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Edição 429 - Ano 10 - 21 de julho de 2017 ICMBio Tamar estuda populações de tartarugas-verdes em Santa Catarina Parna e APA Cavernas do Peruaçu iniciam renovação do Conselho Consultivo 8 trilhas de bike em UCs para quem ama pedalar na natureza ICMBio realiza I Seminário de Voluntariado PÁGINA 3 PÁGINA 13 PÁGINA 14 PÁGINA 8

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Edição 429 - Ano 10 - 21 de julho de 2017ICMBio

Tamar estuda populações de tartarugas-verdes em Santa Catarina

Parna e APA Cavernas do Peruaçu iniciam renovação do Conselho Consultivo

8 trilhas de bike em UCs para quem ama pedalar na natureza

ICMBio realiza I Seminário de Voluntariado

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Esec da Mata Preta empossa novos conselheiros

No último dia 6 de julho, em evento realizado na Câmara Municipal de Abelardo Luz, em San-ta Catarina, os novos membros indicados para a gestão 2017-2018 do Conselho Consultivo da Estação Ecológica (Esec) da Mata Preta foram formalmente empossados. A Esec da Mata Pre-ta, localizada em Abelardo Luz (SC), foi criada em 2005 com o objetivo de proteger alguns dos últimos remanescentes de floresta ombrófila mista, dentro do bioma Mata Atlântica.

O Conselho Consultivo da unidade de con-servação (UC) foi instituído pela Portaria n° 78, de 27 de agosto de 2010, e passou por uma modificação, amplamente discutida em 2016, envolvendo órgãos governamen-tais, entidades da sociedade civil, empresas e proprietários interessados nas questões da UC. Após os devidos ajustes, a composição do conselho ficou dividida entre as seguintes áreas: órgãos públicos ambientais dos três níveis da federação; instituições de ensino, pesquisa e extensão; usuários do território de influência da unidade; colegiados e orga-nizações não governamentais.

INTEGRAÇÃO DA COMUNIDADE

De acordo com Antonio de Almeida, analis-ta ambiental da Esec, “a participação no Con-

Levantamento vai subsidiar proposta de criação de parque municipal na região de PenhaConselheiros da Esec após cerimônia de posse

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selho Consultivo abre espaço para a integra-ção da comunidade e dos diversos setores da sociedade na gestão dessa área protegida”. Ainda segundo o analista, a entidade tem como objetivo agregar apoio político, insti-tucional e local na gestão e planejamento da UC e de projetos em seu entorno, buscando a conservação dos ecossistemas e da biodiver-sidade. “Também estão entre suas finalidades integrar esforços para difundir o conceito de conservação do meio ambiente e contribuir para o desenvolvimento da região com sus-tentabilidade”, completou.

PRÓXIMAS ATIVIDADES

Durante a posse dos novos conselheiros, foram distribuídos materiais bibliográficos que devem subsidiar suas atividades, com destaque para o livro “Conselhos Gestores de Unidades de Conservação Federais – Um Guia para Gestores e Conselheiros”, publica-do pelo ICMBio. Como próximos passos, estão agendadas duas reuniões para este semestre, quando serão feitas a revisão do regimento interno e a eleição da coordenação geral da entidade. Está prevista, ainda, uma oficina para elaboração do plano de ação do conse-lho, que utilizará metodologias participativas no processo de construção do plano.

Tamar estuda populações de tartarugas-verdes em Santa Catarina

O Centro Nacional de Pesquisa e Conserva-ção das Tartarugas Marinhas (Tamar/ICMBio) iniciou o levantamento populacional de tarta-rugas-verdes (Chelonia mydas) na praia do Cas-calho, município de Penha (SC). Pesquisadores do centro, sediados na base de Florianópolis, já realizam capturas intencionais para o estudo.

A atividade visa estimar a população de tartarugas-verdes que utilizam a região como área de alimentação, abrigo e descanso; avaliar a condição geral dos indivíduos; levantar da-dos sobre a dieta, fisiologia e comportamento; além de identificar ameaças às tartarugas no local. Também serão coletadas amostras bioló-gicas dos animais para estudos genéticos, mo-leculares, hematológicos e bioquímicos.

UC MUNICIPAL

Todas as informações levantadas servirão como base científica para subsidiar a pro-

posta de criação de um parque municipal na região, com o objetivo de preservar o ecos-sistema e biodiversidade locais. “Esse estu-do será realizado ao longo de um ano, com saídas mensais à área escolhida. A pesquisa conta com a parceria da Fundação Pró-Tamar e Universidade do Vale do Itajaí”, ressaltou o analista ambiental Eron Paes e Lima, da base do Centro Tamar em Florianópolis.

Cascalho é uma das 19 praias do município de Penha, localizado na porção centro-norte do litoral catarinense, na bacia do Vale do Ita-jaí. A região tem clima úmido, com temperatu-ra média de 35 ºC no verão, chegando à míni-ma de 8 ºC no inverno. Além de Penha, outras áreas estão sendo cogitadas para a realização do monitoramento, uma vez que concentram também um grande número de animais de di-ferentes faixas de tamanho, como já foi com-provado em avistamentos e encalhes.

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Energia solar ilumina comunidade da Resex Médio Purus

A energia elétrica faz parte do dia a dia das pessoas de uma forma tão natural que raramente alguém imagina a vida sem ela. Mas, para quase 40 mil famílias que moram em unidades de conservação (UCs) da Ama-zônia, ela ainda é um sonho. Um sonho que, aos poucos, vem se tornando realidade com a chegada da energia solar fotovoltaica nas comunidades locais.

No início deste mês, a vida da comunida-de Cassianã, na Reserva Extrativista (Resex) Médio Purus – UC administrada pelo ICMBio nos municípios de Lábrea, Pauiní e Tapauá, no Amazonas – começou a mudar após a primei-ra instalação fotovoltaica em uma escola que atende a cerca de 60 alunos. A partir de agora, a escola poderá contar com aulas noturnas e usufruir de outros benefícios, como ventilador nas salas, pesquisas pela internet e iluminação adequada, além de economizar despesas com o combustível usado para gerar energia.

Segundo João Araújo, líder da comunida-de, “às vezes, falta inflamável (combustível) e o pessoal fica até três dias sem aulas”. So-mente para as classes noturnas, são necessá-rios em média três litros de combustível para

o gerador da escola, o que gera um gasto de R$ 450 por mês. “O combustível vinha cer-tinho para os dias de aula. Agora, vamos ter mais tempo e luz para pesquisar. Acho que poderemos até ter uma impressora”, comemo-ra Francisca Souza, alu-na do Ensino Médio.

O barulho do motor também atrapalhava muito as aulas. “Só em pensar que agora não vamos mais ter mais

esse incômodo, pra gente não tem preço. Tinha noite que faltava voz”, desabafa o professor Ci-cleude Barroso, que trabalha com Educação de Jovens e Adultos.

PROJETO ‘RESEX PRODUTORAS DE ENERGIA LIMPA’

As melhorias são resultado do projeto Re-sex Produtoras de Energia Limpa, uma par-ceria entre ICMBio e WWF-Brasil que tem o objetivo de instalar seis sistemas fotovoltai-cos em duas reservas extrativistas do sul do Amazonas, a Médio Purus e a Ituxi.

Além da instalação do sistema fotovoltai-co na escola, o projeto capacitou morado-res das duas Resex, eletricistas da prefeitura e estudantes da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) para a implementação dos próprios sistemas. O conteúdo, de 40 ho-ras, abordou os princípios básicos da eletri-cidade, fontes renováveis e não renováveis, componentes do sistema solar fotovoltaico autônomo e como planejar e projetar esses sistemas solares, seus conceitos básicos e a gestão comunitária de tecnologias sociais.

Ao final da atividade, na própria instituição de ensino, onde todos treinaram na prática a

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instalação do sistema, os alunos receberam certificado de participação e festejaram mui-to quando as luzes da escola se acenderam. “Esse trabalho é resultado de uma ação con-junta entre ICMBio, WWF e moradores da reserva. A parceria busca beneficiar a todos, aprimorando a gestão da Resex e propician-do melhores condições de vida e de trabalho para a comunidade por meio do desenvol-vimento sustentável”, afirmou Lillian Estrela, analista ambiental da Coordenação de Arti-culação de Políticas para Comunidades Tradi-cionais do ICMBio.

AVANÇOS

As instalações continuarão no mês de se-tembro, com mais uma escola e um sistema de bombeamento de água de rio na Resex Médio Purus. Já na Resex Ituxi, também em Lábrea, serão instalados três sistemas para uso produtivo: bombeamento de água, refri-geração e funcionamento de equipamentos, como despolpadeiras de frutas; e extração de óleos vegetais.

“Com isso, os extrativistas acreditam que aumentarão a produção, poderão conseguir

melhores preços e também terão uma vida comunitária mais dinâmica, fazendo das es-colas centros também de cursos de tecno-logia à distância e espaços de vivência nos finais de semana”, explicou a analista de conservação do Programa Clima e Energia do WWF, Alessandra Mathyas.

A iniciativa conta com apoio técnico da empresa Usinazul e do Instituto Mamirauá, além do suporte institucional da Prefeitura de Lábrea, Schneider Eletric, J.A. Solar e Uni-versidade do Estado do Amazonas (UEA).

