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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano VIII – nº 212 – Porto Alegre, quarta-feira, 28 de agosto de 2013 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Expediente SPLE Nro 122/2013 Secretaria do Plenário Judicial AUTOS COM DESPACHO AÇÃO RESCISÓRIA Nº 89.04.16899-6/RS RELATOR : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA AUTOR : UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM ADVOGADO : Procuradoria-Regional Federal da 4ª Região RÉU : ABEL REBELO DE SOUZA e outros ADVOGADO : Julio Cesar Alves Rodrigues Junior e outros : Jose Luis Wagner : Luis Maximiliano Leal Telesca Mota DECISÃO 1. A Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, após pedido de desarquivamento dos autos em caráter urgente, peticiona requerendo, em síntese, o DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO 1 / 656

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DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIOAno VIII n 212 Porto Alegre, quarta-feira, 28 de agosto de 2013

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

PUBLICAES JUDICIAIS

SECRETARIA DO PLENRIO, CORTE ESPECIAL E SEES

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

Expediente SPLE Nro 122/2013

Secretaria do Plenrio Judicial

AUTOS COM DESPACHO

AO RESCISRIA N 89.04.16899-6/RSRELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONAAUTOR : UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSMADVOGADO : Procuradoria-Regional Federal da 4 RegioRU : ABEL REBELO DE SOUZA e outrosADVOGADO : Julio Cesar Alves Rodrigues Junior e outros

: Jose Luis Wagner: Luis Maximiliano Leal Telesca Mota

DECISO

1. A Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, aps pedido dedesarquivamento dos autos em carter urgente, peticiona requerendo, em sntese, o

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reconhecimento da nulidade da deciso de fl. 1314, por erro material/error in procedendo; b)saneamento do processo, intimando e abrindo prazo para que a autora promova a citao doslitisconsortes, nos termos do ttulo judicial e do art. 219, 2, do CPC; c) antecipao dos efeitosda tutela, para fins de suspenso da execuo de sentena do processo de origem (5055076-92.2012.404.7100/RS), at o trnsito em julgado da presente ao rescisria.

2. Passo a anlise dos pedidos.Contra a parte do acrdo da ao rescisria (UFSM X Abel Rebelo e outros), que

entendeu no se tratar de litisconsrcio necessrio e por vivel a homologao de desistncia daao rescisria em relao a 04 (quatro) rus (fl. 839), que no foram localizados pelo Oficial deJustia, Abel Rebelo de Souza e outros interpuseram embargos infringentes.

Frise-se que a 1 Seo deste Tribunal, por maioria, deu parcial provimento aosembargos infringentes na presente ao rescisria, para "anular o processo a partir da decisohomologatria da excluso indevida (fl. 839), abrindo-se prazo para que a autora promova acitao de todos os litisconsortes necessrios - a sim, sob pena de extino do processo (CPC,art. 47, pargrafo nico)", sob o entendimento de ser impossvel a desistncia em relao aalguns dos rus em virtude de tratar-se de litisconsrcio necessrio e unitrio (fls. 118/1009 e1112).

Aps, inconformada, a parte autora da reclamatria trabalhista (Abel Rebelo deSouza e outros) interps recurso especial, o qual foi admitido (fl. 1136). No STJ no obtevexito, pois o recurso especial teve seu seguimento negado, com base no art. 557, caput, do CPC(fls. 1163/1166), bem como foi negado provimento ao agravo regimental (fls. 1200/1203 e1205) e rejeitados os embargos de declarao (fls. 1220/1223). Igualmente foi negadoseguimento aos Embargos de Divergncia proposto pela mesma parte (fls. 1282/1283) e negadoprovimento ao agravo regimental respectivo (fls. 1301/1304).

O trnsito no STJ ocorreu em 05-03-09 (fl. 1308), retornando a ao rescisria aeste Tribunal, a qual foi atribuda ao Relator Des. Federal lvaro Eduardo Junqueira queproferiu a seguinte deciso (fl. 1314):

"O acrdo do TRF de fl. 1112, proferido em sede de embargos infringentes em aorescisria, deu parcial procedncia a ao e, de conseguinte, determinou a anulao doprovimento externado na ao primeva, indicando a incluso de todos os litisconsortesnecessrios no processo(fls. 1107/1109).

Esta diretriz foi mantida pelo egrgio Superior Tribunal de Justia (fl. 1163/1166; 1200/1203e 1205; 1220/1221), inclusive em sede de embargos de divergncia (fl. 1282/1283,1302/1303) e transitou em julgado (fl. 1308).

De conseguinte a reclamatria trabalhista de origem teve sua sentena anulada a partir dadeciso homologatria de desistncia da ao - 04 reclamantes - que devem ser citados naorigem com o seguimento da reclamatria porque litisconsortes necessrios naquela ao.

Oficie-se ao juzo de primeiro grau com cpia integral dos julgamentos desta rescisria erespectivo REsp. para conhecimento e cumprimento do venerado acrdo.

Porto Alegre, 29 de abril de 2009.

Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRARelator"

Comparando-se essa deciso com o que decidido no acrdo proferido nosembargos infringentes, resta claro o erro material nela constante. O erro evidente, pois o ento

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Relator entendeu equivocadamente que o acrdo dos embargos infringentes teria anulado asentena proferida na reclamatria trabalhista a partir da deciso homologatria de desistncia,quando, em verdade, foram esses providos para anular a ao rescisria a partir da decisohomologatria da excluso indevida (fl. 839), mediante a abertura de prazo para promoo pelaautora da citao de todos os litisconsortes necessrios, sob pena de extino do processo (CPC,art. 47, pargrafo nico). Como se v, o erro ocorreu quanto ao processo que foi anulado peloacrdo dos embargos infringentes. A deciso supra entendeu, por equvoco, que foi em relao reclamatria trabalhista, quando os embargos infringentes anularam a ao rescisria a partirda deciso que homologou a desistncia de 4 (quatro) rus no citados.

A partir dessa deciso houve uma sucesso de erros, todos baseados na premissaequivocada nela posta, tais como a determinao pelo ento relator de arquivamento dos autos(fl. 1318), da rejeio petio da parte autora na reclamatria que pediu reativao dos autos(fl. 1340), do agravo regimental submetido 1 Seo que foi negado (fl. 1353) e certido detrnsito em julgado com data de 02-08-2010 (fl. 1356).

Ressalte-se que sequer ocorreu o trnsito em julgado da ao rescisria, em face dasua anulao parcial pelo acrdo dos embargos infringentes.

Cumpre referir, ainda, que a presente ao rescisria foi redistribuda a esteRelator somente em 17-01-2011 (fl. 1364), o qual, no entanto, j havia analisado medidacautelar incidental rescisria com base na mesma deciso equivocada (fls. 1335/1336), bemcomo rejeitado o pedido da parte autora de extino do feito (art. 47, pargrafo nico, CPC), porser reiterao de pedido anterior j apreciado (fl. 1365).

Merece, portanto, guarida o pedido da parte de reconhecimento da nulidade dadeciso de fl. 1314, por ocorrncia de erro material, bem como dos atos processuaissubsequentes que foram por ela contaminados.

3. Passo a apreciar o pedido de antecipao de tutela. A UFSM requer antecipaode tutela, objetivando a suspenso da execuo de sentena do processo de origem (5055076-92.2012.404.7100/RS), at o trnsito em julgado da presente ao rescisria. A antecipao detutela j havia sido dada na medida cautelar que restou extinta. No o caso de restabeleceraquela cautelar, mas de apreciar o presente pedido de tutela antecipada no bojo desta rescisria.

O fumus boni iuris decorre do prprio acrdo da ao rescisria que julgou,inicialmente, o mrito procedente (fl. 1061), mas que restou anulado, em parte, por fora doacrdo proferido nos embargos infringentes, sendo a jurisprudncia na linha do quepreconizado na inicial desta ao desconstitutiva (Smula 205 extinto TFR - fl. 1058). Opericulum in mora decorre da execuo da sentena cuja rescindibilidade factvel, girando aexecuo em torno de 34 milhes de reais.

Por isso concedo a antecipao de tutela para suspender a execuo de sentena nareclamatria trabalhista n 5055076-92.2012.404.7100 (00.06.85381-1/RS), at ulteriordeliberao do colegiado.

4. Por fim, em cumprimento ao decidido nos Embargos Infringentes, determino aabertura do prazo de 10 dias (art. 219, 2, CPC), para que a parte autora desta ao rescisriapromova a citao dos 4 (quatro) litisconsortes necessrios faltantes, sob pena de extino destaao (CPC, art. 47, pargrafo nico).

5. Reativem-se os presentes autos.D-se cincia desta deciso ao Juzo da Vara Federal em que tramita a execuo da

reclamatria trabalhista n 6853811.Cumpra-se.Intimem-se.

Porto Alegre, 17 de julho de 2013.CUMPRIMENTO DE SENTENA N 0003030-11.2011.404.0000/PR

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RELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVAEXEQUENTE : UNIO FEDERALADVOGADO : Procuradoria-Regional da UnioEXECUTADO : MARCOS HAAS MALLMANNADVOGADO : Saulo Jose Carlos Fornielles MartinsINTERESSADO : MINISTRIO PBLICO FEDERAL

DESPACHO

Defiro o postulado pela Unio fl. 337 destes autos, no sentido de determinar aexecuo dos honorrios advocatcios devidos nesta demanda (fl. 330), via penhora online.

Diligncias legais.Porto Alegre, 05 de julho de 2013.

AO RESCISRIA N 0004669-93.2013.404.0000/PRRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUEAUTOR : SERRARIA SANTA TEREZA LTDA/ADVOGADO : Fabio Rogerio Hardt

: Rosemari Fabiane: Francille da Silva Reis

REU : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Digam as partes se tm provas a produzir.

Porto Alegre, 26 de agosto de 2013.CUMPRIMENTO DE SENTENA N 0010475-80.2011.404.0000/PRRELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONAEXEQUENTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalEXECUTADO : IND/ TREVO LTDA/ massa falidaADVOGADO : Cleber Marcondes

DESPACHO

Intime-se a executada acerca do auto de penhora, na forma e para os fins do art.475-J, 1 do CPC.

Decorrido o prazo sem oferecimento de impugnao, suspenda-se o processo peloprazo de 1 ano, a fim de aguardar o encerramento do processo falimentar.

Porto Alegre, 21 de agosto de 2013.CUMPRIMENTO DE SENTENA N 2004.04.01.025968-0/RSRELATOR : Des. Federal LUS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLEEXEQUENTE : UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPELADVOGADO : Procuradoria-Regional Federal da 4 Regio

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EXECUTADO : JOSE CARLOS BRANDAO GARCIAADVOGADO : Lilian Velleda Soares

DESPACHO

Intime-se o executado para que comprove o pagamento da parcela de agosto.

