    tempo. A esta altura, no existe cura ou tratamento, pois a situao irreversvel.

    Efeitos audio

    Trauma acstico: a perda auditiva repentina causada por rudos de

    impactos como exploses.

    Perdas auditivas temporrias: ocorre aps exposio a rudo intenso, mesmo

    por curto perodo de tempo. A audio volta ao normal aps algum tempo.

    Perdas auditivas permanentes: ocorre pela exposio repetida, durante

    longos perodos, a rudos de alta intensidade. irreversvel, pois destri as

    clulas auditivas.

    Sinais de Perda Auditiva

    Zumbidos ou sons estranhos no ouvido. So notados, geralmente, depois do

    perodo de trabalho, em ambientes silenciosos ou ao dormir.

    Incapacidade de ouvir sons baixos ou de alta frequncia.

    Dificuldade em ouvir e entender uma conversa ou falar ao telefone.

    Os sons so ouvidos de forma abafada.

  • 40

    Prevenindo a Perda Auditiva

    Para evitarmos que a nossa audio seja afetada pelo rudo, deve ser

    realizado regularmente o exame audiomtrico. Esse exame realizado dentro de

    uma cabine acstica utilizando um aparelho chamado audimetro, o qual emite sons

    em diferentes frequncias e intensidades para os fones de ouvidos utilizados pela

    pessoa em teste. Ao ouvir o som, esta pessoa deve sinalizar para o operador do

    teste. Concludo o exame, obtm-se um grfico chamado audiograma, que ser

    comparado com valores padro de uma audio normal.

    Para pessoas que trabalham em reas com barulho, recomenda-se realizar o

    exame audiomtrico sempre na admisso, aps 06 meses da admisso e

    posteriormente uma vez por ano.

    Como se Proteger do Rudo

    Outra maneira de se evitar que o barulho prejudique a nossa sade utilizar

    protetores auditivos.

    Temperaturas Anormais

    Tanto o frio quanto os calores excessivos podem provocar alteraes no

    organismo, principalmente se a exposio ocorrer a longos perodos

    Problemas causados pelo calor:

    Insolao;

    Cibras de calor;

    Catarata;

    Erupes na pele;

    Problemas cardiovasculares.

    Problemas causados pelo frio abaixo de 10:

    Enregelamento dos membros (que poder levar a gangrena e at mesmo a

    amputao);

    Ps de imerso (provocada pela umidade constante);

    Ulcerao de frio (feridas, rachaduras e necrose dos tecidos superficiais).

  • 41

    Presses Anormais

    So aquelas presses a que esto expostos os indivduos que operam fora do

    ambiente normal, como, por exemplo, em grandes altitudes ou em exploraes

    submarinas.

    Podem ser:

    Baixas: quando o trabalho realizado em grandes altitudes;

    Altas: quando o trabalho realizado em tubulaes de ar comprimido,

    caixes, pneumticos e campnulas, ou em grandes profundidades

    martimas.

    Medidas preventivas:

    Seleo de trabalhador do ponto de vista fsico e psquico;

    Realizao de treinamentos;

    Exames mdicos peridicos;

    Obedincia da legislao especfica (NR-15 e seus anexos).

    Radiaes

    So formas de energias que se transmitem como ondas eletromagnticas

    pelo espao. Em alguns casos podem apresentar tambm comportamento

    corpuscular.

    Classifica-se em dois grupos:

    Ionizantes:

    Naturais: Provm de elementos radioativos encontrados na natureza, como o

    urnio, o potssio, o rdio e outros. Podem provocar cncer, anemias,

    cataratas, etc.

    Artificiais: Provm de equipamentos e aparelhos fabricados pelo homem,

    como os raios-X, gama e beta.

    No-Ionizantes:

    Naturais: Radiaes produzidas pelo sol, cujo efeito o cncer de pele;

    Artificiais: Produzidos por fornos, fornalhas, solda eltrica, solda de

    oxiacetileno, cujos efeitos so vasodilatao, catarata, etc.

  • 42

    Medidas preventivas:

    Uso de EPI e EPC;

    Exames mdicos peridicos;

    Cumprimento da NR-15.

    Iluminao

    A iluminao de um ambiente pode ser:

    Natural: Produzida pela luz solar atravs de vidraas, portas, janelas, telhas

    de vidro, etc.

    Artificiais: Produzidas por lmpadas fluorescentes, incandescentes, de

    mercrio, etc.

    Natural e artificial: Produzida pela combinao das duas formas citadas

    anteriormente, ao mesmo tempo.