Instalação das placas fotovoltaicas no telhado da escola

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Projeto ‘10 picos, 10 travessias’ promove subida ao Pico da Neblina

Na língua yanomami, yaripo quer dizer ser-ra dos ventos. É assim que os indígenas dessa etnia se referem ao Pico da Neblina, o ponto culminante do país, com seus 2.995 metros de altura. Localizado no norte do Amazonas, na fronteira com a Venezuela e Colômbia, o pico faz parte da Cordilheira das Guianas e é considerado um local sagrado pelos índios.

O Parque Nacional do Pico da Neblina foi criado em 1979 com o objetivo de proteger a riqueza natural da região amazônica, que in-clui também o Pico 31 de Março (2.974 metros de altura), sendo uma atração muito visada por praticantes de montanhismo. No entanto, divergências com indígenas e agências de eco-turismo inviabilizaram as visitas desde 2003.

EXPEDIÇÃO

O parque voltou a receber montanhistas no último dia 12 de julho, ainda em caráter expe-rimental. A expedição, que chegará até o topo do Brasil, está prevista para terminar na próxi-ma segunda-feira (24). O evento faz parte do projeto ‘10 picos, 10 travessias’, uma das ações comemorativas dos 10 anos do ICMBio. Entre os objetivos da expedição está a realização do monitoramento socioambiental e diagnóstico da trilha, com levantamento dos pontos críticos onde será necessária a instalação de melhorias para garantir a segurança dos visitantes quando o uso público for oficialmente autorizado.

São 23 participantes, dentre eles 13 indígenas e profissionais vinculados a instituições apoia-doras da proposta do ecoturismo yanomami. Eles chegaram a São Gabriel da Cachoeira no dia 12 e no dia 14 à comunidade de Matura-

cá. O retorno do grupo deve ocorrer no dia 24. A Assembleia da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca) encerra as ativi-dades, sendo o ecoturismo uma das principais pautas a serem discutidas, de 25 a 27 de julho.

“Este é um momento emblemático para o parque. Além do turismo ecológico ser um dos objetivos básicos de um parque nacional, a proposta do ecoturismo foi iniciada com uma demanda do povo yanomami e é resul-tado de um trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos, coordenado pelos gestores da UC. É consequência de muito diálogo e da ação conjunta das comunidades e associações yanomami e de representantes das institui-ções parceiras”, explica a gestora da unidade, Luciana Uehara. A ideia é que a atividade, que

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REABERTURA AO TURISMO

Das 23 etnias indígenas que habitam a re-gião conhecida como Cabeça de Cachorro, 13 (Baniwa, Baré, Carapanã, Dessana, Kobewa, Ku-ripaco, Tukano, Tuyuca, Werekena, Yanomami, Piratapuuya e Yepamasâ) estão presentes na re-gião do Parque Nacional do Pico da Neblina.

Os yanomami atuavam como guias para agências locais de turismo que exploravam atividades sem autorização dos órgãos fede-rais responsáveis pela unidade, que apresenta sobreposição com terras indígenas. O Minis-tério Público, atendendo às reivindicações dos índios, que alegavam ameaça à soberania e relações de trabalho injustas, suspendeu a vi-sitação em 2003 até que um parecer assegu-rasse a autonomia yanomami.

Em 2012, o ICMBio criou o Conselho Gestor do parque, assegurando participação às re-presentações indígenas, ao Exército Brasileiro (por se tratar de área fronteiriça) e membros da sociedade civil. No ano seguinte, a equipe da UC instituiu a Câmara Temática do Ecotu-rismo, com a finalidade de capacitar as comu-nidades locais quando a atividade de turismo fosse implementada.

PARCERIAS

A gestão do parque atua em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Socioambiental (ISA), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de São Gabriel da Cachoeira (Sematur), Associação das Mulhe-res Yanomami (Kumirayoma) e Associação Ya-nomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca).

Atualmente, essas organizações unem es-forços para colocar em prática o plano de visitação da unidade, com base na Instrução Normativa (IN) nº 03/2015 da Funai, que ver-sa sobre atividade com fim turístico em terras indígenas, já que 70% do território do parque

tem sobreposição com essas áreas. A gestão da UC pretende incorporar a iniciativa ao Pla-no de Manejo do Parque Nacional do Pico da Neblina e ao Plano de Gestão Territorial e Am-biental da Terra Indígena Yanomami, possibi-litando a gestão compartilhada do território.

Os índios vão poder atuar como guias terres-tres e condutores de visitantes, assim como na produção de alimentos e artesanato indígena. Os anciões poderão atuar como recepcionistas dos turistas, de modo que seus conhecimentos tradicionais enriqueçam ainda mais a experiên-cia dos visitantes. “O ecoturismo é uma forma importante de geração de renda em atividades sustentáveis e foi uma demanda que partiu dos próprios indígenas”, conclui Uehara.

O Pico da Neblina, ponto culminante do país, tem 2.995 metros de altura e é considerado sagrado pelos yanomami

é parte do esforço de trazer novamente o uso público ao parque, reforce ao Minis-tério Público que a UC está preparada para voltar a receber visitantes.

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ICMBio realiza I Seminário de Voluntariado

Em todo o mundo, aproximadamente 1 bilhão de pessoas doam seu tempo e traba-lho em prol de uma causa. Seja na reestru-turação de países em conflito, no auxílio a calamidades públicas ou em eventos espor-tivos de grande porte, como as Olimpíadas, sempre existe alguém empenhado em dar a sua contribuição de forma voluntária. Isso ocorre também no apoio às ações de prote-ção ao meio ambiente.

Nesse sentido, gestores, voluntários e parceiros participaram, de 18 a 20 de julho, em Brasília, do I Seminário de Voluntariado do ICMBio. O evento teve o objetivo de dis-cutir medidas de aprimoramento das ações voluntárias em benefício das unidades de conservação (UCs) federais.

A solenidade de abertura, na terça-feira (18), contou com a presença do ministro in-terino do Meio Ambiente, Marcelo Cruz; do presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski; do vice-presidente do Instituto Pesquisas Ecoló-gicas (IPÊ), Claudio Pádua; do especialista em políticas públicas do WWF, Michel Santos; da coordenadora do PNUD, Maristela Baioni; e de Alexandre Mancuso, da Usaid, agência dos EUA para o desenvolvimento internacional.

“Temos resultados extremamente positivos em tão pouco tempo. A gente pode e deve crescer ainda mais. Para isso temos de nos preparar, e é para isso que estamos aqui: para

conhecer outras experiências, avaliar os nossos resultados e nos aprofundarmos mais”, disse o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski.

No evento de abertura, foram lançados o Guia do Gestor, que busca tirar dúvidas sobre como divulgar as vagas, selecionar e capacitar os candidatos a voluntários, e o Caderno do Voluntariado, que visa informar os interessa-dos no programa sobre o que é e como fun-ciona o Instituto. “O nosso propósito é que o voluntário entenda o que é o ICMBio, o que fazemos e, principalmente, a dimensão do que ele está se tornando”, disse a chefe da Divisão de Gestão Participativa e Educação Ambiental, Camilla Silva.

Houve ainda o lançamento da nova identi-dade visual do Programa de Voluntariado, que busca representar todos os biomas utilizando conceitos como apoio e sustentabilidade, e dos novos uniformes dos voluntários, como camisetas e coletes, finalizando com um vídeo de agradecimento. “Queremos que eles se sintam parte do ICMBio, integrantes da ges-tão das unidades de conservação”, afirmou o coordenador-geral de Gestão Socioambiental, Paulo Roberto Russo.

1.754 VOLUNTÁRIOS CADASTRADOS

O Programa de Voluntariado teve início no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Re-cursos Naturais Renováveis (Ibama) com os agentes ambientais voluntários, voltados para a área de Proteção. Com a criação do ICMBio, em 2007, o programa ficou sob a responsabi-lidade da Coordenação Geral de Proteção do Instituto, passando, depois, para a Coordena-ção Geral de Gestão Socioambiental.

Em 2016, foi publicada a Instrução Normativa (IN 03/2016) que atualizou o programa e incluiu novos eixos temáticos. Hoje o voluntário pode atuar nas áreas de Proteção, Pesquisa e Monito-ramento, Uso Público e Negócios, Gestão Socio-ambiental, Manejo para a Conservação, Conso-

lidação Territorial, Produção e Uso Sustentável e até Administração e Comunicação Social.

Atualmente, o ICMBio conta com 1.754 voluntários cadastrados em 133 unidades or-ganizacionais, somando aproximadamente 2.000 horas de trabalho. A maioria dos volun-tários está na área de Pesquisa e Monitora-mento (21%), seguidos por Uso Público e Ne-gócios (19%), Gestão Socioambiental (18%) e Proteção (10,2%).

As UCs são responsáveis por definir e con-duzir o processo seletivo bem como supervi-sionar a execução do plano de trabalho do voluntário. O Parque Nacional da Serra da Bocaina é uma das unidades que adotam o programa de voluntariado. A primeira experi-ência foi em 2013.

