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RESUMOS SUBMETIDOS E APROVADOS COMO PARTE DA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA REALIZADA DURANTE O VII CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO Brasília, julho de 2016 ANAIS

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RESUMOS SUBMETIDOS E APROVADOS COMO PARTE DA PROGRAMAO CIENTFICA

REALIZADA DURANTE O VII CONGRESSO BRASILEIRODE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Braslia, julho de 2016

ANAIS

FICHA CATALOGRFICA E ISBN

COMISSO ORGANIZADORACoordenao Geral Nacional: Diretoria da SBPOT

Coordenao Geral Local: Simone Roballo

Comisso CientficaPresidente - Jairo Eduardo Borges AndradeAmalia Perez NebraElaine Rabelo NeivaFrancisco Antonio Coelho JuniorGardnia AbbadMrio Cesar FerreiraRodrigo Rezende Ferreira

Comisso FinanceiraDaniela Borges Lima de Souza

Comisso de VoluntariadoFbio de CristoPraxis - Tayane Nunes GomesAD&M Consultoria Bruno Campos Carolina SchwartzProjetos - Camila Zacarias

Comisso Scio-CulturalSimone Cerqueira da SilvaChristiane Faiad

Comisso de LogsticaSimone RoballoFabiana Queiroga

Comisso de ComunicaoFabiana QueirogaJuliana B. PortoMarcella Godoy

Comisso de Articulao com o Mercado e OrganizaesJanice Aparecida de Sousa PereiraTatiane Regina Petrillo Pires de AraujoPraxis - Tayane Nunes GomesProjetos Luiza Matos da Motta

SecretariadoKarlla Lima

REALIZAO:

CO-REALIZAO:

ORGANIZAO:

APOIO:

AVALIADORES:

Adair Marques FilhoAdriano de Lemos Alves PeixotoAcio Alves de Oliveira AecioAlejandro Vzques EcheverraAllan Claudius Queiroz BarbosaAna Beatriz Rocha LimaAna Carolina de Aguiar RodriguesAna Cristina LimongiAna Karina Moutinho LimaAna Luiza Gonalves da SilvaAndrea PujolAntnio Alves FilhoAntonio Caubi Ribeiro TupinambAntonio Virglio Bittencourt BastosAriane Agnes CorradiAristeo Santos LpezAurea de Ftima OliveiraBruno Otvio ArantesCamila Costa TorresCamila de Sousa Pereira-GuizzoCarla AntlogaCarla Garcia BottegaCarolina Moll CerizolaCatarina Ceclia OdeliusCecilia Beatriz RosCsar Pablo San EmeterioCludio Vaz TorresCleverson Pereira de AlmeidaCristiane Faiad de MouraCristina Miyuki HashizumeDaniel Jorge Roque Martins GomesDaniela Campos Bahia MosconDulce Pires FlauzinoElaine Rabelo NeivaEliana GosendoElisabeth Zulmira RossiElizabeth Joan BarhamElza Maria TechioEmlio Peres FacasEunice Maria Lima Soriano de AlencarEverson C. de A. MeirelesFabiana QueirogaFabio IglesiasFelipe ValentiniFernanda Tarabal LopesFernando de Oliveira Vieira

Fernando Gastal de CastroFrancisco Antonio Coelho JuniorGardnia AbbadGisela DemoHeila Magali da Silva VeigaHelenides MendonaIone Vasques-MenezesJairo Eduardo Borges-AndradeJanine Kieling MonteiroJaqueline Gomes de JesusJoo Batista de Oliveira FerreiraJoo Csar de Freitas FonsecaJoel Souza DutraJorge Tarcsio da Rocha FalcoJos Carlos ZanelliJos Newton Garcia de ArajoJos Roberto Montes HeloaniJosemberg Moura de AndradeJuliana Barreiros PortoKtia Barbosa MacedoKatia Elizabeth PuenteKerley dos Santos AlvesLda Gonalves de FreitasLigia Carolina Oliveira SilvaLilia Aparecida KananLiliam Deisy GhizoniLisete BarlachLivia de Oliveira BorgesLucia Helena de Freitas Pinho FranaLuciana MouroLuiz Alex Silva SaraivaLuiz Vctor Leopold CostbileLuiza Elena Leite Ribeiro do ValleLuvia Soto CabreraMagno Oliveira MacambiraMarcelo Afonso RibeiroMarcelo JudiceMarcos Aguiar de SouzaMaria Cristina FerreiraMaria das Graas Torres da PazMaria de Ftima Bruno de FariaMaria do Carmo MartinsMaria Elizabeth Antunes LimaMaria Jos ChambelMaria Jlia PantojaMaria Luisa Mendes Teixeira

