0 instituto de pesquisas energÉticas e nucleares

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_•.•-—j- 0 K xt)i INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES AUTARQUIA ASSOCIADA A UNIVERSIDADE DE SAO PAULO DETERMINAÇÃO DA ENERGIA DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO EM METAIS E LIGAS COM ESTRUTURA CÚBICA DE FACE CENTRADA POR Dl FRAÇÃO DE RAIOS X JOSÉ FERNANDO ALVIM BORGES Dissertação apresentada como parte dot requisitos par* obtenção do Grau de Mestra am Tecnologia Nuclear. » Orientador: Dr. Kengo Imakuma SAC PAULO

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Page 1: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

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INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

AUTARQUIA ASSOCIADA A UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

DETERMINAÇÃO DA ENERGIA DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO EM METAIS

E LIGAS COM ESTRUTURA CÚBICA DE FACE CENTRADA POR

Dl FRAÇÃO DE RAIOS X

JOSÉ FERNANDO ALVIM BORGES

Dissertação apresentada como parte dot requisitos par* obtenção do Grau de Mestra am Tecnologia Nuclear. »

Orientador: Dr. Kengo Imakuma

SAC PAULO

Page 2: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Í N D I C E

Pae

INTRODUÇÃO 1

OBJETIVO DO TRABALHO 3

ENERGIA DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO EM CRISTAIS

CFC 4

PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA DETERMINAÇÃO DA E.D.E. .. 12

IV 1. A Relação entre a E.D.E. e a Temperatura .. 20

FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO DE DIFRAÇÃO DE

RAIOS-X 23

V 1. Correlação entre a Densidade de Disco£

dâncias, Probabilidade de Falha de Empi-

lhamento e a E.D.E 2i

V 2. Redes Recíprocas de Cristais Perfeitos e

Deformados ou Imperfeitos 27

V 3. Alargamento Produzidos em Função da

Redução dos Domínios de Difração 28

V 4. Alargamento Produzido por Distorções 29

V 5. Alargamento dos Perfis de Deslocamento

dos Picos Produzidos por Defeitos de

Empilhamento 29

V 6. A Análise de Fourier dos Perfis de Difração

de Raios-X 30

V 7. Determinação doâ Coeficientes do Fourier

dos Perfis de Difração 32

Page 3: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

V 8. A Correção de Sto k e s l's

V 9. 0 Método de Warren-Aver bach 26

V 1 0 . Pro b a b i l i d a d e de D e f e i t o de Eispi Ih anient o .. -Q

VI MATERIAIS E MÉTODOS 42

VI 1. Materiais 42

VI 2. Carbonetos 42

VI 3. Preparação de Amostras 45

VII RESULTADOS 43

VII 1. Microtensao Quadrãtica Média e Probabilida

des de Defeitos de Empi lhamento 43

VII 2. Energias de Defeito de Empilhamento 51

VIII DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 56

VIII 1. Metais Puros 56

VIII 2. 0 Valor de Kuiw a ti

VIII 3. Aços Inoxidáveis Austeníticos 62

VIII 4. Correlação entre o Número Médio de Lacu

nas E l e t r ô n i c a s e a E.D.E 7 0

IX CONCLUSÕES 76

IX 1. APÊNDICE A - T r a n s f o r m a ç ã o de F o u r i e r e

C o n c l u s õ e s 77

IX 2 . APÊNDICE B - E f e i t o s da A n i s o t r o p i a E1 âs_

t i c a 79

REFERÊNCIAS 61

Page 4: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

DETERMINAÇÃO DA ENERGIA DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO EM MATERIAIS" E LIGAS COM

ESTRUTURA CÚBICA DE FACE CENTRADA POR DIFRAÇÃO DE

RAIOS-X

José Fernando Alvim Borges

RESUMO

Desenvolveu-se um método para a determinação da energia de defeito

de empilhamento, EDE, por difratotaetria de raios-X. A medida de EDE fornece

informações valiosas para o entendimento e previsão das propriedades mecani

cas, subestrutura de deformação, estabilidade micrcestrutura e até da

configuração eletrônica dos metais e suas soluções sólidas. 0 método cor.sis

tiu em relacionar a EDE com a média das microtensoes quadraticas e a proba­

bilidade de defeito de empilhamento em metais e ligas de estrutura CFC. A

média das microtensoes quadraticas foi determinada por meio de análises de

Fourier nos perfis de difração de raios-X, corrigidos dcs efeitos instrunieri

tais, seguida pela aplicação do método de Warren-Averbach sobre os coefici

entes de Fourier. A probabilidade de defeito de empilhamento foi obtida,

medindo-se as variações relativas das posições dos picos de difração entre

metais deformados e recozidos. 0 método foi desenvolvido utilizando-se de

metais padrões de Ag, Au, Cu e Al, de alta pureza, e aplicados em aços

inoxidáveis auster.íticos AISI, 304, A1SI 316, AISI 3-i? e DIN-WERKSTOFF

1.4970.

Page 5: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

OA THF. MEASURED T OF TlIF STACK1NG-FAULT ENERGIES OF FACE CENTERED CUBIC

META AN;' AUSTE:;i "ÍC SAINLESS STEELS BY X-RAYS DIFFRACTIO..

J o s é Fernando Alv in Borges

ABSTRACT

t u X-rays d i f f r a c t i o n method was a p p l i e d t o measure t h e S t a c k i n g -

Fault Energx s (SFE) of the AISI 304, AISI 316, AI5I 347 and DIN-WERKÍ70FF

1.4970 A u s t r ' i t i c S t a i n l e s s S t e e l s . The SFE d e t e r m i n a t i o n p l a y s an impor tan t

ro l e in t h e r e s e a r c h of the mecanichal behav iour of t he Metal and A l l o y s ,

t h e i r de f^ r r r a t ' :n me•".'nanisms , s t a b i l i t y of m i c r o s t r u c t u r e and e l e c t r o n i c

c o n f i g u v a t l . ' i . l h e method i s based on t h e r e l a t i o n s h i p between Lhe SFE and

the r a t i o or the 'i'tar. Square S t r a i n to the S t ack i r . g -Fau i t p r o b a b i l i t y . The

Mean Square S t r a i n was e v a l u a t e d by F o u r i e r Ana lys i s or X-Rays D i f f r a c t i o n

p r o f i l e s , c o r r e c t e d t o reduce i n s t r u m e n t a l e f f e c t s , fol lowed by the

a p p l i c a t i o n >•>? the Warren-Averbach m^chod t o the F o u r i e r C o e f f i c i e n t s . The

Stacking-Fa..! U p r o b a b i l i t i e s were d e r i v e d from the changes of peak

s e p a r a t i o n s ictween cold-worked and annea led spec imens .

Page 6: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

- INTRODUÇÃO

As discordâncias contidas no plano (111) de materiais coa

estrutura C.F.C. podem estar dissociadas em duas discordâncias entre­

meadas por uma faixa de material, cujo empilharaento dos planos com­

pactos está alterado. Quanto menor I a energia por unidade de área

do defeito de empilhamento (E.D.E.), tanto maior é o afastamento ruú-

tuo das discordâncias parciais, ou seja, a largura da faixa. Para so­

frerem escorregamento com desvio ("crossslip1') para outros planos de

escorregaoento, segmentos de discordâncias em hélice precisam sofrer

constrição. 0 trabalho necessário para a constrição depende da distar.

cia que separa as duas discordâncias parciais e consequentemente da

E.D.E.

A medida da E.D.E. fornece informações valiosas para o

entendimento e previsão das propriedades mecânicas, subestrutura de

deformação, estabilidade microestrutural e até da configuração eletrõ

nica dos metais e suas soluções sólidas. Uma diminuição da E.D.E. oca

siona aumento na taxa de encruamento (23 ), na resistência â fluêr.cia

(17) e na resistência â fadiga (46 ). A distribuição de Jiscordír.rias

é também mais uniforme e planar (112), a densidade de discordâncias

maior ( 33 ), a energia armazenada na deformação maior ( 24 ), a recris_

talização mais fácil (123) e as macias de recozimento mais freqüentes

(KM). Por outro lado, a susceptibilidade ã corrosão sob tensão a^eni

ta com a diminuição da E.D.E. (33 ). A E.D.E. está também relacionada

com a textura (29), com o ínchamento causado por irradiaçãoC 12Í>) , com

a estabilidade de fases intermetúlicas(l2ó), con a relação elétron/

átomo (e/a) ( 5 ) e com a densidade de lacunas eletrônicas(12ó). A

E.D.E. é, portanto, um dos parâmetros mais importantes dos sólidos

cristalinos, e o seu conhecimento é essencial pjra a seleção do

materiais e o desenvolvimento de novas ligai;.

Page 7: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Os materiais selecionados no presente estado para medidas

da F..D.F.. foram os metais puros Ag, Au, Cu, e Ac e os aços inoxidá­

veis austeníticos AISI 304, AISI 347, AISI 316, Aços com teores ele­

vados de Nióbio e o Aço inoxidável austenítico DIN-WERKSTOFF n? 1.4970.

Os metais puros foram escolhidos por que suas E.D.E. já são bem

conhecidas da literatura. Os resultados referentes aos metais puros

foram utilizados para aferir e testar o método de difração de Raios-X

empregado neste trabalho. Aços inoxidáveis austeníticos são frequeri

temente utilizados para confeccionar tubos de paredes finas para

revestimento do elemento combustível de reatores nucleares, fia classe

de reatores rápidos, o uso de aços inoxidáveis cone revestimento das

varetas combustíveis é praticamente exclusivo. So EUA, URSS, Japão,

Inglaterra, o aço é do tipo AISI 316, enquanto que na RFA o aço

adotado é o DIN-WERKSTOFF 1.4970 (67). Aço inoxidável austenítico foi

também o material escolhido para encamisante da vareta combustível dos

primeiros reatores de água leve dos tipos PWR (Pressurized Water

Reactor) e BWR (Boiling Water Reactor).

A partir da década de 60, os aços inoxidáveis foram cresce^

temente substituídos nos reatoras comerciais por ligas de zircênio

do tipo Zircaloy, devido principalmente ã sua menor absorção de

neutrons. Por outro lado, os reatores PWR utilizados em propulsão, coii

tinuaram empregando com mais freqüência aços inoxidáveis austeníticos.

Nestas aplicações, dois tipos de aço tem sido utilizados: AISJ 304 e

AISI 348. Após o acidente no reator de "Three Mile Island", a questão

aço inoxidável versus Zircaloy foi reaberta (2 ) também para reatores

comerciais, agora não do ponto de vista do desempenho, mas do por.to

de vista de segurança.

Page 8: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

3

II - OBJETIVO DO TRABALHO

O objetivo principal do trabalho é desenvolver um método

que perr.ita medidas em uai air.pla faixa de E.ü.E.. 0 método deverá

ser testado em T.ateriais cujas energias de defeito de empilhamer.to

são beiu estabelecidas na literatura. Os matérias escolhidos para

testar o método foram os metais C.F.C. - Ag, Cu, Au e kt que já

foram extensivamente estudados e discutidos. Além disto, o trabalho

tem por escopo obter as energias dos aços inoxidáveis austeníticos

dos tipos AISI 304, AISI 347 e AISI 316, que sio ligas importantes

na tecnologia de reatores. Será também determinada a E.D.E. do aço

DIN-WEKSTOFF n? 1.4970, empregado na RFA como mater ".' vareta

combustível do reator rápido SNR-300, sobre o qual não se dispõe de

medidas deste parâmetro.

Page 9: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Ill - ENERGIA DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO EM CRISTAIS C.F.C.

As estruturas de cristais C.F.C. e H.C. podem ser simuladas

concebendo-se os átomos como esferas rígidas, ligadas por forças

coesivas, que dispõem-se de maneira que o volume intersticial é

mininizado (64). As esferas são arranjadas em camadas colocando-se

cada uma delas em contato com suas outras, de modo que o empacotame ri

to seja o máximo. Um esquema deste arranjo está desenhado na figura

(1). No esquema, as posições dos centros dos átomos são chamadas A e

as posições dos centros dos vales são distinguidas por B ou C.

Dada, por exemplo, uma camada de átomos A, podemos extender o máximo

empacotamento empilhando uma camada idêntica sobre sítios B (ou C).

A seqüência de empilhamento de planos compactos C.F.C. é gerada

acrescentando-se um terceiro plano compacto sobre as posições C (ou

B) definidas na camada original. A Seqüência de empilhamento de uma

estrutura C.F.C. é portanto do tipo ABCABC .... ou ACBACB A

Figura 1. Plano compacto de uni arranjo de esferas colocadas

umas em contato com outras.

Page 10: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

outra maneira de empilhar a terceira camada com máximo empacotamento

define a seqüência ... ABAEAB ...., características de cristais KC.

A figura (2) representa o empilhamento de planos compactos e a

figura (3) as seqüências C.F.C. e H.C.

B Q5>

B

A

C

A

Figura 2. Empilhamento de planos atômicos compactos,

Um defei to ou falha de empilhamento é uma a l teração parc ia l

da seqüência de empilhamento, que descaracteriza a e s t ru tu r a c r i s t a l ^

na em uma determinada região. 0 defei to de empilhamento pode ser in­

t r ínseco , extrínseco ou macla(127). 0 tipo in t r ínseco obtém-se r e t i ­

rando-se um plano da seqüência cor re ta . Neste t ipo de defei to a es t ru

ra C.F.C. é preservada era ambos os lados da região defe i tuosa , enquan

to que o defei to apresenta es t ru tura H . C . 0 t ipo ext r ínseco obtém-se

inserindo planos, que estão empilhados incorretamente em relação

aos planos em ambos os lados da região defeituosa. A macia é um

defeito de empilhamento onde as partes adjacentes de um c r i s t a l são

arranjadas de modo que uma parte é a ítnagen especular da ou t ra .

