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PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
Prospectiva e Planejamento Estratégico
PORTO - PI
5
Setembro/2015
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministro de Estado da SaúdeArthur Chioro
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE- FUNASAFundação pública vinculada ao Ministério da Saúde
Superintendente EstadualIsabel Keline Cabral CardosoSuperintendência Estadual da FUNASA-PI
Avenida João XXIII, 1317, Jockey Club, Teresina-PI. CEP: 64049-010Telefone: (86) 3232 3995 / 3520Fax: (86) 3232-3047www.funasa.gov.br
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO-PI
PrefeitoFrancisco Geronço
Secretario Municipal de Administração: Francisco Lima do Amaral
Secretário de Saúde e Meio Ambiente:Sebastião Danilo Vaz do Rêgo
Secretário de Obras e Urbanismo:Dilson da Costa
Secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento: Marcelino Oliveira
Secretário do Trabalho e Ação Social:Edilson Pereira da Silva Secretária Municipal de Educação:Clarissa Maria Lira Geronço
Secretário Municipal de Esportes e Lazer:Antônio de Sousa Vivica
Secretário Municipal de Cultura e Turismo:Iranildo Carvalho
Secretário Municipal de Finanças:Raimundo Nonato Geronço Secretário Municipal de Transporte e Rodovias:Laécio Viana Silva
Chefe de Gabinete:Manoel Galdino da Silva Filho COMITÊ DE COORDENAÇÃO
Representante do NICT/ FUNASA
Representantes do Executivo Municipal Raimundo Nonato Ferreira - TitularBruno Cruz Pereira - Suplente
Representantes da Câmara dos VereadoresValter Gomes de Oliveira Filho (Vereador) - TitularAdones Francisco de Sousa Bastos (Vereador) - Suplente
Representantes da Igreja CatólicaArnaldo de Sousa Silva - TitularJoão Paulo de Lima Machado – Suplente
Representantes da Igreja EvangélicaGenivaldo da Costa Alves - TitularManoel Galdino da Silva Filho - Suplente
Representantes da Sociedade CivilAloisio Moreira Vaz - TitularPaulo Henrique - Suplente
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores RuraisFrancisca Maria de Oliveira - TitularLurdes Maria da Conceição Ferreira - Suplente
Representantes da AgespisaMaria Suely de Moura Silva - TitularFrancisco Araújo Rodrigues - Suplente
Representantes Municipal de Trabalho e Ação Social Clarissa Maria Lira Geronço - TitularAntônio Carvalho - Suplente
Representantes de Associações de MoradoresIracema Alves de Morais Sampaio - TitularIrileuda Alves de Sousa - Suplente
COMITÊ EXECUTIVO DO PMSB
Representante da Consultoria: Dayana Ketty Barros
Representantes da Secretaria de Saúde e Meio AmbienteAntônio Alves da Silva - TitularSebastião Danilo Vaz do Rêgo - Suplente
Representantes da Secretaria de Obras e Serviços UrbanosFrancisco das Chagas Oliveira - TitularDilson da Costa - Suplente
Representantes da Secretaria de Agricultura e AbastecimentoWillamy Vaz Costa - TitularMarcelino de Oliveira - Suplente
Representantes da EducaçãoAdriana Bastos - TitularMaria de Fátima Alves de Sousa - Suplente
FUNPAPIEmpresa de Consultoria Técnica para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico
Coordenadora AdministrativaDalya Ketty Barros
Coordenadora de LogísticaDayana Ketty Barros
Equipe TécnicaAlberto Soares Cavalcante Jr – Engenheiro CivilCarlos Anísio de Sousa – AdvogadoEdson Filho da Silva Santos – Engenheiro Sanitarista e AmbientalErlon Lira Barros – Técnico em Mídia Informatizada e Operador de VídeoFelipe Ferreira – Arquiteto e Especialista em GeoreferenciamentoJosé de Ribamar Bringel – Analista de SistemasMairla Meneses Lopes Teles – Engenheira CivilMarcelo Dante de Almeida Nunes – ArquitetoMercelane Bezerra – Assistente SocialNayara Sampaio Braga - Arquiteta
FICHA CATALOGRÁFICA
Sumário
P699 Plano Municipal de Saneamento Básico de Porto-PI: Prognóstico dos Serviços de Saneamento Básico (versão preliminar) / Prefeitura Municipal de Porto. – Porto, 2015. 255 p. V. 2.
1. Saneamento Básico. I. Prefeitura Municipal de Porto. II. FUNASA.
COD 628.3
APRESENTAÇÃO.....................................................................................................14
1.0 INTRODUÇÃO.....................................................................................................15
2. PROSPECTIVA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.......................................16
2.1 ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS DE PRESTAÇÃO E GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO..............................................................16
2.1.1 DIRETRIZES PARA O SETOR DE SANEAMENTO..................................22
2.1.1.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO............22
2.1.1.2 Resíduos Sólidos .................................................................................225
2.1.1.3 Drenagem Urbana.................................................................................228
2.2 PROJEÇÕES DAS DEMANDAS PARA OS SETORES DE SANEAMENTO.........................................................................................................................29
2.2.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA.......................................................................29
2.2.1.1 Parâmetros Normatizados.......................................................................30
2.2.1.2 Parâmetros Físicos de Projeção das Demandas....................................30
2.2.1.3 Descrição do Manancial Existente e das Alternativas para Atender as Demandas...........................................................................................................34
2.2.1.4 Alternativa Técnica para Atendimento da Demanda...............................35
2.2.1.5 Indicadores..............................................................................................36
2.2.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO.....................................................................38
2.2.2.1 Parâmetros Normatizados.......................................................................39
2.2.2.2 Parâmetros para Projeção de Extensão de Rede...................................39
2.2.2.3 Geração per Capita de Esgoto................................................................40
2.2.2.4 Evolução das Demandas de Esgoto.......................................................40
2.2.2.5 Alternativas Técnicas de Engenharia para Atendimento da Demanda...42
2.2.2.6 Estimativas de Carga do Esgoto.............................................................43
2.2.2.7 Estimativa de Concentração do Esgoto..................................................46
2.2.2.8 Comparação das Alternativas de Tratamento Local dos Esgotos...........47
2.2.2.9 Indicadores..............................................................................................48
2.2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS................................................................50
2.2.3.1 Resíduos Domésticos e de Limpeza Pública (RDO)...............................50
2.2.3.2 Resíduos da Construção Civil e de Demolição (RCD)............................52
2.2.3.3 Geração de Resíduos Sólidos Saúde (RSS)...........................................53
2.2.3.4 Outros Tipos de Resíduos Sólidos e Rejeitos.........................................53
2.2.3.5 Metodologia para Cálculo dos Custos de Manutenção do Setor de Limpeza Urbana.........................................................................................54
2.2.3.6 Indicadores..............................................................................................59
2.2.3.7 Regras para o Transporte e Outras Etapas do Gerenciamento de RSU 60
2.2.3.7.1 Acondicionamento do Lixo...............................................................5961
2.2.3.7.2 Coleta e Transporte dos Resíduos...................................................5965
2.2.3.8 Os Serviços de Limpeza Urbana (varrição, capina, poda, roçado, pintura de meio fio e limpeza do sistema de drenagem: procedimentos e destinação). .87
2.2.3.9 Destinação de Resíduos Sólidos Sujeitos a Planos de Gerenciamento Específicos (industriais, agrosilvopastoris, volumosos, de transporte, verdes, óleos comestíveis, de cemitérios, de serviços de saneamento).......................591
2.2.4 DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS........................104
2.2.4.1 O Sistema de Drenagem Urbana em Porto...........................................104
2.2.4.2 Diagnóstico de Áreas de Riscos.........................................................1046
2.2.4.3 Demandas e Projeções.........................................................................111
2.2.4.4 Despesas e Receitas para o Setor........................................................113
2.2.5 CENÁRIOS ALTERNATIVOS DAS DEMANDAS POR SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO......................................................................................113
2.2.5.1Considerações Iniciais...........................................................................113
2.5.2.2 Fundamentação Teórica.......................................................................114
2.5.2.3 Metodologia para a Construção dos Cenários......................................116
2.5.2.4 Cenário para o Abastecimento de Água............................................11621
2.5.2.5 Análise SWOT.......................................................................................124
2.3 CENÁRIO DE REFERÊNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA......124
2.3.5.1 Analise SWOT – Abastecimento de água.............................................124
2.3.5.2 Estudo de Cenários – Abastecimento de Água....................................125
2.3.5.2.1 Metodologia de Cálculo para Sistemas de Abastecimentos de Água e Esgotamento Sanitário de Porto.......................................................................127
2.3.5.2.2 Cenário de Referência – Abastecimento de Água.............................135
2.3.5.3 Análise Swot – Esgotamento Sanitário.................................................139
2.3.5.4 Estudo de Cenários – Esgotamento Sanitário.......................................139
2.3.5.4.1 Metodologia de Calculo......................................................................141
2.3.5.4.2 Cenário de Referência – Esgotamento Sanitário...............................147
2.3.5.4.3 Análise SWOT – RESIDUOS SÓLIDOS............................................151
2.3.5.5 Estudo de Cenários – Resíduos Sólidos...............................................156
2.3.5.5.1 Cenário de Referência – RESÍDUOS SÓLIDOS................................158
2.3.5.6 Análise SWOT – DRENAGEM URBANA..............................................177
2.3.5.7 Estudo de Cenários...............................................................................180
2.3.5.7.1 Cenário de Referência – Drenagem Urbana......................................183
2.3.5.7.2 Indicadores- Drenagem Urbana.........................................................186
2.3.5.7.3 PROPOSTA DE MEDIDAS MITIGADORAS PARA OS PRINCIPAIS IMPACTOS IDENTIFICADOS...........................................................................196
A) Medidas de controle para reduzir o assoreamento de cursos d’agua e de bacias de contenção (e de controle para reduzir o lançamento de resíduos solidos nos corpos d’agua)................................................................................196
B) Medidas referentes ao Sistema de Macrodrenagem....................................198
2.3.5.7.4 DIRETRIZES PARA O CONTROLE DE ESCOAMENTOS NA FONTE..........................................................................................................................203
2.3.5.7.5 DIRETRIZES PARA O TRATAMENTO DE FUNDOS DE VALE........207
2.3.5.7.6 MEDIDAS COMPLEMENTARES.......................................................216
3.0 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA...............................................218
3.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES........................................................................218
3.2 PREVISÃO DE EVENTOS DE EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA.................222
3.3 FASES DA ADMINISTRAÇÃO.......................................................................225
3.4 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA...............................................231
3.4.1 Ações de Caráter Geral – Água, Esgoto, Resíduo Sólido .......................231
3.4.2 Ações Específicas....................................................................................234
3.4.2.1 Serviços de Abastecimento de Água e Esgotos.................................234
3.4.2.2 Serviços de Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos............................237
3.4.2.3 Serviços de Dregem Urbana e Manejo de Rsíduos Sólidos..............240
3.4 Atribuições e Responsabilidades................................................................242
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................243
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Sequência metodológica para o prognóstico do PMSB de Porto, PI................................................................................................................................16Figura 02: Caracterização Física dos Resíduos dos Municípios do T. dos Cocais ....................................................................................................................................51Figura 03: Esquema das etapas envolvidas na operacionalização da limpeza urbana........................................................................................................................64Figura 04: Etapa de escavação das trincheiras com o uso de retroescavadeira.........................................................................................................78Figura 05: Etapa de deposição dos resíduos nas valas/trincheiras...........................79Figura 06: Etapa de cobertura dos resíduos nas valas/trincheiras (manualmente)...........................................................................................................79Figura 07: Etapa de cobertura dos resíduos nas valas/trincheiras (mecanicamente)........................................................................................................80Figura 08: Esquema ilustrativo dos drenos de chorume............................................83Figura 09: Esquema ilustrativo dos poços de monitoramento....................................85Figura 10: Organograma dos serviços de limpeza pública........................................87Figura 11: Setores de risco de inundações no município de Porto..........................107Figura 12: Mapa de locais visitados na área urbana do município de Porto – PI (19/08/2015).............................................................................................................108Figura 13: Esquema Geral da Metodologia Proposta para a Elaboração dos Cenários...................................................................................................................118Figura 14: Cenário Indutivo......................................................................................120Figura 15: Cenário Dedutivo.....................................................................................120Figura 16: Esquema Representativo das Metas do Cenário Factível......................127Figura 17: Esquema da eficiência da prestação de serviços do Saneamento.........163Figura 18: Uso de “caixas filtro” em bocas-de-lobo e/ou caixas-ralo, para redução de aporte de resíduos sólidos no sistema de drenagem...............................................196Figura 19: Esquema de implantação de boca-de-lobo com poço de infiltração.......197Figura 20: Caixa-filtro com árvore, para redução da entrada de sedimentos na rede de drenagem............................................................................................................198Figura 21: Limites das áreas de risco susceptíveis às inundações do rio Parnaíba no entorno da área urbana de Porto-PI.........................................................................200Figura 22: Concepção das soluções para tratamento das áreas com risco de inundação.................................................................................................................202Figura 23: Regiões entre a cota 35m e o Parque Urbano Linear.............................202Figura 24: Categorização das soluções técnicas sustentáveis segundo sua localização no sistema de drenagem.......................................................................204Figura 25: Limites das áreas de risco susceptíveis às inundações do rio Parnaíba no entorno da área urbana de Porto-PI.........................................................................212Figura 26: Concepção das soluções para tratamento das áreas com risco de inundação.................................................................................................................214Figura 27: Regiões entre a cota 35m e o Parque Urbano Linear.............................215
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Possibilidades Institucionais de Prestação dos Serviços........................17Quadro 02: Possibilidades Institucionais de Prestação dos Serviços........................18Quadro 03: Densidade de Extensão de Rede Por Ligação de Água.........................31Quadro 04: Consumo Per Capita de Água.................................................................31Quadro 05: Evolução das Demandas da Sede Administrativa de Porto(PI)..............31Quadro 06: Evolução das Demandas da Área Rural de Porto(PI).............................34Quadro 07: Metas para o IEPA..................................................................................36Quadro 08: Prazos para Execução dos Serviços ......................................................36Quadro 09: Metas para o ISCA..................................................................................37Quadro 10: Condições a Serem Verificadas na Satisfação dos Clientes..................37Quadro 11: Metas para o IEAR..................................................................................38Quadro 12: Geração Per Capita de Esgoto................................................................40Quadro 13: Demandas do Sistema de Esgotamento Sanitário na Sede de Porto...........................................................................................................................41Quadro 14: Demandas do Sistema de Esgotamento Sanitário da Área Rural de Porto...........................................................................................................................42Quadro 15: Carga do Esgoto Bruto Urbano...............................................................43Quadro 16: Carga do Esgoto Tratado Urbano...........................................................44Quadro 17: Carga de Esgoto Bruto – Área Rural.......................................................45Quadro 18: Carga de Esgoto Tratado – Área Rural...................................................45Quadro 19: Prazos para Execução dos Serviços.......................................................48Quadro 20: Condições a Serem Verificadas na Satisfação dos Clientes..................49Quadro 21: Planilha de Estimativa de Geração Anual de Resíduos Domiciliares e Públicos em Porto (PI)................................................................................................52Quadro 22: Indicadores de Eficiência do Setor de Limpeza Urbana (2013)..............60Quadro 23: Identificação das etapas dos Serviços de Limpeza Urbana....................60Quadro 24: Critérios para Seleção de Áreas para Destinação Final de Resíduos Não Perigosos....................................................................................................................73Quadro 25: Especificações da Geomembrana para Impermeabilização de Aterros........................................................................................................................86Quadro 26: Síntese dos Cenários para o SAA.........................................................121Quadro 27: Análise SWOT do SAA de Porto(PI).....................................................124Quadro 28: Síntese dos Cenários para o SAA.........................................................125Quadro 29: Metas do IPA.........................................................................................135Quadro 30: Metas do ICA.........................................................................................136Quadro 31: Meta de Redução das Perdas da Sede Municipal de Porto(PI)............136Quadro 32: Análise SWOT do SES de Porto(PI).....................................................139Quadro 33: Síntese dos Cenários para o SAA.........................................................140Quadro 34: Metas Anuais da Cobertura de Esgoto do Sistema Porto.....................147Quadro 35: Resultado da Análise de SWOT para o Setor de Limpeza Urbana.....154Quadro 36: Comparativo entre Indices do Setor de Limpeza Pública e Metas de Projeto (zona urbana) – CENÁRIO IDEAL...............................................................156Quadro 37: Análise Comparativa Despesas – CENÁRIO IDEAL.............................157
Quadro 38: Comparativo entre Indices do Setor de Limpeza Pública e Metas de Projeto (zona urbana) – CENÁRIO IDEAL...............................................................157Quadro 39: Análise Comparativa Despesas – CENÁRIO TENDENCIAL................157Quadro 40: Comparativo entre Indices do Setor de Limpeza Pública e Metas de Projeto (zona urbana) – CENÁRIO DE REFERÊNCIA............................................158Quadro 41: Porcentagem dos itens que compõem os custos de um sistema de coleta e transporte regular de resíduos sólidos..................................................................159Quadro 42: Previsão de Cobertura da Coleta de RSU – zona urbana....................163Quadro 43: Geração de Resíduos Recicláveis ou com Potencial de Reaproveitamento – Porto/PI (período 2013-2033).................................................166Quadro 44: Análise SWOT do Sistema de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas de Porto-PI.................................................................................................179Quadro 45: Síntese dos cenários e metas para o manejo de águas pluviais.........180Quadro 46: Ações Complementares para a Melhoria da Drenagem Urbana em Porto (PI)............................................................................................................................216Quadro 47: Ações Emergenciais do Sistema de Abastecimento de Água..............235Quadro 48: Ações Emergenciais do Sistema de Esgotamento Sanitário................236Quadro 49: Serviços de coleta e manejo de resíduos sólidos.................................238Quadro 50: Ações de Emergência e Contingência do Sistema de Drenagem de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais.......................................................241Quadro 51: Atribuições das Unidades Envolvidas...................................................242
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Projeção de demandas do serviço de microdrenagem.........................112Tabela 02: Metas do Cenário Factível para o Setor de Abastecimento de Água – zona urbana.............................................................................................................132Tabela 03: Metas do Cenário Factível para o Setor de Abastecimento de Água – zona rural..................................................................................................................132Tabela 04: Valores Unitários Adotados na Estimativa de Despesas e Receitas do Setor de Abastecimento de Água em Porto.............................................................132Tabela 05: Estimativa de Despesas e Receitas para o Setor de Abastecimento de Água – Cenário Factível (Zona Urbana)...................................................................133Tabela 06: Estimativa de Despesas e Receitas para o Setor de Abastecimento de Água – Cenário Factivel Zona Rural........................................................................133Tabela 07: Comparativo das Despesas e das Receitas – Cenário Factível (Abastecimento de Água).........................................................................................134Tabela 08: Despesas Complementares - Cenário Factível (Abastecimento de Água)........................................................................................................................134Tabela 09: Abastecimento de Água - Zona Urbana e Zona Rural..........................137Tabela 10: Metas do Cenário Factível para o Setor de Esgotamento Sanitário (zona urbana e rural)..........................................................................................................143Tabela 11: Preços Unitários de Serviços Adotados para Projeção do Sistema de Esgotamento Sanitário em Porto – Cenário Factível...............................................145Tabela 12: Estimativa de Despesas e Receitas para o Setor de Esgotamento Sanitário – Cenário Factível (Zona Urbana e rural)..................................................146Tabela 13: Comparativo das Despesas e das Receitas incluindo Serviços Complementares – Cenário Factível (Esgotamento Sanitário)................................146Tabela 14: Esgotamento Sanitário - Zona Urbana e Zona Rural ............................149Tabela 15: Despesas e Receitas no Setor de Limpeza Urbana (cenário atual)......153Tabela 16: Preços de Compra e Venda de Recicláveis praticados no Piauí (2010).......................................................................................................................160Tabela 17: Principais indicadores comparativos entre as cidades nacionais..........165Tabela 18: Resíduos Sólidos - Zona Urbana e Zona Rural.....................................169Tabela 19: Indicadores para avaliação do atendimento das metas.........................187Tabela 20: Pontuação do indicador de atendimento de microdrenagem.................188Tabela 21: Pontuação do indicador de ocorrência de alagamentos........................189
Tabela 22: Drenagem Urbana - Zona Urbana e Zona Rural....................................192
APRESENTAÇÃO
O presente produto corresponde ao Produto D – Prospectiva e Planejamento Estratégico dos Serviços de Saneamento Básico, referente aos trabalhos de
elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB de Porto, objeto do
Convênio nº 759674/2011 firmado entre a Prefeitura Municipal de Porto e a
Fundação Nacional de Saúde - FUNASA.
1.0 INTRODUÇÃO
De acordo com a Lei nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o
saneamento básico e para a Política Federal de Saneamento Básico, os municípios
devem elaborar seus Planos de Saneamento, para que este seja parte integrante do
Sistema Municipal. O referido Sistema é composto pelos seguintes instrumentos:
Plano Municipal de Saneamento;
Lei Municipal de Saneamento, que terá o Plano como base;
Conselho Municipal de Saneamento;
Agencia Regulatória de Saneamento.
O Plano deve especificar a situação atual e futura, a partir da discussão de cenários
de referência, dos setores de:
Abastecimento de água;
Esgotamento sanitário;
Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais;
Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana.
Para tanto, e necessário que o processo de esteja de acordo com o que preconiza o
Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001), que define que o acesso aos serviços de
saneamento básico é um dos componentes do direito à cidade e os planos
municipais devem ter a participação e acompanhamento da sociedade civil para
aumentar sua eficácia e controle social.
A Lei do Saneamento Básico nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007, regulamentada
pelo Decreto Federal nº 7.217/10, determina que a prestação dos serviços públicos
de saneamento básico deve ocorrer com base em um plano que apresente, de
forma clara, os objetivos, metas, ações e prazos visando a universalização do
acesso ao saneamento básico a toda a população municipal dentro de um horizonte
de planejamento de 20 anos.
O esquema da Figura 02 apresenta a sequência metodológica adotada para
desenvolvimento dos estudos de prognóstico do saneamento em Porto.
18
Figura 02: Sequência metodológica para o prognóstico do PMSB de Porto, PI.
2. PROSPECTIVA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
2.1 ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS DE PRESTAÇÃO E GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
O intuito do presente capítulo é sugerir ao poder público municipal uma avaliação
objetiva das possibilidades de que dispõe o município para a prestação dos serviços
de saneamento, especificamente no presente caso de abastecimento de água e
esgotamento sanitário.
O fundamento legal para a presente avaliação é o artigo 175 da Constituição Federal
e da Lei Federal 11.445/2007. Os Quadros 01 e 02 sintetizam as possibilidades
institucionais para organização da prestação de serviços públicos de acordo com o
ordenamento legal vigente.
19
Necessidades para Regularização dos SistemasObjetivos e Metas para o abastecimento de água e
esgotamento sanitárioObjetivos e Metas para o
manejo dos resíduos sólidosObjetivos e Metas para o
manejo das águas pluviais
Cenários de Referência dos Serviços de SaneamentoSistema de abastecimento
de água
Sistema de esgotamento
sanitário
Sistema de manejo de resíduos sólidos
Sistema de manejo de
águas pluviais
Projeção PopulacionalEstudos de Evolução Demográfica
Quadro 01: Possibilidades Institucionais de Prestação dos Serviços.
20
Quadro 02: Possibilidades Institucionais de Prestação dos Serviços.
21
Conforme verificado nos Quadros anteriores, existem as seguintes possibilidades
institucionais para a prestação dos serviços:
Prestação pelo Poder Público Municipal por meio de: Departamento,
Autarquia ou Empresa Municipal dos serviços de abastecimento de
água e de esgotamento sanitário;
Outorga dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário a Sociedade de Economia Mista controlada pelo Poder
Pública Estadual por meio de contrato programa;
Concessão dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário a Sociedade de Propósito Específico (SPE) controlada pelo
Poder Público ou Privado;
Concessão Parcial ou Participação Público/Privado de Esgoto.
Para a determinação da melhor maneira de prestação dos serviços de saneamento,
serão diversos fatores devem ser levados em consideração para a tomada de
decisão por parte da Administração Pública, dentre eles, destacam-se:
Capacidade de mobilização dos recursos financeiros necessários;
Possibilidade de atendimento aos requisitos necessários para a
prestação de serviço adequado;
Rapidez no atendimento à legislação sanitária, ambiental, recursos
hídricos, tributária, defesa do consumidor, etc.;
Capacidade para atrair e manter no sistema os grandes consumidores
de água e os grandes emissores de esgoto domésticos e efluentes
industriais (visando economia de escala);
Capacidade de efetuar, pela menor tarifa, a prestação adequada dos
serviços de água e esgoto;
Capacidade de adequação e cumprimento das práticas comerciais
adequadas;
Capacidade de racionalização do uso dos recursos hídricos existentes;
Segurança político institucional;
Capacidade de atrair parceiros privados;
Complexidade do arranjo institucional;
22
Aceitabilidade por parte da comunidade, da classe política, dos meios
de comunicação e demais entidades organizadas da sociedade civil.
A decisão sobre as melhores formas de implantação do PMSB decorrerá da
consideração simultânea dos parâmetros econômico-financeiros e dos fatores acima
enumerados. Assim, uma decisão superior poderá se realizar de modo objetivo e
transparente.
Todas as formas de prestação dos serviços possuem seus pontos positivos e
negativos, os quais serão demonstrados para cada modelo a seguir:
PRESTAÇÃO DIRETA DOS SERVIÇOS
Embora se constitua na modalidade politicamente mais adequada, pelo aspecto do
controle da gestão operacional ficar em poder da administração pública municipal,
capacitar de forma adequada profissionais dos quadros permanentes da
municipalidade apresenta um cenário de incertezas.
Estas incertezas refletem a capacidade dos profissionais concursados, a capacidade
de captação de recursos para viabilização dos investimentos necessários e no
desenvolvimento de uma política municipal de saneamento básico, que assegure
aos cidadãos a prestação de serviços de forma satisfatória ao longo do tempo.
EMPRESA ESTADUAL
Por meio de contrato programa, embora possa se colocar como solução viável,
verifica-se que no médio e longo prazo, a Companhia Estadual poderá ter
dificuldades para honrar compromissos de investimentos necessários para com a
municipalidade no caso de a Estatal não reunir as condições de ampliar sua
capacidade de endividamento para acessar linhas de financiamentos, colocando em
risco o objetivo de garantir aos cidadãos o serviço adequado.
Pelas exigências contidas na legislação, que assegura ao titular dos serviços fazer
constar no contrato de programa, metas e cronograma de investimentos que garanta
23
a prestação dos serviços de forma adequada, pode-se afirmar que é prudente o
Município, cercar-se de garantias, para que em eventual opção de celebração de
contrato programa, o cumprimento do cronograma de investimentos e metas esteja
devidamente assegurado para os sistemas de abastecimento de água potável e
esgotamento sanitário.
CONCESSÃO MEDIANTE LICITAÇÃO
No comparativo com as demais alternativas, apresenta-se como a mais viável e
recomendada, pela possibilidade de atrair investimentos ao longo do tempo,
facultando a participação de Entidades de capital público e/ou privado,
individualmente ou em forma de consórcio.
Além disso, a concessão visa o lucro, para tanto, deverá realizar os investimentos
necessários de ampliação dos sistemas, assim como uma prestação de serviço
eficiente para então obter resultados positivos economicamente.
PROJETOS PPP
Poderá propiciar soluções parciais e terá de contar com a participação do poder
público ou da empresa estadual na execução e operação dos serviços. De um lado
demandará recursos públicos municipais e de outro dependerá da capacidade de
captação de recursos do Poder Público, gerando assim, incertezas.
No ponto de vista desta consultoria e dentro do aspecto estritamente técnico, o
importante não é quem venha a executar a prestação de serviço de saneamento e
sim o bom atendimento à população de Porto, o que será viável com a implantação
do PMSB proposto e dentro dos critérios operacionais fixados.
Não pode deixar de se registrar a necessidade legal da prestação dos serviços de
saneamento ser acompanhados por uma Agência Reguladora, independente do
regime de prestação de serviço a ser adotada pela Administração.
2.1.1 DIRETRIZES PARA O SETOR DE SANEAMENTO
2.1.1.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
24
Os Sistemas de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário só poderão ser
considerados como eficazes e eficientes se atenderem aos seus usuários e serem
viáveis financeiramente, com o concomitante atendimento das seguintes Diretrizes:
Que ocorra a universalização dos serviços;
Que o usuário é a razão de ser da empresa, independentemente da
mesma ser pública ou concessionada através de contrato de programa
ou para a iniciativa privada;
Que a prestação de serviços originados atenda as expectativas dos
usuários em termos de prazos de atendimento e qualidade do serviço
prestado;
Que a empresa atue com isonomia na prestação de serviços a seus
clientes;
Que a qualidade da água esteja, a qualquer tempo, dentro dos padrões
de potabilidade, no mínimo, atendendo aos dispositivos legais da
Portaria 2.914 do Ministério da Saúde;
Que a qualidade do esgoto tratado esteja, a qualquer tempo, de acordo
com a Resolução CONAMA nº 357 de 17 de Março de 2005 que
“dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes”; a Resolução
CONAMA nº 375 de 29 de Agosto de 2006 que “define critérios e
procedimentos para o uso agrícola de lodos gerados em estações de
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados” e a
Resolução CONAMA nº 430 de 13 de maio de 2011 que dispõe sobre
condições, parâmetros, padrões e diretrizes para a gestão do
lançamento de efluentes em corpos de água receptores, alterando
parcialmente e complementando a Resolução CONAMA nº 357/2005;
Que ocorram regularidade e continuidade na prestação de serviços de
abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgotos sanitários;
no caso do abastecimento de água, no que se refere à quantidade e
pressão dentro dos padrões estabelecidos pela ABNT;
Que o custo do m³ cobrado de água produzido e distribuído e da coleta
e tratamento de esgoto seja justo e que possa ser absorvido pela
25
população, mesmo aquela de baixa renda, sem causar desequilíbrio
financeiro domiciliar e sem, contudo, inviabilizar os planos de
investimentos necessários;
Que a grade tarifária a ser aplicada privilegie os usuários que
pratiquem a economicidade no consumo de água;
Que a operação do sistema seja adequada, no que se refere à
medição correta de consumos e respectivos pagamentos;
Que a relação preço/qualidade dos serviços prestados esteja otimizada
e que a busca pela diminuição de perdas físicas, de energia e outras
seja permanente;
Que os serviços de manutenção preventiva/preditiva tenham
prevalência em relação aos corretivos;
Que seja aplicada a tecnologia mais avançada, adequada às suas
operações;
Que seja buscado permanentemente prover soluções otimizadas ao
cliente;
Que sejam previstas nos projetos de implantação das obras, condições
de minimizar as interferências com a segurança e tráfego de pessoas e
veículos;
Que o futuro sistema de informações a ser elaborado no PMSB venha
a ser alimentado por dados verídicos e obtidos da boa técnica,
resultando em indicadores que retratem a realidade dos sistemas de
saneamento;
Que os indicadores selecionados permitam ações oportunas de
correção e otimização da operação dos serviços;
Que seja viabilizado o desenvolvimento técnico e pessoal dos
profissionais envolvidos nos trabalhos, de forma a possibilitar à estes
uma busca contínua da melhoria do seu desempenho.
As principais Obrigações da Administração Municipal a serem atendidas
são:
Deverá constituir ou delegar a competente regulação dos serviços,
conforme previsto em lei;
26
A Administração Municipal ou a quem a mesma delegar a operação
dos sistemas deverá preencher adequadamente o sistema de
indicadores elaborado no PMSB, o qual deverá ser utilizado para
acompanhamento do cumprimento das metas estabelecidas;
A entidade reguladora dos serviços deverá acompanhar a evolução
das metas, utilizando o sistema de indicadores desenvolvido, atuando
sempre que ocorrerem distorções, garantindo o fiel cumprimento das
metas fixadas, sejam elas quantitativas e/ou qualitativas;
A Administração Municipal ou a quem a mesma delegar a operação
dos sistemas deverá obter todas as licenças ambientais para execução
de obras e operação dos serviços nos sistemas de abastecimento de
água, tendo em vista que diversas dessas obras são passíveis de
licenciamento ambiental nos termos de legislação específica (Lei
Federal nº 6.938/1988, Decreto Federal nº 99.274/1990 e Resoluções
CONAMA 5/1988, 237/1997 e 377/2006);
A Administração Municipal deverá garantir que as obras e serviços
venham a ser executados atendendo todas as legislações referentes à
segurança do trabalho;
Dar os subsídios necessários para que a entidade reguladora dos
serviços possa acompanhar de forma eficaz a evolução das metas,
utilizando o sistema de indicadores desenvolvido. Caberá a entidade
reguladora dos serviços atuarem de forma firme, sempre que
ocorrerem distorções, garantindo o fiel cumprimento das metas fixadas,
sejam elas quantitativas e/ou qualitativas;
Obter, ou a quem a mesma delegar a operação dos serviços de
esgoto, as licenças ambientais, tanto para a execução de obras (LI),
como para a própria operação dos serviços (LO). Isto se deve em
função da necessidade de licenciamento ambiental nos termos da
legislação específica vigente (Lei Federal No 6.938/1988, Decreto
Federal No 99.274/1990 e Resoluções CONAMA No 005/1988, No
237/1997 e No 377/2006);
Implantar, ou a quem a mesma delegar a operação dos serviços de
abastecimento de água, de coleta e de tratamento de esgoto, um
sistema de qualidade envolvendo todas as etapas dos processos.
27
2.1.1.2 RESIDUOS SÓLIDOS
O Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos só poderá ser
considerado como eficiente se atendera os seus usuários e ser auto-suficiente. Para
tanto devem ser atendidas as seguintes Diretrizes:
Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a
seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização,
reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos;
Que ocorra a universalização de cada tipo de serviço componente do
sistema e uma vez atendida seja mantida ao longo do período do
Plano;
Que a qualidade dos serviços esteja, a qualquer tempo, dentro dos
padrões, no mínimo atendendo aos dispositivos legais ou àqueles que
venham a ser fixados pela administração do sistema;
Que os resíduos sejam coletados e devidamente tratados e sua
disposição final atenda aos dispositivos legais vigentes ou aqueles que
venham a ser fixados pela administração do sistema;
Que o município disponha de dispositivos ou exija a existência dos
mesmos em relação à segurança de que não serão interrompidos os
serviços de coleta, tratamento e disposição final dos resíduos;
Que o usuário é a razão de ser do operador, independentemente do
mesmo ser público, por prestação de serviço, autárquico ou privado;
Que a prestação de serviços atenda as expectativas dos usuários em
termos de prazos de atendimento e qualidade do serviço prestado;
Que a prestação do serviço seja adequada ao pleno atendimento dos
usuários atendendo às condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança e cortesia na prestação;
28
Que seja elaborado e implantado esquemas de atendimento dos
serviços, para as situações de emergência, mantendo alternativas de
recursos materiais e humanos para tanto;
Que o valor cobrado por todos os serviços prestados seja justo e que
possa ser absorvido pela população, mesmo aquela de baixa renda,
sem causar desequilíbrio domiciliar, sem, contudo, inviabilizar os
planos de investimento e o equilíbrio econômico-financeiro dos
contratos ou serviços;
Que o operador atue com isonomia na prestação de serviços a seus
usuários;
Que o sistema de informações desenvolvido no PMSB venha a ser
alimentado por dados verídicos e obtidos da boa técnica, resultando
em indicadores que retratem a realidade dos sistemas de saneamento;
Que seja recebida, apurada e promovida a solução das reclamações
dos usuários, quando julgadas procedentes;
Que seja priorizada a melhoria contínua da qualidade e o incremento
da produtividade dos serviços prestados;
Que seja divulgado adequadamente, ao público em geral e ao usuário
em particular, a ocorrência de situações excepcionais, a adoção de
esquemas especiais de operação e a realização de obras e serviços no
Município, em especial àquelas que obriguem à interrupção da
prestação dos serviços;
Que sejam divulgadas ao usuário, informações necessárias ao uso
correto dos serviços e orientações, principalmente quanto à forma de
manuseio, embalagem, acondicionamento e disposição dos resíduos
para sua remoção.
Que seja disciplinado o fluxo da logística reversa para os resíduos
gerados no município, com o envolvimento de todas as esferas
responsáveis.
Para viabilizar estas diretrizes, o município:
Deverá constituir Agência Reguladora de âmbito municipal ou delegar
a competente regulação dos serviços, conforme previsto em lei;
29
A Administração Municipal ou a quem a mesma delegar a operação do
sistema deverá preencher adequadamente o sistema de indicadores
elaborado no PMSB, o qual deverá ser utilizado para acompanhamento
do cumprimento das metas estabelecidas;
A entidade reguladora dos serviços deverá acompanhar a evolução
das metas, utilizando o sistema de indicadores desenvolvido, atuando
sempre que ocorrerem distorções, garantindo o fiel cumprimento das
metas fixadas, sejam elas quantitativas e/ou qualitativas;
A Administração Municipal ou a quem a mesma delegar a operação
dos sistemas deverá obter todas as licenças ambientais para execução
de obras e operação dos serviços de limpeza urbana e manejo dos
resíduos sólidos, tendo em vista que diversas dessas obras são
passíveis de licenciamento ambiental nos termos da legislação
específica (Lei Federal nº 6.938/1981; Decreto Federal nº 99.274/1990
e Resoluções CONAMA nº 5/1988, 237/1997 e 377/2006);
A Administração deverá garantir que as obras e serviços venham a ser
executados atendendo todas as legislações referentes à segurança do
trabalho;
2.1.1.3 DRENAGEM URBANA
O Sistema de Drenagem Urbana e Manejo das Águas Pluviais só poderão ser
considerados eficientes se atenderem bem aos seus usuários, para tanto devem ser
atendidas algumas Diretrizes:
Que ocorra a universalização do serviço e, uma vez atendida, seja
mantida ao longo do período do Plano;
Que toda área do município, seja urbana ou rural, possua os serviços
de drenagem e manejo de águas pluviais adequados a sua
necessidade e características locais;
30
Que as águas pluviais urbanas sejam coletadas e sua disposição final
atenda aos dispositivos legais vigentes ou aqueles que venham a ser
fixados pela administração do sistema;
Que seja priorizada a melhoria contínua da qualidade dos serviços
prestados;
Que ocorra a prevalência da manutenção preventiva em relação aos
serviços corretivos;
Que a qualidade dos serviços esteja, a qualquer tempo, dentro dos
padrões, no mínimo atendendo aos dispositivos legais ou aqueles que
venham a ser fixados pela administração do sistema;
Que o operador atue com isonomia na prestação de serviços a seus
usuários;
Que esteja disponibilizado um bom sistema de geração de informações
e que os dados que venham a alimentar as variáveis sejam verídicos e
obtidos da boa técnica;
Que seja recebida, apurada e promovida a solução das reclamações
dos usuários, quando julgadas procedentes;
Que seja viabilizado o desenvolvimento técnico e pessoal dos
profissionais envolvidos nos trabalhos;
Que ocorra a busca da melhoria contínua do desempenho do corpo
profissional envolvido.
Para viabilizar estas diretrizes, o município:
Deverá constituir Agência Reguladora de âmbito municipal ou delegar
a competente regulação dos serviços, conforme previsto em Lei;
A Administração Municipal ou a quem a mesma delegar a operação do
sistema deverá preencher adequadamente o sistema de indicadores
elaborado no PMSB, o qual deverá ser utilizado para acompanhamento
do cumprimento das metas estabelecidas;
A entidade reguladora dos serviços deverá acompanhar a evolução
das metas, utilizando o sistema de indicadores desenvolvido, atuando
31
sempre que ocorrerem distorções, garantindo o fiel cumprimento das
metas fixadas, sejam elas quantitativas e/ou qualitativas;
A Administração Municipal deverá obter todas as licenças ambientais
para execução de obras e manutenção dos serviços de drenagem
urbana e manejo das águas pluviais, tendo em vista que diversas
dessas obras são passíveis de licenciamento ambiental nos termos da
legislação específica;
A Administração deverá ser responsável pela complementação dos
custos envolvidos nas ações estruturais e não estruturais da drenagem
urbana e manejo das águas pluviais;
A Administração deverá garantir que as obras e serviços venham a ser
executados atendendo todas as legislações referentes à segurança do
trabalho.
2.2 PROJEÇÕES DAS DEMANDAS PARA OS SETORES DE SANEAMENTO
2.2.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Para identificação das necessidades futuras de ampliação/otimização dos
componentes do sistema serão utilizados dados anteriores apresentados no
levantamento e diagnóstico da situação atual, das evoluções ao longo do período do
estudo, da população, das metas de cobertura fixada e de redução do índice de
perda, sendo necessário ainda definir os parâmetros normatizados e parâmetros de
projeção do número de ligações, economias e de extensão de rede.
2.2.1.1 Parâmetros Normatizados
Os parâmetros normatizados a serem adotados para a projeção de demanda dos
sistemas de abastecimento de água do município de Porto são os seguintes:
32
Reservação: mínimo 1/3 do volume distribuído no dia de maior
consumo;
Coeficiente de variação máxima diária - K = 1,2;
Coeficiente de variação máxima horária - K2 =1,5.
2.2.1.2 Parâmetros Físicos de Projeção das Demandas
Para determinação da projeção das demandas no município Porto, foram utilizadas
informações repassadas pela AGESPISA e Administração Municipal.
População estimada abastecida em 2014 de 6.827 habitantes na área
urbana.
Quantidade de ligações de água em 2014: 2.445 ligações;
Com base nestas informações, obteve-se um índice de 2,792 habitantes/ligação.
Segundo informações obtidas com a AGESPISA, existem 1.903 economias nos
sistemas de Porto, obtendo-se assim, a seguinte densidade de economia por
ligação:
Município de Porto = 1.903 econ. / 2.445 lig. = 0,778 econ./lig.
Diferentemente da densidade de economia por ligação e do número de habitantes
por ligação, a densidade de extensão de rede varia de acordo com número de
ligações, conforme demonstra o Quadro 03.
Quadro 03: Densidade de Extensão de Rede Por Ligação de Água.
Sistema Extensão de Rede (m)
N° de Ligações m/lig
Sede Administrativa de Porto 23.530 2.445 9,62
33
Por fim, conforme demonstrado no Relatório do Diagnóstico do Sistema de
Abastecimento de Água, o consumo per capita de água na zona urbana de Porto(PI)
está apresentado no Quadro 04.
Quadro 04: Consumo Per Capita de Água.
Sistema Per Capita (L/hab.dia)Sede Administrativa de Porto(PI) 88,68
Já para a projeção das demandas na área urbana do município será adotado o
consumo per capita de 120l/hab.dia, levando em consideração que as informações
contidas no Quadro 04 estão deduzidas as perdas, que com as ações previstas
terão regularidade e o consumo per capita será aumentado. Para a projeção das
demandas na área rural do município será adotado o mesmo consumo per capita da
Sede de Porto, visto que não existem informações quanto aos sistemas de
abastecimento existente, portanto, foi considerada a situação a situação mais crítica,
devido o maior consumo.
Com Base nos parâmetros normatizados e nos parâmetros físicos do sistema de
Porto, foram elaborados os Quadros 05 e 06, que representa um resumo da
evolução dos principais componentes do sistema de abastecimento de água na
Sede de Porto e da área rural do município de Porto, respectivamente.
34
Quadro 05: Evolução das Demandas da Sede Administrativa de Porto(PI)
ANOPOPULA
ÇÃO (hab.)
COBERTURA (%)
POPULAÇÃO
ATENTIDA
(hab.)
ÍNDICE DE
PERDAS (%)
PER CAPIT
A (L/hab.
dia)
VAZÃO DE DISTRIBUIÇÃO (L/s) RESERV
AÇÃO (m³)
EXTENSÃO DE
REDE (m)
Nº DE LIGAÇÕ
ES
Nº DE ECONOMI
ASMEDIA DIA HORA
2015 7503 100 7503 42,13 120 15,01 18,01 27,01 388,13 23530 2445 19032016 7616 100 7616 40,13 120 15,23 18,28 27,42 393,98 26254 2728 21232017 7731 100 7731 39,13 120 15,46 18,55 27,83 399,92 26648 2769 21552018 7847 100 7847 37,13 120 15,69 18,83 28,25 405,92 27043 2810 21872019 7965 100 7965 35,13 120 15,93 19,12 28,67 412,03 27456 2853 22212020 8085 100 8085 33,13 120 16,17 19,40 29,11 418,24 27870 2896 22542021 8207 100 8207 32,13 120 16,41 19,70 29,55 424,55 28284 2939 22872022 8331 100 8331 31,13 120 16,66 19,99 29,99 430,96 28717 2984 23232023 8456 100 8456 30,13 120 16,91 20,29 30,44 437,43 29141 3028 23572024 8583 100 8583 29,13 120 17,17 20,60 30,90 444,00 29583 3074 23932025 8712 100 8712 29,13 120 17,42 20,91 31,36 450,67 30026 3120 24282026 8843 100 8843 28,13 120 17,69 21,22 31,83 457,45 30478 3167 24652027 8976 100 8976 27,13 120 17,95 21,54 32,31 464,33 30940 3215 25022028 9111 100 9111 26,13 120 18,22 21,87 32,80 471,31 31402 3263 25402029 9248 100 9248 25,13 120 18,50 22,20 33,29 478,40 31874 3312 25782030 9387 100 9387 25,00 120 18,77 22,53 33,79 485,59 32355 3362 26172031 9528 100 9528 25,00 120 19,06 22,87 34,30 492,88 32836 3412 26562032 9671 100 9671 25,00 120 19,34 23,21 34,82 500,28 33337 3464 26962033 9817 100 9817 25,00 120 19,63 23,56 35,34 507,83 33837 3516 27372034 9965 100 9965 25,00 120 19,93 23,92 35,87 515,49 34347 3569 27782035 10115 100 10115 25,00 120 20,23 24,28 36,41 523,25 34867 3623 2820
35
Quadro 06: Evolução das Demandas da Área Rural de Porto(PI)
ANO POPULAÇÃO (hab.)
