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Instituto Belém

Visão O Instituto Belém pretende ser uma instituição de ensino superior associada à visão afetiva e comprometida da nossa igreja que se esforça para proclamar uma men-sagem centrada em Deus, que busca glorificar a Cristo, e ao Espírito Santo. Que se utiliza das Santas Escrituras para auxiliar na formação espiritual de homens e mulheres eq-uipando-os para cumprir os propósitos do Reino de Jesus Cristo no século 21 e forjar discípulos fiéis para ele de toda raça, tribo, língua, povo e nação.

Propomos espalhar o conhecimento de Deus, que desperta não apenas o intelecto, ou o conhecimento in-telectual, mas principalmente o amor e o desejo de viver numa intensa e apaixonante busca por Cristo. Esta é a razão da existência da nossa escola. E é esta a visão que desejamos compartilhar com todos.

AutorMoisés Carneiro

Você pode fazer uma doação para ajudar a manter esse projeto. Deposite o valor que desejar! Caixa E.

Federal - Ag. 0314 - Op. 013 - C.P. 119429-0 em nome de Moisés P. Carneiro

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EvangelhosCurso Básico em Teologia

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Proibida a comercializaçãoAplicação no estudo deste livro Você deve estar perguntando qual a melhor maneira de es-tudar este livro e extrair o máximo possível de proveito. Ao pensar nisso, elaboramos alguns métodos que poderão lhe ser úteis.Seja Motivado Motivação é um princípio peculiar na vida de todos os que anseiam alcançar um objetivo. É impossível alguém atingir o ápice de um grande sonho sem ter em sua bagagem o item motivação. Muitos já iniciaram alguma coisa, mas só obtiveram o êxito aque-les que se mantiveram motivados até o final.

Seja motivado para orar, para ler, para meditar, para pes-quisar, para elaborar trabalhos e estudos bíblicos. Se sentir-se sem motivação busque-a através do Espírito Santo. Faça petições a Deus e leia sua Palavra, pois são fontes inesgotáveis para sua reno-vação, e por final procure mantê-la acesa até findar o curso. “Se não existe esforço, não existe progresso.” Fredrick Douglas

Seja Organizado e Disciplinado a) Ore a Deus ao iniciar seus estudos e peça que lhe ajude a ter um maior proveito do assunto em pauta. b) Estude em lugares reservados. c) Evite ambientes com sons, ruídos e falatórios. Pois você pode perder sua concentração no estudo. d) Procure adicionar outros importantes materiais à cada lição a ser estudada, como por exemplo:

• Bíblias de Estudos: se possível, com traduções que sejam difer-entes.• Dicionários.• Concordância Bíblica.

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Proibida a comercialização• Livros: cujos assuntos sejam relacionados ao tema de cada lição.• Lápis e bloco para anotações.

e) Leia e estude cada matéria durante a semana, reserve pelo menos 1 hora por dia para fazer isso.

f) Faça anotações, especialmente àquelas que lhe causarem dúvidas.

g) Responda aos questionários assim que terminar de es-tudar cada lição. Eles irão fortalecer o assunto em sua mente.

h) Reserve períodos da semana para você elaborar trabalhos voltados à matéria estudada em cada mês.

i) Formule perguntas ao professor, assim tanto você como ele fi-carão cada vez mais abalizados no aprendizado.

Em suma, todos esses itens elaborados cuidadosamente pelo departamento de pedagogia do IB, são de um valor ines-timável para você, desde que procure segui-los conforme se seg-uem.

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Índice

Introdução

Lição 1O Evangelho e o Antigo Testamento...............................................08

Lição 2O Evangelho de Mateus....................................................................22

Lição 3O Evangelho de Marcos....................................................................40

Lição 4O Evangelho de Lucas.......................................................................52

Lição 5O Evangelho de João.........................................................................65

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Introdução

O estudo deste presente livro desnuda um breve panorama dos quatro Evangelhos conhecidos como Mateus, Marcos, Lucas e João. Procura apresentar uma visão geral dos acontecimentos narrados por seus escritores, que na maioria das vezes estiveram presentes ante os acontecimentos descritos. Foram escritos tendo-se em vista um objetivo definido: anunciar as boas novas de sal-vação. Por esta causa, os escritores não se dedicaram em registrar pormenores da vida de Cristo, sua infância, seus hábitos diários, seu trabalho na carpintaria, etc. Eles se limitaram a mencionar a origem de Cristo (humana e divina), seu ministério (ensinamen-tos, milagres), sua morte, ressurreição e ascensão. Uma grande parte de cada evangelho se dedica a narrar os fatos da última se-mana do ministério de Cristo.

As informações contidas nos Evangelhos foram registradas por quatro distintos autores em diferentes épocas. “No entanto, a semelhança entre eles é algo maravilhoso”. Disso comenta o reno-mado Dr. Dyke: “Suponhamos que quatro testemunhas compare-cessem perante um juiz para depor sobre certo acontecimento e cada uma delas usasse as mesmas palavras. O juiz, provavelmente, concluiria, não que o testemunho delas era de valor excepcional, mas que a única coisa certa, sem sombra de dúvida, é que haviam concordado em contar a mesma história. Todavia, se cada uma tivesse contado o que tinha visto e como tinha visto aí então a prova seria digna de crédito. E quando lemos os quatro Evangel-hos, não é exatamente isso que acontece? Os quatro evangelistas contaram a mesma história, cada qual a seu modo”.

Esses escritores foram testemunhas oculares da vida do Mestre, ou registraram o que testemunhas oculares lhes conta-

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ram, contudo, não escreveram dele uma biografia completa, mas procuram concentrar-se nos atos e doutrinas de Jesus. Os acon-tecimentos narrados pelos evangelistas apontam para o notável ministério profético, sacerdotal e real (como Rei) de Cristo. Con-firmam também muitas profecias vaticinadas pelos antigos arau-tos de Deus, as mais remotas, acerca dele. A partir de agora, o aluno acompanhará, passo a passo, as cinco lições desta matéria, de modo que obterá claros ensina-mentos dos assuntos narrados pelos quatro evangelhos. Procure extrair o máximo possível de informações: como por exemplo: quem foram os autores dos evangelhos, onde eles foram escritos, em que data e qual o propósito pelos quais foram narrados, ob-tenha dados das pessoas que andaram com Jesus, conheça os lu-gares por onde ele andou, enfim, investigue o máximo possível. E descubra a verdadeira glória dos quatro evangelhos.

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Lição 1

O Evangelho e o Antigo Testamento

“O escritor aos Hebreus diz que Deus havia falado várias vezes e de muitas aos pais pelos profetas, e a nós, falou-nos nestes últimos dias através do Filho” (Hb 1.1). Ao folharmos as páginas do Antigo Testamento, encontramos uma revelação progressiva de Deus na medida que seu povo ia andando com ele, ou mesmo quando deixava seu caminho. Em todas as situações da história de Israel, Deus veio se revelando paulatinamente. Nesse percurso, vários nomes foram usados para Deus. Cada um representava o nível de revelação alcançado. Tais experiências vinham ocorrendo juntamente com a preparação de uma linhagem especial. Deus chamou Abraão e dele formou um povo inumerável. Dentre esse povo foi separada uma tribo : Judá. Nessa tribo foi escolhida uma família : a casa de Jessé. Desse tronco veio o ápice da revelação de Deus na história da humanidade. Da raiz de Jessé veio Jesus, o Verbo Eterno de Deus. Jesus Cristo é o ponto máximo da manifes-tação de Deus aos homens. Na antiga aliança Deus “tratava” com o homem por meio de visões, mensagens, sonhos, etc. Contudo, na nova aliança, Deus desce em pessoa humana, em carne e osso, através de seu Filho, para que o homem o conheça como nunca antes. Jesus é o resplendor da glória do Pai e a expressa imagem da sua pessoa. É o “Verbo que se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Muitos não tiveram o privilégio de estar ao lado de Jesus durante sua vida terrena. Para esses, entre os quais estamos nós, Deus providenciou que a vida, a obra e a mensagem de Jesus fosse registrada, afim de que, por meio de tais registros viéssemos a crer

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Proibida a comercializaçãonele e conhecê-lo experimentalmente. Tais escritos são os Evan-gelhos. Neles temos o glorioso testemunho daqueles que viram e tocaram na Palavra da Vida (I Jo.1:1).

A Natureza do Evangelho

A palavra “evangelho” descreve a mensagem central do cristianismo. Ela vem de duas palavras gregas: “eu” e “aggelion”, e significa “boas novas”. O termo “evangelista”, pelo qual se de-nomina cada um dos autores do Evangelho, refere-se àquele que é portador de boas novas.

Evangelho quer dizer “as boas novas a respeito de Jesus Cristo, o Filho de Deus”. Embora seja apresentado particular-mente por quatro distintos autores do Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas e João, só existe um Evangelho. O Evangelho de Deus.

Na carta de Paulo aos Romanos (1.1) encontra-se a ex-pressão “evangelho de Deus”, ou seja, as boas novas de Deus para o mundo. Aqui Paulo eleva o Evangelho anunciado por Cristo, ao mais alto lugar assegurando-nos que o próprio Deus é o seu Au-tor.

“O Senhor Todo Poderoso, que os céus e a terra não podem con-ter, para quem a terra é menor do que uma pequena poeira na balança. Ele não precisa de nada, e a sua imaculada felicidade não pode, de maneira alguma, ser afetada. Aquilo que chamamos de espaço infinito é apenas uma mancha pequena no horizonte do olhar divino. Aquilo que chamamos de tempo infinito é, aos ol-hos de Deus, como o dia de ontem que passou. Ele é sublime em sua glória inatingível, a sua vontade é a lei irresistível de toda a existência, e com essa lei todos os acontecimentos se conformam. Deus é incomparável em majestade e está revestido de poder; a

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Proibida a comercializaçãojustiça e a retidão são o fundamento do seu trono. Ele se assenta nos céus e faz o que Lhe agrada (Sl 115.3). Este é o Deus a respeito de Quem dizer que é o Senhor de toda a terra significa falar pouco sobre Ele, que equivale a dizer nada. Este é o Autor do Evangelho” (Jim ADAMS).

O plano de Deus através do Evangelho

A Bíblia nos revela que o evangelho é as boas novas para o homem caído. Não seria injustiça da parte de Deus, se Ele quisesse destruir “este mundo pecaminoso”. Porém, segundo a sua miser-icórdia, decidiu enviar o seu Filho Unigênito para salvar os peca-dores. O seu evangelho foi ordenado antes da fundação do mundo (1 Pd 1.20). Deus elaborou o plano da salvação antes mesmo que o homem existisse (Ef 1). Essa mensagem não é nova para Deus, e sim para o homem, pois ela se originou na sua mente eterna. Pau-lo afirma que o grande motivo da origem do Evangelho é a “graça de Deus”, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determi-nação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho (2 Tm 1.9-10).

O tema central do Evangelho

Jesus Cristo é o tema central do evangelho de Deus. His-toricamente sabemos que ele surgiu a cerca de dois mil anos. Nas-ceu numa manjedoura. Possuía um corpo físico como qualquer um de nós. Viveu como um de nós. Foi um homem de dores. Sim, Jesus Cristo é mais que um homem histórico. Ele é o Filho de Deus – o próprio Deus manifestado na carne.

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“como Homem, Jesus teve mãe, mas não teve pai. E como Deus, ele teve Pai, mas não teve mãe” (desconhecido).

Existem pelo menos três grandes motivos pelos quais Jesus se fez carne e habitou entre os homens:

1º - Os seres humanos são potencialmente carentes da verdade;

2º - Os seres humanos são potencialmente carentes do perdão,

3º - Os seres humanos são potencialmente carentes da libertação da força do pecado.

A Bíblia diz que o evangelho de Deus também é o “Evan-gelho de Cristo”. Paulo afirma isso na carta aos Romanos (1.9). Mais adiante (1.16) diz que: “O Evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crê”. Antes de encer-rar sua carta diz que a “plenitude da benção” se encontra no evan-gelho de Cristo. Na segunda carta aos Coríntios o apóstolo fala da “resplandecente luz do evangelho de Cristo”. E na epistola de Gálatas (1.7-9) diz que não outro evangelho que devamos anun-ciar a não ser o de Cristo.

