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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS Daniele dos Reis Costa A TRAJETÓRIA DO PROCESSO DE INCLUSÃO DA POLÍTICA DE COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS:UMA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA Artigo apresentado ao Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel (Trabalho de Conclusão de Curso). Orientador: Prof. Dra. Cristina Dias da Silva.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAINSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS

Daniele dos Reis Costa

A TRAJETÓRIA DO PROCESSO DE INCLUSÃO DA POLÍTICA DE COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS:UMA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA

Artigo apresentado ao Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel (Trabalho de Conclusão de Curso). Orientador: Prof. Dra. Cristina Dias da Silva.

Juiz de Fora2014

DECLARAÇÃO DE AUTORIA PRÓPRIA E AUTORIZAÇÃO DE PUBLICAÇÃO

Eu, NOME DO AUTOR, acadêmico do Curso de Graduação Bacharelado Interdisciplinar em Ciências

Humanas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, regularmente matriculado sob o número XXXXXXX, declaro

que sou autor do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado NOME DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO, desenvolvido durante o período de DATA DO INÍCIO DO TCC a DATA DO FINAL DO TCC sob a

orientação de NOME DO ORIENTADOR, ora entregue à UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF)

como requisito parcial a obtenção do grau de Bacharel, e que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente

redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além

daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daquelas cujos dados

resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, firmo a presente declaração, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,

penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos

direitos autorais.

Desta forma, na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Juiz de

Fora a publicar, durante tempo indeterminado, o texto integral da obra acima citada, para fins de leitura, impressão

e/ou download, a título de divulgação do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas e ou da

produção cientifica brasileira, a partir desta data.

Por ser verdade, firmo a presente.

Juiz de Fora, ____ de _______________ de _______.

_________________________________________

Substituir pelo NOME DO AUTOR

Marcar abaixo, caso se aplique:Solicito aguardar o período de ( ) 1 ano, ou ( ) 6 meses, a partir da data da entrega deste TCC, antes de publicar

este TCC.

OBSERVAÇÃO: esta declaração deve ser preenchida, impressa e assinada pelo aluno autor do TCC e inserido após a capa da versão final

impressa do TCC a ser entregue na Coordenação do Bacharelado Interdisciplinar de Ciências Humanas.

A TRAJETÓRIA DO PROCESSO DE INCLUSÃO DA POLÍTICA DE COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS: UMA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA

Daniele dos Reis Costa1

RESUMO

O trabalho apresenta a trajetória do processo de inclusão da política de cotas raciais nas universidades públicas brasileiras. Iniciando pela Constituição de 1988, passando pela Declaração de Durban na África do Sul, até a adoção das políticas de ação afirmativa. Além de realizar um comparativo dos diferentes argumentos que cercam o assunto a fim de verificar se ocorreu ou não alterações nos discursos dos antropólogos ao longo da implantação do sistema de cotas raciais nas universidades públicas do país. Com uma breve apresentação das perspectivas antropológicas de Yvonne Maggie, professora titular do Departamento de Antropologia Cultural do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e Kabengele Munanga, professor titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo.

PALAVRAS-CHAVE: Cotas raciais. Ação afirmativa. Universidades públicas.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo demonstrar o caminho que o Brasil percorreu para a implantação das políticas de cotas raciais nas universidades públicas do país, iniciando pela Constituição de 1988, passando pela Declaração de Durban na África do Sul, até a adoção das políticas de ação afirmativa. Além de realizar uma abordagem acerca das perspectivas antropológicas, em decorrência do amplo interesse acadêmico em discutir quais são os impactos dessas políticas para a sociedade.

O Brasil tem como uma de suas principais características a pluralidade étnica, que iniciou no seu descobrimento, com a mistura de povos indígenas, europeus e africanos, formando a famosa miscigenação de Gilberto Freyre. Mas o que marcou a história foi o período colonial, em especial a escravidão, sofrida pelos índios e posteriormente pelos negros, um período de quase quatrocentos anos que só teve fim em 1888 com a abolição da escravatura. Mas a abolição ocorreu sem nenhum tipo de amparo ou incentivo governamental, para maioria dos negros, essa falta de amparo gerou frutos que até hoje são colhidos pela sociedade brasileira, como por exemplo, a discriminação racial, que somente depois um século de história, o racismo passou a ser definido como crime na Constituição de 1988. Entretanto com a redemocratização do país, iniciaram as primeiras políticas de ação afirmativa em prol dos negros, para reparação dos prejuízos causados pela escravidão e a reserva de cotas raciais em instituições públicas, com proposito de diminuir as desigualdades sociais, registradas na III Conferência de Durban na África do Sul de combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata. Essas políticas geraram divergências, principalmente no meio acadêmico, onde surgiu várias perspectivas sobre a adoção da ação afirmativa, principalmente no que tange a reservas de cotas para alunos negros nas universidades públicas do país. E por existirem tais divergências farei uma breve apresentação das perspectivas antropológicas, de Yvonne Maggie, que nasceu em 1944, na cidade do Rio de Janeiro, atualmente é professora titular do Departamento de Antropologia Cultural do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, com experiência na área de Antropologia, com ênfase em populações afro-brasileiras, atuando principalmente nos seguintes temas: religião, relações raciais, ação afirmativa e educação. Em contra partida apresentarei as perspectivas do antropólogo Kabengele Munanga, que nasceu em 19 de novembro de 1942 no antigo Zaire, professor titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, que possui ampla experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia das populações Afro-Brasileiras, atuando principalmente nos seguintes temas: racismo, identidade, identidade negra, África e Brasil.

