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02 ENFOQUE PASTORAL

“Sal da Terrae Luz do Mundo” (Mt 5,13-14)

Estamos vivendo um tempo mui-to especial com a vivencia do ano do Laicato, que está promovendo “como Igreja, Povo de Deus, ce-lebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Bra-sil; aprofundar a sua identidade, vo-cação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Rei-no na sociedade” (Doc 105 CNBB). Neste ultimo mês foi dado mais um passo em nossa diocese na organi-zação e celebração do Ano do Lai-cato: Tivemos nos CFPs (Conselho Foranio de Pastoral) das foranias a eleição de três representantes por forania para compor o trabalho de articulação do Laicato em nossa diocese e posteriormente formar o conselho de leigos. Um organismo pastoral que deve levar adiante os trabalhos iniciando neste ano. “É dever de cada batizado conhecer Jesus Cristo, viver seus sentimentos de amor e ajudar os mais necessitados a serem felizes e a todos se santificarem para a gló-ria de Deus”. (Dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato). Nos salta os olhos a expres-são “Igreja em saída”. Todos os dio-cesanos são chamados a participa-rem com entusiasmo e dedicação

na propagação e reflexão da leitura orante, o encarte da folha diocesana que muito tem contribuído para as reflexões nos grupos de rua e família. E visa este ano e os próximos apro-fundar a fé dos batizados através da meditação sobre o Creio. Meditando estes encontros em suas casas, no trabalho e na Igreja, sendo na Igre-ja e no mundo Sal e Luz. O Ano do Laicato é uma inspiração para que, os leigos sejam mais uma vez, con-vidados a assumirem toda a força sobrenatural de seu Batismo, como extensões do Corpo de Cristo, atua-lizando a Boa Nova ao nosso mundo tão carente de sentido. Peçamos a Deus a graça do Espirito Santo e que seja sempre re-novado em nós o Pentecostes reali-zado no dia do nosso batismo. Que a Virgem Maria em seu Imaculado Coração nos fortaleça em nosso sim e nos ajude a sermos abrasados no Coração Santo de Seu Filho Jesus. Coragem!

Pe. Marcelo DiasCoordenador Diocesano de

Pastoral

EDITORIAL

Jornalista Resp.: Pe. Marcos V. Clementino MTB 82732 Orientação Pastoral: Pe. Macerlo DiasEditoração Eletrônica: Luiz Marcelo GonçalvesImpressão: Gráfica Marmar - Fone: 11 99961-4414Cúria Diocesana de GuarulhosEnd: Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima - Guarulhos - SPCep: 07122-210 - Contato: 11 2408-0403Site: www.diocesedeguarulhos.org.brEmail: [email protected]: 30.000 exemplares

EXPEDIENTE

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

PROMOVER O BEM COMUM É URGENTE O nosso querido país, o Brasil, passou por mais um momen-to difícil em sua história, que é marcada pela paralisação dos caminhoneiros que utilizam a seguinte frase como lema: “Sem caminhão, o Brasil para”. Uma crise que demonstra o limite da paciência do povo brasileiro com o aumento diário de taxas que valorizam os empresários e desfavorece os trabalhadores e os mais pobres da sociedade. Os caminhoneiros representam apenas uma parcela dos milha-res de insatisfeitos com o sis-tema de desigualdade social. A população inteira mais uma vez paga com sofrimento pela falta de iniciativa preventiva da parte dos líderes políticos, através do desabastecimento de combustí-vel, foram atingidos o transporte público, os centros de alimenta-ção, a segurança e saúde públi-ca e o sublime direito de ir e vir de cada cidadão. É inquestio-nável a luta dos caminhoneiros, porém é lamentável a falta de consciência sobre a importân-cia do Bem Comum que o Papa Francisco em sua carta encíclica Laudato Si sobre o cuidado com a casa comum, reafirma: O Bem Comum é o conjunto das condi-ções da vida social que permite, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição. Aconselha ainda, o papa, a to-dos a praticarem o Bem Comum ressaltando que é o respeito pela pessoa humana enquanto tal, com direitos fundamentais e inalienáveis orientados para o seu desenvolvimento integral.

Exige também os dispositivos de bem-estar e segurança so-cial e o desenvolvimento dos vários grupos intermediários, aplicando o princípio da subsi-diariedade. Entre tais grupos, destaca-se de forma especial a família, enquanto célula basilar da sociedade. Por fim, o Bem Comum requer a paz social, isto é, a estabilidade e a segurança de certa ordem, que não se rea-liza sem uma atenção particular à justiça distributiva, cuja viola-ção gera sempre violência. Toda a sociedade – e, nela, especial-mente o Estado – tem obriga-ção de defender e promover o bem comum. Nas condições atuais da sociedade mundial, onde há tantas desigualdades e são cada vez mais numerosas as pessoas descartadas, priva-das dos direitos humanos fun-damentais, o princípio do bem comum torna-se imediatamen-te, como consequência lógica e inevitável, um apelo à solidarie-dade e uma opção preferencial pelos mais pobres. Como cristãos renova-mos nossa esperança no futuro através da oração ensinada pelo santo padre: “...Ilunimai os do-nos do poder e do dinheiro para que não caiam no pecado da in-diferença, amem o bem comum, promovam os fracos, e cuidem deste mundo que habitamos. Senhor, tomai-nos sob o vosso poder e a vossa luz,para prote-ger cada vida, para preparar um futuro melhor, para que venha o vosso Reino de justiça, paz e beleza. Louvado sejais! Amém.

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No mês de maio tivemos em nossas fo-ranias o Conselho Forâneo de Pastoral sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e na sociedade. O grande relevo que o documento 105 da CNBB dá à vo-cação laical – relevo, não novidade – é o leigo como sujeito eclesial. A tradicional regra gramatical nos ensina que sujeito é aquele que pratica a ação. A vocação lai-cal não é passividade, mas atuação con-creta e própria na obra da evangelização. Esta é a missão da Igreja. Leigos e leigas, ministros ordenados, consagrados e con-sagradas, todos somos sujeitos eclesiais que, dentro do nosso âmbito vocacional, somos chamados atuar concretamente na obra da evangelização, com a autonomia – não independência arbitrária – que se manifesta numa verdadeira espiritualidade de comunhão e participação. O que o bispo de Guarulhos, pas-tor da diocese, sucessor dos apóstolos, que deve ser garante da presença da Igre-ja nesta porção do Povo de Deus, espera do Ano do Laicato em Guarulhos?

1. Que a vocação laical em nossa diocese se torne mais concreta na ação evangeli-zadora da sociedade. É peculiar à voca-ção laical a sua índole secular. De modo particular, é no mundo que os leigos de-vem vivenciar a ação transformadora do evangelho. A presença da identidade cristã católica precisa incrementar a sua presença profética e evangelizadora em tantos âmbitos da nossa sociedade e nos modernos areópagos. (cf. Doc 105 CNBB 241-273.) Esperamos que a formação do Conselho de Leigos da nossa diocese seja um legado do Ano Laicato. Conselho que seja expressão de comunhão e participa-ção na missão da Igreja.

2. Os leigos e leigas de nossa diocese pre-cisam renovar a consciência que, como sujeitos eclesiais, necessitam ( ou melhor a missão da Igreja necessita) participar ati-vamente nos vários âmbitos da comunhão eclesial. (cf. Doc 105 CNBB 136-160)

3. Tanto para a ação transformadora no âmbito eclesial, como no mundo é neces-sário formar-se. Precisamos caminhar na diocese para um aprimoramento na for-mação do laicato. Não podemos simples-mente ser uma “Igreja em saída”. Temos que sair com uma identidade, estar pre-sente no mundo com o odor de Cristo.

a) É fundamental a Iniciação à vida cris-tã. Não se trata somente da necessidade de receber os Sacramentos da Iniciação Cristã, sem os quais ninguém pode ser Igreja. Trata-se de uma iniciação que nos faça sentir a pertença a Cristo e a Igreja, de modo inseparável. Esta iniciação não se faz através de cursos e cursinhos. Ela se realiza com o caminhar na fé em uma comunidade concreta, onde todo cristão é alimentado com a força da Palavra e a gra-ça dos Sacramentos. (cf CNBB Doc 105, 104-107 e o Doc 107)

b) Temos, sim, que incrementar a forma-ção do laicato na formação catequética, teológica pastoral, na Doutrina Social da Igreja e tantos outros campos que auxiliem na atuação na ação transformadora da so-ciedade. Para tanto é preciso a disponibili-dade dos leigos e leigas para participarem daquilo que a diocese e as paróquias já oferecem e podem ainda oferecer.