De acordo com o Programa das Nações Uni-das para o Desenvolvimento (PNUD), 58% dos brasileiros têm interesse em ser voluntários, sendo que 43% preferem a área ambiental. Para se ter uma ideia, o Brasil ocupa a quar-ta posição no número de pessoas que se dis-põem a fazer serviço voluntário na plataforma online das Nações Unidas.

O Programa de Voluntariado do ICMBio via-biliza maior participação das pessoas e enga-jamento da sociedade na causa ambiental. “O voluntariado não só funciona como uma ferra-menta de engajamento social às UCs, mas tam-bém como porta de entrada do jovem ao mer-cado de trabalho”, exemplificou o especialista em políticas públicas do WWF, Michel Santos.

Formado em Turismo e cursando Biologia, Rafael Teixeira conta que aproveitou o vo-luntariado em três unidades de conservação (Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Nacional do Aparados da Serra e Serra Geral e Parque Nacional da Serra do Cipó) para en-riquecer sua experiência profissional. “Tive oportunidade de conhecer mais sobre o uso público, conservação de trilhas e dos parques em geral, e agora, cursando Biologia, estou tendo contato com o monitoramento da bio-diversidade, pois pretendo, em breve, me in-serir na área”, afirmou ele.

EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS

Para fortalecer as práticas e o entendimen-to do voluntariado pelo mundo, o ICMBio convidou para o I Seminário de Voluntariado, que ocorre em Brasília, uma das referências mundiais no assunto: a Organização das Na-ções Unidas (ONU).

Desde a década de 70, o programa de vo-luntariado da ONU mobiliza milhares de pes-soas interessadas na promoção da paz e do desenvolvimento social. Os voluntários famo-sos por prestar serviço especializado, sobre-tudo, a países que passam por instabilidades políticas e guerras.

Somente em 2016, 6.590 pessoas estive-ram em 126 países diferentes, auxiliando e monitorando no processo de paz de países em conflito. Nos últimos 25 anos, os voluntá-

“Recrutamos inicialmente três voluntários. A experiência foi muito positiva e decidimos ampliar”, conta Maristela Resendes. Atual-mente, são oferecidas anualmente dez vagas em ações de uso público em Trindade, municí-pio do litoral fluminense abrangido pelo par-que. “Não que seja difícil, mas a parte buro-crática é um pouco mais trabalhosa, tem que dedicar um pouco de tempo para formalizar o programa. Porém, uma vez feita, é mais fácil continuar”, conta.

PARTICIPAÇÃO E ENGAJAMENTO

O ICMBio busca, desde sua fundação, há dez anos, superar o preconceito de que o brasilei-ro não gosta de ser voluntário. “Na verdade, o brasileiro quer ajudar, ele gosta de ajudar. Mas temos de criar condições para isso”, afirmou o vice-presidente do IPÊ, Cláudio Pádua.

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Evento reuniu, em Brasília, gestores, voluntários e parceiros

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rios da ONU participaram do processo de re-democratização, desarmamento, auxílio mé-dico, educacional e segurança alimentar em países como Moçambique, Kosovo, Sudão do Sul, Haiti, Afeganistão, dentre outros.

A ONU trabalha com voluntários nacionais (com idade mínima de 22 anos), internacionais (com idade mínima de 25 anos), além de jo-vens e a modalidade à distância. Cerca de 35% estão alocados em Missões de Paz, geralmen-te atuando ao lado dos chamados capacetes azuis (militares), na função de mediadores, au-xiliando na organização política, na logística de donativos etc. A ONU também conta com especialistas na área de construção civil, medi-cina, nutrição e ciência que estão lá para auxi-liar países que literalmente desmoronaram por causa de guerras ou calamidades ambientais.

Os princípios estão contidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Os ODS foram construídos coletivamente. O lema é ‘Ninguém ficará para trás’, ou seja, o desen-volvimento só se dará se for feito de maneira igualitária”, esclareceu Gabriel Aragão, repre-sentante da ONU Voluntariado. “A conciliação com os ODS são muito importantes na conso-lidação dos direitos humanos, em especial do meio ambiente”, completou.

O ICMBio mostra-se alinhado com a ideia. “En-tendemos a natureza como um direito humano e fundamental para viabilizar outros direitos hu-manos”, avalia o diretor de ações socioambien-tais e consolidação territorial, Claudio Maretti.

No caso de voluntários internacionais, a ONU providencia os trâmites diplomáticos, inclusive o visto. Hoje, os voluntários estran-geiros geram dúvidas para os gestores do ICMBio, que não sabem como agir no caso de visitantes do exterior interessados.

Nesse aspecto, a chefe do serviço de apoio ao voluntariado, Beatriz Gomes, diz que a ONU pode ser uma grande parceira do ICM-Bio. “A ONU pode facilitar a obtenção de visto especializado (voluntariado) e também com ajuda de custo dos voluntários no Brasil”, es-clareceu Gomes. Ela também explicou como o ICMBio pode contar com profissionais espe-cialistas recrutados pela ONU.

Veja, a seguir, algumas experiências exito-sas com voluntários pelo mundo, relatadas durante o seminário:

MONTANHAS DO COLORADO

O estado americano do Colorado é conheci-do pela presença das Montanhas Rochosas. É lá que se situa o Monte Elbert com seus 4401 metros de altitude, o pico mais alto da Cor-dilheira do Pacífico. Apesar disso, nem todos conhecem as riquezas naturais da região. “A capital Denver está bem perto das montanhas e temos uma grande parte das crianças que não conhecem as montanhas, com o volunta-riado, as pessoas têm essa oprtunidade”, diz a diretora executive da Volunteers for Outdo-or Colorado, Ann Baker. Desde 1984, essa or-ganização sem fins lucrativos atua na região. Eles recebem financiamento governamental, de empresas, doações de pessoas físicas e de fundações públicas e privadas.

(Do It Yourself), que, por meio de um aplicativo de celular permite ao usuário que se disponibilize para fazer uma pequena ação. “Esta é uma mo-dalidade adaptada às pessoas que não dispõem de muito tempo”, completa Baker.

GLACIARES ARGENTINOS

A história ambiental da Argentina começou com Francisco Pascasio Moreno (El Perito) que em novembro de 1903 liderou uma expedi-ção à Patagônia para ajudar na limitação do território argentino quando a população por-tenha ainda vivia concentrada no Norte. Ele ganhou 7.500 hectares de terras ao oeste do Lago Nahuel Huapi com a finalidade de con-servação. Nascia aí a Administração Nacional de Parques, uma das instituições mais antigas da Argentina. Hoje há 46 parques nacionais em quase todas as províncias.

Em 1995, o Sistema de Voluntariado foi formalizado na Argentina. “O nosso lema é conhecer para cuidar. À medida que vamos conhecendo, tomamos conhecimento de que aquilo é nosso e por isso cuidamos melhor”, explica a coordenadora de voluntariado do Par-que Nacional Los Glaciares, Matilde Olviedo. O Programa foi instituído para estudantes visan-do também capacitar futuros guarda-parques. Os requisitos são: ter entre 16 a 30 anos e ter 30 dias corridos disponíveis. Para os estrangei-ros, o requisito é compreender o espanhol.

O Parque Nacional Los Glaciares, na Patagô-nia, é o maior parque da Argentina e o segun-do mais visitado, perdendo apenas do Parque Nacional del Iguazu, na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Este parque dis-põe de alojamentos exclusivos para voluntá-rios que ficam ao lado dos guarda-parques. Os voluntários atuam na atenção ao público e no monitoramento da biodiversidade. “Como contrapartida eles têm a oportunidade de ir a locais e participar de passeios que não conse-guiriam fazer por sua própria conta por serem muito caros ou não serem acessíveis ao públi-co em geral”, explica Oviedo.

O EXEMPLO ALEMÃO

”Natureza, Uma Questão de Honra!” é o nome do programa de voluntariado alemão

que atua na área de meio ambiente. Os ger-mânicos dispõem de 16 parques nacionais, além de centenas de reservas da biosfera e parques locais.

A iniciativa Europarc Deutschland é uma as-sociação de parques e reservas de bioferas ale-mãs e também criadores do programa de volun-tariado, em 2003. Já em 2004 as experiências começaram a ser aplicadas em nível nacional, rendendo o prêmio Midori do governo japonês à chanceler Angela Merkel. O prêmio, 500 mil euros, foi doado ao programa de voluntariado. “Foi um sinal político importante para motivar a população alemã de que essa causa tem impor-tância”, disse Sylvia Montag, da GIZ e também gestora do Parque Nacional de Eifel.

São aproximadamente 3.000 voluntários por ano. Há muitas áreas de atuação, como comunicação, administração, manutenção de trilhas e monitoramento da biodiversida-de. O programa busca aproveitar o máximo de pessoas: quem dispõe de poucas horas por semana, aposentados que buscam no voluntariado doar o tempo livre em prol da natureza, estudantes universitários, igrejas e outras organizações comunitárias.

Há, ainda, um grande movimento para integrar voluntários com necessidades es-peciais. Quem tem dificuldades de locomo-ção, por exemplo, pode auxiliar avaliando as trilhas adaptadas, enquanto pessoas cegas podem ajudar no desenvolvimento de ma-pas texturizados para pessoas que não con-seguem enxergar.

