0 não houve 25 de abril para os peixes do rio coura

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Não houve 25 de Abril para os peixes do Rio Coura Os vilarmourenses que madrugaram este dia 25 de Abril, depararam com um estranho e desagradável espectáculo quando olharam para o Rio Coura e constataram que as suas águas estavam tingidas de um amarelo forte e opaco. Alertados de imediato, estiveram em Vilar de Mouros agentes da GNR e da Polícia Marítima que tomaram conta da ocorrência e recolheram amostras da água para análise. Em pleno feriado e com uma temperatura agradável, estavam no largo do Casal e nas Azenhas diversos grupos de visitantes que, surpreendidos com o aspecto poluído do rio, provavelmente tão cedo não regressarão à freguesia. Para além das consequências na riqueza biológica e piscícola do Coura, convém também não esquecer que aqui é captada a água consumida em grande parte do concelho de Caminha.

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Não houve 25 de Abril para os peixes do Rio Coura

Os vilarmourenses que madrugaram este dia 25 de Abril, depararam com um estranho e desagradável

espectáculo quando olharam para o Rio Coura e constataram que as suas águas estavam tingidas de um

amarelo forte e opaco. Alertados de imediato, estiveram em Vilar de Mouros agentes da GNR e da Polícia

Marítima que tomaram conta da ocorrência e recolheram amostras da água para análise.

Em pleno feriado e com uma temperatura agradável, estavam no largo do Casal e nas Azenhas diversos

grupos de visitantes que, surpreendidos com o aspecto poluído do rio, provavelmente tão cedo não

regressarão à freguesia. Para além das consequências na riqueza biológica e piscícola do Coura, convém

também não esquecer que aqui é captada a água consumida em grande parte do concelho de Caminha.

Infelizmente, não é a primeira vez que sucede um evento desta natureza, sendo que a última com

semelhante impacto data de Maio de 2011. A razão parece ser sempre a mesma: a deficiente selagem das

antigas minas de Covas. Uma obra com esse objetivo da responsabilidade da EDM (Empresa de

Desenvolvimento Mineiro) e orçada em 1,6 milhões de euros, foi dada por concluída em Abril de 2008, já

lá vão cinco anos. Porém, como se volta a comprovar, o problema da poluição do Rio Coura derivado das

escombreiras do volfrâmio continua por resolver.

Por conhecimento do terreno, documentado com várias fotografias tiradas hoje mesmo, apontamos para

que a origem de mais esta descarga poluidora se situe na ribeira do Poço Negro (imagens supra) —

situada cerca de 700 m a jusante da barragem de Covas — que faz afluir ao Coura as águas contaminadas

provenientes das velhas minas, pelos vistos mal seladas.

O GEPPAV, na defesa do património natural do vale do Coura e preocupado com a salvaguarda da saúde

pública, vem desta forma alertar para uma questão que nos parece muito grave, ao mesmo tempo que

exige das autoridades responsáveis urgentes medidas de apuramento de responsabilidades e resolução

deste grave problema ambiental.

Vilar de Mouros, 25 de Abril de 2013

Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense