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ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA ADJUNTA DE ENSINO UNIDADE REGIONAL DE EDUCAÇÃO CENTRO DE ENSINO “VICENTE MAIA” PROPOSTA PEDAGÓGICA

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ESTADO DO MARANHÃOSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA ADJUNTA DE ENSINOUNIDADE REGIONAL DE EDUCAÇÃO

CENTRO DE ENSINO “VICENTE MAIA”

PROPOSTA PEDAGÓGICA

São Luís2001

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CENTRO DE ENSINO MÉDIO “VICENTE MAIA”

DIRETOR GERALJosé Rogério de Pinho Andrade

DIRETOR ADJUNTOGenésio Abreu Pereira

SECRETÁRIAVicentina Pinto Borges

CORPO TÉCNICO-EDUCACIONALTenilde Nunes Araújo

AUXILIARES ADMINISTRATIVOSFrancisca Maciel AlmeidaGilson Soares Lindoso

CORPO DISCENTE 2000/2001

Ana Célia Ferreira MendesJosé Carlos Gonçalves FilhoJosé Carlos FerreiraJosé de Ribamar Lopes FerreiraKarla Brito FerreiraRaimundo Miguel CutrimRoberto Carlos Vitório dos Santos

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1- INTRODUÇÃO:

“O medo de mudar retém o ser humano aquém do horizonte e o faz

acomodar-se no mesmo lugar”Ivone Boechat

O homem, em sua evolução cultural, sempre esteve às voltas com seus desafios e enfrentamentos. Primeiro aprendeu a produzir sua sobrevivência com o seu labor. Paulatinamente, desenvolveu suas técnicas de produção de instrumentos necessários à realização de sua sobrevivência. Isto lhe permitiu a organização social e política dos seus grupos, dos seus valores, dos seus significados ideológicos e, enfim, da sua cultura.

Neste enfrentar-se com o mundo, o ser humano se deparou com a realidade do aprender. O conhecimento se fazia necessário para distingui-lo dos demais seres vivos. Ele passou a ser responsável pela sua existência e, como tal, passou a ser o autor e ator de sua dramática existência. Assim, precisou preparar-se para o enfrentamento de sua árdua tarefa. Aprendeu, e continua a aprender, a ser, a fazer, a conviver e a aprender.

Vivemos em um mundo em constantes transformações. O conhecimento e a informação se propagam em tempo real de um pólo ao outro do planeta. A tecnologia, a cada dia que passa, nos traz inovações em todos os aspectos da realidade. A medicina desenvolve-se a passos largos na busca da cura de doenças graves e tidas, até a bem pouco tempo, como incuráveis. Enfim, vivemos um momento de fortes e profundas transformações onde o conhecer e o aprender são de vital importância para o desenvolvimento das futuras gerações.

O conhecimento e a aprendizagem se realizam em todas as esferas sociais, culturais, morais e políticas. Entretanto, é na escola que ele é realizado sistemática e organizadamente. A escola é o palco onde se deve encenar uma produção do conhecimento de forma crítica e, mais do que nunca, ela deve assumir seu espaço de excelência na produção do saber.

Neste novo momento histórico, articula-se uma concepção de educação voltada para a realização do homem na sua plenitude, isto é, a realização do homem como pessoa e cidadão. A educação passa a ser vista como atitude que conduz o ser humano ao processo de produção de cultura, de política e de valores. Faz-se presente nesta concepção a atitude de responsabilizar-se por si e pelos outros, significando ter zelo, envolvimento e solicitude para com-o-outro e para com-o-mundo, fortalecendo ação e intervenção de cidadania.

Para tanto, necessária e urgente é a presença na e com a escola, de uma proposta pedagógica que almeje a satisfação e as necessidades de sua comunidade. E é neste contexto que o Centro de Ensino “Vicente Maia” se apresenta como uma escola que busca a inserção do sujeito como aprendiz num mundo que, mesmo fragmentado em suas diversas partes, busca interligá-las em uma compreensão holística de mundo e procura realizar a política pública de educação do Estado do Maranhão.

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2- PRESUPOSTOS TEÓRICOS

2.1- PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS

“O homem é um animal sociável e político”. A afirmação nos remete à idéia de que o indivíduo é capaz de relacionar-se com seus semelhantes adquirindo, também, uma existência como grupo. Deste modo, pode-se falar no ser humano enquanto indivíduo e enquanto grupo, enquanto humanidade. Como indivíduo, ele é mais um no grupo, é pessoa, como coletividade, ele é mais um com o grupo. A característica que torna isto possível é a capacidade que temos de normatizar nossas condutas e relações, ou seja, somos capazes de estabelecer regras, normas que nos possibilitam a convivência grupal. Organizando a vida coletiva e as suas relações de poder, nos tornamos animais políticos.