O Espírito Santo como Intérprete do Evangelho

“Por que alguns homens inteligentes não crêem em Jesus, con-forme ele é revelado nas Escrituras”? Porque o homem é espirit-ualmente cego, e precisa que os olhos do seu entendimento sejam iluminados (Ef 1.18). E o Espírito Santo é o agente da iluminação do evangelho. É ele quem revela as insondáveis e impenetráveis verdades de Cristo e do seu santo evangelho ao homem.

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“todavia, falamos sabedoria entre perfeitos; não, porém, a sabedo-ria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniqui-lam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para a nossa glória; a qual nen-hum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conheces-sem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas como está es-crito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Co 2.6-10).

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 1) - “O escritor aos Hebreus diz que Deus havia falado várias vezes e de muitas aos pais pelos profetas, e a nós, falou-nos nestes últimos dias através do Filho” (Hb 1.1).

____ 2) - A palavra “evangelho” descreve a mensagem central do cristianismo. Ela vem de duas palavras gregas: “eu” e “aggelion”, e significa “boas novas”.

____ 3) – Seria injustiça da parte de Deus, se Ele quisesse destruir “este mundo bondoso”.

____ 4) – A Bíblia diz que o Evangelho de Deus também é o “Evan-gelho de Cristo”. Paulo afirma isso na carta aos Romanos (1.9). Mais adiante (1.16) diz que: “O Evangelho de Cristo é o poder de

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Proibida a comercializaçãoDeus para a salvação de todo aquele que nele crê”.

____ 5) – O Espírito Santo é o agente da iluminação do Evan-gelho. É ele quem revela as insondáveis e impenetráveis verdades de Cristo e do seu santo Evangelho ao homem.

Introdução aos “Quatro Evangelhos”

O Pano de Fundo Histórico

Jesus nasceu na época que Herodes, o Grande, era o monarca da Judéia e Samaria. Este morreu no ano 4 d.C., e seu filho Arquelau reinou em seu lugar (Mt 2.19-22). O jovem Arque-lau foi acusado de mau governo, e logo no ano 6 d.C. foi banido do seu trono. Com isso, Judéia e Samaria passaram a ser adminis-tradas diretamente por Roma através de governadores e prefeitos, que posteriormente passaram a ser denominados “procuradores”.

A divisão da Galiléia, onde Jesus vivia, pertencia a Herodes Antipas, outro filho de Herodes, o Grande. No ano 39 d. C. a Galilé-ia passou para as mãos de Agripa, neto de Herodes, o Grande, que posteriormente tornou-se rei tanto da Judéia como de Samaria, a mando do imperador Cláudio. Sua popularidade teve grande as-censão, porém seu governo não durou muito. Foi um perseguidor dos apóstolos e morreu castigado por Deus por aceitar adoração a sua pessoa. Quando este morreu o seu território passou às mãos dos magistrados de romanos. Nesse período houve grande atrito entre judeus e romanos, levando o povo a uma grande revolta. No ano 70 d.C. Jerusalém foi severamente destruída pelo imperador Nero.

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O Caráter dos Evangelhos

É interessante notar que os evangelhos não fornecem a to-talidade dos acontecimentos históricos ocorridos naquela época. Todas as informações neles contidas foram selecionadas cuida-dosamente a fim de apresentar uma mensagem clara e poderosa de Cristo. Não são escritos biográficos apenas, pois dois deles nem sequer mencionam o nascimento de Cristo. Nenhum deles men-ciona a vida de Jesus quando jovem, sendo que todos enfocam de maneira muito ampla, uma boa parte da narrativa, tão somente a última semana do ministério de Jesus, algo incomum em livros biográficos. Fica claro com isso que a intenção dos quatro evan-gelhos não é satisfazer as nossas curiosidades, mas sim proclamar a mensagem de boas novas.

Os Evangelhos Sinóticos

Entre os quatro evangelhos, observa-se maior semelhança entre os livros de Mateus, Marcos e Lucas. Dada a grande semel-hança entre suas versões, são chamados de sinóticos. Este termo é oriundo de outras duas palavras gregas que significam “ver em conjunto”, “ver coletivamente”. Diz-se que esse termo foi usado pela primeira vez por Griesbach, em 1774. Por isto estes três evan-gelhos podem ser vistos em conjunto.

Os livros sinóticos expõem aspectos impressionantes. Nar-ram o notável ministério de Jesus na Galiléia, enquanto o de João narra o seu ministério mais na Judéia. Os sinóticos narram seus milagres, parábolas e mensagens pregadas às massas, enquanto

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João narra seus diálogos e orações. Os sinóticos apresentam o Cristo agindo, e o de João espelha Cristo em constante meditação e comunhão.

Apesar da unidade entre os evangelhos, eles não são iguais. Se assim fosse, não faria sentido a existência de quatro, tão somente um seria o suficiente para nos relatar todos os fatos im-portantes acerca do Mestre. Embora, numa lida rápida não seja perceptível, é verdade que existem diferenças entre eles. Isso tam-bém não significa que são contraditórios.

“São quatro livros diferentes sobre os mesmos fatos. Algumas nar-rativas ou ensinamentos são apresentados com exclusividade por um escritor, ou apenas por dois, ou por três, ou pelos quatro. E en-tre as narrativas do mesmo fato, existem diferenças algumas difer-enças de um detalhe para o outros. Por exemplo, o autor diz que Jesus curou um cego em Jericó. O outro diz que foram dois cegos. Um não está contradizendo o outro. Se Jesus curou um cego, ele pode muito bem ter curado outro. Haveria a contradição caso um autor negasse a afirmativa do outro”.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 6) - Jesus nasceu na época que Herodes, o Pequeno, era o monarca de Jerusalém e Samaria. Este morreu no ano 4 d.C., e seu filho Arquelau reinou em seu lugar (Mt 2.19-22).

____ 7) - Por volta do ano 90 d.C. Jerusalém foi severamente

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Proibida a comercializaçãodestruída pelo imperador Cláudio.

____ 8) - Os livros sinóticos expõem aspectos impressionantes. Narram o notável ministério de Jesus na Galiléia, enquanto o de João narra o seu ministério mais na Judéia.

____ 9) - Apesar da unidade entre os evangelhos, eles não são iguais. Se assim fosse, não faria sentido a existência de quatro, tão somente um seria o suficiente para nos relatar todos os fatos im-portantes acerca do Mestre.

Porque Quatro Evangelhos?

A princípio, vale lembrar aos alunos que evangelho é um só. “Quando mencionamos o Evangelho de Mateus, devemos compreender que se trata do evangelho de Jesus Cristo, e não pro-priamente de Mateus”. Há um só evangelho, que foi registrado de quatro maneiras, e que apresentam um retrato de Cristo em qua-tro ângulos diferentes.

Agora por que quatro? Não seria suficiente uma só narra-tiva? Isso não o tornaria mais objetivo? É obvio que não. Pois cada livro apresenta os um ofício diferente de Cristo, cada um à sua maneira. Orlando Boyer diz que são quatro os evangelhos pelas seguintes razões:

1 – Apresentar quatro testemunhas da verdade, independentes uma da outra.

2 – Apresentar a vida do Senhor de quatro pontos de vista, perfa-

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Proibida a comercializaçãozendo um retrato composto de uma só pessoa.

Em Mateus Jesus é visto como Rei, em Marcos como Ser-vo, em Lucas como o Filho do homem e em João como o Filho de Deus. Griffith Thomas apresenta assim os quatro evangelhos:

Mateus ocupa-se com a vinda de um Salvador Prometido.Marcos ocupa-se com a vida de um Salvador Poderoso.Lucas ocupa-se com a graça de um Salvador Perfeito.João ocupa-se com a posse de um Salvador Pessoal.

Diz Henrieta C. Mears: “Mateus, de propósito, acrescenta à sua narrativa o que Marcos omite. Nenhum dos Evangelhos con-tém a narração completa da vida de Cristo. João diz em 21.25: Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatas uma a uma, creio que nem no mundo inteiro cabe-riam os livros que seriam escritos”. Existem vazios propositados que nenhum dos evangelistas pretendeu preencher. Por exemplo, todos omitem um registro de dezoito anos da vida de Cristo, entre os doze e os trinta anos. Embora cada Evangelho seja completo em si mesmo, cada evangelista registrou aquilo que era relevante e pertinente ao seu tema particular”.

Uma analogia bastante verdadeira deve ser recordada aqui neste livro. Sabemos que os números dentro da Bíblia possuem significados tangíveis e que atingem diretamente a nossa vida. Daí mais uma razão porque o Evangelho é narrado por quatro. O número sete, por exemplo, representa a perfeição, o três, fala da divindade, quarenta o da provação, quatro é o número da terra. Na parábola do Semeador havia quatro diferentes espécies de solo. Se quatro é o número da terra, como é adequado que o Espírito Santo nos houvesse dado o quatro evangelhos para descrever a vida e o

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Proibida a comercializaçãoministério de Jesus Cristo, aquele que desceu do céu.

O propósito dos Evangelhos

Os evangelhos foram registrados com a intenção de asse-gurar aos seus leitores que Jesus Cristo é aquele de quem falou o próprio Deus no passado pela boca dos seus profetas, em épocas remotas. O objetivo também foi de fortalecer os alicerces da fé dos primeiros cristãos em meio às primeiras perseguições de Roma. Revelar aos gentios as poderosas obras de Cristo. E por final, al-cançar o mundo com a mensagem salvadora de Cristo, e este cru-cificado.

Quatro tipos de pessoas a quem foram destinadas o Evangelho

O Judeu

O judeu é a primeira classe de pessoa que destacamos nos tempos de Jesus. Diz que um judeu recebia certas instruções pes-soais acerca das Escrituras do Antigo Testamento. Foi especial-mente para o povo judeu que Mateus escreveu o seu livro narran-do os fatos da vida terrena de Jesus. Geralmente um mestre judeu era versado no Antigo Testamento e nos costumes judaicos. Havia uma grande necessidade de que soubesse que Jesus viera cum-prir as profecias do Antigo Testamento. Por várias vezes lemos no livro de Mateus: “Para que se cumprisse ... como falou Jeremias, o profeta...

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Proibida a comercializaçãoO Romano

Foi especialmente para os romanos, um povo bárbaro e dominador do mundo daquela época, que João Marcos narrou a história de Cristo. Estes estavam profundamente interessados por um “líder” que surgira na Palestina. Para eles, Jesus possuía uma autoridade fora do comum, a ponto de realizar coisas ex-traordinárias. Seus ouvidos estavam aguçados por ouvir falar que tipo de pessoa realmente era Cristo, quais as suas palavras e atos.

Marcos era o tipo de narrador que os romanos admira-vam. O livro de Marcos faz menção mais das ações de Cristo, do propriamente de suas mensagens. Marcos se dirige aos que an-elam não por saber da genealogia do Rei, mas àqueles que buscam o Deus que é capaz de suprir as suas necessidades diárias.

O Grego

O médico Lucas, um homem de origem grega, escreveu para seus irmãos patrícios. Estes demonstravam grande afeição pela beleza, poesia e cultura. Prendiam-se aos grandes conceitos, e não era fácil agradá-los. Lucas relata aos gregos: o nascimento de Cristo, o encontro entre Isabel e Maria, o louvor de Zacarias, o louvor dos anjos pelo nascimento de Cristo, e o cântico dos pas-tores ao saberem da noticia.

Todos os homens indistintamente

O evangelho relatado por João foi dirigido a todos os ho-mens para que creiam que Jesus é o Filho de Deus. O evangelho apresentado por João está cheio de afirmações extraordinárias que

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Proibida a comercializaçãoconfirmam a missão de Cristo e seu caráter, divinos.

A ordem dos Evangelhos

Os livros que nos relatam o evangelho de Cristo não seg-uem uma ordem cronológica. Marcos, por exemplo, na ordem numérica vem depois de Mateus, entretanto, foi o primeiro a ser escrito. Se fossem colocados em nossas Bíblias segundo as datas de registros, então ficaria assim: Marcos, Mateus, Lucas e por úl-timo João.

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

10) - Quando mencionamos o Evangelho de Mateus, devemos compreender que se trata do Evangelho de:

___a. Mateus. ___b. Lucas.___c. Cristo.___d. João.

11) – Em Mateus Jesus é visto como:

___a. Rei. ___b. Sacerdote.___c. Profeta.___d. O Cristo.

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Proibida a comercialização 12) – Segundo o Dr. Griffith Thomas, João ocupa-se com a posse de um:

___a. Salvador Poderoso. ___b. Salvador Prometido.___c. Salvador Pessoal.___d. Salvador Perfeito.

13) – O médico Lucas, um homem de origem grega, escreveu para seus irmãos patrícios. Estes demonstravam grande afeição:

___a. pela cultura, música e conhecimento. ___b. pela beleza, poesia e música.___c. pela poesia, cultura e conhecimento.___d. pela beleza, poesia e cultura.

