01- módulo de língua portuguesa - ministério da fazenda - assistente téc. adm

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  • Assistente Tcnico Administrativo MIN FAZENDA

    MINISTRIO DA FAZENDA

    ASSISTENTE TCNICO - ADMINISTRATIVO CONHECIMENTOS BSICOS LNGUA PORTUGUESA: 1. Compreenso e interpretao de textos. ....................................................................................................................... 12. Ortografia oficial. ............................................................................................................................................................ 93. Acentuao grfica. ...................................................................................................................................................... 124. Emprego das classes de palavras. .............................................................................................................................. 205. Emprego do sinal indicativo de crase. .......................................................................................................................... 176. Sintaxe da orao e do perodo. .................................................................................................................................. 367. Pontuao. .................................................................................................................................................................... 168. Concordncia nominal e verbal. ................................................................................................................................... 289. Regncia nominal e verbal. .......................................................................................................................................... 4010. Significao das palavras. .......................................................................................................................................... 1811. Redao Oficial: Manual de Redao da Presidncia da Repblica. ........................................................................ 4712. Redao de correspondncias oficiais: documentos oficiais utilizados pelas instituies pblicas brasileiras. ......... 47

  • Editora Tradio .

    LNGUA PORTUGUESA

    1. Compreenso e interpretao de textos. 2. Ortografia oficial. 3. Acentuao grfica. 4. Emprego das classes de palavras. 5. Emprego do sinal indicativo de crase. 6. Sintaxe da orao e do perodo. 7. Pontuao. 8. Concordncia nominal e verbal. 9. Regncia nominal e verbal. 10. Significao das palavras. 11. Redao Oficial: Manual de Redao da Presidncia da Repblica. 12. Redao de correspondncias oficiais: documentos ofici- ais utilizados pelas instituies pblicas brasileiras.

    COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS

    Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por finali-

    dade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o candidato deve compreender os nveis estruturais da lngua por meio da lgica, alm de necessitar de um bom lxico internalizado.

    As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto

    em que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer um confronto entre todas as partes que compem o texto.

    Alm disso, fundamental apreender as informaes apresentadas por

    trs do texto e as inferncias a que ele remete. Este procedimento justifica- se por um texto ser sempre produto de uma postura ideolgica do autor diante de uma temtica qualquer.

    Denotao e Conotao Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expres-

    so grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma con- veno. baseado neste conceito de signo lingustico (significante + signi- ficado) que se constroem as noes de denotao e conotao.

    O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicionrios,

    o chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras a atribuio de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreenso, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construo frasal, uma nova relao entre significante e significado.

    Os textos literrios exploram bastante as construes de base conota-

    tiva, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaes diferenciadas em seus leitores.

    Ainda com base no signo lingustico, encontra-se o conceito de polis-

    semia (que tem muitas significaes). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem mltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, no se est atribuindo um sentido fantasioso palavra ponto, e sim ampliando sua significao atravs de expresses que lhe completem e esclaream o sentido.

    Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e

    de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- em-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prximo nvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento agua a memria visual, favorecendo o entendimento.

    No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjetiva,

    h limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim

    de responder s interpretaes que a banca considerou como pertinentes.

    No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele texto

    com outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de arte da poca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global dos momen- tos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida. Aqui no se podem dispensar as dicas que aparecem na referncia bibliogrfica da fonte e na identificao do autor.

    A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes de

    resposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como no, exce- to, errada, respectivamente etc. que fazem diferena na escolha adequa- da. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto , o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder pergunta, mas no ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.

    Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um fragmento

    do texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente parea ser perda de tempo. A descontex- tualizao de palavras ou frases, certas vezes, so tambm um recurso para instaurar a dvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta ser mais consciente e segura.

    Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao de

    texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

    1. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto; 2. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v

    at o fim, ininterruptamente; 3. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos

    umas trs vezes ou mais; 4. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas; 5. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 6. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor; 7. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compre-

    enso; 8. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto cor-

    respondente; 9. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo; 10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta,

    incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;

    11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;

    12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lgica objetiva;

    13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais; 14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,

    mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a

    resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor,

    definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importants-

    simos na interpretao do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao

    do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava

    quando morreu.; 19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as idei-

    as esto coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza

    de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes

    Lngua Portuguesa 1

  • Editora Tradio .

    ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, for-

    as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.

    Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou

    herona, personagem principal da histria.

    O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota- gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

    As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-

    sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra- o.

    O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem,

    pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor- tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria.

    Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-

    nagem: as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen- so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes perante os acontecimentos.

    Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos fatos, a

    trama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo po- demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgios progressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o climax, o desenlace ou desfecho.

    Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente,

    as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ou seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de inte- resses entre as personagens.

    O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten-

    so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos.

    Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens partici- pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o g- nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crnica, o relato de um drama social um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central, que estabelece o carter do texto, e h os fatos secundrios, rela- cionados ao principal.

    Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa conter informaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas ve- zes, principalmente nos textos literrios, essas informaes so extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo.

    Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificao do momento, dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa- lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas relaes podem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos, ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fa- to que aconteceu depois.

    O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempo

    material em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pela natureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padres fixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seu esprito.

    Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis- semos, a personagem que est a contar a histria. A posio em que se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- zado por :

    - viso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s personagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon- tecimentos e a narrao feita em 3a pessoa.

    - viso com: o narrador personagem e ocupa o centro da narra- tiva que feito em 1a pessoa.

    - viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v, aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per- sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- dor um observador e a narrativa feita em 3a pessoa.

    Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a- presentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do qual a histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.

    Formas de apresentao da fala das personagens Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H

    trs maneiras de comunicar as falas das personagens.

    Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra- vs do dilogo.

    Exemplo: Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da

    verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna- val a cidade do povo e de ningum mais.

    No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descendi:

    dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidas os verbos de locuo podem ser omitidos.

    Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas

    prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E- xemplo: Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa- dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me- nos sombrios por vir.

    Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se

    mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao. Exemplo: Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem quela hora , sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps no cho como eles? S sendo doido mesmo.

    (Jos Lins do Rego)

    TEXTO DESCRITIVO Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac-

    tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.

    As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importantes, tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude que vai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para que o leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagem unificada.

    Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-

    ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.

    Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tc-

    nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria

    Lngua Portuguesa 2

  • Editora Tradio . transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa mente atravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a subje- tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefern- cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no o que v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- vo, fenomnico, ela exata e dimensional.

    Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao das personagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos, pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e temperamen- to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- cial e econmico .

    Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente o observador abrange de uma s vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais tpicas desse todo.

    Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma visualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e tpicos.

    Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio de um incndio, de uma briga, de um naufrgio.

    Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas ge- rais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabu- lrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores. predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- mos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

    TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao cons-

    ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou ques- to, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerncia e objetividade.

    A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir

    o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo.

    A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-

    do o contexto.

    Quanto forma, ela pode ser tripartida em : Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-

    mentais do assunto que est tratando. a enunciao direta e ob- jetiva da definio do ponto de vista do autor.

    Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- cadas na introduo sero definidas com os dados mais relevan- tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte num conjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e de- sencadeia a concluso.

    Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideia central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in- troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese e opinio.

    - Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; a obra ou ao que realmente se praticou.

    - Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so- bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido.

    - Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou desaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.

    O TEXTO ARGUMENTATIVO

    Um texto argumentativo tem como objetivo convencer algum das nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer tema ou assunto.

    constitudo por um primeiro pargrafo curto, que deixe a ideia no ar,

    depois o desenvolvimento deve referir a opinio da pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve tambm conter contra-argumentos, de forma a no permitir a meio da leitura que o leitor os faa. Por fim, deve ser concludo com um pargrafo que responda ao primeiro pargrafo, ou simplesmente com a ideia chave da opinio.

