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Panorama das Literaturas e Culturas Lusófonas | Unidade 2: Época Medieval  – História e Cultura

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Panorama das Literaturas e Culturas Lusófonas | Unidade 2: Época Medieval – História e Cultura

Delimitação cronológica: 1189 - 1525

 A chamada época medieval da literatura portuguesa abrange, de forma geral, o período quese estende de finais do século XII ao final do primeiro quartel do século XVI. Trata-se de umperíodo que coincide, aproximadamente, com a Idade Média, do ponto de vista histórico. Oseu início é pouco posterior à constituição de Portugal enquanto reino independente (1143).

Consideram-se limites cronológicos de uma primeira fase a chamada Cantiga da Garvaia,datada de 1189 ou 1198 (sabendo-se também que o trovador mais antigo, João Soares dePaiva, contemporâneo do rei português D. Sancho I, nasceu em 1140), e 1354, data da mortede D. Pedro, conde de Barcelos, o trovador mais recente, filho bastardo de D. Dinis. Estaprimeira fase abarca uma produção literária um tanto variada. Para além da poesiatrovadoresca, destacam-se também textos historiográficos e prosa de ficção de temáticalendária, onde se incluem as lendas do ciclo bretão (matière de Bretagne ).

Segue-se uma segunda fase, que medeia entre a morte de D. Pedro e o regresso de Sáde Miranda da sua viagem a Itália (1526), de onde trouxe as formas clássicas queintroduziram, em Portugal, a literatura clássica do Renascimento. Também agora a literaturaportuguesa se estende por vários géneros: a historiografia atinge o seu apogeu com as crónicasde Fernão Lopes; desenvolve-se a prosa doutrinária de corte, estreitamente ligada à famíliareal de Avis; regista-se a produção de vários textos de literatura apologética e mística; após

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Panorama das Literaturas e Culturas Lusófonas | Unidade 2: Época Medieval – História e Cultura

Todas estas condições históricas interagem com muita da produção literária da época.No lirismo trovadoresco, por exemplo, e sobretudo nas cantigas de amigo, encontram-sefrequentemente temas ou motivos que reflectem estas vivências: as saudades de uma donzelacujo amigo se encontra na Guarda, ao serviço do rei, integrado no fossado; as romarias eperegrinações a lugares santos; acções que se desenrolam em ambientes rurais ou domésticos(a donzela que vai à fonte, que fia em casa, que conversa com a mãe ou com as amigas, queaguarda o seu amigo numa ermida próxima do mar).

Mas não só nestes motivos e ambientes mais populares se reflecte o contexto histórico

e social da época. A lírica trovadoresca foi fortemente influenciada, sobretudo no caso dascantigas de amor e de escárnio e maldizer, pelos trovadores provençais. Existiam laços estreitosentre os reinos peninsulares, e particularmente entre Portugal e a França: D. Henrique, aquem foi concedido o Condado Portucalense, era um cruzado nobre francês; estabeleceram-se, entre os primeiros reis portugueses e a nobreza occitânica, laços matrimoniais; por último,a Santiago afluíam muitos peregrinos de diferentes origens. O ambiente cortês que caracteriza

a poesia provençal da altura, uma das mais florescentes da Europa, reflecte-se também naliteratura peninsular.

Note-se que se trata, de facto, de uma literatura peninsular (excluindo embora certasregiões), e não especificamente portuguesa, a que encontramos nesta primeira fase daliteratura medieval. Apenas numa época mais tardia a afirmação da independência nacionalse vai reflectir de forma marcada na literatura. A poesia dos trovadores era escrita em galego-

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Panorama das Literaturas e Culturas Lusófonas | Unidade 2: Época Medieval  – História e Cultura

Universidade de Coimbra. O desenvolvimento das universidades, a partir dos séculos XIII e XIV, veio multiplicar os centros de reprodução de manuscritos. Mas a cultura popular eprofana assentava na transmissão oral. Jograis e músicos espalhavam narrativas lendárias ouhistóricas, cantigas e outras composições literárias, divulgadas em feiras, nos castelossenhoriais, nas cidades. Daí que os seus textos estivessem fortemente ligados à vida daspopulações, não só das camadas populares, mas também da nobreza. Desta vida da sociedademedieval encontram-se múltiplas referências nos textos dos trovadores, por exemplo.

