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    Ética Empresarial

    Marcelo Salles da Silva

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5

    1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITO DE ÉTICA .......................................................... 71.1 A Ética nos Dias Atuais ...................................................................................................................................................81.2 A Moral.................................................................................................................................................................................91.3 A Pessoa na Empresa e os Valores Morais ...........................................................................................................101.4 Consciência Crítica .......................................................................................................................................................111.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................11

    1.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................11

    2 A ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................ 132.1 O Código de Ética Profissional e a Teoria do Mínimo Ético ..........................................................................132.2 O Código de Ética do Profissional da Ciência da Administração ................................................................142.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................162.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................16

    3 A ÉTICA EMPRESARIAL .................................................................................................................. 193.1 Conceito e Características .........................................................................................................................................193.2 Ética Empresarial nos Negócios ..............................................................................................................................203.3 Ética Empresarial na Tecnologia ..............................................................................................................................203.4 Ética Empresarial e suas Consequências Jurídicas ..........................................................................................223.5 Desafios da Ética Empresarial no Brasil e a Necessidade de Mudanças ..................................................233.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................243.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................24

    4 A RESPONSABILIDADE SOCIAL DO GESTOR ...............................................................254.1 A importância da Responsabilidade Socioambiental no Contexto Corporativo .................................274.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................284.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................29

    5 O TERCEIRO SETOR ........................................................................................................................... 315.1 A Responsabilidade Social e Desafios do Terceiro Setor ...............................................................................325.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................335.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................34

    6 PROGRAMAS SOCIAIS.................................................................................................................... 356.1 Programas Sociais não Governamentais e sua Avaliação .............................................................................356.2 Programas Sociais Governamentais e sua Avaliação ......................................................................................366.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................38

    6.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................38

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    7 A GOVERNANÇA CORPORATIVA E O COMPORTAMENTO ÉTICO................. 39 7.1 A Governança Corporativa, o Comportamento Ético e a Responsabilidade Social como

    Elementos de Impacto nos Resultados da Gestão Empresarial ..................................................................417.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................417.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................42

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 43

    REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................47

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    INTRODUÇÃO

    O objetivo geral do curso é oferecer-lhe subsídios para um estudo crítico sobre o papel da Ética no

    ambiente corporativo. A disciplina Ética Empresarial contribui para a formação de um profissional capaz

    de estabelecer um elo entre a ética corporativa e suas diversas relações.

    Esta apostila e a disciplina partem do princípio de que as organizações empresariais são criações

    do Ser Humano. Assim, vamos entender que o caráter social das empresas é característica marcante para

    entender a sua construção histórica, bem como compreender que o homem é aplicado à empresa, bus-

    cando ali a satisfação de suas necessidades e ideais.

    O mundo corporativo é competitivo e demanda inovações constantes nas organizações com o ob- jetivo de manter a qualidade e a competitividade. O desafio que enfrenta o novo profissional é o dinamis-

    mo nas inovações, o domínio tecnológico e a descentralização das decisões. Tal ambiente, permeado por

    desafios, aliados à ansiedade de êxito profissional, pode ocasionar nos profissionais questionamentos

    acerca de comportamentos, fazendo-os refletir acerca de inclinar-se ou não aos valores éticos e morais.

    Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre um debate

    sobre as questões éticas empresariais, bem como a capacitação do gestor (administrador) para trabalhar

    com esses recursos éticos.

    Finalizando, buscamos, também, destacar nesta disciplina as inúmeras possibilidades, dentro de

    um conceito ético, do terceiro setor, da governança corporativa e da responsabilidade social.Tenha um bom aproveitamento da disciplina e trabalhe para agregar conhecimentos relacionados

    à sua profissão.

    Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desta caminhada acadêmica.

    Prof. Marcelo Salles da Silva

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    ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITODE ÉTICA1 

    A ética tem íntima relação com o desejo de

    realização, sempre ajustando tais desejos a rela-

    ções “justas e aceitáveis pelos meios sociais”. Se-

    gundo a etimologia da palavra, que tem suas raí-

    zes assentadas no grego Ethos, ética significa usos

    e costumes aceitos por um grupo, demonstrando

    que, desde os tempos dos primitivos, os costu-mes eram decisivos para a aceitação da conduta

    dos indivíduos. Também pode ser interpretada

    como a morada habitual de alguém, passando a

    designar a maneira de ser habitual.

    No sentido etimológico, seja qual for a inter-

    pretação do grego, leva-nos ao mesmo destino,

    ou seja, via costumes ou via morada habitual. Am-

    bos os caminhos nos conduz à conduta humana. 

    O homem da caverna conquistava seus ali-

    mentos com lutas e da mesma forma preservava

    o seu abrigo. Tal comportamento, ao ser analisa-

    do pela civilização atual, pode não ser classifica-

    do como ético, mas se tratava de comportamento

    natural daquela civilização. O homem primitivo

    evoluiu, sua nova realidade social fez surgir novas

    realidades éticas que modificaram regras anterio-

    res. Em tal evolução, chegamos à civilização grega

    que influenciou o mundo ocidental.

    Posteriormente surgiu a ética Socrática,

    racionalista, podendo ser resumida na seguinteexpressão: o homem age corretamente quando co-

    nhece o bem, e conhecendo-o, não pode deixar de

     praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-

    -se dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz.

    A ética Socrática foi seguida pela era Platô-

    nica, em que se acreditava que a ética provinha da

    exaltação das classes dedicadas às atividades con-

    sideradas superiores, notando-se certo desprezo

    pelo trabalho. Nesse período, em uma visão ética,os escravos não tinham lugar no Estado ideal, pois

    não possuíam virtudes morais nem direitos civis.

    Com a decadência do mundo antigo greco-

    -romano, surgiram outras correntes éticas. Com o

    passar do tempo, a religião, em movimentos re-

    formistas, aboliu a chamada Ética Teocêntrica da

    Idade Média, em que a figura divina, como centro

    do conceito de correto, justo e moral, direcionava

    as condutas éticas segundo os ditames divinos,e separou a razão da fé, o Estado da Igreja. Com

    isso, tornou a ética moderna antropocêntrica, isto

    é, o homem como centro de sua atenção.

    Em meados do século XIX, face às violentas

    mudanças ocorridas na humanidade e com o de-

    senvolvimento das ciências com capacidade de

    destruição da própria humanidade, surgiu a Ética

    Contemporânea.

    Diversas são as correntes da Ética Contem-porânea, dentre elas, as principais são:

    o Existencialismo: valorização do ho-

    mem, o indivíduo como tal. Há uma

    valorização do individualismo radical e

    a ideia de que o homem é plenamente

    livre, sem qualquer vinculação com um

    criador;

     

    o Pragmatismo: teve forte presençanos Estados Unidos. Tem suas raízes as-

    sentadas em uma visão essencialmente

    DicionárioDicionário

    Ética: Estudo dos juízos de apreciação referentesà conduta humana suscetível de qualificação doponto de vista do bem e do mal, seja relativamen-te a determinada sociedade, seja de modo absolu-to (FERREIRA, 1999).

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    egoísta. Para o Pragmatismo, a verdade

    se coincide com o útil. Assim, quando

    se diz que algo é bom ou ético, significa

    que leva eficazmente à obtenção de um

    fim e necessariamente a um êxito;

      o Marxismo: nesta corrente, o Homem

    é visto como criador, produtor, transfor-mador, social e histórico. Nesta visão,

    a ética marxista dava especial valor ao

    proletariado cujo destino histórico era

    abolir a si próprio, dando origem a uma

    sociedade verdadeiramente humana;

      o Neopositivismo e as Filosofias Ana-

    líticas: teve como objetivo concentrar

    a atenção da ética na linguagem moral.

    Houve uma repulsa à toda conceituaçãoética que pretendia definir a moral como

    uma propriedade natural, pois entende-

    -se que ética não pode ser definida, mas

    pode ser captada por intuição.

    Na nossa época, o capitalismo financeiro fi-

    xou em maior proporção a exploração do Homem

    pelo Homem. Veio, assim, a exploração dos países

    pobres pelos ricos. Tomam-lhes até alimentos,matérias-primas sem contrapartida econômica. As

    ciências adquiriram autonomia cada vez maior, e a

    ética, como ocorreu com a religião, perdeu espaço

    no meio social. A partir daí, a regra predominante

    na sociedade passa a ser a procura pelo melhor

     produto, mas não considerado o que é melhor

    para o ser Humano, e sim o que dá mais lucro.

    Com tal pensamento, surge a Ética da Manipula-ção, caracterizando-se pelos seguintes pontos:

      Orientação do processo educativo para

    construir cidadãos submissos e mani-

    puláveis;

      Utilização dos meios de comunicação

    para os ideais da manipulação;

      Condução da opinião pública, criando

    necessidades onde elas inexistem e sãoindesejáveis.

    AtençãoAtenção

    As Principais Correntes Éticas Contemporâneassão:• Existencialismo;• Pragmatismo;• Marxismo;• Neopositivismo e as Filosofias Analíticas.

    Assim, nos dias atuais, a expressão éticaapresenta tradução muito próxima do conceito

    de moralidade, na medida em que a moral tam-bém é tradução de costumes aceitos por uma so-ciedade. A sutil distinção existente entre elas é oagir, como costume ou moral, e o como deveriaagir, sendo a expressão ética. Portanto, a ética dogrupo também reflete na ética dos indivíduos.