    Geralmente apresenta uma estrutura organizada em trs partes:

    a introduo, na qual apresentada a ideia principal ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a concluso. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparao, dados histricos, dados estatstico, pesquisas, causas socioeconmicas ou culturais, depoimentos - enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem consistncia. A concluso pode apresentar uma possvel soluo/proposta ou uma sntese. Deve utilizar ttulo que chame a ateno do leitor e utilizar variedade padro de lngua.

    A linguagem normalmente impessoal e objetiva.

    O roteiro da persuaso para o texto argumentativo:

    Na introduo, no desenvolvimento e na concluso do texto argumen- tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur- sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluda com suces- so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um pargrafo argumenta- tivo:

    Declarao inicial: uma forma de apresentar com assertivi-

    dade e segurana a tese.

    A aprovao das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi- or ao negro por meio de polticas afirmativas uma forma de admitir a diferena social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado de trabalho.

    Interrogao: Cria-se com a interrogao uma relao prxima

    com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na introduo.

    Por que nos orgulhamos da nossa falta de conscincia coletiva? Por

    que ainda insistimos em agir como espertos individualistas?

    Citao ou aluso: Esse recurso garante defesa da tese car- ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.

    As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no chorarem mais, trazerem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora. O comentrio do fotgrafo Sebastio Salgado sobre o que presenciou na Ruanda um chamado conscincia pbli- ca.

    Exemplificao: O processo narrativo ou descritivo da exempli-

    ficao pode conferir argumentao leveza a cumplicidade. Porm, deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e no interfira no processo persuasivo.

    Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe mdia. Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se- gundo arrasto do ms. Clientes e funcionrios so assaltados e amea- ados de morte. O cotidiano violento de So Paulo se faz presente.

    Roteiro: A antecipao do que se pretende dizer pode funcionar

    como encaminhamento de leitura da tese.

    Busca-se com essa exposio analisar o descaso da sociedade em relao s coletas seletivas de lixo e a incompetncia das prefeituras.

    Enumerao: Contribui para que o redator analise os dados e

    exponha seus pontos de vista com mais exatido.

    Lngua Portuguesa 3

  • Editora Tradio . Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Sade de So Pau-

    lo aponta que as maiores vtimas do abuso sexual so as crianas meno- res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violncia se- xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Prola Bying- ton.

    Causa e consequncia: Garantem a coeso e a concatenao

    das ideias ao longo do pargrafo, alm de conferir carter lgico ao pro- cesso argumentativo.

    No final de maro, o Estado divulgou ndices vergonhosos do Idesp indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educao para ava- liar a qualidade do ensino (). O pssimo resultado apenas conse- quncia de como est baixa a qualidade do ensino pblico. As causas so vrias, mas certamente entre elas est a falta de respeito do Estado que, prximo do fim do 1 bimestre, ainda no enviou apostilas para al- gumas escolas estaduais de Rio Preto.

    Sntese: Refora a tese defendida, uma vez que fecha o texto

    com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentao. Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo.

    Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que no o ideal,

    mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento.

    O aspecto mais polmico era a venda de bebidas alcolicas nos es- tdios. A lei eliminou o veto federal, mas no exclui que os organizadores precisem negociar a permisso em alguns Estados, como So Paulo.

    Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga-

    rante mais credibilidade ao processo argumentativo.

    Recolher de forma digna e justa os usurios de crack que buscam ajuda, oferecer tratamento humano dever do Estado. No faz sentido isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- dos. Mundograduado.org

    Modelode Dissertao-Argumentativa

    Meio-ambiente e tecnologia: no h contraste, h soluo

    Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi- ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.

    O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo a

    se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respons- veis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, pro- blemas ambientais que afetam a populao.

    Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti- ca.

    O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os

    transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol- gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se transformar na salvao do mundo.

    Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-

    sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul.

    Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual

    dissertativa assim organizada:

    1 pargrafo: Introduo com apresentao da tese a ser defendi-

    Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi- ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.

    2 pargrafo: H o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-

    gumentativos;

    O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo a se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon- sveis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, problemas ambientais que afetam a populao.

    Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos

    contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti- ca.

    3 pargrafo: A concluso desenvolvida com uma proposta de

    interveno relacionada tese.

    O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol- gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se transformar na salvao do mundo.

    Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-

    sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul. Prof Francinete

    A ideia principal e as secundrias

    Para treinarmos a redao de pequenos pargrafos narrativos, vamos nos colocar no papel de narradores, isto , vamos contar fatos com base na organizao das ideias.

    Leia o trecho abaixo:

    Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demons- trando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.

    Como voc deve ter observado, nesse pargrafo, o narrador conta-nos

    um fato acontecido com seu primo. , pois, um pargrafo narrativo. Anali- semos, agora, o pargrafo quanto estrutura.

    As ideias foram organizadas da seguinte maneira:

    Ideia principal:

    Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.

    Ideias secundrias:

    Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demonstrando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.

    A ideia principal, como voc pode observar, refere-se a uma ao peri-

    gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundrias complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador conseguiu sair-se da perigosa situao em que se encontrava.

    Os pargrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado de ideias secundrias. Entretanto, muito comum encontrarmos, em par- grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:

    O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.

    da;

    Lngua Portuguesa 4

  • Editora Tradio .

    Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten- tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.

    Nesse trecho, h dois pargrafos.

    No primeiro, s h uma ideia desenvolvida, que corresponde ideia principal do pargrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.

    No segundo, j podemos perceber a relao ideia principal + ideias

    secundrias. Observe:

    Ideia principal:

    Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- proveitar o bom tempo.

    Ideia secundrias:

    Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.

    Agora que j vimos alguns exemplos, voc deve estar se perguntando:

    Afinal, de que tamanho o pargrafo?

    Bem, o que podemos responder que no h como apontar um pa- dro, no que se refere ao tamanho ou extenso do pargrafo.

    H exemplos em que se veem pargrafos muito pequenos; outros, em

    que so maiores e outros, ainda, muito extensos.

    Tambm no h como dizer o que certo ou errado em termos da ex- tenso do pargrafo, pois o que importante mesmo, a organizao das ideias. No entanto, sempre til observar o que diz o dito popular nem oito, nem oitenta.

    Assim como no aconselhvel escrevermos um texto, usando apenas

    pargrafos muito curtos, tambm no aconselhvel empregarmos os muito longos.

    Essas observaes so muito teis para quem est iniciando os traba-

    lhos de redao. Com o tempo, a prtica dir quando e como usar pargra- fos pequenos, grandes ou muito grandes.

    At aqui, vimos que o pargrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia

    principal e outras secundrias. Isso no significa, no entanto, que sempre a ideia principal aparea no incio do pargrafo. H casos em que a ideia secundria inicia o pargrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o exemplo:

    As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu violentamente sob meus ps. Logo percebi que se tratava de um terremoto.

    Observe que a ideia mais importante est contida na frase: Logo per-

    cebi que se tratava de um terremoto, que aparece no final do pargrafo. As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmao: as estacas tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu violentamente sob meus ps e estas esto localizadas no incio do par- grafo.

    Ento, a respeito da estrutura do pargrafo, conclumos que as ideias

    podem organizar-se da seguinte maneira:

    Ideia principal + ideias secundrias

    ou

    Ideias secundrias + ideia principal

    importante frisar, tambm, que a ideia principal e as ideias se- cundrias no so ideias diferentes e, por isso, no podem ser separadas em pargrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundrias deve- mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia principal e mant-las juntas no mesmo pargrafo. Com isso, estaremos evitando e repetio de palavras e assegurando a sua clareza. importan- te, ao termos vrias ideias secundrias, que sejam identificadas aquelas que realmente se relacionam ideia principal. Esse cuidado de grande valia ao se redigir pargrafos sobre qualquer assunto.

    ESTRUTURAO E ARTICULAO DO TEXTO

    Resenha Critica de Articulao do Texto Amanda Alves Martins Resenha Crtica do livro A Articulao do Texto, da autora Elisa Guima-

    res

    No livro de Elisa Guimares, A Articulao do Texto, a autora procura esclarecer as dvidas referentes formao e compreenso de um texto e do seu contexto.

    Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o

    texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensveis para a sua construo, como as intenes do falante (emissor), o jogo de ima- gens conceituais, mentais que o emissor e destinatrio executam.(Manuel P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado isso, um texto no pode existir de forma nica e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto semanticamente para que haja um entendimento e uma compreenso deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli- cam de forma recproca.

    Completando o processo de formao de um texto, a autora nos escla-

    rece que a economia de linguagem facilita a compreenso dele, sendo indispensvel uma ligao entre as partes, mesmo havendo um corte de trechos considerados no essenciais.

    Quando o tema a situao comunicativa (p.7), a autora nos esclare-

    ce a relao texto X contexto, onde um essencial para esclarecermos o outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con- forme so inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi- mento de que no podemos considerar isoladamente os seus conceitos e sim analis-los de acordo com o contexto semntico ao qual est inserida.

    Segundo Elisa Guimares, o sentido da palavra texto estende-se a

    uma enorme vastido, podendo designar um enunciado qualquer, oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno (p.14) e ao contrrio do que muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen- to, uma frase, um verbo ect e no apenas na reunio destes com mais algumas outras formas de enunciao; procurando sempre uma objetivida- de para que a sua compreenso seja feita de forma fcil e clara.

    Esta economia textual facilita no caminho de transmisso entre o enun-

    ciador e o receptor do texto que procura condensar as informaes recebi- das a fim de se deter ao ncleo informativo (p.17), este sim, primordial a qualquer informao.

    A autora tambm apresenta diversas formas de classificao do discur-

    so e do texto, porm, detenhamo-nos na diviso de texto informativo e de um texto literrio ou ficcional.

    Analisando um texto, possvel percebermos que a repetio de um

    nome/lexema, nos induz lembrar de fatos j abordados, estimula a nossa biblioteca mental e a informa da importncia de tal nome, que dentro de um contexto qualquer, ou seja que no fosse de um texto informacional, seria apenas caracterizado como uma redundncia desnecessria. Essa repeti- o normalmente dada atravs de sinnimos ou sinnimos perfeitos (p.30) que permitem a permutao destes nomes durante o texto sem que o sentido original e desejado seja modificado.

    Esta relao semntica presente nos textos ocorre devido s interpre-

    taes feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada semnti- ca referencial (p.31) para causar esta busca mental no receptor atravs de palavras semanticamente semelhantes que fora enunciada, porm, existe ainda o que a autora denominou de inexistncia de sinnimo perfeito (p.30) que so sinnimos porm quando posto em substituio um ao outro no geram uma coerncia adequada ao entendimento.

    Nesta relao de substituio por sinnimos, devemos ter cautela

    quando formos usar os hipernimos (p.32), ou at mesmo a hiponmia (p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs- tituies pode-se causar desajustes e o resultado final no fazer com que a

    Lngua Portuguesa 5

  • Editora Tradio .

    imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi- lao, errnea, pode ser utilizada.

    Seguindo ainda neste linear das substituies, existem ainda as nomi-

    naes e a elipse, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por um verbo substitudo por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto na segunda, ou seja, na elipse, o substituto nulo e marcado pela flexo verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de Elisa Guimares:

    Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presena suave. Mil deles no causam o incmodo de dez cearenses.

    No grita, no empurram< no seguram o brao da gente,

    no impem suas opinies. Para os importunos inventaram eles uma palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para essa casta de gente (...) (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crnicas escolhidas. Rio de Janeiros, Jos Olympio, 1958, p.82).

    Porm preciso especificar que para que haja a elipse o termo elptico

    deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais j ditos anteriormente so primordiais para a compreenso e produo textu- al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande valor para tais feitos.

    Ao abordar os conceitos de coeso e coerncia, a autora procura pri-

    meiramente retomar a noo de que a construo do texto feita atravs de referentes lingusticos (p.38) que geram um conjunto de frases que iro constituir uma microestrutura do texto (p.38) que se articula com a estrutu- ra semntica geral. Porm, a dificuldade de se separar a coeso da coe- rncia est no fato daquela est inserida nesta, formando uma linha de raciocnio de fcil compreenso, no entanto, quando ocorre uma incoern- cia textual, decorrente da incompatibilidade e no exatido do que foi escrito, o leitor tambm capaz de entender devido a sua fcil compreen- so apesar da m articulao do texto.

    A coerncia de um texto no dada apenas pela boa interligao entre

    as suas frases, mas tambm porque entre estas existe a influncia da coerncia textual, o que nos ajuda a concluir que a coeso, na verdade, efeito da coerncia. Como observamos em Nova Gramtica Aplicada da Lngua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):

    A coeso e a coerncia trazem a caracterstica de promover a inter-

    relao semntica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que chamamos de conectividade textual. A coerncia diz respeito ao nexo entre os conceitos; e a coeso, expresso desse nexo no plano lingusti- co (VAL, Maria das Graas Costa. Redao e textualidade, 1991, p.7)

    No captulo que diz respeito s noes de estrutura, Elisa Guimares,

    busca ressaltar o nvel sinttico representado pelas coordenaes e subor- dinaes que fixam relaes de equivalncia ou hierarquia respectiva- mente. Um fato importante dentro do livro A Articulao do Texto, o valor atribu- do s estruturas integrantes do texto, como o ttulo, o pargrafo, as inter e intrapartes, o incio e o fim e tambm, as superestruturas.

    O ttulo funciona como estratgica de articulao do texto podendo de-

    sempenhar papis que resumam os seus pontos primordiais, como tam- bm, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.

    Os pargrafos esquematizam o raciocnio do escritos, como enuncia

    Othon Moacir Garcia: O pargrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-

    venientemente as ideias principais da sua composio, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.

    bom relembrar, que dentro do pargrafo encontraremos o chamado

    tpico frasal, que resumir a principal ideia do pargrafo no qual esta inserido; e tambm encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos de pargrafo, cada qual com um ponto de vista especfico.

    No que diz respeito ao tpico Inicio e fim, Elisa Guimares preferiu a-

    bord-los de forma mtua j que um consequncia ou decorrncia do

    outro; ficando a organizao da narrativa com uma forma de estrutura clssica e seguindo uma linha sequencial j esperada pelo leitor, onde o incio alimenta a esperana de como vir a ser o texto, enquanto que o fim exercer uma funo de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o que tambm, alimenta a imaginao tanto do leito, quanto do prprio autor.

    No geral, o que diz respeito ao livro A Articulao do Texto de Elisa

    Guimares, ele nos trs um grande nmero de informaes e novos concei- tos em relao produo e compreenso textual, no entanto, essa grande leva de informaes muitas vezes se tornam confusas e acabam por des- prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e dificultando o entendimento terico.

    A REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERNCIA E COESO

    A fala e tambm o texto escrito constituem-se no apenas numa se-

    quncia de palavras ou de frases. A sucesso de coisas ditas ou escritas forma uma cadeia que vai muito alm da simples sequencialidade: h um entrelaamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito. Os mecanismos lingusticos que estabelecem a conectivi- dade e a retomada e garantem a coeso so os referentes textuais. Cada uma das coisas ditas estabelece relaes de sentido e significado tanto com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru- indo uma cadeia textual significativa. Essa coeso, que d unidade ao texto, vai sendo construda e se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do lxico, como no da gramtica. (No esqueamos que, num texto, no existem ou no deveriam existir elemen- tos dispensveis. Os elementos constitutivos vo construindo o texto, e so as articulaes entre vocbulos, entre as partes de uma orao, entre as oraes e entre os pargrafos que determinam a referenciao, os contatos e conexes e estabelecem sentido ao todo.)