Numa fase mais tardia da Idade Média, a vida cortesã tornou-se mais intensa,

concentrando-se em torno do rei. A corte, antes itinerante, passa a constituir um ponto dereferência e prestígio superior aos senhorios individuais feudais. De forma geral, a fase deafirmação do poder central e de constituição de uma corte “sedentária ” em torno do rei resultado processo de conflitos entre a estrutura feudal e o desenvolvimento de uma classe mercantilburguesa poderosa e das cidades, em detrimento da sociedade rural e guerreira. Em Portugal,este processo não pode ser desligado dos acontecimentos históricos do país. Em finais do

século XIV, com a morte de D. Fernando, a crise sucessória abriu caminho ao interregno de1383-1385.

Quando, em 1385, D. João, Mestre de Avis, subiu ao trono, a sociedade portuguesasofreu várias transformações importantes. A nova dinastia substituiu a aristocracia tradicionalpor uma nova nobreza, estreitamente ligada à casa real. O rei procurou centralizar o seupoder, e a classe mercantil e uma classe de letrados influentes desenvolveram-se. A formação

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Sinopse da história e da cultura no território portuguêsdesde os antecedentes até ao final da Época Medieval

O seguinte quadro é um esboço da evolução histórico-cultural, principalmente de Portugal e, em menor medida, da Península Ibérica e do seu contextoimediato desde os antecedentes até ao final da Época Medieval. Não se reproduzem todos os acontecimentos notáveis e as informações são de carácterexclusivamente orientativo.

Tanto na faixa “História” como na de “Cultura/Literatura” referem-se, sobretudo, os acontecimentos em território português, embora também haja indicaçõesde acontecimentos relevantes ocorridos nos âmbitos da Galiza, da Espanha, do resto da Europa e dos territórios colonizados.

Bibliografia empregada/citada:

Herculano, Alexandre 1875. História de Portugal . 

Marques, A. H. de Oliveira 1985. História de Portugal . 3 vols. Lisboa: Palas.Mattoso, José (dir.) 1993ss. História de Portugal . 8 vols. Lisboa: Estampa.Saraiva, António José 1995. A Cultura em Portugal. Livro I . Lisboa: Gradiva.---1996. Para a História da Cultura em Portugal . 2 vols. Lisboa: Gradiva.Serrão, Joel (dir.) 1989. Dicionário da História de Portugal . Porto: Figueirinhas.

Século / Ano História   Cultura / Literatura  

Século VIII a.0Fenícios teriam viajado pelo oceano Atlântico, rumo ao Sudoeste

(segundo Diodoro da Sicília, Biblioteca Histórica ).

Sul de Portugal: Escrita pré-romana ("do sudoeste") semi-silábica, talvez

derivada do alfabeto fenício.

Século VI a.0Mais antiga menção ao povo lusitano (Lusis/Lysis) no périplo escrito porum navegador grego de Massália (Marselha).

 Avieno, Orla Marítima  (Séc. IV).

Séculos V-IV a.0 Vaga migratória, expedição de Túrdulos e Célticos ao norte do Douro.Realidade cultural de fortes ligações continentais.

Herodoto, Histórias .

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197 a.0

Séc. V até 2.ª metade do Séc. II a.0: "cultura castreja do Noroeste" (aorigem céltica é questionável, a sua origem é mais bem o resultado deuma longa continuidade das tradições locais em progressivatransformação).

Morre assassinado Viriato, líder dos Lusitanos contra Roma o quepossibilita o avanço dos romanos. Lusitanos: prática cultural indo-

europeia, sincretismo religioso.Séc. II: Hispania Citerior  / Hispania Ulterior , romanos em guerra contraceltibéricos, lusitanos etc.

“[Viriato:] Enquanto ele comandava ele foi mais amado do que alguma vezalguém foi antes dele.” (Diodoro da Sicília) 

“[Lusitânia :] A mais poderosa das nações de Hispânia, a que, entre todas, pormais tempo deteve as armas romanas." (Estrabão)

137 a.0 A tribo dos Gallaeci  (do gr. Kallaikói ) é derrotada por Décimo JúnioBruto às margens do rio Douro.