A região com defei to de empilhamento tem uma energia ex t ra ,

que é chamada energia de defei to de empilhamento (E.D.E.) . Como o

Page 11: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

defeito de empilhamento preserva o empacotamento máximo, as ligações

entre os vizinhos mais próximos de um átomo na região de defeito não

são distorcidas. Por outro lado, as várias leis de forças interatõr.i

cas propostas para estruturas compactas predizem que uma grande

A B (a)

(b)

Figura 3. a) Kmpílhamento Hexagonal Compacto;

b) Empilhamento Cúbico de Face Centrada.

fração da energia de ligação atômica deve-se ãs ligações entre vizi­

nhos mais próximos. Portanto, deve-se esperar que os defeitos de

empilhamento tenham menores energias comparadas ãs energias de super

fícies onde as ligações entre vizinhos mais próximos são distorcidas

ou rompidas.

Defeitos de empilhamento podem ser introduzidos em um cris

tal por deformação plástica, por irradiação, ou por resfriamento vkpi_

do ("quenching"). A deformação plástica de um cristal ocorre através

do movimento relativo de seus planos de escorregamento, que são, en

geral, os planos de maior densidade atômica. A direção de escorrega-

mento é aquela de menor espaçamento intertôraico do plano. Nos cris­

tais CF.C. os planos compactos são do tipo (111) e as direções de

escorregamento são do tipo (110) (53) (vide figuras 4 e 0). Nesses

Page 12: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

cristais a deformação plástica pode introduzir uma região de defeito

de erapilhamento dos planos (111). Toma-se como exenplo, um plano A de

uma seqüência de empilhamento. 0 plano subsequente B, ao escorregar,

não o faz diretamente para outra posição B. 0 movimento ê ziguezaguea

do de B para C e, ea seguida, para um outro B (vide figura 6). Quando

os átomos da camada B são deslocados para posições C os planos acima

de B sofrem as transições C * A, A -»• B e B-*-C, como indicado na figu

ra 7. 0 movimento de escorregamento de B para C produz um defeito de

empilhamento intrínseco nos planos (111).

— — X

Figura 4. As direções de escorregamento, do tipo (110 ), em

cristais CFC.

Heídenreích e Schockley(102) mostraram que o movimento de

átomos durante o escorregamento ocorre através do deslocamento de

discordâncias parciais. 0 movimento para a posição intermediária C

resulta do deslocamento da discordância parcial de vetor de Burgers

b2 = — [ 211 ]. 0 movimento subsequente para B resulta do deslocamentc 6

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da discordância parcial do vetor de Burgers b3 = — [ 112 ]. As discor o —

dâncias parciais tem origem na dissociação da discordância unitária

Figura 5. Plano (111) de um sistema CFC.

de vetor bl = — [ 101 ]. A dissociação da discordância unitária en

parciais é energeticaraente favorecida pois a soma das energias das

discordâncias parciais é menor que a energia da discordância unitária

(102). A reação pode ser expressa cono:

bl b2 + b3 III-1

ou, no caso:

j [ T01 ] = 1 [ 211 ] +{ [ TT2 ] III-2

A energia de uma discordância ê diretamente proporcional ao quadrado

de seu vetor Burgers. Assim:

b1 2 2 1

e b2 + b3 - ~ III-3

Page 14: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

portanto 2 2 2

bl > b2 + b3 ( c r i t é r i o de Frank) III-4

A figura 8 representa a dissociação da discordância unitária

era duas parciais de Shockley entremeadas por um defeito de empilha-

mento. Parciais de Shockley são móveis em conjunto de planes (117).

[í.o] ET2Í] [o.I]

Figura 6. Direções de escorregamento, em planos (111), de

cristais CFC.

As parciais e o defeito de empilhamento se movimentam solidários,

mantendo constante a largura da faixa de defeito. A distância de sepa

ração das discordâncias parciais representa o equilíbrio entre duas

forças: a de repulsão entre as parciais causada pelos seus campos de

tensões e a atração no sentido de eliminar o defeito. A força de

repulsão é:

U m (b2 . b3)

2 T un

Newton/m, III-5

onde U m é o módulo de cisalhamento dos planos (111) e o seu valer

é "T (cii + et.'. - C12), onde cij são os coeficientes de rigidez elás:_í_

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10

• + • - > • _ _

ca; b2 e b3 sao os vetores de Burgors das discordâncias parciais ;

!Ü é a largura da faixa de defeito de empilhamento intrínseco; n = 1

para uma discordância helicoidal e n = 1 - Y para uma discorda-- -ia

B B A A

C B B A

A B C A

B B A A (a) (b)

C B

A C

A

B A (O

A A C C

B & C C

A A C C

B B A A

(d) (o)

Figura 7. Seqüências de empilhamento: (a) CFC; (b) KC; (c) defeito intrínseco; (d) defeito extrínseco; (e) macia.

em cunha (v e a razão de Poisson). A força de atração por unidade

de comprimento que chamamos "y" é a energia de defeito de empilhamen

to por unidade de área do defeito. No equilíbrio:

7 = f = x11 (b2 . b.,) Joules/m2 ou Newton/m.

2xtun III-6

A configuração de um defe i to de empilhar.ento ex t r ínseco é

gerada quando a seqüência com defei to in t r ínseco ê cisalhada de mode

que os átomos dos pianos abaixo do plano centra l A são deslocados de

um vetor - b2 = 7- [211 ] . Deste modo, o plano C move-se para £, o

e os planos subjacentes sofrem as transições B •*• A, A-*C, C -»• E,

resultando em um defei to extr ínseco (vide figura 7 ) . Uma macia coe­

rente é fornada quando o deslocamento y [ 211 ] ocorre continuamente,

Page 16: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

• 1

plano por piano, acima do plano central A de uma seqüência de enpi-

lhamcnto C.F.C. (vide figura 7) (52).

Figura 8. Discordlncia perfeita dissociada em duas parciais

de Shockley.

Page 17: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

12

IV - PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA DETERMINAÇÃO DA E.D.E.

A ev idenc ia da impor tânc ia da E.D.E. como c a r a c t e r í s t i c a dos

m a t e r i a i s levou os pe squ i s ado r e s a empreenderem e s f o r ç o s no s e n t i d o

de desenvolverem métodos que p o s s i b i l i t a s s e m ob te r v a l o r e s beta d e t e r ­

minados dessa e n e r g i a . E n t r e t a n t o , os v á r i o s métodos gerados apresen

tam r e s t r i ç õ e s quanto ã a p l i c a b i l i d a d e e a p r e c i s ã o dos r e s u l t a d o s .

Assim sendo, o consenso de ura v a l o r c a r a c t e r í s t i c o de um meta l ou

l i g a exige uma r e v i s ã o c r í t i c a dos métodos e r e s u l t a d o s . A E.D.E. p o ­

de s e r determinada exper imenta lmente por observação d i r e t a no micro£

copio e l e t r ô n i c o de t r a n s m i s s ã o de conf igurações e x t e n d i d a s de d e f e i ­

tos de empilhamento como n ó s , a n é i s , f a i xa s m ú l t i p l a s , t e t r a e d r o s e

d i p o l o s . Existem também métodos i n d i r e t o s como o de t e x t u r a , Difração

de Raios-X e T I I I ( 3 1 ) .

A p r i m e i r a de te rminação da E.D.E. por observação d i r e t a fo i

f e i t a por Whelan( l31) , que mediu r a i o s de nós de d i s c o r d â n c i a s em

aços inox idáve i s (v ide f i g u r a 9) Whelan equacionou suas medidas supon

do que a d i s co rdânc i a p a r c i a l l i m í t r o f e e s t á em e q u i l í b r i o sob una

Page 18: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

13

força por comprimento unitário devida ã energia da linha, tendendo a

eliminar a cur\.atura, e uma força " y " por comprimento unitário ten­

dendo a contrair o nó, devida ã atração produzida pelo defeito áe

empilhamento (93). Esse tratamento não considera apropriadamente as

interações entre as discordãncias do nó e o uso de uma tensão de

linha constante é válido apenas qualitativamente. Sucessivos refina­

mentos da teoria relacionando " y " e os parâmetros mensuráveis dos

nós, usualmente os raios internos e externos, foram elaborados até

que três teorias (13), (14), (60), (61) independentes revelaram um

bom acordo. A revisão das medidas iniciais de Wheian segundo as no­

vas teorias mostraram que os seus resultados podem estar errados por

um fator entre 1,7 e 2,4 (42). Embora o aperfeiçoamento da teoria te_

nha conferido credibilidade ao método, alguns problemas como as supo­

sições de equilibrio local da configuração, de isotropia elástica, e

o tratamento do núcleo da discordância, ainda não foram resolvidos.

0 intervalo de aplicação do método com precisão é:

2 x 10""* < 1 < 3 x 10 3 . ub

Alguns metais importantes, tais como kl e Nt, apresentai

E.D.E. acima do limite superior que pode ser determinado por es:e

método. £ possível, todavia, extrapolar curvas de gráficos de variji

çáo da E.D.E. com a concentração de elétrons de ligas para estimar o

valor da E.D.E. do solvente (104) (vide figura 10).

A E.D.E. também pode ser determinada através de medidas da

separação de discordãncias extendidas (>3). Entretanto, em muitos Tu­

torials essa separação é muito pequena para medidas precisas.

Faixas duplas de defeitos de empilhamento encontradas nesses

mitúrinis apresentam separações características grandes o suficier.:.'

Page 19: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

u

i ?.ra v i a b i l i z a r medidas de E.D.E. em c.ntr; :- es de imagens <.i«. d i r r a -

ção o b t i d a s peio microscópio e l e t r ô n i c o de t r a n s m i s s ã o . Esse i.étodc

,-ossi* ; l i t.1. as de terminações mais precis . iã da E.D.E para

< 5 x ! 0 ' 3 .

80r

UJ

)° 40

1.10 1.20 130 e/a

Figura 10. Extrapolação de y a pavtir da sua dependência com

a concentração de elétrons em ligas; transcrição

da referencia (102).

A figura 11 apresenta desenhos esquemáticos de faixas duplas

de defeitos de empilhamento. Os cálculos das separações das disccrdâri

cias podem incluir os efeitos da anisotropia elástica quando as

constantes elásticas são conhecidas. Embora o método dos nós e faixas

duplas de defeitos de empilhamento estejam restritas a materiais de

baixas E.D.E. sua grande precisão fornece padrões para calibrar ou­

tros métodos mais abrangentes.

Outros métodos, que incluem medidas sobre tetraedros de de­

feitos de empilhamento e dipolos de discordãncias, podem ser aplica

dos a metais de energias ligeiramente mais elevadas (93). Dipolos de

discordãncias são pares de discordãncias paralelas com vetores de

Burgers opostos (vide figura 12) e podem str gerados por deformação

Page 20: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

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Fi iMir.i )1. l)i>scnhos esqucniãt i cos de fnixas duplas de defeitos de cinpi lhnmonto o ;is

seqüências de empilhamento associadas. Em (a) e (b) os materiais são

CFC e um dos defeitos ê extrínseco enquanto que em (c) os materiais

são HC e ambos os defeitos são extrínsecos.

Page 21: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

16

p l á s t i c a . O método do d ípo lo c exeqü íve l sob re o i n t e r v a l o :

2 x ',0 "3 ^ 7/ Ub < 12 x 10" '

Hirch e seus colaboradores observaram, cm seu trabalho pio­

neiro em microscopia eletrônica de transmissão, que defeitos puntifcr

mes precipitam não somente em defeitos de empilhamento, mas também

Figura 12. Desenho esquernãtico das quatro configurações possíveis

de dípolos defeituosos. Defeitos extrír.^ecos estão

hachurados.

sob a forma de pequenos tetraedros. A figura (13) esquematiza a for_

mação de um cetraedro. Medidas de E.D.E. nessa configuração estão re£

tritas ao intervalo:

2 x 10~3 _< Y •, 8 x 10"'

Page 22: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

* 7

ConparaçÕes dos resultados de observação de tetraedros e

dipolos cora os obtidos pelo método dos nos, não demonstrarem uni b;~

acordo e os méritos desses métodos uevem ser objeto de estudos adicio

nais.

Frank

coin

(a)

defeito

CITO]

(b)

D0T3

Figura 13. Precipitação de defe i tos se^endo pequenos

tetraedros

A observação da escalagetn de anéis de J iscordãncias pode ser

empregada para determinar a E.D.E. de metais com energias mais eleva­

das ( IU-») ,( !C3) ,(10b) . Anéis de discordãncias contendo defe i tos de

empilhanento de natureza in t r ínseca ou ex t r ínseca podem ser produzidos

por tempera ou por i r rad iação . Aquecendo-se uma lâmina de metal con­

tendo anóis de discordãncias , lacunas são emit idas , ? cs ar.eis

encolhem por escalagetn. Desde que o potencial termodinâmico pa r ; o

processo de escalarem nasce principalmente do defe i to de empilhar.:, " t e ,

pode ser estabelecida uma relação entre J CD.li . e a ta:;a de esc.ila_

Page 23: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

13

gem. A comparação entre o encolhimento de anéis de discordãncias per

feitos e anéis contendo defeitos de empilhamento conduz aos valores

da E.D.E.. Em metais de E.D.E. muito baixas, a nucleação e a propaga

ção de "Jogs" desempenham um papel mais importante que a difusão de

defeitos puntiformes e o método não pode ser aplicado.