Porto Alegre, 21 de agosto de 2013.CUMPRIMENTO DE SENTENA N 93.04.04275-5/RS

RELATOR :Des. Federal CNDIDO ALFREDO SILVA LEALJUNIOR

EXEQUENTE : HUMBERTO LAURO RAMOSADVOGADO : Humberto Lauro RamosEXEQUENTE : CICERO DE QUADROS PERETTIADVOGADO : Cicero de Quadros PerettiEXECUTADO : COML/ CAPAO DA CANOA LTDA/ e outroADVOGADO : Laury Ernesto KochINTERESSADO : MUNICIPIO DE CAPAO DA CANOAADVOGADO : Henrique Fonseca de Araujo e outroINTERESSADO : ASSOCIACAO COMUNITARIA DE CAPAO DA CANOAADVOGADO : Cicero de Quadros Peretti

: Armando Jorge R de Moura Filho: Henrique Fonseca de Araujo

APENSO(S) : 2005.04.01.053180-2

DESPACHO

Trata-se de execuo relativa a honorrios advocatcios de sucumbncia em aorescisria. A presente execuo iniciou em 06 de abril de 2000 (fl 1002) e foi movida peloMunicpio de Capo da Canoa e pela Associao Comunitria de Capo da Canoa, autores daao rescisria, a fim de receber da parte r - Imobiliria Mar e outros - honorrios advocatciosfixados em 15% sobre o valor da causa (voto complementar, fl 841).

Por meio da petio das fls 1629-1631, datada de 25 de maio de 2012, HumbertoLauro Ramos e Ccero de Quadros Peretti, requerem alteraes e correes nos cadastros departes e procuradores, solicitando a este Relator que:

a) oficie Vara Federal de Capo da Canoa para devoluo da referida carta l emtramitao sob nmero 5004725862011 4047121;

b) aps, determine alterao de cadastro para que figurem como autores,exequentes, HUMBERTO LAURO RAMOS (OAB RS 8.289, CPF 087700420-04) e CCERO DEQUADROS PERETTI (OAB RS 5.273, CPF 013361500-68); e

c) na sequencia, faculte aos exequentes a indicao de outros bens passveis depenhora, com a expedio de nova(s) carta(s) precatrias a fim de ser viabilizada a constrio.

Antes de ser examinado o pedido pelo relator que me antecedeu, o MM. Juizdeprecado encaminhou ao Tribunal o Ofcio n 8423988-RSCAP01, com o seguinte teor:

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Referente ao Cumprimento de Sentena n 93.04.04275-5/RSTendo em vista a inrcia do exeqente Municpio de Capo da Canoa, visto que devidamenteintimado, nos eventos 10 e 14, para trazer matrcula atualizada dos imveis, no o fez, bemcomo diante da necessidade dos documentos em questo, para viabilizar nova avaliao ealienao dos bens penhorados, oficie-se ao Juzo Ordenante, solicitando instrues quantoao prosseguimento da presente, e tambm informao quanto ao endereo da exequenteAssociao Comunicria de Capo da Canoa, a fim de que se viabilize a intimao desta.Cabe referir que os procuradores dos exequentes noticiados no evento 7 no possuemcadastro no sistema do Processo Eletrnico, razo pela qual est sendo realizada aintimao pessoal das partes.Outrossim, por se tratar esta carta de ordem de processo eletrnico, a ntegra dos autos estdisponvel mediante consulta atravs do site http://www.jfrs.gov.br/, no link ProcessoEletrnico - Consulta Pblica, opo 'Justia Comum/JEF V2', informando-se o nmero doprocesso e a chave 507977555011.Por fim, inclua-se na autuao do feito, como autor a Associao Comunitria de Capo daCanoa, pois consta como exequente nos autos principais.

Encaminhe-se a presente deciso, que servir como ofcio.

Por meio da deciso das fls 1649/1650, deferi o pedido de que se oficiasse VaraFederal de Capo da Canoa para devoluo da carta de ordem de n. 5004725862011 4047121, oque foi efetivado (fls 1658-1666). Deferi, tambm, o pedido de alterao de cadastro dos autos econcedi o prazo de 30 dias para indicao de outros bens penhora. Alterado o cadastro eintimadas as partes, decorreu in albis o prazo assinado.

Relatei. Decido.

1. Tendo em conta que a execuo dos honorrios de interesse dos causdicosexequentes e que no se manifestaram no prazo, concedo o prazo de 15 dias para manifestao,com indicao de outros bens penhora, sob pena de extino da execuo.

2. Intimem-se.

Porto Alegre, 21 de agosto de 2013.

SECRETARIA DA 2 TURMA

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

Boletim Nro 149/2013

Secretaria da Segunda Turma

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http://www.jfrs.gov.br/,

00001 EMBARGOS DE DECLARAO EM APELAO CVEL N 0009577-72.2013.404.9999/RSRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIEMBARGANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalEMBARGADO : ACRDO DE FOLHASINTERESSADO : ZAIR CAGLIARI E CIA/ LTDA/

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAO. OMISSO. REJULGAMENTO DA CAUSA.So improcedentes os embargos de declarao que, a pretexto de sanaromisso, buscam, na verdade, o rejulgamento da causa.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia 2 Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, por unanimidade, negarprovimento aos embargos de declarao, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficasque ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 26 de agosto de 2013.00002 EMBARGOS DE DECLARAO EM APELAO CVEL N 0015577-74.2007.404.7000/PRRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIEMBARGANTE : A OSTEN E CIA/ LTDA/ADVOGADO : Ariane Bini de Oliveira

: Betina Treiger Grupenmacher: Ana Paula Iankilevich

EMBARGADO : ACRDO DE FOLHASINTERESSADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAO. INEXISTNCIA DE VCIOS.No se acolhem os embargos de declarao quando o embargante nocomprova a existncia, na deciso embargada, de omisso, contradio ouobscuridade, pretendendo na verdade, a pretexto de vcio no julgado, apenas arediscusso da causa e o prequestionamento numrico de dispositivos legais.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia 2 Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, por unanimidade, negar

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provimento aos embargos de declarao, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficasque ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 26 de agosto de 2013.00003 EMBARGOS DE DECLARAO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002967-15.2013.404.0000/PRRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIEMBARGANTE : PADO S/A INDL/ COML/ E IMP/ADVOGADO : Fellipe Cianca Fortes e outrosEMBARGADO : ACRDO DE FOLHASINTERESSADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAO. OMISSO. REJULGAMENTO DA CAUSA.DISPOSITIVOS LEGAIS. ARGUMENTOS DAS PARTES.1. Deve ser negado provimento aos embargos de declarao que, a pretextode suprir omisso, pretendem, na verdade, o rejulgamento da causa.2. desnecessria a apreciao de todos os argumentos ou a citaoexpressa dos dispositivos legais e constitucionais, pois o juiz no estobrigado a responder todas as alegaes da parte, quando encontrarfundamento suficiente para embasar a sua deciso.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia 2a. Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, por unanimidade, negarprovimento aos embargos de declarao, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficasque ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 26 de agosto de 2013.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

Expediente Nro 060/2013

Secretaria da Segunda Turma

00001 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005362-77.2013.404.0000/SC

RELATORA :Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINOHENDGES

AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

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ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : AUTO POSTO SALETE LTDA/

DECISO

Trate-se de agravo de instrumento interposto pela UNIO em face de deciso queindeferiu o pedido de citao por edital, nos seguintes termos:

Vistos para despacho.A citao por edital se apresenta como medida excepcional:"AGRAVO DE INSTRUMENTO - AO DE EXECUO- CITAO EDITALCIA - NOMEAO DE CURADORESPECIAL - MEDIDA EXCEPCIONAL - EXAURIMENTONA LOCALIZAO NO EVIDENCIADO -IMPERIOSIDADE - NULIDADE RECONHECIDA -RECURSO PROVIDO .A citao por edital, medida de cunho excepcional, s deve serdeferida se comprovado o exaurimento na localizao doendereo do demandado, no bastando a simples afirmaode que se encontra em lugar incerto e no sabido. Assim, noesgotados todos os meios na sua localizao, a citaoeditalcia, com nomeao de curador especial, apresenta-senula." (Agravo de Instrumento n. 2008.074915-1, da Capital.Relator: Des. Fernando Carioni)Portanto, intime-se o exeqente para comprovar todos os meiosutilizados para a localizao da parte executada, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena dearquivamento administrativo.Tai (SC), 16 de julho de 2013.

A agravante requer, em sntese, que se proceda citao por edital da parte r, poisj efetuada tentativa de citao pelo correio e por Oficial de Justia.

o relatrio. Decido.

Sobre a citao nas execues fiscais, assim dispe o artigo 8 da LEF, verbis:

Art. 8 - O executado ser citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dvida com osjuros e multa de mora e encargos indicados na Certido de Dvida Ativa, ou garantir aexecuo, observadas as seguintes normas:I - a citao ser feita pelo correio, com aviso de recepo, se a Fazenda Pblica no arequerer por outra forma;(...)III - se o aviso de recepo no retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta agncia postal, a citao ser feita por Oficial de Justia ou por edital;

No caso concreto, houve uma tentativa de citao da parte executada por via postalque restou negativa, pois o endereo descrito no atendido pelo servio de entrega doscorreios (fl. 51). Nova tentativa de citao ocorreu diretamente por oficial de justia que restouinfrutfera, em virtude de no localizar mais a empresa devedora no endereo descrito nomandado. Certificou o oficial de justia que "segundo informaes l obtidas, a empresafuncionava neste endereo h mais de dois anos, mas foi desativada e seu representante legal,Sr. Jair Valler mudou-se para a cidade de Jaguar do Sul, com endereo desconhecido" (fl.56).Uma terceira tentativa ocorreu novamente por oficial de justia para tentar localizar orepresente legal da empresa executada, que tambm restou infrutfera, uma vez que o mesmo

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mudou-se para Jaguar do Sul em dois possveis endereos descritos no mandado (fl. 67). Umaquarta tentativa de citao foi feita por carta precatria que restou inexitosa, porquanto forainformado ao oficial de justia que o representante legal no reside ali e no se sabe o endereoonde mora. (fl. 81 verso)

Pois bem, a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia firmou-se no sentido deque a citao por edital, na execuo fiscal, somente cabvel quando no exitosas as outrasmodalidades de citao ali previstas: a citao por correio e a citao por Oficial de Justia(REsp 1103050/BA, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 6/4/2009), orientao sintetizadana Smula 414: A citao por edital na execuo fiscal cabvel quando frustradas as demaismodalidades.

Conforme jurisprudncia do STJ, a citao por edital, nas execues fiscais, serdevida se frustrada por intermdio de Oficial de Justia e constatado que o executado encontra-se em local incerto e no sabido.