PER CAPITA
(L/hab.dia)
VAZÃO DE DISTRIBUIÇÃO (L/s) Nº DE
LIGAÇÕESMEDIA DIA HORA2015 4394 120 8,79 10,55 15,82 8792016 4460 120 8,92 10,70 16,06 8922017 4527 120 9,05 10,86 16,30 9052018 4595 120 9,19 11,03 16,54 9192019 4664 120 9,33 11,19 16,79 9332020 4734 120 9,47 11,36 17,04 9472021 4806 120 9,61 11,53 17,30 9612022 4879 120 9,76 11,71 17,56 9762023 4953 120 9,91 11,89 17,83 9912024 5028 120 10,06 12,07 18,10 10062025 5104 120 10,21 12,25 18,37 10212026 5181 120 10,36 12,43 18,65 10362027 5259 120 10,52 12,62 18,93 10522028 5338 120 10,68 12,81 19,22 10682029 5419 120 10,84 13,01 19,51 10842030 5501 120 11,00 13,20 19,80 11002031 5584 120 11,17 13,40 20,10 11172032 5668 120 11,34 13,60 20,40 11342033 5754 120 11,51 13,81 20,71 11512034 5841 120 11,68 14,02 21,03 11682035 5929 120 11,86 14,23 21,34 1186
2.2.1.3 Descrição do Manancial Existente e das Alternativas para Atender as Demandas
Conforme demonstrado no Relatório do Diagnóstico do Sistema de Abastecimento
de Água, o principal manancial atualmente utilizado pela concessionária na Sede é o
Rio Parnaíba. Existem ainda outras possibilidades de captação em manancial
superficial no município, são córregos, açudes e lagoas, na zona rural do município,
porém, a utilização de mananciais subterrâneos ainda é a forma mais viável para o
abastecimento das localidades rurais, os problemas desses aquíferos são o alto teor
de salinidade.
Na Sede de Porto, a vazão média captada no Rio Parnaíba é de 22,22 l/s, ou seja,
1.919,81 m³/dia, sendo possível ampliar a capacidade de produção nesta unidade
operacional, para o limite necessário, porém, para produção de água tratada é
necessário dobrar a capacidade de produção da E.T.A.
36
De acordo com o cenário de referência, existem metas de manutenção do
atendimento em 100% da área urbana e de redução das perdas na distribuição dos
atuais 42,13% para 25% do volume de água produzido.
Com as metas estabelecidas e a evolução populacional da área urbana do
município, ocorre uma pequena evolução da demanda de água, logo estima-se que
no final do período de planejamento, a vazão demandada pela população de Porto
seja de 20,23 L/s (1.747,87 m³/dia).
Como a capacidade de captação da Sede de Porto atual é de 22,22 L/s (1.919,81
m³/dia), haverá necessidade de buscar recursos para dobrar a capacidade de
produção da E.T.A. para 30 l/s, buscando regularizar a produção de água tratada
para demanda da população neste setor do município.
Para tanto, propõe-se a ampliação da E.T.A. da AGESPISA, buscando uma
produção de 30l/s, levando em consideração que a captação no Rio Parnaíba,
acompanhe a produção da E.T.A.
2.2.1.4 Alternativa Técnica para Atendimento da Demanda
Conforme demonstrado no item Identificação do Manancial e nos quadros de
evolução de demandas de água, a Sede de Porto propõe-se a ampliação da E.T.A.
da AGESPISA, buscando uma produção de 30l/s, regularizando o abastecimento da
Sede Administrativa, principalmente, sua área de expansão urbana.
Já para as áreas rurais do município de Porto propõe-se que o município realize
fiscalizações nos pontos de captação das soluções individuais e coletivas para
verificar a qualidade da água e que crie um programa de distribuição de produto
químico para que seja realizada corretamente a desinfecção da água bruta nestas
áreas, evitando assim, a ação de organismos patogênicos.
Além, dessas ações é necessário à verificação do teor de salinidade dos mananciais
subterrâneos para utilização no consumo humano, deve ser verificado os índices
reguladores para tais fins, conforme estabelece a OMS, e a possibilidade de
utilização de equipamentos dessalinizadores.
37
Em algumas localidades deve ser verificada a possibilidade da utilização de
mananciais superficiais como açudes e lagoas, sendo para isso necessário um
estudo hidrológico, de qualidade da água, e dos níveis de produção. Nestas
localidades será necessária a construção de estações compactada de tratamento de
água, para o atendimento das localidades adjacentes aos mananciais de captação.
2.2.1.5 Indicadores
Eficiência nos Prazos de Atendimento
As metas fixadas para o indicador de eficiência nos prazos de atendimento estão
apresentadas no Quadro 07.
Quadro 07: Metas para o IEPA.
Ano Meta do IEPA (%)1 Medição Inicial2 80
3 e 4 905 em diante 95
Os prazos são para solicitações efetuadas dentro do horário comercial (2ª a 6ª feira,
das 8:00 às 17:00 h), fora desse período os mesmos deverão ser majorados em
100%.
Quadro 08: Prazos para Execução dos Serviços
Serviço Unidade PrazoLigação domiciliar Dias úteis 5Reparo de vazamentos de água Horas 12Reparo de cavalete Horas 12Falta de água local ou geral Horas 12Ocorrências relativas à repavimentação Dias úteis 3Verificação da qualidade da água Horas 6Verificação de falta de água/pouca pressão Horas 6Restabelecimento do fornecimento de água por débito Horas 24Restabelecimento do fornecimento a pedido Dias úteis 2Ocorrências de caráter comercial Dias úteis 2Remanejamento de ramal de água Dias úteis 5Deslocamento de cavalete Dias úteis 3
38
Substituição de hidrômetro a pedido do cliente Dias úteis 2O índice de eficiência dos prazos de atendimento será determinado como segue:
IEPAagua = (Quantidade de serviços realizados no prazo estabelecido x
100)/(quantidade total de serviços realizados).
Satisfação do Cliente no Atendimento
As metas fixadas para o indicador de satisfação do cliente no atendimento estão
apresentadas no Quadro 09.
Quadro 09: Metas para o ISCA.
Ano Meta do ISCA (%)1 Medição Inicial2 90
3 e 4 955 em diante 98
Indicador de satisfação do cliente no atendimento - ISCA deve mensurar o grau de
satisfação do usuário em relação ao atendimento recebido, devendo ser calculado
mensalmente e avaliado como média anual.
A obtenção dos dados para integrar o índice deve ser efetuado por amostragem, em
quantidade suficiente que garanta a representatividade do universo de solicitações,
sendo que da pesquisa deverão constar obrigatoriamente os itens relacionados no
Quadro 10 a seguir apresentados.
Quadro 10: Condições a Serem Verificadas na Satisfação dos Clientes.
Item Condição a ser verificadaAtendimento personalizado Atendimento em tempo inferior a 15
minutosAtendimento telefônico Atendimento em tempo inferior a 5
minutosCortesia no atendimento Com cortesia
Sem cortesiaProfissionalismo no atendimento Com profissionalismo
39
Sem profissionalismoConforto oferecido pelas instalações físicas, mobiliário e equipamentos.
Com confortoSem conforto
Eficiência na Arrecadação
As metas fixadas para o indicador de eficiência na arrecadação estão apresentadas
no Quadro 11.
Quadro 11: Metas para o IEAR.
Ano Meta do IEAR (%)Ano 1 Medição Inicial
Ano 2 ao 4 Diminuição de 2% ao ano em relação ao ano anterior
Ano 5 em diante Diminuição de 1% ao ano em relação ao ano anterior, até atingir uma eficiência de 97%.
A eficiência da arrecadação
A eficiência da arrecadação é um indicador que permite o acompanhamento da
efetividade das ações que viabilizem o recebimento dos valores faturados.
O acompanhamento deverá ser mensal e referenciado sempre ao mês base,
devendo ser apurado até o terceiro mês do faturamento. Após esse período passará
a ser considerado como um serviço ineficiente em relação à efetividade de
arrecadação.
Deverá ser calculado da seguinte forma:
IEARagua = (Valor arrecadado (mês base)/ Valor faturado (mês base)) +
(Valor arrecadado (mês base) no mês base + 1/ Valor faturado (mês base)) +
(Valor arrecadado (mês base) no mês base + 2/ Valor faturado (mês base)).
2.2.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Para identificação das necessidades futuras de ampliação/otimização dos
componentes do sistema de esgotamento sanitário serão utilizados dados referentes
40
ao levantamento e diagnóstico da situação atual, das evoluções populacionais
previstas ao longo do período de planejamento, das metas de cobertura fixada,
sendo necessário, ainda, definir parâmetros normatizados, e parâmetros de projeção
do número de ligações, economias e de extensão de rede.
2.2.2.1 Parâmetros Normatizados
Coeficiente de Retorno (C)
É o valor do consumo de água que retorna como esgoto na rede coletora. Será
adotado o valor previsto em norma, ou seja: C = 0,80.
Coeficientes de Variação de Vazão
Para os coeficientes de variação de vazão estão sendo adotados os valores
preconizados por norma, quais sejam:
Coeficiente de variação máxima diária (K1) = 1,20
Coeficiente de variação máxima horária (K2) = 1,50
Vazão de Infiltração Unitária (qi)
Segundo a Norma NBR 9.649 da ABNT de 1986, a taxa de infiltração deve estar
dentro de uma faixa entre 0,05 e 1,0. Por fim, devido a outros projetos de esgoto
existentes em regiões com o mesmo tipo de solo, fica adotado um coeficiente de
infiltração de 0,1 L/s.km.
2.2.2.2 Parâmetros para Projeção de Extensão de Rede
No sistema de esgotamento sanitário as projeções de ligações e economias serão
baseadas nas projeções do sistema de abastecimento de água, visto que a
densidade de ligações e economias é a mesma para ambos os sistemas.
Como o município não possui atualmente no Plano Diretor alguma diretriz de
aumento ou redução da densidade populacional do município será considerada a
manutenção destes parâmetros, sendo necessária a revisão do plano em casos de
41
mudança da política de ocupação urbana do município, independentemente das
revisões periódicas previstas em Lei.
2.2.2.3 Geração per Capita de Esgoto
A geração per capita de esgoto será baseada no consumo per capita,
considerando-se um coeficiente de retorno de 80% do volume consumido de água.
Desta forma, a geração per capita de esgoto para a Sede está estimada no Quadro
12:
Quadro 12: Geração Per Capita de Esgoto.
Sistema Per Capita (L/hab.dia)Água Esgoto
Sede Administrativa de Porto(PI) 120 96
2.2.2.4 Evolução das Demandas de Esgoto
No Quadro 13, estão apresentadas resumidamente as projeções das demandas de
vazão, extensão de rede, número de ligações e economias da área urbana do
sistema de Porto, considerando o cumprimento das metas estipuladas no cenário de
referência do presente plano que visam à universalização da prestação do serviço
de esgotamento sanitário.
Já no Quadro 14 apresenta resumidamente as projeções das demandas de vazão,
número de ligações a sistemas unifamiliares e número de famílias atendidas para
área rural de Porto.
42
Quadro 13: Demandas do Sistema de Esgotamento Sanitário na Sede de Porto.
ANO POPULAÇÃO (hab.)
COBERTURA (%)
POPULAÇÃO
ATENTIDA (hab.)
PER CAPITA ESGOTO (L/hab.di
a)
VAZÃO DE ESGOTO (L/s)EXTENSÃ
O DE REDE (m)
MEDIA DIA HORA Infiltraç
ãoMédia + Infiltraç
ão
Hora + Infiltraç
ão2015 7503 80 6002 96 7,68 9,22 13,83 2,24 9,92 16,06 223522016 7616 82 6245 96 7,99 9,59 14,39 2,28 10,27 16,67 227992017 7731 84 6494 96 8,31 9,97 14,96 2,33 10,64 17,29 232552018 7847 86 6748 96 8,64 10,36 15,55 2,37 11,01 17,92 237202019 7965 88 7009 96 8,97 10,77 16,15 2,42 11,39 18,57 241942020 8085 90 7277 96 9,31 11,18 16,77 2,47 11,78 19,23 246782021 8207 92 7550 96 9,66 11,60 17,40 2,52 12,18 19,91 251722022 8331 94 7831 96 10,02 12,03 18,04 2,57 12,59 20,61 256752023 8456 96 8118 96 10,39 12,47 18,70 2,62 13,01 21,32 261892024 8583 98 8411 96 10,77 12,92 19,38 2,67 13,44 22,05 267132025 8712 100 8712 96 11,15 13,38 20,07 2,72 13,88 22,80 272472026 8843 100 8843 96 11,32 13,58 20,37 2,72 14,04 23,10 272472027 8976 100 8976 96 11,49 13,79 20,68 2,72 14,21 23,41 272472028 9111 100 9111 96 11,66 13,99 20,99 2,72 14,39 23,72 272472029 9248 100 9248 96 11,84 14,20 21,31 2,72 14,56 24,03 272472030 9387 100 9387 96 12,02 14,42 21,63 2,72 14,74 24,35 272472031 9528 100 9528 96 12,20 14,64 21,95 2,72 14,92 24,68 272472032 9671 100 9671 96 12,38 14,85 22,28 2,72 15,10 25,01 272472033 9817 100 9817 96 12,57 15,08 22,62 2,72 15,29 25,34 272472034 9965 100 9965 96 12,76 15,31 22,96 2,72 15,48 25,68 272472035 10115 100 10115 96 12,95 15,54 23,30 2,72 15,67 26,03 27247
43
Quadro 14: Demandas do Sistema de Esgotamento Sanitário da Área Rural de Porto.
ANO POPULAÇÃO (hab.)
PER CAPITA ESGOT
O (L/hab.di
a)
VAZÃO DE ESGOTO (L/s) Nº DE
SISTEMAS UNIFAMILIA
RES
Nº DE FAMILI
ASMEDIA DIA HORA
2015 4394 96 5,62 6,75 10,12 1000 8792016 4329 96 5,54 6,65 9,97 985 8662017 4265 96 5,46 6,55 9,83 971 8532018 4202 96 5,38 6,45 9,68 957 8402019 4139 96 5,30 6,36 9,54 943 8282020 4077 96 5,22 6,26 9,39 929 8152021 4016 96 5,14 6,17 9,25 916 8032022 3956 96 5,06 6,08 9,11 903 7912023 3897 96 4,99 5,99 8,98 890 7792024 3839 96 4,91 5,90 8,85 877 7682025 3782 96 4,84 5,81 8,71 864 7562026 3726 96 4,77 5,72 8,58 852 7452027 3671 96 4,70 5,64 8,46 840 7342028 3616 96 4,63 5,55 8,33 828 7232029 3562 96 4,56 5,47 8,21 816 7122030 3509 96 4,49 5,39 8,08 804 7022031 3457 96 4,42 5,31 7,96 792 6912032 3406 96 4,36 5,23 7,85 781 6812033 3355 96 4,29 5,15 7,73 770 6712034 3305 96 4,23 5,08 7,61 759 6612035 3256 96 4,17 5,00 7,50 748 651
2.2.2.5 Alternativas Técnicas de Engenharia para Atendimento da Demanda
Conforme foi demonstrado no diagnóstico do sistema de esgotamento sanitário, a
área urbana do município será atendida em 2015, com um atendimento de 80% pela
ETE Porto, composta por um sistema de UASB seguido de filtro submerso com fluxo
ascendente.
Pelo sistema estar fase de implantação não temos medir a eficiência do tratamento.
44
A adoção de sistemas unifamiliares para a área rural do município se deve pela
baixa densidade populacional, resultando em investimentos muito elevados e que
levariam à inviabilidade financeira do sistema.
2.2.2.6 Estimativas de Carga do Esgoto
A seguir está demonstrada a estimativa de carga de DBO, DQO, Sólidos Suspensos
e Coliformes Fecais do esgoto bruto:
DBO5 – 50 g/hab.dia.
DQO – 100 g/hab.dia.
Sólidos Suspensos – 60 g/hab.dia.
Coliformes Fecais – 1,0E+07 org/hab.dia.
Foram realizadas projeções da carga para estes parâmetros considerando a
inexistência de tratamento e o sistema planejado para a Sede de Porto, conforme
apresentado nos Quadros 15 e 16.
Quadro 15: Carga do Esgoto Bruto Urbano.
ANO POPULAÇÃO (hab.)
TRATAMENTO
Carga de DBO Total
(kg)
Carga de DQO Total
(kg)
Carga de Sólidos
Suspensos Total (kg)
Coliformes Fecais Total
(org.)
2015 7503
INEX
ISTE
NTE
136928 273871 164323 2,75E + 102016 7616 138991 277996 166797 2,76E + 102017 7731 141089 282193 169316 2,77E + 102018 7847 143206 286427 171856 2,78E + 102019 7965 145360 290735 174441 2,79E + 102020 8085 147550 295115 177069 2,80E + 102021 8207 149776 299568 179741 2,81E + 102022 8331 152039 304094 182456 2,82E + 102023 8456 154320 308657 185194 2,83E + 102024 8583 156638 313292 187975 2,84E + 102025 8712 158992 318001 190801 2,85E + 102026 8843 161383 322783 193670 2,86E + 102027 8976 163810 327638 196583 2,87E + 102028 9111 166274 332565 199539 2,88E + 102029 9248 168774 337566 202540 2,89E + 102030 9387 171311 342640 205584 2,90E + 102031 9528 173884 347786 208672 2,91E + 102032 9671 176494 353006 211804 2,92E + 102033 9817 179158 358335 215001 2,93E + 102034 9965 181859 363738 218243 2,94E + 102035 10115 184597 369213 221528 2,95E + 10
45
Quadro 16: Carga do Esgoto Tratado Urbano.
ANO POPULAÇÃO (hab.)
TRATAMENTO
Carga de DBO
Total (kg)
Carga de DQO
Total (kg)
Carga de Sólidos
Suspensos Total
(kg)
Coliformes Fecais
Total (org.)
2015 7503
USA
B –
FIL
TRO
SU
BM
ERSO
16432 52036 27935 2,75E + 10
2016 7616 16680 52819 28355 2,76E + 10
2017 7731 16932 53617 28784 2,77E + 10
2018 7847 17186 54421 29216 2,78E + 10
2019 7965 17444 55240 29655 2,79E + 10
2020 8085 17707 56072 30102 2,80E + 10
2021 8207 17974 56918 30556 2,81E + 10
2022 8331 18246 57778 31018 2,82E + 10
2023 8456 18520 58645 31483 2,83E + 10
2024 8583 18798 59526 31956 2,84E + 10
2025 8712 19080 60421 32436 2,85E + 10
2026 8843 19367 61329 32924 2,86E + 10
2027 8976 19658 62251 33419 2,87E + 10
2028 9111 19954 63188 33922 2,88E + 10
2029 9248 20254 64138 34432 2,89E + 10
2030 9387 20559 65102 34949 2,90E + 10
2031 9528 20867 66080 35474 2,91E + 10
2032 9671 21181 67072 36007 2,92E + 10
2033 9817 21500 68084 36550 2,93E + 10
2034 9965 21825 69111 37101 2,94E + 10
2035 10115 22153 70151 37660 2,95E + 10
46
A mesma projeção foi realizada para a área rural do município, considerando a
inexistência de tratamento e com a implantação de um sistema de tanque séptico
seguido de filtro anaeróbio, conforme apresentado nos Quadros 17 e 18.
Quadro 17: Carga de Esgoto Bruto – Área Rural.
ANOPOPULAÇÃ
O (hab.)TRATAMENT
O
Carga de DBO
Total (kg)
Carga de DQO
Total (kg)
Carga de Sólidos Suspensos Total
(kg)
Coliformes Fecais
Total (org.)
2015 4394
INEX
ISTE
NTE
9623 30474 1636016,04E +
10
2016 4329 9481 30023 1611815,80E +
10
2017 4265 9341 29579 1587915,57E +
10
2018 4202 9203 29142 1564515,33E +
10
2019 4139 9065 28705 1541015,11E +
10
2020 4077 8929 28275 1517914,88E +
10
2021 4016 8796 27852 1495214,66E +
10
2022 3956 8664 27436 1472914,44E +
10
2023 3897 8535 27027 1450914,11E +
10
2024 3839 8408 26625 1429314,01E +
10
2025 3782 8283 26229 14081 13,80E +
10
47
2026 3726 8160 25841 1387213,60E +
10
2027 3671 8040 25460 1366813,40E +
10
2028 3616 7919 25078 1346313,20E +
10
2029 3562 7801 24704 1326213,00E +
10
2030 3509 7685 24336 1306512,80E +
10
2031 3457 7571 23975 1287112,62E +
10
2032 3406 7460 23622 1268112,43E +
10
2033 3355 7348 23268 1249112,25E +
10
2034 3305 7238 22921 1230512,06E +
10
2035 3256 7131 22581 1212311,87E +
10
Quadro 18: Carga de Esgoto Tratado – Área Rural.
ANO POPULAÇÃO (hab.)
TRATAMENTO
Carga de DBO
Total (kg)
Carga de DQO
Total (kg)
Carga de Sólidos Suspensos Total
(kg)
Coliformes Fecais
Total (org.)
2015 4394
TAN
QU
E SE
PTIC
O C
OM
FI
LTR
O A
NA
ERO
BIC
O 36086 80191 24057 16,04E + 10
2016 4329 35553 79005 23701 15,80E + 10
2017 4265 35027 77837 23351 15,57E + 10
2018 4202 34510 76687 23006 15,33E + 10
2019 4139 33992 75538 22661 15,11E + 10
48
2020 4077 33483 74406 22321 14,88E + 10
2021 4016 32982 73293 21988 14,66E + 10
2022 3956 32489 72198 21659 14,44E + 10
2023 3897 32005 71121 21336 14,11E + 10
2024 3839 31528 70062 21018 14,01E + 10
2025 3782 31060 69022 20706 13,80E + 10
2026 3726 30600 68000 20400 13,60E + 10
2027 3671 30149 66996 20099 13,40E + 10
2028 3616 29697 65993 19798 13,20E + 10
2029 3562 29253 65007 19502 13,00E + 10
2030 3509 28818 64040 19212 12,80E + 10
2031 3457 28391 63091 18927 12,62E + 10
2032 3406 27972 62160 18648 12,43E + 10
2033 3355 27553 61229 18369 12,25E + 10
2034 3305 27143 60317 18095 12,06E + 10
2035 3256 26740 59423 17827 11,87E + 10
2.2.2.7 Estimativa de Concentração do Esgoto
A seguir está demonstrada a estimativa de concentração de DBO, DQO,
Sólidos Suspensos e Coliformes Fecais do esgoto bruto:
DBO5 – 300 mg/l.
DQO – 700 mg/l.
Sólidos Suspensos - 400 mg/l.
Coliformes Fecais – 1,0E+09 org./100 ml.
Diferentemente da carga, a concentração do esgoto bruto é independente da vazão
gerada, portanto a concentração do esgoto sem tratamento será a mesma em todo o
período de planejamento.
49
No caso do efluente tratado, este apresentará diferentes resultados entre a área
urbana e a área rural, devido à diferença na eficiência do tratamento urbano
composto de sistema UASB seguido por filtro anaeróbio submerso e o sistema rural,
composto apenas por tanque séptico seguido de filtro anaeróbico.
De acordo com a eficiência do sistema UASB seguido de filtro anaeróbio submerso,
o efluente pós-tratamento deverá apresentar os seguintes resultados de
concentração na sede urbana do sistema Porto:
DBO5 – 36 mg/l.
DQO – 133 mg/l.
Sólidos Suspensos - 68 mg/l.
Coliformes Fecais – 1,0E+06 org./100 ml.
Já para a área rural de Porto, considerando a eficiência do sistema de tanque
séptico seguido por filtro anaeróbico têm-se os seguintes resultados de
concentração na área rural:
DBO5 – 135 mg/l.
DQO – 350 mg/l.
Sólidos Suspensos - 100 mg/l.
Coliformes Fecais – 1,0E+09 org/100 ml.
2.2.2.8 Comparação das Alternativas de Tratamento Local dos Esgotos
Apesar de existirem duas maneiras de implantar o sistema de esgotamento
sanitário, sendo o primeiro modelo descentralizado, onde implanta-se diversas
estações de tratamento, normalmente uma para cada sub-bacia de esgoto, e o
segundo modelo é o centralizado, onde implanta-se apenas uma estação de
tratamento para receber todo o efluente produzido no município.
Conforme demonstrado no Relatório do Diagnóstico do Sistema de Esgotamento
Sanitário, o município de Porto implantou um modelo centralizado.
Contrapondo a alternativa técnica de uma ETE única no município, existe a
possibilidade de implantação de pequenas estações de tratamento de esgoto ao
50
longo do município de Porto. No entanto, todo o sistema que está sendo implantado
aponta para a utilização de uma ETE única.
Outro problema em implantar pequenas estações de tratamento é o aspecto
operacional, visto que a concessionária necessitará de uma maior quantidade de
operadores para garantir o bom funcionamento do sistema, resultando em maiores
despesas ao longo do período de planejamento.
Portanto, propõe-se no presente PMSB, que o município mantenha a concepção de
utilizar apenas uma estação de tratamento de esgoto no município de Porto.
Já para a área rural, fica definida a utilização de sistemas unifamiliares, compostos
por tanque séptico, seguido de filtro anaeróbico e sumidouro, garantindo assim, a
saúde ambiental da população nas áreas rurais do município de Porto.
A adoção de sistemas unifamiliares para as áreas rurais do município se justificam
devido à baixa densidade populacional nestas áreas, o que resultaria em
investimentos muito elevados, tornando o sistema economicamente inviável.
2.2.2.9 Indicadores Eficiência nos Prazos de Atendimento
A eficiência no atendimento ao público e na prestação do serviço pelo prestador será
avaliada através do Índice de Eficiência nos Prazos de Atendimento – IEPA.
O índice será calculado mensalmente com base no acompanhamento e avaliação
dos prazos de atendimento dos serviços de maior frequência; propõe-se como prazo
o período de tempo decorrido entre a solicitação do serviço pelo usuário e a data de
início dos trabalhos, sendo que no Quadro 19 estão apresentados os prazos de
atendimento dos serviços.
Os prazos são para solicitações efetuadas dentro do horário comercial (2ª a 6ª feira,
das 8:00 às 17:00 h), fora desse período os mesmos deverão ser majorados em
100%.
Quadro 19: Prazos para Execução dos Serviços
Serviço Unidade Prazo51
Ligação de esgoto Dias úteis 10
Desobstrução de redes e ramais de esgoto Horas 12
Ocorrências relativas à repavimentação Dias úteis 3
O índice de eficiência dos prazos de atendimento será determinado como segue:
IEPAesg = (Quantidade de serviços realizados no prazo estabelecido x
100)/(quantidade total de serviços realizados).
Satisfação do Cliente no Atendimento
O indicador de satisfação do cliente no atendimento - ISCA deve mensurar o grau de
satisfação do usuário em relação ao atendimento recebido, devendo ser calculado
mensalmente e avaliado como média anual.
A obtenção dos dados para integrar o índice deve ser efetuado por amostragem, em
quantidade suficiente que garanta a representatividade do universo de solicitações,
sendo que da pesquisa deverão constar obrigatoriamente os itens relacionados no
Quadro 20 a seguir apresentados.
Quadro 20: Condições a Serem Verificadas na Satisfação dos Clientes.
Item Condição a ser verificadaAtendimento personalizado Atendimento em tempo inferior a 15
minutos
Atendimento telefônico Atendimento em tempo inferior a 5 minutos
Cortesia no atendimento Com cortesia
Sem cortesia
Profissionalismo no atendimento Com profissionalismo
Sem profissionalismo
Conforto oferecido pelas instalações Com conforto
52
físicas, mobiliário e equipamentos.
Sem conforto
A eficiência da arrecadação
A eficiência da arrecadação é um indicador que permite o acompanhamento da
efetividade das ações que viabilizem o recebimento dos valores faturados.
O acompanhamento deverá ser mensal e referenciado sempre ao mês base,
devendo ser apurado até o terceiro mês do faturamento. Após esse período passará
a ser considerado como um serviço ineficiente em relação à efetividade de
arrecadação.
Deverá ser calculado da seguinte forma:
IEAResg = (Valor arrecadado (mês base)/ Valor faturado (mês base)) + (Valor
arrecadado (mês base) no mês base + 1/ Valor faturado (mês base)) + (Valor
arrecadado (mês base) no mês base + 2/ Valor faturado (mês base)).
2.2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
2.2.3.1 Resíduos Domésticos e de Limpeza Pública (RDO)
Os valores informados pela Prefeitura Municipal de Porto resultam em uma taxa de
geração um pouco abaixo da média brasileira, o que evidencia que parte do lixo
gerado não é devidamente coletado ou o registro dos dados é deficiente.
Segundo dados do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (2013), em diagnóstico
realizado pela Secretaria das Cidades, os estudos gravimétricos na região do
Território de Desenvolvimento Cocais, no qual se insere o município de Porto,
indicam, uma proporção de cerca de 45% de matéria orgânica na sua composição.
53
Alumínio:0,29%
Borracha:1,84%Papel: 9,28%
Papelão 6,56%PET 5,52%
Plástico Maleável;16,55%
Plástico Rígido: 5,31%Metal 4,57%
Vidro: 3,00%
Matéria Orgânica: 45,00%
Outros: 0,43%
Caracterização Física dos ResíduosT. dos Cocais
Alumínio Borracha Cerâmica Pano\Trapo Papel PapelãoPET Plástico Maleável Plástico Rígido Metal Vidro Matéria OrgânicaOutros
Figura 02: Caracterização Física dos Resíduos dos Municípios do T. dos Cocais (Fonte: Secretaria das Cidades, 2013)
Tendo em vista a ausência de registros sistematizados sobre a coleta de resíduos
no município, inferiu-se a taxa de geração de RDO no município de Porto a partir
das estimativas do Diagnostico do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (SECID,
2013) para os municípios do Território de Desenvolvimento de Cocais, onde se
insere o município, sendo de 363,09 kg.hab./ano, ou seja, 0,99 kg/hab./dia. Com
base nesta taxa, pode-se prever a evolução da geração de resíduos ao longo do
período de 20 anos, considerando a classificação gravimétrica quanto a massa com
potencial reciclável, de matéria orgânica e os rejeitos:
54
Quadro 21: Planilha de Estimativa de Geração Anual de Resíduos Domiciliares e Públicos em Porto (PI)
ANO População Total (hab)
Massa Total de
Resíduos Gerados (t/ano)
Recicláveis (52,84%)
t/ano
Matéria Orgânica (45,29%)
t/ano
Rejeitos (1,87%)
t/ano
2015 7687 2.791,07 1.474,80 1.264,08 52,192016 7841 2.846,99 1.504,35 1.289,40 53,242017 7998 2.903,99 1.534,47 1.315,22 54,302018 8158 2.962,09 1.565,17 1.341,53 55,392019 8322 3.021,63 1.596,63 1.368,50 56,502020 8489 3.082,27 1.628,67 1.395,96 57,642021 8659 3.144,00 1.661,29 1.423,92 58,792022 8833 3.207,17 1.694,67 1.452,53 59,972023 9010 3.271,44 1.728,63 1.481,64 61,182024 9191 3.337,16 1.763,36 1.511,40 62,402025 9375 3.403,97 1.798,66 1.541,66 63,652026 9563 3.472,23 1.834,73 1.572,57 64,932027 9755 3.541,94 1.871,56 1.604,15 66,232028 9951 3.613,11 1.909,17 1.636,38 67,572029 10151 3.685,73 1.947,54 1.669,27 68,922030 10355 3.759,80 1.986,68 1.702,81 70,312031 10563 3.835,32 2.026,58 1.737,02 71,722032 10775 3.912,29 2.067,26 1.771,88 73,162033 10991 3.990,72 2.108,70 1.807,40 74,632034 11211 4.070,60 2.150,91 1.843,58 76,122035 11436 4.152,30 2.194,07 1.880,58 77,65
Fonte: FUNPAPI (2015)
2.2.3.2 Resíduos da Construção Civil e de Demolição (RCD)
Nos termos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, são considerados resíduos de
construção civil os resíduos gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis, os quais são de responsabilidade do
gerador dos mesmos (ABRELPE, 2012).
Não existe coleta de Resíduos de Construção e Demolição (RCD). Este tipo de
resíduo é de responsabilidade do morador/gerador que contrata agentes autônomos
(caminhões e carroças), não havendo nenhuma forma de controle do Poder Público.
Dessa forma, não se tem dados para estimar o volume de RCD gerado ou coletado 55
em Porto, sendo necessário fazer estimativa com base em estudos de projeção de
órgãos de pesquisa.
Segundo o diagnóstico da edição 2012 do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil
(ABRELPE), a taxa de coleta de RCD nos municípios nordestinos é de 0,530
kg/hab./dia. Os dados do SNIS (2010) indicam valor diferenciado para cidades com
população até 77.228 habitantes de 0,325 kg/hab./dia. Considerou-se neste estudo a
taxa da ABRELPE, projetando-se uma expectativa mais segura, tendo em vista que
a ausência de dados referentes a este tipo de serviço compromete os resultados das
pesquisas, sendo mais seguro adotar valores maiores. Estima-se, então, que em
Porto é gerada uma massa de 1.411,28 t/ano de RCD.
2.2.3.3 Geração de Resíduos Sólidos Saúde (RSS)
Em Porto, não existe uma prática adequada no que se refere à coleta de RSS. Os
resíduos são coletados pela Prefeitura e também encaminhados para o lixão da
cidade.
Adotando-se, uma estimativa baseada nos estudos da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE, divulgados na
publicação Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil (2012), que indica uma taxa
de geração de 1,01 kg/hab./ano para o Estado do Piauí, tem-se que a população
urbana de Porto gera uma média de 12,02 t/ano de RSS.
2.2.3.4 Outros Tipos de Resíduos Sólidos e Rejeitos
Além dos resíduos supracitados, no município de Porto, devido a sua vocação
agrícola, podem ocorrer geração de resíduos sólidos provenientes do manuseio dos
agrotóxicos, que não são equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público
municipal. O ponto de coleta especial mais próximo fica em Teresina, na BR-316.
Neste contexto, segundo a lei nº 12.305, as fontes geradoras desses resíduos
possuem responsabilidade em relação ao gerenciamento, isto é, acondicionamento,
coleta, transporte e destinação e/ou disposição final, inserindo aqui o conceito de
responsabilidade compartilhada.
Inicialmente, ressalta-se que, com a implementação do sistema de coleta eficiente,
principalmente de coleta seletiva devido a inclusão social e valorização dos resíduos
recicláveis, acarretará um controle do lançamento de resíduos sólidos em pontos 56
clandestinos que, por consequente, mitigará a poluição como um todo (hídrica, do
solo e atmosférica).
2.2.3.5.Metodologia para Cálculo dos Custos de Manutenção do Setor de Limpeza Urbana A arrecadação de recursos financeiros junto à população a fim de custear a
prestação de serviços de saneamento básico se sujeita a uma série de limitações
legais que devem ser consideradas, devendo-se ter a cautela de identificar qual o
instrumento jurídico que pode fundamentar essa arrecadação que tem necessidade
vital para compor o volume de recursos a serem aportados para a concretização do
saneamento básico.
A Constituição Federal/88, em seu art. 145, II, define que taxa é o tributo exigido em
razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição. Ou seja, isso exige que seja possível, identificar quantitativamente o
volume ou massa equivalente ao serviço prestado que cada residência ou pessoa
produz.
A taxa só pode incidir sobre serviços públicos específicos e divisíveis, pois a taxa é o
tributo que tem sua razão de ser na contraprestação realizada pelo contribuinte em
razão de serviço prestado pelo Ente Público ou colocado à disposição daquele.
Enquanto para a prestação dos serviços de abastecimento de água e coleta de
esgotos não há problemas de quantificação, isso traz alguns condicionantes para o
serviço de limpeza pública porque na visão de alguns juristas trata-se de serviço
geral e indivisível, de utilização indistinta por toda a comunidade, que circula
diariamente pelo espaço público urbano, devendo ser assim, custeado inteiramente
pela receita advinda dos impostos municipais exigidos por lei, e não cobrado dos
proprietários de imóveis. Na visão deles não se teria como identificar o volume de
resíduos por habitante, assegurando justiça e equilíbrio na taxação.
Com relação ao imposto, este é uma das espécies do gênero tributo que
diferentemente de outros tributos, como taxas e contribuição de melhoria, é um
tributo não vinculado, sendo exigido pela Administração Pública e não tendo em vista uma contraprestação do contribuinte por serviço prestado, mas sim em
57
razão da necessidade primordial do Estado, de conseguir valores para custear os variados gastos de interesse coletivo. No entanto, na prática, como o imposto
não está vinculado ao destino das verbas, ao contrário de taxas e contribuições, ao
pagá-lo não se tem garantia de retorno: o dinheiro arrecadado pode não ser
direcionado para o serviço de limpeza pública.
No caso da cobrança da taxa, que a administração faz em troca de algum serviço
público, há um destino certo para a aplicação do dinheiro. Com base no exposto
verifica-se ser inconstitucional a cobrança de taxa para custeio de gastos com a
limpeza urbana, recaindo sobre o crime de “bitributação”, havendo respaldo legal
apenas na cobrança em forma de imposto; isso porque a taxa só se justifica se for possível quantificar o volume de resíduos por habitante.
A outra forma de cobrança pela prestação do serviço de limpeza urbana relaciona-se
ao pagamento pelo serviço à uma empresa terceirizada para a execução dos
serviços. No entanto, o Supremo Tribunal Federal - STF julgou inconstitucional tanto
a taxa de limpeza urbana como inviabilizou a cobrança de tarifa por empresas
concessionárias.
Por razões de eficiência, de universalização e de maior qualidade dos serviços de
saneamento básico, a tendência atual do Poder Público é se voltar inevitavelmente
para a parcerização nos serviços: Parceria entre o setor público e o setor privado,
motivando a sinergia de investimentos financeiros bilaterais e a atuação colaborativa
público-privada a partir da aplicação da Lei Federal 11.079/04. Mas, para assegurar
o valor mínimo a ser pago à terceirizada, é necessário um aporte na arrecadação a
fim de se viabilizar a melhoria da prestação de serviços, o que só pode ser obtido
através da tarifação do serviço junto a população, uma vez que os valores previstos
na LOA são insuficientes e não específicos para este fim, e os recursos advindos da
venda de recicláveis não apresenta data certa e nem valor fixo para tal custeio.
A Lei de Saneamento Básico - LSB, em seu artigo 10º, ao caracterizar o contrato
como o instrumento adequado para a prestação de serviços públicos de saneamento
básico por entidade que não integre a administração do titular, veda a adoção dos
convênios, de termos de parceria ou de outros instrumentos tidos como precários,
aceitando apenas o contrato de serviço;
58
A existência do plano de saneamento básico é uma das condições de validade dos
contratos que tenham por objeto a prestação desse serviço público, paralelamente a
um estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação universal e
integral dos serviços e à existência de normas de regulação que prevejam os meios
para o cumprimento das diretrizes da Lei, nos termos do artigo 11º da LSB.
Merece destaque que a LSB inova no âmbito dos serviços de limpeza urbana
quando refere-se à dispensa de licitação na contratação de associações ou
cooperativas de catadores de material reciclável alterando o artigo 57 da Lei federal
8.666/93 - lei de licitações e contratos administrativos.
Nos termos da legislação atual do saneamento básico (11.445/07), a limpeza urbana
extrapola a simples prestação referente à coleta, transporte de resíduos sólidos e
varrição de logradouros e vias, e responsabiliza o prestador pelo fim que será dado
ao lixo e demais resíduos, fazendo menção expressa aos processos de triagem para
reciclagem e ao tratamento do lixo.
A Lei define que todo aquele que fizer uso do serviço concedido tem o dever de
arcar com o pagamento da tarifa correspondente, incluindo-se os condomínios em
nome dos quais estejam registradas unidades autônomas.
Os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos deverão
ser custeados mediante tarifas, taxas ou outros preços públicos, conforme o art. 29,
II, da LSB. O par. 1º do art. 29 define as diretrizes norteadoras da cobrança.
Diante da controvertida situação jurídica para a cobrança pela prestação de serviço
de limpeza urbana se delineiam apenas dois caminhos:
A não realização de cobrança, que inviabiliza a obtenção de todos os recursos
necessários para a melhoria dos serviços de limpeza urbana, já se considerando
outras fontes;
A adoção de uma metodologia coerente de quantificação do volume de resíduos
gerado por cada habitante para assegurar legalidade da cobrança de uma taxa de
prestação de serviço ou para viabilizar a cobrança de um imposto.
Assim, a alternativa focalizada no presente estudo é a realização de um cadastro de todos os domicílios, com o registro da quantidade de moradores e
59
inferência da quantidade de resíduos gerados em função da taxa de geração per capita do município. Este cadastramento seria importante mesmo que não
houvesse a tarifação porque forneceria subsídios para outros cálculos financeiros e
operacionais do setor.
A partir dessa base de cálculo, que obedece às condições de taxação de forma
diferenciada pelos habitantes, os municípios instituiriam a Taxa de Coleta de Lixo (TCL). Na Lei Municipal a ser criada para regulamentar a taxação deve ser definido
que "a Taxa de Coleta de Lixo (TCL) tem como fator gerador a utilização, efetiva ou
potencial, dos serviços de coleta, remoção, transporte e destinação final de lixo,
domiciliar ou não, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição".
Além disso, o contribuinte da Taxa de Coleta de Lixo (TCL) é o proprietário, o titular
do domínio útil ou possuidor de qualquer título do imóvel beneficiado pelo respectivo
serviço.
Para efeitos da taxação seria considerado beneficiado pelo serviço de coleta,
remoção, transporte e destinação final de lixo, quaisquer imóveis edificados ou não,
inscritos no Cadastro Imobiliário do Município de modo individualizado, tais como
terrenos ou lotes de terrenos, prédios ou edificações de qualquer tipo, que
constituam unidade autônoma residencial, comercial, industrial, de prestação de
serviço ou de qualquer natureza e destinação.
Haveria casos de isenção de pagamento da TCL e de taxação mínima,
correspondente a 25% do valor adotado para a taxa média do município:
Imóveis fechados por um período superior a 3 anos seriam isentos;
Imóveis cuja família apresentasse declaração de renda total dos
membros economicamente ativos inferior a 1,0 salário mínimo seriam
cobrados pela taxa mínima (variável por território);
Imóveis sem edificação, cercados ou murados, também seriam
cobrados pela taxa mínima;
Imóveis que comprovassem adesão ao Programa de Coleta Seletiva
também pagariam taxa mínima. Esta comprovação seria dada nos Pontos de
Entrega Voluntária, nos quais seriam recebidos os tickets de entrega
semanal, ou durante a coleta dos caminhões que deixariam tickets semanais.
60
A quantidade de resíduos gerada por ano na unidade baseado na taxa
per capita de resíduos do município que é de 363,09 kg.hab./ano. Para efeito
de estimativa, consideraria-se no calculo da quantidade de resíduos em cada
unidade habitacional que nesta residem em média 4,0 pessoas, conforme os
dados do (Censo 2010) . Desta forma, obtêm-se a TCRunitária:
O valor do custo unitário dos serviços pode ser estimado considerando-se:
- A população beneficiada;
- Metas do cenário de referência (custos de investimentos e manutenção);
- Incremento populacional
O custo unitário relaciona o custo anual dos serviços e o volume de resíduos
gerados no mesmo período conforme os parâmetros anteriormente considerados: o
volume de resíduos gerados e obtido pelo produto entre a taxa de geração de
resíduos (363,09 kg/hab) e o nº de habitantes da área beneficiada. O valor anual dos
serviços de coleta e transporte totalizam R$ 576.000,00. Considerando, inicialmente
a população urbana estimada em 2013 que é de 7.503, tem-se, o valor unitário dos
serviços cobrados através da seguinte fórmula:
Custo Unit. do Serviço = Custos dos serviços[R$] = 76,77 R$/hab/ano População beneficiada [hab]
Este seria o valor considerado para a despesa no setor, mas sozinho não atende às
demandas de universalização do serviço. Considerando o montante necessário para
a cobertura integral da zona urbana com ampliação para os, estima-se um valor três
(03) vezes superior.