    Nessa esteira de reflexão, o grupo impõecostumes ao indivíduo, que, diante do conjuntode valores morais, agrega a ele princípios e exte-

    rioriza o comportamento ético. Sendo a exterio-rização do comportamento humano, a ética temcomo objeto o ato humano, produzido pela von-tade do homem. O estudo da ética não se ocupa

    com o estudo de forças inatas ou involuntárias,como é o caso do nascimento e da morte natural,

    que são espontâneas e não permitem a manifes-tação livre e voluntária do homem.

    Assim, a ética tem como objeto de estudo

    o Ato Humano (voluntário e livre), que é o ato

    com vontade racional, por tal razão permeado

    por inteligência e reflexão prévia.

    A liberdade do homem sobre seus atos im-

    põe o domínio da vontade sobre seus atos de tal

    forma que possa escolher entre agir e não agir, fa-

    zer ou não fazer. O ato humano como objeto deestudo da ética, comporta, para fins de estudo, di-

    visão em objeto material e objeto formal . Vejamos:

    1.1 A Ética nos Dias Atuais

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      objeto material – é o ato humano, vo-

    luntário e livre;

      objeto formal – é o estudo do aspecto

    moral do ato humano.

    Melhor esclarecendo, objeto formal é o

    ponto de estudo sob o qual uma determinada

    ciência encara o objeto material. O ato humano

    é objeto material de diversas ciências, como, por

    exemplo, a psicologia, a política, a psiquiatria e

    outros, mas cada uma dessas ciências estuda o

    objeto material sob uma ótica, no caso da ética,

    estuda o aspecto moral do ato, diferentemen-

    te das outras ciências, formando assim o objeto

    formal. Por exemplo, o aspecto moral do ato hu-

    mano que tanto interessa à ética é indiferente àciência da psicologia, que possui o mesmo objeto

    material, mas se diferencia no objeto formal.

    O aspecto moral do ato é essencial ao seu

    enquadramento ético, mas, para classificar a mo-

    ralidade contida em cada comportamento huma-

    no, é necessário delinear princípios e normas que

    sirvam para distinguir o bem do mal, o justo do in-

     justo, a virtude do vício, o honesto do desonesto.

    A ética se ocupa em buscar um querer e umagir que tenha valor absoluto de bem ao grupo

    social; tem como proposta encontrar, para toda a

    atividade do homem, um valor-guia para direcio-

    nar todo ato humano.

    1.2 A Moral

    Saiba maisSaiba mais

    Sob esta perspectiva, Chauí (2010) diz que a ética éconstituída por dois polos internamente relaciona-

    dos: o agente ou sujeito/pessoa moral e os valoresmorais ou as virtudes morais éticas, que são consi-derados os fins da ação ética ou a finalidade da vidamoral.

    Toda atividade humana é composta por

    atos, atos esses que, pelo que vimos, são objetos

    de estudo da ética. A atividade humana é regada

    por valores e é essencialmente axiológica. O Ho-

    mem, enquanto sujeito do estudo da Ética, distin-

    gue-se pelos valores que possui, assim, todo ato

    ou atividade humana, antes de serem exteriori-

    zados, são projetados à reflexão e permeados pe-

    los valores do sujeito, que os exterioriza ou não

    de acordo com sua vontade. Neste passo, a ética jamais poderá ser considerada sobreposta à con-

    duta humana, pois todos os atos racionais estão

    sujeitos a uma elevada carga moral.

    O Homem é um ser gregário, ou seja, ne-

    cessita da união social para viver, pois é na socie-

    dade que ele satisfaz suas necessidades. É muito

    comum que, na busca da realização, o homem te-

    nha conflitos de interesses com seus semelhantes,

    nascendo, assim, os chamados conflitos sociais,

    alguns desses elevados às discussões jurídicas

    para solução, muitos desses, todavia, podem ter

    solução na seara da moral. É absolutamente nor-

    mal que a sociedade, diante dos inúmeros confli-tos que surgem em seu meio, imponha algumas

    regras básicas de convivência com o objetivo de

    eliminar ou minimizar os conflitos. Nascem, as-

    sim, os códigos culturais e comportamentais.

    Os códigos culturais e comportamentais

    são normas impostas pela sociedade que se di-

    ferenciam dos valores morais, mas mantêm com

    eles íntima relação. A moral pode ser entendida

    como o conjunto de práticas, formada pelo con- junto de regras e comportamento sociais.

    DicionárioDicionário

    Segundo Ferreira (1999), a palavra ‘axiologia’ signi-fica o estudo ou teoria de alguma espécie de valor,

    particularmente dos valores morais.

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    A moral tem uma forte carga social, mas está

    apoiada em uma série de valores que formam o

    caráter moral do indivíduo, quais sejam: o religio-

    so, o familiar, o social, a cultura, a história, a natu-

    reza e outros. A composição desses valores forma,

    sem sobra de dúvidas, a personalidade moral do

    sujeito, capaz de discernir na prática do ato o cer-

    to e o errado, o justo e o injusto, de acordo com os

    valores absorvidos no meio em que vive.

    Assim, percebemos que moral é algo adqui-

    rido pela herança e preservado ou não pelo sujeito.

    AtençãoAtenção

    Segundo Cotrim (2005, p. 264), “a moral é o con- junto de normas e condutas reconhecidas comoadequadas ao comportamento humano por umadada comunidade humana. A moral estabeleceprincípios de vida capazes de orientar o homem

    para uma ação moralmente correta.”

    Em alguns países do Oriente Médio, é comume moral o homem possuir diversas mulheres. Jáno Ocidente, isto seria uma atividade totalmenteimoral e inaceitável pela sociedade.

    CuriosidadeCuriosidade

    Como vimos, o conjunto de valores e prin-

    cípios cultivados na pessoa forma a sua moralida-de, que fatalmente se exteriorizará em compor-tamentos considerados éticos ou não. Portanto,as organizações devem se preocupar em cultivaralguns princípios imprescindíveis para que o su- jeito que integra a corporação tenha condiçõesde contribuir de forma ética.

    É evidente que as organizações empresa-riais não são responsáveis em formar um sujeitoético, mas têm forte responsabilidade em criarum ambiente profissionalmente ético e capaz decontagiar, estimulando colaboradores a agiremde forma ética na solução dos conflitos, sejamefetivos ou preventivamente.

    Os valores aqui citados não são taxativos,mas simplesmente exemplificativos, pois não es-gotam os valores que devem integrar o berço damoralidade do sujeito. Vejamos:

    Justiça – é o sentimento perpétuo econstante de dar a cada um o que lhepertence;

      Honestidade – é o corolário imediatoda justiça, é atributo ligado à confiança,a honra e, sobretudo, à decência;

      Liberdade – não entendida em um sen-tido meramente físico, mas na liberdade

    de realizar o que se deve em função doofício ou profissão, estendendo o mes-mo sentimento ao semelhante;

      Responsabilidade – é responder con-cretamente pelos seus atos, assumindoas consequências de suas escolhas. Andasempre em compasso com a liberdade;

      Respeito – é a imposição de prestaratenção no outro, como ser humano,com seus defeitos e características pró-prias, percebendo os valores e as rique-zas de cada um;

      Veracidade – é a expressão da verdade;tem como nascedouro a sinceridade in-terior da pessoa;

      Confiança – é a aceitação da manifes-tação do outro, por palavras ou gestos.É a base do relacionamento e cria, narelação, laços de lealdade, integridadee sinceridade;

      Disciplina – é a maneira pela qual osmembros do grupo aceitam e atendem asnormas preestabelecidas, necessárias aobom atendimento dos objetivos sociais;

     

    Solidariedade – é o ato de estender amão, mostrar o caminho em assistên-cia recíproca entre os membros de ummesmo grupo.

    1.3 A Pessoa na Empresa e os Valores Morais

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    Como já dito anteriormente, as organiza-

    ções empresariais são criações do Homem, assim,

    ele precisa situar-se nela, não de forma alienada,mas sim de forma crítica e consciente. A existên-

    cia de um comportamento ético não é conflitante

    com a existência de uma consciência crítica. Na

    verdade, a existência de uma consciência críti-

    ca forma um terreno fértil para a proliferação de

    comportamentos éticos.

    Devemos lembrar que o modelo de com-

    portamento ético é aquele de atos livres e cons-

    cientes regado pelos ideais de moralidade, pois asupressão de consciência crítica dos integrantes

    do grupo, com a imposição de conceitos éticos

    rígidos, criaria um retrocesso à Ética da Manipu-

    lação.

    A consciência crítica é uma abertura inte-

    lectual, pois, em um sentido mais cientifico, é a

    presença que a pessoa tem de si mesma diante

    das realidades que as rodeiam.

    1.4 Consciência Crítica

    1.5 Resumo do Capítulo

    1.6 Atividades Propostas

    Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, estudamos de uma forma objetiva os aspectos históricos da ética

    demonstrados por grandes filósofos, como Sócrates e Platão. Além disso, passamos pelas principais cor-

    rentes da ética contemporânea até chegarmos aos dias atuais.

    Observou-se que o conjunto de valores e princípios cultivados na pessoa forma a sua moralidade,

    que fatalmente se exteriorizará em comportamentos considerados éticos ou não. Portanto, as organiza-ções devem se preocupar em cultivar alguns princípios imprescindíveis para que o sujeito que integra

    a corporação tenha condições de contribuir de forma ética, tais como: justiça, honestidade, liberdade,

    responsabilidade, respeito, veracidade, confiança e disciplina. 

