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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE VIANÓPOLIS - GO Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03 – Centro - Vianópolis – Go - CEP 75260-000 Telefone/Fax: (0xx62) 3335-1209 e E-mail: [email protected] Home Page: www.mp.go.gov.br Referência Autuação : Escrivania do crime e FAZENDAS PÚBLICAS Autor : Ministério Público do Estado de Goiás Requerido : Agda Maria de Souza e outros Natureza : Ação por Ato de Improbidade Administrativa Promoção MP : Inicial EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE VIANÓPOLIS – ESTADO DE GOIÁS. “Pode-se enganar todo mundo por algum tempo, e algumas pessoas durante o tempo todo, mas não se pode enganar todo o mundo por todo o tempo” (A. Lincoln) O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por seu Representante Legal ao final assinado, titular da Promotoria de Justiça de Entrância Inicial da Comarca de Vianópolis - Goiás, no uso de suas atribuições Constitucionais, Infra – Constitucionais e Institucionais, com suporte nos artigos 37, caput e § 4º e 129, inciso III, ambos da Constituição Federal; artigo 25 da Lei nº 8.625/93; artigos 46 e 47, ambos da Lei Complementar Estadual nº 25 de 06 de Julho de 1.998; artigos 1º, 2º, 12 e 17, todos da Lei nº 8.429/92 e demais legislações atinentes à 08/03/2022 Maurício Alexandre Gebrim Página Promotor de Justiça 1

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁSPROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE VIANÓPOLIS - GO

Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03 – Centro - Vianópolis – Go - CEP 75260-000Telefone/Fax: (0xx62) 3335-1209 e E-mail: [email protected]

Home Page: www.mp.go.gov.br

ReferênciaAutuação : Escrivania do crime e FAZENDAS PÚBLICASAutor : Ministério Público do Estado de Goiás Requerido : Agda Maria de Souza e outrosNatureza : Ação por Ato de Improbidade AdministrativaPromoção MP : Inicial

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE VIANÓPOLIS – ESTADO DE GOIÁS.

“Pode-se enganar todo mundo por algum tempo, e algumas pessoas durante o tempo todo, mas não se pode enganar todo o mundo por todo o tempo” (A. Lincoln)

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por seu Representante Legal ao final assinado, titular da Promotoria de Justiça de Entrância Inicial da Comarca de Vianópolis - Goiás, no uso de suas atribuições Constitucionais, Infra – Constitucionais e Institucionais, com suporte nos artigos 37, caput e § 4º e 129, inciso III, ambos da Constituição Federal; artigo 25 da Lei nº 8.625/93; artigos 46 e 47, ambos da Lei Complementar Estadual nº 25 de 06 de Julho de 1.998; artigos 1º, 2º, 12 e 17, todos da Lei nº 8.429/92 e demais legislações atinentes à matéria, vêm à presença de Vossa Excelência ajuizar a presente

AÇÃO POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

em desfavor de

AGDA MARIA DE SOUZA, brasileira, solteira, servidora pública municipal, natural de Vianópolis – Goiás, nascida aos

12/05/2023 Maurício Alexandre Gebrim Página Promotor de Justiça

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Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03 – Centro - Vianópolis – Go - CEP 75260-000Telefone/Fax: (0xx62) 3335-1209 e E-mail: [email protected]

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26/10/1969, filha de Francisco de Souza e de Alvina do Carmo de Souza, residente e domiciliada na rua João Corrêa Bittencourt, nº 167, centro, nesta urbe;

CARMELÚCIA MARIA DE SOUZA, brasileira,solteira, empresária, natural de Vianópolis – Goiás, nascida aos 19/02/1972, filha de Francisco de Souza e de Alvina do Carmo de Souza, residente e domiciliada na Rua Uberaba, quadra 114, lote 19, apartamento 304, Setor dos Afonsos, em Aparecida de Goiânia, encontradiça, ainda, na empresa TNT Informática Ltda., sediada na Avenida T-4, nº 367, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás;

DENIZE MARIA DOS SANTOS, brasileira, separada judicialmente, servidora pública municipal, natural de Vianópolis – Goiás, nascida aos 19/06/1973, filha de Joaquim Aristeu dos Santos e de Aparecida Rosa Luísa dos Santos, residente e domiciliada na Rua Iria Gouveia esquina com a Rua 19 de Agosto, nº 10, Bairro Santos Dumont, nesta urbe;

GLADSON ANDRADE DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, empresário, natural de Goiânia – Goiás, nascido aos 29/08/1969, filho de Kelly Cristina Andrade dos Santos, residente e domiciliado na Rua Camaçari, quadra 41, lote 18, Jardim Helvécia, em Aparecida de Goiânia – Goiás, encontradiço, ainda, na empresa TNT Informática Ltda., sediada na Avenida T-4, nº 367, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás;

MARIA HELENA DE SOUZA, brasileira, solteira, servidora pública municipal, natural de Vianópolis – Goiás, nascida aos 03/12/1959, filha de Pedro Umbelino de Souza e de Luzia Moreira de Souza, residente e domiciliada na Avenida Antônio José Quinan, nº 728, centro, nesta urbe;

PEDRO AMILSON FERREIRA BENTO, brasileiro, casado, servidor público municipal comissionado, natural de Monte Alegre de Minas – MG, nascido aos 29/06/1956, filho de Ângelo

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Bento e de Laurinda Francisca Bento, residente e domiciliado na Avenida Calil Elias Neto, nº 1.460, Bairro Vista Alegre, nesta urbe; e

TNT INFORMÁTICA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 04.901.702/0001-05, estabelecida comercialmente na Avenida T-4, nº 367, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás, na pessoa de seus sócios-proprietários CARMELÚCIA MARIA DE SOUZA, brasileira,solteira, empresária, natural de Vianópolis – Goiás, nascida aos 19/02/1972, filha de Francisco de Souza e de Alvina do Carmo de Souza, residente e domiciliada na Rua Uberaba, quadra 114, lote 19, apartamento 304, Setor dos Afonsos, em Aparecida de Goiânia, encontradiça, ainda, na empresa TNT Informática Ltda., sediada na Avenida T-4, nº 367, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás e GLADSON ANDRADE DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, empresário, natural de Goiânia – Goiás, nascido aos 29/08/1969, filho de Kelly Cristina Andrade dos Santos, residente e domiciliado na Rua Camaçari, quadra 41, lote 18, Jardim Helvécia, em Aparecida de Goiânia – Goiás, encontradiço, ainda, na empresa TNT Informática Ltda., sediada na Avenida T-4, nº 367, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás;

o fazendo com suporte nos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir delineados:

I – Da Legitimidade do Ministério Público

É cediço que a Constituição Federal de 1988 expressamente previu como função institucional do Ministério Público a instauração do Inquérito Civil Público para defesa de vários interesses e direitos que afetam a sociedade de forma relevante, sendo-lhe outorgado igualmente o exercício de outras funções compatíveis com a sua finalidade.

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Assim, a legitimidade ativa “ad causam” do Ministério Público para a propositura da presente Ação por Ato de Improbidade Administrativa é inafastável e decorrente do disposto nos artigos 129, inciso III, da Constituição Federal; 117, inciso III, da Constituição do Estado de Goiás; 25, inciso IV, alíneas ”a” e “b”, da Lei nº 8.625/93; e 17, “caput” e § 4º, da Lei nº 8.429/92, in verbis:

“Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:omissisIII - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para proteção do patrimônio público (...).”

“Art. 117. São funções institucionais do Ministério Público:omissisIII - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para proteção do patrimônio público (...).”

“Art. 25. Além das funções previstas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público:omissisIV - promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei:a) para a proteção, prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e a outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos;b) para anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou de Município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas que participem.”

“Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.omissi§ 4° O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.”

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A jurisprudência do Tribunal de Justiça de Goiás, segue a inteligência dos dispositivos citados:

“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 129, III. Tem o Ministério Público legitimidade para propor a Ação Civil Pública que objetive a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos” (Ag. de Ins. 59420/180, Des. Mauro Campos, TJGO, Ac. de 27.02.92. DJGO, n° 11287, fls. 09, de 17.03.92).

II - Dos Atos de Improbidade

Verifica-se que em virtude de determinação do Prefeito Municipal de Vianópolis, Senhor Antônio Divino de Resende, datada de 20/05/2005, foi instaurado processo licitatório para a aquisição de equipamentos de informática e acessórios (fls. 147 do Procedimento Administrativo nº 045).

Extrai-se que o processo licitatório teve início na modalidade de Convite, sob o nº 009/2005, expedido em data de 26 de maio de 2005, a três licitantes, conforme recibos de entrega de licitação (convite), a saber:

- PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda. (fls. 150 do Procedimento Administrativo nº 045), que teria apresentado proposta no valor de R$ 19.995,00 (dezenove mil, novecentos e noventa e cinco reais) (fls. 199 do Procedimento Administrativo nº 045);

- Altec Informática e Serviços Ltda. (fls. 151 do Procedimento Administrativo nº 045), proposta no valor de R$ 20.098,00 (vinte mil e noventa e oito reais) (fls. 202/203 do Procedimento Administrativo nº 045); e

- TNT Informática Ltda. (fls. 152 do Procedimento Administrativo nº 045), que apresentou proposta no valor de R$ 18.930,00 (dezoito mil, novecentos e trinta reais) (fls. 206 do Procedimento Administrativo nº 045).

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Consta da “Ata de Habilitação e Julgamento” (fls. 208 do Procedimento Administrativo nº 045) que aos 07 dias do mês de maio de 2005, às 14h00, em reunião na sala da Secretaria Municipal de Governo da Prefeitura Municipal de Vianópolis, foram julgadas as propostas e, sagrou-se vencedora aquela apresentada pela empresa TNT Informática Ltda. (fls. 152 do Procedimento Administrativo nº 045), que apresentou proposta no valor de R$ 18.930,00 (dezoito mil novecentos e trinta reais).

Houve a homologação da licitação (fls. 210 do Procedimento Administrativo nº 045), sendo o objeto adjudicado à empresa TNT Informática Ltda. pelo valor de R$ 18.930,00 (dezoito mil, novecentos e trinta reais), sendo, em seguida, adquiridos os equipamentos (fls. 426 a 439 do Procedimento Administrativo nº 045).

Verifica-se, também, que em virtude de determinação do Prefeito Municipal de Vianópolis, Senhor Antônio Divino de Resende, datada de 12/05/2006, foi instaurado processo licitatório para a aquisição de equipamentos de informática para o Centro de Comercialização da Agricultrua Familiar no Território da Região da Estrada de Ferro (fls. 67 do Procedimento Administrativo nº 045).

Extrai-se, igualmente, que o processo licitatório teve início na modalidade de Convite, sob o nº 014/2006, expedido em data de 15 de maio de 2006, a três licitantes, conforme recibos de entrega de licitação (convite), a saber:

- PCMAXX Comércio de Computadores e Acessórios Ltda., (fls. 72 do Procedimento Administrativo nº 045), que teria apresentado proposta no valor de R$ 13.160,00 (treze mil, cento e sessenta reais) (fls. 116 do Procedimento Administrativo nº 045);

- Altec Informática e Serviços Ltda. (fls. 71 do Procedimento Administrativo nº 045), proposta no valor de R$ 13.105,00 (treze mil, cento e cinco reais) (fls. 121 do Procedimento Administrativo nº 045); e

- TNT Informática Ltda. (fls. 73 do Procedimento Administrativo nº 045), que apresentou proposta no valor de R$ 12.640,00

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(doze mil, seiscentos e quarenta reais) (fls. 118 do Procedimento Administrativo nº 045).

Consta da “Ata de Habilitação e Julgamento” (fls. 123 do Procedimento Administrativo nº 045) que aos 23 dias do mês de maio de 2006, às 14h00, em reunião na sala da Secretaria Municipal de Governo da Prefeitura Municipal de Vianópolis, foram julgadas as propostas e, sagrou-se vencedora aquela apresentada pela empresa TNT Informática Ltda. (fls. 123 do Procedimento Administrativo nº 045), que apresentou proposta no valor de R$ 12.640,00 (doze mil, seiscentos e quarenta reais).

Houve a homologação da licitação (fls. 126 do Procedimento Administrativo nº 045).

Ocorre que na data de 20/06/2006, por volta das 10h00, através do telefone do Ministério Público – Promotoria de Justiça da Comarca de Vianópolis, de nº 62 33351209, foi relatado que haviam ocorrido irregularidades, nesta segunda licitação citada, realizada pela Prefeitura Municipal de Vianópolis no mês de maio de 2.006 sob o nº 014/2006 e na modalidade de “Convite”, consistindo em direcionamento para a empresa de propriedade de irmã da servidora pública municipal Agda Maria de Souza, de nome TNT Informática Ltda., sediada em Goiânia – Goiás.

Realizada e concluída a investigação por este Órgão de Execução no bojo do Procedimento Administrativo nº 045 que foi instaurado através da Portaria nº 002/2006, encontrando-se instruído com as declarações, depoimentos e documentos relacionados ao caso em apuração, chegou-se à convicção de que efetivamente não só a licitação realizada pela Prefeitura Municipal de Vianópolis para a aquisição de equipamentos de informática no mês de maio de 2.006, através da modalidade Convite nº 014/2006 foi fraudada, como também a realizada nesta mesma modalidade, de nº 009/2005, no mês de maio do ano de 2.005, em que se sagrou vencedora, em ambas, a empresa TNT Informática Ltda., de propriedade de Carmelúcia Maria de Souza, irmã da servidora pública municipal Agda Maria de Souza, integrante de fato da Comissão de Licitação da Prefeitura Municipal de Vianópolis.