Enfim, para todos nós, leigos e leigas, consagrados e ministros ordenados, ser-mos sal e luz é preciso doação e entre-ga na fé. Sal e luz realizam sua missão consumindo-se. Tudo isso é mistério de amor que nos vem da doação e entrega por excelência realizadas por Jesus Cristo, na Cruz gloriosa , que deve ser para nós a árvore e a fonte da salvação.

+Edmilson Amador Caetano, O.Cist.Bispo diocesano

03VOZ DO PASTOR

ano do Laicato em Guarulhos

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

AGENDA DO BISPO

0111h – Missa Seminário LavrasEncontro dos seminaristas da Filosofia SP @19h30 – Missa par. Santo Antonio Pimentas – 30 anos

0210h – Ordenação Diaconal – par. São Judas Tadeu – Jd. Alice19h – Crisma par. Sag. Coração de Jesus – Normândia

03 07h30 – Missa Catedral

04 Dia todo: Encontro dos Bispos das regiões metropoli-tanas em Salvador-BA

05-07 Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 – Itaici08 08h – Missa Cúria e 14h30 – Atendimento Cúria

09 Peregrinação com a Irmandade de Santo Antonio de Santana Galvão em Guaratinguetá

10

08h – Missa e bênção do altar comunidade São Vicen-te de Paulo – paróquia NS Aparecida – Cocaia10h – Presença no Encontro CRB - CDP11h – Crisma paróquia NS Aparecida – Jd. América14h – Missa no Encontro dos Cerimoniários - CDP

1209h30 – Codipa e 14h30 – Atendimento Cúria20h30 – Celebração Palavra – Entrega das bíblias – Neocatecumenato paróquia São José

1307h – Missa paróquia Santo Antonio – Gopouva15h – Missa paróquia Santo Antonio – Vila Augusta

14 09h30 – Cons. Presbíteros e 14h30 – Atendimento Cúria

1508h – Reunião LIBCOM – São Paulo15h – Encontro Seminaristas – Lavras

16 14h – Reunião preparação Semana Diocesana de For-mação – paróquia NS Lourdes

17 11h – Crisma Catedral

1909h30 – Economato e 14h30 – Atendimento cúria19h – Missa nas casas par. NS AparecidaJd. Vila Galvão

2009h30 – Reunião geral do Clero – Lavras13h30 – Reunião com formadores dos seminários

2107h – Missa e Encontro Seminário Propedêutico09h30 – CDAE e 14h30 – Atendimento cúria

23 19h – Missa paróquia São João Batista24 11h – Missa catedral

25-29 Retiro do Clero – Atibaia

29 19h30 – Dedicação da Igreja São Paulo Apóstoloparóquia NS Fátima – Cocaia

3016h30 – Missa paróquia São Pedro19h – Crisma paróquia NS Aparecida - Cocaia

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04 vida presbiteral vida e vocação

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

Senhor, o que nos rouba de Ti?presbítero: pessoa humana

Nesta jornada de viver em que nosso chamado primeiro é à vida e à santidade, fico me perguntan-do e lanço esta pergunta à você adolescente, jovem, adulto: quan-tas vezes fugimos do chamado que Jesus nos faz todos os dias através de tanto acontecimentos, usando tantas pessoas como instrumento e tantos sinais como prova de que Ele nos quer traba-lhando em sua vinha, em favor e para aqueles preferidos d’Ele e para que o reino de Deus continue acontecendo no meio de nós. Quantas vezes temos medo de assumir esta verdade do que queremos realmente e acabamos por fugir. Temos o desejo de fazer mais pelo outro; temos o desejo de ser mais de Jesus, inteiramente; te-mos o desejo de amar intensamente e inteiramente e imensuravelmente o próprio Amor. Mas sempre temos medo e muitas coisas nos roubam desse bem maior. Precisamos estar atentos ao clamor que Ele nos faz todos os dias. ESCUTAR sua voz e es-cutar seu silêncio. Porque muitas vezes estamos ocupados demais com muitas coisas, até mesmo pastoralmente, num ativismo mui-to forte e não conseguimos parar para ESCUTAR verdadeiramente aquilo que Ele nos diz ao coração. E escutando poderemos discernir com mais clareza, inspirados e iluminados pelo Espirito Santo de Deus para sempre estar de acor-

do com a vontade de Deus. So-nhar os sonhos que Deus sonha para cada um de nós. Ninguém nunca disse que seria fácil. Nenhuma opção de vida é uma escolha fácil. Mas Ele jamais desampara nenhum de seus ama-dos filhos. Ele quer nosso coração rendido à Ele. Mas tantas situações que nos roubam da comunhão, da união e do relacionamento íntimo com Jesus. Quem nos rouba de Jesus? O que nos rouba de Je-sus? Que situações nos afastam do Amor Supremo? E sabendo que Jesus é misericórdia e reconhecendo o que nos rouba d’Ele, poderemos assim VIVER a nossa escolha com plenitude. O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não te-mos de esperar que sejamos per-feitos para dar como resposta o nosso generoso «eis-me aqui», nem assustar-nos com as nossas limitações e pecados, mas aco-lher a voz do Senhor com cora-ção aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no «hoje» que Deus nos concede. Que a Mãe de Deus nos auxilie sempre nas minhas e nas suas e nas nossas escolhas vo-cacionais. Que seu manto esteja sempre estendido sobre nós e nos acolha em seus braços maternos.

Michellie CustódioNoviça da Congregação das Filhas

de Nossa Senhora Stella Maris

O presbítero é pessoa humana, marca-da por virtudes, mas também por fragi-lidades. E por isso precisamos desen-volver e muito entre nós essa dimensão do cuidado: de si, do irmão presbítero, cuidar e deixar-se cuidar uns pelos ou-tros”. Esta é uma constatação do arce-bispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler, que após o 17º Encontro Na-cional dos Presbíteros (ENP) ressaltou a necessidade de favorecer e fomentar em todo o Brasil a Pastoral Presbiteral. Dom Jaime, que preside a Co-missão Episcopal Pastoral para os Minis-térios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esteve presente no even-to, que reuniu, entre os dias 26 de abril e 2 de maio, mais de 500 padres de todo o Brasil, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Para o prelado, foi um momento de encontro, de estudo, oração, fraternidade, de troca de experi-ências. “Juntos nós refletimos sobre o ser discípulo do Senhor e Pastor do Rebanho. Discípulo é aquele que está em constante busca de se configurar ao mestre. E nesse processo de configuração ao Mestre, ao Nosso Senhor, ao mesmo tempo se faz pastor do rebanho”, comentou. “Nosso mundo certamente an-seia por presenças presbiterais autênti-cas que sejam capazes de transmitir, de mostrar ao nosso povo, à nossa gente o que significa ser cristão batizado, ba-tizada na complexidade da sociedade de hoje”, disse ao comentar um dos aspectos abordados no evento. O tema trabalhado nos últimos dias foi “Presbí-tero: Discípulo do Senhor e Pastor do Rebanho”, amparado pelo lema tirado do livro de Atos dos Apóstolos: “Cuidai de vós mesmos e de todo o Rebanho,

pois o Espírito Santo vos constituiu como guardiões”. No sentido do lema proposto para o encontro está o se-gundo aspecto das reflexões apontado por dom Jaime Spengler: a questão do cuidado. “Nós presbíteros precisa-mos aprender a cuidar de nós mesmos e cuidar uns dos outros e, ao mesmo tempo, nos deixar cuidar uns pelos ou-tros. Somos exigidos de muitos modos. E por isso a obra do cuidado faz parte do caminho daqueles que se lançam na via do discipulado buscando essa configuração a Jesus Cristo. Existem fragilidades que marcam também a vida presbiteral”, salienta. Como pessoa humana, mar-cada por virtudes e fragilidades, é pre-ciso contar com o cuidado pessoal e fraterno, aponta dom Jaime: “Essa é um dos grandes desafios que esse 17º ENP lança aos presbíteros de todo o Brasil. E nesse trabalho do cuidado cer-tamente a Pastoral Presbiteral tem um lugar de destaque. Precisamos sim fa-vorecer, fomentar em todos os nossos presbitérios desse nosso imenso Brasil essa dimensão da Pastoral: a presbite-ral. Porque também o presbítero precisa sim ser cuidado e se deixar cuidar”. Também ressaltando a dimen-são humana, o presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), padre José Adelson da Silva Rodrigues, lem-brou que os presbíteros devem fazer sempre comunhão com os leigos e leigas no serviço da unidade, “não só no Ano do Laicato” e que “não somos super-homens precisamos uns dos ou-tros. O presbítero serve a comunidade, onde todos somos missionários”.