“As pessoas têm diferentes motivações en-tão temos diferentes formas de engajamen-to, como programas familiares onde os pais podem levar seus filhos, voluntariado das empresas com seus empregados, programas específicos para os jovens”. Construção e ma-nutenção de trilhas, recuperação de habitat e restauração de áreas devastadas em desastres ambientais são as principais atividades desen-volvidas. Um dos exemplos foi a recuperação do Lawn Lake Trail no Rock Mountain National Park depois de uma severa enchente. O proje-to durou um fim de semana.

As empresas também utilizam o programa de voluntariado para se aproximar da comunidade e agregar valores cidadãos junto a seus emprega-dos. Outra modalidade é o “Faça Você Mesmo”

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Ufes entrega ao ICMBio relatórios consolidados sobre a lama da Samarco

Parna e APA Cavernas do Peruaçu iniciam renovação do Conselho Consultivo

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) acaba de entregar ao Instituto Chico Mendes os relatórios consolidados sobre os impactos causados às zonas estuarina e ma-rinha da costa capixaba e do sul da Bahia pe-los rejeitos de mineração da Samarco, após o rompimento da barragem de Fundão, em Ma-riana (MG), no final de 2015.

Os estudos, coordenados pelo professor Alex Cardoso Bastos, foram feitos a partir da análise laboratorial de materiais coletados du-rante oito expedições realizadas na platafor-ma continental norte do Espírito Santo, entre novembro de 2015, quando a lama atingiu a foz do Rio Doce, e dezembro de 2016. Três das oito expedições tiveram apoio direto do ICMBio, que cedeu o navio de pesquisa So-loncy Moura, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sul e Sudeste (Cepsul).

O relatório, denominado Monitoramento da Influência da Pluma do Rio Doce Após o Rompimento da Barragem de Rejeitos em Ma-riana/MG – Novembro de 2015: Processamen-to, Interpretação e Consolidação de Dados, reúne informações sobre qualidade da água, presença de metais pesados, contaminação de organismos marinhos, como fictoplânctons e zooplânctons, e presença de rejeitos deposita-dos no fundo do oceano. Acesse o material na íntegra em https://goo.gl/cBZXPv.

O ICMBio acaba de publicar edital convidan-do instituições públicas, privadas e da sociedade civil, municipais, estaduais e federais, que atuam na região do Parque Nacional (Parna) e da Área de Proteção Ambiental (APA) Cavernas do Perua-çu, em Minas Gerais, para participarem do pro-cesso de renovação do Conselho Consultivo das duas unidades de conservação (UCs), também chamado de Conselho Cavernas do Peruaçu.

O processo, que começou no dia 30 de ju-nho, segue até 9 de novembro, quando serão definidas as instituições que integrarão o con-selho no biênio 2017-2019. De acordo com o Plano de Manejo do parque e com os decre-tos de criação das UCs, as instituições devem atuar nos municípios de Januária, Itacarambi, São João das Missões, Miravânia, Cônego Ma-rinho e Bonito de Minas, onde ficam as unida-des de conservação. As entidades interessadas em ocupar as vagas remanescentes devem se cadastrar até o dia 30 deste mês. No processo de renovação, será dada preferência às insti-tuições que já integraram o conselho de forma frequente e participativa. O edital está disponí-vel em https://goo.gl/MYY7RJ

RESULTADO

A lista com as instituições habilitadas e não habilitadas a participar do processo de renova-ção será divulgada até o dia 9 de agosto. O resul-tado será enviado por e-mail a todas as entidades inscritas e estará disponível na sede do ICMBio no Fabião I, em Januária. Os recursos poderão ser in-terpostos até o dia 11 de agosto e passarão pela análise da comissão de trabalho, que divulgará o resultado final até o dia 15 de agosto.

A reunião para a eleição das instituições que comporão a gestão 2017-2019 do conselho

PREJUÍZOS PROVOCADOS PELA LAMA

Os estudos mostram que entre a primeira e a última expedição a lama se espalhou ra-pidamente no oceano, seguindo na direção norte do litoral e causando fortes danos ao ecossistema marinho. Foram atingidas mais fortemente as regiões de Barra Nova e Costa das Algas, onde o ICMBio mantém uma Área de Proteção Ambiental (APA).

No banco de Abrolhos, no litoral sul da Bahia, onde o Instituto administra o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, houve o re-gistro de micropartículas de ferro, metal ain-da muito presente em toda a área atingida, o que indica a necessidade de se manter o mo-nitoramento. Há a preocupação de que os se-dimentos, alojados no fundo do mar, possam estar sendo levados lentamente para a região pelo movimento das correntes marinhas.

Agora, o ICMBio, que coordena a Câmara Técnica de Biodiversidade no âmbito do Co-mitê Interfederativo (CIF) criado na época do desastre, vai repassar os relatórios para os demais membros do CIF (Ibama, Agência Na-cional de Águas e estados de Minas Gerais e Espírito Santo) e também para a Anvisa, com o objetivo de definir as próximas ações de mo-nitoramento e de recuperação da região con-taminada pelos rejeitos.

será realizada no dia 24 de agosto, no Centro de Visitantes do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Januária. Após a eleição, as insti-tuições eleitas terão até o dia 15 de setembro para indicar os seus representantes. Os novos conselheiros titulares e suplentes deverão to-mar posse na primeira reunião ordinária da nova gestão, marcada para 9 de novembro.

Considerada de utilidade pública, a ativi-dade de conselheiro não é remunerada. En-tre outras atribuições, os conselheiros devem participar da elaboração, implementação e re-visão do Plano de Manejo das duas unidades de conservação, investir na integração das UCs com os demais espaços territoriais protegidos e com o seu entorno, além de buscar compa-tibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais relacionados com o parque e a APA.

SERVIÇO:

A solicitação de cadastramento deverá ser encaminhada até o dia 30 deste mês para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-diversidade, especificamente para a sede do Parque Nacional e Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu, no seguinte endereço:

PARQUE NACIONAL E ÁREA DE PROTE-ÇÃO AMBIENTAL CAVERNAS DO PERUAÇU BR 135, Km 155, Fabião I, Januária – MG. Caixa Postal 25. CEP: 39480-000. Telefones: (38) 3623-1038 ou 3623-1039.

Os documentos poderão ser enviados por correio ou entregues pessoalmente, no horário de atendimento das 8h às 12h e 14h às 18h, de segunda a sexta. No caso de inscrições pelo sistema postal, será considerada a data de pos-tagem da correspondência. As inscrições tam-bém poderão ser realizadas por e-mail, através do endereço [email protected]. Os documentos devem ser assinados, digi-talizados e enviados para o endereço mencio-nado entre 0h do dia 30 de junho de 2017 e 23h59min do dia 30 de julho de 2017.

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Rejetos se espalharam rapidamente no ambiente marinho

Processo de renovação definirá as instituições que integrarão a gestão 2017-2019 do conselho

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8 trilhas de bike em UCs para quem ama pedalar na natureza

A bicicleta seduz, há tempos, amantes de todas as tribos. Desde crianças que se aventu-ram ao equilibrar-se em duas rodas, passando pelos que a utilizam como meio de transporte nas cidades ou como instrumento de trabalho, no caso dos atletas profissionais, até os adep-tos de mountain bike e ecociclismo, que ado-ram pedalar em contato com a natureza.

Pensando nessas pessoas, preparamos um rápido guia de unidades de conservação (UCs)

em que se pode fazer trilhas com a magrela. Nesses percursos, é impossível olhar só para a frente e pedalar. Há que se observar os arredo-res repletos de exuberante e plena riqueza de vida, o que inspira a integração e o respeito ao meio ambiente. Muitas unidades oferecem a atividade entre seus atrativos e esse pequeno guia busca contemplar a diversidade de paisa-gens do nosso país. Então, vamos lá?

1. Parque Nacional da Serra do Cipó (MG)

O título de “Jardim do Brasil” dado pelo pai-sagista Burle Marx à Serra do Cipó, em 1950, faz jus a um dos conjuntos naturais mais exu-berantes do planeta. A topografia acidentada e a grande quantidade de nascentes formam diversos rios, cachoeiras, cânions e cavernas de excepcional beleza natural. A Serra do Cipó lo-caliza-se na porção sul da Serra do Espinhaço, importante divisor de duas grandes bacias hi-drográficas brasileiras: a do São Francisco e a do Rio Doce. As trilhas mais procuradas pelos ciclis-tas são as da Cachoeira da Farofa e do Cânion das Bandeirinhas. O parque é aberto à visitação diariamente das 8 às 18 horas, com entrada até as 16 horas. O visitante pode trazer a sua pró-pria bike ou alugar com uma associação presta-dora de serviços, junto à portaria principal.

