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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA– PIBIC- CNPq RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: 01/ agosto/ 2016 a 31/julho/ 2017 (X) PARCIAL ( ) FINAL Título do Projeto de Pesquisa ao qual está vinculado o Plano de Trabalho: Tecnologias apropriadas para extração e bioconversão de resíduos da indústria de pesca para produção de biofilmes Nome da Orientadora: Lúcia de Fátima Henriques Lourenço Titulação da Orientadora: Prof a Dra. Unidade: Instituto de Tecnologia (ITEC) Faculdade: Engenharia de Alimentos (FEA) Título do Plano de Trabalho: Efeito do pH, sorbitol e glicerol nas propriedades de biofilmes elaborados a partir de resíduo de peixe. Nome do Bolsista: Gessica Silva Ribeiro.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISAPROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA–

PIBIC- CNPq

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

Período: 01/ agosto/ 2016 a 31/julho/ 2017

(X) PARCIAL

( ) FINAL

Título do Projeto de Pesquisa ao qual está vinculado o Plano de Trabalho: Tecnologias

apropriadas para extração e bioconversão de resíduos da indústria de pesca para

produção de biofilmes

Nome da Orientadora: Lúcia de Fátima Henriques Lourenço

Titulação da Orientadora: Profa Dra.

Unidade: Instituto de Tecnologia (ITEC)

Faculdade: Engenharia de Alimentos (FEA)

Título do Plano de Trabalho: Efeito do pH, sorbitol e glicerol nas propriedades de

biofilmes elaborados a partir de resíduo de peixe.

Nome do Bolsista: Gessica Silva Ribeiro.

Tipo de Bolsa:

(X) PIBIC/CNPQ

1. INTRODUÇÃO

O crescimento exponencial da população, principalmente urbana, juntamente

com o desenvolvimento industrial e novos padrões de consumo tem ocasionado o

aumento da geração de embalagens plásticas, causando problemas ambientais. Uma das

soluções encontradas é o desenvolvimento de filmes, em substituição ao uso de

polímeros sintéticos (HAMAGUCHI et al., 2007).

Dentre os polímeros naturais, as proteínas têm sido amplamente estudadas

devido a sua abundância e boa capacidade de formação de filmes, no entanto, diferentes

tipos de proteínas possuem propriedades distintas devido às diferenças na estrutura

molecular e composição (PIRES et al., 2011). Proteínas de pescado, incluindo

miofibrilares e sarcoplasmáticas, têm sido utilizadas como material para formação do

filme (LIMPAN et al., 2010; CHINABHARK et al., 2007), pois apresentam

propriedades vantajosas no preparo destes, como habilidade para formar redes,

plasticidade e elasticidade, boa barreira ao oxigênio e boas propriedades mecânicas, no

entanto, sua barreira ao vapor de água é baixa devido à natureza hidrofílica destas

moléculas (RHIM e NG, 2007).

Durante a etapa de filetagem, 70% viram resíduos que podem ser utilizados

como fonte de proteínas (GOMEZ-GUILLEN et al, 2007; BUENO et al, 2011;). As

propriedades dos filmes à base de proteína dependem de vários fatores, tais como o pH

da solução filmogênica, o plastificante, as condições de preparo e as substâncias

incorporadas às soluções formadoras dos filmes (CHINABHARK et al., 2007).

Dentre as possíveis fontes de matéria proteica está a piramutaba

(Brachyplatystoma vaillantii) este é um bagre de água doce pertencente à família

Pimelodidae, possuí o corpo de coloração cinza-escura na região dorsal e cinza-claro na

região ventral como na figura 1, no norte do Brasil a espécie ocorre principalmente ao

longo dos rios Solimões-Amazonas e em seus tributários de água barrenta.

