0196 tj jc 011 iptu espolio

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  • Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 62, n 196, p. 53-253, jan./mar. 201170

    Provado que os rus adquiriram 1/18 da rea totalda Fazenda da Mata, conforme o R-42 da matrculaimobiliria n 3.097 (f. 12-v.), passaram eles condiode condminos da rea total, podendo l exercer as faculdades inerentes ao direito de propriedade (art.1.228 do Cdigo Civil), sem a caracterizao doesbulho alegado pelo autor.

    Assim, at que se defina a diviso da coisa comum,todos os condminos possuem apenas uma parte idealdo imvel, no parcelas individualizadas, sendo defesoconcluir que os apelados estariam usurpando ou esbu-lhando a prpria posse.

    Nesse contexto, mostra-se invivel o acolhimentoda pretenso possessria reclamada pelo autor dademanda, devendo a eventual proteo ao direito doscondminos como um todo ser dirimida em ao comcausa de pedir e pedido prprios.

    Com essas consideraes, nego provimento aorecurso.

    Custas, pelo apelante, mas suspensa a exigibili-dade da cobrana, nos termos do art. 12 da Lei n1.060/50.

    DES. MOTA E SILVA - De acordo com o Des.Relator.

    DES. ARNALDO MACIEL - De acordo com o Des.Relator.

    Smula - NEGARAM PROVIMENTO AORECURSO.

    . . .

    homologao da partilha, notadamente quando o entetributante h muito teve cincia daquele (do bito) edesta (da sentena homologatria).

    - Comprovado, porm, que tais sucessoras so tambmcoproprietrias ou copossuidoras dos imveis, tm elaslegitimidade para responder pelos impostos sobre elesincidentes, no em substituio processual enquantosucessoras a qualquer ttulo (art. 4, VI, LEF), mas porfora do redirecionamento da execuo fiscal s deve-doras (art. 4, I, LEF).

    AAGGRRAAVVOO DDEE IINNSSTTRRUUMMEENNTTOO CCVVEELL NN11..00228877..0066..002288332299-11//000011 - CCoommaarrccaa ddee GGuuaaxxuupp -AAggrraavvaannttee:: MMaarriiaa ddee FFttiimmaa FFlloorreess MMaanncciinnii - AAggrraavvaaddaa::FFaazzeennddaa PPbblliiccaa ddoo MMuunniiccppiioo ddee GGuuaaxxuupp - RReellaattoorr::DDEESS.. PPEEIIXXOOTTOO HHEENNRRIIQQUUEESS

    AAccrrddoo

    Vistos etc., acorda, em Turma, a 7 Cmara Cveldo Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais, sob aPresidncia do Desembargador Wander Marotta, incor-porando neste o relatrio de fls., na conformidade da atados julgamentos e das notas taquigrficas, unanimi-dade de votos, EM DAR PROVIMENTO PARCIAL.

    Belo Horizonte, 29 de maro de 2011. - PeixotoHenriques - Relator.

    NNoottaass ttaaqquuiiggrrffiiccaass

    DES. PEIXOTO HENRIQUES - Conforme se inferedo relatrio lanado aos autos, insurge-se Maria deFtima Flores Mancini, via agravo de instrumento, contradeciso que, exarada nos autos da ao de execuofiscal ajuizada pela Fazenda Pblica do Municpio deGuaxup em face do esplio de Olga Mancini, rejeitoua exceo de pr-executividade ofertada pela ora agra-vante e deferiu a substituio processual, passando aconstar no polo passivo da execuo a agravante e suairm Maria Aparecida Flores Mancini.