Município: Jaboticatubas (MG) Extensão da trilha: Cachoeira da Farofa 16 km; Cânion das Bandeirinhas 24 km (ida e volta) Sinalizada: sim Contratação de guia: não é necessário Reserva: não é necessário Contatos: [email protected] / (31) 3718-7151 Mais informações: https://goo.gl/4j4PZf

2. Parque Nacional das Emas (GO)

O Parque Nacional das Emas está situado no sudoeste do estado de Goiás, em um dos ex-tremos da Serra dos Caiapós, e apresenta uma topografia plana com predominância de cha-padões. Além da paisagem característica do Cerrado (campos limpos, campos sujos, vere-das e matas ciliares), a observação de animais típicos do bioma é mais uma das atrações para

os visitantes. As trilhas do Jacubinha e do For-moso ao Glória são ideais para atividades de ciclismo e ambas têm acesso a cursos de rio ou riachos da região.

Municípios: Mineiros e Chapadão do Céu (GO) Extensão da trilha: Jacubinha 14 km; Formoso ao Glória 26 km Sinalizada: sim, autoguiada Contratação de guia: opcional Reserva: https://goo.gl/PrK8gq Contatos: [email protected] / (64) 3634-1517 Mais informações: https://goo.gl/cfytpV

3. Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA)

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é o destino perfeito para aqueles que buscam aventura segura e contemplação da natureza. Pedalar sobre as areias brancas do maior cam-po de dunas do Brasil, se refrescar em lagoas de água cristalina e observar o pôr do sol são experiências únicas, mas recomendada apenas para quem já tem experiência. A areia é muito densa, o que torna o percurso muito difícil e requer equipamento profissional. Uma trilha indicada é o trajeto do canto dos lençóis até a baixa grande, pela praia. Porém, para realizar essa atividade é necessário pedir autorização para a administração do parque.

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Município: Barreirinhas e Santo Amaro (MA) Extensão da trilha: 30 km Sinalizada: não Contratação de guia: necessário Reserva: autorização específica do parque Contatos: [email protected] / (98) 3349-1267 Mais informações: https://goo.gl/Cnp9Zc

4. Floresta Nacional de Brasília (DF)

A maior trilha sinalizada de mountain bike dentro de unidade de conservação do país está na Floresta Nacional de Brasília. A trilha fun-ciona gratuitamente, todos os dias, inclusive nos fins de semana e feriados em que a flores-ta estiver aberta à visitação. Existem diferentes opções de circuitos para todo tipo de ciclista e um mapa georreferenciado pode ser baixado na página da unidade. A sinalização foi feita em parceria com voluntários de clubes de ci-clismo da cidade. A maior parte do percurso é realizada em estrada, mas trechos de single track e pontes para proteger as nascentes ga-rantem a aventura.

Município: Taguatinga (DF) Extensão da trilha: 44 km Sinalizada: sim Contratação de guia: não é necessário Reserva: não é necessário Contato: (61) 3355-5517 Mais informações: https://goo.gl/jK5gkE

5. Parque Nacional da Serra da Capivara (PI)

O principal atrativo do Parque Nacional da Serra da Capivara são as paisagens e os sítios arqueológicos com pinturas rupestres e grafis-mos gravados sobre os paredões areníticos. O parque protege vegetação da Caatinga, apre-

sentando suas diversas variações, desde a Ca-atinga baixa e densa até a Caatinga alta. Para quem gosta de pedalar, alguns dos condutores credenciados são especialistas no esporte. Há opções de passeios leves ou pesados, de acor-do com o gosto e condição física de cada um.

Município: São Raimundo Nonato (PI) Extensão da trilha: de acordo com o ciclista Sinalizada: não Contratação de guia: obrigatória Reserva: não é necessário Contatos: [email protected] / (89) 3582-2031 Mais informações: https://goo.gl/yB476G

6. Parque Nacional de Aparados da Serra (RS)

O relevo acidentado, as corredeiras e cacho-eiras de água cristalina, além das trilhas sobre campos de gramíneas, são um convite à prá-tica de atividades como mountain bike. Uma das principais atrações do Parque Nacional de Aparados da Serra é percorrer as bordas do famoso cânion Itaimbezinho, que possui 5,8 km de extensão e profundidade de até 900 metros, pelas trilhas do Vértice e do Cotovelo. Durante o caminho é possível apreciar a Mata Atlântica e a Floresta de Araucária, que são moradas de papagaios-de-peito-roxo, jaguati-ricas, guaxinins e leões-baio.

Município: Cambará do Sul (RS) Extensão da trilha: Vértice 1,6 km; Cotovelo 6 km Sinalizada: parcialmente Contratação de guia: opcional Reserva: não é necessário Contatos: [email protected] / (54) 3251-1277 Mais informações: https://goo.gl/7iGqn9

7. Parque Nacional do Iguaçu (PR)

O Parque Nacional do Iguaçu é reconhecido por guardar as incríveis Cataratas do Iguaçu, mas há muito mais sobre o parque. Ele abri-ga o maior remanescente de Mata Atlântica da região sul do Brasil e protege uma riquíssima biodiversidade, constituída por espécies repre-sentativas da fauna e flora brasileiras, algumas ameaçadas de extinção, como a onça-pintada. A Trilha do Poço Preto é uma atração do par-que que pode ser percorrida de bicicleta. Os guias enriquecem o passeio com informações sobre a fauna e flora da região.

Município: Foz do Iguaçu (PR) Extensão da trilha: 9 km Sinalizada: sim Contratação de guia: incluso no pacote Reserva: pelo telefone (45) 3529-9665 Contato: [email protected] Mais informações sobre a trilha: https://goo.gl/YdQU44 Mais informações sobre o parque: https://goo.gl/tXSGZ5

8. Parque Nacional de Ubajara (CE)

O Parque Nacional de Ubajara apresenta características ímpares por conter, em espaço tão próximo, dois ecossistemas tão diferencia-dos: um ambiente de considerável ocorrência de chuvas (mata úmida) e um ambiente semi-

árido, a Caatinga (mata seca). A Trilha Bike foi inaugurada durante as comemorações do 58º aniversário do parque, em abril deste ano, e a administração da UC já está trabalhando para abrir outras trilhas de 16 e 24 km para ciclistas mais experientes.

Município: Ubajara (CE) Extensão da trilha: 4 km Sinalizada: sim Contratação de guia: necessário, o parque dispõe de guias credenciados Reserva: não é necessário Contatos: (88) 3634-1388 / (88) 99942-3051 Mais informações: https://goo.gl/74u471

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ICMBio, Funai e indígenas celebram acordo na Bahia

Na semana passada, entre os dias 11 e 13, ocorreu a primeira atividade do Grupo de Tra-balho Interinstitucional (GTI) formado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversi-dade (ICMBio) e representantes do Povo Pata-xó, na região do entorno do Parque Nacional do Descobrimento, no sul da Bahia.

A agenda é decorrente de um acordo ce-lebrado entre os órgãos estatais e a comu-nidade Pataxó, no dia 31 de maio, junto ao Ministério Público Federal (MPF) de Teixeira de Freitas, na Bahia, que tem o objetivo de construir soluções convergentes para a con-servação da natureza e o desenvolvimento socioambiental em áreas parcialmente sobre-postas à Terra Indígena (TI) Comexatibá, cujo Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação (RCID) foi publicado em 2015.

Presente na reunião que firmou o compro-misso entre as partes, o presidente do ICM-Bio, Ricardo Soavinski, reforçou a importância da interlocução entre as instituições e com o povo Pataxó para a resolução de conflitos de forma pacífica e respeitosa.

ATIVIDADES DO GTI

Durante os dois primeiros dias de ativida-des, a equipe de servidores da Funai e do ICM-Bio que compõem o GTI visitaram seis aldeias

Pataxó da região – Monte Dourado, Alegria Nova, Cahy, Pequi, Tibá e Gurita – sobrepostas ou em áreas limítrofes ao parque. A visita teve a finalidade de conhecer as comunidades, ex-por os objetivos do GTI e apresentar os seus representantes aos indígenas.

No último dia, ocorreu uma reunião am-pliada na aldeia Pequi, aberta a todos os ín-dios interessados, em que foram prestadas informações e esclarecidas dúvidas sobre o procedimento de demarcação da Terra Indíge-na Comexatibá e a necessidade de proteção da Mata Atlântica remanescente na região, praticamente circunscrita ao Parque Nacional do Descobrimento.

Durante a reunião, as comunidades apre-sentaram os representantes indígenas esco-lhidos para compor o Grupo de Trabalho In-terinstitucional. Entre titulares e suplentes, o GTI foi formalizado com seis representantes da Funai, seis representantes do ICMBio e 12 representantes do povo Pataxó, garantindo a paridade na tomada de decisões.

TERMO DE COMPROMISSO

À tarde, foi realizada a primeira reunião do grupo, quando foram debatidos os enca-minhamentos necessários para a elaboração do plano de ação e do cronograma das ativi-dades do GTI, que visam à celebração de ter-mo de compromisso e à construção da Car-

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Celebração do acordo entre ICMBio, Funai e lideranças Pataxó aconteceu no auditório da OAB, em Teixeira de Freitas (BA)

Membros do GTI durante visita à Aldeia Monte Dourado

Indígenas da Aldeia Tibá recepcionaram o GTI com cantos sagrados do povo Pataxó

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teira de Projetos Socioambientais. O termo de compromisso tem como foco a pactuação de regras sobre a ocupação da área e as ne-cessidades de uso dos recursos naturais pelas comunidades Pataxó, um instrumento impor-tante para compatibilizar os objetivos de pro-teção do Parque Nacional do Descobrimento com os direitos indígenas.