Nesse sentido, colaciono os seguintes precedentes do STJ:

PROCESSUAL CIVIL. CONTRIBUIES AO FGTS. VALIDADE. SMULA 7/STJ.DISSOLUO IRREGULAR. CITAO POR EDITAL. POSSIBILIDADE. NULIDADE.FINALIDADE CUMPRIDA. COMPARECIMENTO ESPONTNEO. ART. 214, 2, DO CPC.EXECUO FISCAL. REDIRECIONAMENTO DA EXECUO AOS SCIOS DA PESSOAJURDICA. ART. 10 DO DECRETO N. 3.708/19. PODERES DE ADMINISTRAO.DISSOLUO IRREGULAR. POSSIBILIDADE. SMULA 435/STJ. PRECEDENTES. NUSDA PROVA. EXECUTADO.1. As razes trazidas pela agravante no so aptas a infirmar os fundamentos da deciso orarecorrida, visto que, conforme consignado na deciso agravada, a modificao dasconcluses da Corte de origem - citao por edital menciona expressamente o nome daempresa executada, cumprimento do objetivo da citao, e pessoa do representante legaldevidamente citada - para acolher a tese de nulidade da citao por edital demandaria oreexame do acervo ftico-probatrio dos autos, invivel em sede de recurso especial, sobpena de violao da Smula 7 do STJ.2. Os acrdos deixam claro que houve a tentativa de citao pessoal da empresa, a qual foiinviabilizada ante sua irregular dissoluo, o que ensejou sua citao por edital. Oprocedimento foi correto. Conforme jurisprudncia do STJ, a citao por edital, nasexecues fiscais, ser devida se frustrada por intermdio de Oficial de Justia, como naespcie.3. "Embora realizada a citao em nome de quem no est legitimado para responder demanda, se o verdadeiro legitimado comparece espontaneamente para arguir a nulidade, licito que se considere devidamente citado, a partir do seu comparecimento." (REsp602.038/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 2.3.2004, DJ 17.5.2004p. 203).(...)(AgRg no AREsp 8509/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgadoem 27/09/2011, DJe 04/10/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. CITAO POSTALFRUSTRADA. CITAO POR OFICIAL DE JUSTIA E POR EDITAL. POSSIBILIDADE.1. Na Execuo Fiscal, frustrada a citao postal (regra), cabe Fazenda Pblica exeqentedemonstrar que o endereo a que foi dirigida a correspondncia o mesmo que consta docadastro do Fisco (alimentado por informaes fornecidas pelo contribuinte). Talprocedimento assegura que a tentativa de citao se deu no local onde presumivelmentedeveria encontrar-se o executado.2. A verificao da regularidade do procedimento citatrio deve levar em conta as seguintes

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premissas: a) os contribuintes tm o dever de informar ao Fisco o seu domiclio, bem comoeventuais alteraes; b) a citao no processo de Execuo Fiscal, ao contrrio do que se dno processo de conhecimento, no opera efeitos preclusivos quanto ao direito de defesa, jque o prazo dos Embargos do Executado s comea a correr a partir da penhora; e c) nose pode premiar o contribuinte que no age de forma diligente.3 . Contudo, a jurisprudncia pacificou o entendimento de que a citao por edital deve serrealizada somente aps a tentativa de citao por Oficial de Justia. Isso porque o servidorpoder: i) colher na vizinhana informaes sobre o atual paradeiro do executado; ii)certificar que o devedor encontra-se em local incerto e no sabido. Nessa ltima hiptesefica autorizada, desde logo, a citao por edital ou o redirecionamento para o gestor dapessoa jurdica, diante de indcio de dissoluo irregular.4. H interesse jurdico na citao por edital porque, antes das alteraes promovidas pelaLei Complementar 118/2005, a citao era causa de interrupo da prescrio (art. 174,pargrafo nico, III, do CTN) e, aps a edio desse ato normativo, passou a ser requisitopara o requerimento de indisponibilidade de bens do executado (art.185-A do CTN).5. Recurso Especial provido para determinar a citao por Oficial de Justia e, se frustrada,a citao por edital.(REsp 910581/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em19/04/2007, DJe 04/03/2009)

No caso sub judice, observo que o endereo que consta na carta precatria paracitao da empresa executada (fl. 76), no corresponde ao endereo fornecido pelo oficial dejustia na certido de fl. 67.

Sendo assim, no tendo sido demonstrado o exaurimento na localizao doexecutado, mantenho a deciso agravada.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do artigo557, caput, do CPC.

Intimem-se. Oportunamente, origem.

Porto Alegre, 23 de agosto de 2013.00002 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005317-73.2013.404.0000/PRRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : JACOMELI E CARMINATI LTDA/ADVOGADO : Rafael Viva Gonzalez e outrosAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

INTERESSADO :SOBRAL DERIVADOS DE PETROLEO LTDA/ ME eoutro

: GILBERTO SOBRAL

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por Jacomeli e Carminati Ltdaperante o Tribunal de Justia do Estado do Paran, o que demonstra a ocorrncia de errogrosseiro, pois o rgo competente para processar e julgar o recurso este TRF, em virtude dadeciso ter sido proferida por juiz estadual no exerccio de funo delegada (CF, art. 108, II).

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Esta Turma tem entendido que o lapso recursal no se interrompe nem se suspendeante o errneo protocolo em tribunal diverso do competente. Nesse sentido:

"PROCESSO CIVIL. AGRAVO DO ART.545, CPC. INTERPOSIO EM TRIBUNALINCOMPETENTE. INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO INTERNO. PRECEDENTE.DESPROVIMENTO. I - No se exime da intempestividade a circunstncia de o recurso tersido, no prazo, protocolado erroneamente em tribunal incompetente. II - direito da partevencedora, para sua segurana, ter certeza de que, no prazo legal, perante o rgojudicirio competente, foi ou no impugnada a deciso." (STJ, AGA 327262, Quarta Turma,Rel. Min. Slvio de Figueiredo Teixeira, DJU 24/09/2001)

"Agravo de instrumento. Prazo. Estado estrangeiro. Deciso interlocutria. 1. Contra decisointerlocutria de Juiz Federal em processo no qual seja parte Estado estrangeiro cabe ainterposio de agravo de instrumento, que deve ser protocolado diretamente na Secretariado Superior Tribunal de Justia ou postado no correio dentro do prazo legal, a teor dosartigos 539 e 540 combinados com os artigos 524 e 525, todos do Cdigo de Processo Civil.2. O prazo recursal do Estado estrangeiro no interrompido ou suspenso pelaapresentao, no decndio legal, do agravo na Secretaria de Tribunal incompetente paraprocess-lo e julg-lo. 3. O agravo manifestamente intempestivo, j que remetido a estaCorte, competente para apreci-lo, fora do decndio legal. 4. agravo de instrumento noconhecido" (STJ, AG 410661, Terceira Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito,DJU 1/04/2002)

Assim, resta evidente a intempestividade do recurso, j que a parte agravante foiintimada da deciso atacada em 14/03/2013 (fl.156), sendo o agravo recebido neste Tribunalapenas em 16/08/2013 (fl. 187), ou seja, depois de esgotado o decndio legal (artigo 522, caput,do CPC).

Ante o exposto, por manifesta inadmissibilidade, nego seguimento ao agravo deinstrumento, nos termos do artigo 557, caput, do CPC.

Intimem-se. Oportunamente, remetam-se os autos ao juzo de origem.

Porto Alegre, 23 de agosto de 2013.00003 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005406-96.2013.404.0000/RSRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : SRGIO OSTROVSKI ALBARELLOADVOGADO : Michele Mueller e outroAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por Srgio Ostrovski Albarelloperante o Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul, o que demonstra a ocorrncia deerro grosseiro, pois o rgo competente para processar e julgar o recurso este TRF, em virtudeda deciso ter sido proferida por juiz estadual no exerccio de funo delegada (CF, art. 108, II).

Esta Turma tem entendido que o lapso recursal no se interrompe nem se suspendeante o errneo protocolo em tribunal diverso do competente. Nesse sentido:

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"PROCESSO CIVIL. AGRAVO DO ART.545, CPC. INTERPOSIO EM TRIBUNALINCOMPETENTE. INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO INTERNO. PRECEDENTE.DESPROVIMENTO. I - No se exime da intempestividade a circunstncia de o recurso tersido, no prazo, protocolado erroneamente em tribunal incompetente. II - direito da partevencedora, para sua segurana, ter certeza de que, no prazo legal, perante o rgojudicirio competente, foi ou no impugnada a deciso." (STJ, AGA 327262, Quarta Turma,Rel. Min. Slvio de Figueiredo Teixeira, DJU 24/09/2001)

"Agravo de instrumento. Prazo. Estado estrangeiro. Deciso interlocutria. 1. Contra decisointerlocutria de Juiz Federal em processo no qual seja parte Estado estrangeiro cabe ainterposio de agravo de instrumento, que deve ser protocolado diretamente na Secretariado Superior Tribunal de Justia ou postado no correio dentro do prazo legal, a teor dosartigos 539 e 540 combinados com os artigos 524 e 525, todos do Cdigo de Processo Civil.2. O prazo recursal do Estado estrangeiro no interrompido ou suspenso pelaapresentao, no decndio legal, do agravo na Secretaria de Tribunal incompetente paraprocess-lo e julg-lo. 3. O agravo manifestamente intempestivo, j que remetido a estaCorte, competente para apreci-lo, fora do decndio legal. 4. agravo de instrumento noconhecido" (STJ, AG 410661, Terceira Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito,DJU 1/04/2002)

Assim, resta evidente a intempestividade do recurso, j que a parte agravante foiintimada da deciso atacada em 01/07/2013 (fl.67), sendo o agravo recebido neste Tribunalapenas em 21/08/2013 (fl. 75), ou seja, depois de esgotado o decndio legal (artigo 522, caput,do CPC).

Ante o exposto, por manifesta inadmissibilidade, nego seguimento ao agravo deinstrumento, nos termos do artigo 557, caput, do CPC.

Intimem-se. Oportunamente, remetam-se os autos ao juzo de origem.

Porto Alegre, 23 de agosto de 2013.00004 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0003435-76.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : HABG MOVEIS LTDA/ADVOGADO : Cesar Zenker Rillo e outrosAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipao da tutela recursal,interposto por Habg Mveis Ltda. contra deciso do MM. Juiz de Direito Grson Martins daSilva, da Vara Judicial das Comarca de Garibaldi-RS, que, nos autos dos Embargos ExecuoFiscal n 051/1.13.0001661-0/RS, indeferiu o pedido de assistncia judiciria gratuita uma vezque no demonstrada a precariedade financeira da empresa (fls. 23).

Sustenta a parte agravante, em sntese, que a Lei n 1.060, de 1950 autoriza adispensa do pagamento de custas e verbas sucumbenciais a todos aqueles que no dispem decondies financeiras para arcar com as mesmas, com a finalidade de no se obstaculizar odireito constitucional ao acesso ao Poder Judicirio. Alega que a lei no faz qualquer distinoentre pessoas, sendo plenamente possvel a concesso do benefcio da assistncia judiciria

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gratuita s pessoas jurdicas que comprovem efetiva dificuldade financeira.

o relatrio. Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

Predomina atualmente na jurisprudncia o entendimento de que Faz jus aobenefcio da justia gratuita a pessoa jurdica com ou sem fins lucrativos que demonstrar suaimpossibilidade de arcar com os encargos processuais (STJ, Smula n 481, publicada no DJede 01-08-2012).

No caso dos autos, a agravante no demonstrou a impossibilidade de arcar com asdespesas do processo, mas apenas alegou a dificuldade financeira que se encontra com ascpias do balano patrimonial do exerccio de 2012 (fls. 25-26), o que insuficiente paraevidenciar sua condio de necessitada, para os fins da Lei n 1.060, de 1950.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, por estar emmanifesto contraste com a jurisprudncia dominante do STJ, o que fao com base no caput doart. 557 do CPC.

Porto Alegre, 23 de agosto de 2013.00005 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005338-49.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : WALTER GUILHERME FREIER esplioADVOGADO : Valdecir Paniz Pires e outroAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalINTERESSADO : CARLA DELIZE FREIERADVOGADO : Valdecir Paniz Pires e outro

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipao da tutela recursal,interposto pelo Esplio de Walter Guilherme Freier contra deciso da MM. Juza de DireitoJuliana Lima de Azevedo, da 2 Vara Cvel da Comarca de So Borja-RS, que, nos autos daExecuo Fiscal n 030/1.07.0002617-0, indeferiu o benefcio da gratuidade da justia porque aparte executada no cumpriu com o despacho que determinou a demonstrao de ter havidoconcesso do benefcio da gratuidade de justia nos autos do processo de inventrio (fls. 21).