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Com a participação, conivência e também omissão dos membros da Comissão de Licitação, os ora requeridos Denize Maria dos Santos, Maria Helena de Souza e Pedro Amilson Ferreira Bento, a servidora pública municipal Agda Maria de Souza, igualmente requerida, concursada para o cargo de telefonista, mas exercendo o cargo comissionado de “Assessora Técnica” e atuando junto à Comissão de Licitação, fez distribuir toda a documentação referente às licitações na Modalidade de Convite nºs 009/2005 e 014/2006, entregando-a diretamente nas mãos de sua irmã Carmelúcia Maria de Souza, do mesmo modo requerida e sócia-proprietária da empresa TNT Informática Ltda., ora requerida.

Em seguida, com as cartas convites em branco a requerida Carmelúcia Maria de Souza colhia a assinatura dos supostos interessados e providenciava o preenchimento das propostas sem qualquer ciência dos proprietários, usando, para isso, da boa-fé e ingenuidade de vendedores, seus conhecidos e até ex-funcionários ou amigos, fazendo incluir orçamentos com valores próximos, todavia constando sempre como a de menor preço a de sua empresa, TNT Informática Ltda.

Como ressaltado a seguir, de forma absolutamente fraudulenta, e finalísticamente desvirtuada, este procedimento foi adotado nas duas licitações analisadas pelo Ministério Público (Modalidade de Convite nºs 009/2005 e 014/2006). Da análise comparativa das duas licitações, verifica-se que o procedimento fraudulento adotado foi o mesmo em ambas, constituindo em verdadeira praxe entre os envolvidos.

Os proprietários e vendedores das empresas que teriam participado das licitações nas Modalidades de Convite nºs 009/2005 e 014/2006, ao serem ouvidas pelo Ministério Público no âmbito do Procedimento Administrativo nº 045, assim relataram:

LUIZ CARLOS DIAS PINHEIRO, proprietário da empresa PC MAXX Comércio de Computadores e Acessórios Ltda., inscrita no CNPJ nº 06.981.579/0001-05, ouvido às fls. 213/214:

“Ao(s) 30 de junho de 2006, às 14h40, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do

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Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre Gebrim, compareceu espontaneamente LUIZ CARLOS DIAS PINHEIRO, brasileiro, casado, empresário, natural de Anápolis - Goiás, nascido aos 15/10/1973, filho de Cauby Moreira Pinheiro e de Juscelina Dias Pinheiro, residente e domiciliado na Avenida T 1, nº 962, Residencial Solar Bueno, Apt. 504, Setor Bueno, Goiânia - Goiás, que pediu para ser ouvido antecipadamente à data marcada, qual seja, 10/07/2006, tendo em vista que foi notificado no dia de hoje, na parte da manhã, pelo oficial de Promotoria da Comarca de Goiânia e ficou preocupado, por nunca ter contratado com a Prefeitura Municipal de Vianópolis. Cientificado(a) das normas processuais pertinentes ao ato, aos costumes disse nada. Devidamente compromissado(a) na forma da lei e advertido(a) que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade, nos termos do artigo 342 do Código Penal Brasileiro, inquirido(a) respondeu: QUE é proprietário da Empresa PC MAXX Comércio de Computadores e Acessórios Ltda., inscrita no CNPJ nº 06.981.579/0001-05, situada na Avenida Mutirão, nº 2866, Qd. 86, Lt. 14/16, salas 05/06, Setor Bueno, Goiânia - Goiás; QUE desde 2004 vem adquirindo cotas da empresa e se tornou seu proprietário de 90% das cotas da empresa no dia 03/04/2006, conforme Segunda Alteração Contratual que em cópia apresenta ao Ministério Público; QUE os outros 10%, equivalente a 10.000 cotas são de sua sócia e esposa Luciane da Fonseca Pinheiro; QUE conhece a cidade de Vianópolis por passagem, tendo em vista que parte de sua família reside na cidade de Luziânia; QUE nunca negociou com a Prefeitura de Vianópolis e não se recorda de conhecer algum funcionário dela; QUE esclarece que não poderia negociar com a Prefeitura de Vianópolis porque somente no dia 13/06/2006 é que lhe foi emitido Certificado de Regularidade Cadastral de Fornecedor, inclusive pelo Ministério Público do Estado de Goiás; QUE a respeito de uma licitação na modalidade de convite realizada neste ano de 2006 pela Prefeitura Municipal de Vianópolis, para a aquisição de equipamentos de informática, afirma com certeza absoluta que não participou dela; QUE lhe mostrado o Recibo de Entrega de Licitação, modalidade Carta-Convite nº 014/2006, constante em cópia de folhas 72 do Procedimento Administrativo nº 045, afirma que a assinatura ali aposta não pertence ao depoente ou à sua esposa, também sócia da empresa; QUE tem uma funcionária de nome Elisangela Quirino de Melo Carvalho, e acha que a assinatura do Recibo de Entrega de Licitação, modalidade Carta-Convite nº 014/2006, constante em cópia de folhas 72 do Procedimento Administrativo nº 045, é dela; QUE a documentação constante de folhas 74 a 82 do Procedimento Administrativo nº 045, que lhe foi mostrada nesta oportunidade, não foi fornecida à Prefeitura de Vianópolis pelo depoente ou por sua esposa; QUE a proposta da carta-convite nº 014/2006 constate de folhas 116 do Procedimento Administrativo nº 045 não foi entregue pelo depoente ou por sua esposa ou mesmo preenchido ou assinado por ambos; QUE não mandou nenhum funcionário seu até a Prefeitura de Vianópolis no dia 23/05/2006 ou mesmo antes entregar qualquer proposta de licitação; QUE se a proposta apresentada no processo de licitação nº 014/2006, na modalidade carta-convite o foi como sendo da empresa do depoente, é inverídico, tendo em vista que não apresentou nenhuma proposta e tampouco autorizou qualquer funcionário a fazê-lo; QUE nunca passou nenhuma procuração ou carta de preposição para a funcionária Elisangela Quirino de Melo Carvalho; QUE Elisangela Quirino de Melo Carvalho é vendedora da loja do depoente e não tem autorização alguma para negociar em nome da empresa em casos como o do presente; QUE conhece a pessoa de Carmelúcia, proprietária da empresa TNT Informática; QUE Carmelúcia, proprietária da empresa TNT Informática compra equipamentos do depoente para revender em sua empresa; QUE não tem nenhum contato com a pessoa de Carmelúcia, e pode ser que já a tenha visto de vista, mas sequer pode afirmar que possa descrevê-la; QUE Carmelúcia costuma ser atendida pela vendedora Elisangela Quirino de Melo Carvalho por telefone ou msn; QUE

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sabe prestar tais informações tendo em vista que no sistema de vendas da empresa costuma aparecer a TNT como cliente e a Elisangela como vendedora; QUE fornece ao Ministério Público toda a documentação de sua empresa para juntada no Procedimento Administrativo nº 045; QUE esclarece que irá apurar a utilização indevida, por parte de sua funcionária, da documentação da empresa e irá tomar as medidas cabíveis; QUE afirma com absoluta certeza e convicção que a suposta participação de sua empresa no Processo de Licitação, na modalidade de convite nº 014/2006 é falsa e fraudulenta, posto que nunca participou de licitação em nenhuma Prefeitura do Estado de Goiás ou de qualquer outro Estado; QUE esclarece que não sabe dizer como cópias de documentos de sua empresa foram utilizadas, posto que os documentos de empresa sempre ficam em poder do contador José Gonçalves Boaventura; QUE nunca cadastrou sua empresa para fornecer qualquer coisa que seja para a Prefeitura de Vianópolis, ou seja, não fez cadastro na Prefeitura e qualquer afirmação nesse sentido é falsa. NADA MAIS HAVENDO, ENCERROU-SE O PRESENTE TERMO QUE, DEPOIS DE LIDO E ACHADO CONFORME, VAI POR MIM _____________ (LEONARDO ALVES CAIXETA), SECRETÁRIO AUXILIAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, QUE O DIGITEI, BEM ASSIM PELO(A) DECLARANTE COMO PELO PROMOTOR DE JUSTIÇA, DEVIDAMENTE ASSINADO. “ (ipsis literis)

ELISÂNGELA QUIRINO DE MELO, funcionária da empresa PC MAXX Comércio de Computadores e Acessórios Ltda., inscrita no CNPJ nº 06.981.579/0001-05, ouvida às fls. 240/242:

“Ao(s) 07 de julho de 2006, às 14:35 horas, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre Gebrim, compareceu ELISANGELA QUIRINO DE MELO, brasileira, casada, vendedora, natural de Goiânia – Goias, nascida aos 24/11/1984, filha de Olegário Quirino de Jesus e de Romilda Fonseca de Melo Jesus, residente e domiciliada na Avenida Dona Maria Cardoso, Qd. 85, Lt. 10, Apt. 608 D, Residencial Carmel, Vila São Tomaz, Aparecida de Goiânia – Goiás, e, sendo cientificado(a) das normas processuais pertinentes ao ato, aos costumes disse nada. Devidamente compromissado(a) na forma da lei e advertido(a) que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade, nos termos do artigo 342 do Código Penal Brasileiro, inquirido(a) respondeu: QUE comparece espontaneamente ao Ministério Público para prestar depoimento em razão da Notificação nº 117/2006, solicitando que o seja antes da data marcada, tendo em vista que ficou muito preocupada; QUE trabalha como vendedora da Empresa PC MAXX Comércio de Computadores e Acessórios Ltda. , desde o mês de maio de 2005; QUE conhece a pessoa de Carmem Lúcia, proprietária da Empresa TNT Informática; QUE anteriormente à sua admissão na PC MAXX, trabalhou na Empresa KR Informática, situada na Avenida T-1, em Goiânia – Goiás; QUE trabalhou na KR Informática por aproximadamente 07 meses; QUE saiu da Empresa KR diretamente para a Empresa PC MAXX; QUE quando trabalhava na Empresa KR é que conheceu a pessoa de Carmem Lúcia, que ali comprava peças de informática para revender em sua Empresa TNT; QUE no mês de maio de 2006 estava trabalhando normalmente na Empresa PC MAXX quando a Carmem Lúcia pediu para a depoente fazer um orçamento para ela, sendo de equipamentos de informática; QUE a depoente fez o orçamento para Carmem Lúcia e passou para ela via fax; QUE no outro dia, se não se engana, a

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Carmem Lúcia procurou a depoente na Empresa PC MAXX e apresentou para a depoente alguns papéis para preencher e assinar, dizendo que o povo da Prefeitura de Vianópolis era muito enjoado e o orçamento que a depoente tinha feito teria que ser refeito em outros papéis; QUE a Carmem Lúcia apresentou para a depoente uma folha de recibo constando em tal que a depoente teria recebido o documento para preencher a proposta; QUE o documento apresentado por Carmem Lúcia para a depoente assinar é o que consta de fl. 72 do Procedimento Administrativo nº 045, que lhe foi mostrado nesta oportunidade; QUE a depoente datou e assinou tal recibo de seu próprio punho, e bateu o carimbo da empresa a pedido da Carmem Lúcia; QUE em seguida a Carmem Lúcia pediu para a depoente colocar o orçamento que havia feito num outro papel, com o timbre da Prefeitura de Vianópolis; QUE a depoente preencheu tal orçamento e o assinou, de seu próprio punho, batendo o carimbo da Empresa PC MAXX; QUE o documento apresentado por Carmem Lúcia para a depoente assinar é o que consta de fl. 116 do Procedimento Administrativo nº 045, que lhe foi mostrado nesta oportunidade; QUE a Carmem Lúcia pediu à depoente uma cópia do Contrato Social da Empresa PC MAXX, tendo a depoente ido até o departamento financeiro e tirado uma cópia do Contrato Social à Carmem Lúcia; QUE passados alguns dias, a Carmem Lúcia retornou à Empresa onde a depoente trabalha, com um envelope na mão e pediu para a depoente bater o carimbo da empresa PC MAXX nele, dizendo que era para colocar os documentos que havia assinado nele e mandar para a Prefeitura de Vianópolis; QUE neste envelope a depoente somente bateu o carimbo e nada nele escreveu com sua letra; QUE uns dias depois a Carmem Lúcia retornou novamente à Empresa onde a depoente trabalha, com outro envelope na mão e pediu para a depoente preenche-lo com o nome da empresa PC MAXX, o endereço da empresa, o nome da Prefeitura de Vianópolis, o número da proposta e outros dados que a Carmem Lùcia foi ditando para a depoente; QUE a Carmem Lúcia pediu para a depoente bater novamente o carimbo da empresa no local de lacre e assinar; QUE a Carmem Lúcia pegou este envelope e levou com ela, nada colocando dentro e tampouco o fechando com cola; QUE a letra do envelope em cópia juntado às fls. 117/117v do Procedimento Administrativo nº 045, que lhe foi mostrado nesta oportunidade, não é da depoente; QUE reafirma que a Carmem Lúcia apresentou para a depoente em duas oportunidades diferentes dois envelopes, sendo que no primeiro a depoente somente bateu o carimbo da empresa; QUE a Carmem Lúcia pegou este primeiro envelope e levou com ela, também nada colocando dentro e tampouco o fechando com cola; QUE nenhum documento assinado pela depoente para a Carmem Lúcia foi levado para a depoente por outra pessoa, mas somente a Carmem Lúcia; QUE em todas estas oportunidades citadas pela depoente a Carmem Lúcia não se fazia acompanhar por qualquer pessoa; QUE as certidões de fls. 74, 75, 76, 77, 78, do Procedimento Administrativo nº 045, que lhe foram mostradas nesta oportunidade, não foi a depoente quem as forneceu para Carmem Lúcia; QUE as letras dos documentos de fls. 118, 120, 121 e 122 não são da depoente do Procedimento Administrativo nº 045, que lhe foram mostradas nesta oportunidade; QUE dos equipamentos orçados para a Carmem Lúcia, não havia na empresa os de item 3,6 e 7 do documento de fls. 116 do Procedimento Administrativo nº 045; QUE depoente cotou tais itens em outras empresas, sendo o DVD na KR Informática, o Projetor na empresa UNITEC e a Impressora na empresa RICON; QUE sobre os preços cotados a depoente jogou 30% a mais; QUE achou um pouco estranho os pedidos feitos por Carmem Lúcia para a depoente, e principalmente depois que ela apareceu com o segundo envelope para a depoente preencher; QUE antes não havia achado estranho os atos da Carmem Lúcia pois achou que ela estava fazendo um simples orçamento para a Prefeitura de Vianópolis; QUE anteriormente, a pedido da Carmem Lúcia já havia pedido para a depoente fazer um orçamento de equipamentos de informática para uma escola pública, se não se engana, não sabendo declinar o nome da escola; QUE de uns 15 dias para cá,