Maria Nivalda de Carvalho-FreitasMaria Teresa Pires CostaMarina Greghi SticcaMarina KohlsdorfMary Sandra CarlottoMauricio Robayo TamayoMauro de Oliveira MagalhesMilton Raimundo Cidreira de Athayde Miriam Ruth WloskoMonica da Silva JustinoNildes Raimunda Pitombo LeiteOnofre Rodrigues Miranda OnofrePatrcia CostaPatricia DuartePedro Marques QuinteiroRemgio TodeschiniRoberto Moraes CruzRodolfo A. EscaladaRosa Isabel da Costa Vicente Rodrigues Sandra Souza da SilvaSelma Borghi VencoSrgio Henrique Barroca CostaSigmar MalvezziSilvana Regina Ampessan MarconSilvnia da Cruz BarbosaSilvia Franco SilviaSinsio Gomide JniorSonia Maria Guedes GondimSonia Regina Pereira FernandesSuzana Canez da Cruz LimaTania CasadoTatiana de Lucena TorresThas ZerbiniTommy Wittke TallarVnia Medianeira Flores CostaVictor De La Paz Richarte MartinezVirgnia Donizete de CarvalhoWilson Aparecido Costa de Amorim Zlia Miranda Kilimnik

AVALIADORES:

Prezados congressistas,

O Centro Universitrio de Braslia - UniCEUB, por meio da candidatura do curso de Psicologia, tem o orgulho de sediar a 7. edio do Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Traba-lho - CBPOTque se realizar em Julho de 2016. O CBPOT, promovido bianualmente pela SBPOT, tem exercido um papel importante no sentido propiciar intercmbio entre pesquisadores, profis-sionais, estudantes de Psicologia e de reas afins.

a primeira vez que nossa instituio servir de abrigo para o encontro de pesquisadores re-nomados no mbito nacional e internacional da rea de Psicologia Organizacional e do Trabalho - POT. Essa oportunidade o resultado dos avanos do curso em reter bons profissionais desse campo e incentivar uma formao de excelncia aos graduandos.

No VII CBPOT, encaramos como desafio propor uma maior integrao entre acadmicos, profis-sionais e empresrios; propor a troca de ideias com rgos pblicos e de representao de classe que fazem interface com a POT; levar informao aos profissionais que atuam na rea de POT; discutir questes nacionais e regionais incentivando a consolidao desta rea de conhecimento frente s diversas realidades que compem o universo do trabalho.

Para o sucesso desse evento, contamos com a participao de todos vocs.Sejam bem-vindos Braslia e ao UniCEUB!

Simone RoballoCoordenadora Geral do VII CBPOT

BOAS VINDAS

Saudaes aos congressitas!

As mensagens de saudao que convidam para eventos cientficos costumam ser protocolares, espelhando, em grande medida, os prprios eventos que so anunciados. Definitivamente no este o caso do VII CBPOT e por este motivo que me permito sair do padro usual com uma dupla mensagem, em texto e em vdeo!

Sim, O CBPOT ter uma srie de atividades tradicionais, como sees de comunicao, mesas redondas, simpsios e palestras, mas ele inova e se renova pela ampliao do dilogo com os setores produtivos sociedade, com a introduo de novos formatos de atividades, pelos eventos preparatrios que esto sendo planejados e pela introduo de uma pauta social para a Psicologia Organizacional e do Trabalho. Tudo isso voltado para permitir a expresso dos desafios, dos po-tenciais, da tecnologia que envolve a nossa rea e, principalmente, da troca de conhecimentos e experincias entre os participantes.