Sustenta a parte agravante, em sntese, que foi concedido o benefcio nos autos doprocesso de inventrio, e que tem direito tambm nos autos do processo de execuo.

o relatrio.

Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

Embora o postulante ao benefcio no seja pessoa fsica nem jurdica, mas esplio,o Superior Tribunal de Justia j fixou orientao no sentido de que tambm o esplio pode terconcedida a gratuidade da justia (REsp 442.145/RS, Quarta Turma, julgado em 05/11/2002, DJ27/06/2005, p. 396). No obstante, entendo que no cabe aplicar a presuno do art. 4 da Lei n1.060, de 1950 (A parte gozar dos benefcios da assistncia judiciria, mediante simples

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afirmao, na prpria petio inicial, de que no est em condies de pagar as custas doprocesso e os honorrios de advogado, sem prejuzo prprio ou de sua famlia), porque oesplio no demanda sustento, e nem mesmo tem famlia a sustentar. Assim, o requerimento degratuidade da justia exige ao menos que seja acompanhado de indcios da impossibilidade dearcar com os custos do processo.

No caso dos autos, tais indcios esto presentes, uma vez que o inventrio arrolaapenas dois bens para a partilha, sendo que ambos esto integralmente comprometidos pelasdvidas do executado (fls. 43-48). Tambm a herdeira e inventariante tem parcos rendimentosmensais (aproximadamente R$ 800,00, cf. fls. 62-65). Enfim, o benefcio foi concedido nosautos do processo de inventrio (cf. indicao no cabealho do ofcio de fls. 42).

Est confirmada, portanto, a impossibilidade de arcar com os custos do processo,condio exigida pela lei para a concesso do benefcio da gratuidade da justia.

Presente a relevncia da fundamentao do recurso, impe-se deferir a antecipaoda tutela recursal.

Ante o exposto, defiro a antecipao da tutela recursal, o que fao com base noinciso III do art. 527 do Cdigo de Processo Civil.

Comunique-se juza da causa.

Intime-se a agravada para contrarrazes.

Porto Alegre, 23 de agosto de 2013.00006 EMBARGOS DE DECLARAO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0003475-58.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIEMBARGANTE : JULIO CESAR DA CUNHA LUZADVOGADO : Julio Cesar Da Silva e outroEMBARGADO : ACRDO DE FOLHASINTERESSADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de embargos de declarao interpostos por Julio Cesar da Cunha Luzcontra deciso que deferiu em parte o pedido de antecipao da tutela recursal ao seu agravo deinstrumento, com base no inciso III do art. 527 do Cdigo de Processo Civil.

Em suas razes recursais, sustenta o embargante que a deciso embargada omissa, pois deixou de analisar o pleito que visa o deferimento de efeito suspensivo. Alega,ainda, que a deciso incorre em contradio, deixando de declarar a aptido dos bensapresentados a garantir a execuo, com a justa imposio de constrio judicial sobre estes e aconseqente determinao da ineficcia da penhora sobre o faturamento, contradizendo assim afundamentao arguida.

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Decido.

Ao contrrio do que alega o embargante, no h nenhuma omisso ou contradiona deciso embargada, a qual concluiu, fundamentadamente, que havendo fundada dvidaquanto idoneidade dos bens garantia integral do juzo, impe-se acatar a recusa da Unio emanter a penhora sobre o faturamento, porm sobre um percentual reduzido 5% dofaturamento bruto mensal, o qual foi fixado por pela 1 Seo deste Tribunal como o maisrazovel, evitando que a execuo se prolongue indefinidamente, bem como conciliando ointeresse do exequente na satisfao de seu crdito com o interesse social na manuteno daatividade produtiva.

Como se v, ao invs de demonstrar omisso ou contradio do acrdo na anlisede questes necessrias ao julgamento da causa, o embargante, na verdade, repete tese jurdica,com a qual impugna a deciso embargada, dizendo que essa tese no foi apreciada pelojulgador.

Certo , porm, que os embargos de declarao somente sero cabveis para atacaromisso, contradio ou obscuridade (Cdigo de Processo Civil, art. 535), no sendo o meioprprio para que se obtenha o rejulgamento da causa, se adapte a deciso ao entendimento doembargante, nem para o acolhimento de pretenses que refletem mero inconformismo (STJ, Edclno AgRg no Resp 1038124/ RJ, 2 Turma, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Dje 02-10-2009).

Considerando, pois, que no houve omisso ou contradio propriamente dita nadeciso embargada, que os embargos de declarao no so o recurso prprio para impugnar ojulgado, so improcedentes os embargos declaratrios.

Ante o exposto, nego provimento aos embargos de declarao.

Porto Alegre, 16 de agosto de 2013.00007 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005233-72.2013.404.0000/PRRELATORA : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRA MNCHAGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

AGRAVADO :PROTUBOS SANEAMENTO E TERRAPLANAGEM LTDA/ME

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto emface de deciso que indeferiu o redirecionamento para a pessoa fsica do scio, afirmando aocorrncia da prescrio intercorrente:

Argumenta a agravante, em sntese, que o redirecionamento s pode ser requeridoaps a cincia da dissoluo irregular da executada. Aduz que entre a cincia do encerramentodas atividades da empresa e o pedido de redirecionamento no transcorreu o lustroprescricional.

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o relatrio. Decido.

incontroverso que o pedido de redirecionamento para o scio (formulado em08/02/2012 - fl. 85) ocorreu aps o prazo de cinco anos da citao da pessoa jurdica (realizadaem 24/05/2005 - fl. 41), o que, em tese, atrairia a aplicao do art. 174 do CTN, que prev aocorrncia da prescrio da ao executiva aps o lapso de cinco anos.

A responsabilidade dos scios, embasada no art. 135, III, do CTN, qualifica-secomo solidria e subsidiria. Em razo da solidariedade, interrompida a prescrio com acitao da pessoa jurdica, d-se por interrompida, tambm, frente aos scios (art. 204, 1, doCdigo Civil e 125, III, do CTN). Em virtude da subsidiariedade, enquanto a execuo estiversendo processada regularmente em face da pessoa jurdica, no se pode cogitar de prescriointercorrente, seja frente empresa, seja frente aos scios. No exigvel nem seria permitido Fazenda Pblica a responsabilizao do scio antes da concluso de que o patrimnio dasociedade ser insuficiente para adimplir a dvida.

Assim, invivel o redirecionamento para os scios antes da cincia da dissoluoirregular da empresa executada. Nesse sentido colaciono o posicionamento do STJ:

TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. REDIRECIONAMENTO. SCIO-GERENTE.PRESCRIO. TEORIA DA "ACTIO NATA". RESPONSABILIDADE DOS SCIOS. MATRIAQUE EXIGE DILAO PROBATRIA. INCIDNCIA DA SMULA 393/STJ. 1. O termoinicial da prescrio o momento da ocorrncia da leso ao direito, consagrado noprincpio universal da actio nata. 2. In casu, no ocorreu a prescrio, porquanto oredirecionamento s se tornou possvel a partir da dissoluo irregular da empresaexecutada. 3. A responsabilidade subsidiria dos scios, em regra, no pode ser discutidaem exceo de pr-executividade, por demandar dilao probatria, conforme decidido noRecurso Especial "repetitivo" 1.104.900/ES, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seo,julgado em 25.3.2009, DJe 1.4.2009, nos termos do art. 543-C, do CPC. 4. Incidncia daSmula 393/STJ: "A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscalrelativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria".Agravo regimental provido.(AGRESP 201000981780, HUMBERTO MARTINS, STJ -SEGUNDA TURMA, 27/10/2010) (grifei)

EXECUO FISCAL - DISSOLUO IRREGULAR DA EMPRESA - MARCO INICIAL DAPRESCRIO - "ACTIO NATA". 1. A jurisprudncia do STJ no sentido de que o termoinicial da prescrio o momento da ocorrncia da leso ao direito, consagrao doprincpio universal da actio nata. 2. In casu, no ocorreu a prescrio, porquanto oredirecionamento s se tornou possvel a partir da dissoluo irregular da empresaexecutada. Agravo regimental improvido.(AGRESP 200802386451, HUMBERTO MARTINS,STJ - SEGUNDA TURMA, 18/09/2009) (grifei)

Tal entendimento vem sendo adotado tambm por esta Corte, conforme sedepreende da leitura dos precedentes abaixo colacionados:

TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADESOLIDRIA E SUBSIDIRIA DO SCIO. PRESCRIO INTERCORRENTE NOCONFIGURADA. LEGITIMIDADE PASSIVA. AUSNCIA DE CAUSA JUSTIFICADORA. 1. Aresponsabilidade do scio administrador pelos dbitos fiscais da empresa qualifica-se comosolidria e subsidiria, velando-se equivocada a citao do scio em nome prprio nomomento da citao do devedor principal. Para tanto, necessrio pedido expresso deredirecionamento, acrescido da demonstrao de causa justificadora da responsabilidade(art. 135, III do CTN). 2. Em razo da solidariedade, quando interrompida a prescrio com

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a citao da pessoa jurdica, d-se por interrompida, tambm, frente aos scios (art. 204, 1, do Cdigo Civil). Em razo da subsidiariedade, enquanto a execuo estiver sendoprocessada regularmente em face da pessoa jurdica, no se pode cogitar de prescriointercorrente, seja frente empresa, seja frente aos scios. 3. Situao em que no restoucaracterizada inrcia por parte do exeqente, desconfigurando-se a hiptese de prescriointercorrente quer em relao devedora principal, quer em relao ao scio. 4. Aresponsabilidade do scio administrador pelos dbitos fiscais da empresa excepcional. Onus da prova, aqui, da Fazenda Pblica. Trata-se de fato constitutivo do direito aodirecionamento, cabendo a quem alega a ocorrncia da infrao lei ou aos estatutos, aprova correspondente, nos termos do art. 333, I, do CPC. 5. A mera desativao da empresasem baixa nos rgos de registro competentes, especialmente no contexto econmicobrasileiro, no indcio de infrao lei, mas de que se frustraram os objetivos sociais e deque no houve recursos para pagamento dos dbitos, inclusive fiscais. 6. Ausente sequerindcio de fraude lei, e comprovado que poca do ajuizamento da execuo a empresadetinha patrimnio, que foi objeto de oportuna penhora, afasta-se a possibilidade dodirecionamento da execuo fundada em dissoluo irregular.(TRF4, AG 200704000316873, 1 T., Rel. Tas Schilling Ferraz, D.E. 27/11/2007).

TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. PRESCRIO INTERCORRENTE. RESPONSABILIDADETRIBUTRIA DO SCIO-GERENTE. DISSOLUO IRREGULAR DA SOCIEDADE. BEM DEFAMLIA. No ocorrendo inrcia da Fazenda Nacional no trmite da execuo fiscal,descabe a prescrio intercorrente. O scio-gerente responsvel tributrio solidrio, art.135, III do CTN, quando comprovada a dissoluo irregular da empresa. Os bens de famlia,nos termos da Lei 8009/90, so impenhorveis, devendo ser excludos da penhora. Apelaoparcialmente provida.(TRF4, AC 200004011272545, 1 T., Rel. Joel Ilan Paciornik, D.E. 04/03/2008).

Na hiptese, no se verifica a desdia da exequente. Pelo contrrio, a situaoftica dos autos evidencia a ocorrncia de circunstncias que impediam o redirecionamentopara o scio desde logo, visto que a empresa permanecia em plena atividade, s sendo possvelfalar-se em redirecionamento aps a cincia da dissoluo irregular.