O ingresso nesta convivência coletiva somente é possível mediante a prática educativa. A educação possibilita ao indivíduo o contato com o mundo propriamente humano e sua interiorização. A convivência com os outros nos proporciona a aquisição do modo de ser definido pelo coletivo e, por meio dela, aprendemos a nos comunicar, a expressar nossos anseios, temores e desejos, aprendemos a pensar e a ser, assimilamos as normas, os valores e a cultura, ingressamos no trabalho, em suma, nos humanizamos.

Sabendo que a humanização se realiza na medida em que estabelecemos uma convivência com os valores produzidos pela humanidade, quando podemos ingressar no mundo humano e que tal processo ocorre por intermédio da prática educativa. Cabe a todos em sociedade, a preocupação com o redimensionamento do conteúdo da educação a fim de resgatar a sua real finalidade: formar o homem em sua integralidade para a vida e a sociedade.

2.2- PRESSUPOSTOS SOCIOLÓGICOS

A sociedade em que vivemos tem suas raízes mais próximas nas revoluções científica, política, cultural e tecnológica surgidas nos últimos quatro séculos. O legado cultural destas revoluções trouxe uma valorização do homem e sua racionalidade, implantou um conhecimento pragmático e uma produção mais técnica e eficaz.

O homem moderno crê no que se pode provar, não no que se alega. Isto implica que a política não se faz mais com “verdades reveladas” ou pelo argumento da autoridade, mas sim pela verdade construída no debate e na crítica; o conhecimento necessita ser provado experimentalmente, o saber se torna fragmentado e especializado, a teologia e filosofia se tornaram irrelevantes, cedendo lugar para o saber pragmático e utilitário, a técnica e a robótica eliminam o homem da produção.

Nossa época é produto de uma série de acontecimentos históricos que se conjugaram e que a produziram trazendo benefícios incalculáveis, como o avanço da medicina, da melhoria da qualidade de vida, o acesso à informação e à cultura, entre outros. Mas, também trouxe alguns problemas muitos sérios que nos afetam, a saber:

a) O lucro como motor essencial do progresso, o que desumanizou nossa época coisificando o homem como mais um produto;

b) A concorrência como a lei suprema da economia e das relações cotidianas, o que fez a cooperação e a solidariedade humanas transformarem-se em uma utopia;

c) A propriedade privada como um direito absoluto o que leva à exploração do homem pelo próprio homem a limites extremos. O ter prepondera sobre o ser.

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d) A desumanização do homem, a sua coisificação. Filosofia, arte, literatura, valores morais e religiosos não têm o devido reconhecimento social.

Estes, dentre outros fatores, irão desencadear outras características mais marcantes da sociedade atual e daquela que podemos projetar para os próximos anos, nas qual nossos alunos, hoje crianças e adolescentes, viverão a plenitude de suas vidas adultas. Podemos destacar a Globalização, a automação, a crise do emprego, o acesso à informação e a perda de parâmetros éticos.

A Globalização pode ser entendida como a queda de fronteiras entre os países. A princípio fronteiras econômicas e, no embalo, fronteiras culturais e éticas. A cultura, que a priori é resultado da maneira de pensar, sentir e agir de um povo, passa a pertencer a uma aldeia global. Os valores éticos e morais passam a ser constituídos por essa comunidade global. A maneira de ser, pensar, sentir e agir dos indivíduos é ditada pelos países que controlam este processo. Assim, outro elemento que se integra nesta nova ordem mundial é a lógica da competitividade: exige-se mais competência técnica e maior qualidade de produção.

A automação passa a ser o carro chefe do processo produtivo e das relações sócio-econômicas. É inegável a presença das máquinas em nossas vidas e, a cada dia que passa, torna-se mais visível e necessária. É a era da máquina e da robótica determinando o cotidiano, do comércio à saúde e educação.

O terceiro ponto a se destacar diz respeito à crise do emprego. A tecnologia cada vez mais evidente na produção, ao tempo que aumenta a produção e a qualifica, ocasiona a substituição da força de trabalho humana pela máquina. O homem passa a ser substituído por robôs e outras geringonças. Nesta realidade, a qualificação é imprescindível, só os mais preparados terão alguma oportunidade.

Mais do que nunca, nos encontramos na era da informação. As novidades se propagam em tempo real pela rede mundial de computadores, a Internet. Assim, tem poder quem tem conhecimento, que se consubstancia na tecnologia, quem pode ter acesso à informação. Pode mais quem sabe mais, saber crítico, analítico e articulado aos desafios da contemporaneidade.

