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2 Copatrocínio Arraial d’Ajuda Eco Parque Conheça o lugar onde fica o Centro de Visitantes e Base de Pesquisas do Coral Vivo Núm ero 2 5 - J a n eiro a M arç o d e 2 0 1 4 Patrocínio Oficial

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Copatrocínio

Arraial d’Ajuda Eco ParqueConheça o lugar onde fica o Centro de Visitantes e Base de Pesquisas do Coral Vivo

Número 25 - J

aneiro a Março de 2014

Patrocínio Oficial

EDITORIAL

Turismo Sustentável no Sul-Extremo Sul da Bahia

O turismo é uma atividade econômica de grande importância no Brasil. Ambientes naturais conservados são reservas de recursos naturais e econômicos. Acreditamos que aliar a conservação ambiental com práticas que gerem emprego e renda é uma estratégia que pode gerar bons resultados simultaneamente para a sociedade e para o ambiente – o chamado “bom negócio”, bom para todos. Assim, a prática do turismo desenvolvida sob princípios da sustentabilidade vem se consagrando como uma possibilidade de enfrentamento aos desafios impostos pelo uso irracional dos ambientes, especialmente aqueles provenientes da exploração indevida de seus recursos naturais. O turismo sustentável deve valorizar as relações culturais, históricas, sociais, políticas, religiosas, étnicas e econômicas que há nos diferentes setores da sociedade e em suas atividades vinculadas ao atendimento ao turista. Lembramos que os benefícios do turismo marinho para uma região não estão limitados aos momentos de contato direto com o mar, mas também aos serviços de hospedagem, alimentação, translados, comércio de souvenires e outros, movimentando uma ampla cadeia produtiva. Assim, o ecoturismo surgiu como uma atividade que visa promover um desenvolvimento sustentável. Dentre as definições para turismo sustentável, uma das mais simples o define em dois critérios: O turismo deve ser compatível com a conservação dos ambientes natural e cultural existentes e o turismo deve trazer um fluxo de benefícios econômicos que não diminua com o tempo. Sabe-se que qualquer atividade humana num ambiente natural causa algum grau de impacto negativo. No entanto, cabe a nós, cidadãos conscientes, minimizar este impacto, de forma que possamos conviver e usufruir da natureza de forma mais harmônica e sustentável. Uma forma de estruturar e alavancar atividades de turismo desenvolvidas de modo ordenado e sustentável é organizá-las em torno de unidades de conservação (UCs).

Na Costa do Descobrimento, BA, temos três UCs marinhas que podem (e devem) ser utilizadas para a realização de turismo, servindo também de suporte para atividades de sensibilização ambiental da sociedade: o Parque Municipal de Preservação Marinha de Coroa Alta, em Santa Cruz de Cabrália; o Parque Natural Municipal do Recife de Fora, em Porto Seguro; e a Reserva Extrativista (Resex) do Corumbau, federal, em Porto Seguro e Prado. Os Parques têm como objetivo a preservação de ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando o desenvolvimento de atividades de educação, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Os parques municipais marinhos da Costa do Descobrimento já possuem uma grande visitação turística, atualmente especialmente por meio de visitas em escunas. Apesar de alguns problemas, inclusive a falta de Plano de Manejo formal, há interesse das Prefeituras Municipais em aperfeiçoar suas gestões. Porto Seguro, por exemplo, acaba de licitar e está em processo de contratação de empresa para elaborar o Plano de Manejo do Parque do Recife de Fora. A Resex Corumbau pertence à uma categoria de UC que visa proteger os meios de vida e a cultura de populações tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo. A visitação é permitida, desde que compatível com interesses locais e de acordo com seu Plano de Manejo. Compreendendo a importância do tema, o Coral Vivo prevê a realização em 2015 de evento para apresentar iniciativas de turismo marinho sustentável, visando dialogar e refletir sobre possibilidades de crescimento do setor, e de curso de capacitação para turismo sustentável em ambientes recifais (2016), para pessoal ligado ao turismo no Sul da Bahia. As atividades do turismo de natureza, como o que ocorre em todo o Sul-Extremo Sul da Bahia, se desenvolvida de modo responsável, possui o potencial de gerar trabalho e renda e, ao mesmo tempo, ajudar a preservar o ambiente social e natural da região.