Entre os métodos indiretos destacam-se o de textura por di

fração de Raios-X, till e difração de Raios-X. 0 método Till ( 5)

baseia-se na relação entre a E.D.E. e a ocorrência de escorregamento

cora desvio. Discordãncias em hélice dissociadas poder.i sofrer constri

ção e escorregarem com desvio para outro plano compacto. A energia

necessária para a constriçao depende da separação das discordãncias

parciais e, consequentemente, da E.D.E.. 0 escorregamento com desvio

induzido por tensão começa no início do terceiro estágio de deforma­

ção, onde ocorre recuperação dinâmica. A tensão Till para a qual o

escorregamento com desvio tem início depende da temperatura e da taxa

de escorregamento com desvio. A energia de ativação para "cross slip"

é inversamente proporcional â " y ". A E.D.E. é calculada estimando-

se a energia de ativação para o "cross slip" através de ensaios mecâ­

nicos com auxílio da equação de Till. A acurácia com a qual T III

pode ser determinada experimentalmente depende, entretanto, da preci

são da medida da inclinação do estágio II. Para metais cujas curvas

tensão - deformação apresentam apenas uma pequena região linear ce

er.cruamento um grande espalharaento dos valores de Till pode resultar

(vide figura Í4). Erros sistemáticos podem também estar presentes na

determinarão de Till, pois despreza-se a tensão devida ã fricção das

discordãncias, que é independente do escorregamento com desvio.

0 método de textura (i()5), (•/.'), (IlH) fundament n-so na

relação empírica entre a transição de textura e a incidência de esccr_

regimento c ;•::', desvio, que deponde da ativação tônica e Ji K.D.K. .

Embora a textura da laminação dependa da E.D.E., a naturrza dessa

Page 24: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

19

dependência ainda não foi bem esclarecida. Para metais de energias

baixas, a correlação entre orientação preferencial e a facilidade de

"cross slip" falha. Neste caso, a principal contribuição para a textu

ra deve-se ã presença de macias e de defeitos de empilhamento.

"E E

2 20

13

10 •

0,4 03

Figura 14. Escorregamento por desvio induzido por tensão,

no terceiro estágio de deformação.

Estudos mais recentes mostraram que medidas combinadas ce

densidade de discordâncias e probabilidade de defeito de empilhamento

por dífração de Raios-X podem ser aplicados para determinar uma anpla

faixa de valores do E.D.E. em cristais C.F.C. (37).

Os resultados da E.D.E. de um mesmo material obtidos por

diversos métodos revelaram um grande espalhamento. A razão básica

para isso é que tod^s os métodos são modelos que descrevem algum

processo nc qual a E.D.E. está envolvida e darão resultados errados

se os modelos apresentarem incorreções. 0 exame crítico dos métodos

de determinação da E.D.E. resultou na escolha do método de difraçáo

de Raios-X. Os métodos que utilizam microscopia eletrônica de trans­

missão são os mais precisos, mas o emprego de cada um deles está

restrito a '.'.oúutas em pequenos intervalos de E.D.E.. Assim para

Page 25: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

20

determinar as energias de um conjunto de metais como Ag, Au, Cu e

At que apresentam energias em uma ampla faixa, é necessário selecionar

um método conveniente para cada medida. Dentre os métodos indiretos,

o de difração de Raios-X é o mais preciso. Entre seus principais méri_

tos podemos destacar a sua aplicação em uma ampla faixa de E.D.E. (86).

Além disso, a sua formulação está amparada em um arcabouço teórico

consistente. Sua reprodução experimental é relativamente simples e a

análise dos dados pode ser facilmente computadorizada.

IV.1 - A RELAÇÃO ENTRE A E.D.E. E A TEMPERATURA

Desde que a E.D.E. ê um dos fatores fundamentais ao conheci

mento das propriedades de metais C.F.C. e suas soluções sólidas, é

importante saber a sua variação com a temperatura. Muitos materiais

de interesse em tecnologia nuclear tem aplicações em temperaturas ele_

vadas. Por exemplo o ensaio de fluência sob carga constante é reali­

zado em altas temperaturas. Barret e Sherby ( 8 ), a partir de

estudos em Ag, Cu, Ni e Al, mostraram que em temperaturas próximas

do ponto de fusão, a velocidade de fluência ( e ) é proporcional a

V3'5

. Infelizmente é difícil estudar o efeito da temperatura na E.D.E.

de ligas pois muitos fatores alteram o tamanho dos defeitos de empi-

lhamento quando a temperatura é variada. Podemos citar entre esses fa

tores: a segregação, que aumenta a área de defeito de empilhamento, e

a dessegregação, o destravamento termicamente ativado de discordãn-

cías, a variação de constantes elásticas com o aumento de temperatura,

a perda de soluto por precipitação, a ordenação, a redução no nível

de tensão interna, que reduzem a área de defeito de empilhanento.

0 fenômeno de segregação observado por Susuki é a diferença

da concentração de equilíbrio de átomos de elementos de liga no

Page 26: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

21

defeito de empilhamento e a concentração média no cristal. Segundo

Douglass e colaboradores ( 33 ) a E.D.E. aparente de um sistema deve

aumentar como resultado de ordem a curta distância, mas a distribui

ção de discordancias ê planar como as encontradas em metais e ligas

de baixas E.D.E.. A ordem a curta distância dificulta o escorregamen

to com desvio, embora as distâncias entre as discordancias parciais

sejam menores.

Remy, Pineau e Thomas (88) revisaram os dados experimentais

da dependência temperatural da E.D.E.. Os dados experimentais prove­

nientes da observação de nós por microscopia eletrônica foram classi

ficados em três categorias:

A) Alterações completamente reversíveis no tamanho dos nós

Neste caso, os efeitos da segregação, alterações globais

de composição e forças de impedância da rede e dos solutos podem

ser desprezadas. Portanto, a dependência temperatural da E.D.E.,

d Y/dT, pode ser estimada sem ambigüidades a partir das variações

nas dimensões dos nós.

B) Alterações reversíveis no tamanho dos nós com histerese

Neste caso as forças de impedância da rede de solutos

não são desprezíveis, mas são pequenas comparadas com a verdadeira

variação da E.D.E. com a temperatura. A estimativa de -r= é menos dT

confiável que a do primeiro caso, mas o sinal de •=• pode ser

estimado corretamente.

Page 27: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

C) Alterações parcialmente ou totalmente irreversíveis do tamanho

dos nós

Neste caso, os fatores citados afetam o tamanho dos defei

tos e não permitem, em geral, uma determinação confiável da varia

çâo da E.D.E. com a temperatura.

Embora o número de fatores dificulte a previsão do compor­

tamento da E.D.E. com a temperatura, algumas conclusões podem ser

delineadas:

1) A E.D.E. aumenta com a temperatura em quase todos os sistemas

C.F.C. estudados, com excessão da Prata e de uma liga Ag - Zn

(38).

2) No sistema Fe - Cr - Ni, a E.D.E. aumenta com a temperatura

(69), mesmo nos casos de variações irreversíveis do ta­

manho dos nós.

3) A dependência temperatural de E.D.E. intrínseca está relaci£

nada com estabilidade da fase C.F.C. em relação á transforma

çâo martensítica C.F.C. •* H.C. (38).

Page 28: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

23

V - FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO DE DIFRAÇAO DE RAIOS-X

A deformação a frio de um metal produz uma rede de discor-

dâncias, que subdivide os grãos originais em pequenos domínios coeren

tes. A desorientação entre esses domínios causa espalhamento incoeren

te de Raios-X de modo que cada domínio espalha como um pequeno cris­

tal. As discordãncias que limitam os dominós produzem tensões que

variam em escala microscópica, chamadas microtensões.

A deformação a frio também introduz defeitos de empilhamento

no cristal. No item V.1 deste capítulo, é derivada uma equação que

permite obter a E.D.E. através da razão entre a média dasmicrotensoes

quadráticas e a probabilidade de defeito de empilhamento. A redução

dos domínios coerentes de difraçao, as microtensões e os defeitos de

empilhamento, produzem alargamento dos perfis de difraçao de Raios-X.

Através dos efeitos produzidos pelas imperfeições nos perfis

de difraçao de Raios-X, é possível determinar a média dasmicrotensoes

quadráticas e o tamanho médio dos domínios de difraçao. Esses efeitos

são discutidos nos itens V.2, V.3, V.4 e V.5, em termos do espaço

recíproco.

Os defeitos de empilhamento também causam deslocamento das

posições de Bragg, que são discutidos no item V.5. A maior parte dos

estudos de alargamento dos perfis tem sido feita pelo método de

Fourier. Os itens V.6 e V.7 apresentam uma breve exposição da análise

de Fourier dos perfis de difraçao de Raios-X. Os coeficientes de

Fourier, de um perfil de difraçao, representam individualmente os

fatores que contribuem para o seu alargamento, i.e., domínios coereri

tes, microtensões e defeitos de empilhamento.

Alén das microtensões, tamanho reduzido dos domínios e defe^

tos de empilhamento que são chamados causas estruturais de alargameji

to, existem fatores de alargamento devidos à aparelhagem, que são

Page 29: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

24

agrupados sob o nome de efeito instrumental. 0 item V.8 apresenta o

método de Stokes, que corrige os perfis retirando o alargamento

indesejado produzido por causas instrumentais. Os efeitos estruturais

são separados pela análise de Warren-Averbach dos coeficientes de

Fourier, que é apresentada no item V.9. Também no item V.9 são discu

tidos o cálculo das microtensões e algumas das possíveis fontes de

erro nos resultados.

Finalmente, o item V.10 apresenta o método de determinação

da probabilidade de defeito de empilhamento através de medidas dos

deslocamentos dos picos ( m ) e (200) do padrão de difração.

V.1 - CORRELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE DE DISCORDÃNCIAS, PROBABILIDADE DE

DEFEITO DE EMPILHAMENTO

A deformação a frio de um metal C.F.C. produz um alargameii

to dos seus perfis de difração de Raios-X e também um pequeno desloca

monto das posições de Bragg (1). 0 alargamento resulta da redução dos

domínios coerentes de difração, da distorção entre esses domínios e

de defeitos de empilhamento nos planos (111). 0 pequeno deslocamento

observado também se deve aos defeitos de erapilhamento introduzidos por

deformação.

A dissociação de uma discordância unitária em duas discor-

dâncias parciais cria uma faixa de defeito de empilhamento entre elas.

A probabilidade de defeito de empilhamento "a" expressa a fração de­

feituosa dos planos de escorregamento ( m ) (107).

n E PJ.

a~^— V.1 Ao

onde At é a área defeituosa compreendida entre duas parciais e A;

é a área dos planos de escorregamento. Se " n " discordâncias de dis-

Page 30: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

25

sociam em parciais paralelas de comprimento " l ", separadas pela

distância " w ", tem-se:

n l At = n l u V.2

L = 1

Por outro lado, a densidade de discordâncias " p " é a razão entre

o comprimento total de linhas de discordâncias e o volume do cristal.

°-ki

onde " d " é a distância interplanar. Portanto, a = p.u.d. A distância

interplanar ( m ) no sistema cúbico é d = ao / i/~~í. Obtém-se assim:

a-£-^ V.4

onde ao é o parâmetro de rede.

A energia elástica armazenada em um cristal pode ser calculada pela

relação:

W = 3.E (< e2 > - < t >2) V.5

onde E é o módulo de elasticidade e < e 2 > - < £ > : é o desvio

padrão de distribuição de microtensões. Para amostras pulverizadas,

< £ > • 0 ( 1 ), portanto

W . 3 E < C ! > V.6

onde < c2 > é a média das microtensões quadráticas.

Page 31: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

26

A energia do campo elástico de uma discordância ê:

Ü-Ü-ÜL v.7 4 f

onde p é c módulo de cisalhamenLo dos planos de escorregamento e b é

o vetor de Burgers das discordãncias unitárias. A energia total Ur de

ve incluir um fator F de correção para as interações entre as discor

dancias. Portanto, a energia Ur pode ser aproximada por:

„„ v „ F Vi b* V.8 Ur = F . U •

4 1

Se a energia elástica armazenada no cristal deve-se exclus^

vãmente ãs discordãncias, pode-se calcular a sua densidade de discor

dãncias fazendo:

12 Ti E - 2 K < e2 > K I X 1 B obtem-se p = . V.9

u F a :2

A distancia de separação das discordãncias parciais, isto é,

a largura ^ do defeito de empilhamento, representa o equilibrio entre

duas forças: a de repulsão entre as parciais causadas pelos seus

campos de tensões e a atração no sentido de eliminar o defeito. No

equilíbrio, os módulos das forças igualam-se e

a) = M "a a ° 2 V.10

2 li Y

onde a;o é um fator que depende da anisotropia elástica e do caráter

das discordãncias parciais. Substituindo p e ui na expressão de .'(

obtém-se:

Page 32: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

27

a = 2 km < g2 > • M k'o »o2 • £2 v > n

a32 2 U Y ^

ou

Y x K m "o M a0 < e2 > v ^

H /a a

que fornece energia de defeito de emiphamento " y " em função da

razão dos parâmetros < £ > e a mensuráveis por difração de

Raios-X.

V.2 - REDES RECÍPROCAS DE CRISTAIS PERFEITOS E DEFORMADOS OU IMPERFEITOS

A - Cristais Perfeitos

A estrutura cristalina é formada pela superposição de

uma base de átomos sobre cada ponto da rede cristalina, que é

uma rede no espaço real. Uma representação matemática de una

estrutura cristalina é a de um produto de convoluçao de uma fu£

ção fortemente concentrada, que representa a rede cristalina, e

uma função que representa o conteúdo de uma célula unitária.

