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CEFORTE LITERATURA JOANINA PROF: PR. DANIEL LOUREIRO

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Page 1:  · Web viewO autor dá ordens, declara mandamentos e ensina. ¨12 Ninguém jamais viu a Deus; mas se amarmos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é aperfeiçoado o seu

CEFORTE

LITERATURA JOANINA

PROF: PR. DANIEL LOUREIRO

MURIAÉ2018

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O evangelho de João

 

O livro de João é o 4° livro do Novo Testamento.

 Os primeiros quatro livros do Novo Testamento são conhecidos como “ evangelhos”, uma palavra grega que significa “ boas novas” . Todos esses quatro livros contam a história de Jesus.

 Desde quando o livro de João foi publicado os primeiros cristãos juntaram os quatro evangelhos e os publicavam juntos como se fossem uma coleção. Essa coleção se chamava códice (um livro como temos hoje, com folhas e páginas), diferentemente ao rolo ( papel enrolado em uma vara).

 Um dos fragmentos mais antigos desse evangelho pertencem a Biblioteca da Universidade de John Rylands, de Manchester., conhecido como papiro 52.E dois outros códices do livro de João pertencem a Biblioteca Bodmer, de Cologny, Genebra, conhecidos como papiros 66 e 75.

 Em 170 D.C. Taciano, discípulo de Justino, fez uma coletânea dos quatro evangelhos chamada “ Diatessaron”, esse nome diz respeito a um termo musical grego que significa a harmonia dos “ quatro”.

 Depois disso várias outras obras foram escritas pelos pais da igreja confirmando os quatro evangelhos como legítimos.

 Os livros de Mateus, Marcos e Lucas por serem muito semelhantes são conhecidos como “evangelhos sinópticos”. E o evangelho de João não está elencado como tal.

Ressalte-se que o evangelho de João possui apenas 10% do material apresentado nos evangelhos sinópticos.

 

QUEM FOI O AUTOR DO LIVRO DE JOÃO:

 

Esse livro não possui o nome do Autor. Mas a maioria dos teólogos possuem opinião favorável de que o autor do livro foi João, o discípulo amado de Jesus e apóstolo.

 Como os teólogo chegaram a essa conclusão? Façamos uma análise em busca dessa solução.

No livro de João não existe nenhuma referência ao nome do apóstolo João, enquanto que no livro de Mateus João é mencionado 3 vezes, no livro de Marcos 10 vezes, e no livro de Lucas 7 vezes. Isso seria surpreendente se o autor fosse outra pessoa, mas totalmente compreensível se o autor é João. Portanto, o fato do autor não se mencionar, indica que ele seria o autor do livro.

Não obstante, o livro faz referência a João de forma indireta várias vezes, como por exemplo em:

“23 Um deles, o discípulo a quem Jesus amava, estava reclinado ao lado dele.” João 13:23

“15 Simão Pedro foi seguindo Jesus, junto com outro discípulo. Esse discípulo era conhecido do Grande Sacerdote e por isso conseguiu entrar no pátio da casa dele junto com Jesus. 16 Mas Pedro ficou do lado de fora, perto da porta. O outro discípulo, que era conhecido do Grande Sacerdote, saiu e falou com a empregada que tomava conta da porta. Então ela deixou Pedro entrar” João 18:15-16

“7 Aí o discípulo que Jesus amava disse a Pedro:— É o Senhor Jesus! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a capa, pois havia tirado a roupa, e se jogou na água.” João 21:7

De todas maneiras a prova mais concreta referente a identidade do autor se encontra no texto de João 21:20-24. Leiamos:

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“20 Então Pedro virou para trás e viu que o discípulo que Jesus amava vinha atrás dele. Este era o mesmo que estava ao lado de Jesus durante o jantar da Páscoa e que havia chegado para mais perto dele e perguntado: “Senhor, quem é o traidor?” 21 Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus:— O que diz, Senhor, a respeito deste aqui?

22 Jesus respondeu:— Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso? Venha comigo!

23 Então se espalhou entre os seguidores de Jesus a notícia de que aquele discípulo não ia morrer. Mas Jesus não disse isso. Ele apenas disse: “Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso?”

24 Este é o discípulo que falou destas coisas e as escreveu. E nós sabemos que o que ele disse é verdade.” João 21:20-24

Aqui nesse texto fica claro que o autor do livro é o “ discípulo amado de Jesus”. E através da leitura de João 13 por um processo de eliminação, a única possível identidade para o “ discípulo amado de Jesus” seria João.

Além disso, existem fortes evidências em prol da autoria de João como autor do livro através dos escritos dos pais da igreja. Esse livro foi identificado como sendo de João por Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Teófilo e outros.Ou seja, a tradição antiga reputa o livro como sendo de autoria do apóstolo João.

Outra evidência que aponta para o apóstolo João como escritor é o fato de que o autor do livro tinha conhecimento dos costumes judaicos e também era familiarizado com o entorno geográfico da Palestina. Vejamos os textos bíblicos que nos demonstram isso:

 

João 1:49 Sentar figueira

João 2:6 Vasos água

João 19:40 Embalsamar mortos

João 13:4 Lavar as mãos antes refeição

João 4:2 Rabino não falava com mulheres

João 9:2 Doenças originadas por pecado

João 1:21 Elias e o fim dos tempos

João 18:29 Entrar em casa de gentil era contaminação para um judeu

Então, vejamos quem era João.

Em Mateus encontramos a primeira menção a João:

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“18 Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. 19 E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. 20 No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram.21 Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou, 22 e eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram.” Mateus 4:18-22

Aqui a bíblia nos relata que João era um pescador, filho de Zebedeu e irmão de Tiago, e Jesus os chamou para ser um dos primeiros discípulos.

No livro de Marcos existe um dado interessante sobre João:

“16 Estes são os doze que ele escolheu: Simão, a quem deu o nome de Pedro; 17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que significa “filhos do trovão”;” Marcos 3:16-17

Aqui Jesus dá um nome para João e seu irmão: filhos do trovão?

Que título curioso?!

 

Será que esse apelido veio por sua conduta? Vejamos:

“51 Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos céus, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém. 52 E enviou mensageiros à sua frente. Indo estes, entraram num povoado samaritano para lhe fazer os preparativos; 53 mas o povo dali não o recebeu porque se notava que ele se dirigia para Jerusalém. 54 Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?” 55 Mas Jesus, voltando-se, os repreendeu, dizendo: “Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los”; 56 e foram para outro povoado.” Lucas 9:51-58

“ 20 Então, aproximou-se de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e, prostrando-se, fez-lhe um pedido. 21 “O que você quer?”, perguntou ele. Ela respondeu: “Declara que no teu Reino estes meus dois filhos se assentarão um à tua direita e o outro à tua esquerda”. 22 Disse-lhes Jesus: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu vou beber?” “Podemos”, responderam eles. 23 Jesus lhes disse: “Certamente vocês beberão do meu cálice; mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem foram preparados por meu Pai”. 24 Quando os outros dez ouviram isso, ficaram indignados com os dois irmãos. 25 Jesus os chamou e disse: “Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. 26 Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, 27 e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; 28 como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.” Mateus 20:20-28

 

Lendo esses dois trechos da bíblia nos deparamos com dois irmãos impulsivos, fervorosos, invejosos e cheios de energia!

Também sabemos que João fazia parte do “ círculo” de amizades de Jesus, já que somente a três discípulos Jesus permitiu que acompanhassem nos eventos mais importantes de seu ministério:

“17 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou, em particular, a um alto monte. 2 Ali ele foi transfigurado diante deles. Sua face brilhou como o sol, e suas roupas se tornaram brancas como a luz.” Mateus 17:1-2

“37 E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago.” Marcos 5:37

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“8 E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos.” Lucas 22:8

“32 E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. 33 E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João e começou a ter pavor e a angustiar-se.” Marcos 14:32-33

Esse grupo de três apóstolos mais chegados a Jesus foi visto pelas autoridades da época como uma ameaça e foram perseguidos até morrerem como mártires, com exceção de João.

“12 Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para os maltratar; 2 e matou à espada Tiago, irmão de João. 3 E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos asmos.” Atos 12:1-3

 

QUAL FOI A DATA EM QUE O LIVRO DE JOAO FOI ESCRITO:

A data em que foi escrita é entre 85-95 DC. (Depois de Cristo)

Essa data é a preferida dos eruditos desde que foi encontrado um fragmento desse evangelho intitulado P(52).

Com relação ao lugar em que foi escrito existe quatro teorias a respeito, de que o livro tenha sido escrito em Jerusalém, Antioquia, Éfeso e Alexandria. Mas a maioria esmagadora dos estudiosos são favoráveis de que o evangelho de João tenha sido escrito na cidade de Éfeso.

Vou transcrever um trecho do livro “ O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo” do autor R.N. Champlim, editora Hagnos, volume 2, folhas 254:

“ O argumento principal em prol dessa tradição é o próprio conteúdo do livro. As idéias, os discursos, a elevada teologia que emprega a técnica do salão de conferências, tudo parece indicar Éfeso como a localidade em foco. A tradição também vincula o apóstolo João com essa cidade. ….. A história eclesiástica também se mostra uniforme ao testificar que o apóstolo João mudou-se para a Ásia Menor, passando a superintender as igrejas dali, e foi então banido para a ilha de Patmos, durante o reinado de Domiciano (81-96 D.C), e finalmente morreu em Éfeso, com cerca de noventa, cem ou mesmo cento e vinte anos de idade (durante o reinado de Trajano – ver Eusébio, História Eclesiástica XXX.18,23).”

 

QUEM É O DESTINATÁRIO DESSE LIVRO?

O autor do livro deixa bem claro quem são os destinatários. Se lermos atentamente João 20:31 podemos chegar a uma resposta.

“ 31 Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” João 20:30-31

De acordo com esse versículo, todos os fatos relatados no texto é para crermos em Jesus, ou seja, para todas as pessoas. Note-se o fim evangelístico do texto, concluímos portanto que o evangelho de João serve de instrumento de convicção para pessoas que todavia não conhecem a Jesus.

 

VERSICULO CHAVE DO LIVRO?

“30 Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. 31 Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” João 20:30-31

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QUAIS OS PROPÓSITOS DESSE LIVRO ?

O propósito com que foi escrito esse livro é muito especifico, evangelizar os leitores através da leitura dos milagres, para que eles possam crer em Jesus, crer que Jesus é Deus, crer que a salvação e vida eterna vem por meio de Jesus.

Ao lermos João 20:30 percebemos que a intenção é que cada um dos leitores do livro possam crer em Jesus ou serem fortalecidos na fé.

Podemos dizer que o autor do livro ressaltou a verdade eterna, quando ele identificou Jesus com a auto- manifestação de Deus.

João deixa claro que a verdade eterna foi revelada (João 3:16), e que a vida está no filho 1 João 5:11.

