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SUMÁRIO

Prefácio 7

AULA NO 1:Solucionadores de problemas 11

AULA NO 2: A banda de rock e as causas básicas 33

AULA NO 3: Metas duvidosas e realizações sólidas 67

AULA NO 4: Escola de futebol e a técnica dos prós e contras 95

Agradecimentos 121

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PREFÁCIO

POR QUE APRENDER TÉCNICAS DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS?Todos nós temos que tomar decisões. Seja você estudante, pai ou mãe, empresário ou presidente de um país, com certeza en-frenta problemas diários que precisam ser resolvidos. Os en-traves podem variar. Talvez você precise passar numa prova de matemática, decidir onde vai morar ou descobrir como au-mentar o faturamento de sua empresa. Ou talvez você queira saber como perder alguns quilos ou melhorar seu desempenho no vôlei.

Não importa a dimensão do problema – sempre estabelece-mos metas, enfrentamos desafi os e lutamos para superá-los. Existem algumas técnicas simples de resolução de problemas que podem levar você a encontrar soluções efi cazes e satisfató-rias. Mas, até agora, ninguém se deu ao trabalho de ensiná-las.

Um dos meus objetivos ao escrever este livro foi apresen-tar um método simples de lidar com os problemas do dia a dia. Resolver problemas não é uma habilidade, é uma menta-lidade, uma maneira de pensar que leva as pessoas a darem o

PREFÁCIO

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melhor de si e a moldarem a vida de uma forma positiva. Em vez de aceitarem o status quo, os verdadeiros solucionadores de problemas estão constantemente tentando transformar o ambiente em que vivem. Imagine como seria o mundo se lí-deres como Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Eleanor Roosevelt, John F. Kennedy e Steve Jobs não tivessem ado-tado essa atitude.

Espero que este livro o inspire a desenvolver essa mentali-dade proativa, resolvendo primeiro os desafi os de sua própria vida. Depois que você aprender essa técnica e começar a solu-cionar seus problemas pessoais, verá que seus sonhos estão ao seu alcance.

POR QUE ESCREVI ESTE LIVRO?Eu era consultor da McKinsey & Company, uma fi rma de con-sultoria empresarial. Durante seis anos, trabalhei com grandes corporações do mundo inteiro, ajudando-as a superar desafi os e obstáculos por meio de um conjunto de ferramentas de reso-lução de problemas.

Qualquer pessoa pode usar essas ferramentas. Elas não re-querem um software complicado nem uma sala cheia de ana-listas. São abordagens simples que ampliam e organizam o pensamento sobre uma determinada questão, de modo que possíveis soluções se tornem claras.

Em 2007, o primeiro-ministro japonês elegeu a educação como a meta prioritária de sua nação. À medida que o país vol-tava sua atenção para o sistema educacional, senti-me compelido a fazer minha parte. Embora líderes empresariais, educadores e políticos discutissem há muito tempo sobre a necessidade de mudar a noção de “aprendizado baseado na memorização” para uma “educação focada na resolução de problemas”, ninguém descobrira um meio concreto e efi caz de fazer isso acontecer.

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Por isso deixei a McKinsey para escrever este livro. Meu ob-jetivo era ensinar as crianças japonesas a pensarem como solu-cionadores de problemas, a assumirem a responsabilidade por sua própria educação e a moldarem suas vidas. Tentei adaptar as ferramentas que usávamos na McKinsey a uma estratégia divertida e acessível que demonstrasse os resultados positivos da resolução de problemas. Embora eu não seja nenhum expert em educação, esperava que o livro ao menos se tornasse um ponto de partida, algo que mudasse o debate de se deveríamos adotar o método de resolução de problemas para como devería-mos implementá-lo.

Então um fato surpreendente ocorreu: o livro se tornou um sucesso, e não apenas entre a garotada. Primeiro virou mania no mundo empresarial, tornando-se o livro de negócios mais vendido de 2007. Depois se espalhou para a comunidade aca-dêmica e o público geral. Com isso, fi cou claro que os leitores adultos do Japão – desde pais e professores até dirigentes de grandes corporações – estavam ávidos por um guia simples e útil para resolver problemas.