O CBPOT um momento de construo e de crescimento. As comisses organizadora e cientfica esto se esforando ao mximo para preparar o ambiente para sua participao, mas, o congresso uma construo coletiva que depende do nosso envolvimento seja apresentando trabalhos, seja ouvindo e discutindo os resultados encontrados, seja conversando nos corredores e ptios sobre as nossas dvidas e certezas.

Assim, com grande prazer e alegria que, em nome da SBPOT, convido a todos os nossos amigos e associados para que se renam no planalto central por ocasio do VII CBPOT, no ms de Julho de 2016, nas instalaes do UniCEUB.

Estaremos de braos abertos esperando por todos vocs. Vamos juntos buscar as solues para os desafios que enfrentamos.

Adriano de Lemos Alves PeixotoPresidente da SBPOT

O Centro Universitrio de Braslia UniCEUB tem como forte caracterstica o pioneirismo. A Ins-tituio foi inaugurada em 1968. Comeava, assim, uma histria de sucesso que sempre sou-be renovar-se. Outra caracterstica do UniCEUB a evoluo permanente. A Instituio sempre acompanhou a modernizao tecnolgica e pedaggica do ensino, sendo referncia em todo o Centro-Oeste. A excelncia no ensino foi decisiva para o MEC transformar a faculdade no primei-ro centro universitrio de Braslia, na dcada de 90. Os demais centros universitrios do DF s conquistaram este patamar quase uma dcada depois. Nessa ocasio, passou a denominar-se UniCEUB - Centro Universitrio de Braslia.

A Instituio oferece atualmente 32 cursos em diversas reas: cincias jurdicas, cincias sociais, cincias exatas, cincias da sade, cincias da educao e tecnologia. H, tambm, a ps-gradua-o com muitas opes de curso, inclusive com Mestrado em Psicologia, que foi criado em funo da forte qualidade do Curso de graduao e maturidade cientfica do corpo docente.

Hoje, o UniCEUB oferece o mais extenso programa de atendimento comunitrio no DF, propor-cionando formao prtica para nossos alunos e bem-estar para toda a comunidade. Tem como filosofia preparar o homem integral por meio da busca do conhecimento e da verdade, assegu-rando-lhe a compreenso adequada de si mesmo e de sua responsabilidade social e profissional. Informaes adicionais podem ser obtidas em www.uniceub.br

REALIZAO

http://www.uniceub.br

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ANAIS DO VII CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

14/07ANAIS DA PROGRAMAO CIENTFICA

MESAS REDONDAS

Sesso 1 Das 8h s 9h30minBloco 3 Auditrio - Trreo

A importncia da identidade e da qualidade de vida no trabalho em processos de fuso e aquisio