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a Carmem Lúcia procurou a depoente por diversas vezes, via telefone e MSN, perguntando se alguém de Vianópolis tinha procurado a depoente, pois o pessoal de Vianópolis estava investigando se tinha havido fraude no orçamento da Prefeitura; QUE a depoente disse que não havia sido procurada por nenhuma pessoa de Vianópolis; QUE a Carmem Lúcia disse, em duas oportunidades diferentes, que queria conversar com o proprietário da PC MAXX, Luiz Carlos Dias Pinheiro, mas ele não quis receber a Carmem Lúcia; QUE a Carmem Lúcia procurou a depoente novamente e lhe disse que se fosse procurada por algum Promotor era para dizer que o orçamento da PC MAXX havia sido feito realmente pela depoente; QUE a Carmem Lúcia também perguntou diversas vezes se algum Promotor tinha ligado na empresa; QUE a Carmem Lúcia apenas orientou a depoente a dizer que o orçamento tinha sido feito por ela e disse que somente lhe perguntariam isso; QUE a Carmem Lúcia não orientou a depoente acerca dos documentos preenchidos; QUE o proprietário da PC MAXX conversou com a depoente e a indagou: “Como é que você participa de uma licitação sem autorização minha e assina documentos?”; QUE a depoente narrou ao Luiz Carlos o que ora contou ao Ministério Público; QUE o Luiz Carlos disse para a depoente que quando fosse chamada pelo Ministério Público era para contar a verdade; QUE não informou para Carmem Lúcia que viria hoje a Vianópolis prestar depoimento para o Ministério Público; QUE nunca cadastrou a empresa PC MAXX para participar de licitação na Prefeitura de Vianópolis; QUE não mandou ninguém trazer documento algum para a Prefeitura de Vianópolis, pois foi a própria Carmem Lúcia quem os levou e colheu a assinatura da depoente, ficando com eles; QUE o proprietário da PC MAXX não ofereceu nenhuma quantia para a depoente contar tais fatos, como contados, ao Ministério Público; QUE veio para Vianópolis em uma motocicleta de sua propriedade, placa NGG 9984; QUE foi seu pai quem veio dirigindo; QUE em nenhuma empresa em que trabalhou participou de licitação; QUE entende por licitação três orçamentos feitos, sendo que ganha quem vende mais barato; QUE possui o segundo ano do Ensino Médio; QUE de bens possui somente sua moto, que adquiriu através do Consórcio HONDA, estando faltando 20 parcelas no valor de R$ 226,00 cada uma; QUE ganha por mês em torno de R$ 1.200,00; QUE não tinha a mínima idéia de que a Carmem Lúcia estava fraudando uma licitação da Prefeitura de Vianópolis; QUE se for preciso confirma tudo o que disse perante a Carmem Lúcia e também perante qualquer juiz; QUE nunca recebeu qualquer documento da Prefeitura de Vianópolis para assinar que não pelas mãos da Carmem Lúcia; QUE nunca foi procurada por uma pessoa de nome Rildo, ou qualquer outra pessoa funcionaria da Prefeitura de Vianópolis. NADA MAIS HAVENDO, ENCERROU-SE O PRESENTE TERMO QUE, DEPOIS DE LIDO E ACHADO CONFORME, VAI POR MIM _____________ (ADRIANA MATTOS LEÃO), ESTAGIÁRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, QUE O DIGITEI, BEM ASSIM PELO(A) DECLARANTE COMO PELO PROMOTOR DE JUSTIÇA, DEVIDAMENTE ASSINADO.“ (ipsis literis)

EXPEDITO LEOPOLDINO DA SILVA, administrador, genitor e tio dos sócios-proprietários da empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., ouvido às fls. 247/249:

“A(s) 10 de julho de 2006, às 13:50 horas, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre

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Gebrim, compareceu EXPEDITO LEOPOLDINO DA SILVA, brasileiro, separado judicialmente, comerciante, natural de Capinópolis-MG, nascido aos 23/05/1955, filho de Areno Leopoldino da Silva e de Maria Abadia de Jesus, residente e domiciliado na Avenida Industrial, Conjunto Residencial Malibu, Casa 11-B, Goiânia –Goiás, e, sendo cientificado(a) das normas processuais pertinentes ao ato, aos costumes disse nada. Devidamente compromissado(a) na forma da lei e advertido(a) que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade, nos termos do artigo 342 do Código Penal Brasileiro, inquirido(a) respondeu: QUE embora não possua procuração ou carta de preposição, é o administrador da empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., de propriedade de seu sobrinho Lécio Antonio da Silva e de seu filho Fagner Leopoldino de Souza, razão pela qual compareceu espontaneamente perante o Ministério Público e pede que seja ouvido acerca da Licitação da Prefeitura de Vianópolis, posto que foi a pessoa que providenciou a participação da empresa; QUE o depoente é proprietário da empresa TI TEXAS Informática Ltda., há aproximadamente 06 a 07 anos, que atualmente fica situada na Avenida T-2, nº 1784, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás; QUE há uns dois anos atrás sua empresa funcionava na Avenida T-2 em outro número e em frente à sua empresa ficava a empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., de propriedade do Sr. Luiz Carlos de Tal, o qual, mudando-se para a Suíça, vendeu esta para o depoente, que a registrou no nome de seu filho e de seu sobrinho; QUE conhece a cidade de Vianópolis de passagem e já entrou nela há alguns anos atrás; QUE não se recorda de conhecer alguém que more na cidade de Vianópolis; QUE nunca esteve na Prefeitura de Vianópolis; QUE nunca nenhuma pessoa a mando do depoente já esteve na Prefeitura de Vianópolis; QUE tem aproximadamente 03 anos que sua empresa ou a de seu filho não participam de licitações, sendo que a ultima foi para a Prefeitura de Águas Lindas – Goiás e até hoje nada recebeu; QUE o depoente e tampouco alguém a seu mando se cadastrou para participar de Licitações na Prefeitura de Vianópolis, seja pela empresa TI TEXAS ou ALTEC; QUE não conhece o Prefeito de Vianópolis ou algum vereador ou funcionário público; QUE há mais de mês atrás a sua funcionaria Jordânia Simões apresentou para o depoente uma folha da Prefeitura de Vianópolis, dizendo que era uma coleta de preços; QUE a Jordânia não disse quem entregou tal folha na empresa ALTEC; QUE tal folha é a que consta de fl. 121 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrada nesta oportunidade; QUE o depoente determinou à funcionária Jordânia que fizesse o orçamento dos equipamentos; QUE a Jordânia fez o orçamento e o entregou ao depoente para assinar; QUE não sabe afirmar se a letra do documento de fl. 121 é da Jordânia ou de outro funcionário, pois a Jordânia entregou para o depoente preenchida; QUE também lhe foi apresentado um recibo para assinar, comprovando que recebeu a folha para orçamento; QUE tal recibo é a que consta de fl. 71 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrada nesta oportunidade; QUE depois que assinou tais documentos, de fls. 71 e 121, as devolveu para Jordânia, tendo alguém as buscado na empresa; QUE não deu ordem ou autorizou Jordânia a encaminhar tais documentos para a Prefeitura de Vianópolis; QUE não autorizou a Jordânia a encaminhar tais documentos para participar de licitação, mas tão somente para fazer um orçamento caso a Prefeitura de Vianópolis fosse pagar à vista; QUE a letra do envelope em cópia juntado à fl. 115 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrada nesta oportunidade não é do depoente, achando que é da Jordânia; QUE a documentação anexada ao orçamento feito e constante em cópia às fls. 101 a 114 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrada nesta oportunidade, provavelmente foi anexada ao orçamento pela Jordânia; QUE a Jordânia, quando órgãos públicos fazem orçamento, tem autorização para fornecer cópia dos documentos da empresa; QUE o depoente ou qualquer pessoa a seu mando encaminhou os documentos já citados para a Prefeitura de Vianópolis, em envelope lacrado, com fito de participar de licitação; QUE se soubesse que o orçamento pedido e a documentação solicitada fossem

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para um processo de licitação, não os teria assinado, visto que não compensa vender para Prefeituras; QUE acerca de uma licitação ocorrida na Prefeitura de Vianópolis no ano de 2005, na qual a empresa ALTEC teria participado, o depoente não tem dela conhecimento; QUE lhe mostrada cópia dos documentos desta licitação de 2005, constante de fls. 151, a assinatura não é do depoente, parecendo ser de sua funcionaria Jordânia Simões; QUE não se recorda de Jordânia ou outra pessoa comunicou ao depoente o recebimento de tal convite; QUE a proposta de fls. 202 e 203 constante do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrada nesta oportunidade, não foi feita com autorização do depoente; QUE a letra do documento de fls. 205 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrada nesta oportunidade, não é do depoente; QUE os documentos da empresa ALTEC de fls. 157, 158,159,160 a 182, não tiveram autorização do depoente para serem fornecidos para processos de licitação da Prefeitura de Vianópolis; QUE não se recorda se assinou envelopes; QUE Jordânia trabalhou para o depoente por aproximadamente 05 anos; QUE quando o depoente assinou o orçamento para a Prefeitura de Vianópolis, no mês de maio de 2006, a Jordânia estava de aviso prévio; QUE atualmente a Jordânia está trabalhando de estagiária no TCU (Tribunal de Contas da União), mas continua trabalhando com o depoente meio período; QUE sobre estas licitações nada conversou com a Jordânia; QUE seu filho e seu sobrinho, proprietários da ALTEC, nada presenciaram, e ficaram sabendo destes fatos por informação do depoente, o que ocorreu após ser notificado pelo Ministério Público; QUE conhece Carmem Lúcia, proprietária da empresa TNT Informática, há uns 10 anos; QUE Carmem Lúcia foi funcionaria de uma outra empresa de propriedade do depoente, de nome TELEMATICA Telecomunicações e Informática Ltda., por 05 anos, na função de recepcionista; QUE o relacionamento do depoente com Carmem Lúcia é normal, não freqüentando o depoente a casa dela ou ela a do depoente; QUE Carmem Lúcia poucas vezes vai na empresa do depoente e também poucas vezes ali compra equipamentos para revender; QUE o depoente também não costuma ir na empresa da Carmem Lúcia; QUE veio para a cidade de Vianópolis em um veiculo Palio, de propriedade da empresa ALTEC, juntamente com seu filho e seu sobrinho; QUE após ser notificado e oficiado pela Promotoria de Justiça da Comarca de Vianópolis, recebeu uma ligação telefônica da Carmem Lúcia, na qual ela indagou do depoente se havia sido notificado; QUE o depoente disse para Carmem Lúcia que tinha sido notificado, quando ela tornou a perguntar para o depoente o que iria dizer para o Ministério Público, tendo o depoente dito que iria responder o que soubesse e lhe fosse perguntado; QUE nada mais foi dito pela Carmem Lúcia ou pelo depoente; QUE na data de hoje, na recepção do Ministério Público, leu um documento pregado no placard, onde tomou conhecimento que uma irmã da Carmem Lúcia trabalha na Prefeitura de Vianópolis; QUE acha estranho a empresa do filho e do sobrinho do depoente ter sido envolvida em duas licitações da Prefeitura de Vianópolis, pois já participou de licitação e as regras não foram observadas, tendo o depoente não tomado conhecimento da licitação de 2005 e só informado que a de 2006 era somente uma tomada de preços;; QUE quando foi oficiado pelo Ministério Público ligou na Prefeitura de Vianópolis e conversou com uma pessoa de nome Denise e perguntou a ela se a empresa ALTEC estava cadastrada, tendo ela dito que sim e enviado uma certidão via fax para o depoente; QUE de a empresa ALTEC foi cadastrada na Prefeitura de Vianópolis, não o foi pelo depoente, por seu filho seu sobrinho ou alguém a seu mando; QUE nem o depoente ou suas empresas já foram processadas; QUE apresenta nesta oportunidade a configuração dos equipamentos constantes do orçamento feito pelo depoente para a Prefeitura de Vianópolis, constante de fls. 121 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrada nesta oportunidade, esclarecendo que a configuração ora apresentada não reflete necessariamente a real, posto que o orçamento de fls. 121 foi feito por alto, tendo em vista que não se especificou no documento a configuração exigida . NADA MAIS HAVENDO,