    A iluminao deficiente produz diminuio da acuidade visual.

    Umidade

    Atividades ou operaes executadas em locais alagados ou encharcados, ou

    seja, com umidade excessiva, capazes de produzir danos sade dos

    trabalhadores, sero considerados insalubres em decorrncia de laudo de inspeo

    realizada no loca de trabalho. So medidas de preventivas o controle ambiental, o

    uso de EPI e EPC e a observncia da legislao especfica NR-15.

    Vibrao

    Movimento oscilatrio de um corpo devido a foras desequilibradas de

    componentes rotativos e movimentos alternados de uma mquina ou equipamento.

    Se o corpo vibra, descreve um movimento oscilatrio e peridico, envolvendo

    num certo tempo. Teremos ento, envolvidas no movimento uma velocidade, uma

    acelerao e uma frequncia (nmero de ciclos completos/minuto).

    A vibrao pode ocorrer em diversas funes como:

    Transportes: Motorista e passageiros de veculos.

    Efeitos da vibrao no organismo

  • 43

    Danos na regio espinhal;

    Alteraes psicofisiolgicas;

    Fadiga;

    Insnia;

    Dor de cabea;

    Tremor;

    Degenerao da coluna vertebral;

    Osteoarticulao;

    Formigamento ou adormecimento;

    Ataques de branqueamento;

    Ataques isqumicos.

    Agentes Qumicos

    Agentes qumicos so aqueles que podem reagir com os tecidos humanos ou

    afetar o organismo, causando alteraes em sua estrutura e/ou funcionamento.

    Podem ser slidos, lquidos ou gasosos (vapores).

    Slidos: So os que se apresentam sob a forma de poeiras nocivas que

    podem provocar uma srie de doenas nos pulmes. Sua origem pode ser

    mineral (por exemplo, a poeira resultante de jato de areia), vegetal (a

    poeira resultante do processo de algodo) ou animal (as poeiras

    provenientes dos pelos e do couro de animais).

    Lquidos: So os cidos e solventes que, em forma de pequenas

    partculas em suspenso no ar, podem causar danos ao sistema

    respiratrio.

    Gases ou Vapores: O dixido de enxofre, o xido de nitrognio, o

    monxido de carbono, os vapores de solventes, etc. so agentes qumicos

    gasosos, que podem penetrar no organismo por trs diferentes vias: via

    respiratria, via cutnea e digestiva.

  • 44

    Agentes Biolgicos

    Os vrus, as bactrias, os parasitas, os fungos, os protozorios, etc. so

    agentes biolgicos que fazem parte dos riscos ambientais as que esto submetidos

    dos trabalhadores pelo contato durante sua atividade profissional. So

    microorganismos que invadem o organismo humano e causam diversas doenas,

    como a tuberculose, o ttano, a malria, a febre amarela, a febre tifoide, a

    leptospirose, as micoses, etc.

    Agentes Ergonmicos

    A higiene do trabalho no visa apenas levantar as situaes de insalubridade

    e periculosidade, mas tambm melhoria do conforto e qualidade de vida fsica e

    psquica do trabalhador no seu ambiente de trabalho.

    Movimentos Repetitivos e Montonos

    Diversas atividades desenvolvidas por empresas nas reas operacionais, levam

    ao aparecimento de doenas steo-articulares que acometem tendes, sinvias,

    msculos, nervos, fscias, ligamentos, de forma isolada ou associada, com ou sem

    degenerao dos tecidos, atingindo principalmente os membros superiores, regio

    escapular e pescoo em empregados que esto expostos a movimentos repetidos

    de determinados grupos musculares, uso forado de msculos, postura

    inadequada, ausncia de pausas nas atividades repetitivas e fatores psicossociais

    podem vir a causas doenas como:

    Tenossinovite inflamao do tecido que reveste os tendes

    Tendinite inflamao dos tendes

    Epicondilite inflamao das estruturas do cotovelo

    Bursite inflamao das bolsas localizadas entre os ossos e os tendes dos

    ombros

    Miosite inflamao dos msculos

    As leses por esforo repetitivo podem comprometer a capacidade de realizar

    movimentos. O grau destas limitaes varia segundo os estgios em que a doena

    se encontra.

  • 45

    Medidas Preventivas

    Para prevenir preciso conhecer. Preveno significa abordar as causas das

    doenas na sua fonte: analisar o ambiente e a organizao do trabalho e adotar

    medidas que possam eliminar ou reduzir a influncia desses fatores sobre a sade.