“[…] os galécios, que ocupam uma parte bastante considerável do territóriomontanhoso. Por causa disso, uma vez que eles são difíceis de seremcombatidos, os próprios galécios não apenas emprestaram o nome para ohomem que derrotou os lusitanos [Décimo Júnio Bruto, Gallaicus ], mastambém fizeram com que atualmente a maior parte dos lusitanos sejamchamados de galécios” (Estrabão, Geographika , séc. I a.0). 

Século I a.0Sul: Zona de poder fragmentado e repartido por diversas cidades.

Toda a Península conquistada pelos romanos.

Diodoro da Sicília, Biblioteca Histórica

Século I

Lusitanos e Túrdulos a Norte do Tejo, Célticos entre Tejo e Guadiana(aculturados pelas comunidades de cunho mediterrânico).

Tribos de Lusitanos transferidos para sul pelos Romanos. Galaicos aNorte do Douro (segundo Estrabão eram também Lusitanos).

Plínio, Historia naturalis  

Tito Lívio, Ab urbe condita libri

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Província Gallaecia : Há 2 legiões romanas em León (< legione),comunicação com Bracara Augusta (Braga) e Acquae Flaviae (Chaves).

Na Gallaecia  nunca se fundaram colónias ou municipia (ao contrário doque aconteceu em Évora, Beja, Lisboa, Alcácer do Sal e Mértola).

Provavelmente, foram variantes dialetais do latim vulgar dos legionários queinfluíram na evolução do galego-português.

Séculos IV-V Bracara Augusta , cabeça da província da Galécia. Rúfio Festo Avieno, Orla Marítima  Paulo Osório, Historiæ adversum Paganos  

Séculos V-VISéc. VI: Reino dos Suevos (fortalece a coesão cultural da região).

476: Caída do império romano ocidental, início da Idade Média. A língua latina divide-se em várias línguas romances.

Séculos VIII-IX Contínuas guerras entre comunidades cristãs e islâmicas na Galiza. Textos em latim vulgar em Portugal; o latim vulgar diversifica-se devido à

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Reinos de Taifa em Portugal até ao Douro.

841: Primeira menção da "província portugalense", como partediferenciada da Galiza, num documento leonês de autenticidadeduvidosa.

878: Hermenegildo Guterres, que usava o título de conde de Portugal eTui, povoou Coimbra.

926: Ramiro, governador da província "que tem Coimbra como cidadefronteiriça".

987: Conquista de Coimbra por Almançor.

Séc. IX: Junção dos territórios de Portucale e Coimbra.

Sul do Tejo: Pequenos principados muçulmanos em estado guerrapermanente; fronteira leste a meio caminho entre a grande estradaromana de Braga ao Algarve e a que corre paralelamente entre Astorga eSevilha.

descentralização dos sistemas político-feudais e devido ao regresso à economiarural e local; desenvolvimento urbano e comercial; a igreja vê-se forçada depermitir aos seus pregadores a empregar as línguas "coloquiais"; nos lugares deromaria e nos mercados actuam jograis, de cuja arte se derivarão as escolaspoéticas das cortes.

812: O concílio de Tours resolve que quem quer ser entendido pelo povo,tem que falar a sua língua; os pregadores assumem os romances.

Diz a lenda que Ramiro II de Astúrias mata o rei mouro de Gaia (Portucale)que lhe tinha roubado a mulher, mata também a mulher e casa com umamoura chamada Artiga, e que o seu filho Albozar se tornou um grandeconquistador.

842: 1.º texto conhecido em romance (acordo jurídico entre Carlos, o Calvo eLudovico, o Alemão em detrimento da multicultural Lotaríngia)

881: 1.º texto literário em romance (sequência de Eulália)

 A. J. Saraiva, Cultura : Portugal e Espanha sempre estiveram distanciados poruma região intermédia semidesértica, no sentido populacional. “O seuisolamento cultural é o preço da sua personalidade".

Século X985: Al-Mansur invade Leão, Castela e a Galiza; destrói Coimbra.

Comunidades unidas por laços ténues e frágeis.

Séc. X: 1.º texto em italiano (Placiti, fórmulas de juramento).

987-1079 / 1111-1122: "Crónicas Coimbrãs", clérigos registaramacontecimentos notáveis na zona; nestes textos, as terras entre Minho eMondego se apresentam como uma região nitidamente distinta com umcentro de interesse muito individualizado, deixando entrever que oshabitantes sentem já esta região como uma pátria distinta, na qual, desde 987,se concentra o interesse do clérigo-analista. Considerado por A. J. Saraivacomo o 1.º documento da historiografia portuguesa, revela a existência deuma "ideia de Portugal" anterior ao Séc. X.