Agora estou concentrado em ajudar os jovens a pôr em prá-tica essas técnicas. Acho que devemos estimular a experiência que os jovens adquirem ao ter uma ideia, tomar a iniciativa e aprender com seus erros e acertos.

Por isso hoje em dia crio oportunidades para eles aprende-rem mais sobre as situações da vida real do que se estivéssemos presos a uma sala de aula. Faço com que aprendam da mesma forma como Warren Bu ett aprendeu. O famoso megainvesti-dor adquiriu sua primeira experiência de negócios aos 6 anos de idade, comprando garrafas de Coca-Cola da loja de seu avô e revendendo-as por um preço mais alto.

Desafi o meus jovens a administrarem um comércio de co-midas e bebidas numa Kombi 65 que adaptei para servir de lanchonete ambulante. São eles que decidem o que vender,

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onde vender e como competir com outros grupos. Os jovens aprendem a importância da liderança, do trabalho em equipe, da criatividade, da persistência, da persuasão e do aperfeiçoa-mento contínuo para que seus planos se tornem realidade. So-mente após essa experiência eu os auxilio a formular perguntas fundamentais e forneço as ferramentas de resolução de proble-mas que podem ajudá-los em projetos futuros.

O pensamento orientado para a solução de problemas se estende para todas as áreas de nossa vida. Esse modo de agir permite que as pessoas assumam o controle diante dos desafi os e mudem o mundo de uma forma positiva. Minha esperança é que você se benefi cie deste livro da mesma maneira que muitos leitores japoneses se benefi ciaram.

Ken Watanabe

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AULA NO 1:SOLUCIONADORES DE PROBLEMAS

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NUNCA É TARDE PARA SE TORNAR UM SOLUCIONADOR DE PROBLEMASEste livro conta como alguns jovens espertos conseguem resol-ver seus problemas. Eles enfrentam desafi os bem complicados, que poderiam levar muita gente a desanimar e desistir. Mas eles não são como a maioria das pessoas – embora mais pessoas devessem ser como eles.

Os jovens solucionadores de problemas apresentados aqui podem parecer dotados de talentos especiais ou, pelo menos, de mais sorte do que o normal. Mas a verdade é que são criaturas exatamente iguais a você, só que aprenderam a pensar, a tomar decisões por conta própria e a viver de forma proativa. E assimi-laram algumas ferramentas bem úteis no percurso.

Você também pode se tornar um solucionador de problemas. Em vez de achar que sua vida está fora de controle, você pode assumir o comando e transformar seu mundo. Em vez de ser esmagado pelos desafi os do dia a dia, pode aprender a apreciá--los e superá-los.

Na verdade, é possível que você se torne uma pessoa melhor quando chegar ao fi nal deste livro. Seus sonhos parecerão menos

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distantes. E você se sentirá capaz de realizar tudo aquilo que sua paixão e sua imaginação puderem conceber e perseguir.

Seja seu objetivo algo simples, como aprender a dançar, ou ambicioso, como frear o processo de aquecimento global, você descobrirá como chegar lá.

A capacidade de solucionar problemas não é um talento res-trito a uma minoria sortuda. Trata-se de uma habilidade e um hábito que você pode adquirir. Este livro lhe mostrará como fazer isso por meio de três estudos de caso:

• Cogumelos Mágicos, uma banda nova tentando aumentar o público de seus shows.

• João Molusco, um jovem brilhante, aspirante a profi ssional de computação gráfi ca, que precisa comprar seu primeiro compu-tador.

• Kiwi, uma jogadora de futebol ambiciosa em busca da melhor escola de treinamento na Itália.

Este livro também lhe fornecerá quadros que trazem técnicas e ferramentas comprovadas de resolução de problemas usadas por pessoas e empresas bem-sucedidas no mundo inteiro.

Mas, antes de começarmos, permita que eu lhe apresente nossos jovens e seus amigos.

JOVENS SOLUCIONADORES DE PROBLEMAS E SEUS AMIGOSA esta altura, você deve estar curioso para saber o que torna alguém um solucionador de problemas. Primeiro, vamos ver o que não torna. Existem várias atitudes que podem atrapalhar as pessoas na hora de superar um obstáculo. Embora os per-sonagens que apresentarei a seguir pareçam caricaturas, posso apostar que lhe serão familiares. Talvez você conheça alguém

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assim na escola ou no trabalho, no seu círculo de amigos ou na sua família. Quem sabe você não identifi que a si mesmo!