    Os locais de trabalho devem ser planejados de forma a assegurar aos

    empregados condies adequadas de conforto e segurana. O mobilirio e os

    equipamentos devem proporcionar ao empregado condies de boa postura,

    visualizao e operao, atendendo aos seguintes requisitos:

    Cadeiras e assentos: A altura determinada pela caracterstica fsica dos usurios

    e da superfcie de trabalho (mesas ou bancadas).

    Sempre que a superfcie for fixa, os assentos devero ter mecanismos para ajuste

    de altura. Regulveis ou fixos, todos devero ter encostos para proteo da regio

    lombar. Quando necessrio ou solicitado pelo empregado, a empresa dever

    fornecer apoios para os ps, preferencialmente ajustveis e de superfcie anti-

    derrapante.

    Mesas e bancadas: Sua altura depender das espessuras do tampo, da tarefa a ser

    realizada e do equipamento utilizado. Devem permitir postura confortvel aos

    membros superiores, sem interferir no espao necessrio acomodao das

    pernas.

    Computadores: Na seleo de novos equipamentos e de novas tecnologias, deve-

    se observar as normas de sade e segurana, avaliando sempre os impactos sobre

    a sade do empregado. Os monitores devero ser mveis; os teclados destacveis;

    Teclado e monitores devem ter manuteno peridica para controle de regulagem e

    brilho.

    Posturas: Uma postura correta aumenta a eficincia e reduz os riscos de acidentes.

    A postura correta no significa uma nica posio rgida: ela compreende o

    posicionamento relaxado e natural do corpo, permitindo liberdade e variao de

    movimentos.

  • 46

    Exerccios de alongamento e relaxamento: As atividades administrativas induzem

    ao sedentarismo. A maior parte dos trabalhos feita na posio sentada, podendo

    levar a uma postura inadequada ao exigir o uso repetido e forado de grupos

    musculares. A realizao de exerccios de alongamento e relaxamento contribuem

    para evitar e reduzir a tenso e a fadiga muscular, aumentam a flexibilidade e

    melhoram a circulao sangunea. Procure realizar estes exerccios nos momentos

    de pausa, respeitando seu limite fsico.

    Agentes Mecnicos

    So chamadas de agentes mecnicos as condies de insegurana que

    podem existir nos locais de trabalho, capazes de provocar leses integridade fsica

    do trabalhador. O transporte e manuseio de explosivos e de inflamveis lquidos ou

    gasosos liquefeitos so exemplos de agentes mecnicos.

    Medicina do Trabalho

    Medicina do trabalho ou medicina ocupacional uma especialidade mdica

    que se ocupa da promoo e da preservao da sade do trabalhador.

    O mdico do trabalho avalia a capacidade do candidato a determinado trabalho e

    realiza reavaliaes peridicas de sua sade dando nfase aos riscos ocupacionais

    aos quais este trabalhador fica exposto.

    PCMSO - Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional - NR-7;

    Esta norma estabelece que todos os empregadores, e instituies que admitam

    trabalhadores como empregados (independente do nmero de trabalhadores), tm a

    obrigao de elaborar e implementar em sua empresa o PCMSO (Programa de

    Controle Mdico de Sade Ocupacional), com o objetivo de promover e preservar a

    sade de seus trabalhadores. O programa deve estar articulado com as demais

    NRs,identificando os servios e riscos no local de trabalho, assim mantendo seu

    carter preventivo de acordo com os padres da Medicina do Trabalho.

    Compete ao Mdico do Trabalho

    a) Realizar os exames mdicos previstos no item 7.4.1, ou encarregar os mesmos

    profissional mdico familiarizado com os princpios da patologia ocupacional e suas

    causas, bem como com o ambiente, as condies de trabalho e os riscos a que est

    ou ser exposto cada trabalhador da empresa a ser examinados;

  • 47

    b) Encarregar dos exames complementares previstos no itens da NR- Normas

    Regulamentadoras, profissionais ou entidades devidamente capacitados, equipados

    e qualificados.