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Lição 2

O Evangelho de Mateus

Autor do livro Mateus é o autor, cujo título do livro leva o seu próprio nome. Seu nome significa “dádiva de Deus”. A Bíblia diz que ele era um ex-coletor de impostos quando Jesus o escolheu para ser um dos doze apóstolos. Mateus 9.9-13 apresenta-nos a maneira como ele foi chamado:

“E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantan-do-se, o seguiu. E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo isso, disseram aos discípulos: Por que como vosso mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médicos os sãos, mas sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.

Cristo o viu quando estava assentado na “coletoria”, na periferia de Cafarnaum, de onde recebia os impostos dos mer-cadores que vinham de fora, possivelmente daqueles que vinham de fora em suas embarcações que trafegavam pelo mar da Gal-iléia. Ao receber aquele convite, não relutou, logo passou a seguir a Cristo. E logo depois ofereceu a Jesus um jantar em sua casa e convidou seus colegas e amigos. Isso se tornou motivo de “ofensa”

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Proibida a comercializaçãopara alguns líderes judeus que questionaram a associação de Jesus com as párias da sociedade. Não obstante, o mestre respondeu a altura: “não necessitam de médicos os sãos, mas, sim os doentes”. “Mateus era relativamente próspero para os padrões daquela época. Não se sabe se seguia a prática comum de muitos da sua profissão de cobrar mais do que o exigido legalmente, para ter um pequeno lucro adicional; contudo é razoável supor que também utilizava tal expediente. Portanto, deixar tudo para acompanhar Jesus numa vida de discipulado itinerante provavelmente exigiu mais sacrifício para Mateus do que para alguns dos outros dis-cípulos” Blomberg, Craig.

Características do livro

Segundo Papias, bispo de Hierápolis (Frígia), do 2o século d.C. Mateus escreveu o primeiro livro do Novo Testamento em hebraico e todos depois traduziram da maneira que foram capaz-es. Contudo, isso tem sido discutido por muitos estudiosos.

Em geral, a maioria concorda que o livro foi escrito em aramaico e depois traduzido para o grego.

Não se sabe ao certo a data exata da autoria do livro, con-tudo entre os círculos dos eruditos atualmente há um consenso sobre uma data provável, que segundo eles afirmam ter sido por volta do ano 66 d.C na Antioquia da Síria.

Mateus não apresenta os acontecimentos na ordem do tempo. “A ordem só é seguida em parte: no início do livro (nasci-mento, batismo, tentação) e no final (última semana, morte, res-surreição e ascensão). No meio, as parábolas, milagres e ensina-mentos não se encontram ordenados cronologicamente”.

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Mateus escreveu especialmente para os judeus. O pastor Blomb-erg, Craig afirma “que os objetivos do livro estejam ligados dire-tamente com a comunidade, em sua maioria, composta de judeus cristãos a quem Mateus dirigiu seu evangelho. Entre várias alter-nativas, o destinatário mais provável seria uma congregação re-cém-formada, que se tinha desligado da sinagoga há pouco tempo e ainda estava em vigoroso debate com ela. Os antigos escritores muitas vezes sugerem uma localização dentro da Palestina, os er-uditos mais modernos se referem a ela localizada na Antioquia da Síria, onde abrigava um grande número de judeus”.

Objetivo do livro

O propósito principal de Mateus é revelar aos judeus que Jesus é o Messias prometido. Aquele de quem as profecias apon-tavam no Antigo Testamento. Que Jesus veio da linhagem real de Davi, por isso ele é chamado Filho de Davi, como Mateus, afirma logo no primeiro verso de seu livro.

“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”.

Esta aliança une Jesus às duas alianças que o Senhor fez com Abraão e Davi. A aliança com Abraão prometia que através dele todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gn 12.3), já com Davi, Deus havia prometido um Rei de sua linhagem que se assentaria no seu trono para sempre (2 Sm 7.8-13). Advindo de Abraão, ele seria o sacrifício, e de Davi, o Rei prometido. E no início de Mateus vê-se Jesus como Rei, contudo ao encerrar seu livro, apresenta Jesus como um sacrifício.

A intenção de Mateus em manter os judeus por dentro da

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Proibida a comercializaçãohistória de Jesus foi inteligente. Sua preocupação centralizou-se em convencê-los de que Jesus era o Messias, e nele se cumpriu todas as profecias respectivamente direcionadas ao Messias pro-metido. Muitas passagens do Antigo Testamento apontaram coisas exclusivas ao Messias. Mateus afirma que em Jesus se cumpriram todas elas. Ele responde aos judeus uma intrigante pergunta:

Se Jesus é o Messias prometido, por que ele não estabele-ceu o reino sobre o qual o Messias reinaria, segundo a profecia do Antigo Testamento?

Revelou aos judeus que o governo de Cristo seria espir-itual e não humano. E devido a própria rejeição do mesmo, im-plantaria um novo “aspecto de seu reino”, a “Igreja”. Este, dentre os demais evangelistas, foi o único a utilizar a palavra “igreja” (Mt 16.18; 18.17). O governo de Cristo então se estabeleceria na sua própria igreja.

O tema central do livro

Mateus apresenta Cristo como Rei, apresenta a genealogia real nos primeiros versos. Um rei não é escolhido por votação, e sim por nascimento. O tema de Mateus está registrado no capítulo 27 e verso 37, que diz:

“este é Jesus, o Rei dos Judeus”.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

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____ 14) - Mateus é o autor, cujo título do livro leva o seu próprio nome. Seu nome significa “dádiva de Deus”.

____ 15) - Segundo o Papa, (Frígia), do 5o século d.C., Mateus es-creveu o primeiro livro do Novo Testamento em hebraico e todos depois traduziram da maneira que foram capazes.

____ 16) - Não se sabe ao certo a data exata da autoria do livro, contudo entre os círculos dos eruditos atualmente há um consen-so sobre uma data provável, que segundo eles afirmam ter sido por volta do ano 66 d.C na Antioquia da Síria.

____ 17) - O propósito principal de Mateus é revelar aos judeus que Jesus é o Messias prometido.

____ 18) - A intenção de Mateus em manter os judeus por dentro da história de Jesus não foi muito inteligente.

____ 19) - O tema de Mateus está registrado no capítulo 27 e verso 37, que diz: “este é Jesus, o Rei dos Judeus”.

Mateus e o Antigo Testamento

O livro de Mateus põe fim aos 400 anos de silêncio entre a profecia de Malaquias e o anúncio do nascimento de Jesus. Na ocasião, como já vimos, Herodes, o Grande, era o governador da Judéia, nomeado pelo imperador de Roma. Contudo, o homem que tinha o direito ao trono da casa de Davi, seria José, que se tornou esposo de Maria.

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Mateus vem logo depois do Antigo Testamento e é o começo do Novo. É o elo entre o velho e o novo. O Antigo Testa-mento conclui com a nação de Israel aguardando o seu Messias prometido. E logo no início de Mateus, observa que Jesus é este Rei, enviado senão a casa de Israel:

“Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15.24). Observa-se através dos números bíblicos que o livro de Mateus é o quadragésimo na ordem da Bíblia. O Antigo Testamen-to é composto por 39 livros e encerra com o livro de Malaquias, o Novo inicia com Mateus (40º livro). Biblicamente o número 40 é símbolo de provação: Jesus foi tentado pelo diabo por quaren-ta dias; Israel esteve no deserto por quarenta anos; por quarenta anos Moisés foi príncipe no palácio de Faraó; depois foi pastor por quarenta anos no deserto, dentre muitos outros textos que aparecem na Bíblia. No quadragésimo livro da Bíblia, o Israel de Deus se encontra em provação e o Rei dos judeus, sendo por eles rejeitado.

A importância da genealogia para os Judeus

No Novo Testamento encontramos a narração de apenas duas genealogias de uma mesma pessoa, Cristo. Enquanto no An-tigo Testamento nos deparamos com a genealogia:

• de Adão (Gn 5), • de Noé (Gn 10), • de Sem (Gn 11), • de Cão (1 Cr 1),

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Proibida a comercialização• de Terá (Gn 11), • de Abraão (Gn 25), • de Ismael (Gn 25), • de Esaú (Gn 36), • de Jacó ( Gn 46), • das tribos (1 Cr 2), • e de Davi (1 Cr 3).

Em Mateus (1) e Lucas (3) aparece o registro da genealogia de Cristo.

Não foram relatadas para “satisfazer a vanglória” de qualquer pessoa, como é comum entre as árvores genealógicas, contudo o seu objetivo foi salientar o fato insigne de Jesus Cristo ser da linhagem de Abraão e Davi.

Mateus menciona a linha ancestral de Jesus iniciando por Abraão, por Davi, por Salomão, e pelos reis, na ordem, até alcançar Jeconias. Segue apresentando os nomes dos herdeiros ao trono, até chegar a Cristo. Lucas, no entanto, começa por Jesus Cristo, traçando sua linha ancestral para trás, ao contrário de Mateus. Ele começa por Jesus, depois por Natã (irmão de Salomão), até Davi; de Davi vai até Abraão, até chegar a Adão.

Para um judeu a árvore genealógica possui um grande val-or. Representa a origem histórica de uma pessoa. Diz quem foram seus pais, a que tribo pertencia, se eram da linhagem de Arão, o sumo sacerdote, ou de algum rei na história de Israel. Sempre foi uma tradição entre eles salientar suas raízes. E Mateus, para con-firmar que Jesus tanto era descendente de Abraão como de Davi, mencionou a genealogia de Jesus, que por sua vez, nunca foi con-testada por algum judeu sequer, visto ser autênticas e verdadeiras.

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Proibida a comercialização “Por que estamos interessados nessas genealogias? Porque nos dão a chave para toda vida de Cristo. Elas nos mostram antes de mais nada, que ele não era um homem qualquer, mas que descen-dia de família real”.

A árvore genealógica de Cristo se divide em três classes. Cada classe é composta por 14 pessoas. Entre essas três classes duas pessoas se destacam: Abraão e Davi.

O advento do Rei

Jesus é o Messias, o Libertador, o Ungido de Deus, dese-jado por Israel e anunciado nas Escrituras. Já vimos que sua ge-nealogia estabelece sua filiação de Davi e de Abraão. Por ser o Messias em quem confirma a longa história das benevolências divinas, compete-lhe a última palavra; ele é o Salvador que Moisés prefigurava.

Mateus atribui-lhe os títulos messiânicos. Segundo o anúncio profético, ele nasce em Belém, cidade real; é verdadeira-mente o “Filho de Davi”. Mateus, contudo, rejeita o conceito de um Messias nacionalista que seus contemporâneos criaram. A fim de corrigi-lo, apela para a figura do “Servo” de Deus (8.17; 12.18-23), ele é rei (21.5; 2.2; 27.11,39 e 42). De toda maneira, são as Escrituras que, incessantemente, autenticam sua identidade.

No evangelho de Mateus vemos o quanto Jesus é Rei, pois possui títulos reais, veja:

Nome Real – “Ele será chamado pelo nome de Emanuel” (1.23).

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Posição Real – “De ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo, Israel” (2.6).

Anúncio Real – “Preparai o caminho do Senhor” (3.3).

Coroação Real – “Este é meu Filho amado, em quem me com-prazo” (3.17).

Proclamação Real – “Ensinava como quem tem autoridade” (7.29).

Glória Real – “Então dirá o Rei, vinde benditos de meu Pai, entrai na posse do reino” (25.31).

Sacrifício Real – “Este é Jesus, o Rei dos Judeus” (27.35,37).

Vitória Real – “Ele não está aqui, ressuscitou como havia dito” (28.6).

Mateus narra a visita dos três magos que vinham do Ori-ente. Diz a Bíblia que eles vieram adorar, não ao Salvador do Mun-do, como de fato Cristo é, mas ao Rei dos judeus. Aqueles homens intelectuais procuravam por um rei, perguntaram no caminho: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?