    E, por fim, analisamos que a consciência crítica é uma abertura intelectual, pois, em um sentido

    mais científico, é a presença que a pessoa tem de si mesma diante das realidades que as rodeiam.

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?

    1. Assinale a afirmativa incorreta.

    a) Existe uma sutil distinção entre a ética e a moral. Moral refere-se ao agir de acordo com o

    costume, e ética refere-se a como deveria agir.

    b) A expressão ética apresenta tradução muito próxima do conceito de moralidade, pois ambas

    podem ser compreendidas como tradução de costumes aceitos por uma sociedade.c) A ética é a exteriorização do comportamento humano.

    d) A ética tem como objeto o ato humano, produzido pela vontade do homem.

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    e) A ética traduz o comportamento da sociedade, mas não de um indivíduo, pois é correto

    que cada indivíduo tenha sua própria ética.

    2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:

    a) (____) As organizações empresariais são criações do Homem, assim, ele precisa situar-se

    nela, não de forma alienada, mas sim de forma crítica e consciente.b) (____) É correto dizer que o Existencialismo e o Pragmatismo fazem parte das principais

    correntes da Ética Contemporânea.

    c) (____) A ética apresenta tradução muito próxima do conceito de moralidade, na medida

    em que a moral também é tradução de costumes rejeitados por uma sociedade.

    d) (____) Os códigos culturais e comportamentais são normas impostas pela sociedade que

    se diferenciam dos valores morais, mas mantêm com eles intima relação.

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    A homogeneidade do trabalho executado

    por um grupo de pessoas forma uma classe pro-

    fissional pela natureza da especialidade, do co-

    nhecimento e da habilitação. Classe Profissional é

    um grupo específico, definido por especialidades.

    Os agrupamentos específicos por habilidade pró-

    pria constituem inequívoca força no meio social.Em que pese o conhecimento científico dos

    membros de um agrupamento específico, as suas

    qualidades pessoais também são levadas em con-

    sideração, pois concorrem para o enobrecimento

    de sua atuação profissional. Portanto, a preserva-

    ção dos valores morais e éticos no agrupamento é

    de inteiro interesse de seus membros, nascendo,

    assim, a ética profissional.

    A ética profissional não se ocupa somente

    do estudo e da normatização das condutas do

    profissional com seus clientes, mas também com

    o outro profissional, objetivando a construção

    do bem-estar no contexto sociocultural, preser-

    vando a dignidade humana. A ética profissional,

    hoje, atinge todas as profissões regulamentadas

    através de estatutos e códigos específicos. A nor-

    matização das condutas ético-profissionais temcaráter normativo e jurídico.

    A normatização da conduta ética profissio-

    nal abarca não só a responsabilidade individual

    do profissional, mas também sua responsabili-

    dade social na medida em que envolve pessoas

    que se beneficiam dos trabalhos do profissional,

    direta ou indiretamente. Na sua essência, a ética

    profissional envolve questões muito relevantes

    que ultrapassam o campo profissional, impondo

    uma reflexão ética no exercício das profissões.

    Neste panorama, necessária se faz a obser-

    vação de que a Ética Empresarial e a Ética Profis-

    sional, muito embora possuam como campo de

    estudo o comportamento humano no cenário

    empresarial, não podem ser confundidas, pois,

    enquanto a ética empresarial atinge as empresas

    e as organizações em geral, a ética profissional

    está voltada para as profissões e os profissionais.

    A ÉTICA PROFISSIONAL2 

    AtençãoAtenção

    O conjunto de normas comportamentais impos-tas no exercício de qualquer profissão forma abase da ética profissional. Na verdade, é uma açãoreguladora de conduta ética no desempenho dasprofissões, fazendo com que o profissional respei-te seu semelhante no exercício profissional.

    A ética profissional, como vimos, é a padro-

    nização das condutas dos profissionais em um

    agrupamento específico em preservação da mo-

    ralidade e do comportamento ético com o obje-

    tivo de fortalecer a classe profissional. A normati-

    zação dessas condutas repousa na seara jurídica,

    uma vez que são normas com força de lei.

    Trata-se de princípio básico da ciência ju-

    rídica, a coercitividade das normas, ou seja, a

    norma criada apresenta e descreve pormenori-

    zadamente o núcleo do tipo, ou seja, a conduta

    impostamente proibida ao profissional. Mas de

    2.1 O Código de Ética Profissional e a Teoria do Mínimo Ético

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    Ética Empresarial

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    a) De forma ampla, a Ética é definida como

    a explicitação teórica do fundamento

    último do agir humano na busca do 

    bem comum e da realização individual.

    b) O exercício da atividade dos Profis-

    sionais de Administração implica em

    compromisso moral com o indivíduo,o cliente, o empregador, a organização

    e com a sociedade, impondo deveres e

    responsabilidades indelegáveis.

    c) O Código de Ética dos Profissionais de

    Administração (CEPA) é o guia orientador

    e estimulador de novos comportamen-

    tos e está fundamentado em um concei-

    to de ética direcionado para o desenvol-

    vimento, servindo simultaneamente deestímulo e parâmetro para que o Admi-

    nistrador amplie sua capacidade de pen-

    sar, visualize seu papel e torne sua ação

    mais eficaz diante da sociedade.

    Segundo o que dispõe o Código de Ética

    dos Profissionais da Ciência da Administração, o

    exercício da profissão reclama o compromisso

    moral com o indivíduo, com o cliente, com a orga-nização e, sobretudo, com a sociedade. Quaisquer

    desses preceitos, se não respeitados, sujeitará o

    profissional a sanções disciplinares como forma

    coercitiva de impor uma conduta escorreita aos

    profissionais.

    A legislação disciplinar dos administradores

    estabelece aos profissionais direitos calcados em

    responsabilidade social e princípios morais, sen-

    do alguns deles:

      Propugnar pelo desenvolvimento da

    sociedade e das organizações, subor-

    dinando a eficiência do desempenho

    profissional aos valores permanentes

    da verdade e do bem comum;

      Capacitar-se para perceber que acima

    de seu compromisso com o cliente está

    o interesse social, cabendo-lhe, comoagente de transformação, colocar a em-

    presa nessa perspectiva;

      Contribuir como cidadão e como profis-

    sional para o incessante progresso das

    instituições sociais e dos princípios que

    regem o país;

      Exercer a profissão com zelo, diligência

    e honestidade, defendendo os direitos,

    os bens e os interesses de clientes, ins-tituições e sociedades sem abdicar de

    sua dignidade, suas prerrogativas e sua

    independência profissional;

      Manter elevados o prestígio e a digni-

    dade da profissão.

    Além dos direitos profissionais do Admi-

    nistrador, é importante ressaltar as proibições 

    estabelecidas no Código de Ética Profissional. Ve- jamos algumas delas:

    sugerir, solicitar, provocar ou induzir di-

    vulgação de textos de publicidade que

    resultem em propaganda pessoal de

    seu nome, méritos ou atividades, salvo

    se em exercício de qualquer cargo ou

    missão, em nome da classe, da profissão

    ou de entidades ou órgãos públicos;  permitir a utilização de seu nome e de

    seu registro por qualquer instituição

    pública ou privada onde não exerça

    pessoal ou efetivamente função ineren-

    te à profissão;

      assinar trabalhos ou quaisquer docu-

    mentos executados por terceiros ou

    elaborados por leigos alheios à sua

    orientação, supervisão e fiscalização;

      prejudicar, por meio de atos ou omis-

    sões, declarações, ações ou atitudes, co-

    legas de profissão, membros dirigentes

    ou associados das entidades represen-

    tativas da categoria;

      contribuir para a realização de ato con-

    trário à lei ou destinado a fraudá-la, ou

    praticar, no exercício da profissão, ato

    legalmente definido como crime oucontravenção.

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    Marcelo Salles da Silva

    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br16

    Trata-se, portanto, de um exemplo claro da

    moderna preocupação em formar profissionais

    (uso e aplicação do Código Ético Profissional) ca-

    pazes de estimular um desenvolvimento susten-

    tado nas organizações e pautado em preceitos

    morais, éticos e, sobretudo, de responsabilidade

    eminentemente social.

    Saiba maisSaiba mais

    O Código de Ética do Administrador determina noseu artigo 40 que: “A violação das normas contidasneste Regulamento importa em falta que, confor-me sua gravidade, sujeita seus infratores às seguin-tes penalidades:

    I - advertência escrita e reservada;II - multa;III - censura pública;IV - suspensão do exercício profissional de 30 (trinta)dias a 3 (três) anos.V - cancelamento do registro profissional e divulga-ção do fato para o conhecimento público.”

    AtençãoAtenção

    O objetivo do Código de Ética dos Profissionaisda Administração é servir de guia orientador e es-timulador de novos comportamentos fundadosem conceito de ética direcionado para o desen-volvimento profissional e social.

    Caro(a) Aluno(a), neste capítulo, estudamos a importância e a necessidade do Código de Ética no

    ambiente corporativo.

    Concluímos que a ética profissional é o conjunto de normas comportamentais impostas no exercí-

    cio de qualquer profissão, formando a base da ética profissional. Na verdade, é uma ação reguladora de

    conduta ética no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante

    no exercício profissional.E para isto, estudamos os valores e as funções que um Código de Ética Profissional pode ter no

    ambiente corporativo, além da chamada Teoria do Mínimo Ético, segundo a qual posturas, valores e com-

    portamentos devem ser respeitados por todos os profissionais daquela profissão.