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Século XI

1064: Gonçalo Trastamires conquista Coimbra, entrega-a ao moçárabeSesnando que a governa como um príncipe autónomo (nomeia umbispo moçárabe, serviu de medianeiro aos reis de Leão, negociando arendição de Toledo).

1065-1072: Reino da Galiza.

 Afonso VI de Castela-Leão anexa a Galiza.1072: Prisão do rei García, divisão da Galiza.

1073: Morte de Almançor: processo irreversível de decadência do estadomuçulmano na Península

Séc. X: Tendências centralizadoras dentro das novas monarquias consolidamnormas linguísticas.

Séc. XI: Um historiador árabe relata que um rei mouro se encontrou, aoguerrear dois castelos perto de Viseu com 300 cavaleiros cristãos em situaçãoautónoma, falando muitos deles o árabe.

Há constância de nomes árabes em território cristão e vice-versa.Zonas de romanização de grau muito diferente: Oposição fundamental entreos povos das terras altas e os do litoral, entre os do Norte e do Sul.

Bailias : lírica popular precursora das cantigas (estendida por toda a Europa).

1091Raimundo de Borgonha casa-se com D. Urraca e recebe o condado daGaliza.

1094

 Afonso VI concede-lhe a Raimundo o governo de Portucale (entreMinho e Douro) e mais o de Coimbra depois de conquistar certa fama e

glória quando dirigiu uma campanha militar na bacia do Tejo, entrandoem Lisboa.

Séc. XI: kharjas , composições populares na Hispânia islâmica.

1096

Henrique de Borgonha, primo de Raimundo, casa-se com D. Tareja,filha bastarda, porém favorita, de Afonso VI, recebe como "tenente" ocondado Portucalense em forma de feudo à maneira francesa (iurehereditario ou pro sua hereditas ). Função militar do condado na guerraanti-islâmica.

Séc. X-XI: Política imperialista do arcebispo Diego Gelmírez deCompostela; pretensão de criar um principado eclesiástico; nobresportucalenses transferem fidelidade para Afonso VI e os seus delegados.

Séc. XII: receção da matière de Bretagne na França.

1105

Pacto entre Tareja/Henrique e Urraca/Raimundo, devido ao medodestes últimos de perder a coroa de Afonso VI. Henrique comprometia-se a apoiar as pretensões de Urraca e Raimundo como herdeiros dotrono, em troca do governo hereditário de Toledo e do seu antigo re inode taifa  ou a Galiza, se não se lhe pudessem entregar Toledo.

 Até à morte (1112/1114), D. Henrique nunca se comprometeu de todocom qualquer dos partidos, preferindo o lado sucessivamente vencedor e

1100: Guilhem de Peitieu (Aquitânia), 1.º trovador; início da lírica provençal.

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mantendo completa liberdade de ação, bem próxima da independência.

 A guerra externa consolida a coesão do condado.

1111: D. Henrique, depois de uma revolta em Coimbra teve de lhereconhecer grandes privilégios ao governador Sesnando.

1128Batalha de S. Mamede (Guimarães), na qual Afonso Henriques, filho deTareja/Henrique, derrotou as hostes da sua mãe e do seu favorito galego,o conde Fernando Peres de Trava.

1135-1139

1135: Afonso VII de Leão e Castela faz-se proclamar "imperador".

1139: Batalha de Ourique (provavelmente no Alentejo); associada àbatalha surgiu no século XV a a lenda do milagre de Ourique, segundo aqual, antes da batalha, teria surgido Cristo a D. Afonso Henriques,assegurando-lhe a vitória e a proteção futura do reino; desta forma aindependência de Portugal assentava na vontade expressa de Deus; alenda surgiu e foi reforçada em duas situações em que Portugalnecessitava de consolidar a sua independência e autonomia; a partir doséculo XIX a lenda foi posta em causa, primeiro por AlexandreHerculano (séc. XIX) e posteriormente pela moderna historiografia.