Para cálculo de receita proveniente da cobrança da prestação dos serviços junto a
população, vinculando-se esses valores à geração de resíduos, item mensurável
com base na taxa de geração de resíduos, o valor a ser cobrado seria calculado a
partir da fórmula:
Taxa Unit. (R$/kg) = Custos dos serviços [R$] = X R$/kg/ano
Volume total de resíduos gerados [kg]
Massa gerada/ imóvel = Taxa per capita[kg/hab.ano] x nº hab. do imóvel [hab]
Taxa do Domicílio = Taxa Unit. [R$/kg/ano] x Massa gerada domicílio
[kg/domicílio/ano]61
Dessa forma, poder-se-ia quantificar o volume de resíduos com maior precisão,
vinculando-o ao imóvel e sua quantidade de moradores. O cálculo para cobrança da
taxa de coleta de resíduos fundamenta-se na obtenção da massa gerada por imóvel
edificado conforme o número de moradores e a taxa per capita de geração de
resíduos.
A cobrança da taxa para prestação dos serviços de limpeza urbana, deve atender ao
Princípio da Modicidade Tarifária. Este conceito compreende essencialmente em
estabelecer-se preços razoáveis a partir de uma “tarifa justa”. Tarifas módicas (ou
tarifas justas) são, em essência, a menor tarifa possível que garanta a segurança,
qualidade e universalização do serviço prestado e que sejam viáveis de pagamento
pela população.
2.2.3.6 Indicadores
Para análise da eficiência do setor de limpeza urbana Porto, adotou-se os principais
indicadores analisados pelo SNIS tendo-se os seguintes resultados:
Quadro 22: Indicadores de Eficiência do Setor de Limpeza Urbana (2013)
62
INDICADOR UNID SLU REGENERAÇÃO
Meta PMSB
INDICADORES DE CARÁTER GERAL
Taxa de empregos emprego/1.000 habitantes
0,009 0,018
Despesa por emprego R$/emprego.ano 8.228,57 4.114,29 Incidência de despesas com RSU na Prefeitura
% 1,81% 5,0%
Incidência de despesas com empresas contratadas
% 100% 60%
Auto-suficiência financeira % 100 100 Despesa per capita com RSU R$/habitante
(pop.urb) 76,77 52,77
Incidência com empregados próprios % 5,71% 30% Incidência com empregados administrativos
% 7,2% 10%
INDICADORES - COLETA DE RDO +RPU
Taxa de Cobertura % 80 100 Taxa de Terceirização % 100 60% Massa Coletada Per Capita kg/hab./dia 0,99 0,71%
2.2.3.7 Regras para o Transporte e Outras Etapas do Gerenciamento de RSU
Os serviços de limpeza municipal abrangem os serviços de limpeza, propriamente
dito, e também os serviços de tratamento do lixo e disposição final:
Quadro 23: Identificação das etapas dos Serviços de Limpeza Urbana
O bom gerenciamento desses serviços, que estão entre os de maior visibilidade,
representa uma boa aceitação da administração municipal por parte da população.
Adicionalmente, a sua otimização leva a uma economia significativa dos recursos
públicos (IPT,1995).
2.2.3.7.1 Acondicionamento do Lixo
O lixo é tratado e disposto em locais afastados do seu ponto de geração. O envio do
lixo ao aterro envolve uma fase interna e outra externa. A primeira está sob a
63
Serviços de Limpeza Urbana
AcondicionamentoColeta e
Transporte de Lixo
Domiciliar
Coleta e Transporte do Lixo dos Serviços de
Saúde e Hospitalar
Outros serviços: - Varrição- Capinagem- Limpeza de praças e feiras livres;- Limpeza de bocas de lobo, galerias e córregos;- Remoção de animais mortos;- Coleta de resíduos volumosos- Coleta Seletiva- Logistica Reversa- Compostagem Doméstica
INDICADOR UNID SLU REGENERAÇÃO
Meta PMSB
INDICADORES DE CARÁTER GERAL
Taxa de empregos emprego/1.000 habitantes
0,009 0,018
Despesa por emprego R$/emprego.ano 8.228,57 4.114,29 Incidência de despesas com RSU na Prefeitura
% 1,81% 5,0%
Incidência de despesas com empresas contratadas
% 100% 60%
Auto-suficiência financeira % 100 100 Despesa per capita com RSU R$/habitante
(pop.urb) 76,77 52,77
Incidência com empregados próprios % 5,71% 30% Incidência com empregados administrativos
% 7,2% 10%
INDICADORES - COLETA DE RDO +RPU
Taxa de Cobertura % 80 100 Taxa de Terceirização % 100 60% Massa Coletada Per Capita kg/hab./dia 0,99 0,71%
responsabilidade do gerador (residência, empresa, hospital etc). A fase externa
abrange os serviços públicos de coleta e está sob a administração do setor de
limpeza da Prefeitura.
Na etapa precedente à fase externa, a população deve ser orientada através de
Campanha de Educação Ambienta realizada de forma contínua (divulgação no rádio,
distribuição de panfletos e palestras em instituições de ensino, repartições públicas e
associações de moradores e entidades correlatas) sobre as formas corretas de
acondicionamento do lixo a fim de que sejam evitados os acidentes, proliferação de
insetos, impacto negativo olfativo e visual e mistura de residuos, após a implantação
da campanha de coleta seletiva e do programa de compostagem domiciliar.
A forma de acondicionamento do lixo é determinada pela quantidade gerada, pelo
tipo de resíduo, pela frequencia da coleta e a forma como ela é realizada. As
especificações são as seguintes:
a) Acondicionamento de Pequenos Volumes na Fonte
A população deve ser orientada a acondicionar o lixo em embalagens
resistentes que podem ser colocadas, ou não, em cestos fixos apropriados
em frente às residências próximo à hora da coleta para evitar que sejam
rasgados por animais ou em função das intempéries. Os recipientes devem
ter capacidade para suportar peso máximo de 30kg, incluindo a carga, se a
coleta for manual. As embalagens flexíveis (sacos plásticos) devem permitir
fechamento adequado das "bocas". Os sacos plásticos são as embalagens
mais adequadas para
acondicionar o lixo quando a coleta for manual, porque são facilmente
amarrados nas "bocas", garantindo o fechamento e são leves, sem retorno
(resultando em coleta mais produtiva). Também possuem preço acessível,
permitindo a padronização, podendo ser tolerado o uso de sacos plásticos
de supermercados (utilizados para embalar os produtos adquiridos), sem
custo para apopulação.
Os sacos podem ter volume de 20, 30, 50 ou 100 litros;
b) Acondicionamento de Lixo nos Logradouros
64
O Poder Público Municipal deve disponibilizar nas calçadas, praças e
feiras livres recipientes para os lixos lançados pelos transeuntes –
lixeiras públicas. Os cestos devem ser instalados (fixados de forma
resistente contra ação de vândalos ou animais) preferencialmente a
cada 50m ou 01 por quarteirão, se não em todas as ruas, mas nas de
maior circulação. Podem ser metálicos ou de material plástico e
devem facilitar a remoção dos resíduos por parte do varredor. Para
facilitar a remoção devem ser utilizados sacos plásticos dentro dos
cestos para recepção direta dos resíduos e posterior remoção. Os
cestos devem ser de no mínimo 20l.
Em locais de maior circulação como feiras e praças, e próximos a
grandes estabelecimentos (restaurantes, coméricos etc) ou
intituições (escolas, igrejas etc) podem haver tambores de 200l ou contêineres estacionários. Devem ser adaptados com alças de
manuseio e tampa, impedindo a dispersão do odor e a entrada de
animais. O tambor ou contêiner deve ser de material resistente à
corrosão como o aço pintado ou plástico. A limpeza dos cestos
públicos deve ser no mínimo de duas vezes por semana, nos
horários da coleta. Existem disponíveis no mercado brasileiro
contêineres plásticos de 120, 240 e 360 litros. Os contêineres
metálicos utilizados no acondicionamento do lixo público são
recipientes estacionários, com capacidade de 5 a 15m³, que podem
ser basculados por caminhões compactadores.
Os sacos plásticos a serem utilizados nas lixeiras públicas e
tambores devem ser resistentes à perfuração e não podem ser
transparentes. As características ideais para os sacos acham-se
regulamentadas pela norma técnica NBR 9.190 da ABNT.
Nas áreas por onde não passa o caminhão a população deve ser
orientada a colocar os residuos devidamente acondiconados em
contêineres estrategicamente colocados, em vias de fácil acesso
para serem coletados pelo carro da coleta. Em Regeneração, deverá
haver haver coleta dos contêineres pelo menos 3 vezes na semana;
65
c) Acondicionamento de Lixo na Varrição
As equipes de varrição devem contar com recipientes de lixo sobre duas
rodas (carrinhos) que podem dispor de porta-vassouras e também devem
ser revestidos com sacos plásticos. O volume deve ser correspondente à
previsão de residuos removidos por cada varredor no seu trecho de
atividade.
d) Acondicionamento de Grandes Volumes/ Grandes Geradores
Uma vez disposto em legislação específica que os imóveis
comerciais industriais com geração diária de resíduos sólidos
superior a 120 litros são considerados "grandes geradores", é
necessário estabelecer padronização dos recipientes para
acondicionamento desses resíduos.
Esse limite está baseado na capacidade do menor contêiner de
plástico com tampa e rodízios.
É conveniente determinar que os grandes geradores devam possuir
contêineres diferenciados (em cor, de preferência) daqueles da
coleta normal, para facilitar a fiscalização.
A facilidade do uso dos contêineres basculáveis estacionários é que
são possíveis de serem basculados, pela lateral ou por trás do
veículo para a descarga dos resíduos. Há também os conteineres
intercambiáveis que quando cheios são substituídos por recipientes
vazios. No entanto, para esses são exigidos caminhões com chassi
dotado de equipamento de levantamento. A adoção desta alternativa
pode se transformar em um problema devido à falta de
conscientização da população que geralmente deposita entulhos,
animais mortos e outros resíduos incompatíveis com o sistema de
coleta, e logo o conteiner se torna um pequeno lixão gerando maus
odores. Para que seja adotada esta metodologia deve haver uma
fiscalização e um coleta muito eficientes.
e) Resíduos de Serviços de Saúde – RSS
66
A responsabilidade pela coleta dos RSS é do gerador, mas cabe ao
Poder Público orientar e fiscalizar, e em muitos casos agir em
parceria com as instituições de saúde que pagam para a remoção
dos resíduos. Neste plano está prevista a compra de um carro para a
coleta de RSS, no caso dos resíduos perfurocortantes que
necessitam ser encaminhados para as regionais para serem
desinfectados e para coleta dos resíduos contaminantes a serem
encaminhados para o incinerador localizado em Teresina, sob as
despesas dos estabelecimentos de sáude.
Para acondicionamento destes resíduos os estabelecimentos de
saúde devem atender a um plano de gestão específico, seguindo as
seguintes orientaões gerais:
- Os recipientes de perfurocortantes devem ser fabricados com
material incinerável (polietileno rígido, papelão ondulado etc) e
possuir cor amarela com simbologia internacional para material
infectante;
- Devem possuir, também, resistencia à perfuração, à compressão,
ao vazamento e ao levantamento por alças;
- O armazenamento ou a contenção temporária dos RSS deve ser
feito em salas especiais (com piso e paredes laváveis),
localizadas próximo às fontes geradoras, se possível. A
armazenagem externa deve ser feita em recipientes com tampas,
em locais abrigados e com acesso apenas por funcionários
autorizados;
- O transporte para a incineração deve se dar em bombonas. As
bombonas contendo resíduos são recebidas totalmente fechadas
e abertura das mesmas é efetuada no exato momento da
incineração.
f) Resíduos Especiais
2.2.3.7.2 Coleta e Transporte dos Resíduos
67
Para que a coleta e o transporte de resíduos ocorra de forma satisfatória, o Poder
Público Municipal deve buscar alcançar a universalidade do serviço prestado, de
maneira que todos os cidadãos possam servidos pela coleta. Além disso, os
principais indicadores de qualidade desta etapa são a regularidade e a frequência.
Os veículos coletores devem passar regularmente nos mesmos locais, dias e
horários, e o serviço não deve ter interrupção, com excessão de situações especiais
previstas na legislação.
Figura 03: Esquema das etapas envolvidas na operacionalização da limpeza urbana
Antes do detalhamento de cada fase do processo é preciso considerar os tipos de
residuos envolvidos no programa da limpeza urbana proposto:
A Norma NBR- 12980 define os diferentes tipos de coleta de lixo:
a) Coleta Convencional ou Domiciliar: Consiste na coleta dos resíduos das
residências, estabelecimentos comerciais e industriais cujo volume não
ultrapasse o previsto na legislação específica. O lixo dos "grandes geradores"
(estabelecimentos que produzem mais que 120 litros de lixo por dia) deve ser
coletado por empresas particulares, cadastradas e autorizadas pela
prefeitura;
b) Coleta de Feiras, Praias e Calçadas;
68
c) Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde: Compreende a coleta dos
resíduos de estabelecimentos de saúde que segue normatização específica e
é de responsabilidade do gerador que pode fazer parceria com o Poder
Público Municipal mediante contratação paga pelos serviços;
d) Coleta Especial: Contempla os resíduos não recolhidos pela coleta regular,
tais como entulho, animais mortos, podas de jardins e de resíduos especiais,
conforme definição já apresentada;
e) Coleta Seletiva: Tem por objetivo recolher os resíduos segregados na origem
e está ligada a programas específicos tratados posteriormente neste
documento.
Critérios para a Realização da Coleta Domiciliar
1. A coleta e o transporte do lixo domiciliar produzido em imóveis residenciais, em
estabelecimentos públicos e no pequeno comércio serão, em geral, efetuados
pelo órgão municipal encarregado da limpeza urbana. Para esses serviços,
podem ser usados recursos próprios da prefeitura, de empresas sob contrato de
terceirização ou sistemas mistos, como o aluguel de viaturas e a utilização de
mão-de-obra da prefeitura.
2. O lixo dos "grandes geradores" (estabelecimentos que produzem mais que 120
litros de lixo por dia) deve ser coletado por empresas particulares, cadastradas e
autorizadas pela prefeitura;
3. A coleta do lixo domiciliar deve ser efetuada em cada imóvel,sempre nos
mesmos dias e horários, regularmente. Somente assim os cidadãos habituar-se-
ão e serão condicionados a colocar os recipientes ou embalagens do lixo nas
calçadas, em frente aos imóveis, sempre nos dias e horários em que o veículo
coletor irá passar.
4. A frequência da coleta na zona urbana será de no mínimo 02 vezes por semana;
nas unidades de transbordo, de duas vezes por semana, também. O calendário
proposto neste documento, com detalhamento das rotas pode ser observado em
item posterior;
5. Para redução significativa dos custos e otimização da frota a coleta deve ser
realizada em dois turnos. Considerando o objetivo de ampliação da rota de
69
coleta, a proposta do presente estudo indica a necessidade do estabelecimento
das seguintes rotas:
6. Em vias que possuem varrição pouco freqüente, é muito importante a limpeza
da coleta, ou seja, o recolhimento sem deixar resíduos.
7. Nos bairros estritamente residenciais, a coleta será preferencialmente ser
realizada durante o dia. Deve-se, entretanto, evitar fazer coleta em horários de
grande movimento de veículos nas vias principais.
Coleta de RSSA coleta dos resíduos dos serviços de saúde será feita de forma diferenciada,
obedecendo as seguintes diretrizes:
Destinação apropriada;
Evitar a contaminação de resíduos não perigosos;
O manejo seguro dos resíduos infectantes.
A coleta de RSS tem duas etapas: interna e externa. Na fase interna, a
responsabilidade é do gerador, e suas obrigações envolvem a seleção e triagem, o
transporte interno e o acondicionamento. Estes procedimentos devem ser
detalhados em Plano de Gestão de Resíduos de Saúde - PGRS específico a ser
elaborado pelo gerador.
A elaboração do PGRS se fundamenta nas diretrizes estabelecidas pela legislação e
normatização a seguir referenciadas:
NBR 10004/2004 Resíduos sólidos – Classificação
NBR 10005/87 Lixiviação de resíduos – Procedimento
NBR 10007/87 Amostragem de resíduos – Procedimento
NBR 12235/87 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos
NBR 11174/89 Armazenamento de resíduos classes II (não inertes) e III
(inertes) ;
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004
Publicada no DOU de 10/12/2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
Procedimentos
70
1. Os resíduos serão coletados em todos os estabelecimentos que prestam
serviços na área de saúde: grandes geradores (hospitais e postos de saúde) e
pequenos geradores (Iaboratórios, clínicas odontológicas e veterinárias etc).
2. Para a coleta da Prefeitura os volumes não devem exceder 150 l/dia de
coleta.
3. Na seleção, o gerador deve separar os resíduos em sépticos (infectantes) e
assépticos (não infectantes). A separação dos resíduos se inicia no momento e local
de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, oseu
estado físico e os riscos envolvidos.
4. A identificação dos resíduos consiste no conjunto de medidas que permite o
reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo
informações ao correto manejo dos RSS. A identificação deve estar aposta nos
sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos
recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em
local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases,
atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de
outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de
cada grupo de resíduos. A identificação dos sacos de armazenamento e dos
recipientes de transporte poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a
resistência destes aos processos normais de manuseio dos sacos e recipientes.
5. No transporte interno, cada estabelecimento deve criar circuitos apropriados
para o transporte de resíduos, evitando o cruzamento da circulação destes com a
circulação das demais atividades de transporte de pacientes e alimentos. Não sendo
possível estabelecer a segregação entre as diversas classes de resíduos é
recomendável que todo o conjunto seja tratado como perigoso.
6. No acondicionamento será feita a embalagem dos resíduos segregados,
em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e
ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível
com a geração diária de cada tipo de resíduo. Os resíduos sólidos devem ser
acondicionados em saco constituído de material resistente a ruptura e vazamento,
impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os limites de peso
de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.
71
7. Na fase externa, os resíduos sépticos serão coletados em um carro da
Prefeitura, com carroceria metálica fechada, de fácil operação de carga e descarga,
e lavados com produtos desinfetantes. No PMSB está prevista a aquisição de um
utilitário para a coleta de pequenos geradores. Os resíduos do grupo infectantes
serão encaminhados para incineramento em empresa especializada em Teresina,
com custos de responsabilidade dos geradores.
8. Os resíduos não infectantes (resíduos do tipo domesticos e comercial) serão
objeto da coleta convencional.
9. O pessoal envolvido na coleta e transporte de resíduos sépticos, um motorista
e dois coletores devem trabalhar com luvas, botas, máscaras simples, estar
vacinados contra hepatite e tétano e realizarem exames médicos periódicos.
10. O setor de limpeza urbana deve elaborar cadastro de todos os
estabelecimentos de saúde que serão informados sobre suas responsabilidades e
custos de transporte e remoção dos infectantes.
Coleta de RCD (Resíduos de Construção e Demolição)
Os resíduos de construção e demolição devem ser objeto de plano regional de
gestão, tendo em vista as caracteristicas deste tipo de residuo e a necessidade de
implantação de medidas transporte, tratamento e destinação que envolve custos
muito onerosos para o municipio, demandando a reunião de esforços dos pequenos
municípios na busca de soluções.
Este tipo de resíduo é de responsabilidade do gerador. São considerados geradores
pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou
empreendimentos que gerem os resíduos de construção civil ou demolição.
Os resíduos da construção civil são classificados, segundo a Resolução CONAMA
nº 307, de 5 de Julho de 2002, da seguinte forma:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais
como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras
de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
72
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto
(blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias
ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação,
tais como os produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais
como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros.
Procedimentos
Promover seminário com municípios vizinhos para o estabelecimento das
medidas necessárias para a elaboração de um plano regional de RCD de forma
consorciada, buscando construir soluções viáveis do ponto de vista finaceiro e
ambiental, tendo em vista a impossibilidade de implementar medidas eficazes de
forma isolada de maneira a atender às exigências da legislação em vigor;
Até o plano regional estar concluído, deve ser realizada campanha de
esclarecimento junto à comunidade sob as responsabilidades dos geradores;
A Prefeitura deve estabelecer a obrigatoriedade dos empreendimentos novos,
obras e construções o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
para a emissão do alvará de construção;
Deverá ser criada uma sistemática de registro de fornecedores, procedência,
usuários, volumes manejados, entre outros, visando construir um banco de dados
confiável e atualizado para essatipologia de resíduos. Estes dados subsidiaraão a
elaboração do plano de gestão de RCD.
No caso da Prefeitura ser acionada, mediante pagamento estabelecido para a
remoção, estes resíduos serão encaminhados para áreas que demandem material
73
de aterramento, e não podem ser destinados ao aterro sanitário. Sua destinação
deve obedecer a legislação em vigor. Os resíduos da construção civil deverão ser
destinados das seguintes formas:
- Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou
encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de
modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. Caso não haja áreas
licenciadas poderão ser direcionadas para terrenos que necessitem de aterro (com
autorização do proprietário ou da construtora) ou terrenos de particulares, locados
para este fim até que haja uma destinação mais adequada. De maneira alguma
poderão ser dispostos em vias públicas, próximos de corpos d’água, areas
protegidas e aterros sanitários de RDO;
- Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reciclagem futura;
- Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade
com as normas técnicas especificas.
- Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em
conformidade com as normas técnicas especificas.
DESTINAÇÃO FINAL (Critérios para Pontos de Apoio ao Sistema de Limpeza Urbana)Modelo Tecnológico
O aterro sanitário se apresenta com o a solução sanitária e ambientalmente mais
adequada para a destinação final dos resíduos que não foram reaproveitas ou
reciclados, objeto da coleta convencional. Trata-se de uma técnica de disposição
final dos resíduos sólidos no solo, que não provoca incômodos nem oferece perigo
para a saúde e a segurança pública; tampouco prejudica o ambiente durante
a sua operação, nem mesmo depois de desativado. Esta técnica utiliza princípios
de engenharia para confinar o lixo numa área com a menor superfície possível,
cobrindo-a diariamente com camadas de terra e compactado-a para reduzir seu
volume. Além do mais, prevê e mantém sob controle os problemas que possam
ocasionar os líquidos e gases produzidos no aterro, como conseqüência da
decomposição da matéria orgânica.
74
O municipio terá duas unidades de destinação final para os RDO: um aterro para atender a zona urbana e a localidade de Titaras. O aterro será de pequeno porte: um ASPP A para atender ate 20 t/dia a ser localizado a 4,0 km da zona urbana com 2,0 hectares. Será executado segundo as exigências da Legislação
em vigor que prevê que esta área terá fundos de valas impermeabilizadas, drenos
de chorume e para gases, poços de monitoramento, lagoas de tratamento do
chorume, cercamento e guarita de vigilância, além de sistema de drenagem. A
instalação para disposição no solo de até vinte toneladas por dia de resíduos sólidos
não perigosos em ASPP pode ser concebida para execução em valas ou trincheiras,
mediante escavação do solo; execução em encosta, aproveitando desníveis, sendo
uma alternativas tecnológica apropriada para pequenos municípios. No ASPP o
recobrimento das valas é feito mecanicamente, com ajuda de retro-escavadeira.
Segundo a NBR 13.896/97, este tipo de aterro deve ser executado em áreas onde
haja predominância no subsolo de material com coeficiente de permeabilidade
inferior a 5x10-5 cm/s ou as valas e a lagoa de tratamento devem ser
impermeabilizadas com geomembrana. Ao lado da área do ASPP A haverá pátio de
compostagem.
Além do aterro, para viabilizar o sistema de coleta seletiva será instalada unidade de
triagem com capacidade de 0,25 a 0,60 t/di, com área prevista de 250m².
Critérios para Localização do AterroPara esta seleção foram considerados os parâmetros indicados pelas seguintes
fontes:
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT em consulta às seguintes
normas - ABNT NBR 13896 - Aterros de Resíduos Não Perigosos - Critério
para Projeto, Construção e Operação;
Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (IBAM,
2005).
Na análise foi levando em consideração o levantamento e análise de condicionantes
operacionais, legais, ambientais e socioeconômicos que podem ser sintetizados nos
pontos a seguir relacionados:
75
Quadro 24: Critérios para Seleção de Áreas para Destinação Final de Resíduos Não Perigosos
Quadro 24: Critérios para Seleção de Áreas para Destinação Final de Resíduos Não
Perigosos (cont)
76
Fonte: adaptado de Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos(IBAM, 2005)
O quadro foca em aspectos importantes e dentre estes foi dada especial importância
aos seguintes pontos:
Propriedade - Se a área é pública não há necessidade de desapropriá-la ou
negociar sua aquisição, arrendamento, etc. Em certas situações, a utilização de
uma área particular pode representar uma opção interessante, como nos casos em
que o órgão da limpeza urbana e o proprietário fazem um contrato para aterramento
da área mediante a cessão, ao termino do contrato, de parte do terreno recuperado.
Tamanho da área - O sítio selecionado para a instalação do aterro deverá ser
suficiente para utilização por um período de tempo que justifique os investimentos,
sendo que para o presente PMSB deve ser de no mínimo vinte (20) anos. O terreno
indicado é de particular que aceita negociar com a Prefeitura. Mas, é necessário um
estudo hidrogeológico específico para a aprovação final do terreno para este fim.
Localização – As condições básicas para a área ideal são:
77
Estar próxima da zona de coleta (no máximo 10 km para ida e volta);
Possuir vias de acesso em boas condições de tráfego para os caminhões,
inclusive em épocas de chuvas, com o minimo de aclives, pontes estreitas e
outros inconvenientes;
Estar distante de aeroportos ou de corredores de aproximação de aeronaves,
já que o lixo atrai urubus, por exemplo, que podem provocar acidentes
aéreos;
Estar distante no mínimo 2 km de zonas residenciais adensadas para evitar
incômodos ao bem-estar e a saúde dos moradores;
Ser atendida por redes de telefones, energia elétrica, água, transportes e
outros serviços;
Estar afastada de cursos de água, nascentes e poços artesianos, em virtude
da possibilidade de contaminação das águas;
Apresentar jazidas acessíveis de material para cobertura do lixo, par a
revestimento de pistas de acesso e impermeabilização do solo; apresenta
posicionamento adequado em relação a ventos dominantes.
Devem ser escolhidas áreas que facilitem o aterro e que naturalmente
favoreçam a proteção a vida e ao meio ambiente.
São geralmente recomendadas áreas como: terrenos localizados em
depressões naturais secas, minas abandonadas; jazidas de argila ou saibro já
exploradas.
A área deve ter um solo de baixa permeabilidade. A composição do lixo
urbano é bastante variada, podendo conter substâncias perigosas ao homem
e ao ambiente. A tendência natural é que tais substâncias e os produtos da
própria decomposição do lixo comecem a penetrar no solo, levadas pela água
presente no lixo e pela água das chuvas. A este tipo de fenômeno se dá o
nome de lixiviação. Dela resulta o chorume, um líquido de cor escura, odor
desagradável e elevado poder de poluição. O solo de baixa permeabilidade é
portanto o ideal para o aterro, pois funciona como se fosse um filtro. Vai
retendo as substâncias à medida que o chorume se movimenta através dele,
reduzindo o seu poder contaminante;
A área deve apresentar nível do aquífero profundo. Quanto mais profundo o
nível da água subterrânea, menores serão as possibilidades de contaminação
78
e também menores as medidas de proteção e controle exigidas. Considera-
se, geralmente, que a cota inferior do aterro deve estar distante no mínimo
cerca de 3,0 metros do lençol freático, tendo em vista a variedade das
condições geológicas no município.
Das áreas observadas, o terreno localizado a cerca de 4,0 km, próximo ao
antigo lixão, obteve a melhor pontuação com relação aos critérios citados.
Dimensionamento das Áreas dos Aterros
No dimensionamento do aterro previsto foi considerada a densidade de
compactação adotada citada no Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos Urbanos (IBAM, 2005), e esta na faixa considerada moderadamente boa.
Este valor será de 5 KN/m³, o equivalente a 500 kg/m³.
Para definição da área necessária utilizou-se duas metodologias: o modelo
tecnológico da CODEVASF (planilha em anexo), que desenvolveu pequena planilha
de calculo através da qual ficou estimada uma área de 1,0 hectare para o aterro que
atenderá a zona urbana, mas prevê-se uma área maior para comportar o Pátio de
Compostagem e um perímetro circundante de área sem ocupação, com vegetação
para impedir que a ocupação de residencias se aproxime do local do aterro e para
minimizar impactos relacionados a odores, totalizando 2,0 hectares.
Uma outra metodologia que apresenta resultados similares está descrita no Manual
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (IBAM, 2005) - para se estimar a área total
necessária a um aterro, em metros quadrados, basta multiplicar a quantidade de
resíduo coletada diariamente, em toneladas, pelo fator 560. O fator 560 é fruto de
análises que se baseiam em aterros sanitários que possuem a seguinte
configuração: vida útil de 20 anos, aterro com altura de 20 metros, taludes de um
para três e ocupação de 80% do terreno com área operacional.
A estimativa da média da produção diária de resíduos sólidos urbanos, em
toneladas, durante os próximos vinte anos do município será o do cenário mais
desfavorável (item 2.5.2) com previsão de geração de 20% a mais do valor previsto
de 0,99 kg/hab.ano, considerando a melhoria da taxa de cobertura. O cálculo foi feito
79
com base nas tabelas de quantitativos de geração de resíduos e na tabela de
estimativa de crescimento populacional. E a relação se deu da seguinte forma:
Média de RSU gerado por dia = Média de geração anual nos 20 anos / dias
de coleta= ((valor da massa gerada retirada do quadro de geração conforme
evol. populacional) / 20 anos) /( (23 dias de coleta/ mês) x 12)
Média de RSU gerado por dia = (72.005,82/20) / (23 x 12)
Média de RSU gerado por dia = 0,20t
Portanto, a área mínima necessária para a implantação de um aterro,
seguindo os parâmetros previamente mencionados, será de:
A = Média de RSU gerado por dia x 560
A = 0,20 t x 560
A = 112m² = 0,1 hectare
Considerando o valor mais desfavorável, o aterro previsto para atender a zona
urbana será de 2,0 hectares, considerando a área do Patio de Compostagem e o
perímetro de isolamento.
Frequência da Coleta Domiciliar
A frequencia da coleta de lixo domiciliar define o tempo decorrido entre duas coletas
consecutivas num mesmo local ou numa mesma zona. Quanto maior a frequencia,
maio o custo total do serviço. É preciso evitar o acúmulo de lixo. Em áreas
geradoras de muito lixo, como por exemplo, regiões comerciais, calçadões e áreas
de pedestres com grande afluxo de pessoas, a frequencia da coleta deve ser no
minimo diária, para evitar acumulação de resíduos. A folga da coleta, geralmente
ocorre no domingo.
A priori a frequencia da coleta deveria ser diária, no entanto, tendo em vista o
volume a ser coletado e a realização de programas de coleta seletiva e de
compostagem doméstica, é possível reduzir essa frequencia, intercalando a coleta
convencional com a coleta seletiva de recicláveis e de matéria orgânica, pois dessa
forma o volume a ser armazenado até o dia da coleta fica reduzido. Atualmente
80
Porto tem coleta todos os dias, mas analisando as rotas verifica-se que em cada
rota, o carro só passa duas vezes por semana. Então, com exceção do centro da
cidade, no qual o carro passa diariamente, as demais áreas tem coleta apenas duas
vezes por semana, de fato.
Considerando a área da zona urbana de Porto que não é muito extensa, este Plano
propõe que a coleta convencional seja realizada duas vezes por semana na zona
urbana e 3ª e 6ª na zona rural: 2ª e 5ª feira, o que permite uma melhor distribuição
evitando o que ocorre com a coleta 3ª e 5ª, ou 2ª e 4ª, em que um dos dias coleta
resíduos de 05 dias e outro de apenas 01 dia. No sábado haverá a coleta nas feiras
e mercados.
Procedimentos de Construção e Manejo dos Aterros
O método construtivo e a seqüência peracional de um aterro sanitário são
determinados principalmente pela topografia do terreno escolhido, embora
dependam também da fonte do material de cobertura e da profundidade do
lençol freático. No município de Regeneração serão adotadas duas formas de
manejo, uma metodologia para cada aterro:
a) Método de Trincheiras ou Valas – Aterro para atendimento à Zona Urbana
Será adotado um método recomendado para regiões planas, ou pouco inclinadas
que consiste na escavação periódica de valas com profundidade entre dois a três
metros, por meio de retro-escavadeira ou de trator de esteiras, como pode ser
observado na ilustração a seguir:
Figura 04 – Etapa de escavação das trincheiras com o uso de retroescavadeiraFonte: Manual para Implantação de Aterros Sanitários em Valas de Pequenas Dimensões, Trincheiras e em Células
81
A terra extraída é estocada ao lado da vala, para posterior utilização como material
de cobertura. Os resíduos sólidos são depositados e espalhados dentro da trincheira
para, imediatamente em seguida, serem compactados e recobertos com terra.
Figura 05 – Etapa de deposição dos resíduos nas valas/trincheirasFonte: Manual para Implantação de Aterros Sanitários em Valas de Pequenas Dimensões, Trincheiras e em Células
À medida que são depositados, os resíduos são nivelados e cobertos manualmente
ou mecanicamente, utilizando-se a terra acumulada ao lado da vala.
Figura 06 – Etapa de cobertura dos resíduos nas valas/trincheiras (manualmente)
Fonte: Manual para Implantação de Aterros Sanitários em Valas de Pequenas Dimensões, Trincheiras e em Células
No caso do aterro da zona urbana a compactação será executada mecanicamente
com auxilio de um trator, empurrando-se os resíduos de encontro a esse desnível
natural, em movimentos ascendentes, forrando uma rampa com taludes de
inclinação aproximada de 1(v):3(H).
82
Figura 07 – Etapa de cobertura dos resíduos nas valas/trincheiras (mecanicamente)
Fonte: IPT (1995)
Assim que o primeiro trecho da vala estiver totalmente preenchido, passa-se para
outro, repetindo-se as mesmas operações. A vala deverá estar numa cota superior à
do terreno, quando esta estiver completamente coberta, pois existirá acomodação
do resíduo com o tempo (prováveis recalques).
Para uma melhor compactação, os resíduos são espalhados sobre essa rampa,
formando camadas de mais ou menos 0,40 m de espessura, sobre as quais o trator
de esteiras passa de 3 a 5 vezes. A sobreposição dessas camadas dá origem a uma
elevação de lixo compactado, de formato prismátic0, que periodicamente é coberta
com terra ou outro material inerte, formando uma célula de lixo.
A camada de terra de cobertura deve ter aproximadamente 0,30 m de espessura
podendo, entretanto atingir valores de até 0,50 m ou mais, quando se utilizam solos
com percentuais elevados de areias.
O nivelamento e a cobertura dos resíduos devem ser realizados diariamente,
tolerando-se frequências menores apenas em circunstâncias especiais e
devidamente justificadas. Para a cobertura dos resíduos, geralmente, é utilizado o
material resultante da escavação da própria trincheira, que permanece estacada nas
imediações.
Na época de chuvas, procedimentos complementares devem ser previstos, porque
que as águas podem inundar as valas. Portanto, deve-se construir canaletas
83
perimetrais para captá-las e desviá-las; e, inclusive, dotar as próprias valas de
drenos internos.
As paredes longitudinais e transversais das valas deverão ser cortadas de
acordo com o ângulo de repouso específico do solo escavado, caso a caso,
de modo a evitar-se o risco de desmoronamentos das mesmas.
Para o dimensionamento das valas/trincheiras serão considerados duas
fórmulas de cálculo:
Volume Diário das Valas -
Comprimento das Valas -
E, os parâmetros a seguir:
Largura da vala definida em 3,0m;
Profundidade máxima da vala de 4,0m, considerando que o nível freático se
encontra a mais de 10,0m, e o solo da região é do tipo Latossolo Amarelo. Este solo
possui textura que varia de média a argilosa, poroso e bem drenado. Caracteriza-se
pela ausência de minerais primários, baixa capacidade de cátions, predomina argila
1:1 (do grupo das caulinitas) e sua estrutura se apresenta normalmente com aspecto
maciço. Sua baixa fertilidade natural é causada por elevada acidez e baixa
saturação de bases, apresentando-se distrófico e/ou álico. O latossolo amarelo
apresenta em geral boa resistência a erosão e normalmente é encontrado em áreas
que possuem topografia plana ou suavemente ondulada. A suscetibilidade à erosão
é baixa.
γ = Peso específico do lixo no interior da vala = 0,70 t/m³;
Pr/D = Produção diária de lixo por habitante: (0,95kg/hab.dia x população
atendida);
Vt = Volume de terra para cobertura dos resíduos (m³);
Taxa de cobertura = 80%;
P = População atendida (19.066 hab);
84
C = Comprimento da vala (m). O comprimento das valas é decorrente do
volume da vala. Elas devem ter uma vida útil de 30 dias, ou seja, que
corresponde a uma vala por mês;
VL = Volume diário de lixo gerado na cidade (m³)
Vt = Volume de terra para cobertura dos resíduos (m³) – corresponde ao valor
do volume da vala, acrescido de 15%, por conta da compactação.
A partir destes dados, tem-se que as valas terão comprimento de 80,0m. O aterro
terá vida útil superior a 20 anos. Na largura da vala é preciso considerar na
execução as valas de drenagem nas laterais de cada vala de resíduos, tendo sido
previsto mais 50 cm para cada lateral da trincheira a ser ocupada pela vala de
drenagem.
Procedimentos Complementares
a) Proteção, Isolamento e Identificação da área:
Além da cortina arbórea ou cerca viva no perímetro dos aterros, as áreas do aterro
serão isoladas por cerca de arame farpado (12 fios) com 1,80 m de altura, com uso
de postes de concreto ou madeira com colocação de portão de entrada com guarita,
que deverá ser mantido fechado. No portão haverá “mata-burro”. Essa providência
visa evitar a entrada de animais e/ou pessoas estranhas na área. Na entrada haverá
uma placa identificadora das atividades ali desenvolvidas.
b) Sistema de Drenagem do Chorume
Está previsto a implantação de um sistema de coleta e recirculação de chorume nos
dois aterros, com a finalidade de preservar o lençol freático de qualquer
contaminação, por menor que venha a ser. O sistema a ser projetado deverá ser
constituído de drenos de brita (inclusive geotextil e dreno flexível), implantados no
fundo da vala, rede de tubos em PVC, que levarão o chorume drenado até a lagoa
de tratmento do chorume.
O sistema de coleta e recirculação de chorume tem a finalidade de preservar o
lençol freático de qualquer contaminação, por menor que venha a ser. O sistema ser
projetado deverá ser constituído de drenos de brita (inclusive geotextil e dreno
flexível), implantados no fundo da vala, rede de tubos em PVC, que levarão o
85
chorume drenado até a lagoa ou bacia de captação, para armazenamento provisório
do chorume. Este esquema pode ser observado na figura a seguir:
Figura 08: Esquema ilustrativo dos drenos de chorumeFonte: Manual Manual para Implantação de Aterros sanitários em valas de
Pequenas Dimensões, Trincheiras e em Célula
Para dar destino ao chorume coletado, será projetada a sua recirculação dentro das
valas existentes, onde será implantada tubulação de PVC perfurada manualmente,
que distribuirá homogeneamente o chorume, pela superfície da vala.
Devido à grande quantidade de material fino arrastado pelas águas que percolam
através do aterro, os drenos vão se colmatando pouco a pouco, o que faz
absolutamente necessária a sua limpeza. Deve-se extrair este material da vala que
conduz o "chorume" para o campo de infiltração: caso contrário, com o tempo, os
drenos ficarão obstruídos e o líquido escoará pela superfície.
c) Drenagem Pluvial
Será projetado na estrutura do aterro os seguintes sistemas:
- Drenagem secundária – constituído de canaletas escavadas no solo,
localizadas em posições estratégicas, para auxiliar o escoamento superficial
internamente a área do aterro, direcionando o fluxo para o sistema de
drenagem principal.
86
- Drenagem Principal – constituído de canaletas em concreto simples
moldado “in loco” com de caixas de passagem (PVS), responsáveis pela
coleta das contribuições da área externa ao aterro sanitário, do escoamento
superficial da área de projeto, direcionando este fluxo
até as bacias de detenção ou galeria de águas pluviais públicas. Na área
de circulação de veículos, adotar pranchão de madeira para proteção de
canaleta de concreto.
- Bacia de Detenção – estrutura projetada com a finalidade de regular a vazão
e velocidade das águas coletadas pelo sistema de drenagem. As vazões
provenientes da Bacia de Detenção, deverão ser conduzidas através de
dispositivos que minimizem os processos erosivos à jusante.
d) Poços de Monitoramento
Para a verificação da eficiência dos dispositivos de impermeabilização será
executado um sistema de monitoramento, constando basicamente de:
execução de 03 (três) poços de monitoramento, revestidos com diâmetro
mínimo DN 50, sendo que um localizado à montante e dois a jusante na cota
mais baixa da área, com profundidade máxima de 12 (doze) m em função da
profundidade do nível do lençol freático. A figura a seguir ilustra este tipo de
dispositivo.
87
Figura 09: Esquema ilustrativo dos poços de monitoramentoFonte: Manual Manual para Implantação de Aterros sanitários em valas de
Pequenas Dimensões, Trincheiras e em Células
e) Serviços construtivos previstos
Na execução dos aterros foram previstos os seguintes itens:
Aquisição do terreno Geomembrana PEAD 2mm Geotêxtil – 150g/m² Tubo para dreno – 0,65mm Tubo para drenagem gás Brita 5 – drenagem para gás Brita 2 – drenagem superficial Poço de monitoramento (04 unid) Sondagens e Licenciamentos Estação tratamento de efluentes
88
Balança (01 unid) Plantio vegetação ao redor Cercamento com mourões de concreto Portão e guarita de apoio Elaboração do projeto - 5% Administração da obra - 7%
Na aquisição da geomembrana para impermeabilização das valas e da lagoa de
captação do chorume devem ser previstas as seguintes especificações:
Quadro 25: Especificações da Geomembrana para Impermeabilização de Aterros
Fonte: Manual Brasileiro de Geossintéticos, 2004 (Apud Manual Manual para Implantação de Aterros sanitários em valas de Pequenas Dimensões, Trincheiras e em Células)
Pontos de Entrega Voluntária – PEV (NBR 15.112)Objetivo: Instalação na zona urbana de PEV para receber os resíduos volumosos,
decorrentes da aplicação da Resolução CONAMA n° 307/02, de pequenos
geradores e os resíduos recicláveis (RR), não sendo autorizado o recebimento de
RCD. Estudos indicam o critério de implantar PEV na proporção de um PEV a cada
25.000 habitantes quando este deve receber considerável quantidade de RCD e há
área de triagem, que não é o caso deste município. Os PEVs a serem instalados na
zona urbana e periferia, correspondem a uma área cercada com baias para
recebimento dos materiais, e uma pequena edificação de vigilância com banheiro. A
área total de construção não ultrapassa 400m². A distribuição dos PEVs foi feita
considerando a população, prevendo-se 03 pontos: na Av. Principal, próximo a
Prefeitura, o segundo próximo ao escritório da AGESPISA e o terceiro na localidade
Titaras.
89
2.2.3.8 Os Serviços de Limpeza Urbana (varrição, capina, poda, roçado, pintura de meio fio e limpeza do sistema de drenagem: procedimentos e destinação)
Os resíduos de limpeza urbana, definidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos,
constituem os resíduos originários da varrição, limpeza de logradouros e vias
públicas; capinas; limpeza de escadarias e monumentos; raspagem e remoção de
terra em logradouros públicos; desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e
correlatos; e, limpeza de feiras e eventos públicos.
Os resíduos da varrição são constituídos por materiais de pequenas dimensões,
como areia, terra, folhas, além de embalagens, pedaços de madeiras, e outros.
O organograma dos serviços de limpeza urbana reúne as seguintes etapas:
Figura 10: Organograma dos serviços de limpeza pública(Adap. FUNPAPI, 2015)
90
Secretaria de Obras,
Transportes e Serviços
Públicos
Empresa terceirizada
Prefeitura
Agência Reguladora (setor de limpeza
urbana)
Unificação das etapas e
transferência das atividades
quando a Agência
Reguladora estiver
estruturada
Procedimentos:
1. As atividades de varrição limitarão-se às vias centrais e centro
comercial do município, e serão realizadas diariamente, em turno
diurno, a partir das 7h da manhã, conforme as rotas ilustradas na
imagem a seguir:
2. As áreas de varrição foram definidas em função da intensidade da
concentração de pessoas e de atividades, bem como os bairros
próximos a açudes, riachágua em e corpos d’,água em geral, áreas
que devem ter especial atenção para evitar concentração de resíduos
que podem atingir o manancial.
3. A varrição foi projetada para o intervalo de 2.000 a 2.500 hab./varredor
ou 0,50 a 0,40 varred./1.000 hab, o que corresponde a um rendimento
de 1,2 km/varredor/dia, 2 turnos/dia, frequência do serviço: 60% diário
e 40% interdiário.
4. A equipe de varrição permanente será composta por 10 funcionários,
além do motorista do caminhão.
5. Os serviços de varrição devem atender às normas de
acondicionamento dos resíduos.
6. Os roteiros de varrição deverão ser circulares, com subdivisão da
equipe em duplas de garis e um carrinheiro, com trajeto no sentido dos
declives, de modo que cada gari, partindo do ponto incial, finalize sua
jornada regressando ao início.
7. Deverá haver paradas no meio do turno em locais pré-estabelecidos
para lanche devidamente providenciado pela equipe de apoio do setor;
8. A varrição será realizada de forma manual, com auxílio de um
caminhão de carroceria.
9. A capina e o roçado serão realizados de forma manual e mecânica
conforme a necessidade.