2. JUSTIFICATIVA

O Brasil é considerado um dos países com maior potencial para a expansão da

aquicultura principalmente pela extensão dos recursos hídricos. O país apresenta a

maior riqueza de espécies de peixes de água doce do mundo, com mais de 3000

espécies, o que é superior em dez vezes ao número de peixes de todos os rios e lagos da

Europa, que é cerca de 320 espécies (CARNEIRO et al., 2004). Apresenta também

diversos microclimas e áreas adequadas ao desenvolvimento da atividade (CAMARGO

e POUEY, 2005).

Os resíduos (subprodutos) do processamento da indústria de pesca podem alcançar

até 70% do peso inicial dos peixes, e são considerados como matérias-primas de alta

qualidade e baixo valor comercial, que não são utilizados na maioria dos casos,

tornando-se dejetos que causam prejuízos ecológicos, sanitários e econômicos

(MACHADO, 2010). Um grave problema enfrentado pelas empresas é a enorme

quantidade de subprodutos produzidos pelo processamento que gera uma grande

quantidade de resíduos desperdiçados e muitas vezes causando sérios problemas de

contaminação do ambiente (OETTERER, 2002). Esses subprodutos sólidos produzidos,

pelas indústrias, acabam muitas vezes causando sérios problemas ambientais, podendo

se tornar potenciais fontes poluidoras dos recursos hídricos, do solo e do ar, portanto, a

aproveitamento desses subprodutos comestíveis assume importância muito grande, pois

minimiza os problemas de produção e custo das matérias primas (BRUSCHI, 2001).

Uma alternativa para a utilização desses resíduos é a elaboração de biofilme

semipermeável, biodigestível, biocompatível, biodegradável, com características

protetoras e ação fungicida e bactericida, que pode ser utilizado como uma alternativa

rentável e promissora em sistemas de conservação de alimentos, de grande importância

na indústria de alimentos (ALVES, 2006; DAMIAN et al. 2005), além de contribuir

para a diminuição dos impactos ambientais por utilizar os subprodutos da indústria de

pescados. A utilização de resíduo do processamento de pescado para a obtenção de

novos produtos deve ser realizada para efetivação da empresa limpa, com aumento da

receita e contribuindo para a preservação ambiental. A maior justificativa, porém, é de

ordem nutricional, pois o resíduo de pescado contribui cerca de metade do volume da

matéria-prima da indústria e é fonte de baixo custo (OETTERER et al, 2003).

A maioria dos biofilmes é constituída de plásticos biodegradáveis obtidos a partir

de materiais de fonte renovável, que agem como barreira a elementos externos e podem

proteger os produtos embalados de danos físicos e biológicos, assim como impedir a

volatilização de compostos e a perda de umidade, aumentando a vida útil do produto.

Nos últimos anos, vem ocorrendo um grande interesse pelo desenvolvimento de

biofilmes ou filmes biodegradáveis biologicamente, em razão das preocupações

ambientais sobre o descarte dos materiais não renováveis das embalagens para

alimentos e das oportunidades para criar novos mercados para as matérias-primas

formadoras de filme. Os materiais poliméricos naturais, tais como proteínas, são

biodegradáveis e podem, portanto, desempenhar um papel significativo para resolver os

problemas ambientais provocados pelo uso de materiais poliméricos sintéticos.

Os biofilmes formados com proteínas de peixe apresentam propriedades funcionais

interessantes como à habilidade para formar redes, plasticidade e elasticidade, além de

apresentar uma boa barreira ao oxigênio. No entanto, sua barreira ao vapor de água é

baixa em razão da sua natureza hidrofílica, esta característica pode ser modificada pela

adição de plastificantes. Portanto, são necessários estudos para ampliar pesquisas com

as espécies de peixe da região amazônica e estabelecer suas potencialidades para a

obtenção de proteínas miofibrilares que possam ser utilizadas na elaboração de

biofilmes. Estas proteínas são encontradas em subprodutos da indústria de filetagem de

pescados (resíduos de peixe), materiais estes referentes às sobras do processamento de

filetagem. Sabendo que a indústria pesqueira gera um volume de resíduo superior a

50%, em média, e ciente do alto teor de proteínas destes resíduos, faz-se necessário

maior aproveitamento deste material. Neste contexto, surgiu o interesse em

desenvolvimento de biofilmes com características de embalagens biodegradáveis, que

não causam danos ao meio ambiente contribuindo para redução dos problemas

ambientais. O objetivo deste trabalho é elaborar biofilme de proteínas miofibrilares de

resíduo de piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii), por meio da variação do pH e dos

plastificantes.

