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1 Boletim CONT-TRIB-JUR em 25.maio.2015 "Quem pensa segundo a opinião dos outros, não é um homem livre." Fábio Carvalho Governo estuda tirar de empresas benefício tributário concedido há 20 anos (JCP) A informação foi antecipada pela coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira, 21. O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, confirmou nesta quinta-feira, 21, que a cúpula do Ministério da Fazenda estuda a extinção de um benefício tributário concedido às empresas brasileiras há quase 20 anos. Malaquias afirmou que os estudos para o fim da distribuição de lucros pelas empresas por meio do instrumento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) estão no gabinete do ministro Joaquim Levy. A informação foi antecipada pela coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira, 21. "Esse assunto está sendo discutido no gabinete do ministro. Ainda não temos informações sobre isso", comentou. Malaquias disse que o Fisco não dispõe de cálculos sobre a arrecadação extra que essa mudança poderia proporcionar. "Evidentemente, vai para nossa área técnica para fazermos estimativas", afirmou. A medida, que conta com a boa vontade do PT, o partido da presidente Dilma Rousseff, poderia render aproximadamente R$ 14 bilhões a mais, por ano, aos cofres federais. A modalidade de Juros sobre Capital Próprio foi criada em 1995 como uma forma alternativa para as grandes empresas e os bancos de capital aberto distribuírem lucro. Na prática, o mecanismo permite às grandes instituições do País recolher menos tributos. IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Boletim CONT-TRIB-JUR em 25.maio.2015

"Quem pensa segundo a opinião dos outros, não é um homem livre."

Fábio Carvalho

Governo estuda tirar de empresas benefício tributário concedido há 20 anos (JCP)A informação foi antecipada pela coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira, 21.

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, confirmou nesta quinta-feira, 21, que a cúpula do Ministério da Fazenda estuda a extinção de um benefício tributário concedido às empresas brasileiras há quase 20 anos. Malaquias afirmou que os estudos para o fim da distribuição de lucros pelas empresas por meio do instrumento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) estão no gabinete do ministro Joaquim Levy. A informação foi antecipada pela coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira, 21.

"Esse assunto está sendo discutido no gabinete do ministro. Ainda não temos informações sobre isso", comentou. Malaquias disse que o Fisco não dispõe de cálculos sobre a arrecadação extra que essa mudança poderia proporcionar. "Evidentemente, vai para nossa área técnica para fazermos estimativas", afirmou.

A medida, que conta com a boa vontade do PT, o partido da presidente Dilma Rousseff, poderia render aproximadamente R$ 14 bilhões a mais, por ano, aos cofres federais. A modalidade de Juros sobre Capital Próprio foi criada em 1995 como uma forma alternativa para as grandes empresas e os bancos de capital aberto distribuírem lucro. Na prática, o mecanismo permite às grandes instituições do País recolher menos tributos.

Além disso, outras medidas tributárias estão em estudo no governo, como forma de engrossar os cofres públicos e auxiliar o ajuste fiscal. O Ministério da Fazenda estuda aumentar tributos para compensar as atenuações promovidas pelos parlamentares nas medidas provisórias que restringem a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas.

Entre os tributos e impostos que podem ser elevados estão o PIS/Cofins que incide sobre o faturamento das empresas e também impostos regulatórios, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Parte do ajuste fiscal em condução pelo governo já depende de aumento de impostos. Em janeiro, Levy e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, anunciaram um grande pacote com fortes altas de tributos. O IOF que incide sobre o crédito ao consumidor foi dobrado, de 1,5% para 3%, e o governo

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também aumentou impostos sobre combustíveis, produtos importados e o setor de cosméticos. Esse pacote deve elevar a arrecadação em R$ 20,6 bilhões somente em 2015. Apenas esse pacote de aumento de impostos representa um ganho econômico superior ao que seria obtido originalmente com as medidas provisórias enviadas ao Congresso Nacional.

Link: http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/05/21/internas_economia,650133/governo-estuda-tirar-de-empresas-beneficio-tributario-concedido-ha-20-anos.shtml

SEMANA COM VÁRIAS NOVIDADES NO SPED

   Na última semana tivemos várias novidades nos projetos do SPED. Começamos com uma nova versão da

apresentação do projeto eSocial, contendo vários esclarecimentos, como a funcionalidade de envio e

recepção do protocolo e dos recibos, o módulo Consulta Qualificação Cadastral, Qualificação e Consulta do

NIS na CAIXA, certificados digitais e procuração eletrônica, GRFGTS geradas após o envio dos arquivos no

ambiente da Caixa e DCTF-WEB - Darfs (código de receita 5041) - geração no ambiente DCTFWEB. Além

disso, foi apresentado o cronograma estimado para a implantação do eSocial, que ficou da seguinte forma:

Empregador com faturamento superior a R$ 78 milhões em 2014: o A partir da competência maio de 2016, obrigatoriedade de prestação de informações por meio

do eSocial, exceto as relacionadas no próximo item;

o A partir da competência janeiro de 2017, obrigatoriedade da prestação de informação

referente à tabela de ambientes de trabalho, comunicação de acidente de trabalho,

monitoramento da saúde do trabalhador e condições ambientais do trabalho.

Qualquer atividade ou faixa de faturamento, inclusive órgãos públicos: o A partir da competência janeiro de 2017, obrigatoriedade de prestação de informações por

meio do eSocial, exceto as relacionadas no próximo item;

o A partir da competência julho de 2017, obrigatoriedade da prestação de informação referente

à tabela de ambientes de trabalho, comunicação de acidente de trabalho, monitoramento da

saúde do trabalhador e condições ambientais do trabalho.

   Também há novidades para a EFD Contribuições: um novo PVA (versão 2.0.11) foi disponibilizado para

escrituração do CF-e-SAT (registro C860) no Estado de São Paulo e foi publicada a versão 1.19 do Guia

Prático, contemplando, entre outras orientações, procedimentos para a escrituração do PIS/Pasep e da

COFINS no segmento de bebidas frias, alterado pela Lei nº 13.097/2015. Vale destacar ainda a publicação da

Nota Técnica nº 005/2015, contemplando os procedimentos a serem observados, na apuração do PIS/Pasep

e da COFINS, pelos fabricantes, importadores e comerciantes de bebidas frias, bem como foram atualizadas

as Tabelas 4.3.10 (bebidas frias), 4.3.11 (bebidas frias e embalagens) e 4.3.17 (alíquota de receitas

financeiras e de crédito presumido de bebidas frias).

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   Por fim, foi disponibilizada versão 1.0.2 do PVA para a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), trazendo as

seguintes alterações:

Registros M312 e M362: Esses registros passam a ser de preenchimento facultativo para PJ

Componente do Sistema Financeiro (0010.COD_QUALIF_PJ = “02”) ou Sociedades Seguradoras, de

Capitalização ou Entidade Aberta de Previdência Complementar (0010.COD_QUALIF_PJ = “03”), que

utilizam a forma de escrituração “B” (Balancetes Diários) na ECD e não informam lançamentos.

Para as PJ em Geral (0010.COD_QUALIF_PJ = "01"), nos registros M312 e M362, só devem ser

informados os novos lançamentos, ou seja, não é necessário repetir os números de lançamentos já

informados nos períodos anteriores.

   Separamos abaixo os links para download dos materiais e programas citados acima:

Download da nova apresentação do eSocial: clique aqui

Download do novo PVA da EFD Contribuições (versão 2.0.11): clique aqui

Download do novo Guia Prático da EFD Contribuições (versão 1.19): clique aqui

Download da Nota Técnica nº 005/2015 (operações com bebidas frias): clique aqui

Download do novo PVA da Escrituração Contábil Fiscal (ECF): clique aqui

Fonte: e-auditoria.com

Publicação da versão 3.1.9 do programa da Escrituração Contábil Digital (ECD)

22 de maio de 2015

Foi publicada a versão 3.1.9 do programa da ECD com a correção de erros da versão anterior e a implementação de mais um relatório para visualização (Balancete Mensal).

Fonte: Sítio do SPED

ECF - NOVO PVA OFICIAL VERSÃO 1.0.2

Pessoal,

Estamos com um novo PVA da ECF com as seguintes novidades:

Publicada a versão 1.0.2 do programa da Escrituração Contábil Fisca...

Foi publicada a versão 1.0.2 do programa da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) com a correção de erros da versão 1.0.1 e com a seguinte alteração:

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Registros M312 e M362: Esses registros passam a ser de preenchimento facultativo para PJ Componente do Sistema Financeiro (0010.COD_QUALIF_PJ = “02”) ou Sociedades Seguradoras, de Capitalização ou Entidade Aberta de Previdência Complementar (0010.COD_QUALIF_PJ = “03”), que utilizam a forma de escrituração “B” (Balancetes Diários) na ECD e não informam lançamentos.

Além disso, para as PJ em Geral (0010.COD_QUALIF_PJ = "01"), nos registro M312 e M362, só devem ser informados os novos lançamentos, ou seja, não é necessário repetir os números de lançamentos já informados nos períodos anteriores.

Fonte: SPED Brasil

EFD CONTRIBUIÇÕES - NOVO PVA 2.011 - NOVO GUIA PRÁTICO VERSÃO 1.19 - NOTA TÉCNICA 005/2015 E ATUALIZAÇÃO DE TABELAS

Pessoal,

Também estamos com um novo pva da EFD CONTRIBUIÇÕES, com as seguintes novidades:

1. Publicada a versão 2.0.11 do PVA, para escrituração do CF-e-SAT (registro C860) no Estado de São Paulo;

http://goo.gl/y4TPw0

2. Publicada versão 1.19 do Guia Prático, contemplando, entre outras orientações, procedimentos para a escrituração do PIS/Pasep e da Cofins no segmento de bebidas frias, alterado pela Lei nº 13.097/2015;

http://goo.gl/J2bKJ3

3. Publicada a Nota Técnica nº 005/2015, contemplando os procedimentos a serem observados, na apuração do PIS/Pasep e da Cofins, pelos fabricantes, importadores e comerciantes de bebidas frias;

NotaTecnica052015.doc

4. Atualizadas as Tabelas 4.3.10 (bebidas frias), 4.3.11 (bebidas frias e embalagens) e 4.3.17 (alíquota de receitas financeiras e de crédito presumido de bebidas frias).

Planilha Tributação Bebidas Frias - PIS_COFINS - Lei 13.097

Fonte: SPED Brasil

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Dúvidas Frequentes – Fcont, ECF e ECD 1. Fcont (Controle Fiscal Contábil de Transição)

1.1 – Plano de Contas

O plano de contas do Fcont não sofreu alteração e é o mesmo de 2013. O plano do Fcont tem que seguir as regras previstas na legislação de 31/12/2007.

1.2 – Obrigatoriedade

Estão obrigadas a transmitir o Fcont somente as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real que optaram pela não extinção do RTT em 2014, conforme Instrução Normativa RFB nº 1.492, de 17 de setembro de 2014.

2. ECF (Escrituração Contábil Fiscal)

2.1 – Importação da ECF e recuperação da ECD.

O arquivo da ECD não é importado para a ECF e sim recuperado. Primeiramente, deve ser criada uma ECF no próprio programa ou deve ser importado um arquivo da ECF, para, aí sim, recuperar o arquivo da ECD (recuperação de contas e saldos).

2.2 – Manual da ECF.

O Manual de Orientação do Leiaute da ECF (Escrituração Contábil Fiscal) está disponível para download no site do Sped em:

http://www1.receita.fazenda.gov.br/sistemas/ecf/download.htm

No Manual da ECF consta o plano de contas referencial para o ano-calendário 2014, que será o mesmo utilizado pela ECD.

2.3 – Assinatura

As regras previstas para assinatura da ECF constam na “Seção 3.1.5.1.7. Registro 0930: Identificação dos Signatários da ECF” do Manual de Orientação do Leiaute da ECF (Escrituração Contábil Fiscal) está disponível para download no site do Sped em:

http://www1.receita.fazenda.gov.br/sistemas/ecf/download.htm

2.4 – Empresas obrigadas

As empresas obrigadas a entregar a ECF constam na Instrução Normativa RFB no 1.422, de 19 de dezembro de 2013.

http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=48711

3.ECD (Escrituração Contábil Digital):

3.1 – Leiaute 3.0

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Conforme consta no Manual de Orientação do Leiaute da ECD, há três tipos de leiaute:

Leiaute 1 – Seção 3.1 do Manual – utilizado para escriturações até o ano-calendário 2012.

Leiaute 2 – Seção 3.2 do Manual – utilizado para escriturações do ano-calendário 2013.

Leiaute 3 – Seção 3.3 do Manual – utilizado para escriturações do ano-calendário 2014 em diante.

Você deve utilizar o leiaute 3.0, que é obrigatório para o ano-calendário 2014. Verifique a seção 3.3 do Manual de Orientação do Leiaute do Sped Contábil, disponível para download no site do Sped.

Por exemplo, o campo 2 do registro I010 deve ser informado com 3.00.

3.2 – Informações das demonstrações (J100 e J150):

O Sped Contábil apenas reproduz as informações prestadas pela empresa. No caso da DRE, a informação vem do registro J150. Portanto, se as receitas estão duplicadas é porque foram informadas dessa maneira no registro J150. Sugerimos que verifique tal registro e substitua a ECD, se for o caso.

3 – ReceitanetBX:

Todos os arquivos transmitidos via Sped Contábil podem ser baixados com a utilização do programa ReceitanetBX, disponível para download no site do Sped.

4 – Empresas com Registro em Cartório:

Não há taxa a pagar e deve gerenciar o requerimento.

De acordo com a Instrução Normativa no 1.420, de 19 de dezembro de 2013, as empresas registradas em cartórios estão dispensadas da autenticação para fins fiscais.

Portanto, para cumprir a obrigação acessória com a Receita Federal, transmita a escrituração via Sped Contábil.

Quanto aos cartórios, se houver necessidade, imprima a escrituração no programa do Sped Contábil e leve para autenticação.

Fonte: Sítio do SPED via Mauro Negruni

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Governo zera alíquotas de PIS e Cofins de determinadas receitas financeirasDecreto 8.451

Foi publicado no DO-U de hoje, 20-5, o Decreto 8.451 que mantém a alíquota zero de PIS e Cofins incidentes sobre as receitas financeiras decorrentes de variações monetárias, em função da taxa de câmbio, de:

a) operações de exportação de bens e serviços para o exterior;

b) obrigações contraídas pela pessoa jurídica, inclusive empréstimos e financiamentos; e

c) operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão organizado destinadas exclusivamente à proteção contra riscos inerentes às oscilações de preço ou de taxas quando, cumulativamente, o objeto do contrato negociado estiver relacionado com as atividades operacionais da pessoa jurídica e destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica.

O Decreto também define o que se considera elevada oscilação da taxa de câmbio, para fins de alteração do regime de reconhecimento das variações cambiais.

Link: http://www.coad.com.br/home/noticias-detalhe/66091/governo-zera-aliquotas-de-pis-e-cofins-de-determinadas-receitas-financeiras

IRPJ/CSLL/PIS e Cofins – Variação Monetária - Regime de Caixa ou Competência Foi publicado no DOU de hoje, 20.05.2015, o Decreto nº 8.451, de 19 de maio de 2015, que define o que se considera “elevada oscilação da taxa de câmbio” para fins de alteração do regime de reconhecimento das variações monetárias e altera também o Decreto nº 8.426/2015.

1 - Conforme determina o art. 30 da MP nº 2.158-35/2001, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica), da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), do PIS/Pasep e da Cofins, quando da liquidação da correspondente operação. Contudo, à opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas segundo o regime de competência, sendo que esta opção aplicar-se-á a todo o ano-calendário.

O direito de alterar o regime adotado acima mencionado, no decorrer do ano-calendário, é restrito aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de câmbio. Segundo a norma em questão, ocorre elevada oscilação da taxa de câmbio quando, no período de um mês-calendário, o valor do dólar dos Estados Unidos da América para venda apurado pelo Banco Central do Brasil sofrer variação, positiva ou negativa, superior a dez por cento.

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Verificada a elevada oscilação da taxa de câmbio mencionada, a alteração do regime para reconhecimento das variações monetárias poderá ser efetivada no mês-calendário seguinte àquele em que ocorreu, na forma definida em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda. Lembrando que o novo regime adotado se aplicará a todo o ano-calendário.

Na hipótese de ter ocorrido elevada oscilação da taxa de câmbio nos meses de janeiro a maio de 2015, a alteração de regime poderá ser efetivada no mês de junho de 2015.

