01 - funcionamento do sistema econômico

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Mercado Sem Mistério

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DISCIPLINA 1 – FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO

Objetivos

Ao final desta disciplina, você conhecerá:

Os agentes econômicos

Os setores econômicos

A relação entre Agentes e Setores

O Fluxo do Sistema Econômico

Papel do Banco Central em uma Economia Moderna; Instrumentos de política monetária;

O Copom

Definição de regimes cambiais: Câmbio Fixo; Câmbio Flutuante e Bandas Cambiais;

Mercado Financeiro: Mercado Primário e Mercado Secundário;

Mercados do Mercado Financeiro: Mercado monetário; Mercado de crédito; Mercado de câmbio e Mercado de capitais;

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1. Conceitos Básicos

1.1. Identificação dos Agentes Ativos

São os responsáveis diretos pelas ações econômicas desenvolvidas no sistema. Os agentes são agrupados em função da natureza de suas ações econômicas.

A) Unidades Familiares: Empregados ou não. Formam o potencial de recursos para o processamento das atividades produtivas. Englobam os que recebem transferências pagas pela previdência social ou outras entidades, empresários e proprietários de fatores de produção (trabalho, terra e capital).

B) Empresas: Unidades produtoras dos setores primário, secundário e terciário. As empresas reúnem, organizam e remuneram os fatores de produção fornecidos pelas unidades familiares.

C) Governo: As receitas são provenientes dos impostos e do lucro das estatais. As despesas são pagamentos efetuados nos fornecimentos de bens e serviços à sociedade,na produção de bens e serviços públicos como saúde, educação e segurança.

D) Resto do Mundo: Transações econômicas entre unidades familiares, empresas e governo do país, com agentes semelhantes de outros países.

1.2. Identificação dos Setores Econômicos das Unidades Produtoras

São classificadas em três grandes setores que se inter-relacionam:

A) Primário (Agricultura)

Lavouras - culturas permanentes e temporárias;

Produção animal e derivados;

Extração vegetal e sivicultura.

B) Secundário (Indústria)

Indústria extrativa mineral;

Indústria de transformação;

Indústria da construção civil.

C) Terciário (Serviços)

Comércio - atacadistas e varejistas;

Intermediários financeiros;

Transportes e comunicações;

Governo;

Outros serviços: serviços auxiliares de comércio e armazenagem, alojamentos.

1.3. Inter-relações entre Agentes e Setores

São Classificadas em 03 diagramas:

Diagrama 1 - Modelo de economia fechada sem governo

Relações entre unidades familiares e empresas.

Diagrama 2 - Modelo completo de economia fechada

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Relações entre unidades familiares, empresas e governo.

Diagrama 3 - Modelo completo de economia aberta

Relações entre agentes do país e o resto do mundo:

Mercado de Fatores: Mercado no qual as famílias ofertam fatores de produção (terra, capital e trabalho) e as empresas demandam e organizam estes fatores para produção de bens e serviços.

Mercado de Bens e Serviços: Mercado no qual são ofertados os bens e serviços produzidos pelas empresas.

2. Fluxo Circular do Sistema Econômico

2.1. Fatores de Produção

É a constelação dos fatores de produção (terra, capital e trabalho) que define o potencial produtivo do sistema econômico.

A utilização deste potencial leva à realização da produção de uma infinidade de bens e serviços.

A) O fator Trabalho constitui-se de todas as pessoas disponíveis para trabalhar, ou seja, é o potencial (disponibilidade) de mão-de-obra (trabalhadores) no sistema econômico. É o principal fator de produção.

B) O fator Terra são os recursos naturais disponíveis. Elementos naturais incorporáveis às atividades econômicas. Seu volume disponível depende, entre outros fatores da evolução tecnológica, do avanço da ocupação territorial, das facilidades de transportes, etc. O seu estoque não é constante.

C) O fator Capital compreende fábricas, edifícios, máquinas, escolas, hospitais e uma infinidade de outros elementos. O estoque de capital de uma economia é fundamental na eficiência do trabalho humano.