Figura 1- Piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii).

Fonte: RODRIGUES, 2009.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Estudar o efeito do pH e dos plastificantes no processo de obtenção de filmes

biodegradáveis.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Calcular o rendimento das proteínas miofibrilares extraídas do resíduo da piramutaba

(Brachyplatystoma vaillantii);

- Caracterizar as proteínas miofibrilares liofilizada.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 MATERIAIS

4.1.1 Obtenção da matéria prima.

Foram utilizados resíduos (aparas) provenientes do processo de filetagem da

indústria de pesca Ecomar localizada no município de Vigia-Pa, o material foi

transportado para o laboratório de Produtos de Origem Animal LAPOA, da

Universidade Federal do Pará e foram mantidos sob congelamento.

4.2 MÉTODOS

4.2.1 Extração das proteínas miofibrilares

A metodologia utilizada foi proposta por Zavarezeet al. (2012) com algumas

modificações. As aparas da piramutaba foram descongeladas sob refrigeração à 7°C,

posteriormente as aparas passaram por processo de limpeza separando o músculo das

peles e espinhas. Em seguida, o resíduo foi colocado em imersão em 5 volumes de

solução clorada por 5 minutos, sendo posteriormente filtrado em tecido failed. O

material foi novamente imerso em água destilada para a retirada do excesso de solução

clorada da amostra e filtrado. O material retido foi misturado com 5 volumes de cloreto

de sódio 50 Mm (Synth PA-ACS) por 5 minutos e submetido a filtração, este processo

foi repetido mais duas vezes, sendo que a última filtração ocorreu em centrifugação a

10.000 rpm durante 4 minutos a 4°C em centrifuga refrigerada (Thermo Fisher,

Multifuge X1R). A pasta de proteína final foi distribuída em bandejas de aço inox,

congelada a -22°C e submetida à liofilização a -60°C por 48 horas (Liotop, L101),

posteriormente a proteína liofilizada foi triturada e colocada em peneira redonda de inox

de Tyler 35 com abertura de 0,42 mm, obtendo as proteínas miofibrilares liofilizadas

(PML).

4.2.2 Cálculo do rendimento da extração da proteína miofibrilar

Foi calculado através da relação entre a proteína final liofilizada e a quantidade

inicial de matéria-prima.

4.2.3 Caracterização físico-química das proteínas miofibrilares liofilizadas

- Umidade: Foi realizada pelo método gravimétrico de acordo com o método 932.12 da

AOAC (1997), por secagem em estufa a 105°C até peso constante;

- Proteína bruta: Foi determinada através da determinação do nitrogênio total, pelo

método de Kjeldahl e conversão em proteína, multiplicando o valor obtido pelo fator

6,25, de acordo com o método 940.25 da AOAC (1997);

- Lipídeos: Foram determinados pelo método Soxlet, usando éter de petróleo como

extrator, de acordo com o método 922.06 da AOAC (1997);

- Cinzas: Foram determinados pelo método gravimétrico, por calcinação, de acordo

com o método 938.08 da AOAC (1997), em forno mufla a 550°C;

- Cor instrumental: Foi determinada utilizando colorímetro MINOLTA modelo CR

310, obtendo-se parâmetros de L* (luminosidade), a* (intensidade do vermelho), b*

(intensidade do amarelo), C* (valor do croma) e h* (ângulo de tonalidade).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 RENDIMENTO DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DAS PROTEÍNAS

MIOFIBRILARES DA PIRAMUTABA.