Resumindo então, Jesus é a palavra eterna, a auto revelação de Deus, em carne humana. João esclarece que Jesus era um ser humano, de carne e osso, como qualquer um de nós. E fica bastante claro que a revelação e a salvação são entregadas por Jesus através de sua morte na cruz.

Portanto, o propósito do autor é mostrar através dos sinais milagrosos de Jesus, que ele é o Messias, o Filho de Deus, que dá vida eterna. Sinais, Crer e vida.

Através da leitura dos capítulos 2 a 12 aprendemos que o propósito principal do livro consiste em uma série de sete sinais (milagres), e que cada um deles foi selecionado para destacar um aspecto da natureza divina de Jesus. Cada “ sinal” está associado com um ensinamento específico referente ao alcance do poder de Jesus.

 

Os sete milagres são:

 

Sinal Texto Poder sobre

Transformação água em vinho

João 2:1-11 qualidade

Cura do filho de um funcionário

João 4:46-54 distancia

Cura de um paralitico João 5:1-9 tempo

Multiplicação dos Paes João 6:1-14 quantidade

Caminhar sobre as águas João 6:16-21 natureza

Cura de um homem cego Juan 9:1-7 saúde

Ressurreição de Lazaro João 11:1-46 morte

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Cada sinal começa com uma referência sobre o tempo (depois disso, algum tempo depois, no terceiro dia….) e Jesus mudando de lugar(partiu para, tornou a retirar-se, ao passar, atravessou , foi para o lugar….) : leiamos:

“2 No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galiléia. A mãe de Jesus estava ali; 2 Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento.” João 2:1-2

“43 Depois daqueles dois dias, ele partiu para a Galiléia.” João 4:43

“5 Depois disso, havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.” João 5:1

“6 Algum tempo depois, Jesus partiu para a outra margem do mar da Galiléia (ou seja, do mar de Tiberíades),” João 6:1

“15 Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte.” João 6:15-16

“9 Ao passar, Jesus viu um cego de nascença.” João 9:1

“40 Então Jesus atravessou novamente o Jordão e foi para o lugar onde João batizava nos primeiros dias do seu ministério. Ali ficou,” João 10:40

 

O significado de usar sete milagres é bastante óbvio: na bíblia, sete é o número de Deus, e o número da perfeição. Ademais dos sete milagres, que testificam os 7 poderes de Jesus, também existem outros setes nos livro de João, como por exemplo, as 7 testemunhas sobre quem é Jesus, e os 7 “eu sou”.

 

Podemos enumerar alguns propósitos para ficar mais detalhado para vcs:

 

 

Texto bíblico Testemunha testemunho

João 1:34  Joao Batista  Jesus é Filho de Deus

João 1:49  Natanael  Jesus é Filho de Deus, Rei de Israel

João 6:69  Pedro  Jesus é Cristo, Santo de Deus

João 11:27  Marta  Jesus é Cristo, Filho de Deus

João 20:28  Tome  Senhor e Deus

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João 20:31  autor  Jesus é Cristo, Filho de Deus

João 10:36  Jesus reponde aos judeus  Sou filho de Deus

 

 

Texto bíblico “ Eu sou” Milagre associado

João 15:1,5  amigo  de servos nos converteu a amigos

João 10:7,9  porta das ovelhas  salvação

João 10:11,14  bom pastor  salvação (morre por suas ovelhas)

João 6:35, 41,48-51  pão da vida  vida eterna por meio de Jesus

João 14:6  caminho, verdade, vida  salvação

João 8:12, 9:5  luz do mundo  liberta das trevas para a luz (salva)

João 11:25 ressurreição e vida Através da morte e ressurreição de Jesus temos vida

  

Com relação a declaração “ Eu sou” existe a número 8 que é uma das mais importantes de todas. Nos primeiros sete “ Eu sou”, Jesus disse que é “algo”, mas em sua declaração de número 8, Jesus deixa muito claro o significado real de suas palavras.

 

“48 Os judeus lhe responderam: “Não estamos certos em dizer que você é samaritano e está endemoninhado?”49 Disse Jesus: “Não estou endemoninhado! Ao contrário, honro o meu Pai, e vocês me desonram. 50 Não estou buscando glória para mim mesmo; mas, há quem a busque e julgue. 51 Asseguro-lhes que, se alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte”.52 Diante disso, os judeus exclamaram: “Agora sabemos que você está endemoninhado! Abraão

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morreu, bem como os profetas, mas você diz que se alguém obedecer à sua palavra, nunca experimentará a morte. 53 Você é maior do que o nosso pai Abraão? Ele morreu, bem como os profetas. Quem você pensa que é?”54 Respondeu Jesus: “Se glorifico a mim mesmo, a minha glória nada significa. Meu Pai, que vocês dizem ser o seu Deus, é quem me glorifica. 55 Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se eu dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato o conheço e obedeço à sua palavra. 56 Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se”.57 Disseram-lhe os judeus: “Você ainda não tem cinqüenta anos, e viu Abraão?”58 Respondeu Jesus: “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!”João 8:48-58

 

O que Jesus está dizendo com essa declaração? Porque a gramática está tão curiosa aqui misturando o tempo passado com o tempo presente?

Aqui temos um ponto muito importante.

Com quem Jesus está conversando nesse trecho? Leiamos os versículos 48, 52 e 57 novamente(judeus).

Em realidade Jesus está fazendo uma referência a Êxodo 3:13-15, uma passagem bastante conhecida pelos judeus.

 

“13 Moisés perguntou: “Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi?”

14 Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”.

15 Disse também Deus a Moisés: “Diga aos israelitas: O Senhor[a], o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, enviou-me a vocês. Esse é o meu nome para sempre, nome pelo qual serei lembrado de geração em geração.” Êxodo 3:13-15

 

Muitas pessoas hoje em dia dizem que Jesus nunca falou expressamente que Ele é Deus, mas isso não é verdade.

Em João 8:58 Jesus diz explicitamente que é Deus. Pela reação dos judeus, parece que eles entenderam perfeitamente a mensagem.

Este é um dos poucos lugares na Bíblia onde Jesus diz claramente que é Deus.E para que ninguém tenha dúvida sobre o tema, João deixa mais claro ao lermos outro versículos. Vejamos João 10:31-33

“31 Novamente os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo, 32 mas Jesus lhes disse: “Eu lhes mostrei muitas boas obras da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar?”

33 Responderam os judeus: “Não vamos apedrejá-lo por nenhuma boa obra, mas pela blasfêmia, porque você é um simples homem e se apresenta como Deus”.” João 10:31-33

 

O autor destaca de várias maneiras que Jesus é Deus, e que somente por meio de Jesus existe vida eterna.

 

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EM QUE IDIOMA FOI ESCRITO O LIVRO DE JOAO?

O livro foi escrito em grego koine puro no que diz respeito as palavras usadas e a sintaxe. Porem em vários trechos do livro o autor transmite suas idéias através de conceitos típicos judaicos, com expressões de origem semita tais como:

 

Filho da perdição – João 17:12

Regozijar-se de alegria – João 3:29

Estar em/ permanecer em – João 14:17, João 15:14, 1 João 2:6

 

Isso nos demonstra que muito embora o autor tivesse habilidade para escrever em grego, sua habilidade para expressar ideias era mais forte quando usava o idioma hebraico.

As citações ao velho testamento não estão originadas da versão Septuaginta, mas com a versão hebraica, o que demonstra mais uma vez a intimidade do autor com a cultura judaica.

Além disso, o autor dá evidencia de conhecer em profundo os costumes judaicos e a geografia da palestina, conforme vemos nos versículos João 1:49, João 2:6, João 19:40, João 13:4, João 4:2, João 9:2, João 1:21, João 18:29.

O autor  cita  o velho testamento por várias vezes vejamos:

 

João 1:23 x Isaias 40:3

João 1:29 x Êxodo 12:3,Isaias 53:7

João 1:51 x Genesis 28:12

João 2:17 x Salmos 69:9

João 6:31 x Êxodo 16:15, Neemias 9:15, Salmos 78:24,25, Salmos 55:1

João 7:38 x Isaias 12:3

João 7:42 x Salmos 89:3,4 e Miquéias 5:2

João 8:17 x Deuteronômio 17:6 e Deuteronômio 19:15

João 10:34 x Salmos 82:6

João 12:34 x Salmos 89:4, Salmos 110:4, Isaias 9:7, Ezequiel 37:25, Daniel 7:14

João 12:38 x Isaias 53:1

João 12:39,40 x Isaias 6:10

João 13:18 (salmos 41:9

João 15:6 x Salmos 80:15,16

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João 15:25 x Salmos 35:19, Salmos 69:4

João 19:24 x Salmos 22:18

João 19:28,29 x Salmos 69:21

João 19:36 x Êxodo 12:46, Numero 9:12

João 19:37 x Zacarias 12:10

 

QUAIS OS TEMAS PRINCIPAIS DESSA EPÍSTOLA?

Os temas principais se confundem com o propósito do livro. O autor do evangelho de João deixa claro que Jesus é verdadeiro homem, e ao mesmo tempo Jesus é preexistente, Jesus é Deus.

Deus, que Jesus é o filho de Deus, e nessa qualidade de filho Jesus foi a forca criadora do mundo, o “logos” .

Percebemos uma relação com a doutrina do autor do livro de João com o filosofo Filo de Alexandria. Filo era um filósofo judeu que escreveu sobre o “logos”.

E vemos que o autor toma o termo “logos” para explicar melhor a mensagem cristã.

Afinal o livro deixa claro que o Jesus histórico que conhecemos, como o Jesus divino, devem ser identificados como o Messias, porque somente por meio de Jesus temos salvação e vida eterna.

Note-se que o propósito do livro é bem polêmico… e na verdade serve de defesa da doutrina cristã contra judeus, pagãos e hereges.

Vejamos outros temas:

O livro de João vem combater o judaísmo da época, os quais haviam rejeitado Jesus como Messias

O livro refuta a heresia de que João Batista seria o Messias, deixando bem claro as relações e funções de João Batista e de Jesus. Recorde-se que os seguidores de João Batista mantiveram sua seita ativa por muitos anos apos a morte de Jesus conforme observamos através da leitura de Atos 19.

Declarar, firmar, estabelecer, criar um firme fundamento da doutrina crista, a qual a separa drasticamente das filosofias e heresias da época.

O livro de João não se trata de uma biografia, mas de um tratado teológico.

No livro de João a consciência da missão divina de Jesus aparece no primeiro capitulo, e não de forma gradual como nos evangelhos sinópticos. Tudo isso porque o autor usa por 26x a frase “ aquele que me enviou” . Dessa maneira parece claro que a consciência de Jesus sobre sua missão terrenal.

 

Por fim, creio que seja imperioso ressaltar as afirmações de Jesus a respeito do Espírito Santo de Deus.