    2.3 Resumo do Capítulo

    2.4 Atividades Propostas

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?

    1. O Código de Ética Profissional tem como uma de suas funções:

    a) preservar o direito de acessar os e-mails particulares, sem autorização judicial.

    b) descrever claramente a conduta particularmente proibida.

    c) preservar a imoralidade e a conduta antiética dos profissionais.

    d) descrever claramente a punição que será aplicada ao profissional que transgredir a norma.

    e) descrever nas entrelinhas as obrigações virtuais e tecnológicas.

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    Ética Empresarial

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    2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:

    a) (____) A Teoria do Mínimo Ético assegura que as normas jurídicas, entre elas o Código de

    Ética Profissional, representem o mínimo de preceitos morais necessários para o bem-estar

    da sociedade ou classe.

    b) (____) O objetivo do código de ética dos profissionais da administração é servir de guia

    orientador e estimulador de novos comportamentos, fundados em conceito de ética dire-cionado para o desenvolvimento profissional e social.

    c) (____) O conjunto de normas religiosas impostas no exercício de qualquer profissão forma

    a base da ética profissional e empresarial.

    d) (____) A ética profissional é a padronização das condutas dos profissionais em um agrupa-

    mento específico em preservação da moralidade e do comportamento ético com o objeti-

    vo de fortalecer a classe profissional.

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    Já a questão da Ética no ambiente empresa-

    rial requer uma análise mais ampla, pois a sua atua-

    ção ou presença está em diferentes segmentos.

    Neste capítulo, estudaremos sobre a Conceituação

    e Características da Ética Empresarial, a Ética Em-

    presarial nos Negócios, a Ética Empresarial na Tec-

    nologia e a Ética Empresarial e suas consequências

     jurídicas. Vamos lá, então!

    A ÉTICA EMPRESARIAL3 

    Percebe-se, atualmente, cada vez mais, uma

    necessidade da prática da ética empresarial como

    forma de sobrevivência no mercado tão competi-

    tivo em que vivemos. Mas, para isso, necessário se

    faz conceituar o tema em questão.

    Mas, afinal, o que é Ética Empresarial?

    É o conjunto de fatores e comporta-

    mentos éticos que uma empresa pos-

    sui para garantir a sua boa imagem no

    mercado e a longevidade nos negócios.

    Para reforçar esse pensamento, Moreira

    (1999, p. 28) entende ética empresarial como “o

    comportamento da empresa − entidade lucrativa

    − quando ela age de conformidade com os prin-cípios morais e as regras do bem proceder aceitas

    pela coletividade (regras éticas).”

    Para efeito de caracterizar o que venha a

    ser uma empresa comprometida com a ética em-

    presarial, precisamos levar em conta, ainda, os se-

    guintes aspectos:

      integridade nas relações comerciais;

      políticas éticas e transparentes nas rela-ções de trabalho;

      comprometimento e solidariedade em

    projetos junto à comunidade;

    criação e manutenção de códigos de

    conduta;

      responsabilidade quanto à proteção ao

    meio ambiente;

      motivação constante para o exercício do

    voluntariado entre seus colaboradores;

    ombudsman − ouvidores para receber as

    cobranças e reclamações de seus clientes.

    3.1 Conceito e Características

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    Marcelo Salles da Silva

    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br20

    Numa visão organizacional, a prática da éti-

    ca nos negócios é condição  sine qua non para o

    respeito, no mercado, a clientes, fornecedores,mídia, concorrentes e outros.

    Em relação ao tema, Nash (2001) entende

    que a ética nos negócios é o estudo das formaspelas quais normas morais pessoais se aplicam àsatividades e aos objetivos da empresa comercial.Não se trata de um padrão moral separado, masdo estudo de como o contexto dos negócios criaseus problemas próprios e exclusivos à pessoamoral que atua como um gerente desse sistema.

    Inúmeros são os problemas éticos e morais

    dentro de uma empresa, podendo desencadear di-

    versas situações desagradáveis nos seus negócios.

      Veremos agora situações que infelizmente

    podem acontecer com aquelas empresas que não

    tem ou não dão o devido valor para o exercício daética nos negócios:

      Não assumir a responsabilidade por

    práticas danosas – intencionais ou não;

      Mentir, por omissão, para os clientes

    consumidores;

    Fraudar as emissões de notas fiscais;

      Manipular informações para não pagar

    ou pagar menos impostos;  Má qualidade dos produtos ofertados

    no mercado, isentando-se de responsa-

    bilidade;

      Não manter peças de reposição para os

    clientes;

      Realizar propagandas enganosas e abu-

    sivas sobre o seu produto ou serviço;

      E tantos outros.

    3.2 Ética Empresarial nos Negócios

    3.3 Ética Empresarial na Tecnologia

    DicionárioDicionário

    Sine qua non: Expressão que indica uma cláusulaou condição sem a qual não se fará certa coisa(FERREIRA, 1999).

    Com o surgimento e o constante desen-

    volvimento da tecnologia, as empresas se viram

    obrigadas a se adequar a esta nova realidade. Mas

    qual é esta realidade?

      Rapidez da informação através dosdiversos meios de comunicação (TV;rádio; telefone móvel celular – mensa-gens e torpedos; internet − e-mails, co-mércio eletrônico e outros);

      A questão da segurança em que estasinformações são mantidas e transmiti-

    das para terceiros;  Haverá um conhecimento maior do

    mercado, com a aplicação da tecnolo-gia da informação.

    Assim, o grande desafio, na chamada “socie-dade da informação”, é a aplicação da ética, quantoao manuseio correto das tecnologias das informa-

    ções. As empresas que não tiverem esta atenção ecuidado sofrerão grandes danos e prejuízos finan-ceiros. Oferecemos como exemplo aquele clienteque não se sentiu atendido nas suas reclamaçõesna loja “X”. Em razão disto, imediatamente, come-çou a divulgar pela rede mundial de computado-res o seu caso. Mais que rapidamente, para evitardanos à imagem da empresa, a mesma entrou emcontato com o cliente e resolveu a sua pendência.

    Qual a lição que tiramos deste caso? Que

    empresa séria não discute, apenas resolve o pro-

    blema do cliente dentro dos princípios éticos e da

    legislação vigente!

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    Ética Empresarial

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    As empresas buscam, cada vez mais, utili-

    zar-se das tecnologias mais modernas para ga-

    rantir a qualidade, a operação e a segurança de

    suas atividades, alcançando assim o seu maior

    objetivo, que é a obtenção de lucro e vida longa

    no mercado.

    Verificaremos, agora, um caso que demons-tra quanto pode ser frágil a segurança das infor-

    mações de uma empresa, assim como é essencial

    o exercício da ética empresarial.

    Foi um caso ocorrido nos Estados Unidos,

    onde uma das secretárias da multinacional Coca-

    -Cola ofereceu a fórmula do seu conhecido refri-

    gerante para a sua maior rival, a Pepsi Cola. Neste

    caso, descobriu-se que ela teve acesso ao sistema

    de dados confidenciais da empresa.Vejamos a história na íntegra, pesquisado

    no portal UOL.

    Secretária que tentou vender se-

    gredo da Coca-Cola é condenada

    Washington, 23 mai 2007, uma mu-

    lher que trabalhou como secretária

    na Coca-Cola, e tentou vender à ri-val Pepsi os segredos da fabricação

    da bebida, foi sentenciada hoje, em

    Atlanta, a oito anos de prisão.

    Joya Williams, de 42 anos, havia sido

    declarada culpada, em 2 de fevereiro,

    das acusações de conspiração, devido

    à sua tentativa frustrada de vender o

    segredo por US$ 1,5 milhão.

    “Este é o tipo de delito que não podeser tolerado em nossa sociedade”, de-

    clarou o juiz federal J. Owen Forrester,

    ao ditar a sentença.

    Ibrahim Dimson, outro dos acusados,

    foi condenado a cinco anos de prisão.

    O terceiro acusado, Edmund Duha-

    ney, ainda não recebeu sua sentença.

    Dimson e Duhaney haviam se decla-

    rado culpados.

    O plano fracassou porque emprega-

    dos da Pepsi alertaram a empresa rival,

    após terem recebido uma carta de um

    dos cúmplices de Williams, na qual se

    pedia dinheiro em troca da informação.

    Williams havia trabalhado como assis-tente administrativa do diretor global

    de marcas da Coca-Cola e, segundo

    a Promotoria, se apropriou de docu-

    mentos confidenciais da empresa, e

    de mostras de produtos que ainda não

    haviam chegado ao mercado, com o

    objetivo de vendê-los para a Pepsi.

    A defesa argumentou que Williams

    foi enganada por dois indivíduos comantecedentes de fraudes, e que ela

    não havia cometido delito algum.

    Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/

    05/23/ult1807u36978.jhtm .

    Após o estudo deste caso, chegamos a al-

    gumas conclusões, tais como:

      Por mais que exista a segurança das in-formações de uma empresa, temos um

    ser humano (passível de erro) geren-

    ciando os dados contidos no computa-

    dor corporativo;

      As empresas precisam investir em “soft-

    wares anti-invasões” e cobrar uma postura

    ética e profissional dos seus funcionários;

      Para a empresa concorrente, a Pepsi

    Cola, compensava muito mais, para asua imagem e credibilidade no merca-

    do, tomar este tipo de atitude.

