02 projeto de viabilidade economica - restaurante self-service

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Série Perfil de Projetos Restaurante self-service Vitória, Dezembro/1999

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Série Perfil de Projetos

Restaurante self-service

Vitória, Dezembro/1999

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SUMÁRIO

Página Apresentação 2 Introdução 3 Enquadramento Técnico do Negócio 4 Projeto 5 Mercado 9 Detalhamento dos Investimentos 13 Aspectos Econômicos e Financeiros 15 Resultados Operacionais 21 Incentivos e Fontes de Financiamento 24 Fontes de Referência 27 Anexos 28

1- APRESENTAÇÃO Iniciar uma atividade empresarial requer do investidor o pleno domínio da atividade que se propõe a iniciar. Neste sentido, tão importante quanto o conhecimento do ambiente econômico no qual está inserido, sua capacidade gerencial é um fator de fundamental relevância para o bom desempenho do negócio. A Série Perfil de Projetos tem como objetivo suprir de informações o empreendedor disposto a realizar um novo investimento. Trata-se de um instrumento de auxílio ao investidor na elaboração de um plano de negócios que deve ser adaptado para cada situação. E este é o objetivo do SEBRAE/ES: auxiliar as micro e pequenas empresas e dar as condições necessárias ao surgimento de novos empreendimentos que sejam bem estruturados e capazes de enfrentar os desafios do mercado. Este trabalho contém informações sobre o mercado, investimentos necessários à atividade, previsão de resultados operacionais, fontes de financiamento e diversas informações relevantes que, em conjunto com outras literaturas sobre o mercado que se pretende atuar, contribuirá com eficiência maior para uma tomada de decisão segura e com consideráveis perspectiva de sucesso.

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2- INTRODUÇÃO As oportunidades para se investir em um bom negócio não acontecem normalmente ao acaso. Elas podem ser buscadas ou mesmo construídas a partir de informações levantadas e conhecimentos adquiridos com o tempo. Sempre, no entanto, é necessário que o investidor faça os seus cálculos sobre o quanto ele vai despender – imobilizar – e sobre os resultados esperados do empreendimento. Mesmo no meio da incerteza que o cerca e conseqüentemente do risco do negócio, fazer cálculos sobre os ganhos esperados da aplicação dos recursos é tarefa indispensável. Esse exercício de prospecção de um negócio é chamado de projeto. Na verdade, um projeto procura sistematizar informações, trabalhá-las e analisá-las de tal forma a permitir concluir se determinada decisão de investimento é viável ou não. Enquanto tal, o projeto pode ser elaborado obedecendo diferentes níveis de complexidade e detalhamento. A idéia básica de perfil de projeto que servirá de orientação para o presente trabalho busca simplificar a tarefa de sistematização de informações e dos cálculos econômicos que servirão de subsídio à conclusão final sobre a viabilidade do investimento. O perfil aqui apresentado, Restaurante self-service., obedece os roteiros tradicionais de projeto, sem no entanto aprofundar detalhes técnicos. Serve, dessa forma, como orientação metodológica e de gestão do processo de tomada de decisão. Há uma preocupação com os pré-requisitos necessários para um bom negócio, como alguns atributos do empreendedor, o conhecimento do mercado, a visão prospectiva, alguns aspectos dimensionais do negócio( tamanho, montante de recursos, etc.) e projeção de resultados. É bom deixar claro que os números refletem momentos, situações e locais específicos, o que permite afirmar que para cada local ou conjuntura, existiria um projeto. Isso não invalida o processo de cálculo e conclusões decorrentes. O perfil de projeto reflete uma situação e local genéricos. O tamanho, por exemplo, é definido pela quantidade de usuários que se espera receber ou no mínimo a quantidade necessária para ocupar e viabilizar os investimentos com as instalações, equipamentos e manutenção de um Restaurante self-service com 8 mesas e 32 cadeiras. O presente perfil tem por finalidade mostrar a viabilidade de um Restaurante self-service voltado para o atendimento diário da população local e visitantes, turistas ou não, considerando-se os recursos necessários, condicionantes existentes e perspectiva de mercado. A primeira parte faz o enquadramento do negócio( dados gerais e conceito do projeto ); em seguida é feita uma abordagem sobre o mercado potencial, principalmente em termos de orientação sobre quais variáveis ou fatores a serem analisados. Já a parte econômica e financeira centra atenção nos aspectos de receitas e custos. A viabilidade do projeto é definida pela taxa interna de retorno, tempo necessário para a amortização do investimento e o valor presente líquido do fluxo de caixa. Considerando os 16 municípios pesquisados na primeira fase, a indicação da necessidade de um Restaurante self-service foi detectada com maior ênfase pelos municípios de Divino de São Loureço e Vargem Alta. Isso não invalida, no entanto, a adequabilidade do projeto para outros municípios ou localidades. As adaptações que porventura se fizerem necessárias ocorrerão por conta das especificidade de cada localidade. O presente perfil apresentado foi moldado tendo como referência os coeficientes técnicos levantados por um estudo realizado pelo SINDBARES em 1996, em 20 estabelecimentos self-service, considerados de dimensão padrão.

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3- ENQUADRAMENTO TÉCNICO DO NEGÓCIO

3-1 TIPO DE NEGÓCIO

RESTAURANTE SELF-SERVICE 3-2 SETOR DA ECONOMIA Terciário

3-3 RAMO DE ATIVIDADE

Comércio de alimentos

3-4 PRODUTOS A SEREM OFERTADOS

Pratos quentes, saladas, frios, sobremesas e bebidas em sistema de auto-atendimento ( self-service)

3-5 INVESTIMENTO PREVISTO

Investimento total 24.713,35 100,00%Investimento fixo 22.520,88 91,13%Capital de giro 956,80 3,87%Reserva técnica 1.235,67 5,00%

3-6 FATURAMENTO ANUAL ESPERADO EM R$ 74.526,10

3.7- ÍNDICES DE AVALIAÇÃO

Ponto de Equilíbrio % 70,78% Valor Presente Líquido (a 15%) 28.591,65 Taxa Interna de Retorno (anual) 39,58% Pay-Back Time (anos) 3,30 Índice de Lucratividade das vendas 14,78%

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4- O PROJETO

4-1 OBJETIVO O objetivo do presente perfil é sistematizar e trabalhar um conjunto de informações que permita ao investidor potencial analisar a oportunidade de implantação de um Restaurante self-service com 8 mesas e 32 lugares, com funcionamento estimado de 30 dias por mês, com uma venda estimada de 50 refeições por dia, totalizando 1.500 refeições mês 4-2 REQUISITOS DO EMPREENDEDOR O empreendedor é geralmente um agente econômico especial, as vezes sonhador, que tem a capacidade de transformar boas idéias em um negócio rentável. É importante lembrar que ninguém nasce com todas as habilidades desejáveis de um empreendedor. Ou seja, muitas das características pessoais positivas são adquiridas ou lapidadas com o passar do tempo, seja pela vivência, seja pelo estudo e observação daquilo que acontece no mundo a sua volta. No entanto, é sempre aconselhável que se disponha de um mínimo de conhecimentos gerenciais e técnicos para levar a frente um empreendimento. Dentre os aspectos fundamentais da personalidade desejados de um empreendedor destacam-se: - Criatividade : aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de problemas. - Liderança: capacidade de inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, formar equipe,

criar um clima de moral elevado, saber compartilhar idéias, ouvir , aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.