O valor de rendimento do processo de obtenção da proteína miofibrilar liofilizada

foi de 39.23% com alto rendimento de PML atribuído ao processo de extração das

proteínas da matéria-prima, que foi efetivo em recuperar as proteínas contidas nos

resíduos de peixe.

O processo de lavagens é utilizado para remover proteínas de baixo peso molecular

(proteínas sarcoplasmáticas), aumenta a proporção de proteínas miofibrilares

(HAMAGUCHI et al. 2007; HEMUNG; CHIN, 2013), uma vez que, geralmente as

proteínas miofibrilares são insolúveis em água (ZAVAREZE et al. 2012). Belibagliet al.

(2003), explica que o objetivo da lavagem consiste na remoção das proteínas solúveis

em água e outros materiais (gordura, sangue, mineral entre outros), resultando no

aumento da concentração de proteína miofibrilar (actomiosina), melhorando a força de

gel e a elasticidade.

5.2 CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA DAS PROTEÍNAS MIOFIBRILARES

LIOFILIZADAS

A Tabela 1 apresenta os resultados da composição centesimal realizada nas

proteínas miofibrilares da piramutaba.

Tabela 1.Composição centesimal das proteínas miofibrilares liofilizadas da Piramutaba.

Componentes (%) PML

Proteínas 92,66±0,2

Lipídeos 2,0±0,1

Umidade 7,75±0,02

Cinzas 0,97±0,005

Cor

a* -3,60

b* 15,73

c*(Croma) 16,13

L* (Luminosidade) 88,69

h (Ângulo de tonalidade) 102,93

Média ± desvio padrão; b.s: base seca em triplicata.

PML= Proteína Miofibrilar Liofilizada.

%= Porcentagem.

O alta percentual de proteína obtida, de 92,66% demonstra a eficiência na

extração das PML pela metodologia empregada, uma vez que a mesma foi capaz de

reter frações de proteínas miofiblilares que normalmente poderiam ser dispersas pelas

sucessivas lavagens em soluções de baixa força iônica neutra (CUQ et al.,1995). O

resultado encontrado mostrou-se próximo ao encontrado por Freitas (2011) em estudo

realizado com corvina (Micropogonias furnieri), com teor proteico de 94,6%, mas,

superior à Garcia e Sobral (2005) que reportaram 80%.

O teor de gordura de 2% é considerado baixo e está relacionado à espécie estudada,

uma vez que a piramutaba é um peixe de água doce pois quando se compara o

percentual de lipídeos entre as espécies de água doce e salgada, geralmente são

observados maiores teores nos peixes marinhos. Um valor próximo de lipídeos, porém

superior, foi encontrado por Monterrey-Quintero e Sobral (2000) em tilápia (2,40%),

justificado pela diferença de entre as espécies estudadas.

O valor de umidade (Tabela 1) foi muito próximo porém superior ao encontrado

em estudo realizado com pescada por Prentice et al. (2002), que encontrou valor de

7,0% para umidade de proteína liofilizada. Vidal et al (2011) relataram valores de

umidade entre 0,37% e 2,11% para concentrado proteico da tilápia, inferiores quando

comparados aos do presente estudo.

O valor de cinzas de 0,97% pode ser considerado baixo quando comparado com

outros estudos, pode estar relacionada com as sucessivas lavagens que pode ter

arrastado minerais presentes na amostra. Em estudo realizado por Vidal et al. (2011)

encontrou-se valores entre 2% e 2,92% de cinzas para concentrado proteico de tilápia.

O resultado do parâmetro a* para análise de cor da PML foi negativo (-3,60)

evidenciando uma tendência ao verde. O b* encontrou-se um valor positivo (15,73)

tendendo ao amarelo e o valor do croma (16,13), demonstra que a amostra não apresenta

cor intensa considerado como um bom parâmetro, pois o biofilme produzido deverá

apresentar certa transparência. O parâmetro L* (luminosidade) se aproxima de 100

evidenciando uma tendência a ser claro e o ângulo de tonalidade h pode ser considerado

com de cor amarela.