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LÉCIO ANTÔNIO DA SILVA, sócio-proprietário da empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., ouvida às fls. 267/268:

“Ao(s) 10 de julho de 2006, às 17:30 horas, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre Gebrim, compareceu LÉCIO ANTÔNIO DA SILVA, brasileiro, casado, empresário, natural de Joviânia - Goiás, nascido aos 28/03/1978, filho de Areno Álvaro Leopoldino da Silva e de Selma Maria da Silva, residente e domiciliado na Avenida Milãi, nº 1984, apartamento 1001 B, Condomínio Turmalinas, Setor Residencial Eldorado, em Goiânia – Goiás, e, sendo cientificado(a) das normas processuais pertinentes ao ato, aos costumes disse nada. Devidamente compromissado(a) na forma da lei e advertido(a) que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade, nos termos do artigo 342 do Código Penal Brasileiro, inquirido(a) respondeu: QUE embora não possua procuração ou carta de preposição, é o seu tio paterno, Expedito Leopoldino da Silva quem administra a empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., de propriedade de seu primo Fagner Leopoldino de Souza; QUE além da ALTEC não tem outra empresa em seu nome; QUE seu tio Expedido é proprietário da empresa TI TEXAS Informática Ltda., há aproximadamente 06 a 07 anos, que atualmente fica situada na Avenida T-2, nº 1784, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás; QUE há uns dois anos atrás sua empresa funcionava na Avenida T-2 em outro número e em frente à sua empresa ficava a empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., de propriedade do Sr. Luiz Carlos de Tal, o qual, mudando-se para a Suíça, vendeu esta para o declarante e para seu primo; QUE antes desta data não conhecia a cidade de Vianópolis; QUE não se recorda de conhecer alguém que more na cidade de Vianópolis; QUE nunca esteve na Prefeitura de Vianópolis; QUE nunca nenhuma pessoa a mando do declarante já esteve na Prefeitura de Vianópolis; QUE não sabe se a sua empresa já participou de alguma licitação, pois é seu tio Expedido quem cuida de tudo, posto que o declarante fica na área; QUE o declarante e tampouco alguém a seu mando se cadastrou para participar de Licitações na Prefeitura de Vianópolis; QUE não conhece o Prefeito de Vianópolis ou algum vereador ou funcionário público; QUE tem uma funcionária com o nome de Jordânia Simões e não tem conhecimento de que ela tenha apresentado para o seu tio Expedido uma folha da Prefeitura de Vianópolis, dizendo que era uma coleta de preços, e tampouco a Jordânia apresentou tal folha para o declarante; QUE pelo que tem conhecimento nunca participou de nenhuma licitação para a Prefeitura de Vianópolis e não sabe informar se o seu tio, em nome da empresa ALTEC, participou; QUE nada sabe informar acerca de licitações que sua empresa ALTEC teria participado na Prefeitura de Vianópolis; QUE mesmo depois de notificado para prestar esclarecimentos ao Ministério Publico, seu tio Expedito nada disse ao declarante, a não ser que a Jordânia fez um orçamento para a Prefeitura de Vianópolis e que ele assinou, nada dizendo a respeito da suspeita de fraudes; QUE não se recorda de ter recebido qualquer

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carta-convite para participar de licitação na Prefeitura de Vianópolis; QUE não conversou com a Jordânia a respeito da notificação recebida para prestar esclarecimentos ao Ministério Público; QUE nunca autorizou a Jordânia ou seu tio a encaminhar documentos para participar de licitação para a Prefeitura de Vianópolis QUE o declarante ou qualquer pessoa a seu mando encaminhou qualquer documento que seja para a Prefeitura de Vianópolis, em envelope lacrado, com fito de participar de licitação; QUE conhece Carmem Lúcia, proprietária da empresa TNT Informática, desde o ano de 1.999, quando começou a trabalhar com o seu tio Expedito e ela era funcionária dele na empresa TELEMATICA Telecomunicações e Informática Ltda., QUE o relacionamento do declarante com Carmem Lúcia é normal, não freqüentando o declarante a casa dela ou ela a do declarante; QUE Carmem Lúcia poucas vezes vai na empresa do declarante e também poucas vezes ali compra equipamentos para revender; QUE o declarante também não costuma ir na empresa da Carmem Lúcia; QUE veio para a cidade de Vianópolis em um veiculo Palio, de propriedade da empresa ALTEC, juntamente com seu tio e seu primo; QUE não sabe informar se a Carmem Lúcia conversou com o seu tio após ter sido notificada pelo Ministério. NADA MAIS HAVENDO, ENCERROU-SE O PRESENTE TERMO QUE, DEPOIS DE LIDO E ACHADO CONFORME, VAI POR MIM _____________ (ADRIANA MATTOS LEÃO), ESTAGIÁRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, QUE O DIGITEI, BEM ASSIM PELO(A) DECLARANTE COMO PELO PROMOTOR DE JUSTIÇA, DEVIDAMENTE ASSINADO.” (ipsis literis)

FAGNER LEOPOLDINO DE SOUZA, sócio-proprietário da empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., ouvida às fls. 270/271:

“Ao(s) 10 de julho de 2006, às 18:00 horas, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre Gebrim, compareceu FAGNER LEOPOLDINO DE SOUZA, brasileiro, solteiro, empresário, natural de Goiânia - Goiás, nascido aos 04/12/1981, filho de Expedido Leopoldino da Silva e de Evanilda Damando da Silva, residente e domiciliado na Rua CP 6, quadra CP 6, lote 22, Celina Park, em Goiânia – Goiás, e, sendo cientificado(a) das normas processuais pertinentes ao ato, aos costumes disse nada. Inquirido(a) respondeu: QUE embora não possua procuração ou carta de preposição, é o seu pai, Expedito Leopoldino da Silva quem administra a empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., de propriedade do declarante e de seu primo; QUE além da ALTEC não tem outra empresa em seu nome; QUE seu pai Expedido é proprietário da empresa TI TEXAS Informática Ltda., há aproximadamente 08 anos, que atualmente fica situada na Avenida T-2, nº 1784, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás; QUE há uns dois anos atrás sua empresa funcionava na Avenida T-2 em outro número e em frente à sua empresa ficava a empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., de propriedade do Sr. Luiz Carlos de Tal, o qual, mudando-se para a Suíça, vendeu esta para o declarante e para seu primo; QUE antes desta data de hoje não conhecia a cidade de Vianópolis; QUE não se recorda de conhecer alguém que more na cidade de Vianópolis; QUE nunca esteve na Prefeitura de Vianópolis; QUE nunca nenhuma pessoa a mando do declarante já esteve na Prefeitura de Vianópolis; QUE a sua empresa, pelo que sabe, nunca participou de alguma licitação na Prefeitura de Vianópolis, pois é seu pai Expedido quem cuida de tudo, posto que o declarante fica mais na empresa de fotografia que possui com sua noiva Franciele da Silva Borges; QUE o declarante e tampouco alguém a seu mando se cadastrou para

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participar de Licitações na Prefeitura de Vianópolis; QUE não conhece o Prefeito de Vianópolis ou algum vereador ou funcionário público; QUE tem uma funcionária com o nome de Jordânia Simões e não tinha conhecimento, até ser chamado pelo Ministério Público, de que ela tenha apresentado para o seu pai Expedido uma folha da Prefeitura de Vianópolis, dizendo que era uma coleta de preços; QUE a Jordânia não apresentou tal folha para o declarante; QUE pelo que tem conhecimento a sua empresa nunca participou de nenhuma licitação para a Prefeitura de Vianópolis, mas ficou sabendo, após ser notificado pelo Ministério Público que a empresa ALTEC, tinha participado, mas o declarante nunca autorizou nada; QUE nada sabe informar acerca dos processos de licitações que sua empresa ALTEC teria participado na Prefeitura de Vianópolis; QUE depois de notificado para prestar esclarecimentos ao Ministério Publico, seu pai Expedito disse que havia feito um orçamento para a Prefeitura de Vianópolis e que tinha dado problema na licitação e que poderia ser alguma fraude por parte de alguma das empresas participantes, o que o Ministério Público estava investigando; QUE não crê que seu pai possa ter tido participação em qualquer fraude em processo de licitação, pois confia muito nele; QUE não se recorda de ter recebido qualquer carta-convite para participar de licitação na Prefeitura de Vianópolis; QUE não conversou com a Jordânia a respeito da notificação recebida para prestar esclarecimentos ao Ministério Público; QUE nunca autorizou a Jordânia ou seu pai encaminhar documentos para participar de licitação para a Prefeitura de Vianópolis, mesmo porque nada assinou; QUE o declarante ou qualquer pessoa a seu mando não encaminhou qualquer documento que seja para a Prefeitura de Vianópolis, em envelope lacrado, com fito de participar de licitação; QUE conhece Carmem Lúcia, proprietária da empresa TNT Informática, desde quando o declarante era pequeno, pois ela era funcionária de seu pai na empresa TELEMATICA Telecomunicações e Informática Ltda., QUE o relacionamento do declarante com Carmem Lúcia é normal, não freqüentando o declarante a casa dela ou ela a do declarante; QUE Carmem Lúcia poucas vezes vai na empresa do declarante e não sabe se ela ali compra equipamentos para revender; QUE o declarante também não costuma ir na empresa da Carmem Lúcia; QUE veio para a cidade de Vianópolis em um veiculo Pálio, de propriedade da empresa ALTEC, juntamente com seu pai e seu primo; QUE não sabe informar se a Carmem Lúcia conversou com o seu pai após ter sido notificada pelo Ministério. NADA MAIS HAVENDO, ENCERROU-SE O PRESENTE TERMO QUE, DEPOIS DE LIDO E ACHADO CONFORME, VAI DEVIDAMENTE ASSINADO.“ (ipsis literis)

JORDÂNIA SIMÕES DA SILVA, vendedora da empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., ouvida às fls. 391/392:

“Ao(s) 11 de julho de 2006, às 15:00 horas, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre Gebrim, compareceu espontaneamente JORDÂNIA SIMÕES DA SILVA, brasileira, solteira, estagiária de informática, natural de Anápolis – Goiás, nascida aos 21/11/1984, filha de Mariano Simões da Silva e de Eunice Batista Simões, residente e domiciliada na Avenida Piratininga, nº 19, Parque Amazonas, em Goiânia – Goiás, fone 3255 5091, sendo cientificado(a) das normas processuais pertinentes ao ato, aos costumes disse nada. Devidamente compromissado(a) na forma da lei e advertido(a) que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade, nos termos do artigo 342

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do Código Penal Brasileiro, inquirido(a) respondeu: QUE na data de hoje, pela manhã, o Sr. Expedito ligou para a depoente e perguntou se poderia vir até o Ministério Público em Vianópolis para ser ouvida acerca dos orçamentos que foram feitos para a Prefeitura de Vianópolis, tendo a depoente se prontificado a prestar esclarecimentos, tendo vindo até esta cidade juntamente com o Sr. Expedito; QUE trabalha na ALTEC há aproximadamente 05 (cinco) anos, sendo que não foi de forma ininterrupta, posto que trabalhou um período, saiu para trabalhar em outros locais, e retornou, estando atualmente somente cobrindo férias de um colega, trabalhando meio período, posto que na semana passada começou um estágio no Tribunal de Contas da União (TCU); QUE no período que ficou sem trabalhar na ALTEC trabalhou para as empresas Digital Word, WANTEK Eletrônica e na TNT Informática, nesta por 2 meses; QUE tanto na ALTEC quando na TNT exercia a função de vendedora; QUE conhece Carmem Lúcia há uns cinco anos, tendo em vista que ela trabalhava na empresa ALTEC e a depoente ali também trabalhava; QUE a depoente era recepcionista da empresa ALTEC e a Carmem Lúcia era vendedora da ALTEC, tendo esta ensinado o serviço de vendedora para a depoente, pois iria sair para abrir a sua própria firma, a TNT, e a depoente assumiria o lugar dela como vendedora; QUE seu relacionamento com a Carmem Lúcia é normal, somente de cumprimentar, não tendo intimidade entre ambas, não frequentando uma a casa da outra, mas já tentaram ser amigas, saindo juntas, mas não deu certo, porque a depoente tem namorado e a Carmem Lúcia é solteira, os horários não são os mesmos etc.; QUE a Carmem Lúcia não costuma ir na empresa ALTEC e a depoente, depois que saiu da TNT, há uns dois anos e seis meses, não mais voltou em tal empresa, pelo que se recorda; QUE não tem costume de conversa com a Carmem Lúcia, seja por telefone ou por MSN ou outro meio de comunicação; QUE saiu da empresa TNT porque não dava certo com o sócio Gladson e também porque recebeu uma melhor proposta da empresa WANTEC, com um salário e horário melhor; QUE por volta de um mês e meio a dois a depoente estava na ALTEC quando chegou para trabalhar no período vespertino, encontrou uma folha em cima de sua mesa, sendo uma folha da Prefeitura de Vianópolis; QUE tal folha estava dentro de um envelope; QUE ao abrir o envelope encontrou a folha com o timbre da Prefeitura de Vianópolis e perguntou para alguns colegas quem é que a havia deixado ali, tendo a funcionária Camila dito que tinha sido alguém da Prefeitura; QUE ao pegar a folha viu que se tratava de uma licitação da Prefeitura de Vianópolis, para a aquisição de equipamentos de informática; QUE a folha já estava com os preços dos equipamentos inseridos; QUE conferiu os preços que estavam constando da folha e viu que estavam mais ou menos dentro dos preços de mercado, tendo levado a folha para o Senhor Expedido, pai do proprietário da ALTEC e que é seu chefe, olhar, tendo dito a ele que os preços estavam de acordo com o mercado, razão pela qual ele assinou a folha; QUE a folha é a que consta de fls. 121 do Procedimento Administrativo nº 045 e que lhe foi mostrada nesta oportunidade; QUE a letra constante da Carta Convite, que é a folha que a depoente recebeu, não é da depoente, tendo em vista que já foi entregue na ALTEC preenchida; QUE não sabe afirmar se foi realmente alguém da Prefeitura de Vianópolis ou a Carmem Lúcia quem deixou tal folha na ALTEC; QUE não ligou para a Prefeitura de Vianópolis e pediu outra folha em branco para preencher porque os preços estavam mais ou menos de acordo com os praticados pelo mercado, pois se estivessem muito além ou aquém, teria pedido outra; QUE como está trabalhando somente meio período e muitas são os orçamentos para serem enviados para empresas, não deu muita importância ao fato de estar a proposta já preenchida com os preços; QUE a empresa ALTEC faz poucos orçamentos para Prefeituras; QUE o Sr. Expedido assinou a Carta-Convite e a devolveu para a depoente; QUE a depoente pegou a Carta-Convite, anexou os documentos que nela constava serem necessários, colocou dentro de um envelope e deixou na empresa, pois alguém iria passar ali para pega-los, o que realmente ocorreu; QUE não se recorda se lacrou o envelope, mas acha que sim, pois não tem o costume de enviar envelopes abertos; QUE não sabe dizer