CNBB - igreja católica apostólica romana

Pe Paulo Leandro, Pe Cássio e Pe Cleber Leandro, representantes dos Presbíteros de Guarulhos

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05Falando da vida

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

você não está só

pastoral social

PROMOÇÃO DA VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Por que isto está acontecendo co-migo? O que eu fiz para merecer isso? Essas são as perguntas co-muns de quem está passando por uma situação difícil na vida, seja uma crise financeira, uma doença ou uma separação afetiva. Essas lamentações compõem um qua-dro compatível com o que cha-mamos de sentimento de autopie-dade. Sentimentos desse gênero são causados, na maioria das ve-zes, por uma distorção cognitiva, isto é o indivíduo perde a capaci-dade de ver as coisas como elas são e mergulha num mar de ne-gatividade concluindo que ele é a única pessoa que sofre enquanto o restante do mundo está feliz. Provavelmente você já ou-viu a expressão “errar é humano”, mas certamente não sabia que essa frase resume uma das mais valiosas ferramentas utilizadas na Psicologia Positiva e está sendo objeto de estudo de grandes cen-tros de pesquisa científica nessa área. Estou me referindo à Auto-compaixão através da Humanida-de compartilhada. A dor que sinto em tempos difíceis é a mesma dor que você sente em tempos difí-ceis. As causas são diferentes, as circunstâncias são diferentes, o grau de dor é diferente, mas a ex-periência básica é a mesma. Infe-lizmente, no entanto, a maioria das pessoas não se concentra no que têm em comum com os outros, especialmente nas dificuldades. O

isolamento tem um efeito devasta-dor na experiência do sofrimento provocando um quadro de nega-tividade que leva a diminuição das expectativas e um sentimento de inferioridade que inviabiliza as bus-cas de superação. A pessoa sim-plesmente não se dá conta que está num processo inconsciente sendo vítima de si mesma. Pela autocompaixão te-mos um olhar menos severo em relação a nós mesmos. Uma ati-tude crítica e autopunitiva pode ser substituída por uma postura autocompassiva que compreende e considera a nossa história e os traumas que vivemos no passado. Ninguém erra porque quer, a na-tureza humana pressupõe o erro. Compartilhar nossa humanidade é olhar para dentro de nós mes-mos e localizar o que temos em comum com os outros. As diferenças existem, mas em última análise, somos to-dos filhos de Deus e de uma forma ou de outra buscamos as mes-mas coisas: ninguém quer sofrer, ninguém quer sentir dor, todos, querem ser felizes, todos querem a paz, mas a paz que queremos para o mundo tem que começar no nosso coração. Portanto, dê uma chance a si mesmo e acal-me-se. Você não está só.

Romildo R.AlmeidaPsicólogo clínico

Campanha da Fraternidadena Fundação Casa e

Missa na Semana Santa

Pela primeira vez realiza-mos os encontros da Campanha da Fraternidade nas unidades da Fundação Casa. Os adolescentes adoraram a experiência, especial-mente por organizarem e condu-zirem os encontros do começo ao fim. O material foi cedido pela Paróquia São José – Jd. Paulista. Na semana santa os Padres Fá-bio – Paróquia São João Batista e Márcio – Paróquia Santa Luzia, juntamente com o Seminarista Bruno – Paroquia Nossa Senho-ra de Fátima (Aracilia) encerraram com uma emocionante celebra-ção onde funcionários e adoles-centes se serviram no altar do Senhor. A Pastoral do Menor le-vou ovos de Páscoa para os inter-nos e eles confeccionaram cestas com chocolates/doces que foram distribuídos no almoço de Páscoa aos moradores de rua.

Encontro de Mãesna Fundação Casa

No mês de Maio realizou--se nas unidades da F. Casa o Encontro de Mães. A Pastoral do Menor em parceria com consul-toras da Mary Kay proporcionou um reencontro entre mães e filhos através da aplicação de produtos e massagens manuais e na face. Foi um momento único e de muita emoção onde relembraram da pri-meira infância, de momentos em família e de que tudo pode ser mu-dado e transformado, haja vista que o amor tudo pode, tudo vence e tudo supera. Durante o encontro foram sorteados prêmios, os ado-lescentes apresentaram trabalhos de artes , dança e teatro, fizeram bingo e finalizaram com um deli-cioso lanche. Um agradecimento especial à Cinthia (Paroquia Santa Rita), Carolina da Igreja Batista e Lucineide (Paróquia São José).

Bruna de M. Souza Teixeira

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06 ACONTECEU

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

Na Sexta Feira, dia 20 de abril, a Pastoral diocesana do Dízimo reali-zou, no Centro Diocesano de Pas-toral (CDP), o Encontro de Anima-ção Pastoral e abordou o tema do Planejamento Financeiro Familiar. A abordagem foi realizada por Luciana Mota, agente da Pastoral do Dízimo e secretária da Paróquia Santa Luzia – Pq. Alvorada.

Além de instruir os partici-pantes sobre a importância e a uti-lização da Planilha Financeira a fim de controlar todos os gastos familiar, houve também um forte momento de oração conduzido pelo Assessor Diocesano do Dízimo, Pe. Marcio Arielton, que exortou a importância da intercessão da Mãe da Divina Providência em nossas vidas e em nossos lares.

Pastoral do Dízimo eplanejamento financeiro

No dia 29 de Abril, aconteceu o Congresso Diocesano, da Legião de Maria, com o tema: “A Legião de Maria como Sal da Terra e Luz do Mundo”, em comunhão com o Ano Nacional do Laicato. O encontro, que se iniciou com a oração do Santo Terço e em seguida a Santa Missa, presidida pelo Assessor Diocesano, Pe. Thiago Ramos reuniu cerca de 400 Legionários no Centro Dio-

cesano de Pastoral (CDP). Nosso bispo, Dom Edmilson, esteve presente, para minis-trar algumas palavras de encorajamento e reflexão, desejando a todos um bom e proveitoso Congresso. Em seguida, deu-se con-tinuidade com as palestras ministradas pelo Seminarista Ítalo Sá, Pe. Luiz Brito e o Presidente do Senatus de São Paulo, Sr. Nelson. Com a participação dos presentes, que escreveram suas dúvidas durante o dia, foi realizada uma plenária para responder aos questionamentos que ajudaram a esclarecer as algumas dúvi-das. Pe. Thiago avaliou como construtivo o Congresso, expla-nando que foram temas bem escolhidos e boa estrutura de en-contro. Agradeceu a participação de todos que ajudaram de uma forma ou de outra para o êxito do Congresso, sobretudo aos ofi-ciais dos Conselhos, seminaristas e aqueles que puderam por ali passar dando a sua contribuição. Encerrou-se o Congresso com benção do Santíssimo Sa-cramento e envio à Missão.

Legião de Maria realiza Congresso Diocesano

No dia 28/04 aconteceu o 1º Terço dos Homens em praça pública. O evento foi realizado no Bosque Maia e contou com a participação de mais de 300 pessoas. Juntas, puderam rezar e louvar a Deus pelo dom da vida e pela caminhada do Terço dos Homens na Diocese. Sob condução de Pe. Johnny Bernardo, Assessor Dio-

cesano do Terço dos Homens e com a presença do Pe. Thia-go Ramos, da Paróquia Santa Mena, os participantes puderam agradecer ao Senhor pelo cres-cimento no movimento, pelos benefícios às famílias, tanto no trabalho, no lar e na sociedade e também divulga-lo para todo o povo guarulhense.

terço dos homensno bosque maia em guarulhos

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07ACONTECEU

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

missa diocesana das comunicações 2018No dia 6 de Maio, aconteceu a Missa Diocesana das Comunicações So-ciais 2018. A missa, que é parte das comemorações ao 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, foi celebrada, pela primeira vez, na Paróquia Santa Mena (Forania Rosário). Estiveram presentes cerca de 200 agentes da Pastoral da Comu-nicação (PASCOM), que se juntaram aos fiéis paroquianos e devotos de Santa Mena, para juntos louvarem a Deus pelo bem que Ele tanto faz. A cerimônia foi presidida por nosso Bispo, Dom Edmilson e concelebrada por Pe. Thiago Ramos (Pároco Local) e Pe. Marcos Vinicius (Assessor Eclesiástico da PASCOM). Também contou com a presença do Irmão Lucas Gobbo (Paróquia São Geraldo – Teatinos) e dos Seminaristas Jo-nas Barbosa e Fernando Gonçalves. Durante a Missa houve a entrada de Nossa Senhora da Comuni-cação, realizada pelas crianças do Balé Santa Rita de Cássia (Jd. Cum-bica) e a entrega do Selo PASCOM, como reconhecimento e agradeci-mento pelos serviços prestados e pela participação na Missa Diocesana.Após a Missa, foi oferecido o almoço para os agentes, no E.E. Dona Brasília Castanho de Oliveira, com a presença do Bispo, Padres e Semi-naristas. Atualmente a PASCOM esta implantada em 29 paróquias, distri-buídas nas 5 foranias, além de 2 em fase final de reconhecimento.