    De acordo com a NR 7 no seu item 7.4.1 estabelece que so obrigatrios os

    seguintes exames:

    a) Admissional que dever ser realizado antes que o trabalhador assuma suas

    funes;

    b) Peridico dever ser realizado de acordo com intervalos mnimos que vai

    depender da idade do trabalhador, do risco que ele enfrente, ou de acordo com

    notificao do Ministrio do Trabalho ou, ainda, caso faa parte de negociao

    coletiva do trabalho;

    c) Retorno ao trabalho dever ser realizado obrigatoriamente no primeiro dia de

    trabalho do empregado que permaneceu ausente do trabalho por perodo superior a

    30 dias em decorrncia de doena ou acidente do trabalho, ou parto;

    d) Mudana de funo quando o empregado mude de funo e isto implique que a

    exposio a risco seja diferente daquele que tinha em funo anterior;

    e) Demissional ser obrigatrio da sua realizao desde que o ultimo exame

    mdico ocupacional tenha sido realizado h mais de 135 dias em caso de empresas

    de grau risco 1 e 2 e 90 dias para empresas de grau risco 3 e 4.

    Os Exames de que trata o item 7.4.1 compreendem:

    a) Avaliao clnica, abrangendo anamnese ocupacional e exame fsico e mental;

    b) Exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados na

    Norma Regulamentadora 7.

    NORMAS REGULAMENTADOREAS DE SEGURANA E MEDICINA DO

    TRABALHO (NR).

    Regulamentam o Captulo V, Ttulo II da CLT.

    Foram aprovadas pela Portaria 3214 de 8/6/78 do Ministrio do Trabalho, e

    legislao complementar, sendo atualmente em nmero de trinta e trs cujo

    contedo bsico apresentado a seguir.

  • 48

    NR 1 DISPOSIES GERAIS

    Estabelece as competncias relativas s NR no mbito dos rgo

    governamentais, define os principais termos usados nas normas e estabelece as

    obrigaes gerais do empregador e do empregado.

    NR 2 INSPEO PRVIA

    Estabelece os procedimentos a serem seguidos para o incio das atividades

    de qualquer estabelecimento visando obter junto ao rgo Regional do MTB a

    aprovao de suas instalaes e do Certificado de Aprovao de Instalaes.

    NR 3 EMBARGO OU INTERDIO

    Estabelece as condies em que pode ocorrer interdio de um

    estabelecimento, setor de servio, mquina ou equipamento ou embargo de uma

    obras em funo da existncia de risco grave e iminente para o trabalhador.

    NR 4 SERVIOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANA

    E EM MEDICINA DO TRABALHO (SESMT)

    Define as empresas que devero manter SESMT, e estabelece que o

    dimensionamento deste servio vincula-se gradao do risco da

    atividade principal e ao nmero total de empregados do

    estabelecimento;

    Apresenta o quadro de Classificao Nacional de Atividades

    Econmicas e seu correspondente grau de risco;

    Estabelece os requisitos a serem observados pelos profissionais que

    venham a ocupar os cargos de mdico do trabalho, engenheiro de

    segurana do trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem

    do trabalho e tcnico de segurana do trabalho;

    Relaciona as competncias dos profissionais integrantes do SESMT;

    Define o nmero de profissionais que ir constituir o SESMT e a jornada

    mnima de trabalho dos mesmos, atravs do relacionamento entre o

    grau de risco do estabelecimento e o nmero de operrios.

  • 49

    NR 5 COMISSO INTERNA DE PREVENO DE ACIDENTES (CIPA)

    Estabelece a obrigatoriedade da constituio da CIPA nas empresas, seus

    objetivos, como deve ser constituda, suas obrigaes junto ao MTB, as atribuies,

    deveres e direitos de seus componentes e as obrigaes dos empregados e do

    empregador relativas a seu funcionamento.

    NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)

    Define o que so EPI;

    Estabelece as obrigaes do empregador quanto aos fornecimento

    gratuito dos EPI, treinamento dos funcionrios para o uso dos mesmos,

    a responsabilidade de tornar obrigatrio seu uso e d outras

    disposies;

    Estabelece as obrigaes dos empregados relativas ao uso do EPI;

    Define as obrigaes do fabricante e do importador do EPI;

    Estabelece que todo EPI deve possuir Certificado de Aprovao(CA)

    fornecido pelo MTb e d outras disposies relativas ao assunto.

    NR 7 PROGRAMA DE CONTROLE MDICO DE SADE OCUPACIONAL

    (PCMSO)

    Estabelece a obrigatoriedade por parte dos empregadores em elaborar e

    implementar PCMSO, assim como o acompanhamento do programa;

    Define as diretrizes e responsabilidades do empregador e do mdico

    coordenador relativas ao PCMSO;

    Estabelece a realizao obrigatria de exames mdicos nos operrios,

    sua frequncia, a necessidade da realizao de exames

    complementares e d outras disposies;

    Torna obrigatria a emisso de Atestado de sade Ocupacional (ASO),

    seu contedo mnimo e o direito do trabalhador em receber uma via do

    mesmo;

    Estabelece a obrigao dos estabelecimentos em possurem materiais

    para prestao de primeiros socorros.