2.2. Bens e Serviços

A) De Consumo: destinam-se à satisfação direta das necessidades humanas. Podem subdividir-se em: bens de consumo duráveis (automóvel, geladeira, etc.) e bens de consumo não-duráveis (alimentação, roupas, etc.)

B) De Capital: não atendem diretamente às necessidades humanas, mas destinam-se a multiplicar a eficiência do trabalho (máquinas, estradas,etc.)

C) Intermediários: bens que devem sofrer novas transformações para se tornarem bens de consumo de capital (minério de ferro, trigo, etc.)

O fluxo desses bens se dá entre as unidades produtoras e entre estas e as unidades familiares. As unidades produtoras oferecem os fatores de produção e em contrapartida recebem salários (remuneração aos proprietários de mão de obra) juros e aluguéis (remuneração aos proprietários de capital financeiro e capital) e lucros (remuneração do empresário). Este fluxo de renda é denominado Fluxo Monetário.

O fluxo de renda permite à unidade familiar demandar bens e serviços no “mercado de bens e serviços”, que por sua vez, é suprido pelas unidades produtoras que, para produzirem demandam fatores de produção no “mercado de fatores”.

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3. Sistema Financeiro x Desenvolvimento Econômico

3.1. Papel do Banco Central em uma Economia Moderna

O Banco Central é a entidade criada para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro. Cabe-lhe cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas criadas pelo Conselho Monetário Nacional. Ë o banco dos bancos, o gestor do sistema financeiro, emite e controla fluxos de moeda e a liquidez monetária, financia o Tesouro Nacional, administra a dívida pública e é o depositário das reservas internacionais. Só ele emite dinheiro, executa os serviços de circulação da moeda, os recolhimentos compulsórios, encaixes compulsórios e depósitos voluntários das instituições financeiras e realiza operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras. Enfim, é a autoridade monetária que atua sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros visando controlar a liquidez da economia (quantidade de moeda e ou sua velocidade de circulação), é o ator da Política Monetária, que se bem conduzida contribui para que o país alcance a Expansão Econômica e Pleno Emprego, o controle da Inflação e o Equilíbrio da Balança de Pagamentos.

A execução da Política monetária permite ao Estado:

Controlar a emissão da moeda para manter a atividade econômica em expansão

Contrair a oferta de moeda sempre que surgirem tendências para a sua desvalorização

Buscar a relação de equilíbrio entre a moeda local em relação a outras moedas como instrumento de política de comércio exterior

3.1.1. Instrumentos de Política Monetária

Emissão de moeda

Forma primária de administração da política monetária. O Banco central intervém diretamente no mercado contraindo ou expandindo o volume de moeda. E assim controla a base monetária (emissão primária, física, de moeda) e também a capacidade de criação de moeda pelos bancos.

O Sistema bancário tem a característica peculiar de gerar moeda (escritural) a partir dos depósitos de seus correntistas. Como os correntistas depositantes e aqueles que fazem retiradas não são coincidentes, durante algum tempo os recursos ficam a disposição dos bancos para empréstimos.

A quantidade de recursos disponíveis nos bancos para empréstimos e a quantidade de recursos que o banco deve manter em caixa (encaixe) para atender àqueles que farão retiradas em um determinado período de tempo, é determinada por um multiplicador bancário, conhecido como K.

Open Market

O Banco Central entra no mercado comprando ou vendendo títulos através de seus dealers (Instituições Financeiras Credenciadas) em todo o país - Mercado Aberto (Open Market).

Quando o Banco Central tem o objetivo de expandir a base monetária, entra no mercado comprando títulos de sua emissão que já estão em poder do público. Ao fazer isto, ele coloca em circulação um determinado montante de dinheiro que estava em seu poder. Com mais dinheiro em circulação, a atividade econômica fica mais aquecida. O dinheiro é o intermediário das trocas, das transações. Quanto mais dinheiro em circulaçào ,mais negócios.