- Perseverança: capacidade de manter-se firme num dado propósito, sem deixar de enxergar os

limites de sua possibilidade, buscar metas viáveis até mesmo em situações adversas. - Flexibilidade: poder de controle os seus impulsos para ajustar-se quando a situação demandar uma

mudanças, rever posições estar aberto para estudar e aprender sempre. - Vontade de trabalhar: dedicação plena e entusiasmada ao seu negócio com tempo e

envolvimento pessoal, um negócio é tocado com inspiração mas também com muita transpiração. - Auto-motivação: vontade de encontrar a realização pessoal no trabalho e seus resultados. - Formação permanente: capacidade de buscar um processo de permanente atualização de

informações sobre o mercado no qual ele se insere, tendências econômicas em todos os níveis, e atualização profissional sobre novas técnicas gerenciais.

- Organização: compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e

administrativo de forma lógica e racional , entender as alterações ocorridas no meio ambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com estas mudanças.

- Senso crítico: capacidade de se antecipar aos problemas principais, analisando-os friamente

através de questionamentos que levem a indicações de possíveis alternativas de solução.

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O empreendedor necessita possuir um visão global do negócio, que implica tanto o conhecimento do mercado fornecedor, quanto do mercado final, canais e regras de convivência com o mundo dos negócios. É importante que o empreendedor defina a sua estratégia de atuação de tal modo a garantir o máximo de resultados através da melhor prestação de serviços O negócio de restaurantes, notadamente o de self-service, caracteriza-se por uma oferta diária de um número razoável de pratos, com o funcionamento basicamente no horário de almoço. O gerenciamento do self-service, além dos predicados acima referidos, demanda grande disponibilidade de tempo, pois apesar atendimento ao público ocorrer durante curto espaço de tempo, este exige a realização diária de compras, a organização do cardápio, além dos controles de estoques e financeiros; compreende ainda o atendimento de salão, onde se realiza o trabalho de relações públicas e de avaliação ( recebendo críticas e sugestões dos clientes), no intuito de aprimorar o serviço prestado. 4-3 CONDICIONANTES LOCACIONAIS O sucesso de um restaurante self-service está muito ligado a escolha do local de instalação. Quanto a esse aspecto é importante observar: a- Quanto aos aspectos externos:

Facilidade de acesso Fluxo de pessoas( local de maior movimento) Boa aparência ( visual externo)

b- Quanto aos aspectos internos:

Espaço físico adequado Disposição dos equipamentos( balcão de alimentos, atendimento de pesagem e pagamento); Pintura: de preferência cores claras Cozinha: de preferência azulejada

Se a cidade está localizada num eixo rodoviário, caracterizado por um determinado fluxo de pessoas( turistas, fluxo regular de passageiros, caminhoneiros, representantes comerciais etc), é recomendado que se levante preliminarmente a tipologia predominante desse fluxo. Outro fator importante a levado em consideração na definição da localização é a sazonalidade do fluxo. Em algumas cidades o fluxo de passagem, ou mesmo de destino final, está concentrado em determinados meses do ano. Essa concentração, além de direcionar a localização do projeto, servirá de orientação da escolha do cardápio. É bom lembrar que o cardápio também poderá servir de fator de atração( marketing), principalmente se ele vier associado a um produto ou prato típico da região.

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4-4 – ASPECTOS FÍSICOS Recomenda-se um perfil arquitetônico que guarde relação com as características da cidade. A beleza também é fator de atração. Assim, é importante que o restaurante seja “ambientado” com a imagem da cidade e da própria região. Neste projeto estimou-se o imóvel com 120 m2 sendo 90 m2 para o salão e 30 m2 para a área de produção. Recomenda-se que o balcão de alimentos seja localizado de tal forma que possibilite o acesso fácil, permitindo que as pessoas se movam ao redor dele. O local de pesagem dos alimentos deve ficar próximo ao balcão de alimentos, e o caixa, próximo à saída do estabelecimento, facilitando o controle. A localização dos banheiros (2 – 1 masculino e 1 feminino) deve ficar distante do local de processamento de alimentos, porém de fácil acesso ao salão de atendimento. 4.5- CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO SERVIÇO A SER OFERTADO A concepção básica do projeto está assentada na oferta de um serviço do tipo self-service padrão, que compreende a seguinte composição de produtos: a- Grupo alimentação: Carnes( peixe, frango, boi e porco) Guarnições: Arroz, feijão, macarrão etc Purês, suflês, cremes e molhos Tortas e empadões Verduras e maioneses Saladas e folhas Frutas b- Bebidas

• Refrigerantes • Sucos • Água • Cerveja

c- Complementos

• Chips • Balas etc..

A composição diária do cardápio poderá ser programada para cada semana, levando-se em consideração:

• Hábitos dos usuários • Oferta de matéria-prima( legumes e hortaliças) • Preços das matérias-primas

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Outro segmento do mercado que poderá ser aproveitado é o de “marmitex”, nas modalidades de atendimento direto, no próprio estabelecimento, e atendimento em domicílio.