Uma função da rede cristalina que é periódica pode ser

representada por uma série de Fourier. Desse modo, a trans forca

da de Fourier do produto de convoluçao, que representa a estrutu

ra cristalina, é produto da transformada de Fourier da função

concentrada que representa a rede cristalina, pela transformada

de Fourier da função que representa o conteúdo da cédula

unitária.

Page 33: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

28

Se o cristal tem dimensões infinitas, a transformada

de Fourier da função que representa a rede cristalina também ê

uma função fortemente concentrada, isto ê, ela tem valor zero

exceto em pontos de dimensões infinitesimais, onde o seu valor

ê finito. 0 conjunto desses pontos regularmente espaçados no

espaço de Fourier associado ê a rede recíproca da estrutura

cristalina.

B - Cristais Reais

No caso de um cristal real ( 47 ) ou de um cristal im­

perfeito ( 47 ) a estrutura cristalina é representada pelo prodti

to da função que define o cristal perfeito por uma função da

forma do cristal, que assume vai 1 dentro dos limites do

cristal é zero fora desses limites. Por conseguinte, a transfor

mada de Fourier da representação de uma estrutura cristalina

imperfeita ê o produto da convolução de transformada de Fourier

da função de Forma do Cristal pela transformada de Fourier da

função que representa a estrutura perfeita. Neste caso, cada

ponto da rede recíproca adquire uaa distribuição em seu redor

que corresponde ã transformada da função da forma do Cristal.

V.3 - ALARGAMENTO PRODUZIDO EM FUNÇÃO DA REDUÇÃO DOS DOMÍNIOS DE DIFRAÇÃO

Imperfeições lineares introduzidas em um cristal por de­

formação plástica reduzem o tamanho das regiões que difratam como

domínios coerentes. Esses domínios são denominados crist3litos,

Quando as dimensões dos cristalítos são muito reduzidas,

os pontos da rede recíproca adquirem una distribuição em seu redor

Page 34: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

29

devida ao relaxamento das condições de Laue.

Os volumes formados ao redor de cada ponto da rede recípro

ca são todos iguais. Por conseguinte, o alargamento produzido pela

redução das dimensões dos cristalitos nos perfis de difraçao de

Raios-X ê o mesmo em diferentes ordens de reflexão de um plano cris­

talino (9).

V.4 - ALARGAMENTO PRODUZIDO POR DISTROÇÕES

Tensões de tração e compressão distorcem os cristalitos. Se

um cristalito I tracionado, ele se alonga na direção da tensão

aplicada e sofre estriçao na direção perpendicular a direção da

tensão aplicada. Devido ã relação de reciprocidade, a rede recíproca

é comprimida na direção que o cristal é alongado e expandida na dirç_

ção que o cristal sofreu estriçao. Se a tensão é constante em dir£

ção, os pontos de alongarão em linhas. Os comprimentos dessas linhas

são proporcionais ã distância ã origem para cada renque da rede

recíproca. Se tensões com diferentes magnitudes agem em diversas

direções cada ponto vai se alongar em feixes de linhas não paralelas.

Essas linhas preenchem um pequeno volume em redor de cada ponto.Esse

volume não é esférico devido â anisotropia das tensões.

V.5 - ALARGAMENTO DOS PERFIS E DESLOCAMENTO DOS PICOS PRODUZIDOS POR

DEFEITOS DE EMPILKAMENTO

0 alargamento produzido por defeitos de cmpilhamonto ê in­

dependente da ordem de reflexão, assim como o alargamento produzido

pelo tamanho reduzido dos cristalitos. Nesse caso, algum.is reflexões

Page 35: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

30

permanecem inalteradas e algumas sofrem alargamento assimétrico (9).

Em cristais C.F.C., defeitos de empilhamento intrínsecos

produzem deslocamentos dos picos e alargamento simétrico dos perfis;

defeitos de empilhamento extrínsecos produzem deslocamentos dos pi­

cos e alargamento assimétrico dos perfis; macias produzem essencial

mente alargamento assimétrico dos perfis.

V.6 - A ANALISE DE FOURIER DOS PERFIS DE DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

A intensidade observada de um perfil de difração pode ser

expressa na forma de uma série de Fourier:

I (hi) = r°° (Ai cos2 H l h3 + B£ sen2 U l hi) V-13 £=-<"

onde h3 = 2ai sen 0/X,

ai - é a distância interplanar,

0 - é o ângulo de Bragg

X - é o comprimento de onda da radiação

t - é o número harmônico. A e B são os coeficientes de Fourier

através dos quais são determinados o tamanho médio dos domínios

de difração coerente, as mierotensões e as probabilidades de

defeitos de empilhamento.

Mudando h) e ai para variáveis fictícias h'j e a'i tais

que h'i = 2a'i sen O/A e normalizando o intervalo total de li'j (in­

cluindo todos pontos de intensidados diferentes de zero) tal que

AhS = 1 (ver figura 15), a equação(V-13)pode serreescrita (V-14) na

forma mais adequada:

Page 36: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

31

. , c _ , . f (2Agcos2 1 l (S-So) • I (S-So) = Ao + L

i=1 AS

2Blsen2 I c (S-So))

AS

V.14

aqui S í 2sen t!/\ e So = 2sen 9o/À, onde 90 ê o ângulo de Bragg na

posição do pico, t é o número de valores per t inen tes de pares hl-ZÍ

AS 2 , . -^— = 1 = — (senO - sen9 ), onde (6 , Q0) e o intervalo a'3 X L ' ' l

de Bragg;inclui todas as intensidades observadas do perfil. 0 número

harmônico t corresponde agora a uma real distância normal aos planos

t de difração L = -r? = ca'3 .

Fi-ura 15. Curva experimental representada em termos das

variáveis fictícias h'3 e a.(posição do pico)

Se o perfil experimental for dividido em intervalos ar.gu

S-So X - on a — lares i gua i s , pode-se mostrar que para t) <_ 609 tem-se —rjr

de a é o número de divisões e X = 0, í I , í 2 , , . , í r . A posição do

Page 37: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

32

pico corresponde a X - 0. Os inteiros positivos + 1, +2, etc, cor

respondem às posições das divisões no lado de ângulos maiores que

0j e, da mesma maneira, os inteiros negativos -1, -2, etc. correspon

dea ao outro lado do perfil. Neste caso, a equação (V.14) assume a

forma:

I (X) - Ao + E (2 U cos2S — • 2 Bi sen 2* — ) V.15 £=1 a a

Os parâmetros de interesse são Xl e Bi. A maneira usual de calculá-

los é por inversão da série de Fourier.

V.7 - DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES DE FOURIER DOS PERFIS DE DIFRAÇSO

A expressão (V.15) tem a forma complexa (Al), (47):

onda:

t I (x) = E C (£)exp (-2«í i í - ) V.16

í-t a

JC = S - SO a " AS

Os coef ic ientes C(£) são const i tu ídos de uma parte rea l

e uma parte imaginária C(£) » C (i) + iC-(t). 0 coeficiente complexo

é a transformada de Fourier da função I(x) calculada no in te rva lo

" 2 ' 2 :

a/2

C(i) = - f I (x) exp(2Ux - ) dx V.17 e

a J a - a /2

Page 38: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

33

As partes reaiseimaginárias são dadas pelas integrais.

a/2

C CO = 1 I I(x) cos(2Hx-) dx V.18 e r a J a

-a/2

a/2

CAI) M- f Kx) sen(2Hx-) dx V.19 *- a J a

-a/2

Na prá t i ca essas i n t eg ra i s são avaliadas aproximando-as por s é r i e s :

a/2

C « ) = - l I (x) cos(2Hx-) dx V.20 e r a a

- a /2

a/2

E

-a /2

C.CO = - E I(x) sen(21íx-) dx V.21 -t a a

As equações acima estão demonstradas detalhadamente no l iv ro " X-Ray

Diffract ion" de A. Guinier no apêndice A.

V.8 - A CORREÇÃO DE STOKES

Para uma amostra p o l i c r i s t a l i n a cons t i tu ída de c r i s t a l i t o s

suficientemente grandes e sem tensões , a t eo r i a de difração prevê

que as linhas do padrão de difração obtido de amostras pulverizadas

devem ser accntuadaniente e s t r e i t a s (o5). Em experimentos r ea i s linhas

assim finas nunca são observadas, o que pode ser a t r ibuído a e fe i tos

combinados de numerosos fatores instrumentais e e s t r r t u r a í s . Os

fatores instrumentais são todas as fontes de alargamento estranhas

âü micreestruturas d;is amostras t a i s como largura de feiulas u t i l i z £

das , foco imperfeito, amostra plana, dubleto oil - n2 não reso lv ido ,

Page 39: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

34

ou o intervalo de comprimento de ondas nos casos de separação dos

picos.

Para corrigir o perfil retirando e efeito instrumental, ê

conveniente obter ura perfil padrão do instrumento usando uma amostra

recristalizada, na qual o tamanho dos domínios é grande o suficiente

para eliminar todo o alargamento devido ao tamanho desses domínios.

0 perfil padrão e perfil da amostra devem ser obtidos nas mesmas

condições instrumentais, de modo que o alargamento do perfil padrão

é exatamente o alargamento instrumental da amostrai.124).

A correção envolve três curvas que estão esquematizadas na

figura 16.

f(y)

A Figura 16. Determinação do perfil verdadeiro f(y) a partir

do perfil observado h(x) e de uma linha com

largura teórica g(z).

Page 40: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

35

A escala de intensidade ê escolhida de tal modo que g(z) é

normalizada:

I g(z) dz = 1 V.21

É desejado determinar quanto o perfil verdadeiro está dis­

torcido pelas condições experimentais. Desde que uma linha infinita

mente estreita ê transformada na linha alargada g(z), a cada elemento

da linha f(y) dy corresponde um elemento da linha g(x-y)f(y) dy. A

linha observada total é então:

+00

/ h(x) = f(y).g(x-y)dy = f*g V.22

Essa relação indica que o p e r f i l da amostra é o prcduto de

convolução das funções f e g.

Sabe-se que a transformada de Fourier de um produto de con

volução das funções f e g é o produto das transformadas de Fourier

dessas funções (47) (124):

H(£) = F(£) X G (£)

onde H õ a transformada do produto, F e G são as transformadas de

f e g respectivamente. Portanto:

F«> - {j {[]

Em geral a equação V.23 não é tão simples por que os três

coeficientes envolvidos podem ser complexos envolvendo partes reais

e imaginárias:

Page 41: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

5*>

»«> *í ««>- ÜK4#&

multiplicando e dividindo o lado d i r e i t o por [G*i(£) - -c &c(£)], ob­

tém-se :

r'M*-/ = j j V . 2 2

Gt(£) - QiU)

G*(£) + CtU)

Para s i n t e t i z a r f(x) basta obter os coeficientes F*C£) e

F-t(-d) e subs t i t u í - lo s na expressão da sér ie de Fourier (V-15):

t f(x) = F + E [2 FA.U) cos2U% + 2fiU) cos21Í^J . V.27

° -6=1 2 2

É importante notar que as origens escolhidas para as duas

curvas h(x) e g(z) são a r b i t r á r i a s . I s t o é , se as origens forem des­

locadas as funções Ft (O e ¥Í(l) serão d i fe ren tes , mas corresponderão

â mesma função f(x) com origens d i fe ren tes ; isso não tem e fe i to na

forma do p e r f i l . Esse método desenvolvido por Stokes só pode ser

usado se a função G(0 t iver um valor apreciável no intervalo no

qual H(í) é diferente de zero. Em outras palavras, G(0 deve ser

muito larga em comparação com H ( 0 , o que quer dizer que g(£) deve

ser e s t r e i t a em comparação com h(x ) .

V.9 - 0 MÉTODO DE WARREN - AVERBACH

l A equação V.li pode ser reescrita, substituindo L=-r—^

Page 42: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

37

na forma:

t l(S-So) = Ao + I [2A cos21ÍL(S-So) + 2B sen2ÜL(S-So)]

£=1 L L

Para obter-se informações da subestrutura de um material

deformado através da análise de Fourier I necessário solucionar as

seguintes equações derivadas por Warren e Averbach (125):

A (hkí) = A? (hk£) x A? (hk£) V.28

A* (hkl) = 1 - V.29 L Deff (hk£)

fP (hk/) _ < cos 2fiho L £L (hkl) >

ao

onde:

A (hk£) é o coeficiente de Fourier de um pico de difração Li

alargado para um dado L, corrigido para o efeito instrumental pelo

método de Stokes,

P A (hk£) e o coeficiente que representa a contribuição do

tamanho dos domínios de difração para um dado L,

A (hk£) é o coeficiente que representa a contribuição das

tensões para um dado L,

L=£a'3 é uma distância real normal aos planos de reflexão

onde í é o número harmônico e a'3 é o intervalo no espaço de

Fourier, Deff(hk£) é o tamanho efetivo dos domínios coerentes de

difração ou tamanho dos cristalítos na direção < likí >,

Page 43: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

hki são indices de Miller dos planos de difraçao,

ho = /"h- + k: + í2 , a0 ê o parâmetro de rede, e finalmente

eL (hk ) ê a tensão numa coluna de comprimento L.

Combinando as equações (V.28), (V.29) e (V.30), e usando a rep-esen

tação:

< x2 > < cos x > = 1 =

obtêm-se

AT rw,n ( i 1 ^ / , K2 (hk£) L»<£L (hk£)> V.31 AL (hk£) = ( 1 " DeTfThkZT > ( ' 2 >

onde K (hkí) = — V.32 ao

Desde que, para valores pequenos de x,

1 - x = exp (-x),

a equação V.31 pode ser r ee sc r i t a como

2

AL (hkl) = oxp - ![ j ^ j j r ThkT)

TV + K2 (hkf.) <L[. (hkO ' V , , V.33

ou

o A, Í H H <• L K2 (hk£) < CL (hkc) > V in AL (hkC) * - ( D e f f ( h k 0 + 2 > V ' 3 4

e2 . . . . . < L (hk£) > representa a media das microtensoes quadrat icas calcula

Page 44: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

da sobre uma coluna de comprimento L.