O apóstolo João escreve cinco declarações sobre o Espírito Santo, vejamos em quais versículos podemos encontrar:

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João 14:15-17

João 14:25,26

João 15:26,27

João 16:5-11

João 16:12-15

João descreve o Espírito Santo como:

 

Ajudador – João 14:16

Espírito da verdade – João 14:17

Mestre de toda verdade – João 14:26

 

Nesses textos João declara qual seria a obra do Espírito Santo no mundo e na vida dos que crêem em Jesus.

 

DIFERENCA ENTRE O LIVRO DE JOAO E OS OUTROS EVANGELHOS

O livro de João é bastante diferente do livro de Mateus, Marcos e Lucas. Estudiosos sugerem que o autor de João usou fontes diferentes dos outros escritores.

 

O que João omite em seu evangelho:

 

Genealogia de Jesus

Nascimento do Jesus

Batismo de Jesus

Tentação de Jesus

Sermão do Monte

Cura de leprosos

Parábolas de Jesus

Transfiguração

Chamada dos discípulos

Ceia do Senhor

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Grande comissão

 

Mas antes, também quero esclarecer que além de omitir fatos sobre a vida de Jesus, o livro de João nos relata passagens inéditas e únicas, por exemplo:

 

Jesus é o filho único de Deus

Jesus é o cordeiro de Deus

Jesus é o “ Eu Sou”

O milagre que transforma água em vinho (João 2)

A conversa de Jesus com Nicodemos (João 3)

A conversa de Jesus com a mulher samaritana (João 4)

Jesus e a mulher adultera (João 8)

A ressurreição de Lazaro (João 11)

Jesus lavando os pés dos discípulos (João 13)

O discurso de Jesus a seus discípulos sobre o Espírito Santo (João 14-17)

A oração final de Jesus (João 17)

 

Ademais, o livro de João relata o ministério de Jesus na Judéia, enquanto que os livros sinópticos contam sobre o ministério de Jesus na Galileia.

Então, porque João omitiu esses fatos que foram tão importantes na vida de Jesus? E só poderemos responder a essa perguntar quando entendermos o propósito e o método do autor. João tem um propósito muito especifico e seu livro está estruturado para cumprir esse propósito, que seria demonstrar que Jesus é o Messias, que nos salva e nos dá vida eterna. Isto é, a intenção do livro não é relatar fatos históricos ou uma biografia, mas criar uma doutrina em defesa da fé em Cristo.

 

A estrutura do livro de João poderia ser dividido da seguinte maneira:

 

Prólogo (João 1:1-18)

Segmentos (capítulos 2-20)

Epilogo.

 

Os segmentos são conhecidos da seguinte maneira:

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O primeiro segmento como “ livro dos sinais” ou “ livro dos milagres”

O segundo segmento como “livro da gloria”

O terceiro segmento como “livro da glorificação”

ESBOÇO JOÃO

A expressão que Filipe disse a Natanael, explica claramente a linha mestra seguida por João em seu Evangelho: “Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas, Jesus, o Nazareno, filho de José”; 1:45.

Em Sua própria pessoa, Jesus cumpre o significado das profecias e das festividades do Antigo Testamento. João seguiu o ritmo das Festas Fixas (ver Lv 23) para mostrar os ensinamentos de Jesus, e que nEle se cumpriu o que Moisés escreveu na Lei a respeito das Festas. Também Jesus veio cumprir as profecias dadas aos profetas. Note que Jesus manifestou a riqueza da Sua glória durante o período de SEIS Festas Judaicas.

SEIS vezes João escreve em seu Evangelho que "durante uma FESTA..." Jesus Se revelou, ensinou e fez vários sinais entre os homens, 2:23; 5:1; 6:4; 7:2; 10:22 e 13:1.

Preparando o Caminho do Senhor (capítulo 1 a 2:12)

(1:1-14) Aqui temos a revelação do Verbo de Deus, a Palavra, na eternidade. O Verbo é a Vida e Luz dos homens (1 a 5). Depois, vemos a revelação da Palavra de Deus na criação (vs. 10 - esta passagem pode ser lida em paralelo a Pv 8:22 a 36). O Verbo de Deus se fez carne, em Jesus – este mesmo assunto é tratado por João em sua epístola (I Jo 1:1 a 2:11).

(1:15-34) O testemunho de João, o batista, é muito importante, pois havia um grupo de judeus que dizia ser ele o Messias. Por várias vezes é afirmado expressamente que João nunca disse ser o Messias, mas seu precursor.

(1:35-51) A transição: Alguns dos discípulos de João tornam-se discípulos de Jesus. O outro testemunho de João, 3:22-30, encerra com a afirmação: “Convém que ele cresça e que eu diminua”.

I) A Primeira Festa - a Primeira Páscoa (2:13 a 4:54)

(2:1-12) O milagre da TRANSFORMAÇÃO da água em vinho, ocorreu durante uma festa de casamento e próximo aos dias da Páscoa. Este primeiro sinal feito por Jesus, nas Bodas de Cana da Galiléia, tem um significado muito especial e revela o grande ministério transformador de Cristo sobre as vidas humanas.

As SEIS TALHAS, que Jesus pediu para encher de água, a qual se transformou em vinho, enfatizam que Ele veio trazer “graça sobre graça”, a “graça e a verdade” que transformam as vidas humanas. João explica que aquelas seis talhas de pedra serviam para as purificações (vs. 06). Esta explicação é fundamental para se entender o significado deste milagre da transformação, feito por Jesus.

Havia uma tradição dos anciãos que obrigava todos a lavarem as mãos, quando comem (cf. Mt 15:1, 2). Todas as tradições dos anciãos formam o Talmude, que é uma espécie de enciclopédia das tradições judaicas, que os judeus usam como suplemento das Escrituras. Havia muitas e diferentes regras que se aplicavam a qualquer situação da vida. Entre essas regras havia aquelas

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que orientavam a lavagem das mãos antes e depois das refeições. Esses ritos nada tinham a ver com a higiene física, mas eram reputados um tipo de higiene espiritual para eliminar o perigo do contato com os gentios ou outras coisas que causavam a imundícia cerimonial. Este rito supostamente livrava-os das imundícias do mundo, tornando-os dignos de adorar a Deus e de receber bênçãos divinas.Jesus critica os judeus por guardar as tradições dos homens e esquecer os mandamentos de Deus (Mc 7:8).

Para o mestre-sala, que tinha a responsabilidade de prover vinho para os convidados durante todos os dias das Bodas, para o noivo e todos os convidados presentes, aquele milagre representou algo importantíssimo.

O número SEIS, segundo o Gênesis, é o número do trabalho e do homem, pois, por seis dias Deus trabalhou e no sétimo Ele descansou da obra como Criador. Ainda, no sexto dia foi criado o homem. Seis representa o número do trabalho, do enfado e da responsabilidade do homem. Com aquele milagre, feito antes da Festa da Páscoa, Jesus estava mostrando que todos os esforços humanos e sacrifícios, feitos no período do Antigo Testamento, não eram suficientes para purificar as pessoas (cf. Hb 10:12-18). Mas, em Cristo, é chagado o tempo de GRAÇA SOBRE GRAÇA. A GRAÇA E A VERDADE é chegada entre os homens na pessoa do Cristo.

Cristo tem o poder para transformar a água em vinho, como também tem poder para transformar a natureza do homem: “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o PODER de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram doS sangueS” – o plural, no original grego, indica que não nasceram de homem e mulher – “nem da vontade do varão, mas de Deus”; 1:12 e 13. Nenhum homem é capaz de transformar sua natureza por seguir esforços e mandamentos humanos, só a operação da graça e do poder transformador de Deus operando em sua vida. Esta é a verdade que Jesus veio ensinar.

O legalismo religioso nunca foi capaz de transformar a natureza humana. Esta é uma verdade clara e fundamental do Reino. O apóstolo Paulo trata deste assunto em muitas passagens de suas cartas pastorais: Cl 2:16-23; Tt 1:14, 15. A carta aos Gálatas trata do assunto do legalismo x graça em o quinto capítulo (Gl cap. 5).

“Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.” (Jr 13:23). Conheça e tenha a revelação do Verbo de Deus, a Vida e Luz do mundo, e operará em você o PODER divino que o transformará em um filho de Deus. Só Cristo pode transformar totalmente a natureza humana, assim como Ele transformou aquela água em vinho, duas substâncias totalmente diferentes entre si. “E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. (2 Co 3:18).

Seis talhas DE PEDRA. As tralhas eram feitas desse material porque se cria que a pedra preservava a pureza e a frieza da água. Por estar menos sujeitas às impurezas, a pedra era prescrita pelas autoridades judaicas para as lavagens antes e depois das refeições.

Pelo fato do vinho também ser o sinal de um novo ensinamento, uma nova doutrina, este sinal de Jesus também enfatiza as Boas Novas do Reino que Ele veio trazer aos homens. As Boas Novas são o vinho de uma Nova Aliança. Uma aliança não baseada no esforço e religiosidade humana, mas na graça transformadora veiculada por Cristo na vida dos que crêem nEle.

(2:13-22) Jesus vira as mesas - A purificação do templo é uma ênfase de que o “fermento deve ser posto fora”, durante a Páscoa (1 Co 5:7-13). Na Páscoa, Jesus revelou que conhecia muito bem a “natureza humana”; 2:24, 25 (Sl 33:13-15). O profeta Malaquias havia profetizado que o Messias viria para purificar os adoradores para que “eles tragam ao Senhor justas ofertas”; Ml 3:1-5.

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(3:1-15) A ênfase, na Páscoa, é o assunto do NOVO NASCIMENTO, a salvação e a VIDA ETERNA. Todos os homens precisam “nascer de novo”. O diálogo entre Cristo e Nicodemos demonstra claramente esta verdade. Jesus não veio julgar o mundo, mas salvá-lo. Na Páscoa, Cristo seria levantado para que “... todo o que NELE CRÊ tenha a vida eterna”. Esta expressão ocorre várias vezes, principalmente aqui e na segunda Páscoa. São textos maravilhosos: 3:15, 16, 36; 5:24, 39; 6:27, 40, 47, 54; 6:68; 10:28; 17:2, 3.

(3:16-21) Páscoa é tempo de julgamento: “... quem crê em Jesus, não é julgado; o que não crê, já está julgado”. Note que os homens podem já viver a salvação ou o julgamento aqui mesmo, hoje!

(capítulo 4) Neste capítulo você encontrará Jesus falando a parábola da “ceifa e os ceifeiros” (31-38), entre os fatos ocorridos com a mulher Samaritana (1-30), a salvação de muitos samaritanos (39 a 42), além da história do oficial do rei que, com toda a sua casa, creu em Jesus (43-54). Esta parábola aborda um dos assuntos da Páscoa: o período de Ceifa – colheita da cevada. Pelo texto vemos o cumprimento da CEIFA, pois tanto em Samaria como na Galiléia, o Senhor salvou (ceifou) as primeiras pessoas para o Seu Reino. Páscoa é um período de libertação, quando a Salvação entrar em nossas vidas e em nossos lares.