 Afonso Henriques em constante rebelião contra o primo Afonso VII,aspira ao título de rei , apresenta-se como infants  ou como princeps ,sobretudo depois da batalha de Ourique. Segundo A. J. Saraiva:

"As revoltas dos barões portugueses são contemporâneos eparalelas às que ocorreram a leste, no território castelhano, e oprocesso é o mesmo: trata-se dos guerreiros da fronteira que serevoltam contra a sua própria retaguarda, onde por vezestomam o poder e da qual tendem a separar-se." ( A Cultura emPortugal , 29)

 A. Herculano escreve na sua História de Portugal  (vol. I, 1875, 242):

"[...] o pensamento de desmembração e independência, que é visível,existia já nos ânimos de Henrique e da sua viúva e que veio arealizar-se completamente no tempo de Afonso Henriques, é umpensamento comum ao chefe do estado e aos membros dele, sendotalvez os actos dos príncipes ainda mais o resultado da influência doespírito público do que a manifestação espontânea da própriaambição."

Herculano apresenta Afonso Henriques como instrumento dos barõesportugalenses (especialmente dos fidalgos da Maia, descendentes do reiRamiro, que havia várias gerações estavam ligados ao território de EntreDouro e Mondego).

É provável que um movimento regional tenha conferido a Afonso Henriquesos atributos de um príncipe dinástico. É o período de montagem de umestado "nacional".

Paralelamente dá-se com a poesia trovadoresca o 1.º movimento cultural deamplitude.

1143 Acordo de paz, o imperador Afonso VII concede a Afonso Henriques o

título de rei, mantendo certas cláusulas.

1160-1165Guerra com Leão e Castela, Fernando II é forçado a reconhecer o reinode Portugal e casar-se com Urraca, filha de Afonso Henriques.

1179Com privilégios e tributos anuais para a igreja, Afonso Henriquesconsegue o reconhecimento papal do reino português (bula  ManifestisProbatum).

Marie de France (1155-1189), poeta e tradutora no norte da França.

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Cartas de garantia aos mouros forros (diferenciados dos mouros servos).

1185 Sancho I, filho de Afonso Henriques, é coroado rei de Portugal.

1189Uma das hipotéticas datas de criação da Cantiga de Garvaia, com a qual seconsidera iniciada a Época Medieval em Portugal.

Séculos XII-XIII

Grande influência do poder eclesiástico na administração do reino; osreis portugueses consideravam-se vassalos da Santa Sé; até ao Séc. XIV,os ingressos do rei e do clero eram equivalentes.

Grandes lacunas de população preenchidas com gente do Norte,migração de pessoas da Galiza e da zona de Coimbra ao Sul, até à linhado Tejo.

1208: Fundação da universidade de Palencia.

França: Chansons de geste .

1208: Em Occitânia, guerra contra os Albigenses, considerados heréticos,facto que iniciou a expansão da lírica trovadoresca na Península Ibérica.

Estabelecem-se os primeiros estereótipos em Portugal: Contraste entre a gentedo litoral (considerada macia, humilde, paciente) e a gente do interior -transmontanos, beirões, alentejanos (considerada brusca, dominadora,altaneira).

1211 Notícia de torto, 1.º texto conhecido em prosa em língua portuguesa.

1214

Conflitos entre a Coroa e o alto clero secular Testamento de D. Afonso II.

1223

D. Sancho II acede ao trono, fraca personalidade, faz grandes concessõesàs ordens religiosas-militares.

1246-47: Guerra Civil com a vitória do conde D. Afonso ("curador" doreino), fuga de Sancho II para Castela.

Fundação da Universidade de Salamanca.

1224: Universidade de Nápoles.

1248/49

D. Afonso III conquista o Algarve (al-Garb, "o Ocidente").

 A pequena extensão do país fortalece da autoridade do rei.

Consequências da mudança da administração central para Lisboa:

- realçou-se o papel do Sul (que pertencia sobretudo ao rei e às ordens

religiosas-militares);- e o peso dos seus valores culturais e económicos sobre todo o País.

1252: Afonso X, o Sábio, rei de Castela; a sua filha Beatriz casará comD. Afonso III de Portugal.

Delimitação económica, cultural e geográfica de Portugal está completada.

1258: Parlamento na Inglaterra.

1279Coroação de D. Dinis, "apogeu" da Idade Média portuguesa.

Criam-se forais (direitos e deveres das cidades, compilados por decreto1267: Foro de Garvão, em galego-portugês com influências do leonês.

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real para uma cidade específica); foros (leis mais explícitas); e decretosreais (para todo o reino; difíceis de aplicar, porque o rei ainda não gozade poder absoluto).