2 - Em relação ao Decreto nº 8.426/2015, que restabeleceu, com efeitos a partir de 1º.07.2015, as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa das referidas contribuições, a norma em referência determina que:

- ficam mantidas em zero as alíquotas das contribuições incidentes sobre receitas financeiras decorrentes de variações monetárias, em função da taxa de câmbio, de operações de exportação de bens e serviços para o exterior e de obrigações contraídas pela pessoa jurídica, inclusive empréstimos e financiamentos; e

- ficam mantidas em zero as alíquotas das contribuições incidentes sobre receitas financeiras decorrentes de operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão organizado destinadas exclusivamente à proteção contra riscos inerentes às oscilações de preço ou de taxas quando, cumulativamente, o objeto do contrato negociado estiver relacionado com as atividades operacionais da pessoa jurídica e destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica.

Fonte: CPAEnviar por e-mail BlogThis! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compartilhar com o Pinterest

VARIAÇÕES MONETÁRIAS

Nos contratos de empréstimos, financiamentos, debêntures ou direitos creditórios, podem ser estipuladas regras para atualização dos valores, com a utilização de índices específicos (como o IGP-M).

As variações monetárias constituem-se em receita ou despesa, devendo ser contabilizadas pelo Regime de Competência.

Os empréstimos e financiamentos contratados em moeda corrente nacional devem ser corrigidos monetariamente com base nos índices previstos nos contratos. 

Tratando-se de empréstimos pagáveis em moeda estrangeira, estes são atualizados pela variação cambial ocorrida entre a data do empréstimo ou do último saldo atualizado e a data do balanço. As variações monetárias passivas serão registradas contabilmente na própria conta que registra o empréstimo ou financiamento, tendo como contrapartida uma conta de despesa operacional.

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As variações monetárias ativas (ganhos) serão registradas a débito da conta que originou o ganho e a crédito de uma conta de receita operacional.

Câmara aprova texto-base da MP que aumenta tributos de importação

20 de maio de 2015

Nesta quarta-feira, deputados vão analisar propostas de alteração na medida. A MP integra o ajuste fiscal do governo.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (19) o texto-base da Medida Provisória 668/15, que aumenta as alíquotas de duas contribuições incidentes sobre as importações, o PIS/Pasep-Importação e a Cofins-Importação. Na regra geral, elas sobem de 1,65% e 7,6% para 2,1% e 9,65%, respectivamente.

O texto-base, de autoria do deputado Manoel Junior (PMDB-PB), foi aprovado por 323 votos a 125. Quatro destaques que buscavam mudar o texto também foram votados nesta terça, mas acabaram rejeitados.

Nesta quarta-feira (20), os deputados continuam a votar os destaques apresentados, que tratam de temas como a permissão para o Legislativo realizar parcerias público-privadas e benefícios fiscais para bancos em liquidação e para empresas de informática.

Indústria nacionalSegundo o governo, o objetivo da MP é dar isonomia de tributação aos produtos importados em relação aos nacionais para proteger a indústria brasileira. “Faz-se justiça com a indústria nacional, que não pode perder competitividade com produtos de outros países”, disse o líder do PT, deputado Sibá Machado (AC).

O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), no entanto, disse que o aumento de tributos vai resultar em maior inflação. “O importador não vai ficar no prejuízo, é o consumidor final que vai pagar a conta”, disse. Sobre medicamentos, segundo ele, o aumento será de cerca de 6,5%.

Aumento de arrecadaçãoCom o reajuste dos tributos, prevê-se uma arrecadação extra de R$ 694 milhões em 2015 e de R$ 1,19 bilhão anualizada. As novas alíquotas estão vigentes desde 1º de maio deste ano.

O aumento vale para a importação de mercadorias. Os pagamentos por serviços continuam com as alíquotas atuais, que, somadas, dão 9,25%.

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Apesar de as contribuições ficarem, para grande parte das mercadorias, em 11,75%, a atual Lei 10.865/04 já estipula alíquotas maiores para determinados tipos de produtos, que também são majoradas com a MP.

Incluem-se nesse caso produtos farmacêuticos (medicamentos a granel, soros, derivados de sangue, contraceptivos); de perfumaria, toucador e de higiene (perfumes, xampu, escova de dentes); máquinas e veículos (para terraplanagem, ceifadeiras, tratores, ônibus, automóveis e caminhões); pneus e câmaras-de-ar novos; autopeças; e papel.

Para o deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), o aumento no PIS/Cofins fortalecerá a arrecadação da seguridade social. “Se queremos benefícios, investimentos em saúde pública, evitar que jovens entrem no mundo do crime, há de se fortalecer o sistema de seguridade para repor a arrecadação”, disse.

Rodrigues explicou que o governo perdeu uma ação no Supremo Tribunal Federal sobre a base de cálculo desses dois tributos e, portanto, tem de repor a arrecadação. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), no entanto, disse que a ação já foi perdida há mais de dez anos e denunciou a “fúria arrecadatória” do governo. “O País tem as maiores taxas da galáxia”, afirmou.

Fonte: Agência Câmara

PIS e Cofins: importadoras não podem aproveitar créditos

Atualmente, são os importadores e industriais desses segmentos os responsáveis pelo recolhimento do PIS e da COFINS que incidem sobre toda a cadeia produtiva e o consumo.

As empresas do Lucro Presumido que importam produtos de perfumaria, toucador e higiene pessoal e fazem o recolhimento pelo regime monofásico de tributação não podem aproveitar os créditos de Cofins/PIS- Pasep, conforme determinou a  Solução de Consulta COSIT nº 108, publicada no Diário Oficial da União de 8 de maio de 2015. Atualmente, são os importadores e industriais desses segmentos os responsáveis pelo recolhimento do PIS e da COFINS que incidem sobre toda a cadeia produtiva e o consumo.

Segundo o consultor tributário da IOB|Sage, Antonio Teixeira, os contadores devem orientar as empresas sujeitas ao regime de apuração cumulativa da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, que importam produtos como perfumes, águas de colônia, maquiagens, cremes, bronzeadores, xampus, condicionadores, alisadores de cabelo, depiladores, desodorantes e outros itens, sobre os quais atualmente incidem as alíquotas de 3,52% de PIS/Pasep-Importação e de 16,48% referente à Cofins-Importação, sobre o valor aduaneiro, de acordo com a Lei nº 10.865/2004, com a redação dada pela Medida Provisória nº 668/2015.

A norma emitida pela Receita Federal determina que a pessoa jurídica estará sujeita à incidência da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins às alíquotas concentradas de 2,2% e de 10,3%, respectivamente, sobre a receita bruta de venda dos produtos importados, bem como sobre a receita de revenda de qualquer dos produtos citados.

“Sendo assim, devido ao regime de apuração cumulativa, que, em regra, não permite a apropriação de créditos, esse contribuinte não poderá apurar os créditos a serem descontados da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins em relação às importações sujeitas ao pagamento da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins/Importação, conforme a Lei 10.865, de 2004”, explica Teixeira.

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O especialista da IOB|Sage ressalta que, no caso específico dos sabões e dos produtos para higiene bucal as alíquotas da contribuição para o PIS-Pasep e da contribuição para o PIS-Pasep/Importação, da Cofins e da Cofins-Importação incidentes sobre a receita decorrente da venda no mercado interno e sobre a importação de tais produtos equivale a zero, conforme a Lei nº 10.925/2004.

Link: http://www.deducao.com.br/noticia/1205-pis-e-cofins-importadoras-nao-podem-aproveitar-creditos

5 Dicas sobre Substituição TributáriaAs regras variam de Estado para Estado, e as multas pelo cálculo ou recolhimento incorretos são consideráveis.

A substituição tributária do ICMS é uma questão que sempre gera dúvidas entre os contribuintes, e que requer muito cuidado para não ser feita da forma incorreta. As regras variam de Estado para Estado, e as multas pelo cálculo ou recolhimento incorretos são consideráveis. Por isso, elaboramos cinco dicas fundamentais para você evitar problemas na hora de calcular a substituição tributária do ICMS.

1. A substituição se aplica apenas a alguns produtos e serviços

Não são todos os produtos que estão sujeitos à substituição tributária. Como isso depende de acordos e convênios entre os Estados, eis alguns que estão incluídos nos convênios e protocolos assinados por todos ou pela maioria dos Estados brasileiros: fumo (cigarros e charutos); tintas e vernizes; motocicletas e automóveis; pneumáticos; cervejas, refrigerantes, chope, água e gelo; cimento; combustíveis e lubrificantes; material elétrico.

Outros produtos foram objeto de protocolos subscritos apenas por alguns Estados, e estão sujeitos ao regime da substituição tributária apenas em operações interestaduais. É o caso de discos e fitas virgens e gravadas; baterias; pilhas; lâminas de barbear; cosméticos; materiais de construção.

O ICMS recai também sobre os serviços de transporte interestadual e intermunicipal, fornecimento de energia elétrica e gás, e de comunicação (telefonia, internet, tv a cabo, etc).

2. As regras para a substituição tributária variam de Estado para Estado

Como ICMS é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal, as regras nem sempre são as mesmas para as 27 unidades da Federação. Portanto, é importante que o contribuinte analise toda operação interestadual antes do fechamento de qualquer venda, e obtenha todas as informações sobre a tributação incidente sobre a operação para não ser surpreendido pelo pagamento do ICMS por substituição tributária ou antecipação.

3. Entender a mecânica dos créditos de ICMS traz benefícios para a empresa

A Lei Kandir, que instituiu o ICMS, também previa a substituição tributária e o direito ao crédito do ICMS, abatendo das respectivas saídas o imposto pago na aquisição de produtos e mercadorias e serviços. Desta forma, é assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força da substituição tributária.

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4. Substituição tributária deve integrar o cálculo do preço final dos produtos

Em função das alíquotas do ICMS, que variam de 7% a 18%, (sem contar os Estados em que há o fundo de pobreza, nos quais essa alíquota pode aumentar), é importante que o empresário simule todas as operações de compra de insumos e venda de produtos para encontrar um preço final competitivo e viável financeiramente. A substituição tributária também deve ser levada em consideração para efetuar o planejamento tributário da empresa, estimando o volume de tributos que deverão ser recolhidos durante o ciclo de produção/venda.

5. Adquira o hábito de consultar um simulador tributário

Diante da complexidade do tema, e do peso da carga tributária no Brasil, é fundamental para as empresas adotar a prática de usar um simulador para calcular a substituição tributária, e os créditos de ICMS em cada operação. Uma boa opção é o simulador tributário da IOB, que abrange as regras dos 27 Estados, indica o CFOP nas operações simuladas, audita a NF de entrada simulando a operação de saída do fornecedor, e ainda informa a quantidade completa de dígitos de NCM, para uma pesquisa mais assertiva na TIPI.

Link: http://www.iobsimuladortributario.com.br/news/st/cinco-dicas-sobre-substituicao-tributaria.jsf

Operação Soja Papel: STJ começa a julgar discussão milionária entre Tigre e Deloitte

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou a julgar ontem um processo em que a Tigre Tubos e Conexões pede indenização por danos materiais e morais à Deloitte por planejamento tributário que, posteriormente, foi considerado evasão fiscal pela Fazenda de São Paulo. A Tigre alega que teve prejuízos de quase R$ 40 milhões com a chamada “Operação Soja Papel”. O relator do processo, Ricardo Villas Bôas Cueva, único a se manifestar na sessão, votou, porém, pela devolução apenas do valor pago pelo serviço de consultoria, negando a indenização. Na sequência, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista.

No processo, a Tigre alega que a Deloitte lhe propôs um planejamento tributário envolvendo exportação de soja. O produto chamava-se “Geração de ICMS e crédito presumido de IPI em decorrência de exportação”, e era uma complexa operação para a aquisição de beneficiamento e exportação de óleo e farelo de soja, com o objetivo de obter créditos fiscais, com a participação de outras empresas.

De acordo com o processo, para exercer atividade agropecuária, a Tigre alterou seu estatuto social. Entre 2003 e 2004, foram realizadas 13 operações até que, no fim daquele ano, em uma fiscalização de Secretaria da Fazenda de São Paulo, que enveredou pelo campo penal, a empresa foi condenada a devolver cerca de R$ 37,6 milhões por exportações fictícias- o valor dos danos materiais pedidos no processo, de acordo com seu advogado, Marcelo Henriques Ribeiro.

A Deloitte, por sua vez, alega na ação que a responsabilidade pelo fracasso da operação com a soja é da Tigre e pede também danos morais no processo.

Na primeira instância, a Deloitte foi condenada a pagar R$ 47,6 milhões, o que inclui danos materiais e R$ 10 milhões de danos morais. A decisão, porém, foi reformada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-

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SP).

Os desembargadores entenderam que a Deloitte deveria apenas devolver os valores que foram pagos pelo serviço – R$ 174 mil em valores da época, aproximadamente R$ 500 mil em valores atualizados, segundo um dos advogados da consultoria, Leonel Affonso Jr.

O TJ-SP considerou que a Deloitte não prestou uma boa assessoria, mas que a Tigre teria condições de conhecer a operação em que se envolvia. A decisão, afirmou Manuel Affonso Ferreira, em sustentação oral pela Deloitte no STJ, foi assentada em provas de que ela não teve participação na produção, aquisição, armazenamento ou exportação da soja. “Verificar a existência física da soja não era atribuição da Deloitte, mas da Tigre”, disse.

Para o advogado da Tigre, Marcelo Henriques Ribeiro, o entendimento do TJ-SP foi equivocado. “O acordão aplicou de modo invertido o princípio da boa-fé, dizendo que a Tigre deveria ter desconfiado da Deloitte”, afirmou em sustentação oral.

O entendimento do TJ-SP, porém, foi mantido pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva. Para ele, a Deloitte deveria devolver à Tigre apenas o valor pago pela prestação do serviço, considerado defeituoso.

A Tigre, acrescentou, nunca poderia alegar desconhecimento das operações fraudulentas, porque a Deloitte estava no seu comitê fiscal e, além disso, ela se preparou para a operação alterando seu estatuto social e tinha a responsabilidade de fiscalizar o negócio. “A situação fática não permite considerar que a autora tenha sido enganada”, disse.

A Tigre não foi a única empresa a entrar na Justiça com pedido de danos materiais por causa da “Operação Soja Papel”. Um processo semelhante da Casas Pernambucanas aguarda julgamento na 4ª Turma desde outubro de 2014. O relator é o ministro Luis Felipe Salomão. De acordo com Affonso Jr., que representa a Deloitte, a ação envolvendo a Tigre é a primeira que começa a ser julgada no STJ de um total de quatro que tramitam na Justiça sobre essa matéria.

Fonte: Valor Econômico

Simples Nacional: Revenda de Produtos Farmacêuticos, Perfumaria e Higiene12/05/2015 Deixe um comentário

Há redução dos percentuais relativos ao PIS/Pasep e à COFINS constantes das Tabelas do Anexo I, da Lei Complementar 123, de 2006, quando ocorrer a revenda de mercadorias sujeitas à tributação concentrada do PIS/Pasep e da COFINS, quanto a produtos farmacêuticos, de perfumaria e higiene pessoal.

Para apuração do valor do Simples Nacional, devido em cada mês, relativo às mesmas receitas, devem ser desconsiderados nas respectivas tabelas do Anexo I, da mesma Lei Complementar, os percentuais referente ao PIS/Pasep e à COFINS.

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Base: Lei Complementar 123, art. 18, caput e § 4º, inciso IV, e §§ 12,13 e 14, inciso I, alíneas “a” e “b” , Resolução CGSN nº 94, de 2011 e alterações posteriores, art. 25, inciso I alínea “b’ e Solução de Consulta Disit/SRRF 9.012/2015.

Qual a Receita a Considerar na Cobrança de Créditos de Terceiros?Supermercados, lojistas, casas lotéricas e empresas de cobrança realizam transações de recebimento de contas de terceiros (água, luz, telefone, contas, boletos) e repassam os valores posteriormente, ganhando uma comissão como remuneração dos serviços prestados.

Contabilmente, deve ser dada devida atenção para o registro de tais operações. Sugere-se a criação, no plano de contas contábil, de um grupo especial do passivo, denominada “cobranças por ordem de terceiros”, onde se debitará (quando do recebimento de alguma conta) o ativo correspondente (caixa, bancos conta movimento) e se creditará a obrigação do repasse.

Pelo regime de competência, se fará a apropriação da receita do serviço, debitando-se a conta passiva e creditando-se conta de resultado (serviços de cobranças). Este valor será tributável pelo ISS e demais tributos (PIS, COFINS, Simples Nacional).