Você notará durante o Evangelho de João que Jesus afirmar ser algumas coisas. Aqui nesta Páscoa, Ele afirmar ter a ÁGUA DA VIDA para saciar a sede espiritual de todos os que o buscam.

Também na Páscoa, Jesus afirma que a salvação vem dos Judeus, mas os verdadeiros adoradores são os que adoram ao Pai em espírito e em verdade. Deus suscita filhos de todas as nações.

II) Uma Festa dos Judeus (5:1-47)

Essa Festa não é identificada, mas ocorre entre a primeira e segunda Páscoa do ministério de Jesus. Os ensinamentos de Jesus, nesta Festa, eram sobre purificação, cura de doenças causadas pelo pecado, ressurreição e o relacionamento de unidade entre o Filho e o Pai

(5:1-18) O paralítico foi curado por Jesus no tanque de Betesda, ou seja, Casa de Misericórdia. Jesus, no versículo 14, associa a causa das doenças ao pecado. O que se entende é que algum pecado da juventude havia causado a paralisia daquele homem. Mas agora, 38 anos depois, a misericórdia de Deus o alcançou e ele foi livre dos males causado pelo pecado.

O número 38 é um número de purificação. O povo judeu caminhou 38 anos pelo deserto (pois 2 anos estiveram ao pé do Sinai), tempo para que todo mal fosse purificado daquela geração (conforme Dt 2:14). As águas do tanque de Betesda tinham o poder de purificar ou curar os enfermos. Jesus mostrou que é Ele quem cura e perdoa os pecados dos homens, na “Casa de Misericórdia”. Tudo isso dá a entender que a Festa dos Judeus celebrada tinha haver com Purificação. Com este sinal, Jesus mostrou que a misericórdia de Deus triunfa sobre o juízo (Tg 2:13).

A cura do paralítico, no dia de sábado, introduz a controvérsia que houve entre Jesus e as autoridades religiosas dos judeus. Esta questão domina todos os Evangelhos, pois esta foi uma das questões que levou à crucificação de Jesus, além do fato dEle se dizer igual a Deus (note o versículo 18).

(5:19 a 47) Em verdade, em verdade... Jesus mostra como é o Seu RELACIONAMENTO com o Pai.

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III) Segunda Páscoa (capítulo 6)

Páscoa: ocorria no início da primavera, tempo da colheita da cevada. Ct 2:10-17, este trecho de Cantares era cantado na Festa da Páscoa. Os primeiros pães mencionados na Bíblia não incluíam lêvedo (fermento) como ingrediente. Eram os PÃES ÁCIMOS (ou asmos – sem fermento). Quando quentes, assemelhavam-se às tortilhas mexicanas. Depois de frios adquiriam a textura quebradiça dos biscoitos. A farinha mais usada era a de cevada, o cereal mais cultivado na Terra Santa. A cevada produz mais grãos por hectare e necessita de menos água do que o trigo. Os pães que Jesus e os discípulos distribuíram junto com os peixes eram de cevada; vs. 13.

Ao multiplicar os pães, Jesus tinha a finalidade de despertar o povo para Si mesmo, como sendo o PÃO VIVO que desceu do céu. O maná do deserto pereceu, mas o Pão Vivo permanece para a vida eterna; vs. 27. Jesus afirma, nesta Páscoa: “Eu sou o pão da vida”; “Eu sou o pão vivo, que desceu do céu” (em contraste com o maná que Deus deu do céu, mas que apodrecia no dia seguinte). No dia seguinte, Jesus afirmou: o pão é a minha carne; vs 53 a 55.

O fato de Jesus ter andado sobre as águas do mar mostra que Ele tem autoridade sobre os elementos criados, 16 a 21. Sendo o contexto a Páscoa, talvez João incluiu este acontecimento aqui para lembrar a autoridade exercida por Deus, ao abrir as águas do Mar Vermelho, na Páscoa em Êxodo.

(6:66-71) Mais uma vez vemos que a Páscoa é um período de julgamento. O duro discurso de Jesus, enfatizando que os discípulos precisam comer a Sua carne e beber do Seu sangue, fez muitos dos Seus discípulos o abandonarem.

IV) Festa dos Tabernáculos (capítulos 7 a 9)

A Festa dos Tabernáculos pode ser assim denominada, ou também a Festa da sega dos primeiros frutos. (Lv 23:24; Dt 16:16). Tratava-se de uma das três grandes peregrinações do ano religioso dos judeus; era celebrada durante um período de sete dias (15º ao 22º dia do sétimo mês, Tisri – entre setembro e outubro). Também foi dado mais um dia, o oitavo. Ocorria no fim do ano, quando os labores do campo se encerravam com a colheita. Era ocasião de grande júbilo (Dt 16:14).

Seu nome, “Festa dos Tabernáculos”, deriva-se do fato de que era exigido que todo o indivíduo nascido como israelita morasse em cabanas feitas de palmas ou ramos de árvores durante sete dias, em lembrança ao tempo do êxodo dos judeus da escravidão egípcia, e de terem vagueado pelo deserto, habitando em tendas (ver Lv 23:34).

Também comemoravam a FESTA DA COLHEITA, agradecendo a Deus pelo suprimento abundante durante o ano que se encerrava. Diversos sacrifícios eram oferecidos, e o oitavo dia era motivo de solene assembléia, ocasião em que ainda outros sacrifícios eram feitos. Esse OITAVO DIA era designado pelo nome de GRANDE DIA DA FESTA (Lv 23:36 e Nm 29:35). Ligado às festividades desse dia, havia a Cerimônia do Derramamento de Água o que está relacionado com a declaração de Jesus em 7:37.

Era um reconhecimento das chuvas, como dom de Deus, o que é necessário para uma colheita bem-sucedida. Veja Zc 14:17 – “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos. Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. Se a família dos egípcios não subir, nem vier, não cairá sobre eles a chuva; virá a praga com que o SENHOR ferirá as nações que não subirem a celebrar a Festa dos Tabernáculos”.

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O último dia da Festa dos Tabernáculos também era chamado de o Dia do Grande Hosana, porque se fazia um circuito, por sete vezes, em torno do altar, ao mesmo tempo em que todos clamavam Hosana! Também era chamado o Dia dos Salgueiros ou Dia do Agitar dos Ramos, porquanto todas as folhas eram tiradas dos ramos dos salgueiros e as palmas das palmeiras eram batidas nos lados do altar, a fim de se despedaçarem.

SALMOS DOS DEGRAUS: Durante a peregrinação (ou romaria) até Jerusalém, para celebrar a Festa dos Tabernáculos, os sacerdotes cantavam os Salmos 120 a 134.

(7:1-13) Jesus sobe à Festa OCULTAMENTE – Assim é Seu tabernáculo EM nós, sua manifestação EM nós e a do Seu Reino, em sua etapa inicial (Lc 17:20, 21 e 2 Ts 1:10).

(7:14-24) No meio da Festa, o Senhor aparece ensinando com autoridade e falando abertamente. O verdadeiro conhecimento de Deus vem àqueles que querem verdadeiramente fazer a vontade do Pai, (vs. 17). O Senhor só se manifesta a estes famintos e autênticos.

(7:37-42) - Regozijo da Extração da Água: Durante a Festa dos Tabernáculos era realizada a “Cerimônia do Derramamento da Água”, com muita alegria, para tirar água na noite seguinte ao primeiro dia. Quando o galo cantava, na hora do sacrifício matutino, os sacerdotes tocavam trombetas e saiam pelo portão oriental para tirar água do poço de Siloé, Jo 9:7, recitando a passagem de Is 12:3 “Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” e o cântico do Halel (Salmos 113 a 118).

A água era colocada num vaso de ouro e derramada ao pé do ângulo sudeste (o lado donde os ventos deviam trazer as chuvas) do altar de holocaustos. Visualize Jesus pondo-Se de pé e clamando: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”, exatamente no momento em que o sacerdote derramava a água sobre o altar e o povo entoava o cântico de Halel.

João está ensinando que Jesus é o cumprimento desta Festa dos Tabernáculos: Ele é a água da vida, Ele é a fonte da água viva. Você crê em Jesus? Celebra a Sua manifestação em você? Tem “subido” a celebrar a Festa? Então você se transforma numa fonte de água viva, pelo Cristo EM vós.

A chuva serôdia é prometida para o sétimo mês (Jl 2:23; Zc 14:16,17). Quem não sair para adorar o Rei na Festa dos Tabernáculos, não virá sobre ele a chuva. Daí podermos compreender as palavras de Jesus em Jo 7:37-39. A cerimônia do derramamento da água está associada com o derramamento do Espírito Santo na vida dos que crêem.

Por que João, ao escrever o seu Evangelho, preocupou-se tanto com os ensinamentos de Jesus durante as Festas? As igrejas neotestamentárias continuaram a celebrar estas Festas, não, porém, segundo a “letra”, mas a realidade espiritual apresentada por Jesus (a Verdade e a Vida).

(8:1-11) A “Mulher Adultera” – este fato ocorreu no lugar do gazofilácio, (vs. 20), que se encontrava no “Átrio das Mulheres”. As mulheres podiam entrar no templo, até aquele ponto, pois segundo o AT, os homens possuíam mais elevados privilégios do que as mulheres. Este fato, porém, mostra que Jesus não faz distinção entre homem ou mulher: “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gl 3:26-28).

(8:1-20) LUZ DO MUNDO: Nas noites dos dias comemorativos da Festa dos Tabernáculos os sacerdotes dançavam com tochas nas mãos. Ao tempo de Jesus, os átrios do templo de Jerusalém eram bem iluminados. Quatro grandes candelabros de ouro, na forma de candeeiros de vários ramos, projetavam luz sobre toda a cidade. Isso justifica a afirmação de Jesus, de madrugada, no átrio das mulheres, em Jo 8:2, 12. Aqui precisamos lembrar dos primeiros

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versículos de João: Jesus é a Vida, a Luz dos homens, quem nEle crê e o recebe, não andará nas trevas, ETERNAMENTE. Aleluia!

(8:21-59) Jesus veio para livrar a todos da escravidão do pecado: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.

(cap. 9) A cura de um cego de nascença - Se os acontecimentos anteriores ocorreram de madrugada, parece que aqui estamos no raiar do dia. O assunto é retomado:“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. Os versículos chaves são: 4, 7, 32, 33, 39-41. Com a cura do cego de nascença - uma pessoa que nunca havia visto a luz - a quem Jesus mandou lavar-se no tanque de Siloé, Jesus estava mostrando o SINAL de que Ele é o Enviado, dando cumprimento ao que se entoava no “Dia do Grande Hosana”.