A perda de parâmetros éticos é o ponto paradoxal de todo este processo. O homem alcançou um grau de desenvolvimento tecnológico nos últimos 400 anos superior a toda a sua existência na Terra nos últimos 10.000 anos quando da revolução agrícola. Contudo, seu desenvolvimento moral parece não ter tido o mesmo curso. Palavras como honestidade, dignidade, honra, respeito parecem vazias de sentido na nossa nova sociedade. Atribui-se muito mais valor ao Ter do que ao Ser, A vida é manipulada geneticamente, a concentração da riqueza nas mãos de poucos e a distribuição da miséria para muitos é cada dia maior.

Diante de tal realidade, somos levados a dizer e acreditar que a função social da escola é formar gerentes de informação e agentes de transformação e não meros acumuladores de dados. Faz parte desta função preparar cidadãos com capacidade de atuar em uma sociedade que exige cada vez mais competência profissional, atualização científica e técnica, flexibilidade no emprego, isto é, antes de preparar para garantir o emprego, a escola deve formar o cidadão para garantir a empregabilidade.

É, também, função da escola como lugar privilegiado, o debate em busca do resgate de valores que possam tornar a sociedade mais justa e mais humana, mais ética, tendo como objetivo permitir o exercício da cidadania em busca da felicidade individual e coletiva.

Uma visão moderna em educação, conseqüentemente de atuação escolar, deve levar em consideração que Modernidade significa o desafio que o futuro acena para as novas gerações, em particular seus traços científicos e tecnológicos.

Neste contexto, modernidade significa:

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a) Entendimento de tendências típicas das sociedades atuais e futuras, em particular, sua marca científica e tecnológica;

b) Capacidade de adequar-se e atualizar-se à tecnologia e sua linguagem;

c) Capacidade de entender, questionar e de enfrentar novos problemas das sociedades e das economias, sobressaindo: questão ambiental, questão da paz, da economia e política, ameaças à vida do tipo A.I.D.S., câncer, suicídio em contexto de bem-estar material, etc...

d) Capacidade de compor-se com perspectivas atuais e futuras de condição de vida, de conhecimento e de domínio técnico: sobressaindo, globalização, interdisciplinaridade acadêmica, riscos dos abusos da tecnologia (engenharia genética, biológica, etc...), choques culturais, etc...

e) Condições de organização da sociedade e do Estado, sobressaindo: democracias e seus desenvolvimentos, sistemas de gestão, serviços públicos racionais e qualitativos, produção e participação, empregabilidade, etc...

f) Sobretudo, desafio de “puxar” o processo de mudança em curso para não comparecer como objeto, compelido de fora para dentro; modernidade incorporaria principalmente tal desafio, que seria mais bem efetivado se fundamentado na educação, pois esta, detém a condição mais adequada de gestação de sujeitos da mudança.

A nova realidade econômica e cultural é cada vez mais sensível a atributos educativos como visão de conjunto, autonomia, iniciativa, capacidade de resolver problemas, flexibilidade.

Ao velho modelo de educação conteudista, que privilegiava a memorização, o autoritarismo e a informação do conhecimento, opõe-se um novo modelo que privilegia a habilitação metodológica da pessoa, com relação ao conhecimento, a manejá-lo e a produzi-lo. Não há mais espaço para a simples reprodução do conhecimento. Urge estabelecermos uma produção vivenciada e experimentada.

Não significa a extinção de todo e qualquer conteúdo, mas sim, estabelecer uma nova significação do mesmo no contexto escolar. Estes devem ser significativos para a pessoa, isto é, deve permitir que cada aluno dê o significado a tudo o que aprende e possa aplicar o aprendido em situações-problemas. Ligadas à vida real e não a situações fictícias.

Duas expectativas, então, nos aparecem mais fortes: capacidade de informação crítica e capacidade de atualização incessante, sobre o lema do “aprender a aprender”. Assim, educação é tanto instrumento informativo (qualidade formal) quanto, sobretudo, a finalidade de tudo (qualidade política).

A escola que pretendemos para educar o cidadão da nova sociedade deve estar pautada no lema do “aprender a aprender”, fundamentada na preocupação com valores éticos e políticos, com a retomada do emocional, conseqüentemente, da pessoa, na preparação de gerentes de informação, em uma visão de futuro.

2.3- PRESSUPOSTOS LEGAIS

A proposta pedagógica do Centro de Ensino “VICENTE MAIA” está amparada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 e na Resolução do Conselho Estadual de Educação do Maranhão Nº 215 de 14 de maio de 1998.