10.Nos bairros, periodicamente será realizado o serviço de capina, após
avaliação da fiscalização indicando a necessidade do serviço,
consistindo na remoção de vegetação (gramíneas) das vias públicas,
com o auxílio de roçadeiras e uma máquina tipo trator. O recolhimento
dos resíduos gerados será realizado de forma manual.91
11.As praças e áreas de lazer públicas do município também receberão
periodicamente os serviços de limpeza, juntamente com a manutenção
dos equipamentos públicos. A varrição em torno das vias e da Praça
do Mercado Público serão de segunda a sábado.
12.Os serviços de capina e poda serão realizados por oito (oito)
funcionários com apoio de um caminhão de carroceria, são da mesma
equipe da varrição, no turno da tarde. O serviço será diário,
consistindo na poda de galhos, supressão de árvores danificadas,
remoção de ervas daninhas, remoção de flores de estação e plantio de
novas, manutenção de gramas e adubação.
13.Para a distribuição das equipes deve ser considerada a taxa de
rendimento de 150m²/dia/funcionário;
14.A capinação de terrenos e passeios particulares dve ser realizada por
seus proprietários e os terrenos que acumulem lixo e não tenham
muros deverão ser notificados pela fiscalização do setor.
15.Os serviços de pintura de meio fio, limpeza das praças e de galerias e bocas de lobo serão realizados por 08 (oito) funcionários,
da equipe da varrição no turno da tarde, com o apoio do caminhão.
16.Os resíduos recicláveis recolhidos na limpeza pública serão destinados
junto a coleta seletiva do município e encaminhados para a unidade de
triagem. Os resíduos provenientes da varrição e da capina serão
devidamente acondicionados para serem encaminhados ao aterro
através da coleta convencional. Quando o pátio de compostagem
estiver em funcionamento, os resíduos de poda serão encaminhados
para esta unidade.
17.A limpeza do Mercado Público e de eventuais feiras deve ser feita após
o seu encerramento, por equipe munida de vassourões, pás e
carrinhos de mão. A lavagem, principalmente das áreas de
comercialização de carnes e peixes, deve ser complementada com
aplicação de desinfetantes e desodorantes.
18.A limpeza das bocas de lobo, galerias e córregos será feita
manualmente por equipes munidas de pás, picaretas e ganchos, além
92
de dispor de equipamento do tipo conjunto aspirador com motor para
jateamento de água (eductor).
19.Deve ser elaborado calendário mensal com a distribuição das equipes
de trabalho das atividades de capina, poda, pintura de meio fio e
limpeza do sistema de drenagem;
20.O setor deve dispor de controle rigoroso de acompanhamento das
atividades com fichas de monitoramento indicando os horários de início
e termino das tarefas, equipes responsaveis, equipamentos utilizados,
materiais e insumos consumidos e rota do caminhão de apoio. Para tal,
o setor deve dispor de 04 funcionários para fiscalização e planejamento
das atividades de varrição e correlatas.
21.Diante da necessidade de remoção de animais mortos, é necessário
que o setor divulgue os telefones de contato para que a população
possa solicitar este serviço que é esporádico e precisa ser agendado,
necessitando do caminhão de apoio.
22.Deverá ser estabelecida normativa municipal dispondo sobre os
serviços de limpeza urbana, do lixo domiciliar, dos resíduos especiais,
de mercados e similares, de bares, de promoções em logradouros
públicos, da fiscalização, dos procedimentos, das infrações e das
penalidades, com base nas diretrizes estabelecidas neste plano.
Procedimentos Complementares
Elaborar estudo e projeto para a implantação das unidades;
Aportar recursos municipais, consorciados ou captados junto ao
governo federal, visando a instalação das unidades;
Realizar campanhas de educação ambiental que visem sensibilizar a
população quanto à importância da prática da segregação dos resíduos
nas residências, informando da importância desta ação para a redução
na fonte da quantidade de resíduos a serem dispostos nos aterros;
Adquirir maquinário e equipamentos necessários para o
funcionamento da unidade;
93
Montar equipe de gerenciamento e operação das unidades, e realizar
capacitação técnica dos funcionários;
Promover a regularização ambiental da área conforme a Legislação
Ambiental em vigor.
2.2.3.9 Destinação de Resíduos Sólidos Sujeitos a Planos de Gerenciamento Específicos (industriais, agrosilvopastoris, volumosos, de transporte, verdes, óleos comestíveis, de cemitérios, de serviços de saneamento)
É preciso estabelecer, incentivar e fiscalizar a adoção de procedimentos para a
destinação de resíduos especiais sujeitos a planos de gerenciamento específicos
que devem ser cumpridos pelos respectivos geradores
Ações Previstas Capacitar equipe responsável pela fiscalização e orientação dos
geradores de resíduos especiais, criando cadastro de registro e banco de
dados informatizado, identificando aqueles que necessitam elaborar
programas específicos de gerenciamento dos resíduos, estimativas de
volumes, soluções de destinação e cumprimento da legislação;
Estabelecer mecanismos de incentivos e de punições para o não
cumprimento das diretrizes;
Criar campanha de Educação Ambiental para conscientizar os
geradores das necessidades específicas de cada tipo de resíduo,
conforme as orientações a seguir:
Resíduos Industriais:A Resolução CONAMA 313/2002, define como Resíduo Sólido Industrial – RSI
todos os resíduos gerados a partir de processos produtivos industriais nos estados
sólido, semisólido, gasoso (quando contido) e líquido (quando inviável o
lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d´água, ou exijam para isso
solução técnica).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal 12.305/2010,
sujeita aos geradores de resíduos industriais à elaboração de plano de
gerenciamento de seus resíduos. Não se verificou nenhuma forma de controle
94
disso no município.
De acordo com a NBR 10004 se sub-dividem em três classes:
Resíduos de Classe I (Perigosos) – Devido às suas características físico-
químicas e infecto-contagiosas, apresentam ao menos uma das seguintes
propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade (restos e borras de tintas e pigmentos, resíduos de limpeza
com solvente na fabricação de tintas, aparas de couro curtido em cromo,
embalagens vazias contaminadas e resíduos de laboratórios industriais);
Resíduos de Classe II (Não Inertes) – Apresentam propriedades de
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água ( resíduos de
EVA (etil vinilacetato) e de poliuretano espumas, cinzas de caldeira, escórias
de fundição de alumínio e de produção de ferro, aço, latão e zinco).
Resíduos de Classe III (Inertes) – Aqueles que em contato estático ou
dinâmico com água não a contaminam ou se misturam a ela. Exemplos:
restos de alimentos, de madeira, sucata de metais ferrosos e não ferrosos,
resíduos de materiais têxteis, de plástico polimerizado, de borracha, papel e
papelão.
Em Porto não há estabelecimentos industriais, propriamente dito. Verificam-se
pequenas metalúrgicas, olarias e panificadoras que geram pequeno volume de
resíduos com as características industriais tendo em vista seu porte, mas não há
registros precisos de maneira que neste estudo não se considerou significativo
resíduos com estas características.
Os resíduos de escritório (papéis, embalagens) e sanitários (papel higiênico, lenços
e folha de papel) destes estabelecimentos são recolhidos como resíduo sólido
urbano e encaminhados para o mesmo destino dos demais resíduos (o lixão).
Resíduos AgrosilvopastorisEm Porto há apenas 01 estabelecimento registrado na Vigilância Sanitária e que
possui licença para a comercialização de produtos agrosilvopastoris. O volume de
resíduos gerados referente à embalagens de agrotóxicos não possui
acompanhamento efetivo, pois os agricultores em geral não devolvem as
embalagens e não há campanha de esclarecimento para a população e para os
95
comerciantes. O posto mais próximo fica em Teresina.
A questão da destinação das embalagens de agrotóxicos passou a ter um
tratamento mais adequado a partir da promulgação da Lei Federal 9.974/2000,
regulamentada pelo Decreto 4.074/2002, que define regras para recolhimento,
transporte e destinação final dessas embalagens vazias. Essa lei disciplina a
destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos, determinando
responsabilidades específicas para todos os elementos relacionados à cadeia de
produção e consumo desses produtos no país, envolvendo agricultores, canais de
distribuição e vendas dos produtos comerciais, empresas fabricantes e o próprio
poder público.
Os agricultores têm a responsabilidade de fazer a tríplice lavagem das
embalagens vazias e encaminhá-las, com as respectivas tampas, a uma
unidade de recebimento dentro do prazo máximo de um ano a partir da data
da compra do agrotóxico.
O revendedor de agrotóxicos deve disponibilizar e gerenciar as unidades de
recebimento das embalagens vazias, informar aos agricultores sobre os
procedimentos de lavagem das embalagens e, no ato da venda, informar o
endereço da unidade de recebimento mais próxima para as devoluções.
A indústria fabricante de agrotóxicos tem como obrigação recolher as
embalagens devolvidas pelos agricultores, dar um destino adequado àquelas
embalagens e, em colaboração com o poder público, implementar
programas educativos de controle e estímulo à lavagem e à devolução.
Com base na última publicação do Informativo INPEV (Instituto Nacional de
Processamento de Embalagens Vazias) ANO IX - setembro e outubro de
2013, edição 54, p.02, o Piauí é citado como um dos Estados com maior
crescimento percentual em destinação correta de embalagens vazias de
agrotóxicos. Foram recolhidas 509 toneladas de embalagens, representado
cerca de 60% do volume de vendas, o que representa uma média de 0,64
embalagem por hectare plantado. No caso de Regeneração isso equivaleria
a geração de cerca de 1 tonelada de embalagem ao ano.
Na região Porto, o ponto mais próximo de recolhimento é a ACAPI -
Associação do Comércio Agropecuário do Piauí que fica na Rodovia BR
316, Km 07, próximo ao Aterro de Teresina, no bairro Santo Antônio, zona
96
sul.
Resíduos Volumosos
Os Resíduos Volumosos (RV) são aqueles que geralmente não são coletados pelos
serviços de limpeza pública regular, como: móveis, equipamentos/utensílios
domésticos inutilizados (aparelhos eletro-eletrônicos, etc.), pneus, grandes
embalagens, peças de madeira e outros, comumente chamados de “bagulhos” e
não caracterizados como resíduos industriais. (MARQUES NETO, 2004)
Não se tem registros precisos sobre a quantidade de volumosos gerados no Brasil,
atualmente, pois trata-se de um cenário difícil de acompanhar, tendo em vista a
variedade de fontes de geração e a existência, praticamente em todo o país, de
poucos pontos de coleta para esses resíduos. Segundo dados do trabalho de
SUZUKI (2007), a taxa de geração média estimada fica em torno de 0,03
m³/hab.ano, o que corresponderia, em Porto, a cerca de 345m³ de volumosos por
ano.
Resíduos de TransporteOs resíduos de serviços de transportes, segundo a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010), especificamente no tocante a resíduos de
serviços de transportes terrestres, incluem os resíduos originários de terminais
rodoviários e ferroviários, os gerados em terminais alfandegários e em passagens
de fronteira (BRASIL, 2010). Cabe ao gerador a responsabilidade pelo
gerenciamento dos resíduos e as empresas responsáveis por terminais
(rodoviários/ferroviários), estando sujeitos à elaboração do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Art. 20º da Lei 12.305/2010). Em
Regeneração não há rodoviária ou terminal de transportes.
Resíduos VerdesOs resíduos verdes constituem os provenientes do serviço de poda, manutenção da
arborização de praças, parques e jardins, e da capina. Esses resíduos costumam
constituir um volume bastante significativo dos resíduos sólidos urbanos.
A poda e a manutenção da arborização são realizadas pela equipe da terceirizada,
conforme a necessidade. O serviço é, portanto, eventual, consistindo na poda de
97
galhos, supressão de árvores danificadas, remoção de ervas daninhas, remoção de
flores de estação e plantio de novas, manutenção de gramas e adubação.
Não há dados precisos ou estimativas sobre a geração de resíduos verdes no
município.Estudos realizados em outras cidades
(WWW.campinas.sp.gov.br/arquivos/consulta-publica-novo-modelo-
2_diagnostico_final.pdf) indicam que o percentual deste tipo de resíduo
corresponde 3,4% do volume total gerado. Neste caso, esse valor corresponderia a
145t/ano em Porto.
Óleos comestíveis
Os óleos em geral são resíduos de grande importância pelo seu alto potencial de
contaminação. O óleo de cozinha, quando descartado irregularmente pode causar
grandes danos ao ecossistema aquático, além de impermeabilizar o solo e causar
entupimentos na rede de esgoto e de drenagem de águas pluviais, contribuindo
para a ocorrência de enchentes e inundações.
Uma parcela substancial dos geradores de óleos comestíveis usados, o descartam
diretamente na rede de esgoto, meio fio etc., o que implica na necessidade de
implantação da educação ambiental, do ordenamento dos fluxos deste resíduo e da
disponibilização de equipamentos públicos e privados para o recebimento e
destinação ambientalmente adequada do mesmo.
O ordenamento dos fluxos deste resíduo deve ser muito criterioso, visto que além
da contaminação ambiental, o óleo também possui grande potencial de
contaminação de outras tipologias de resíduo, muitas vezes impossibilitando o
reuso e a reciclagem dos mesmos. O Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos de Guarulhos (SP) fez estudos que estimam que em média cada habitante
gera em média 3,0 litros de óleo de cozinha por ano. Extrapolando para o município
de Porto resulta numa produção de 34.500 l/ano de óleo.
Resíduos de Cemitérios
Os resíduos sólidos cemiteriais são formados pelos materiais particulados de restos
florais resultantes das coroas e ramalhetes, vasos plásticos ou cerâmicos de vida
98
útil reduzida, resíduos de construção e reforma de túmulos, da infraestrutura, de
exumações, de resíduos de velas e seus suportes, e restos de madeiras. Nas datas
emblemáticas das religiões é quando se dá uma concentração maior da geração de
resíduos.
Os cemitérios são fontes potenciais de impactos ambientais, principalmente quanto
ao risco de contaminação de águas subterrâneas e superficiais devido à liberação
de fluidos humosos, substância esta gerada com a decomposição dos corpos
(Funasa, 2007).
Os resíduos sólidos também requerem atenção, uma vez que, a geração é diária,
muitas vezes ficam em locais desabrigados (sujeitos a chuvas), podendo acumular
água e causar a proliferação de mosquitos vetores de doenças.
Nos processos de exumação os resíduos sólidos gerados são de responsabilidade
dos proprietários ou da empresa responsável pela incineração, devendo recolher e
dar a destinação final adequada. Dentre os resíduos gerados destacam-se roupas,
madeira, restos de caixão e ossos. A orientação é para que os resíduos sejam
incinerados.
O gerenciamento e destinação dos resíduos das construções, reformas e
manutenção de jazigos são de responsabilidade do proprietário.
A Resolução CONAMA 335/2003, dispõe sobre o licenciamento ambiental de
cemitérios. Compete ao gerador o gerenciamento dos resíduos cemiteriais,
devendo adotar a destinação ambiental e sanitariamente adequada. Não há
sistema de incineração no município. O incinerador mais perto fica em Teresina, da
ECOSERVICE que presta serviço para a Prefeitura e para os hospitais.
Em Porto, na zona urbana há um cemitério que não dispõe de PGRS e a coleta
destes resíduos é feita através da coleta convencional.
Resíduos de Serviços de Saneamento
Os resíduos de serviços públicos de saneamento são os gerados em atividades
relacionadas ao tratamento da água (Estação de Tratamento de Água – ETA), ao 99
tratamento do esgoto sanitário (Estação de Tratamento de Esgoto – ETE), e a
manutenção dos sistemas de drenagem e manejo das águas pluviais.
Em Porto o sistema de tratamento de esgotos está em implantação e já há uma
unidade de tratamento da AGESPISA com vazão de 15 l/s. Considerando que as
ETAs podem ser vistas como mini fábricas de resíduos, com produção de resíduos
na faixa de 1 a 4 % do volume total de água tratada.
Com relação aos esgotos, somente a partir desse ano é que o município implantará
o sistema de coleta e tratamento de esgotos com uma estação de tratamento
(ETE). Os resíduos desta estação compreenderão uma grande carga de matéria
orgânica, gerando resíduos provenientes do gradeamento, areia, sólidos de maior
dimensão, escuma e lodo. A ETE deverá ter um plano específico de gerenciamento
dos resíduos, conforme a rotina operacional.
A Prefeitura deve solicitar a AGESPISA o plano de gerenciamento dos resíduos
gerados nas estações de tratamento.
Implantação de Programa de Logística Reversa
E preciso estabelecer condições administrativas e técnico-operacionais e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou
outra destinação final ambientalmente adequada.
A implementação da logística reversa deverá ser realizada focalizando, inicialmente,
os seguintes tipos de resíduos: agrotóxicos (embalagens); pilhas e baterias; pneus;
óleo lubrificante (incluindo resíduos e embalagens), lâmpadas fluorescentes, de
vapor de sódio, de mercúrio e de luz mista e resíduos eletrônicos.
Ações Previstas
Identificar geradores alvo a serem cadastrados no programa a partir dos
dados existentes e de novo cadastro atualizado;
Implantar um programa permanente de capacitação e educação
ambiental orientando quanto a destinação final dos resíduos e um ponto 100
de entrega voluntária, ou campanhas de coleta, são indispensáveis para
evitar que os resíduos com potencial de reutilização sejam descartados
inadequadamente;
Criar mecanismos de divulgação e monitoramento das práticas de
destinação dos grupos de resíduos a seguir descritos, conforme o que
define a PNRS:
a) Agrotóxicos
• A Lei Federal nº 12.305/2010, dispõe da obrigatoriedade de
estrutura e implementar a logística reversa dos agrotóxicos,
seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos suja
embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso,
observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos
previstas em lei ou regulamentos específicos, ou ainda em
normas técnicas. O decreto que regula esta lei estabelece que
na logística reversa de agrotóxicos deve ser observado o
disposto na Lei Federal nº 7.802/1989, e Decreto Federal nº
4.074/2002.
• É necessário promover orientações aos produtores rurais
quanto aos riscos à saúde e ao meio ambiente quando do uso
de agrotóxicos, sensibilização ao uso de EPIs, e, continuidade
dos programas de incentivo a produção ecológica e a coleta de
embalagens.
b) Pilhas e Baterias
• As pilhas e baterias são definidas na Resolução CONAMA
257/1999, e estão dentre os resíduos com logística reversa
obrigatória prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
• Este tipo de resíduo ao ser descartado junto ao resíduo
comum, pode causar danos ao meio ambiente e riscos à saúde
pública, devido a presença de metais pesados. As substâncias
tóxicas que compõem as pilhas e baterias, quando dispostas
inadequadamente, podem atingir e contaminar solos, água, e
chegar ao organismo humano por meio da ingestão de água ou
101
alimentos contaminados, inalação ou contato dérmico. Os
metais pesados, por serem bioacumulativos, podem se
depositar no organismo vindo a afetar funções orgânicas.
• A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), sancionada
em 2010, estabelece o incentivo à logística reversa para este
tipo de resíduo para que as empresas, governos e
consumidores estejam comprometidos em viabilizar a coleta e
restituição dos resíduos sólidos à empresas fabricantes, além
da participação de cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de materiais recicláveis.
• A legislação brasileira, por meio da resolução nº 257 do
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), determina
que os fabricantes devem inserir, na rotulagem dos produtos,
informações sobre o perigo do descarte incorreto das pilhas e
baterias automotivas e de celular no lixo comum. A participação
do comércio na questão é fundamental, oferecendo postos de
coleta para as pilhas e baterias usadas.
• A responsabilidade por recolher e encaminhar adequadamente
as pilhas após o uso é do fabricante. Portanto, os materiais
usados devem ser entregues aos estabelecimentos que
comercializam ou às assistências técnicas autorizadas, para
que eles repassem os resíduos aos fabricantes ou
importadoras. As pilhas e baterias podem ser recicladas,
reutilizadas, ou podem passar por algum tipo de tratamento
que possibilite um descarte não nocivo ao meio ambiente.
• As pilhas e baterias também são reguladas pela Resolução
CONAMA nº 401 (com alterações até 2008), que atribui a
responsabilidade do acondicionamento, coleta, transporte e
disposição final de pilhas e baterias aos fabricantes,
comerciantes, importadores e à rede de assistência técnica
autorizada. Ademais, tal instituto legal, estabelece os limites
máximos de chumbo, cádmio e mercúrio que esses produtos
podem conter para a respectiva comercialização.
102
• Devido à dificuldade de controle sobre os descartes junto aos
resíduos domiciliares, faz-se necessária uma forte campanha
de educação ambiental com a população, considerando as
características tóxicas e poluidoras dessa tipologia, e,
concomitantemente, tratá-los e dispô-los como resíduos Classe
I. Hoje há empresas especializadas na reciclagem desses
produtos.
• Mais medidas cautelosas devem ser tomadas com relação às
pilhas de procedência duvidosa pois elas podem conter
materiais muito mais tóxicos do que as regularizadas. É
importante também observar a rotulagem do produto para se
verificar se na embalagem consta que a pilha pode ser
descartada no lixo comum. As pilhas do tipo alcalinas não
contém metais pesados em sua composição. Já as pilhas
comuns, como as recarregáveis, possuem mercúrio, cádmio e
chumbo, e devem ser devolvidas ao fabricante.
c) Lâmpadas Fluorescentes, de vapor de sódio, de mercúrio e de
luz mista
• As lâmpadas fluorescentes (de vapor de sódio, mercúrio e de
luz mista) são conhecidas pelo seu uso econômico e tempo de
vida útil mais longo, contribuindo para minimização da geração
de resíduos. Porém, tem alto potencial poluidor, sendo
classificadas como resíduo perigoso e sujeitas à logística
reversa obrigatória, conforme a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Por isso, são necessárias políticas de gerenciamento
destes resíduos, a fim de evitar a contaminação ambiental e
impacto na saúde da população em geral.
• As lâmpadas fluorescentes são bastante utilizadas nos
domicílios, comércio, indústria e iluminação pública, mas
liberam mercúrio (tóxico para o sistema nervoso humano)
quando quebradas, queimadas ou enterradas, o que também
as torna sujeitas à disposição em aterro específico, como
103
resíduos perigosos Classe I. Atualmente há empresas
especializadas em reciclar esse resíduo, separando o vidro do
metal e do produto químico.
• Os estabelecimentos que comercializam estes tipos de
lâmpadas devem ser orientados a aceitar dos usuários a
devolução das unidades usadas, cujas características sejam
similares àquelas comercializadas). Exclui-se desta logística,
as lâmpadas incandescentes de filamento metálico que não
possuem mercúrio, cujo processo final consiste na separação
dos componentes (vidro e metais), podendo ser encaminhados
às indústrias de beneficiamento.
• Outro gerador de lâmpadas é o setor de iluminação pública. A
partir da Política Nacional de Resíduos, o município no ano de
2012 passou a exigir, nos processos de licitação para
aquisição de Lâmpadas, a logística reversa dos fornecedores.
Desta forma, os resíduos deverão ser recolhidos pela empresa
comercializadora, com comprovação da destinação final.
d) Pneumáticos
• Grande responsável pela disseminação de vetores, como
mosquitos e moscas, os pneus usados são muitas vezes
jogados em lugares a céu aberto, tornando-se um grave
problema para a administração pública.
• No Brasil, as empresas fabricantes e as importadoras de
pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final
ambientalmente adequada aos pneus inservíveis (Resolução
CONAMA nº 416/09). Existe uma regulação para a Logística
Reversa da indústria do pneu no País, existindo empresas
especializadas na reciclagem desses produtos.
• Os pneus são de porte variado e têm condições obrigatórias de
gestão para peças acima de 2kg, de acordo com a Resolução
CONAMA nº 416/2009, que dispõe sobre a prevenção à
104
degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua
destinação ambientalmente adequada.
• Durante os trabalhos do PMSB não foi possível verificar o
volume de pneus gerado anualmente, tendo em vista as
diferentes e variadas formas de obtenção de pneus à
disposição dos moradores.
e) Óleos Lubrificantes
• Os óleos lubrificantes são produzidos diretamente a partir do
refino de petróleo (óleos lubrificantes básicos minerais) ou
através de reações químicas a partir de produtos geralmente
extraídos do petróleo (óleos lubrificantes básicos sintéticos).
São utilizados em automóveis, ônibus, caminhões, motos,
trens, aviões, barcos, e num grande número de equipamentos
motorizados como colheitadeiras, tratores e motosserras, para
lubrificação, em especial dos motores para seu funcionamento.
A troca de óleo lubrificante em veículos é um ato comum, mas,
poucas pessoas sabem dos riscos para o ambiente e para a
saúde humana que o gerenciamento inadequado do óleo
usado pode causar (APROMAC apud Plano Municipal de
Saneamento Básico de Garibaldi, 2012).
• Este resíduo, classificado como perigoso, está dentre os
resíduos obrigados aimplementar a logística reversa. A
Resolução CONAMA nº 362/2005 dispõe sobre o recolhimento,
coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou
contaminado.
• Segundo as recomendações do Guia Básico elaborado pela
Associação de Proteção ao Meio Ambiente de CIANORTE –
APROMAC (2007), um óleo lubrificante novo é em si um
produto com certo grau de perigo que aconselha uma
manipulação cuidadosa porque, além de ser feito basicamente
a partir do petróleo, geralmente contém diversos tipos de
aditivos que em altas concentrações são tóxicos.
105
• O óleo lubrificante usado ou contaminado, além de carregar
essa carga original de perigo, recebe um reforço extra em sua
toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem
degradação, geram compostos mais perigosos para a saúde e
o ambiente, tais como dioxinas, ácidos orgânicos, cetonas e
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos.
• Além disso, o óleo lubrificante usado ou contaminado contém
diversos elementos tóxicos (por exemplo cromo, cádmio,
chumbo e arsênio), oriundos da fórmula original e absorvidos
do próprio motor ou equipamento. Esses contaminantes são
em sua maioria bioacumulativos (ficam no organismo) e
causam diversos problemas graves de saúde. Segundo a
APROMAC (2007), apenas 1 litro de óleo lubrificante usado ou
contaminado pode contaminar 1 milhão de litros de água,
comprometendo sua oxigenação.
• Assim como causa danos à saúde das pessoas que têm
contato direto com o resíduo, o óleo lubrificante usado ou
contaminado, quando dispersado no meio ambiente, causa
grandes prejuízos, afetando grande número de pessoas, a
fauna e a flora, principalmente quando associado com outros
poluentes comuns nas áreas mais urbanizadas.
• Aos geradores a legislação atribui a responsabilidade de cuidar
para que o óleo lubrificante usado ou contaminado retirado de
veículos e equipamentos seja armazenado corretamente até
sua destinação final, e entregue ao revendedor ou a um coletor
autorizado pela ANP – Agência Nacional do Petróleo,
licenciado e que emita certificado de coleta (APROMAC apud
Plano Municipal de Saneamento Básico de Garibaldi, 2012).
2.2.4 DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
2.2.4.1 O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA EM PORTO106
O município encontra-se na sub-bacia do Rio Longá e Baixo curso do Parnaíba.
Com uma área de 7.643 km², está sub-bacia é composta, principalmente, pelos rios
Longá, Parnaíba e por uma série de pequenos riachos que desembocam no rio
Parnaíba, além do delta do mesmo.
Entre Teresina e a foz do Longá (e até o Delta), o rio Parnaíba apresenta
declividades muito baixas (até 50cm/km) na estação seca, reduzido perfil
batimétrico, extensas larguras e, consequentemente, baixas velocidades, se
comportando como um efetivo rio de planície. Por isso, é comum encontrar às suas
margens lagoas perenes, alimentadas por riachos que desembocam no rio
Parnaíba.
Neste contexto situa-se Porto (PI), o qual apresenta importante contribuição ao
sistema hídrico da sub-bacia com três lagoas: Campo Largo, São Francisco (Lagoa
do Boi) e Estivas (Lagoa do Marruás Velho).
No que diz respeito a diretrizes de urbanização, o município de Porto não possui um
Plano Diretor. Desta forma, não há um planejamento quanto ao uso e à ocupação do
solo e, consequentemente, um dispositivo legal sobre parcelamento e uso do solo
urbano e rural.
No município também não foi identificada a existência do Código de Obras e
Edificações, porém, todo município inserido no território nacional Brasileiro está
regido pela Lei Nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o
parcelamento do solo urbano e dá outras providências. No seu artigo 2º, parágrafo
5º, a lei cita que, dentro outros equipamentos urbanos, o escoamento de águas
pluviais é constituidor da infraestrutura básica dos parcelamentos, compreendido
como sistema de drenagem urbana.
Atualmente, não há no município um setor administrativo relacionado a ações para
controle de cheias e gestão da drenagem urbana. O órgão responsável pelo
planejamento, execução das obras de construção, instalação, montagem,
manutenção e fiscalização do sistema de drenagem, além da pavimentação nas vias
urbanas e rurais do município é a Secretaria Municipal de Obras e Serviços
Urbanos.
107
No entanto, esta Secretaria dispõe de poucos funcionários envolvidos com o manejo
de águas pluviais, dificultando a organização de ações e de tarefas de fiscalização
que coíbam as infrações que comprometem a qualidade e o funcionamento do
sistema. A efetividade do serviço é observada quando a Secretaria Municipal de
Obras e Serviços Urbanos é acionada por outros setores do planejamento municipal
para a construção dos dispositivos de drenagem.
O perímetro urbano do município situa-se em trechos caracterizados como planícies
de inundação, situadas tanto nas proximidades da margem do rio, como em outros
pontos da cidade. Sem apresentar dispositivos que redirecionem o escoamento das
águas dessa região aos corpos d’água principais, os problemas de inundação são
potencializados. Além disso, os sistemas de drenagem, em especial as sarjetas,
dispositivo mais comum e encontrado nas vias urbanas de Porto, são
dimensionados para transportar água de chuva, mas o que se observa, no cenário
local, é a mistura da água de chuva, esgotos, sedimentos e resíduos sólidos, o que
resulta na obstrução ou aumento da rugosidade das redes. Isso é decorrência da
falta de um projeto coletivo de Educação Ambiental e da ausência de um setor de
fiscalização para coibir os excessos e acionar os agentes responsáveis.
Na zona rural, é frequente a interposição entre estradas e talvegues. Sem a
presença de dispositivos eficientes de passagem, os trechos de via se tornam
passagens molhadas e são interditados durante o período de chuvas intensas. Em
outros pontos da zona rural, por mais que existam estes dispositivos de passagem, é
observada a necessidade de manutenção dos mesmos, por mau estado de
conservação. Todavia, na maioria das localidades do município, a situação
encontrada é de deficiência na microdrenagem, onde as vias não apresentam
pavimentação e, consequentemente, não possuem proteção com meios-fios e
sarjetas. Isto sujeita as vias a expressivas erosões, agravadas, em alguns pontos,
pelo aporte das águas cinzas decorrentes da lavagem em Lavanderia Pública, que
em curto espaço de tempo podem interromper o tráfego de acesso a muitas
moradias. Além disso, expõe a população a riscos de contaminação por doenças de
veiculação hídrica. Em alguns aglomerados da zona rural, foram registrados casos
de malária.
108
Diferente de outros setores da infraestrutura, no município de Porto não há
indicadores específicos voltados para a análise do desempenho no manejo de águas
pluviais. No entanto, o uso de indicadores é primordial para implantar mudanças,
uma vez que através deles dispõe-se de informações concretas, que proporcionam
decisões mais sólidas.
Porto, assim como a maioria dos municípios do Brasil, não possui uma receita
específica a ser aplicada nas soluções dos problemas relacionados ao manejo das
águas pluviais. A falta dessa receita, somada à ausência de um órgão específico
responsável por este serviço, acaba atrasando a tomada de decisões e ações.
2.2.4.2 Diagnóstico de Áreas de Risco – CPRMEm 2012, a CPRM realizou um diagnóstico denominado “Ação Emergencial para
Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de
Massa em Porto (PI)”. Tal diagnóstico identificou seis setores de risco alto no
município, enquadrados como risco de enchentes e inundações.
As áreas delimitadas representam a região mais crítica da Sede Administrativa, onde
inundações atingem áreas urbanizadas, na sua maioria com habitações precárias. A
Figura 11 apresenta os setores informados no estudo da CPRM.
Os três primeiros setores identificados (Cais e Entorno; Cais e Entorno; e Bairro
Cavas e Entorno, respectivamente) estão localizados na planície de inundação do
rio Parnaíba. O rio tem histórico de sucessivos transbordamentos, sendo que os
últimos e mais graves ocorreram nos anos 2004 e 2008. Nesses eventos, o nível
d’água do rio Parnaíba subiu cerca de seis metros e chegou a cobrir, com mais de
dois metros de altura d’água, um grande número de edificações localizadas mais
próximas às suas margens, no primeiro e no terceiro setores. No segundo setor, o
diagnóstico da CPRM cita a subida do nível do rio em mais de sete metros nesses
eventos, causando prejuízos, destruição e comprometimento de muitas casas.
Os três outros setores identificados (Rua Fazenda Piripiri – Bairro das Verdes; PI
212 – Novo Parque Rodoviário; e PI 212 – Entrada da Cidade, respectivamente)
estão localizados nas planícies de inundação dos pequenos córregos que deságuam
no rio Parnaíba, com caudal suficiente para inundar e transbordar para além do leito
principal, causando prejuízos, destruição e comprometimento de muitas casas.
109
Figura 11: Setores de risco de inundações no município de Porto (Fonte: CPRM, 2012)
O estudo da CPRM informa que, em períodos de cheia, ocorre a retirada dos
moradores das áreas habitadas que se distribuem ao longo das margens do rio
Parnaíba e na sua planície de inundação, mas com retorno no período pós-cheia.
Algumas áreas já foram definitivamente isoladas, mas ainda há moradores que
retornam. O estudo reconhece, ainda, que a ocupação desordenada da planície de
inundação e das calhas das linhas d’água constitui uma prática preocupante, com
agravamento a cada ano dos efeitos das inundações. Isso acontece, principalmente,
quando o uso e a ocupação dessas áreas são feitos sem restrição ou com
descumprimento à exigência da cota mínima do piso (superior ao nível da cheia
tomada como referência, com período de retorno de 100 anos).
Segundo dados da Defesa Civil, após a inundação, residências em áreas de risco
são realocadas, havendo, posteriormente, o regresso de parte população para essas
regiões. Para evitar esse ciclo de recorrentes realocações de moradias em áreas de
risco, sempre após ocorrência de eventos de inundações, já há um consenso
110
informal entre os técnicos da Prefeitura em adotar a criação de parques fluviais
nessas áreas, em conjunto com um programa habitacional.
Em seguida, as áreas indicadas como mais susceptíveis aos problemas de inundações foram visitadas, sendo observado que há duas fontes de perigo para o município de Porto, conforme indicação do estudo da CPRM.
1. Inundação gradual do rio Parnaíba, alagando regiões ocupadas em suas planícies marginais e ao longo do Igarapé.
2. Inundação ocasionada por chuvas intensas, alagando pontos baixos e com problemas de drenagem em córregos na área urbana do município.
O mapa da Figura 12 apresenta a indicação dos locais mais susceptíveis às inundações, segundo informações da Prefeitura Municipal de Porto, os quais foram visitados pela equipe técnica, para reconhecimento dos problemas existentes.
Figura 12: Mapa de locais visitados na área urbana do município de Porto – PI (19/08/2015).
A seguir, são apresentados, por região, os locais visitados e os problemas levantados.
111
As áreas indicadas como mais susceptíveis aos problemas de inundações foram
visitadas, sendo observado que há duas fontes de perigo para o município de Porto,
conforme indicação do estudo da CPRM:
1. Inundação gradual do rio Parnaíba, alagando regiões ocupadas em suas planícies
marginais e ao longo do Igarapé.
2. Inundação ocasionada por chuvas intensas, alagando pontos baixos e com
problemas de drenagem em córregos na área urbana do município.
Nas áreas de risco identificadas, foram observados problemas localizados que
merecem tratamento específico, conforme será descrito a seguir:
REGIÃO 1: Planície de inundação do rio Parnaíba na foz do Igarapé
A Região 1, localizada a sudoeste da área urbana de Porto, é composta pela
planície de inundação do rio Parnaíba e do trecho final do Igarapé, como
apresentado na figura 12.
Dessa forma, a região possui influência direta dos dois processos de formação de
inundações apontados em Porto, sofrendo influência tanto das inundações graduais
do rio Parnaíba, quanto das inundações ocasionadas pela ocorrência de chuvas
intensas na bacia do Igarapé, que extravasa e alcança áreas baixas ocupadas.
Na foz do Igarapé no rio Parnaíba, no local conhecido como “cai n’água”, foi
observado processo de sedimentação e assoreamento do leito do Igarapé, pouco
antes de alcançar o rio Parnaíba.
Foi observado que em um trecho desse Igarapé há singularidades que representam
obstáculos aos escoamentos fluviais durante a cheia. Um deles natural, conformado
pela grande presença de rochas no leito do rio, e outro artificial, inserido pela
instalação de uma adutora de água transversal ao leito.
Ainda na Região 1, no entorno da Igreja, localizada no início da Rua Beira Rio, onde,
segundo informação da Prefeitura, ocorre o limite da inundação do rio Parnaíba, com
alagamentos que alcançam a calçada em frente à Igreja.
112
REGIÃO 2: Planície de inundação do Igarapé, com influência do rio Parnaíba
A Região 2, localizada ainda na planície de inundação do rio Parnaíba, também
sofre diretamente com inundações do Igarapé, que pode extravasar mesmo sem a
cheia do Parnaíba, alcançando algumas moradias.
No local conhecido como “Matadouro” ocorreu, durante uma cheia do rio
Parnaíba associada à cheia no Igarapé, que o limite da inundação ultrapassou as
margens anteriores. Observam-se algumas ocupações de áreas dentro da região
alagável.
REGIÃO 3: Limite da planície de inundação do rio Parnaíba
Na Região 3, o alagamento das inundações do rio Parnaíba se restringe às
áreas a jusante da estrada PI-112, que corta toda a planície e oferece um obstáculo
aos escoamentos pluviais durante ocorrência de chuvas intensas mais a montante
da cidade, alagando toda a área verde à leste da estrada.
REGIÃO 4: Área urbana com ocorrência de alagamento por insuficiência de
estrutura hidráulica
A Região 4 se localiza dentro da área urbana de Porto e apresenta uma grande
extensão de alagamentos, resultantes da concentração de escoamento das chuvas
sobre a bacia ao norte da cidade, potencializada pela insuficiência hidráulica do
dispositivo de drenagem existente sob a Av. Matias Olímpio.
REGIÃO 5: Continuação da área urbana com ocorrência de alagamento por
insuficiência de estrutura hidráulica
A Região 5 está localizada a montante da Região 4, sendo conectada
diretamente e, dessa forma, apresentando o mesmo problema de alagamentos,
potencializados pela insuficiência do dispositivo de drenagem da Av. Matias Olímpio.
Essa região possui um talvegue bem definido, ainda sem ocupação da calha
secundária.
A maior frequência de ocorrência de alagamentos nessa área dificultou o
processo de ocupação, favorecendo a existência de um corredor verde dentro da
cidade, havendo, porém, algumas habitações que são atingidas por inundações
mais intensas.113
REGIÃO 6: Localidade conhecida como Verdes, onde ocorrem alagamentos pela
inundação do rio Parnaíba
A Região 6 abrange a localidade de Verdes, caracterizada como uma região de
alagadiços e lagoas, que sofre uma pressão urbana e já apresenta ocupação de
áreas muito baixas, com risco de inundações.
REGIÃO 7: Localidade conhecida como Cavas, onde ocorrem alagamentos pela
inundação do rio Parnaíba.
A Região 7 está localizada entre o extremo oeste da área urbana de Porto e o rio
Parnaíba, sendo muito susceptível às inundações desse rio. Por ser uma região de
alto risco, caracterizada por áreas alagadiças e lagoas, há ocupação rarefeita, mas
algumas casas ainda persistem em locais de alagamento.
REGIÃO 8: Lagoa de detenção e planície de inundação do rio Parnaíba
Na Região 8 estão localizadas parte da área urbana de Porto e da planície de
inundação do rio Parnaíba. No interior da cidade há uma lagoa que funciona como
um reservatório de detenção, armazenando as águas de chuva precipitadas sobre
as bacias a montante da cidade, mais a leste. Essa lagoa/reservatório possui uma
estrutura de controle na saída, que deságua na planície de inundação do rio
Parnaíba.
2.2.4.3 DEMANDAS E PROJEÇÕES
Para identificação das necessidades futuras de ampliação dos componentes do
sistema de drenagem urbana, foram utilizados dados associados à estimativa de
evolução da população e da urbanização, tendo como referência a extensão de vias
existentes na sede urbana do município de Porto, associada a uma densidade
máxima de domicílios por metro de vias.
O cálculo da densidade máxima foi feito pela análise de uma zona urbana que
apresentou saturação máxima de domicílios. Foram contabilizadas 27 casas na
região, associadas a 306 metros de vias de acesso, obtendo-se a taxa de 0,088
domicílios por metro.
114
A partir desta taxa, foi possível obter a saturação máxima da área urbana
atualmente ocupada do município, multiplicando-se pelo comprimento total de vias
urbanas de 25.394 metros, totalizando 2.241 unidades residenciais.
Para o cálculo da estimativa de unidades residenciais a cada ano no horizonte de 20
anos, foram utilizados dados obtidos no Censo Demográfico de 2010 do IBGE.
Na Tabela 2.4 estão apresentadas, de maneira resumida, a estimativa de evolução
da população, o número de residências, a extensão das vias existentes na sede
urbana, a demanda da rede de microdrenagem, a extensão das redes implantadas
(valores por período e acumulados) e a porcentagem de atendimento da rede.
No ano de 2028 é ultrapassada a capacidade máxima de domicílios da atual área
urbana do município, considerando a densidade de referência. Sendo assim, a partir
deste ano é indispensável o aumento das vias para acesso aos novos domicílios,
aumentando, desta forma, a demanda pelo sistema de microdrenagem, como pode
ser observado na Tabela 01.
Tabela 02: Projeção de demandas do serviço de microdrenagem.
Período
População
(hab.)
Nº de residên
cias
Extensão das
vias (m)
Demanda (m)
Rede implantada no período
(m)
Total de rede
implantada (m)
Atendimento (%)
Atual 7.503 1.854 25.394 25.394 0 0 02016-2020 8.085 1.997 25.394 15.236 10.158 10.158 40
2021-2025 8.712 2.152 25.394 0 15.236 25.394 100
2026-2035 10.115 2.499 28.398 3.004 3.004 28.398 100
*OBS1: A população indicada para o ano de 2015, retirada do relatório da FUNPAPI, corresponde à população residente na área urbana no ano de 2010, segundo os dados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE.
2.2.4.4 DESPESAS E RECEITAS PARA O SETOR
Em relação às despesas de custeio e investimento, o Plano Plurianual da Prefeitura
Municipal de Porto prevê cerca de 32,4 milhões de reais para manutenção e
115
ampliação dos serviços de drenagem urbana entre os anos de 2014 e 2017 da atual
gestão. Este valor corresponde ao percentual médio de 18,53% do valor total do
orçamento do município, equivalendo ao valor per capita de R$ 431,84.
A eficiência dos serviços de drenagem urbana e manejo das águas pluviais
relaciona-se com ações administrativas para organização do setor responsável pela
gestão e operacionalização, e ações de regulação e fiscalização. Como ponto de
partida para o alcance desta meta, faz-se necessário um diagnóstico completo das
áreas de risco, o cadastramento dos dispositivos existentes, a elaboração de um
cronograma de manutenção e de implantação de dispositivos, bem como a
qualificação do quadro técnico.
2.2.5 CENÁRIOS ALTERNATIVOS DAS DEMANDAS POR SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
2.2.5.1 Considerações Iniciais
O Plano de Saneamento têm como princípio básico o atendimento das metas
fixadas, sendo que as ações previstas são meios decorrentes da necessidade de
atendimento das mesmas.
Apesar dos trabalhos estarem sendo desenvolvidos em 2015, considerou-se para
fim de padronização de datas como Ano 1 - o ano de 2016 e o Ano 2035 como final
de Plano (20 anos).
Para fim do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB entende-se como Meta
alcançar um objetivo físico num intervalo de tempo devidamente definido.
A construção de cenários tem como objetivo principal o entendimento das possíveis
situações que podem determinar o futuro, que podem interferir no desenvolvimento
futuro, montando assim uma cena ou situação consistente do futuro.
Um cenário criado é um importante instrumento de planejamento estratégico, capaz
de monitorar, antever o ambiente e responder melhor às possíveis surpresas e
crises, permitindo que o PMSB seja fundamentado também numa realidade futura
plausível de acontecer.
116
Como principais aspectos a serem alcançados na construção do cenário futuro,
podemos listar os seguintes:
Conhecer o ambiente do saneamento básico e suas influências;
Propiciar maior consistência técnica no processo de decisão durante a
construção do PMSB;
Conhecer as inter-relações entre fatores externos e internos ao
saneamento municipal; e
• Dar respaldo para a formatação das estratégias adotadas no PMSB.
2.5.2.2 Fundamentação Teórica A técnica de planejamento baseada na construção de cenários é pouco conhecida
no Brasil e muito complexa. Por este motivo, foi feito um trabalho de pesquisa
procurando por modelos que se aproximassem do exigido pelo Contrato.