Aps a citao da executada, a Unio requereu em 10/2005 a penhora dosautomveis da empresa (fl. 42), cujo bloqueio ocorreu em 02/02/2006 (fl. 48/V). Em 07/05/2007foi certificada a impossibilidade de penhora dos mesmos, visto que j alienados a terceiros (fl.61/V). Em 08/08/2007, foi determinado o arresto dos bens (fl. 67/V), que restou infrutfero, em21/12/2007 (fl. 72/V).

Apenas em 25/05/2011 foi noticiada nos autos a dissoluo irregular da executada(fl. 83/V). Assim, no h falar em prescrio intercorrente, porquanto no transcorridos cincoanos entre a cincia da dissoluo irregular (25/05/2011) e o pedido de redirecionamento(08/02/2012). Diga-se que sequer transcorridos cinco anos entre a cincia da impossibilidade depenhora dos bens (07/05/2007) e o pedido de redirecionamento.

Assim, afastada a hiptese de prescrio intercorrente, passo anlise docabimento do redirecionamento.

A jurisprudncia desta Corte firmou-se, em consonncia com o entendimento atualda 1 e da 2 Turmas do Superior Tribunal de Justia, no sentido de que a responsabilizaopessoal do scio-gerente, fulcrada na dico do artigo 135, III, do Cdigo Tributrio Nacional,s tem lugar se comprovado que o scio agiu com excesso de mandato ou infringncia lei ouestatuto. Assim, no h falar em responsabilidade presumida ou objetiva do scio-gerente, nahiptese do no-pagamento do tributo da pessoa jurdica.

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o que se depreende da anlise dos arestos adiante colacionados:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO - EXECUO FISCAL - SOCIEDADE POR QUOTASDE RESPONSABILIDADE LIMITADA - RESPONSABILIDADE DOS SCIOS-GERENTES -SUBJETIVIDADE - CTN, ART 135, III - PRECEDENTES. - Tem-se por caracterizada aresponsabilidade tributria do scio-gerente, administrador, diretor ou equivalente pelasdvidas sociais quando dissolvida irregularmente a sociedade ou comprovada infrao leipraticada pelo dirigente, resultantes de ato ou fato eivado de excesso de poderes ou cominfrao de lei, contrato social ou estatutos. - O simples inadimplemento tributrio noconstitui infrao lei para fins de responsabilizao dos scios-gerentes. - Recurso especialconhecido e provido.(REsp 335404 / SE; 2 Turma, Rel. Min. Francisco Peanha Martins, deciso unnime,publicada no DJ em 20.06.2005)AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUO FISCAL. REDIRECIONAMENTO . ART. 135, INC.III, DO CTN. FUNDAO. AUSNCIA DE PROVA. 1. No possvel o redirecionamento dofeito ao responsvel pela empresa devedora de tributo, a menos que o inadimplementoresulte de atos praticados com excesso de poderes ou infrao lei, aos estatutos ou aocontrato social. Precedentes. 2. Apenas o inadimplemento e a insuficincia de bens noautorizam o redirecionamento da execuo fiscal. 3. No caso dos autos, todavia, no hprova de que o instituidor da fundao compunha o seu rgo diretivo, nem de que houve oencerramento irregular de suas atividades.(TRF 4 Regio, AG n 2005.04.01.053908-4/SC,1 Turma, Rel. Des. Fed. lvaro Eduardo Junqueira, deciso unnime, publicada no DJ em22.03.2006)Assim, o mesmo entendimento que a jurisprudncia tem dado ao art. 135, III, CTN,

deve ser dado ao art. 10 do Decreto 3708/19.No tocante hiptese de dissoluo irregular, Luiz Felipe Silveira Difini expe o

seguinte:Convencionou-se chamar dissoluo irregular o ato pelo qual os scios, em vez de liquidarlegalmente a sociedade, fazendo o respectivo distrato (ou, se contencioso, pela ao prpriade liquidao de sociedades, ainda regulada pelos arts. 655 a 674 do CPC de 1939) eprovidenciando seu registro, simplesmente fecham o estabelecimento e dividem (ou dissipam)o estoque (bens sociais), sem saldar obrigaes pendentes, inclusive fiscais. Sem dvida, ha infrao lei (que dispe sobre a forma de liquidao de sociedades) e ao contrato social(que dispe sobre a forma de liquidao e partilha - Cdigo Civil, art. 1.035), de queparticipam todos os scios que dispem irregular mente sobre o destino dos bens sociais,gerando sua responsabilidade.(Manual de Direito Tributrio - 3 ed. So Paulo, Ed. Saraiva, p. 219.Nesse caso, a justificativa para o redirecionamento de que, ausente processo de

apurao do ativo e de liquidao do passivo, no so criadas as condies necessrias para queas dvidas da empresa sejam saldadas de acordo com as preferncias legalmente estabelecidas,submetidas ao crivo judicial. Assim, h posies doutrinrias que, tendo em conta o dever detodos os scios - administradores ou no - de promover a liquidao regular da empresa,sustentam a possibilidade de cobrana dos tributos inadimplidos no s daqueles que detm opoder de mando na empresa, mas de todos os scios.

Todavia, considerando os termos do art. 135, inc. III, do CTN, no qual hreferncia aos "diretores, gerentes e representantes de pessoas jurdicas de direito privado",embora a causa de responsabilizao seja a dissoluo irregular, entendo que somente aspessoas que se enquadram nessas posies de mando na empresa que podem serresponsabilizadas no mbito tributrio. Ademais, a disposio contida no art. 134, inc. VII, doCTN s se aplica a sociedades de pessoas, no a sociedades comerciais.

Hugo de Brito Machado, a esse respeito, sustenta que somente o administradorpode ser responsabilizado, nos seguintes termos:

Destaque-se desde logo que a simples condio de scio no implica responsabilidadetributria. O que gera a responsabilidade, nos termos do art. 135, inc. III, do CTN, a

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condio de administrador de bens alheios. Por isto a lei fala em diretores, gerentes ourepresentantes. No em scios. Assim, se o scio no diretor, nem gerente, isto , se nopratica atos de administrao da sociedade, responsabilidade no tem pelos dbitostributrios desta. (Curso de Direito Tributrio - 21 ed. So Paulo, Ed. Malheiros, 2002, p.131)Ademais, a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia em passado recente no

acolhia de forma tranqila essa tese, situao que se modificou na atualidade. Como decisoexemplificativa desse entendimento, transcrevo a seguinte ementa:

PROCESSUAL CIVIL - VIOLAO DO ART. 515 DO CPC - INEXISTNCIA - TRIBUTRIO -SCIO-GERENTE - RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA - NATUREZA SUBJETIVA -REDIRECIONAMENTO DA EXECUO FISCAL - PRECEDENTES - DISSOLUOIRREGULAR - RESPONSABILIDADE DO SCIO MINORITRIO: IMPOSSIBILIDADE -PRECEDENTES.(...)3. Em caso de dissoluo irregular da pessoa jurdica, somente as pessoas com poder demando devem ser responsabilizadas. Sendo incontroverso nos autos que a empresa(sociedade por quotas de responsabilidade limitada) foi dissolvida irregularmente e que ascia executada no detinha poderes de gerncia, descabe a sua responsabilizao (art. 10do Decreto 3.708/1919).4. Recurso especial improvido.(REsp 656.860/RS, 2 Turma do STJ, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ 16.08.2007, p.307)Assim, dissolvida irregularmente a sociedade sem remanescerem bens para

garantia dos seus credores, passa a ser nus de seus administradores provar que esses bens noforam desviados, dilapidados ou aplicados no pagamento de credores sem observncia daspreferncias legais. Contudo, para que se possa responsabilizar o scio pela dissoluoirregular, condio essencial que este tenha exercido poderes de gerncia/administrao nasociedade e detenha tais poderes quando da ocorrncia dos indcios da extino irregular, ouseja, o redirecionamento da execuo com base nesse fundamento deve-se dar com relao aosscios-gerentes/administradores contemporneos poca em que se verificaram os sinais deextino irregular da empresa.

Nesse sentido os precedentes do e. STJ, bem como os desta Corte, a saber: STJ,AgRg no AgRg no REsp 776154/RJ, 1 Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 19-10-2006; AgRg noREsp 910383/RS, 2 Turma, rel. Min. Humberto Martins, DJ de 16-06-2008; REsp 1017732 / RS,2 Turma, rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 07-04-2008; TRF4, AI n. 2005.04.01.032343-9/SC, 2Turma, Rel. Des. Federal Antnio Albino Ramos de Oliveira, DJU de 04-10-2006; TRF4, AI n2006.04.00.037195-8/ PR, 2 Turma, Rel. Des. Federal Otvio Roberto Pamplona, DJU de 27-02-2007; AC 2000.04.01.127254-5, Primeira Turma, Relator Joel Ilan Paciornik, D.E. 04-03-2008.

Refira-se, no entanto, a desnecessidade de prova cabal de tal situao, sendosuficiente a existncia de indcios para o redirecionamento da execuo, tais como a ausnciade bens para penhora, abandono do estabelecimento comercial (o que no se confunde com amera mudana de sede da empresa) e cessao dos negcios societrios.

No caso, a certido do oficial de justia, datada de 25/05/2011, demonstra que aexecutada encerrara as suas atividades e no deixara bens, nos seguintes termos (fl. 83/V):

(...) DEIXEI DE PROCEDER PENHORA e AVALIAO em bens de propriedade daempresa executada PROTUBOS SANEAMENTO E TERRAPLANAGEM LTDA, em razo denaquele endereo se encontrar um imvel residencial, onde fui informado pela Sr. Vanildede Lima, que disse ser scia da empresa executada, de que esta era prestadora de serviosde instalao de esgotos e encerrou suas atividades h cerca de cinco anos, no havendobens de sua propriedade passveis de execuo.

Dessa forma, demonstrada a dissoluo irregular, cabvel o redirecionamento para

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o scio Antnio Jos Saraiva de Lima, responsvel pela administrao da empresa (fl. 87).Ante o exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, com base no art. 557,

1-A, do CPC.

Porto Alegre, 22 de agosto de 2013.00008 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005291-75.2013.404.0000/RS

RELATORA :Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINOHENDGES

AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : CLUBE COML/ DE SO BORJAADVOGADO : Eduardo Souza Santos e outro

DECISO

Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interpostoem face da seguinte deciso:

Vistos.Assiste razo ao executado nas alegaes expendidas na petio das fls. 149/154.O artigo 1.911 do CC dispe que a clusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato deliberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade.Alm disso, os bens inalienveis so absolutamente impenhorveis, com fulcro no artigo 649,I, do CPC.Corroborando o exposto:APELAO CVEL. EMBARGOS PENHORA. IMVEL. CLUSULAS DEIMPENHORABILIDADE, INALIENABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE. de serdesconstituda a penhora levada a efeito nos autos da execuo, reIativamente ao imvelmatriculado sob o n 11.540 do Registro de Imveis de Alegrete, porquanto gravado, porsubrogao, com clusula de impenhorabilidade, inalienabilidade e incomunicabilidade. Art.649, I, do CPC. Embora a atual legislao condicione o gravame a justa causa declarada notestamento, tal disposio no se aplica ao caso concreto, por fora do art. 2042, do CdigoCivil. Abertura da sucesso que se deu sob a gide do Cdigo Civil de 1916. Embargos penhora julgados procedentes. APELAO PROVIDA. (Apelao Cvel N 70054528138,Dcima Segunda Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Jos Aquino Flres deCamargo, Julgado em 25/07/2013)Neste passo, diante da existncia de clusula de inalienabilidade, consoante Av. 01-23.352(fl. 119), desconstituo a penhora sobre o imvel matriculado sob o n 23.352 do CRI destaComarca.Cancelem-se as hastas.Intimem-se.D. legais.