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3- OBJETIVOS

Os objetivos do Centro de Ensino “Vicente Maia” estão estabelecidos de forma que se articulam aos objetivos propostos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394 / 96 e pela Resolução Nº 215 / 98 – CEE –MA sem, contudo, deixar de contemplar a filosofia de educação proposta pela instituição.

Esses objetivos são:

1. Proporcionar uma educação cidadã, de acordo com as leis vigentes, estimulando o desenvolvimento de uma consciência crítica e participativa.

2. Estimular o desenvolvimento das múltiplas inteligências, através da aplicação de conteúdos que promovam o desenvolvimento de habilidades que pertençam aos três domínios da ação humana: vida em sociedade, atividade produtiva e experiência subjetiva.

3. Desenvolver no indivíduo a busca pela produção de conhecimentos críticos e articulados tendo como referência as premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea, a saber, “aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser”.

4- NÍVEIS DE ENSINO

O colégio se propõe a apresentar possibilidades de continuação e conclusão da etapa final da educação básica. Portanto, se estrutura no oferecimento do Ensino Médio nas modalidades Regular e Educação de Jovens e Adultos.

5- CONTEÚDOS DE ENSINO

Articulado à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº 9394 / 96 e à Resolução Nº 215 / 98, o Centro de Ensino “Vicente Maia” contemplará conteúdos de ensino que estimulem o desenvolvimento das competências estipuladas pelas áreas: Linguagem e Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e Matemática e suas Tecnologias.

6- LINHA GERENCIAL E BASES DE SUSTENTAÇÃO

O Centro de Ensino “VICENTE MAIA”, dentro do que propõe o Estado do Maranhão em sua política educacional e o que permite a LDB Nº 9394/96, tem como proposta de linha gerencial a busca de sua autonomia através de uma gestão democrática e autônoma via a participação colegiada de todos os segmentos que compõe a realidade da escola.

Para isto sustenta-se no que propõe a LDB, a Resolução CEB Nº 03 / 98 a Resolução CEE 215/98 e os Decretos (Nº 14558/95, Nº 14973/96 e Nº 15288/96) e Portarias (Nº 1242/95 e Nº 2519/96) Governamentais que regulamentam a instituição do Colegiado Escolar como referência e modelo de gestão participativa.

7- ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

A proposta pedagógica a que o Centro de Ensino “Vicente Maia” se propõe executar está voltada totalmente para um âmbito aberto a discussões, estudos e realizações práticas, visando sempre à participação consciente e crítica dos corpos docente, discente e da comunidade de pais e responsáveis bem como o apoio e direcionamento do setor administrativo desta escola.

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Convém que não se perca de vista um dos objetivos principais que em parte confere: “aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser”.

Sendo assim, a simples reprodução do conhecimento não mais será referência nesta escola, passando então, para uma produção mais vivenciada e experimentada, capaz de fazer diferença na vida daqueles que se envolverem no processo.

Para tanto, todas as ações desta proposta deverão estar em consonância com os planos e projetos elaborados pelo corpo docente e coordenação com o apoio da direção e do colegiado escolar, sendo uma forma de garantir um bom desempenho seguido de resultado.

Com estas atitudes, a concepção de escola como centro de valorização inter e intra-social reforça a importância do trabalho desempenhado na escola.

Como proposta básica destas ações temos:

Diagnosticar os principais problemas ocorridos na escola;

Programar reuniões constantes com o intuito de expor a todos tudo o que ocorre na escola, para juntos, chegarmos a um objetivo comum;

Planejar atividades que envolvam todos que fazem a escola;

Montar e manter uma coordenação de orientação de projetos junto ao corpo docente e discente para que ambos se sintam estimulados;

Elaborar projetos bimestrais com temas centrais que devem ser direcionados por cada docente de acordo com sua especialidade;

Expor de forma prática os resultados obtidos em cada projeto;

Avaliar constantemente o desenvolvimento dos trabalhos.

8- AVALIAÇÃO E FORMAS DE REGISTRO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO ESCOLAR

A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Nº 9394/96, entre outras determinações estabelece, no que se refere à Avaliação do rendimento escolar, no artigo 24 inciso V e respectivas alíneas, que deverá ser observado os seguintes critérios:

a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

b) Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

c) Possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;

d) Aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) Obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.

Ao mencionar que a avaliação deve ser contínua e cumulativa, privilegiando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, e ao explicitar a autonomia das instituições de ensino e do professor para o estabelecimento de meios e estratégias de recuperação dos alunos com baixo

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rendimento (Art. 12, V, Art. 13, IV), a lei apresenta avanços significativos que podem redimensionar as práticas avaliativas até então adotadas nas escolas.