Por exemplo, esta é Dona Suspiro.

Dona Suspiro é o tipo de pessoa que desiste sempre que se depara com o menor desafi o. Ela apenas suspira e diz: “Jamais serei capaz de fazer isso.” O que não quer dizer que não con-seguiria se tentasse. Às vezes ela tem ótimas ideias e acredita saber como driblar uma determinada situação, mas morre de medo de falhar e de ser ridicularizada pelos outros. Em vez de se manifestar ou tomar a iniciativa, fi ca paralisada, sentindo pena de si mesma.

Dona Suspiro não consegue assumir o controle da própria vida. Tem a impressão de que ninguém a entende e culpa os outros por qualquer coisa ruim que acontece. Vive repetindo frases do tipo:

• “Nunca serei capaz de fazer isso. Não tenho talento sufi ciente.”

• “É melhor nem tentar. E se eu fracassar? Todo mundo vai rir de mim!”

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IDEIA LOUCA

BOBAGEM LOUCURA

ESTUPIDEZ

VAI DAR

ERRADO

SEM CHANCE

INÚTIL

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• “A culpa é dos meus pais. A culpa é da sociedade. A culpa é sua!”

• “Ninguém me entende. Ninguém se importa comigo. Todo mundo está contra mim.”

Já o Sr. Cri-cri nunca tem medo de se manifestar. Ele é um crítico profi ssional. Qualquer que seja o plano, está sempre pronto a apontar defeitos e a depreciar as ideias de todos. Se alguém tenta algo e falha, ele é o primeiro a dizer: “Eu bem que avisei.” Está sempre disposto a culpar alguém quando as coisas dão errado.

Ele pode ter muito a dizer sobre os erros dos outros, mas é incapaz de colocar em prática alguma ideia própria. Criticar é fácil. O difícil é pôr a mão na massa. Ainda que você saiba como as coisas devem ser feitas, de nada adiantará se não esti-ver disposto a arregaçar as mangas e trabalhar. É possível que o Sr. Cri-cri não perceba como seus comentários negativos são malvistos pelas pessoas que estão tentando fazer seus sonhos

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acontecerem. Talvez ele simplesmente tenha medo de assumir a responsabilidade e encarar o fato de que também comete erros.

Você poderá ouvir do Sr. Cri-cri frases como:

• “Isso nunca vai funcionar. Que ideia idiota!”

• “Eu falei que não ia dar certo. A culpa é toda sua.”

• “Eu expliquei o que você deveria fazer. Por que falhou?”

Enquanto o Sr. Cri-cri derruba as pessoas, a Senhorita So-nhadora vive com a cabeça nas nuvens. Ela adora ter ideias, mas raramente tenta colocá-las em prática. Nunca se dá ao trabalho de descobrir como transformá-las em realidade. Ela se satis-faz em apenas pensar em seus sonhos grandiosos – que, aliás, sempre parecem melhores em sua cabeça do que seriam de fato.

A Senhorita Sonhadora acalenta muitos sonhos audaciosos – sonhos que nunca se tornam realidade:

• “Pretendo escrever um romance!”

• “Não seria ótimo abrir meu próprio negócio?”

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AVANTE!

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• “Quero ser médica.”

• “Sou uma pessoa criativa. Pare de me incomodar com detalhes sem importância!”

À primeira vista, o Dr. Apressadinho pode até dar a impres-são de estar disposto a resolver problemas. Ele defi nitivamente não se preocupa com os problemas nem cultiva pensamentos negativos. E quando algo sai errado, logo entra em ação. Sua atitude é: “Não posso mudar o passado. Mas posso fazer algo agora.” A obstinação e a proatividade do Dr. Apressadinho são traços positivos.

No entanto, se ele parasse e refl etisse por um minuto antes de correr para executar, poderia obter resultados bem melho-res. Ele também tende a atribuir cada fracasso à simples falta de esforço. Acha que qualquer problema pode ser resolvido com mais empenho. Quando decide de que forma vai resolver uma questão, se recusa a mudar de ideia no caminho. Ele não está interessado em descobrir os motivos que geraram o problema nem cogita buscar soluções alternativas. Simplesmente não percebe que parar para pensar pode ser tão importante quanto partir para a ação.