    Ateno especial concentram os procedimentos que garantem ao texto

    coeso e coerncia. So esses procedimentos que desenvolvem a din- mica articuladora e garantem a progresso textual.

    A coeso a manifestao lingustica da coerncia e se realiza nas

    relaes entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos em relao aos substantivos; formas verbais em relao aos sujeitos; tempos verbais nas relaes espao-temporais constitutivas do texto etc.), na organizao de perodos, de pargrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construda com os mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.

    1. Considere-se, inicialmente, a coeso apoiada no lxico. Ela pode dar-se pela reiterao, pela substituio e pela associao. garantida com o emprego de:

    enlaces semnticos de frases por meio da repetio. A mensa- gem-tema do texto apoiada na conexo de elementos lxicos su- cessivos pode dar-se por simples iterao (repetio). Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciao entre a simples redundncia resul- tado da pobreza de vocabulrio e o emprego de repeties como recurso estilstico, com inteno articulatria. Ex.: As contas do patro eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patro queria engan- lo.Enganava. Vidas secas, p. 143);

    substituio lxica, que se d tanto pelo emprego de sinnimos como de palavras quase sinnimas. Considerem-se aqui alm das palavras sinnimas, aquelas resultantes de famlias ideolgi- cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaar, revoar, voar;

    hipnimos (relaes de um termo especfico com um termo de sentido geral, ex.: gato, felino) e hipernimos (relaes de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfi- co, ex.: felino, gato);

    nominalizaes (quando um fato, uma ocorrncia, aparece em forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar, a viagem). preciso distinguir-se en- tre nominalizao estrita e. generalizaes (ex.: o co < o animal) e especificaes (ex.: planta > rvore > palmeira);

    substitutos universais (ex.: Joo trabalha muito. Tambm o fao.

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    O verbo fazer em substituio ao verbo trabalhar); enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global.

    Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e tambm deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado chamado de anfora con- ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere so retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repeties e faz-se o discurso a- vanar, mantendo-se sua unidade.

    2. A coeso apoiada na gramtica d-se no uso de: certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-

    se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes de 1 e 2 pessoa que se referem pessoa que fala e com quem esta fala.

    certos advrbios e expresses adverbiais; artigos; conjunes; numerais; elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado

    anterior, a palavra elidida facilmente identificvel (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for- as. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relao entre as duas oraes.). a prpria ausncia do termo que marca a inter-relao. A identificao pode dar-se com o prprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver- bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares p- blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situao no-verbal. Nesse caso, a articulao se d entre texto e contexto (extratextual);

    as concordncias; a correlao entre os tempos verbais.

    Os diticos exercem, por excelncia, essa funo de progresso textu-

    al, dada sua caracterstica: so elementos que no significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situao comunicativa. J os com- ponentes concentram em si a significao. Referem os participantes do ato de comunicao, o momento e o lugar da enunciao.

    Elisa Guimares ensina a respeito dos diticos: Os pronomes pessoais e as desinncias verbais indicam os participan-

    tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locues prepositivas e adverbiais, bem como os advrbios de tempo, referenciam o momento da enunciao, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- mamente, recentemente, ontem, h alguns dias, antes de (pretrito); de agora em diante, no prximo ano, depois de (futuro).

    Maria da Graa Costa Val lembra que esses recursos expressam rela-

    es no s entre os elementos no interior de uma frase, mas tambm entre frases e sequncias de frases dentro de um texto.

    No s a coeso explcita possibilita a compreenso de um texto. Mui-

    tas vezes a comunicao se faz por meio de uma coeso implcita, apoia- da no conhecimento mtuo anterior que os participantes do processo comunicativo tm da lngua.

    A ligao lgica das ideias Uma das caractersticas do texto a organizao sequencial dos ele-

    mentos lingusticos que o compem, isto , as relaes de sentido que se estabelecem entre as frases e os pargrafos que compem um texto, fazendo com que a interpretao de um elemento lingustico qualquer seja dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse encadeamento lgico so: a articulao, a referncia, a substituio voca- bular e a elipse.

    ARTICULAO Os articuladores (tambm chamados nexos ou conectores) so conjun-

    es, advrbios e preposies responsveis pela ligao entre si dos fatos denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependn- cia de sentido das frases no processo de sequencializao textual. As

    ideias ou proposies podem se relacionar indicando causa, consequncia, finalidade, etc.

    Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. Ingressei na Faculdade porque pretendo ser bilogo. Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.

    possvel observar que os articuladores relacionam os argumentos di-

    ferentemente. Podemos, inclusive, agrup-los, conforme a relao que estabelecem.

    Relaes de: adio: os conectores articula sequencialmente frases cujos contedos

    se adicionam a favor de uma mesma concluso: e, tambm, no s...como tambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nem.

    Na maioria dos casos, as frases somadas no so permutveis, isto ,

    a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada.

    Ele entrou, dirigiu-se escrivaninha e sentou-se. alternncia: os contedos alternativos das frases so articulados por

    conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres- sar incluso ou excluso.

    Ele no sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade.

    oposio: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con-

    tedos se opem. So articuladores de oposio: mas, porm, todavia, entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), ainda que, se bem que, mesmo que, etc.

    O candidato foi aprovado, mas no fez a matrcula. condicionalidade: essa relao expressa pela combinao de duas

    proposies: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por ento (consequente), que pode vir implcito. Estabelece-se uma relao entre o

    antecedente e o consequente, isto , sendo o antecedente verdadeiro ou possvel, o consequente tambm o ser.

    Na relao de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma

    condio hipottica, isto ,, cria-se na proposio introduzida pelo articula- dor se/caso uma hiptese que condicionar o que ser dito na proposio seguinte. Em geral, a proposio situa-se num tempo futuro.

    Caso tenha frias, (ento) viajarei para Buenos Aires.

    causalidade: expressa pela combinao de duas proposies, uma

    das quais encerra a causa que acarreta a consequncia expressa na outra. Tal relao pode ser veiculada de diferentes formas:

    Passei no vestibular porque estudei muito

    visto que j que

    uma vez que

    consequncia causa

    Estudei tanto que passei no vestibular. Estudei muito por isso passei no vestibular

    causa consequncia

    Como estudei passei no vestibular Por ter estudado muito passei no vestibular

    causa consequncia

    finalidade: uma das proposies do perodo explicita o(s) meio(s) para

    se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais so: para, afim de, para que.

    Lngua Portuguesa 7

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    A E I O U

    B C D F G H J K L M N K P R S T V X Z Y W

    Utilizo o automvel a fim de facilitar minha vida.

    conformidade: essa relao expressa-se por meio de duas proposi-

    es, em que se mostra a conformidade de contedo de uma delas em relao a algo afirmado na outra.

    O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. segundo consoante como de acordo com a solicitao...

    temporalidade: a relao por meio da qual se localizam no tempo

    aes, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de duas proposies.

    Quando Mal Logo que terminei o colgio, matriculei-me aqui. Assim que Depois que No momento em que Nem bem

    a) concomitncia de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-

    dava com afinco. Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada uma das proposies.

    b) um tempo progressivo: proporo que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.

    bar enchia de frequentadores medida que a noite caa.

    Concluso: um enunciado introduzido por articuladores como portan- to, logo, pois, ento, por conseguinte, estabelece uma concluso em relao a algo dito no enunciado anterior:

    Assistiu a todas as aulas e realizou com xito todos os exerccios. Por-

    tanto tem condies de se sair bem na prova.

    importante salientar que os articuladores conclusivos no se limitam a articular frases. Eles podem articular pargrafos, captulos.

    Comparao: estabelecida por articuladores : tanto (to)...como,

    tanto (tal)...como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim como.

    Ele to competente quanto Alberto.

    Explicao ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por- que introduzem uma justificativa ou explicao a algo j anteriormente referido.

    No se preocupe que eu voltarei

    pois porque

    As pausas Os articuladores so, muitas vezes, substitudos por pausas (marca-

    das por dois pontos, vrgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar tipos de relaes diferentes.