O ensinamento central é que Jesus veio ao mundo para juízo. Isso tem tanto o aspecto positivo como um aspecto negativo: luz e salvação para os que aceitam a Ele a à Sua palavra; mas trevas e condenação para aqueles cujos corações se mantém rebeldes e duro. O ensinamento de João 1:1 a 14 tem seu cumprimento aqui, durante a Festa dos Tabernáculos.

V) Festa da Dedicação (capítulo 10)

Era inverno, vs. 22. No grego, a palavra aqui traduzida por “dedicação” significarenovação. Essa Festa era realizada no dia 25 de Quisleu (novembro-dezembro). Durava oito dias e era efetuada a fim de comemorar a purificação do templo e do altar, por Judas Macabeu, em 165 ou 164 a.C., três anos exatos após terem sido aqueles contaminados por Antíoco Epifânio.

Neste contexto Jesus afirma: “Eu sou a porta das ovelhas... Eu sou o bom pastor... o verdadeiro pastor dá a vida pelas ovelhas”. Este texto é considerado o Salmo 23 do Novo Testamento.

VI) Terceira Páscoa (capítulos 11 a 19)

Aqui temos vários fatos que acontecem antes da Páscoa da Crucificação:

(11:1-47) A ressurreição de Lázaro, 11:1-47 (versículos chaves: 25 e 26);

(11:48-54) Retira-se para Efraim, enquanto os judeus o esperam;

(11:55 - 12:11) Jesus ungido por Maria, em Betânia;

(12:12-50) A grande Semana da Paixão:

(12:12-19) Entrada triunfal em Jerusalém (domingo);

(12:20-36) Os gentios buscam a Jesus (terça-feira);

(12:37-50) Os judeus rejeitam a Jesus;

FESTA: O Messias no templo

(13:1-38) A Páscoa e a Ceia do Senhor (quinta-feira);

Discurso de despedida (Durante a última Ceia):

(14:1-16:33) O legado de Cristo a Seus seguidores;

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(17:1-26) Oração de intercessão.

Traição e aprisionamento no Getsêmani:

(sexta-feira) - 18:1 a 20:42

(18:12 - 19:16) O julgamento de Jesus;

(19:17-42) A crucificação e o sepultamento;

(domingo) O Senhor ressurreto e Sua família redimida - (20:1 -21:25)

(20:1-10) O túmulo vazio;

(20:11-18) Jesus Aparece a Maria Madalena;

(20:19-25) Jesus Aparece aos discípulos;

(segundo domingo)

(20:26-29) Novamente Jesus aparece aos discípulos;

(20:30, 31) O objetivo deste Evangelho de João;

(21:1-23) Jesus aparece aos discípulos na Galileia.

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Primeira Carta de JoãoO livro de 1 João é o 23° livro do Novo Testamento.

 

O capítulo 1 em seu verso 1 não nos conta quem é o autor do livro. Diferentemente do livro de Efésios, o livro de primeira João não possui o nome do autor. Então, o livro já começa com uma polêmica. Quem é o seu autor? Como sabemos quem o escreveu?

Os teólogos em sua maioria identificam o autor desse livro como sendo João, o apóstolo amado de Jesus.

Quais as evidências de que tenha sido o apóstolo João o escritor do livro de 1 João, leiamos:

 

¨1 O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos tocaram, isto proclamamos com respeito ao Verbo da Vida.¨ 1 João 1:1

 

¨14 e vimos, e testificamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo,¨ I João 4:14

 

Nesses dois versículos está claro que o autor do livro foi uma testemunha ocular da vida e do ministério de Jesus, pois ele relata ¨o que ouvimos e vimos¨ e também ¨o que vimos e testificamos¨, ou seja, algo que somente um discípulo poderia ter feito.

A segunda evidência de que seja o apóstolo João são as inúmeras similitudes entre o evangelho de João e o livro de 1 João.

Vejamos abaixo quadro comparativo entre esses dois livros da bíblia:

 

Evangelho de João Livro 1 João

¨1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. 14 O Verbo se fez carne, e habitou entre nós. Vimos a sua glória, a glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade¨ João 1:1 e14

¨1 O que era desde o principio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos tocaram, isto proclamamos com respeito ao Verbo da Vida.¨ 1 João 1:1

¨24 Até agora nada pedistes em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.¨  João 16:24

¨4 Estas coisas vos escrevemos, para que a nossa alegria seja completa.¨1 João 1:4

¨A condenação é esta: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque as obras deles eram más. 20 Todo aquele que pratica o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não

¨6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.7 Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, temos

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sejam reprovadas. 21 Mas quem vive de acordo com a verdade vem para a luz, a fim de que se veja claramente que as suas obras são feitas em Deus.¨ João 3:19-21

comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.¨1     João 1:6 e 7

¨34 Novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei a vós, assim também deveis amar uns aos outros. 35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.¨João 13:34-35

¨Amados, não vos escrevo mandamento novo, mas um mandamento antigo, que desde o principio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes.¨1 João 2:7

¨44 Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi homicida desde o principio, e não se firmou na verdade, pois não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é mentiroso e pai da mentira.¨ João 8:44

¨Quem comete pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. ¨1 João 3:8

¨24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.¨ João 5:24

¨14 Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte.¨1 João 3:14

¨47 Quem pertence a Deus ouve as palavras de Deus. O motivo por que não ouvis é que não pertenceis a Deus.¨ João 8:47

¨6 Nós somos de Deus, e quem conhece a Deus nos ouve; mas aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.¨ 1 João 4:6

¨16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.¨ João 3:16

¨9 Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em que Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que por meio dele vivamos.¨ 1 João 4:9

¨34 Eu não recebo testemunho de homem; mas digo isto para que sejais salvos. (…) 37 E o Pai que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma,¨João 5:34 e 37

¨10 Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior, porque o testemunho de Deus é maior, porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou.¨1 João 5:9

¨36 Todo aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas todo aquele rejeita o Filho não verá

¨12 Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não

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a vida, pois sobre ele permanece a ira de Deus.¨ João 3:36

tem a vida.¨1 João 5:12

 

Com a leitura desses versículos percebemos similitudes quanto ao conteúdo e o uso de expressões favoritas.

Brasileiro tem um provérbio que diz assim: ¨Ou é 8 ou é 80¨. Esse autor tem um pouco disso também. O autor usa vários contrastes fortes como por exemplo: luz/escuridão, amor/ódio, verdade/mentira….

Outra evidência de que este livro foi escrito pelo apóstolo João é sua autoridade para escrever. O autor dá ordens, declara mandamentos e ensina.

¨12 Ninguém jamais viu a Deus; mas se amarmos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é aperfeiçoado o seu amor.¨1 João 4:12

 

¨1 Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos vem de Deus, porque já muitos falsos profetas tem surgido no mundo.¨1 João 4:1

 

¨Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.¨1 João 2:15

 

O autor do livro de 1 João não tem pelo na língua como diz o provérbio, ele escreve de maneira bem clara e direta, e para algumas pessoas hoje em dia, poderiam dizer até mesmo ofensivo ou rude.

 

¨4 Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.¨1 João 2:4

 

¨22 Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o anticristo, esse que nega o Pai e o Filho.¨1 João 2:22

 

Finalmente quero dizer que existem evidências diretas de que o apóstolo João seja o autor desse livro pelo fato de que os pais da igreja primitiva o citam como autor dessa epístola, vejamos:

1. Citada por Papias no ano 140D.c.2. Citada por Policarpo em 110-120 D.C.3. Citada por Justino Mártir em 150-160 D.C.4. Citada por Irineu em 180 D.C.5. Citado no Canon Muratoriano em 180-200 D.C.6. Citada por Clemente de Roma7. Policarpo cita a coletânea inteira dos livros de João entre 110-120D.C8. Didache (obra que reúne o ensinamento dos apóstolos)9. Citada por Irineu10.Citada por Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano, Eusébio11.Citada por Atanásio em 367 Dc. (lista completa de todos os livros igual como temos hoje).

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A data em que foi escrita é entre 85/95 DC. (Depois de Cristo)

Tradicionalmente os destinatários dessa carta estão associados a Ásia menor (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia , em especial a cidade de Éfeso. Já que na cidade de Éfeso diz a tradição (testemunho dos pais da igreja em seus livros) que o apóstolo João se estabeleceu, aí ele pregava e criou uma escola de pastores. Em minha opinião esse livro foi escrito com a finalidade de circular por várias igrejas (Ásia menor), porque esse livro parece mais um tratado doutrinário do que uma carta.

 

Qual o propósito do livro de 1 João? Porque ele foi escrito?

 

Analisando o livro e lendo detalhadamente cada versículo parece que existem vários propósitos, e muitos deles estão escritos literalmente, vejamos:

 

¨3 o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. 4 Estas coisas vos escrevemos, para que a nossa alegria seja completa.¨1 João 1:3-4

¨1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, porém, alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.¨1 João 2:1

 

¨12 Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome. 13 Pais, eu vos escrevo, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o maligno. 14 Eu vos escrevi, meninos, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio . Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.¨1 Joao 2:12-14

 

21 ¨Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. ¨1 João 2:21

 

¨13 Estas coisas vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, a vós que credes no nome do Filho de Deus.¨1 João 5:13

 

Mas, esses não são o tema principal do livro. Na verdade o livro foi escrito com um propósito bem definido e esse é : Conhecimento pessoal de Jesus e de Deus.

A palavra conhecer (conhecer, saber, reconhecer, entender, ….) é repetida por João por pelo menos 50 vezes nesses 5 capítulos.

Outra palavra que o autor repete muitas vezes é verdade. João escreve sobre a verdade 10 vezes nesses 5 capítulos, e todas vezes relacionando essa palavra com Jesus.

 

Por que tanta ênfase por parte do autor a respeito de conhecimento e verdade?

Porque o propósito desse livro é combater uma heresia chamada gnosticismo!

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Gnosticismo de maneira geral e resumida é uma doutrina herética que crê em um único deus, mas esse deus não possui contato com os homens por ser muito grande e poderoso. Além disso, essa doutrina crê que a matéria humana é muito mal e por isso deus, o ser supremo, não pode estar em contato com o homem para não contaminar-se. Então, para os gnósticos deus criou uma maneira de ter contato com o homem, e isso se daria através de emanações angelicais, anjos, ou fantasmas.

Os gnósticos creem que Jesus seria um anjo. Para os gnósticos existem três tipos de pessoas: indivíduos hílicos (vivem para a matéria), indivíduos psíquicos (vivem pela alma) e indivíduos pneumáticos ( que vivem pela gnosis, buscam conhecimento através do espírito). Para os gnósticos os únicos homens que serão salvos são os pneumáticos, os que buscam o conhecimento (gnoses). Essa busca pelo conhecimento se daria através de mágicas e cerimonias místicas, já que a idéia é fazer o espírito sair do corpo mal para que o espírito possa descobrir os segredos escondidos do ser humano.