Assevera a agravante, em sntese, que a clusula de inalienabilidade no oponvel ao fisco. Afirma que os artigos 184 do CTN e 30 da LEF admitem, expressamente, apenhorabilidade dos bens gravados por nus real ou clusula de inalienabilidade. Requer,assim, a manuteno da penhora sobre o imvel e a sua conseqente alienao judicial.

o relatrio. Decido.

Tenho que assiste razo agravante.

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Em que pese o artigo 619, I do CPC preveja a impenhorabilidade dos bensinalienveis, os artigos 184 do CTN e 30 da LEF so expressos ao dispor que tais bensrespondem pelas dvidas com a Fazenda Pblica, in verbis:

Art. 184. Sem prejuzo dos privilgios especiais sobre determinados bens, que sejam previstosem lei, responde pelo pagamento do crdito tributrio a totalidade dos bens e das rendas, dequalquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu esplio ou sua massa falida, inclusiveos gravados por nus real ou clusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qualfor a data da constituio do nus ou da clusula, excetuados unicamente os bens e rendasque a lei declare absolutamente impenhorveis.

Art. 30 - Sem prejuzo dos privilgios especiais sobre determinados bens, que sejam previstosem lei, responde pelo pagamento da Divida Ativa da Fazenda Pblica a totalidade dos bense das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu esplio ou sua massa,inclusive os gravados por nus real ou clusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade,seja qual for a data da constituio do nus ou da clusula, excetuados unicamente os bense rendas que a lei declara absolutamente impenhorveis.

Diante da prevalncia da norma especial sobre a geral, tenho que aplicveis osdispositivos da LEF e do CTN. Dessa forma, as clusulas de inalienabilidade ajustadas entreparticulares no so oponveis ao Fisco, contra quem s podem ser apresentadas as situaes deimpenhorabilidade decorrentes da lei.

Nesse sentido a jurisprudncia desta Corte:

EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUO FISCAL. CONTRATO DE LOCAO.IMPROCEDNCIA DO PEDIDO. 1. De acordo com o art. 184 do CTN, responde pelopagamento do crdito tributrio a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ounatureza, do sujeito passivo, seu esplio ou sua massa falida, inclusive os gravados por nusreal ou clusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data daconstituio do nus ou da clusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a leideclare absolutamente impenhorveis. 2. Eventuais pactos realizados entre o devedor eterceiros so inoponveis ao Fisco. (TRF4, APELAO CVEL N 5010581-70.2011.404.7108, 1a. Turma, Juiz Federal SEBASTIO OG MUNIZ, POR UNANIMIDADE,JUNTADO AOS AUTOS EM 02/10/2012)

AGRAVO LEGAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE.ASSISTNCIA JUDICIRIA GRATUITA. INDEFERIMENTO. ENTIDADE DESPORTIVA COMFINS LUCRATIVOS. AUSNCIA DE COMPROVAO SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DEARCAR COM AS CUSTAS PROCESSUAIS. PRESCRIO NO RECONHECIDA. CLUSULADE INALIENABILIDADE/IMPENHORABILIDADE DO BEM IMVEL NO OPONVEL AOFISCO. 1.Tratando de pessoa jurdica com fins lucrativos, a orientao jurisprudencial destaCorte, no sentido de que se condiciona o deferimento do benefcio, comprovao de quea entidade requerente esteja impossibilitada de arcar com os encargos processuais, semcomprometer a sua existncia. 2 .A jurisprudncia deste Tribunal pacfica ao dizer que: Aclusula de inalienabilidade e impenhorabilidade constante da matrcula do imvelpenhorado no oponvel ao Fisco, contra quem s podem ser apresentadas as situaes deimpenhorabilidade decorrentes da lei.( AG 200604000306644- AG - AGRAVO DEINSTRUMENTO - Relator: VILSON DARS - TRF4 - PRIMEIRA TURMA - D.E. 04/12/2006)(TRF4, AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0001558-09.2010.404.0000,2 Turma, Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA, POR UNANIMIDADE, D.E. 08/04/2010)

TRIBUTRIO. PROCESSO CIVIL. EXECUO FISCAL. BEM GRAVADO COM CLSULA DEINALIENABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE. NUS NO OPONVEL AO CRDITO

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 22 / 656

TRIBUTRIO. EDITAL. DESNECESSIDADE DE MENO S CLUSULAS. 1. Tanto oCdigo Tributrio Nacional quanto a Lei de Execues Fiscais excluem da possibilidade depenhora to-somente aqueles bens declarados por lei como absolutamente impenhorveis.Ora, no se pode ampliar o conceito de bens absolutamente impenhorveis para incluiraqueles gravados com clusula de inalienabilidade e incomunicabilidade, pois tal ilao iriafrontalmente de encontro com o preceituado nos art. 184 do CTN e 30 da LEF. 2. Quanto alegao de que o edital estaria viciado, igualmente no merece prosperar, pois que, em nosendo as clusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade oponveis ao Fisco, no sepercebe a utilidade/convenincia de sua meno no edital. 3. Agravo de instrumentoimprovido. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2007.04.00.021942-9, 1 Turma, Des.Federal CLUDIA CRISTINA CRISTOFANI, POR UNANIMIDADE, D.E. 26/09/2007)

Assim, merece ser acolhido o pleito da Unio para que seja mantida a penhorasobre o imvel.

Ante o exposto, defiro o pedido de efeito suspensivo.

Intimem-se. agravada para, querendo, apresentar contrarrazes.

Porto Alegre, 21 de agosto de 2013.00009 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0003430-54.2013.404.0000/PRRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : LNEA PARAN MADEIRAS LTDA/ADVOGADO : Ronaldo Rayes e outrosAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipao da tutela recursal,interposto por Lnea Paran Madeiras Ltda. contra deciso da MM. Juza de Direito ErikaWatanabe, da Comarca de Sengs-PR, que, nos autos dos Embargos Execuo Fiscal n 1005-87.2013.8.16.0161, recebeu os embargos sem a atribuio de efeito suspensivo, diante daausncia do preenchimento dos requisitos do art. 739-A, pargrafo 1, do CPC (fls. 78).

Sustenta a parte agravante, em sntese, que Cdigo de Processo Civil aplica-seapenas subsidiariamente s execues fiscais, uma vez que essas so regidas primordialmentepela Lei n 6.830, de 1980, que se trata de lei especial. Alega que, mesmo se aplicando o art.739-A do CPC, todos os requisitos esto preenchidos, impondo-se a suspenso da execuofiscal.

o relatrio. Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

A 1 Seo do Superior Tribunal de Justia, em julgamento proferido sob o rito doart. 543-C do CPC, uniformizou o entendimento de que o art. 739-A do CPC aplica-se sexecues fiscais, devendo o efeito suspensivo aos embargos execuo ser condicionado aocumprimento de trs requisitos: apresentao de garantia; verificao pelo juiz da relevnciada fundamentao (fumus boni juris) e perigo de dano irreparvel ou de difcil reparao(periculum in mora) (cf. REsp 1272827/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, PrimeiraSeo, julgado em 22/05/2013, DJe 31/05/2013).

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 23 / 656

No caso sub judice, h penhora em valor suficiente para garantir integralmente aexecuo fiscal - execuo de R$ 765.346,78 (fls. 59) e penhora de R$ 17.000.000,00 (fls. 55) -e tambm se verifica o risco de leso grave e de difcil reparao, uma vez que oprosseguimento da execuo implicar alienao forada dos bens penhorados, dos quaismuitas vezes depende a atividade empresarial da sociedade executada e cuja privao da possepode vir a causar leses dificilmente reparveis por meio da simples sub-rogao no preo davenda, medida que seria cabvel ao final, se eventualmente acolhidos os embargos (art. 694, 2,do CPC).

Enfim, vislumbra-se relevncia nos fundamentos dos embargos, visto que neles apresentada matria relativa inexistncia de pressupostos da tutela executiva (art. 745, I, doCPC), consistente na impugnao de parcelas da dvida e da prpria liquidez do ttulo, alm dealegaes atinentes invalidade dos atos da execuo (art. 745, II, do CPC), no sentido de que asociedade devedora est em recuperao judicial, que no se mostram prima facieimprocedentes nem em desacordo com a jurisprudncia predominante deste ou de tribunalsuperior.

Assim, impe-se a atribuio de efeito suspensivo aos embargos, porquepreenchidos todos os requisitos do art. 739-A do CPC.

Ante o exposto, defiro o pedido de antecipao da tutela recursal.

Intime-se a agravada para responder.

Porto Alegre, 22 de agosto de 2013.00010 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0003432-24.2013.404.0000/RSRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : DISTRIBUIDORA CALZA LTDA/ADVOGADO : Gregory Knuth Ribeiro e outrosAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento de deciso que indeferiu a suspenso doexecutivo fiscal, requerida em face da executada encontrar-se em recuperao judicial (fls. 36-38).

Alega a parte agravante, em suma, que se por um lado os bens indispensveis aocumprimento do plano de recuperao no so passveis de constrio para atender osinteresses do fisco, por outro, nos termos do art. 40 da LEF, a ausncia de bens sobre os quaispossa recair a penhora causa da suspenso da execuo fiscal. Nesse contexto, a recorrentepostula a suspenso do executivo fiscal at deciso definitiva nos autos da recuperao judicial.

o relatrio. Decido.

Assim dispe a Lei n 11.101/05 sobre a recuperao judicial das empresas:

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 24 / 656

'Art. 6 A decretao da falncia ou o deferimento do processamento da recuperao judicialsuspende o curso da prescrio e de todas as aes e execues em face do devedor,inclusive aquelas dos credores particulares do scio solidrio.(...) 7o As execues de natureza fiscal no so suspensas pelo deferimento da recuperaojudicial, ressalvada a concesso de parcelamento nos termos do Cdigo Tributrio Nacionale da legislao ordinria especfica. (grifei)(...)'