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quem pegou envelope na ALTEC e o trouxe para a Prefeitura de Vianópolis, mas não foi a depoente; QUE acha que a letra do documento de fl. 121 do Procedimento Administrativo nº 045 e que lhe foi mostrada nesta oportunidade não é de nenhum funcionário da ALTEC; QUE ao colocar a Carta-Convite no envelope, o preencheu; QUE a letra do envelope que consta de fls. 115/115v do Procedimento Administrativo nº 045 e que lhe foi mostrada nesta oportunidade, não é da depoente, devendo se tratar de outro envelope, pois a letra da depoente é bem diferente e não foi esse o envelope que preencheu; QUE não pode afirmar que tenha sido a depoente a pessoa que tirou as certidões da empresa via internet e as anexou à proposta, pois pode ser que já estivessem prontas e a depoente somente as anexou; QUE a letra de preenchimento e de assinatura do documento de fls. 151 do Procedimento Administrativo nº 045 e que lhe foi mostrada nesta oportunidade é da depoente; QUE a letra do documento de fls. 183/183 verso do Procedimento Administrativo nº 045 e que lhe foi mostrada nesta oportunidade não é da depoente, não sabendo de quem possa ser; QUE as assinaturas dos documentos de fls. 202 e 203 do Procedimento Administrativo nº 045 e que lhe foi mostrada nesta oportunidade são da depoente; QUE a formatação dos documentos de fls. 202 e 203 do Procedimento Administrativo nº 045 e que lhe foi mostrada nesta oportunidade é típica da depoente, podendo afirmar que foi a depoente quem fez o orçamento; QUE não se recorda de como a Carta-Convite da licitação ocorrida no ano de 2.005, e que teria a ALTEC participado, chegou às suas mãos e como a enviou para a Prefeitura de Vianópolis; QUE tanto na licitação do ano de 2.005 quanto na de 2.006 da Prefeitura de Vianópolis para a aquisição de equipamentos de informática, a depoente preencheu as propostas como se fosse um orçamento comum; QUE tem conhecimento que processo de licitação é só preencher uma proposta e enviar para a prefeitura, vencendo quem tiver o menor preço; QUE nunca veio até a cidade de Vianópolis, mas sabia que a Carmem Lùcia era de Vianópolis, fato que ficou sabendo quando a mãe dela faleceu; QUE a depoente nunca cadastrou a empresa ALTEC na Prefeitura de Vianópolis para participar de licitação; QUE nunca mandou qualquer pessoa que seja cadastrar a empresa ALTEC na Prefeitura de Vianópolis para participar de licitação; QUE nas duas vezes que fez orçamento para a Prefeitura de Vianópolis, não as postou e tampouco não mandou qualquer pessoa que seja traze-las até a cidade de Vianópolis; QUE não conhece Agda Maria de Souza, irmã da Carmem Lúcia; QUE não foi procurada pela Carmem Lúcia acerca de tais licitações nos últimos dias; QUE não se recorda se acerca das propostas feitas para a Prefeitura de Vianópolis conversou com a Carmem Lùcia; QUE acha que foi muito imprudente em fazer orçamentos para a Prefeitura de Vianópolis sem se inteirar de como é feita uma licitação, pois achava que era só fazer orçamento, tanto que assinou um deles sem saber que em licitação teria que ser o proprietário para assinar; QUE se for preciso relata tudo o que disse ao Ministério Público para o juiz, o delegado de polícia ou qualquer pessoa; QUE quer acrescentar que está à disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário para prestar quaisquer outros esclarecimentos; QUE se houve fraude nas licitações em que a ALTEC participou, a depoente foi enganada, pois pediram somente para fazer um orçamento; QUE o procedimento para vender para Prefeituras, quando o valor é mais baixo, é o de fazer o orçamento e enviar via fax ou e-mail e se o preço for bom, as Prefeituras compram; QUE quando o valor é mais alto, preenchem carta-convite e entregam para quem for buscar, sendo que geralmente são motoristas de ambulâncias; QUE indagada se tem algo a acrescentar, respondeu que não.NADA MAIS HAVENDO, ENCERROU-SE O PRESENTE TERMO QUE, DEPOIS DE LIDO E ACHADO CONFORME, VAI POR MIM _____________ (ADRIANA MATTOS LEÃO), ESTAGIARIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, QUE O DIGITEI, BEM ASSIM PELO(A) DECLARANTE COMO PELO PROMOTOR DE JUSTIÇA, DEVIDAMENTE ASSINADO.” (ipsis literis)

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PAULO JÚNIOR DE ASSUNÇÃO, sócio-proprietário da empresa PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda., ouvido às fls. 457/458:

“Ao(s) 23 de agosto de 2006, às 09h00, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre Gebrim, compareceu espontaneamente PAULO JÚNIOR DE ASSUNÇÃO, brasileiro, solteiro, empresário, natural de Jussara - Goiás, nascido aos 26/05/1975, filho de Paulo Marçal de Assunção e de Lucília Fernandes de Assunção, residente e domiciliado na Rua VF 54, Qd. 43, Lt. 27, Setor Finsocial, em Goiânia – Goiás, encontradiço ainda em suas empresas PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda. com matriz na Rua S 1, nº 54, Qd. 139, Lt. 24, Setor Bela Vista e filial na Avenida T4, nº 82, Setor Bueno, Goiânia – Goiás e solicitou que fosse ouvido antes da data marcada em razão de compromissos assumidos, o que foi deferido e inquirido(a) respondeu: QUE o declarante é proprietário, juntamente com seu genitor Paula Marçal de Assunção, da empresa PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda., com matriz na Rua S 1, nº 54, Qd. 139, Lt. 24, Setor Bela Vista e filial na Avenida T4, nº 82, Setor Bueno, Goiânia - Goiás; QUE possui a empresa desde 20 de novembro de 2001, registrada no CNPJ sob o nº 04.822.269/0001-04 e filial nº 04.822.269/0002-95; QUE anteriormente à constituição da empresa PJ o declarante nunca havia constituído outra, seja no próprio nome ou como sócio oculto; QUE é a primeira vez que vem à cidade de Vianópolis, somente para prestar esclarecimentos ao Ministério Público em razão de notificação recebida; QUE já tinha passado pelo trevo que dá acesso a esta cidade de Vianópolis para ir para a cidade de Catalão, mas nunca havia entrado nesta cidade; QUE tem certeza que não conhece qualquer pessoa que seja que tenha dito ser de Vianópolis ou aqui morar; QUE não conhece o Prefeito de Vianópolis, Antônio Divino Resende; QUE não conhece nenhum vereador em Vianópolis; QUE não conhece Maria Helena de Souza, Denise Maria dos Santos, Pedro Amilson Ferreira Bento e Agda Maria de Souza, pessoas que trabalham na comissão de licitação da Prefeitura Municipal de Vianópolis; QUE sabe que existe uma empresa de nome TNT Informática situada na Avenida T4, no Setor Bueno, em Goiânia – Goiás, mas nunca entrou em tal empresa e não sabe dizer quem seria os proprietários; QUE não conhece Carmelúcia Maria de Souza e Gledson Andrade dos Santos; QUE não conhece a empresa denominada ALTEC INFORMÁTICA; QUE sabe que existe uma empresa de nome PC MAXX Informática situada na Avenida 85 esquina com a Avenida Mutirão, em Goiânia – Goiás, mas nunca entrou em tal empresa e não sabe dizer quem seria os proprietários; QUE não conhece a pessoa de Expedito Leopoldino da Silva; QUE não conhece Lécio Antônio da Silva e Fagner Leopoldino de Souza; QUE tem certeza que a sua empresa nunca participou de nenhuma licitação junto à Prefeitura Municipal de Vianópolis; QUE tem mais de dois anos que não participa de licitações, posto que seu foco é o comércio varejista; QUE a assinatura do documentos de folhas 150 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrado nesta oportunidade não é do depoente; QUE o carimbo constante deste referido documento não é da empresa do declarante, sendo falsificado; QUE a letra do documento de folhas 156 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrado nesta oportunidade não é do depoente ou de outra pessoa que conheça; QUE a assinatura do documento de folhas 199 do

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Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrado nesta oportunidade, não é do depoente e o carimbo em tal constante é falso; QUE a letra do documento de folhas 101 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrado nesta oportunidade não é do depoente ou de outra pessoa que conheça; QUE indagado se tem um funcionário com o nome de Bruno Cordeiro, posto que consta o endereço de e-mail [email protected] do documento de folhas 199, solicitou que lhe fosse permitido ligar para seu contador e confirmar, o que fez através do telefone nº 062 3335-1209 para o nº 01462 39457795; QUE feita a ligação foi informado pela Marlúcia, secretária de seu contador Joaquim Fernandes de Souza que a filial da empresa do depoente situada na Avenida T4, teve um funcionário de nome Bruno Cordeiro Brito, que foi admitido em 01/10/2004 e dispensado no dia 26/05/2006 e era auxiliar de suporte técnico; QUE não sabe dizer se a assinatura do documento de folhas 199 do Procedimento Administrativo nº 045 que lhe foi mostrado nesta oportunidade vem a ser do ex-funcionário Bruno; QUE Marlúcia informou ao declarante que o endereço de Bruno consta do Livro de Empregados como sendo Rua UF 80, Qd. 57A, Lt. 05, Setor Finsocial; QUE nunca autorizou Bruno ou qualquer outro funcionário a fazer orçamentos ou assinar propostas para órgãos públicos, mesmo porque já deu ordem em contrário, ou seja, somente o declarante pode assinar, se é que tem mais de dois anos que não participa de licitações; QUE apresenta nesta oportunidade cópia do contrato social de sua empresa bem como de cópia de sua CNH, para servir como documento pessoal e se compromete a apresentar cópia do livro de registro de empregados para que seja verificada a assinatura de Bruno nele constante; QUE se propõe a colaborar com o Ministério Público e com a justiça, posto que o nome de sua empresa foi criminosamente usado para fraudar licitação, pois o depoente não participou de nenhuma licitação na Prefeitura Municipal de Vianópolis; QUE apresenta nesta oportunidade cópia do livro de registro de empregados enviado via fax por seu escritório de contabilidade, que havia solicitado, requerendo que seja juntado ao Procedimento Administrativo nº 045; QUE indagado se tem algo a mais a acrescentar, respondeu que nada, a não ser que está disposto a colaborar na apuração. NADA MAIS HAVENDO, ENCERROU-SE O PRESENTE TERMO QUE, DEPOIS DE LIDO E ACHADO CONFORME, VAI POR MIM _____________ (LEONARDO ALVES CAIXETA), SECRETÁRIO AUXILIAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, QUE O DIGITEI, BEM ASSIM PELO(A) DECLARANTE COMO PELO PROMOTOR DE JUSTIÇA, DEVIDAMENTE ASSINADO.” (ipsis literis)

BRUNO CORDEIRO BRITO, ex-funcionário da empresa PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda., ouvido às fls. 477/478:

“Ao(s) 25 de agosto de 2006, às 10h00, no Gabinete da Promotoria de Justiça de Entrança Inicial da Comarca de Vianópolis - Estado de Goiás, situado na Sede do Ministério Público, na Rua Felismino Viana, nº 174, 1º andar, salas 01, 02 e 03, centro, nesta urbe, estando presente o Promotor de Justiça, Doutor Maurício Alexandre Gebrim, compareceu BRUNO CORDEIRO BRITO, brasileiro, solteiro, técnico em informática, natural de Goiânia - Goiás, nascido aos 02/01/1982, filho de Dioclécio Peixoto Brito e de Cleunisia Alves Brito, residente e domiciliado na Rua VF 80 B, Qd. 57A, Lt. 05, Setor Finsocial, em Goiânia – Goiás, encontradiço também na Rua 83, nº 71, Setor Sul, Drogaria Saint Germaint, Goiânia – Goiás, inquirida respondeu: QUE na data de hoje, às 7h26, o Paulo, proprietário da empresa PJ Informática ligou para o declarante para o nº 062 8125-4656 e disse que sua empresa estaria envolvida numa fraude em