Produto

COMPRAS DE ALIMENTOS E MATERIAIS

LIMPEZA / ESTOCAGEM

PREPARAÇÃO PRÉVIA DOS ALIMENTOS

PREPARO FINAL

REPOSIÇÃO DAS BANDEJAS NO RICHEAU

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Atendimento

RECEPÇÃO – ENTREGA DO

CARDÁPIO

ESCOLHA DA BEBIDA

SERVIR AS BEBIDAS VERIFICAR SE O CLIENTE TERMINOU

A REFEIÇÃO

VERIFICAR SE O CLIENTE DESEJA MAIS ALGUMA COISA

SERVIR SOBREMESA OU CAFÉ ENCAMINHAR O CLIENTE AO CAIXA

5 - O MERCADO 5-1 MERCADO ALVO O mercado alvo do self-service, durante a semana, é o trabalhador que não tem tempo de se deslocar à sua moradia para almoçar ou a pessoa de “passagem” ( fluxo externo). O trabalhador normalmente recebe auxílio alimentação da empresa onde trabalha. Já nos finais de semana, o público poderá ser outro: geralmente o morador fixo. Essa tipologia não é tão geral. Cidades turísticas ou localizadas em eixos de fluxo de pessoas tenderá a Ter um público mais diferenciado. Daí a importância em se fazer uma sondagem prévia para ser ter uma idéia preliminar do público alvo O correto balanceamento das refeições levando-se em consideração os diferentes perfis de consumo, (durante a semana (adultos) e finais de semana (adultos e crianças), podem fazer a diferença no sucesso do empreendimento. Assim, pesquisar o real potencial da região, quanto o perfil do público que se pretende atingir (hábitos alimentares, faixa de renda, etc) constitui-se em aspecto crítico para o sucesso do empreendimento.

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5-2 PERSPECTIVA DO MERCADO

Conforme tabela abaixo, extraída o Atlas do Mercado Brasileiro – 1998, o IPC – Índice Potencial de Consumo ( ...define em porcentagem, o poder de compra de cada Estado em relação ao País) de Refeições fora de casa que no Brasil movimentou-se um total de R$ 22 bilhões e 800 milhões de Reais, o que corresponde a um consumo médio mensal de R$ 10,61 para cada brasileiro naquele ano, conforme quadro abaixo:

Como prováveis causas do aumento do número de pessoas que buscam fazer refeições fora de casa estão: A redução dos preços dos alimentos, principalmente com o Plano Real A melhoria dos serviços de oferta de alimentos preparados, especialmente com a difusão de novas

tecnologias de manuseio e preparo de alimentos, com redução de custos Mudança de hábito das pessoas Difusão do “vale refeição” como forma de pagamento adicional

RANKING ESTADOPOPULAÇÃO

1996 IPC

VALOR ANUAL em

R$ 1.000

VALOR PER

CAPITA ANUAL

VALOR PER

CAPITA MENSAL

1 DISTRITO FEDERAL 1.821.946 3,12 710.345 389,883 32,49 2 RIO DE JANEIRO 13.406.379 16,15 3.681.448 274,604 22,88 3 SÃO PAULO 34.122.614 28,66 6.534.539 191,502 15,96 4 MATO GROSSO DO SUL 1.927.834 1,31 299.048 155,121 12,93 5 RIO GRANDE DO SUL 9.637.682 5,93 1.352.021 140,285 11,69 6 GOIAS 4.614.310 2,77 631.921 136,948 11,41 7 MATO GROSSO 2.235.832 1,29 294.842 131,871 10,99 8 RORAIMA 247.131 0,13 30.175 122,101 10,18 9 MINAS GERAIS 16.673.097 8,83 2.014.128 120,801 10,07 10 PERNAMBUCO 7.399.131 3,81 869.576 117,524 9,79 11 PARANÁ 9.003.804 4,46 1.017.471 113,005 9,42 12 AMAZONAS 2.389.471 1,18 269.950 112,975 9,41 13 RONDÔNIA 1.217.363 0,59 134.491 110,477 9,21 14 ESPÍRITO SANTO 2.802.707 1,33 302.619 107,974 9,00 15 SERGIPE 1.624.175 0,75 171.463 105,569 8,80 16 CEARÁ 6.810.370 3,13 714.517 104,916 8,74 17 RIO GRANDE DO NORTE 2.559.044 1,16 264.388 103,315 8,61 18 AMAPÁ 379.459 0,17 39.171 103,229 8,60 19 BAHIA 12.541.745 5,56 1.266.687 100,998 8,42 20 PARÁ 5.497.806 2,37 540.656 98,340 8,20 21 ACRE 483.726 0,20 46.691 96,524 8,04 22 ALAGOAS 2.633.339 1,08 246.504 93,609 7,80 23 SANTA CATARINA 4.870.728 1,94 441.262 90,595 7,55 24 TOCANTINS 1.048.642 0,41 93.884 89,529 7,46 25 PARAÍBA 3.305.616 1,25 286.018 86,525 7,21 26 PIAUÍ 2.673.176 0,86 195.592 73,168 6,10 27 MARANHÃO 5.222.949 1,54 350.593 67,125 5,59

BRASIL 157.150.076 100,00 22.800.000 127,35 10,61

IPC - INDICE DE POTENCIAL DE CONSUMOREFEIÇÕES FORA DE CASA

COMPARATIVO ENTRE OS ESTADOS BRASILEIROS

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Enfocando especificamente o Estado do Espírito Santo, observa-se que o mesmo está aquém da sua potencialidade enquanto dimensão do PIB e renda per capita. A situação em 14º lugar em consumo de alimentos fora de casa não condiz com o oitavo lugar no ranking das maiores economias do país. O consumo médio mensal de R$ 9,00 está abaixo da média nacional. Por outro lado isso poderá indicar que haveria um espaço a ser conquistado, pelo menos para se chegar à média nacional. Fatores específicos também podem ser acionados para influenciar o aumento da demanda por refeições fora de casa, como:

Associação do cardápio com as características da região; O trabalho de divulgação em empresas que oferecem auxílio refeição; Preços compatíveis com concorrentes próximos Diferenciação com relação aos concorrentes: como a oferta de um cardápio particular, que

serviria como carro chefe do restaurante. O que tem que ficar bem claro para o empreendedor interessado em montar um restaurante do tipo self-service é que a clientela não é dada, mas sim conquistada. Para se saber como trabalhar a clientela, especialmente em como conquistá-la, o empreendedor potencial poderá contar com a ajuda do SEBRAE-ES, principalmente na organização do negócio e como trabalhar/tratar o cliente, e o SINDIBARES – Sindicato dos bares e restaurantes, no que se refere a como operar um restaurante, sob o ponto de vista de cardápio, custos, controles e mensuração de resultados. O SINDIBARES, por exemplo, já conta com aproximadamente 5.000 associados no estado. 5-3 ESTRATÉGIAS DE MERCADO A seguir são apresentados algumas dicas de como trabalhar no mercado de Restaurante self-service : A abordagem do mercado requer um planejamento prévio que implica: a- Na definição de uma estratégia de penetração de mercado, que requer respostas a perguntas como:

• Quais são meus potenciais clientes? • Quais são as características e exigências do meu potencial cliente? • Como conquistar a clientela? • Como ser diferente dos demais restaurantes da cidade ou região? • Em quais aspectos o meu negócio pode ser diferente?