    As empresas fazem constantes treinamentos comseus funcionários com o objetivo de se evitar oenvio de informações indesejadas ou inconve-nientes para terceiros (clientes, concorrentes, for-

    necedores, importadores e outros).

    CuriosidadeCuriosidade

    http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/05/23/ult1807u36978.jhtmhttp://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/05/23/ult1807u36978.jhtmhttp://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/05/23/ult1807u36978.jhtmhttp://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/05/23/ult1807u36978.jhtm

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    A ética está presente em todos os segmen-

    tos corporativos, e na área jurídica não é diferente.

    Não importa se a empresa é de pequeno, médioou grande porte, o exercício da ética empresarial

    é essencial, pois, na sua ausência, a possibilidade

    de uma empresa sofrer as consequências jurídi-

    cas é muito grande, sejam elas no plano adminis-trativo, civil ou penal. Vejamos:

    3.4 Ética Empresarial e suas Consequências Jurídicas

    Consequências Administrativas

    Caso uma empresa desobedeça alguma lei

    de ordem Federal, Estadual ou Municipal, ela po-

    derá responder de forma administrativa. Isto ficamais claro quando uma empresa infringe algum

    dos artigos do Código de Defesa do Consumidor

    (Lei 8.078/1990), conforme dispõe o artigo 56 da

    referida lei.

    Consequências Cíveis

    Além da possibilidade de responder admi-nistrativamente e penalmente pelo ato ilegal pra-ticado, a empresa poderá responder civilmente.

    Isto significa que a empresa poderá arcar como pagamento de uma indenização pelos prejuízosgerados pela prática ilegal e antiética nos negócios,podendo chegar a milhões de reais. Caberá ao juizde Direito a decisão de quantificar o valor da inde-nização a ser paga aos prejudicados, podendo, nes-te caso, entrar a empresa condenada com recursocontra a decisão do magistrado.

    AtençãoAtenção

    Art. 56 - As infrações das normas de defesa do

    consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, àsseguintes sanções administrativas, sem prejuízodas de natureza civil, penal e das definidas emnormas específicas:I - multa;II - apreensão do produto;III - inutilização do produto;IV - cassação do registro do produto junto ao ór-gão competente;V - proibição de fabricação do produto;VI - suspensão de fornecimento de produtos ouserviço;VII - suspensão temporária de atividade;

    VIII - revogação de concessão ou permissão deuso;

    IX - cassação de licença do estabelecimento oude atividade;X - interdição, total ou parcial, de estabelecimen-to, de obra ou de atividade;XI - intervenção administrativa;XII - imposição de contrapropaganda.Parágrafo único. As sanções previstas neste artigoserão aplicadas pela autoridade administrativa,no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica-das cumulativamente, inclusive por medida cau-telar antecedente ou incidente de procedimentoadministrativo.

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    Ética Empresarial

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      Por isso da importância da “responsabi-

    lidade dos atos empresariais”, evitando-se assim

    este tipo de situação, assim como o prejuízo para

    a imagem da empresa e de seus investimentos.

    Consequências Penais

    Infelizmente, por mais que as empresas sai-

    bam dos desdobramentos por praticarem crimes

    empresariais (corporativos), são muitos os casos

    que ainda ocorrem nos dias atuais.

    Podemos citar como exemplo as práticas de

    Concorrência Desleal, Sonegação de Impostos,

    Fraudes contra o Governo (Federal, Estadual ou

    Municipal), Manipulação de Informações, Espio-

    nagem Industrial, Publicidade Abusiva ou Enga-

    nosa, entre tantos outros crimes.

    Com a descoberta de um destes crimes, já

    mencionados, a empresa será investigada e seus

    responsáveis poderão receber as punições previs-

    tas em lei, sempre respeitando o direito constitu-cional ao contraditório e ao devido processo legal.

    Mas para a empresa que pratica algum dos

    crimes já citados, será que compensa tudo isso?

    Claro que não, pois haverá enormes prejuízos fi-

    nanceiros, de imagem, de credibilidade, podendo

    chegar até ao fechamento ou encerramento das

    atividades empresariais.

    As organizações empresariais no Brasil ain-

    da não se convenceram de que o comportamento

    ético é um caminho para o sucesso empresarial.

    É extremamente comum o pensamento de que a

    empresa só tem chances de sobreviver se sonegar

    impostos, descumprir ou fraudar a legislação traba-lhista, subornar, poluir o ambiente, enganar o con-

    sumidor; condutas essas quase sempre justificadas

    na pesada carga tributária, no alto custo para ma-

    nutenção de um vínculo empregatício e outros.

    Tais empresas não conseguiram observar

    que, muito embora seja uma prática dissemina-

    da no meio social, centenas de empresas não

    sobrevivem, sendo fadadas aos procedimentos

    falimentares e de recuperação. É evidente que oúnico caminho seguro para o desenvolvimento

    sustentado, a longo prazo, é o caminho ético.

    Por outro lado, também ainda não houve

    a conscientização social de que o Estado, apesar

    dos lamentáveis episódios de corrupção que per-

    seguem os corredores governamentais, ainda é o

    condutor responsável pelo estabelecimento de

    um novo padrão ético no país. Assim, as trocas de

    favores, os tráficos de influências, o pagamento

    de propinas, muito embora predominantes, me-

    recem perder cada vez mais espaço social em be-

    nefício do constante aperfeiçoamento ético.

    Nesse sentido, a ética está fundada na fi-

    losofia da dignidade do ser humano, encravado

    em seu ser, devendo ser praticada na realização

    de suas mais diversas tarefas. Portanto, necessária

    é a construção da ética pessoal de todos aqueles

    que participam do cenário empresarial, requeren-

    do, assim, um constante aprimoramento crítico

    da consciência da pessoa a partir da inserção de

    cada novo integrante no grupo empresarial.

    Para Moreira (1999, p. 31), “o comportamen-

    to ético por parte da empresa é esperado e exigi-

    do pela sociedade. Ele é a única forma de obten-

    ção de lucro com respaldo da moral. Esta impõe

    que a empresa aja com a ética em todos os seus

    relacionamentos.”

    3.5 Desafios da Ética Empresarial no Brasil e a Necessidade de Mudanças

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    Marcelo Salles da Silva

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    Caro(a) aluno(a), neste capítulo, estudamos a questão da Ética Empresarial, sua conceituação, ca-

    racterísticas e, além disso, a sua atuação nos mais diversos segmentos, tais como nos negócios, sua rela-

    ção com a tecnologia da informação e as consequências jurídicas que uma empresa poderá sofrer casopratique um ato antijurídico, ou seja, contrário a lei.

    3.6 Resumo do Capítulo

    3.7 Atividades Propostas

    Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?

    1. Caso a empresa X pratique um ato (antiético) empresarial, que vá gerar prejuízos a terceiros(clientes, concorrentes, fornecedores e governo), ela poderá ser responsabilizada:

    a) internacionalmente, internamente e relativamente.

    b) digitalmente, financeiramente e administrativamente.

    c) na publicidade, na internet e criminalmente.

    d) academicamente, virtualmente e civilmente.

    e) administrativamente, civilmente e penalmente.

    2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:

    a) (____) Ética empresarial é o conjunto de fatores e comportamentos antiéticos que uma

    empresa possui para assegurar a sua boa imagem somente na internet e a longevidade

    nos negócios.

    b) (____) Algumas das características de uma empresa ética são as políticas corretas nas re-

    lações de trabalho, solidariedade nas ações junto à comunidade e o respeito ao meio am-

    biente.

    c) (____) As consequências jurídicas de uma empresa podem ser administrativa, civil e senti-mental, por praticar danos a terceiros.

    d) (____) As empresas são responsáveis pelos dados de seus clientes e fornecedores, com isto

    estará praticando a ética empresarial.

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    23/45Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br  25

    A expressão Responsabilidade Social tem

    diversas acepções; dentre elas, as mais populares

    que encontramos: atividades voluntárias,  preo-

    cupação com o sistema social , ir além da busca de

    lucros e sensibilidade social . A posição doutrinária

    que mais se ajusta aos preceitos da ética e a inter-

    pretação socioeconômica do conceito de respon-sabilidade social, segundo a qual a responsabili-

    dade da administração vai muito, mas muito além

    da simples obtenção de lucros, inclui também em

    seus objetivos a proteção e o melhoramento do

    bem-estar social.

    Cada profissional que forma a organização

    empresarial deve se revestir de suas responsabi-

    lidades sociais para possibilitar ao grupo, no seu

    conjunto, levar a empresa ao êxito da atividade

    empresarial. Portanto, a responsabilidade social

    que abrange as organizações deve contaminar

    cada um de seus integrantes, haja vista que a or-

    ganização empresaria é a concentração de traba-

    lho sob os comandos de princípios éticos básicospara a obtenção de objetivos comuns.

    Assim, a responsabilidade social imposta aos

    profissionais agrega um imperativo ético em me-

    lhoria da sociedade, formando uma organização

    socialmente responsável, realizando tudo o que

    está ao seu alcance para melhorar a sociedade e

    consequentemente a concretização do objetivo

    empresarial. Age, dessa forma, com sensibilidadesocial, ou seja, é capaz de adaptar-se às mudanças

    que ocorrem nas condições e necessidades sociais.

    A formação de um gestor com responsabi-

    lidade social pressupõe a existência de princípios

    morais e éticos, bem como o ideal de igualdade

    social, o respeito, a solidariedade, o conhecimen-

    to da sociedade em que está inserido e das suas

    necessidades e interesses.