O fiéis da Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Pq Santos Dumont), esti-veram reunidos no dia 06 de maio de 2018 na Comunidade São Francisco de Assis ( Vila Rica ) para celebrar os 50 anos de vida religiosa e 31 anos de missão no Brasil da Irmã Clara Spa-zzini que pertence a Congregação das Irmãs da Santa Casa de Nazaré, popularmente conhecida como Irmãs Operárias. Pe Jaime, o pároco, presi-diu a santa missa e acolheu a todos,

de modo particular os que fizeram parte da história de vida da Irmã Cla-ra, que em permanente estado de missão visita mais uma vez sua terra natal, a Itália, e retornará aos traba-lhos pastorais no Brasil em setembro para continuar celebrando o jubileu de ouro. Agradecemos a Deus pela vida e testemunho da Irmã Clara, por sua doação e serviço à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Irmã Clara completa 50 anosde Vida Religiosa

A Juventude Missionária, da Diocese de Guarulhos, realizou no Domingo, dia 15/04, uma “Missão” com os jovens de toda Diocese, na Paróquia São Fran-cisco de Assis, no Parque das Nações, voltado com o objetivo de evangelizar aos arredores da paroquia, levando o evangelho e o testemunho de uma ju-ventude que sai em missão como nos pede o Papa Francisco: “Que seja-mos uma igreja em saída”. O encontro teve início com a Santa Missa às 7 horas da manhã e foi encerrado com a adoração às 16 ho-

ras. Durante o dia, os jovens recebe-ram uma pequena formação e depois foram às ruas ao arredor da comuni-dade, para conhecer as diversas reali-dades e situações onde encontramos pessoas que as vezes só precisam de uma palavra de carinho ou um simples abraço e assim fazer o que Deus nos pediu: Que sejamos sal da terra e luz do mundo levando a luz do evangelho a todas as pessoas.

Jovens Missionários,sempre solidários!

JM realiza missãono Parque das Nações

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08 ACONTECEU

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

CONSELHOS FORÂNEOS ELEGEM DELEGADOS NO ANO LAICATO

forania aparecidaParóquia NOSSA SENHORA DE FáTIMA: JOSÉ CARLOS DARLAN

Paróquia SÃO JOÃO BATISTA: MARCIO HIPOLITO DE LIMA Paróquia SÃO ROQUE: LUCIA SOARES DE SOUZA OLIVEIRA

forania fátimaPARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS - UIRAPURU: RENATO APARECIDO

PARÓQUIA SANTA LUZIA - Pq ALVORADA: SALVINO RODRIGUES DE FREITASPARÓQUIA NOSSA SENHORA DO LORETO: TEREZINHA TEIXEIRA DA SILVA

forania bonsucessoParóquia Sta Cruz e N Sra Aparecida: Nelson Aparecido Rodacki da Costa Vale

Paróquia Sto Alberto Magno: Regina Aparecida Neves da SilvaSantuário Nossa Senhora Bonsucesso: Edvaldo

forania rosário Paróquia Santa Mena: Camila Cristina de Arruda

Paróquia Santa Rita: Adelmo Bernardo da SilvaParóquia Santa Rosa de Lima: Romildo Felix Pires

forania imaculadaCatedral diocesana: Andre Luiz Soares

paróquia Santo Antônio do Parque: Maria Dineide Vieira de Oliveiraparóquia São Francisco de Assis - Gopoúva: Fabio Pereira Lima

A nossa diocese, tem vivido o Ano do Laicato, com uma bonita parti-cipação dos leigas e leigas das nossas paróquias no processo de formação do Conselho Diocesano de Leigos. Nos Conselhos de Pastoral das cinco Foranias, com a presença dos pa-dres e de Dom Edmilson, bispo diocesano, a Equipe Diocesana de Articulação para o Ano do Laicato caminhou o processo de escolha, por meio de votação, de 3 representantes leigos de cada Forania para compor as Comissões do Conselho Diocesano de Leigos. Os Conselhos de Leigos buscam a formação de um laicato consciente de sua vocação e de sua missão. Articula, organiza e representa os cristãos leigos e leigas em nível diocesano. Na sua função o Conselho de Leigos deve levar o laica-to a agir internamente na Igreja, e no tecido humano da sociedade num profundo empenho entre fé e vida. Os 12 representantes de cada Paróquia formam os Núcleos Paroquiais para motivar agentes de pastorais, grupos, equipes, movimentos a descobrirem sua identidade, vocação, missão e espiritualidade, e serem testemunhas de Jesus Cristo; ser presença na família, no trabalho e em todos os ambientes, e ser o canal entre o Conselho de Leigos da Diocese, na paróquia e nos movimentos da cidade.

Próxima reunião dia 09/06 às 15h no Centro de Pastoral.

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FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

09Especial

“Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, pois o Es-pírito Santo vos constituiu como guardiães.”(At 20, 28).

Como filhos de Deus e irmãos em Cristo, nós, 501 presbíteros, 8 Bispos e 2 Cardeais e demais convida-dos, representamos 213 de nossas 274 Igrejas Parti-culares, que formam a Igreja no Brasil, reunimo-nos, na Casa da Mãe Aparecida, entre os dias 26 de abril a 02 de maio de 2018, para rezar, conviver e experimentar a alegria de ser pastor, discípulo missionário do Senhor. Nosso encontro foi assessorado pelo Pe. Dr. Paulo Sér-gio Carrara e o dia de espiritualidade foi orientado por Dom Cláudio Cardeal Hummes.

1- Presbíteros fazendo história nos ENPsNeste 17o Encontro Nacional de Presbíteros do Bra-sil refletimos nossa identidade, espiritualidade e mis-são. Palavras como discipulado, pastoreio, intimidade com Deus e cuidado de si e do rebanho marcaram este encontro. Como eixo transversal, fez-se menção à realidade de sofrimento do povo. Nossas reflexões consideraram o momento de crise política, econômica, social, moral e ética da sociedade brasileira, em uma certa descrença de parte do povo nas lideranças e ins-tituições; a perseguição, prisão e morte de irmãos pres-bíteros no Brasil e no mundo. Contemplamos também o Ano do Laicato e reafirmamos nossa comunhão e fidelidade ao Magistério da Igreja, na pessoa do Papa Francisco, na eclesiologia do Concílio Vaticano II, na Te-ologia da América Latina, nas Conferências do Episco-pado Latino Americano e Caribenho e nas orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

2 – Discípulo missionário do SenhorSomos discípulos missionários de Jesus Cristo e para termos esta identidade e exercermos esta missão, faz--se necessário permanecer com Jesus Bom Pastor, com a firme convicção da presença do Espírito Santo em nosso ser, existir e agir. O discipulado nasce do en-contro com o Senhor. Ser discípulo é deixar-se iluminar pela Palavra de Deus, nutrir pela Eucaristia e ser envia-do em missão às mais variadas periferias existenciais do nosso tempo. Não podemos separar o ser discípulo do ser missionário e vice- versa. Vivemos na intimida-de do Senhor e, por isso, convidamos, cada irmão e irmã, a ser também discípulo do Divino Mestre. O dis-cípulo missionário é “luz do mundo e sal da terra” (cf. Mt 5,13-14). Estamos cientes de sermos chamados a vivermos em comunhão com o Senhor, escutando e testemunhando o Seu Evangelho, fazendo nossos os sentimentos d’Ele (cf. Fl 2,5) a serviço da comunidade e, como profetas, anunciando as propostas do Reino e denunciando as estruturas de pecado.

3 – Pastores do rebanhoTemos a consciência de que no exercício de nosso ministério somos “sacerdotes-profetas- pastores”. O termo “presbítero” expressa bem a dignidade do nosso ser, existir e agir. Neste mundo em constante transfor-mação, bebemos nas fontes: da Palavra de Deus, da

Tradição Apostólica, do Magistério da Igreja, da Litur-gia, expressa também na religiosidade popular, para alcançarmos o ideal de pastorear o rebanho seguindo o exemplo de Cristo Bom Pastor. Nosso ministério e nossa vida estão marcados pelo cuidado, diálogo, atenção, humildade, proximida-de e fraternidade, misericórdia e ternura para com o Povo de Deus. Reconhecemo-nos pastores plasma-dos pelo Espírito Santo e somos capazes de apascen-tar o rebanho com leveza e profundo espírito evangé-lico, tendo a espiritualidade encarnada e atentos aos desafios do tempo presente. Sabemos que a espiritualidade presbiteral tem como traço característico ser pastor. Como tal, nós te-mos o cheiro de cada ovelha e somos guias nas comu-nidades. Assumimos a responsabilidade de conduzir ao Senhor aqueles que, mediante a Igreja, o próprio Se-nhor nos confiou, protegendo-os dos “lobos vorazes”: ideologia, radicalismo, comodismo, fundamentalismo, individualismo, agnosticismo, relativismo e do perigo da dispersão. Trabalhamos para a transformação do mun-do à luz do Evangelho. Como pastores, somos cons-tituídos pelo Espírito Santo como guardiães da Igreja de Deus, isto é, da Tradição, na fidelidade no serviço ao Senhor. Essa missão se constitui numa autoridade evangélica, no serviço cuidadoso e amoroso daquele tesouro de Deus, que é cada ser humano.