Então temos o seguinte esquema:

1. Pelo recebimento de conta de luz, em dinheiro, pelo supermercado XYZ, no valor de R$ 100,00:

D- Caixa (Ativo Circulante)

C- Cobrança por Ordem de Terceiros (Passivo Circulante)

R$ 100,00

2. Pela contabilização da receita respectiva à comissão de cobrança (admitindo-se que o repasse seja de R$ 1,50 por conta cobrada):

D – Cobrança por Ordem de Terceiros (Passivo Circulante)

C – Receita de Serviços de Cobrança (Resultado)

R$ 1,50

3. Pelo repasse do valor líquido da cobrança à companhia contratante (no caso, a concessionária de luz):

D – Cobrança por Ordem de Terceiros (Passivo Circulante)

C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

R$ 98,50

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Nota: para fins tributários, o conceito de Receita Bruta é determinada conforme art. 12 do Decreto Lei 1.598/1977 (na nova redação dada pela Lei 12.973/2014), adiante reproduzido:

A receita bruta compreende:

I – o produto da venda de bens nas operações de conta própria;

II – o preço da prestação de serviços em geral;

III – o resultado auferido nas operações de conta alheia; e

IV – as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III.

Conclusão: na hipótese de cobrança de créditos de terceiros, para fins tributários e também contábeis, a receita é similar ao resultado auferido nas operações de conta alheia, ou seja, R$ 1,50 (R$ 100,00 – R$ 98,50) no exemplo mencionado. É errado considerar a receita como o valor bruto (R$ 100,00), tanto contabilmente como para fins tributários.

Governo flexibiliza opção por regime contábil de empresas diante de oscilação cambialEmpresas poderão fazer mudança pelo regime de caixa ou de competência sempre que o dólar subir ou cair mais do que 10% no mês anterior

Marcela Ayres, Priscila Jordão

O governo publicou decreto nesta quarta-feira que permite às empresas alterar com mais flexibilidade sua estratégia de reconhecimento contábil em função das variações da taxa de câmbio, após expressiva valorização da moeda norte-americana ante o real no ano.

A partir de agora, as empresas poderão fazer uma mudança pelo regime de caixa ou de competência sempre quando o dólar subir ou cair mais do que 10 por cento no mês anterior.

Segundo o coordenador substituto de Tributos sobre a Produção e Comércio Exterior, Roni Peterson Bernardino de Brito, essa regra já existia, mas ainda não tinha sido disciplinada.

Diante das variações mais acentuadas da divisa norte-americana observadas em 2015, Brito afirmou que a escolha por um ou outro regime --que antes devia ser feita em janeiro e mantida no restante do ano-- poderá melhorar o fluxo de caixa das companhias.

A medida é retroativa ao início deste ano. Por isso, como o dólar já subiu mais de 10 por cento no mês de março, as empresas poderão adotar novo regime a partir de junho, caso queiram.

Enquanto o regime de caixa considera os resultados da operação na data da liquidação financeira, o regime de competência leva em conta as variações mensais da taxa de câmbio, independentemente de a liquidação financeira ter ou não ocorrido.

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No mesmo decreto, o governo também alterou decreto anterior de abril deste ano que restabeleceu as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins sobre receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa.

Na época, determinou-se o restabelecimento da cobrança do PIS/Cofins sobre receita financeira, incluindo operações de hedge (proteção), a uma alíquota conjunta de 4,65 por cento.

Reagindo à pressão das empresas exportadoras, estabeleceu-se agora que ficarão mantidas em zero as alíquotas das contribuições sobre receitas financeiras decorrentes de variações em função da taxa de câmbio de operações de exportação de bens e serviços e obrigações contraídas por pessoas jurídicas como empréstimos e financiamentos.

Ademais, ficam mantidas em zero as contribuições incidentes sobre receitas decorrentes de operações de hedge destinadas à proteção quando o objeto do contrato for relacionado a atividades operacionais da empresa ou à proteção de direitos e obrigações.

"Verificamos a necessidade de alguns ajustes, a maioria levantados por empresas exportadoras", disse Brito.

Na época do decreto de abril, o governo havia estimado arrecadação de 2,7 bilhões de reais neste ano com a medida. Segundo Brito, o impacto na diminuição desse montante não será sensível com os ajustes recém-feitos.

"A maior arrecadação não advém dessas operações que nós desoneramos, advém dos outros investimentos e das operações especulativas", disse. "Nossa expectativa é que não haja relevante redução de arrrecadação."

Ele explicou ainda que, a partir da possibilidade de mudança do regime contábil, as companhias também poderão traçar suas estratégias no tocante ao restabelecimento da tributação sobre receitas financeiras.

"Se eu estou no regime de competência eu posso sofrer a tributação que nós restabelecemos das receitas financeiras, porque a minha receita fica oscilando conforme o câmbio. Se estou no regime de caixa, já tenho uma proteção porque só vou pagar na data da liquidação", exemplificou.

"Zerar a tributação sobre operações de hedge cambial é certamente uma boa notícia que atende a uma demanda do mercado", disse a presidente da Anbima, Denise Pavarina.

O restabelecimento da tributação sobre as receitas financeiras valerá a partir de 1o de julho, já considerando os ajustes instituídos no decreto desta quarta-feira.

(Reportagem adicional de Aluísio Alves)

Link: http://www.dci.com.br/financas/governo-flexibiliza-opcao-por-regime-contabil-de-empresas-diante-de-oscilacao-cambial-id468528.html

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MEI tem 6 dias para fazer declaração à Receita 26 de maio de 2015

Os Microempreendedores Individuais (MEIs) de todo o País têm até o dia 31 de maio à Receita Federal para enviar a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-Simei), ano base 2014.. O documento mantém o empreendedor em dia com as obrigações fiscais e garante benefícios previdenciários como aposentadoria, auxílio-doença e licença-maternidade, entre outros, informa a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE).

É considerado microempreendedor individual a pessoa que trabalha por conta própria, legalizada como empresário, fatura no máximo R$ 60 mil por ano e não tem participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI pode ter até um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Nessa condição, ganha cidadania empresarial, com CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e acesso à nota fiscal, entre outros benefícios.

Na declaração, o MEI deve apresentar o faturamento, informar se contratou funcionário e descrever suas despesas. O microempreendedor que não cumprir o prazo estará sujeito à multa, terá seus benefícios suspensos e poderá até ser excluído do Simples Nacional. A multa é estipulada pelo Fisco, conforme cada caso. Para fazer a declaração, acesse o link: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual/declaracao-anual-dasn-simei-1

O MEI está enquadrado no Simples Nacional e fica isento de tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL), tendo como despesas o pagamento mensal de R$ 39,40 (INSS) acrescido de R$ 5 (prestadores de serviço) ou R$ 1 (comércio e indústria).

Fonte: DCI SP

Plenário mantém em MP aumento de tributo para medicamentos importados

21 de maio de 2015

O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, por 311 votos a 137, o destaque do DEM à Medida Provisória 668/15, que pretendia excluir o aumento do PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação para produtos farmacêuticos (medicamentos a granel, soros, derivados de sangue, contraceptivos); de perfumaria, toucador e de higiene (perfumes, xampu, escova de dentes).

Os deputados já aprovaram o texto-base da MP, de autoria do deputado Manoel Junior (PMDB-PB), que inclui diversos outros assuntos ao tema original da medida.

A MP 668/15 aumenta as alíquotas dessas contribuições incidentes sobre as importações. Na regra geral, elas sobem de 1,65% e 7,6% para 2,1% e 9,65%, respectivamente.

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Está em análise, no momento, destaque do PSD que pretende excluir do texto apenas o aumento desses tributos em relação aos produtos farmacêuticos (medicamentos a granel, soros, derivados de sangue, contraceptivos).

Fonte: Agência Câmara

ICMS: CRÉDITOS MUITAS VEZES ESQUECIDOSAs operações diárias podem esconder várias formas admissíveis de creditamento de ICMS, que podem não estar sendo aproveitadas pelas empresas contribuintes deste imposto.

Destacamos algumas formas mais comuns de créditos habitualmente não aproveitados:

1) Fretes CIF: registrados na conta "despesas com fretes", frequentemente deixam os respectivos conhecimentos de serem escriturados no Registro Fiscal de Entradas. O ICMS do frete CIF, decorrente de operações de saídas tributadas, é creditável.

2) Imobilizado: a aquisição de bens para o imobilizado gera crédito. Para detectar se os mesmos estão sendo creditados, basta conciliar os códigos de entradas (CFOP 1.551 + 2.551) no Registro de Entradas com as respectivas contas contábeis.

3) Energia: um estabelecimento industrial que mantém várias contas de energia pode estar deixando de creditar alguma delas. É necessário conciliar o razão das contas de custos com energia com o respectivo código no registro de entradas (CFOP 1.252 +2.252).

4) Aquisições de combustíveis/lubrificantes mediante Cupom Fiscal: as empresas que mantém veículos para distribuição de suas mercadorias tributadas podem estar adquirindo o respectivo combustível sem registrar o crédito, cujas despesas são contabilizadas em "despesas de combustível" ou "despesas com veículos".

5) Comunicações: o ICMS pago nos serviços de comunicação (telefone, internet, etc.) é creditável quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais.

Apesar dos valores individuais serem pequenos, num período mais longo, as diferenças podem ser significativas. Assim, por exemplo, um montante de R$ 1.000,00/mês de créditos de ICMS que não foram aproveitados poderão gerar até R$ 12.000,00/ano de pagamento a maior deste imposto.

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Receita aposta em regularização espontâneamaio 20, 2015 em Geral por Karin Rosário208 visualizações

20.05.2015

São Paulo – A Receita Federal do Brasil (RFB) quer estimular os grandes contribuintes a regularizar débitos fiscais de forma espontânea, antes mesmo de uma investigação formal. O intuito é elevar a arrecadação.

Segundo tributaristas, a mensagem veio embutida na Portaria nº 641 da Receita, publicada na semana passada. A norma explica como o fisco vai monitorar os maiores contribuintes – tanto pessoas físicas quanto empresas -, que hoje representam 63% da arrecadação federal.

Apesar de o acompanhamento diferenciado dos grandes já ser uma política conhecida, há novidades. Uma delas é que o fisco pretende agir com maior rapidez diante de mudanças de comportamento tributário, comenta o sócio do Dias de Souza Advogados Associados, Douglas Guidini Odorizzi.

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“Se a Receita identificar que aquele contribuinte parou de pagar um tributo, o auditor vai ligar, mandar um e-mail ou intimar a pessoa a se justificar”, afirma o tributarista. A possibilidade de que a Receita faça questionamentos por meio de ligação telefônica é outra novidade da portaria.

Rapidez

O sócio da Advocacia Lunardelli, Pedro Lunardelli, entende que esses pedidos de esclarecimentos devem ocorrer até mesmo no mês seguinte do vencimento do imposto. “A Receita está deixando claro que acompanhará as operações dia a dia”, afirma ele. Até então, era mais comum que o fisco conferisse a arrecadação com alguns anos de atraso.

Com os pedidos de esclarecimento mais rápidos, o fisco ganha margem para convencer o contribuinte a regularizar a situação. “Essa aceleração é uma forma de otimizar a cobrança”, comenta Lunardelli.

Esse tipo de procedimento evita que a irregularidade dê início a um ciclo composto por investigação, auto de infração, ação administrativa e ação judicial. “Esse processo demora anos parar virar receita [para o governo]. É um mecanismo que não tem efetividade”, comenta o Odorizzi.

O raciocínio é confirmado pela fala do subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Francisco Assis de Oliveira. No último dia 12, quando foi publicada a portaria, ele afirmou que “o acompanhamento dos diferenciados também contempla uma diretriz importante: a redução da litigiosidade (discussões na Justiça) por meio das iniciativas de conformidade tributária que é a autorregularização”.

Padrão

Outra diretriz reforçada pelo fisco é a de acompanhar o comportamento tributário de empresas com base no setor ou segmento de negócios. Assim, qualquer movimento fiscal que saia do padrão num determinado setor deve ser identificado com mais facilidade, afirma Lunardelli. Isso diminuiria as chances de que a empresa faça qualquer manobra fiscal sem despertar a atenção da Receita da Federal.

O sócio do Dias de Souza comenta que frente à elevação na taxa de juros e no custo dos empréstimos, não é raro que nos momentos de crise as empresas deixem de pagar os impostos. Segundo ele, isso ocorre porque as multas e os juros das dívidas fiscais cedo ou tarde acabam sendo resolvidas por meio dos programas de parcelamento do governo, os chamados Refis.

Na última vez que houve foi aberto este tipo de programa, afirma Odorizzi, o governo ofereceu perdão total das multas (de 75%, 150%, ou mais) e pagamento só de pouco mais que a metade dos juros devidos, que acompanham a Selic.

Levando em conta que os programas de refinanciamento são abertos sempre a cada dois ou três anos, segundo o tributarista, os empresários acabam considerando o risco de assumir dívida fiscal no momento de crise. “Em outros casos é a única alternativa do empresário”, acrescenta ele. Seja qual for a razão, a perspectiva é a de que o monitoramento do fisco dificulte esse tipo de conduta.Por: Roberto Dumke

Fonte: DCI

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CPRB Não Se Aplica a Entidades sem Fins LucrativosSolução de Consulta Disit/SRRF 6.021/2015

Através da Solução de Consulta Disit/SRRF 6.021/2015, a Receita Federal pronunciou-se no sentido que as entidades ou associações sem fins lucrativos não se enquadram no conceito de empresa previsto no inciso VII do art. 9º da Lei nº 12.546, de 2011.

Portanto, não se aplica a tais entidades o art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, que prevê a incidência de contribuição previdenciária substitutiva sobre a receita bruta (CPRB).

Link: http://guiatributario.net/2015/05/20/cprb-nao-se-aplica-a-entidades-sem-fins-lucrativos/

Governo Eleva a Alíquota da CSLL para Instituições Financeiras e Assemelhadas22/05/2015 Deixe um comentário

Através da Medida Provisória 675/2015, o Governo Federal elevou a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL), de 15% para 20%, para as pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº   105, de 10 de janeiro de 2001 (instituições financeiras).

A elevação entra em vigor a partir de 01.09.2015.

Supremo modula decisão que declarou inconstitucional benefício de ICMS O Supremo Tribunal Federal decidiu se adiantar na discussão sobre a convalidação dos efeitos da chamada guerra fiscal. Ao declarar inconstitucional uma lei paranaense que concedia benefício fiscal sem autorização do Confaz, o tribunal modulou os efeitos da decisão para a partir da data do julgamento, que aconteceu no dia 11 de março. O relator da decisão foi o ministro Luis Roberto Barroso. O ministro Marco Aurélio ficou vencido por não concordar com a modulação.

Guerra fiscal foi o apelido dado aos inúmeros benefícios tributários concedidos por alguns estados para atrair empresas. A guerra é porque os estado que adotam a prática são os de atividade econômica menos desenvolvida. E o fazem em detrimento dos estados mais industrializados, como os da região Sudeste.

A decisão do dia 11 foi mais uma declaração de inconstitucionalidade da guerra fiscal. O Supremo entendeu que a Lei estadual 14.985/2006, do Paraná, é inconstitucional por violar o artigo 155, parágrafo

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2º, inciso XII, alínea “g”, da Constituição Federal. O dispostivo remete à Lei Complementar 24/1975, a qual define que só decisão unânime do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) pode autorizar estados a conceder benefícios fiscais.

O dispositivo paranaense concedida descontos de ICMS a empresas que importassem mercadorias por meio dos aeroportos de Paranaguá e Antonina. A novidade da decisão do Supremo está na modulação.

A inconstitucionalidade da guerra fiscal é uma decisão tão recorrente ao STF que tramita na corte uma Proposta de Súmula Vinculante (PSV 69) sobre o tema. O autor da proposta é o ministro Gilmar Mendes, que não esteve presente ao julgamento da ADI sobre a lei paranaense.

Com a decisão, o Supremo sinaliza como deve se posicionar caso venha a, de fato, editar a súmula. No início deste ano, senadores pediram ao tribunal que a PSV não fosse levada adiante. A reclamação era que há diversos projetos de lei em andamento no Congresso, mas a falta de consenso estava justamente na forma de proibição da guerra fiscal — ou, se a questão for pensada ao contrário, da validação dos benefícios até agora concedidos.

O próprio ministro Gilmar Mendes já havia se colocado contra a edição da súmula sem antes discutir de que forma seria feita a modulação. Com a decisão do dia 11 de março, o ministro Barroso acabou dando pistas sobre como isso vai acontecer.