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licitação na Prefeitura de Vianópolis e que constava de um documento o e-mail do declarante; QUE o Paulo pediu para o declarante vir até ao Ministério Público de Vianópolis e ver o documento que consta o seu e-mail e dizer se o orçamento que teria feito pela Empresa PJ seria de autoria do declarante; QUE o declarante ficou preocupado e se dispôs a comparecer perante o Ministério Público, o que faz agora espontaneamente; QUE somente no dia de hoje é que ficou sabendo que existia uma cidade de nome Vianópolis; QUE tem certeza que nunca veio até a cidade de Vianópolis e também que não conhece qualquer pessoa que seja que lhe tenha dito ser da cidade de Vianópolis ou aqui morar; QUE trabalhou na empresa PJ Informática de 1º/10/2004 a 26/05/2006; QUE nunca fez orçamento para a Prefeitura de Vianópolis e também nenhuma outra prefeitura, a não ser assistência técnica para o computador pessoal da 1ª Dama de Itapuranga – Go, cujo nome, se não se engana, é Aparecida; QUE sua função na PJ Informática era de auxiliar técnico, não fazendo vendas ou orçamentos; QUE trabalhava na filial da Avenida T4, nº 82, Setor Bueno, em Goiânia – Goiás; QUE o telefone da loja que trabalhava era 062 3241-8799 e 062 3541-3205; QUE o e-mail [email protected] é do declarante; QUE conhece a Empresa TNT Informática, que fica na Avenida T4, próxima à PJ Informática; QUE não tem intimidade com nenhum funcionário da TNT Informática; QUE pode ser que algum funcionário da TNT Informática já tenha ido na PJ Informática, mas não sabe dizer se realmente esteve ali na PJ e quem seja; QUE por nome não conhece as pessoas de Carmelúcia e Gladson, proprietários da Empresa TNT Informática, e se os viu alguma vez, com eles não tem nenhuma intimidade; QUE não sabe dizer se em Goiânia tem lojas com os nomes ALTEC Informática e PC MAXX Informática; QUE lhe mostrado o documento de folhas 150 do Procedimento Administrativo nº 045, pode afirmar com certeza absoluta que a assinatura dele constante não é sua e também que o carimbo dele constante não é o utilizado pela Empresa PJ; QUE lhe mostrado o documento de folhas 199 do Procedimento Administrativo nº 045, pode afirmar com certeza absoluta que a assinatura dele constante não é sua e também que o carimbo dele constante não é o utilizado pela Empresa PJ; QUE pode afirmar também que o orçamento constante de folhas 199 do Procedimento Administrativo nº 045 não foi feito pelo depoente, mesmo porque, pelo que tem conhecimento, todos os orçamentos feitos pelos vendedores da PJ Informática tem o timbre da empresa PJ Informática; QUE lhe mostrado o documento de folhas 201 do Procedimento Administrativo nº 045 pode afirmar com certeza que a letra dele constante não é do declarante; QUE não conhece uma pessoa com o nome de Agda Maria de Souza; QUE o que pode ter ocorrido é alguém ter pego algum cartão de visitas do declarante e utilizado seus dados; QUE apresenta nesta oportunidade um cartão de visitas que utilizava na empresa PJ Informática, mas acha estranho constar do seu cartão o endereço da T4, onde trabalhava, e o orçamento com seu e-mail o endereço da Avenida S1; QUE se for chamado em juízo para depor confirma o que ora informou ao Ministério Público na presença de qualquer pessoa que seja; QUE se for chamado para fazer exame grafotécnico, está disposta a realiza-lo; QUE o Paulo, proprietário da PJ, não pediu para o declarante inventar nenhum fato para o Ministério Público, apenas para contar a verdade pois sua empresa tinha sido envolvida sem que ele soubesse e precisava esclarecer os fatos. NADA MAIS HAVENDO, ENCERROU-SE O PRESENTE TERMO QUE, DEPOIS DE LIDO E ACHADO CONFORME, VAI POR MIM _____________ (LEONARDO ALVES CAIXETA), SECRETÁRIO AUXILIAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, QUE O DIGITEI, BEM ASSIM PELO DECLARANTE COMO PELO PROMOTOR DE JUSTIÇA, DEVIDAMENTE ASSINADO.” (ipsis literis

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Ressalta-se que a testemunha Jordânia Simões da Silva informou, inclusive, que a letra e assinatura de alguns documentos foram falsificadas, o que também esclareceu Bruno Cordeiro Brito, e a empresa PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda., que, seu carimbo na documentação apresentada também foi falsificado.

A participação, seja por ação ou omissão, e a conivência dos membros da Comissão de Licitação da Prefeitura Municipal de Vianópolis, os ora requeridos Agda Maria de Souza, Denise Maria dos Santos, Maria Helena de Souza e Pedro Amilson Ferreira Bento, na ocorrência de tais fraudes resta cristalina como a água de fonte e clara como a luz solar em dia sem nuvens, mesmo porque sem tal as fraudes apuradas não teriam ocorrido.

A requerida DENIZE MARIA DOS SANTOS, ouvida às fls. 41/42 do Procedimento Administrativo nº 045, na data de 28/06/2006, informou que estava exercendo o cargo comissionado de chefe da divisão de cadastro de fornecedores da Prefeitura Municipal de Vianópolis e que trabalhava na mesma sala da requerida Agda Maria de Souza, que ocupa o cargo comissionado de “Assessora Técnica” da Prefeitura, sendo uma espécie de intermediária da assessoria jurídica da Prefeitura de Vianópolis, com relação aos contratos e licitações, e que tanto ela quanto quando Agda Maria de Souza cuidavam dos contratos da Prefeitura Municipal e das licitações, bem como dos documentos referentes às verbas Estaduais e Federais.

Relatou que os processos de licitação eram montados ora por ela, ora com a ajuda de Agda Maria de Souza, sendo os cadastros de fornecedores eram de sua responsabilidade, tanto que, quando havia licitação na modalidade de convite, separava as empresas cadastradas e expedia as cartas-convite, assinando-as o requerido Pedro Amilson Ferreira Bento, sendo que Agda Maria de Souza também fazia este tipo de serviço.

Informou que quanto ao processo de licitação, na modalidade de carta-convite, realizado no mês de maio de 2006, para a aquisição de equipamentos de informática para o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar no Território da Região da Estrada de Ferro, Agda Maria

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de Souza pediu-lhe que fosse mandada uma carta-convite para a empresa de sua irmã Carmelúcia de Souza, de nome TNT Informática Ltda.

Ressaltou que as empresas Altec Informática e PC MAXX, que também foram convidadas para a licitação, já se encontravam cadastradas desde o ano de 2005 (o que não é verdade, conforme depoimentos prestados por seus sócios-proprietários), e que no dia do recebimento das propostas, as recebeu pessoalmente de duas empresas, sendo que a da requerida TNT Informática Ltda. foi entregue pela própria requerida Agda Maria de Souza.

Aduziu que quem levou as cartas-convite para a cidade de Goiânia e as entregou para as empresas participantes, foi o motorista Rildo Batista de Souza, que vem a ser seu atual companheiro, que as teria entregado pessoalmente em cada empresa.

Informou, por fim, que no ano de 2005 foi feita também uma licitação para aquisição de equipamentos de informática a serem direcionados para a Coopervi, para a qual foram convidadas as empresas TNT, PJ e Altec, saindo vendedora desta licitação a empresa TNT Informática Ltda., de propriedade da irmã da Agda Maria de Souza.

A requerida MARIA HELENA DE SOUSA, ouvida no Procedimento Administrativo nº 045, às fls. 44/45, na data de 28/06/2006, relatou que é servidora pública municipal há 26 anos, admitida sem concurso antes do ano de 1988 e efetivada no cargo de telefonista, estando atualmente exercendo o cargo comissionado de Chefe do Gabinete do Prefeito, Antônio Divino de Resende, que vem a ser tio paterno de seu filho Paulo Henrique, e que, além disso, fazia parte da comissão de licitação da Prefeitura Municipal de Vianópolis, da qual também eram membros Pedro Amilson Ferreira Bento, Denise Maria dos Santos e Agda Maria de Souza.

Informou que nem sabia ao certo a sua função na comissão de licitação, mas que quando havia uma licitação, a Denise Maria dos Santos e a Agda Maria de Souza a informavam e mostravam a documentação e no dia da abertura das propostas participava e verificava a integridade dos envelopes.

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Aduziu que a função de Agda Maria de Souza junto à comissão era montar todo o processo de licitação, digitar a documentação, expedir os convites, quando nesta modalidade, enfim, fazer o mesmo serviço da Denise Maria dos Santos, auxiliando-a, sendo as responsáveis pelo cadastro das empresas.

Afirmou que se recorda do processo de licitação, na modalidade de carta-convite, realizado no ano de 2006, não se recordando o mês, para a aquisição de equipamentos de informática para o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar no Território da Região da Estrada de Ferro e que, embora não tenha participado da escolha das empresas para as quais seriam expedidas as cartas-convite, o que ficou a cargo de Pedro Amilson Ferreira Bento, Denise Maria dos Santos e Agda Maria de Souza, esta última pediu para ser expedida uma carta-convite para a empresa de sua irmã Carmelúcia Maria de Souza, com o que concordou.

Asseverou que as cartas-convites expedidas lhe foram mostradas, mas não as leu em sua integridade, e que um pouco antes da abertura dos envelopes, na sala onde seria feita a abertura de tais, ela, Pedro Amilson Ferreira Bento e Denisa Maria dos Santos lançaram suas assinaturas nos envelopes, não o fazendo Agda Maria de Souza, não sabendo o porquê, pois ela fazia parte da comissão.

Alegou que as letras as letras dos recibos de entrega das cartas-convite para as empresas podem ser de Denise Maria dos Santos, bem como das propostas apresentadas.

O requerido PEDRO AMILSON FERREIRA BENTO, ouvido no Procedimento Administrativo nº 045, às fls. 011/012, na data de 22/06/2006, relatou que é servidor público municipal comissionado na função de coordenador do transporte escolar e era presidente da comissão permanente de licitação da prefeitura de Vianópolis desde meados de 2005, e faziam parte da comissão de licitação as servidoras Denise Maria dos Santos e Maria Helena de Souza, secretariando os trabalhos a servidora Agda Maria de Souza.

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Informou que era a Agda Maria de Souza quem digitava toda a documentação do processo licitatório, entregando-as para sua assinatura.

Asseverou que participou de um processo de licitação na modalidade carta-convite para a aquisição de equipamentos de informática para o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar do Território da Região da Estrada de Ferro e que para tal finalidade expediu convites para as empresas PC Informática, TNT Informática e Altec Informática, as quais se encontravam cadastradas na Prefeitura de Vianópolis, sendo as cartas-convite elaboradas por Agda Maria de Souza e por ele assinadas.

A requerida AGDA MARIA DE SOUZA, ouvida no Procedimento Administrativo nº 045, às fls. 013/014, na data de 22/06/2006, relatou que é servidora pública municipal concursada para o cargo de telefonista, exercendo atualmente o cargo comissionado de Assessora Técnica junto à Secretaria de Finanças, trabalhando na elaboração de contratos, inclusive os encaminhados, em modelo, pelo jurídico da Prefeitura, não fazendo parte da comissão de licitação da prefeitura, mas ajudando na elaboração de documentos para os processos de licitação, tais como convites, editais e demais outros de processos de licitação sempre com o auxilio da assessoria jurídica, fazendo a intermediação entre esta e a comissão de licitação.

Informou que a escolha das empresas cadastradas na modalidade de convite é feita pela comissão de licitação após análise da documentação e atualização dos dados da empresa, sendo o presidente da comissão de licitação Pedro Amilson Ferreira Bento.

Asseverou que todas as cartas-convite passavam por Pedro Amilson Ferreira Bento e tinha ele acesso ao cadastro das empresas, mas não o olhava, sendo que era ela própria que os analisava e lhe passava o nome de três empresas, mas quem mais fazia esta análise era a Denise Maria dos Santos, que também era membro da comissão de licitação.

Aduziu que no mês de maio foi realizada uma licitação para a aquisição de equipamentos de informática para o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar no Território da região da Estrada de Ferro, tendo acompanhado todo o processo licitatório, e que, quando da

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elaboração das cartas-convites pediu a Pedro Amilson Ferreira Bento, Denise Maria dos Santos e Maria Helena de Souza, membros da comissão de licitação, que a empresa de propriedade de sua irmã Carmelúcia Maria de Souza, de nome TNT Informática Ltda., fosse incluída, tendo seu pedido sido aceito.

Esclareceu que no dia 15 de maio de 2006, o motorista da prefeitura, de nome Rildo (quem vem a ser o atual companheiro da requerida Denise Maria dos Santos), pegou as três cartas-convite e as entregou para as empresas convidadas, isto na cidade de Goiânia – Goiás.

Narrou que foi ela própria a pessoa que recebeu os envelopes com as propostas das três empresas convidadas, duas delas um dia antes e a outra no dia da abertura, se fazendo presente por ocasião desta, juntamente com os demais membros da comissão de licitação, Pedro Amilson Ferreira Bento, Denise Maria dos Santos e Maria Helena de Souza.