    Compramos tudo pela manh: tarde pretendemos viajar. (causalida-

    reduo lexical.

    Interpretar e produzir textos de qualidade so tarefas muito importantes

    na formao do aluno. Para realiz-las de modo satisfatrio, essencial saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do discurso. A linguagem um ato intencional, o indivduo faz escolhas quan- do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas escolhas, de modo a fazer com que suas opinies sejam aceitas ou respei- tadas, fundamental lanar mo dos operadores que estabelecem ligaes (espcies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.

    FONTICA E FONOLOGIA

    Em sentido mais elementar, a Fontica o estudo dos sons ou dos fo-

    nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os quais caracterizam a oposio entre os vocbulos.

    Ex.: em pato e bato o som inicial das consoantes p- e b- que ope entre

    si as duas palavras. Tal som recebe a denominao de FONEMA.

    Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos trs slabas e seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa slaba pode haver um ou mais fonemas.

    No sistema fontica do portugus do Brasil h, aproximadamente, 33 fo- nemas.

    importante no confundir letra com fonema. Fonema som, letra o

    sinal grfico que representa o som.

    Vejamos alguns exemplos: Manh 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / Txi 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i Corre letras: 5: fonemas: 4 Hora letras: 4: fonemas: 3 Aquela letras: 6: fonemas: 5 Guerra letras: 6: fonemas: 4 Fixo letras: 4: fonemas: 5 Hoje 4 letras e 3 fonemas Canto 5 letras e 4 fonemas Tempo 5 letras e 4 fonemas Campo 5 letras e 4 fonemas Chuva 5 letras e 4 fonemas

    LETRA - a representao grfica, a representao escrita, de um

    determinado som.

    CLASSIFICAO DOS FONEMAS

    VOGAIS

    a, e, i, o, u

    SEMIVOGAIS S h duas semivogais: i e u, quando se incorporam vogal numa

    mesma slaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-a-ra, te- sou-ro, Pa-ra-guai.

    CONSOANTES

    b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z

    de) No fique triste. As coisas se resolvero. (justificativa) Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos flor da pele. ( oposi-

    ENCONTROS VOCLICOS o)

    No estive presente cerimnia. No posso descrev-la. (concluso) http://www.seaac.com.br/

    A anlise de expresses referenciais fundamental na interpretao do

    discurso. A identificao de expresses correferentes importante em diversas aplicaes de Processamento da Linguagem Natural. Expresses referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou podem fazer referncia a entidades j mencionadas,podendo fazer uso de

    A sequncia de duas ou trs vogais em uma palavra, damos o nome de encontro voclico.

    Ex.: cooperativa

    Trs so os encontros voclicos: ditongo, tritongo, hiato

    DITONGO a combinao de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa. Dividem-se em:

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    - orais: pai, fui - nasais: me, bem, po - decrescentes: (vogal + semivogal) meu, riu, di - crescentes: (semivogal + vogal) ptria, vcuo

    TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal) Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guo, quo, iguais, mnguam

    HIATO o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-

    as diferentes emisses de voz. Ex.: fa-s-ca, sa--de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci--me, po-ei-ra, cru-el, ju--

    zo

    SLABA D-se o nome de slaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados

    numa s emisso de voz.

    Quanto ao nmero de slabas, o vocbulo classifica-se em: Monosslabo - possui uma s slaba: p, mel, f, sol. Disslabo - possui duas slabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. Trisslabo - possui trs slabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. Polisslabo - possui mais de trs slabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-

    li-da-de.

    TONICIDADE Nas palavras com mais de uma slaba, sempre existe uma slaba que se

    pronuncia com mais fora do que as outras: a slaba tnica. Exs.: em l-gri-ma, a slaba tnica l; em ca-der-no, der; em A-ma-p,

    p.

    Considerando-se a posio da slaba tnica, classificam-se as palavras em:

    Oxtonas - quando a tnica a ltima slaba: Pa-ra-n, sa-bor, do- mi-n.

    Paroxtonas - quando a tnica a penltima slaba: mr-tir, ca-r- ter, a-m-vel, qua-dro.

    Proparoxtonas - quando a tnica a antepenltima slaba: -mi-do, c-li-ce, ' s-fre-go, ps-se-go, l-gri-ma.

    ENCONTROS CONSONANTAIS a sequncia de dois ou mais fonemas consonnticos num vocbulo. Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.

    DGRAFOS So duas letras que representam um s fonema, sendo uma grafia com-

    posta para um som simples.

    H os seguintes dgrafos: 1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.

    Exs.: chave, malha, ninho. 2) Os constitudos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e

    ss. Exs. : carro, pssaro.

    3) Os grupos gu, qu, sc, s, xc, xs. Exs.: guerra, quilo, nascer, cresa, exceto, exsurgir.

    4) As vogais nasais em que a nasalidade indicada por m ou n, encer- rando a slaba em uma palavra. Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.

    NOTAESLXICAS So certos sinais grficos que se juntam s letras, geralmente para lhes

    dar um valor fontico especial e permitir a correta pronncia das palavras.

    So os seguintes: 1) o acento agudo indica vogal tnica aberta: p, av, lgrimas; 2) o acento circunflexo indica vogal tnica fechada: av, ms, nco-

    ra; 3) o acento grave sinal indicador de crase: ir cidade; 4) o til indica vogal nasal: l, m; 5) a cedilha d ao c o som de ss: moa, lao, aude; 6) o apstrofo indica supresso de vogal: me-dgua, pau-dalho;

    o hfen une palavras, prefixos, etc.: arcos-ris, peo-lhe, ex-aluno.

    ORTOGRAFIA OFICIAL

    As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que h fonemas

    que podem ser representados por mais de uma letra, o que no feito de modo arbitrrio, mas fundamentado na histria da lngua.

    Eis algumas observaes teis:

    DISTINO ENTRE J E G

    1. Escrevem-se com J: a) As palavras de origem rabe, africana ou amerndia: canjica. cafajeste,

    canjer, paj, etc. b) As palavras derivadas de outras que j tm j: laranjal (laranja), enrije-

    cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. c) As formas dos verbos que tm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,

    despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais

    mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.

    2. Escrevem-se com G: a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,

    ferrugem, etc. b) Excees: pajem, lambujem. Os finais: GIO, GIO, GIO e GIO:

    estgio, egrgio, relgio refgio, prodgio, etc. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.

    DISTINO ENTRE S E Z

    1. Escrevem-se com S: a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. b) O sufixo S e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos ptrios

    ou que indicam profisso, ttulo honorfico, posio social, etc.: portu- gus portuguesa, campons camponesa, marqus marquesa, burgus burguesa, monts, pedrs, princesa, etc.

    c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocbulo for

    erudito ou de aplicao cientfica, no haver dvida, hiptese, exege- se anlise, trombose, etc.

    e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, causa.

    f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina em S: pesquisar (pesquisa), analisar (anlise), avisar (aviso), etc.

    g) Quando for possvel a correlao ND - NS: escandir: escanso; preten- der: pretenso; repreender: repreenso, etc.

    2. Escrevem-se em Z. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que tm o

    mesmo radical. Civilizar: civilizao, civilizado; organizar: organizao, organizado; realizar: realizao, realizado, etc.

    b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.

    c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e ZITO: cafezal, cinzeiro, chapeuzinho, cozito, etc.

    DISTINO ENTRE X E CH:

    1. Escrevem-se com X a) Os vocbulos em que o X o precedido de ditongo: faixa, caixote,

    feixe, etc. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc. d) EXCEO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espcie de

    rvore que produz o ltex). e) Observao: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-

    chapelar, enchumaar", embora se iniciem pela slaba "en", so grafa- das com "ch", porque so palavras formadas por prefixao, ou seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en- cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en + radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:

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    en + radical de chapu; enchumaar: en + radical de chumao).