Existe um tipo de gnosticismo que se chama docetismo. Essa forma docética de gnosticismo é uma heresia que crê que a vida de Cristo como homem e seus sofrimentos foram irreais. Eles ensinavam que Jesus não era humano e que seu corpo era apenas um fantasma, e por isso, consideram sua vida e seus sofrimentos irreais. Eles diziam que Jesus era apenas um anjo.

Outro tipo de gnosticismo apelava para a libertinagem, uma vez que creiam que o corpo físico era mal, então, o pecado não teria problema algum, e por isso a pessoa poderia pecar a vontade , porque somente o lado espiritual tinha valor. Resumindo, os gnósticos pensavam que eram impecáveis, já que seu espírito não se contaminaria com os pecados praticados com o corpo. Por isso, muitos cristãos foram enganados com essa doutrina e começaram a viver uma vida imoral sem limites. Eles acreditavam que como sua parte espiritual já tinha o conhecimento necessário para salvar-se a si mesmos, então eles poderiam cometer todo tipo de pecado que isso não iria interferir no espírito.

Um dos homens que pregava essa doutrina herética se chamava Cerinto, o qual era o oponente do apóstolo João nessa época. Cerinto creía que Jesus era filho natural de José e que seu poder tem origem no dia no seu batismo, quando um anjo desceu sobre ele. Cerinto valorava apenas o batismo de Jesus e negava o valor do sangue de Jesus derramado na cruz. Por isso, criou uma teoria de que Jesus apenas veio por água e não sangue, negando a humanidade de Jesus.

Muitas pessoas hoje em dia possuem esse mesmo pensamento. Talvez por que acham bonito, talvez por falta de leitura bíblica.

A solução encontrada pelo apóstolo João para enfrentar essa heresia foi a de alertar os cristãos da sua época a respeito dos falsos profetas, e ao mesmo tempo reforçar a doutrina cristã de que a salvação vem através de Jesus, e por isso, o livro de 1 João tem uma grande insistência por conhecimento e verdade, pela humanidade de Jesus, sua morte e ressurreição.

Por isso, quero explicar em detalhes para vcs hoje que Jesus é o Filho de Deus, que Jesus nasceu em carne e sangue, que Jesus é humano, que Jesus não é um fantasma, que Jesus é superior aos anjos, que Jesus morreu na cruz para nos salvar, que a morte de Jesus na cruz é uma doutrina fundamental no cristianismo.

Não é somente o livro de 1 João que combate o gnosticismo. O apóstolo Pedro também escreveu sua segunda epístola para combater o gnosticismo. E no primeiro versículo do capítulo 2 Pedro nos alerta que haverá falsos profetas que negarão a salvação por meio de Jesus Cristo.

 

¨1 Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. ¨2 Pedro 2:1

 

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Então, Pedro nos alerta sobre os falsos profetas e com o apóstolo João aprendemos como detectar um falso profeta. E fazemos isso analisando suas declarações. Os falsos profetas negam a humanidade de Jesus, vejamos:

¨1 Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos vem de Deus, porque já muitos falsos profetas tem surgido no mundo. 2 Nisto conheceis o Espírito de Deus: Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus, 3 mas todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus. Este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e agora já está no mundo.¨ 1 João 4: 1-3

1 João 1: Deus é Luz e a Confissão de Pecados

Em 1 João 1, o apóstolo João começando falando sobre a autoridade do seu testemunho. Ele

escreve acerca daquilo que ouviu, viu, contemplou e tocou com as mãos, isto é o Senhor Jesus

Cristo.

A primeira mensagem que ele deseja transmitir é que Deus é luz. Se queremos ter intimidade

ecompromisso com Deus precisamos, também andar na luz como ele está.

Isso ocorre primeiramente por meio do reconhecimento de que somos pecadores. Não podemos

cair na tentação de achar que somos perfeitos, mais santos que qualquer outro cristão.

Devemos confessar os nossos pecados e manter sempre a consciência dependente de Deus,

dessa forma o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado e temos comunhão com Deus.

Esboço de 1 João 1:

1 João 1.1 – 4: O testemunho do apóstolo João

1 João 1.5 – 7: Deus é luz

1 João 1.8 – 10: Confessando os pecados

Principal Objetivo

“ESTA É A MENSAGEM QUE DELE OUVIMOS E TRANSMITIMOS A VOCÊS: DEUS É LUZ;

NELE NÃO HÁ TREVA ALGUMA”. (1 JOÃO 1:5)A mensagem ou descrição que o apóstolo afirma vir do Senhor Jesus: “E esta é a mensagem que

dele ouvimos…”, de seu Filho Jesus Cristo.

Como Ele era o emissor imediato dos apóstolos, da mesma forma ele é a pessoa principal da

qual se fala no contexto precedente, e também o antecedente a quem o pronome dele pode estar

se referindo.

Os apóstolos e ministros apostólicos são os mensageiros do Senhor Jesus. A sua honra e

aspiração principal é levar seu propósito e mensagem ao mundo e às igrejas.

A sabedoria e a presente dispensação do Senhor Jesus são enviar-nos suas mensagens através

de pessoas como nós. Ele que assumiu a natureza humana honrará seus vasos feitos de barro.

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A aspiração de cada apóstolo era ser encontrado fiel e cumprir fielmente sua missão, e entregar

as mensagens que haviam recebido. Eles tinham um imenso desejo de transmitir o que tinha sido

transmitido a eles: “…esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos”.

Mensagem de Salvação

Deveríamos receber com alegria uma mensagem da Palavra da vida, da Palavra eterna: e a

mensagem atual é essa (relativa à natureza de Deus, a quem devemos servir e com quem

deveríamos ansiar toda comunhão concedida) – “…que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”

(1 João 1.5).

Esta descrição declara a excelência da natureza divina. Ele é toda a beleza e perfeição que

podem ser representadas a nós pela luz. Ele é a espiritualidade, pureza, sabedoria, santidade e

glória auto ativas e não compostas. E, por conseguinte, a inteireza e plenitude dessa excelência e

perfeição.

Não há defeito ou imperfeição, nenhuma mistura de nada oposto ou contrário à absoluta

excelência, nenhuma mutabilidade nem capacidade de qualquer deterioração nele: “…e não há

nele treva nenhuma” (1 João 1.5).

Ou, então, essa descrição pode estar relacionada mais imediatamente ao que é comumente

chamado de a perfeição moral da natureza divina, que devemos imitar ou que deve nos

influenciar mais diretamente no nosso trabalho no evangelho.

E, assim, ela irá compreender a santidade de Deus, a absoluta pureza de sua natureza e

vontade, seu conhecimento penetrante (particularmente dos corações), seu zelo e justiça, que

queimam como uma chama extremamente brilhante e impetuosa.

Deus é LuzE apropriado que o grande Deus seja representado por uma luz pura e perfeita neste mundo

em trevas. E o Senhor Jesus que melhor abre as nossas mentes para o nome e natureza do

Deus insondável. “O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecei (veja João

1.18).

E a prerrogativa da revelação cristã trazer-nos o mais nobre, o mais respeitável e apropriado

relato do Deus santo, da forma mais adequada à luz da razão e o que é demonstrável por meio

disso, mais adequada à grandeza das suas obras em nós e à natureza e missão daquele que é o

administrador, governador e juiz supremo do mundo.

O que mais (relativo a toda essa perfeição) poderia ser incluído em uma breve frase como essa:

“…Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”?

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1 João 2 : A Obediência e o Amor a Deus

Em 1 João 2, o apóstolo João inicia ensinando que amor a Deus e obediência estão completamente ligados. Não há como dizer que ama a Deus e viver de maneira que o desagrade.

Da mesma maneira, devemos amar ao nosso irmão. Muitos cristãos vivem em guerra com outros, por muitos motivos. Isso não é agradável ao Senhor. Ele tem prazer na nossa comunhão.

Ele prossegue dando recomendações aos pais e aos jovens e nos alerta sobre o fato de que não devemos amar ao mundo. Pois tudo o que há no “mundo”, o sistema de pecado dominado pelo diabo, não provém do Pai.

Não devemos nos envergonhar de Jesus Cristo, pelo contrário devemos fazer confissão pública do seu nome, palavra e ensino. Faremos isso com a unção que temos recebido dele e que nos ensina todas as coisas.

Esboço de 1 João 2:

1 João 2.1 – 6: Obediência é prova de amor a Deus

1 João 2.7 – 11: O dever de amar ao irmão

1 João 2.12 – 14: Recomendações aos pais e aos jovens

1 João 2.15 – 17: Não devemos amar ao mundo

1 João 2.18 – 23: Confessando Jesus Cristo publicamente

1 João 2.24 – 26: A promessa da vida eterna

1 João 2.27 – 29: A unção que nos ensina

Tome Cuidado

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“MEUS FILHINHOS, ESCREVO-LHES ESTAS COISAS PARA QUE VOCÊS NÃO PEQUEM. SE, PORÉM, ALGUÉM PECAR, TEMOS UM INTERCESSOR JUNTO AO PAI, JESUS CRISTO, O JUSTO. ELE É A PROPICIAÇÃO PELOS NOSSOS PECADOS, E NÃO SOMENTE PELOS NOSSOS, MAS TAMBÉM PELOS PECADOS DE TODO O MUNDO”. (1 JOÃO 2.1,2)

João não quer permitir espaço para o pecado. O motivo ou propósito dessa carta, é “dissuadir-vos e afastar-vos do pecado”. Observe a interpelação familiar e carinhosa com que introduz a admoestação: “Meus filhinhos”.

Filhinhos pelo fato de talvez terem sido gerados pelo seu evangelho, filhinhos pelo fato de terem menor idade e experiência do que ele, meus filhinhos como sendo preciosos para ele nos laços do evangelho.

Certamente o evangelho prevaleceu mais quando esse amor ministerial esteve presente. Ou talvez o leitor criterioso encontrará razão para pensar que o significado do apóstolo nessa dissuasão ou advertência redunda na seguinte interpretação: “…estas coisas vos escrevo para que não pequeis”.

Não Abuse!

E assim as palavras lembrarão aquilo que foi dito anteriormente em relação ao perdão garantido do pecado: “Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados…” (capítulo 1.9).

E, assim, as palavras são uma prevenção contra todo abuso desse tipo de favor e indulgência. “Embora os pecados sejam perdoados aos confessores penitentes, isso, no entanto, escrevo, não para encorajá-los no pecado, mas por outra razão”.

É possível que essa frase tenha em mente o que o apóstolo dirá a respeito do Advogado dos pecadores. E, dessa forma, isso é uma antecipação, uma prevenção de erro ou abuso semelhante: “…estas coisas vos escrevo para que não pequeis, para que possais ver o corretivo para o pecado”.

Assim a próxima partícula (como os estudiosos entendem) pode ser traduzida de maneira adversativa: mas, se alguém pecar, ele poderá conhecer sua ajuda e cura.