4 – Cuidai de vós mesmos e de todo rebanhoO cuidado de si e do rebanho se ligam mutuamente. No “cuidado de vós mesmos”, situa-se a Pastoral Pres-biteral, chão da organização de nossos presbitérios, que promove a espiritualidade de comunhão entre bis-po e presbíteros. Da experiência de ter-se encontrado com Jesus Cristo nasce o convite para que cultivemos integralmente o cuidado do rebanho, a Igreja, Povo de Deus, toda ministerial; Igreja, comunidade de comuni-dades, no resgate do sentido do ministério como servi-ço, no qual os leigos, consagrados e ministros ordena-dos promovam a obra evangelizadora. A Pastoral Presbiteral, no nosso testemunho, trabalha a necessidade da formação permanente, aprofunda conhecimentos teológico no mundo atual. Ela também fomenta as necessidades de cuidado físi-co, afetivo, psicológico, relacional, intelectual, pastoral e espiritual. Ajuda na conversão para uma Igreja em saída, Igreja Missionária. Na dimensão humana, incen-tiva a utilização de meios para alcançar a maturidade em Cristo, como homens integrados e realizados. Isso acontece no cultivo do senso crítico e de unidade com a diocese; o autoconhecimento e a capacidade de se relacionar; a integração positiva e oblativa da sexuali-dade como celibatário e a promoção da capacidade de trabalho em equipe; o zelo pastoral e o uso sadio do dinheiro e dos bens como meios de partilha e co-munhão. Na dimensão comunitária, promove a expe-riência concreta da fraternidade presbiteral por meio da hospitalidade, da comunhão de bens, da solicitude com os irmãos idosos e doentes, com colegas em si-

tuação de crise e isolamentos, e/ou sobrecarregados, como também, da correção fraterna, da ajuda mútua e do lazer realizado em conjunto. Na dimensão espiri-tual, incentiva o cultivo da espiritualidade com base na caridade pastoral, que dê sentido e vigor ao agir pas-toral, bebendo nas fontes da Palavra, Tradição e dos Sacramentos, na oração pessoal e comunitária, na li-turgia, na direção espiritual, na vida em comunidade, no cultivo da devoção à Nossa Senhora e no serviço aos pobres e sofredores. Na dimensão intelectual, desperta especialmente o aprofundamento teológico-pastoral e bíblico. Na dimensão pastoral-missionária, promove a necessidade de conhecer a cultura atual e as transfor-mações sociais, a fim de responder mais eficazmente às necessidades do Povo de Deus. Sente a necessi-dade de rever costumes, estilos, horários, linguagens e estruturas. Percebe a necessidade de presbíteros profetas sensíveis aos problemas do povo, comprome-tidos com a justiça e que se põem ao lado dos peque-nos, dos pobres e daqueles que a sociedade descarta e lança fora (cf. Evangelii Gaudium n. 195).

5 – Intimidade com DeusA intimidade com Deus sustenta nosso ministério e vida. O ardor pelo cuidado do Povo de Deus se fortalece na oração, por isso, rezamos e ensinamos os fiéis a rezar. Como ato litúrgico, a oração exerce papel fundamental na relação filial da assembleia com Deus. Ela serve para reunir a comunidade e, segundo a Sacrosanctum Con-cilium, “Glorifica a Deus e santifica a pessoa-humana” (cf. SC, n. 7; 10). Por outro lado, a celebração litúrgica não deve se converter em evento social, para promover diversão religiosa, na qual se perde a dimensão do mis-tério. Também não se deve fechar no tradicionalismo e rigorismo litúrgicos. Além disso, cabe-nos evitar o exi-bicionismo e a vanglória pela observação de normas e rubricas; o mundanismo, o comodismo, o fetichismo e o fascínio pelas conquistas sociais e políticas; o funda-mentalismo e seus princípios puramente doutrinais (cf. Evangelii Gaudium n. 60;63;93-101). Que na celebra-ção eucarística resplandeça a nobre simplicidade (cf. Sacrosanctum Concilium, n. 34). A Igreja responderá melhor às necessidades espirituais das gerações pre-sentes e futuras pela vivência do Evangelho. O segredo reside na nossa maturidade de fé, na renovação teoló-gica, espiritual e pastoral.

6- Enviados como pastoresAqui, da casa da Mãe Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, Santuário dos romeiros e peregrinos, nós, pres-bíteros da Igreja no Brasil, no empenho de nos configu-rar sempre mais a Jesus Bom Pastor, somos enviados como Seus discípulos missionários para cuidar do re-banho a nós confiado. Maria, Mãe Aparecida, primeira discípula e testemunha da alegria, segure nossas mãos e nos ajude a caminhar. Inspire-nos o testemunho de São João Maria Vianney, nosso patrono. Assim seja.

Aparecida-SP, 02 de maio de 2018

CARTA DO 17o ENCONTRO NACIONAL DE PRESBÍTEROS AOS PRESBITÉRIOS DESTE IMENSO BRASIL!

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SANTA LUZIA - MIKAIL SAGRADA FAMÍLIA - VILA CARMELA

SANTO ANTÔNIO - GOPOÚVA SANTO ALBERTO MAGNO - JARDIM SERÓDIO

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11ano do laicato

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

Aos cristãos leigos e leigas, chamados a ser “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13), o Papa Francisco também a nós nos exor-ta: “ALEGRAI-VOS E EXULTAI” (Mt 5,12). Na Exortação Apostólica Gaudete et Exul-tate sobre o chamado à santidade no mundo atual, ele apresenta como objetivo: “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade, procurando encarná-la no con-texto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós “para sermos santos e ín-tegros diante dele, no amor” (Ef 1,4). Esse chamado está em plena sin-tonia com o convite que os bispos do Bra-sil, por meio do Documento 105 da CNBB “Cristãos Leigos e leigas, na Igreja e na so-ciedade, Sal da terra e luz do mundo” pro-pôs vocação laical: “Os cristãos leigos e leigas que vivem sua fé no cotidiano, nos trabalhos de cada dia, nas tarefas mais humildes, no voluntariado, cuja vida está escondida em Deus, são o perfume de Cristo, o fermento do Reino, a glória do Evangelho. Eles se santificam nos altares do seu trabalho: a vassoura, o martelo, o volante, o bisturi, a enxada, o fogão, o computador, o trator. Constroem oficinas de trabalho e oficinas de oração”.(doc 105, n.35)

A Igreja, como sementeira do Rei-no, faz um caminho de construção com to-dos os batizados cuja dignidade de filhos e filhas de Deus se alcança na graça deste sacramento. Nesta “construção” – serviço ao Reino de Deus, muitos são trabalhado-res, cada qual segundo sua vocação, seja de cristãos leigos e leigas, seja na vida re-ligiosa, seja como ministros ordenados. O Concílio Vaticano II (1963-1965) caracteri-za o ser e agir dos cristãos leigos e leigas: “A vocação própria dos leigos é adminis-trar e ordenar as coisas temporais, em busca do Reino de Deus. Vivem, pois no mundo, isto é, em todas as profissões e trabalhos, nas condições comuns da vida familiar e social, que constituem a trama da existência humana. São aí chamados por Deus, como leigos, a viver segundo o Espírito do Evangelho, como fermento de santificação no seio do mundo, brilhando em sua própria vida pelo testemunho da fé, da esperança e do amor, de maneira a manifestar Cristo a todos os homens. Compete-lhes, pois, de modo especial, iluminar e organizar as coisas temporais a que estão vinculados, para que se orien-tem por Cristo e se desenvolvam em lou-vor do criador e do Redentor”. (LG, n. 31) A Igreja, como Mãe, orienta e in-

dica o serviço cristão dos leigos e leigas no mundo: “É missão do povo de Deus assumir o compromisso sociopolítico transformador, que nasce do amor apai-xonado por Cristo. Desse modo, se in-cultura o Evangelho. O povo pobre das periferias urbanas ou do campo neces-sita sentir a proximidade da Igreja, seja no socorro de suas necessidades mais urgentes, como também na defesa dos seus direitos e na promoção comum de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz” (Dap, n. 550). Portanto, como exorta o Papa Fran-cisco “para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso”, como se a santidade estivesse reservada exclusivamente a estes. Ele continua: “Não é assim. Todos somos chamados a ser san-tos, vivendo com amor e oferecendo o pró-prio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra.” (GE, n.14) Nas nossas orações diárias não nos esqueçamos de recitar:

“Sê santo! Deixa que a graça do batismo frutifique em um caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto na tua vida (Gl 5,22-23). Quando sentires a tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o Cruci-ficado e diz-lhe: “Senhor, sou um miserá-vel! Mas vós podeis realizar o milagre de me tornar um pouco melhor”. (GE, n. 15) Sejamos cristãos leigos e leigas “melhores”, expressando o nosso ser Igreja e nosso ser cidadão na comunidade ecle-sial e na família, na vida profissional, polí-tica, social e em todos os âmbitos. (doc. 105, n. 165) Ano do Laicato, “este é o dia que o Senhor fez para nós”.