    2. Escrevem-se com CH: a) charque, chiste, chicria, chimarro, ficha, cochicho, cochichar, estre-

    buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal- sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim- bo, comicho, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi- la, piche, pichar, tchau.

    b) Existem vrios casos de palavras homfonas, isto , palavras que possuem a mesma pronncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se distingue pelo contraste entre o x e o ch. Exemplos: brocha (pequeno prego) broxa (pincel para caiao de paredes) ch (planta para preparo de bebida) x (ttulo do antigo soberano do Ir) chal (casa campestre de estilo suo) xale (cobertura para os ombros) chcara (propriedade rural) xcara (narrativa popular em versos) cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada do xadrez) cocho (vasilha para alimentar animais) coxo (capenga, imperfeito)

    DISTINO ENTRE S, SS, E C Observe o quadro das correlaes:

    A palavra mas atua como uma conjuno coordenada adversativa, de- vendo ser utilizada em situaes que indicam oposio, sentido contrrio. Vejamos, pois: Esforcei-me bastante, mas no obtive o resultado necessrio. J o vocbulo mais se classifica como pronome indefinido ou advrbio de intensidade, opondo-se, geralmente, a menos. Observemos: Ele escolheu a camiseta mais cara da loja.

    Onde e aonde Aonde resulta da combinao entre a + onde, indicando movimento para algum lugar. usada com verbos que tambm expressem tal aspecto (o de movimento). Assim, vejamos: Aonde voc vai com tanta pressa? Onde indica permanncia, lugar em que se passa algo ou que se est. Portanto, torna-se aplicvel a verbos que tambm denotem essa caracters- tica (estado ou permanncia). Vejamos o exemplo: Onde mesmo voc mora?

    Que e qu O que pode assumir distintas funes sintticas e morfolgicas, entre elas a de pronome, conjuno e partcula expletiva de realce: Convm que voc chegue logo. Nesse caso, o vocbulo em questo atua como uma conjuno integrante. J o qu, monosslabo tnico, atua como interjeio e como substantivo, em se tratando de funes morfossintticas: Ela tem um qu de mistrio.

    Correlaes t - c ter-teno

    rg - rs rt - rs pel - puls corr - curs sent - sens ced - cess

    gred - gress

    prim - press tir - sso

    Exemplos ato - ao; infrator - infrao; Marte - marcial abster - absteno; ater - ateno; conter - conteno, deter - deteno; reter - reteno aspergir - asperso; imergir - imerso; submergir - submer- so; inverter - inverso; divertir - diverso impelir - impulso; expelir - expulso; repelir - repulso correr - curso - cursivo - discurso; excurso - incurso sentir - senso, sensvel, consenso ceder - cesso - conceder - concesso; interceder - inter- cesso. exceder - excessivo (exceto exceo) agredir - agresso - agressivo; progredir - progresso - progresso - progressivo imprimir - impresso; oprimir - opresso; reprimir - repres- so. admitir - admisso; discutir - discusso, permitir - permisso. (re)percutir - (re)percusso

    Mal e mau Mal pode atuar com substantivo, relativo a alguma doena; advrbio, denotando erradamente, irregularmente; e como conjuno, indicando tempo. De acordo com o sentido, tal expresso sempre se ope a bem: Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor- tado bem) Mau ope-se a bom, ocupando a funo de adjetivo: Pedro um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)

    Ao encontro de / de encontro a Ao encontro de significa ser favorvel, aproximar-se de algo: Suas ideias vo ao encontro das minhas. (So favorveis) De encontro a denota oposio a algo, choque, coliso: O carro foi de encontro ao poste.

    Afim e a fim Afim indica semelhana, relacionando-se com a ideia relativa afinidade: Na faculdade estudamos disciplinas afins.

    PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES

    Mas ou mais: dvidas de ortografia

    Publicado por: Vnia Maria do Nascimento Duarte

    Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expresses geralmente so alvo de questionamentos por parte dos usurios da lngua.

    Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padro formal da lingua- gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa postura enquanto usurios do sistema lingustico. Contudo, tal situao no parece assim to simples, haja vista que alguns contratempos sempre tendem a surgir. Um deles diz respeito a questes ortogrficas no mo- mento de empregar esta ou aquela palavra. Nesse sentido nunca demais mencionar que o emprego correto de um determinado vocbulo est intimamente ligado a pressupostos semnticos, visto que cada vocbulo carrega consigo uma marca significativa de senti- do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos sonoros, bem como nos aspectos grficos, traduzem significados distintos, aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos bom uso da nossa lngua sempre que a situao assim o exigir. Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte- rsticas que nutrem algumas expresses que rotineiramente utilizamos. Entre elas, destacamos:

    Mas e mais

    A fim indica ideia de finalidade: Estudo a fim de que possa obter boas notas.

    A par e ao par A par indica o sentido voltado para ciente, estar informado acerca de algo: Ele no estava a par de todos os acontecimentos. Ao par representa uma expresso que indica igualdade, equivalncia ente valores financeiros: Algumas moedas estrangeiras esto ao par.

    Demais e de mais Demais pode atuar como advrbio de intensidade, denotando o sentido de muito: A vtima gritava demais aps o acidente. Tal palavra pode tambm representar um pronome indefinido, equivalendo- se aos outros, aos restantes: No se importe com o que falam os demais. De mais se ope a de menos, fazendo referncia a um substantivo ou a um pronome: Ele no falou nada de mais.

    Seno e se no Seno tem sentido equivalente a caso contrrio ou a no ser: bom que se apresse, seno poder chegar atrasado. Se no se emprega a oraes subordinadas condicionais, equivalendo-se a caso no:

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    Se no chover iremos ao passeio.

    Na medida em que e medida que Na medida em que expressa uma relao de causa, equivalendo-se a porque, uma vez que e j que: Na medida em que passava o tempo, a saudade ia ficando cada vez mais apertada. medida que indica a ideia relativa proporo, desenvolvimento grada- tivo: medida que iam aumentando os gritos, as pessoas se aglomeravam

    substantivo e tem significado de o motivo, a razo. Vem acompanha- do de artigo, pronome, adjetivo ou numeral. Exemplos: O porqu de no estar conversando porque quero estar con- centrada. (motivo) Diga-me um porqu para no fazer o que devo. (uma razo) Por Sabrina Vilarinho

    FORMAS VARIANTES Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer

    uma delas considerada correta. Eis alguns exemplos. ainda mais.

    Nenhum e nem um Nenhum representa o oposto de algum: Nenhum aluno fez a pesquisa. Nem um equivale a nem sequer um: Nem uma garota ganhar o prmio, quem dir todas as competidoras.

    Dia a dia e dia-a-dia (antes da nova reforma ortogrfica grafado com hfen): Antes do novo acordo ortogrfico, a expresso dia-a-dia, cujo sentido fazia referncia ao cotidiano, era grafada com hfen. Porm, depois de instaurado, passou a ser utilizada sem dele, ou seja: O dia a dia dos estudantes tem sido bastante conturbado. J dia a dia, sem hfen mesmo antes da nova reforma, atua como uma

    aluguel ou aluguer alpartaca, alpercata ou alpargata amdala ou amgdala assobiar ou assoviar assobio ou assovio azala ou azaleia bbado ou bbedo blis ou bile cibra ou cimbra carroaria ou carroceria chimpanz ou chipanz debulhar ou desbulhar fleugma ou fleuma

    hem? ou hein? imundcie ou imundcia infarto ou enfarte laje ou lajem lantejoula ou lentejoula nen ou nenen nhambu, inhambu ou nambu quatorze ou catorze surripiar ou surrupiar taramela ou tramela relampejar, relampear, relampeguear ou relampar porcentagem ou percentagem

    locuo adverbial referente a todos os dias e permaneceu sem nenhuma alterao, ou seja: Ela vem se mostrando mais competente dia a dia.