Boa-féDe acordo com a ementa do acórdão, a modulação “decorre da ponderação entre a disposição constitucional e os princípios da boa-fé e da segurança jurídica”. Barroso, portanto, pondera que a lei paranaense ficou em vigor por oito anos até ser cassada pelo Supremo. E, se alguma empresa se beneficiou dos descontos em ICMS oferecidos pelo estado com a lei, o fez de boa-fé, segundo o ministro.

A interpretação evita alguns problemas que já se desenham no Judiciário. O Superior Tribunal de Justiça já julgou pelo menos um caso de ação penal aberta pelo Ministério Público contra empresa que se beneficiou de desconto em ICMS concedido no contexto de guerra fiscal.

E a decisão do STJ foi a de trancar a ação. "A guerra fiscal entre os estados não pode ensejar uma persecução penal se os contribuintes, em face do benefício fiscal, recolhem o ICMS segundo o princípio da não cumulatividade e não se valem de artifícios fraudulentos com o fim de reduzir ou suprimir o pagamento dos tributos", decidiu o tribunal no Habeas Corpus 196.262.

ADI 4.481

Veja a ementa do acórdão:

Ementa:. I. TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL QUE INSTITUI BENEFÍCIOS FISCAIS RELATIVOS AO ICMS. AUSÊNCIA DE CONVENIO INTERESTADUAL PRÉVIO. OFENSA AO ART. 155, § 2o, XII, g, DA CF/88. II. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS.1. A instituição de benefícios fiscais relativos ao ICMS so pode ser realizada com base em convenio interestadual, na forma do art. 155, §2o, XII, g, da CF/88 e da Lei Complementar no 24/75.2. De acordo com a jurisprudência do STF, o mero diferimento do pagamento de débitos relativos ao ICMS, sem a concessão de qualquer redução do valor devido, nao configura beneficio fiscal, de modo que pode ser estabelecido sem convênio prévio.3. A modulação dos efeitos temporais da decisão que declara a inconstitucionalidade decorre da ponderação entre a disposição constitucional tida por violada e os princípios da boa-fé e da segurança

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jurídica, uma vez que a norma vigorou por oito anos sem que fosse suspensa pelo STF. A supremacia da Constituição e um pressuposto do sistema de controle de constitucionalidade, sendo insuscetível de ponderação por impossibilidade lógica.4. Procedência parcial do pedido. Modulação para que a decisão produza efeitos a contatar da data da sessão de julgamento.

Fonte: Consultor Jurídico

Nova era contábil nas empresas Nova lei além de exigir auditoria nas demonstrações contábeis, obrigou-as a se adequarem às normas emitidas pelo IFRS

Desde a emissão da lei 11.638, sancionada pelo Governo Federal Brasileiro no final de 2007, alterando a lei 6.404/76 (Lei das S.A.s), as empresas de grande porte passaram a ter a exigência de auditar seus balanços por auditorias independentes registradas na Comissão de Valores Mobiliários.

Entende-se por empresa “de grande porte”, aquela que obtenha ativos total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 320 milhões. Essa nova lei além de exigir auditoria nas demonstrações contábeis, obrigou-as a se adequarem às normas emitidas pelo IFRS. Essa exigência tem aumentado o volume de empresas auditadas no país.

A CVM há tempos se pronuncia sobre o assunto afim de elucidar alguns pontos, que aparentemente não ficaram tão claros, pois antes da lei 11.638, a auditoria só era obrigatória para sociedades anônimas registradas como companhias abertas na Comissão e para empresas reguladas, como instituições financeiras e seguradoras, embora haja também clientes voluntários, além das subsidiárias locais de multinacionais.

Para o VP de Auditoria da b2finance, Julio Baffini, a regulamentação é realmente necessária, pois irá balizar os informes que devem ser elaborados já no exercício, "bem como apresentar grandes corporações ao mercado, antes não alcançadas pelas normas e ainda terão a obrigatoriedade de terem suas peças contábeis analisadas por auditores independentes"..

A forma encontrada para monitorar o cumprimento da lei, surgiu primeiramente com a inclusão do campo obrigatório na Escrituração Contábil Digital do Sped (inciso II do Art. 4º da Instrução Normativa DREI N.º 11, de 5/12/2013 - (Departamento de Registro Empresarial e Integração), onde deve conter o nome do auditor e o registro na CVM, e em 25 de março de 2015, fechou o cerco com a emissão da deliberação JUCESP n° 02, obrigando a publicação de seus balanços anuais, sem os quais não serão registradas as atas de reunião ou assembleia de sócios de sociedades de grande porte.

"Isso significa que as empresas que não tiverem auditoria, terão que correr para se adaptar à referida lei, o trabalho de auditoria dos balanços deve ser feito obrigatoriamente por profissionais registrados na CVM’, conclui Baffini. Ter informações oriundas de uma auditoria favorece o negócio, incorpora uma visão externa, orienta o modelo de gestão e a exposição ao risco da companhia. Posted by: Portal Administradores

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Sua contabilidade o atende? E ao Fisco?

Imagine uma empresa cujos diferentes departamentos não conversem entre si, de forma que todas as informações referentes a eles sejam tratadas de maneira individualizada e sem considerar o contexto geral do negócio.

Para piorar, os sócios deste estabelecimento não sabem separar a vida pessoal da profissional.

Os lucros gerados pela pessoa jurídica são incorporados às contas da pessoa física sem a menor cerimônia, deixando nas mãos do contador a inglória tarefa de organizar – se é que isso é possível – os dados contábeis e fiscais e transmiti-los à Receita Federal.

Como empresário contábil há mais de 50 anos e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), habituei-me a ver situações como essas desabarem diante do olhar atento do fisco e resultarem em multas altamente dispendiosas ou até na dissolução total e irrevogável do empreendimento.

Com a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) - que trouxe consigo a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o eSocial, a Escrituração Fiscal Digital (EFD), além de uma série de outras ferramentas para aprimorar o envio e o monitoramento dos dados fiscais de maneira eletrônica, tornou-se ainda mais eficiente o cruzamento de informações na Receita referentes ao negócio e, consequentemente, à fiscalização e às punições inerentes a quem não realiza essas tarefas corretamente.

Nem mesmo os empresários devidamente cuidadosos e conscientes de suas obrigações estão 100% protegidos de uma eventual ação do fisco, sobretudo se não tiverem como comprovar documentalmente a idoneidade de suas operações.

Diante de todos esses avanços tecnológicos dos órgãos fiscalizadores, tem crescido substancialmente a importância da contabilidade para dar segurança jurídica e oferecer as informações necessárias às decisões estratégicas da empresa, ao realizar os controles internos e utilizar sistemas próprios para inter-relacionar os dados gerados das diversas áreas do estabelecimento, desde os estoques até o contas a pagar.

Um grande erro que se comete nos empreendimentos comerciais, Brasil afora, é acreditar que, por estar enquadrado no Simples Nacional, se é isento de investir numa contabilidade capaz de operacionalizar informações que vão muito além do que se está disposto nos livros caixa.

Ignoram, por exemplo, que abastecer o livro caixa dá muito mais trabalhoso do que realizar uma contabilidade efetiva, sem considerar a possibilidade sempre real de operacionalizar tais informações de forma inconsistente com as exigências dos fiscos municipal, estadual e federal.

Da mesma forma que os contadores meramente cumpridores de obrigações fiscais estão às vésperas da extinção, as empresas que conservarem essa visão ultrapassada da contabilidade terão sérios problemas, não apenas em lidar com as exigências fiscais, mas também em planejar estrategicamente a sua empresa para se manter competitiva, obter lucros cada vez maiores e saber quantificar corretamente esses dividendos.

Por tudo isso, é altamente arriscado dispensar uma contabilidade séria e capaz de contribuir para a gestão empresarial do seu negócio.

Cabe ao contador realizar registros, escriturações e demonstrações contábeis, analisar balanços, intermediar o relacionamento fisco-contribuinte e, principalmente, prestar assessoria contábil, ponderando os dados da empresa, fazendo projeções para auxiliar efetivamente o empreendedor nas tomadas de

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decisões, a optar acertadamente pelo regime mais adequado para o seu tipo de negócio, e assim reduzir a sua carga tributária de acordo com as previsões legais.

Com o chamado “Big Brother Fiscal” que vem sendo gradualmente implantado, já não há mais espaço para erros, a profissionalização da empresa se faz imprescindível e as fraudes e a sonegação estão com os dias contados.

Para não errar nessa importante escolha para o seu negócio, certifique-se de procurar uma empresa contábil com qualidade comprovada e solicitar uma proposta por escrito, em que constem os deveres e obrigações do prestador de serviço e do próprio cliente, bem como os prazos, regras e periodicidade de reuniões e de apresentação dos trabalhos.

Só assim o seu estabelecimento estará protegido dos olhares do fisco e preparado para crescer de maneira segura e sustentável no longo prazo. 

Posted by: José Maria Chapina Alcazar - vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)

Governança corporativa é aliada na crise Postado por José Adriano em 22 maio 2015 às 9:50

Por Nádia de Assis

O tema "Governança com Foco na Estratégia" ancorou as discussões da primeira edição 2015 do Desafios da Gestão. O encontro, que aconteceu em Belo Horizonte na terça-feira, recebeu como convidado especial o conselheiro e professor de Direito Empresarial, Tiago Fantini Magalhães. Representantes de empresas mineiras também estiveram presentes no evento, realizado na Casa Una, espaço instalado no bairro Lourdes (região Centro-Sul), e apresentaram experiências e pontos de vista sobre o assunto.

Magalhães iniciou a discussão com dados de uma pesquisa divulgada pelo Serasa Experian no início deste mês. Ela mostra que, no primeiro quadrimestre de 2015, os pedidos de recuperação judicial aumentaram 8,2% na comparação com o mesmo intervalo de 2014. Somente em abril, foram 98, o que representa um novo recorde, superando a quantidade registrada em outubro de 2013.

Na visão dele, esses números revelam um cenário preocupante e evidenciam que as empresas brasileiras não estão conseguindo, por meio da estratégia atualmente adotada, superar a corrente crise financeira. Ele ressaltou que as práticas de Governança podem ajudar as organizações a enfrentar períodos menos favoráveis, sem que elas comprometam a sua essência ou a qualidade dos produtos e serviços.

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O professor universitário Haroldo Márcio Ines salientou que, em períodos mais conturbados, a tendência é de que a Governança ganhe mais importância. Contudo, ele pondera que, passadas as dificuldades, o foco pode mudar e, com isso, as práticas de Governança deixam de ser prioridade, o que pode prejudicar a longevidade dos negócios.

O diretor de controladoria da Localiza, Edmar Paiva, afirmou que as empresas devem, desde o começo, estar preparadas para exercer a Governança. "Ela não nasce da noite para o dia e precisa estar enraizada na cultura da empresa, partindo da alta administração", analisou.

Hoje, de acordo com ele, mais de 70% do capital da Localiza estão pulverizados no mercado, o que faz com que a Governança seja ainda mais fundamental. "Uma estrutura completa, detalhada, com qualidade, transparência, equidade, prestação de contas e um conselho de administração independente gera valor para os acionistas", disse.

Reassumindo o controle - A diretora de Recursos Humanos e Comunicação da Forno de Minas, Hélida Mendonça, ressaltou que, ao longo dos 10 primeiros anos da empresa, havia uma preocupação com a profissionalização, mas ainda não incluía planejamento estratégico ou Governança. A empresa passou a atribuir mais atenção à Governança a partir de 2009, quando a família Mendonça reassumiu o controle da fábrica e da marca após um afastamento de 10 anos.

"Para nós, tudo ainda é novo. Mas, a partir do momento que se tem um conselho fiscal, de administração e auditoria, a responsabilidade e a cobrança aumentam, o que nos obriga a ser ainda melhores", pontuou a executiva. A maior aposta em Governança já gera resultados. Ano passado, o crescimento registrado pela Forno de Minas foi de 40% frente a 2013 e, segundo Hélida Mendonça, as metas previstas para o primeiro trimestre deste ano superaram as expectativas.

Desdobramentos da implementação do processo são cruciais

Os empresários bem-sucedidos são realistas mas, ao mesmo tempo, sabem pensar de forma diferente e têm consciência do quanto é importante implementar mudanças. Para o conselheiro independente Marco Aurélio Rodrigues, os grandes líderes à frente das organizações precisam acreditar e comprar a ideia por trás da Governança. "A partir do momento que esse processo começa, é necessário equilibrar e saber a hora certa de dar cada passo", argumentou.

De acordo com ele, é importante trazer outros profissionais com experiência dentro de um determinado segmento, para que eles possam oferecer outra visão e consigam enriquecer a linha de pensamento. "A Governança acontece muito quando há um conselho com um viés mais independente. A partir do momento que a organização se propõe a direcionar decisões para terceiros, isso mostra que ela realmente está disposta a tomar um caminho mais profissional."

"Quando se adota a governança, é inserido um Conselho com novas ideias. Elas surgem naturalmente e proliferam em progressão geométrica"

Enio de Melo CoradiIPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Para o conselheiro e coordenador do capítulo Minas Gerais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Enio de Melo Coradi, a democratização do poder nas empresas brasileiras normalmente encontra resistência e, em geral, ocorre por necessidade em vez de espontaneidade. "Quando se adota a Governança, é inserido um Conselho com novas ideias. Elas surgem naturalmente e se proliferam em progressão geométrica", disse.

Dodora Resende, gerente da Ativas, empresa de Tecnologia da Informação (TI) formada pelos grupos Asamar e Cemig, observou que o mais importante são os desdobramentos da Governança, com ideias que partem dos níveis mais altos da hierarquia mas, por fim, envolvem todos os membros da corporação. Para ela, essas ideias podem ser traduzidas em metas simples e capazes de demonstrar o valor da empresa para os seus clientes.

Novo foco - O diretor da Salum Construções, Marcus Salum, afirmou que precisou mudar a cultura da sua empresa, quando o foco dos negócios passou a ser o mercado privado em vez do público. "Esse é um mercado no qual se paga para aprender. A partir disso, entendemos a necessidade de transformar a empresa, o que foi feito com muita ajuda externa, mas sem seguir o modelo clássico da Governança", disse.

"Entendemos a necesidade de transformar a empresa, o que foi feiro com muita ajuda externa, mas sem seguir o modelo clássico de Governança"

Marcus Salum

Ele admite que, no começo, não acreditava muito no sucesso das mudanças mas, felizmente, o efeito delas o surpreendeu. "O dono da empresa, normalmente, conhece bem o negócio, mas isso não é suficiente. Portanto, é necessário outros profissionais, que respeitem a direção, mas tragam essa modificação necessária", complementou.

A Governança, na verdade, existe para ajudar a solucionar conflitos. Essa foi a avaliação de Marcus Tofanelli, coordenador do IBGC, que questionou se a causa do aumento das falências e recuperações judiciais não seria decorrente de conflitos que, por falta de instrumentos de Governança, podem não ser adequadamente resolvidos. "Precisamos questionar o quem vem primeiro, estratégia ou Governança? A estratégia vem de um sonho e, e partir dele, define-se qual caminho seguir e quais instrumentos são necessários ao longo dessa caminhada", concluiu.

Próxima edição - A próxima edição do Desafios da Gestão acontece em julho, mas a data ainda não foi definida. O tema será "Comunicação na gestão de crise com foco em Marketing". O projeto é realizado pela Viper Gestão Empresarial e conta com o apoio do DIÁRIO DO COMÉRCIO e da 22 Graus Comunicação e Marketing.

http://diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=governanca_corporati...

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Compliance não pode ter foco apenas nas chamadas "bad apples"

Postado por José Adriano em 19 maio 2015 às 10:00 Exibir blog

Por Maria Luiza Gorga

O advento da chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) trouxe a nosso ordenamento dispositivo bastante inovador, que encoraja a criação e efetiva implantação de programas de compliance[1] nas empresas, fazendo-o através da previsão de que serão levados em conta, na apuração das sanções administrativas, “a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica”[2].

Tal disposição é excelente para o fomento do mercado jurídico na área, que, além das disposições inerentes a si, abrange diversos setores mais tradicionais do Direito — trabalhista, societário, criminal, tributário, entre outros —, sendo que, quanto mais completa a área de compliance de uma organização, mais resguardada estará a entidade contra riscos internos e externos de sua atividade.

Ocorre que um problema dos programas de conduta tradicionais é o foco quase que exclusivo nas chamadas "bad apples" (maçãs podres, em tradução livre). A elaboração de códigos de conduta e mecanismos internos que visam “manter na linha” aqueles indivíduos que atuam em áreas sensíveis e podem potencialmente agirem de forma prejudicial para a organização. Conquanto este deva, sem dúvida, ser um dos objetivos dos programas, existe outra faceta da questão, constantemente ignorada, mas que pode igualmente trazer danos para as empresas, qual seja, o controle dos indivíduos em geral, para que estes não se transformem nas malfadadas "bad apples".