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A situação contrária ocorre quando o Banco Central coloca títulos à venda. Quando vende papéis, o Banco Central diminui o volume de moeda em circulação e, consequentemente, as trocas, diminuindo o nível da atividade econômica.

Enfim, o Open Market funciona como a sintonia fina da liquidez bancária. O próprio nome quando traduzido mostra a amplitude da rede nacional de negociadores públicos, o mercado é aberto porque todas as instituições financeiras podem participar dos leilões de títulos públicos.

Depósito Compulsório

O depósito compulsório é um percentual fixado pelo Banco Central, que determina o volume dos depósitos à vista, a prazo ou mesmo de poupança que será retido pelo Banco Central, diminuindo a capacidade de empréstimos dos Bancos.

O Banco Central pode aumentar ou diminuir o percentual de depósito compulsório e sua incidência de acordo com seus interesses ( expansão ou contração da liquidez do sistema ).

Quando o Banco Central diminui a taxa do compulsório, o montante retido pelo Banco Central diminui. Os bancos passam a ter mais recursos para emprestar. Ou seja, a quantidade de dinheiro disponível para crédito aumenta. Com isso, mais dinheiro fica disponível para a população e a base monetária se expande, e a partir daí, o consumo tende a aumentar e a economia cresce .

Quando o Banco Central aumenta a taxa do compulsório, ocorre a situação inversa. Os bancos comerciais vão dispor de menos recursos para empréstimo, o crédito disponível para a população diminui , a base monetária se contrai,e a economia desacelera.

Taxa de redesconto

A taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central nos empréstimos aos bancos comerciais. Muitas vezes os bancos comerciais necessitam de empréstimos de curto prazo para cumprir alguns compromissos que, por falta de liquidez no período, não teriam como cumprir. O Banco Central funciona como uma espécie de emprestador de última instância para os bancos comerciais.Quando o intuito do Banco Central é injetar dinheiro no mercado, ou seja, expandir a base monetária, ele diminui a taxa de redesconto. Os bancos comerciais se sentirão mais estimulados a pegar mais empréstimos com o Banco Central e com isso, irão reservar uma parte maior de seus recursos para empréstimos e reservarão uma menor parte para as necessidades de curto prazo. Como conseqüência, o crédito disponível aumenta, a base monetária também, e a economia é aquecida.

Quando o Banco Central aumenta a taxa de redesconto, os bancos comerciais irão reservar uma maior parte de seus recursos para o cumprimento de suas necessidades de curto prazo e diminuirão o montante reservado aos empréstimos. Com isso, a base monetária se contrai e a economia desacelera.

Portanto, podemos concluir que:

Quando o Banco Central deseja expandir a atividade econômica ele aumenta a oferta de moeda.

Quando o Banco Central deseja desacelerar a atividade econômica ele diminui a oferta de moeda

3.1.2. O Copom

O Comitê de Política Monetária do Banco Central, Copom, foi constituído em 1996. É composto pelos oito membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil. As reuniões do Copom são mensais desde 2000 e acontecem em duas sessões.

Em tese, os objetivos do Copom são:

Estabelecer diretrizes de política monetária;

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Definir a taxa Selic e seu eventual viés;

Analisar o Relatório de Inflação.

Todo mês o Copom define a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) vigente. Ela é o juro médio dos financiamentos diários dos títulos federais, também chamada de taxa básica. A taxa Selic serve de referência para o mercado. É uma espécie de piso para os juros pagos pelo governo nos título públicos, dos quais os bancos são os grandes tomadores.

Em junho de 1999, a diretriz da política monetária brasileira passou a ser regida pelas "metas para a inflação". Desde então, as decisões do comitê passaram a ter como objetivo cumprir as metas de inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Se isso não ocorre, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em carta aberta ao ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e o prazo para o restabelecimento das metas.