FICHA TÉCNICAEquipe Coral Vivo no Rio de Janeiro:

Cláudio Almeida, Derek Corrêa, Emiliano

Calderon, Genivaldo Teixeira, Gustavo

Duarte, Mércia Ribeiro, Ruth Saldanha e

Sandra Vargens.

Equipe Coral Vivo na Bahia:

Adejane Silva, Bruniele Gondim, Claudio

Oliveira, Cristiano Pereira, Edinilson

Conceição, Gabriele Lopes, Marcia

Viana, Márcio da Silva, Romário Guedes,

Sandra Ratzlaff, Tárcio Mangelli e Valéria

França.

Projeto Coral Vivo – Ano VI, número 25, Janeiro a Março de 2014.

Editora Responsável: Débora O. Pires.Colaboraram nesta edição: Acqua Marítima/Neon Junior, Carlos Renato R. Ventura, Cintya Nunes, Clio Lucone, Clovis B. Castro, Débora O. Pires, Derek Corrêa, Emiliano Calderon, Leandra Gonçalves, Márcia Fernandes Coura, e William Thomas.Diagramação: Cláudio Almeida e Derek CorrêaRio de Janeiro: Associação Amigos do Museu Nacional, Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão, Rio de Janeiro, CEP 20940-040, telefone (21) 2254-1228. Mail: [email protected]: Estrada da Balsa km 4,5, Praia de Araçaípe, Arraial d’Ajuda, Porto Seguro,CEP 45816-000, telefone (73) 3575-2353.

Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN)Projeto Coral Vivo, uma parceria Museu Nacional/Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Núcleo de Educação Ambiental/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Ministério do Meio Ambi-

ente (MMA), Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros, Secretaria de Biodiver-

sidade e Florestas/MMA e Departamento de Geologia/UFRJ.

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Clovis CastroMuseu Nacional/Universidade Federal do Rio de JaneiroCoordenador do Coral Vivo

Comitê Gestor: Dra. Ana Paula L. Prates, Dr. Clovis B. Castro (Coordenador), Dra. Débora O. Pires, Dra. Maria Teresa Gouveia e Dr. José Carlos Seoane.

Em abril de 2013 ocorreu na Câmara dos Deputados em Brasília o Seminário “25 Anos da Constituição Federal e a Proteção dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos”, onde reforçou-se a necessidade de se produzir uma legislação específica para proteger os oceanos, chamada de “Lei do Mar”. Leandra Gonçalves, do Programa Costa Atlântica, na SOS Mata Atlântica, afirma que a iniciativa vem suprir e modernizar uma lacuna onde a maioria dos instrumentos de políticas públicas é voltada para o ambiente terrestre, e posteriormente adaptadas à realidade marinha. Com a criação da lei haverá um planejamento espacial marinho que culminará num maior conhecimento do Bioma Marinho. Leandra também comenta a importância de incluir os pescadores no processo de construção da lei, uma vez que a lei traz vários elementos que visam garantir uma pesca com mais qualidade e valor e que perdure.

Reunião em que se discutiu sobre a Lei do Mar, organizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, que aconteceu no Jardim Botânico

(RJ), em setembro de 2013.

Texto: Carlos Renato R. Ventura - Museu Nacional/UFRJ. Foto: Projeto Coral Vivo.

Foto: Projeto Coral Vivo.

É importante enfatizar que a lei é para o Brasil e não para o meio ambiente - É para o pescador artesanal, o setor produtivo, para res-paldar políticas governamentais. É para garantir o uso e a conservação dos recursos vivos mari-nhos para essa e para as futuras gerações.