< L (hk£) ' pode ser escrito (92):

< *[ (hkt) > = G2 ,(hk£) V.35

C2 é uma constante que não depende de L.

Substituindo na equação V.34:

. .. ,,.n . 1 k (hkl) C* (hkl) x £n AL (uk,) = - L ( Deff (hk£) + ~2 ) V.36

A equação V.36 foi obtida por Rothman e Cohen (92 ) para

medidas livres de erro. Convém ressaltar que a equação V.35 não vale

- P L para L muito pequeno e que a equação In A = D f'(y.\,&\ s° va*e Para

valores pequenos de L. Por estes motivos, a equação V.36 deve sofrer

desvios da linearidade para valores muito grandes de L e para valo

res muito pequenos.

A estimativa de Background é maior fonte experimental de

erros ( 912 ). Os coeficientes A para valores pequenos de L são detei:

minados pelas caudas dos perfis e A (L=0) é proporcional â intens^

dade integrada do pico. Em geral, a ocorrência de superposição das

caudas dv picos adjacentes de amostras DEF induz uma superestimativa

de linha de Background e, consequentemente, uma subestimaiiva de

A (T.-ü). Enbora os valores intermediários de A não sofrnm muito a

influencia Jc uma estimativa incorreta do Background ou de um trunca

mento precoce das caudas, pois eles representam porções do porfil d*

maiores incensidades , o erro é introduzido em cada um deles pelo

procedínu.T'.;j de normalização para A = 1 (todos os coeficientes são

Page 45: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

divididos por A (L=0). Por esses motivos, a região linear do grafi

co de In A (hk£) em função de L não é extrapolada para zero quando

L = 0. A equação V.36 deve então incluir um termo In Chk£, que ê a

intersecção da reta com o eixo In A (hk£). Como a equação V.36 na

região linear tem a mesma inclinação com o perfil truncado, diferin

do apenas por um deslocamento vertical, £n Chkl fornece a constante

de renormalização Chk£, que corrige erros de estimativa do Background

ou truncamento dos perfis.

Deff e C* (hk-C) são calculados utilizando os coeficientes

de Fourier obtidos pela análise dos perfis (llx) e (222) de um siste_

p ma com defeitos de empilhamento dos planos C 1 1 1 ) . Como A (hkl) nãc

é função da ordem de reflexão para uma determinada direção, podemos

eliminar 1/Deff e determinar G* (hk£).

A média das microtensões quadráticas sobre uma coluna de

50 A é calculada substituindo C2 (hk£) na equação V.35 cora L = 50.

V.10 - PROBABILIDADE DE DEFEITO PE EMPILHAMENTO

Em princípio, a probabilidade de defeito de empilhamento

pode ser determinada por vários métodos. A medida dos deslocamentos

opostos dos picos (1X1) e (20°) fornece uma boa estimativa de a (9).

Para minimizar os erros de posicionamento da amostra em relação ao

eixo do difratômetro, as diferenças das posições (Hi)e( 2 a c) foran

registradas em uma só corrida, em vez de medir posições absolutas.

Este método relaciona a probabilidade de defeito de empi-

lhamento :t aos deslocamentos relativos dos picos por uma fórmula

simples. Se a separação 20 2 O Q - 2G dos picos (iií) e (;:o) de uma

amostra recristalizada é alterada de uma quantidade £ ( 2r?n -20 )

por deformação a frio, e seus ângulos de difração são expressos er.

Page 46: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

graus, .1 é dada pela relação:

à (2e20O " 20111> " ^W^- (tan6200 + í t a n 5111 ) a V-37

A equação V.37 permite uma determinação direta da proba

bilidade de falha de empilhamento a completamente independente do

alargamento de linha devido ao tamanho de partícula e distorção.

Existem dois pontos duvidosos no emprego desta equação. Foi assumido

que defeitos de empilhamento ocorrem independentemente e somente em

um conjunto de planos ( m ) . Em metais drasticamente trabalhados a

frio foi comprovada a presença de defeitos de empilhamento em mais

de um conjunto de planos (X11). Talvez seja uma boa aproximação

considerar que a probabilidade de defeito de empilhamento, assumindo

que os defeitos ocorrem em apenas um conjunto de planos í111), é real

mente a soma das probabilidades para os diferentes conjuntos de pia

nos (in).

Page 47: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

- MATERIAIS E MÉTODOS

1 - MATERIAIS

No presente estudo foram examinados os metais puros Ag

(99,995%), Cu (OFHC) (99,95%, Au (99,9979%), A£ (99,99%) e os aços

inoxidáveis austeníticos AISI 304, AISI, 316, AISI 347 e Din-

Werkstoff n9 1.4970. Aços 304 com maiores teores de Niôbio também

foram analisados. Os aços, fundidos a vácuo, tem as seguintes compo­

sições era peso (tabela M-1):

Aço

304

316

1.4970

347

304+Nb

304+Nb

304+Nb

304+Nb

C

0,057

0,071

0,090

0,063

0,063

0,063

0,063

0,063

Cr

18.11

18.35

14.60

18.60

18.92

18.82

19,07

18,06

Ni

9.49

9.53

15.0

8.95

8.91

8.697

8,72

8,78

Mo

0,33

2,10

1,25

0,32

0,314

0,316

0,330

0,310

Mn

0,91

0,83

1,70

0,82

9,779

0,764

0,741

0,671

Si

0,41

1,17

0,46

0,88

0,102

1,15

1,28

1,035

Ti

-

-

0,46

-

-

-

-

-

Nb

0,03

0,12

-

0,45

0,87

1,40

1,98

2,37

Tabela M-1 - Composição era peso dos aços analisados.

2 - CARBONETOS MC

Para calcular o teor real de Niôbio ou Titânio dissolvida

na matriz, é preciso descontar a porcentagem de metal combinada for­

mando carbonetos NbC ou TíC. Para se obter o teor de metal em

Page 48: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

43

solução, foi resolvido o sistema de equações (82):

log [ M ] [ C ] = - | + B = d VI.1

< M •> • < C > = a VI.2

[ M ] + < M > = b VI.3

[ C ] + < C > = c VI.4

onde

IM| é a porcentagem de metal dissolvida na matriz

|c| i a porcentagem de carbono dissolvida na matriz

<M> é a porcentagem de metal que forma o carboneto

<C> ê a porcentagem de carbono que forma o carboneto

a é uma constante relacionada com a estequiometria do carboneto

b c a porcentagem de metal do aço

c é a porcentagem de carbono da liga

As equações de solubilidade para os carbonetos NbC e TiC,

que tem a forma geral VI 1 a 4 foram determinadas experimentalmente

(12, 82).

9350 log [ Kb ] [ C ] = - -ilü + 4,55 (Matriz 18 Cr-13 Ni-Nb) VI.5

log [ Ti ] [ C ] - - ^ + 2,97 VI.6

Todos os aços foram solubilizados â temperatura de 1100 C.

Resolvendo o sistema para a série de aços foram obtidos os teores

reais de Nióbio e Titânio em solução. A tabela M-3 lista os teores

reais na mesma ordem da tabela M-1.

Page 49: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

44

Aço

304

316

1.4970

347

304 + Nb

304 + Nb

304 + Nb

304 + Nb

Nb

0,19

0,47

0,96

1,52

1,81

Ti

0,26

Tabela M-3 - Teores de Niôbio e Titânio dissolvidos na matriz.

ANÁLISE DOS DADOS

MICROTENSÓES

Para o cálculo das tnicrotensões as intensidades foram pri­

meiramente corrigidas subtraindo um "Background" linear.A estimativa

do "Background" linear foi feita através de um ajuste pelo método

dos mínimos quadrados às intensidades registradas nos extremos dos

perfis. Os pares de perfis ( m ) DEF, ( m ) REC e (222) DEF, (22:)

REC foram em seguida introduzidos num programa computacional que

executa a análise do Fourier. Como dados também foram introduzidos,

o comprimento de onda de radiação incidente, o ângulo na posição do

pico, o ângulo na posição final, o número de intervalos de cada

perfil e a função angular K (0) para os ângulos inicial Gi da posição

do pico '. e fina! C?2 • A função K (?) é o produto do quadrado áo

fator de espalhamento atômico, do fator de Lorentz - polarização e

Page 50: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

do fator de Debye-Waller. Esses fatores forara calculados segundo as

formulas e tabelas da referência ( 26)» No programa os dados foran

corrigidos pela função Ki (õ). Em seguida os perfis experimentais jâ

corrigidos foram analisados pelo método de Fourier, que calcula os

coeficientes das séries representativas dos perfis através das trans

formadas de Fourier. Estes coeficientes fornecem os novos coeficien

tes do perfil isento do efeito instrumental calculados segundo os

procedimentos descritos no item V.5. A partir desses novos coeficien

tes, o perfil de alargamento estrutural puro é sintetizado através

da série de Fourier. Todos os resultados são listados juntamente

com gráficos dos perfis experimentais e do perfil corrigido.

VI.3 - PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS

Inicialmente as amostras foram cominuídas (e deformadas)

por limagem. A limagem foi executada lentamente para evitar que o

aquecimento do material ocasionasse recuperação. 0 tamanho das par­

tículas foi selecionado por peneiramento através de uma tela de

150 mesh, obtendo-se partículas com diâaetros á 105 pm.

Parte do pó metálico encruado de cada material foi separa

do e sofreu tratamento térmico de recristalizaçâo. Para isso, os

metais puros foram colocados em ampolas de quartzo, que foram em

seguida evacuadas e seladas. Nestas condições, os metais puros foram

tratados termicamente segundo os tempos e temperaturas dispostos na

tabela H-2

Page 51: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Ag

Au

Cu

Tempo (horas)

1/2

1/2

1/2

1

Teaperatura (?C)

600

800

800

A50

Tabela M-2: Tratamentos térmicos de recristalização.

(vácuo - 10 5 torr).

No caso dos aços, o tratamento térmico foi realizado com

pressão positiva de Argônio para evitar evaporação da liga. Todos os

aços foram tratados a 1100 C para 2/3 h.

Os pós encruados e recristalizados foram acondicionados em

lâminas de vidro e aglutinados com nujol. Uma superfície plana foi

conseguida por prensagem manual. A prensagem mecânica foi preteri­

da pois poderia introduzir deformação adicional. As amostras prepa

radas com pós encruados foram designad.s "DEF", enquanto que as amos

trás de pós recristalizados foram designadas "REC".

AQUISIÇÃO DE DADOS

MICROTENSÕES

Linhas de perfis de difração de Raios-X O 1 1 ) e (2:2) das

amostras DEF e REC foram registradas por contagens passo a passo. Um

monocromador foi ajustado no feixe difratado para passar apenas ra­

diação Coka (\ = 1,79021 A) para todos os materiais com excessão do

Au. No caso do Au, as medidas foram realizadas empregando radiação

Page 52: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Cuk:t C = 1,54138). 0 dubleto kcii - ka? não foi resolvido. Os tem­

pos de contagem por passo fixo de 0,02°(29) variaram entre 20 segun­

dos e 100 segundos, conforme a intensidade do pico. Longas caudas

foram registradas em ambos os lados dos perfis para assegurar que

o verdadeiro "Background" fosse atingido.

PROBABILIDADE DE DEFEITO DE EMPILHAMENT0

Para a determinação das probabilidades de defeito de empi-

lhamento "a" foram obtidas as separações angulares das reflexões

(in) e (233), Para cada reflexão 9 a 13 pontos vizinhos a máxima

intensidade foram gravadas com 100 segundos por passo de 0,02 (29 ).

Erros de reposicionamento foram minimizados registrando-se as inten

sidades de ambos os perfis numa só corrida. Em caso de inconsistência

dos pontos, as medidas foram repetidas. Para determinar a posição

absoluta de cada pico, uma parábola foi ajustada pelo método dos

mínimos quadrados aos pontos vizinhos â máxima intensidade: A posi­

ção do máximo da parábola foi escolhida como a posição do pico. Este

método permite a interpelação dentre cada passo de 0,02 (20) forne­

cendo posições de pico até a terceira casa depois d;i vírgul.i.

Page 53: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Vil - RESULTADOS

VII.1 - MICROTENSÃO QÜADRATICA MÉDIA E PROBABILIDADES DE DEFEITOS DE

KMPILHAMENTO

Para cada material analisado, foram calculadas as microten

soes e a probabilidade de defeito de empilhamento. Os resultados es­

tão listados na tabela R-1:

MATERIAL

Ag

Au

Cu

Aço 304

Aço 347

Aço 316

Aço 1.4970

Aço 1.4970

a x 103

2 ,2

2 , 4

2 , 8

0 ,4

13

18

22

17

8

< e2so > x IO6

5 ,8

10

13

6,4

13

13

19

26

12

Tabela R-1 - Probabilidades de defeito de empilhamento e microten-

sõcs qu.idrát icas médias.

Nos casos de aços 304, 347 e 316 ocorreram transformações

parciais de austenita, de estrutura cúbica de face centrada, para

martensita, de estrutura cúbica de corpo centrado. A figura 17

apresenta difratogramas corridos das amostras "R£C" e "DEF" do

aço 316, onde podemos observar o alargamento dos pertis do material

Page 54: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

o o CM

O N

50 60 70 eo 90 100

ANGULO OE BRAGG (2 6)

F i g u r a 1 7 - a . D i f r a t o g r a r a a de utna a m o s t r a de a ç o 3 1 6 r e c r i s t a i i z a d o (REC)

Page 55: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

F i g u r a 17-b . Difratograma de uma amostra d e encriiados de aço 316 (DEF).