1 João 3 Estudo: Filhos de Deus e os Filhos do Diabo

Em 1 João 3, o apóstolo João nos ensina que agora, em Jesus Cristo, somos filhos de Deus.

Contudo, a comprovação de que somos filhos de Deus se dá por meio da nossa

obediência. Quem permanece amando a prática do pecado não é filho de Deus, é filho do Diabo,

diz João.

Como é característico, ele aborda o tema do amor ao próximo. Qualquer cristão que não amar ao

seu irmão, não nasceu de novo. A maior prova do amor é a atitude. A Escrituras exigem que o

meu amor seja prático e não apenas verbal.

Procedendo dessa maneira teremos confiança diante de Deus. Quando o nosso coração nos

acusar, saberemos que o Senhor Deus nos ouve e poderemos lhe apresentar nossa oração de

forma confiante.

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Esboço de 1 João 3:

1 João 3.1 – 6: Somos filhos de Deus

1 João 3.7 – 10: Os filhos de Deus e os filhos do Diabo

1 João 3.11 – 16: O amor ao próximo

1 João 3.17 – 19: A prova do amor é a atitude

1 João 3.20 – 24: Confiança diante de Deus

Maravilhosa Adoção

“VEJAM COMO É GRANDE O AMOR QUE O PAI NOS CONCEDEU: QUE FÔSSEMOS

CHAMADOS FILHOS DE DEUS, O QUE DE FATO SOMOS! POR ISSO O MUNDO NÃO NOS

CONHECE, PORQUE NÃO O CONHECEU. AMADOS, AGORA SOMOS FILHOS DE DEUS, E

AINDA NÃO SE MANIFESTOU O QUE HAVEMOS DE SER, MAS SABEMOS QUE, QUANDO

ELE SE MANIFESTAR, SEREMOS SEMELHANTES A ELE, POIS O VEREMOS COMO ELE É”.

(1 JOÃO 3.1,2)Ele mostra sua admiração pela graça que é a origem de uma concessão tão maravilhosa: “Vede

(observai) quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados, efetivamente

chamados (Ele que chama coisas que não são, e as faz ser o que elas não foram) filhos de

Deus”.

O Pai adota todos os filhos do seu Filho. O Filho na verdade os chama e os torna seus irmãos; e

por meio disso confere a eles o poder e dignidade de filhos de Deus.

O Pai eterno mostra um amor transigente e maravilhoso ao fazer de pessoas como nós seus

filhos – nós que, por natureza, somos herdeiros do pecado, da culpa e do juízo de Deus.

Nós que pela prática somos filhos da corrupção, da desobediência e da ingratidão! É estranho

que o Deus santo não se envergonha de ser chamado de nosso Pai e de nos chamar seus filhos!

O Mundo Não Conhece

Por essa razão o apóstolo infere a honra dos crentes acima do reconhecimento do mundo. Os

incrédulos pouco conhecem a respeito deles. “Por isso (ou pelo que, por esse motivo) o mundo

não nos conhece” (1 João 3.1).

O mundo quase não conhece a verdadeira alegria que os seguidores genuínos de Cristo sentem.

Eles são expostos às calamidades comuns da terra e do tempo.

Todas as coisas acontecem a eles como a outros, ou melhor, eles estão sujeitos a uma aflição

maior, pois com frequência têm motivos para dizer: “Se esperamos em Cristo só nesta vida,

somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Coríntios 15.19).

O mundo não-cristão, portanto, que anda de acordo com o que vê, não conhece sua dignidade,

seus privilégios, os prazeres que eles possuem, nem para o que estão designados.

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O mundo pouco sabe que essas pessoas pobres, modestas e menosprezadas são os protegidos

do céu e serão os habitantes de lá em breve. O mesmo havia acontecido com o seu Senhor, que

também era desconhecido aqui: “…porque não conhece a ele”.

Em Carne e OssoO mundo não lembra que uma grande pessoa residiu nesta terra; sim, o Criador habitou nela. Os

judeus não perceberam que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó era um dos seus e habitou em

seu próprio país.

Ele veio aos seus e os seus não o receberam. Ele veio aos seus e os seus o crucificaram; mas,

certamente, “…se o conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1 Coríntios 2.18).

Que os seguidores de Cristo se contentem com uma passagem difícil aqui, já que estão em uma

terra de estrangeiros, entre pessoas que pouco os conhecem, sendo que seu Senhor foi assim

tratado antes deles.

1 João 4: Provando os Espíritos

Em 1 João 4, o apóstolo João nos adverte sobre a necessidade de provar os espíritos, para saber

qual a procedência deles.

Ele aprofunda a relação entre o cristão, Deus, o amor e o próximo. Falando sobre a necessidade

de que o meu amor por Deus seja comprovado pelo meu amor ao irmão.

Ele concluí o capítulo mostrando que isso é necessário porque Deus é amor, e nos provou esse

amor ao enviar seu filho Jesus para sofrer em nosso lugar. A crucificação de Jesus é a prova

doamor de Deus por nós.

Esboço de 1 João 4:

1 João 4.1 – 6: Provando os espíritos

1 João 4.7 – 13: O amor de Deus

1 João 4.14 – 21: Deus é amor

 

Não Sejam Ingênuo

“AMADOS, NÃO CREIAM EM QUALQUER ESPÍRITO, MAS EXAMINEM OS ESPÍRITOS PARA

VER SE ELES PROCEDEM DE DEUS, PORQUE MUITOS FALSOS PROFETAS TÊM SAÍDO

PELO MUNDO.  VOCÊS PODEM RECONHECER O ESPÍRITO DE DEUS DESTE MODO:

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TODO ESPÍRITO QUE CONFESSA QUE JESUS CRISTO VEIO EM CARNE PROCEDE DE

DEUS; MAS TODO ESPÍRITO QUE NÃO CONFESSA A JESUS NÃO PROCEDE DE DEUS.

ESSE É O ESPÍRITO DO ANTICRISTO, ACERCA DO QUAL VOCÊS OUVIRAM QUE ESTÁ

VINDO, E AGORA JÁ ESTÁ NO MUNDO”. (1 JOÃO 4.1 – 3)Ele pede aos discípulos, a quem escreve, que tenham cautela e examinem cuidadosamente os

espíritos e adeptos espirituais que agora tinham surgido. Pede que se acautelem.

A verdade é a base usada na simulação e na falsificação; houve transmissões reais do Espírito

divino e, portanto, outros fingiam ter recebido algum tipo de revelação dele.

Deus escolherá seu caminho a partir de sua própria sabedoria e bondade, embora isso possa ser

suscetível a abuso; ele enviou mestres inspirados ao mundo e nos deu uma revelação

sobrenatural, embora outros possam ser tão maus e descarados a ponto de fingir terem recebido

o mesmo.

Não devemos acreditar em todo aquele que simula ter o Espírito, ou diz ser inspirado e iluminado

de maneira extraordinária por Ele. Houve um tempo em que o homem espiritual (o homem do

Espírito, que fez um grande barulho acerca do Espírito e se vangloriava disso) era louco (Oséias

9.7).

Examinem Com Cuidado

Pede que escrutinem, que examinem as pretensões que são atribuídas ao Espírito: “…mas provai

se os espíritos são de Deus” (1 João 4.1). Deus tem dado do seu Espírito nesses últimos tempos,

mas não a todos os que professam estar equipados com Ele.

É permitido aos discípulos um julgamento avaliador, em relação aos espíritos que deveriam ser

cridos e acreditados nas questões da fé. O autor apresenta uma razão para essa prova: “…

porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 João 4.1).

Como existia uma grande expectativa entre os judeus em relação à aparição do Salvador, de um

Redentor de Israel, a humilhação, a reforma espiritual e os sofrimentos do Salvador eram vistos

de forma preconceituosa.

Por isso, alguns foram levados a levantar-se como profetas e messias de Israel, de acordo com a

predição do Salvador (Mateus 24.23,24). Não deveria parecer estranho a nós que falsos mestres

surgissem na igreja: foi assim nos tempos dos apóstolos.

O espírito da desilusão é fatal; é triste saber que homens se vangloriavam como profetas e

pregadores inspirados quando, de forma alguma, condiziam com esse ofício!

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1 João 5: A Vitória Que Vence o Mundo

Em 1 João 5, o apóstolo João começa tratando, mais uma vez sobre a relação entre o amor a

Deus e a obediência. Existe uma batalha espiritual sendo travada, seu quisermos vencer

precisamos crer. A única arma capaz de vencer o mundo é a nossa fé.

O testemunho de que essa fé é eficaz é dado pelo Espírito Santo através das Escrituras e

daressurreição de Jesus Cristo. Em comunhão sincera com Deus podemos orar a ele sobre

qualquer necessidade real que tivermos e com certeza ele nos ouvirá.

João encerra dando um ensinamento sobre a questão do pecado. De fato, há pecados mais

graves que outros e ele dá uma orientação sobre como agir em cada caso.

Esboço de 1 João 5:

1 João 5.1 – 3: O amor a Deus e a obediência

1 João 5.4 – 6: A vitória que vence o mundo

1 João 5.7 – 11: O testemunho de Deus

1 João 5.13 – 15: A confiança na oração

1 João 5.16 – 21: A questão do pecado

 

Água e Sangue

“O QUE É NASCIDO DE DEUS VENCE O MUNDO; E ESTA É A VITÓRIA QUE VENCE O

MUNDO: A NOSSA FÉ. QUEM É QUE VENCE O MUNDO? SOMENTE AQUELE QUE CRÊ QUE

JESUS É O FILHO DE DEUS”. (1 JOÃO 5.4,5)Na forma como veio; não apenas como veio ao mundo, mas com o que veio, apareceu e atuou

como um Salvador no mundo: “Este é aquele que veio por água sangue”.

Ele veio para nos salvar de nossos pecados, para nos dar vida eterna e nos levar até Deus; e,

para que pudesse fazer isso com maior garantia, ele veio por, ou com, água e sangue (1 João 5.6), isto é, Jesus Cristo. Foi Jesus Cristo que veio dessa forma; e ninguém senão Ele.

Repito: “…não só por ou com água, mas por água e por sangue” (1 João 5.6). Jesus Cristo veio

com água e sangue, como os sinais e marcas do verdadeiro Salvador efetivo o mundo.

E Ele veio por água e sangue como o meio para nos curar e salvar. O fato de que Ele precisava

vir e, de fato, veio dessa forma em seu ofício salvífico pode mostrar-se pela lembrança das

seguintes coisas.

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Por Dentro e Por ForaEstamos maculados tanto interiormente quanto exteriormente. Interiormente, pelo poder e

contaminação do pecado em nossa natureza. Para a purificação disso precisamos de água

espiritual; água tal que pode alcançar a alma e os poderes dela.