O “ouriço branco” (Tripneustes ventricosus) vive em ambientes

com fundos rochosos, arenosos e de gramas marinhas. Em algumas

populações, há ouriços com espinhos brancos e o corpo escuro e outros

com o corpo e os espinhos brancos. Comumente se cobrem com detritos,

pedaços de conchas, fragmentos de algas ou até mesmo plásticos. Este

comportamento os protege das radiações solares, além de escondê-

los dos predadores. A espécie é encontrada em regiões rasas desde

o Mar do Caribe até o sudeste do Brasil, preferindo águas claras. Se

alimenta de algas, animais mortos e detritos. Sua reprodução ocorre

pela liberação de gametas masculinos e femininos na água do mar.

Conhecida em alguns lugares como coral estrela, moranguinho ou pedra

fêmea, a espécie Siderastrea stellata só ocorre em águas brasileiras.

Tem uma distribuição relativamente ampla na costa e nas ilhas oceâni-

cas. É particularmente importante em dois locais: no Atol das Rocas,

onde é a espécie de coral dominante e principal construtora dos recifes

da região e em Búzios, RJ, onde forma as famosas colônias gigantes de

vários metros de comprimento. As colônias têm sexos separados, haven-

do uma predominância de fêmeas em relação aos machos. São bastante

comuns em poças de marés podendo ocorrer até 90m de profundidade

na Cadeia Vitória-Trindade.

O que é a Lei do Mar e porque ela é importante para nósTexto: Derek Corrêa. Foto: Leandra Gonçalves.

Texto: Débora O. Pires - Museu Nacional/UFRJ. 3

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Um Porto Seguro para o Coral Vivo

boáguas em estilo “kamikaze” permite descer em alta velocidade. O parque oferece ainda rio lento de 426m de extensão, piscina para jogos, tirolesa, arvorismo, escalada e rapel. Para os menores, há toboáguas e piscinas especiais, ti-rolesa e escalada infantil e playground de ma-deira. Funcionamento:Das 10h às 17h*

Localizado em uma área privilegiada em frente à praia de Araçaípe, o Arraial d‘Ajuda Eco Parque foi construído em meio a uma reserva de Mata Atlântica. Foi inaugurado em 12 de janeiro de 1997, e tem brinquedos e atividades que agradam de zero aos 100 anos. Entre suas principais atrações estão a piscina de ondas Tupã, que gera ondas de até 1m de altura; o toboágua Tambau, que tem 17m de altura e 166m de pista, e é equipa-do com boias com capacidade para até três pessoas. Também com 17m de altura, uma dupla de to-

Texto: Derek Corrêa. Fotos: Clio Lucone e Projeto Coral Vivo.

Centro de Visitantes e Base de Pesquisas do Coral Vivo:Além de se divertir nas atrações do Arraial d’Ajuda Eco Parque, o público pode conhecer - sem nenhum custo adicional - as maravilhas marinhas do Sul da Bahia no Centro de Visitantes e Base de Pesquisas do Coral Vivo que, desde 2004, se estabeleceu den-tro do Eco Parque, em uma grande e importante par-ceria e em regime de copatrocínio. Além de ceder espaços do escritório, laboratórios seco e úmido, do sistema de mesocosmo e de área de visitação, toda a infraestrutura para a manutenção da base é ofere-cida pelo Eco Parque. Na área de visitação são re-cebidos gratuitamente os visitantes do Eco Parque, além de moradores e escolas públicas da região, que podem agendar visitas monitoradas em dias de Parque fechado.

Horário de funcionamento: Visitantes do Arraial d’Ajuda Eco Parque podem conhecer o Centro de Visitantes e Base de Pesquisas do Coral Vivo nos dias de abertura do Parque. Agendamento de visitas para os dias em que o Parque estiver fechado pode ser feito pelo tel.: (73) 3575-2353 (atendimento de segunda a sexta, das 8h às 17h). Mais informações no site: www.coralvivo.org.br e na página do Facebook: www.facebook.com/coralvivo

*Conforme calendário de funcionamento disponível no site: http://www.arraialecoparque.com.br/