A adoração daqueles magos que desconheciam o local de nascimento contrasta a conduta do povo judeu, em especial dos sacerdotes, que por sinal, sabiam onde seria o local de nascimento de Cristo, mas que, no entanto o rejeitaram. Tudo isto já indicava que a maioria dos judeus rejeitaria ao seu Rei.

João Batista

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João Batista foi o precursor, o embaixador de Jesus. Ele tinha outro nome. Isaías o identifica com a “voz”: “voz do que cla-ma no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai no ermo a vereda a nosso Deus” (Is 40.3). Este foi o arauto de Jesus Cristo, possuía duas funções: a de apenas “uma voz”, e de “mensageiro”. Isto é tudo o que o Antigo Testamento fala sobre ele. Em Mateus ouvimos sua “voz”:

“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que cla-ma no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt 3.2-3).

Era de praxe um arauto ir adiante do Rei, como era o caso do oficial romano que ia adiante do seu governador, e ordenava que fossem consertadas as estradas pelas quais o seu senhor ia passar. E foi realmente isso que João Batista fez. Revelou que os caminhos dos homens e das nações se encontravam tortos e chei-os de buracos causados pelo pecado e precisavam ser endireita-dos.

O batismo e a tentação de Jesus Agora Jesus se ingressa no ministério, nesse período se encontrava com 30 anos. Depois da tríplice benção que recebeu na ocasião do batismo, ele é levado pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. Seu ministério público estaria sendo posto em prova.

O diabo lhe ofertou um atalho para se obter o governo universal que ele teria que alcançar através de um cumprido e do-

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Proibida a comercializaçãoloroso caminho até chegar a cruz. Contudo, a tentação não venceu a Cristo, que renunciou o caminho mais rápido oferecido pelo in-imigo. Jesus não só venceu essas primeiras tentações, como tam-bém todas as demais, pois seu propósito estava acima de qualquer outra oferta do diabo.

Por vezes, o diabo nos oferece um caminho mais curto para a realização dos nossos sonhos, no entanto, seu propósito é de nos desvencilhar dele, levando-nos a queda. Não vale a pena ceder às suas tentações. Devemos agir semelhante a Cristo, se de fato desejamos obter nossa vitória.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 24) - João Batista foi o precursor, o embaixador de Jesus. Ele tinha outro nome. Isaías o identifica com a “voz”.

____ 25) - Mateus narra a visita dos três magos que vinham do Ocidente.

____ 26) - Agora Jesus se ingressa no ministério, nesse período se encontrava com 30 anos. Depois da tríplice benção que recebeu na ocasião do batismo, ele é levado pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo.

Os ensinos do Rei

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Proibida a comercialização Jesus estabeleceu uma grande parte dos padrões do seu reino, entre os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus. Trouxe uma nova lei, pois a antiga lei tinha servido até aquele momento, a partir de agora, Jesus implantaria uma nova lei. Contudo, ele não destruiu a lei de Moisés, como também não a tratou como perfeita e final.

Em cima de uma montanha Jesus inicia seus sermões po-derosos, estabelecendo agora, uma nova doutrina. Ele começa de dentro para fora, inicia no interior do homem e conclui no seu exterior, ao contrário da lei antiga. É importante lembrar que a base de todo o cristianismo se encontra nesses três capítulos de Mateus. O Sermão do Monte como é universalmente conhecido, engloba assuntos valiosíssimos ao homem, e que não devem ser abandonados pelos pregadores atuais. Esse sermão contém o modelo e padrão de vida para uma vida realmente espiritual e santa. São diversas mensagens voltadas para a vida prática de um cristão.

“nesses sermões, Jesus define os limites e a natureza do reino, as condições para se entrar nele, suas leis, seus privilégios, e suas rec-ompensas”.

A base da nova doutrina transmitida por Cristo é a prática do amor e da bondade. Eleva muito acima a necessidade do perdão, e da vida cristã interior.

“Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multi-dões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas”. (Mt 7.28-29).

Os milagres operados pelo Rei

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Proibida a comercialização Mateus (8 e 9), narra cenas de milagres e curas de Jesus. Jesus como Rei, não se prende apenas nas palavras, ou nos ensi-nos, mas também na demonstração de poder. Vemos então nesses capítulos a autoridade do Rei Messias sobre todas as coisas: “ho-mens, toda sorte de enfermidades” (Mt 9.35). Fica em evidência o absoluto alcance do Reino de Deus. Ele abrange todas as di-mensões da vida humana. Temos referência a dimensão do natu-ral (humano), e do espiritual. Poderíamos considerar o humano como parte do natural, mas dividimos assim para visualizarmos o homem em relação ao que é natural e ao que é espiritual. “É importante separarmos bem essas coisas. Nem toda doença é pro-vocada por demônios, mas algumas são. Nem toda ventania é pro-vocada por demônios, mas algumas podem ser, conforme se vê no livro de Jó”.

O Rei e os seus súditos

Jesus além de ser um grande pregador, é também um grande líder. É comum todo rei ter seus súditos, e Jesus não era diferente. Logo no início, foi aliciando homens para lhe servir em seu reino. Mas onde ele encontrou seus primeiros servos? Não foi no templo, entre os doutores ou sacerdotes, nem entre os princi-pais do povo. Ele os achou à beira-mar consertando suas redes. Diz Paulo que ele não escolheu muitos nobres e poderosos, mas escolheu antes as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios (1 Co 1.27).

Em Mateus 10 encontramos o relato dos nomes dos doze apóstolos, talvez esta seja a relação dos nomes mais importantes do mundo. Jesus havia os incumbido de anunciar seu reino, de curar os enfermos.

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Nota sobre Mateus 13 (O reino dos céus)

Por mais de 55 vezes a palavra reino está registrada em Mateus. Só a expressão reino dos céus encontra-se inserida 35 vezes em suas páginas. Jesus fez comparação ao Reino dos Céus com as parábolas: do semeador, do joio, da semente de mostarda, do fermento, do tesouro escondido e da pérola. Essas parábolas descrevem o valor da presença deste reino celestial presentes neste mundo.

Parábola significa fazer uma comparação, colocar uma coisa ao lado da outra. É uma narrativa alegórica, que contém personagens, coisas, incidentes, e atitudes que por meio da com-paração facilita a compreensão. As parábolas, como encontramos nos evangelhos, é um recurso didático, largamente utilizado por Jesus, a fim de elucidar as grandes verdades e mistérios do Reino de Deus.

Jesus apresenta, por meio de parábolas neste capítulo, di-versas características do reino, as quais se encontram ao mesmo tempo ocultas e reveladas. Ocultas para a multidão e reveladas para os discípulos.

A rejeição do Rei Mateus (16.21 à 20.34) apresenta um quadro triste em seu livro: “a rejeição de Cristo pelos seus”. O próprio João afirmou isso: “Ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).

Consequentemente com a rejeição dos judeus ao reino de Cristo, este reino foi transferido a um novo povo. “Portanto vos

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digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mt 21.43).

Mas o que justificaria os judeus rejeitarem o reino? Por certo, eles aspiravam por um reino “teocrático” terreno, e não ce-lestial, queriam um governante que os libertasse das garras do im-pério romano, queriam que o reino fosse a seu modo e de acordo com suas condições.

Os judeus recebem Jesus em Jerusalém com entusiasmo. Porém, estranham sua atuação no templo, quando ele expulsa os comerciantes e derruba suas mercadorias. Da mesma forma muitos estranham as mudanças que Jesus deseja fazer em suas vidas após terem-no recebido como Salvador. Na seqüência, Je-sus conta uma parábola que mostra a chegada dos gentios para o reino, enquanto que os judeus ficam em último lugar. Em todo tempo os fariseus ouviam tudo isso. Porém, nunca entendiam o alerta de Jesus. Sempre se viam ameaçados por ele, quando de-viam vê-lo como Salvador. E assim, se punham sempre em atitude de perseguição e isto apenas se tornava cumprimento das próprias palavras de Cristo.

A Igreja em Mateus

Mateus é o único que nos revela o propósito de Cristo em esta-belecer sua igreja. Parece que os planos de Jesus haviam mudados dada à rejeição dos judeus pelo seu reino. Todavia já era plano de Deus, desde os tempos mais remotos, chamar para sua comun-hão um povo que não era seu povo. O nome igreja significa “os chamados para fora”. Jesus estava começando a construir um novo edifício, um novo corpo de pessoas, onde tanto judeus como gen-

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Proibida a comercializaçãotios fariam parte.

A morte e ressurreição do Rei

Temos focalizado apenas os pontos mais culminantes da vida de Jesus. Chegamos ao ponto em que autoridades religio-sas levaram às últimas conseqüências sua perseguição a Cristo. Aqui ocorre o episódio da traição de Judas, a cena de Cristo sendo moído nas sombras do Getsêmani, a prisão seguida de profundo castigo e a morte de Jesus. Até nesse momento, o título real acom-panha o Messias. Sobre sua cruz se coloca a inscrição em carac-teres romanos, gregos e hebraicos: “Este é Jesus, o Rei dos judeus” (Mt.27.37 Lc.23.38). O que, para os algozes era uma acusação contra Cristo, tem maior significado como acusação contra seus próprios malfeitores. Mataram o rei dos judeus. Tal escrita torna-se mais significativa ainda quando a vemos como uma declaração para o mundo a respeito de Cristo. Ali estava a verdade. A partir de então, cabe a cada ser humano aceitá-la ou rejeitá-la. Contudo, isso não mudará a essência da afirmação, a qual foi escrita nos três principais idiomas daquela região. Embora o aramaico não tenha sido usado, bastavam os caracteres romanos, hebraicos e gregos para que qualquer pessoa que por ali passasse pudesse ser capaz de ler aquela frase. A mensagem da cruz é para todos, a todos foi dirigida e quem quiser ignorá-la não terá outro caminho de sal-vação.

Antes de dar o desfecho final em seu livro, Mateus teste-munha a Ressurreição de Jesus. A morte não conseguiu segurá-lo por muito tempo. Ao terceiro dia Jesus ressuscitou, e mostrou ao mundo que ele venceu os grilhões da morte. E todo aquele que nele crê, será coroado com a vida eterna. Seu poder triunfal foi demonstrado mais uma vez. Agora, tendo recebido todo poder

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Proibida a comercializaçãonos céus e na terra, ele dá ordens aos seus discípulos para que levem o evangelho a todas as nações.

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

27) - Jesus estabeleceu uma grande parte dos padrões do seu rei-no, entre os capítulos:

___a. 4, 5 e 6 de Mateus. ___b. 7, 8 e 9 de Mateus.___c. 5, 6 e 7 de Mateus.___d. 6, 7 e 8 de Mateus.

28) – As parábolas, como encontramos nos evangelhos, é um re-curso didático, largamente utilizado por Jesus, a fim de elucidar as grandes verdades e mistérios:

___a. do Reino de Deus. ___b. do Reino de Cristo.___c. do Reino de Davi.___d. do Reino de Teocrático. 29) – Mateus é o único que nos revela o propósito de Cristo em estabelecer:

___a. sua paróquia. ___b. sua igreja.___c. sua pátria.___d. sua missão.

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30) – Ao terceiro dia Jesus ressuscitou, e mostrou ao mundo que ele venceu:

___a. os seus inimigos. ___b. Pilatos e seus algozes.___c. Judas Iscariotes.___d. os grilhões da morte.

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Lição 3

O Evangelho de Marcos

Autor

João Marcos era um judeu, seu primeiro nome significa: “graça de Deus” (hb). Já o seu sobrenome Marcos significa “mar-telo grande”(latim). Era primo de Barnabé, e nasceu provavel-mente em Jerusalém. Acompanhou Barnabé e Paulo a Antioquia, e depois os acompanhou em sua primeira viagem missionária. Por alguma razão não esclarecida não concluiu a viagem, e voltou mais cedo para sua casa. Mais tarde foi motivo de dissensão entre eles. Paulo não queria levá-lo à segunda viagem por causa de sua deserção, e por esta causa Barnabé decidiu abandonar a Paulo, e seguir para Chipre com Marcos (At 15.37-39). Lá na frente, João Marcos demonstrou ser uma pessoa muito útil a Paulo quando este ficou preso em Roma (Cl 4.10). Esteve também com Pedro na ocasião que este escreveu sua primeira epístola (1 Pd 5.13). Mar-cos teria sido instruído por Pedro acerca de Cristo. Paulo, chegou a solicitá-lo novamente em sua prisão (2 Tm 4.11), mostrando que um fracasso nem sempre impede a utilidade da pessoa definitiva-mente.