Como se pode perceber, Excelência, a conduta de todos os réus membros da Comissão de Licitação foi decisiva para a realização dos ilícitos, posto que através deles foram entregues à requerida TNT Informática Ltda., de propriedade de Carmelúcia Maria de Souza, irmã de Agda Maria de Souza, que participava efetivamente de referida comissão, para preenchimento, as cartas-convite e as propostas em branco que deveriam ter sido entregues às participantes, não podendo alegar, por isso, desconhecimento ou ignorância.

Atente-se para o fato de que foi o atual companheiro da requerida Denise Maria dos Santos, Rildo Batista de Souza, o servidor público municipal que entregou toda a documentação das licitações para Carmelúcia Maria de Souza.

E, por outro lado não observaram, ainda, os réus membros da Comissão de Licitação os requisitos do processo licitatório previsto em lei, posto que não exigiram, quando da primeira licitação ora combatida, a apresentação da documentação mínima exigida por parte da empresa PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda., eis que não consta do processo licitatório que tenha apresentado seu Contrato Social.

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O Senhor Prefeito Municipal de Vianópolis, Antônio Divino de Resende, atendendo a Recomendação do Ministério Público (fls. 037 do Procedimento Administrativo nº 045), foi além do aconselhado e, através da Portaria nº 137/2006, de 4 de julho de 2006, anulou o Processo Licitatório na modalidade de Convite de nº 014/2006 (fls. 233 e 234 do Procedimento Administrativo nº 045), determinando, também em atendimento a Requisição Ministerial (fls. 496 a 498 do Procedimento Administrativo nº 045), a abertura de Sindicância em desfavor dos ora requeridos (fls. 499 a 501 do Procedimento Administrativo nº 045), afastando-os da Comissão de Licitação e nomeando outros (fls. 502 do Procedimento Administrativo nº 045).

Eis os fatos.

III - Do Direito

3.1. - OS RÉUS COMO AGENTES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A norma primeira que prevê a inclusão dos atos atentatórios aos princípios constitucionais entre os atos de improbidade, encontra insculpida no artigo 37 da Constituição Federal, in verbis:

“Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:omissis§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.”

Regulamentando tais dispositivos constitucionais, temos a Lei Federal nº 8.429/92, que, dentre outras matérias, estabelece as infrações

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contra a probidade administrativa e relaciona as respectivas sanções a serem aplicadas quando de sua prática por qualquer agente público que delas se beneficie. Inclusive em seu artigo 4º acha-se renovada a ordem constitucional retro:

“Art. 4° - Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.”

Os artigos 1º e 3º, ambos da Lei nº 8.429/92, definem quais as pessoas consideradas como passíveis de sanção pela prática de atos de improbidade.

Para os fins desta lei, considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente, com ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação ou qualquer outro vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em qualquer entidade pública ou mesmo privada (artigo 2º).

Nesse conceito encontram-se inseridos os Réus Agda Maria de Souza, Denise Maria dos Santos, Maria Helena de Souza e Pedro Amilson Ferreira Bento, os quais, por serem os agentes públicos (latu sensu) responsáveis pelo ato de improbidade em comento, figuram no pólo passivo da presente ação em razão da disposição contida no caput do artigo 1º, in verbis:

“Art. 1º. Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% (cinqüenta por cento) do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta Lei.”

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Por outro lado, as disposições da Lei nº 8.429/92 são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (artigo 3º).

Nesse sentido julgado do Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

Número do processo: 1.0471.03.011771-0/001(1)Relator: KILDARE CARVALHO Data do acordão: 19/05/2005Data da publicação: 07/06/2005Ementa:AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - FRUSTRAÇÃO DE LICITUDE EM PROCESSO LICITATÓRIO - ILEGALIDADE DEFLAGRADA - ART. 12, INCISO III, DA LEI N. 8429/92. Diante da comprovação de que a comissão de licitação frustrou a licitude de processos licitatórios causando lesão ao erário, impõe-se a condenação de seus membros ao cumprimento das penalidades previstas na lei. De acordo com o art. 12, parágrafo único, da Lei n. 8429/92, é possível ao Juiz, na fixação das penas, levar em conta a extensão do dano causado, o que possibilita a ponderação das especificidades do caso concreto, a fim de que não haja injustiças flagrantes. Rejeitadas preliminares, nega-se provimento ao recurso. Súmula: REJEITARAM PRELIMINARES E NEGARAM PROVIMENTO.

Vale observar que estão também sujeitos às sanções da lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Ademais, como se vê, é amplíssimo o universo de pessoas cujo procedimento pode ser apontado como ímprobo, desde servidores ou terceiros, incidam nas situações apontadas pela lei. Exemplificativamente, estariam também sujeitos às cominações legais, membros de colegiados que não são remunerados, dirigentes de entidades privadas, fornecedores, enfim todos os que concorram para a prática dos atos previstos na lei.

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Bastante largo é, também, o número de entidades cujo patrimônio se acha protegido pelas disposições legais em referência. Para se ter uma idéia da amplitude do alcance da lei, basta observar que empresas que gozam de incentivos fiscais, a exemplo das que eram favorecidas através da extintas SUDENE, SUDAM e outros organismos nacionais ou estaduais, como o FAIN, acham-se reguladas pela legislação ora comentada, em relação à conduta irregular de seus administradores, dolosa ou culposa, em que pese sua condição de empresas privadas.

Nestes conceitos, encontram-se inseridos os demais Réus TNT Informática Ltda. e seus sócios-proprietários Carmelucia Maria de Souza e Gladson Andrade dos Santos, os quais, por serem também responsáveis pelo ato de improbidade administrativa citado no evento, eis que concorreram para a sua ocorrência, quer se beneficiando diretamente, quer pelo auxílio ou concorrência em sua realização, figuram no pólo passivo da presente ação.

Há de se ressaltar que a personalidade jurídica da Empresa Ré TNT Informática Ltda. deverá ser desconsiderada, nos termos legais e previstos, a fim de que aos Réus Carmelucia Maria de Souza e Gladson Andrade dos Santos, seus sócios-proprietários, sejam aplicadas as sanções legais.

Finalmente, é de atentar-se para a circunstância relevante de que a obrigação de ressarcir o dano, integralmente, dar-se-á sempre, seja este causado por ação ou omissão, dolosa ou culposa, pouco importa.

Agentes da improbidade, portanto, os réus.

3.2. - INDIVIDUALIZAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A Lei nº 8.429/92 conhece três tipos de atos ímprobos na administração, a saber:

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a) atos que importam em enriquecimento ilícito (artigo 9º); b) atos que causam prejuízo ao erário (artigo 10); e c) atos que atentam contra os princípios da administração pública (artigo 11).

A primeira classe de atos de improbidade administrativa compreende os seguintes (artigo 9º, caput, e incisos I a XII, da Lei nº 8.429/92):

“Art. 9º. Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei, e notadamente:I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no artigo 1º por preço superior ao valor de mercado;III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei;VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei;XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei.”

O artigo 9º retro-citado envolve 12 (doze) diferentes hipóteses de atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito. Não é rol taxativo ou exaustivo, o que fica claro pela utilização, no caput, do advérbio notadamente para enunciar a dúzia de incisos exemplificativos do enunciado.

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Tanto o caput quanto os incisos do artigo 9º guardam entre si uma característica: o agente público aufere vantagem econômica indevida, para si ou para outrem, em razão do exercício ímprobo de cargo, mandato, função, emprego ou atividade pública.

Ainda que não concorra o prejuízo ao erário ou ao patrimônio das entidades referidas no artigo 1º, a percepção, ainda que indireta, de dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica já realiza o “tipo”.

A segunda classe de atos de improbidade, na conformidade da disposição legal, é a dos que causam lesão ao erário, compreendendo as seguintes práticas (artigo 10 da Lei nº 8.429/92):

“Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no artigo 1º desta Lei, e notadamente:I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei;II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no artigo 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no artigo 1º desta Lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.”

O artigo 10 retro-citado envolve 13 (treze) diferentes hipóteses de atos de improbidade que importam lesão ao erário. Não é rol taxativo ou

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exaustivo, o que fica claro pela utilização, no caput, do advérbio notadamente para enunciar a dúzia de incisos exemplificativos do enunciado.

Nesse conceito se encontram insertos todos os réus, eis que frustraram a licitude de processo licitatório.

Nesse sentido julgado do Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

Número do processo: 1.0000.00.345639-9/000(1)Relator: CARREIRA MACHADO Data do acordão: 15/12/2005Data da publicação: 24/01/2006Ementa:AÇÃO CIVIL PÚBLICA - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LICITAÇÃO - EMPRESA DO CHEFE DO EXECUTIVO - ILEGALIDADE DO ATO IMPUGNADO - LESIVIDADE PRESUMIDA - NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO E RESSARCIMENTO AO ERÁRIO PÚBLICO MUNICIPAL. Ao desenvolver o procedimento licitatório em desacordo com as regras disciplinadas na lei geral de licitação, prejudicou a Administração Pública a realização de procedimento sadio e vantajoso para a sociedade, de maneira a propiciar proposta mais interessante e consoante com o interesse público. A lesão não necessita ser efetiva, podendo dar-se de forma presumida. Súmula: REJEITARAM PRELIMINARES E NEGARAM PROVIMENTO.

Finalmente, a terceira classe dos atos de improbidade administrativa contempla os atos que atentam contra os princípios da administração pública, violando os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente os seguintes (artigo 11 da Lei nº 8.429/92):

“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente:I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na regra de competência;II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

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III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;IV - negar publicidade aos atos oficiais;V - frustrar a licitude de concurso público;VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.”

O artigo 11 retro-citado envolve 07 (sete) diferentes hipóteses de atos de improbidade que atentam contra os princípios da administração pública, violando os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. Da mesma forma que o artigo 9º e o artigo 10, o rol não é taxativo ou exaustivo, o que fica claro pela utilização, no caput, do advérbio notadamente para enunciar a dúzia de incisos exemplificativos do enunciado.

Pois bem, com base nos eventos narrados tem-se todos os réus realizaram diversos comportamentos ilícitos, atentando, assim, contra os princípios da administração pública, violando os deveres de honestidade, moralidade, legalidade, imparcialidade e lealdade às instituições, ferindo, por conseguinte, as disposições contidas no artigo 11, caput, da Lei nº 8.429/92.

Acerca dos princípios administrativos importante a lição doutrinária acerca de dois que constituem a base lógica dos demais, e em cujas violações estão inseridas as condutas dos requeridos, nos termos apontados acima (arts. 9º e 10):

“Os dois princípios que decorrem da assinalada bipolaridade do direito administrativo – liberdade do indivíduo e autoridade da Administração – são os princípios da legalidade e da supremacia do interesse público sobre o particular, que não são específicos do direito administrativo porque informam todos os ramos do direito público; no entanto, são essenciais, porque, a partir deles, constroem-se todos os demais.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, “Direito Administrativo”, p. 60, ed. Atlas, 1999)

Segundo o princípio da legalidade, alicerçado na idéia contida no artigo 4º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite, diferentemente das atividades particulares, nas quais prevalece a autonomia das vontades (“pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe”).

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Assim, toda a conduta da Administração deve estar prevista em lei. No caso em tela, não existe autorização legal para que se efetive procedimento licitatório visando fim ilegal e imoral, mas ao contrário, existem exatos 126 artigos disciplinando o oposto (Lei 8.666/93). Analisando as conseqüências de seu desrespeito tem-se:

“A legalidade, como princípio de administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.” (MEIRELLES, Hely Lopes, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 82, 22ª ed., ed. Malheiros, 1997)

“O amplo espectro do conceito de improbidade administrativa adotado pela legislação (Lei Federal n.º 8.429/92), como materialização do art. 37, § 4º (CF), coloca o problema da aferição da legalidade do ato administrativo em primeiro plano, porque a ilegalidade traduz a improbidade por excelência. (PAZZAGLINI FILHO, Marino, “Improbidade Administrativa”, p. 53, 4ª edição, ed. Atlas, 1999)

Outro princípio frontalmente violado pelos requeridos é o da finalidade pública, ou da supremacia do interesse público, que estabelece que os interesses públicos têm prevalência sobre os individuais. Ou seja, as pessoas administrativas não têm disponibilidade sobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização. A inversão de tal supremacia, ou ao menos a sua equiparação ao interesse particular não autorizada por lei, implica em ilegalidade, por desvio de poder ou desvio de finalidade.

Neste sentido:

“Se a lei dá à Administração os poderes de desapropriar, de requisitar, de intervir, de policiar, de punir1, é porque tem em vista atender ao interesse geral, que não pode ceder diante do interesse individual. Em conseqüência, se, ao usar de tais poderes, a autoridade administrativa objetiva prejudicar um inimigo político, beneficiar um amigo, conseguir vantagens pessoais para si ou para terceiros, estará fazendo prevalecer o interesse individual sobre o interesse público e, em conseqüência, estará se desviando da finalidade pública prevista em lei. Daí o vício do desvio de poder ou desvio de finalidade, que

1 E obviamente também de contratar.

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torna o ato ilegal.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, “Direito Administrativo”, p. 60, ed. Atlas, 1999)

Ou seja, o administrador ou terceiro não pode fazer liberalidade com o dinheiro público, visando o direcionamento de contratos públicos a um único particular.

Outros princípios oriundos destes foram desrespeitados, tais como o princípio da impessoalidade2, vez que o interesse público não foi o ponto de referência para os atos praticados, mas sim os interesses particulares.

Embora com seu campo reduzido pela explícita ilegalidade dos atos, a moralidade administrativa também foi inobservada pelos requeridos. Entendida como “conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração, implicando saber distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas também entre o honesto e o desonesto”3, a moralidade administrativa não foi preservada quando se canalizou a um único particular, de forma fraudulentamente engendrada, recursos públicos disponibilizados a um número não limitado de interessados.