Equipe Diocesana de Articulação para o Ano do Laicato

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12 LITURGIA BÍBLIA

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caminho do discipulado Uma sabedoria proféticaem defesa do pobre

O livro Eclesiástico, também intitulado de Sirácida, não faz parte do cânon da bíblia hebraica, nem no cânone pro-testante. Esse livro foi sempre usado pela tradição cristã primitiva e mantido no conjunto dos textos bíblicos, firma-do nos sínodos de Hipona (393 d.C.), Cartago (397 d.C) e pelo Concílio de Trento (1546). Nesse último, após lon-gas discussões. A obra foi composta em hebraico, transmitido pelas ver-sões grega, latina e siríaca e, recebeu inúmeras traduções. Encontramos no próprio texto a au-toria do livro: “Uma instrução de sabe-doria é ciência, eis o que gravou neste livro Jesus, filho de Sirac, Eleazer de Jerusalém, que derramou como chu-va a sabedoria de seu coração” (Eclo 50,27). Bem Sirac viveu em Jeru-salém durante as atividades do sumo sacerdote Simão II, morto em 196 a.C. A obra reflete a presença da domina-ção política e cultural dos gregos. A helenização de Judá entrou em rápido processo de expansão levada adiante pelos sucessores de Antíoco III (223-187). A acelerada expansão aconte-ceu em meio as constantes guerras, total controle da produção agrícola, ta-xação de impostos, controle das rotas comerciais e assimilação aos deuses e cultos gregos, culminando com a re-volta dos Macabeus no ano 167 a.C. A crise social e política, leva os au-tores do livro a fazerem um discerni-mento que é, ao mesmo tempo, uma política de “resistência” e uma sabe-doria profética. A tradição religiosa e a vida das pessoas precisam ser preser-vadas. A identidade de um povo não pode se perder diante da invasão cul-tural grega. Entre diversos temas pro-

verbiais, com a finalidade de instruir e ajudar o povo a ter conhecimento, no capítulo 13 encontramos dois impor-tantes grupos de textos alertando o pobre a não confiar no rico (Eclo 13,1-7 e 17-23). “Peso demasiado grande para ti, não o pegues,não convivas com um mais forte e mais rico do que tu. Que tem em comum a panela de barro com a panela de ferro? Esta esbar-rará naquela e ela se quebrará. O rico comete uma injustiça e ainda se mostra altivo, o pobre e injustiçado e ainda precisa se desculpar. Quando um rico dá um passo em falso, seus amigos o sustentam, porém, quando o pobre cai, seus amigos o rejeitam.” O livro não cita claramente que são os pobres, muito menos os ricos. Pela situação de miséria que se alastrou na Palestina, os ricos são as elites gregas formadas por seus generais, juízes, cobradores de impostos e sacerdotes responsáveis em espalhar e defender as divindades do opressor. No livro são referenciados como homens de corações obstinados, os grandes, os ricos, os tiranos, os inimigos, os men-tirosos, os que usam o fio da espada. Os que perdem suas terras, os que se tornam escravos, os mortos pela es-pada somam-se do lado dos pobres. No livro do Eclesiástico, a sabedoria consiste na arte de contar e recontar as proezas do Deus libertador. Ousar dar novo sentido, a cada momento, as histórias de lutas e vitórias dos ante-passados. Afinal, um povo sem me-mória não sabe de onde veio, onde está e, nem para aonde vai.

Antonio C. FrizzoVigário Paróquia São José - Pq. Continetal

Um grande desafio para nós cris-tãos e cristãs hoje é vivermos da li-turgia que celebramos, fazer dela a fonte da nossa vida espiritual. Mui-tas vezes não nos deixamos tocar pelo mistério celebrado. A lingua-gem da liturgia nos permite tocar o mistério da fé, se através dela fi-zermos o caminho do discipulado, para nos tornarmos seguidores de Cristo, em profunda união com Ele e com o Pai, no Espírito Santo. Os sucessores dos após-tolos, entre os séculos II e IV da nossa era, criaram um caminho pe-dagógico de discipulado, juntando liturgia, teologia e espiritualidade. A maneira que realizaram isso foi cha-mada de mistagogia, que quer di-zer “conduzir para o mistério” atra-vés de símbolos, gestos, palavras, orações, cantos... Este caminho é semelhante à leitura orante da Bí-blia, onde a comunidade se reúne para o encontro com o Senhor; na escuta atenta da Palavra se medita o chamado de Deus, e na oração se constrói a resposta pessoal e comunitária a este chamado. Assim fizeram com os textos e ritos da li-turgia, principalmente na iniciação cristã dos que eram batizados. Os passos da mistagogia podem ser descritos assim: para iniciar, num ambiente espiritual, de preferência comunitário, nos dispo-mos para o encontro com o Senhor. O texto ou rito é analisado dentro do contexto da celebração. O que o texto diz? Fala de quem, fala com

quem? Há algum gesto simbólico que acompanha o texto? Qual liga-ção deste texto com o tempo litúr-gico ou o momento da celebração? A partir destas questões, se amplia a visão do texto com passagens da escritura que o esclarecem, bus-cando responder: qual dimensão da salvação se realiza neste texto e gesto? Então se retoma o texto e/ou rito, com a atitude espiritual necessária, incorporando a mensa-gem de salvação nele contida. As reuniões das equipes de liturgia podem e devem ser espa-ço para treinar este caminho. Infe-lizmente está cada vez mais difícil reunir os ministros da palavra, da comunhão, da música, e a prepara-ção fica resumida à distribuição de tarefas... Porém, precisamos deste espaço de encontro com o Senhor e com os irmãos e irmãs e, que a presença do Senhor se revele em nosso serviço litúrgico. O Ano do Laicato chama os cristãos leigos e leigas a redesco-brir o entusiasmo do seguimento a Jesus Cristo, e tornarem-se missio-nários e missionárias na família, no trabalho, onde estiverem vivendo. O caminho da liturgia tem muito a contribuir com esta redescoberta, se em comunidade nos deixamos iluminar pela presença do Senhor na celebração, e nos deixamos transformar por Ele.

Pe Jair Costaassessor diocesano de liturgia

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FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

13santos

padroeiros das festas juninas

dízimo

E SE A FÉ MEXER NO BOLSO?