3.1.3. Definição de Regimes Cambiais

Os regimes cambiais são conjuntos de regras pelas quais são executados os pagamentos internacionais e pelas quais são regulados os mercados de compra e venda de moedas estrangeiras em um país.

Embora possam existir regimes cambiais mistos, os regimes cambiais usados pelos países são fundamentalmente:

Câmbio Fixo: Variante do câmbio oficial na qual a taxa de conversão da moeda nacional por outrao padrão do mercado internacional (o dólar, por exemplo) é determinada pelas autoridades monetárias e mantida inalterada por longo período.

Câmbio flutuante: A taxa de conversão da moeda nacional é determinada pelo mercado ( oferta x demanda ). Na prática, face à sensibilidade do mercado cambial a fatores políticos e sociais, as autoridades monetárias quase nunca liberam o câmbio inteiramente, e , o banco central pode entrar comprando ou vendendo moeda quando deseja sinalizar ou corrigir distorções muito fortes na taxa de câmbio.

Bandas Cambiais: é o sistema de bandas que permite a taxa cambial oscilar dentro de limites predefinidos em percentuais, abaixo e acima de um valor estabelecido pelos bancos centrais.

3.2. Mercado Financeiro

Se fizermos uma análise de uma comunidade, encontraremos indivíduos e setores que gastam aquém de suas receitas e aqueles que gastam além. Se estes gastos forem convertidos em bens de capital, dizemos que estão realizando investimento em termos macroeconômicos. Por outro lado, se estes gastos são feitos na compra de bens para satisfação imediata, estão simplesmente consumindo, e ainda, se é feita a compra de algum imóvel, o  que de fato ocorre é uma transferência de propriedade sem maiores repercussões no nível de produção do país.

O Mercado Financeiro, em última análise, transfere recursos daqueles indivíduos que poupam para aqueles que gastam além de suas rendas. O principal papel da intermediação financeira reside na elevação da taxa de poupança nacional e na sua alocação em alternativas mais rentáveis de investimento.

3.2.1. Mercado Primário

Principal Objetivo: CAPITALIZAÇÃO DO EMISSOR

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É o mercado onde é feita a primeira colocação de títulos públicos e privados que capitalizam os respectivos emissores. É ao mercado primário que empresas e governos recorrem para complementar os recursos de que necessitam.

Ex: Colocação de títulos do governo para financiamento de despesas correntes através de leilões de títulos públicos (LTN, LFT, NTBC, etc.).

Ex: Subscrição de ações: Venda de novas ações de uma S.A.. O dinheiro vai para o caixa da empresa.

3.2.2. Mercado Secundário

Principal Objetivo: LIQUIDEZ

O mercado secundário proporciona liquidez aos papéis emitidos no mercado primário; permite que os investidores que adquiriram títulos no mercado primário , negociem seus papéis.

.Ex: Venda de títulos públicos entre instituições financeiras.

.Ex: Venda de ações em mercados organizados de bolsa de valores .

3.3. Mercados do Mercado Financeiro

3.3.1. Mercado Monetário

Segmentos: Monetário;

Prazos: Curtíssimo, curto;

Fim: Controle da liquidez monetária da Economia, suprimentos momentâneos de Caixa;

Tipo de Intermediação: Bancário e não-bancário.

3.3.2. Mercado de Crédito

Segmentos: Crédito;

Prazos: Curto, médio;

Fim: Financiamento do Consumo e Capital de Giro das Empresas;

Tipo de Intermediação: Bancário e não-bancário.

3.3.3. Mercado de Câmbio

Segmentos: Câmbio;

Prazos: À vista, curto;

Fim: Conversão de valores em moedas estrangeiras e nacional;

Tipo de Intermediação: Bancário e auxiliar (Corretoras).

3.3.4. Mercado de Capitais

Segmentos: Capitais;

Prazos: Médio, longo;

Fim: Financiamento de Investimentos em capital fixo, de giro e especiais (habitação);

Tipo de Intermediação: Não-bancário.

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