Na literatura pesquisada, o documento intitulado “Metodologia e Técnicas de
Construção de Cenários Globais e Regionais” elaborado por Sérgio C. Buarque, em
2003, para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, órgão vinculado ao
Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, é o que fornece uma boa base
teórica e alguns fundamentos práticos muito importantes.
Citamos, a seguir, alguns trechos deste documento que se enquadram no presente
caso:
“A elaboração de cenários é uma atividade relativamente recente no Brasil. À
exceção de algumas referências isoladas e acadêmicas, a técnica de cenários
começa a ser efetivamente utilizada no Brasil na segunda metade da década de
1980 pelas empresas estatais que operam em segmentos de longo prazo de
maturação, e, portanto, precisam tomar decisões de longo prazo. A Petrobrás e a
Eletrobrás são duas empresas que lideram as iniciativas de elaboração de cenários
e antecipação de futuro sobre o comportamento de mercado e a demanda de
energia e de combustíveis.”
“No geral, os estudos de cenários têm sido interrompidos, o que acaba por não
permitir a formação de uma mentalidade prospectiva no planejamento.”
“Em grande medida, o presente é apenas um tênue momento entre o passado e o
futuro, passado este que o condiciona e o determina. Já o futuro é o momento para
o qual estão voltados nossos olhares, nossas inquietações e nossas ações.” 117
“O futuro está predeterminado ou, ao contrário, está completamente aberto a
múltiplas alternativas? Até que ponto nós podemos antever e predizer o futuro,
determinado ou não?”
“Evitar duas armadilhas da antecipação de futuros: (i) a projeção de tendências do
passado, como se a estabilidade fosse permanente; e (ii) a reprodução das
instabilidades conjunturais como uma tendência de longo prazo, reduzindo a
importância da estrutura e dos fatores de continuidade. A mudança e a incerteza são
as regras, e tudo indica que o futuro não será uma continuidade do passado e do
presente.”
“Desse ponto de vista, os cenários constituem, no fim das contas, apenas um
approach geral orientado para a gestão de risco (Van Der Heijden, 1996) e para as
escolhas que decorrem das interpretações sobre o futuro.”
“Ao anteciparem as condições futuras no contexto externo das regiões (...) os
cenários permitem que as ações sejam organizadas e os investimentos sejam
orientados na perspectiva de aperfeiçoar os resultados e favorecer a construção do
futuro desejado.”
“Assim, podem ser diferenciados dois grandes tipos diferentes de cenários
exploratórios: (i) extrapolativos, que reproduzem no futuro os comportamentos
dominantes no passado; e (ii) alternativos, os quais exploram os fatores de mudança
que podem levar a realidades completamente diferentes das do passado e do
presente.”
“Diretrizes Metodológicas: (a) evitar o impressionismo e o imediatismo; (b) recusar
consensos; (c) ampliar e confrontar as informações; (d) explorar a intuição; (e)
aceitar o impensável; (f) reforçar a diversidade de visões; e (g) ressaltar a análise
qualitativa.”
“Se não se sabe para onde vai o futuro, será necessário, portanto, definir pelo
menos duas alternativas diferentes de evolução futura, e que cada uma delas ajude
a construir um cenário diverso.”
“Os cenários tratam, portanto, da descrição de um futuro – possível imaginável ou
desejável.”
“Normalmente utilizado para o planejamento governamental, o cenário normativo
(desejado) tem uma conotação política e, deve ser ao mesmo tempo, tecnicamente
plausível e politicamente sustentável.”
118
“O cenário normativo (possível) é uma descrição da realidade futura e compõe um
determinado jogo de hipóteses plausíveis e consistentes que converge, fortemente,
para os desejos da sociedade em relação ao seu futuro.”
“O processo básico consiste em definir, de um lado, o futuro desejado e, de outro, os
cenários alternativos... de cuja relação surge o cenário normativo.”
“Os cenários apresentam uma descrição dos futuros alternativos em certo horizonte
de tempo previamente escolhido (como será a realidade naquela data?), mas devem
conter também uma explicação do caminho que vai da realidade presente aos
diversos futuros.”
Esta última citação permite-nos materializar, através de metas específicas, os
possíveis cenários que possam ser propostos para a evolução do saneamento
básico em Porto (PI).
2.5.2.3 Metodologia para a Construção dos Cenários
Foco no Objetivo
A formulação de cenários consiste num exercício do livre pensamento, portanto, é
necessário se ater ao foco do principal objetivo contratual, que é a elaboração do
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB.
O excesso de detalhes ou de alternativas e participações poderão conduzir a um
estudo ficcional, sem aplicação prática, que consumirá um tempo de formulação,
discussão, e aprovação muito maior do que o requerido para elaborar o próprio
PMSB, que é o objeto do presente contrato.
A elaboração de cenários dentro do Plano Municipal de Saneamento Básico deverá
ser a mais objetiva possível, limitada a sua capacidade de intervenção, de forma a
se tornar um instrumento eficaz.
Um exemplo: uma possível limitação das vazões captadas dos mananciais de água
bruta ou da capacidade de produção de água tratada não deverá ser usada como
fator de restrição ao crescimento industrial (setor estratégico da economia local),
mas como indicativo de que é necessário ampliar a oferta de água tratada.
119
Por outro lado, o sistema viário também afeta o setor industrial (rodovias, acessos,
congestionamentos, transportes, etc), no entanto, esta é uma questão que não pode
ser resolvida pelo PMSB.
Em resumo, não se deve esperar que o PMSB resolva questões que não são
pertinentes ao saneamento básico.
Definição do Modelo Teórico
A nova técnica de cenários baseia-se na prospecção e na projeção de ocorrências
imprevisíveis e, tem como princípios básicos a intuição e o livre pensamento.
Portanto, não é recomendável estabelecer uma metodologia rígida, com tabelas e
gráficos que limitem a intuição e a divagação por mais absurda que possa parecer.
Não existe uma única forma de delinear cenários devido às peculiaridades de cada
atividade ou região.
Cada região ou município tem suas particularidades que só quem as habita por
muito tempo tem condições de compreendê-las, em profundidade.
Assim, é necessário que se estabeleça um roteiro que evite a dispersão de ideias e
conduza ao objetivo pretendido.
A Figura 13 mostrada a seguir apresenta, de forma sucinta, a metodologia
apresentada.
120
Figura 13: Esquema Geral da Metodologia Proposta para a Elaboração dos Cenários
Definição da Sequência do Estudo de Cenários
É importante novamente mencionar que não existem regras rígidas nem modelos
prontos, tendo sido levado em conta os seguintes cuidados para a proposição dos
cenários:
a) Não se deve divagar sobre questões não ligadas ao saneamento
básico (educação, transportes, etc...);
b) Não abrir excessivamente o leque de alternativas (poder de síntese);
c) Focar nas efetivas necessidades de atendimento aos serviços de
saneamento.
Em assim sendo, o processo de construção de cenários começa com a formulação
de um futuro desejado, sem definição do prazo de planejamento e sem restrições de
capacidade de investimentos e de atendimento das necessidades, sem preocupação
ainda com o que é plausível de ser atingido, sendo que este futuro desejado servirá
de referencial para a descrição do cenário normativo.
121
A seguir faz-se um confronto entre os desejos e as condições concretas da realidade
estudada (capacidade de atender aos desejos) de forma a definir as expectativas,
ajustando estas às possibilidades efetivas de realização.
Esse confronto dos desejos com as possibilidades pode ser feito numa relação
direta do futuro esperado com a realidade atual (com as restrições e inércias
estruturais), associando a cada situação a mensuração de metas específicas.
Assim, para a montagem dos cenários foi utilizado o seguinte roteiro, num processo
de aproximações sucessivas:
a) Elaborar o primeiro esboço do cenário desejado (ideias, desejos e
utopias);
b) Analisar consistência, aglutinar semelhantes, associando a elas as
metas específicas;
c) Apontar prioridades e objetivos que conduzam aos cenários, associando
valores às metas selecionadas para identificação de cada desejo;
Técnicas de Construção de Cenários
A elaboração do cenário desejado não depende de diagnóstico ou identificação das
incertezas. Ele representa um sonho de futuro, utópico e atemporal, sem restrições
ou limitações de qualquer natureza.
Desta forma, o processo de construção de cenários poderá iniciar com uma relação
aleatória de ideias, desejos, ameaças, oportunidades e incertezas, as quais vão
sendo gradativamente organizadas, aglutinadas, excluídas e priorizadas, para o qual
se denomina de processo indutivo.
Também poderá seguir o caminho inverso, partindo da síntese do futuro desejado, o
qual vai sendo gradativamente detalhado, que se chama de processo dedutivo.
O processo indutivo parte do cenário desejado, pois se inicia ao descrever o estado
futuro que se pretende alcançar. Como ponto de partida utilizou-se o princípio
fundamental da universalização do acesso aos serviços de saneamento, presente na
Lei Federal No 11.445/2007 (Lei do Saneamento), e a partir dele direcionado aos
pontos particulares por meio da construção da realidade futura. 122
As Figuras 14 e 15 mostrados a seguir ilustram as metodologias de construção
destes dois tipos de processos de construção de cenários.
Figura 14: Cenário Indutivo
Figura 15: Cenário Dedutivo
123
Neste contexto, optou-se em partir de um factível: “O Município de Porto terá no
futuro a universalização do acesso a todos os Serviços de Saneamento Básico, com
a qualidade de prestação de serviço merecida pela população local”, o que remete à
adoção do “Processo Dedutivo” para a construção dos cenários futuros do PMSB.
A livre criação do cenário que irá compor o PMSB está embasada nas
especificidades e carências do município, identificadas na Etapa de Diagnóstico e na
fixação de metas específicas para estruturação do que se espera no futuro para o
Saneamento de Porto.
A partir do conteúdo exposto até este item, optou-se pela seleção entre os diversos
cenários possíveis e plausíveis de ocorrer o estabelecido a seguir, que terá uma
análise e desenvolvimento no decorrer do trabalho:
CENÁRIO FACTÍVEL: A partir das tendências de desenvolvimento do passado
recente, considera-se para o futuro os principais vetores estratégicos, associados à
mobilização da capacidade de modernização. Nesse quadro ter-se-á uma
compatibilização da disponibilidade de recursos tecnológicos e financeiros para
atendimento de uma situação real, certamente melhor que o tendencial, porém não o
IDEAL
2.5.2.4 CENÁRIO PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA.Os Cenários propostos para o SAA estão sintetizados no Quadro 26:
Quadro 26: Síntese dos Cenários para o SAA.
MetasCenário Estudado
Ideal Factível Retrógrado
Universalizaçãodo atendimento da população urbana
100%
Manutenção da atual
cobertura (100%)
Diminuição da atual cobertura
Potabilidade da água IPA = 100% a partir do Ano 1
IPA = 98% em até 4 anos
Diminuição do IPA atual
Índices de perdas de água IP ≤ 10% IP ≤ 25% IP superior ao atual
Continuidade no abastecimento
100% em 1 ano
98% em até 4 anos
Diminuição da atual
regularidade
124
CENÁRIO 1 - IDEAL:
Teórico - O qual deverá apontar o futuro ideal, sem prazos, sem restrições
tecnológicas ou de cooperação, ou ainda, sem limitações de recursos materiais e
financeiros. Neste cenário têm-se:
A universalização do atendimento da população, ou seja, 100% da população
local será atendida com serviço de abastecimento de água, desde o Ano 1 do
PMSB até o final do período de planejamento.
A qualidade da água distribuída atenderá permanentemente à 100% da
legislação vigente, desde o Ano 1 do PMSB até o final do período de
planejamento.
A regularidade no abastecimento será garantida permanentemente à toda
rede de distribuição, desde o Ano 1 até o final do período de planejamento.
As perdas no sistema de distribuição serão sempre inferiores a 10%, padrão
este atingido apenas em alguns dos países considerados como de alta
tecnologia neste segmento.
CENÁRIO 2 – FACTÍVEL: A partir das tendências de desenvolvimento do passado
recente, considera-se para o futuro os principais vetores estratégicos, associados à
mobilização da capacidade de modernização. Nesse quadro ter-se-á uma
compatibilização da disponibilidade de recursos tecnológicos e financeiros para
atendimento de uma situação real, certamente melhor que o tendencial, porém não o
IDEAL.
Este cenário propõe que o município melhore seus índices atuais a partir de
metodologias, programas e ações que estejam mais próximos da realidade local e
que consigam avançar gradativamente viabilizando assim as melhorias necessárias
para que o SAA opere de maneira satisfatória e atenda todas as Legislações
Ambientais e de Saúde vigentes.
125
A universalização do atendimento da população é mantida em 100%.
A qualidade da água distribuída continua melhorando, atingindo e mantendo um patamar bastante aceitável, atendendo plenamente à legislação vigente.
A continuidade no abastecimento continua melhorando, através de ações e obras, como por exemplo, a fixação pela operadora de critério de disponibilizar maior reservação que o previsto em norma.
As perdas no sistema de distribuição continuarão a ser combatidas e controladas de maneira agressiva, sendo uma preocupação permanente da operadora.
CENÁRIO 3 - RETRÓGRADO: Proposição de uma situação em que nada que já
exista sofra alguma melhoria ou ampliação.
Descontinuidade ou desaceleração no ritmo das ações de planejamento, de
investimentos e de melhorias operacionais e institucionais, o que com certeza
acarretaria uma diminuição da cobertura, da qualidade da água, da regularidade no
abastecimento e um aumento nas perdas e no consumo per capita.
A universalização do atendimento da população diminuiria ao longo do tempo,
pois não existiriam recursos suficientes para atendimento do crescimento
vegetativo pela evolução populacional.
A qualidade da água distribuída perderia sua condição, passando a não
atender plenamente à legislação vigente, temporariamente ou de forma
permanente.
A regularidade no abastecimento cairia, pois não existiria uma boa relação
produção x distribuição x consumo.
As perdas no sistema de distribuição aumentam desregradamente, o que
afetaria diretamente a condição de regularidade do abastecimento e de
equilíbrio financeiro do sistema.
CENÁRIO ADOTADO DE REFERÊNCIA: FACTÍVEL
126
Para elaboração deste prognóstico, foi considerado o cenário FACTÍVEL OU DE
REFERÊNCIA, por se tratar de um cenário possível de ser alcançado tanto
tecnicamente quanto economicamente.
2.5.2.5 Análise SWOT
Para a reflexão e posicionamento sobre os sistemas existentes e construção dos
cenários foi realizada uma análise com base na metodologia SWOT (Strengths,
Weaknesses, Opportunities and Threats), ou seja, uma análise das forças,
fraquezas, oportunidades e ameaças, facilitando o início do processo de
planejamento ao demonstrar uma percepção geral de pontos e fatores que
contribuem ou atrapalham a execução de ações.
Nesta análise, as forças e fraquezas representam o ambiente interno do setor,
enquanto as oportunidades e ameaças são uma situação externa do sistema de
abastecimento.
Para cada setor estas duas metodologias, construção de cenários e SWOT, serão
detalhadas a seguir:
2.3 CENÁRIO DE REFERÊNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA2.3.5.1 Analise SWOT – Abastecimento de água
Quadro 27: Análise SWOT do SAA de Porto(PI)
FORÇAS Área de Reflexão FRAQUEZASManancial superficial com boa capacidade hídrica
Sistema de Abastecimento
de ÁguaÍndice elevado de perdas
Área para ampliação da capacidade de produção
Tubulação antiga da rede de distribuiçãoNível de reservação insuficienteE.T.A. com pouca capacidade de produção
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Criação de Lei especifica para proteção do manancial
Poluição do manancial por atividades diversas produzidas a montante do município.
Obtenção de recursos federais para obras de melhorias
Não cumprimento das metas por inexistência de regulação e fiscalização.Convênio entre município e
127
uma agência reguladora para garantir o cumprimento das metas do PMSB.
2.3.5.2 Estudo de Cenários – Abastecimento de Água
Os Cenários propostos para o SAA estão sintetizados no Quadro 28:
Quadro 28: Síntese dos Cenários para o SAA.
MetasCenário Estudado
Ideal Factível Retrógrado
Universalizaçãodo atendimento da população urbana
100%
Manutenção da atual
cobertura (100%)
Diminuição da atual cobertura
Potabilidade da água IPA = 100% a partir do Ano 1
IPA = 98% em até 4 anos
Diminuição do IPA atual
Índices de perdas de água IP ≤ 10% IP ≤ 25% IP superior ao atual
Continuidade no abastecimento
100% em 1 ano
98% em até 4 anos
Diminuição da atual
regularidade
CENÁRIO 1 - IDEAL:Teórico - O qual deverá apontar o futuro ideal, sem prazos, sem restrições
tecnológicas ou de cooperação, ou ainda, sem limitações de recursos materiais e
financeiros. Neste cenário têm-se:
A universalização do atendimento da população, ou seja, 100% da população local será atendida com serviço de abastecimento de água, desde o Ano 1 do PMSB até o final do período de planejamento.
A qualidade da água distribuída atenderá permanentemente à 100% da legislação vigente, desde o Ano 1 do PMSB até o final do período de planejamento.
A regularidade no abastecimento será garantida permanentemente à toda rede de distribuição, desde o Ano 1 até o final do período de planejamento.
128
As perdas no sistema de distribuição serão sempre inferiores a 10%, padrão este atingido apenas em alguns dos países considerados como de alta tecnologia neste segmento.
CENÁRIO 2 – FACTÍVEL: A partir das tendências de desenvolvimento do passado
recente, considera-se para o futuro os principais vetores estratégicos, associados à
mobilização da capacidade de modernização. Nesse quadro ter-se-á uma
compatibilização da disponibilidade de recursos tecnológicos e financeiros para
atendimento de uma situação real, certamente melhor que o tendencial, porém não o
IDEAL.
Este cenário propõe que o município melhore seus índices atuais a partir de
metodologias, programas e ações que estejam mais próximos da realidade local e
que consigam avançar gradativamente viabilizando assim as melhorias necessárias
para que o SAA opere de maneira satisfatória e atenda todas as Legislações
Ambientais e de Saúde vigentes.
A universalização do atendimento da população é mantida em 100%.
A qualidade da água distribuída continua melhorando, atingindo e mantendo um patamar bastante aceitável, atendendo plenamente à legislação vigente.
A continuidade no abastecimento continua melhorando, através de ações e obras, como por exemplo, a fixação pela operadora de critério de disponibilizar maior reservação que o previsto em norma.
As perdas no sistema de distribuição continuarão a ser combatidas e controladas de maneira agressiva, sendo uma preocupação permanente da operadora.
CENÁRIO 3 - RETRÓGRADO: Proposição de uma situação em que nada que já
exista sofra alguma melhoria ou ampliação.
Descontinuidade ou desaceleração no ritmo das ações de planejamento, de
investimentos e de melhorias operacionais e institucionais, o que com certeza
acarretaria uma diminuição da cobertura, da qualidade da água, da regularidade no
abastecimento e um aumento nas perdas e no consumo per capita.
A universalização do atendimento da população diminuiria ao longo do tempo,
pois não existiriam recursos suficientes para atendimento do crescimento
vegetativo pela evolução populacional.
129
A qualidade da água distribuída perderia sua condição, passando a não
atender plenamente à legislação vigente, temporariamente ou de forma
permanente.
A regularidade no abastecimento cairia, pois não existiria uma boa relação
produção x distribuição x consumo.
As perdas no sistema de distribuição aumentam desregradamente, o que
afetaria diretamente a condição de regularidade do abastecimento e de
equilíbrio financeiro do sistema.
2.3.5.2.1 Metodologia de Cálculo para Sistemas de Abastecimentos de Água e Esgotamento Sanitário de Porto
O Cenário de Universalização ou Desejável refere-se ao Cenário Factível que
representa o alcance da universalização com adequação dos sistemas de
saneamento para o ano de projeto, atendendo plenamente à todas as demandas,
conforme o esquema da Figura 16 a seguir.
Figura 16: Esquema Representativo das Metas do Cenário Factível
130
100% de cobertura na zona urbana e zona ruralTaxa de perda de 25%100% de hidrometraçãoSistema da Prefeitura Municipal isolado e ligações domiciliares interligadas à rede da Concessionária.100% dos poços existentes licenciados e feito tratamento bacteriologico.Buscar alternativas para o aproveitamento de mananciais superificiais na zona rural.
Água
100 % de coleta na zona urbana;100% dos domicílios na zona rural com sistemas unifamiliares;Esgotos
2035
2035
Foram estimados os investimentos e as receitas para atender aos índices ideais de
atendimento neste cenário para o ano de projeto (2035), considerando o cronograma
que prevê ações imediatas, de curto, médio e longo prazo. A metodologia de cálculo
adotada para as estimativas será descrita a seguir, conforme o setor de saneamento
básico observado, tendo em vista as peculiaridades de cada um.
As estimativas de custos referentes aos sistemas de abastecimento de água
consideraram a prestação de serviços composta basicamente por captação, adução,
tratamento, reservação e distribuição água.
Os preços de serviços e insumos adotados fundamentaram-se em dados fornecidos
por entidades oficiais e trabalhos similares, conforme a seguir:
Laboratório de Hidrologia e Estudos do Meio Ambiente do Instituto
Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro – COPPE (UFRJ);
Plano Diretor de Água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro -
Companhia Estadual de Águas e Esgotos – CEDAE;
Funções de custos utilizadas na elaboração de estimativas de custos
para Companhia de Saneamento de Mato Grosso do Sul - SANESUL,
para diversas unidades operacionais dos sistemas de abastecimento
de água;
Sistema Nacional de Preços da Indústria da Construção Civil – SINAPI
da Caixa Econômica Federal;
Composições de serviços baseados nos custos do SINAPI e em
consultas a empresas do mercado.
Com relação aos custos para elaboração de projetos básicos e executivos os
valores foram definidos a partir dos índices percentuais médios relativos aos custos
de implantação dos sistemas, conforme metodologia adotada pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento - BID, utilizado no Programa Baixado Viva
considerado pela CEDAE (2013) na elaboração de projetos, e que são de 2% e 1%,
respectivamente.
Também foram considerados os índices percentuais médios referentes ao custo de
implantação do sistema utilizados pelo BID, para os custos com gerenciamento de 131
projetos e supervisão de obras, e que neste caso são de 1,4% e 2,5%,
respectivamente.
As despesas de manutenção e operação do sistema foram calculadas considerando-
se o custo virtual do empreendimento, considerando 100% de atendimento às
demandas diagnosticadas. Foi adotada a metodologia utilizada pela CEDAE (2013),
que considera o anexo 11, do trabalho intitulado "Espirito Santo Water and Coastal
Pollution Management Project Marginal Cost Pricing Analysis: Methodology and
Results", elaborado pelo Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento - BIRD para a Companhia Espiritosantense de Saneamento –
CESAN. O percentual para a manutenção é de 5%, considerando pequenos ajustes
para o contexto de Porto.
Na análise das receitas e despesas do cenário factível estão previstos investimentos
para melhoria do sistema na zona rural, considerando implantação de reservação
complementar nas comunidades que atualmente possuem déficit no abastecimento,
assim como prevê instalação de rede e ligações domiciliares para todas as
moradias. Este cenário prevê a cobertura integral de hidrometração.
Na construção do cenário, o cronograma de execução dos serviços prevê que os
déficits na reservação, produção e distribuição de água serão parcialmente sanados,
sendo 40% no prazo imediato, 20% a curto prazo, 20% a médio prazo e 20% a longo
prazo, tanto para a zona urbana e zona rural.
Os parâmetros adotados para a prestação de serviços no setor de abastecimento de
água no cenário factível são:
a) Produção de Água
Consumo médio per capita de 120l/dia, baseado nos estudos da
FUNASA (2004) para uma população abastecida com ligações
domiciliares, em núcleos de 6 mil a 30 mil habitantes, que
recomenda taxas entre 120 a 200 l/hab.dia.
Os coeficientes de dimensionamento das vazões diária e horária
adotados (K1 e K2) são de 1,2 e 1,5 respectivamente.
Índice médio de perdas na ordem de 25%.
b) Ligação domiciliar com hidrômetro132
Taxa de hidrometração (indicada pela Concessionária) de 2,6
hab/ligação.
c) Implantação de rede de distribuição (considerado similar aos serviços de
substituição)
No dimensionamento do cenário factível é prevista a substituição de
20% da rede existente e implantação de rede nova, adotando-se a
taxa de 7,85 m/hab, considerando a área de cobertura e a evolução
populacional. Descontando a rede já implantada essa taxa cai para
5,6m/hab.
d) Reservação
Aumento na capacidade de reservação de 300 m³, tendo em vista a
adoção de uma taxa de consumo per capita maior do que a atual,
de 120l/s na zona urbana; e aumento de 200m³ na zona rural.
e) Hidrometração
Índice de hidrometração de 100% na zona urbana e rural;
Faturamento na ordem de 90%;
Despesas de manutenção em torno de 80%, sendo que deste valor,
cerca de 50% refere-se à despesa com pessoal.
f) Manutenção
Acréscimo de 5% para manutenção dos novos itens do sistema
melhorado.
g) Custos ambientais
Foram considerados os valores para licenciamento ambiental dos
empreendimentos a serem implantados, bem como regularização
dos poços da zona urbana (35);
Os valores adotados para as taxas de licenciamento consideraram
a legislação estadual em vigor (Resolução CONSEMA Nº. 010 de
25 de Novembro de 2009 e o Decreto 14.079/2010);
133
Os valores dos estudos ambientais foram estimados com base em
preços cotados no mercado local.
De acordo com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) na área de saneamento recebeu
do Ministério das Cidades investimento de R$ 41 bilhões para aplicar em municípios
com mais de 50 mil habitantes, nas regiões metropolitanas e Região Integrada de
Desenvolvimento (Ride). Com relação aos municípios abaixo desse limite, a
Fundação Nacional de Saúde (Funasa) disponibilizará mais R$ 4 bilhões. O apoio de
recursos financeiros para empreendimentos de saneamento do PAC é feito com
base na população do município a ser atendido. A previsão é de R$ 2,64 bilhões
para os municípios com população até 50 mil habitantes, sendo R$ 1,6 bilhão para
esgotamento sanitário, R$ 850 milhões para abastecimento de água, R$ 370
milhões para saneamento domiciliar e R$ 180 milhões para resíduos sólidos (lixo).
A Funasa seleciona os municípios com as maiores taxas de mortalidade infantil,
garantindo pelo menos cinco em cada Estado. Para calcular a taxa de mortalidade,
considera a média entre os anos de 2003 e 2005. A seleção dos projetos
apresentados foi realizada a partir da deliberação do Grupo Executivo do Programa
de Aceleração do Crescimento (Gepac), instituído pelo Decreto n° 6.025, de 22 de
janeiro de 2007.
Em função desses dados, e dos valores já liberados para o município de Porto
estima-se um aporte anual para o município em torno de R$ 10,00/hab proveniente
de verbas federais para o setor de abastecimento de água.
As Tabelas 02 a 08 apresentam as metas para cenários futuros em relação ao setor
de Abastecimento de Água.
Tabela 02: Metas do Cenário Factível para o Setor de Abastecimento de Água – zona urbana
Prazos População Beneficiad
Extensão da rede a
Ligações Novas
Vazão Média de
Indicadores de
134
a (hab)ampliar
(m)(unid)
Instalação de SAA
(l/s)
Cobertura (%)
Imediat
o8.085 4.340 451 16,17
40
Curto 8.712 6.496 675 17,42 60
Médio 9.387 8.825 917 18,77 80
Longo 10.115 11.337 1.178 20,23 100
Tabela 03: Metas do Cenário Factível para o Setor de Abastecimento de Água – zona rural
PrazosPopulação Beneficiad
a (hab)
Ligações Novas (unid)
Vazão Média de
Instalação de SAA
(l/s)
Indicadores de
Cobertura (%)
Imediato 4.734 68 9,47 40Curto 5.104 142 10,21 60Médio 5.501 221 11,00 80Longo 5.929 307 11,86 100
Os valores unitários para execução dos serviços podem ser observados na Tabela
04.
Tabela 04: Valores Unitários Adotados na Estimativa de Despesas e Receitas do Setor de Abastecimento de Água em Porto
Item UnidValor Unit
(R$)Fonte
Produção de água l/s 35.000,00 CEDAE (2013)Ligação com hidrômetro unid 452,43 SINAPIImplantação de rede m 104,79 SINAPIAmpliação da reservação
m³ 1.996,36 SINAPI
135
Tabela 05: Estimativa de Despesas e Receitas para o Setor de Abastecimento de Água – Cenário Factível (Zona Urbana)
Prazos
População
urbana (hab)
Rede a
ampliar
(m)
Ligações
Novas (unid)
Vazão de
Instalação de SAA (l/s)
Ampliação do
SAA (R$)
Ligações domiciliares com hidrômetros (R$)
Ampliação da rede (distribuiç
ão) (R$)
Ampliação da
reservação (R$)
Despesas de
Manutenção (R$)
Receita Hidrometra
ção por Período
(perda de 25%)
Receita Investimentos (R$)
(R$)Imediato
8.085 4.340 451 16,17 373.364,07
204.045,93
454.807,33
399.271,65
4.294.233,99
3.272.527,27
346.110,25Curto 8.712 6.496 675 17,42 298.691
,26305.390,2
5680.743,8
7399.271,
654.626.432
,363.525.687,2
6372.885,05
Médio 9.387 8.825 917 18,77 224.018,44
414.878,31
924.809,83
499.089,57
4.985.286,72
3.799.161,10
401.808,29Longo 10.115 11.33
71.178 20,23 224.018
,44532.962,5
41.188.053,
14499.089,
575.372.337
,884.094.123,0
1433.004,16
Tabela 06: Estimativa de Despesas e Receitas para o Setor de Abastecimento de Água – Cenário Factivel Zona Rural
Prazos
População
urbana (hab)
Rede a
ampliar (m)
Ligações
Novas (unid)
Ampliação do SAA (R$)
Ligações domiciliar
es com hidrômetr
os (R$)
Ampliação da rede
(distribuição) (R$)
Ampliação da
reservação (R$)
Despesas de
Manutenção (R$)
Receita Hidrometraç
ão por Período
(perda de 25%)
Receita Investiment
os (R$)
(R$)Imedia
to 4.734 5000 68 112.009,22 30.765,24 523.971,57 199.635,
83616.323,5
0 469.684,57 111.307,30
Curto 5.104 5000 142 112.009,22 64.245,06 523.971,57 199.635,
83616.323,5
0 469.684,57 111.307,30
Médio 5.501 5000 221 74.672,81 99.987,03 523.971,57 299.453,
74924.485,2
5 704.526,86 146.124,03
Longo 5.929 5000 307 74.672,81
138.896,01 523.971,57 299.453,
741.001.525,
69 763.237,43 188.346,80
136
Tabela 07: Comparativo das Despesas e das Receitas – Cenário Factível (Abastecimento de Água)
Prazos Despesas (R$) Receitas (R$) Diferença (R$)
Imediato 7.208.428,33 4.199.629,40 -3.008.798,93
Curto 7.826.714,57 4.479.564,18 -3.347.150,39
Médio 8.970.653,27 5.051.620,28 -3.919.032,99
Longo 9.854.981,40 5.478.711,41 -4.376.269,99
Tabela 08: Despesas Complementares - Cenário Factível (Abastecimento de Água)
PrazosProjetos
R$
Superv. Obras (R$)
Licenciamento Ambiental
(R$)
Despesa com Manutenção e
Otimização (R$)
Despesa Total (R$)
Receitas (R$)Despesas x
Receita
Imediato 75.000,00 62.500,00 25.000,00 7.208.428,33 7.370.928,33 4.199.629,40 -3.171.298,93
Curto 60.000,00 50.000,00 12.500,00 7.826.714,57 7.949.214,57 4.479.564,18 -3.469.650,39
Médio 45.000,00 40.000,00 12.500,00 8.970.653,27 9.068.153,27 5.051.620,28 -4.016.532,99
Longo 45.000,00 40.000,00 12.500,00 9.854.981,40 9.952.481,40 5.478.711,41 -4.473.769,99
137
2.3.5.2.2 Cenário de Referência – Abastecimento de Água
Para elaboração deste prognóstico, foi considerado o cenário FACTÍVEL, por se
tratar de um cenário possível de ser alcançado tanto tecnicamente quanto
economicamente. A seguir são detalhadas as metas do cenário:
Universalização da Cobertura do Abastecimento de Água
Pelas informações obtidas juntamente à AGESPISA e à Administração Municipal,
referente ao ano de 2014/2015, a cobertura do sistema de abastecimento de água
na área urbana de Porto é de 85,00%.
Já na área rural, o atendimento é realizado por sistemas unifamiliares ou
multifamiliares, conforme demonstrado no diagnóstico do sistema de abastecimento
de água.
Portanto, propõe-se no presente Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB a
meta de manter a cobertura de 100% do sistema de abastecimento de água na área
urbana de Porto, ficando as áreas rurais atendidas por sistemas unifamiliares ou
multifamiliares, porém com a devida fiscalização sanitária municipal ao longo do
período de planejamento para garantir a qualidade da água para abastecimento.
Potabilidade da Água
Para efeito de cumprimento da evolução da meta em relação ao IPA, a água
produzida será considerada adequada se, a média dos IPA apurados nos últimos 12
meses atender os valores especificados no Quadro 29.
Quadro 29: Metas do IPA.Ano Meta do IPA (%)
1 Medição inicial
2 Incremento necessário para atingir 90%, se inferior a este percentual.
3 em diante
Incremento de 4% ao ano, até atingir e manter, no mínimo, 98%.
138
Continuidade do Abastecimento de Água
O Quadro 30 mostra os valores do ICA a serem atingidos ao longo do tempo.
Quadro 30: Metas do ICA.Ano Meta do ICA (%)
1 Medição inicial
2 Incremento necessário para atingir 90%, se inferior a este percentual.
3 em diante
Incremento de 4% ao ano, até atingir e manter, no mínimo, 98%.
Perdas no Sistema de Distribuição
O índice de perdas na distribuição de água de um sistema de abastecimento é
considerado adequado quando inferior a 25% do volume produzido.
Na Sede de Porto, o índice de perdas médio ao longo do ano de 2014 foi de 42,13%.
Portanto fica fixada no presente Plano Municipal de Saneamento Básico a meta de
redução anual de 1% do índice de perdas até atingir a faixa de 25%, mantendo este
patamar ao longo de todo o período de planejamento, conforme demonstrado no
Quadro 31.
Quadro 31: Meta de Redução das Perdas da Sede Municipal de Porto(PI)
Ano Meta1 ao 5 Redução de 2% a.a.
6 em diante Redução de 1% a.a. até atingir 25%
139
Tabela 09: Abastecimento de Água - Zona Urbana e Zona Rural.ZONA URBANA
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
O atendimento da zona urbana é deficiente, possuindo infraestrutura fragilizada por diversos problemas, a saber:
O sistema de abastecimento existente na zona urbana não atende a toda a população, necessitando de ampliação da adução e da rede de distribuição;
O sistema de abastecimento implantado apresenta alta taxa de perdas por falhas na hidrometração e ausência de mecanismos de controle de perdas;
O reservatório existente necessita de reparos;
A reservação necessita ser ampliada;
O sistema de energia elétrica da cidade apresenta deficiências que prejudicam o atendimento aos sistemas de saneamento, causando interrupções e falhas nos equipamentos instalados.
Dotar a população de sistema de abastecimento d’agua com qualidade visando a universalização e a equidade.
1. Dotar os poços tubulares existentes na zona urbana de proteção sanitária.
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
Fortalecimento da infraestrutura de abastecimento de água existente na zona urbana.
1.Criar, implantar e manter programas de prevenção, controle e redução de perdas;
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Reforma do reservatório existente na zona urbana; ALTA 2015/2017 -- -- --
3. Implantação de Programa de Hidrometração das ligações Domiciliares existentes na zona urbana;
ALTA 2015/2017 -- -- --
4. Construir reservatório de concreto armado de 300 m³ na zona urbana; MÉDIA -- 2018/2023 -- --
5. Ampliação do sistema de adução e rede de distribuição com ligações domiciliares na zona urbana;
MÉDIA -- 2018/2023 2024/2030 2031/2035
6. Ampliar a capacidade de energia elétrica da sede para regularizar fornecimento de energia para a infraestrutura de abastecimento;
ALTA 2015/2017 -- -- --
7. Ampliar da capacidade de produção da ETA de 15 l/s para 30 l/s – Zona urbana.
MÉDIA -- 2018/2023 -- --
140
Tabela 09: Abastecimento de Água - Zona Urbana e Zona Rural (cont.).ZONA RURAL
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
O atendimento da zona rural é deficiente, possuindo infraestrutura fragilizada por diversos problemas, a saber:
O sistema de abastecimento existente na zona rural não atende a toda a população, necessitando de ampliação da adução e de redes de distribuição com ligações domiciliares;
O sistema de abastecimento implantado apresenta alta taxa de perdas por falhas na hidrometração e ausência de mecanismos de controle de perdas;
Os reservatórios existentes necessitam de reparos;
A reservação necessita ser ampliada;
O sistema de energia elétrica da cidade apresenta deficiências que prejudicam o atendimento aos sistemas de saneamento, causando interrupções e falhas nos equipamentos instalados.
Dotar a população de sistema de abastecimento d’agua com qualidade visando a universalização e a equidade.
1. Implantar equipamentos dessalinizadores na zona rural nos poços existentes da zona rural com aeração (comunidades Giral, Assentamento Estiva, Salina, Mororó, Variante, Tenda de Côco, Piões, João Pinto, Vila Boa Hora, Baixão, Olho Dágua, Brasileira, Sítio Velha e Titaras, Estanhado, Anajás, Banca de Areia, Inácio André, Pedras e Cassiano);
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Dotar os poços tubulares existentes na zona urbana e rural de proteção sanitária;
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
3. Implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água na zona rural (comunidades Giral, Assentamento Estiva, Salina, Mororó, Tenda de Côco);
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
4. Implantação de rede de distribuição com ligações domiciliares na localidade Saco, Salinas, Estiva, Carlos, João Pinto, Olho D’água, Anajás, Banca de Areia, Inácio André, Baixão, Cassiano);
MÉDIA -- 2018/2023 2024/2030 2031/2035
5. Reforma da Casa de Bomba do Poço em Pilões; BAIXA -- 2018/2023 -- --
6. Perfuração de poços tubulares com casa de bomba na localidade Baixão. MÉDIA -- 2018/2023 -- --
141
2.3.5.3 Análise Swot – Esgotamento Sanitário
Nesta análise, as forças e fraquezas representam o ambiente interno do setor,
enquanto as oportunidades e ameaças são uma situação externa do sistema de
abastecimento.
No Quadro 32 está apresentada a análise SWOT do sistema de esgotamento
sanitário do município de Porto.
Quadro 32: Análise SWOT do SES de Porto (PI)
FORÇAS Área de Reflexão FRAQUEZAS
Atingir uma cobertura de 100% na Zona Urbana
Sistema de Esgotamento
Sanitário
Inexistência de cronograma de ampliação da prestação de serviço
Inexistência de energia elétrica para o atendimento da E.T.E.
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Obtenção de recursos federais para obras de ampliação da rede de esgotamento sanitário
Dificuldade de obtenção de recursos federais
Convênio entre município e uma agência reguladora para garantir o cumprimento das metas do PMSB.
Não cumprimento das metas por ineficiência na regulação e fiscalização.
2.3.5.4 Estudo de Cenários – Esgotamento Sanitário
Os Cenários propostos para o SES estão sintetizados no Quadro 33:
142
Quadro 33: Síntese dos Cenários para o SAA.
MetasCenário Estudado
Ideal Factível RetrógradoUniversalização
do atendimento da população urbana
100% 100% até o ano 10
Diminuição da atual cobertura
Qualidade do Efluente 100% no Ano 1
≥ 95% no Ano 1
Diminuição da atual qualidade de tratamento
CENÁRIO 1 - IDEAL:
Teórico - O qual deverá apontar o futuro ideal, sem prazos, sem restrições
tecnológicas ou de cooperação, ou ainda, sem limitações de recursos materiais e
financeiros. Neste cenário têm-se:
A universalização do atendimento da população, ou seja, 100% da população local será atendida com serviço de esgotamento sanitário, desde o Ano 1 do PMSB até o final do período de planejamento;
A qualidade do esgoto tratado atenderá permanentemente à 100% da legislação vigente, desde o Ano 1 do PMSB até o final do período de planejamento;
CENÁRIO 2 – FACTÍVEL: A partir das tendências de desenvolvimento do passado
recente, considera-se para o futuro os principais vetores estratégicos, associados à
mobilização da capacidade de modernização. Nesse quadro ter-se-á uma
compatibilização da disponibilidade de recursos tecnológicos e financeiros para
atendimento de uma situação real, certamente melhor que o tendencial, buscando o
cenário ideal.
Este cenário propõe que o município melhore seus índices atuais a partir de
metodologias, programas e ações que estejam mais próximos da realidade local e
que consigam avançar gradativamente viabilizando assim as melhorias necessárias
143
para que o SES opere de maneira satisfatória e atenda todas as Legislações
Ambientais vigentes.
O atendimento da população evolui gradativamente de maneira buscando o neste setor o cenário ideal.
A qualidade do esgoto recolhido e tratado continua evoluindo, atingindo e mantendo um patamar bastante aceitável, atendendo plenamente à legislação ambiental vigente.
CENÁRIO 3 - RETRÓGRADO: Proposição de uma situação em que nada que já
exista sofra alguma melhoria ou ampliação.
Descontinuidade ou desaceleração no ritmo das ações de planejamento, de
investimentos e de melhorias operacionais e institucionais, o que com certeza
acarretaria uma diminuição da cobertura, da melhoria da qualidade ambiental dos
mananciais e o aumento nas doenças de vinculação hídrica.
a universalização do atendimento da população diminuiria ao longo do tempo, pois não existiriam investimentos suficientes para atendimento do crescimento vegetativo pela evolução populacional e pela ampliação do percentual de cobertura;
a qualidade do esgoto tratado diminuiria, passando a não atender plenamente à legislação ambiental vigente, temporariamente ou de forma permanente.
2.3.5.4.1 Metodologia de Calculo
Diante da necessidade do município atingir e manter a universalização dos serviços
de esgotamento sanitário, seguindo os parâmetros da Política Nacional de
Saneamento Básico, o cenário ideal prevê a implantação do sistema para atender
100% da população e demanda futura, com o incremento da população. Para tal, na
zona urbana é prevista a ampliação do sistema existente composto por rede coletora
e estação de tratamento, e na zona rural por sistemas unifamiliares.
Soluções individuais não constituem serviço público de saneamento, no entanto,
sendo esta a alternativa mais viável para atender a população rural dispersa, torna-
se necessário incluir esta ação dentre as prioridades como modalidade alternativa
de tratamento.
144
Para cálculo da vazão de esgotos, adota-se o coeficiente de retorno (C) como sendo
0,80 em relação ao consumo de agua, com base em orientações da NBR
9649/1986: Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário – Procedimento, valor
usualmente adotado em projetos similares.
As estimativas de custos para cálculo das despesas e receitas para ampliação do
sistema de esgotamento sanitário consideraram a prestação de serviços composta
basicamente por rede coletora (extensão de 22.352m e 06 sub-bacias), estações
elevatórias (06 unids), tratamento e manutenção e operacionalização do sistema,
além dos custos para licenciamento ambiental do sistema, bem como despesas com
a elaboração de projetos e gerenciamento das obras, da mesma forma que foi
considerada para o setor de abastecimento de água. As metas definidas neste
cenário estão representadas na Tabela 08 abaixo.
145
Tabela 10: Metas do Cenário Factível para o Setor de Esgotamento Sanitário (zona urbana e rural)
Prazos
População Beneficiada na Zona
Urbana (hab)
Rede Coletora
(m)
Ligações Novas (HAB)
Vazão Média de
Instalação de SAA (l/s)
Vazão Média
de esgotos (l/s)
População Beneficiada na Zona
Rural (hab)
Módulos Sanitários
(unid)
Indicadores de
Cobertura (%)
Imediato 8.085 24.678 451 16,17 9,31 4.077 929 40Curto 8.712 27.247 675 17,42 11,15 3.782 864 60Médio 9.387 27.247 917 18,77 12,02 3.509 804 80Longo 10.115 27.247 1.178 20,23 12,95 3.256 748 100
146
Os preços de serviços e insumos adotados fundamentaram-se em dados fornecidos
por entidades oficiais e trabalhos similares, conforme a seguir:
- Funções de custos utilizadas na elaboração de estimativas de custos para
Companhia de Saneamento de Mato Grosso do Sul - SANESUL;
- Composições de serviços baseados nos custos do Sistema Nacional de Preços da
Indústria da Construção Civil – SINAPI da Caixa Econômica Federal - SINAPI e em
consultas a empresas do mercado.
Com relação aos custos para elaboração de projetos básicos e executivos os
valores foram definidos a partir dos índices percentuais médios relativos aos custos
de implantação dos sistemas, conforme metodologia adotada pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento - BID, utilizado no Programa Baixada Viva
considerado pela CEDAE (2013) na elaboração de projetos, e que são de 2% e 1%,
respectivamente.
Também foram considerados os índices percentuais médios referentes ao custo de
implantação do sistema utilizados pelo BID, para os custos com gerenciamento de
projetos e supervisão de obras, e que neste caso são de 1,4% e 2,5%,
respectivamente.
As despesas de manutenção e operação do sistema foram calculadas considerando-
se o custo virtual do empreendimento, 100% de atendimento às demandas
diagnosticadas.