Tirolesa infantil Escritório do Coral Vivo

Viveiros do centro de visitantes do Coral Vivo

Monitora do Coral Vivo mostrando um filhote de coral

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O Recife de Fora, principal formação recifal do Parque Natural Municipal do Recife de Fora, vem sendo explorado pela atividade de visitação tu-rística há décadas. Ao longo de seu histórico de uso chegou a receber 1,5 mil pessoas por dia. Atualmente o número de visitas está limitado a 400 e em apenas em uma de suas piscinas. No entanto, apesar do longo e intenso histórico de uso turístico, os impactos e possíveis alterações nas piscinas do Recife de Fora são desconheci-dos. Esta falta de conhecimento dificulta a orde-nação de seu uso de maneira sustentável. Para preencher esta lacuna de conheci-mento, o Coral Vivo iniciou o estudo das piscinas recifais, através da caracterização de suas co-munidades biológicas. O objetivo inicial é definir a estrutura dos organismos recifais, em especial os corais, através de dados como área de cober-

Armadilhas de sedimentos

Pesquisador analisando tamanho de filhotes de coral Visitantes na parte sul da piscina de visitação

A visitação turística está impactando as piscinas do Recife de Fora (Bahia)?Texto e Fotos: Emiliano Nicolas Calderon.

tura dos organismos, densidade, tamanho, entre outros. Este levantamento está sendo realizado em diferentes partes das três maiores piscinas do re-cife, onde há atividade de visitação. Paralelamente também estão sendo quantificados diversos parâ-metros físicos como temperatura e morfologia da borda dessas piscinas. Espera-se que as diferenças observadas entre as diferentes partes de cada piscina, e en-tre piscinas, nos permitam elaborar hipóteses sobre os fatores naturais e os relacionados à atividade turística que determinam a atual dis-tribuição desses organismos. A etapa seguin-te será testar as principais hipóteses, geradas através de experimentos, que permitam estabe-lecer uma relação direta de causa e efeito entre os fatores físicos medidos, a atividade de visita-ção e as comunidades biológicas.

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JOGO DOS 7 ERROS!

RESPOSTA:

CONSEGUE IDENTIFICAR?

A vida submarina é fascinante. O recife de coral é um ambiente com grande produtividade e enorme biodiversidade. Nas duas imagens abaixo você encontra exemplos de animais que habi-tam os recifes de coral. Mas espera aí, estão faltando animais na segunda imagem! Marque na primeira imagem os que estão faltando na segunda:

Você sabe os nomes dos animais que você marcou?

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1 TUBARÃO

2 LAGOSTA

3 ANÊMONA

4 OURIÇO

5 POLVO

6 CAVALO MARINHO

7 PEPINO DO MAR

NÃO VALE OLHAR AS RESPOSTAS, HEIN!

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O Parque Estadual Marinho (PEM) do Parcel de Manuel Luís foi o primeiro Parque Estadual Mari-nho do Brasil. Criado pelo Governo do Estado do Maranhão com o objetivo de preservar um dos maiores bancos de corais da América do Sul, abrange uma área de mais de 45 mil hectares. Pesquisas realizadas no local indicaram o PEM de Manuel Luís como Área Úmida de Im-portância Internacional no âmbito da Conven-ção Ramsar*– incluindo seus 3 bancos: Manuel Luís, Álvaro e Tarol. Devido à sua riqueza, re-centemente o Parque foi também reconhecido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA como Área Marinha Ecologi-camente ou Biologicamente Significante. Den-

Tesouro do mar brasileiro – Parcel de Manuel Luís, MATexto: Márcia Fernandes Coura. Foto: Acqua Marítima/Neon Junior. Mapa: William Thomas.

tre os estudos realizados na área destacam-se: Primeiro levantamento específico para o Parque, que identificou 8 gêneros de cnidários; Ampliação da pesquisa identificando 21 espécies de cnidá-rios, sendo 16 corais, demonstrando que a área tem uma fauna coralínea rica, comparável em di-versidade ao Banco dos Abrolhos e a identificação de 132 espécies de 52 famílias, ampliando a dis-tribuição de espécies que ocorrem no Caribe e de algumas espécies anteriormente registradas ape-nas em outras localidades do Nordeste e Sudeste do Brasil.

*A Convenção de Ramsar é um tratado intergovernamental que esta-belece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de zonas úmidas no mundo.

Parceiros

Budião no PEM do Parcel de Manuel Luís

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