Igualmente importante para a proteção das organizações é o foco dos manuais de conduta e do compliance officer em técnicas e procedimentos que permitam um desenvolvimento saudável da cultura organizacional, bem como encorajem os colaboradores a adequarem-se às normas internas e externas sem sentirem-se pressionados ou transformados por estas.

A linguagem por vezes bélica utilizada no meio empresarial bem como o constante foco em resultados a todo custo, com a existência de diversos pontos de pressão — tempo, lucro, posição hierárquica, dentre outros — podem vir a criar a chamada cegueira ética (ethical blindness[3]), uma condição na qual o indivíduo passa a atuar, inconscientemente, sem levar em consideração diversos elementos que deveriam compor uma boa decisão, podendo incorrer em condutas antiéticas ou mesmo ilegais sem perceber.

Trata-se, assim, não de condutas realizadas por pessoas “más”, que sopesaram os riscos e decidiram pelo caminho que traria o maior benefício apesar dos pontos negativos e ilegalidades incorridas, mas de atitudes tomadas com completa cegueira acerca dos potenciais efeitos negativos para o indivíduo e para a empresa[4].

Para evitar este risco, bons programas de compliance devem prever ferramentas que busquem contornar os pontos geradores de pressão extrema e de criação de gatilhos para esta cegueira ética.

Como exemplos de tais ferramentas, temos a modulação da linguagem utilizada — a aplicação de termos menos agressivos no cotidiano leva a uma redução da cultura de “nós vs. eles” que muitas vezes impera

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—, o treinamento dos cargos de chefia para que estes possuam um melhor relacionamento com seus subordinados — permitindo, assim, que estes possam trazer a sua atenção problemas da organização e também para que não se sintam constantemente pressionados por seus superiores —, e até mesmo uma revisão da cultura organizacional, estimulando valores positivos e não apenas a obtenção de resultados a qualquer custo, bem como tratando os componentes individuais como seres autônomos, evitando-se comparações gerais e desmoralização de integrantes.

Sendo assim, as bancas jurídicas devem aproveitar o presente momento para o desenvolvimento de programas de conduta para empresas, focando-se não apenas no quesito tradicional de tais programas, como também em evitar que maus resultados ocorram devido a atitudes inconscientes de indivíduos geralmente bem intencionados.

Desta forma, trabalhando tanto o lado de “manter na linha” — e, caso necessário, prontamente extrair — aqueles indivíduos que não se alinham com os ideais da organização, quanto o lado de fomentar uma cultura organizacional saudável e livre de pontos de pressão extremos, o programa de compliance será completo e apto a proteger a empresa da melhor forma, beneficiando a todos.

[1] Entendido como “ato de cumprir, de estar em conformidade e executar regulamentos internos e externos, impostos às atividades da instituição, buscando mitigar o risco atrelado à reputação e ao regulatório/legal”. Cf.: MANZI, Vanessa Alessi. Compliance no Brasil. São Paulo: Ed. Saint Paul, 2008. p. 15

[2] “Art. 7º:  Serão levados em consideração na aplicação das sanções: VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica”

[3] Cf.: HOFFRAGE, Ulrich. KRINGS, Franciska. PALAZZO, Guido. Ethical Blindness. Journal of Business Ethics, n. 109, p. 323-338, 2012. Disponível em: http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2212617. Acessado em: 12.12.2014.

[4] Exemplos de casos nos quais tais circunstâncias imperaram são o do Ford Pinto e da Enron, ambos nos Estados Unidos.

Fonte: Consultor Jurídico via http://grcnews.blogspot.com.br/2015/05/compliance-nao-pode-ter-foco...

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Normas internacionais de contabilidade pública estão entre as prioridades de estados e municípiosExpectativa da Secretaria do Tesouro Nacional é de que estados e municípios comecem a entrar em conformidade com as normais internacionais do setor público, as chamadas Ipsas, ainda neste ano.

Roberta Mello

Tonetto diz que objetivo, antes de melhorar o sistema de gestão, é cumprir as determinações legais

Depois de um período de adpatação da iniciativa privada  às Normas Internacionais de Contabilidade (em inglês, International Financial Reporting Standards - IFRS), é chegada a hora de estados e municípios brasileiros entrarem em conformidade com o modelo aplicado ao setor público, chamado de International Public Sector Accounting Standards (Ipsas).

O governo federal iniciou, em 2013, o projeto ambicioso de adequar as demonstrações contábeis aos padrões internacionais a partir da implantação do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (Pcasp) em estados e municípios. O objetivo foi instituir um instrumento de orientação comum aos gestores nos três níveis de governo, mediante consolidação, em um só documento - o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Mcasp) - de conceitos, regras e procedimentos de reconhecimento e apropriação das receitas e despesas orçamentárias sob os enfoques orçamentário e patrimonial. A expectativa da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão responsável pelo estabelecimento do cronograma de atividades, é de que as obrigações sejam cumpridas ainda em 2015. A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) representa o marco da convergência do setor público brasileiro às normas internacionais de contabilidade aplicadas ao setor público.

A preocupação em adotar padrões internacionais na demonstração de informações contábeis começou em 2000. O objetivo era tornar o ambiente de negócios mundial mais seguro e transparente com o estabelecimento de uma espécie de “linguagem universal nos números”, explica o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) Alberto Gergull.

A conversão das rotinas de empresas privadas brasileiras às normas internacionais (IFRS) teve início em 2007 e foi dada como atingida em 2010. Esse movimento colocou o Brasil na lista de 83 países pesquisados pela Fipecafi que estão em conformidade com as regras compiladas pelo International Accounting Standards Board (Iasb).

“Atualmente, não existe um negócio importante que não tenha demonstrações contábeis sobre a mesa”, destaca o representante da Fipecafi. O fato de o inglês ser a língua universal nesses momentos, a mais usada na hora de discutir transações, estava superado. O desafio, então, era fazer com que os números apresentados pelas companhias também tivessem os mesmos significados para todos os negociantes, em qualquer lugar do planeta.

No Brasil, o setor público viu a importância de aderir às normas internacionais exatamente no momento em que percebeu a necessidade de ingressar no mercado de capitais internacional. “Foi em 2000, quando a Petrobras teve de se adaptar para lançar ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque”, lembra Gergull. Para fechar as demonstrações contábeis dentro do padrão norte-americano, a estatal brasileira levou três anos. “Então, vimos que não era possível sempre demorar tanto. Era preciso um padrão aqui também”, ressalta.

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece, em regime nacional, parâmetros a serem seguidos relativos ao gasto público de cada ente federativo (estados e municípios) brasileiro. As restrições orçamentárias

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visam a preservar a situação fiscal, garantir a saúde financeira de estados e municípios, a aplicação de recursos nas esferas adequadas e uma boa herança administrativa para os futuros gestores.

Segundo Gergull, os municípios já realizam um tratamento orçamentário, contudo, fica de fora, o tratamento patrimonial. “Como medir a depreciação de um prédio público? E a dívida ativa vem sendo corrigida?”, questionou o professor da Fipecafi à plateia composta por contadores da Fazenda, Controladoria-Geral e de órgãos do legislativo municipal, durante o seminário para implantação das Ipsas, realizado neste mês, no prédio da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre.

Ainda que com conteúdo basicamente igual às regras aplicadas a empresas privadas, as novas normas para demonstrações contábeis de entes públicos têm suas particularidades. As três grandes diferenças dizem respeito aos bens de uso público, à geração de receita sem contraprestação e à existência de parcerias público-privadas: todas completamente impossíveis de serem aplicadas à realidade de organizações com fins lucrativos.

TCE se preocupa com o atraso da CapitalO Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS), órgão responsável pela fiscalização do cumprimento das regras estabelecidas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), diz que a situação de Porto Alegre é a mais preocupante entre os municípios gaúchos. As demais cidades estão em plena utilização dos sistemas adaptados ao Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (Pcasp), embora órgãos e entidades de algumas prefeituras ainda precisem apresentar o plano.

Porto Alegre entrou no foco das atenções desde que a STN iniciou a implantação das novas regras, há cerca de quatro anos. “Na época, a cidade ficou em dúvida se ia utilizar um fornecedor do sistema de fora ou ia fazer reformas no sistema da Procempa”, lembra o auditor público do TCE Airton Rehbein. O resultado é que, neste ano, prazo final para utilização do plano padronizado pelo governo federal, os órgãos porto-alegrenses correm para entrar em conformidade em um prazo curto: daqui a três meses, precisam estar com as normas em pleno andamento.

Todo esse atraso alimenta as dúvidas do TCE quanto à possibilidade de a Capital entregar o plano de contas anual dentro do layout exigido no prazo estabelecido por lei. Para que o município não sofra sanções, o órgão está aceitando que as informações intermediárias, bimestrais, sejam enviadas no modelo antigo. “Porém, no momento, a contabilidade patrimonial de Porto Alegre está defasada”, alerta Rehbein. A tarefa de adequação às novas normas de contabilidade em órgãos públicos levou o TCE a firmar uma parceria inédita com o Conselho Regional de Contabilidade (Crcrs) e a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para a formação de agente públicos. Além disso, a entidade oferece uma consultoria técnica direcionada aos gestores.

Porto Alegre tem pouco prazo para a adequaçãoO prazo para adequação às regras é uma das maiores dores de cabeça e coloca muitas cidades do País, inclusive gaúchas, em posição desconfortável entre as demais. Segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), mesmo com o fim do prazo – previsto para 2016 – cada vez próximo, 354 órgãos ou entidades dos 497 municípios no Estado não apresentaram o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (Pcasp) atualizado.

Porto Alegre é uma das cidades que já entra na corrida depois de dada a largada. A Capital começa a implementar a fase inicial de adaptação à Lei de Responsabilidade Fiscal, a migração do modelo atual para o novo Pcasp, em agosto. Para não sofrer sanções, explica o coordenador-geral do município Gilberto Bujak, será feita uma migração retroativa das informações a partir de janeiro de 2015.

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O projeto é realizado pela Controladoria-Geral do Município (CGM) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). A implantação da nova contabilidade pública em todos os órgãos da Prefeitura de Porto Alegre é prioridade, e também um compromisso assumido pelo município com o TCE, afirma o secretário da Fazenda de Porto Alegre, Jorge Tonetto. “Não deixamos de pensar que devemos melhorar o sistema de gestão integrada, porém, temos que realizar, antes de tudo, o que a lei nos obriga”, argumenta.

“Precisamos fazer acontecer. Não é mais uma alternativa e também não tem mais prazo”, completou Bujak. A implantação do Pcasp é uma exigência do TCE e, de acordo com a STN, já deveria ter entrado em vigor no final do ano passado. “Será realizada uma força tarefa que vai exigir muito esforço por parte dos nossos servidores, porque estaremos recuperando oito anos em oito meses”, diz o coordenador da CGM Gilberto Bujak.

A nova estrutura de contas padronizada é essencial para garantir a qualidade da consolidação das contas públicas, inclusive a elaboração dos demonstrativos contábeis e fiscais e deverá estar concluída ainda em 2015. “Passaremos por um nível de automação muito grande, que possibilitará ganho na qualidade da informação e otimização do tempo”, afirma Tonetto.

As diferentes hipóteses de saldo credor acumulado de ICMSIntrodução

O sucessivo acúmulo de saldo credor acumulado de ICMS constitui um dos mais graves problemas tributários das empresas brasileiras sujeitas a este imposto, uma vez que ao suportar o ônus integral do Imposto estas empresas acabam perdendo em competitividade, pois não conseguem compensar o imposto pago em suas compras.

Neste trabalho vamos abordar, de forma bastante sucinta, as diferentes hipóteses de formação de saldo credor acumulado de ICMS e seu tratamento à luz daConstituição Federal, comparando com as modificações efetuadas pelos Estados através dos seus regulamentos estaduais.

Origem do ICMS

O ICM - Imposto sobre Circulação de Mercadorias, foi criado pela Emenda Constitucional número 18, no ano de 1965, tendo aConstituição de 1988lhe acrescentado alguns serviços, e uma letra ao fim da sigla, passando a denominar-se o que hoje conhecemos como ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;

OArtigo 155 da Carta Magna de 1988autoriza os Estados e o Distrito Federal a instituírem este imposto, cujo princípio fundamental está definido no Inciso I, Parágrafo Segundo do mesmo artigo, que determina que este imposto:

"I - será não cumulativo, compensando o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal."

Sistemática de apuração

A principal característica deste tributo, portanto, trata-se justamente do direito de compensar por ocasião da incidência do ICMS nas vendas ou saídas do estabelecimento, o imposto anteriormente pago nas operações

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anteriores de compra. Devendo ser repassado aos cofres públicos, por ocasião da escrituração fiscal do ICMS, apenas a diferença entre:

i) os débitos de ICMS, destacados nas notas fiscais por ocasião das vendas.

ii) os créditos de ICMS, destacados nas notas fiscais de compras dos fornecedores.

Este alcance da compensação dos débitos gerados nas vendas, com os créditos pagos por ocasião das compras, não pode ser diminuído nem, muito menos anulado por normas infraconstitucionais, pois como o princípio da não cumulatividade tem o intuito de evitar que o ICMS distorça as formações nos preços e a própria competitividade das empresas.

Desta forma, ao cabo do processo econômico i) de produção, distribuição e comercialização da mercadoria e ii) de prestação dos serviços de transporte intermunicipal e de comunicações, quem acaba suportando, por inteiro a carga econômica do ICMS é o consumidor final.

Este foi o motivo que levou o constituinte a conceber esta técnica pela qual o contribuinte i) transfere ao adquirente da mercadoria ou fruidor do serviço o ônus financeiro do imposto que adiantará ao Estado e ii) se credita do imposto que suportou em suas aquisições e que lhe foi transferido pelo seu fornecedor.

O acúmulo de saldo credor de ICMS

A compensação do ICMS devido entre as operações e prestações de entrada e saída é feita, ordinariamente, através do confronto periódico na conte corrente fiscal, na qual o saldo, se devedor, é pago, e, se credor, transferido para aproveitamento no período ou períodos seguintes.

Alguns Estados, cada qual através dos seus Regulamentos do ICMS, os quais são meras normas infraconstitucionais, acabam fazendo com que determinados segmentos empresarias mantenham constantemente o acúmulo de saldo credor acumulado de ICMS, ao determinar de alguma forma a não incidência do ICMS em suas saídas de mercadorias/insumos, ficando estas empresas sujeitas ao pagamento integral do imposto suportado em suas entradas de mercadorias/insumos.

O fato de uma empresa manter em sua escrita fiscal, sucessivamente saldo credor acumulado de ICMS, por força de uma legislação que não permite a compensação por ocasião das saídas, nada mais é do que uma espécie de confisco, além de onerar e prejudicar seriamente a competitividade destas empresas, por contrariar o princípio constitucional da não cumulatividade.

Estratégias que impedem a compensação

Várias são as estratégias pelos Estados através de seus Regulamentos do ICMS, de impedir que as empresas possam compensar seu ICMS pago por ocasião das entradas, em suas saídas. O que determina o acúmulo de crédito fiscal de ICMS, na escrita fiscal da empresa é a classificação em termos de Regulamento do ICMS com que a mercadoria/insumo ou serviço venha a sair do estabelecimento, de acordo com o que fora estipulado para esta saída no Regulamento do ICMS. As principais formas de acúmulo de créditos de ICMS são as saídas decorrentes de:

i) Imunidade, Exportação

ii) Isenção e Não Incidência

iii) Alíquota Zero, Alíquota ou Base de Cálculo Reduzida.

iv) Diferimento

De forma sucinta, vamos procurar estabelecer a diferenciação em cada uma destas modalidades, a partir de suas generalidades, vez que os aspectos práticos são definidos de forma diferenciada em cada unidade da federação a partir de seu Regulamento do ICMS.

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Em termos financeiros, todos estes institutos citados se traduzem no simples fato de que estas saídas não suportam a incidência do Imposto. No entanto, cada um deles possui tratamento diverso, quando estivermos falando em termos de manutenção e aproveitamento do respectivo crédito gerado com outras atividades tributadas.

A imunidade das exportações

O acúmulo de saldo credor de ICMS gerado por operações de saídas do estabelecimento ao abrigo da Imunidade, por exemplo, quando esta saída imune do imposto for decorrente de saídas destinada a exportação, tem um tratamento totalmente diferenciado das demais formas de acúmulo de saldo credor de ICMS.