    Fim-de-semana e fim de semana A expresso fim-de-semana, grafada com hfen antes do novo acordo, faz referncia a descanso, diverso, lazer. Com o advento da nova reforma ortogrfica, alguns compostos que apresentam elementos de ligao, como o caso de fim de semana, no so mais escritos com hfen. Portanto, o correto : Como foi seu fim de semana? Fim de semana tambm possui outra acepo semntica (significado), relativa ao final da semana propriamente dito, aquele que comeou no domingo e agora termina no sbado. Assim, mesmo com a nova reforma ortogrfica, nada mudou no tocante ortografia: Viajo todo fim de semana. Vnia Maria do Nascimento Duarte

    O uso dos porqus

    O uso dos porqus um assunto muito discutido e traz muitas dvidas. Com a anlise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porqus para que no haja mais impreciso a respeito desse assunto.

    Por que O por que tem dois empregos diferenciados: Quando for a juno da preposio por + pronome interrogativo ou indefini- do que, possuir o significado de por qual razo ou por qual motivo: Exemplos: Por que voc no vai ao cinema? (por qual razo) No sei por que no quero ir. (por qual motivo) Quando for a juno da preposio por + pronome relativo que, possuir o significado de pelo qual e poder ter as flexes: pela qual, pelos quais, pelas quais. Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

    Por qu Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamao, o por qu dever vir acentuado e continuar com o significado de por qual motivo, por qual razo. Exemplos: Vocs no comeram tudo? Por qu? Andar cinco quilmetros, por qu? Vamos de carro.

    Porque conjuno causal ou explicativa, com valor aproximado de pois, uma vez que, para que. Exemplos: No fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois) No v fazer intrigas porque prejudicar voc mesmo. (uma vez que) Porqu

    EMPREGO DE MAISCULAS E MINSCULAS

    Escrevem-se com letra inicial maiscula: 1) a primeira palavra de perodo ou citao.

    Diz um provrbio rabe: "A agulha veste os outros e vive nua." No incio dos versos que no abrem perodo facultativo o uso da letra maiscula.

    2) substantivos prprios (antropnimos, alcunhas, topnimos, nomes sagrados, mitolgicos, astronmicos): Jos, Tiradentes, Brasil, Amaznia, Campinas, Deus, Maria Santssima, Tup, Minerva, Via- Lctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. O deus pago, os deuses pagos, a deusa Juno.

    3) nomes de pocas histricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Mdia, Renascena, Centenrio da Independncia do Brasil, a Pscoa, o Natal, o Dia das Mes, etc.

    4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da Repblica, etc.

    5) nomes de altos conceitos religiosos ou polticos: Igreja, Nao, Estado, Ptria, Unio, Repblica, etc.

    6) nomes de ruas, praas, edifcios, estabelecimentos, agremiaes, rgos pblicos, etc.: Rua do 0uvidor, Praa da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colgio Santista, etc.

    7) nomes de artes, cincias, ttulos de produes artsticas, literrias e cientficas, ttulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lusadas, 0 Guarani, Dicionrio Geogrfico Brasileiro, Correio da Manh, Manchete, etc.

    8) expresses de tratamento: Vossa Excelncia, Sr. Presidente, Excelentssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.

    9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regies: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o pas de norte a sul. O Sol nasce a leste.

    10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o dio, a Morte, o Jabuti (nas fbulas), etc.

    Escrevem-se com letra inicial minscula: 1) nomes de meses, de festas pags ou populares, nomes gentlicos,

    nomes prprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc.

    2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral: So Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua ptria.

    3) nomes comuns antepostos a nomes prprios geogrficos: o rio Amazonas, a baa de Guanabara, o pico da Neblina, etc.

    4) palavras, depois de dois pontos, no se tratando de citao direta: "Qual deles: o hortelo ou o advogado?" (Machado de Assis) "Chegam os magos do Oriente, com suas ddivas: ouro, incenso,

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  • Editora Tradio . recuper-los Conhec-los p-los guard-la F comp-los ris (moeda) Vu di mis cu mi pastis Chapus anzis ningum parabns Jerusalm

    Ch Ms ns Gs Sap cip Dar Caf avs Par Vocs comps vatap pontaps s Alis portugus rob d-lo v-lo av

    SINGULAR PLURAL Ele tem Eles tm Ele vem Eles vm

    mirra." (Manuel Bandeira)

    ORTOGRAFIA OFICIAL

    Novo Acordo Ortogrfico

    O Novo Acordo Ortogrfico visa simplificar as regras ortogrficas da Lngua Portuguesa e aumentar o prestgio social da lngua no cenrio internacional. Sua implementao no Brasil segue os seguintes parmetros: 2009 vigncia ainda no obrigatria, 2010 a 2012 adaptao completa dos livros didticos s novas regras; e a partir de 2013 vigncia obrigat- ria em todo o territrio nacional. Cabe lembrar que esse Novo Acordo Ortogrfico j se encontrava assinado desde 1990 por oito pases que falam a lngua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas s agora que teve sua implementao. equvoco afirmar que este acordo visa uniformizar a lngua, j que uma lngua no existe apenas em funo de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia apenas um aspecto superficial da escrita da lngua, e que as diferenas entre o Portugus falado nos diversos pases lusfonos subsisti- ro em questes referentes pronncia, vocabulrio e gramtica. Uma lngua muda em funo de seus falantes e do tempo, no por meio de Leis ou Acordos.

    A queixa de muitos estudantes e usurios da lngua escrita que, depois de internalizada uma regra, difcil desaprend-la. Ento, cabe aqui uma dica: quando se tiver uma dvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fcil acesso) ou, na melhor das hipteses, use um sinnimo para referir-se a tal palavra.

    Mostraremos nessa srie de artigos o Novo Acordo de uma maneira des- complicada, apontando como que fica estabelecido de hoje em diante a Ortografia Oficial do Portugus falado no Brasil.

    Alfabeto

    A influncia do ingls no nosso idioma agora oficial. H muito tempo as letras k, w e y faziam parte do nosso idioma, isto no nenhu- ma novidade. Elas j apareciam em unidades de medidas, nomes prprios e palavras importadas do idioma ingls, como: km quilmetro, kg quilograma Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.

    Trema No se usa mais o trema em palavras do portugus. Quem digita muito textos cientficos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever lingustica, frequncia. Ele s vai permanecer em nomes prprios e seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bndchen no vai deixar de usar o trema em seu nome, pois de origem alem. (neste caso, o l-se i)

    ACENTUAO GRFICA Quanto Posio Da Slaba Tnica

    1. Acentuam-se as oxtonas terminadas em A, E, O, seguidas ou no de S, inclusive as formas verbais quando seguidas de LO(s) ou LA(s). Tambm recebem acento as oxtonas terminadas em ditongos abertos, como I, U, I, seguidos ou no de S

    Ex.

    Resumindo:

    S no acentuamos oxtonas terminadas em I ou U, a no ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras ba, a, Esa e atra-lo so acentuadas porque as vogais i e u esto tnicas nestas palavras.

    2. Acentuamos as palavras paroxtonas quando terminadas em:

    L afvel, fcil, cnsul, desejvel, gil, incrvel. N plen, abdmen, smen, abdmen. R cncer, carter, nctar, reprter. X trax, ltex, nix, fnix. PS frceps, Quops, bceps. (S) m, rfs, ms, Blcs. O(S) rgo, bno, sto, rfo. I(S) jri, txi, lpis, grtis, osis, miostis. ON(S) nilon, prton, eltrons, cnon. UM(S) lbum, frum, mdium, lbuns. US nus, bnus, vrus, Vnus.