    Desta forma, as organizações empresariaisnão são um fim em si mesmas, pois ninguém

    constitui uma empresa só por criá-la, com o único

    intuito de produzir lucro. As empresas possuem

    objetivos amplos e, sobretudo, sociais. Pensa-

    dores com visão moderna dos objetivos empre-

    sariais são unânimes em afirmar que a empresa

    bem-sucedida, em nossos dias, é aquela que se

    ocupa do aprimoramento dos conhecimentos e

    das tecnologias organizacionais, obtendo como

    consequência o tão almejado lucro.

    As empresas vivenciam, hoje, uma posição

    intermediária que consiste em respeitar a tríplice

    realidade das organizações, quais sejam:

    I. realidade econômica – É evidente que

    a finalidade precípua das organizações

    empresariais é a realização de sua fina-

    lidade econômica, ou seja, é a obten-ção de lucro, sem o qual sua existência

    perde a essência.

    A RESPONSABILIDADE SOCIAL DOGESTOR4 

    AtençãoAtenção

    Responsabilidade Social Empresarial é a forma de

    gestão que se define pela relação ética e trans-parente da empresa com todos os públicos comos quais ela se relaciona e pelo estabelecimentode metas empresariais que impulsionem o de-senvolvimento sustentável da sociedade, preser-vando os recursos ambientais e culturais para asgerações futuras, respeitando a biodiversidade epromovendo a redução das desigualdades so-ciais.

    Fonte: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx. 

    http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspxhttp://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspxhttp://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspxhttp://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx

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    Marcelo Salles da Silva

    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br26

    II. realidade humana – Na perseguição

    de sua finalidade principal, que é a ob-

    tenção de lucro, as empresas se depa-

    ram com outra realidade, não de menor

    importância, ou seja, o atendimento e

    a realização das necessidades humanas

    daqueles que direta ou indiretamenteestejam ligados à organização. O aten-

    dimento das necessidades e o respeito

    às condições humanas pelas organiza-

    ções são essenciais para a obtenção de

    sua finalidade principal, o lucro.

    III. realidade social – Sobretudo, as em-

    presas assumem um papel e uma finali-

    dade social notória, disseminando em-

    prego capaz de propiciar atendimento

    das necessidades sociais básicas, pro-

    dução de riquezas que se espalham

    pela sociedade, preservação do meio

    ambiente, entre outras.

    Assumir efetivamente as realidades impos-

    tas pela atividade empresarial, atendendo-as em

    perfeita harmonia, é de fato revestir-se da respon-

    sabilidade social inerente às organizações empre-sariais, necessitando assim de profissionais verda-

    deiramente imbuídos de tais ideais.

    Em verdade, a ética e o exercício da respon-

    sabilidade social andam lado a lado. Se de um

    lado a ética é uma forma de colocarmos em prá-tica os nossos valores morais, de outro, a respon-

    sabilidade social, quando efetivamente assumida,

    recebe uma carga de condutas moralmente cor-

    retas. Assim, ambas caminham juntas. Trata-se de

    comportamentos complexos, pois, se de um lado

    assumem semelhança, de outro, submetem os

    gestores a uma profunda reflexão face às pressões

    diárias do mercado, que por muitas vezes se con-

    trapõe a um comportamento socialmente corretona perseguição do lucro.

    AtençãoAtenção

    As atitudes e atividades sociais a serem adotadaspelas empresas no atual cenário apontam para:

    a) preocupação com atitudes éticas e moralmentecorretas com todo o seu público;

    b) respeito aos direitos humanos, à cidadania e à

    participação comunitária;c) respeito ao meio ambiente e postura voltada

    para o desenvolvimento sustentável;d) preocupação efetiva com as comunidades

    próximas, buscando o desenvolvimentoeconômico, social e cultural dos indivíduos,tanto na atuação em parceria com o Estadocomo em ações de sua própria iniciativa.

    Saiba maisSaiba mais

    Observe o que pensa uma empresa de grande pre-sença no segmento de alimentos, bebidas e choco-lates, quanto à conscientização da responsabilidadesocial empresarial:“A Nestlé considera que, para o sucesso do negóciono longo prazo, tão importante quanto gerar valor

    para o acionista é a geração de valor para a socieda-de. Por isso a Nestlé elegeu como temas-focos parasuas ações de responsabilidade social a Nutrição, aÁgua e o Desenvolvimento Rural. Esses temas estãointimamente relacionados às operações da compa-nhia no Brasil, uma das maiores empresas de nutri-ção, saúde e bem-estar no mundo.Expressão desse compromisso são os três progra-mas da Fundação Nestlé Brasil: Programa Nutrir, queleva educação alimentar a crianças e adolescentesde baixa renda; o Programa Cuidar, que leva edu-cação ambiental com foco na preservação da água;e o Programa Saber, que atua levando desenvolvi-mento rural às regiões de baixa renda no país.”

    Fonte: http://www.nestle.com.br/portalnestle/responsa-bilidadesocial/htm/respsocial_conceito.html.

    Várias empresas têm a preocupação com a res-

    ponsabilidade social através de diversos projetos,por exemplo: Fundação Bradesco, Fundação Nes-tlé Brasil, Fundação Itaú Social, Fundação Telefôni-ca, Fundação Petrobras e tantos outros.

    CuriosidadeCuriosidade

    http://www.nestle.com.br/portalnestle/responsabilidadesocial/htm/respsocial_http://www.nestle.com.br/portalnestle/responsabilidadesocial/htm/respsocial_http://www.nestle.com.br/portalnestle/responsabilidadesocial/htm/respsocial_http://www.nestle.com.br/portalnestle/responsabilidadesocial/htm/respsocial_

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    Ética Empresarial

    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br  27

    Por conta das transformações mercadoló-

    gicas e pelo reconhecimento da importância da

    responsabilidade socioambiental, as corporações(empresas) se viram obrigadas a atuar muito mais

    neste segmento, mais por atender a força do mer-

    cado do que por vontade própria. A credibilida-

    de e a transparência ambiental se valorizaram e

    chegaram para apontar a diferença entre o con-

    ceito antigo de preocupação ambiental e a visão

    moderna das empresas realmente competitivas e

    sólidas no mercado de hoje.

    Atualmente, de maneira mais incisiva, vários

    organismos internacionais têm procurado desen-

    volver ações de proteção ao meio ambiente, co-

    brando das empresas a prática de novas posturas

    ambientais.

    Sendo assim, várias Conferências, Protoco-

    los e Fóruns são realizados e desenvolvidos coma ideia de conscientizar as pessoas, conforme se-

    gue:

      Conferência das Nações Unidas sobre o

    Meio Ambiente e o Desenvolvimento,

    de onde culminou na chamada Agenda

    21;

      No Japão, em 1997, foi criado o Proto-

    colo de Kyoto, com a missão de que os

    países desenvolvidos assumissem rígi-

    dos compromissos para a diminuição

    da emissão de gases que geram o efeitoestufa, tidos como responsáveis pelo

    aquecimento do planeta.

    Em Porto Alegre, nos anos de 2001 e

    2002, foram realizados os Fóruns So-

    ciais Mundiais, com a participação de

    122 países. Tinha a intenção, entre ou-

    tras coisas, de discutir sobre a responsa-

    bilidade social.

    Vários seguimentos das sociedades empre-

    sárias enxergam que a responsabilidade socioam-

    biental de uma empresa não esgota quando seus

    resíduos sólidos (lixo) são retirados da lixeira, tam-

    bores ou caçambas. O empresário precisa zelar de

    todos os processos de vida do seu produto com o

    objetivo de gerar o mínimo possível de impacto à

    natureza (meio ambiente).

    A aplicação de novas tecnologias faz comque as empresas possuam um crescimento eco-

    nômico sem gerar um desequilíbrio ambiental

    muito grande, não havendo a necessidade de au-

    mentar os seus custos, pois, na maioria das vezes,

    a simples mudança das matérias-primas por ou-

    tras de baixo impacto poderá trazer uma vantajo-

    sa transformação ao processo produtivo.

    Inúmeros empreendedores notaram que o

    ato de degradar e poluir o meio ambiente faz comque o custo do produto aumente de forma sig-

    nificativa, ao contrário de uma produção ecologi-

    camente equilibrada. A partir disto, começaram

    a desenvolver um sistema de gestão ambiental

    com o principal objetivo de disciplinar o processo

    da linha de produção.

    Com esta ideia do exercício de uma respon-

    sabilidade socioambiental, a imagem da empresa

    no mercado tem uma enorme valorização e au-mento de credibilidade.

    4.1 A importância da Responsabilidade Socioambiental no Contexto Corporativo

    AtençãoAtenção

    Os empresários que tinham seu foco apenas nasatividades econômicas como único objetivo dealcançar o lucro, que entendiam que faziam o seupapel já que honravam com o pagamento de al-tos tributos (federais, estaduais e municipais),com geração de inúmeros empregos e com pro-dutos de qualidade, tiveram que mudar o seudirecionamento,  pois a sociedade começoua questionar a responsabilidade social, política

    e ambiental das empresas, sob pena de perdergrande espaço no mercado competitivo.

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    Marcelo Salles da Silva

    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br28

    Infelizmente, ainda temos aquele empreen-

    dedor que reluta em mudar, justificando que

    esta responsabilidade é função peculiar do Poder

    Público (Estado), ou seja, cabe a este o exclusivocuidado com o meio ambiente, deixando para a

    empresa apenas o bônus (lucro), não lhe cabendo

    a responsabilidade do cuidado ambiental. Além

    disso, este empreendedor tem a ideia de que ha-

    verá aumento no custo do produto caso ele tenha

    algum tipo de envolvimento socioambiental.