No STJ, a 2 Seo posicionou-se no sentido de que, em linha de princpio, nodevem ser realizados atos expropriatrios que possam prejudicar a tentativa de recuperao daempresa:

'(...) COMPETNCIA DO JUZO FALIMENTAR PARA TODOS OS ATOS QUE IMPLIQUEMRESTRIO PATRIMONIAL.(...)2. Embora a execuo fiscal, em si, no se suspenda, so vedados atos judiciais que reduzamo patrimnio da empresa em recuperao judicial, enquanto for mantida essa condio. Issoporque a interpretao literal do art. 6, 7, da Lei 11.101/05 inibiria o cumprimento doplano de recuperao judicial previamente aprovado e homologado, tendo em vista oprosseguimento dos atos de constrio do patrimnio da empresa em dificuldadesfinanceiras. Precedentes. (grifei)(...)(CC 116213/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEO, julgado em28/09/2011, DJe 05/10/2011)'

O eminente Ministro Ari Pargendler, por ocasio do julgamento do AgRg no CC n.81.922-RJN deixou consignado que 'processado o pedido de recuperao judicial, suspendem-se automaticamente os atos de alienao na execuo fiscal, e s estes, dependendo oprosseguimento do processo de uma das seguintes circunstncias: a inrcia da devedora jcomo beneficiria do regime de recuperao judicial em requerer o parcelamentoadministrativo do dbito fiscal ou o indeferimento do respectivo pedido'. (grifo nosso)

No mesmo sentido de que a execuo fiscal no se suspende, cito precedentes da1 e 2 Turma deste Regional:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMPRESA EM RECUPERAO JUDICIAL. EXECUOFISCAL. ATOS DE ALIENAO.1. Embora a execuo fiscal, em si, no se suspenda, so vedados atos judiciais que reduzamo patrimnio da empresa em recuperao judicial, enquanto for mantida essa condio.2. O eminente Ministro Ari Pargendler, por ocasio do julgamento do AgRg no CC n. 81.922-RJN deixou consignado que "processado o pedido de recuperao judicial, suspendem-seautomaticamente os atos de alienao na execuo fiscal".3. Agravo de instrumento parcialmente provido.(AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5007824-19.2013.404.0000/PR, 2 Turma, RELATOR :OTVIO ROBERTO PAMPLONA, julg. 02/07/2013)

EXECUO FISCAL. PROSSEGUIMENTO. BACENJUD. DEFERIMENTO AUTOMTICO.IMPOSSIBILIDADE. RECUPERAO JUDICIAL. 1. a possibilidade de prosseguimento dofeito executivo, bem como a preferncia do crdito tributrio no ensejam, automaticamente,o deferimento do bloqueio de ativos financeiros mediante consulta ao BACEN-JUD. 2.Embora no suspensa a execuo fiscal no se autoriza a execuo de atos judiciais quereduzam o patrimnio da empresa em recuperao judicial, enquanto for mantida essacondio. Interpretao literal do art. 6, 7, da Lei 11.101/05.

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(TRF4 5013657-52.2012.404.0000, Primeira Turma, Relator p/ Acrdo Joel Ilan Paciornik,D.E. 06/11/2012)

Logo, de ser mantida a deciso recorrida, pois em consonncia com oentendimento jurisprudencial desta Corte e do STJ.

Ante o exposto, por manifesta improcedncia, nego seguimento ao agravo deinstrumento, nos termos do art. 557, caput, do CPC.

Intimem-se. Oportunamente, d-se baixa.

Porto Alegre, 21 de agosto de 2013.00011 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005235-42.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : OBJETIVA INFORMATICA LTDA/ MEADVOGADO : Ido SchwingelAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipao da tutela recursal,interposto por Objetiva Informtica Ltda. ME. contra deciso da MM. Juza de Direito KatiusciaKuntz Brust, da Comarca de Panambi-RS, que, nos autos da Execuo Fiscal n060/1.12.0002531-57, indeferiu pedido de suspenso do processo, a pretexto de que apropositura de qualquer ao relativa ao dbito constante do ttulo executivo no inibe ocredor de promover-lhe a execuo (fls. 87).

Sustenta a parte agravante, em sntese, que discute a exigibilidade dos crditostributrios por meio de mandado de segurana que aguarda o julgamento de recurso especial, demodo que h prejudicialidade externa a impor a suspenso da execuo fiscal.

o relatrio.

Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

Pelo que se v dos autos, a parte agravante havia impetrado mandado de seguranapara discutir o ato administrativo que lhe excluiu de programa de parcelamento. A pretexto de omandado de segurana aguardar julgamento de recurso especial, postula a suspenso daexecuo fiscal de origem, a qual, conforme alega, diz respeito aos crditos que estavamincludos naquele mesmo programa de parcelamento.

Ocorre que no h causa legal para a suspenso do processo de execuo, pois noh notcia de que tenha sido suspensa a exigibilidade do crdito tributrio e nem de que tenhamsido opostos embargos execuo com atribuio de efeito suspensivo. Ademais, se por umlado a causa de suspenso processual prevista no art. 265, IV, "a", do CPC no se aplica aoprocesso de execuo, tendo em vista no estar arrolada no art. 791 do mesmo diplomanormativo, por outro lado a propositura de qualquer ao relativa ao dbito constante do ttuloexecutivo no inibe o credor de promover-lhe a execuo (CPC, art. 585, 1).

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Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, por manifestamenteimprocedente, o que fao com base no caput do art. 557 do Cdigo de Processo Civil.

Porto Alegre, 19 de agosto de 2013.00012 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005222-43.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : JOSE CARLOS SECCO e outros

: LUCIO STAPASOLLA: MARCO ANTONIO DAROS DOS SANTOS

ADVOGADO : Paulo Ricardo Pinos da Silva e outroAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalINTERESSADO : OPCAO MATERIAIS PARA CONSTRUCAO LTDA/ ME

DECISO

O presente agravo de instrumento manifestamente intempestivo, visto que aintimao da deciso agravada ocorreu em 29-07-2013 (fl. 106), porm o recurso somenteaportou neste Tribunal em 12-08-2013 (fl. 118), aps o prazo de dez dias para a suainterposio (CPC, art. 522), sendo certo que a tempestividade do recurso deve ser aferida peladata do protocolo no Tribunal competente, nada importando ter sido o recurso protocolado,dentro do prazo legal, perante Tribunal incompetente (STJ, AgRg no Ag 1159366/SC, Rel. Min.Hamilton Carvalhido, 1 Turma, DJe 14/05/2010), no caso, o Tribunal de Justia do Estado doRio Grande do Sul.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no caput doartigo 557 do Cdigo de Processo Civil, por manifestamente intempestivo.

Aps o decurso de prazo para recurso, remetam-se os autos ao juiz da causa paraarquivamento.

Porto Alegre, 15 de agosto de 2013.00013 EMBARGOS DE DECLARAO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002180-83.2013.404.0000/RSRELATORA : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRA MNCHEMBARGANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalEMBARGADO : ACRDO DE FOLHASINTERESSADO : JOO CARLOS JAEGERADVOGADO : Luis Antonio Licks Missel Machado e outrosINTERESSADO : CHAPLIN CALADOS LTDA/ massa falida

DECISO

Trata-se de embargos de declarao opostos por Joo Carlos Jaeger, contra decisoexarada nos seguintes termos:

Trata-se de agravo de instrumento, de deciso que julgou procedente a exceo de pr-executividade, para extinguir o processo em relao ao scio Joo Carlos Jaeger, pois o

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 27 / 656

redirecionamento do feito ocorreu aps o lapso temporal de cinco anos da citao daempresa. No houve condenao em honorrios advocatcios.

Sustenta a parte agravante ser cabvel a condenao em honorrios advocatcios quando adefesa em execuo fiscal for veiculada atravs de exceo de pr-executividade e essa foracolhida.

o relatrio. Decido.

Assiste razo ao recorrente.

No tocante verba honorria, quando a defesa, em sede de execuo fiscal, for veiculadaatravs de exceo de pr-executividade e essa for acolhida, cabvel a condenao daparte exequente em honorrios advocatcios. Isso porque o devedor-excipiente teve o nus deconstituir advogado. Nesse sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. exceo DE pr-executividade . honorrios ADVOCATCIOS.cabimento. CONSTITUIO DE ADVOGADO. CONTRADITRIO.- cabvel a fixao de honorrios advocatcios em exceo de pr-executividade acolhida,extinguindo parcialmente o processo, porquanto a parte excipiente constituiu advogado parasua defesa em juzo, com a devida formao de contraditrio diante da exceoapresentada."(TRF4, AG 2004.04.01.038766-8/RS, Primeira Turma, Rel. Des. Federal lvaro EduardoJunqueira, DJU de 09/02/2005)TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. exceo DE pr-executividade . EXCLUSO DO SCIO PASSIVO.- A exceo de pr-executividade consagrou-se na doutrina e na jurisprudncia como umaespcie excepcional de defesa no processo de execuo - inclusive na execuo fiscal -, mascom abrangncia temtica restrita. Assim, embora sem previso legal, a exceo tem sidoadmitida quando se estiver diante de vcio afervel de plano, que torne nulo o ttulo executivoou a prpria execuo, sendo dispensvel, nesse caso, a garantia do juzo por meio depenhora dos bens da executada. A exceo, portanto, no o veculo adequado para discutirmatrias que envolvam dilao probatria.- Quando a defesa, em sede de execuo fiscal, for veiculada atravs de exceo de pr-executividade e essa for acolhida, cabvel a condenao da parte exeqente em honorriosadvocatcios.Isso porque o devedor-excipiente teve o nus de constituir advogado. Como, no caso emapreo, a exceo foi acolhida, excluindo-se o agravado Johni Koch do plo passivo dademanda, correta a condenao do exeqente em honorrios advocatcios.- Agravo de instrumento improvido. Agravo regimental prejudicado."(TRF4, AG 2004.04.01.031210-3/SC, Primeira Turma, Rel. Des. Federal lvaro EduardoJunqueira, DJU de 20/10/2004)

exceo DE pr-executividade . honorrios ADVOCATCIOS.1. Mesmo quando a defesa em sede de execuo fiscal d-se por meio de exceo de pr-executividade , so devidos honorrios advocatcios.(...)"(TRF4, AG 2000.04.01.142693-7/RS, Segunda Turma, Rel. Des. Federal Vilson Dars, DJUde 18/07/2001)

Esse entendimento, ademais, est de acordo com entendimento do Superior Tribunal deJustia:

Agravo regimental. Recurso especial no admitido. Exceo de pr-executividade.honorrios.

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1. Havendo contraditrio na exceo de pr-executividade, deve incidir a verba honorria seconfigurada a sucumbncia, hiptese destes autos, pois acolhida parcialmente a exceopara considerar prescrita a cdula de crdito industrial e determinar o prosseguimento daexecuo no tocante cdula de crdito rural.2. Agravo regimental desprovido."(STJ, AGA 482503/PB, Terceira Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJU de30/06/2003)

Em relao ao quantum a ser fixado, esta Corte vem adotando como parmetro para oarbitramento de honorrios advocatcios o percentual de 5% sobre o valor da causa ou dacondenao, salvo as hipteses em que este se revele excessivo ou irrisrio, atualizado peloIPCA-E.O valor da causa de R$ 27.900,93 em maio de 2013 (fl.52).Dessa forma, entendo que os honorrios devem ser fixados em 5% sobre o valor da causa,no acarretando aviltamento dignidade profissional do advogado, atualizados pelosndices de remunerao bsica e juros das cadernetas de poupana, conforme o art. 1-F daLei n 9.494, de 1997, com a redao da Lei n 11.960, de 2009, aplicado aqui por simetria.

Ante o exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 557, 1-A, doCPC.

Intimem-se. Oportunamente, origem.

A parte embargante aponta a existncia de erro material na deciso. Refere que ovalor da causa considerado na deciso embargada (R$ 27.900,93 em maio de 2013 - fl.52), nocorresponde ao valor correto, sustentando que o valor da causa corresponde ao montante de R$46.752,92, conforme demonstra o documento de fl.13.

o relatrio. Decido.

A natureza reparadora dos embargos de declarao s permite a sua oposiocontra sentena ou acrdo acoimado de obscuridade ou contradio, bem como nos casos deomisso do Juiz ou Tribunal, conforme prescrito no art. 535 do Cdigo de Processo Civil.

Nesses termos, observa-se que a embargante pretende, em verdade, a rediscussodos fundamentos do julgado, sendo este, em primeira anlise, remdio processual inadequadopara tanto.