A Carteira de Projetos Socioambientais bus-cará fortalecer parcerias com organizações que possam apoiar atividades de interesse dos indígenas e que aliem a recuperação de áreas degradadas, a conservação da natureza e a geração de alternativas de renda e de me-lhoria da qualidade de vida nas aldeias. Essa conciliação dos interesses sobre a área de so-breposição do Parque Nacional do Descobri-mento em prol de objetivos comuns foi cele-brada como um importante avanço por todos os segmentos envolvidos.

PARCERIA EM PROL DO MEIO AMBIENTE

Para os indígenas, o acordo reacende a es-perança de ter o seu território demarcado e de gerar melhoria de qualidade de vida con-tribuindo para manter a natureza também conservada. “Estamos nesse GTI para buscar melhorias para o nosso povo, para as nossas comunidades. Foi proveitoso e, a partir de agora, acredito que as coisas podem mudar e que o olhar sobre essa situação vai ser outro. Isso era algo que a gente não tinha antes e agora que a gente está se juntando, acredi-to que vamos avançar. Nessa luta temos uma música indígena que diz que ‘o índio na guer-ra, o índio não cansa; ele vive cheio de espe-rança’. Juntos vamos conseguir preservar ain-da mais, pois temos uma grande preocupação

com o meio ambiente, que temos que cuidar, preservar e conservar”, disse Marcos Pataxó, membro do GTI e vice-cacique da aldeia Pequi.

De acordo com o procurador André Luis Castro Caselli, do MPF, também presente na reunião na Aldeia Pequi, a parceria para a pro-teção do meio ambiente e, ao mesmo tempo, para a promoção da questão socioambiental dos povos indígenas não só é possível, como tende a gerar ótimos resultados. “Sem dúvida, é uma parceria que tem tudo para dar exce-lentes frutos para a proteção ao meio ambien-te, a proteção do Parque Nacional do Desco-brimento e, também, para o reconhecimento da cultura e das terras tradicionais indígenas”.

Segundo o coordenador geral de Gestão Socioambiental do ICMBio, Paulo Russo, essa iniciativa marca o compromisso da instituição em valorizar o diálogo com os grupos sociais relacionados direta ou indiretamente com as unidades de conservação. “Em meio a situa-ções complexas como a realidade do sul da Bahia, precisamos do envolvimento de todos para construir soluções acordadas e propos-tas inovadoras que fortaleçam alianças em prol do bem coletivo”, ressaltou Russo.

Na visão de Fernando Vianna, coordenador geral de Gestão Ambiental da Funai, os traba-lhos do GTI seguem o espírito da Política Na-cional de Gestão Territorial e Ambiental de Ter-ras Indígenas (PNGATI), que dedica um de seus sete eixos à interface com as unidades de con-servação. “Aliando-se verdadeiramente em tor-no da administração de áreas de sobreposição, indígenas e gestores de UCs só têm a ganhar, e os remanescentes florestais agradecem”.

A próxima rodada de atividades do GTI está prevista para ocorrer no final de agosto. Além do nivelamento de informações referentes à legislação ambiental e os direitos dos povos indígenas, serão realizados mapeamentos participativos das aldeias Pataxó e elaborado o cronograma de atividades para a constru-ção do termo de compromisso e da Carteira de Projetos Socioambientais.

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Pescadores da APA Costa do Corais avançam na construção do Termo de Autorização de Uso Sustentável

A Superintendência do Patrimônio da União em Alagoas (SPU-AL), com o apoio da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Colô-nia de Pescadores Z-25 e Prefeitura Municipal de Porto de Pedras (AL), realizou no dia 26 de maio, no Clube Social Portopedrense, uma Audiência Pública com pescadores artesanais e proprietários de terrenos de praia do muni-cípio de Porto de Pedras. O encontro teve o objetivo de discutir a destinação de oito áreas na costa de Porto de Pedras para uso coletivo dos pescadores, através do Termo de Autori-zação de Uso Sustentável (TAUS) em favor das comunidades tradicionais vinculadas à Colô-nia de Pescadores Z-25.

O conflito veio à tona em 2014 e, desde então, os pescadores vêm realizando o levan-tamento das áreas de uso e o cadastramento daqueles que usam ou precisam das palhoças. Assim, foi protocolado um requerimento na SPU-AL para cessão de áreas através do TAUS. Antes da audiência, a SPU realizou duas reu-niões com as lideranças dos pescadores e uma reunião geral com os pescadores da Colônia Z-25, todas com a participação da APA Cos-ta dos Corais e do CPP. A Superintendência também notificou todos os proprietários que têm direito de usufruto de imóveis da União em áreas reivindicadas pelos pescadores, para apresentação de justificativa da necessidade de uso das áreas.

A Audiência Pública contou com a partici-pação de cerca de 300 pescadores das comu-nidades de Porto de Pedras, além de repre-sentantes de órgãos públicos e organizações da sociedade civil com atuação na região. O superintendente Victor Braga enfatizou que os direitos dos pescadores artesanais devem ser garantidos, em harmonia com o desenvol-vimento turístico e econômico do município. “Nenhum proprietário será prejudicado, pois

todas as áreas cedidas estão sendo utilizadas apenas pelos pescadores. O TAUS trata da consolidação legal de algo que já acontece na prática”, explicou.

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E USO SUSTENTÁVEL

Para o chefe da APA Costa dos Corais, Iran Normande, este é um momento importante na história da UC, que tem por objetivo le-gal equilibrar a conservação ambiental com o uso sustentável e garantir a qualidade de vida da população. “Essas comunidades vi-nham sofrendo muita pressão e tinham di-ficuldades de se organizar e garantir seus territórios. A APA Costa dos Corais e diversos parceiros têm envidado esforços para fortale-cer e qualificar a atuação do setor pesqueiro na unidade”, afirmou o gestor.

O educador social e representante do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Se-verino Antônio dos Santos, enfatizou ao fi-nal da audiência que os pescadores não es-tavam ali pedindo favor, e sim lutando por seus direitos constitucionais, tanto em rela-ção ao território pesqueiro quanto à liberda-de de ir e vir, uma vez que as áreas solicita-das no TAUS são áreas públicas da União, e não propriedades privadas.

Otimista com a realização da Audiência Pública, Seu Domingos, pescador artesanal e liderança da Colônia Z-25, declarou que não acreditava que o processo tivesse anda-mento, mas a partir daquele momento es-tava entusiasmado com a possibilidade do TAUS e consciente de que a luta dos pesca-dores não parava por ali. “Mesmo depois de cedidas as áreas, precisaremos nos organi-zar para impedir o fechamento dos acessos às praias e buscar recursos para construir as barracas”, completou.

HISTÓRICO

Em 2014, a direção da Colônia Z-25 pro-curou a equipe da APA Costa dos Corais para denunciar o fechamento de acessos às praias de Porto de Pedras, a destruição das palho-ças (ranchos, barracas ou caiçaras) dos pes-cadores e a ocorrência de ameaças contra os pescadores por parte de alguns proprietários de sítios de coqueiros e pousadeiros, que que-riam privatizar os acessos e usos da praia.

O assunto foi levado para debate público no II Fórum Socioambiental da Costa dos Co-rais, em 5 de junho de 2014. Na ocasião, os representantes da Colônia de Pescadores Z-25 denunciaram o fechamento da tradicional es-trada vicinal paralela à praia do Patacho e as pressões para que as marisqueiras parassem de cavar mariscos em frente às pousadas. A vereadora Maria José Pereira “Zeza”, de Japa-ratinga, também relatou o problema do surgi-mento de novos empreendimentos turísticos de praia sem a garantia, no licenciamento ou

na legislação municipal, dos acessos para o povo. Os participantes do Fórum decidiram, então, realizar reuniões com o MPF, MPE, SPU e prefeituras municipais, promover uma Au-diência Pública e fomentar o diálogo entre os setores em busca de soluções.

Em abril de 2015, foram realizadas diver-sas reuniões preparatórias para o I Seminário da Pesca Artesanal na APA Costa dos Corais, com vistas a um diagnóstico participativo dos principais problemas e conflitos socio-ambientais, a exemplo do fechamento de acessos à praia e perda do território pesquei-ro para a atividade turística.

Durante o seminário aconteceram mesas-redondas e discussões em grupo, incluindo a apresentação de experiências exitosas de lu-tas dos pescadores no Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Nesse momento, foi também apresentado o instrumento legal Ter-mo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) como possibilidade de garantia das áreas para permanência e instalação de novas palhoças para os pescadores.

Objetivo é garantir aos pescadores artesanais o uso sustentável das áreas de pesca em Porto de Pedras

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Projeto Manguezais do Brasil conclui seus trabalhos na APA e na ARIE do Rio Mamanguape

Foram tempos muitos produtivos e de di-versos avanços na gestão da APA da Barra do Rio Mamanguape e ARIE Manguezais da Foz do Rio Mamanguape, no litoral norte da Pa-raíba. A parceria com o Projeto Manguezais rendeu frutos que continuarão a contribuir para a gestão das UCs, mesmo após o término das atividades. Um deles é o projeto de moni-toramento da qualidade da água do estuário do rio Mamanguape, que conta com o apoio do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Univer-sidade Federal da Paraíba (UFPB) e Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA).