b- Quais os serviços diferenciados que posso oferecer ? c- Qual a marca, a aparência e foco a ser dado ao meu negócio? d- Onde estão localizados meus clientes potenciais? Antes de responder às questões acima é importante: a- Visitar outros restaurantes similares e restaurantes de referência ( modelos) para ver como funciona

o mercado;

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b- Fazer uma sondagem preliminar sobre o tamanho do mercado c- Procurar o SEBRAE-ES para orientação quanto a elaboração de um plano de negócio para a

sustentação do seu projeto; d- Buscar informações no próprio SINDIBARES; Quanto a aspectos específicos do dimensionamento da sua clientela, é importante levantar:

• Número de habitantes do município; • Principais empresas localizadas no município; • Número de estabelecimentos que atuam no mesmo ramo( restaurantes, lanchonetes etc) • O que os estabelecimentos já existentes oferecem; • Hotéis, Pousadas e restaurantes self-service existentes • Serviços de alimentação oferecidos pelos hotéis e restaurantes self-service; • Principais festas e eventos do município • Atrações turísticas do município • Características da pessoas que passam pela cidade: origem, destino e motivação da passagem

pela cidade; Como estratégia de negócio recomenda-se ainda: a- Utilização das instalações e serviços para atendimento através de entrega em domicílio

• Trata-se de uma forma de atendimento cada vez mais difundida e de custo relativamente reduzido.

b- Utilização do espaço físico e instalações de cozinha e bar para atendimento noturno

• Dependendo da localização é recomendável que o estabelecimento ofereça outros serviços; normalmente para um publico diferenciado.

5-4 FORNECEDORES No caso específico deste projeto é recomendado: a- Planejar as compras É importante que se faça uma programação das necessidades de compra de matéria-prima, bem como dos preços compatíveis com a rentabilidade esperada. Esse planejamento permitirá negociar com os fornecedores preços mais estáveis, bem como produtos mais frescos fundamentais para a qualidade do alimento final. b- Criar Parcerias O fornecedor deve ser encarado como parceiro, elo fundamental da produção de alimentos, para a garantia da procedência e qualidade dos produtos e insumos que serão processados

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6 – DETALHAMENTO DOS INVESTIMENTOS 6.1 ESPECIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS FIXOS O quadro 01 abaixo lista, quantifica e orçamenta preliminarmente o conjunto de obras e equipamentos, móveis e utensílios necessários para a implementação do restaurante. Deve-se atentar para o fato de que na hipótese do investidor já possuir alguns destes itens citados estes deveriam ser retirados para não afetar os resultados, ou pelo menos considerá-los ao preço de mercado para que não seja superestimado o valor do investimento total e conseqüentemente sejam reduzidos os índices de rentabilidade do empreendimento.

Quadro 1 Investimentos Fixos em R$ 1,00

Parte-se de um pressuposto básico de que o empreendimento possa ser viabilizado através do aluguel de um determinado espaço físico. Os cálculos de obras civis (reformas) foram realizados tendo-se como referência: a- Custo do m2 teve como referência a tabela do Sindicon-ES ( Valor médio padrão - CUB Médio 24

padrões- de R$ 429,30) – Construção ( note-se que o custo está estimado para construção e não para reforma, o que deve reduzir os custos)

b- Os custos de Móveis e Utensílios foram conseguidos junto aos seguintes fornecedores

Dadalto Lojas Santa Teresinha Giacomin Tecelagem Avenida Proad Jornal A Gazeta

Para maiores detalhes podem ser consultadas as tabela em anexo, no final deste trabalho.

Discriminação Valor %

1- Obras civis( adaptações ) 5.000,00 21,30 2- Máquinas e equipamento 7.986,00 34,02 3- Fretes, seguros e impostos 1.563,00 6,66 4- Móveis e utensílios 5.439,00 23,17 6- Despesas pré-operacionais 1.173,88 5,00 Estudos - - Projetos 1.173,88 5,00 7- Eventuais 1.359,00 5,79 8- Capital de giro 956,80 4,08

Total 23.477,68 100,00

Investimentos Previstos

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6.2 ESTIMATIVA DO CAPITAL DE TRABALHO O Capital de Trabalho, também chamado de Capital de Giro ou Circulante, compreende o volume de recursos financeiros necessários para sustentar o processo operacional de um restaurante, aí compreendido desde a compra de materiais e insumos .. É o oxigênio da empresa. Tecnicamente ele é calculado tendo como base premissas a respeito dos vários itens que geram necessidade de caixa e de outros que geram recursos, calculados para um período de 30 dias Os cálculos dos valores do capital de giro necessário para a manutenção do restaurante self-service foram realizados tendo como base o custo total menos a depreciação. O caixa mínimo está estimado como sendo um volume de recurso suficiente para cobrir dez dias de faturamento. O processo de comercialização proposto para este empreendimento prevê um prazo médio de vendas de 15 dias, levando-se em consideração que parte do pagamento( 50%) seja feito com Vale refeição. O estoque médio está estimado também em 30 dias para materiais e insumos. Os itens Impostos, Energia, Mão de Obra e Encargos são pagos com um prazo médio de 30 dias - considerando que há utilização de mão de obra, energia, vendas, e conseqüentemente impostos, do dia primeiro até o dia 30, e que os desembolsos correspondentes a estes fluxos econômicos só ocorrem após esta data final. O valor estimado como Capital de Giro necessário para a boa operacionalidade do empreendimento é definido pela diferença entre o Subtotal Necessidades e o Subtotal Recursos, conforme Quadro 02 abaixo.

Quadro 2 Estimativa do Capital de Giro em R$ 1,00

ITEM DiscriminaçãoPrazo Médio em

dias Capital de Giro1 Necessidade1.1 Caixa Mínimo 5 1.035,08 1.2 Financiamento das Vendas 15 2.044,74 1.3 Estoque Matéria Prima 5 450,75 1.4 Estoque de insumos 30 135,22 1.5 Estoque Produto Acabado 0 - 1.6 Produtos em Processo 0 -

Sub- Total 0 3.665,80 2 Recursos2.1 Fornecedores 0 2.709,00 2.1.1 Matéria-prima 30 2.704,49 2.1.2 Outros insumos 10 4,51 2.2 Desconto de Duplicatas 0 -

