024 joao 3º

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Autoria Essa é a terceira carta canônica de reconhecida autoria do apóstolo João, desde os primórdios da Igreja, e atestada por vários dos chamados pais da Igreja. Nos primeiros versículos de 2 João, assim como em 3 João, o autor se identifica da mesma forma humilde e pastoral: “o presbítero” ou “ancião”. Outras semelhanças internas ainda são bem visíveis, como as expressões “amo na verdade” ou “amo por causa da Verdade”, no primeiro versículo das duas cartas, e “andando na verdade” no quarto verso de ambas, bem como desfechos muito parecidos. Propósitos Jesus e o apóstolo Paulo já haviam dado instruções sobre como a Igreja deveria ser cordial e generosa no recebimento dos obreiros cristãos que realizavam árduo trabalho itinerante, levando de cidade em cidade a Palavra de Deus e a sã doutrina. Alguns falsos mestres, no entanto, estavam tentando negociar influências políticas e religiosas, bem como lucrar com suas viagens e palestras. O objetivo do autor, nessa sua segunda carta, é elogiar e encorajar o irmão Gaio por sua hospitali- dade e sustento aos discípulos de João, verdadeiros mestres na Palavra. Esses irmãos haviam sido maltratados, em uma das igrejas da Ásia, por um líder carnal e autoritário chamado Diótrefes, que excomungava qualquer membro da comunidade que se mostrasse amável e generoso para com os missionários enviados pelo apóstolo. A carta de João é também uma advertência à arrogância e prepotência dos ditadores. Data da primeira publicação Tudo indica que essa terceira carta tenha sido composta na mesma época que as duas anteriores, por volta do ano 90 d.C. Mais detalhes na introdução de 1 João. Esboço geral de 3 João 1. Saudações apostólicas de João ao amado irmão Gaio (v.1-8) A. Fraternal e entusiástica saudação (v.1,2) B. O testemunho do filho na fé é jubiloso (v.3-8) 2. O contraste das atitudes tristes dos líderes carnais (v.9-12) A. O mau exemplo do líder apóstata Diótrefes (v.9-11) B. O testemunho cristão de amor de Demétrio (v.12) 3. Saudações finais a Gaio e aos amados irmãos (v.13-15) INTRODUÇÃO 3 JOÃO

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  • Autoria Essa a terceira carta cannica de reconhecida autoria do apstolo Joo, desde os primrdios

    da Igreja, e atestada por vrios dos chamados pais da Igreja. Nos primeiros versculos de 2 Joo, assim como em 3 Joo, o autor se identifica da mesma forma humilde e pastoral: o presbteroou ancio. Outras semelhanas internas ainda so bem visveis, como as expresses amo naverdade ou amo por causa da Verdade, no primeiro versculo das duas cartas, e andando na verdade no quarto verso de ambas, bem como desfechos muito parecidos.

    Propsitos Jesus e o apstolo Paulo j haviam dado instrues sobre como a Igreja deveria ser cordial e

    generosa no recebimento dos obreiros cristos que realizavam rduo trabalho itinerante, levandode cidade em cidade a Palavra de Deus e a s doutrina. Alguns falsos mestres, no entanto, estavamtentando negociar influncias polticas e religiosas, bem como lucrar com suas viagens e palestras. O objetivo do autor, nessa sua segunda carta, elogiar e encorajar o irmo Gaio por sua hospitali-dade e sustento aos discpulos de Joo, verdadeiros mestres na Palavra. Esses irmos haviam sido maltratados, em uma das igrejas da sia, por um lder carnal e autoritrio chamado Ditrefes, que

    p ,

    excomungava qualquer membro da comunidade que se mostrasse amvel e generoso para comos missionrios enviados pelo apstolo. A carta de Joo tambm uma advertncia arrogncia e prepotncia dos ditadores.

    Data da primeira publicao Tudo indica que essa terceira carta tenha sido composta na mesma poca que as duas anteriores,

    por volta do ano 90 d.C. Mais detalhes na introduo de 1 Joo.

    Esboo geral de 3 Joo 1. Saudaes apostlicas de Joo ao amado irmo Gaio (v.1-8)

    A. Fraternal e entusistica saudao (v.1,2)B. O testemunho do filho na f jubiloso (v.3-8)

    2. O contraste das atitudes tristes dos lderes carnais (v.9-12)A. O mau exemplo do lder apstata Ditrefes (v.9-11)

    B. O testemunho cristo de amor de Demtrio (v.12)3. Saudaes finais a Gaio e aos amados irmos (v.13-15)

    INTRODUO3 JOO

  • 3 JOO

    Prefcio e saudao1 O presbtero ao amado Gaio, a quem eu amo por causa da Verdade.12 Amado, oro na expectativa de que tenhasboa sade, que sejas bem-sucedido emtudo o que empreenderdes, assim como prspera a tua alma.3 Pois senti extremo jbilo ao recebera visita de alguns irmos que nos de-ram boas notcias sobre a tua fideli-dade, de como segues caminhando naVerdade.4 Ora, no tenho alegria maior do que esta: saber que meus fi lhos esto andan-do na Verdade.2

    O bom testemunho de Gaio 5 Amado, tu s fi el no que ests realizan-do pelos irmos, ainda que eles lhe sejam desconhecidos,36 os quais, perante a igreja deram tes-temunho a respeito deste teu amor. Tu fars bem se os encaminhares na sua viagem de modo digno de Deus.