Assim como para o setor de abastecimento de água, foi adotada a metodologia
utilizada pela CEDAE (2013), que considera o anexo 11, do trabalho "Espirito Santo
Water and Coastal Pollution Management Project Marginal Cost Pricing Analysis:
Methodology and Results", elaborado pelo Banco Internacional para a Reconstrução
e o Desenvolvimento - BIRD para a Companhia Espiritosantense de Saneamento –
CESAN. O percentual para a manutenção é de 5%, considerando pequenos ajustes
para o contexto de Porto.
147
Na construção do cenário, o cronograma de execução dos serviços prevê que os
déficits serão sanados por etapas, sendo 40% no prazo imediato, 20% a curto prazo,
20% a médio prazo e 20% a longo prazo, tanto para a zona urbana e zona rural.
Em função das liberações previstas pelo PAC 2, e dos valores já liberados para o
município de Porto em 2013 estima-se um aporte anual para o município em torno
de R$ 16,09/hab proveniente de verbas federais para o setor de esgotamento
sanitário.
Na análise do quadro financeiro decorrente deste cenário, as despesas previstas
para o sistema compreendem a instalação de Estação de Tratamento de Esgotos –
ETE com lagoas de tratamento, rede coletora e estações elevatórias, para atender a
demanda da zona urbana (80% da vazão projetada para o abastecimento de água),
além das ligações domiciliares e dos custos de manutenção conforme os mesmos
parâmetros adotados para o sistema de abastecimento de água.
Os valores unitários para os serviços podem ser observados nas Tabelas 11 a 13.
Tabela 11: Preços Unitários de Serviços Adotados para Projeção do Sistema de Esgotamento Sanitário em Porto – Cenário Factível
ItemUnidade
baseValor unit
(R$)Fonte
Tratamento l/s 30.000,00 CEDAE (2013)Ligação domiciliar unid 280,00 Composição anexa
Implantação de rede m 300,00 Composição anexaConstrução de
Módulo SanitárioR$/unid 7.000,00 Composição anexa
Receita proveniente da cobrança do
serviçom³ 2,57
Baseado no preço adotado para o SAA
148
Tabela 12: Estimativa de Despesas e Receitas para o Setor de Esgotamento Sanitário – Cenário Factível (Zona Urbana e rural)
Prazos Tratamento (R$)
Ligações Domiciliares
(R$)
Rede Coletora
(R$)
Módulos Sanitários
(R$)
Despesas de Manutenção
(R$)
Receita Hidrometração
(R$)
Receita Investimentos
(R$)
Imediato 279.300,00 30.765,24 698.400,00 476.000,00 3.441.900,00 2.868.832,41 1.624.067,67
Curto 334.500,00 64.245,06 734.550,00 994.000,00 3.800.412,00 3.167.653,08 1.793.233,41
Médio 563.100,00 99.987,03 734.550,00 1.547.000,00 4.196.038,00 3.497.408,36 1.979.910,48
Longo 606.900,00 138.896,01 734.550,00 2.149.000,00 4.196.038,00 3.497.408,36 1.979.910,48
Tabela 13: Comparativo das Despesas e das Receitas incluindo Serviços Complementares – Cenário Factível (Esgotamento Sanitário)
Prazos Projetos(R$)
Superv. Obras(R$)
Custos com Licenciamento
Ambiental (R$)
Custos de Manutenção e
Otimização (R$)
Total Despesas
(R$)Total
Receita (R$)Despesas x
Receitas
Imediato 200.000,00 165.000,00 15.000,00 7.795.197,65 8.175.197,65 4.492.900,08 -3.682.297,57Curto 85.000,00 75.000,00 6.500,00 9.095.360,14 9.261.860,14 4.960.886,49 -4.300.973,65Médio 85.000,00 75.000,00 6.500,00 10.638.083,39 10.804.583,39 5.477.318,84 -5.327.264,65Longo 85.000,00 70.000,00 7.000,00 11.322.792,37 11.484.792,37 5.477.318,84 -6.007.473,53
149
2.3.5.4.2 Cenário de Referência – Esgotamento Sanitário
Para elaboração deste prognóstico, foi considerado o cenário FACTÍVEL, até
por que este está próximo do cenário IDEAL para o município de Porto(PI). A
seguir, tem-se o detalhamento das metas deste cenário:
Universalização da Cobertura de Esgotamento Sanitário
O sistema de esgotamento sanitário possuirá a partir de 2015 uma cobertura
de 80% da área urbana, já na área rural não existe um sistema implantado.
Fica então fixado no presente Plano Municipal de Saneamento Básico o
atendimento de 100% da população da sede do município, já para a área rural,
o atendimento deve ser realizado por sistemas unifamiliares com a devida
fiscalização da vigilância sanitária municipal ao longo do período de
planejamento.
No Quadro 34 são discriminadas as metas anuais de cobertura em esgoto
propostas ao longo do período de planejamento para a área urbana do sistema
Porto.
Quadro 34: Metas Anuais da Cobertura de Esgoto do Sistema Porto.
Ano Cobertura em Esgoto CBE (%) Ano Cobertura em
Esgoto CBE (%)2015 80 2025 1002016 82 2026 1002017 84 2027 1002018 86 2028 1002019 88 2029 1002020 90 2030 1002021 92 2031 1002022 94 2032 1002023 96 2033 1002024 98 2034 100
150
Eficiência do Tratamento de Esgoto
A apuração mensal do IQE não isenta a Operadora da obrigação de cumprir
integralmente o disposto na legislação vigente, nem de suas responsabilidades
perante outros órgãos fiscalizadores.
A meta a ser cumprida, desde o início de operação do sistema, é IQE = 100%.
151
Tabela 14: Esgotamento Sanitário - Zona Urbana e Zona Rural
ZONA URBANA
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
População com maus hábitos sanitários, que não foi alvo de programas de Educação Ambiental ou Sanitária.
Criar programas sociais de utilização dos módulos sanitários.
1. Implantar programa de Educação Ambiental e Sanitária nas localidades que receberão os módulos sanitários.
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
O sistema de energia elétrica da cidade apresenta deficiências que prejudicam o atendimento aos sistemas de saneamento, causando interrupções e falhas nos equipamentos instalados.
Fortalecimento da infraestrutura elétrica para atendimento e funcionamento da ETE.
1. Reforço do sistema de energia elétrica para atendimento e funcionamento da ETE.
ALTA 2015/2017 -- -- --
A infraestrutura de esgotamento sanitário existente na zona urbana não atende a toda a população
Ampliar a rede coletora de esgotos da cidade.
1. Ampliar rede coletora de esgotos da zona urbana; ALTA -- 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Instalar estações elevatórias da zona urbana. ALTA -- 2018/2023 2024/2030 2031/2035
152
Tabela 14: Esgotamento Sanitário - Zona Urbana e Zona Rural (cont.)
ZONA RURAL
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
Ausência de infraestrutura de esgotamento sanitário (coleta e tratamento) para a comunidade rural
Dotar a população de alternativas individuais de esgotamento sanitário visando universalização e a equidade.
1. Implantar módulos sanitários domiciliares da zona rural (localidades Pilão, Giral, Cantinho II, São Francisco, Tenda de Côco, Variante, Salinas, Estivas, Mororó, Estanhado e João Pinto, Vila Boa Hora, Olho D’Água, Anajás, Brasileira e Banca de Areia, Sítio Velho, Inácio André, Baixão, Cassiano e Titara).
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
População com maus hábitos sanitários, que não foi alvo de programas de Educação Ambiental ou Sanitária.
Criar programas sociais de utilização dos módulos sanitários.
2. Implantar programa de Educação Ambiental e Sanitária nas localidades que receberão os módulos sanitários.
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
153
2.3.5.4.3 Análise SWOT – RESIDUOS SÓLIDOS
A gestão municipal e operacionalização dos serviços da Limpeza Urbana em
Porto apresentam grandes deficiências, encontrando-se fragilizado por uma
série de fatores relacionados às condições político-institucionais do município:
deficiência financeira e produtiva; reduzida capacidade organizacional; e
ausência de um capital social qualificado que seja capaz de atuar como
partícipe de uma gestão social e contribuir para uma administração eficiente.
Outro importante aspecto é que o setor de gestão de RSU não possui destaque
no arranjo institucional da administração municipal, sendo representado, em
geral, por um departamento diretamente relacionado com a operacionalização
dos serviços de manejo de resíduos, no caso, o setor responsável pela gestão
da limpeza urbana é a Secretaria de Obras e Infraestrutura, sendo que a
coleta, feita de segunda a sábado, é realizada com o uso de carroças (14
unidades), e para o gerenciamento do setor há apenas 02 (dois) funcionários.
Os serviços de varrição e capina são realizados por frentes de serviços
temporárias em determinados períodos do mês.
No município de Porto (PI), os moradores desenvolveram o costume de colocar
fogo no lixo doméstico. Na falta dos lixeiros, a comunidade faz suas queimadas
esquecendo-se de que a fumaça, além de afetar o meio ambiente, traz sérias
complicações para a saúde dos indivíduos, reclamação percebida em grande
parte das entrevistas realizadas nas comunidades.
Além da queima do lixo doméstico, muitas pessoas se queixam de caieiras que
são feitas produzindo fumaça. Caieiras, que são buracos cavados no chão
onde se deposita a casca do babaçu que são cobertas por folhas e terra, e
carbonizadas lentamente, transformando em carvão vegetal. A casca do coco
babaçu, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, usado como
combustível em várias regiões do nordeste do Brasil, e serve como fonte de
renda para muitos moradores, assim como a venda das amêndoas.
Em termos ambientais, o maior desafio é com relação a destinação: os
resíduos da coleta na zona urbana são lançados no “lixão”.
154
O lixão da cidade está situado a 3,5km na saída da cidade, na estrada que liga
o município de Porto (PI) a Nossa Senhora dos Remédios (PI), na margem da
PI-112, nas coordenadas UTM SAD 69 23M 757927 9566943. A área não
possui sinalização ou identificação, nem delimitação com cerca. Não há
qualquer forma de monitoramento ambiental, nem rotina operacional de
cobertura das valas. Nos povoados na zona rural, cada residência é
responsável pela destinação do seu lixo que em geral é lançado a céu aberto
ou queimado.
Nesse cenário observa-se que a administração municipal não possui uma
gestão integrada, que considere os aspectos sanitários, ambientais e
econômicos em todas as etapas do processo (coleta, transporte e destinação),
como recomenda a Política Nacional de Resíduos Sólidos, através da Lei nº
12.305, de 2 de agosto de 2010.
A coleta é feita com a utilização de carroças (15 unidades) com tração animal
que percorrem toda a zona urbana, de segunda a sexta, durante o dia. A
varrição é realizada apenas nas principais ruas do centro da cidade (onde
estão localizados equipamentos públicos e a maior parte dos empreendimentos
comerciais). Há um caminhão para a coleta de resíduos de poda, de
construção e demolição e de RSS. A cada 3 meses é feito um mutirão com 50
varredores para a varrição de todas as ruas. Os serviços de coleta e manejo de
resíduos são terceirizados, por meio de um contrato mensal de R$ 48.000, 00.
A área de destinação atual é ambientalmente inadequada, pois fica próximo a
um riacho temporário e de topografia irregular.
São coletados anualmente, segundo a empresa terceirizada, cerca de 2 mil
toneladas de RDO (incluindo os resíduos públicos e comerciais), no entanto a
coleta não atinge a toda a zona urbana (menos de 80 % de cobertura), o que
implica em uma massa gerada superior ao que é registrado. E, também, há
vários pontos de lançamentos clandestinos que não são contabilizados.
Um outro problema da administração é encontrar disponibilidade de áreas para
a construção de um aterro sanitário. O município possui boa parte de seu
território sujeita a inundações no período de chuvas, como foi diagnosticado
155
nos estudos iniciais do PMSB, é difícil localizar um terreno que possua
condições físicas adequadas às exigências técnicas e legais para implantação
de um aterro, tais como: profundidade maior que 2m para o nível freático,
distância maior que 4km para córregos ou linhas de drenagem, topografia
Dentre os pontos fracos verificam-se as dificuldades do município para lidar
com o problema da falta de conhecimento e do despreparo da equipe
administrativa municipal para a gestão do setor. A preocupação preponderante
focaliza apenas a atividade de “remoção” dos resíduos da porta dos domicílios
e a destinação para áreas distantes do centro das cidades. A ausência de
ações educativas junto à população construíram, ao longo do tempo, fortes
condicionamentos na comunidade que precisam ser trabalhados para que
propostas de gestão integrada e otimizada possam vir a se efetivar, de fato.
Com relação à participação da população, não existe canal de comunicação
formal entre a prefeitura e os munícipes que centralize solicitações,
reclamações ou sugestões, até porque não há estrutura para responder às
demandas. As queixas ou solicitações da população são apresentadas
informalmente aos representantes dos órgãos competentes ou diretamente ao
prefeito.
Não foi identificado aporte de recursos federais para este setor nos últimos 05
anos.
As despesas previstas no Plano Plurianual Municipal (2014/2017) referentes
aos serviços relacionados com a limpeza urbana podem ser observados na
Tabela 15.
Tabela 15: Despesas e Receitas no Setor de Limpeza Urbana (cenário atual)
DESCRIÇÃO/ ANO QUANTID UNID DESPESA/ANO (R$)
SUBTOTAL R$
OBRAS DIVERSAS 20 ANO 31.250,00 625.000,00IMPLANTAÇÃO DE UNID. DE MANEJO DE RES.SOLIDOS
20 ANO 87.500,00 1.750.000,00
MANUT. DA LIMPEZA PUBLICA
20 ANO 777.500,00 15.550.000,00
TOTAL 17.925.000,00
156
Quadro 35: Resultado da Análise de SWOT para o Setor de Limpeza Urbana
DESAFIOS (Pontos Fracos) FORTALEZAS OPORTUNIDADES AMEAÇAS1. A cobertura de lixo é parcial. A rota da coleta de lixo não atende a todas as vias da zona urbana e é preciso criar alternativas de atendimento à zona rural. Apenas.
2. Necessidade de instalação de coletores de lixo nas vias públicas em quantidade suficiente;
3.Necessidade de implantação de mecanismos de reaproveitamento de resíduos e coleta seletiva;
4. Necessidade de implantação de Programa Municipal de Gestão de Resíduos;
5. Os resíduos atualmente são destinados para lixão. É necessário construir aterro sanitário, desativar o lixão e recuperar a área;
6. Para ampliar a coleta é preciso
1. Condições geoambientais não restritivas para a construção de aterro sanitário;
2. Proximidade com centros comercializadores de recicláveis, viabilizando a instalação de entidades de coleta seletiva;
3. Disponibilidade de áreas bem localizadas para a construção de um aterro sanitário;
4. Existência de alternativas isoladas de coleta seletiva no município.
1. Interesse do Governo Federal para investimento no setor (PAC 2);
2. Política Nacional de Saneamento Básico.
1. População com hábitos sanitários inadequados e descomprometida com ações de preservação dos recursos naturais;
2. Ausência de programas municipais de Educação Ambiental;
3. Não efetivação da política; municipal de meio ambiente.
4. Ausência de setor autônomo e estruturado administrativamente e operacionalmente para a gestão do setor.
157
adquirir equipamentos e veículos para coleta de RDO e RSS;
7. Necessidade de implantação de microssistemas de coleta e destinação de resíduos na zona rural, agregando comunidades próximas;
8. Necessidade de implantar política de incentivo a coleta seletiva como mecanismo de geração de renda, incentivando o Cooperativismo e Associativismo para a montagem de organizações comunitárias de coleta seletiva;
10. Necessidade de estruturação de alternativas de adequação do município às exigências da Política Nacional de Resíduos, incluindo alternativas para matadouros e adequação dos cemitérios.
158
2.3.5.4 Estudo de Cenários – Resíduos SólidosOs quadros a seguir apresentam um resumo comparativo sobre as condições do
setor e as metas projetadas para cada cenário.
CENÁRIO IDEAL
Visando a universalização dos serviços de limpeza urbana, seguindo os parâmetros
da Política Nacional de Saneamento Básico, o cenário ideal prevê a implantação de
sistema de coleta, transporte e destinação final para 100% da população e demanda
futura, com o incremento da população.
Neste cenário se prevê a universalização do serviço, desativação do lixão atual e
construção de um Aterro Sanitário de Pequeno Porte (ASPP) com capacidade para
até 20 t/dia, além de implantação de plano de gestão de resíduos, prevendo a
instalação de atividade de coleta seletiva, campanha de compostagem e programa
de Educação Ambiental junto à comunidade, estimando-se uma diminuição na
massa de resíduos de cerca de 30% até o ano de projeto (2033), em função da
instalação de Pontos de Entrega Voluntária para recicláveis que serão
encaminhados para Cooperativa de Catadores, assim como de campanha de
compostagem doméstica e abertura de pátio de compostagem ao lado do aterro a
ser instalado.
Quadro 36: Comparativo entre Indices do Setor de Limpeza Públicae Metas de Projeto (zona urbana) – CENÁRIO IDEAL
INDICE 2015 2.035Taxa de cobertura (%) 80 100
(incl. Zona Rural)
Destinação final Lixão Aterro sanitário
Taxa de RDO + RPU gerado (t/ano) 4,39 5,22
Massa de resíduos destinados para coleta
seletiva e compostagem orgânica (%)
< 1,0 80,68
159
Quadro 37: Análise Comparativa Despesas – CENÁRIO IDEAL
Ano Coleta,Varrição, Destinação e
Administração (R$)
Educação Ambiental
(R$)
Desativação do lixão(R$)
Transporte rejeitos coleta
seletiva (R$)
Implantação de Equipamentos de Destinação
(R$)
Receita Municipal
R$
2018 6.399.850,49 309.284,60 601.200,00 664.337,87 406.730,80 272.429,43
2024 10.605.913,01 512.550,35 300.600,00 1.080.398,23 374.404,60 451.473,50
2030 11.948.418,30 577.429,40 300.600,00 1.288.743,60 240.978,60 508.621,39
2035 11.105.261,95 536.682,31 300.600,00 1.330.867,42 179.852,40 472.729,83
CENÁRIO TENDENCIAL/RETRÓGRADOEste cenário caracteriza-se pela manutenção das condições atuais de
cobertura dos serviços de saneamento básico acompanhando o crescimento
vegetativo da população ao longo dos anos. Isso significa que os índices de
atendimento dos serviços são mantidos ao longo do horizonte do Plano.
Quadro 38: Comparativo entre Indices do Setor de Limpeza Pública e Metas de Projeto (zona urbana) – CENÁRIO IDEAL
INDICE 2015 2.035Taxa de cobertura (%) 80 80
Destinação final Lixão LixãoTaxa de RDO + RPU gerado (t/ano) 4,39 4,39
Massa de resíduos destinados para coleta seletiva e compostagem orgânica (%)
< 1,0 < 1,0
Quadro 39: Análise Comparativa Despesas – CENÁRIO TENDENCIAL
DESCRIÇÃO/ ANO QUANTID UNID DESPESA/ANO (R$)
SUBTOTAL R$
OBRAS DIVERSAS 20 ANO 31.250,00 625.000,00IMPLANTAÇÃO DE UNID. DE MANEJO DE RES.SOLIDOS
20 ANO 87.500,00 1.750.000,00
MANUT. DA LIMPEZA PUBLICA
20 ANO 777.500,00 15.550.000,00
TOTAL 17.925.000,00
160
CENÁRIO FACTÍVEL/ DE REFERÊNCIA
O Cenário Normativo ou de Referência, conforme o que foi definido, configura-se
como aquele possível de ser alcançado considerando a realidade financeira e
infraestrutural do município. Assim, esse cenário é delineado compatibilizando-se as
demandas e a disponibilidade de recursos humanos e materiais para o município
Quadro 40: Comparativo entre Indices do Setor de Limpeza Pública e Metas de Projeto (zona urbana) – CENÁRIO DE REFERÊNCIA
INDICE 2015 2.035
Taxa de cobertura (%) 80 100
Destinação final Lixão Aterro sanitário
Taxa de RDO + RPU gerado (t/ano) 2,79 3,32
Massa de resíduos destinados para coleta seletiva e compostagem orgânica (%)
< 1,0 40,0
2.3.5.5.1 Cenário de Referência – RESÍDUOS SÓLIDOS
Para alcance das metas propostas, foram definidas, com base no diagnostico
realizado, as seguintes ações:
1. Desativação do lixão atual (2,0 hectares);
2. Construção de um Aterro Sanitário de Pequeno Porte (ASPP) com
capacidade para até 20 t/dia;
3. Implantação de plano de gestão de resíduos;
4. Implantação de programa permanente de coleta seletiva e campanha de
compostagem, integrado a programa de Educação Ambiental junto à
comunidade;
5. Instalação de 03 (três) Pontos de Entrega Voluntária para recicláveis
(PEV);
6. Programa de capacitação para implantação de Cooperativa de Catadores;
7. Ampliação do sistema de coleta para atender 100% da zona urbana (23km
de percurso) e 30% da zona rural (15km de percurso), prevendo, também,
a compra de equipamentos e veículos e a realização de concurso público
para contratação de mão de obra;
161
8. Colocação de coletores de lixo (0,06 unid/hab);
9. Colocação de contêineres (0,01 unid/hab);
10. Implantação de Unidade de Triagem para Reciclagem (250m², com
previsão de 16 colaboradores);
11. Implantação de Pátio de Compostagem (3.000m²).
Neste cenário a coleta de lixo atenderá a toda a comunidade na zona urbana, com a
implantação de aterro sanitários na zona urbana (01 unid). Estão previstos, também,
custos com aquisição de maquinas e equipamentos, além dos custos com
programas de Educação Ambiental.
Nas despesas foram acrescidos custos com elaboração de projetos executivos e
com os estudos ambientais para o licenciamento das unidades.
Para cálculo dos valores de gerenciamento e operacionalização dos serviços neste
cenário foram adotados valores considerados em estudos similares de órgãos
oficiais ou instituições técnicas, conforme planilhas em anexo, com a composição de
todos os custos de serviços adotados.
Na avaliação dos custos por etapa de serviço, as incidências de cada fator que
compõe o conjunto de ações da Limpeza Urbana podem ser observadas no quadro
a seguir:
Quadro 41: Porcentagem dos itens que compõem os custos de um sistema de coleta e transporte regular de resíduos sólidos
População (hab) Mão de Obra (%)
Transporte (%)
Custos Gerenciais (%)
50.000 27,5 36,69 35,81
100.000 32,84 41,5 25,66
200.000 39,35 35,87 24,78
300.000 40,93 38,04 20,62
400.000 41,51 37,88 20,62
500.000 42,95 39,23 17,82
> 500.000 43,48 35,52 17,60Fonte: Adaptado de Lima (2003) apud Borges e Ferreira (2008)
162
A receita resultante da comercialização de recicláveis considerada nesse cenário,
visa a manutenção da unidade de triagem a ser implantada, cuja operacionalização
e gerenciamento será compartilhada com uma cooperativa de catadores, projeto a
ser fomentado para geração de renda e melhoria da condições socioeconômicas de
catadores da região.
Para viabilizar a atividade de coleta seletiva/reciclagem a Prefeitura deve trabalhar
em parceria contratual com associações e cooperativas de catadores que ficariam
responsáveis em gerenciar a parte operacional nas unidades de triagem: seleção e
enfardamento. Parte dos recursos obtidos cobriria as despesas com mão de obra,
cabendo ao consórcio a manutenção dos equipamentos e das instalações físicas.
Os preços considerados na avaliação da receita referente a coleta seletiva constam
na tabela a seguir:
Tabela 16: Preços de Compra e Venda de Recicláveis praticados no Piauí (2010)
MATERIAL PREÇO MÉDIO DE COMPRA DO
CONSUMIDOR – R$
PREÇO MÍNIMO DE VENDA – R$
PREÇO MÁXIMO DE VENDA – R$
Papelão sujo (kg) 0,08 0,1 0,1Papelão limpo (kg)
0,25 0,40 0,45
Vidro (kg) 0,03 0,14 0,14PET (kg) 0,20 0,8 1,5Outros plásticos (kg)
0,15 0,8 1,2
Ferro (tonelada) 220 140 300Alumínio (kg) 2,4 2,9 3,75
Para o cálculo da previsão de recicláveis, foram considerados os seguintes
parâmetros:
Eficiência da Coleta de Recicláveis
Prazo Imediato 5% A Curto Prazo 10% A Médio Prazo 20% A Longo Prazo 25%
163
A Lei de Saneamento Básico orienta os gestores municipais a buscar soluções
alternativas e integradas, e a aprender a ver para o setor importantes alternativas de
geração de emprego e renda, por meio de atividades como a coleta seletiva e o
reaproveitamento de resíduos. A proximidade do município de centros de compra de
recicláveis em Teresina e Parnaíba, municípios próximos, colaboram para dar a
Porto uma boa vantagem para investir nas atividades de coleta seletiva e
reciclagem.
A Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07) preconiza a
universalização do acesso aos serviços de saneamento básico e a integralização do atendimento à população, buscando para o ano de projeto, que
os serviços de saneamento básico alcancem os índices de cobertura e qualidade
mais próximos do que a Lei de Saneamento Básico define como mínimas e
necessárias.
Complementando essas diretrizes, a Política Nacional de Resíduos define, ainda,
que:
a) Todos os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não
geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a separação, a
reciclagem, a compostagem e a destinação final adequada,
prioritariamente destinando os resíduos gerados novamente ao ciclo
produtivo, através da reciclagem, reuso, dentro dos padrões
estabelecidos pela legislação e normas técnicas.
b) A responsabilidade de destinação deve ser compartilhada pelos
geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores,
comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos
resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e
embalagens pós-consumo e pós-consumo. Há cinco cadeias de
logística reversa sendo implantadas no Brasil:
Embalagens Plásticas de Óleos Lubrificantes
Lâmpadas de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista
Produtos Eletroeletrônicos e seus Resíduos
Embalagens em Geral
164
Descarte de Medicamentos
Os resíduos orgânicos devem ser separados dos rejeitos diretamente na origem, de
maneira a permitir a compostagem do orgânico e a minimização da geração de
rejeitos.
b) Quanto ao gerador comercial ou grande gerador são integralmente
responsáveis pelos resíduos decorrentes das suas atividades, assim como
por elaborar e apresentar respectivo Projeto de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, pois estes serviços não devem ser pagos pela
população comum.
Com base nessas diretrizes, foram definidas como metas para a Limpeza Urbana e
o manejo de RSU:
1. Universalização dos serviços;
2. Melhoria da eficiência na prestação dos serviços e dos mecanismos de
arrecadação, regulação e fiscalização.
3. Aumento dos instrumentos de controle e participação social.
Universalização dos ServiçosEsta meta implica na ampliação da cobertura dos serviços de coleta, manejo
e tratamento de resíduos para atender às exigências legais vinculadas a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (A Lei nº 12.305/10). Estabelece que o município deve
prever o atendimento de 100% da zona urbana com coleta de lixo, e criar
mecanismos para buscar atender a zona rural. Neste PMSB, a proposta é que o
município consiga atingir uma cobertura de 30% da zona rural,no período de 20
anos.
As metas para cobertura dos serviços definidas neste cenário estão representadas a
seguir:
165
Quadro 42: Previsão de Cobertura da Coleta de RSU – zona urbana
Prazo População (hab)
Geração de RSU
t/anoCobertura
(%)
Imediato 8.322 3.022 60%A Curto Prazo 9.375 3.404 80%A Médio Prazo
11.563 3.835 90%
A Longo Prazo
11.436 4.152 100%
Melhoria da eficiência na prestação dos serviços e dos mecanismos de
regulação e fiscalização, incorporando no setor o conceito de Ecoeficiência;
A melhoria na eficiência da prestação de serviços envolve os seguintes aspectos:
Figura 17: Esquema da eficiência da prestação de serviços do Saneamento.
Qualidade Técnica-Operacional
Compreende a qualificação da equipe de gestão e operacionalização, estruturação
técnica, física e operacional do setor e melhoria dos mecanismos de regulação e
fiscalização. Relaciona-se com as ações de caráter administrativo, de capacitação
de mão de obra, de caráter regulatório e de implantação de equipamentos de
destinação (aterros, usinas de reciclagem etc), bem como aquisição de veículos e
equipamentos para a coleta e o manejo de RSU.
166
Melhoria da Limpeza
Urbana e no manejo de
RSU
5R's
Qualidade Técnico-
Operacional
Inclusão Social
Ecoeficiência
Logística Reversa
Princípio da Ecoeficiência
Este conceito implica na compatibilização entre o fornecimento, a preços
competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades
humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do
consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de
sustentação estimada do planeta.
Envolve as ações voltadas para uma gestão mais eficiente dos serviços com
instrumentos adequados de arrecadação, ao mesmo tempo em que concorrem para
a preservação dos recursos naturais.
Este item tem um peso significativo da questão financeira, ou melhor dizendo, da
sustentabilidade financeira para a prestação dos serviços com qualidade.
Fica prejudicada a qualidade dos serviços prestados se o sistema de limpeza urbana
não é modernizado e/ou evolui por não dispor dos recursos necessários. A
instituição de uma cobrança específica e eficiente pelos serviços de limpeza urbana
contribui de forma significativa para a sustentabilidade financeira do setor, sendo
também um modo de conscientizar a população para a necessidade de reduzir a
geração e destinar de forma correta os resíduos.
Embora haja limitações dos requisitos para aplicação de taxa ou tarifa, é difícil
assegurar a sustentabilidade financeira apenas por meio desses instrumentos,
sendo portanto, necessário que as prefeituras garantam dotações orçamentárias que
sustentem adequadamente o custeio e os investimentos do sistema.
Para estimativa do valor das despesas no cenário de referência, partiu-se do valor
médio de gastos conforme dados da pesquisa realizada para diversas capitais
brasileiras pela Pricewaterhouse Coopers (2010) – “Gestão da Limpeza Urbana: Um
investimento para o futuro das cidades” e de informações complementares da
Prefeitura Municipal.
Tabela 17: Principais indicadores comparativos entre as cidades nacionais
167
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, Ministério das Cidades, 2008.** Valor anual do total de despesas da administração pública municipal para a manutenção dos serviços públicos em geral, exceto despesas de capital (exemplos: investimentos em obras públicas, compra de materiais, inversões de capitais).As receitas serão provenientes de taxa de cobrança pelos serviços prestados,
conforme cadastro de geradores que permitirá estimar com uma certa precisão, o
volume de resíduos gerado por cada imóvel, com base na taxa de geração per
capita e do número de habitantes em cada domicílio.
Política dos 5R’s
Adoção de estratégias eficazes de não geração, redução, reutilização, reciclagem e
tratamento dos resíduos sólidos, bem como de disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos.
Relaciona-se com as ações de Educação Ambiental através de uma política
constante que estimule uma postura mais sustentável da comunidade com relação
ao descarte dos resíduos, e uma administração mais responsável voltada para a
preservação e conservação dos recursos naturais. Isso implica, também, na
implantação de instrumentos de estímulo a coleta seletiva e a reciclagem.
Estas ações influem diretamente em outras ações, como na otimização das áreas de
destinação. Um exemplo é o aumento da vida útil do aterro sanitário. O município
deve, também, criar soluções que favoreçam o máximo aproveitamento dos
materiais de forma a proporcionar:
a) Valorização dos resíduos possibilitando o aproveitamento destes
materiais;
b) Aproveitamento dos materiais presentes nos resíduos domiciliares
através de reciclagem;
c) Produção de composto orgânico;
168
d) Utilização dos resíduos como insumos energéticos, dentre outros;
e) Agregação de valor econômico nos produtos resultantes dos processos
de aproveitamento, reduzindo custos do tratamento e disposição final de
resíduos;
f) Diminuição dos passivos ambientais.
Considerando a evolução populacional e a classificação dos tipos de resíduos
gerados, conforme os parâmetros gravimétricos adotados pode-se estimar a
geração dos resíduos em Porto a partir de possibilidades variadas de eficiência dos
programas de coleta seletiva e de compostagem.
O quadro a seguir descreve um cenário não tão otimista que considera a evolução
da eficiência da coleta seletiva para os prazos: imediato (2018), curto (2024), médio
(2030) e longo (2035), com variação das taxas de eficiência de coleta de recicláveis
de 5% a 25%, e dos programas de compostagem de 2% a 20%, ao longo do período
de 20 anos. Dentro desta análise, o percentual de rejeito aumenta, mas a projeção
se torna mais realista. Os resultados podem ser observados a seguir:
Quadro 43: Geração de Resíduos Recicláveis ou com Potencial de Reaproveitamento – Porto/PI (período 2013-2033)
Ano Pop.(hab)
Geração de RSU
(RDO+RPU)t/ano
Papelt/ano
Papelão (t/ano)
Plástico(t/ano)
Alumínio
(t/ano)Vidro (t/ano)
Matéria Orgânica
(t/ano)Rejeito (t/ano)
9,28% 7% 22,07% 0,29% 3,00% 45,00% 13,36%2015 7.687 2.791 12,69 8,97 30,18 0,40 4,14 22,11 10,492016 7.841 2.847 12,95 9,15 30,79 0,41 4,23 22,55 10,702017 7.998 2.904 13,21 9,33 31,40 0,42 4,31 23,00 10,912018 8.158 2.962 13,47 9,52 32,03 0,43 4,40 23,46 11,132019 8.322 3.022 32,98 23,31 78,42 1,04 10,77 95,73 32,362020 8.489 3.082 33,64 23,78 80,00 1,06 10,99 97,65 33,012021 8.659 3.144 34,31 24,25 81,60 1,08 11,21 99,60 33,672022 8.833 3.207 35,00 24,74 83,24 1,10 11,43 101,60 34,352023 9.010 3.271 35,70 25,24 84,91 1,13 11,66 103,64 35,042024 9.191 3.337 36,42 25,74 86,61 1,15 11,89 105,72 35,742025 9.375 3.404 46,44 32,83 110,43 1,47 15,16 188,72 52,782026 9.563 3.472 47,37 33,48 112,65 1,50 15,47 192,50 53,842027 9.755 3.542 48,32 34,16 114,91 1,53 15,78 196,37 54,922028 9.951 3.613 49,29 34,84 117,22 1,56 16,10 200,31 56,022029 10.151 3.686 50,28 35,54 119,58 1,59 16,42 204,34 57,15
169
2030 10.355 3.760 51,29 36,26 121,98 1,62 16,75 208,44 58,292031 10.563 3.835 87,20 61,64 207,38 2,75 28,48 303,76 92,352032 10.775 3.912 88,95 62,88 211,54 2,81 29,05 309,85 94,202033 10.991 3.991 90,73 64,14 215,78 2,86 29,63 316,07 96,092034 11.211 4.071 92,55 65,42 220,10 2,92 30,22 322,39 98,012035 11.436 4.152 94,41 66,74 224,52 2,98 30,83 328,86 99,98
Implantação e fortalecimento das cadeias de logística reversa
São ações que disciplinam e fiscalizam a responsabilidade distribuída entre todos os
participantes da cadeia de consumo. A responsabilidade pela destinação dos RSU é
compartilhada entre o consumidor, o fabricante, os comerciantes, revendedores, e
os distribuidores de produtos. Para que esse sistema seja eficiente o Poder Público
precisa criar mecanismos de divulgação, esclarecimento, orientação e de incentivos
para que a logística reversa possa ser reconhecida como uma alternativa viável e
importante para a eficiência no setor.
Ampliação das oportunidades de inclusão social e econômica pelo apoio e fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
São ações voltadas para o estímulo ao cooperativismo com mobilização dos
catadores de materiais recicláveis, criando um ambiente propício para a instalação
de usinas de reciclagem. Para tal, o Poder Público precisa criar alternativas de
capacitação e mecanismos de organização social dos catadores, de maneira que se
tornem agentes ativos no sistema de Limpeza Urbana, atuando em parceria com a
Prefeitura, e contribuindo para a consolidação das campanhas de coleta seletiva e
para a reciclagem dos resíduos com potencial.
Aumento dos canais de participação e controle social com a criação de canais alternativos de comunicação entre a população e a administração pública.
Esta meta prevê a criação de canais que permitam uma aproximação entre o Poder
Público e a população, possibilitando melhores instrumentos de controle social,
170
desde o acompanhamento das metas do PMSB, até os dispositivos que meçam a
satisfação do atendimento.
É imprescindível basear estas medidas no funcionamento do sistema de
informações, na realização de audiências públicas, no funcionamento de um
conselho municipal relacionado às questões ambientais e na criação de mecanismos
de estímulo a gestão participativa e inserção social, por meio de estímulo à
formação de cooperativas e associações.
171
Tabela 18: Resíduos Sólidos - Zona Urbana e Zona Rural
ZONA URBANA
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
A gestão e a operacionalização dos serviços é ineficiente e desintegrada dos demais serviços de saneamento, e os recursos municipais são insuficientes para oferecer um serviço de qualidade.
Melhoria das condições de gestão e operacionalização dos serviços de saneamento por meio da otimização da estruturação técnica, administrativa e financeira do setor de saneamento em todos os eixos.
1. Estruturação do setor de saneamento integrando todos os serviços relacionados, com montagem das gerências especificas para cada eixo do saneamento (ver organograma) e da Agencia Reguladora.
ALTA 2015/2017 -- -- --
Não há legislação municipal ambiental que preveja a proteção de áreas naturais e impeça a ocupação de áreas de riscos; não há diretrizes definidas para a coleta de resíduos de comerciantes, feiras, lixo hospitalar e de RCD.
Prover o município de instrumentos legais e normativos para a adequação do setor de saneamento – eixo Resíduos Sólidos às exigências da Lei de Saneamento Básico.
1. Elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos;
ALTA 2015/2017 -- -- --
2. Elaboração de legislação ambiental que explicite as restrições ambientais para preservação da bacia hidrográfica local;
ALTA 2015/2017 -- -- --
3. Formação do Comitê de Meio Ambiente Municipal; ALTA 2015/2017 -- -- --
4. Implantação de política tarifária para arrecadação de recursos complementares por meio de cobrança pelos serviços junto à população com cadastramento dos geradores de resíduos (domésticos, comerciais, industriais, públicos,
ALTA 2015/2017 -- -- --
172
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
hospitalares e de RCD);6. Definição e delimitação de áreas de preservação permanente, com realização de programa de conservação e preservação das margens de corpos hídricos do município;
MÉDIA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 --
7. Implantar sistema de coleta especial para RSS, RCD e resíduos agropastoris, de granjas e das estações de tratamento.
ALTA 2015/2017 -- -- --
Não há fiscalização adequada da prestação de serviço feita pela terceirizada Melhoria da prestação
de serviços da coleta de resíduos e manejo da área de destinação final, em consonância com as exigências da legislação em vigor, buscando a universalização e a equidade na oferta dos serviços.
1. Estruturação da Gerencia de Resíduos Sólidos, contemplando a realização de concurso público para ampliação do quadro de funcionários e aquisição de equipamentos para realização de coleta pela própria prefeitura, contemplando a montagem do serviço de fiscalização.
ALTA 2015/2017 -- -- --
A coleta domiciliar não tem cobertura total na sede
2. Ampliação da coleta domiciliar na zona urbana, prevendo 100% de atendimento em 20 anos, com compra de veículos para coleta e de equipamentos para manejo da área de destinação.
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
O setor sofre com falta de equipamentos adequados, falta de mão de obra qualificada para a gestão e operacionalização, cobertura parcial da coleta, manejo inadequado da área de destinação e ocorrência de sérios impactos ambientais na área do atual lixão)
A área de destinação atual é inadequada e não atende à legislação
Melhoria da prestação de serviços da coleta de resíduos e manejo
1. Desativação do lixão atual: ALTA 2015/2017 2018/2023 -- --
2. Implantação de novo aterro ALTA 2015/2017 -- -- --
173
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
da área de destinação final, em consonância com as exigências da legislação em vigor, buscando a universalização e a equidade na oferta dos serviços.
sanitário, conforme as exigências legais, conforme localização indicado no prognóstico para atender a zona urbana;
3. Aquisição de equipamentos e veículos para melhoria dos serviços para manejo do aterro.
MÉDIA -- 2018/2023 -- --
Não há iniciativas de coleta seletiva e a compostagem doméstica.Há necessidade de implantar política de incentivo a coleta seletiva como mecanismo de geração de renda, incentivando o Cooperativismo e Associativismo para a montagem de organizações comunitárias de coleta seletiva.
Atender às exigências legais referentes às metas da Política Nacional de Resíduos.
1. Realização de cursos de cooperativismo para implantação de cooperativa de catadores da coleta seletiva;
MÉDIA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Implantação de galpão para coleta seletiva, de Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e de galpão de Compostagem, próximo ao Aterro Sanitário.*Estas medidas são complementadas pela Campanha de Educação Ambiental.
MÉDIA -- 2018/2023 -- --
Não há iniciativas de políticas que estimulem a logística reversa no município.;
Atender às exigências legais referentes às metas da Política Nacional de Resíduos.
1. Implantação de campanha de esclarecimento e de estímulo à logística reversa junto aos moradores do município, focalizando os comerciantes e empresários.
BAIXA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
Não há campanha de Educação Ambiental junto à população que adota práticas inadequadas de acondicionamento dos resíduos, queima e lançamento à céu aberto. Os coletores de lixo nas vias públicas são em quantidade insuficiente
Atender às exigências legais referentes às metas da Política Nacional de Resíduos.
1. Implantação de campanha permanente de Educação Ambiental, que estimule a compostagem doméstica e a coleta seletiva;
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Instalação de coletores e containers na zona urbana. BAIXA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
174
Tabela 18: Resíduos Sólidos - Zona Urbana e Zona Rural
ZONA RURAL
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
A gestão e a operacionalização dos serviços é ineficiente e desintegrada dos demais serviços de saneamento, e os recursos municipais são insuficientes para oferecer um serviço de qualidade.
Melhoria das condições de gestão e operacionalização dos serviços de saneamento por meio da otimização da estruturação técnica, administrativa e financeira do setor de saneamento em todos os eixos.
1. Estruturação do setor de saneamento integrando todos os serviços relacionados, com montagem das gerências especificas para cada eixo do saneamento (ver organograma) e da Agencia Reguladora.
ALTA 2015/2017 -- -- --
Não há legislação municipal ambiental que preveja a proteção de áreas naturais e impeça a ocupação de áreas de riscos; não há diretrizes definidas para a coleta de resíduos de comerciantes, feiras, lixo hospitalar e de RCD.
Prover o município de instrumentos legais e normativos para a adequação do setor de saneamento – eixo Resíduos Sólidos às exigências da Lei de Saneamento Básico.
1. Elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos;
ALTA 2015/2017 -- -- --
2. Elaboração de legislação ambiental que explicite as restrições ambientais para preservação da bacia hidrográfica local;
ALTA 2015/2017 -- -- --
3. Formação do Comitê de Meio Ambiente Municipal; ALTA 2015/2017 -- -- --
4. Implantação de política tarifária para arrecadação de recursos complementares por meio de cobrança pelos serviços junto à população com cadastramento dos geradores de resíduos
ALTA 2015/2017 -- -- --
175
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
(domésticos, comerciais, industriais, públicos, hospitalares e de RCD);6. Definição e delimitação de áreas de preservação permanente, com realização de programa de conservação e preservação das margens de corpos hídricos do município;
MÉDIA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 --
7. Implantar sistema de coleta especial para RSS, RCD e resíduos agropastoris, de granjas e das estações de tratamento.
ALTA 2015/2017 -- -- --
Não há coleta domiciliar na zona rural
Melhoria da prestação de serviços da coleta de resíduos e manejo da área de destinação final, em consonância com as exigências da legislação em vigor, buscando a universalização e a equidade na oferta dos serviços.
1. Estruturação da Gerencia de Resíduos Sólidos, contemplando a realização de concurso público para ampliação do quadro de funcionários e aquisição de equipamentos para realização de coleta pela própria prefeitura, contemplando a montagem do serviço de fiscalização.
ALTA 2015/2017 -- -- --
Não há iniciativas de coleta seletiva e a compostagem doméstica.Há necessidade de implantar política de incentivo a coleta seletiva como mecanismo de geração de renda, incentivando o Cooperativismo e Associativismo para a
Atender às exigências legais referentes às metas da Política Nacional de Resíduos.
1. Realização de cursos de cooperativismo para implantação de cooperativa de catadores da coleta seletiva;
MÉDIA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
176
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
montagem de organizações comunitárias de coleta seletiva.
2. Implantação de galpão para coleta seletiva, de Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e de galpão de Compostagem, próximo ao Aterro Sanitário.*Estas medidas são complementadas pela Campanha de Educação Ambiental.
MÉDIA -- 2018/2023 -- --
Não há campanha de Educação Ambiental junto à população que adota práticas inadequadas de acondicionamento dos resíduos, queima e lançamento à céu aberto. Os coletores de lixo nas vias públicas são em quantidade insuficiente
Atender às exigências legais referentes às metas da Política Nacional de Resíduos.