Sub-Total 0 2.709,00 -

3 Capital de Giro Adicional 956,80

49.073,75 Base de cálculo p/financiamento de venda e produtos acabados

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6.3 ESTIMATIVA DA RESERVA TÉCNICA O presente perfil propõe que no cálculo dos Investimentos Totais, seja incluída uma Reserva Técnica, como garantia de qualquer eventualidade de subestimar a necessidade de capital ( seja de capital fixo ou de trabalho) , equivalente a 5% da soma do Capital Fixo mais o Capital de Trabalho. 6.4 QUADRO DE INVESTIMENTO TOTAL O Investimento Total é encontrado pela soma dos Investimentos em Capital Fixo, Capital de Giro mais a Reserva Técnica conforme apresentado no quadro 03 abaixo:

Quadro 3

Estimativa do Investimento Total em R$ 1,00

7 - ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS 7-1 PREVISÃO DOS CUSTOS A definição de custos utilizada no presente perfil considera como tal a ”remuneração de todos os recursos efetivamente utilizados no processo produtivo”, ou especificamente no caso do restaurante self-service, todos os recursos utilizados para se dispor, ao final, de alimentos em condições de consumo. Por outro lado, para efeito da classificação dos custos do empreendimento será utilizada a metodologia clássica da subdivisão dos custos em Fixos e Variáveis.

7-1-1 CUSTOS FIXOS

Serão classificados como Custos Fixos a remuneração dos recursos efetivamente utilizados no processo, e que não dependam da quantidade produzida. Como primeiro elemento dos custos fixos, que deriva da remuneração legal dos investimentos fixos, temos a Depreciação que está calculada e explicitada no Quadro 04.

Quadro 4 Depreciação anual em R$ 1,00

Item Discriminação Valor Total %

1 Investimento fixo 22.520,88 91,13%2 Capital de giro 956,80 3,87%3 Reserva técnica 1.235,67 5,00%

Investimento total 24.713,35 100,00%

Discriminação Valor Vida util % Dep.anualInstalações 5.000,00 25 4 200,00 Máquinas e equipamentos 7.986,00 10 10 798,60 Móveis e utencílios 5.439,00 5 20 1.087,80

Total 2.086,40

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O Quadro 05, a seguir, apresenta de forma discriminada todos os itens que compõem os Custos Fixos anuais do empreendimento, a partir das propostas básicas de funcionamento do negócio.

Quadro 5

Custos Fixos Anuais em R$ 1,00

7-1-2 CUSTOS VARIÁVEIS

A premissa básica de funcionamento deste empreendimento é a de que o Restaurante self-service irá funcionar durante doze meses por ano, operando em um turno de 8 horas diárias, com 3 empregados diretos, assim distribuídos :

Atividade Quantidade Cozinheira 1 Auxiliar de Cozinha 1 Garçom 1

Os quadros 06, 07 e 08, a seguir, apresentam respectivamente a composição dos custos totais, o detalhamento dos custos percentual de utilização da capacidade do empreendimento e os coeficientes técnicos utilizados para encontrar estes custos.

Quadro 6

Composição de Custos Variáveis Anuais em R$ 1,00 ( capacidade máxima projetada)

Discriminação Valor total

Mão-de-obra e enc. 1.632,00 Aluguel 3.600,00 Depreciação 2.086,40 Manutenção e conservação 670,88 Despesas diversas* 4.025,30 Retirada 6.000,00 Total dos custos fixos 18.014,58

Discriminação Valor Anual

Mão-de-obra direta e enc. 9.241,80 Materiais e insumos 32.453,86 Impostos sobre vendas 5.887,56 Comissões 1.490,52

Total dos custos variáveis 49.073,75

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Quadro 7 Composição de Custos Para a Capacidade Projetada

Quadro 7A Custos com Mão-de-Obra Direta e Indireta

Discriminação Valor % Custos Variáveis 49.073,75 73,15%

Mão-de-obra direta e enc. 9.241,80 13,78%Materiais e insumos 32.453,86 48,37%Impostos sobre vendas 5.887,56 8,78%Comissões 1.490,52 2,22%

Custos fixos 18.014,58 26,85%

Mão-de-obra e enc. 1.632,00 2,43%Aluguel 3.600,00 5,37%Depreciação 2.086,40 3,11%Manutenção e conservação 670,88 1,00%Despesas diversas* 4.025,30 6,00%Retirada 6.000,00 8,94%

Total 67.088,33 100,00%

Discriminação Qtde Salário Encargos(%) Valor mensal Valor anual

Direta 770,15 9.241,80

Garçom 1 136 82,5 248,20 2.978,40 Cozinheira 1 136 82,5 248,20 2.978,40 Ajudante de cozinha 1 150 82,5 273,75 3.285,00 Indireta 136,00 1.632,00

Contador 1 136 0 136,00 1.632,00

Total 906,15 10.873,80

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Quadro 7B

Custos com Matérias-Primas e Insumos

7-1-3 COEFICIENTES TÉCNICOS

Os coeficientes técnicos foram elaborados levando-se em consideração o consumo médio unitário por pessoa de 500 gr., e tendo como base estudo técnico elaborado pelo Sindbares em 1996, conforme quadro 8.

Quadro 8 Coeficientes Técnicos – Unidade por Pessoa

Discriminação Unidade Qtde mês preço unit Valor Mensal Valor anual

Refeição 2.209,49 26.513,86

Carnes( peixe, frango, boi e porco) kg 247,5 5,48 1.355,66 16.267,97 Guarnições kg 165 0,80 131,34 1.576,10 Purês, suflês,cremes e molhos kg 165 1,91 315,75 3.789,01 Tortas e empadões kg 82,5 2,49 205,23 2.462,74 Verduras e maioneses kg 82,5 0,96 79,58 954,91 Saladas e folhas kg 49,5 1,49 73,93 887,17 Frutas kg 33 1,45 48,00 575,97

Bebida - - 495,00 5.940,00

Refrigerantes un 750,00 0,50 375,00 4.500,00 Sucos un 255,00 0,40 102,00 1.224,00 Outros un 45,00 0,40 18,00 216,00

Total - - 2.704,49 32.453,86

Itens do cardápio Kg

Componentes da refeição* 0,50

Carnes( peixe, frango, boi e porco) 0,15Guarnições 0,10Purês, suflês,cremes e molhos 0,10Tortas e empadões 0,05Verduras e maioneses 0,05Saladas e folhas 0,03Frutas 0,02

Bebida por pessoa unidade por pessoa

Refrigerantes 0,50Sucos 0,17Outros 0,03* Baseado num consumo médio por pessoa de 500 gramas de alimentos preparados Fonte: SINDIBARES - Perquisa realizada em 20 estabelecimentos

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Quadro 9 Custos Totais e Unitários Anuais

7-2 PREVISÃO DA RECEITA

7-2-1 DETERMINAÇÃO DA MARGEM DE TRIBUTAÇÃO

O quadro 10, a seguir, apresenta a composição da margem de venda, englobando as despesas tributárias – impostos estaduais e federais Considerando-se a faixa de faturamento do empreendimento optou-se por enquadrá-lo no Sistema Simples de tributação - Estadual e Federal – para efeito de determinação dos percentuais de taxação.