    7 Porquanto, foi por causa do Nome que saram, sem aceitar nada dos gentios.48 Sendo assim, devemos acolher todosque forem como eles, para que seja-mos tambm cooperadores a favor daVerdade.

    O prepotente e o cristo fi el 9 Escrevi igreja, mas Ditrefes, que apre-cia ser considerado a pessoa mais impor-tante entre eles, no nos recebe.510 Por este motivo, se eu for vos visitar, chamarei a ateno dele para o mal que est fazendo ao proferir palavras insen-satas contra ns. No satisfeito com esse desplante, ele se recusa a receber os ir-mos, impede os que desejam receb-los e os expulsa da igreja.11 Amado, jamais imites o que mau, mas sim o que bom. Aquele que faz o bem de Deus; aquele que pratica o mal no conheceu a Deus.612 Entretanto, quanto a Demtrio, to-dos tecem bons comentrios sobre ele,

    1 Diferentemente de 2 Joo, esta carta no direcionada primeiramente a um grupo de crentes, mas para um indivduo e discpulo (v.4) chamado Gaio. Nome bastante comum na poca e regio de Joo (1Co 1.14; Rm 16.23; At 19.29; 20.4).

    2 O corao pastoral de Joo se alegrava ao constatar que seus filhos na f (discpulos) estavam vivendo de acordo com as doutrina do Evangelho de Cristo.

    3 Joo louva a viso missionria e a dedicada hospitalidade de Gaio, atitudes que muito encorajaram os verdadeirosmissionrios do Senhor (2Jo 7-11), ainda que estrangeiros na provncia da sia (Rm 12.13; Hb 13.2; 1Pe 4.9; 1Tm 5.10; 3.2; Tt1.8). Os mestres itinerantes enviados por Joo foram rejeitados por Ditrefes, lder tirano de uma das igrejas da regio, que,inclusive, excomungava os cristos que dessem abrigo aos mensageiros enviados por Joo.

    4 At hoje, muitos judeus ortodoxos se referem a Deus por meio de um de seus muitos ttulos honrosos: Hashem o Nome, como sinal de reverncia, e crendo que assim evitam mencionar o nome do Senhor em vo. Os missionrios enviados porJoo foram fiis ao princpio de no aceitar ofertas dos gentios (aqui enfatizando o sentido de incrdulos e pagos, alm deno judeus). A obra de Deus deve ser sustentada pelo povo de Deus, pois o mundo que no quer receber o Senhor, tambmno deve financiar a igreja e os projetos de evangelizao. Sustentar os obreiros do Senhor um privilgio dos crentes, poisesto investindo nas vidas dos que levam o Nome ao mundo, especialmente aqueles que se dedicam integralmente obrae no tm outra fonte de sustento (1Tm 5.17-18), e porque esta uma boa e prtica maneira de nos tornarmos cooperadoresmissionrios com Deus (Rm 15.24; Fp 4.15-19).

    5 Embora essa parea ser a igreja chamada de senhora eleita (2Jo 1), a carta na qual Joo pede igreja liderada por Ditrefes, para receber sua comitiva de missionrios, no foi preservada. possvel que Ditrefes simplesmente a tenhadestrudo, j que seu personalismo era maior do que seu amor pelo Senhor e sua obra (Cl 1.18,19).

    6 A prtica contnua do bem deve ser uma caracterstica do cristo sincero e prova moral do seu novo nascimento (1Jo2.3-29; 3.4-10; 5.18).

  • 3inclusive a prpria Verdade testemunhaa seu favor. E ns tambm testemunha-mos; e sabes que o nosso testemunho verdadeiro.7

    Consideraes fi nais e bno13 H ainda muito que gostaria de te

    dizer, todavia no desejo faz-lo comtinta e pena.14 Anseio, porm, ver-te em breve, e en-to poderemos conversar face a face.15 Paz seja contigo! Os amigos te cum-primentam. Sada os amigos da, pessoapor pessoa.8

    7 Demtrio recebeu aprovao, quanto sua vida e ministrio, de trs fontes: uma reputao ilibada diante daqueles que noso cristos (1Tm 3.7); plena aprovao do Esprito Santo em seu corao (1Jo 3.21) e um testemunho de honra ao mrito daparte do seu mestre e lder espiritual (Fp 2.19-30).

    8 Joo se despede no apenas com um simples e tradicional desejo de shlm, paz em hebraico, mas com uma verdadeiraimpetrao de bno apostlica (Jo 14.27; 20.19; Gl 1.3; Ef 1.2).

    3 JOO