Neste Mês, vamos refletir sobre a re-lação entre a Pregação de Jesus e o uso dos bens materiais. Existe hoje, entre muitos cristãos católicos, uma tendência dualista de separar a fé da vida, e isso, além de ser resquício de uma heresia que prejudica a pregação e a vivência da Fé em Cristo Ressus-citado, é algo leva o fiel a viver uma alienação que não o compromete com a realidade e a comunidade que o cerca. Em sua pregação, Jesus, nunca desvinculou a fé da vida, nunca separou a Boa Nova da dimensão do uso benéfico dos bens materiais. Ao repreender os seus seguidores e ou-tros ouvintes com as duras palavras: “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” Mt 6,24, chamava a nossa atenção para que a idolatria do dinhei-ro não nos levasse a abandonar ao Deus Verdadeiro, e nos fechássemos na avareza que nos fecha a Caridade. O Novo Testamento nos re-vela como que a Comunhão de Bens era parte essencial da Vida de Fé dos primeiros cristãos; partilhar e ofertar era um gesto que dava maior sentido e profundidade ao que chamamos de conversão, ou seja, a comunhão de bens com a minha Comunidade de Fé, não é algo opcional, mas essencial! O meu modo de lidar com os bens ma-teriais e minha capacidade ofertar ou não, com generosidade, revela como anda a minha relação de fé e confian-ça em Deus, o Pai Providente. Não estamos dizendo que quem não oferta não confia em Deus! Queremos afirmar que quem confia em Deus, oferta com generosidade e sem reclamação, simplesmente o faz segundo as suas capacidades: “Dê

cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constran-gimento. Deus ama o que dá com ale-gria.” (2Cor 9,7). Qual é a medida do impulso da sua fé? Lembre-se, Deus trabalha com realidades, aqui não se trata do quanto você gostaria de dar, mas do quanto na sua realidade você pode ofertar. Podemos pensar que isso seja uma redução da fé ao gesto de ofertar, porém, estamos concluin-do que que a Sagrada Escritura nos mostra que a partilha é parte integran-te da vida de fé de um verdadeiro se-guidor de Jesus. Alguém pode dizer que já oferta sua vida e por isso não é dizimista ou não contribui financeira-mente em nada na Igreja; queremos propor que este irmão repense sua vida e pertença a uma Comunidade Cristã. Se não te custa sacrifício, se não passa pelo seu sacrifício de do-ação material, talvez você não esteja comprometido com a Obra da Evan-gelização, mas com seus próprios in-teresses e vaidades. A questão aqui é de sinceri-dade e coragem de assumir nossa Fé no Ressuscitado que reúne em Cari-dade os seus discípulos; convido você a rezar, fazer uma leitura orante com os textos bíblicos do Antigo e Novo Testamento, e perguntar-se, no An-tigo eles davam parte, no Novo eles davam tudo; e eu o que tenho feito? Alguns textos sobre o dízimo, a partilha na antiga e na nova aliança: (Ex 25,1-9; IIReis 4,1-4; At 2,42-47; At 4,32-35; I Tm 6,17-19)

PASTORAL DIOCESANA DO DÍZIMOAssesor Pe. Marcio Arielton

A Igreja Católica celebra no mês de junho a festa de três santos mui-to conhecidos e queridos: Santo Antônio (dia 13); São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). Estes santos são conhecidos e homena-geados pela Igreja Católica e foram eles que deram origem a tradicional Festa Junina aqui no Brasil. Os colonizadores portugue-ses trouxeram para o Brasil o cos-tume de celebrar estes santos, po-rém a tradição teve origem pagã no hemisfério Norte e posteriormente com a expansão do cristianismo foi introduzido no calendário Cristão. Santo Antônio nasceu em Lisboa em 1195, e faleceu em Pádua (Itália) no dia 13 de junho de 1231. Foi religioso Agostiniano e depois tornou-se Franciscano, conviveu com são Francisco que o nomeou formadores dos frades, devido seu conhecimento teológi-co, é o santo dos pobres e santo casamenteiro, por ter ajudado mo-ças pobres a conseguirem os dotes para poder casar. Como santo dos pobres, ele tinha o costume de distribuir pães aos pobres na porta do con-vento, certa vez o frade padeiro foi buscar os pães para a refeição e ao ver os cestos vazios foi avisar san-to Antônio que lhe disse para vol-tar lá dentro, pois os cestos esta-riam cheios, ao voltar o frade ficou surpreso ao encontrar os cestos cheios de pães. Com isso surge a devoção de no dia de santo Antô-nio distribuir nas missas os pães

que são levados pelos fiéis e colo-cados nas vasilhas com alimentos. São João Batista, foi o pre-cursor de Jesus. Ele se alegrou com a chegada do Messias, ainda no ventre de sua mãe Isabel, quando esta recebeu a visita de Maria em sua casa (Lc 1,39-43). Ele anuncia a chegada do Messias e o apresenta ao povo, ele batizava no rio Jordão e lá batizou Jesus. Foi João Batis-ta quem proclama Jesus o Cordei-ro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1,29). No dia 24 de ju-nho, celebramos seu nascimento, e João Batista é o único que tem o dia de seu nascimento celebrado, pois os demais têm o dia de sua morte celebrado. São Pedro foi o primeiro a ser chamado por Jesus, com seu irmão André (Lc 6,14). Jesus o con-vidou para deixar o barco na praia, ir caminhar com ele, pois ele o faria pescador de homens. Pedro pron-tamente deixou tudo e passou a caminhar com Jesus. Foi o primeiro a professar a fé no Cristo, quando disse: ‘Eu sei que tu és o Messias, o filho de Deus vivo’ (Mt 16,16), sobre esse testemunho de fé, Jesus edifi-cou sua Igreja e Pedro foi o primei-ro Papa que a Igreja Católica teve, pois Jesus colocou Pedro como a pedra que iria edificar sua Igreja, ao ser perseguido pelos Romanos foi condenado a morte e morte de cruz. Pedro foi crucificado de cabe-ça para baixo.

Edson VeingertnerTeólogo leigo

Paróquia São Francisco - Gopouva

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14 PROGRAME-SE

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

junho - 2018DIA HORÁRIO EQUIPE EVENTO LOCAL

5 - 6 Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 Itaici - SP 8 SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 9 IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA - Memorial 9 15h Equipe de

Articulação do Laicato

Reunião da Equipe

CDP - Sala Pe. Pe. Lino

9 14h - 17h Pastoral da Sobriedade

Diocesana Ordinária

CDP - Sala Pe. Tito

9 14h - 16h PastoralCarcerária

Formação de novos Agentes

Catedral N. Sra Con-ceição

9 dia todo PastoralFamiliar

Noite Ternura CDP - CentroDiocesano Salão

9 14h SAV - PV Reunião Mensal

Casa Irmãs deNossa Sra das Dores

9 14h30 COMIDI/ IAM Reunião IAM Catedral N. Sra da Conceição

9 08h30 Catequese Rep. Paroquiais Forania Aparecida 10 14h SAV - PV Enc. Cerimo-

niários CDP - CentroDiocesano Salão

10 09h - 13h CRB - Núcleo Guarulhos

Formação do Núcleo

Irmãs N. Sra Stella Maris - Parquinho

12 09h30 CODIPA Reunião da Coordenação

Cúria Diocesana

12 19h30 - 21h30

RCC - Ministério de Intercessão

Encontro de Intercessores

Catedral N. Srada Conceição

13 FESTA - SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA 14 09h30 CP Cons. Presbíteros Cúria Diocesana 14 Copa do Mundo Russia 2018 - Abertura da Copa15 Terço Homens Vig.Diocesana15 08h - 16h Pastoral da

Criança Assembleia Diocesana

CDP - CentroDiocesano Salão

16 15h SeminárioDiocesano

Pres. Bispo - Missa 17h

SeminárioDiocesano Lavras

16 08h - 16h Pastoral da Criança

Assembleia Diocesana

CDP - CentroDiocesano Salão

16 08h30 Catequese Formação Repres. Paroquiais

Forania Rosário

17 09h PPI - Pastoral da Pessoa Idosa

Missa - Dia contra a violência a Pessoa Idosa

Paróquias

17 08h - 12h RCC - Ministério de Comunicação

Manhã de ora-ção

Escritório RCC

17 15h Apostolado da Oração

Reunião do Apsotolado da Oração

Catedral - N. Sra da Conceição

DIA HORÁRIO EQUIPE EVENTO LOCAL

18 20h PastoraisSociais

Reunião Coordenação Diocesana Past. Sociais

Centro SocialElizabeth Bruyère

19 a 26

Pastoral da Sobriedade

Semana Na-cional Antidro-gas

19 09h30 Economato Conselho Ad-ministrativo

Cúria Diocesana

20 9:30 CP Reunião Geral do Clero

SeminárioDiocesano Lavras

20 13h30 Equipe Forma-ção Seminário

Reunião Equi-pe de Forma-dores

SeminárioDiocesano Lavras

20 09h PPI - Pastoral da Pessoa Idosa

Reunião Sede da PPI

21 7h30 SeminárioPropedêutico

Missa e En-contro com Dom Edmilson as 8h15

Seminário SantoAntonio Gopoúva

21 09h30 CDAE Assuntos Eco-nômicos

Cúria Diocesana

23 09h CEB’S Reunião Equi-pe CEB’S

N. Sra Fátima - Vila Fátima

23 15h Pastoral da Educação

Reunião Co-ordenadores Paroquiais

N. Sra Aparecida - ‘Jd. V. Galvão

23 08h30 Catequese Formação Repres.Paroquiais

Forania Fátima

23 08h30 Catequese Formação Repres.Paroquiais

Forania Bonsucesso

24 NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA24 07h - 13h RCC -

Ministério de Formação

Modulo Básico

CDP - CentroDiocesano Salão

24 08h - 12h30

RCC - Famílias Formação Capela do Rosário

24 14h30 Pastoral da Saúde

Encontro Diocesano de Agentes

CDP - Centro Diocesano Salão

25 - 29

CODIPA RETIRO DO CLERO

Atibaia - SP

29 SÃO PEDRO E SÃO PAULO - APÓSTOLOS - Solenidade29 14h Cáritas

Diocesana6º Encontro com a Terceira Idade

Sede da Cáritas

30-01

14h - 17h RCC- MMA Retiro

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15ACONTECEU

Nascimento 01 (1967) Pe. José Wagner Ferrarezi 03 (1988) Pe. Marcio Arielton Maciel Macedo 09 (1986) Pe. Cássio Fernando Araujo Farias 22 (1947) Pe. Megumi Nagayama 29 (1960) Pe. Pedro Paulo de Jesus Ordenação 11 (2004) Pe. Edivaldo Medeiros 12 (2016) Pe. Luiz Carlos de Brito 15 (1987) Pe. Antônio Zafani

padres Aniversariantes de junho

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

Mais informações acesse: diocesedeguarulhos.org.br

MORTES MATERNAS por ABORTO(Os Números do Ministério da Saúde nos últimos 20 anos)