Quadro 10 Margens de Comercialização

Discriminação ano 1 ano2 ano 3 Ano 4

Utilização da capacidade 70% 80% 90% 100%

Total de refeições ano 12.600 14.400 16.200 18.000

Custo das mercadorias Vendidas 30.470,30 35.204,89 38.450,28 41.695,66

Custo fixo 12.014,58 12.014,58 12.014,58 18.014,58

Custo Variável 35.634,96 41.107,36 45.090,55 49.073,75

Custo Total 47.649,55 53.121,94 57.105,13 67.088,33

Custo de refeições 40.595,16 44.078,31 47.561,46 51.044,61

Custo unitário por refeição* 3,22 3,06 2,94 2,84

Custo médio por kg* 6,44 6,12 5,87 5,67

Custo unitário líquido de depreciaçã 6,11 5,83 5,61 5,44 * Não inclui custos tributários, comissões e margem de lucro

Discriminação %

Margem de lucro 10,00%Simples Federal 5,40%Simples ICMS 2,50%Comissão 2,00%

Sub-total 19,90%

Taxa de marcação 80,10%

Total 100,00%

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7-2-2 DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS BÁSICOS DE VENDA O preço do Quilo da Refeição foi determinado tendo como base os coeficientes técnicos apresentados anteriormente, conforme quadro 11

Quadro 11 Preço de Venda Sugerido

7-2-3 ESTIMATIVA DA RECEITA TOTAL A receita total anual, foi calculada levando-se em consideração o preço da refeição definido no quadro 12 e as estimativas de faturamento provenientes de outros serviços que serão prestados, como decorrentes de bebidas e sobremesa.

Quadro 12 Receita Total em R$ 1,00

Discriminação UnidadeConsumo

MédioPreço

UnitárioReceita Mensal

Refeições kg 0,50 7,08 5.310,51 Refrigerante un 750,00 0,70 600,00 Suco un 255,00 1,00 255,00 Outras bebidas un 45,00 1,00 45,00

Total da receita anual 74.526,10

Discriminação ano 1 ano 2 ano3 ano 4

Utilização da capacidade 70% 80% 90% 100%

Quatidade Refeições ano 12.600 14.400 16.200 18.000

Custo unitário por refeição* 3,22 3,06 2,94 2,84

Mark-up( margem de marcação) 80,10% 80,10% 80,10% 80,10%

Preço de venda sugerido por refeição 4,02 3,82 3,67 3,54

Preço de venda por kg 8,04 7,64 7,33 7,08

Preço de venda líquido de depreciação kg 7,63 7,28 7,01 6,79 * Não inclui custos tributários, comissões e margem de lucro

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8 - RESULTADO OPERACIONAL ANUAL 8-1 QUADRO DE RESULTADO O resultado operacional do empreendimento aparece discriminado no quadro 13 abaixo. A capacidade de pagamento do empreendimento é encontrada pela soma do resultado líquido operacional após a dedução dos impostos e adicionados ao valor da Depreciação, pois esta não representa saída de caixa.

Quadro 13 Resultado Operacional Anual em R$ 1,00

8-2 - FLUXO DE CAIXA DO EMPREENDIMENTO Os seguintes critérios foram utilizados para a elaboração do quadro 14, que apresenta o fluxo de caixa anual do empreendimento: a- Vida útil para a análise financeira de dez anos. b- O valor total do investimento inicial, dado pela soma dos investimentos fixos, investimentos em

capital de trabalho e a reserva técnica. c- Valor residual do investimento fixo ao final de 10 anos, considerando as taxas legais de

depreciação no quadro 04; d- Resultado líquido anual - capacidade de pagamento -, conforme quadro 13; e- A ocupação mensal da capacidade foi determinada a partir de um nível de ocupação de 70%, 80%,

90% e 100%; f- O saldo líquido anual calculado tomando-se como base o resultado líquido mais o valor residual do

investimento e menos o investimento total; g- Os valores do fluxo de caixa descontado foram encontrados a partir da utilização de uma taxa de

juros imputada de 15% ao ano, denominada custo de oportunidade.

Discriminação ano 1 ano 2 ano3 ano4 ano 5

Receita Operacional bruta 52.168,27 59.620,88 67.073,49 74.526,10 74.526,10 (-) Impostos 4.121,29 4.710,05 5.298,81 5.887,56 5.887,56 Receita Operacional líquida 48.046,98 54.910,83 61.774,69 68.638,54 68.638,54 (-) Custos dos Prod.vendidos 22.717,70 25.963,09 29.208,48 32.453,86 32.453,86 (-) Mão-de-obra direta 7.752,60 9.241,80 9.241,80 9.241,80 9.241,80 Lucro operacional bruto 17.576,67 19.705,94 23.324,41 26.942,88 26.942,88 (-) Custos administrativos 9.928,18 9.928,18 9.928,18 15.928,18 15.928,18 (-) Depreciação 2.086,40 2.086,40 2.086,40 2.086,40 2.086,40 Lucro operacional líquido 5.562,09 7.691,36 11.309,83 8.928,29 8.928,29 (+) Depreciação 2.086,40 2.086,40 2.086,40 2.086,40 2.086,40 (+) Despesas diferidas - - - - - Disponibilidade de caixa 7.648,49 9.777,76 13.396,23 11.014,69 11.014,69

Ponto de nivelamento 73% 65% 55% 71% 71%Rentabilidade s/vendas 15% 16% 20% 15% 15%Rentabilidade s/investimentos 11% 15% 20% 16% 16%

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Quadro 14 Fluxo de Caixa do Empreendimento em R$ 1,00