    Sem dúvida há um conjunto de fatores que

    geram a degradação ambiental, que pode ser re-

    sultado de comportamentos das empresas, bemcomo da omissão do Estado em implantar políti-

    cas públicas ambientais para orientar a sociedade

    como um todo.

    A aplicação da responsabilidade socioam-

    biental por parte das pequenas, médias e gran-

    des corporações deve ser encarada não como um

    modismo passageiro, mas sim como uma forma

    de sustentabilidade ambiental, corporativa, em-

    pregatícia, entre outros.

    AtençãoAtenção

    Vejamos alguns benefícios com este tipo de pos-tura empresarial (ainda mais neste mercado tãocompetitivo):• Maior possibilidade de empréstimos bancários

    em instituições públicas, inclusive com juros

    menores;• A imprensa (escrita e virtual) valorizará e divul-

    gará os projetos sociais e ambientais das em-presas éticas;

    • O Poder Público deixa de multar as empresas,que estão em dia com as normas ambientaisde prevenção e sustentabilidade.

    Podemos mencionar outras empresas que têmpreocupações ambientais, implantando, no seucampo de atuação, inúmeros projetos de cunhosustentável, tais como: Natura, Avon, MWM Moto-res, Votorantim, Aracruz Celulose, Suzano Papel eCelulose e outros.

    CuriosidadeCuriosidade

    Saiba maisSaiba mais

    Seguindo esta linha de pensamento, leia algunspontos essenciais para a atuação de uma empresa

    socialmente responsável:• Zelar para que seus produtos e serviços, além de

    atenderem às expectativas dos clientes, dos cola-boradores e dos acionistas, não agridam o meioambiente ou a saúde de seus consumidores;

    • Evitar, em sua produção, o consumo descontrola-do e exagerado de recursos naturais e a explora-ção de mão de obra infantil;

    • Valorizar seus trabalhadores e colaboradores, in-clusive com políticas de equidade de gênero einclusão de pessoas com deficiência no mundo

    do trabalho;• Incentivar parceiros e fornecedores a assumirem

    compromissos socioambientais;• Relacionar-se com a concorrência tendo sempre

    presente a lealdade na competição.

    Fonte: Universidade Corporativa do Banco do Brasil(2008, p. 27-28):

    Pronto, caro(a) aluno(a), encerramos um capítulo muito importante para a efetiva aplicação da éti-

    ca empresarial no nosso dia a dia, no qual estudamos a responsabilidade social e ambiental do gestor.

    Refletimos a sua importância e aplicabilidade no atual mercado competitivo, fazendo toda a dife-

    rença para atingir cada vez mais novos mercados e garantir os atuais clientes.

    A questão ambiental não é um modismo corporativo ou da mídia, mas sim uma exigência do pró-prio cliente que está cada vez mais qualificado e preocupado com as questões ambientais.

    4.2 Resumo do Capítulo

  • 8/17/2019 01 - Etica Profissional.pdf

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    Ética Empresarial

    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br  29

    1. Quanto às atitudes e atividades sociais a serem adotadas pelas empresas no atual cenário cor-

    porativo, assinale a alternativa incorreta:

    a) respeito ao meio ambiente e postura voltada para o desenvolvimento sustentável.

    b) preocupação efetiva com as comunidades próximas, buscando o desenvolvimento.

    c) única e exclusiva intenção das empresas de obter lucro e vantagens a todo custo.

    d) preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas com todo o seu público.

    e) respeito aos direitos humanos, à cidadania e à participação comunitária.

    2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:

    a) (____) As empresas devem ter uma preocupação social/ambiental, além de almejar um

    lucro sustentável.

    b) (____) A Responsabilidade Social gera um imperativo ético e uma transparência na relação

    das empresas com colaboradores, clientes, fornecedores e Poder Público.

    c) (____) As empresas estão, atualmente, numa posição intermediária que consiste em res-

    peitar a tríplice realidade das organizações, quais sejam: a econômica, a humana e a social.

    d) (____) É correto afirmar que, atualmente, a responsabilidade socioambiental é um modis-

    mo passageiro da mídia e das empresas interessadas.

    4.3 Atividades Propostas

  • 8/17/2019 01 - Etica Profissional.pdf

    28/45Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br  31

    A partir da década de 1990, com o agra-

    vamento das dificuldades do Estado em imple-

    mentar as políticas públicas nacionais e face à

    fragmentação e à instabilidade econômica e fi-

    nanceira da sociedade, nasce a noção do Terceiro

    Setor, voltado a realização de atividades não go-

    vernamentais, não lucrativas, de interesse públi-co, sempre objetivando a implementação de uma

    política voltada ao benefício geral da sociedade.

    O estudo do Terceiro Setor é assunto que

    compete ao mundo acadêmico, na medida em

    que ainda se busca uma compreensão mais soli-

    dificada do papel e da atuação dos diversos pro-

    fissionais nesse setor, haja vista a necessidadeconstante de implementar atividades de qualida-

    de para os serviços prestados à sociedade. É fre-

    quente e crescente a utilização do Terceiro Setor

    nos trabalhos de cunho eminentemente social,

    abarcando para si uma acentuada responsabili-

    dade frente à sociedade em que atua.

    Com a disseminação do Terceiro Setor e sua

    atuação cada vez mais marcante no meio social,

    constatou-se que as atividades de interesse pú-blico podem ser executadas sem a atuação direta

    do governo, mas trabalhadas por parcerias entre

    sindicatos, igrejas, movimentos sociais e associa-

    ções. Assim, as interações entre esses organismos

    e o Estado reflete o novo sentido da esfera pública

    não estatal, fruto do domínio do interesse público.

    Partindo deste entendimento, chegamos à

    conclusão de que o Estado atua na esfera pública

    estatal, o Mercado atua na esfera privada e o Ter-

    ceiro Setor se ocupa da esfera pública não estatal.

    Assim, as atividades desenvolvidas no Tercei-

    ro Setor, hoje, têm nascedouro em diversas fontes,

    como é o caso da filantropia e dos movimentos so-

    ciais, aos quais se somam as ONGs, das instituições

    partidárias, bem como dos movimentos populares,

    como é o caso do MST e das Cooperativas Agríco-

    las; também se apresentam atuantes em grupos

    minoritários que se ocupam dos seus interesses,

    como é o caso de movimentos beneficentes a por-

    tadores de doenças específicas. O Terceiro Setor

    também se apresenta no meio social e, de forma

    muito atuante, em Grêmios Recreativos, Clubes da

    Terceira Idade, nas religiões como polos de união

    social, destacando, ainda, os trabalhos desenvolvi-

    dos pelas Pastorais Carcerárias. Assim, visualizamos

    que o conceito de Terceiro Setor é complexo.Um país envolvido por consideráveis pro-

    blemas sociais e ao mesmo tempo contraposto

    O TERCEIRO SETOR5 

    Saiba maisSaiba mais

    “As organizações do terceiro setor caracterizam umaatuação da sociedade que define uma nova práticade gestão diferente da gestão meramente privadae, de algum modo, da gestão pública. Contudo, essaprática de gestão das organizações, sem fins lucrati-

    vos, voltada para contribuir com o Estado na garan-tia dos direitos sociais, apresenta, em certo ponto,uma forma de gestão que se aproxima daquela queé própria do Estado.” (GALVEZ, 2011, p. 22).

    AtençãoAtenção

    Para melhor compreensão do Terceiro Setor e dasentidades que o compõem, temos que entenderque a sociedade está estruturada em três gran-des setores:• O Primeiro Setor – O Estado;• O Segundo Setor – O Mercado;• O Terceiro Setor – Organizações da Sociedade

    Civil que atuam sem fins lucrativos, mas cominteresse público.

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    Marcelo Salles da Silva

    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br32

    por ordens legislativas, o Brasil tem se tornado

    um terreno fértil à proliferação do Terceiro Setor.

    A realidade enfrentada pela sociedade bra-

    sileira é de patente contradição. Se por um lado a

    legislação garante direitos básicos, por outros tais

    direitos não são atendidos, nascendo, assim, o

    interesse público cuja bandeira é ostentada pelo

    Terceiro Setor, que pode ou deve receber cola-

    boração do estado, mas que tem suas atividades

    desenvolvidas em prol da sociedade plenamente

    independentes.

    O Terceiro Setor, então, é composto de or-

    ganizações sem fins lucrativos criadas pelo espí-

    rito de atendimento dos interesses públicos, por

    intermédio de práticas filantrópicas, de caridade

    e de cidadania, num âmbito não governamental,

    ou, em outras palavras, é a organização da socie-

    dade civil em busca de soluções para suas neces-sidades e problemas, fora do ambiente Estatal.

    Desta forma, a filantropia, a solidariedade e os

    serviços formam a base do Terceiro Setor:

      filantropia e solidariedade − filantropia

    pode ser entendida como o melhor exem-

    plo de quem pratica a beneficência. Geral-

    mente são pessoas possuidoras de poder

    econômico considerável que a praticam

    generosamente em benefício da socie-

    dade ou de um necessitado seguimento

    social. A solidariedade está representada

    pelos serviços voluntários para os quais

    as pessoas destinam seu tempo, ou parte

    dele, e dinheiro para uma ação pessoal e

    muitas vezes esporádicas;

       serviços – são ações periódicas destina-

    das ao bem comum e atendimento do

    interesse público.