Também existe em e por meio de Cristo Jesus a “…lavagem da regeneração e da renovação do

Espírito Santo”. E isso foi sugerido aos apóstolos pelo nosso Senhor, quando lavou os seus pés e

disse a Pedro, que se recusou a ser lavado: “…se eu te não lavar, não tens parte comigo”.

Estamos maculados exteriormente, pela culpa e poder condenatório do pecado sobre nossa

pessoa. Por causa disso, estamos separados de Deus e banidos de sua presença favorável,

graciosa e bem-aventurada para sempre.

Por causa disso, precisamos ser purificados pelo sangue expiatório. E a lei ou a resolução do

tribunal divino que “…sem derramamento de sangue não há remissão” (Hebreus 9.22). O

Salvador do pecado precisa, portanto, vir com sangue.

Dois Elementos

Os dois modos de purificação foram representados nas antigas instituições cerimoniais de Deus.

Pessoas e coisas precisam ser purificadas por água e sangue.

Existiam “…abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção” (Hebreus

9.10). “…a cinza de uma novilha, misturada com água, esparzida sobre os imundos, os

santificam, quanto à purificação da carne” (Hebreus 9.13; Números 19.9). “E quase todas as

coisas, segundo a lei, se purificam com sangue” (Hebreus 9.22).

Assim como esses textos mostram nossa contaminação dupla, da mesma forma eles indicam a

purificação dupla operada pelo Salvador.

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Segunda Carta de João

A epístola de 2 João foi escrita para prevenir “a senhora eleita” contra os falsos obreiros (mestres,

evangelistas e profetas) que perambulavam pelas igrejas.

Os tais abandonaram os ensinos do evangelho e propagavam os seus falsos ensinos. A

destinatária não devia recebê-los, conversar com eles, nem auxiliá-los.

Fazer isso, significaria ajudá-los a disseminar os seus erros e participar da sua culpa. A carta

repudia o mesmo falso ensino denunciado em 1 João.

2 João: Visão Geral

A carta de 2 João realça uma advertência, que também se acha em 1 João, sobre o perigo de

falsos mestres que negam a encarnação de Jesus Cristo e que se afastam da mensagem do

evangelho.

João se alegra por ver que “a senhora eleita” e seus filhos “andam na verdade”. O verdadeiro

amor cristão deve também incluir o discernimento entre a verdade e o erro, e também dar apoio

aos falsos mestres.

Receber amavelmente os falsos mestres é participar dos seus erros. A carta é breve, pois João

planeja uma visita para breve, e assim falar-lhe “de boca a boca”.

2 João: CapítuloCapítulo 1: Amor ao Próximo e o Ensino de Jesus

 Em 2 João 1, o apóstolo João escreve recomendações práticas semelhantes a 1 João. Ele

começa com uma saudação e em seguida aborda o tema: amor ao próximo.

Adverte seus leitores sobre os enganadores do Evangelho e sobre o fato de que eles precisam

tomar cuidado para não cair em suas ciladas, mas sim permanecer nos ensinamentos de Jesus

Cristo.

Esboço de 2 João 1:

2 João 1.1 – 4: Saudação

2 João 1.5,6: O amor ao próximo

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2 João 1.7 – 13: Os enganadores e o ensino de Jesus Cristo

A Condução do Amor

“E AGORA EU LHE PEÇO, SENHORA — NÃO COMO SE ESTIVESSE ESCREVENDO UM

MANDAMENTO NOVO, O QUE JÁ TÍNHAMOS DESDE O PRINCÍPIO — QUE NOS AMEMOS

UNS AOS OUTROS. E ESTE É O AMOR: QUE ANDEMOS EM OBEDIÊNCIA AOS SEUS

MANDAMENTOS. COMO VOCÊS JÁ TÊM OUVIDO DESDE O PRINCÍPIO, O MANDAMENTO É

ESTE: QUE VOCÊS ANDEM EM AMOR”. (2 JOÃO 1.5,6)

O pedido do apóstolo: “E agora, senhora, rogo-te”. Levando em conta o que ele solicita, a forma

de tratá-la é marcante. Ele não pede uma bênção ou um favor para si próprio, mas a observância

habitual ou costumeira do mandamento divino.

Aqui ele poderia ter mandado ou cobrado; mas em certas situações medidas mais duras são

piores e desnecessárias e medidas moderadas terão um efeito melhor; e o espírito do apóstolo é,

entre todos os outros, o mais gentil e afetuoso.

Quer seja pela consideração à senhora eleita, ou pela brandura apostólica, ou as duas, ele se

digna a rogar: “E agora, senhora, rogo-te”. Ele poderia falar da mesma forma que outro apóstolo o

fez, dirigindo-se a um certo senhor a quem escreve:

“Pelo que, ainda que tenha em Cristo grande confiança (de acordo com o poder que Cristo me

confiou) para te mandar o que te convém, todavia, peço-te, antes, por caridade, sendo eu tal

como sou, o velho” (veja Filemom 8,9).

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O amor prevalecerá quando a autoridade não for respeitada. Muitas vezes observamos que

quanto mais a autoridade é ressaltada mais ela é desprezada. O apóstolo ama e roga para assim

conduzir seus amigos ao cumprimento do dever.

Grande Inclusão

Encontramos aqui uma epístola canônica endereçada não somente a uma única pessoa, mas

também a alguém do sexo feminino. E por que não para alguém desse sexo?

Na redenção, privilégio e dignidade do evangelho, “…não há macho nem fêmea; ambos são um

em Cristo Jesus” (veja Gálatas 3.28). Nosso Senhor deixou sua refeição de lado para conversar

com a mulher de Samaria, para mostrar-lhe a fonte da vida.

E, quando estava próximo da sua morte na cruz, ele confiou com seus lábios moribundossua bendita mãe aos cuidados do seu amado discípulo, e, dessa forma, o instruiu a respeitar

discípulos do sexo feminino no futuro.

Nosso Senhor escolheu aparecer primeiro a uma mulher logo após a sua saída do sepulcro e

transmitir por meio dela as novas da sua ressurreição a esse apóstolo amado bem como aos

outros apóstolos.

Também encontramos mais tarde uma zelosa Priscila envolvida no meio cristão, mais

especificamente em alguns serviços perigosos para o apóstolo Paulo, tanto que ela

frequentemente é mencionada antes do seu marido.

Não só o apóstolo Paulo, mas também todas as igrejas gentílicas estavam dispostas a enviar

seus reconhecimentos agradecidos a ela e ao seu marido.

Não é de admirar então que uma heroína na fé cristã, honrada pela providência divina e

separada pela graça divina, também devesse ser dignificada por meio de uma epístola

apostólica. 

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Terceira Carta de João

A carta de 3 João foi escrita com o propósito destacar o testemunho de Gaio pela sua fiel

hospitalidade e ajuda prestada aos fiéis obreiros viajantes, para fazer uma advertência indireta ao

petulante Diótrefes e para preparar o caminho da sua própria visita pessoal.

3 João: Visão Geral

A carta de 3 João menciona três homens por nome. Gaio é calorosa e honrosamente mencionado

pela sua piedosa vida na verdade, e pela sua hospitalidade exemplar para com os irmãos

viajantes.

Diótrefes, um dirigente ditador, é denunciado pelo seu orgulho, cujas manifestações são: rejeitar

uma carta anterior de João, calúnia contra João, recusar o acolhimento aos mensageiros de João

e ameaçar exclusão aqueles que os receberem.

Por fim Demétrio, talvez o portador desta carta, ou pastor de uma comunidade na vizinhança, é

louvado como um homem de boa reputação e lealdade à verdade.

Capítulos

3 João 1: O Testemunho de João

Em 3 João 1, o apóstolo João escreve com o desejo de saudar a Gaio, seu filho na fé e ajudá-lo a

resolver as questões na Igreja.

João começa dizendo que deseja que tudo vá bem com Gaio. Ou seja, o cristianismo visa o bem-

estar completo do ser humano e não apenas a parte espiritual deste.

O testemunho de Gaio ganha notoriedade porque ele têm acolhido bem aos irmãos, já Diótrefes

não. Ele têm falado mal inclusive dos apóstolos e não quer receber ninguém na igreja. João

procura resolver isso por meio de sua autoridade em Jesus Cristo.

Por fim, ele faz elogios ao comportamento de Demétrios. Ele ao contrário têm recebido aos

irmãos e fortalecido o corpo de Jesus Cristo, a igreja de forma bastante piedosa.

Esboço de 3 João 1:

3 João 1.1 – 4: Saudação

3 João 1.5 – 8: O testemunho de Gaio

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3 João 1.9 – 11: O problema com Diótrefes

3 João 1.12 – 15: Elogios a Demétrio 

Menção de Honra

“QUANTO A DEMÉTRIO, TODOS DÃO BOM TESTEMUNHO DELE, INCLUSIVE A PRÓPRIA

VERDADE. NÓS TAMBÉM DAMOS, E VOCÊ SABE QUE O NOSSO TESTEMUNHO É

VERDADEIRO. TENHO MUITO QUE LHE ESCREVER, MAS NÃO DESEJO FAZÊ-LO COM

PENA E TINTA. ESPERO VÊ-LO EM BREVE, E ENTÃO CONVERSAREMOS FACE A FACE”. (3

JOÃO 1.12 – 14)A saudação pública enviada a Gaio: “Os amigos te saúdam”. Um amigo na propagação do

evangelho merece uma lembrança comum. E essas pessoas piedosas mostram sua afeição pelo

evangelho bem como por Gaio.

A saudação especial do apóstolo aos cristãos da igreja de Gaio e adjacências: “Saúda os amigos

pelos seus nomes”. Acredito que não havia muitos que eram saudados de uma maneira tão

pessoal.

Mas devemos aprender a ser humildes e amorosos. O mais humilde na igreja de Cristo deveria

ser saudado. E aqueles que esperam morar juntos no céu deveriam saudar uns aos outros na

terra. E o apóstolo que se reclinou no seio de Cristo colocava os amigos de Cristo em seu

coração. 

A Importância dos Laços

A comunhão cristã é exercida e apreciada por meio dessa carta. Os cristãos devem ser

aprovados na demonstração prática da sujeição declarada ao evangelho de Cristo.

O estímulo e a aprovação de pessoas generosas e de espírito público fazem bem a muitos.

Com esse fim o apóstolo envia essa epístola animadora ao seu amigo Gaio, na qual ele também

se queixa do espírito errôneo e da prática contrária de um certo ministro e confirma o bom relato

de um outro ministro mais digno de ser imitado. 

Nessa epístola, o apóstolo congratula Gaio pela prosperidade de sua alma (v.v – 1,2), pela fama

que tinha no meio dos cristãos (v.v – 3,4) e pela sua caridade e hospitalidade aos servos de

Cristo (v.v – 5,6).

Ele se queixa do tratamento desdenhoso de um ambicioso Diótrefes (v.v – 9,10), recomenda

Demétrio (v. 12) e expressa sua esperança em visitar Gaio em breve (v.v – 13,14).