8-3 ÍNDICES FINANCEIROS DO EMPREENDIMENTO 8-3-1 PONTO DE NIVELAMENTO O ponto de nivelamento é também chamado de ponto de equilíbrio e será aqui definido pelo nível de utilização da capacidade de fornecimento de alimentos, (ou de faturamento) mínimo para que a empresa comece a gerar lucros. Na formulação matemática este ponto é encontrado pela divisão dos Custos Fixos pela diferença entre a Receita Total e os Custos Variáveis. Para o presente perfil temos que o ponto de nivelamento está estimado em 70,78% conforme Quadro 15, mostrando que o período de maturação deste tipo de empreendimento demanda um certo tempo para produzir retorno. 8-3-2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO O Valor Presente Líquido foi calculado a partir de uma taxa mínima de atratividade de 15% ao ano, ou do chamado custo de oportunidade do capital, representando um desejo do empreendedor de obter nesse negócio um retorno de pelo menos 15% ao ano. A partir da determinação deste percentual é então calculado o valor atual (presente ou descontado) de todos os componentes do fluxo líquido de caixa, cujos valores são então somados para encontrar o Valor Presente Líquido. Para o presente perfil o VPL está calculado em R$ 28.591,65 , conforme Quadro 15, significando que os resultados obtidos remuneram o valor do investimento feito, em 15% ao ano e ainda permitem aumentar o valor da empresa daquela importância. 8-3-3 TAXA INTERNA DE RETORNO É a taxa de desconto que torna nulo o valor atual do investimento, isto é, corresponde a taxa de remuneração anual do empreendimento. Neste perfil, a Taxa Interna de Retorno é de 39,58% ao ano, conforme Quadro 15, demonstrando que o investimento será remunerado a esta taxa anual. Significa que o empreendimento apresenta uma taxa de retorno sobre o investimento inicial superior a taxa média de atratividade do mercado. Em síntese, o projeto pode ser considerado viável.

ANO INVESTIMENTO VALOR RESIDUAL RESULTADO SALDO FLUXO DE CAIXATOTAL DO INVESTIMENTO LÍQUIDO LÍQUIDO DESCONTADO

0 24.713,35 - (24.713,35) (24.713,35) 1 - 7.648,49 7.648,49 6.650,86 2 - 9.777,76 9.777,76 7.393,39 3 - 13.396,23 13.396,23 8.808,24 4 - 11.014,69 11.014,69 6.297,69 5 - 11.014,69 11.014,69 5.476,25 6 - 11.014,69 11.014,69 4.761,96 7 - 11.014,69 11.014,69 4.140,83 8 - 11.014,69 11.014,69 3.600,72 9 - 11.014,69 11.014,69 3.131,06

10 - 1.300,00 11.014,69 12.314,69 3.044,00

VPL 28.591,65 TIR 39,58%

15%

3,30

CUSTO DE OPORTUNIDADE (anual)

TEMPO DE RECUPERAÇÃO DO CAPITAL

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8-3-4 PAY-BACK TIME OU TEMPO DE RECUPERAÇÃO DESCONTADO Este indicador tem a mesma função do tempo de recuperação do capital investido calculado da forma simples, sendo que a única e substancial diferença é que seu cálculo é realizado com os valores do fluxo de caixa descontados a partir da taxa mínima de atratividade, ou do custo de oportunidade do capital. A vantagem desse indicador sobre o simples, é que ele leva em consideração em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo. Assim, de acordo com os dados apresentados do Quadro 15 o Tempo de Recuperação do Capital (Descontado) do presente perfil é de 3,30 anos, indicando o período de tempo que seria suficiente para a recuperação do capital investido. Esse período de tempo é compatível com o tipo de empreendimento em questão. 8-3-5 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE DAS VENDAS É uma medida de avaliação econômica e um dos fatores que influencia a Taxa de Retorno do Investimento. Expressa em uma taxa (%), é encontrada pela divisão do Lucro Líquido Operacional pelo valor das Vendas Totais. Com base em dados anuais, este perfil apresenta um índice de lucratividade das vendas de 14,78% conforme explícito no Quadro 15.

Quadro 15 Índices Financeiros do Empreendimento

Discriminação

Ponto de Equilíbrio ou Break-Even Point % do faturamento 70,78%

Valor Presente Líquido para i anual de 15% 28.591,65

Taxa Interna de Retorno anual 39,58%

Tempo de Recuperação Descontado ou Pay Back Time em anos 3,30

Índice de Lucratividade das Vendas em % 14,78%

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9- INCENTIVOS E FONTES POTENCIAIS DE FINANCIAMENTO 9-1 INCENTIVOS FISCAIS POTENCIAIS Para credenciar-se aos recursos do FUNRES e portanto receber recursos do FUNRES - Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, comumente chamado de Incentivo Fiscal, é necessário que a empresa seja constituída sob a forma de sociedade anônima, requerendo para tanto procedimentos legais mais custosos, não compatíveis com este tipo de empreendimento. A utilização de recursos sob a forma de incentivo fiscal pode ser viável apenas para empreendimentos de maior porte. A disponibilidade de recursos do FUNRES para micro e pequenas empresas é para financiamento apenas, conforme explicado, em seguida. 9-2 FONTES POTENCIAIS DE FINANCIAMENTO As linhas de financiamento direcionadas às micros e pequenas empresas geralmente não apresentam muita variação. No caso específico do Espírito Santo elas tem como fonte básica recursos do FUNRES, relativamente limitados, e do BNDES, que são repassados por bancos credenciados sejam eles públicos ou privados. As condições apresentadas não diferem muito. Todas usam a TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo como taxa básica de juros, acrescida de uma taxa fixa que pode variar de 4 a 6 por cento ao ano. A linha do BNDES mais difundida é chamada de BNDES/ AUTOMÁTICO que é operada pela maioria dos bancos públicos( Banco do Brasil, Banestes e Bandes) e também pelos bancos privados. No Espírito Santo, o Bandes opera também a linha FUNRES/ PROPEN/MIPEQ, orientada para pequenos investimentos, não podendo o financiamento ultrapassar o valor de R$ 25.000,00. A seguir são apresentadas duas linhas básicas de financiamento. 9.2.1- BNDES/AUTOMÁTICO Agente Operador Bancos Comerciais e de Desenvolvimento devidamente credenciados. Objetivo Financiamento a investimentos, inclusive aquisição de máquinas e equipamentos novos de fabricação nacional, importação de máquinas e equipamentos, e capital de giro associado ao investimento fixo. Beneficiários Empresas privadas, pessoais físicas residentes e domiciliadas no País, entidades da administração pública direta e indireta, e demais entidades que contribuam para os objetivos do Sistema BNDES.