ALei Complementar nº 87/96, conhecida como Lei Kandir, estabelece que o Brasil não pode exportar impostos, desonerando as saídas para exportação e permitindo manter o crédito de ICMS correspondente decorrente destas entradas.

No entanto, cada Estado estabelece em seu Regulamento do ICMS restrições a estas transferências decorrentes de exportações, impondo limites financeiros e outras condições que visem a impedir ou retardar estas transferências, por um motivo óbvio, pois em ocorrendo a compensação diretamente entre contribuintes, a arrecadação financeira do Estado com ICMS apresenta queda.

Este mesmo proceder de parte das Fazendas Estaduais ocorre com o saldo credor acumulado de ICMS, formado em função das demais saídas, acima mencionadas.

Isenção ou não incidência

Nas saídas de mercadorias/insumos onde não ocorre a tributação de ICMS, decorrentes de seu enquadramento nos institutos da isenção ou não incidência, a manutenção do crédito não é permitida por força daConstituição Federal, que no artigo II do parágrafo doArtigo 155determina:

"II - a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário a legislação:a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintesb) acarretará a anulação do crédito relativo 'as operações anteriores.

No entanto existem as determinações em contrário, que tratam de benefícios concedidos por alguns Regulamentos do ICMS chamados de benefícios da isenção com não estorno do crédito correspondente, razão pela qual estas saídas em determinadas situações também se enquadram nas hipóteses de acúmulo de saldo credor de ICMS.

Alíquota zero, base de cálculo ou alíquota reduzida

No tocante a alíquota zero, encontram-se duas correntes, uma defendendo que alíquota zero equivale a dizer que o produto é tributado com o% de alíquota, e que em sendo tributado, estas saídas permitem a manutenção do créditos de ICMS por ocasião de suas compras.

Já outra corrente de entendimento, na qual o Jurista Ives Gandra Martins se enquadra, defende que: "a alíquota zero não é senão uma das formas de isenção, pois expressa, claramente em lei". Ao prevalecer este entendimento, como vimos a isenção, via de regra não permite o aproveitamento de créditos de ICMS.

No que concerne à base de cálculo ou alíquota reduzida, é unânime o entendimento de que por óbvio trata-se de situações tributadas, e que como tal permitem a manutenção dos respectivos créditos por ocasião das compras. A exceção corre por conta dos casos em que a legislação estadual estabelece regras diferentes deste tratamento, o que se constitui alvo longas demandas judiciais, onde buscam os contribuintes a autorização judicial para ver reconhecido o seu direito a estes créditos.

Diferimento

Diferimento, segundo nossos léxicos, é o ato ou efeito de diferir, adiamento, do Latimdifferre= demorar, dilatar adia. Logo, diferimento não é isenção, incentivo ou benefício fiscal na acepção doart. 155 da Constituição Federalaqui examinada.

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Vimos até aqui, de uma forma sucinta, as formas técnicas de não incidência do ICMS nas operações de saídas, que por sua vez irão gerar tipos modalidades diferentes de formação de saldo credor acumulado de ICMS.

A questão dos créditos de ICMS, (e não do saldo credor acumulado), é assentada sobre o direito do contribuinte, relativamente às operações anteriores (aquisições de mercadorias com incidência do tributo). Assim tranquilo o direito aos créditos em razão de tais mercadorias virem a ser objeto de futuras operações tributadas (embora diferidas).

A saída ao abrigo do Diferimento, portanto, apesar de não ter a incidência do tributo, equivale a uma atividade tributada, só que o momento do fato gerador é postergado para a operação seguinte.

E como atividade tributada, os saldos credores acumulados em função do diferimento podem ser usados com qualquer outra atividade tributada a qual a empresa esteja fiscal e juridicamente habilitada a exercer.

Síntese conclusiva

Diante do exposto, é fácil percebermos que quaisquer restrições em relação do princípio da não cumulatividade, só podem advir do Estatuto Supremo que a concebeu.

Tais restrições - vamos logo admitindo - existem. São apontadas na mesma Carta Magna, no inciso II do parágrafo segundo doartigo 155, a ISENÇÃO E NÃO INCIDÊNCIA. Apenas nestas hipóteses que é o princípio da não cumulatividade cede passo.

No entanto, como referimos inúmeras são as contendas judiciais, onde contribuintes buscam decretar a ilegalidade de restrições impostas pelo regulamento do ICMS, contrárias a norma estabelecida na Constituição Federal. Principalmente buscando o direito de manter o crédito nas saídas decorrentes da ALÍQUOTA ZERO, ALÍQUOTA REDUZIDA ou BASE DE CÁLCULO REDUZIDA.

Fartos tem sidos os precedentes jurisprudenciais que asseguram aos contribuintes o direito de transferência de saldo credor acumulado de ICMS decorrentes de saídas que destinem mercadorias e serviços ao exterior, sem as limitações impostas nos regulamentos do ICMS das unidades das federações, no que tangem a estes créditos decorrentes de EXPORTAÇÃO.

No que concerne aos créditos acumulados de ICMS decorrentes de saídas ao abrigo do diferimento, pelo fato de tais mercadorias virem a ser objeto de futuras operações tributadas, tem-se que o DIFERIMENTO equivale a uma atividade tributada, se sendo apenas uma postergação do recolhimento do imposto, o que ocorre na etapa seguinte.

A gestão dos impostos pode significar a vida longa ou morte precoce de um empreendimento. O ICMS, pela sua complexidade e alta alíquota é o imposto que mais onera os empreendimentos, tanto no aspecto controle quanto no aspecto financeiro.

O saldo credor acumulado de ICMS constitui verdadeiro confisco, vez que rompe a cadeia da não cumulatividade, ficando a empresa com o saldo credor com este ônus.

De acordo com o determinado no Regulamento do ICMS em cada unidade da federação, o saldo credor acumulado de ICMS, poderá ou não ser utilizado em proveito próprio, para compensação de outros débitos ou ainda transferido a terceiros.

Em determinadas situações, com o devido conhecimento da legislação aplicável, é possível transferir saldo credor acumulado de ICMS a estabelecimentos de terceiros, de forma administrativa, com autorização prévia da Secretaria da Fazenda.

Ivo Ricardo Lozekam

Consultor fiscal e tributário. Advogado e contabilista, membro do IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.

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Entidades se mobilizam contra a alíquota de 5% do ISS para empresas

Proposta da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) estabelece o fim da cobrança de valor fixo mensal do Imposto Sobre Serviços para gerar receita extra de R$ 6 bilhões aos municípiosAbnor Gondim

Brasília - Entidades de empresas contábeis estão se mobilizando contra o estabelecimento de alíquota de 5% do Imposto Sobre Serviços (ISS) sobre o faturamento, com o fim do chamado ISS fixo para sociedades uniprofissionais cujos sócios exercem a mesma profissão.

A mobilização é contra o Projeto de Lei do Senado 168/2014, de autoria da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que prevê a geração de receita extra de R$ 6 bilhões anuais para as prefeituras. É inspirado em sugestão da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que promove protesto na próxima semana em Brasília por maior receita tributária.

"5% sobre o faturamento é o maior imposto do mundo", afirmou ao DCI o empresário contábil Valdir Pietrobon, ex-presidente e atual diretor político parlamentar da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), entidade que reúne de 400 mil empresas desses ramos.

O projeto não tem relação com os aumentos de tributos previstos nos projetos de ajuste fiscal do governo, mas significam também aumento de carga tributária. Por isso, contra a proposta, Pietrobon fez uma peregrinação nesta semana no Congresso Nacional. Ele visitou senador Humberto Costa (PT-PE), o relator do projeto de aumento do ISS na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

"A Fenacon é contra o aumento do ISS porque quanto maior o imposto maior a informalidade e menor a arrecadação", justificou.

Da visita também participaram Sergio Approbato Márcio Shimomoto, vice-presidente do Sescon São Paulo (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo), e o deputado federal Walter Ihoshi (PSD -SP), que é relator de proposta semelhante na Câmara dos Deputados (o PLP 366/2013).

Na reunião, Costa solicitou nota técnica das duas entidades com posicionamento sobre a proposta e informou que logo em seguida pretende marcar nova reunião para discutir novamente o assunto.

"Cada município cobra diferentemente o ISS fixo, mas o valor é bem menor do que os 5% pretendidos pela proposta", destacou Pietrobon. O diretor político parlamentar da Fenacon afirmou que a entidade defende que o relatório não mude a situação em relação ao pagamento do ISS fixo.

Na Câmara, o deputado Walter Ihoshi (PSD-SP) é responsável para dar parecer ao o PLP 366/2013, que sobre critérios e prazos de crédito das parcelas do produto da arrecadação de impostos de competência dos Estados e de transferências por estes recebidas, pertencentes aos Municípios. Ele afirma que o relatório está em fase final de elaboração e deve ser apresentado na próxima semana.

Para a confecção do parecer que já tinha começado a ser elaborado pelo então deputado do PSD, Guilherme Campos (SP), no ano passado, foram feitas audiências públicas com entidades envolvidas

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como o Confaz (colegiado dos secretários estaduais da Fazenda), secretários das fazendas municipais, Confederação Nacional dos Municípios, entre outros em busca de acordo.

O projeto foi apresentado pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), após sugestão da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

A proposta se baseia no artigo 156, inciso III da Constituição, que atribui competência aos municípios e ao Distrito Federal para instituir e cobrar o imposto, desde que os serviços relacionados estejam previstos em lei complementar. O relator da matéria é o senador Humberto Costa (PT-PE).

O projeto propõe que todas as atividades prestadas no domicílio do prestador fiquem sujeitas à retenção. Também define a base de cálculo de planos de saúde e arrendamento mercantil, a inclusão de novos serviços na Lei Complementar 116/2003, o fim da tributação diferenciada da sociedade de profissionais e a ampliação das atividades sujeitas à retenção pelo tomador de serviços.

No caso das atividades das administradoras de cartão de crédito, a autoras afirma que a aprovação do projeto possibilitará o recolhimento do imposto onde está domiciliado o tomador de serviços - lojista, restaurante, posto de gasolina etc. A CNM alega que essa mudança representaria um ganho médio de R$ 2 bilhões anuais aos municípios.

No caso de leasing (arrendamento mercantil), a proposta é alterar o local de recolhimento para o tomador de serviço, o que resultaria em ganho médio de R$ 4 bilhões aos cofres municipais.

A medida também se justificaria pelos diversos processos judiciais em que se discute qual o local devido de recolhimento da operação. Segundo a Agência Senado, em defesa da mudança, lideranças municipalistas observam que, embora a Lei Complementar 116/2013 tenha aperfeiçoado a legislação do ISS.

 CNM quer ISS onde a compra foi efetuada

O consultor da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) Eudes Sippel defendeu a alteração da Lei Complementar do Imposto sobre Serviços (ISS, Lei Complementar 116/03) para socializar o tributo concentrado "em paraísos fiscais brasileiros".

Ele sugeriu mudanças para o recolhimento do tributo em casos de leasing, pagamentos de cartões de crédito e débito e obras de construção civil, para favorecer os municípios em que o consumidor fez a compra ou buscou o contrato do leasing. De 2008 a 2013, a arrecadação do ISS em operações de leasing foi de R$ 438 bilhões, segundo o consultor do CNM.

"A ideia é socializar. A melhor definição é que o esforço de cada cidadão em adquirir o bem seja distribuído naquele município onde ele está. O tributo seria devido no domicílio do tomador", afirmou.

DCI

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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: BLINDAGEM PATRIMONIAL DOS SÓCIOS

Daniel Moreira

A partir da ideia de constituir uma empresa e se tornar empresário, uma atividade econômica, para ser desenvolvida, se origina de uma sociedade, seja ela simples, limitada, por ações, entre outras. 

As responsabilidades dos sócios pelos passivos da sociedade são, em regra, limitadas ao montante que desejam aportar ao capital social.

Assim, os bens pessoais de cada sócio são distintos dos bens da sociedade, logo, o patrimônio da sociedade não deve se confundir com o patrimônio de seus sócios.

Existem exceções legais, onde é comprovada a fraude na gestão e no objetivo social da empresa. Exemplo disso é o caso que vislumbra a desconsideração da personalidade jurídica por encontrar-se no abuso da utilização da sociedade, quando os sócios utilizam-se desta para benefício próprio e em prejuízo de terceiros.

O que se busca com a desconsideração da personalidade jurídica é afastar a divisão existente entre os bens da sociedade e os bens pessoais dos sócios e considerá-los como uma universalidade de bens que deve responder pelas obrigações contraídas pelos sócios em nome da sociedade com o intuito de fraude.

No Brasil, alguns normativos passaram a prever a desconsideração da personalidade jurídica, sendo que o último deles, o art. 50 do Código Civil, sedimentou esta teoria no Direito brasileiro.

A grande questão é que, atualmente, a jurisprudência de nossos tribunais, principalmente nas questões que envolvem direitos trabalhistas e tributários, está sendo aplicado na teoria da desconsideração da personalidade jurídica, desprezando os requisitos exigidos, notadamente a fraude, para poder ser aplicada. Todavia, uma sociedade limitada, por exemplo, em função da limitação da responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade, que confere aos sócios, vem sendo desconsiderada pelos tribunais sem que haja elementos que justifiquem tal exceção.

O entendimento jurisprudencial, ao contrário, tem feito da desconsideração da personalidade jurídica a regra, ensejando a responsabilidade ilimitada dos sócios que respondem diretamente, com seus bens pessoais, independentemente da ocorrência de abuso ou fraude na gestão e uso da pessoa jurídica.

Tendo em vista essa infundada realidade jurídica, diversos empresários se utilizam de mecanismos legais procurando blindar seu patrimônio pessoal, tendo que se socorrer ou ser socorrido por operadores do direito para conseguir aquilo que a própria constituição de uma empresa de sociedade limitada deveria fazer: proteger seus bens pessoais de dividas da sociedade.

Alguns escritórios de advocacia são duramente criticados e acusados de desenvolver planejamentos para burlar a lei ou fraudar execuções, enquanto que, na realidade, são realizados mecanismos legais a fim de proteger o empreendedor daquilo que a própria lei deveria fazer. 

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Alguns planejamentos se tornam necessários em razão de decisões judiciais que começam a atacar, não respeitar requisitos legais e generalizar, tornando muito comum a difícil luta de ser empresário, que é contrair dívidas tributárias e bancárias, na tentativa de sobreviver em um mercado extremamente competitivo com incentivos mínimos e obrigações multiplicadas a cada ano.

A forma de blindagem patrimonial a ser utilizada dependerá de diversos fatores, e deve ser realizada por técnicos competentes, sempre se atentando para utilização de métodos legais. 

A ideia é essa blindagem não fraudar credores ou burlar o fisco, mas sim permitir que a responsabilidade dos sócios seja efetivamente limitada ao montante atribuído por ele ao capital social da sociedade, não estando seu patrimônio pessoal sujeito aos riscos do negócio. Além disso, que uma empresa, vítima de mercado competitivo e de governo com sede de arrecadação, não tenha seu sócio punido severamente por ter tido a coragem de ser empreendedor e gerador de empregos.  

Daniel Moreira

Sócio-diretor Nagel & Ryzeweski Advogados

[email protected]

www.nageladvocacia.com.br

O ICMS e o comércio eletronico nas vendas diretas a pessoa física Artigo escrito antes da publicação da EC nº 87/2015, de 16.04.2015.

1 - Comércio eletrônico

Hoje no Brasil, o comércio eletrônico é, sem dúvida, um dos principais segmentos de negócios, com um faturamento que chegou a R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre de 2013 e deve fechar o ano com movimentação de R$ 28 bilhões. De acordo com informações da 28ª edição do relatórioWebShoopers, apresentado no dia 21.08.2013, pela E-bit, empresa especializada em informações sobre o e-commerce [1].

O crescimento da oferta de serviços ao consumidor é manifesta. A proporção de empresas que utilizam a Internet para oferta de serviços ao consumidor aumentou de 56% em 2007 para 64% em 2008 [2].

Com isso é claro que surgem novos desafios, bem como conflitos e situações novas que, portanto, carecem de regulamentação. Foi o que aconteceu com a questão consumerista que teve uma resposta, por meio doDecreto nº 7.962, de 15 de março de 2013que regulamenta aLei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. No entanto, a questão tributária ainda precisa de uma resposta, como veremos ao longo deste artigo. Uma vez que tanto as empresas físicas com as que operam através do e-commerce possuem o mesmo formato de tributação.