    Em sntese, aduz a agravante: que o lanamentodo IPTU realizado de ofcio pelo agente pblico com-petente, sem qualquer ajuda do sujeito passivo, ao qualcabe verificar a ocorrncia do fato gerador, determinar amatria tributvel, calcular o montante devido, identificaro sujeito passivo e promover sua notificao; que osujeito passivo no tem a obrigao de atualizar osdados cadastrais na Prefeitura, devendo o prprio entediligenciar junto s Serventias Registrais Imobilirias e depessoas naturais para identificar o sujeito passivo; que oprocesso executivo fiscal fora proposto em outubro de2006 em face do esplio de Olga Mancini, falecida em1999, tendo sido o formal de partilha homologado em15 de maio de 2000, transitando livremente em julgado

    IPTU - Cobrana do esplio e sucessoras -Partilha homologada - Impossibilidade - Art. 131,

    II e III, do Cdigo Tributrio Nacional -Inteligncia - Sucessoras coproprietrias e

    copossuidoras - Execuo fiscal -Redirecionamento - Art. 4, I, Lei de Execuo

    Fiscal - Aplicao

    Ementa: Agravo de instrumento. Tributrio. Exceo depr-executividade. IPTU cobrado do esplio.Substituio pelas sucessoras. Partilha homologada.Impossibilidade. Legitimidade passiva das sucessoras,porm, enquanto coproprietrias ou copossuidoras.Recurso parcialmente provido.

    - Por fora do art. 131, II e III, do CTN, nem o espliodo contribuinte, nem tampouco suas sucessorasrespondem por tributo cujo fato gerador se deu bemdepois do falecimento e do trnsito em julgado da

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    Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 62, n 196, p. 53-253, jan./mar. 2011 71

    e devidamente registrado no Servio RegistralImobilirio; que a execuo fiscal deve ser ajuizada emface dos sucessores de Olga Mancini; e que o vcio queimpede a formao da relao processual traz areboque a inexistncia de citao vlida e de todos osatos processuais praticados, inclusive o efeito de inter-rupo da prescrio da cobrana do crdito tributrio,que corre desde a notificao do lanamento, restandoprescritos todos os tributos cobrados na execuo fiscal.

    Alm do efeito suspensivo, requer a reforma dadeciso para declarar invlida a citao da inventari-ante do Esplio de Olga Mancini, em decorrncia dapartilha homologada e extino da representao doesplio e a consequente carncia de ao por ausnciade parte demandada; por fim, requereu os benefciosda justia gratuita.

    Bem instrudo o agravo. Indeferi o efeito suspensivo pleiteado e deferi a

    justia gratuita. Prestadas as informaes requisitadas. No se ofertou contraminuta. Desnecessria a oitiva da d. PGJ/MG (Smula n

    189 / STJ). Alm de admissvel, reputo parcialmente proce-

    dente o agravo. Vejamos o que os autos deste agravo nos revelam. Em outubro de 2006, a agravada ajuizou exe-

    cuo fiscal contra o esplio de Olga Mancini,cobrando-lhe R$ 5.918,54 pelos IPTUs do exerccio2005 dos imveis situados na R. Joo Pessoa s/n e naR. Mancini n 91, ambos em Guaxup (f. 10/16-TJ).

    Feita a penhora parcial do primeiro imvel emdezembro de 2009 (f. 53/54-TJ), pediu a agravada aexpedio de precatria para intimao do represen-tante legal do esplio (f. 56-TJ).

    Em fevereiro de 2010, a agravante apresentouexceo de pr-executividade requerendo que, em vir-tude da homologao e trnsito em julgado da sentenahomologatria da partilha em maio de 2000,

    seja julgada a presente execuo fiscal improcedente porinexistncia de pressuposto processual subjetivo deexistncia, qual seja capacidade para figurar como parte dono mais existente Esplio de Olga Mancini e a consequenteextino do feito (f. 59-TJ).

    Ouvida, a agravada se ops extino por ilegi-timidade passiva do esplio, argumentando no poderser prejudicada pela inrcia da inventariante no provi-denciar a atualizao do cadastro municipal, tendo,alternativamente, defendido o prosseguimento da exe-cuo contra as sucessoras da executada independente-mente de emenda ou substituio da CDA (f. 82/87-TJ).