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Com frequência ouvimos o Dr. Apressadinho dizer:

• “Jamais desistirei. Tenho que superar este desafi o!”

• “Preciso me esforçar mais! Não posso parar agora!”

• “Sei que vai dar certo se eu me empenhar um pouquinho.”

• “Parar para pensar? É perda de tempo. O importante é exe-cutar!”

Você se reconhece em algum desses perfi s? Vive suspirando e desistindo? Acha mais fácil criticar os outros do que tentar fazer algo por conta própria? Adora sonhar mas detesta plane-jar? Encara os obstáculos mas não muda de estratégia se não está obtendo resultados?

Já os solucionadores de problemas têm um talento real para fi xar metas e chegar lá. Conseguem superar os desafi os com tranquilidade. Assim como o Dr. Apressadinho, não se martiri-zam por causa das difi culdades que enfrentam. Porém, refl etem sobre as causas básicas de seus problemas e traçam um plano efi caz antes da ação e ao longo dela, além de estarem sempre dispostos a adaptar seu planejamento à medida que surgem novos desafi os. Equilibrando raciocínio e ação, realizam feitos incríveis. Os solucionadores de problemas adoram aprender com seus sucessos tanto quanto com seus fracassos.

Um solucionador de problemas identifi ca as causas dos pro-blemas e defi ne metas específi cas. Tem atitudes positivas e per-manece concentrado no que pode ser mudado, não no que já aconteceu. Formula planos de ação para superar obstáculos e imediatamente os executa. Depois que parte para o ataque, mo-nitora com frequência seu próprio progresso.

Eis o que você pode ouvir de um solucionador de pro-blemas:

• “Vou conseguir fazer isso em três meses.”

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• “Em vez de esquentar a cabeça com esse problema, vou tentar descobrir a solução.”

• “O que realmente causou essa situação?”

• “Para consertar isso, precisamos fazer X, Y e Z. Vamos tentar.”

• “O que deu errado? Como fazer melhor da próxima vez?”

Observe este quadro. Ele compara os cinco personagens que acabamos de conhecer e realça suas diferenças.

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No quadro, todos os personagens têm um problema que pre-cisam resolver.

Dona Suspiro fi ca dando voltas em torno do ponto de par-tida, suspirando. Claro que não chega a lugar algum.

O Sr. Cri-cri acha que sabe como o problema deveria ser re-solvido e logo mostra às pessoas o que estão fazendo de errado. Mas ele mesmo não toma qualquer atitude e suas críticas não ajudam ninguém a encontrar a solução. As linhas tracejadas são os planos dos outros que ele detonou.

A Senhorita Sonhadora tampouco atinge o objetivo. Ela fi ca a contemplá-lo como se fosse uma longínqua estrela brilhante. Sentada no ponto de partida, sonha com soluções grandiosas para os problemas, mas nunca tenta colocá-las em prática.

Ao contrário dos três primeiros, o Dr. Apressadinho ao menos tenta atingir sua meta. Ele nunca desiste e não para de correr o mais rápido possível, sem poupar esforços. Mas não corre necessariamente na direção certa. Quando descobre que está no caminho errado, dá meia-volta e dispara em outra di-reção a toda a velocidade. Nunca faz uma pausa para identifi -car a causa fundamental do problema ou para traçar um plano efi caz. Uma pena, pois ele tem motivação sufi ciente para con-quistar seus objetivos.

Os solucionadores de problemas alcançam sua meta mais rapidamente do que os demais. Eles têm tanta energia quanto o Dr. Apressadinho, mas procuram compreender o problema a fundo antes de planejar e partir para a ação. Durante o per-curso, nunca param de monitorar seu progresso para terem certeza de que estão na direção certa. Enquanto os outros não chegam a lugar algum ou erram o alvo, esses jovens já supera-ram o primeiro obstáculo e estão partindo para o seguinte.

Saber resolver problemas é uma questão de hábito. Ao de-senvolver as habilidades adequadas e adotar a atitude correta, qualquer pessoa pode se tornar um solucionador de problemas.

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