Page 56: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

deformado e a ausência de martensita na amostra recristalizada. Para

separar os perfis superpostos das fases presentes, foi usado apenas

o lado não superposto do perfil da fase C.F.C., após ser retirado o

"Back ground" e a correção das intensidades pelos fatores de Lorentz

- Polarização, espalhamento e temperatura.

VII.2 - ENERGIAS DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO

A - METAIS PUROS

0 método de difração de Raios-X para determinar as

energias de defeito de empilhamento é um método indireto e, por

tanto, necessita de calibração a partir de resultados fornecidos

por outros métodos. Os materiais escolhidos para a calibração fo

ram a prata, o ouro, o cobre e o alumínio, que foram estudados

exaustivamente. Duas séries de valores das energias de defeito

de empilhamento sugeridas em revisões (86), (25) da literatura

foram escolhidas para calibrar o método de Difração de Raios-X.

A comparação dos resultados da literatura assim como o critério

de escolha serão abordados na discussão dos resultados.

A calibração do método de diJiação consiste em deter

minar o coeficiente K m ^ a da equação (V.12), que estabelece a

relação entre a razão dos parâmetros medidos por difração de

Raios-X e a energia de defeito de empilhamento. Para isso, a

equação (V.12) foi modificada dividindo-se a energia y pelo módu

Io de cisalhamento U m e o vetor parcial de Burgers b , que são

quantidades características de cada material. A equação modify

cada tem a forma:

Page 57: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Ml l i b

K l l l tdl) *Z <£ 5 0 >

It a VII.1

A inclinação da r e t a dada pela equação (VII.1) foi

obt ida ajustando-se uma r e t a pelo método dos mínimos quadrados

aos pares Y <£ = - 5 0 - que constam na tabe la MP-1, assim

U m b p * a

como outros parâmetros necessár ios aos cá lculos

: :

M

w

=« Al

I ! ) 1 • ' . , ' i

- ' . ' >

-.-

'•" <t

..-..Cova--)

: , 5 6

2 . - 2

i . l é

:.-•

i . i \ i

Í . J I

i.oa

J.M

. , ) 5

Í : E < 3 J / « - - )

22

50

62

161

tS> J / - - m b p

5 . 2

' - . »

1 0 . 3

)'*.'>

ECE*t«J/ i ' )

20

55

i 5

I J5

10' - V - ;

i . 7

' . < ' ' . 5

J I . I

; i&P

- R ? REED. S£ i r ' i t n : r e i t r ê n c i . » ift ) ! r - ; i .

- ? ••...tilita'. I r - f . - r r ' - . n J5 ) ' " . ' i .

Tabela MP-1 - E.D.E. dos Metais Puros

As figuras (20) e (21) apresentam as retas obtidas

utilizando os valores sugeridos nas referências (86) e (25) res­

pectivamente. A inclinação destas retas é ( Vz I ^ ) K m ^ o - OS

valores de KHIÍOO calculados a partir das inclinações das re_

tas ajustadas são apresentados na tabela MP-2

Pontos Usados

Referencia

Referência

K 1 1 X ü)0

5,6

4,7

Tabela MP-2 - <iiiO': calculados a partir das inclinações das rt

tas ajustadas nas figuras (20), (21).

Page 58: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

10

Figura 18. Gráfico Y/"Minbp versus < ef0 >/o. cora dados

da Tabela MP-1, referência (86).

a

m

o

40

20

0

-

5 10 15 »^ <r l\ /., ao

Figura 19. Gráf ico y / U m b p v e r s u s ••• t 5 o - ' / " cora dados

da Tabela MP-1, r e f e r e n c i a ( 2 5 ) .

Page 59: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

B - ACQS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS

Para calcular as energias de defeito de empilhamentc

dos aços inoxidáveis austeníticos, utilizaram-se os coeficientes

KiHdij = 5,6 e iii^o = 4,7 determinados para os metais purcs

Ag, Au, Cu e AÍ. Para determinar a E.D.E. através da equação

(V.12) é necessário saber o parâmetro de rede e o módulo de c^

salhamento. 0 módulo de cisalhamento y = •=• (Ci,<,+Ci 1-C12) foi

i n J

calculado para quatro ligas com composições similares aos aços

aqui estudados. Os resultados listados com as constantes e lâs t i

cas em unidades de IO11 N/m2 demonstram que, embora Cu e C12

variem com a composição, o módulo de cisalhamento é aproximada

mente constante (Tabela A-I-1).

Liga

Fe-12Cr-l8Ni

Fe- l8Cr- l2 \ ' i

Fe-18Cr-14Ni

Fe-l8Cr-19.\i

C u

2,332

1,912

1,980

1,910

C 1 2

1,626

1,179

1,250

1,190

Ci , 1,

1,225

1,386

1,220

1,240

U m

0,644

0,706

0,650

0,653

Tabela A-I-1 - Constantes elásticas de monocristnis.

Adotamos aqi;i o valor médio:

Um = 0,66 x 1011 N/m2

o 0 parâmetro de rede 3,589 A também foi considerado

constante em todo intervalo de composições. Introduzindo esses

parâmetros a equação (V.1.12) se reduz a:

r = 24.4 x 105 ^ ' 5 0 > 1 1 1 (mJ/m2) pa ra • : U I ' Ü 0 = 5 ,6 VI I .2 et

Page 60: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

7 = 20.5 x 10 , <c*5: >ii: (ssJ/ns2) para <ia!íi • 4,7 VII.3

A tabela AI-2 apresenta os valores da razão .-.2

50^111

a du cada aço analisado e suas energias de defeito de empilhamento.

Aço

304

347

316

1.4970

1.4970

1 0 1 < £ 25 0 > / a

1,0

0,72

0 ,86

1,5

1,5

EDE*(mJ/m2)

24

18

21

37

37

EDE+ (cJ /m 2 )

21

15

18

31

31

* utilizando a equação VII.2

+ utilizando a equação VII.3

Tabela AI-2 - Energias de defeito de empilhamento dos aços

inoxidáveis austeníticos.

Page 61: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

711I - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

VIII.1 - METAIS PUROS

As tabelas D1, D2, D3 e D4 listam cronologicamente os va

lores das Energias de Defeito de Empilhanento dos metais puros Ag,

Au, Cu e AÍ. Os valores da E.D.E. foram obtidos da literatura dos

diversos métodos experimentais. Estas tabelas incluem todos os

valores compilados na revisão de Reed e Schramm (86) publicada em

1974, mais alguns valores de medidas mais recentes. Os últimos val£

res de cada tabela foram sugeridos na revisão de Pierre Coulomb

publicada em 1978 (25). Estas duas revisões foram utilizadas para

calibrar o método de difração de Raios-X e suas conclusões e

resultados serão discutidos a seguir.

Os valores obtidos por Schran e Reed são médias de diver

sos tipos de dados e são YAg = 22, YAU = 50, yCu = 62 mJ/m2. Entre

os tipos de dados usados por eles estão medidas de dipolos defei­

tuosos e tetraedros utilizando feixe forte; ambas são difíceis de

executar por que ?las são muito sensíveis ao modelo assumido para

os núcleos das discordâncias. A E.D.E. do alumínio é uma média

dos resultados de medidas do método de difusão e seu valor é

yM = 163 ínJ/m2.

Os valores recomendados na revisão de Pierre Coulomb para

metais C.F.C. são (Ag = 20, yAu = 35, yCu = 45, ;A? = 135 m.J/m: . Os

resultados da prata, ouro e cobre são fortemente baseados no método

de microscopia eletrônica utilizando feixe fraco. Esse método de

observação direta, considerado bastante preciso, ampliou o interva­

lo de E.D.E. para o limite superior 55 mJ/m: com confiabilidade. C£

mo podemos notar, os valores recomendados por Coulomb são conside^

ravolmente menores que as médias de Rood e Schrar.. A E.U.E. do

Page 62: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Tabela D-1 - ENERGIA DE DEFEITO DE EMPILIIAMENTO DA PRATA

Método

Creep

T III

Maclaçao Mecânica

T III

; NÓS

' Raios-X

T III

! r III

Raios-X

T III i

Nós

Nós

: TeCracdros

; T in

Raios-X

Nós

Textura

Dipolos

Tctraedros

Nós

Tetr.iedros

Nós

Raios-X

Nós

Dipolos

Nós

Nós i . ,

Revisão

Nos

Keak-Beam

Energia de Macia

i Tetraedro

Revisão i

| Weak-Beam

Revisão

E.D.E.

35

43

21

29

25

24

65 ± 8

33

14 * 35

. 40

20 ± 7

21 ± 7

< 43

15 ± 3

10 Í 5

21.9 ± 35

22

22 t 6

17.5 i 3,5

27 t 7

15,4

17 - 32

18 ! 4

22.8 í 4

30.7 i 31

17 i 3

19.6

21.6

21.6

16.3

22

14.17

22

16.1

20

Ano

1958

1958

1959

1960

1961

1961

1962

1963

1963

1964

1964

1964

1964

1965

1965

1966

1966

1966

1966

1966

1967

1967

1967

1967

1967

1968

1969

1970

1970

1971

1972

1974

1974

1978

1978

Referência

119

111

15

10

53

54

3

16

122

15

45

72

97

4

79

44

49

50

60

129

20

20

81

94

108

41

43

42

121

22

74

19

87

55

25

Page 63: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Tabela D-2 - ENERCIA DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO DE OURO

Método

Maclaçao Mecânica

Creep

T 3

T 3

Estab. Tetraedros

Nós (falta)

Nós

Tetraedros

T 3

Textura

Tetraedros

Raios-X

i

Dipolos

Tetraedros

Tetraedros

r 3

Dipolos i

Nos

Revisão

Feixe Fraco

Energia de Macia ! •

Revisão

Revisão

E.D.E.

30

33

30

10

16

28

28

12

13

52 i 15

56

20 ± 10

42 t 13

55.3 i 11.1

44,7

32 '. 5

61 í 9

42 ± 5

50

32

45

50

35

Ano

1958

1958

1959

1960

1962

1964

1964

1964

1965

1965

1965

1965

1966

1966

1967

1967

1967 ! i

i 1969 |

1970 j

1972 J

1972

1974 |

1978 ; i

Referência

i

í HI

119

15

10

27

45

72

97

3

30

71

79

50

60

20

90

108

43

42

55

74

87

25

l

_

Page 64: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

T a b e l a D - 3 - F.NF.RCIAS DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO DE COBRE

Método

Energia de Macia

Energia de Macia

T 3

T 3

-r 3

Raios-X

Microtensão

Nós

Energia de Macia

Nos

Raios-X

Raios-X

Nós

Tetraedro

Raios-X

3

Textura

Dipolos

Tetraedro

Tetraedro

Raios-X

; Dipolos

1 Nós

; Nós e Textura

Contorno de grão

' Revisão

Feixe Fraco

Feixe Fraco

Revisão

Feixe Fraco

Revisão

E.D.E.

40

42

169

163

102 - 165

30

25

40

24

70 t 10

67 t 17

25

85

78

30 i 10

50 i 6

75

59,

72,5 i 14,5

58,5

70 t 15

150 Í 30

48 i 10

70

46 í 3

55

41 .• 9

41 i

62

31 - 50

43

Ano 1

1951

1952

1959

1960

1960

1960

1960

1961

1961

1962

1963

1963/64

1965

1965

1965

1965

1966

1966

1966

1967

1967

1967

1969

1969

1969

1970

1971

1971

1974

1974

1978 •

Referência

i

40 !

39

15

10

48

75

91

53

58

120

122

51

30

7J

79

101

49

50

60

20

81

108

43

78

85

42

22

109

87

23

23

Page 65: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Tabela D-4 - ENERGIAS DE DEFEITO DE EMPILHAMENTO DO ALUMÍNIO

! ', M e t oiio

Energia de Macia

Creep

! T 3

Microtensão

Textura

Difusão

Raios-X

Raios-X

Tetraedro (falta)

Difusão

Textura

Difusão

Difusão

Difusão

1 T 3

Revisão

Difusão

: 3

E.D.E.

- 200

> 200

238

100

• 150

280 • 50

> 250

250

> 150

210 t 10

130

200

135 ± 20

110

168

200

145

290 ( 77k)

260 í 77k)

Ano

1951/53

1958

1960

1964

1965

1965

1965

1966

1966

1966

1967

1967

1968

1970

1970

1971

1971

Referência

119

10

91

31

36

79

79

97

62

105

20

32

114

34

42

128

11

! 3

Revisão

Revisão

185 (293k)

16: (400k)

85 (500k)

163

163

1972

1974

1978

115

37

25

Page 66: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

alumínio determinada exclusivamente pelo método de difusão revelou

também um valor menor que o da primeira revisão. Os resultados de

Coulomb estão em bom acordo com as antigas determinações da E.D.E.

csiiuinJns como o dobro da energia do contorno coerente de macia.

Concluiu-se, a partir do julgamento dos critérios e méto­

dos estabelecidos nas duas revisões, que os valores médios de

Schramme Reed superestimam as E.O.Es. dos metais puros e que, para

cumprir nosso objetivo de calibrar o método de Raios-X, os valores

sugeridos por Coulomb são os mais adequados. 0 valor de energia de

defeito de empilhamento do níquel utilizado por Schramm e Reed para

calibrar o método de difração foi excluído do presente trabalho

pois ainda existem dúvidas sobre a consistência dos resultados re­

portados nas duas revisões (86, 25).