Não se pode conceber como moralmente correto, que agentes públicos usem de artifícios para fraudar uma licitação pública. Agindo desta maneira, promulgam a imoralidade como princípio norteador de suas condutas, em total desobediência às leis, em detrimento da impessoalidade, e da igualdade de oportunidades entre os administrados.

É de se salientar que não se confunde moralidade com probidade, visto que a moralidade tem acepção genérica face a boa-fé, lealdade e honestidade que todos os poderes e funções do Estado devem impor às suas atuações. Por outro tanto, a probidade está vinculada ao 2 “A atividade administrativa obedece, cogentemente, a uma finalidade, à qual o agente é obrigado a adscrever-se, quaisquer que sejam as suas inclinações pessoais; e essa finalidade domina e governa a atividade administrativa, imediatamente, a ponto de assinalar-se, em vulgar, a boa administração pela impessoalidade, ou seja, pela ausência de subjetividade” (LIMA, Rui Cirne, “Sistema de direito administrativo brasileiro”, vol. I, Porto Alegre, 1953, p. 26)3

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, “Direito Administrativo”, p. 69, ed. Atlas, 1999.

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comportamento do administrador, referindo-se a uma moralidade qualificada, sob o aspecto pessoal-funcional.

Nesta ordem de idéias, a improbidade administrativa é uma improbidade qualificada, no momento em que o funcionário, no exercício de suas funções, aproveita dos poderes e facilidades decorrentes de seu cargo, em proveito próprio ou alheio.

Assim, o funcionário deve exercer suas funções com lisura, exação, retidão, sempre visando o interesse público, geral, nunca o individual (próprio ou alheio), o qual acarretará como no caso em pauta desvio de poder, quer dizer, do fim a que se destina o exercício da função pública, qual seja, o bem comum.

Por fim, não devemos esquecer, mais uma vez, o ensinamento da Professora Maria Sylvia Zanella di Pietro que faz considerações que guardam estreita relação com as ilicitudes aqui impugnadas.

"Não é preciso penetrar na intenção do agente, porque do próprio objeto resulta a imoralidade. Isto ocorre quando o conteúdo de determinado ato contrariar o senso comum de honestidade, retidão, equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa fé, ao trabalho, à ética das instituições. A moralidade exige proporcionalidade entre os meios e os fins a atingir, entre os sacrifícios impostos à coletividade e os benefícios por ela auferidos; entre as vantagens usufruídas pelas autoridades públicas e os encargos impostos à maioria dos cidadãos”.

Novamente recorremos à lição do eminente mestre HELY LOPES MEIRELLES, in Direito Administrativo Brasileiro, que assim ensina:

“A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública (CF. art. 37, caput). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como “o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração”. Desenvolvendo sua doutrina, explica o mesmo autor que o agente administrativo, como ser

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humano dotado de capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. Por considerações de Direito e de Moral, o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria instituição, porque nem tudo que é legal é honesto, conforme já proclamavam os romanos: “non omne quod licet honestum est”. A moral comum, remata Hauriou, é imposta ao homem para sua conduta externa; a moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum”.

Todavia, a maior violação que se apresenta com a conduta corrupta dos requeridos é sem dúvida ao princípio basilar da Constituição Federal, também erigido à Administração Pública e a sustentação finalística de todo o processo licitatório: o princípio da igualdade.

É primário o conhecimento de que todo trato da Administração Pública com particulares é orientado pelo sentido de paridade em relação àqueles, considerados entre si, sob pena de personificar-se a atuação do Estado. É justamente na exigência da licitação pública para as relações que ensejem obras, serviços, compras e alienações que se manifesta com veemência este princípio. A Lei de Licitações estabeleceu uma gama infindável de amarras ao administrador visando justamente a garantia da preservação permanente da isonomia entre os particulares interessados em contratar com o ente público. Seguindo orientação constitucional, expressamente estabelece:

Art. 3°. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

§ 1° É vedado aos agentes públicos:

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I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato;II – (Vetado)

§ 2° Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional;II - produzidos no País;III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

§ 3° A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4° (Vetado)

Acerca deste princípio, e sua caracterização nas licitações públicas tem-se:

“O princípio da igualdade constitui um dos alicerces da licitação, na medida em que esta visa, não apenas permitir à Administração a escolha da melhor proposta, como também assegurar igualdade de direitos a todos os interessados em contratar. Esse princípio, que hoje está expresso no artigo 37, XXI, da Constituição, veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência em favor de determinados licitantes em detrimento dos demais”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, “Direito Administrativo”, p. 258, ed. Atlas, 1999)

Todo o exposto só vem a comprovar que há na verdade, vícios insanáveis nas licitações. Os procedimentos licitatórios foram realizados em total desacordo com a Lei de Licitações, não passando de uma fraude. O que notamos é que os procedimentos administrativos de licitação serviram apenas para ludibriar a lei e os órgãos fiscalizadores, com o intuito de satisfazer interesses escusos dos réus.

Tais fatos demonstram que a imoralidade e a falta de ética foram os princípios norteadores dos membros da comissão de licitação, em substituição ao respeito às leis e aos princípios da Administração.

Ante tais expedientes, os réus frustraram a competitividade inerente ao processo licitatório, vez que na verdade, este nem mesmo

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existiu, e em frontal desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, da igualdade, da competitividade, da publicidade, e da probidade administrativa.

Ressalta-se que, independente do enquadramento dado às condutas dos réus, que pode não ser perfeito, deve-se destacar que a defesa deverá versar sobre os fatos a eles imputados e não sobre a classificação, que será especificada, ao final, na sentença.

3.3. - DAS SANÇÕES APLICÁVEIS AOS RÉUS

A Lei nº 8.429/92 não se preocupa em definir crimes. Os atos tipificados nos artigos 9°, 10 e 11 não constituem crimes no âmbito da referida lei. Muitas das condutas ali descritas são de natureza criminal, assim definidas, porém, em outras leis, a exemplo do Código Penal, do Decreto-Lei 201, da Lei n° 8.666/93 etc.

Não sendo crimes, têm, contudo, uma sanção, de natureza política ou civil, cominada na lei sob comentário, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica.

Assim, os atos de improbidade administrativa praticados pelos réus e que importaram em enriquecimento ilícito estão sujeitos às seguintes cominações (artigo 9º c/c artigo 12, inciso I, ambos da Lei nº 8.429/92):

a) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; b) ressarcimento integral do dano, quando houver; c) perda da função pública; d) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; e) pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; f) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

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Em relação aos atos de improbidade que causaram prejuízo ao erário, as sanções aplicáveis são (artigo 10 c/c artigo 12, inciso II, ambos da Lei nº 8.429/92):

a) ressarcimento integral do dano, se houver; b) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância; c) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; d) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditício, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos

Finalmente, a prática dos atos de improbidade pelos réus, que atentaram contra a moralidade e demais princípios da administração acarretam como sanção (artigo 11 c/c artigo 12, inciso III, ambos da Lei nº 8.429/92):

a) ressarcimento integral do dano; b) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; c) pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; d) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefício ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

3.4. - DA PRESCRIÇÃO

Cumpre-nos referir ao prazo para ajuizamento das ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas na lei 8.429/92. Segundo esta, as mencionadas ações podem ser propostas até cinco anos após o

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término do exercício de mandato, cargo em comissão ou função de confiança (artigo 23, inciso I).

Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, devem as ações ser propostas dentro do prazo prescricional previsto na lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público (artigo 23, inciso II).

No caso em comento se percebe que a presente ação não se encontra atingida pelo instituto da prescrição, posto que os Réus ainda se encontram no exercício da função/cargo.

IV – Do Pedido

ANTE O EXPOSTO DE TAIS CONSIDERAÇÕES, requer o Ministério Público do Estado de Goiás, por seu Representante Legal ao final assinado, no uso de suas atribuições Constitucionais, Infra-Constitucionais e Institucionais:

a) Seja a presente petição recebida, autuada e processada na forma e no rito preconizado no artigo 17 da Lei n° 8.429/92, com a alteração produzida através da Medida Provisória nº 2.225-45, de 04 de setembro de 2001 e demais legislações atinentes à matéria, juntando para tanto os documentos que acompanham essa inicial;

b) Digne-se sejam os Réus notificados, se for o caso através de Carta Precatória, para oferecerem manifestação por escrito, instruindo-a, se assim lhes aprouver, com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias;

c) Recebida ou não a manifestação dos Réus, seja aceita a presente petição e citados pessoalmente, nos locais inicialmente indicados, se for o caso através de Carta Precatória, para, querendo, virem responder aos termos da presente ação no prazo legal, sob pena de aplicação dos consectários jurídicos legais da revelia, o que desde já requer, produzindo as provas que porventura possuírem, acompanhando-a até final julgamento,

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facultando ao Oficial de Justiça para a comunicação processual, a permissão estampada no artigo 172, § 2°, do Código de Processo Civil;

d) Seja o pedido julgado procedente em todos os seus aspectos para condenar os Réus AGDA MARIA DE SOUZA, CARMELÚCIA MARIA DE SOUZA, DENIZE MARIA DOS SANTOS, GLADSON ANDRADE DOS SANTOS, MARIA HELENA DE SOUZA, PEDRO AMILSON FERREIRA BENTO e TNT INFORMÁTICA LTDA. sanções civis relacionadas nos artigos 12, incisos I, II e III pela prática das infrações descritas nos artigos 9º, caput, 10, inciso VII e artigo 11, caput, ambos da Lei nº 8.429/92;

e) Sejam os Réus condenados, também, ao pagamento das custas e emolumentos processuais, como ônus da sucumbência;

f) A cientificação da Prefeitura Municipal de Vianópolis, na pessoa do Senhor Prefeito Municipal, Antônio Divino de Resende, para, querendo, integrar a lide, nos termos do artigo 17 § 3º, da Lei nº 8.429/92, devendo ser observado que essa cientificação deverá preceder a citação dos réus.

Nesse sentido julgado do Egrégio Tribunal e Justiça do Estado de Minas Gerais:

Número do processo: 1.0000.00.279333-9/000(1)Relator: PEDRO HENRIQUES Data do acordão: 13/09/2002Data da publicação: 22/02/2003Ementa:AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - COMISSÃO MUNICIPAL DE LICITAÇÃO - EMPRESA HABILITADA - REQUISITOS DO EDITAL - PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PREJUÍZO AO ERÁRIO - SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA - LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO - ARTIGO 17, § 3º, DA LEI N.º 8.429/92 - INEXISTÊNCIA DE CITAÇÃO DO MUNICÍPIO - SENTENÇA CASSADA, DE OFÍCIO. Em se tratando de ação civil pública promovida pelo Ministério Público em face de membros de Comissão Municipal de Licitação por suposto ato de improbidade administrativa, consistente na violação aos termos de edital e aos princípios da Administração Pública, com prejuízo aos cofres públicos, com fulcro na Lei nº 8.429/92, mister a citação, como litisconsorte necessário, da pessoa jurídica de direito público interessada, 'in casu', o Município, a teor do § 3º do artigo 17 daquele diploma, cuja ausência acarreta, em sede revisora e de ofício, a cassação da sentença, para que se proceda àquela formalidade essencial. Súmula: CASSARAM A SENTENÇA, DE OFÍCIO.

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Requer e protesta, ainda, provar o alegado por qualquer meio de prova admitida em direito, máxime provas testemunhais, periciais e documentais, e, inclusive pelo depoimento pessoal dos réus, pleiteando desde já a juntada dos documentos anexos que fazem parte do conjunto probatório colhido no Procedimento Administrativo nº 045, contendo 528 folhas numeradas e rubricadas, em trâmite nesta Promotoria de Justiça.

Dá-se a causa o valor de R$ 31.570,00 (trinta e um mil, quinhentos e setenta reais - Valor resultante da somatória das propostas apresentadas pela requerida TNT Informática Ltda.)

Rol de Testemunhas:

01) LUIZ CARLOS DIAS PINHEIRO, proprietário da empresa PC MAXX Comércio de Computadores e Acessórios Ltda., inscrita no CNPJ nº 06.981.579/0001-05, ouvido às fls. 213/214 do Procedimento Administrativo nº 045;

02) PAULO JÚNIOR DE ASSUNÇÃO, sócio-proprietário da empresa PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda., ouvido às fls. 457/458 do Procedimento Administrativo nº 045;

03) JORDÂNIA SIMÕES DA SILVA, vendedora da empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., ouvida às fls. 391/392 do Procedimento Administrativo nº 045;

04) ELISÂNGELA QUIRINO DE MELO, funcionária da empresa PC MAXX Comércio de Computadores e Acessórios Ltda., inscrita no CNPJ nº 06.981.579/0001-05, ouvida às fls. 240/242 do Procedimento Administrativo nº 045;

05) BRUNO CORDEIRO BRITO, ex-funcionário da empresa PJ Comércio de Produtos de Informática Ltda., ouvido às fls. 477/478 do Procedimento Administrativo nº 045;

06) EXPEDITO LEOPOLDINO DA SILVA, administrador, genitor e tio dos sócios-proprietários da empresa ALTEC Informática e Serviços Ltda., ouvido às fls. 247/249 do Procedimento Administrativo nº 045.

Gabinete da Promotoria de Justiça da Comarca de Vianópolis-Goiás, aos 28/09/2006.

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PGJ/GO nº 489

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