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Itens Financiáveis Ativos fixos de qualquer natureza, exceto: terrenos e benfeitorias já existentes; máquinas e equipamentos usados (no caso de microempresas e empresas de pequenos porte poderão ser apoiados máquinas e equipamentos de qualquer natureza); animais para revenda, formação de pastos em Áreas de Preservação Ambiental. Capital de giro associado ao investimento fixo. Despesas pré-operacionais. Condições Operacionais Limite Máximo:: Investimentos limitados a R$ 7 milhões, por empresa, por ano. Participação: Equipamentos nacionais ou importado: até 100%. Outros itens: - microempresas e empresas de pequeno porte e programas de desenvolvimento regional: até 90% e demais casos: até 70%. A participação está limitada a 50% do ativo total projetado da empresa ou do grupo empresarial ou a 5% do Patrimônio Líquido Ajustado do BANDES, o que for menor. No caso de Bancos privados não há esta limitação. Nesses casos, o financiamento será analisado de acordo com interesse e reciprocidades apresentadas pelo Banco. Prazo: O prazo total será determinado em função da capacidade de pagamento do empreendimento, da empresa ou do grupo econômico. Taxas de Juros: Micro e Pequena Empresas: 6% a.a. + TJLP. Média e grande empresas: 7,5% a.a. + TJLP. IOF: Cobrado na forma legal, descontado no ato da liberação. Custo de Análise de Projeto: Isento. Garantias Reais: Equivalentes, no mínimo, a 1,5 vezes o valor financiado. Os bens dados como garantia deverão ter seguro. Pessoais: Aval ou fiança de terceiros. Fundo de Aval 9.2.2- FUNRES/PROPEN/MIPEQ Subprograma de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Objetivo Apoio financeiro, assistência técnica e gerencial a micros e pequenas empresas dos setores industrial, agroindustrial, de comércio e serviços, visando implementar política de geração de empregos e renda. Beneficiários

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Empresas existentes, classificadas com base na receita operacional líquida anual, relativa ao último exercício social, e empresas novas, classificadas com base na previsão da receita, da mesma forma, verificadas, em ambas situações o número de empregados, observados os seguintes parâmetros: a. Micro empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam de até 250.000 UFIR, e tenham até 19

empregados, no caso de indústria, e 9, no caso de comércio e serviços; b. Pequenas empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam acima de 250.000 e até 750.000 UFIR, e tenham de 20 até 99 empregados, no caso de indústria, e de 10 a 49, no caso de comércio e serviços. Itens Financiáveis Investimentos fixos e mistos, limitado o apoio para capital de giro a 20% do total do investimento fixo financiável: pequenas reformas e instalações físicas; máquinas e equipamentos novos e usados; móveis e utensílios novos e usados. Condições Operacionais Limite Máximo: R$ 25.000,00, por tomador. Participação: Até 80% do total financiável, condicionado á política de risco do BANDES. Prazo: Até 48 meses, incluindo a carência de até 12 meses. Taxa de Juros: 6% a.a. (seis por cento ao ano) + TJLP. Obs.: O BANDES poderá cobrar Custo de Análise de Projeto, conforme Tabela de Ressarcimento de Custos, com exceção das micro empresas. IOF: Isento. Utilização do Crédito Em uma ou em várias parcelas periódicas, fixadas em função do cronograma físico-financeiro do empreendimento. Forma de Pagamento Amortização mensal, juntamente com os encargos financeiros, pagos no período da carência, trimestralmente. Garantias Reais e Pessoais, preferencialmente, definidas na ocasião da análise da operação. Os bens dados em garantia deverão ter seguro.

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10 – FONTES DE REFERÊNCIA 1 Sindbares – Sindicato dos Bares e Restaurantes do Espírito Santo 2 Gazeta Mercantil, Maiores e Melhores

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11 – ANEXOS

INVESTIMENTOS FIXOS A- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 7.986,00

Discriminação Qtde preço unit. valor 1- De apoio 1.157,00 Impressora fiscal MP-20-FI 1 897,00 897,00 Máquina de calcular c/visor e fita 1 260,00 260,00 2- De cozinha 4.204,00 Fogão industrial 8 bocas e 2 fornos 1 850,00 850,00 Taxo de frituras 1 180,00 180,00 Máquina de moer carne 1 249,00 249,00 Batedeira 1 250,00 250,00 Liquidificador industrial 1 250,00 250,00 Exaustor de parede 1 80,00 80,00 Cilindro para massas 1 450,00 450,00 Freezer horizontal 1 850,00 850,00 Geladeira 450 litros 1 900,00 900,00 Extrator de suco 1 145,00 145,00 3- Da área de refeições 2.625,00 Balcão elétrico quente com 8 cubas 1 697,00 697,00 Balcão elétrico refrigerado 1 1.200,00 1.200,00 Balança eletrônica 1 598,00 598,00 Mesa com gaveta 1 130,00 130,00 B- MÓVEIS E UTENSÍLIOS 5.439,00 4- Móveis e utensílios de cozinha 700,00 Bancada de trabalho em granito(2,00 X 1,00 m)

1 250,00 250,00

Bancada para equipamento( 2,00 X 0,60 m) 1 150,00 150,00 Prateleiras m² 10 30,00 300,00 5- Material de copa 570,00 Bancada 1 250,00 250,00 Móvel aparador para louças e talheres 1 320,00 320,00 6- Material de salão 2.510,00 Mesas 8 100,00 800,00 Cadeiras 32 30,00 960,00 Balcão de atendimento para pesagem 1 200,00 200,00 Balcão de caixa 1 550,00 550,00

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7- Utensílios de cozinha 896,00 Caçarola 2 50,00 100,00 Caldeirão 1 45,00 45,00 Assadeira 2 12,00 24,00 Frigideiras 2 13,00 26,00 Formas para tortas 2 15,00 30,00 Panelas de pressão 2 150,00 300,00 Abridores de lata 2 4,00 8,00 Facas para carnes 2 15,00 30,00 Facas para legumes 3 3,00 9,00 Colheres de cozinha 6 5,00 30,00 Escumadeiras 2 5,00 10,00 Batedor de bife 1 10,00 10,00 Pirex regulares 5 13,00 65,00 Pirex ovais 3 15,00 45,00 Pirex redondos pequenos 3 10,00 30,00 Colheres de arroz 10 5,00 50,00 Talheres para salada 2 7,00 14,00 Pegadores de macarrão 2 7,00 14,00 Conchas 4 8,00 32,00 Garfos trinchantes 3 8,00 24,00 Copa 742,00 Pratos rasos( dz) 4 14,00 56,00 Pratos para sobremesa(dz) 4 19,00 76,00 Garfos(dz\) 3 12,00 36,00 Facas de mesa(dz) 3 50,00 150,00 Garfos de sobremesa 2 20,00 40,00 Facas de sobremesa 2 20,00 40,00 Copos para refrigerante 4 22,00 88,00 Porta guardanapo 8 7,00 56,00 Conjunto de vinagreiro,saleira,paliteiro 8 25,00 200,00 Rouparia 21,00 Toalhas(dz) de prato 1 21,00 21,00 Total 13.425,00