Para a concepção do artigo, foi realizado uma pesquisa qualitativa, com uma proposta dialética da análise e interpretação dos dados, utilizando livros, artigos, ensaios de diversos autores, além de consultar sites governamentais para análise de decretos e leis pertinentes ao tema (MINAYO,1994).

2. DESENVOLVIMENTO EM DOIS TEMPOS

2.1 Acontecimentos históricos

1 Graduanda em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. E-mail: [email protected]. Artigo apresentado ao Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel. Orientadora: Prof. Dra. Cristina Dias da Silva.

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Foi na Constituição Federal de 1988 que o Estado definiu não só o racismo como crime, mas também determinou o que diz a lei sobre a população negra. O inciso IV do artigo 3 reza que, entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, está a promoção do “bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. O inciso VIII do artigo 4 afirma que a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo “repúdio ao terrorismo e ao racismo”. Finalmente, o inciso XLII do artigo 5 define a prática do racismo como “crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. Sobre cultura no item de número duzentos e quinze, o Estado garante “a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoio e incentivo a valorização e a difusão das manifestações culturais”, além de “proteger as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”.

2.2 Ações afirmativas

A denominação de ação afirmativa foi utilizada inicialmente nos Estados Unidos em 1960, onde os movimentos negros clamavam pela igualdade de oportunidade. A ideia era fazer com que o Estado se responsabilizasse pelas desigualdades existentes, no sentido de agilizar as melhorias, a fim de garantir privilégios nas áreas da educação e de trabalho, por exemplo. O antropólogo Kabengele Munanga expressa bem como foi a inclusão dessas ações afirmativas no cotidiano americano:

Nos Estados Unidos, onde foram aplicadas desde a década de sessenta, elas pretendiam oferecer aos afro-americanos as chances de participar da dinâmica da mobilidade social crescente. Por exemplo: os empregadores foram obrigados a mudar suas práticas, planificando medidas de contratação, formação e promoção nas empresas visando a inclusão dos afro-americanos; as universidades foram obrigadas a implantar políticas de cotas e outras medidas favoráveis à população negra; as mídias e órgãos publicitários foram obrigados a reservar em seus programas uma certa percentagem para a participação dos negros. No mesmo momento, programas de aprendizado de tomada de consciência racial foram desenvolvidos a fim de levar a reflexão aos americanos brancos na questão do combate ao racismo (MUNANGA, 2003).

No caso do Brasil, várias questões foram levantadas após a redemocratização, entre elas a falta de oportunidade para os negros e a discriminação racial. E a década de 90 ficou marcada pela Marcha Zumbi do Palmares, realizada no dia 20 de novembro de 1995, em Brasília, com a reunião de milhares de pessoas que protestavam contra o racismo. No ano seguinte o tema se intensificou quando o então presidente da república Fernando Henrique Cardoso, iniciou as primeiras políticas públicas do país com a criação do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) - Decreto n.º 1.904, de 13 de maio de 1996, que tinha como prioridade o combate ao racismo. Em seguida criou o Grupo de Trabalho Interministerial - (GTI), para valorização da população negra, atendendo as reivindicações dos movimentos e comunidades negras de todo o país. A antropóloga Yvonne Maggie reafirma que: "Foi no Governo de Fernando Henrique Cardoso que o Estado entrou com mais afinco nesse campo; o primeiro governo a criar políticas voltadas para a “população negra” e ainda um Grupo de Trabalho Interministerial que deveria propor e implementar políticas para essa população” (MAGGIE, 2008).

(...)

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto pude concluir que a reparação para com negros pelos prejuízos causados pela escravidão, iniciou quando a discriminação racial passou a ser crime, porque a cada governo mais leis formam criadas ou ampliadas, como por exemplo, a definição de discriminação racial pelo Estatuto da Igualdade Racial.

(...)

REFERENCIAS

SANTOS, Jocélio Teles dos (Org.). Cotas nas universidades: análises dos processos de decisão. Salvador: Centro de Estudos Afro-orientais, 2012.

(...)

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OBS: este é um modelo de FORMATAÇÃO, não de conteúdo. Não contém o texto todo do artigo utilizado como exemplo.

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