2 - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de mercadorias sobre Prestação de Serviços e Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS

Previsto noartigo 155, II da Constituição Federal(01) o imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços e Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS é um imposto Estadual incidente, principalmente, sobre operações relativas à circulação de mercadorias e regulamentado pelaLei nº 87/96(chamada de Lei Kandir).

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), pelo sexto ano consecutivo, a arrecadação tributária brasileira ultrapassa R$ 1.000.000.000.000,00 (Um trilhão de reais) e que individualmente o tributo de maior arrecadação é o ICMS, com 20,66% do total [3].

De acordo, com Cartilha divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM, 2012, p.7) [4]:

O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ou simplesmente, ICMS, é o maior tributo brasileiro, e não apenas pela extensão do nome. Nenhum outro tributo (mesmo federal) arrecada tanto quanto o ICMS. Foram R$ 304 bilhões em 2011, quatro vezes mais do que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Consequentemente, sendo o tributo de maior arrecadação do Brasil e a principal fonte de receita dos Estados, o ICMS sempre é alvo de disputas o que enseja a chamada "guerra fiscal" e com o aumento das vendas pela internet, nessa seara não poderia deixar de ser diferente.

3 - Funcionamento do recolhimento de ICMS sobre a venda pela internet

As operações de circulação de mercadorias podem ocorrer no âmbito interno de cada estado, chamadas operações internas ou entre diferentes estados, que são chamadas operações interestaduais.Para as operações internas, cada estado define a alíquota do seu ICMS.

Já no caso das operações interestaduais:

- uando destinada a consumidor final: aplica-se a alíquota interna;

- Quando destinada a contribuinte do imposto: aplica-se a alíquota interestadual, definida por Resolução do Senado Federal, nos termos doartigo 155, §2º, IV, da Constituição Federal.

Neste caso de operação interestadual destinada a contribuinte do imposto, o Estado do destinatário exige deste a diferença de alíquota entre a interestadual (menor) e a interna (maior). AResolução nº 22/89estabeleceu a alíquota das operações e prestações interestaduais em 12% (doze por cento). Mas, para as operações e prestações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste, destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, previu alíquota de 7%.

Logo, percebe-se que existem alíquotas diferenciadas para as operações e prestações destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, isso por que, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) tem em si um objetivo, que é de diminuir as desigualdades socioeconômicas entre as regiões.

Ocorre que com o aumento das operações interestaduais de vendas pela internet feitas diretamente a consumidor final, surge uma distorção no sistema constitucional de divisão do ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, uma vez que o imposto nestas operações se faz pela alíquota final de venda ao consumidor. Esta operação de venda se dá pela alíquota interna, e é devida integralmente ao Estado remetente, nos termos doartigo 155, § 2º, incisos VII e VIII da Constituição Federaldispõe:

Art. 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) § 2º. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: a)a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; b)a alíquota interna quando o destinatário não for contribuinte dele. VIII - na hipótese da alínea a do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;"

Assim, como muitas das empresas de vendas pela Internet estão localizadas nos Estados mais desenvolvidos, estabeleceu-se hoje uma distribuição de riqueza às avessas: dos pobres para os ricos.

4 - Guerra fiscal no comércio eletrônico

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Com efeito, a junção do imposto de maior arrecadação do país e a popularização do e-commerce, tem-se tornado uma das guerras fiscais mais acirradas atualmente.

Como já exposto acima, empresa que vende produto pela internet a consumidor final localizado em Estado diverso, recolhe ICMS unicamente para o Estado onde está localizada.

Exemplo: Se uma empresa comercializa determinado produto para algum contribuinte de ICMS localizado no Estado do Rio Grande do Sul, ela recolherá o devido imposto à alíquota de 18%, porque a operação toda ocorreu dentro do Rio Grande do Sul. Se a mesma empresa vende a mercadoria para Rondônia, recolherá no Rio Grande do Sul apenas a alíquota interestadual, enquanto que a diferença entre esta e a alíquota vigente no Estado de Rondônia, ficará com este último. A mesma operação de comércio eletrônico interestadual para consumidor final, o ICMS seria devido apenas no estado de origem, o Rio Grande do Sul, não sendo recolhido nada para Rondônia.

Assim, constata-se que esse panorama gera uma diminuição de arrecadação para os cofres dos Estados que não tem fisicamente em seu território um número significativo de empresas que realizam operações de vendas pela internet, o que tem gerado inúmeras discussões e questionamentos entre os Estados da Federação.

4.1 - Protocolo ICMS 21, de 01.04.2011 - DOU 1 de 13.04.2011 [5]

Os Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia e Sergipe e o Distrito Federal, não satisfeitos com a atual sistemática do recolhimento de ICMS em relação a aquisição de mercadorias e bens de forma não presencial por consumidor final, assinaram em 1º de abril de 2011 oProtocolo ICMS nº 21. (02)

Referido Protocolo dispõe que as unidades federadas signatárias do presente protocolo, acordam em exigir, nos termos nele previstos, a favor da unidade federada de destino da mercadoria ou bem, a parcela do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS - devida na operação interestadual em que o consumidor final adquire mercadoria ou bem de forma não presencial por meio de internet, telemarketing ou showroom.

Estabelece ainda que

"a exigência do imposto pela unidade federada destinatária da mercadoria ou bem, aplica-se, inclusive, nas operações procedentes de unidades da Federação não signatárias deste protocolo''.

Dessa maneira, na prática, ao contrário do que se esperava, o protocolo, não só não soluciona o problema da guerra fiscal no e-commerce, como a torna ainda mais acirrada, uma vez que a maioria dos centros de distribuição de mercadorias, vinculados aos estabelecimentos virtuais, estão localizados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que não aderiram ao protocolo.

Neste caso, por exemplo, uma empresa estabelecida no Rio de Janeiro, não signatária do acordo, vende mercadoria pela internet a um consumidor não contribuinte do ICMS, estabelecido no Distrito Federal, este exigirá 10% de ICMS (17% - 7%) e o Rio e Janeiro cobrará sua alíquota interna normalmente, que é de 18%. Com isso, a carga tributária global, neste caso, será de 28%. Além disto, nestes casos, a empresa poderá ter sua mercadoria retida até o pagamento do ICMS correspondente a alíquota interna do Estado destinatário, com as deduções previstas no aludido protocolo.

Como se nota, tal protocolo é injusto e ilegal, e resulta em bitributação, o que produz prejuízo ao consumidor, ao empresário, ao comércio em geral e principalmente ao país.

Sobremais, este Protocolo afronta diretamente oart. 155, § 2º, XII, b, da CF/1988, que determina de forma expressa obrigatoriedade da aplicação de alíquota interna em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, quando o contribuinte não for contribuinte dele, portanto inconstitucional.

Esse é o entendimento de diversos Tribunais. Senão Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. AGRAVO REGIMENTAL. ILEGITIMIDADE PASSIVA AFASTADA. PROTOCOLO ICMS N. 21. VIOLAÇÃO PACTO FEDERATIVO. 1. O Secretário da Fazenda

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do Distrito Federal é a autoridade competente para determinar o cumprimento, ou não, da exigência de recolhimento do imposto. Mostra-se legítimo para figurar no pólo passivo. 2. O PROTOCOLO ICMS nº 21 disciplinou nova incidência tributária sobre as operações interestaduais que destinem mercadoria ou bem ao consumidor final, cuja aquisição ocorrer de forma não presencial no estabelecimento remetente - denominado comércio eletrônico (internet, telemarketing ou showroom). 3. Considerando que o Protocolo não foi unânime, ou seja, não restou assinado por todos os Estados da Federação, mostra-se nítida a violação do pacto federativo. 4. Na forma do art. 155, § 2º, XII, b, da CF/1988, deve ser adotada a alíquota interna do ICMS quando o destinatário não for contribuinte do ICMS, sendo este tributo devido à unidade federada de origem e não à unidade federada destinatária. 5. Agravo Regimental não provido. Decisão. Rejeitada a preliminar, negou-se provimento ao recurso. Decisão unânime. (Processo nº 2011002015395-8, DJe de 11.10.2011, TJDF)Mandado de Segurança. Protocolo ICMS 21. Decreto Estadual nº 7.303/2011. Destinatário Não Contribuinte do Imposto. Regra de Origem. Inconstitucionalidade. Ilegalidade.1. Segundo compreensão do Supremo Tribunal Federal (Cautelar na ADI Nº 4.705), o CONFAZ e os Estados Membros não podem substituir a legitimidade democrática da Assembleia Constituinte, nem do constituinte derivado, na fixação da "regra de origem" imposta no artigo 155, § 2º, II, 'b', da Constituição Federal.2. O Protocolo ICMS 21 viola o pacto federativo, na medida em que não foi firmado por todos os Estados-Membros, como também afronta o princípio da não diferenciação tributária (artigo 152, da CF).3. A Constituição Federal reservou ao Senado Federal a definição de percentuais de alíquotas interestaduais do ICMS (artigo 155, § 2º, inciso IV), de modo que a normatização da matéria pelo Protocolo 21 viola a reserva de resolução senatorial.4. A previsão de nova incidência de ICMS por ato infralegal, com a definição de sua destinação, alíquotas, bem como mediante a instituição da figura da substituição tributária, desrespeita o princípio da legalidade tributária. Segurança concedida. (Proc. nº 201194762590, TJGO)

O STF também já se pronunciou sobre o tema, afirmando, em sua composição plenária, a inconstitucionalidade doProtocolo-ICMS nº 21/2011, assim como daLei Estadual/PI nº 6.041/2010que o reproduzia, exigindo o ICMS complementar em operações de aquisição não presenciais de mercadorias por consumidores finais não contribuintes do imposto. Senão vejamos:

CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO E DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL. LEI 6.041/2010 DO ESTADO DO PIAUÍ. LIBERDADE DE TRÁFEGO DE BENS E PESSOAS (ARTS. 150, V E 152 DA CONSTITUIÇÃO). DUPLICIDADE DE INCIDÊNCIA BITRIBUTAÇÃO - ART. 155, § 2º, VII, B DA CONSTITUIÇÃO). GUERRA FISCAL VEDADA (ART. 155, § 2º, VI DA CONSTITUIÇÃO).MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.Tem densa plausibilidade o juízo de inconstitucionalidade de norma criada unilateralmente por ente federado que estabeleça tributação diferenciada de bens provenientes de outros estados da Federação, pois:(a) Há reserva de resolução do Senado Federal para determinar as alíquotas do ICMS para operações interestaduais;(b) O perfil constitucional do ICMS exige a ocorrência de operação de circulação de mercadorias (ou serviços) para que ocorra a incidência e, portanto, o tributo não pode ser cobrado sobre operações apenas porque elas têm por objeto "bens", ou nas quais fique descaracterizada atividade mercantil-comercial;(c) No caso, a Constituição adotou como critério de partilha da competência tributária o estado de origem das mercadorias, de modo que o deslocamento da sujeição ativa para o estado de destino depende de alteração do próprio texto constitucional (reforma tributária). Opção política legítima que não pode ser substituída pelo Judiciário.Medida liminar concedida para suspender a eficácia prospectiva e retrospectiva (ex tunc) da Lei estadual 6.041/2010.(ADI 4565; Requerente: Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; Requeridos: Governador do Estado do Piauí e Assembleia Legislativa do Estado do Piauí; Rel. Min. Joaquim Barbosa; DJe de 27.06.2011)

Nesse sentido, diversas outras ações (03) foram impetradas, pelas mais diversas entidades, entre elas, citamos como exemplo a Confederação Nacional do Comércio de bens, serviços e turismo - CNC que fundamentou a inconstitucionalidade do referido protocolo sob o argumento de que "haveria flagrante inconstitucionalidade nas disposições do protocolo, posto que a repartição de receitas do ICMS está prevista expressamente na Constituição Federal, portanto, haveria violação àConstituiçãoem diversos dispositivos, dentre eles, oartigo 155, parágrafo 2º, inciso VII, alíneas "a" e "b" e inciso VII, que estabelece a tributação pelo ICMS exclusivamente no estado de origem nas operações interestaduais em que o destinatário não seja o contribuinte do imposto".

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Logo, apesar de justo, o pleito dos Estados consumidores, a edição deste protocolo e de qualquer outra norma que atente contra a Constituição da República Federativa do Brasil não é o meio honesto, seguro e justo para solução da repartição do ICMS no que diz respeito ao e-commerce.

4.2 - Perda de arrecadação por partes dos Estados consumidores

O comércio eletrônico tem sido fator de preocupação nacional, principalmente nos estados que não possuem empresas instaladas, pois elas perdem e muito com o atual regime de tributação do ICMS com relação a vendas interestaduais pela internet, cujo destinatário seja consumidor final.

O Estado do Mato Grosso do Sul alegou em sede de defesa em Mandado de Segurança impetrado pela Privalia Serviços de Informação Ltda., que "a estimativa de perdas em consequência do comércio eletrônico no Estado seria de R$ 43 milhões, podendo chegar a R$ 146 milhões em 2014, sendo que a comercialização pela internet cresce 50% ao ano" [6].

Estudo levado a efeito pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) de Santa Catarina (SC), nas operações ocorridas pela venda eletrônica, o Estado de Santa Catarina apresenta um volume de vendas no valor aproximado de R$ 26.000.000,00 (vinte e seis milhões de reais), enquanto que as vendas originadas de outras unidades da federação para SC perfazem o valor de R$ 371.000.000,00 (trezentos e setenta e um milhões de reais), ocasionando um déficit nas transações de R$ 345.000.000,00 (trezentos e quarenta e cinco milhões de reais) [7].

 

Fonte:http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=92399&tp=1

 

F Valor R$

Mato Grosso 1.663.277,04

Rio Grande do Sul 5.822.168,88

Santa Catarina 25.793.131,33

Paraná 33.536.255,04

São Paulo 329.689.173,48

Total 396.504.005,77

Fonte:http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=92399&tp=1IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Utilizando a margem de lucro 40% (quarenta por cento), que corresponde à média estabelecida para as mercadorias sujeitas à substituição tributária, e a alíquota de 17% para as operações internas, o Estado de Santa Catarina deixou de arrecadar no ano 2010 o valor de R$ 29.000.000,00 (vinte e nove milhões de reais), caso os consumidores tivessem adquirido as mercadorias no mercado interno catarinense.

Ainda, pelos gráficos acima podemos constatar que em comparação com diversos Estados, São Paulo tem a maior fatia, no que diz respeitos a vendas pela internet. Logo, mais um indício da necessidade de alterações no sentido de corrigir as distorções resultantes dessa forma de tributação.

5 - O pacto federativo

Ora, o Brasil é uma República Federativa, dessa forma, todos os Estados que fazem parte da Federação, apesar da autonomia, devem buscar o interesse comum e a redução das desigualdades regionais.

Dessa forma, como explica Roque Antonio Carrazza (2000, p.89) [8]:

"(...) podemos dizer que Federação (de foedus, foedoris, aliança, pacto) é uma associação, uma união institucional de Estados, que dá lugar a uma novo Estado (o Estado Federal), diverso dos que dele participaram (Estados-membros)".

Ademais, como afirma Ana Maria Brasileiro (citada por Alessandra Tavares, 2009, p.21):

o federalismo cooperativo retrata a situação na qual as relações entre as três esferas de governo não podem mais ocorrer de forma isolada, ou seja, os três níveis de governo precisam agir de maneira conjunta e de forma cooperativa, tanto pelas cooperações horizontais entre as comunidades federadas, quanto pelas cooperações verticais estabelecias entre o poder federal e os poderes federados [9].

E como destaca Pedro Lenza (2013, p.448):

"o modelo brasileiro pode ser classificado como um federalismo cooperativo" [10].

Além disso, aCarta Magnaem seuartigo 3º, III, define como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil; "reduzir as desigualdades sociais e regionais" e em seu inciso II; "garantir o desenvolvimento nacional"

Nesse passo, esclarece Celso Bastos (p.159.1997), falando sobre os objetivos da República Federativa do Brasil: "quanto aos objetivos, estes consistem em algo exterior que deve ser perseguido" [11].

No mesmo sentido, disserta Alexandre de Moraes (2013, p.20) [12]:

A Constituição Federal estabelece vários objetivos fundamentais a serem seguidos pelas autoridades constituídas, no sentido de desenvolvimento e progresso da nação brasileira. A partir da definição dos objetivos, os diversos capítulos da Carta Magna passam a estabelecer regras que possibilitem seu fiel cumprimento.

Outrossim, afirma Roque Antonio Carrazza (2000, p.57):

"constitucionalmente, pois, um tributo não pode ter outro escopo que o de instrumentar o Estado a alcançar o bem comum" [13].