VIII.2 - 0 VALOR DE - i;rn0

Os valores fni^o = 4,7 estão em bom acordo com estimati

vas anteriores. Usando a análise de Williamson e Smallman (130),

Newton c Ruff (77) determinaram < m = 28. Para um material isotrõ

pico J'O = T T ( ' ). Para materiais anisotrópicos onde a orientação

cristalográfica da linha de discordância e do seu vetor de Burgers

são levados em consideração, o valor de U>D pode variar considera

velmenlo. Além disso, quando existem interações adicionais e disco£

clâncias extendidas em planos [in] que se interceptam, o valor de

.. o também será afetado. As larguras de discordâncias extendidas de

diferentes caraters e as larguras de braços de barreiras simétr_i_

cas formadas por interação de duas discordâncias extendidas cujos

vetores de Burgers formem 609 com as suas respectivas Linhas, forarc

calculados por Teutônico (116). Com base nesta análise, o valor

Page 67: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

(0: = -T foi sugerido ( 1 ) para materiais anisotrópicos. Se < m = 28 D

e Wo = —, seu produto tem um valor de 4,67, bem próximo de 4,7 est _ 6

mado pela inclinação da reta ajustada aos dados de Coulomb.

0 valor de KHIÜJO foi também estimado experimentalmente

(l ) (36). Reed e Schramm (8b) revisaram as energias de defeito

de empilhamento dos metais puros Ag, Au, Cu, Ac e Ni e aplicaram o

mesmo procedimento empregado no presente trabalho para correlacio-<e2 >

nar a razão experimental obtida por difração de Raios-X e

a energia de defeito de empilhamento. 0 coeficiente KIIJ>G por eles

obtido tem ura valor 5,4 que revela um bom acordo cora a nossa estima

tiva KIU'JJQ = 5,6 empregando as mesmas energias de defeito de empi­

lhamento. Adler, Otte e Wagner (l ) correlacionaram dados de Raios-X

com dados obtidos por observação direta de nós de discordãncias

para ligas Ag-Sn. Eles determinaram

C = <niu3 ( M m a0 /« /? ) = 0,91 x lÜ^mJ/m2

que fornece um valor para < m W o =5.0

Esse acordo revela que K m w 0 tem um valor bem definido

para materiais em uma ampla faixa de energia de defeito de empilh£

mento e que a equação (V.12) pode também ser aplicada com confiabi^

lidado a ligas.

VII1.3 - ACQS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS

Considerável esforço tem sido desenvolvido nos últimos

anos para medir a E.D.E. de aços inoxidáveis austeníticos, a grande

maioria das determinações sendo feitas por medidas de curvaturas cie

Page 68: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

C J

nós. A cabeia (D-5) reproduz os resultados das energias de defeitos

de empilhamento e composições de aços contendo Mn e Si reportados

na revisão de Schram e Reed (1975) ( 96 ) e inclui medidas mais

recentes. Alp.umas das medidas mais recentes foram feitas a part ir de

curvaturas de nós e largura de discordâncias extendidas usando fei

xe fraco. 0 espalhamento dos resultados observados entre as medidas

de observação direta deve-se a um ou mais dos seguintes fatores:

a) A grande variação nos diâmetros de nós de caracteres similares

ã temperatura ambiente causada por forças de impedência de solutos;

b) Variações de pureza de ligas utilizadas (várias das determina

ções usaram graus comerciais de aços inoxidáveis), c) Variações nas

constantes elásticas assumidas e métodos de calcular a E.D.E. Na

tabela (D-5) constam também medidas em aços de Butakova e outros

(1973), Schramm e Reed (1975), Yang e Spruiell (1982) pele método

de d ifração de Rnios-X.

Schramm e Reed tentaram estabelecer relações simples da

E.D.E. de matrizes austeníticas em funções de seus teores de Cr,

Mn, Mo, Ni, N, C e Si. 0 procedimento seguido foi o ajuste por

regressão linear multidimensional. Essas leis de dependência linear

estão sujeitas a diversas restrições. Como Schramm e Reed assinala

ram, essas equações não resolvem completamente as dependências da

composição pois a dependência de cada elemento é afetada pela con­

centração de outros elementos. Considerando essas interações entre

os elementos, Rhodes e Thompson (89) estudaram os efeitos de cora

posição n.i E.D.E., mas restringiram seus objetivos ao papel do Ni

e Cr, mantendo o Cr fixo e variando o Ni [figura 20-nJ; mantendo

c Ni fixo o variando o Cr [figura 20-b] eles constataram também

um comportamento não linear da E.D.E..

A figura 2C-b divide grosseiramente os efeito;; opostos da

adição de Cr na E.D.E.. A figura 20-a apresenta curvaturas, mas o

Page 69: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

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1,730 1,744

2,737 1,441

1,730 2,717 2,007

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Page 70: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

E

U O UJ

15 20 25 30 Porc«nfog«m Ni

10 15 20 25 30

Porcentagem ç%

Fíj;iir.i 20. Dependência da EDE com conteúdo de Ni (a) e

Cr (b) para quantidades fixas do outro ele

mento. As curvas são originais da referêin

cia (39).

comportamento das curvas é monotônico. Com base na figura 20-b,

Rhodes e Thompson estabeleceram duas equações de regressão linear

multidimensional dividindo os dados em baixos teores de Cr (20 pct)

o. altos teores de Cr (•• 20pct). As equações resultantes foram:

Page 71: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

E.D.E. (mJ/m2) = 17 + 2.29 Ni - 0.9 Cr para Cr S 20 pct e VIII.1

E.Ü.E. (mJ/m2) = 26.6 + 0.73 Ni + 2.26 Cr para Cr > 20 pct VIII.2

Com os mesmos objetivos dos trabalhos precedentes, uma

tentativa aqui foi feita para obter uma equação que relaciona a

E.D.E. com as porcentagens em peso de Cr, Ni, Si e Mn. A equação

VIU.3 resulta de um ajuste por regressão multidimensional aos dados

de observação direta da tabela (D-5) assinalados com (a). 0 resulta

do é mostrado na figura 21. Todos os valores publicados foram

divididos pelos módulos de cisalhamento adotados nos artigos origi­

nais e multiplicados pelo módulo de cisalhamento médio dos planos

( m ) U m = 0,66 x 10 N/m2. Esse procedimento visou a reduzir

o espalhamento dos resultados para composições similares.

E.D.E. (mJ/mJ) = 30.5 + 2.10 Ni - 1,27 Cr - 6.57 Si- 0.27 Mn VIII.3

A equação apresenta as seguintes similaridades com as

equações 8 (C) e 8 (D) da referência (87).

0 níquel aumenta a E.D.E. aproximadamente 2 mJ/m2 por

porcentagem em peso, enquanto o Cromo reduz a E.D.E. aproximadamen­

te 1 mJ/m2 por porcentagem em peso. Embora os coeficientes dos Si

e Mn se apresentem menores que na referência ( 87 ) eles estão ce

acordo no sentido que o Silício e o Manganês reduzem a E.D.E.. A

dependência entre a E.D.E. e a composição revelou ser sensível ã

escolha de dados, o que pode ser atribuído ãs interações entre os

elementos. Podemos também observar que a equação (V1II-I) obtida

por Rhodes o Thompson apresenta coeficientes similares aos da nossa

pqunção, mas a equação (VIII-2) derivada para porcentagens de Cr

maiores que 20 pct está em desacordo. Este desacordo demonstra a

dificuldade de generalizar o efeito de elementos de liga em grandes

Page 72: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

25 50 75 EDE cale.

Figura 21. Comparação entre EDE experimentais e EDE calculadas coa

a Eq. VIII-3 com dados da Tabela D-5.

faixas de composição através de leis de aparência simples. Os grá

ficos das equações VIII.1, VIII.2 e VIII.3 são apresentados nas

figuras (22), (23), (24) juntamente cornos resultados do presente

trabalho.

Para representar a dependência da E.D.E. dos elementos

de liga de uma maneira mais realista e flexível, Rhodes e Thompson

( «y ) sugeriram o uso de contornos Iso-EDE graficados em um diagra

ma tcrnario Fe-Cr-Ni, proposto originalmente por Neff e colaborado

res ( 76 >• A figura (24) é um diagrana ternário Fe-Cr-Ni baseado

naquelo do Neff e colaboradores e atualizado por Rhodes e Thompson

com dados das referências (70), (113), (21), (73), (ivl). Os pon_

tos representados por(ft e correspondem aos nossos resultados.

As ligas usadas neste trabalho estão todas na região de

aços inoxidáveis austeníticos metaestáveis, isto é, embora as ligas

Page 73: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

40 50 EDE EXTRAPOLADO

ura 22 . Comparação e n t r e EDE observadas e c a l c u l a d a s

peln Eq. V I I I - 1 pa ra Cr i 207., secundo ( 8 9 ) .

60

50

u o 40 w

30

20

s

/ o

y s /

s

s

/ •

/ s*

30 40 50 60 EDE EXTRAPOLADO

ura 2 3 . Comparação e n t r e EDE observadas e c a l c u l a d a s

pe la Eq. V1I I -2 para Cr > 20£, segundo ( 8 9 ) .

Page 74: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

recozidas sej.itn todas cfc ã temperatura ambiente, a fase teraodi

namieamente estável é cec . A martensita c.c.c. se forma entre

regiões defeituosas da austenita. As regiões defeituosas foram

identificadas ccao conjuntos de defeitos de empilhamer.to superpôs

tas às laminulas de martensita £ de estrutura hexagonal compacta.

10 20 30 40 50 Ni(% «n pato)

Figura 24. 0 canto do diagrama ternário Fe - Cr - Ni rico em Fe,

mostrando contorno ISO-EDE, baseado em (89).Q Aços 304,

3í6 e 347 e A aço 1.4970 correspondem aos resultados

deste trabalho.

Vários autores (1-), (99 ) sugeriram que a martensita >«' de estru

tura c.c.c. st f o raia via martensita c. Como a formação da fase

c depende fortemente da E.D.E., é claro que este parâmetro está

relacionado cora a taxa de transformação martensítica. Para discutir

a dependência compositiva da E.D.E. e da estabilidade de fases,

recorreu-se â teoria de lacunas eletrônicas.

Page 75: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

VIli.4 - CORRELAÇÃO ENTRE O NUMERO MÉDIO DE LACUNAS ELETRC.MCAS E A E.D.E.

Em ligas para as quais as valências de átomos do sel.ito

c do solvente são conhecidas, é usual recorrer ao conceito de con­

centração de elétrons para prever o comportamento da E.D.E. e esta

bilidade de fases. A concentração de elétrons é definida como o

número de elétrons de Valencia por célula unitária (desde que todas

as posições sejam ocupadas), ou como a razão de todos os elétrons

de Valencia para o número de átomos, e/a. Entretanto, a dificuldade

de estabelecer as valências dos elementos de transição, no caso

das nossas ligas, impossibilitou a utilização desse enfoque. Uma

proposta alternativa consiste em empregar o número médio de lacunas

eletrônicas para uma previsão do comportamento da E.D.E. em relação

ã composição. 0 conceito de número de lacunas eletrônicas N.L.E.,

foi introduzido por Pauling ( 84 ) para explicar a nature;:a das

forças interatõmicas em metais. No modelo de Pauling para a estru

tura eletrônica dos elementos de transição, as tendéncia.s dos valo

res de saturação de magnetização atômica no zero absoluto, que são

os números médios de spins desemparelhados de elétrons nos metais,

foram atribuídos â alguns elétrons "d" entrando em orbitais atômi

cos d localizados (ou não ligados) descritos por funções de onda

localizadas.

Os elétrons "d" remanescentes foram considerados come in­

tegrantes de orbitais híbridos de ligação em associação com s e p.

Nestas orbitais, os elétrons trocam continuamente de posições e são

responsáveis pela ligação metálica. Neste esquema os 5 orbitais

"d" de cada spin são divididos em 2,56 orbitais de ligação e 2.44

orbitais não ligados. Os 2.56 orbitais "d" combinam com os orbitais

s o p pnra formar orbitais hibridos de ligação.

Pauling assumiu que o cromo utiliza 5.78 elétrons de

Page 76: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

orbitais híbridos nas ligações. Como os orbitais 3d e 4s fornecem

6 elétrons, sobram 0,22 elétrons de spins desemparelhados.

Existem 4.88 lacunas (2 x 2,44) na camada d. 0 número de

lacunas eletrônicas de cromo é portanto, NLE = 4,88 - 0,22 = 4,66.

Com base cm hipóteses similares, foram calculados os NLE de outros

elementos de transição, apresentado na tabela ( L-1 ).

B . " . i l

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F l i t f i fit àr4t ' - ; ; . i r i ' i n j j J^

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3 . 6 1

1 0 . 0 0

0,«>

Tabela L-1 - Numero médio de lacunas eletrônica. ;

Para extender os N.L.E. aos outros elementos é assumido

que esse número é constante entre um grupo da tabela periódica.

Esse modelo simples tem sido contestado por vários auto­

res (57). Segundo esses autores o esquema de Pauling está em desa­

cordo com as diferenças nas propriedades físicas dos elementos,

desde que ele assume um número constante de elétrons de ligação

por átomos do grupo VI ao grupo VIIIC da tabela periódica.

0 número médio de lacunas eletrônicas <N.L.E.> para a

matriz do uma solução sólida pode ser calculado através dos seus

componentes pela equação:

<N.L.E.> *= 0,61 Ni + 4,66 (Cr+Mo) + 2,66 Fe + 3,66 Mn + 5,66 Nb +

6,66 (si+Tí) VIII.4.1

Page 77: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

ontltí os teores dos componentes são expressos em porcentagens at''nica

e os coeficientes s«o os N.L.E. de cada elemento.