O que motivou essa iniciativa foi a hipótese de que a água do estuário do rio Mamangua-pe poderia estar sofrendo impactos negati-vos devido a degradações causadas por ati-vidades antrópicas existentes no entorno, em que destacam-se o cultivo da cana-de-açúcar (agrotóxicos), a indústria do açúcar e do álco-ol (emissão de efluentes, como o vinhoto) e a carcinicultura (emissão de efluentes de alto teor orgânico), entre outros empreendimen-tos de menor porte.

ÁGUA DO ESTUÁRIO SERÁ MONITORADA PELOS PRÓXIMOS DOIS ANOS

A perda da qualidade do manancial afeta sobremaneira a biota existente na região, pois o ecossistema estuarino necessita de uma boa condição hídrica para a sobrevivência das es-pécies. O estuário do rio Mamanguape é pro-tegido pelas duas unidades de conservação e em seus objetivos de criação constam a con-servação do recurso hídrico, bem como de vá-rias espécies que dele dependem, a exemplo do peixe-boi marinho (Trichechus manatus), animal ameaçado de extinção.

Além disso, as comunidades tradicionais in-seridas nessa região estuarina dependem direta-mente da água em boa qualidade para realizar

suas atividades cotidianas e prover o sustento de suas famílias. Assim, com apoio financeiro e humano do Projeto Manguezais do Brasil foi viabilizado o monitoramento da qualidade da água, que terá duração de dois anos e abordará aspectos físicos, químicos e biológicos.

Para completar os estudos sobre a qualidade da água, foi elaborado um plano de adequação ambiental, também com apoio do Manguezais do Brasil, que contribuirá para a regularização ambiental das propriedades, considerando áre-as de preservação permanente, reservas legais e processos de licenciamento de empreendi-mentos na APA e entorno de 1 km. O plano, considerado um passo importante na gestão do território, poderá subsidiar a revisão do Pla-no de Manejo das UCs e melhorar a qualidade de vida das comunidades locais.

GESTÃO PARTICIPATIVA

De acordo com a analista ambiental Luciana Pacca, o Projeto Manguezais do Brasil contri-buiu para a gestão participativa das unidades, aprimorando o diálogo com as comunidades da região. “Ampliação da participação comu-nitária nas reuniões de conselho, discussão sobre o marco regulatório do caranguejo-uçá, dentre outras discussões importantes, fizeram parte do processo”, disse a analista. “A equipe do projeto entendeu o rumo da gestão que queríamos tomar e não mediu esforços para nos apoiar”, finalizou Luciana.

Iniciativa contribuiu para aprimorar a gestão participativa nas UCs

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Mosaico do Jalapão cria Conselho Consultivo

Na semana passada, o Instituto Chico Men-des coordenou a reunião de criação do Conse-lho Consultivo do Mosaico de Unidades de Con-servação do Jalapão. O encontro, realizado no Centro de Convenções do município de Almas, no Tocantins, começou na quinta (13) e termi-nou no sábado (15), reunindo cerca de 120 pes-soas de diferentes instituições do governo e da sociedade. Durante os três dias, além da criação do conselho, foram discutidos temas relaciona-dos à gestão do mosaico, como fiscalização, tu-rismo e comunidades quilombolas.

Segundo os participantes, a criação do Conselho Consultivo representa um impor-tante avanço na gestão integrada e partici-pativa do mosaico. É um passo decisivo para se fortalecer a identidade regional e otimizar esforços para a conservação da sociobiodi-versidade e o desenvolvimento socioam-biental em nível regional. Além do ICMBio, participaram da reunião representantes do Ministério do Meio Ambiente, Ibama, Insti-tuto de Desenvolvimento Rural (Ruraltins), Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), KFW, Caixa Econômica Federal, Agência de Cooperação Alemã/GIZ, entre outros.

Ao final do encontro, ficou decidido que a primeira reunião do conselho do Mosaico do Jalapão será realizada em setembro, no mu-nicípio de São Felix do Tocantins. Na ocasião, além da posse dos conselheiros indicados pe-las instituições, haverá discussão sobre o regi-mento interno e o plano de trabalho.

MUDANÇAS NA PORTARIA

O Mosaico de Unidades de Conservação do Jalapão foi criado por meio de portaria pu-blicada no dia 30 de setembro de 2016. Reú-ne nove unidades dos estados de Tocantins e Bahia, ocupando área territorial de quase três milhões de hectares. É o 15º mosaico de UCs reconhecido oficialmente. Durante a reunião, os participantes discutiram a necessidade de se fazer algumas alterações na portaria.

Uma delas é a inclusão de representação espe-cífica dos territórios quilombolas, que atualmen-te estão inseridos nas unidades de conservação, mas não estão demarcados. Outra é a garantia de que os estados do Piauí e Maranhão também possam participar das discussões do mosaico e compor o Conselho Consultivo, já que as UCs se estendem também pelos seus territórios.

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EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

No primeiro dia da reunião, o chefe da Esec Serra Geral do Tocantins, Marcos Bor-ges, expôs a realidade da unidade e falou um pouco sobre sua história. Também citou con-flitos iniciais com as comunidades, mas des-tacou que hoje há uma grande cooperação. Ele ressaltou também a grande área da Esec e os riscos de fogo, devido à predominância de pastagens naturais.

Durante o evento, o prefeito de Almas, Wagner Nepomuceno de Carvalho, decla-rou que uma das metas de sua gestão é a implantação do ecoturismo para fortalecer a economia local. Já o vice-presidente do Naturatins, Edson Cabral, afirmou que está empenhado em fortalecer as UCs. “O Mosai-co do Jalapão tem grande importância na preservação desta grande área contínua do bioma Cerrado”, completou.

A engenheira florestal e analista ambien-tal Carol Barradas, da Esec Serra Geral, dis-correu sobre a história de formação do mo-saico e frisou as características ambientais comuns entre as UCs da região. Ela citou como exemplo os conflitos iniciais com as comunidades, já superados, e o aprendiza-do sobre o uso do fogo.

A representante da comunidade quilombo-la Mumbuca, Ana Claudia, mostrou como se formaram as comunidades quilombolas que ocupam a região há mais de um século, como elas vivem e como estão organizadas hoje no Tocantins. Ela lembrou a questão da regulari-zação das terras das comunidades que hoje estão dentro das unidades de conservação.

Representando o Instituto de Meio Ambien-te e Recursos Hídricos da Bahia, Leib Carteado Crescente falou sobre as duas UCs do esta-do. A APA Rio Preto, segundo ele, está numa área de grande impacto ambiental por conta do número de empreendimentos ligados ao agronegócio. Já a Estação Ecológica Rio Preto foi destacada pela presença de animais silves-tres após sua implementação.

O funcionário do Naturatins, responsável pelo Parque Estadual do Jalapão, João Miran-

da, apontou que a gestão da unidade tem buscado o diálogo com as comunidades e também com os responsáveis por atrativos turísticos. Já o analista ambiental Janeil Lus-tosa deu informações sobre a APA Serra da Tabatinga e também sobre o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, UCs adminis-tradas pelo ICMBio e sediadas em Correntes, no Piauí. As unidades avançam limites esta-duais na Bahia e no Tocantins, uma das difi-culdades de gestão.

Na sexta-feira (14), a programação seguiu com a identificação de convergências e prio-rização de processos para a gestão integrada do mosaico. Também foram discutidas a fun-ção, composição e competências do Conselho Consultivo, além da definição de quem serão os conselheiros. No sábado, houve reunião do Conselho Gestor da Esec Serra Geral do Tocan-tins, visita técnica à Serra Negra e o encerra-mento no final da tarde com uma avaliação geral do evento. A condução dos trabalhos feita pelos gestores do ICMBio foi considera-da pelos participantes como muito produtiva e democrática, sendo determinante para os bons resultados do encontro.

O MOSAICO

Mosaico, segundo a lei do Sistema Nacio-nal de Unidades de Conservação (Snuc), é um conjunto de UCs de categorias diferen-tes ou não, próximas, justapostas ou sobre-postas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, cuja gestão deve ser feita de maneira conjunta e integrada.

O Mosaico do Jalapão é formado pelo Par-que Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, APA Serra da Tabatinga e RRPPN Catedral do Jalapão (UCs federais, geridas pelo ICMBio); Parque Estadual do Jalapão e APA do Jalapão (UCs estaduais administradas pelo Instituto Natureza de Tocantins – Naturantins); Esta-ção Ecológica do Rio Preto e APA do Rio Preto (UCs estaduais sob responsabilidade do Ins-tituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia – Inema); e Monumento Natural dos Canyons e Corredeiras do Rio Sono (UC mu-nicipal, gerida pela Secretaria de Meio Am-biente de São Félix do Tocantins).