    Adveio, ento, a deciso agravada nos seguintestermos:

    O fato de constar no polo passivo da execuo o esplio deOlga Mancini, quando j homologada a partilha, no tem ocondo de anular a execuo. E assim se d porqueincumbiria s suas sucessoras, aps a partilha, providenciaras modificaes necessrias junto ao cadastro da PrefeituraMunicipal de Guaxup, pois com base nas informaes aliconstantes que lanado o IPTU. Rejeito, portanto, a exceo de pr-executividade interpostapor Maria de Ftima Flores Mancini e defiro o pedido desubstituio processual formulado pela exequente, passandoa constar no polo passivo da execuo Maria de FtimaFlores Mancini e Maria Aparecida Flores Mancini (f. 88-TJ).

    Data venia, a procedncia da exceo irrefutvel. que, como determina nosso vigente Cdigo

    Tributrio Nacional:

    Art. 131. So pessoalmente responsveis: [...] II - o sucessor a qualquer ttulo e o cnjuge meeiro, pelostributos devidos pelo de cujus at a data da partilha ou adju-dicao, limitada esta responsabilidade ao montante doquinho do legado ou da meao; III - o esplio, pelos tributos devidos pelo de cujus at a datada abertura da sucesso.

    Em razo disso, j assentou este eg. TJMG:

    O esplio responsvel pelos tributos devidos pelo autor daherana at a abertura da sucesso. Sendo os tributoscobrados constitudos entre a data da abertura da sucessoe a partilha ou adjudicao, a responsabilidade pelo seupagamento do sucessor a qualquer ttulo, limitada ao mon-tante do seu quinho. (AC n 1.0056.02.028848-8/001, 5CCv/TJMG, Rel. Des. Dorival Guimares Pereira, DJ de16.02.2007 - ementa parcial.)

    Em sendo assim, nem o esplio do contribuintenem tampouco seus sucessores respondem por tributocujo fato gerador se deu bem depois do falecimento e dotrnsito em julgado da homologao da partilha,notadamente quando o ente tributante h muito tevecincia daquele (do bito) e desta (da sentena homolo-gatria).

    Na espcie, fique certo, quer-se cobrar IPTUs doexerccio de 2005 (f. 13/16-TJ) do esplio de con-tribuinte falecida aos 28.11.1999 (f. 65-TJ) e que teve apartilha de seus bens homologada por sentena pro-latada aos 15.05.2000 (f. 80-TJ).

    E, curial anotar, nem sequer socorre a agravada oargumento da incria do contribuinte no zelar pela atua-lizao dos dados cadastrais, em cumprimento ao art.23 do Cdigo Tributrio do Municpio de Guaxup. que, alm de a certido negativa de dbitos municipaisaqui reproduzida f. 72-TJ, emitida para fins de inven-trio pela Prefeitura de Guaxup aos 09.12.1999, nodeixar dvida de que o bito de Olga Mancini foi comu-nicado agravada, a Matrcula n 19.612/CRI deGuaxup aqui reproduzida s f. 30/32-TJ e 62/64-TJ,

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    tornou pblico, em meados de 2001 e dada a fora ergaomnes de seu contedo, que o inventrio de OlgaMancini j estava concludo. Definitivamente, ao menosdesde o exerccio de 2002, o esplio da falecida e suassucessoras no poderiam mais figurar como devedorasde IPTUs.

    Inexorvel, dessarte, o reconhecimento da ilegiti-midade do esplio de Olga Mancini ou mesmo de suassucessoras para ocuparem o polo passivo tanto darelao tributria alusiva ao ITPU/2005 (contribuintes)quanto da relao processual da correspondente exe-cuo fiscal (executadas).