O parecer favorável à autoria de João Marcos conta com o testemunho de Papias, bispo de Hierápolis, conforme registro de Eusébio: “Marcos era intérprete de Pedro.” Escreveu de acordo com as informações e ensinos de Pedro. Irineu diz que Marcos era discípulo de Pedro e escreveu em Roma. Teríamos então nesse evangelho a mão de Marcos e a voz de Pedro. Observe o resumo do evangelho no sermão de Pedro em At.10.36-43, inclusive a or-

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Proibida a comercializaçãodem dos fatos.

O propósito do livro

O tema de Marcos se encontra registrado no capítulo 10 verso 45: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servi-do, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. A preocupação de Marcos não é provar certas declarações e profe-cias acerca de Jesus. Sua intenção se limita apenas em narrar com clareza os fatos a respeito de Jesus. Ele se preocupou mais com os atos de Cristo do que com suas próprias palavras.

Marcos é o “Evangelho da Ação”, e mostra Jesus como o Servo do Senhor, labutando incansavelmente para salvar os peca-dores. Neste evangelho, Jesus também é visto como o Poderoso Conquistador, levando a frente sua campanha para a libertação da raça humana de toda morte e pecado.

Ao passo que Mateus dirigiu seu livro aos judeus, Marcos parece ter escrito para os romanos. O cidadão romano era muito diferente do judeu. Tinha um espírito forte e prático. Sua religião tinha que ser prática. Não se preocupava com genealogias, assim como os judeus costumavam fazer. Gostavam de ouvir as contar as histórias simples da vida de Jesus. Diziam: “conte-me o que ele fez. Desejo conhecê-lo exatamente como ele era”.

Marcos caracteriza-se por ser o menor de todos os evan-gelhos. Mayer Pearlman diz: “O estudo do Evangelho de Marcos, revelará os seguintes fatos”:

1) sua exigüidade – é o mais breve dos Evangelhos; 2) os atos de Jesus são enfatizados mais que seus discursos; 3) a introdução é sucinta;

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Proibida a comercialização4) palavras tais como ‘imediatamente’ e ‘logo’ são encontradas por todo o livro.

“Estes fatos são uma indicação da natureza do evangelho ora em estudo”.

Em contraposição ao livro de Mateus que tem 28 capítulos e registra muitas 14 parábolas, Marcos tem apenas 16 capítulos e relata apenas quatro parábolas.

O evangelho de Marcos foi escrito em grego. Alguns teól-ogos argumentam a favor de um original em aramaico. Isto se deve à freqüência de termos aramaicos no livro. Contudo, tal hipótese não foi comprovada e não conseguiu grande aceitação.

Foi o primeiro evangelho a ser escrito. Data provável: ano 55. As datações dos comentaristas oscilam entre os anos 50 e 69.

A palavra imediatamente aparece 40 vezes, ou “logo” de-pendendo da versão. “Em seguida” também aparece com freqüên-cia, indicando movimento constante e urgente. É o evangelho da ação.

Aspectos gerais

Marcos não relata o nascimento de Jesus. Nenhuma refer-ência ao seu nascimento se faz no seu evangelho. Há um motivo, pois, ninguém se interessa nas árvores genealógicas de um “es-cravo” (servo).

Não menciona a visita dos magos.

Oculta a visita do menino Jesus ao templo, quando este

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Proibida a comercializaçãotinha doze anos.

Não menciona o Sermão do Monte. Enquanto Mateus dedica três capítulos inteiros a esse sermão que revela as doutrinas do reino.

Não há introdução em Marcos, enquanto os demais dedi-cam largos textos na abertura de seus livros. Seu conteúdo é breve, mas rico em detalhes. Demonstra testemunho ocular (de Pedro).

Mostra efeitos das palavras de Jesus sobre as multidões e os discípulos - 1.22-27; 2.12; 6.56 etc.

É mais cronológico é mais ordenado do que Mateus.

Apresenta Jesus como servo sofredor.

“Jesus, que foi apresentado por Mateus como rei, é apresentado por Marcos como servo. Temo então um Rei-servo. Isso parece uma contradição. Contudo, é a realidade. O rei Jesus se humilhou ao ponto de servir a todo tipo de pessoas, chegando até a lavar os pés aos seus discípulos. Tal contraste pode também ser observado em nossas vidas. Somos chamados reis e sacerdotes (I Pd 2.9). Porém, não podemos deixar de ser servos (Rm 6.18). Como disse Salomão: príncipes como servos sobre a terra” (Ec 10.5-7).

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 31) - João, cujo sobrenome era Marcos, um judeu. Seu nome vem do hebraico e significa “graça de Deus”. Marcos vem do latim e significa “martelo grande”.

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Proibida a comercialização____ 32) - O tema de Marcos se encontra registrado no capítulo 16 verso 1: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

____ 33) - Ao passo que Mateus dirigiu seu livro aos judeus, Mar-cos parece ter escrito para os gregos.

____ 34) - Marcos caracteriza-se por ser o menor de todos os evangelhos.

____ 35) - Em contraposição ao livro de Mateus que tem 28 capí-tulos e registra muitas 14 parábolas, Marcos tem apenas 16 capí-tulos e relata apenas quatro parábolas.

____ 36) - Marcos relata o nascimento de Jesus. Várias referências ao seu nascimento se faz no seu evangelho.

A vinda do Servo

O livro de Marcos inicia com a seguinte expressão: “princí-pio do evangelho...”. Ao contrário de Mateus ele não apresenta os primeiros trinta anos de vida do mestre. Sua narrativa se desen-volve praticamente a partir do inicio do ministério de Jesus. A seguir, completa “... de Jesus Cristo, Filho de Deus”.

Nos versos subseqüentes (1.2-7), observa-se o cumpri-mento das profecias de Isaías na pessoa de João Batista. Nas entre-linhas desses versos, nota-se não somente o precursor, mas tam-bém o Servo de Deus.

João Batista surge no cenário do deserto, batizando e pregando o arrependimento às multidões que desciam a ele. A vinda de João foi o cumprimento de Malaquias (3.1), e de Isaías que disse ser ele simplesmente a “voz”: “voz do que clama no de-

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Proibida a comercializaçãoserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus (Is 40.3). Era um homem diferente, de modo que ves-tia pelos de camelo, usava um cinto de couro, e alimentava-se de gafanhotos e me silvestre. Contudo, foi escolhido por Deus para ser o precursor de Servo.

“Sua mensagem tinha um aspecto tão estarrecedor quanto à sua aparência”.

O batismo de Jesus

Em Marcos observamos o encontro de João e Jesus no rio Jordão. Para João, Jesus não necessitava ser batizado, pois ele não tinha pecado. Sua vida resplandecia o mais alto grau de pureza, a ponto de causar em João um sentimento de “indigno de batizá-lo”. Logo, ele disse: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? (Mt 3.15). Contudo, Jesus salientou-o de que era-lhe “necessário cumprir toda a justiça”.

Ao levantar-se da água, o Espírito Santo, em forma de pomba, desceu sobre ele indicando que estaria apto para cumprir cabalmente seu ministério terreno. E uma voz dos céus era ouvida por eles: “Tu és meu Filho amado, em quem me comprazo”. O Pai estava lhe assegurando a satisfação e aprovação por seu ministé-rio.

Ao ser batizado por João, Jesus nos deixa o mais alto ex-emplo de justiça. Pois ele a cumpriu plenamente. E revela também a sua humildade, ao deixar ser batizado por um homem “peca-dor”.

O Servo no trabalho

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Proibida a comercialização Marcos apresenta um Cristo que labuta ininterruptamente a fim de abençoar seus discípulos. Ele apresenta Jesus: ensinando os que estavam em trevas, animando os sem esperanças, curando os enfermos, libertando os cativos e oprimidos, perdoando os pecadores.

Jesus escolhe quatro pescadores para se juntarem a ele (Mc 1.16-20). Eram trabalhadores e ocupados. Marcos diz que eles ime-diatamente deixaram as redes e o seguiram (Mc 1.18).

Na sequência dos fatos, Jesus aparece operando muitas maravilhas entre as multidões:

• Demônios eram expulsos (1.21-28);• febre repreendida (1.29-31); • várias doenças curadas (1.32-34); • leprosos purificados (1.40-45); • cura do paralítico (2.1-12); • cura da mão ressequida (3.1-5); • multidões curadas (3.6-12); • a tempestade apaziguada (4.35-41); • um endemoninhado restabelecido (5.1-15); • fluxo de sangue estancado (5.21-34); • a filha de Jairo ressuscitada (5.35-43); • cinco mil alimentados (6.32-44); • Jesus caminhando sobre as águas (6.45-51); • muitos são curados ao tocar nele (6.53-56); • surdos e mudos ouvem e falam (7.31-37); • quatro mil são alimentados (8.1-9); • o cego curado (8.22-26).

Marcos fala sobre Jesus realmente como um homem tra-balhador. É o único que o menciona como “carpinteiro”. Conta-nos que Jesus “tomou alguém pela mão”, e as criancinhas “em seus braços”; diz que ele “se condoeu”; “suspirou”; “se maravilhou”;

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Proibida a comercialização“amou”; “irou-se”; e que “se compadeceu”.

Em Marcos (1.21-34), enquanto Jesus ensinava na sina-goga em Cafarnaum num dia de sábado, foi interrompido por um endemoninhado. O espírito imundo daquele homem foi expulso por ele e todos os presentes se maravilharam da autoridade que possuía sobre os demônios.

Logo em seguida, Jesus vai a casa de Pedro e cura sua sogra que es-tava com muita febre. Ainda era tarde e a multidão se aglomerava para vê-lo e ser curada por ele. Traziam os coxos, os endemonin-hados, os cegos, e todos eram alcançados pelo glorioso poder do Salvador. Os coxos se levantavam, os cegos passavam a ver, e os endemoninhados eram libertos. As marcas de sofrimentos daque-las pessoas eram transformadas em marcas de grande alegria.

Seus milagres confirmavam sua divina autoridade, eram na ver-dade, uma declaração de que era o prometido Redentor, aquele de quem todos os homens necessitam. “Porque Jesus, sendo o próprio Deus, seus milagres se tornava tão naturais para ele como qualquer outra ação para nós”. A fé do povo aumentava sem prec-edente à medida que ele realizava milagres.

Numa manhã de domingo, um dia depois de operar todas essas curas, o Mestre foi em busca de um lugar reservado a fim de orar (1.35). À medida que seu ministério crescia, Jesus sentia maior necessidade de comunhão com o Pai. E quanto mais orava mais se aumentava a dimensão do seu ministério. Fica evidente é funda-mental o papel da oração na vida dos ministros do evangelho. Se Cristo necessitou de orar, quanto mais nós precisamos fazê-lo. O êxito do ministério concentra-se especialmente no período dedi-cado do à oração é o jejum.

O Servo que perdoa

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Proibida a comercializaçãoJesus anunciava o reino numa casa a uma grande multidão. A notí-cia se espalhou rapidamente entre os moradores daquela redon-deza. De repente Jesus observa que um paralítico é baixado entre os telhados daquela casa por quatro homens. O fato é que aqueles homens o trouxeram com cama e tudo de um lugar distante para ser curado por Jesus. A fé daqueles homens foi tão grande, que nem mesmo o telhado foi capaz de impedi-los de apresentar o paralítico para ser curado. Quando o enfermo já estava no chão, Jesus se aproximou dele e disse: “Filho perdoado estão os teus pecados” (Mc 2.5). Jesus lhe assegurou o perdão divino antes de lhe conceder a cura. Pois o propósito do perdão é a cura da alma. Para provar seu poder de perdoar, disse novamente: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra poder para perdoar pecados... a ti te digo: levanta-te, e toma o teu leito, e vai para sua casa” (Mc 2.10-11).

Em Marcos 3.13-31 Jesus escolhe seus discípulos. Foram selecionados para estarem com ele. Essa é a vontade de Jesus para os seus discípulos de hoje. Que estejam diariamente em sua pre-sença vivendo em continua comunhão com ele. Os discípulos de Jesus, não chamados mais de servos, e sim de amigos (Jo 15.15).

O capítulo 4 de Marcos registra quatro parábolas:

• A parábola do semeador (4.3-20).• A parábola da candeia (4.21-25).• A parábola da semente germinando secretamente (4.26-

29).• A parábola do grão de mostarda (4.30-33).