Finais século XIII1295-97: Guerra entre Castela e Portugal.

1297: Eduardo I de Inglaterra confirma a Magna Carta .

1288: Fundação da Universidade de Lisboa (Studium Generale ).

Institui-se a língua portuguesa como língua oficial da corte

Intensa atividade arquitetónica em todo o País.

Lisboa converte-se em metrópole internacional.

1282-90: Três Livros das Linhagens, 1. Livro Velho, 2. Livro do Deão, 3.Livro de D. Pedro, conde de Barcelos (1340); classe dominante começa aconceber-se como comunidade "nacional", apesar de as obras genealógicasabrangerem toda a Península.

Noção de pertença a uma coletividade grande começa por minorias capazes deconcebê-la intelectualmente (mosteiros Coimbra, clérigos da chanceleria régia,ordens militares), o que se vai propagando a outros grupos.

Finais Séc. XIII: Cancioneiro da Ajuda, compilado na corte de Afonso X,cópia encontrada no séc. XIX, 1823: 1.ª publicação por Carolina Michaëlis de

 Vasconcelos.

Século XIV

1312-50: Vitórias consecutivas de Afonso XI de Castela na"reconquista", intriga junto do Papa contra Portugal.

1312: Ordem dos Templários extinta.

Mosteiro de Alcobaça: Maior biblioteca medieval portuguesa, escola detradução.

Muitas cópias dos cancioneiros, uma das últimas: D. Pedro, Conde deBarcelos, filho de D. Dinis, é o último trovador mencionado (morre em1354); no seu testamento menciona um "Livro das cantigas".

Compilação do Cancioneiro da Biblioteca Nacional (ex-Cancioneiro Colocci-Brancutti), que contém uma "Arte de Trovar", com influência de poéticasfrancesas, e do Cancioneiro da Vaticana.

1325

 Afonso IV sobe ao trono de Portugal.O seu filho, o Infante D. Pedro, apaixona-se por uma dama de suamulher, Inês de Castro (pertencia a uma poderosa família galega emCastela), com a qual convive e tem filhos. Acusam-no de se terconvertido em joguete nas suas mãos (segundo a versão "oficial" tambémna de seus parentes castelhanos).

1321: Morte de Dante Alighieri.

1342: Crónica Portuguesa de Espanha e Portugal, fontes portuguesas, existeum fragmento.

1344: Cronica General de España  (compilada na corte de Afonso X).

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1339-1453: Guerra dos Cem Anos (entre França e Inglaterra).

1348-52: Peste negra em toda a Europa.

1355 O idoso e orgulhoso Afonso IV ordena o assassínio de Inês de Castro.

1357

D. Pedro I, rei de Portugal. É adorado pelo povo, apesar dos seus atos decrueldade e loucura (desenterra o cadáver de Inês e fá-lo coroar como

rainha, manda matar os seus assassinos).Nacionalização dos das ordens religiosas-militares. D. João, filhobastardo de D. Pedro I, será o mestre da ordem de Avis.

1367

D. Fernando sobe ao trono. Tem pretensões à coroa castelhana.

1369-71: Inicia várias guerras com Castela; política desastrada.

1372: Casa com Leonor Teles, odiada por parte da população para a queincarnava os interesses da nobreza latifundiária.

1374: Morte de Petrarca.

1375: Morte de Bocaccio.

1383Morre D. Fernando sem herdeiro masculino; Juan I de Castela (o seugenro, por ter casado com a sua filha Beatriz) invade Portugal e cerca a

cidade de Lisboa; o cerco só se levanta quando estala a peste.

Sécs. III-IV: Apogeu da filosofia escolástica.

 As guerras e o Grande Cisma do Ocidente exercem uma tremenda influência

em Portugal; querelas sociais entre nobreza terratenente e burguesia; criseliterária-cultural.

1385

 As cortes de Coimbra proclamam D. João, Mestre de Avis (filhoilegítimo de D. Pedro) como "Regedor e Defensor do Reino", napresença e com a aprovação de vários aristocratas castelhanos,

O exército castelhano é derrotado na Batalha de Aljubarrota (ajudamarcheiros ingleses); acontecimento decisivo para a independência dePortugal.

Fins do Séc. XIV: Crise socio-económica e cultural.