6. TESTES PRELIMINARES

Foram realizados alguns testes preliminares para a produção dos biofilmes, os

biofilmes produzidos utilizaram 1,5% de proteína de peixe (PP), foi utilizado pH 11 e

plastificante glicerol em concentrações de 25% e 50%, um teste também foi feito em pH

11 sem adição de plastificante conforme demonstrado na Figura 2.

Figura 2: Testes preliminares realizados.

O biofilme produzido a partir de 0% de plastificante demonstrou aspecto ressecado

e opacidade intensa como mostra a Figura 3.

Figura 3: a) Filme com 0% de plastificante; b) Filme com 25% de plastificante; c) Filme com

50% de plastificante

Os filmes produzidos com adição de plastificante glicerol apresentaram aspectos

diferentes em relação ao biofilme produzido sem adição do plastificante, sendo que,

com adição de 25% e 50% do plastificante os filmes apresentaram uma coloração

transparente e maior elasticidade.

7. Atividades a serem desenvolvidas nos próximos meses.

- Elaborar biofilme utilizando as proteínas miofibrilares da piramutaba;

- Verificar o efeito do pH nos filmes;

PP 1,5% pH 11

0%

Glicerol 25%

Glicerol 50%

a b

c

- Verificar o efeito dos plastificantes nas propriedades dos filmes;

- Avaliar as características de barreira dos biofilmes.

7.1 MÉTODOS

7.1.1 Obtenção do biofilme

Os biofilmes serão obtidos de acordo com Zavarezeet al. (2012) em que o

processo consiste primeiramente no preparo da solução formadora do biofilme, onde 1%

de proteínas de peixe (PP) será misturada com água destilada (p/v). O pH será ajustado

para 3 e/ou 11 com ácido acético glacial 2M e hidróxido de sódio 2M. Será adicionado

nesta mistura concentrações de sorbitol e/ou glicerol como plastificante de acordo a

Figura 2.

PP 1,5%

pH 3

pH 11

25% Sorbitol

0%

50% Sorbitol

50% Glicerol

25% Glicerol

50% Glicerol

25% Glicerol

50% Sorbitol

25% Sorbitol

0%

Figura 4: Formulações dos biofilmes.

A solução final será homogeneizada a 10.000 rpm durante 5 minutos utilizando

homogeneizador Turratec (Tecnal, TE-102) em seguida será submetida a banho-maria

(TECNAL, TE-057) durante 30 minutos nas temperaturas de 70°C. Através do método

casting, 150mL da solução formadora de biofilme será colocada em suporte de silicone

no formato circular de 22cm de diâmetro por 3cm de altura, que será direcionado para

secagem em estufa incubadora (Quimis, Q315M) por 8 horas a 45°C.

7.1.2 Caracterização do biofilme

- Espessura: será medida através micrômetro digital com resolução de 0,001 mm

(Insize, modelo IP54);

- Resistência à tração e porcentagem de alongamento na ruptura: serão

determinadas empregando-se metodologia ASTM D882-91 (ASTM, 1996) utilizando

texturômetro (QTS, Brookfield);

- Permeabilidade ao vapor de água: será determinada utilizando-se o método

modificado ASTM D882-95 descrito por Arfatet al. (2014);

- Solubilidade: será determinada a matéria seca não dissolvida em água pela

metodologia descrita por GONTARD et al., (1994);

- Cor: será determinada utilizando colorímetro MINOLTA modelo CR 310,

Obtendo-se parâmetros de L*, a* e b*.

8. CONCLUSÃO

A caracterização da proteína miofibrilar liofilizada da piramutaba demonstrou o

grande potencial que a espécie possui para a produção de biofilmes. No entanto, apesar

de vários estudos já terem sido realizados, ainda devem ser realizados e ajustadas as

metodologias para solucionar problemas ainda apresentados nas propriedades

tecnológicas para obter filmes biodegradáveis viáveis para serem utilizados de forma

mais abrangente.

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