O Servo rejeitado

Em Marcos (8. 31-15.37) encontramos a seguinte narra-

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Proibida a comercializaçãotiva: “Importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos”. Aqui vemos o caminho de sofri-mento e rejeição que Cristo trilhou. Jesus afirmou no livro de Marcos que:

• Seria rejeitado pelos anciãos, principais sacerdotes, e es-cribas (Mc 8.31);• Seria traído (Mc 9.31);• Seria morto pelos romanos (Mc 10.32-45);• Iria ressuscitar ao terceiro dia (Mc 9.31).

Rejeitar a Cristo constitui-se em elevada transgressão. Ao ouvir a mensagem do evangelho, o homem tem de escolher em aceitar a Cristo como seu Salvador, ou pisá-lo debaixo de seus pés. O povo no tempo de Jesus fez sua escolha, em nossos dias o povo também deve fazer a sua.

Contudo é difícil imaginar que a maior parte da humani-dade continue a rejeitar a pessoa de Cristo.

O Servo crucificado

No capítulo 13, o Mestre revela o futuro aos discípulos:

• profetiza acerca do final dos tempos; • acerca da grande tribulação, • e da sua volta com poder e glória.

Os escribas, saduceus, fariseus, e os principais sacerdotes procura-vam uma ocasião para matar a Cristo. Estes encontraram no cír-culo fechado dos apóstolos um traidor, que o entregaria por um bocado de moedas.

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Proibida a comercialização Enquanto Jesus sentia pavor e angústia no Getsêmani, Ju-das estava no Sinédrio vendendo-o por trinta moedas de prata, o preço de um escravo (servo).

Jesus foi crucificado semelhante a um escravo. Ele foi o Servo Sofredor, que entregou sua vida na cruz do Calvário para regaste da humanidade. O Servo levou nossos pecados em seu corpo.

O Servo ressuscitado

Passado o terceiro dia, na manhã de domingo, o Servo res-suscitou dentre os mortos. As mulheres haviam comprado aromas para ungirem o seu corpo. No entanto, ao entrarem no sepulcro receberam a notícia de que Jesus já havia ressuscitado (16.6).

Jesus apareceu primeiramente a Maria Madalena, aquela que havia expulsado sete demônios. E a comissionou de anunciar sua ressurreição entre os demais discípulos.

É no evangelho de Marcos que se encontra uma das pas-sagens mais concorridas da Bíblia, que na verdade, representa a comissão dada por Cristo a sua: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crê será condenado”. (Mc 16.16-17).

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

37) - O livro de Marcos inicia com a seguinte expressão:

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Proibida a comercialização___a. “princípio do evangelho...” ___b. “princípio do cristianismo...”___c. “princípio do mundo...”___d. “princípio da salvação...”

38) – Jesus escolhe quatro pescadores para se juntarem a ele (Mc 1.16-20). Eram trabalhadores e ocupados. Marcos diz que eles imediatamente deixaram as redes e:

___a. correram. ___b. fugiram.___c. o seguiram.___d. e foram para os barcos. 39) – Rejeitar a Cristo constitui-se em elevada:

___a. benção. ___b. perdição.___c. maldição.___d. transgressão.

40) – É no evangelho de Marcos que se encontra uma das passa-gens mais concorridas da Bíblia, que na verdade, representa:

___a. a comunhão dada por Cristo. ___b. a comissão dada por Cristo.___c. a consolação dada por Cristo.___d. a benção dada por Cristo.

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Proibida a comercializaçãoLição 4

O Evangelho de Lucas

Autor

Há quem diga que Lucas, seja um apelido carinhoso dado a Lúcio, um dos líderes da igreja primitiva que acompanhou Paulo em várias viagens missionárias. Contudo, o nome Lucas (grego) significa “aquele que traz a luz”. Lucas foi um médico e passou a ser considerado historiador por que escreveu também o livro de Atos. Nascido em Antioquia da Síria, Lucas é o único escritor bíblico do qual podemos afirmar que era gentio. Segundo o prólogo de Antimarcionita, ele não se casou. Tertuliano e Irineu testificaram a autoria de Lucas ao terceiro evangelho. Irineu último registrou: “Lucas escreveu em um livro o evangelho que Paulo pregava.”

Características do livro

Enquanto o evangelho de Mateus foi escrito por um ju-deu para judeus e Marcos foi escrito por um judeu para gentios, o evangelho de Lucas foi escrito por um gentio para os gentios. Te-mos, portanto, testemunhos diversos a respeito de Jesus os quais são vistos sob ângulos diferentes e procurando atingir objetivos variados. Sobre o valor dessa diversidade, é bom lembrarmos que muitos foram os que testemunharam sobre Jesus: os discípulos, os inimigos, os demônios, e, no fim dos tempos, toda língua confes-sará que ele é o Senhor (Fp 2.10-11).

Lucas dirigiu o seu evangelho a Teófilo (“amigo de Deus”). O tratamento que lhe é conferido por Lucas, “excelente”, “exce-

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Proibida a comercializaçãolentíssimo” ou “digníssimo”, tem levado a crer que Teófilo era um homem de alto escalão, que, no entanto não era aparentemente cristão. Lucas apresenta-lhe cuidadosamente sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo, a fim de que ele pudesse crer. Diz-se que ele converteu-se após ler este evangelho.

A tradição afirma que o médico amado evangelizou o a região sul da Europa e foi martirizado na Grécia aos 84 anos de idade. Por falta de cruz, foi pregado numa figueira.

Lucas foi escrito por volta do ano 60 d.C. As datações têm oscilado entre os anos 58 e 65.

Mateus apresenta Cristo como Rei dos judeus.

Marcos apresenta-o como Servo de Jeová aos romanos.

E Lucas apresenta-o como Filho do Homem aos gregos.

O tema central do evangelho de Lucas está registrado no capítulo 19 e verso 10:

“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.”

Lucas é conhecido como o evangelho que narra a vida do “Filho do Homem”. É conhecido por apresentar a varonilidade de Cristo. Essa frase não é exclusiva de Lucas. Ezequiel menciona aproximadamente 91 vezes esta expressão. O Senhor chamava o profeta dessa forma. Os demais evangelhos: Mateus, Marcos e João também se referem a Jesus através deste título. O próprio Lucas usa o mesmo tratamento em Atos 7.56. Esse foi um título que Jesus deu a si mesmo. Observa-se nesse detalhe a humildade do Mestre. Sendo perfeitamente humano, Jesus estava habilitado

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Proibida a comercializaçãoa ser o representante legítimo dos seres humanos.

De acordo com o tema central de seu evangelho, o mé-dico amado apresenta o nascimento virginal de Cristo minuciosa-mente. Embora o fato da encarnação seja um intrigante mistério em todas as eras da igreja, o nascimento de Cristo, como qualquer outro homem, é testemunhado.

Apenas Lucas registra a visita dos pastores (2.8-20).

Lucas fala do crescimento e desenvolvimento humano de Cristo. Só ele narra o episódio da visita de Jesus ao templo com doze anos.

Como homem, Jesus trabalhou com as mãos, chorou so-bre a cidade, ajoelhou-se em oração, e conheceu a agonia do so-frimento. Tudo isso é intensamente humano. Só Lucas registra a cura da orelha de Malco (22.51).

Em sua apresentação de Jesus como homem, Lucas men-ciona a genealogia do Senhor até Adão. Fica demonstrada a hu-manidade de Cristo. A genealogia é uma forma de demonstrar que Cristo não apareceu magicamente, mas nasceu de uma de-scendência, embora de modo sobrenatural.

Diz que Lucas é o evangelho dos desprezados. Ele destaca a atitude ou menção amável de Cristo em relação:

• aos pobres (6.20);• à mulher pecadora (7.37);• aos mendigos (16.20-21);• ao bom samaritano (10.33);• aos leprosos (17.12 – narrativa exclusiva); • aos publicanos e pecadores (17.12);

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Proibida a comercialização• ao ladrão na cruz (23.43 – narrativa exclusiva).

Só Lucas menciona o choro de Jesus por Jerusalém, numa demonstração de sensibilidade humana. Só ele nos conta do suor de sangue no Getsêmani. Só ele fala da misericórdia regalada ao ladrão da cruz. Só ele diz acerca dos dois discípulos que iam pelo caminho de Emaús.

Seu evangelho relata o valor da oração contada em parábolas: • o amigo importuno (11.5-8); • o juiz iníquo (18.1-8); • o fariseu e o publicano (18.9-14 – narrativa exclusiva).

Além disso, menciona várias orações de Jesus: • Mateus cita três orações de Jesus;• Marcos citou 4, • João, também 4. • Lucas mostra 11.

Lucas inicia seu evangelho com um louvor a Deus: “glória a Deus”. Termina com outro louvor: “e estavam sempre no templo, lou-vando a Deus”. Tanto o Magnificat (1.46-55), como o hino de Za-carias (1.68-79), e o hino dos anjos (2.8-14), estão registrados no seu evangelho.

A infância de Jesus

A profecia dizia que o Messias nasceria em Belém, contudo Maria e José vivam a cento e cinqüenta quilômetros dali. Não fosse a mão de Deus, em fazer com que Roma enviasse um decreto que os obrigava a irem a Belém, justamente no período em que o bebê estava para nascer, este não cumpriria a profecia.

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Quando o menino Jesus nasceu, o anjo anuncia aos hu-mildes pastores: “Eis que vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador (2.10-12). Imediatamente correram para o verem e adorarem. Jesus “crescia,... e a graça de Deus estava sobre ele” (2.40). Aos doze anos o menino Jesus subiu a Jerusalém com seus pais. Ao regressarem, sem que soubessem esqueceram o menino na ci-dade. Ao voltarem o encontrou assentado no meio dos mestres, ouvindo-os e interrogando-os. Diz Lucas ainda: “E todos os que o ouviam, muito se admiravam da sua inteligência e das suas re-spostas”. O menino Jesus era cheio de sabedoria: “e crescia Jesus em sabedoria, estatura, e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2.51).

Tudo isso nos revelam Jesus como verdadeiro homem.

A tentação do Filho do Homem

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo” (4.1-2).

Somente Lucas menciona que o Jesus estava cheio do Es-pírito Santo ao regressar do batismo. Só ele relata que Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia (Lc 4.14). Assim como Jesus saiu do fogo da provação no poder do Espírito, nós também podemos fazê-lo. É certo que só quando estamos cheios do Es-pírito Santo é que podemos vencer a tentação pelo Seu poder.

O objetivo da tentação no deserto não era descobrir se o

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Proibida a comercializaçãoCristo cederia ou não a Satanás. E sim demonstrar à serpente que Cristo não podia ceder. Que nada em sua vida o incriminaria. A verdade é que Cristo podia ser provado.

O Ministério do Filho do Homem

Veja os acontecimentos na ordem em que foram registra-dos:

Ministério na Galiléia (4.14 - 9.50)

• Ministério em Nazaré, a cidade onde morava (4.16-30)• Pregação em Cafarnaum (4.31-44)• Chamada de Pedro, Tiago e João (5.1-11)• Chamada de Mateus (5.27-39)• Os fariseus (6.1-11)• A escolha dos doze apóstolos (6.12-16)• A instrução dos discípulos (6.17-49)• Milagres (7.1-17)• Discurso do Mestre (7.18-50)• Parábolas (8.4-18)• Os verdadeiros parentes (8.19-21)• O mar acalmado (8.22-25)• A cura do endemoninhado (8.26-40)• A mulher curada (8.41-48)• A ressurreição da filha de Jairo (8.49-56)• A missão dos doze (9.1-10)• Cinco mil alimentados (9.10-17)• A confissão de Pedro (9.18-21)• A transfiguração (9.27-36)• A cura do jovem possesso (9.37-43)

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Ministério na Judéia (9.51 – 19.27)

• A missão dos setenta (10.1-21)• O bom samaritano (10.25-37)• Marta e Maria (10.38-42)• Jesus ensina os discípulos a orar (11.1-13)• Buscando sinais (11.14-36)• Os fariseus denunciados (12.1-12)• O pecado da avareza (12.13-59)• O arrependimento (13.1-9)• O reino de Deus (13.18-30)• Jesus fala sobre a hospitalidade (14.1-24)• Jesus fala sobre a renúncia (14.25-35)• O Salvador e os perdidos (15.1-32)• O administrador infiel (16.1-30)• A caminho de Jerusalém (16.31 – 19.27)

Ministério em Jerusalém (19.28 – 24.53)

• A entrada triunfal (19.28-38)• A autoridade de Jesus posta em dúvida (20.1 – 21.4)• Acontecimentos futuros (21.5-38)• A última Páscoa de Jesus (22.1-38)• Jesus é traído (22.39-53)• Julgado perante o sumo sacerdote (22.54-71)• Julgado perante Pilatos (23.1-26)• A crucificação (23.27-49)• O sepultamento (23.50-56)• A ressurreição (24.1-48)• A ascensão (24.49-53)

Por meio desta lista dá-se para ter uma visão mais clara da

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Proibida a comercializaçãovida do Filho do homem na terra.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 41) - Há quem diga que Lucas, seja um apelido carinhoso dado a Lúcio, um dos líderes da igreja primitiva que acompanhou Paulo em várias viagens missionárias.