Para fazer uma previsão da E.D.E. em função de composição

foi calculado o N.I..I". • para varias matrizes austeníticas com

teores de Cr ' 2vT' cujas energias de defeito de emoilhamento foram

reportadas na literatura. As E.D.Es. e os N.L.Es. estão dispotos na

tabela (D-5) a partir da qual as E.D.Es. e os N.L.Es. foram coloc£

das na figura (25). A distribuição dos pontos no gráfico sugere uraa

tendência da E.D.E. dterescer quando aumenta o <K.L.E.>. As curvas

desenhadas no gráfico indicam essa tendência.

0 espalhamento dos dados é maior na região de energias

mais altas, o que é esperado pois nesta faixa da E.D.E. a precisão

dos métodos de cbr ervação direta ê menor. Esse espalhatnento prejudi

ca a avaliação quantitativa da variação da E.D.E. com o <N.L.E.>.

Entretanto, a equação (ViII.4.1) permite individualizar a contribui^

ção de cada eletr.ento para o <N.L.E.> e as curvas desenhadas no

gráfico delimitam uma faixa da E.D.E. correspondente aos < N.L.E. >

dos aços. Os coeficientes da equação (VIII.4.1) indicam que c con­

teúdo de níquel pouco contribui para o <N.L.E.> enquanto que o

Si, Ti, Nb e Cr sao bastante efetivos para o aumento do <N.L.E.>.

Isto está em acordo com a tendência observada da E.D.E.

diminuir com o aumento de Cr até teores de 20%, o;; nen.'ra i Izir.Ào, com

o aumento do Cr equivalente:

(Cr equiv. = Cr + 0,31 Mn + 1,76 Mo + 0,97 W + 2,02 V + 1,58 Si +

2,44 Ti + 1,70 Nb + 1,22 Ta - 0,226 Ni - 0,177 Co)

As variações observadas da E.D.E. com o cromo equivalente

ou com o <N.L.E.'> também estão de acordo com a previsão da es tab^

lidade das fases em faixas pa r t i cu l a r e s de composição. A e s t a b i U

Page 78: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

O

ec-

40-

20-

AÇO 347

-l_ J. «24 25

Figure 25. 26 27 28 29

Curvas EDE versus < NT.E > com dndos da Tabela AI-? e Tabela D-5.

SO

Page 79: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

dade destas fases è determinada princi^aliaeute por fatores eletrõni

I"ÜS desde que ela J conseqüência de interações da superfície di

Fermi con as zonas de Brillouin destas estruturas. Um aumento no

conteúdo da Mi para uma porcentagem fixa de Cr dicinui o crorao equi­

valente, diminui o valor de Ms ( a maxina temperatura na qual a

transformação para martensita ocorre espontaneamente ) e aumenta a

E.D.E. como esperado, desde que o Ni estabiliza a estrutura efe

era a«»õs inoxidáveis. Ligas com alto teor de Ni apresentara estrutura

celular de discordâncias na fase austenítica, isto é, escorregamento

com desvio é fácil. Um aumento do conteúdo de Cr aumenta o <N.L.E.>

o estabiliza a fase C.C.C.. Se a transformação martensítica ocorre

segundo a seqüência 7 -*• e •* i podemos relacionar diretamente o aumer.

to da <N.L.E.N e a diminuição da E.D.E. com a ocorrência de transfo£

inação para martensita C.C.C.. Adições de Cr ( í 20 pet ) e o Ni

mudam os arranjos de discordâncias de emaranhados e células ( níquel

puro ) para redes coplanares.

Os aços 304, 347 e 316 estudados no presente trabalho apre

sentaram números médios de lacunas eletrônicas 2.907, 2.965 e 2.990

que os coloca na faixa de baixas E.D.E. (21, 15 e 18 mJ/m2). Esses

aços sofreram transformações parciais de austenita c.f.c. para mar­

tensita c.c.»... 0 procedimento de dobrar o perfil da austenita adota

do nestes aços para separar o perfil c.c.c. superposto forçou uma

simetrização do perfil, eliminando qualquer assiir.etria causada pela

presença de macias. Como os perfis da austenita não eram marcante^

mente assimétricos, assumiu-se que o erro introduzido e pequeno.

No entanto, esr-a pode ser uma causa da E.D.E. do ago 347 se apresen

r..r men.ir IIÜO n do açu 316 quando seu •N.L.E.' é r.enor. Apesar dessa

discrepância, esses íços estío coerentes com os resultados da litera

tura dispostos na fi,;ura (25).

Os í ços 304 com adições de nióbío maiores que a do aço 347

Page 80: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

sofreram transformações totais de austenita para cartensita c.c.c.

sob as condições severas de deformação impostas pela 1 image-. A

impossibilidade de controlar a taxa de deformação por limagez: e de

medir a E.D.E. destes aços impediu qualquer avaliação quantitativa

dos efeitos das adições de Niõbio na E.D.E.. No entanto, un cálcu

Io do <N.L.E.> pode indicar a faixa de E.D.E. destes aços e justifi

car a ocorrência de transformação da fase. 0 niõbio é bastar.te efeti

vo para aumentar o cromo equivalente e o número de lacunas eletrôni

cas. Para calcular o número de lacunas eletrônicas foram utilizados

os teores do niõbio em solução determinados no item VI.2. Os núir.eros

médios de lacunas eletrônicas desses aços, seguindo a mesma orden da

tabela (M.l) são: 2.918, 3.009, 3.034, 3.000. Estes números os col£

cam na região da figura (25) de <N.L.E.> correspondentes a u~a faixa

de baixas E.D.E. (o limite superior é aproximadamente y= 2C nJ/n2).

A alta taxa de transformação martensítica sugere novamente a relação

entre o aumento do <N.L.E.> (ou do Cr equivalente), a dminuiçao da

E.D.E. e o aumento da taxa de transformação martensítica.

0 aço inoxidável austenítico estabilizado com titânio

DIN-WERKST0FF 1.4970 apresenta maior teor de níquel e menor teor de

crome que os outros aços analisados neste trabalho. Nestes E;JS não

fora-n observadas martensitas induzidas por deformação. Tambe- não

foran observadas a ferrita <S e fases interaetálicas. Esses resulta_

dos, assim como a E.D.E. mais elevada (v= 31 mJ/m:) decorra do

aumento do teor do níquel, que estabiliza a austenita e do r.cnor teor

de cromo que tem como conseqüência um menor número médio de lacunas

eletrônicas, <N.L.E.> = 2,761.

Page 81: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

IX - CONCLUSÕES

Um método foi desenvolvido para determinar a energia de de­

feito de empilhamento, microtensao quadrática media e probabilidade de

defeitos de empilhamento de metais e ligas c.f.c. por difração de

Raios-X. 0 método foi testado para os metais puros Ag, Au, Cu e kt.

Este método foi aplicado para determinar as energias de

defeito de empilhamento dos aços inoxidáveis austeníticos AISI 304,

AISI 316, AISI 347 e DIN-WERKSTOFF 1.4970, que são respectivamente 21,

18, 15 e 31 mJ/m2. Estes resultados apresentam conformidade com as

medidas de raios de nós de discordâncias por microscopia eletrônica

de transmissão. Entretanto, o método de difração de Raios-X se aplica

potencialmente a uma faixa maior da E.D.E..

Uma revisão dos resultados da literatura foi feita e um

método para estimar a E.D.E. de aços inoxidáveis austeníticos a p.irtir

de sua composição foi proposto com base na teoria de lacunas eletrõ

nicas.

A tendência dos resultados da literatura sugere que a ener­

gia de defeito de empilhamento diminui com o aumento do número de la­

cunas eletrônicas (ou com o aumento do cromo equivalente).

A adição de Nióbio aumenta o número de lacunas eletrônicas

e diminui a energia de defeito de empilhamento.

A observação de maior taxa de transformação martensítica

nos aços examinados contendo maior número de lacunas eletrônicas sug£

re que aços com menor energia de defeito de empilhamento são menos

estáveis contra a transformação para martensítas e ou a'.

Page 82: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

ArENDICE A (Referência 66)

TRANSFORMAÇÃO DE FOURIER E CONVOLUÇÃO

Sejam f e g duas integráveis sobre toda a reta numérica A função:

+00

h (x) = J f(y). g (x - y) dy _00

chama-se convolução de f e g. A função h é notada f * g.

Proposição seja Z: K x í + E uma função contínua, tal que as

integrais iteradas abaixo convirjam:

+00 +0O +00 +0u

J J |Z (x, y) | dx dy e j " f |f (x, y ) | dy dx (23) —Oú _ 3 0 »00 »00

Então as integrais iteradas de Z convergem e:

+CO .OC +00 +00

J" f z (x, y) dy dx = í f z (x- y> dx dy

No caso da integral de Lebes^ue, o resultado acima é chamado de

Ttíorema de Fubini. Observa-se que, se Z for integrável ã Lebes-ue, e se

as transformadas de Fourier forem entendidas como integrais de Lebes^ue, os

coeficientes de Fourier estão bem definidos.

Aplicando o Teorema de Fubini, obtém-se a transformada de Fourier

d3 convolução do duas funções do Li (espaço das funções somáveis).

+ 33 +« +00

F(f*£) = H = f h(x) exp(i\x) dx = í { j f(y) g(x-y) dy} exp(iAx)Jx

..JC -OU

T

• J " C V Í Í v) ffy> J \ X p<i \<x-y)>* ( x - y > d x d y = F ( f ) * F(«> • F x G

+*

Page 83: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

pois :

CO 00 +O0 00

J J |z (x, y ) | dy dx < <=° e f f |z (x, y ) | dx dy < » _ 0 0 o»00 —00 « 0 0

onde:

Z (x, y) = e l X x f (y) g (x-y)

portanto:

H = F x G e F = 5 Or

Page 84: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

APÊNDICE B

EFEITOS DA ANISOTROPIA ELÃSTICA

Schramm e Reed reexaminaram a correlação dos dados do ponto de vis

ta que Kinw0 deve depender da anisotropia elástica.

0 coeficiente de rigidez elástica c i, pode ser interpretado direta

mente. Ele mede a resistência ã deformação quando se aplica um cisalhamento

na direção [ 010 ] do plano (100). A combinação linear (eu - Cn)/! repre

senta a resistência ã deformação para ura cisalhamento através do plano (110)

na direção [ iTO ]. Como para corpos isotrópicos A = cm, T [(eu - ci2)/2]=1,

o fator A é uma medida da anisotropia e é conhecido como fator de anisotro

pia de Zener. Para examinar os dados para a dependência desta variável,

Schramm e Reed calcularam KHIOJO pela equação a partir dos pares

. , . < efo > para cada elemento. Os valores de KiiiCdo graficados em i7;iiiDp, — - —

função d* A em papel bilogarítiraico estabeleceram urna relação linear. A

inclinação da reta por eles desenhada é -0,37. Com isso, uma nova equação

foi proposta cora a inclusão do fator de anisotropia:

y = <m c"o VlU a? A ~ 0f37. < £?Q > ill (B_,)

A inclusão do fator de correção para a anisotropia melhorou a

correlação entre os dados de difração de Raios-X e as energias de defeito

de empilhamento reportadas nesta referência e definiu um novo coeficiente

<m-'»o • 6.6 t 0.1.

Com o mesmo objetivo e seguindo o mesmo procedimento tentamos esta

belecer uma relação entre <'miüo o o fator de anisotropia de Zener A. A ta­

bela (A-1) apresenta os fatores de Zener e os valores de Km''1') calculados

para cada elemento.

Page 85: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Metal

Ag

Au

Cu

At

A

3,0

2,9

3,2

1,2

KlllWO

4,4

6,7

4,9

5,6

KillOlO

4,0

A,7

3,6

4,7

Tabela A-1 - Anisotropias de Zenur Knx^o calculados a partir das referen­

cias 34, 54 e nossas medidas.

0 ajuste entre os dados da segunda e terceira coluna da tabela não

resultou era uma boa correlação entre KJHOL'O e A. No caso de segunda e quarta

coluna, uma correlação melhor, mas ainda insatisfatória. 0 coeficiente da

reta desenhada no último caso é - 0,17. Incluindo o fator de correlação para

- °.17 a anisot^opia A podemos reescrever a equação V.12 na forma:

Y _ ^íii^o V m ao A < £50 > xix (B-2)

í ST a

Regraficando os dados da tabela (MP-1) usando equação (B-2), o

espalhamento dos dados foi um pouco reduzido como mostra a figura (26). 0

novo coeficiente angular forneceu <iix*>'o = 2,1.

A má qualidade dos ajustes aos dados da tabela (A-1) não permitiu

estabelecer a dependência entre <ixi 'o e A. Seria desejável que para estabe_

lecer uma relação entre <I:XJO O. A, outros materiais fossem estudados. Essas

considerações nos levaram a adotar a equação (V.12) que não inclui o fator

de correção para a anxsotropia, para determinar as energias de defeito de

erapílhamento a partir de parâmetros experimentais.

Page 86: 0 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

R E F E R Ê N C I A S

ADLER, R . P . I . ; OTTE, H . M . ; WAGNER, C . N . J . D e t e r m i n a t i o n o f

D i s l o c a t i o n D e n s i t y and S t a c k i n g - F a u l t P r o b a b i l i t y f rom

X-Ray P o w d e r P a t t e r n Peak P r o f i l e s . M e t . T r a n s . , J_ ( 9 ) :

2375 - 2 3 8 2 , 1 9 7 0 .

ADRIAN ROBERTS, J . T . S t r u c t u r a l M a t e r i a l s in Nuclear Systems,

P l e n u m P r e s s , 1981 .

AHLERS, M; HAASEN, P . Z . M e t a l l k d e , 5_3: 3 0 2 , 1962 apud REED,

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