COMPOSIÇÃO DO CONSELHO

A integração entre as unidades de con-servação que compõem o mosaico passa a ser feita, a partir de agora, por meio do Conselho Consultivo, formado por represen-tantes da comunidade, do poder público, de organizações não governamentais e de instituições de ensino e pesquisa, conforme composição abaixo, definida na reunião da semana passada:

UCs federais:

Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins Parque Nacional Nascentes do Rio Parnaíba RPPN Catedral do Jalapão UCs estaduais:

Parque Estadual do Jalapão (Titular) e APA do Jalapão (Suplente) – Representando o Tocan-tins APA do Rio Preto (Titular) e Estação Ecológica Rio Preto (Suplente) – Representando a Bahia

Representações municipais:

São Felix do Tocantins (Titular) e Almas (Su-plente) – Tocantins Formosa do Rio Preto (Titular) e Santa Rita de Cássia (Suplente) – Bahia Representantes de instituições de ensino e pesquisa:

Universidade Federal do Tocantins (UFT) Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob)

Representações não-governamentais:

ONG 10Envolvimento (Barreiras) Associação de Pequenos Agricultores Familia-res do Tocantins (Apato) Associação Brigada de Formosa do Rio Preto (Bahia) Associação Brigada de Rio da Conceição (Tocantins) Coordenação Estadual das Comunidades Qui-lombolas do Tocantins (Coeqto) Associação Turismo do Tocantins (ATTR) Fórum Estadual de Turismo (Foestur)

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Trilha noturna no Parque Nacional de Ubajara encanta visitantes Planos de Ação Nacional (PANs): da concepção à gestão

O Parque Nacional de Ubajara, no estado do Ceará, inovou e ofereceu aos visitantes mais um passeio. Nos dias 8 e 9 de julho, aprovei-tando o período de lua cheia, a equipe do parque promoveu uma caminhada notur-na. Os participantes apreciaram a saída da lua no Mirante do Bondinho e, em seguida, percorreram 2 km de trilha até o Mirante do Alemão, onde puderam observar alguns ani-

Entre os dias 7 e 12 de maio, o Centro Na-cional de Pesquisa e Conservação da Biodiver-sidade Marinha do Nordeste (Cepene/ICMBio), em Tamandaré (PE), sediou o curso “Planos de Ação Nacional: Da Concepção à Gestão”. A atividade, que faz parte do Plano Anual de Capacitação da CGGP/Diplan, foi organizada pela Coordenação de Identificação e Planeja-mento de Ações para Conservação (COPAN/Dibio) e pelos Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta) e de Aves Silvestres (Cemave), contando ain-da com apoio logístico da ACADEBio e apoio financeiro do Projeto TerraMar (MMA/SRHU e GIZ). Durante o curso, os participantes tive-ram a oportunidade de trocar experiências, harmonizar e nivelar os conhecimentos sobre todas as etapas do macroprocesso dos Planos de Ação. Além disso, em parceria com a em-presa de consultoria Matres Socioambiental, foram realizadas atividades que permitiram aos alunos aprender, de forma integrada e prática, algumas técnicas de facilitação de ofi-cinas participativas e boas práticas para me-lhor condução dos PANs.

A metodologia utilizada nos Planos de Ação Nacional foi instituída oficialmente em 2012. No entanto, após a elaboração de 54 PANs, o Instituto já conta com a maturidade neces-sária para rever e aprimorar o instrumento. Assim, no âmbito do Planejamento Estraté-gico da Dibio, por meio do Projeto “Poten-

mais de hábitos noturnos, como a raposa, e se encantar com a paisagem belíssima do sertão nordestino. No retorno à plataforma do bondinho, os turistas foram recebidos ao som de um violão. “A trilha noturna está em fase experimental, mas pela receptividade e encantamento dos turistas, será um atrativo a mais para nossa unidade”, afirmou Gilson Mota, chefe do Parque Nacional de Ubajara

cializar PAN”, o macroprocesso foi mapeado e os principais gargalos foram identificados. A partir desse diagnóstico inicial, diversas propostas de melhorias foram incorporadas e o curso trouxe também a oportunidade de consolidar e pôr em prática essas inovações. De acordo com o Danilo Perina, técnico da Copan, o evento atendeu as demandas tanto para capacitação de novos analistas e coor-denadores de PANs quanto para reciclagem dos que já atuavam no processo.

Os Planos de Ação são coordenados pe-los centros especializados do ICMBio e, por isso, o curso mobilizou todos os pontos fo-cais e coordenadores de PANs dos 14 Cen-tros de Pesquisa e Conservação do Instituto, contando com a participação de 50 pessoas, incluindo os instrutores Ana Paula Prates (co-ordenadora da Copan), Anna Carolina Lins (Copan), Carla Polaz (Cepta), Fabricio Tavares (Copan), Lígia do Couto (Cepta), Nathália de Sousa (Cemave) e Renata Navega (Matres So-cioambiental). Como os PANs pressupõem a elaboração coletiva de um documento pac-tuado por diversos atores, a Copan pretende realizar novas turmas do curso, envolvendo outros gestores do ICMBio e representantes dos estados interessados na ferramenta Pla-no de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas. Mais informações so-bre os PANs em https://goo.gl/8iyXtU.

Passeio noturno será mais um atrativo da unidade de conservação

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Quebradeiras de coco participam de capacitação na Resex Extremo Norte do Tocantins

A Associação da Reserva Extrativista do Ex-tremo Norte do Tocantins (Arent) promoveu nos dias 11 e 12 de julho, na cidade de Carrasco Bo-nito (TO), curso de capacitação em boas práti-cas de produção. A atividade, que contou com a parceria do Sebrae, teve como objetivos prin-cipais melhorar a produção de óleo de babaçu e abrir um leque maior de produtos que utilizam esse óleo como matéria prima, garantindo gera-ção de renda às famílias envolvidas. 16 quebra-deiras de coco da região participaram do curso, realizado em espaço cedido pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Car-rasco Bonito. De acordo com o chefe da Resex, Lino Rocha de Oliveira, “esse é o início de uma parceria que tende a se fortalecer e a fortalecer

o grupo de produção de óleo de babaçu, conso-lidando o projeto enquanto um negócio perten-cente aos extrativistas e com boas perspectivas de ser uma base de apoio na geração de renda das famílias envolvidas”, destacou o gestor.

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Conselheiros do parque após cerimônia de posse

Wangey cobra falta na grande área e empata o jogo no último lance do 2º tempo

Silvana Canuto e jogadores do ICMBio homenageiam Rômulo Mello com camisa número 1 autografada

Curso buscou ampliar o leque de produtos feitos a partir do óleo de babaçu

ICMBio é vice-campeão na Taça Rômulo Mello

Após um jogo muito disputado, o time de fu-tebol do ICMBio perdeu nos pênaltis para o time da Agência Nacional de Águas (ANA) na final da Taça Rômulo Mello. O jogo começou com 1x0 para o time da ANA logo nos primeiros minutos. Depois de buscar o empate e ver o time da ANA passar à frente novamente no final do segundo tempo, o ICMBio conseguiu o empate no último lance do tempo regulamentar, quando Wagney cobrou uma falta na entrada da grande área e colocou a bola no ângulo!

Levado para a prorrogação, o jogo não ren-deu mais gols e sobrou emoção para as cobran-ças de pênaltis. Infelizmente não foi dessa vez que o ICMBio levou a taça para casa... Acabou

5x3 nos pênaltis para o time da ANA e ficamos com o segundo lugar no campeonato, porém com o maior saldo de gols: 19 bolas na rede. Ainda levamos as medalhas de melhor goleiro (Fernando) e artilheiro (Wagney, com 9 gols). Durante a premiação, a diretora de Planejamen-to, Silvana Canuto, e os jogadores do ICMBio entregaram a camisa número 1 autografada para Solange Mello, em homenagem a seu ma-rido, Rômulo Mello.

A Asibama-DF promoverá outra edição do campeonato de futebol ainda este ano, então vamos ficar ligados e torcer para o time do ICM-Bio nos próximos jogos.

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www.icmbio.gov.br ICMBio em Foco - nº 42930 31créditos: Diego Bento; Acervo ICMBio

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Divisão de Comunicação - DCOMInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

Complexo Administrativo Sudoeste - EQSW 103/104 - Bloco B - Térreo - CEP: 70670-350 - Brasília/DF Fone +55 (61) 2028-9280 [email protected] - www.icmbio.gov.br

ICMBio em FocoRevista eletrônica

EdiçãoNana Brasil

Projeto Gráfico Bruno Bimbato

Narayanne Miranda

Diagramação Celise Duarte

Supervisora da DCOMMárcia Muchagata

Colaboraram nesta edição

Lilian Estrela – CGPT/Disat; Ramilla Rodrigues – DCOM; Danúbia Melo – DCOM; Elmano Cordeiro – DCOM; Bruno Bimbato – DCOM; Sandra Tavares – Tamar; Raiane Viana – Parna Cavernas do Peruaçu; Ana Carolina Barradas – Esec Serra Geral do Tocantins; Érika Fernandes-Pinto – CGSAM/Disat; Luciana Pacca – APA da Barra do Rio Mamanguape; Antônio de Almeida – Esec da Mata Preta; Iran Normande – APA Costa dos Corais; Gilson Mota – Parna de Ubajara; Danilo Perina – COPAN/Dibio; Lino de Oliveira – Resex do Extremo Norte do Tocantins.

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