    AtençãoAtenção

    Principalmente pelas razões que passamos aelencar:

    I – Agravamento cada vez maior das questões deordem social, com profundas desigualdades eaumento de violência;II – Pobreza acentuada e ausência de prestaçãoeficiente dos serviços públicos básicos;III – Proliferação social da fome;IV – Legislação social escorada na ConstituiçãoFederal de 1988, que assegura a todo cidadão di-reitos e garantias fundamentais à condição de serhumano e imposição ao Estado de atender taisnecessidades.

    Como podemos observar, as instituições

    que formam o Terceiro Setor, recebem uma forte

    carga de responsabilidade social, ou melhor, rece-

    bem como combustível a responsabilidade social

    e são direcionadas pelos interesses públicos em

    prol da sociedade e na proteção dos direitos le-

    gislativamente assegurados aos cidadãos.

    Revestirem-se de responsabilidade social é

    primordial ao nascimento e à gestão das organiza-

    ções não governamentais, pois as próprias empre-

    sas ( parceiros e financiadores em potencial ) alegam

    que a motivação para investirem em projetos so-

    ciais é o compromisso da instituição com a ética e,sobretudo, com a responsabilidade de desenvolver

    o social. A busca incansável de parceiros confiáveis

    fez com que se tornasse comum a criação de insti-

    tutos e fundações pelas próprias organizações com

    o objetivo de profissionalizar os investimentos de

    suas mantenedoras.

    5.1 A Responsabilidade Social e Desafios do Terceiro Setor

    AtençãoAtenção

    Diversas são as espécies de instituições que com-põe o Terceiro Setor, mas, por maior que seja adiversidade, elas compartilham de algumas ca-

    racterísticas comuns:I – compromisso e responsabilidade social;II - atuação no seguimento social;II – instituições não governamentais, mas queobjetivam o atendimento de interesses públicos;III – não exercício de atividade mercantil na socie-dade, ou seja, fins não lucrativos.

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    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br  33

    Quanto ao compromisso e à responsabilidade

    social, estes são a base de todo o trabalho desen-

    volvido pelas organizações não governamentais,

    característica que justifica a sua existência.

    Quanto à atuação no seguimento social ,

    tem-se que observar que as empresa voltadas ao

    Terceiro Setor trabalham com pessoas, grupos efamílias posicionados à margem do processo pro-

    dutivo e geralmente fora do mercado de trabalho.

    Pessoas que geralmente não possuem acesso aos

    bens e serviços básicos e necessários à vida.

    Quanto ao caráter não governamental e de

    atendimento aos interesses públicos, visualiza-se

    que tais instituições não pertencem à estrutura

    Estatal, mas trabalham com o objetivo de reali-

    zação dos interesses públicos. Com o advento daConstituição Federal de 1988, a assistência social,

    a saúde, a educação e outros direitos básicos dei-

    xaram de ser fruto de caridade e benevolência,

    passaram a ser direitos constitucionalmente as-

    segurados aos cidadãos. O atendimento desses

    interesses constitui verdadeiro interesse público.

    A atuação do Terceiro Setor é direcionada ao ci-

    dadão que de alguma forma se vê excluído, ex-

    plorado ou marginalizado face aos seus direitos e

    garantias constitucionais.

    Por derradeiro, a última característica comum,

    ou seja, a finalidade não lucrativa. As instituições que

    compõe o Terceiro Setor não trabalham voltadas

    para o lucro no sentido do interesse capitalista, suas

    receitas são provenientes de doações, contribuições,

    convênios e/ou prestação de serviços revertidos

    para a própria instituição.

    Ante a identidade apresentada pelas insti-

    tuições da sociedade civil que atuam no TerceiroSetor e considerando a conjuntura econômica,

    política e, sobretudo, social que vivencia nosso

    país, em patente sucateamento das políticas so-

    ciais públicas e massacre das classes mais caren-

    tes, o Terceiro Setor enfrenta alguns desafios, dos

    quais podemos destacar:

      Ausência de divulgação sobre a sua

    atuação, formação, composição, vincu-lação com o Estado e com o Setor Priva-

    do;

      Ausência de recursos financeiros estáveis

    capazes de suportar a sua sustentabilida-

    de financeira, técnica e administrativa;

      Escassez de trabalhos voluntários, tanto

    na colaboração técnica, como na finan-

    ceira das organizações;

      Dificuldades em manter a qualidade ea eficiência nos programas sociais face

    à ausência de atuação de profissionais

    vitais à prestação de seus serviços.

    5.2 Resumo do Capítulo

    Caro(a) aluno(a), neste capítulo compreendemos de maneira clara e direta o Terceiro Setor. Nota-mos seu crescimento a partir dos anos 1990, com o agravamento das dificuldades do Estado em implan-

    tar as políticas públicas básicas para a sociedade.

    Assim, surge o Terceiro Setor com a missão de preencher esta lacuna do Estado, com filantropia,

    solidariedade e serviços destinados ao bem da sociedade e de interesse público.

    Vimos que estas instituições possuem características especiais, que são: atendimento com respon-

    sabilidade social e, essencialmente, sem fins lucrativos. Os maiores desafios são: ausência de divulgação,

    poucos voluntários e baixo orçamento para implantar projetos sociais.

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    Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br34

      Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem?

    1. Para melhor entendimento do Terceiro Setor e das entidades que o compõe, é preciso com-preender que a Sociedade está balizada em três grandes setores, que são:

    a) O Primeiro Setor (O Estado), o Segundo Setor (O Mercado) e o Terceiro Setor (Organizações da

    Sociedade Civil que atuam com fins lucrativos, mas sem interesse público).

    b) Setor Acadêmico, Setor de Negócios e o Setor Digital.

    c) Setor Filantrópico, Setor Jurídico e o Setor Econômico Internacional.

    d) O Primeiro Setor (O Estado), o Segundo Setor (O Mercado) e o Terceiro Setor (Organizações da

    Sociedade Civil que atuam sem fins lucrativos, mas com interesse público).

    e) Setor Empresarial, Setor Estatal e Setor Mercadológico.

    2. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas:

    a) (____) A pobreza acentuada e a ausência de prestação eficiente dos serviços públicos bási-

    cos servem para o aumento do Terceiro Setor.

    b) (____) É certo dizer que os Grêmios Recreativos e os Clubes da Melhor Idade são modelos do

    Terceiro Setor.

    c) (____) A solidariedade, os serviços e a obtenção de lucro formam a base do Terceiro Setor.d) (____) Algumas das principais características do Terceiro Setor são: atuação no seguimento

    social e nas instituições não governamentais (mas que atendam interesses públicos).

    5.3 Atividades Propostas

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    32/45Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br  35

    O Estado, que forma a estrutura do Primeiro

    Setor, é o grande provedor das necessidades públi-

    cas e sociais que, por intermédio de uma atividade

    complexa, arrecada, administra e distribui recursos

    com o propósito de prover um estado justo, com

    ideais de igualdade entre os cidadãos, distribuindo,

    assim, saúde, educação, saneamento, serviços so-ciais e outros atinentes aos direitos básicos do cida-

    dão. Tais objetivos são desenvolvidos pelos serviços

    públicos fornecidos pelo Estado e, sobretudo, pelos

    Programas Sociais Governamentais.

    Há ainda que observar que os programas

    sociais se fundam no patente desequilíbrio eco-

    nômico e social existente na sociedade brasileira,

    onde um grande número de cidadãos ultrapassa

    a linha da pobreza, fazendo, assim, nascer a ne-

    cessidade de uma atenção especial aos grupos

    economicamente frágeis com o propósito de pro-porcionar iguais oportunidades.

    PROGRAMAS SOCIAIS6 

    Como vimos, com o esfacelamento das

    políticas públicas sociais, as organizações não

    governamentais que formam o Terceiro Setor as-

    sumiram importante responsabilidade social na

    disseminação de tais serviços e no atendimento

    dos interesses públicos. O Segundo Setor, por sua

    vez, imbuído das responsabilidades sociais que

    envolvem as suas empresas em políticas internas,

    bancam financeiramente Programas Sociais que,

    aliados aos programas do Terceiro Setor, formamos Programas Sociais Não Governamentais.

    Os programas sociais são formas estratégi-

    cas de distribuição de igualdade social e são de-

    senvolvidos há anos no Brasil, mas com o recente

    e crescente financiamento pelas empresas priva-

    das, surgiu a necessidade de estruturar, monitorar

    e avaliar os resultados dos investimentos que são

    realizados. Quando uma organização empresa-

    rial fornece recursos financeiros ao Terceiro Setor

    para o desenvolvimento de um Programa Social

    Não Governamental, nasce a necessidade de jus-

    tificar aos acionistas a aplicação do capital e os

    resultados do programa investido. É evidente que

    o recurso não precisa ser financeiro, mas pode vir

    na forma de qualificação de mão de obra a ser

    usada ou não pela própria empresa no futuro.

    As próprias Organizações Não Governa-

    mentais passaram a sentir a necessidade de justi-

    ficar seus resultados com o objetivo de atrair par-

    cerias, em especial do setor privado.

    Atualmente, as empresas que participam de

    programas sociais não governamentais como fi-

    nanciadoras, além de precisarem de informações

    sobre os resultados dos programas de que parti-

    cipam, também necess