Contudo, para que ocorra uma cooperação efetiva, há necessidade do fortalecimento da participação de cada um dos membros na Federação, de forma que todos sejam capazes de assumir responsabilidades e desempenhar a contento as ações que compete a cada um, na busca do desenvolvimento da nação.

A par do exposto, fica claro que o legislador constituinte almejou em todas as normas constitucionais refletir essa cooperação, e, como não poderia deixar de ser, no que diz respeito o ICMS.

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Foi com essa disposição que o legislador editou aResolução nº 22/89(04), visando reduzir as desigualdades regionais e provavelmente se o legislador originário imaginasse que o e-commerce se intensificaria da maneira como vem ocorrendo nos dias atuas, teria criado uma regra diferente da que temos hoje.

Portanto, atualmente com um novo contexto de fortes vendas interestaduais pela Internet destinadas a consumidores finais, parece que se faz necessário uma nova forma de repartir o ICMS decorrente do e-commerce, em obediência, dentre outros, ao mandamento Constitucional de diminuir as desigualdades.

6 - Carta de princípios do comércio eletrônico, aprovada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.BR) (05)

Divulgada no dia 01.09.2010 pelo Fórum do Comércio Eletrônico a Carta de Princípios do Comércio Eletrônico [14], cujo objetivo de colaborar para a criação de um quadro jurídico seguro para o comércio eletrônico no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento do comércio eletrônico e o fortalecimento da confiança do consumidor e das demais partes envolvidas.

Criado em fevereiro em 2010, o Fórum é composto por representantes dos consumidores, das empresas, da governança da internet e do setor acadêmico e foi desenvolvido dentro das atividades Grupo de Trabalho Tecnologias da Informação e Comunicação da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (Consumidor e Ordem Econômica).

A atuação do Fórum abrange o comércio eletrônico realizado entre as empresas, entre empresas e consumidores e entre consumidores. O objetivo é contribuir para o bom funcionamento do mercado, assegurando a proteção do consumidor. Além disso, o Fórum também busca identificar as questões emergentes do comércio eletrônico e facilitar a interação entre seus atores.

Foi nesse contexto que o Ministério Público Federal e o Comitê Gestor da Internet publicaram a presente Carta de Princípios do Comércio Eletrônico. Recomendando-se a sua observação aos setores privado e público, às organizações da sociedade civil e aos cidadãos. Para o setor privado ela serve como um indicador da promoção de boas práticas para o comércio eletrônico. Para o setor público ela serve como um indicador para o exercício das atividades administrativa, legislativa e judicial. Para as organizações da sociedade civil e para os cidadãos ela serve como um instrumento de promoção de direitos.

E dentre as recomendações ao setor público, temos o seguinte:

a) Adequar os textos legais e administrativos às novas tecnologias;

b) Desenvolver a administração eletrônica e adaptar a organização do Estado aos desafios do comércio eletrônico;

c) Estimular a competitividade e o crescimento das empresas do comércio eletrônico.

Pelo supramencionado, mais uma vez fica demonstrada os anseios da população brasileira pela regulamentação do e-commerce.

7 - Necessidade de PEC para adequar a Constituição aos dias atuais

Quando a Constituição Federal foi promulgada, a internet ainda estava dando os primeiros passos e nem se imaginava que ia atingir as dimensões de hoje.

A Internet no Brasil teve início em 1991, com o advento da RNP (Rede Nacional de Pesquisa), que era um sistema acadêmico ligado ao MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia). Ainda hoje, a RNP é o "backbone" principal, e abrange instituições e centros de pesquisa, universidades e laboratórios. Com isso, a RNP se responsabiliza pela infraestrutura de interconexão e informação, controlando o "backbone" [15].

No ano de 1994, a EMBRATEL lançou, de forma experimental, o acesso online, para saber mais sobre ela. Somente em 1995 é que se deu a liberação para o setor privado ter acesso à Internet, para estudar como explorar comercialmente os seus benefícios. Essa liberação, passados 20 anos, mostra um cenário bem diferente [16].

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Portanto, a legislação que trata atualmente sobre a regulamentação do ICMS contempla um período em que o volume de faturamento por e-commerce não era significativo.

Dessa forma, os nossos legisladores constituintes quando da promulgação da nossa Carta Magna encontravam-se em contexto diverso do que temos atualmente, para eles a internet ainda era algo distante que não suscitava questionamentos.

E como podemos extrair do preâmbulo daConstituição[17] um de seus grandes objetivo e finalidade são:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. (grifou-se)

Sobre o tema disserta Alexandre de Moraes (2013, p.17) [18]:

O preâmbulo, portanto, por não ser norma constitucional, não poderá prevalecer contra texto expresso da Constituição Federal, e tampouco poderá ser paradigma comparativo para declaração de inconstitucionalidade, porém, por traçar as diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da Constituição, será uma de suas linhas mestras interpretativas.

Por tudo isso, fica evidente a necessidade das mudanças no ICMS sobre vendas pela internet a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, com o escopo de adequar a norma a realidade atual.

Como a Constituição Federal trata da matéria em seuartigo 155, § 2º, VII e VII, entendemos que o meio mais eficaz de corrigir essa situação é emendando aConstituição.

A Proposta de Emenda a Constituição (PEC) é uma das propostas que exige mais tempo para preparo, elaboração e votação, uma vez que modificará aConstituição Federal. Em função disso, requer quórum quase máximo e dois turnos de votação em cada uma das Casas legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal).

Por fim, desnecessário sublinhar que os Estados menos desenvolvidos não podem prescindir da partilha do ICMS decorrente do comércio não presencial, devido as suas debilitadas finanças e condições socioeconômicas.

7.1 - Proposições sobre o tema

Nesse sentido, diversas são as PECs que tramitam, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, visando a adequação da tributação do comércio eletrônico ou e-commerce, que com seu rápido crescimento deu início a situações não previstas na legislação existente. Entre elas citamos:

- A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 227/2008 [19], de autoria do Deputado Luiz Carreira, filiado ao DEM/BA, tem como pretensão modificar o regime de tributação nas operações interestaduais decorrentes de vendas para o consumidor não contribuinte do ICMS, inclusive por meio eletrônico, estabelecendo que nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

- A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 56/11 [20], de autoria do Senador Luiz Henrique e outros, acrescenta alínea c, ao inciso VII, do § 2º doart. 155 da CRFB/88para determinara a aplicação de alíquota interestadual, em qualquer caso, quando a operação ou a prestação ocorra por meio de comércio eletrônico, bem como estabelece que nesta hipótese, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

- A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 103/2011 [21], de autoria do senador Delcídio Amaral (PT-MS), altera aConstituição Federal de 1988para estabelecer que, uma vez ocorrida operação interestadual na modalidade não presencial, parte da arrecadação do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) caberá ao Estado de

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origem e outra parte ao Estado de destino da mercadoria, em percentuais a serem definidos por resolução do Senado Federal;

- A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 197/2012 [22], de autoria do Senador Delcídio do Amaral (PT/MS) para estabelecer que nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, aplicar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre: (i) a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual, quando o consumidor final for contribuinte do imposto; (ii) a alíquota interna do Estado remetente e a alíquota interestadual, quando o consumidor final não for contribuinte do imposto.

Conclusão

Com o aumento das vendas pela internet e previsões do crescimento cada vez mais intenso deste tipo de comércio, em detrimento das lojas físicas, a legislação que regulamenta esse tipo de operação se mostra inadequada.

Vimos que quando aConstituição da República Federativa de 1988foi promulgada não se vislumbrava a dimensão que a internet e o e-commerce atingiriam, por conta disso, ela determinou que nas vendas interestaduais destinadas a consumidor final contribuinte do ICMS, localizado em outro Estado, cabe a esse Estado a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, já quando o destinatário for consumidor final, não contribuinte do ICMS, cabe ao Estado remetente a alíquota do imposto.

Essa forma de tributação beneficia apenas os Estados em que estão localizadas a maioria das empresas que vendem pela internet, ou seja, os Estados ditos produtores, que são a minoria, os Estados ditos consumidores, ou seja, que compram desses estados, muito mais do que vedem.

Logo, se por um alado a migração para internet de negócios visando à aquisição de mercadorias resultou em um crescimento considerável do comércio eletrônico, por outro lado, acarretou a perda de receita do ICMS por parte dos Estados em que ocorre o consumo, com consequente a diminuição de suas capacidades financeiras.

Por conta disso, vinte Estados editaram e assinaram oProtocolo nº 21/2011que resumidamente, prevê que a parcela do imposto devido ao estado destinatário será obtida pela aplicação da alíquota interna sobre o valor da operação, deduzindo-se o valor equivalente aos percentuais aplicados sobre a base de cálculo da cobrança do imposto devido na origem para operações interestaduais a contribuinte.

Esse fato tem gerado inúmeros conflitos entre Estados consumidores e Estados produtores, com inúmeras ADIs impetradas, e diversas legislações sancionadas pelos Estados, fomentando, assim, a guerra fiscal e não contribuído em nada para o progresso dos Estados. Muito pelo contrário, só prejudicando consumidores, empresários e a própria Federação.

E apesar de eminentemente justo o pleito, o meio utilizado pelos Estados consumidores afronta diretamente aConstituição Federal, bem como aLei nº 24/75, conforme exposto ao longo deste trabalho.

Portanto, acreditamos que a melhor forma de corrigir uma injustiça social, atender aos princípios e diretrizes constitucionais como "Federalismo Cooperativo" e "Redução das Desigualdades Regionais", buscar restituir a natureza compartilhada original do ICMS e corrigir a distorção fiscal decorrente do surgimento e popularização desta forma de comercialização, inexistente à época da redação da Constituição, seria a elaboração de uma Proposta de Emenda à Constituição.

Por fim, por todo exposto o e-commerce é uma atividade que rende e ainda vai render muitos mais lucros, rixas e problemas graves, portanto deve ser tratada de forma adequada pelos nossos legisladores e julgadores, principalmente quando da sua regulamentação no que diz respeito à forma de tributa-la.

Referências bibliográficas

[1] E-BIT: EMPRESA. Escassez de mão de obra especializada é reflexo do crescimento acelerado do e-commerce no Brasil. Disponível em: http://www.ebitempresa.com.br/clip.asp?cod_noticia=3951&pi=1. Acesso em: 18 out.2013.

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[2] CGI. br. Comitê Gestor da Internet no Brasil. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação no Brasil.2008. São Paulo. Disponível em: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2008/analise-tic-domicilios2008.pdf. Acesso em: 30 set.2013.

[3] IBPT. Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. R$ 1 trilhão de arrecadação de impostos, taxas e contribuições. Estudo e Pesquisa realizada a pedido da Associação Comercial de São Paulo. Disponível em: https://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/1238/ESTUDOIMPOSTOMETROR1TRILHAO270820132.pdf. Acesso em: 17 set.2013.

[4] CNM. Confederação Nacional de Municípios. ICMS e Guerra Fiscal / Confederação Nacional de Municípios - Brasília: CNM, 2012. 40 páginas. Disponível em: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=2&ved=0CDYQFjAB&url=http%3A%2F%2Fcnm.org.br%2Findex.php%3Foption%3Dcom_docman%26task%3Ddoc_download%26gid%3D551&ei=UUNkUv2dDfLyyAGNzIGgCA&usg=AFQjCNEdcs9X1zKA6fVQUF1NU9X1kSOtjA&bvm=bv.54934254,d.aWc. Acesso em: 23 set. 2013.

[5] Protocolo ICMS nº21, de 1º de Abril de 2011. Disponível em: https://www1.fazenda.gov.br/confaz/. Acesso em: 15 out.2013.

[6] TJ-MS, Mandado de Segurança nº 2011013480-0.

[7] SENADO FEDERAL. Proposta de Emenda à Constituição nº 56. Disponível em: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=92399&tp=1. Acesso em: 12 set.2013.

[08] CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário, 14ª edição, revista, ampliada e atualizada - São Paulo, Editora Malheiros, 2000.

[09] TAVARES, Alessandra Schettino. O federalismo cooperativo no Brasil [manuscrito]: o perfil do Estado brasileiro segundo a Constituição Federal de 1988.2009. 55 f. Monografia (especialização) - Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor), da Câmara dos Deputados, Curso de Especialização em Instituições e Processos Políticos do Legislativo. Disponível em: http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/341/federalismo_cooperativo_schettino.pdf?sequence=1. Acesso em: 10 set.2013.

[10] LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, 17 ed. Ver. Atual e ampl., São Paulo, Saraiva,2013.

[11] BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 18. ed. São Paulo: Saraiva. 1997.

[12] MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 29. ed. São Paulo, Atlas.2013.

[13] CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário, 14ª edição, revista, ampliada e atualizada - São Paulo, Editora Malheiros, 2000.

[14] Fórum do Comércio Eletrônico (FCE). Carta de Princípios do Comércio Eletrônico. Disponível em: http://noticias.pgr.mpf.gov.br//noticias/noticias-do-site/copy_of_pdfs/carta-principios.pdf .>. Acesso em 08 out.2011.

[15] e [16] EMD. Escola do Marketing Digital, O que é E-Commerce: Entenda Comércio Eletrônico. Disponível em: http://escoladomarketingdigital.com.br/glossario/e/o-que-e-ecommerce. Acesso em: 12 out. 2013.

[17] BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Acesso em 06 out. 2013.

[18] MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 29. ed. São Paulo, Atlas.2013.

[19] Brasil. Constituição (1988). Projeto de Emenda constitucional nº XX, de XX de novembro de XXX. Dá nova redação ao art. XX da Constituição Federal, alterando e inserindo parágrafos. Lex-Coletânea de Legislação e Jurisprudência, out/dez 1995;59:1966.

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[20]BRASIL. Projeto de Emenda à Constituição nº 227/2008. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=384060. Acesso em: 29.10.2013.

[21] BRASIL. Projeto de Emenda à Constituição nº 56/2011. Disponível em http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=100780:. Acesso em: 29.10.2013.

[22] BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição nº 103/2011. Disponível em: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=102933. Acesso em: 25.10.2013.

[23] BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição nº 197/2012. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=551712. Acesso em: 25.10.2013.

Outras fontes

ALEXANDRIA, Francisco Carlos de; CARVALHO, Sérgio Silva de. A repartição do ICMS nas vendas pela internet. Como adequar os princípios constitucionais aos tempos de comércio eletrônico. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2821, 23 mar. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/18734>. Acesso em: 20 out.2013.

BRASIL, Lei Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp24.htm>. Acesso em 05 set. 2013.

BRASIL, Lei Kandir (Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro 1996). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm > Acesso em: 18 set.2013.

BRIGAGÃO. Gustavo. Vendas pela internet sofrem tributação irregular. Revista Consultor Jurídico. 13 fev.2013. Disponível em:http://www.conjur.com.br/2013-fev-13/consultor-tributario-vendas-internet-sofrem-tributacao-irregular. Acesso em: 20 out.2013.

CÂMARA-E.NET.Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. Comércio Eletrônico movimenta R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre. Disponível em: http://www.camara-e.net/2013/08/22/comercio-eletronico-movimenta-r-1274-bilhoes-no-primeiro-semestre/. Acesso em: 15 set. 2013.

FELIPINE, Dailton. ABC do e-commerce: os quatro segredos de um negócio bem sucedido na Internet. Disponível em: http://www.abc-commerce.com.br/ebook_gratis.htm. Acesso em: 23 out.2013.

MELO, José Eduardo Soares de. ICMS: teoria e prática.11.ed. São Paulo: Dialética, 2009.

PAUSEN, Leandro. Curso de direito tributário: completo, 5ªed.rev.atual. e ampl. - Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2013.

Notas

(01) Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:(...)II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(...)

(02) Em 15.07.2011, Tocantins aderiu ao Protocolo. Em 20.04.2012, o protocolo foi denunciado pelo Estado do Espirito Santo.

(03) ADI 4628 (CNC), apresentada contra o protocolo nº 21; ADI 4713 e ADI 4713 (CNI); ADI 4741, apresentada contra o Protocolo nº 21; ADI 4599, apresentada contra norma do Mato Grosso; ADI 4642, apresentada contra norma do Mato Grosso do Sul, ADI 4705, apresentada contra norma da Paraíba; ADI nº 4855, apresentada contra a norma de Rondônia; ADI 4909, apresentada contra norma do Pará.

(04) Estabelece que nas operações e prestações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste, destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, as alíquotas será de 7%.

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(05) O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) foi criado pela Portaria Interministerial nº 147, de 31 de maio de 1995 e alterada pelo Decreto Presidencial nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, para coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados.

 

Mary Hellen Nascimento da Silva

Graduada em Direito pela Universidade Metodista Bennett. Advogada.

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