A avaliação deve configurar-se como qualitativa, onde os vários fatores interferem e interagem para se chegar a um resultado. Assim, tudo deve ser avaliado: o desempenho, o raciocínio, os resultados e as articulações que o aluno faz entre o que aprendeu e os elementos que já possuía, sem deixar de lado a realidade na qual está inserido.

A avaliação deve ser constante, não devendo ser um momento estanque ou uma parada no processo de aprendizagem após um período pré-determinado. É necessário que deva ocorrer também uma auto-avaliação, uma vez que permita ao aluno se perceber ao avaliar a si mesmo e sua atuação no mundo.

A avaliação deve ser significativa na vida do aluno, que no campo da realização do saber, quer no campo da realização pessoal e no campo da realização profissional.

A freqüência deverá funcionar como suporte na verificação do aluno e será considerado, para efeito de promoção, 75% da carga horária total (mínima de 800 horas).

A avaliação terá por objetivo a verificação da aprendizagem escolar em seus aspectos quantitativos e qualitativos, estes preponderando sobre aqueles. Deverá ser contínua e cumulativa.

Nos aspectos qualitativos são considerados os seguintes itens:

a) Capacidade de análise e síntese;

b) Desenvolvimento do senso investigativo (criatividade e iniciativa);

c) Desenvolvimento do senso crítico;

d) Capacidade de articular o conhecimento já existente com o novo.

No aspecto quantitativo, a avaliação será feita com o auxílio de técnicas de trabalho: provas, testes, trabalho em grupo e outros procedimentos didáticos a critério do professor, de acordo com sua carga horária.

A avaliação ocorrerá ao longo do processo ensino-aprendizagem devendo os resultados ser expressos na escala de 0 a 10. Será atribuído ao aluno, em cada disciplina, um rendimento bimestral resultante do somatório das verificações realizadas durante o bimestre distribuído da seguinte forma:

10 pontos para a avaliação qualitativa sendo que 05 pontos como auto-avaliação e 05 pontos como avaliação do professor.

10 pontos na avaliação quantitativa sendo distribuídos em, no mínimo, três instrumentos de avaliação a critério do professor.

A avaliação semestral corresponderá a dois bimestres letivos sendo a soma total dos pontos obtidos divididos por dois. Por exemplo: se o aluno obtiver no semestre um total de 12 pontos terá uma nota 06 por bimestre.

TOTAL DE PONTOS 1º BIMESTRE 2º BIMESTRE20 10,0 10,016 8,0 8,015 7,5 7,514 7,0 7,010 5,0 5,0

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Os rendimentos deverão ser registrados no diário de classe e o aluno deverá tomar conhecimento a fim de que possa melhorar suas próprias deficiências. A média deverá ser arredondada segundo os princípios estatísticos no final do ano letivo e nas eventuais provas finais, seguida de análise observacional do desempenho global do aluno, no decorrer do processo e, a partir daí, reencaminhar novas ações na busca da superação dos entraves detectados.

A avaliação será feita pelo professor, pelo aluno (auto-avaliação) e pelo conselho de classe:

a) O professor fará avaliação contínua e cumulativa durante o processo, tendo em vista os objetivos propostos.

b) A auto-avaliação será acompanhada pelo professor e considerada no cômputo final da avaliação;

c) O Conselho de Classe procederá à avaliação através de acompanhamento do aluno em grupo e individualmente, realizado a cada dois meses de aula, afim de que se evite eventuais prejuízos ao rendimento do aluno e se garanta a efetiva avaliação processual, contínua e cumulativa contribuindo para o desenvolvimento do aluno em todos os aspectos pedagógicos.

A preferência aos estudos de recuperação paralela vem evidenciar e reafirmar a idéia de processo. Se a aprendizagem ocorre de maneira dinâmica e contínua, a avaliação se torna coerente e cumpre seu papel, na medida em que se realiza no processo de forma constante e sistemática, superando os momentos ritualizados que a fragmentam.

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BIBLIOGRAFIA

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BOECHAT, Ivone. O desafio da Educação para um novo Milênio. 2ª Ed. Rio de Janeiro, 1999.

____________. Por uma Escola Humana. Rio de Janeiro, 1998.

DEMO, Pedro. Desafios Modernos da Educação. Petrópolis: Vozes, 1996.

DORNAS, Roberto Geraldo de Paiva. Diretrizes e Bases da Educação nacional: comentários e anotações. Belo Horizonte: Modelo Editorial, 1997.

MARANHÃO. Conselho Estadual de Educação. Resolução Nº 215 / 98. São Luís: CEE, 1998.

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