____ 42) - Enquanto o evangelho de Mateus foi escrito por um judeu para judeus e Marcos foi escrito por um judeu para gentios, o evangelho de Lucas foi escrito por um gentio para os gentios.

____ 43) - Só Lucas menciona o choro de Jesus por Jerusalém, numa demonstração de sensibilidade humana.

____ 44) - Lucas é conhecido como o evangelho que narra a vida do “Filho do Homem”. É conhecido por apresentar a varonilidade de Cristo.

____ 45) - Jesus “crescia,... e a graça de Deus estava sobre ele” (2.40). Aos doze anos o menino Jesus subiu a Jerusalém com seus pais. Ao regressarem, sem que soubessem esqueceram o menino na cidade.

____ 46) - O objetivo da tentação no deserto não era descobrir se o Cristo cederia ou não a Satanás. E sim demonstrar à serpente que Cristo não podia ceder. Que nada em sua vida o incriminaria.

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Proibida a comercializaçãoO Evangelho do Filho do homem

Havia uma parede de separação entre judeus e gentios. Isso se originou devido a maneira com os judeus foram tratados quando eram cativos na Babilônia. Os judeus olhavam para nós gentios com muito desprezo. Consideravam-nos como imundos diante de Deus.

Contudo, o evangelho de Lucas mostra-nos o modo como Jesus derrubou essa parede. “E que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (24.47).

O Evangelho de Cristo é semelhante a uma ponte que liga pessoa uma a outra. A intenção de Cristo é por fim as barreiras, adaptar as nações umas as outras (Rm 1.16).

O Filho do homem como Mestre

Os alunos – os discípulos que foram instruídos para levar adiante a sua mensagem (6.12-16)

A escola – As vagas nessa escola são controladas. Existem algumas exigências. Contudo, não há barreiras de idade, sexo, raça ou cor para se ingressar nela.

Exigências de entrada ¬– “E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo (14.27). Aquele que dentre vós não renunciar a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo (14.33).

Exames – Ele conhece a capacidade de cada um. Suas pro-vas são individuais e iguais para todos. Sua prova é fácil (9.18),

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Proibida a comercializaçãoPedro foi aprovado ao responder corretamente (9.18-20).

Normas a Observar – Há muitos que imaginam ser necessário só um contato inicial com o Mestre e está tudo resolvi-do. Não é assim. É necessário haver um relacionamento mais pro-fundo. É importante se dedicar ao estudo da sua Palavra, é preciso entrar no laboratório da oração, e praticar exercícios espirituais (Rm 8.1).

Escola Prática – O segredo é praticar, experimentar as grandes verdades que o mestre apresenta (10.1-12).

O curso – O curso incluía um estudo aprofundado do rei-no e do rei (7.28).

O sofrimento do Filho do homem

Lucas narra a cena da última ceia, ele diz que Jesus se as-senta ao redor da mesa com seus discípulos, por ocasião da festa da páscoa e profere estas palavras: “Isto é o meu corpo oferecido por voz ... Este é o cálice da nova aliança no meu sangue der-ramado em favor de vós (22.19-20).

O episódio que se narra a partir daqui é estarrecedor. Lucas é o único evangelista a mencionar a agonia de Jesus no Getsêmani, talvez por ser médico. Enquanto Jesus se agonizava, os discípulos dormiam. O momento era decisivo na vida do Filho do homem. Lucas relata que um anjo lhe apareceu para confortar.

Judas, de repente aparece em cena, com os soldados à sua retaguarda. Este beija a Jesus, para identificá-lo aos algozes que ansiavam prendê-lo.

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Proibida a comercialização Quando Jesus foi preso, seus discípulos fugiram menos João. Pedro negou-o por três vezes seguidas. E mais uma vez o historiador Lucas conta-nos algo novo, somente ele relata o olhar amoroso de Cristo para Pedro após este o ter negado três vezes.

Jesus segue os caminhos até chegar a cruz. Primeiro passa, pelo pretório de Pilatos, depois vai a Herodes, em seguida avan-çamos pela Via Dolorosa até chegar ao ápice do seu sacrifício, a cruz. Mais uma vez Lucas, nos mostra algo diferente, ele é o único a chamar o local onde Jesus foi crucificado de Calvário, um nome gentio de Gólgota.

Lucas narra o episódio do ladrão que foi salvo na cruz que estava ao lado de Jesus. Ele creu que Jesus o poderia salvar, e por isso foi salvo. A cena do Calvário encerra com o Filho do homem clamando: “Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito”.

O Filho do homem vitorioso

Percorremos, com grande consolo, da tristeza e da morte na cruz, da escuridão e do desalento do túmulo, para o esplendor e glória da manhã da ressurreição.

Lucas menciona mais uma cena interessante em seu evan-gelho. Fala sobre dois discípulos que caminhavam à Emaús. Jesus se apresenta a eles, caminha com eles, come com eles, que insistem para ele ficar e passar a noite ali. Mas o Jesus amoroso se revelou ao levantar aquelas mãos abençoadoras que tinham sido cravadas ali na cruz. Assim que o reconheceram, ele desapareceu.

São mencionadas nos evangelhos aproximadamente onze aparições de Jesus após sua ressurreição, a indivíduos, a grupos, e a multidões. Lucas mostra que Jesus apareceu:

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• primeiro às mulheres (Mc 16), • depois a Pedro sozinho (24.34), • aos discípulos a caminho de Emaús (24.13), • aos dez apóstolos em Jerusalém (Tomé não estava pre-

sente, Jo 20.19),• mais tarde aos onze discípulos (Jo 20.26,29), • depois no mar de Tiberíades (Jo 21.1), • adiante ao grupo dos apóstolos (Mt 28.16), • depois aos quinhentos irmãos de uma só vez (1 Co 15.6), • a Tiago (1 Co 15.17), • e finalmente ao pequeno grupo no Monte das Oliveiras

(24.51).

Questionário

Assinale com “X” a alternativa correta

47) - Havia uma parede de separação entre judeus e gentios. Isso se originou devido a maneira com os judeus foram tratados quan-do eram cativos:

___a. na Pérsia.___b. na Galiléia.___c. na Babilônia.___d. na Judéia.

48) – “E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo (14.27). Aquele que dentre vós não renun-ciar a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo (14.33):

___a. exames. ___b. normas a observar.

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Proibida a comercialização___c. exigência de entrada.___d. cursos. 49) – Lucas narra a cena da última ceia, ele diz que Jesus se assenta ao redor da mesa com seus discípulos, por ocasião da festa:

___a. da páscoa. ___b. do pentecostes.___c. do jubileu.___d. do tabernáculo.

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Proibida a comercializaçãoLição 5

O Evangelho de João

Autor

João, o apóstolo (21.24) é o autor do quarto e último evan-gelho. Seu nome significa “graça de Deus”. Era judeu, pescador (Mt 4.21), irmão mais jovem de Tiago, filho de Zebedeu e Salomé (Mt 27.56 e Mc 15.40). Foi chamado de discípulo amado (Jo 13.23; 19.26; 21.20).

Enquanto Lucas necessitou de levantar informações para escrever seu evangelho, João foi testemunha ocular da maior parte dos fatos que escreveu (1.14; 19.35; 21.24) Ele se manteve ao lado do Filho de Deus até o momento da crucificação. Isso mostra sua disposição de correr risco de perder sua própria vida para ficar ao lado do Mestre. Apesar de ter fugido no momento da prisão de Cristo, João voltou pouco tempo depois.

J esus chamou João e Tiago de Boanerges, “filhos do trovão”, referindo-se ao seu temperamento indócil, violento (Mc.3.17; Mc.9.38; Lc.9.54). A última referência mostra que naquele tempo, aqueles discípulos apresentavam algum conhecimento das escrit-uras (sobre Elias), uma grande fé, ao ponto de crer que poderiam fazer descer fogo do céus, mas nenhum amor. Estavam prontos a usar o conhecimento e a fé para matar as pessoas. O próprio João não mencionou esses episódios. Nota-se sua discrição diante de um episódio vergonhoso.

Diz-se que alguns dos seus discípulos foram: Policarpo, Papias

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Proibida a comercializaçãoe Inácio. Já Irineu, que foi discípulo de Policarpo, mencionou a João como autor deste evangelho. Disse que João estava em Éfeso quando escreveu. Note-se a autoridade do testemunho de Irineu em virtude de sua proximidade com fontes fidedignas. Teófilo de Antioquia (ano 170) e Clemente de Alexandria (ano 200) também testificaram a favor da autoria de João. Clemente chega a denomi-nar o livro como “evangelho espiritual”.

Características do livro

O evangelho de João não registra genealogias, nem a lin-hagem real de Cristo, através de José. Não narra o nascimento de Jesus, oculta sua infância, não aborda o episódio da tentação, não fala da transfiguração, nem a escolha dos discípulos, não men-ciona parábolas, não fala da ascensão e nem se refere a grande comissão.

Os títulos que João dá Cristo são significativos, só este evangelho o chama de:

• O Verbo;• O Criador;• O Unigênito;• O Cordeiro de Deus;• A revelação do grande “Eu Sou”.

O evangelho de João foi escrito, provavelmente no ano 80. Seus escritos trazem a marca da maturidade e demonstram pro-fundo entendimento dos assuntos tratados.

O tema principal do evangelho de João é a divindade de Jesus Cristo. João escreveu para revelar que o Cristo, como Filho de Deus: o Messias prometido (para os judeus) e o Filho de Deus

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Proibida a comercialização(para os gentios).

Em cada capitulo do evangelho de João a natureza divina de Cristo é revelada:

1- Na confissão de Natanael: “Tu és o Filho de Deus” (1.49).2- Quando transformou água em vinho em Caná: “Manifes-

tou a sua glória” (2.11).3- Quando disse a Nicodemos ser: “o Filho Unigênito” (3.16).4- Quando disse à Mulher Samaritana: “Eu sou, eu o que falo

contigo” (4.26).5- Quando afirmou aos judeus que a sua voz produz vida

(5.25).6- Quando disse a multidão ser: “o pão de Deus” (6.33).7- Na ocasião da festa dos tabernáculos quando afirmou: “se

alguém tem sede, vem a mim e beba” (7.37).8- Quando disse aos judeus: “Antes que Abraão existisse, Eu

sou” (8.58).9- Quando falou ao cego: “O que fala contigo é o Filho de

Deus” (9.37).10- Quando disse: “Eu e o Pai somos um” (10.30).11- Quando Marta lhe disse: ”Tu és o Cristo, o Filho de Deus”

(11.27).12- Quando falou aos gregos: “E eu, quando for levantado da

terra, atrairei todos a mim mesmo” (12.32).13- Na ocasião da Ceia quando afirmou: “Vós me chamais o

Mestre e o Senhor, e dizeis bem; porque eu o sou” (13.13).14- Quando disse: “Crede em Deus, crede também em mim”

(14.1).15- Na sua afirmação: “Sem mim nada podeis fazer” (15.5).16- Quando prometeu seu Espírito: “Eu vo-lo enviarei” (16.7).17- Quando fez a oração sacerdotal: “Glorifica a teu Filho”

(17.1).18- Quando afirmou a Pilatos: “Tu dizes que sou rei” (18.37).

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Proibida a comercialização19- Na ocasião da crucificação, quando deu o brado: “Está

consumado”! (19.30).20- Quando Tomé lhe confessa: “Senhor meu e Deus meu”

(20.28).21- Quando pediu obediência: “Segue-me” (21.22).