1. Implantação de campanha permanente de Educação Ambiental, que estimule a compostagem doméstica e a coleta seletiva; ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Instalação de coletores e containers na zona rural BAIXA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
177
2.3.5.5 Análise SWOT – DRENAGEM URBANA
A análise SWOT, também chamada de Matriz SWOT, foi desenvolvida na década de
60 na Universidade de Stanford. O nome SWOT (FOFA em português) é uma sigla
em inglês que significa Strenghts (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities
(Oportunidades) e Threats (Ameaças). É uma metodologia largamente utilizada nos
processos de planejamento estratégico, pois facilita a visualização de características
internas e externas, pontos fortes e fracos do cenário atual e auxilia na definição de
cenários futuros e na tomada de decisões (Dyson, 2004). Por meio desta análise é
possível identificar quais pontos fortes explorar e quais pontos devem ser
trabalhados na gestão de um determinado setor, neste caso o Manejo de Água
Pluviais, a fim de definir um planejamento estratégico que busque superar as
fraquezas e aumentar a resiliência, frente às ameaças externas.
A Análise SWOT representa um bom ponto de partida para iniciar o processo de
planejamento, com uma visão geral de pontos e fatores que contribuem ou
atrapalham a execução de ações. O objetivo é contextualizar a realidade e identificar
os desafios regionais. As variáveis de entrada possuem as seguintes características:
• Forças ou Pontos fortes: variáveis internas e controláveis que
proporcionam condições favoráveis aos setores de saneamento. São as
características que podem contribuir positivamente para o desempenho do setor.
• Fraquezas ou Pontos fracos: elementos internos aos setores de
saneamento que inibem a capacidade de desempenho dos mesmos.
• Oportunidades: elementos ou situações, externos ao setor, que podem
afetar positivamente o sistema, de maneira a facilitar a concretização dos objetivos
estratégicos estabelecidos.
• Ameaças: elementos ou situações, externos ao setor, que podem
afetar negativamente o sistema, dificultando o desenvolvimento das metas e
objetivos estabelecidos.
• Ambiente interno: conjunto de recursos físicos, humanos e financeiros,
sobre os quais é possível exercer controle, uma vez que são resultado das
estratégias definidas pelos gestores.
• Ambiente externo: representa os fatores que, de alguma forma,
exercem influência sobre os componentes, mas que não podem ser controlados.
178
Como exemplo de fatores externos temos questões demográficas, políticas e
econômicas, usuários, prestadores de serviço, consumidores, entre outros. É parte
fundamental do planejamento estratégico monitorar os fatores externos
continuamente, a fim de atuar preventivamente e evitar grandes prejuízos.
O Quadro 44 apresenta a análise SWOT para o Sistema de Drenagem
Urbana e Manejo das Águas pluviais de Porto, tendo como base o relatório da
FUNPAPI denominado “Diagnóstico Geral dos Serviços de Saneamento Básico”, de
março de 2015, o diagnóstico da CPRM, “Ação Emergencial para Delimitação de
Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa em Porto
(PI)” (CPRM, 2012) e visita técnica realizada.
.
179
Quadro 44: Análise SWOT do Sistema de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas de Porto-PI.
180
2.3.5.7 Estudo de Cenários
A definição dos cenários a serem analisados é fundamental para a escolha de um
cenário de referência, no qual sejam pautadas as metas e objetivos do município de
Porto.
Os cenários propostos para o sistema de manejo de águas pluviais estão
sintetizados no Quadro 45.
Quadro 45: Síntese dos cenários e metas para o manejo de águas pluviais.
MetasCenário Estudado
Ideal Factível RetrógradoDefinição do órgão
responsável pelos serviços de drenagem.
Órgão definido Órgão definido Órgão não definido
Implementação de um manual de drenagem.
Manual implementado
Manual implementado
Manual não implementado
Implementação de programa de gestão de
risco de inundações.
Programa implementado
Programa implementado
Programa não implementado
Implantação de rede urbana de microdrenagem.
100% da área urbana
100% da área urbana
Não implementado
Implementação de legislação para o controle
do impacto da urbanização sobre o sistema de
drenagem e ocupação das áreas de risco
Legislação implementada
Legislação implementada
Legislação não implementada
Avaliação hidráulica dos bueiros existentes
Avaliação realizada
Avaliação realizada
Avaliação não realizada
Implantação de dispositivos de passagem (bueiros e obras de arte) em pontos de interseção de vias e cursos d’água
100% dos dispositivos instalados
100% dos dispositivos instalados
Nenhum dispositivo instalado
Projeto de otimização do açude do Igarapé para controle de inundações.
Estudo realizado
Estudo realizado
Estudo não realizado
As metas foram estabelecidas para diferentes horizontes temporais. Os
horizontes foram classificados em curto prazo, quando realizados em até 5 anos;
181
médio prazo, quando realizados em até 10 anos; e longo prazo, quando realizados
em até 20 anos.
CENÁRIO 1 - IDEAL:
O Cenário 1 deve apontar para uma situação ideal, em que as metas sejam
estabelecidas sem restrições tecnológicas ou de cooperação, ou ainda, sem
limitações de recursos materiais e financeiros. Neste cenário tem-se:
Definição do órgão responsável pelos serviços de drenagem em curto
prazo.
Implementação de um manual de drenagem em curto prazo.
Implementação de programa de gestão de risco de inundações em
curto prazo.
Implantação de 100% da rede urbana de microdrenagem em curto
prazo.
Implementação de legislação para o controle do impacto da
urbanização sobre o sistema de drenagem e ocupação das áreas de
risco em curto prazo.
Avaliação hidráulica dos bueiros existentes em curto prazo.
Implantação de dispositivos de passagem (bueiros e obras de arte) em
pontos de interseção de vias e cursos d’água em curto prazo.
Projeto de otimização do açude do Igarapé para controle de
inundações em curto prazo.
CENÁRIO 2 – FACTÍVEL/ DE REFERÊNCIA:
O Cenário 2 aponta para o atendimento de uma situação real, que pode ser
compatível ou não com a ideal. Neste cenário, há uma compatibilização entre a
disponibilidade de recursos e a necessidade atual do município. Desta forma,
procura-se estabelecer metas a partir de programas e ações próximos à realidade
local, com grande possibilidade de serem cumpridas, melhorando a situação atual
do município.
Definição do órgão responsável pelos serviços de drenagem em curto
prazo.
182
Implementação de um manual de drenagem em curto prazo.
Implementação de programa de gestão de risco de inundações em
curto prazo.
Implantação de 100% da rede urbana de microdrenagem em longo
prazo.
Implementação de legislação para o controle do impacto da
urbanização sobre o sistema de drenagem e ocupação das áreas de
risco em curto prazo.
Avaliação hidráulica dos bueiros existentes em curto prazo.
Implantação de todos os dispositivos de passagem (bueiros e obras de
arte) em pontos de interseção de vias e cursos d’água em médio prazo.
Projeto de otimização do açude do Igarapé para controle de
inundações em médio prazo.
CENÁRIO 3 - TENDENCIAL:
O Cenário 3 representa a manutenção da situação atual, sem melhoria
ou ampliação dos serviços. Assim, é prevista a diminuição da cobertura
associada à expansão da urbanização com a manutenção dos serviços
de drenagem prestados.
Sem definição do órgão responsável pelos serviços de drenagem.
Sem implementação de um manual de drenagem.
Sem implementação de programa de gestão de risco de inundações.
Sem implantação de rede urbana de microdrenagem.
Sem implementação de legislação para o controle do impacto da
urbanização sobre o sistema de drenagem e ocupação das áreas de
risco.
Sem avaliação hidráulica dos bueiros existentes.
Sem implantação de dispositivos de passagem (bueiros e obras de
arte) em pontos de interseção de vias e cursos d’água.
Sem projeto de otimização do açude do Igarapé para controle de
inundações.
183
2.3.5.7.1 Cenário de Referência – Drenagem Urbana
Para elaboração deste prognóstico, foi considerado o cenário FACTÍVEL, que será o
cenário de referência, por se tratar de um cenário possível de ser alcançado, tanto
tecnicamente quanto economicamente.
A seguir, encontram-se detalhadas as ações propostas e seus respectivos objetivos
para o cenário de referência.
Definição do órgão responsável pelos serviços de drenagem.
A definição deste órgão visa atingir os principais objetivos dos serviços do
sistema de manejo de águas pluviais, estabelecidos pela Lei nº 11.445/07, que
determina diretrizes nacionais para o saneamento básico.
Este órgão terá, dentre suas principais atribuições, a regulação, manutenção
e planejamento dos serviços de drenagem.
Visto a importância de se alcançar esta meta para o bom funcionamento do
sistema de manejo de águas pluviais, é proposto, no cenário de referência, sua
definição em curto prazo.
Implementação de um manual de drenagem
A implementação de um manual de drenagem no município visa orientar
profissionais no planejamento e projeto de drenagem urbana e no que diz respeito à
ocupação de áreas com potencial de inundação, devendo ser utilizado como suporte
técnico.
O manual de drenagem deve definir critérios das variáveis hidrológicas para projetos
de drenagem urbana, elementos hidráulicos de estruturas de controle de
inundações, aspectos de ocupação urbana relacionados à drenagem, aspectos de
controle da qualidade da água pluvial, legislação e regulamentação associada.
Com a ausência de um manual ou plano de drenagem no município, é proposto, no
cenário de referência, sua definição em curto prazo.
184
Implementação de programa de gestão de áreas de risco de inundações
Baseado no diagnóstico “Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e
Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa em Porto (PI)”, realizado pela
CPRM em 2012, observou-se a necessidade de implementação de um programa de
gestão de áreas de risco de inundações.
Este programa tem como primeiro objetivo a relocação de moradores dos setores
identificados como sendo de alto risco pela CPRM. Para evitar o reestabelecimento
dessas áreas, também é atribuição deste programa a fiscalização e controle de
novas ocupações.
Tendo em vista que o controle da ocupação nessas áreas de risco é imprescindível,
sabendo-se que há uma tendência à expansão urbana observada no diagnóstico
citado e o retorno, no período pós-cheia, dos moradores retirados destes locais, é
proposto, no cenário de referência, a implementação do programa a curto prazo.
Implantação de rede urbana de microdrenagem.
A partir do diagnóstico e da vista técnica, foi verificada a ineficiência da atual rede
urbana de microdrenagem, onde as dimensões das sarjetas não foram
dimensionadas para captar o elevado volume de água gerados por eventos de alta
pluviosidade. Partimos, então, da necessidade de se reestruturar todo o sistema de
microdrenagem da área urbana do município de Porto.
Para a realização desta reestruturação é necessário o levantamento de todas as
ruas que abrangem a área urbana do município.
São metas do cenário de referência que, no horizonte de curto prazo, seja feito o
cadastramento de todas as ruas da região urbana e seja implantada a rede de
microdrenagem em 40% de todas as vias levantadas. A médio prazo é proposta a
implantação de 100% de rede de microdrenagem sobre o total de ruas urbanas e a
longo prazo a implantação das redes deverá acompanhar a expansão da área
urbana, com crescimento de vias.
185
Implementação de legislação para o controle do impacto da urbanização sobre o sistema de drenagem e ocupação das áreas de risco
Com a ausência de um Plano Diretor e de legislações de controle e uso do solo no
município, torna-se imprescindível a implementação de uma legislação para o
controle do impacto da urbanização sobre o sistema de drenagem e da ocupação
das áreas de risco a curto prazo.
A legislação deve contemplar as bacias hidrográficas sobre as quais a urbanização
se desenvolve e partir do princípio que o escoamento não pode ser ampliado pela
ocupação da bacia. Além disso, deve prever a minimização do impacto ambiental
devido ao escoamento pluvial através da compatibilização com o planejamento do
saneamento ambiental, controle do material sólido e redução da carga poluente nas
águas pluviais. Tais medidas não podem reduzir o impacto de uma área em
detrimento de outra, ou seja, os impactos de quaisquer medidas não devem ser
transferidos.
Visto a importância de se alcançar esta meta para o bom funcionamento do sistema
de manejo de águas pluviais, é proposto, no cenário de referência, sua definição em
curto prazo.
Avaliação hidráulica dos bueiros existentes
A partir do diagnóstico, foi observada a ineficiência de alguns bueiros existentes,
principalmente na área rural. Dentre as causas desta ineficiência podemos destacar
o mal dimensionamento, o acúmulo de detritos trazidos pelas águas pluviais e a
deterioração natural ao longo do tempo dos dispositivos de passagem.
Com isso, a avaliação hidráulica dos bueiros existentes tem como objetivo verificar a
situação destes dispositivos quanto às dimensões e ao estado de conservação no
horizonte de curto prazo, indicando quais estruturas necessitam ser readequadas.
186
Implantação de dispositivos de passagem (bueiros e obras de arte) em pontos de interseção de vias e cursos d’água
Além da ineficiência dos bueiros existentes, foi identificada a necessidade de
implantação de dispositivos de passagem em pontos de interseção de vias e cursos
d'água, conforme apresentado no diagnóstico. No atual momento, estes pontos de
interseção funcionam como passagens molhadas, onde a via passa por baixo da
linha de escoamento e, em eventos de alta pluviosidade traz aos moradores de
Porto diversos transtornos.
Sendo assim, esta meta propõe, para o horizonte de médio prazo, que todos os
dispositivos de passagem devem estar implantados ou readequados. Dispositivos
prioritários, porém, que apresentam relativa importância para a população e para o
município, devem ser planejados para atender a população em curto prazo.
Projeto de otimização do açude do Igarapé para controle de inundações.
O projeto de otimização do açude do Igarapé para controle de inundações prevê
duas etapas.
I. A primeira contempla a fase de estudos, onde será analisado o
potencial do açude em mitigar problemas relacionados a alagamentos.
Esta etapa deverá ser cumprida a curto prazo.
II. A segunda etapa contempla obras de adaptação no açude, de forma a
otimizar o reservatório para o controle de inundações, caso a primeira
etapa assim o indique. Esta etapa deverá ser cumprida a médio prazo.
2.3.5.7.2 Indicadores- Drenagem Urbana
Para avaliação periódica dos serviços de manejo das águas pluviais e de drenagem
urbana, foram propostos oito indicadores a fim de se avaliar o atendimento das
metas propostas.
187
Tabela 19: Indicadores para avaliação do atendimento das metas.
I1
Existência do órgão responsável pelos
serviços de drenagem.
Não existe órgão responsável definido 0
Existe órgão responsável definido 1
I2Existência de manual
de drenagem.Não existe manual de drenagem implementado 0Existe manual de drenagem implementado 1
I3
Existência de programa de gestão
de risco de inundações.
Não existe programa implementado 0
Existe programa implementado 1
I4Índice de Adequação da Microdrenagem.
Cálculo do indicador apresentado na observação 1.
0 a 1
I5
Existência de legislação para o
controle do impacto da urbanização sobre o
sistema de drenagem e ocupação das áreas
de risco.
Não existe legislação implementada 0
Existe legislação implementada 1
I6
Avaliação hidráulica dos bueiros existentes.
Avaliação não realizada 0
Avaliação realizada 1
I7
Porcentagem de dispositivos de
passagem (bueiros e obras de arte) em
pontos de interseção de vias e cursos
d’água implantados.
Cálculo do indicador apresentado na observação 2.
0 a 1
I8
Fase do projeto de otimização do açude
do Igarapé para controle de inundações.
Projeto em fase inicial ou não iniciado 0Fase de estudos concluída 0,5
Fase final do projeto concluída 1
Observação 1
O índice relacionado à microdrenagem têm como objetivo avaliar os serviços de
drenagem urbana, referentes à existência de rede e ocorrência de alagamentos por
falhas dos dispositivos de microdrenagem. O I4 (Índice de Adequação da
Microdrenagem) é calculado da seguinte forma:
188
I 4=(I MiDA + I a )
2(1)
Onde:
IMiDA – indicador de atendimento de microdrenagem
I a – indicador de ocorrência de alagamento
A pontuação do Índice de Atendimento da Microdrenagem (I4) terá variação entre 0
e 1. A seguir, são apresentadas as metodologias de cálculo dos indicadores
componentes do IMI.
1. IMiDA – indicador de atendimento de microdrenagem
A aplicação desse indicador pretende avaliar a porcentagem de vias com rede de
drenagem, através da seguinte equação:
IMiDA =( LRMDLSV ) (2)
Onde:
LRMD extensão da rede de microdrenagem existente (m)
LSV extensão do sistema viário existente (m)
Para sua pontuação, o resultado obtido pela aplicação da equação (2) será avaliado
pela Tabela 17:
Tabela 20: Pontuação do indicador de atendimento de microdrenagem
Indicador Cenários de avaliaçãoCurto Médio Longo
IMiDA (%)
ótimo ≥ 30 ótimo ≥ 60 ótimo ≥ 90bom ≥ 20 bom ≥ 40 bom ≥ 80
crítico < 20 crítico < 40 crítico < 80
189
3. I a – indicador de ocorrência de alagamento
Esse índice tem como objetivo avaliar a susceptibilidade de falha do sistema de
microdrenagem, onde existente, assim como indicar locais mais críticos que não
possuem dispositivos de drenagem, sendo calculado pela equação:
I a=CPMi ∙( N alag
V
N totaisV ) (3)
Onde:
N alagV número de vias com ocorrência de alagamento
N tota isV número de vias totais do município
CPMi coeficiente pluviométrico para microdrenagem, dado pela equação (4)
CPMi=(PTR10
d
PMÁXd ) (4)
Onde:
PTR10d precipitação diária com Tempo de Recorrência de 10 anos
PMÁXd precipitação diária máxima ocorrida no ano de análise
Para sua pontuação, o resultado obtido pela aplicação da equação (3) será avaliado
pela Tabela 18:
Tabela 21: Pontuação do indicador de ocorrência de alagamentos
I a Condições da adequação Pontuação
0 ótima 100
1 a 30 boa 70
>30 crítica 30
A situação ideal será dada pela não ocorrência de alagamentos nas vias,
representando, assim, a suficiência do dimensionamento, boa execução e
manutenção da rede de microdrenagem.
190
No produto apresentado, a pontuação do índice tem variação entre 0 e 1, sendo
o último valor representante da implantação e o primeiro relativo a não implantação.
Observação 2
O indicador relacionado aos dispositivos de passagem, tem como objetivo
avaliar a implantação ou readequação dos bueiros e obras de arte em pontos de
interseção de vias e cursos d’água. O I7 (Indicador de implantação ou readequação
de dispositivos de passagem) é calculado da seguinte forma:
I 7=Di
(P¿¿ i+Pr)¿
Onde:
Di – Número total de dispositivos de passagem implantados;
Pi – Número de pontos de interseção de vias e cursos d'água com
necessidade de implantação de dispositivos de passagem;
Pr – Número de pontos em que foi constatada a necessidade de readequação
dos dispositivos de passagem.
No produto apresentado, a pontuação do índice tem variação entre 0 e 1,
sendo o último valor representante da implantação e o primeiro relativo a não
implantação.
Observação 2
O indicador relacionado aos dispositivos de passagem, tem como objetivo
avaliar a implantação ou readequação dos bueiros e obras de arte em pontos de
interseção de vias e cursos d’água. O I7 (Indicador de implantação ou readequação
de dispositivos de passagem) é calculado da seguinte forma:
I 7=Di
(P¿¿ i+Pr)¿
Onde:
Di – Número total de dispositivos de passagem implantados;
191
Pi – Número de pontos de interseção de vias e cursos d'água com
necessidade de implantação de dispositivos de passagem;
Pr – Número de pontos em que foi constatada a necessidade de readequação
dos dispositivos de passagem.
No produto apresentado, a pontuação do índice tem variação entre 0 e 1, sendo o
último valor representante da implantação e o primeiro relativo a não implantação.
192
Tabela 22: Drenagem Urbana Zona Urbana e Zona Rural
ZONA URBANA
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
Como os demais serviços de saneamento do município, a gestão e a operacionalização do manejo e drenagem de águas pluviais são ineficientes e desintegrados dos demais serviços de saneamento, e os recursos municipais são insuficientes para oferecer um serviço de qualidade.Não há no município um setor administrativo relacionado às obras de controle de cheiras.
Melhoria das condições de gestão e operacionalização dos serviços de saneamento por meio da otimização da estruturação técnica, administrativa e financeira do setor de saneamento em todos os eixos.
1. Definição do órgão responsável pelos serviços de drenagem. Estruturação da Agencia Reguladora e da Gerencia de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais.
ALTA 2015/2017 -- -- --
O município não conta com um Plano Diretor, não havendo planejamento quanto ao uso e ocupação do solo, e nem outros instrumentos normativos e legais para orientar o manejo e drenagem de águas pluviais.
Prover o município de instrumentos legais e normativos para a adequação do setor de saneamento – eixo Drenagem Urbana às exigências da Lei de Saneamento Básico.
1. Implementação de um manual de drenagem (Plano Diretor)
ALTA 2015/2017 -- -- --
2. Implementação de programa de gestão de risco de inundações.
ALTA 2015/2017 -- -- --
3. Projeto de otimização do açude do Igarapé para controle de inundações.
ALTA 2015/2017 -- -- --
4. Implementação de legislação para o controle do impacto da urbanização
ALTA 2015/2017 -- -- --
O setor responsável dispõe de poucos funcionários, não
193
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
havendo fiscalização que coíbam as infrações que comprometem a qualidade do sistema
sobre o sistema de drenagem e ocupação das áreas de risco.
O município situa-se em trechos caracterizados como planícies de inundação, e não apresenta dispositivos adequados para redirecionar o escoamento das águas e evitar problemas de inundação.
Melhoria da prestação de serviços da coleta de resíduos e manejo da área de destinação final, em consonância com as exigências da legislação em vigor, buscando a universalização e a equidade na oferta dos serviços.
1. Implantação de rede urbana de micro drenagem em todas as vias da zona urbana
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Avaliação hidráulica dos bueiros existentes na zona urbana
MÉDIA 2015/2017 2018/2023 -- --
194
Tabela 22: Drenagem Urbana Zona Urbana e Zona Rural (cont.)
ZONA RURAL
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
Como os demais serviços de saneamento do município, a gestão e a operacionalização do manejo e drenagem de águas pluviais são ineficientes e desintegrados dos demais serviços de saneamento, e os recursos municipais são insuficientes para oferecer um serviço de qualidade.Não há no município um setor administrativo relacionado às obras de controle de cheiras.
Melhoria das condições de gestão e operacionalização dos serviços de saneamento por meio da otimização da estruturação técnica, administrativa e financeira do setor de saneamento em todos os eixos.
1. Definição do órgão responsável pelos serviços de drenagem. Estruturação da Agencia Reguladora e da Gerencia de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais.
ALTA 2015/2017 -- -- --
O município não conta com um Plano Diretor, não havendo planejamento quanto ao uso e ocupação do solo, e nem outros instrumentos normativos e legais para orientar o manejo e drenagem de águas pluviais.
Prover o município de instrumentos legais e normativos para a adequação do setor de saneamento – eixo Drenagem Urbana às exigências da Lei de Saneamento Básico.
1. Implementação de um manual de drenagem (Plano Diretor)
ALTA 2015/2017 -- -- --
2. Implementação de programa de gestão de risco de inundações.
ALTA 2015/2017 -- -- --
3. Implementação de legislação para o controle do impacto da urbanização sobre o sistema de drenagem e ocupação das áreas de risco.
ALTA 2015/2017 -- -- --
O setor responsável dispõe de poucos funcionários, não havendo fiscalização que coíbam as infrações que comprometem a qualidade do sistema
195
Situação Atual Objetivo Medidas Propostas PrioridadeMETAS
Imediato (0-3 anos)
C. Prazo (4-9 anos)
M. Prazo (10-15 anos)
L. Prazo(16-20 anos)
O município situa-se em trechos caracterizados como planícies de inundação, e não apresenta dispositivos adequados para redirecionar o escoamento das águas e evitar problemas de inundação.
Melhoria da prestação de serviços da coleta de resíduos e manejo da área de destinação final, em consonância com as exigências da legislação em vigor, buscando a universalização e a equidade na oferta dos serviços.
1. Avaliação hidráulica dos bueiros existentes na zona rural
ALTA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035
2. Implantação de dispositivos de passagem (bueiros, passagens molhadas e obras de arte) em pontos de interseção de vias e cursos d’água na zona rural, conforme detalhamento do prognóstico (quadro nº46).
BAIXA 2015/2017 2018/2023 2024/2030 2031/2035Na zona rural, é frequente a interposição entre estradas e talvegues, não havendo dispositivos eficientes de drenagem, tornando o acesso a várias localidades intransitável nos períodos de chuva.
196
2.3.5.7.3 PROPOSTA DE MEDIDAS MITIGADORAS PARA OS PRINCIPAIS IMPACTOS IDENTIFICADOS
A) MEDIDAS DE CONTROLE PARA REDUZIR O ASSOREAMENTO DE CURSOS D’AGUA E DE BACIAS DE CONTENÇÃO (E DE CONTROLE PARA REDUZIR O LANÇAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS NOS CORPOS D’AGUA)
Para a redução do aporte de sólidos na rede de drenagem, que reduz sua
capacidade hidráulica e intensifica os processos de assoreamento dos córregos e
rios locais, é indicada a instalação de “caixas filtro” nas bocas-de-lobo. Na Figura18
pode ser vista uma fotografia que apresenta o uso desse dispositivo.
Ainda podem ser previstas outras formas para controle dos sedimentos, como a
instalação de poços de infiltração nas bocas-de-lobo ou sua substituição por um
dispositivo conhecido como “caixa filtro com árvore”.
Figura 18: Uso de “caixas filtro” em bocas-de-lobo e/ou caixas-ralo, para redução de aporte de resíduos sólidos no sistema de drenagem.
Os poços de infiltração instalados em bocas-de-lobo são compostos por uma base
de brita no fundo do reservatório da boca-de-lobo. Assim, parte da água é infiltrada
no solo e parte dos resíduos fica retida no degrau antes de acessar a conexão com
o Poço de Visita. A Figura 19 ilustra uma boca-de-lobo convencional e uma com
previsão de poço de infiltração.
197
Figura 19: Esquema de implantação de boca-de-lobo com poço de infiltração.
Uma alternativa possível, que também visa o controle da entrada de sedimentos na
rede de drenagem, é o uso de caixas filtro associadas ao plantio de árvores. Esse
dispositivo funciona similarmente ao poço de infiltração, porém apresenta uma
tubulação perfurada no fundo da camada de brita, para drenar a água em excesso,
que não consegue infiltrar. A adoção dessa medida traz grandes benefícios para o
controle da qualidade da água também. A Figura 20 apresenta um esquema de
implantação da caixa-filtro com árvore.
198
Figura 20: Caixa-filtro com árvore, para redução da entrada de sedimentos na rede de drenagem.
(Fonte: University of New Hampshire Stormwater Center)
B) MEDIDAS REFERENTES AO SISTEMA DE MACRODRENAGEM
No entorno da área urbana de Porto, além do rio Parnaíba e do Igarapé, existem alguns talvegues com concentração significativa de águas pluviais, implicando em formação de áreas de risco de alagamentos durante eventos de chuvas intensas.
199
Para mitigação dos impactos oriundos dos alagamentos por inundações do rio Parnaíba é indicado um conjunto de medidas não estruturais, buscando uma melhor harmonização entre o ambiente construído e as áreas de risco de inundações.
A principal medida é o zoneamento das áreas de alto, médio e baixo risco. A partir desse zoneamento, o uso do solo deve ser hierarquizado, relocando construções dentro da área de alto risco e priorizando a ocupação das áreas de baixo risco.
As zonas de alto risco já foram levantadas no estudo “Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa em Porto (PI)” (CPRM, 2012), apresentado anteriormente. As áreas nomeadas como 1º, 2º e 3º Setor apresentam alto risco às inundações do rio Parnaíba e devem ser livres de construções, sendo indicada implementação de lei instituindo áreas de proteção, vedadas à ocupação.
A análise do diagnóstico setorial de Porto, considerando os estudos realizados pela FUNPAPI, no âmbito da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, e pela CPRM, para mapeamento de áreas de risco, assim como as informações levantadas durante as visitas de campo, possibilitou um melhor reconhecimento dos problemas locais e das características geográficas dessas áreas de maior risco.
De acordo com a delimitação das áreas de risco, em confronto com os pontos limites dos alagamentos registrados, indicados por profissional da Defesa Civil Municipal de Porto, foi delimitado o nível máximo atingido pelas inundações, estimado entre as cotas 34m e 35m. A Figura21 apresenta essas curvas de nível, sobrepostas à imagem de satélite da área urbana de Porto, mostrando diversos locais susceptíveis a alagamentos com habitações em risco.
Com base nas informações levantadas, são consideradas áreas de risco, as regiões abaixo da cota 36m, da seguinte forma:
Entre 36m e 35m área de médio risco
Entre 35m e 34m área de alto risco
Abaixo de 34m área de muito alto risco
200
A Figura apresenta o traçado dos limites das áreas de risco, de acordo com o zoneamento citado anteriormente.
Figura 21: Limites das áreas de risco susceptíveis às inundações do rio Parnaíba no entorno da área urbana de Porto-PI.
A existência de muitas áreas de risco com ocupações já consolidadas tende a dificultar, e muito, a implementação de áreas de proteção, por inviabilidade econômica, política e social para relocação das famílias assentadas nesses locais.
Dessa forma, a indicação é que seja implementada, em conjunto com a legislação para definição da área de risco como área de proteção ambiental, obras estruturais para defesa dos aglomerados urbanos mais densos. Ocupações isoladas em cotas muito baixas devem ser relocadas.
Para fortalecimento da delimitação da área de alto risco às inundações do rio Parnaíba, é indicada a implantação de parque urbano linear, em toda a extensão do limite entre solo urbano e área de proteção. O parque urbano linear pode acumular funções ambientais e urbanas, como o próprio nome indica, devendo ser previstos equipamentos e mobiliários urbanos para uso da população, assim como ativos ambientais, para aumento da qualidade dos ecossistemas.
201
Nas regiões de risco com ocupação consolidada, que receberão proteção contra as inundações do rio Parnaíba, devem ser previstas áreas para implantação de reservatório-pulmão, para armazenamento temporário das águas de chuva precipitadas sobre a região urbana durante as cheias.
O dimensionamento dos reservatório-pulmão deve ser objeto de estudo técnico especializado, com uso de ferramentas de modelagem matemática hidrológico-hidrodinâmicas.
As demais áreas de risco apontadas pela CPRM apresentam ocorrência de alagamentos por insuficiência hidráulica de córregos que cortam a área urbana ou de estruturas hidráulicas de drenagem.
Para essas localidades são indicadas duas abordagens: implantação de corredor verde ao longo dos talvegues principais, com previsão de parque urbano inundável, e readequação das estruturas de drenagem que apresentam insuficiência hidráulica.
Nas Figura são ilustradas as áreas que apresentam problemas de alagamento, indicando a concepção de solução a ser adotada para redução dos riscos de inundação. Portanto, são indicadas três medidas de intervenção:
Parques Urbanos Inundáveis: localizados nas regiões que apresentam problemas de alagamento oriundos do extravasamento dos córregos que cortam a área urbana. Esses parques devem apresentar cotas mais baixas, passíveis de alagamento, para armazenamento temporário dos escoamentos pluviais, durante chuvas intensas, assim como mobiliário urbano para uso comum da população.
Parque Urbano Linear: localizado em toda a extensão do limite máximo da inundação do rio Parnaíba, tem objetivo de delimitar a área urbana passível de ocupação, separando a área de risco de inundações, sendo implantado acima da cota 35m. Nas regiões em que há ocupação consolidada, abaixo da cota 35m, deverá ser prevista estrutura de reservatório-pulmão, para armazenar temporariamente as águas de chuva precipitadas sobre a área urbana, durante o evento de cheia do rio Parnaíba. As curvas de nível são apresentadas em 34m e 35m, assim como o traçado proposto para o Parque Linear, possibilitando a visualização das regiões que deverão possuir reservatórios-pulmão.
Área de Proteção do rio Parnaíba: localizada em toda a extensão da planície de inundação entre o rio Parnaíba e o Parque Urbano Linear, tem por objetivo vedar a ocupação irregular dessa região, que apresenta muito alto risco de inundação.
202
Figura 22: Concepção das soluções para tratamento das áreas com risco de inundação.
Figura 23: Regiões entre a cota 35m e o Parque Urbano Linear.
203
Nos casos em que for adotado o uso de reservatórios de detenção ou retenção dos escoamentos pluviais, deve ser prevista a instalação de medidas de pré-tratamento para as águas afluentes ao reservatório, objetivando a remoção de sedimentos do escoamento, antes que entrem no dispositivo. Essa medida reduz o processo de assoreamento do interior do reservatório, garantindo, assim, sua vida útil.
Tais dispositivos são compostos por um gradeamento primário, para retenção de sólidos grosseiros, e uma caixa de areia, para sedimentação do material suspenso no escoamento.
As soluções técnicas para mitigação dos problemas de inundação devem ser estudadas considerando as seguintes etapas metodológicas:
1. Levantamento de dados básicos
1.1. Topografia A partir da topografia local, devem ser identificadas as bacias principais, onde estão as maiores linhas de drenagem e as bacias locais, bem como definir os caminhos de escoamento da água.
1.2. Traçado urbano existente e planejado O traçado urbano combina-se com e modifica o desenho topográfico original, dando contornos particulares a cada região que precisa receber a drenagem, devendo ser analisado para definição dos traçados do sistema de drenagem.
1.3. Pluviometria A partir de dados de medição de precipitações, com séries históricas, são elaboradas equações IDF (intensidade x duração x frequência) para as chuvas, as quais permitirão a construção de chuvas de projeto, para uso no dimensionamento dos dispositivos do sistema de drenagem.
2. Divisão da bacia em pequenas sub-bacias de contribuição.
3. Cálculo das vazões de projeto
4. Dimensionamento hidráulico
2.3.5.7.4 DIRETRIZES PARA O CONTROLE DE ESCOAMENTOS NA FONTE
As soluções técnicas sustentáveis em drenagem urbana podem ser divididas em
quatro grupos de acordo com a sua localização no sistema de drenagem, podendo
ser um controle na fonte, um controle no local, um transporte lento ou um controle a
jusante (Stahre, 2005), como apresentado no esquema da Figura .
204
Controle na Fonte Controle
no Local
Controle de Jusante
Transporte Lento
- Telhados verdes - Dispositivos de infiltração - Coleta de água de chuva para uso
- Pequenas bacias de detenção - Pequenas bacias de retenção - Dispositivos de infiltração
- Valas - Ramificação (Creeks) - Renaturalização - Aumento da rugosidade dos canais
- Bacias de detenção - Bacias de retenção - Banhados construídos (Wetlands)
Privado Público
Figura 24: Categorização das soluções técnicas sustentáveis segundo sua localização no sistema de drenagem (Adaptado de Stahre, 2005)
As medidas de controle na fonte são dispositivos localizados próximos aos locais de
geração dos escoamentos e apresentam menores dimensões. Sua principal
vantagem é a possibilidade de criação de pequenas unidades padronizadas, porém,
por ser uma solução muito dispersa, pode apresentar altos custos de operação e
manutenção devido ao grande número de unidades, aumentando também a
complexidade da avaliação do desempenho global da solução. Entretanto, por ser
dispersa, as falhas operacionais em alguns dispositivos, em geral, não
comprometem o funcionamento do sistema como um todo, pois pode haver uma
reacomodação dos escoamentos nas demais estruturas. A redistribuição dos
escoamentos pluviais em uma bacia pode ser feita através de estruturas de
detenção que variam em tamanho, desde grandes reservatórios, que atenuam
localmente as descargas de grandes partes da bacia, a pequenos reservatórios
distribuídos sobre a paisagem urbana (Mascarenhas et al, 2005). Podem ser
classificadas em:
205
a) Disposição no Local: controle em lotes e vias de circulação por
dispositivos que permitem a infiltração e a percolação. Apresenta como
objetivo principal a redução do pico da vazão que chega à rede de drenagem,
podendo incorporar, como objetivos adicionais, o aumento da recarga do
lençol freático e a possibilidade de aproveitamento da água de chuva para
ouros fins.
b) Controle na Entrada: restringe a entrada do escoamento no
sistema de drenagem através da reservação da água precipitada, podendo
retornar ou não para o sistema, caso haja interesse no aproveitamento da
água pluvial. Geralmente, é feito através do controle nos telhados, captando
as águas precipitadas sobre as telhas por meio de calhas e condutores com
capacidade de armazenamento, ou através do controle em áreas impermeabilizadas, captando as águas precipitadas sobre grandes áreas,
como estacionamentos e praças públicas.
c) Detenção IN-SITU: controla áreas urbanizadas restritas, como
loteamentos e condomínios. O controle é feito, normalmente, através de leis
restritivas visando o controle de cheias que não permitam o aumento do pico
de vazão gerado pelas chuvas precipitadas na área a ser urbanizada,
resultando em um impacto zero no sistema de drenagem existente. Pode ser
vista como uma medida preventiva.
Como principais vantagens e desvantagens relacionadas à implantação de medidas
de contenção na fonte, podem ser apontadas, segundo Mascarenhas et al (2005):
Mitiga alguns impactos negativos do desenvolvimento urbano,
resgatando parte do volume natural de armazenamento, agindo na fonte do
escoamento e não simplesmente transferindo os problemas da urbanização
para jusante.
Em algumas condições hidrológicas, o armazenamento em
regiões mais baixas da bacia pode aumentar as inundações, através da
combinação dos picos de hidrogramas.
206
É um sistema justo, uma vez que impõe uma parte da
responsabilidade do controle em quem urbanizou uma área e tirou benefício
disto.
Imposição de obrigações e responsabilidades aos proprietários.
Estabelecimentos de regras de operação simples e eficientes,
desde que levando-se em conta o controle da qualidade para o
aproveitamento da água pluvial.
Pequeno efeito na remoção de poluentes transportados pela
chuva, sendo esse efeito ligado mais aos sólidos em suspensão.
Difícil fiscalização pelas autoridades governamentais, uma vez
que as intervenções são extensivamente distribuídas pela bacia e em
propriedades privadas.
Difícil sensibilização e aceitação dos proprietários de lotes nas
partes altas da bacia a instalar as estruturas, uma vez que não costumam
sofrer os efeitos diretos das inundações.
O município de Porto apresenta uma característica que torna a implantação de
reservatórios de detenção em lotes pouco efetivas para o controle das inundações,
por se localizar na planície de inundação de um grande corpo fluvial, o rio Parnaíba,
que chega a subir cerca de seis metros durante as cheias. Essa localização também
reduz a eficiência de medidas de infiltração, uma vez que o lençol freático tende a
ser muito raso.
Porém, as medidas de detenção se apresentam como uma excelente solução de
uso múltiplo, possibilitando o controle dos escoamentos gerados pelos lotes e, em
consequência, reduzindo as dimensões das redes de drenagem, e, ainda,
incrementando a segurança hídrica, caso sejam dimensionadas para aproveitamento
das águas de chuva.
Dessa forma, para adoção de medidas de controle na fonte no município de Porto, é
indicado, inicialmente, o zoneamento de soluções, para definição das regiões mais
207
apropriadas para instalação de dispositivos de detenção e/ou infiltração dos
escoamentos.
Para a escolha dos locais indicados para implantação de medidas de infiltração dos
escoamentos, devem ser realizadas pesquisas e levantamentos de campo, para
conhecimento das taxas típicas de infiltração e da profundidade do lençol freático.
As regiões com alta taxa de infiltração e lençol freático profundo deverão priorizar
soluções que favoreçam a infiltração da água de chuva.
Independente da ineficiência para a redução dos problemas de inundação quando
consideradas as cheias do rio Parnaíba, a adoção de estruturas de detenção de
águas pluviais em lotes, associadas ao aproveitamento da água pluvial para fins não
potáveis, são indicadas para todas as regiões do município. Os locais mais próximos
das planícies de inundação do rio Parnaíba devem prever a incapacidade de
esgotamento do reservatório durante as cheias e a possibilidade de retorno de água
das regiões alagadas para dentro do reservatório. Assim, devem ser dimensionadas
para evitar tais problemas.
A maior parte das habitações existentes em Porto são unidades unifamiliares, sendo
mais apropriado que sejam previstas estruturas de captação e aproveitamento da
água de chuva precipitada sobre os telhados em conjuntos de residências, buscando
a otimização do sistema e uma melhor relação benefício/custo.
2.3.5.7.5 DIRETRIZES PARA O TRATAMENTO DE FUNDOS DE VALE
Como a área urbana do município de Porto se localiza na planície de
inundação do rio Parnaíba, em seu trecho médio, o terreno apresenta declividades
baixas, com vales pouco encaixados.
A concepção para intervenções de fundo de vale, buscando mitigar efeitos
negativos das cheias, durante ocorrência de chuvas intensas, deve considerar a
preservação da calha natural e das margens, com recuperação de vegetação
quando necessário. Não são indicadas intervenções para canalização dos talvegues,
devendo sempre ser priorizado o tratamento como canal aberto em solo natural.
208
Nos locais onde houver espaço suficiente nas margens do talvegue, é indicada
a delimitação de área de preservação permanente, possibilitando o extravasamento
de água da calha principal do córrego durante as cheias mais severas. Essa
configuração permite que o talvegue mantenha ou recupere sua capacidade de
armazenamento temporário das águas de chuva, amortecendo os escoamentos para
as áreas de jusante.
Portanto, o tratamento de fundo de vale deve considerar a preservação das
faixas contiguas ao talvegue, mais baixas, podendo haver intervenção estrutural no
eixo principal do talvegue, com vistas a aumentar a capacidade hidráulica da calha
principal, onde ocorrerá a maior parte dos escoamentos.
Alternativas Técnicas de Engenharia para Atendimento da Demanda
A partir do reconhecimento dos principais impactos, são propostas medidas de
intervenção mitigadoras dos problemas oriundos das águas pluviais.
Conforme abordado no diagnóstico, o município de Porto apresenta duas
fontes de problemas, associados à ocorrência de chuvas intensas:
Alagamentos da planície de inundação do rio Parnaíba, em
consequência de grandes eventos hidrológicos críticos para a escala da bacia
desse rio.
Alagamentos na área urbana por extravasamento de córregos, em
consequência de eventos hidrológicos de curta duração e mais localizados,
críticos para a escala das sub-bacias desses córregos.
Além desses problemas, que possuem alto potencial de danos, existe ainda a
ocorrência de pequenos alagamentos na área urbana ocasionados por inexistência
de um sistema formal de microdrenagem. Assim, quando há uma chuva, os
escoamentos se processam superficialmente, sendo conduzidos pelas sarjetas,
quando existentes, construídas sem qualquer dimensionamento hidráulico e padrão
técnico.
209
Assim, prioritariamente, é indicada a elaboração de um estudo técnico de
projeto de microdrenagem urbana, visando a adequação e conformação de um
sistema de drenagem para toda a área urbana.
Sistema de Microdrenagem Urbana
A alternativa técnica indicada para o projeto de microdrenagem é a abordagem
tradicional, com previsão de dispositivos hidráulicos para ordenamento dos
escoamentos excedentes das chuvas precipitadas sobre as áreas urbanas. Os
principais dispositivos utilizados são:
Meio-fio e sarjetas: funciona como uma calha receptora das águas pluviais
que incidem sobre as vias públicas e lotes que não se comunicam com a rede
por ramais prediais.
Sarjetões: são estruturas de condução das águas pluviais contiguas às
sarjetas, quando há cruzamento de vias.
Bocas-de-lobo ou caixas-ralo: elementos com finalidade de captar as águas
das sarjetas e conduzi-las até as galerias ou tubulações subterrâneas, para
que não venham a invadir o leito carroçável das ruas.
Condutores: são os dutos responsáveis por conectar as bocas-de-lobo ou
caixas-ralo aos poços de visita.
Poços de visita: são dispositivos que visam permitir a inspeção e
manutenção da rede subterrânea de drenagem. Devem ser previstos sempre
nas mudanças de seção transversal, de declividade, de direção, na
confluência de escoamentos e em intervalos regulares máximos (por ex. 100
metros), para facilitar a limpeza das galerias.
Galeria: estruturas que recebem as águas pluviais captadas na superfície e
as encaminha ao destino final. Normalmente são localizadas no eixo da rua,
podendo ser circulares ou retangulares.
Os critérios básicos de projeto a serem observados são:
• Diâmetro mínimo 0,40m
210
• Escoamento superfície livre aplicação da fórmula de Manning
• Velocidade máxima do escoamento 5,0 m/s (para tubos em
concreto)
• Recobrimento mínimo 1,0m
• Mudanças de diâmetro tubos alinhados pela geratriz superior
• Enchimento máximo da galeria y/d < 85% (RJ)
O dimensionamento hidráulico do sistema de drenagem urbana pode ser realizado
com uso de planilhas eletrônicas, elaboradas especificamente para esse fim. Na
literatura técnica, podem ser encontrados guias para elaboração dessas planilhas no
“Manual de Drenagem de Rodovias” (Brasil, 2006) e na publicação “Manual de
Hidráulica” (Azevedo Netto, 1970).
Sistema de Macrodrenagem
No entorno da área urbana de Porto, além do rio Parnaíba e do Igarapé,
existem alguns talvegues com concentração significativa de águas pluviais,
implicando em formação de áreas de risco de alagamentos durante eventos de
chuvas intensas.
Para mitigação dos impactos oriundos dos alagamentos por inundações do rio
Parnaíba é indicado um conjunto de medidas não estruturais, buscando uma melhor
harmonização entre o ambiente construído e as áreas de risco de inundações.
A principal medida é o zoneamento das áreas de alto, médio e baixo risco. A
partir desse zoneamento, o uso do solo deve ser hierarquizado, relocando
construções dentro da área de alto risco e priorizando a ocupação das áreas de
baixo risco.