    Sabendo-se que o contribuinte do IPTU no so proprietrio, mas tambm o titular do domnio til ouo possuidor do bem (art. 34 do Cdigo TributrioNacional) (AC n 1.0105.07.211399-3/001, 2CCv/TJMG, Rel. Des. Brando Teixeira, DJ de26.11.2008) e que a execuo fiscal pode incidircontra o devedor ou contra o responsvel tributrio, nosendo necessrio que conste o nome deste na certidoda dvida ativa (RTJ 103/1.274 - no mesmo sentido:RTJs 102/823, 103/782, 105/334, 106/878, 115/786,121/718, 122/438, 122/438, 122/448, 123/350,123/1.208; STF-RT 626/248; RSTJs 59/162, 88/44,STJ-RT 721/290; RTFR 130/48; e JTJ 174/53), observoque as CDAs que servem de lastro execuo matrizidentificam como Contribuinte: Olga Mancini eOutros, e, a seu turno, a matrcula imobiliria d contade que, desde outubro de 1998, as irms Maria deFtima (a agravante) e Maria Aparecida Flores Mancinij eram coproprietrias do imvel situado na R. JooPessoa (5% dele herdados do tio Jernimo MadureiraMancini e 25% herdados dos pais Geraldo Mancini eNeide Aparecida Flores Mancini), tendo ambas, a partirde julho/2001, adquirido outra parte (17,5% herdadosda tia Mariana Mancini) e, como acima visto, finalmentese tornaram coproprietrias da totalidade do imvel apartir de meados de 2001 (herdando a parte remanes-cente que era da tia Olga Mancini).

    Nesse contexto, tenho que o provimento desteagravo s possvel para excluir o esplio de OlgaMancini e suas sucessoras da execuo matriz, a serextinta somente em relao a elas, sem inviabilizar, con-tudo, o seu redirecionamento contra as coproprietriasou mesmo copossuidoras dos imveis tributados, o quejustificaria, assim, a legitimidade das irms FloresMancini para figurarem no polo passivo daquelademanda.

    Logo, a despeito de inexistente nestes autos qual-quer prova que permita verificar a situao do imvel daR. Mancini n 91 no flio real (o mesmo nem sequer foiobjeto de partilha no inventrio de Olga Mancini), pos-svel concluir, com base na matrcula do outro imvel (oda R. Joo Pessoa), que a agravante e sua irm, porrazo diversa (no a substituio processual do espliopelas sucessoras, mas o redirecionamento da execuo

    s mesmas enquanto coproprietrias ou copossuidoras),devem mesmo ocupar o posto de executadas na exe-cuo originria.

    Em resumo, comprovado que as sucessoras sotambm coproprietrias ou copossuidoras dos imveis,tm elas legitimidade para responder pelos tributos sobreeles incidentes, no em substituio processual enquantosucessoras a qualquer ttulo (art. 4, VI, LEF), mas porfora do redirecionamento da execuo fiscal s deve-doras (art. 4, I, LEF).

    Para finalizar, cumpre registrar que, como nossovigente CTN diz que o despacho judicial ordenador dacitao em execuo fiscal marco interruptivo da pres-crio (art. 174, I, Lei n 5.172/66 - redao da LC n118/05), entendo que aquele aqui reproduzido f. 18-TJ,datado de 27.10.2006, sinaliza a possibilidade concretade que esteja atualmente prescrita a dvida objeto daao matriz.

    Isso posto, dou parcial provimento ao agravo para,julgando procedente a exceo de pr-executividade,excluir da originria execuo fiscal tanto o esplio deOlga Mancini quanto suas duas sucessoras (as irmsMaria de Ftima e Maria Aparecida Flores Mancini),porm, por razo diversa (no a substituio processualdo esplio pelas sucessoras, mas o redirecionamento daexecuo s mesmas enquanto devedoras), mantenho asirms Flores Mancini no polo passivo da aludidademanda.

    Custas, ex lege (Lei n 1.060/50 e Lei n14.939/03).

    como voto.

    Votaram de acordo com o Relator os DESEMBAR-GADORES WANDER MAROTTA e BELIZRIO DE LACERDA.

    Smula - DERAM PROVIMENTO PARCIAL.

    . . .

    Bem imvel - Compra e venda - Registro -Ausncia - Art. 1.245, caput e 1, do Cdigo

    Civil - Execuo fiscal - Ajuizamento - Smula 84do Superior Tribunal de Justia - Embargos deterceiro fundados na posse - Admissibilidade -Penhora - Manifesta ilegalidade - Princpio daboa-f do comprador - Smula 84 do Superior

    Tribunal de Justia

    Ementa: Direito processual civil. Embargos de terceiro.Registro da compra e venda aps a citao do devedor. Boa-f do comprador. Smula 84 do STJ. Impossibilidade deconstrio do bem adquirido e no registrado.