O tema

O texto central é este: “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, cren-do tenhais vida em seu nome” (20.31).

A palavra central é crer.

Só o conhecimento verdadeiro conduz uma vida à fé em Cristo e este produz vida espiritual e eterna (20.31). Escreveu es-pecialmente aos judeus, a fim de conduzi-los a uma fé pessoal no Jesus histórico como o Messias.

Jesus o Filho de Deus

O início do evangelho de João apresenta o Filho de Deus como o “Verbo” desde o princípio, que estava com Deus, e que era Deus.

Deus enviou ao mundo o seu “Unigênito” existente antes de todas as coisas. Em concordância com a expressão do evan-gelho de João, Paulo apresenta a Jesus na epístola aos Colossenses como o Filho existente “antes de todas as coisas”:

“O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a cri-ação; porque nele foram criadas todas as coisa que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, se-

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Proibida a comercializaçãojam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.15-17).

Jesus não teve início, não houve um dia, antes de tudo, em que ele tenha surgido. O Filho de Deus é eterno. O profeta Isaías diz que ele é o “pai da eternidade”. Na verdade, foi ele quem gerou a eternidade, o tempo.

O Verbo estava com Deus. Jesus como o Verbo é repre-senta, a Palavra viva de Deus, que executa a Sua vontade em todo Universo. Ao vir ao mundo, Jesus proclamou a vontade de Deus aos homens.

Filho do Homem

João revela um profundo paralelo entre o Cristo que era desde o “princípio” com o Cristo, agora “homem”. Não tanto como Lucas, ele apresenta a natureza humana de Cristo, embora este não fosse seu principal objetivo. Ele mostra que o homem Jesus nasceu, viveu na Palestina, bebia água (João 4), se alimentava (João 4), sofreu e morreu (João 19).

Jesus é o próprio Deus encarnado. Não havia nenhuma possibilidade do homem ver a Deus, contudo, o seu único Filho veio para torná-lo conhecido de nós. Pois desde o princípio esteve com Ele. Veio dar testemunho dele.

Mateus apresentou o grande Rei.

Marcos apresentou o grande servo.

Lucas escreveu sobre o grande homem.

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João foi o mais ousado, pois apresentou Jesus como sendo o grande Deus. Jesus é então mostrado como “objeto de fé”, ou seja, aquele em quem devemos depositar a nossa fé (João 3.16), pois é o próprio Deus.

O quarto evangelho inicia-se apresentando o Filho de Deus como “a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo” (1.4). Contudo, João diz que o mundo não conheceu a “Luz”. Jesus veio para os seus “irmãos”, descendentes de Abraão, mas não o receberam. Ele não foi aceito pelo seu povo. Não é de se admirar quando os da própria terra rejeitam a nós.

Jesus foi aceito por um povo que não era seu, “pois o seus não o receberam”. Os que o receberam “deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”.

O seu Ministério Público

Enquanto João Batista anunciava o “arrependimento” como a única alternativa de se alcançar o Reino de Deus, e a Jesus como “aquele que vem depois de mim é antes de mim”, referin-do-se sobre a sua preexistência (1.15). Foi surpreendido por uma delegação de judeus e sacerdotes, que queria saber se João era o Cristo.

João Batista negou ser o Messias, negou ser o profeta Elias, ou qualquer outro profeta. Identificou-se simplesmente a uma voz: “Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor” (1.23).

No outro dia, enquanto anunciava o Filho de Deus, Jesus ia passando, João interrompe sua mensagem e aponta para ele di-

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Proibida a comercializaçãozendo à multidão:

“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo... Eu vi o Espírito descer do céu sobre ele como uma pomba e repousar so-bre ele... esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus” (1.29,32,33).

O primeiro milagre que Jesus realizou em seu ministério terreno é mencionado apenas no evangelho de João. Isso se deu na ocasião das bodas em Caná (2.1-11). Com este milagre os primei-ros discípulos passaram a crer em sua divindade (2.11). No capítulo três vemos o encontro de Jesus e Nicodemos à surdina da noite. Este, um homem reto e virtuoso, queria tão somente confirmar sua fé no Filho de Deus. No entanto, o Mestre dos mestres lhe o advertiu: “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”.

É também neste capítulo que encontramos o versículo áu-reo da Bíblia. Quem não conhece João 3.16? Talvez, o mais con-hecido de todos. Neste verso, João revela o propósito de toda a Escritura, onde engloba todo o projeto da salvação: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Ao mesmo tempo em que este evangelho menciona os propósitos de para o mundo, fala também do valor de uma só alma. Ao mesmo tempo em que Jesus pregava para as multidões, também o fazia a uma só alma.

Jesus teve um encontro com a mulher Samaritana (4.1-42). Ele demonstrou conhecer sua vida leviana, sem a condenar, apresentou-lhe um escape: “beber da sua água” (4.14). Ela creu nele, e voltou a sua cidade (Samaria), onde testemunhou de Jesus

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Proibida a comercializaçãocomo o Cristo prometido. Logo após, trouxe toda a cidade para ouvi-lo (4.30).

Após o milagre da multiplicação (6.35), a multidão passou a procurar Jesus somente pelo pão que perece. Fizeram de Cristo, alguém que poderia sustentá-los materialmente. Contudo, ele os advertiu duramente (6.54-60). Muitos depois de ouvirem o duro discurso, decepcionados o abandonaram.

Jesus curou a um cego, que passou a crer nele (9.1-41). O episódio foi um tanto enigmático. Jesus cuspiu no chão, fez um barro e pôs em seus olhos, depois ordenou a se lavar no tanque de Siloé. A sua cura foi a causa do grande sermão do Bom Pastor (10.1-21). Sua mensagem parece ter causado mais dissensão entre muitos, que o acusaram de ter blasfemado ao ter dito: “Eu o Pai somos um”.

João menciona narra outro importante acontecimento. A ressurreição de Lázaro. Este é o último sinal de seu evangelho. Lázaro já estava morto há quatro dias, seu corpo estava fétido. Quanto maior o grau de dificuldade, maior seria a popularidade de Cristo. Ao ressuscitá-lo, muitos duvidosos passaram a crer nele.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 50) - João, o apóstolo (21.24) é o autor do quarto e último evangelho. Seu nome significa “graça de Deus”.

____ 51) - O tema principal do evangelho de João é a divindade de

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Proibida a comercializaçãoJesus Cristo. João escreveu para revelar que o Cristo, como Filho de Deus: o Messias prometido (para os judeus) e o Filho de Deus (para os gentios).

____ 52) - João revela um profundo paralelo entre o Cristo que era desde o “princípio” com o Cristo, agora “Rei”.

____ 53) - Enquanto João Batista anunciava o “conhecimento” como a única alternativa de se alcançar o Reino de Deus, e a Jesus como “aquele que vem depois de mim é antes de mim”, referindo-se sobre a sua preexistência (1.15). Foi surpreendido por uma del-egação de romanos e governadores, que queria saber se João era o Cristo.

____ 54) - O primeiro milagre que Jesus realizou em seu ministé-rio terreno é mencionado apenas no evangelho de João.

____ 55) - No capítulo três vemos o encontro de Jesus e Nicodem-os à surdina da noite. Este, um homem reto e virtuoso, queria tão somente confirmar sua fé no Filho de Deus.

Os últimos instantes do Filho de Deus

As últimas palavras são sempre importantes. Seria difícil para os discípulos aceitarem sua partida. Suas instruções não eram suficientes para apagar a grande tristeza contida em seus corações. Os capítulos 13 a 17 são chamados o Santo dos Santos da Bíblia.

Jesus não só chamou os homens, mas os amou também. Todos se sentiam bem ao estarem perto dele, não os desprezava. Eram na maioria simples, rejeitados pela sociedade, contudo Jesus os amou. Eram seus, e por isso os amou. Também os ensinou a seguirem a vontade de Deus, a amarem uns aos outros, a servirem

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Proibida a comercializaçãouns aos outros, e o mestre o primeiro a dar exemplo de tudo isso.

Vemos um Jesus amoroso, que cingindo com uma toalha e uma bacia cheia de água, lava os pés dos seus discípulos. Jesus ensinou a dependência. Queria que os discípulos vivessem em harmonia.

Um pouco antes de anunciar sua morte, pronunciou mais uma grande verdade de seu reino, o amor mútuo, a mais impor-tante virtude do seu evangelho.

O mundo só reconhecerá a presença do evangelho em nossas vidas, se de fato, amarmos uns aos outros.

A promessa da sua volta

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também” (14.1-3).

Sua partida era certa, assim como a tristeza dos discípulos em saber disso. Contudo, Jesus prometeu voltar (14) para buscá-los. Sua partida teria um propósito certo: “preparar-vos lugar”. Jesus iria voltar à sua pátria celestial para construir um lar para seus fiéis, a verdadeira pátria do crente seria agora construída pelo mestre.

Mas, por quanto tempo perduraria essa “separação”? Como ficariam neste mundo vil sem a sua presença? Ao recon-hecer a necessidade de cada um dos seus discípulos, Jesus lhes assegurou não deixá-los só. Prometeu-lhes um outro Consolador

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Proibida a comercialização(16.7). Que os guiaria, que os ensinaria, que os capacitaria. Eles não ficariam órfãos.

O Espírito Santo é Maravilhoso, no evangelho de João ele é:

• O Espírito que unge;• O Espírito que habita;• O Espírito que transborda;• O Espírito que testifica;• O Espírito que guia;• O Espírito que lembra;• O Espírito que consola;• O Espírito que convence;• O Espírito que reveste.

A morte e ressurreição do Filho de Deus

Jesus sabia que a hora de beber do cálice amargo havia chegado. Sabia que o fim de sua vida culminaria com o seu val-oroso sacrifício pelo povo. Ele sofria, no entanto estava pronto para chegar lá.

O Mestre havia sido preso, seus discípulos fugiram e Pe-dro o negou. Como parecia ser triste o final daquele que viveu para fazer o próximo feliz. Jesus se preocupou tanto em fazer as pessoas felizes, porém, seus discípulos, exceto João, não fizeram o mesmo.

O povo parecia vibrar com a sua prisão, era a chance úni-ca de matá-lo. Eles alvoroçavam a cidade, gritando: “crucifica-o! crucifica-o!”. Deus ouvir o pedido do povo, e entregou seu Filho, seu único Filho para ser crucificado.

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Pendurado na cruz, com o corpo todo lacerado, o Filho de Deus vê cumprido todo o propósito que lhe fora confiado antes da fundação do mundo. O objetivo havia sido alcançado, e agora poderia seguramente afirmar que o propósito pelo qual o fez se tornar homem “está consumado!”.

Jesus cumpriu cabalmente sua obra. Nele a justiça de Deus foi op-erada e cumprida, tornando possível a reconciliação do homem com o seu Deus.

O túmulo estava vazio! As roupas em ordens! Onde estaria Jesus?

Jesus havia ressuscitado, suas aparições compungiram a vida dos discípulos a continuarem sua obra. Todos creram que ele estava vivo, todos, menos Tomé. Mas Jesus se apresentou a ele e o fez tocar nas marcas do Calvário.

Ao encerrar o seu evangelho, João comenta que Jesus res-taurou a vida de Pedro e o seu ministério. E que deu a ele, que o negara por três vezes, a oportunidade de confessá-lo três vezes.

O evangelho de João conclui dizendo que havia ainda muito mais coisas que Jesus fez e que se cada uma das quais fosse escrita, cuidava ele, que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se escrevessem.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 56) - Os capítulos 13 a 17 são chamados o Santo dos Santos da Bíblia.

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____ 57) - Jesus não só chamou os homens, mas os amou também. Todos se sentiam bem ao estarem perto dele, não os desprezava.

____ 58) - Jesus sabia que a hora de beber do cálice doce havia chegado. Sabia que o fim de sua vida culminaria com o seu val-oroso reconhecimento pelo povo.

____ 59) - O povo parecia vibrar com a sua prisão, era a chance única de matá-lo. Eles alvoroçavam a cidade, gritando: “crucifica-o! crucifica-o!”.

____ 60) - Nele a justiça de Deus foi operada e cumprida, tor-nando possível a reconciliação do homem com o seu Deus.

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Bibliografia

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BOYER, Orlando, Pequena Enciclopédia Bíblica, Pindamonhang-aba, SP.

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Em Cristo, Somente nele.

Pr. Moisés Carneiro

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