1387 D. João I casa com D. Felipa de Lencastre; Lisboa é capital.D. Felipa de Lencastre introduz o romance de cavalaria e a matéria deBretanha em Portugal.

Século XV

Surge uma nova classe de senhores feudais (com Nuno Álvares Pereira, oherói da guerra à cabeça). Organizou-se um plano de expansão militarno Norte de África para canalizar as energias da nobreza e conseguirpingues proventos para a burguesia.

O Infante D. Henrique, filho de D. João I, dirige os Descobrimentosportugueses. Militarista e expansionista, estava mais preocupado com

Invenção do leme central e da bússola possibilitam o início das descobertas.

 Amadis de Gaula; Bosco Deleitoso.

1404: Crónica Galego-Portuguesa, fontes de 1344.

Quattrocento em Itália, Renascimento Humanismo (Cicero: humanitas , ohumano como cultura/estrutura moral).

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Marrocos ("reavê-lo" para a Cristandade) do que com as viagens dedescoberta, as quais encarava mais bem como maneira de aumentarpatrimónio e rendimentos. Provavelmente não tenha existido um planoestratégico e organizado dos Descobrimentos.

1415-1460: Só um terço das viagens realizadas por iniciativa do Infante.Prevalece o ideal de cruzada, o messianismo e a cobiça de lucro.

Nasce o ideal da realização de capacidades morais e estéticas do indivíduo.

O estudo do latim eclesiástico e clássico conduz a uma normatização elatinização do português. Reinício da produção literária depois da crise de1385. Com a conquista da Espanha árabe, muitos tratados de navegaçãocomeçam a ser traduzidos para o latim (Toledo); geógrafos árabes e feníciosmencionaram já a costa ocidental de África até ao Cabo da Boa Esperança,partindo das experiências de navegadores árabes. Histórias de monstros,

perigos e obstáculos marinos (cf. lenda do Mar Tenebroso).

1411

Castela reconhece a independência portuguesa.

 A Corte transforma-se em centro cultural.

1415: Conquista de Ceuta, início das conquistas ultramarinas.

1418: Bula papal que aconselha o clero português a pregar a cruzada.

1414: Henry V, batalha de Azincourt.

Fim do Cisma da Igreja.

1415-33: Livro da Montaria  de D. João I, tratado didático sobre a caça

1418-1431

1419-1420: Duas expedições à Madeira, começo da expansãoultramarina.

1431: 1.ª Guerra "Irmandiña"na Galiza.

1418: A virtuosa benfeitoria , de D. Pedro e Frei João da Verba, teoria política-social-económica-religiosa do feudalismo que estava em crise; moralizante edoutrinário; influência escolástica.

1433-1438

1433: D. Duarte acede ao trono.

Gil Eanes chega ao Cabo Bojador.

1437: Fracassa uma expedição que ataca Tânger, infante D. Fernandocativado.

1438: D. Afonso, ascende ao trono com seis anos de idade, querelasfeudais.

1425-1438: Ensinança de bem cavalgar toda sela , sobre a educação docavaleiro; e o Leal Conselheiro, ambos de D. Duarte.

Leal Conselheiro: Normas para a vida da aristocracia e educação moral;contém pensamentos sobre astrologia, ciência, medicina, arquitetura,administração do estado; "auto-análise psicológica", contém 1.ª definição dasaudade; o rei sofreu provavelmente de neurastenia, descreveu o seu mal.

Fernão Lopes (1380-1460?) guarda-mor da Torre do Tombo. A revolução deD. João I exige uma conveniente justificação retroativa e D. Duarteencomenda ao arquivista a história "verdadeira" da época e feitos de seu pai.

F. Lopes combina o louvor aos vencedores com um relato franco dosacontecimentos que o tornou espantosamente "moderno" e científico.

1445-14691446: Nuno Tristão chega à Guinea, início do comércio do ouro.

1453: Queda de Constantinopla.

1445: Cancionero de Baena , Jorge Manrique, Marquês de Santillana.

Em Portugal: Fortalecimento das casas nobres em detrimento da Coroa(ponto de vista feudal típico, primus inter pares ).

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1456: Portugueses chegam às ilhas de Cabo Verde.

1458: conquista de Alcácer Ceguer; política sistemática de conquistas emMarrocos; a denominação dos "Algarves" inclui o Norte de África.