  • 50

    NR 8 EDIFICAES

    Estabelece os requisitos tcnicos mnimos que devem ser observados nas

    edificaes para garantir o conforto aos que nelas trabalham.

    NR - 9 PROGRAMA DE PREVENO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA)

    Estabelece a obrigatoriedade do empregador de elaborar e implementar

    o PPRA visando a preservao da sade e da integridade dos

    trabalhadores atravs da antecipao, reconhecimento, avaliao e

    consequente controle da ocorrncia de riscos ambientais existentes ou

    que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em considerao o

    meio ambiente e os recursos naturais;

    Define os responsveis pela elaborao do PPRA a forma como devem

    ser levadas a efeito as aes, os parmetros mnimos a serem

    observados em sua elaborao, sua estrutura e forma de

    acompanhamento e registro de dados e d outras disposies.

    NR 10 INSTALAES E SERVIOS EM ELETRICIDADE

    Fixa as condies mnimas exigveis para garantir a segurana dos

    empregados que tenham em instalaes eltricas em suas diversas

    etapas, incluindo o projeto, execuo, operao, manuteno, reforma e

    ampliao e ainda a segurana de usurios e terceiros;

    Estabelece as condies mnimas que qualificam os trabalhadores que

    atuam em redes eltricas e d outras disposies.

    NR 11 TRANSPORTE, MOVIMENTAO, ARMAZENAMENTO E

    MANUSEIO DE MATERIAIS

    Define as normas de segurana para operao de elevadores,

    guindastes, transportadores industriais e mquinas transportadoras;

    Estabelece as normas de segurana para as atividades de transporte de

    sacas e de armazenamento de materiais.

    NR 12 MQUINAS E EQUIPAMENTOS

  • 51

    Estabelece as condies a serem observadas nas instalaes e reas

    de trabalho;

    Define as normas de segurana das mquinas e equipamentos, assim

    como sua manuteno e operao;

    Estabelece critrios a serem observados na fabricao, importao,

    venda e locao de mquinas e equipamentos.

    NR 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO

    Estabelece as normas de segurana relativas a instalao, documentao,

    funcionamento, manuteno, inspeo e habilitao de pessoal para operao de

    caldeiras e vasos sob presso e da outras disposies relativas ao assunto.

    NR 14 FORNOS

    Estabelece os requisitos necessrios para a construo e funcionamento de

    fornos, oferecendo o mximo de segurana e conforto aos trabalhadores.

    NR - 15 ATIVIDADES E OPRAES INSALUBRES

    Define Limites de Tolerncia e as atividades e operaes

    consideradas insalubres e sua graduao (graus de insalubridade),

    que so relacionadas em 14 anexos referida norma que so os

    seguintes:

    Anexo 1 - Limites de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente;

    Anexo 2 - Limites de tolerncia para rudos de impacto;

    Anexo 3 - Limites de tolerncia para exposio ao calor;

    Anexo 4 - Foi revogado (referia-se a iluminao dos locais de trabalho);

    Anexo 5 - Limite de tolerncia para radiaes ionizantes;

    Anexo 6 - Trabalhos sob condies hiperbricas;

    Anexo 7 - Radiaes no ionizantes;

    Anexo 8 - Vibraes;

    Anexo 9 - Frio;

    Anexo 10 - Umidade;

  • 52

    Anexo 11 - Agentes qumicos cuja insalubridade caracterizada por limite

    de tolerncia e inspeo no local de trabalho;

    Anexo 12 - Limites de tolerncia para poeiras minerais (arbestos,

    mangans e seus compostos e slica livre cristalizada);

    Anexo 13 - Agentes qumicos;

    Anexo 14 - Agentes biolgicos.

    NR 16 ATIVIDADES E OPERAES PERIGOSAS

    Estabelece as atividades e operaes perigosas assim como as reas de risco

    para fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores, as quais

    esto relacionadas nos anexos referida norma que so:

    Anexo 1 - Atividades e operaes perigosas com explosivos;

    Anexo 2 - Atividades e operaes perigosas com inflamveis;

    Anexo Acrescentando pela Port. 3393 de 17/12/87 - Atividades e

    operaes perigosas com radiaes ionizantes ou substncias

    radioativas.

    NR 17 ERGONOMIA

    Estabelece os parmetros que permitem a adaptao das condies de

    trabalho s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores incl