Assim j decidiu o STJ:

A natureza reparadora dos embargos de declarao s permite a sua oposiocontra sentena ou acrdo acoimado de obscuridade ou contradio, bem como nos casos deomisso do Juiz ou Tribunal, conforme prescrito no art. 535 do Cdigo de Processo Civil.

Nesses termos, observa-se que a embargante pretende, em verdade, a rediscussodos fundamentos do julgado, sendo este, em primeira anlise, remdio processual inadequadopara tanto.

Assim j decidiu o STJ:PROCESSUAL CIVIL. DOIS EMBARGOS DE DECLARAO. PRETENSO DEREDISCUSSO DA MATRIA. IMPOSSIBILIDADE. NO CONFIGURAO DE OMISSO,CONTRADIO OU OBSCURIDADE APONTADA NAS RAZES APRESENTADAS PELAFAZENDA NACIONAL. ACOLHIMENTO INTEGRAL DO PEDIDO SUBSIDIRIO.

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PROCEDNCIA DA AO. SUCUMBNCIA DA PARTE R. LEVANTAMENTO PELAAUTORA DO DEPSITO PREVISTO NO ART. 488, II, DO CPC.1. Prev o art. 535 do CPC a possibilidade de manejo dos embargos de declarao paraapontar omisso, contradio ou obscuridade na sentena ou acrdo. No h, no presentearrazoado apresentado pela Fazenda Nacional, qualquer indicao de omisso, contradioou obscuridade capaz de subsidiar a oposio dos aclaratrios.2. Incabveis os aclaratrios para que se adque a deciso ao entendimento do embargante,nem para o acolhimento de pretenses que refletem mero inconformismo, e menos ainda pararediscusso de matria j resolvida.(grifei)(...)(EDcl na AR 3.031/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEO,julgado em 26/05/2010, DJe 08/06/2010)

No caso, assiste razo em parte embargante.

O valor indicado na deciso embargada (R$ 27.900,93) no corresponde ao valoratualizado naquela data, mas sim ao valor original da execuo. Assim, mantenho oentendimento de que os honorrios advocatcios devem ser fixados em 5% sobre o valor dacausa (R$ 27.900,93), porm atualizados na forma da deciso embargada.

O valor referido pela embargante (R$ 46.752,92 - fl.13) corresponde ao valor dadvida e no ao valor da causa.

Ante o exposto, acolho em parte os embargos de declarao para sanar o erromaterial apontado.

Porto Alegre, 07 de agosto de 2013.00014 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0004923-66.2013.404.0000/SCRELATORA : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRA MNCHAGRAVANTE : FLAVIO BRANDALISE

: SAUL BRANDALISE JUNIORADVOGADO : Jos Ademir Lira e outroAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalINTERESSADO : PAPEETE ADMINISTRADORA LTDA/

: IVAN ORESTE BONATO

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, de decisoque rejeitou as excees de pr-executividade apresentadas por Flvio Brandalise, Ivan OresteBonato e Saul Brandalise Jnior e determinou o regular prosseguimento do presente feito.

Alega a parte agravante, em suma, a ocorrncia da prescrio dos crditostributrios, pois entre a data de excluso da executada do parcelamento (23/08/2005) e a data dodespacho que deferiu o redirecionamento (30/09/2010) transcorreu o lapso temporal de cincoanos. Sustenta, tambm, a impossibilidade do redirecionamento do feito, pois no restoudemonstrado o excesso de poderes do administrador, nem, tampouco, teve assegurada ampladefesa em procedimento especfico destinado a tal finalidade, acrescentando que o meroinadimplemento do dbito no suficiente para dar ensejo sua responsabilizao.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 30 / 656

Aduz a sua ilegitimidade passiva, pois as CDAs executadas apresentam comodevedora unicamente a empresa Papete Administradora Ltda.

o relatrio. Decido.

Prescrio Material

No caso, tendo em vista que a execuo fiscal foi ajuizada em 26/06/2006 (fl.26),aplicvel o art. 174, I, do CTN, em sua redao atual, dada pela LC n 118/05, de forma que omarco interruptivo da prescrio o despacho ordinatrio da citao, proferido em julho de2006 (conforme consulta ao "site" do Tribunal de Justia do Estado de Santa Catarina).

Os crditos das CDAs ns 91205004473-81, 91205004474-62, 91605009618-82,91605009621-88, 91605009622-69 e 91705002591-23 foram constitudos mediante notificaopessoal em 31/08/2000, no havendo prova nos autos da interposio de recurso na viaadministrativa (fls.26/65).

No caso, a executada no juntou aos autos a data de entrega de declarao paradeterminar a data de constituio dos dbitos referentes s CDAs n s 91205004483-53,91605009643-93 e 91705002602-10, com vencimentos em 07/1997 a 10/1997, 06/1998 e04/1999. Entretanto, h a informao nos autos de que a empresa executada aderiu aoparcelamento (REFIS) em 13/03/2000, com sua excluso em 23/08/2005 (fls.138, 140/141).

Assim, ocorreu a interrupo do prazo prescricional quando a empresa executadaaderiu ao parcelamento do dbito, tendo sido excluda em 23/08/2005.

Nos termos do art. 174, nico, inciso IV, do CTN, a adeso a programa deparcelamento causa de interrupo do lapso prescricional, o qual recomea a fluir por inteiro,com a excluso do programa, nos termos da Smula 248 do TFR ("O prazo de prescriointerrompido pela confisso e parcelamento da dvida fiscal recomea a fluir no dia em que odevedor deixa de cumprir o acordo celebrado").

Nessa linha, precedentes deste Tribunal:

EMBARGOS EXECUO FISCAL. PARCELAMENTO. INTERRUPO. PRESCRIO.Nos tributos lanados por homologao, a declarao do contribuinte elide a necessidade daconstituio formal do dbito pelo Fisco, e, em caso de no pagamento no prazo, poder serimediatamente inscrito em dvida ativa, sendo exigvel independentemente de qualquerprocedimento administrativo ou de notificao ao contribuinte.Nesses casos, no h falar em prazo decadencial, incidindo a partir da entrega dadeclarao de rendimentos o prazo prescricional de cinco anos para execuo do crditotributrio, delineado no artigo 174 do Cdigo Tributrio Nacional.O parcelamento do crdito tributrio configura hiptese de interrupo do prazoprescricional, que recomea a correr por inteiro da data em que h a sua resciso. Ocorridaa citao dentro do novo lapso prescricional, no se verifica a prescrio. (grifei)(AC n 2004.71.08.001362-2/RS, Relator Des. Federal Vilson Dars, DJU de 28.02.2007)

EXECUO FISCAL. EMBARGOS. DECLARAO DE RENDIMENTOS. PRESCRIO.PARCELAMENTO.1. Nos casos em que o contribuinte comunica a existncia de obrigao tributria, como naDCTF e na GFIP, o crdito fiscal exigvel a partir da data do vencimento, podendo ser

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inscrito em dvida ativa e cobrado em execuo, independentemente de qualquerprocedimento administrativo.2. Considerando-se constitudo o crdito tributrio a partir do momento da declaraorealizada (ou da data da vencimento, quando posterior), no h mais falar em prazodecadencial, incidindo a prescrio nos termos em que delineada no artigo 174, do CTN.3. Opedido de parcelamento interrompe o prazo prescricional, que recomea a correr por inteiroda data em que h a sua resciso.4. Decorridos menos de cinco anos entre a resciso do parcelamento e a citao daDevedora, no h falar em prescrio.(AC n 2004.72.02.000429-1/SC, Relator Juiz Federal MARCOS ROBERTO ARAJO DOSSANTOS, DJU de 2/8/2006).

Como se v, no houve o decurso de mais de cinco anos entre a excluso da parteexecutada do parcelamento (23/08/2005) e o despacho ordinatrio da citao (julho de 2006),razo pela qual no h falar em prescrio material.

Prescrio intercorrente

Sedimentou-se nesta Corte o entendimento de que somente cabvel a suadecretao quando o credor na ao executiva permanecer inerte ao longo do quinqunio legal,deixando de promover a execuo. Considera-se interrompida a prescrio, aps o ajuizamentoda ao, a cada impulso til praticado pela demandante com vistas efetiva soluo doprocesso.

Nesse sentido, julgado desta 2 Turma:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. DISSOLUOIRREGULAR. REDIRECIONAMENTO DO FEITO. PRESCRIO INTERCORRENTE.INRCIA. INOCORRNCIA.1. Havendo indcios de que a empresa foi dissolvida de forma irregular, sem a observnciadas formalidades legais e sem deixar bens passveis de penhora, possvel o redirecionamentocontra o scio responsvel pela suposta dissoluo irregular.2. pacfico na jurisprudncia o entendimento no sentido de que a interrupo daprescrio pela citao da pessoa jurdica projeta seus efeitos em relao aos co-responsveis, nos termos do art. 125, III, c/c art. 135, III, ambos do CTN.3. O reconhecimento da prescrio intercorrente, todavia, depende da demonstraoinequvoca da inrcia do exequente, a qual no se verificou na hiptese. (TRF4, AG0002540-86.2011.404.0000, Segunda Turma, Relator Otvio Roberto Pamplona, D.E.04/05/2011)

Relativamente ao prazo para o reconhecimento da prescrio em relao aosscios gerentes ou administradores, entendo que a anlise deve ser feita casuisticamente, nosendo suficiente que tenha transcorrido o lapso temporal de cinco anos entre a data da citaoda empresa executada e a data da citao dos corresponsveis, sendo de rigor que se comproveque a exeqente deixou de dar impulso til ao feito.

Tambm nesse sentido precedente desta 2 Turma:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. DISSOLUOIRREGULAR. PEDIDO DE REDIRECIONAMENTO DO FEITO AOS SCIOS MAIS DECINCO ANOS APS A CITAO DA EMPRESA. PRESCRIO INTERCORRENTE.OCORRNCIA.1. Sobre o tema relativo ao redirecionamento do executivo fiscal contra os scios, oentendimento desta Turma, assim como o da 1 Turma deste Regional, de que o

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redirecionamento do executivo s pode ocorrer depois de esgotados os meios de obteno debens contra a pessoa jurdica, sendo a responsabilidade do scio solidria, pormsubsidiria. Assim, para se caracterizar a prescrio no basta o transcurso do prazo decinco anos entre a data da citao da pessoa jurdica e a do scio, mas tambm a inrcia docredor nesse perodo.2. Em se tratando de redirecionamento no caso de dissoluo irregular, o termo inicial daprescrio o momento da ocorrncia da leso ao direito, consagrado no princpiouniversal da actio nata, ou seja, a partir da dissoluo irregular. Precedentes do STJ.3. In casu, no ocorreu a prescrio, porquanto o redirecionamento s se tornou possvel apartir da dissoluo irregular da empresa executada, no tendo a parte demonstrado quedesse fato at o redirecionamento transcorreram cinco anos, nem tampouco demonstrouinrcia por parte do credor.4. Agravo de instrumento improvido. (TRF4, AG 0000533-24.2011.404.0000, SegundaTurma, Relator Otvio Roberto Pamplona, D.E. 04/05/2011)

O fundamento jurdico dessa interpretao jurisprudencial assenta-se no fato deque a prescrio visa no s garantir a segurana jurdica, mas tambm punir o credor quepermanece inerte e no busca satisfazer o seu crdito em tempo hbil, razo pela qual o incioda prescrio vincula-se ao momento em que o exequent