1466-1469: Levantamento "irmandiño" na Galiza.

1481

D. João II, rei de Portugal. É o típico soberano do Renascimento.Restringiu os privilégios da nobreza feudal, suprimindo duas

conspirações com mão-de-ferro. Centralização e alargamento dopatrimónio da Coroa através do confisco de propriedades dos senhoresfeudais.

1482-85: Expedições de Diogo Cão na África ocidental.

1478: O Papa Sixto IV permite a Inquisição em Espanha.

1483-1492

1483: Execução do marechal Pardo de Cela na Galiza, enfrentado contraos reis católicos.

Bartolomeu Dias chega ao Cabo da Boa Esperança; Pêro da Covilhãchega à Índia por via terrestre.

1489: Início da imprensa em língua portuguesa.

1491: O herdeiro D. Afonso morre em acidente de cavalo.

1492: Conquista de Granada; expulsão dos Judeus; Colombo chega à América.

1492: Mais de 50 000 Judeus entram em Portugal fugindo da inquisição naEspanha (só 600 famílias conseguiram comprar licenças de residênciapermanente); grande impacte na sociedade e cultura portuguesas; termina acoexistência relativamente pacífica entre Cristãos e Judeus.

1494Tratado de Tordesilhas (divisão do mundo entre Portugal e Espanha,não a respeitaram os outros potentados cristãos), impediu a guerra entrePortugal e Espanha, desembaraçou o caminho da Índia para Portugal.

1495-1496

D. Manuel I é coroado.

1496: Expulsão teórica dos judeus e dos muçulmanos no meio de violência, roubo e confusão, início de um grande problema social ereligioso.

1496: Convite indireto aos judeus à conversão generalizada; serãodenominados cristãos-novos.

Promoção dos estudos no estrangeiro; continua o sonho da unificação comCastela, tece-se rede de casamentos.

Boa administração e reabilitação do prestígio da nobreza.

1498 Vasco da Gama chega à Índia. Começa uma época de grandes lucros e prestígios para a Coroa portuguesa.

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1500-1525

1500: Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.

D. Manuel I é o mais rico monarca da Cristandade, vitórias por todas aspartes, controlo do oceano Índico.

1504: Tumultos devido ao descontentamento contra os Cristãos-novosentre as classes inferiores e o baixo clero.

1506: Pogrom em Lisboa causa a morte a 2000 ex- judeus (acontecimento

que se repetia durante várias décadas).1513/14: Expedição portuguesa chega à China.

1516: Carlos V de Espanha, casado com Isabel, filha de Manuel I.

1517: 95 teses de Lutero.

1519: Hernán Cortez em México.

1522: Fernão Magalhães dá a volta ao mundo.

1502: Começa a construção do Mosteiro dos Jerónimos. Nasce o estilomanuelino (gótico português tardio) na arquitetura.

1515-47: Fundam-se o Collège de France, a Bibliothèque Nationale e oLouvre na França.

1516: Cancioneiro Geral  de Garcia de Resende (1470-1536), 760 poesias.

Exemplo da substituição da estética medieval pela do Renascimento (baseadono Cancionero General  de Hernández del Castillo de 1511), complicadossistemas métricos, "arte poética" reside na delicadeza formal, pouca variaçãotemática, poesias de Gil Vicente, Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, entreoutros.

1519: Morre Leonardo da Vinci.

1525: Na Galiza funda-se a Universidade de Santiago de Compostela.

1525-1527

Começa o reinado de D. João III (casado com Catarina, irmã de Carlos V), caracterizado por dois períodos:

1. O período do "príncipe tolerante"; grande mecenas; promocionaestudos humanísticos na Itália e em Paris; reforma a universidade emPortugal.

2. A partir de 1540, depois de perder 9 filhos, o governante torna-sefanático e curto de vista nas mãos dos Jesuitas e da Contra-Reforma;prende os que antes convidara; fecha escolas; isola ao país de influênciasexternas.

1526: Regresso de Francisco Sá de Miranda da sua viagem à Itália.

Portugal abandona os sonhos de controlar Marrocos.

1527: Erasmo dedica Chrysostomi Lucubrationes . a D. João III

Morre Machiavelli.

 A partir de 1526: Sá de Miranda introduz as formas literárias clássicas doRenascimento em Portugal. Este momento considera-se ser o final da ÉpocaMedieval em Portugal.