    Tambm acentuamos as paroxtonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal): Nvoa, infncia, tnue, calvcie, srie, polcia, residncia, frias, lrio. 3. Todas as proparoxtonas so acentuadas. Ex. Mxico, msica, mgico, lmpada, plido, plido, sndalo, crisntemo, pblico, proco, proparoxtona. QUANTO CLASSIFICAO DOS ENCONTROS VOCLICOS 4. Acentuamos as vogais I e U dos hiatos, quando:

    Formarem slabas sozinhos ou com S

    Ex. Ju--zo, Lu-s, ca-fe--na, ra--zes, sa--da, e-go-s-ta. IMPORTANTE Por que no acentuamos ba-i-nha, fei-u-ra, ru-im, ca-ir, Ra-ul, se todos so i e u tnicas, portanto hiatos? Porque o i tnico de bainha vem seguido de NH. O u e o i tnicos de ruim, cair e Raul formam slabas com m, r e l respectivamente. Essas consoantes j soam forte por natureza, tornando naturalmente a slaba tnica, sem precisar de acento que reforce isso. 5. Trema No se usa mais o trema em palavras da lngua portuguesa. Ele s vai permanecer em nomes prprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bndchen, Mller, mlleriano (neste caso, o l-se i) 6. Acento Diferencial O acento diferencial permanece nas palavras: pde (passado), pode (presente) pr (verbo), por (preposio) Nas formas verbais, cuja finalidade determinar se a 3 pessoa do verbo est no singular ou plural:

    Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de ter e vir, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

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    Trema

    Novo Acordo Ortogrfico Descomplicado Paroxtonas terminadas em M no levam acento, mas as oxtonas SIM. Jovens provns Paroxtonas terminadas em ENS no levam acento, mas as oxtonas

    No se usa mais o trema, salvo em nomes prprios e seus derivados. Acento diferencial No preciso usar o acento diferencial para distinguir:

    1. Para (verbo) de para (preposio)

    Esse carro velho para em toda esquina. Estarei voltando para casa daqui a uma hora.

    1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposio + artigo) e pelo (subs- tantivo) 2. Polo (substantivo) de polo (combinao antiga e popular de por e lo). 3. pera (fruta) de pera (preposio arcaica).

    A pronncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se- mediante o contexto. Acento agudo Ditongos abertos ei, oi No se usa mais acento nos ditongos ABERTOS ei, oi quando estiverem na penltima slaba. He-roi-co ji-boi-a As-sem-blei-a i-dei-a Pa-ra-noi-co joi-a OBS. S vamos acentuar essas letras quando vierem na ltima slaba e se o som delas estiverem aberto. Cu vu Di heri Chapu belelu Rei, dei, comeu, foi (som fechado sem acento) No se recebem mais acento agudo as vogais tnicas I e U quando forem paroxtonas (penltima slaba forte) e precedidas de ditongo. feiura baiuca cheiinho saiinha boiuno No devemos mais acentuar o U tnico os verbos dos grupos GUE/GUI e QUE/QUI. Por isso, esses verbos sero grafados da seguinte maneira: Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o U tem som forte) Arguo apazigue Enxague arguem Delinguo Acento Circunflexo No se acentuam mais as vogais dobradas EE e OO. Creem veem Deem releem Leem descreem Voo perdoo enjoo Outras dicas H muito tempo a palavra coco fruto do coqueiro deixou de ser acen- tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: Quero beber gua de cco. Quem recebe acento coc palavra popularmente usada para se referir a excremento. Ento, a menos se que queira beber gua de fezes, melhor parar de colocar acento em coco. Para verificar praticamente a necessidade de acentuao grfica, utilize o critrio das oposies: Imagem armazm

    levam. til sutil Paroxtonas terminadas em L tm acento, mas as oxtonas no levam porque o L, o R e o Z deixam a slaba em que se encontram natural- mente forte, no preciso um acento para reforar isso. por isso que: as palavras rapaz, corao, Nobel, capataz, pastel, bom- bom; verbos no infinitivo (terminam em ar, -er, -ir) doar, prover, consu- mir so oxtonas e no precisam de acento. Quando terminarem do mesmo jeito e forem paroxtonas, ento vo precisar de acento.

    Uso do Hfen

    Novo Acordo Ortogrfico Descomplicado (Parte V) Uso do Hfen

    Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortogrfico e a grande queixa entre os que usam a Lngua Portuguesa em sua modalidade escrita tem gerado em torno do seguinte questionamento: por que mudar uma coisa que a gente demorou um tempo para aprender? Bom, para quem j dominava a antiga ortografia, realmente essa mudana foi uma chateao. Quem saiu se beneficiando foram os que esto comeando agora a adquirir o cdigo escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I. Se voc tem dificuldades em memorizar regras, intil estudar o Novo Acordo comparando o antes e o depois, feito revista de propaganda de cosmticos. O ideal que as mudanas sejam compreendidas e gravadas na memria: para isso, preciso coloc-las em prtica. No precisa mais quebrar a cabea: uso hfen ou no?

    Regra Geral

    A letra H uma letra sem personalidade, sem som. Em Helena, no tem som; em Hollywood, tem som de R. Portanto, no deve aparecer encostado em prefixos:

    pr-histria anti-higinico sub-heptico super-homem

    Ento, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA. Anti-inflamatrio neoliberalismo Supra-auricular extraoficial Arqui-inimigo semicrculo sub-bibliotecrio superintendente Quanto ao R e o S, se o prefixo terminar em vogal, a consoante dever ser dobrada: suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia) minissaia antissptico contrarregra megassaia Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, no se unem de jeito nenhum.

    Sub-reino ab-rogar sob-roda

    ATENO! Quando dois R ou S se encontrarem, permanece a regra geral: letras iguais, SEPARA. super-requintado super-realista inter-resistente

    Lngua Portuguesa 13

  • Editora Tradio .

    CONTINUAMOS A USAR O HFEN

    Diante dos prefixos ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-: Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , Vizo-rei Diante de ps-, pr- e pr-, quando TEM SOM FORTE E ACENTO. ps-tnico, pr-escolar, pr-natal, pr-labore pr-africano, pr-europeu, ps-graduao Diante de pan-, circum-, quando juntos de vogais. Pan-americano, circum-escola OBS. Circunferncia junto, pois est diante da consoante F. NOTA: Veja como fica estranha a pronncia se no usarmos o hfen: Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola. ATENO! No se usa o hfen diante de CO-, RE-, PRE (SEM ACENTO) Coordenar reedio preestabelecer Coordenao refazer preexistir Coordenador reescrever prever Coobrigar relembrar Cooperao reutilizao Cooperativa reelaborar O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, conhecer e usar pelo menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dvida numa palavra, compare-a palavra que voc j sabe e escreva-a duas vezes: numa voc usa o hfen, na outra no. Qual a certa? Confie na sua memria! Uma delas vai te parecer mais familiar.

    REGRA GERAL (Resumindo)

    Letras iguais, separa com hfen(-). Letras diferentes, junta. O H no tem personalidade. Separa (-). O R e o S, quando esto perto das vogais, so dobrados. Mas no se juntam com consoantes. http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico- descomplicado-parte-i/

    ACENTUAO GRFICA - resumo

    ORTOGRAFIA OFICIAL Por Paula Perin dos Santos

    O Novo Acordo Ortogrfico visa simplificar as regras ortogrficas da

    Lngua Portuguesa e aumentar o prestgio social da lngua no cenrio internacional. Sua implementao no Brasil segue os seguintes parmetros: 2009 vigncia ainda no obrigatria, 2010 a 2012 adaptao completa dos livros didticos s novas regras; e a partir de 2013 vigncia obrigat- ria em todo o territrio nacional. Cabe lembrar que esse Novo Acordo Ortogrfico j se encontrava assinado desde 1990 por oito pases que falam a lngua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas s agora que teve sua implementao.

    equvoco afirmar que este acordo visa uniformizar a lngua, j que

    uma lngua no existe apenas em funo de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia apenas um aspecto superficial da escrita da lngua, e que as diferenas entre o Portugus falado nos diversos pases lusfonos subsistiro em questes referentes pronncia, vocabulrio e gramtica