Pela DRA. ELIZABETH KIPMAN CERQUEIRAEspecialista em Ginecologia e Obstetrícia

DIA 06 de JUNHO às 19:30Na Capela Stella Maris - Rua Stella Maris, 351 – Itapegica

ORGANIZADORES: Capelania Stella Maris,Pastoral da Saúde, Pastoral Familiar

e Comissão Diocesana em Defesa da Vida

PALESTRA ESPECIAL

Com grande alegria celebramos o Jubileu de 20 anos da entronização do ícone de Nossa Senhora das Vocações no Seminário Diocesano de Guarulhos. Foram dias marca-dos pela oração e pelo júbilo da certeza do patrocínio da Mãe das Vocações no “Coração da Diocese” durante essas duas décadas. Gostaríamos de agradecer todos os Amigos do Se-minário, Zeladoras, colaboradores, presbíteros, Congrega-ções Religiosas, movimentos e novas comunidades, agen-tes de pastorais e todo o Povo de Deus que permitiram a realização dessa grandiosa Festa e todos aqueles que dela participaram! Que Nossa Senhora das Vocações interceda por cada um! Continue rezando pelas vocações, para que o Se-nhor da messe envie muitas e santas vocações para a nos-sa Igreja!

Padre Francisco Veloso Gonçalves JuniorReitor do Seminário Diocesano de Guarulhos

nossa senhora das vocações - 20 anos no coração da diocese

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IMPRESSO ESPECIAL7220993744 - DR/SPMMITRA DIOCESANA

CORREIOS

16 ELEIÇÕES 2018: COMPROMISSO E ESPERANÇA

Fique por dentro de todos os eventos de nossa diocese acessando:

diocesedeguarulhos.org.br

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - junho 2018

MENSAGEM DA 56ª ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB AO POVO BRASILEIRO

“Continuemos a afirmar a nossa esperança,sem esmorecer” (Hb 10,23)

Nós, bispos católicos do Brasil, conscientes de que a Igreja “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Papa Bento XVI – Deus Caritas Est, 28), olha-mos para a realidade brasileira com o coração de pas-tores, preocupados com a defesa integral da vida e da dignidade da pessoa humana, especialmente dos po-bres e excluídos. Do Evangelho nos vem a consciência de que “todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco – Evangelii Gaudium, 183), sinal do Reino de Deus. Neste ano eleitoral, o Brasil vive um momento complexo, alimentado por uma aguda crise que abala fortemente suas estruturas democráticas e comprome-te a construção do bem comum, razão da verdadeira política. A atual situação do País exige discernimento e compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela cons-trução do bem comum. Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram--se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque, ao revelar raízes cada vez mais alastradas e profundas. Nem mesmo os avan-ços em seu combate conseguem convencer a todos de que a corrupção será definitivamente erradicada. Cresce, por isso, na população, um perigoso descrédi-to com a política. A esse respeito, adverte-nos o Papa Francisco que, “muitas vezes, a própria política é res-ponsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas” (Laudato Sì, 197). De fato, a carência de políticas públicas consistentes, no país, está na raiz de graves questões sociais, como o aumento do desemprego e da violência que, no cam-po e na cidade, vitima milhares de pessoas, sobretudo, mulheres, pobres, jovens, negros e indígenas. Além disso, a perda de direitos e de conquis-tas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, tem aumentado o número dos pobres e dos que vivem em situação de vulnerabilidade. Inúmeras situações exigem soluções urgentes, como a dos presidiários, que clama aos céus e é causa, em grande parte, das rebeliões que ceifam muitas vidas. Os discursos e atos de intolerância, de ódio e de violência, tanto nas redes sociais como em manifestações públicas, revelam uma polarização e uma radicalização que produzem posturas antidemo-cráticas, fechadas a toda possibilidade de diálogo e conciliação.

Nesse contexto, as eleições de 2018 têm sentido particularmente importante e promissor. Elas devem garantir o fortalecimento da democracia e o exercício da cidadania da população brasileira. Cons-tituem-se, na atual conjuntura, num passo importante para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a indepen-dência e a autonomia dos três poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – e evite o risco de judicialização da política e de politização da Justiça. É imperativo assegurar que as eleições sejam realizadas dentro dos princípios democráticos e éticos para que se restabeleçam a confiança e a esperança tão abala-das do povo brasileiro. O bem maior do País, para além de ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores. Nas eleições, não se deve abrir mão de princí-pios éticos e de dispositivos legais, como o valor e a im-portância do voto, embora este não esgote o exercício da cidadania; o compromisso de acompanhar os elei-tos e participar efetivamente da construção de um país justo, ético e igualitário; a lisura do processo eleitoral, fa-zendo valer as leis que o regem, particularmente, a Lei 9840/1999 de combate à corrupção eleitoral mediante a compra de votos e o uso da máquina administrativa, e a Lei 135/2010, conhecida como “Lei da Ficha Lim-pa”, que torna inelegível quem tenha sido condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado. Neste Ano Nacional do Laicato, com o Papa Francisco, afirmamos que “há necessidade de dirigen-tes políticos que vivam com paixão o seu serviço aos povos, (…) solidários com os seus sofrimentos e es-peranças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados; que não se deixem inti-midar pelos grandes poderes financeiros e midiáticos; que sejam competentes e pacientes face a problemas complexos; que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático; que conjuguem a busca da jus-tiça com a misericórdia e a reconciliação” (Mensagem aos participantes no encontro de políticos católicos – Bogotá, Dezembro-2017). É fundamental, portanto, conhecer e avaliar as propostas e a vida dos candidatos, procurando identifi-car com clareza os interesses subjacentes a cada can-didatura. A campanha eleitoral torna-se, assim, oportu-nidade para os candidatos revelarem seu pensamento sobre o Brasil que queremos construir. Não merecem ser eleitos ou reeleitos candidatos que se rendem a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assumem o bem comum como sua meta, nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade. São igualmente re-prováveis candidaturas motivadas pela busca do foro privilegiado e outras vantagens.

Reafirmamos que “dos agentes políticos, em cargos executivos, se exige a conduta ética, nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes eco-nômicos” (CNBB – Doc. 91, n. 40 – 2010). Dos que forem eleitos para o Parlamento espera-se uma ação de fiscalização e legislação que não se limite à simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao Executivo (cf. CNBB – Doc. 91, n. 40– 2010). As eleições são ocasião para os eleitores avaliarem os candidatos, sobretudo, os que já exercem mandatos, aprovando os que honraram o exercício da política e reprovando os que se deixaram corromper pelo poder político e econômico. Exortamos a população brasileira a fazer des-se momento difícil uma oportunidade de crescimento, abandonando os caminhos da intolerância, do desâ-nimo e do desencanto. Incentivamos as comunidades eclesiais a assumirem, à luz do Evangelho, a dimensão política da fé, a serviço do Reino de Deus. Sem tirar os pés do duro chão da realidade, somos movidos pela esperança, que nos compromete com a superação de tudo o que aflige o povo. Alertamos para o cuidado com fake news, já presentes nesse período pré-eleito-ral, com tendência a se proliferarem, em ocasião das eleições, causando graves prejuízos à democracia. O Senhor “nos conceda mais políticos, que te-nham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres” (Papa Francisco – Evangelii Gaudium, 205). Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, seja nossa fiel intercessora.

Aparecida – SP, 17 de abril de 2018.

Cardeal Sergio da RochaArcebispo de Brasília – DF

Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJArcebispo São Salvador da Bahia

Vice-Presidente da CNBB

Cardeal Dom Sérgio da Rocha, presidente da CNBB