As zonas de alto risco já foram levantadas no estudo “Ação Emergencial para
Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de
Massa em Porto (PI)” (CPRM, 2012), apresentado anteriormente. As áreas
211
nomeadas como 1º, 2º e 3º Setor apresentam alto risco às inundações do rio
Parnaíba e devem ser livres de construções, sendo indicada implementação de lei
instituindo áreas de proteção, vedadas à ocupação.
A análise do diagnóstico setorial de Porto, considerando os estudos realizados
pela FUNPAPI, no âmbito da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico,
e pela CPRM, para mapeamento de áreas de risco, assim como as informações
levantadas durante as visitas de campo, possibilitou um melhor reconhecimento dos
problemas locais e das características geográficas dessas áreas de maior risco.
De acordo com a delimitação das áreas de risco, em confronto com os pontos
limites dos alagamentos registrados, indicados por profissional da Defesa Civil
Municipal de Porto, foi delimitado o nível máximo atingido pelas inundações,
estimado entre as cotas 34m e 35m. As Figurailustram os diversos locais
susceptíveis a alagamentos com habitações em risco.
Com base nas informações levantadas, são consideradas áreas de risco, as
regiões abaixo da cota 36m, da seguinte forma:
Entre 36m e 35m área de médio risco
Entre 35m e 34m área de alto risco
Abaixo de 34m área de muito alto risco
A Figura apresenta o traçado dos limites das áreas de risco, de acordo com o
zoneamento citado anteriormente.
212
Figura 25: Limites das áreas de risco susceptíveis às inundações do rio Parnaíba no entorno da área urbana de Porto-PI.
A existência de muitas áreas de risco com ocupações já consolidadas tende a
dificultar, e muito, a implementação de áreas de proteção, por inviabilidade
econômica, política e social para relocação das famílias assentadas nesses locais.
Dessa forma, a indicação é que seja implementada, em conjunto com a legislação
para definição da área de risco como área de proteção ambiental, obras estruturais
para defesa dos aglomerados urbanos mais densos. Ocupações isoladas em cotas
muito baixas devem ser relocadas.
Para fortalecimento da delimitação da área de alto risco às inundações do rio
Parnaíba, é indicada a implantação de parque urbano linear, em toda a extensão do
limite entre solo urbano e área de proteção. O parque urbano linear pode acumular
funções ambientais e urbanas, como o próprio nome indica, devendo ser previstos
equipamentos e mobiliários urbanos para uso da população, assim como ativos
ambientais, para aumento da qualidade dos ecossistemas.
213
Nas regiões de risco com ocupação consolidada, que receberão proteção contra as
inundações do rio Parnaíba, devem ser previstas áreas para implantação de
reservatório-pulmão, para armazenamento temporário das águas de chuva
precipitadas sobre a região urbana durante as cheias.
O dimensionamento dos reservatório-pulmão deve ser objeto de estudo técnico
especializado, com uso de ferramentas de modelagem matemática hidrológico-
hidrodinâmicas.
As demais áreas de risco apontadas pela CPRM apresentam ocorrência de
alagamentos por insuficiência hidráulica de córregos que cortam a área urbana ou
de estruturas hidráulicas de drenagem.
Para essas localidades são indicadas duas abordagens: implantação de corredor
verde ao longo dos talvegues principais, com previsão de parque urbano inundável,
e readequação das estruturas de drenagem que apresentam insuficiência hidráulica.
Na Figura 26 são apresentadas as áreas que apresentam problemas de alagamento,
indicando a concepção de solução a ser adotada para redução dos riscos de
inundação. Portanto, são indicadas três medidas de intervenção:
• Parques Urbanos Inundáveis: localizados nas regiões que apresentam
problemas de alagamento oriundos do extravasamento dos córregos que cortam a
área urbana. Esses parques devem apresentar cotas mais baixas, passíveis de
alagamento, para armazenamento temporário dos escoamentos pluviais, durante
chuvas intensas, assim como mobiliário urbano para uso comum da população.
• Parque Urbano Linear: localizado em toda a extensão do limite máximo
da inundação do rio Parnaíba, tem objetivo de delimitar a área urbana passível de
ocupação, separando a área de risco de inundações, sendo implantado acima da
cota 35m. Nas regiões em que há ocupação consolidada, abaixo da cota 35m,
deverá ser prevista estrutura de reservatório-pulmão, para armazenar
temporariamente as águas de chuva precipitadas sobre a área urbana, durante o
evento de cheia do rio Parnaíba. A Figura 27 apresenta as curvas de nível de 34m e
35m, assim como o traçado proposto para o Parque Linear, possibilitando a
visualização das regiões que deverão possuir reservatórios-pulmão.
214
• Área de Proteção do rio Parnaíba: localizada em toda a extensão da
planície de inundação entre o rio Parnaíba e o Parque Urbano Linear, tem por
objetivo vedar a ocupação irregular dessa região, que apresenta muito alto risco de
inundação.
Figura 26: Concepção das soluções para tratamento das áreas com risco de inundação.
215
Figura 27: Regiões entre a cota 35m e o Parque Urbano Linear.
As soluções técnicas para mitigação dos problemas de inundação devem ser
estudadas considerando as seguintes etapas metodológicas:
5. Levantamento de dados básicos
1.4. Topografia A partir da topografia local, devem ser identificadas as
bacias principais, onde estão as maiores linhas de drenagem e as
bacias locais, bem como definir os caminhos de escoamento da água.
1.5. Traçado urbano existente e planejado O traçado urbano combina-
se com e modifica o desenho topográfico original, dando contornos
particulares a cada região que precisa receber a drenagem, devendo
ser analisado para definição dos traçados do sistema de drenagem.
1.6. Pluviometria A partir de dados de medição de precipitações, com
séries históricas, são elaboradas equações IDF (intensidade x
duração x frequência) para as chuvas, as quais permitirão a
216
construção de chuvas de projeto, para uso no dimensionamento dos
dispositivos do sistema de drenagem.
6. Divisão da bacia em pequenas sub-bacias de contribuição.
7. Cálculo das vazões de projeto
8. Dimensionamento hidráulico
2.3.5.7.6 MEDIDAS COMPLEMENTARES
Em função da riqueza hídrica no município, da topografia particular da região e da
forma de ocupação irregular na zona rural, no período de chuvas muitas
comunidades enfrentam sérios problemas com o acúmulo de água em vias de
acesso e em pontos específicos que comprometem a circulação de pedestres e
veículos.
Para solucionar estes problemas, foram diagnosticados pontos críticos que
demandam a implantação de medidas complementares para a mitigação desses
problemas. Não se trata apenas de dispositivos de drenagem, propriamente dito,
mas de infraestrutura de apoio, como os serviços de pavimentação, a melhoria das
condições das vicinais, construção de pontes e pontilhões e a instalação de bueiros.
Estas medidas são relacionadas a seguir:
Quadro 46: Ações Complementares para a Melhoria da Drenagem Urbana em Porto (PI)
Ações Localização Trecho/Extensão
Pav
imen
taçã
o P
olié
dric
a
Zona urbana 4.500m
Con
stru
ção
de p
onte Zona urbana Trecho sobre o Rio Parnaíba,
interligando Porto (PI) a Buriti (MA) – Extensão de 500m
Ponte no trecho PI-212/Escondido/ Mocambo de Dentro/ Capivara/
Extensão de 10m, com largura de 5,0m
Ponte na Estrada Titara/ Cassianos/ Baixão
Extensão de 7m, com largura de 5,0m
217
Quadro 46: Ações Complementares para a Melhoria da Drenagem Urbana em Porto (PI)
(Cont.)
Ações Localização Trecho/Extensão
Obr
as d
e m
elho
ram
ento
da
pavi
men
taçã
o de
vic
inai
s
Aglomerado GuabirabaEstrada Mocambo/Porto – 5 kmEstrada Mocambo/Sussuarana – 3 kmEstrada Cipó/Guabiraba – 10 kmEstrada Guabiraba I/ Guabiraba II/ Areia Branca – 4kmEstrada Sussuapara/ Mocambo de Dentro – 3kmEstrada PI-112 / Sussuapara – 3km
Aglomerado Tenda do Côco
Estrada Estiva/Boqueirão Vermelho/ Murici – 3 kmEstrada Estiva/Variante – 5 kmEstrada PI-212/Escondido/ Mocambo de Dentro/ Capivara/ - 7kmEstrada PI-212/ Variante/ Mocambo de Dentro – 5kmEstrada PI-212/ Marruá Velho – 3km
Obr
as d
e m
elho
ram
ento
da
pavi
men
taçã
o de
vic
inai
s
Aglomerado São FranciscoEstrada São Fco/Pé do Morro – 5 kmEstrada PI-112/Ininga/Pé do Morro/Almas/ Saco – 8km (c/ 01 bueiro)Estrada PI-112/ Comunidade Pilões/Giral – 4km (c/ 01 bueiro)Estrada PI-112/Estanhado – 6 kmEstrada PI-112/ João Pinto – 6 kmEstrada PI-112/ Mororó – 6 kmEstrada São Fco/ Caboré/ Coivaras/ Saco/ Pedras – 10 kmEstrada Cantinho I/ Cantinho II/ Pilões de Pedra – 3 kmEstrada João Pinto/ Vila Boa Hora/ Brasileira – 7km
Aglomerado TitarasEstrada Banca de Areia/Caldeirões/ Jaborandi – 7km (c/ 01 bueiro)Estrada Baixão / Olho D’Agua – 3kmEstrada PI-112/ Baixão – 7 km (c/ 01 bueiro)Estrada Titara/Pedras – 8kmEstrada PI-112/Anajás – 4 km (c/ 01 bueiro)Estrada Titara/ Cassianos/ Baixão – 12 kmEstrada Cassianos/ Sítio Velho/ Inácio André/ Picos/ Pedras – 9 km (c/ 01 bueiro)Estrada Sítio Velho/ Sapucaia/ Banca de Areia – 5 kmEstrada Tabuleiro/ Sapucaia – 3 km
218
3.0 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA
3.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
O Plano de Emergência e Contingência é um documento onde estão descritos
procedimentos e ações que irão auxiliar os responsáveis no atendimento a situações
de risco e emergências, causadas por fenômenos que possam provocar perda de
vidas ou danos à população de determinado município. Este plano deve conter as
características das áreas sujeitas a riscos ou sistemas envolvidos e as ações
necessárias às respostas de controle e combate às ocorrências anormais.
A finalidade do Plano de Emergência e Contingência é caracterizar as estruturas
disponíveis e estabelecer as formas de atuação do setor, tanto em caráter corretivo
como preventivo, na ocorrência de uma catástrofe direta ou ainda uma intervenção
indireta sobre as ações e mecanismos ligados ao manejo de águas pluviais, de
maneira a elevar o grau de segurança da população e assegurar a continuidade dos
processos instaurados, bem como retomar à normalidade o mais rápido possível.
As ações de um Plano de Emergência e Contingência deve assegurar a
continuidade dos procedimentos originais, melhorando a capacidade de prevenção
do setor e reduzindo as consequências de desastres. Normalmente, a
descontinuidade dos procedimentos se origina de um evento de maior gravidade e,
portanto, de maior dificuldade de solução, que no caso do manejo de águas pluviais
pode ser uma chuva forte e concentrada, inundações, falhas no sistema de
drenagem, erosões, entre outros.
É necessário, portanto, o monitoramento das variáveis externas e internas que
possam prejudicar o manejo de águas pluviais, visando minimizar a ocorrência de
interrupções ou falhas no sistema e reduzindo, ou até evitando, danos à população.
Quando ocorre um desastre, seja ele natural ou causado pelo homem, na maioria
das vezes, há transtornos no funcionamento normal de uma cidade ou sociedade.
Tais consequências podem trazer grandes perdas e danos humanos, sociais,
econômicos ou ambientais, excedendo a capacidade de reação frente ao evento
extremo. No caso de eventos que excedam a capacidade de atendimento do setor,
devem ser mobilizadas outras áreas afins, com o objetivo de manter a segurança da
219
sociedade. O processo de planejamento para desastres deve envolver órgãos
governamentais, organizações não governamentais e empresas privadas.
É extremamente importante estabelecer os níveis de segurança e riscos aceitáveis
para a viabilidade econômica dos serviços, uma vez que elevados níveis de
segurança podem inviabilizar os custos de implantação e operação de um Plano.
A fim de equalizar conceitos e definições faz-se necessário distinguir os diferentes
termos:
Desastre: é o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo
homem, sobre um ecossistema, causando danos humanos, materiais e/ou
ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais, que excedem a
capacidade da comunidade afetada em responder ao evento positivamente
através de recursos próprios (UNISDR, 2009). É uma combinação de
condições de suscetibilidade, vulnerabilidade e capacidade insuficiente de
reduzir as consequências negativas do evento. Os desastres são fenômenos
complexos e de variados tempos de retorno, presentes na dinâmica do planeta;
suas consequências serão mais ou menos graves, dependendo das condições
de vulnerabilidade e de resiliência da sociedade atingida por estes eventos.
Dano: o dano é uma medida que define a intensidade ou severidade da lesão
resultante de um acidente ou evento adverso. Caracteriza-se pela perda de
vidas humanas, ferimentos ou outros danos à saúde; prejuízos a propriedades;
perdas de bens e serviços; e impactos ao meio ambiente.
Perigo: condição ou fenômeno com potencial para causar uma consequência
desagradável.
Risco: é a relação entre a possibilidade de ocorrência de um dado processo ou
fenômeno, e a magnitude de danos ou consequências sociais e/ou econômicas
sobre um dado elemento, grupo ou comunidade. O risco não está associado
apenas à possibilidade de ocorrer um evento catastrófico, mas sim à exposição
de pessoas ou bens a este evento. O risco está relacionado tanto à
probabilidade de ocorrência de um evento, quanto à expectativa de perdas
causadas por ele. Assim, o risco estaria dividido em dois componentes básicos:
220
um que se refere à probabilidade de ocorrência de um evento e outro, relativo
às suas consequências. Quanto maior a vulnerabilidade, maior o risco.
Vulnerabilidade: características e circunstâncias de uma população ou um
sistema que está susceptível aos efeitos de perigo. Como por exemplo,
ocupação das margens dos rios e ineficiência no sistema de coleta de esgoto e
lixo.
Resiliência: é capacidade de um indivíduo, comunidade, cidade ou nação de
resistir, absorver ou se recuperar de um choque, como por exemplo um evento
de graves inundações, e/ou adaptar-se com sucesso à adversidade ou a uma
mudança nas condições (como as alterações climáticas ou uma recessão
econômica) de forma rápida e eficiente (Sayers et al., 2013). No caso urbano,
uma cidade resiliente é aquela que reconhece suas fraquezas e se prepara
para responder às catástrofes.
Situação de emergência: é uma situação anormal, decretada devido à
ocorrência de um desastre, que embora não excedendo a capacidade inicial de
resposta do Município ou do Estado atingido (comprometimento parcial da
capacidade de resposta do poder público), requer auxílio complementar do
Estado ou da União para as ações de socorro e de recuperação. Uma situação
de emergência possui as seguintes características:
Danos humanos à 1 a 9 mortos ou até 99 afetados;
Danos Sociais à 1 a 9 instalações públicas de saúde ou de
ensino danificadas ou destruídas;
Prejuízos econômicos públicos acima de 2,77% da receita
corrente líquida anual do Município, relativos com assistência
médica, saúde pública, abastecimento de água potável, etc.
Estado de calamidade pública: representa uma situação anormal, decretada
em razão de um desastre, que devido à magnitude dos danos, requer auxílio
direto e imediato do Estado ou da União para as ações de socorro e de
recuperação. É mais grave que situação de emergência e requer mais
subsídios do Governo Federal. Possui as seguintes características:
Danos humanos à 10 ou mais mortos ou mais de 100 afetados;
221
Danos Sociais à 10 ou mais instalações públicas de saúde ou de
ensino danificadas ou destruídas;
Prejuízos econômicos públicos acima de 8,33% da receita
corrente líquida anual do Município, relativos com assistência
médica, saúde pública, abastecimento de água potável, etc.
Emergência: é uma situação crítica, episódio perigoso ou fortuito, incidente,
caso de urgência, situação mórbida inesperada e que requer algum tipo de
tratamento imediato.
Contingência: pode ser descrita como qualquer acontecimento que afeta os
processos ligados a um determinado setor e provoca a descontinuidade de
serviços considerados essenciais.
Pode-se mencionar que as medidas de contingência se concentram na prevenção e
as medidas de emergências objetivam programar as ações a serem aplicadas no
caso de um acidente, de forma a minimizar os possíveis danos. Assim, as ações
para emergência e contingência são abordadas conjuntamente, pois ambas estão
relacionadas a uma situação anormal e são complementares.
As ações de um Plano de Emergência e Contingência se desenvolvem basicamente
em três períodos: prevenção, emergência e readequação. Na prevenção o plano
deve antecipar ações que reduzam a vulnerabilidade e elevam o nível de segurança
dos sistemas, evitando o agravamento de situações de risco. Consiste na
elaboração de estratégias e aperfeiçoamento dos processos, dentro do período de
normalidade, além do levantamento de ações necessárias para minimização de
acidentes. Na emergência as ações são concentradas quando ocorre o evento,
buscando a volta da normalidade o mais rápido possível e a redução dos danos. Na
readequação as ações são concentradas durante e após o evento, a fim de se
adequar à nova situação e agir preventivamente.
É recomendável identificar os locais que conferem maior risco e os processos cuja
interrupção pode causar os maiores impactos, relegando os demais para serem
atendidos após o controle total dos primeiros.
222
3.2 PREVISÃO DE EVENTOS DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA
As ações de emergência e contingência têm origem na necessidade de assegurar a
continuidade dos processos e atendimento dos serviços, assim como acelerar a
retomada e a normalidade em caso de sinistros de qualquer natureza.
Toda organização com potencialidades de geração de ocorrências anormais, cujas
consequências possam provocar danos às pessoas, ao meio ambiente e a bens
patrimoniais, inclusive de terceiros, devem ter como atitude preventiva um Plano de
Emergência e Contingência. Esse contempla um planejamento tático a partir de uma
determinada hipótese ou ocorrência de evento danoso.
Pode-se mencionar que as medidas de contingência centram-se na prevenção e as
emergências objetivam programar as ações no caso de ocorrência de um acidente
de forma a minimizar os possíveis danos. Assim, as ações para emergência e
contingência são abordadas conjuntamente, pois ambas referem-se a uma situação
anormal e complementam-se entre si.
Basicamente, uma emergência trata-se de uma situação crítica, acontecimento
perigoso ou fortuito, incidente, caso de urgência, situação mórbida inesperada e que
requer algum tipo de tratamento imediato.
Contingência pode ser descrita como qualquer evento que afete a disponibilidade
total ou parcial de um ou mais recursos associados a um sistema, provocando, em
consequência, a descontinuidade de serviços considerados essenciais.
O plano de emergência e contingência é um documento onde estarão definidas as
responsabilidades para atender os diversos eventos adversos e contém informações
detalhadas sobre as características das áreas sujeitas aos riscos.
O planejamento de contingência deve ser elaborado com antecipação, determinando
ou recomendando o que cada órgão, entidade ou indivíduo fará quando aquela
hipótese de desastre se concretizar. Ele tem foco nas ameaças, sendo elaborado
um específico para cada possibilidade de desastre.
223
Cada plano determinará diversos aspectos, como localização e organização de
abrigos, estrutura de socorro às vítimas, procedimentos de evacuação, coleta de
donativos, ações de recuperação e retomada de serviços básicos, etc.
É importante observar que o planejamento de contingência e de emergência pode
ser estruturado para os diversos níveis de preparação e resposta aos desastres:
estadual, regional, municipal, comunitário e até mesmo familiar.
Considera-se ainda que o planejamento não ocorre de forma isolada, ou seja,
haverá sempre organizações cujos esforços serão necessários para que o plano
funcione, as quais não podem ser ignoradas na fase de planejamento. Além de ser
multifuncional, o processo de planejamento para desastres deve ser inclusivo, ou
seja, deve envolver órgãos governamentais, organizações não governamentais e
empresas privadas.
O planejamento em situações críticas é a ação de visualizar uma situação final
desejada e determinar meios efetivos para concretizar esta situação, auxiliando o
tomador de decisão em ambientes incertos e limitados pelo tempo.
O detalhamento das medidas a serem adotadas deve ser apenas o necessário para
sua rápida execução, sem excesso de informações, que possam ser prejudiciais
numa situação crítica.
O documento deve ser desenvolvido com o intuito de treinar, organizar, orientar,
facilitar, agilizar e uniformizar as ações necessárias às respostas de controle e
combate às ocorrências anormais e deve incluir também, medidas para fazer com
que seus processos vitais voltem a funcionar plenamente, ou num estado
minimamente aceitável, o mais rápido possível, evitando paralisações prolongadas
que possam gerar mais prejuízos.
Sua aprovação deve ser de forma participativa e a atualização desta documentação
deve ser revista sempre que possível. Testes periódicos através de simulados
também são necessários para verificar se o processo continua válido. É essencial
que o plano seja revisto regularmente para que sejam feitos os acertos necessários.
Visando evitar hesitações ou perdas de tempo que possam causar maiores
problemas em situação de crise, todos os agentes em grau de responsabilidade
224
devem estar familiarizados com as ações. A equipe responsável deverá ter a
possibilidade de decidir perante situações imprevistas ou inesperadas, devendo
estar previamente definido o limite desta possibilidade de decisão.
O plano de emergência e contingência deve se concentrar principalmente nos
incidentes de maior probabilidade e não nos catastróficos que normalmente são
menos prováveis de acontecer.
Diversos modelos foram desenvolvidos para auxiliar na construção desta ferramenta
fundamental para respostas aos eventos potencialmente danosos e todos sugerem
que feitura do documento deve assumir contexto simples, técnico, objetivo e de
prática execução.
Um ponto importante a ser considerado, é a definição do fluxo de informações e
responsabilidades entre as pessoas envolvidas nas diversas ações.
Para se criar um plano satisfatório, geralmente são utilizadas as regras básicas
abaixo descritas, com algumas variações mínimas possíveis:
Identificar todos os processos funcionais e operacionais da
organização;
Avaliar os impactos nos referidos processos, ou seja, para cada
processo identificado, avaliar o impacto que a sua falha representa
para a organização, levando em consideração também as
interdependências entre processos. Como resultado deste trabalho
será possível identificar todas as questões críticas;
Identificar riscos e definir cenários possíveis de falha para cada um
dos processos críticos, levando em conta a probabilidade de
ocorrência de cada falha, provável duração dos efeitos, consequências
resultantes, custos inerentes e os limites máximos aceitáveis de
permanência da falha sem a ativação da respectiva medida de
contingência e/ou emergência;
Identificar medidas para cada falha, ou seja, listar as medidas a serem
postas em prática caso a falha aconteça;
225
Definir ações necessárias para operacionalização das medidas, cuja
implantação dependa da aquisição de recursos físicos e/ou humanos;
Definir forma de monitoramento após a falha;
Definir critérios de ativação do plano, como tempo máximo aceitável
de permanência da falha;
Identificar o responsável pela ativação do plano, normalmente situado
em um alto nível hierárquico;
A exigência de estudos que tratem de ações para emergências e contingências é
também foco de planejamento para o saneamento básico, neste caso do presente
Plano Municipal de Saneamento Básico.
O planejamento das ações de emergências e contingências em sistemas de
saneamento básico apresenta-se com alto grau de complexidade em vista de suas
características intrínsecas. São procedimentos detalhados e altamente técnicos,
cabendo apenas ao operador a responsabilidade de consolidar o documento.
As inspeções rotineiras bem como os planos de manutenção preventivos que
possibilitam antecipar a detecção de situações e condições que favoreçam as
ocorrências anormais, evitando que as falhas se concretizem, devem ser exercitadas
incansavelmente. Contudo, sabe-se que a possibilidade de que venha acontecer um
evento potencialmente danoso ocasionado por falha humana ou de acessórios ou
ainda por ações de terceiros, continuará existindo, mesmo com baixa probabilidade.
É nesse momento que as ações deverão estar perfeitamente delineadas e as
responsabilidades bem definidas para minimizar as consequências da ocorrência e o
restabelecimento da normalidade das operações em pequeno intervalo de tempo.
3.3 FASES DE ADMINISTRAÇÃO
Durante muito tempo, a administração de desastres esteve concentrada apenas nas
ações desenvolvidas após o impacto do evento adverso, ou seja, na prestação de
socorro e assistência às pessoas atingidas.
226
Por este motivo, as ações sempre foram associadas à coleta e distribuição de
donativos, repasse de verbas em áreas atingidas por desastres naturais, como
inundações, enchentes e vendavais, ou a coordenação dos bombeiros em ações de
salvamento.
Assim, a administração dos desastres se apresenta como a melhor opção para
proporcionar maior segurança à sua comunidade. Atualmente, além de considerar
outros tipos de desastres, a administração de desastres é vista como um ciclo
composto por quatro fases, que são: prevenção, preparação, resposta e
reconstrução.
A divisão do processo de administração dos desastres possibilita a melhor
identificação da situação para que sejam adotadas ações mais efetivas na
prevenção ou mesmo na resposta dos eventos críticos.
A prevenção de desastres busca a sua minimização por meio de medidas para
avaliar e reduzir o risco de desastre. É importante salientar que nesta fase não se
busca a eliminação do risco de desastres, já que, em muitos casos, existe pouco ou
nenhum controle sobre os eventos adversos. A prevenção de desastres é
implementada, então, por meio de dois processos importantes: a análise e a redução
dos riscos de desastres.
Considerando a análise e a redução dos riscos, algumas ações são necessárias
para garantir a prevenção de desastres:
Redução da grandeza e da probabilidade de ocorrência dos acidentes
ou dos eventos adversos;
Redução da vulnerabilidade dos cenários dos desastres e das
comunidades em risco;
Redução da probabilidade de que uma determinada ameaça se
concretize ou da provável grandeza do evento adverso (em desastres
mistos ou provocados pelo homem).
Antes de escolher e implantar medidas preventivas é necessário saber quais são os
riscos a que a comunidade está realmente exposta.
227
Ao conhecer a probabilidade e a magnitude de determinados eventos adversos, bem
como o impacto deles, caso realmente aconteçam, tem-se a possibilidade de
selecionar e priorizar os riscos que exigem maior atenção. A redução do grau de
vulnerabilidade é conseguida por intermédio de medidas estruturais e não
estruturais.
Medidas estruturais: têm por finalidade aumentar a segurança intrínseca por
intermédio de atividades construtivas e de engenharia em si.
Medidas não estruturais: relacionam-se à urbanização, à mudança cultural e
comportamental e à implementação de normas técnicas e de regulamentos de
segurança. Estas medidas têm por finalidade permitir o desenvolvimento em
harmonia com os ecossistemas naturais ou modificados pelo homem. Dentre as
medidas não-estruturais relacionadas à prevenção de desastres (redução de riscos),
destacam-se as seguintes:
Microzoneamento urbano e rural e uso racional do espaço geográfico;
Implementação de legislação de segurança e de normas técnicas,
relacionadas à redução dos riscos de desastres e eventos extremos;
Promoção da mudança cultural e comportamental e de educação
pública, objetivando a redução das vulnerabilidades das comunidades
em risco;
Promoção de apoio ao planejamento e gerenciamento da prevenção
de desastres (análise e redução de riscos de desastres) nas
comunidades com baixo nível de capacitação técnica.
Todas estas medidas podem ser implantadas pelo poder público, por meio de ações
legislativas, intensificação da fiscalização, campanhas educativas e informativas e
através de obras de infraestrutura. Podem, ainda, ser concretizadas por meio de
parcerias entre o poder público, a sociedade e os setores econômicos do município.
Um dos objetivos principais no planejamento para a resposta aos desastres é o da
preparação da comunidade e a identificação e o envolvimento engajado de parceiros
desde a sua fase inicial de elaboração.
A preparação envolve o desenvolvimento de recursos humanos e materiais,
articulação de órgãos e instituições com empresas e comunidades, consolidação de
228
informações e estudos epidemiológicos, sistemas de monitoração, alerta e alarme e
planejamento para desastre.
Apesar de os objetivos destes planos poderem variar de acordo com as
especificidades locais, de modo geral, eles visam a:
Incrementar o nível de segurança, reduzindo a vulnerabilidade dos
cenários dos desastres e das comunidades em risco;
Otimizar o funcionamento do sistema de defesa civil;
Minimizar as influências negativas, relacionadas às variáveis tempo e
recursos, sobre o desempenho do sistema de defesa civil;
Facilitar uma rápida e eficiente mobilização dos recursos necessários
ao restabelecimento da situação de normalidade em circunstâncias de
desastres.
A fase de preparação tem uma grande influência sobre as demais fases da
administração de desastres, pois contribui para otimizar:
A prevenção dos desastres, no que diz respeito à avaliação e à
redução dos riscos;
As ações de resposta aos desastres, compreendendo as ações de
socorro às populações ameaçadas, assistência às populações
afetadas e reabilitação dos cenários dos desastres;
As atividades de reconstrução e restabelecimento de serviços básicos.
A resposta aos desastres compreende as seguintes atividades:
Socorro - engloba as atividades a fim de localizar, acessar e estabilizar
as vítimas que estão com sua saúde ou sobrevivência ameaçada pelo
desastre.
Assistência às populações vitimadas - compreende atividades
logísticas, assistenciais e de promoção de saúde.
Reabilitação de cenários - envolve a avaliação de danos, vistoria e
elaboração de laudos técnicos, desmontagem de estruturas
danificadas, desobstrução de escombros, sepultamento, limpeza,
descontaminação e reabilitação de serviços essenciais.
229
Cada tipo de resposta aos desastres e eventos adversos se organiza de uma
determinada maneira, de acordo com os eventos ocorridos. As atividades mais
comuns são: as de socorro, combate aos sinistros, atendimento a populações
diretamente afetadas, atividades de assistência e logística de serviços básicos,
promoção de ações de saúde básica e manutenção da saúde e prevenção sanitária;
reabilitação de cenários para restauração de áreas afetadas e dos serviços mínimos
de segurança, habitabilidade, saúde, transporte e saneamento básico.
As fases da administração de desastres de preparação e resposta não acontecem
de maneira isolada. O planejamento prévio permite o início de uma atividade assim
que haja condições, antes mesmo que outras tenham sido finalizadas, reduzindo de
forma substancial o tempo necessário para que a comunidade e seus integrantes
retornem à normalidade, diminuindo danos e prejuízos.
A última fase da administração de desastres é conhecida por reconstrução, ou seja,
é reconstituir, restaurar as áreas afetadas pelo desastre. Busca-se agir de forma que
o impacto sobre a população seja reduzido no caso de um novo desastre ou mesmo
tentar impedir que ele aconteça.
Os projetos de reconstrução têm por finalidade restabelecer na plenitude:
Os serviços públicos essenciais;
A economia da área afetada;
O moral social;
O bem-estar da população afetada.
É importante perceber a importância de se conduzir a reconstrução de forma que ela
contribua para a redução de desastres, seja reduzindo a probabilidade de ocorrência
do evento adverso ou garantindo que as consequências não sejam tão graves.
Repetir os erros do passado no momento da reconstrução é a garantia de que na
próxima vez que o evento adverso se concretizar, as consequências serão tão ou
mais graves. Isto se aplica aos diversos níveis de prevenção e preparação para
desastres: federal, estadual, municipal ou individual (em relação ao cidadão e sua
família ou trabalho).
A forma factível e almejada pelos que atuam nesse planejamento, caracterizando a
administração de desastres, é tratar as fases como um ciclo, sem início nem fim.
230
O sucesso da implantação do Planejamento de Contingência e Emergência vincula-
se também aos seguintes aspectos:
Comunicação clara e objetiva quanto às características dos trabalhos
(natureza, objetivo, enfoque, periodicidade, etc.);
Atuação focalizada na definição das melhores práticas de controle,
comprometimento com o processo de implementação das
recomendações;
Independência na execução dos trabalhos;
Apresentação de resultados práticos de curto prazo (processo de
implementação).
Visão macro do negócio e entendimento dos processos do município.
Para o pleno sucesso deste projeto, existem alguns fatores que serão de
fundamental importância, que devem ser atentados pelos municípios. Estes fatores
estão representados sob a forma das responsabilidades relacionadas abaixo:
Assegurar o envolvimento adequado de profissionais importantes
para a identificação dos processos críticos bem como os ricos e
controles associados – entende-se que o município deva envolver
todo aquele que estiver relacionado aos processos, para garantir
que todos os riscos e ameaças sejam trabalhados;
Prover as instalações necessárias para o desenvolvimento do
projeto;
Prover um direcionamento geral para o projeto e um rápido
processo de resolução de impasses que porventura venham a
ocorrer;
Assegurar que os Planos de Contingência ou Emergência sejam
mantidos e revisados adequadamente e testados em uma base
regular para assegurar sua viabilidade no futuro.
231
3.4 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA
3.4.1 AÇÕES DE CARÁTER GERAL – AGUAS, ESGOTOS E RESÍDUOS SÓLIDOS
As ações propostas serão divididas em dois grupos: situações de
interrupção ou de aumento temporário das demandas.
a) Situações de Interrupção Parcial ou Total da Prestação de Serviços
1. Divulgação da situação para a população da ocorrência da situação
de emergência, utilizando todos os recursos da mídia (rádio, jornais
locais, internet e cartazes). A informação deverá chegar ao usuário
em no máximo 8h após o evento ter ocorrido;
2. Em caso de inviabilidade do serviço ser prestado de forma parcial ou
integral, a interrupção deverá ser comunicada previamente aos
usuários utilizando todos os recursos da mídia (rádio, jornais locais,
internet e cartazes);
3. Caso a prestação de serviço não se normalize em 48h, a prefeitura
municipal deverá realizar contratação de agentes terceirizados para a
realização dos serviços (caminhão pipa para abastecimento de água,
caminhões para a coleta de lixo, etc.) de forma a atender os locais
onde o sistema não pode ser normalizado no momento, privilegiando
o atendimento aos usuários mais sensíveis, ou locais onde estes se
encontrem como hospitais e asilos, escolas e creches;
4. No caso de rompimento da rede coletora de esgptps ou rompimento
da Estação de Tratamento, ou ainda, de falta de energia na ETE, é
preciso providenciar a contratação de caminhões limpa fossa para o
transporte dos efluentes a um local licenciado para que haja
tratamento dos efluentes. Essa atividade deve acontecer até o
momento que a causa da demanda seja resolvida. É importante que a
empresa de coleta desse efluente também seja licenciada.
232
5. Em caso de paralisação do serviço de fornecimento de água potável,
estima-se que os reservatórios devam suprir a necessidade em
condições normais de abastecimento por no mínimo 24 horas.
6. Implantação de mecanismos tarifários de contingência, conforme o
Decreto n°7.217, de 21 junho de 2010, que regulamenta a Lei Federal
n° 11.445/2007. A Lei estabelece que em situações críticas de
escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue à
adoção de racionamento, declarada pela autoridade gestora de
recursos hídricos, o ente regulador poderá adotar mecanismos
tarifários de contingência com objetivo de cobrir custos adicionais
decorrentes, garantindo o equilíbrio financeiro da prestação do serviço
e a gestão da demanda. A aplicação de tarifas de contingência é
estabelecida, em princípio, pela declaração da gestora dos recursos
hídricos e em consequência pela entidade reguladora, podendo esta
ser consórcio público de regulação, autoridade regulatória, ente
regulador, ou qualquer outro órgão ou entidade de direito público que
possua competências próprias de natureza regulatória, independência
decisória e não acumule funções de prestador dos serviços
regulados.
7. A tarifa de contingência, caso adotada, incidirá, preferencialmente,
sobre os consumidores que ultrapassarem os limites definidos no
racionamento.
b) Aumento da demanda temporária:
Isso pode ocorrer em função de fatores que aumentem significativamente a
população ou a concentração em um ponto (local) no município. Para tal, são
previstas as seguintes ações:
1. Identificação de formas alternativas de abastecimento de água (no caso
de atingir o setor de abastecimento de água; e intensificação da coleta
de resíduos com a contratação de caminhões extras ou incremento na
rotina de coleta;
233
2. Caso o sistema de tratamento de água não seja suficiente para atender
ao aumento da demanda, é preciso providenciar a vinda de caminhões
pipa o abastecimento;
3. No caso de aumento da demanda pela coleta de resíduos, também se
faz necessário o aumento da oferta de lixeiras nos bairros e nos pontos
onde haverá maior concentração de pessoas;
4. Mobilização da equipe de varrição e limpeza para onde haverá aumento
de demanda, durante o tempo necessário para atender à demanda; e
5. No caso de riscos de inundação é preciso identificar a necessidade de
mobilização de moradores em situação de risco, assim como de
destinação temporária para estes. Para tal, faz-se necessária a
articulação com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros que possui
pessoal capacitado. A área atingida, após a emergência ser superada,
deve ser objeto de execução de projeto e obras para solução do
problema. No caso da situação exigir ações imediatas, a Prefeitura pode
contratar em caráter emergencial uma empresa para execução dos
serviços.
A seguir constam as principais ações de emergência e contingências identificadas
com o desenvolvimento do Plano e que devem ser implementadas. As ações para
os sistemas de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos foram agrupadas,
inicialmente, nas ações de caráter geral, por constituírem a prestação de serviços
concretos, diferente do item drenagem que tem especificidades relacionadas à
estrutura de contenção e condução das águas pluviais.
Não se trata de serviços onde possa haver interrupção, mas as emergências nessa
área se caracterizam por acidentes pontuais e ocorrência em pouco espaço de
tempo, com consequências que podem ser muito graves que atingem abruptamente
a população.
234
3.4.2 AÇÕES ESPECÍFICAS
3.4.2.1 - Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotos
Com base no que foi apresentado, no presente Plano serão apresentados Quadros
com ações complementares a situações críticas possíveis e eventos adversos para
os serviços de Abastecimento de Água e de Esgotos.
235
Quadro 47: Ações Emergenciais do Sistema de Abastecimento de Água.
236
Quadro 48: Ações Emergenciais do Sistema de Esgotamento Sanitário.
237
3.4.2.2 Serviços de Coleta e Manejo de Resíduos SólidosO Plano de Emergência e Contingência do município de Porto-PI, compõe as ações
apresentadas no Quadro 49 para o setor de serviço de coleta e manejo resíduo
sólido.
É importante comentar que a aprovação de um Plano de Emergência e Contingência
deve ser realizada de forma participativa e o plano atualizado sempre que
necessário. É importante a realização de testes para verificar se as ações continuam
válidas, e caso contrário, devem ser feitos os ajustes necessários.
238
Quadro 49: Serviços de Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos.
Ocorrência Origem Plano de Contingência
Paralisação dos serviços de varrição, dos serviços de capina e roçagem, paralisação coleta e manejo dos resíduos domésticos, ou coleta dos resíduos de saúde, ou dos serviços de coleta seletiva, ou dos serviços relacionados à campanha de Compostagem Doméstica.
Greve ou paralização de funcionários
Problemas com verbas de manutenção dos serviços (interrupção FPM ou outros).
Contratação temporária de funcionários para efetuarem a limpeza dos locais críticos, bem como do entorno de escolas, hospitais, pontos de ônibus, etc e para os serviços de varrição e/ou de coleta;
Contratação de caminhões terceirizados para apoiar a coleta, ou caso haja frota já adquirida pela Prefeitura, contratar motoristas temporários para a realização dos serviços de coleta;
Realizar campanha de divulgação e comunicação visando mobilizar a sociedade para manter a cidade limpa, informando em todos os meios de divulgação sobre a paralisação da varrição pública;
Caso a ocorrência se estenda além de 48h, contratar empresa terceirizada em caráter de emergência para varrição e coleta destes resíduos e continuidade das campanhas de coleta seletiva e compostagem doméstica.
Paralisação total dos serviços de manejo no aterro.
Greve de funcionários; Quebra de
equipamentos ou veículos
Encaminhar os resíduos orgânicos para outro aterro em caráter alternativo (aterro particular – como alternativa tem o CTR de Altos ou o CTR de Parnaíba).
Explosão, incêndio, vazamentos tóxicos no aterro.
Evacuar a área cumprindo os procedimentos internos de segurança previstos nas Normas Técnicas, acionar o órgão ou setor responsável pela administração do equipamento, bem como os bombeiros.
Rompimento de taludes/células.
Promover a rápida reparação das células por meio de maquinário que poderá ser mobilizado junto à Secretaria Municipal de Obras.
Excesso de chuvas, vazamento de chorume ou problemas operacionais.
Promover a contenção e remoção dos resíduos por meio de caminhão limpa fossa e encaminhamento destes às Estações de Tratamento de Esgoto mais próximas. No caso, está prevista a construção de uma ETE em Porto (PI).
Paralização temporária do Inoperância de pontos Definir com urgência novas áreas para o recebimento destes
239
recebimento de resíduos nos pontos de entrega voluntária (PEV), na Unidade de Triagem ou no Pátio de Compostagem.
de depósito ou entrega voluntária
resíduos e divulgar para a comunidade, através de panfletos, cartilhas e imprensa local , os novos locais. Devem ser considerados os PEVs, Unidades de Triagem e Pátios de Compostagem próximos, localizados nos municípios vizinhos, principalmente de Parnaíba ou Altos.
Interrupção do transporte destes resíduos
Mobilizar equipe temporária (mutirão) com funcionários da Secretaria Municipal de Obras, ou fazer a contratação temporária, em caráter emergencial, de terceirizados para a realização da coleta.
Destinação inadequada de resíduos da construção civil e volumosos
Destinação inadequada em locais clandestinos por inoperância da gestão e falta de fiscalização.
Implementação de medidas para a limpeza do local e ampliação da fiscalização dos pontos de deposição clandestina com encaminhamento dos resíduos retirados da área para destinação adequada conforme a legislação, e identificação dos poluidores para serem acionados judicialmente;
Criação e implementação do programa de recuperação e monitoramento das áreas degradadas utilizadas para o depósito clandestino de resíduos.
Identificação de deposição de material contaminante ou contaminado (produtos tóxicos, produtos químicos), com risco ambiental e à saúde pública.
Promover com emergência, a remoção e envio do material contaminante ou contaminado para aterro de resíduos perigosos. O mais próximo seria em Fortaleza (CE).
Aumento da demanda pela coleta de resíduos
Eventos festivos ou de outro caráter que concentrem grande população temporária durante determinado período de tempo, sobrecarregando o sistema existente.
Aumento da oferta de lixeiras e coletores nos bairros e pontos onde haverá maior concentração de pessoas;
Contratação de terceirizados, em caráter excepcional, para apoiar as equipes da Prefeitura, nos serviços de varrição e coleta dos resíduos.
240
3.4.2.3 Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Águas PluviaisO Plano de Emergência e Contingência do município de Porto-PI, compõe as ações
apresentadas no Quadro 50 para o setor de drenagem urbana e manejo de águas
pluviais.
É importante comentar que a aprovação de um Plano de Emergência e Contingência
deve ser realizada de forma participativa e o plano atualizado sempre que
necessário. É importante a realização de testes para verificar se as ações continuam
válidas, e caso contrário, devem ser feitos os ajustes necessários.
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3.5 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADESApresentam-se no Quadro 51 as unidades envolvidas e suas respectivas
atribuições:
Quadro 51: Atribuições das Unidades Envolvidas.ÓRGÃOS/
INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
ATRIBUIÇÕES
Secretaria de Viação, Obras e Urbanismo e Secretaria de Ação Social
Realizar projetos de engenharia.Efetuar a triagem socioeconômica e cadastramento das famílias vulneráveis afetadas pelo desastre;Gerenciar os abrigos temporários;Coordenar campanhas de arrecadação e de distribuição de alimentos, roupas e outros;Promover ações de fortalecimento da cidadania;Fornecer alimentação para o pessoal operacional envolvido no evento.Disponibilizar servidores, durante o período de anormalidade, para o auxílio na retirada das famílias atingidas;Disponibilizar viaturas e outros materiais necessários ao atendimento da população atingida;Limpeza e conservação dos abrigos.
Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria Municipal de Ação Social
Proceder à assistência pré-hospitalar;Promover ações básicas de saúde pública nos abrigos;Montagem de ambulatório nos abrigos;Efetuar consultas médicas nos abrigos;Agir preventivamente no controle de epidemias;Proceder à vacinação do pessoal envolvido nas ações de resposta.
Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer
Dispor a estrutura das edificações da rede municipal de ensino para que, emergencialmente, sirvam de abrigos temporários;Disponibilizar servidores durante o período de anormalidade;Disponibilizar viaturas e outros materiais necessários ao atendimento da população atingida.
Secretaria Municipal de Finanças Públicas
Viabilizar o suporte financeiro para as ações de resposta.Viabilizar a obtenção de recursos emergenciais;
Polícia Militar e Polícia Ambiental
Articular junto aos órgãos estaduais de segurança, visando preservar a Lei e a Ordem nos abrigos.
Assessoria de ImprensaCampanhas informativas diversas;Divulgação das ações do poder público municipal voltado para a minimização dos danos e prejuízos.
Secretaria Municipal de Agricultura e Meio
Articular e colaborar nas ações de resposta aos afetados residentes principalmente na zona rural do Município.
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Ambiente
244
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Baptista, M., Nascimento, N., Barraud, S., 2005, Técnicas Compensatórias em Drenagem Urbana. ABRH, Porto Alegre, 2005, 266 p.
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