Resumo: Introduo As atividades de F&A tm sido recorrentes no contexto globalizado. A pas-sagem do sculo XX ao XXI marcou um perodo de elevao na quantidade de operaes de F&A, nos mais diversos setores da economia. Ainda que as F&As sejam cada vez mais frequentes, grande parte das operaes alcanam resultados pouco expressivos, geralmente em decorrncia de negligncia com fatores humanos cruciais para o sucesso das transaes. Neste contexto de intensas mudanas organizacionais, a identidade emerge como categoria que influencia a adap-tao de indivduos envolvidos na F&A. Vale salientar que a identidade definida como categoria flexvel, fragmentada, que est em constante movimento e demanda pela realizao de anlises nos seguintes nveis: (1) intergrupal (por exemplo: identidade social e identidade organizacional), (2) interpessoal (por exemplo: identidades baseadas em papis desempenhados na organizao), e (3) individual (por exemplo: identidade pessoal e identidade narrativa). A identidade mostra-se importante para o entendimento da integrao de equipes e de indivduos no contexto de inte-grao em operaes de F&A, embora raramente seja levada em considerao. Uma estratgia potente para a gesto de identidades em tais contextos seria a promoo de QVT, com nfase na promoo do bem-estar no trabalho garantido pelo reconhecimento e pela valorizao de em-pregados nas respectivas posies ocupadas e de acordo com os papis exercidos no contexto organizacional. Objetivos da MR Esta mesa tem o objetivo de abordar a problemtica da adapta-o de empregados em contextos de F&A, a partir da articulao da gesto das identidades com a gesto da QVT. Descrio o que cada membro ir apresentar Com a finalidade de alcanar os objetivos traados, cada membro apresentar consideraes e anlises a partir de uma perspec-tiva. Inicialmente, Ladislau Nascimento discorrer sobre mudanas organizacionais frequentes na integrao em processos de F&A e abordar a identidade em diferentes nveis de anlise. Em um segundo momento, Sigmar Malvezzi discorrer sobre o impacto das identidades nas fuses e aquisies. Depois, Ana Cristina Limongi-Frana falar sobre a Gesto da QVT (GQVT) como estratgia para a criao de contexto organizacional favorvel ao comportamento organizacional adequado aos processos de F&A. Espera-se que a discusso proposta pela mesa contribua com o desenvolvimento da Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), tendo em vista o seu carter interdisciplinar e seus esforos para articulao de perspectivas de anlise.

Apresentao 1A dinmica das identidades na integrao de organizaes envolvidas em processos de fuso e aquisio (F&A)Autor: Ladislau Ribeiro do Nascimento, Faculdades Unidas Metropolitanas (FMU)

Resumo: As operaes de fuso e aquisio (F&A) tm ocorrido com frequncia e tm criado inmeros desafios aos gestores e empregados nelas envolvidos (CARTWRIGHT, 2005). Os desafios tornam-se complexos, porque a concretizao das operaes de F&A implica na necessidade de integrao das partes envolvidas e abrangem questes de identidade, uma vez que as mudanas refletem na configurao dos grupos e na atribuio de papis a serem desempenhados pelos indivduos envolvidos na transao (SCHWEIGER; VERY, 2003). Na

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maioria das vezes, as mudanas organizacionais decorrentes de F&A exigem adequao de membros da organizao inferior em termos de poder e de status. A etapa de integrao seria a mais crtica, uma vez que nela ocorre o encontro de grupos e indivduos que devem integrar a mesma estratgia organizacional, a partir do anncio da F&A. Em alguns casos, empregados enfrentam intensas cobranas por ajustamento. Em outros casos, todavia, a integrao no exige alteraes significativas. Ainda que a intensidade da integrao seja varivel e esteja vinculada estratgia empresarial articulada F&A, trata-se de uma etapa em que a identidade emerge como categoria psicossocial importante para a viabilizao ou inviabilizao da operao. A identidade pode ser definida como uma categoria complexa, que pode ser analisada em diferentes dimenses. No nvel coletivo, a identidade social (GIES-SNER, 2011) afetada pelas mudanas que atingem os grupos envolvidos na F&A. Alm disso, a integrao reflete em alteraes nas redes de relaes interpessoais, na medida em que muitas operaes de F&A so acompanhadas de desligamentos de gestores e de empregados e de consequentes modificaes na composio de equipes de trabalho. Por um lado, a etapa de integrao nas estratgias de F&A tem potencial para impactar a di-nmica das identidades nelas envolvidas. Por outro lado, as identidades tm potencial para favorecer ou no o alcance dos objetivos traados na integrao. Ou seja, as identidades influenciam a etapa de integrao e so influenciadas por ela em uma dinmica que envol-ve a relao "eu-outro" e a relao "ns-eles". Referncias: CARTWRIGHT, S. Mergers and acquisitions: an update and appraisal. International Review of Industrial and Organizational Psychology, John Wiley: Chichester, 2005. GIESSNER, S. R. Is the merger necessary? The in-teractive effect of perceived necessity and sense of continuity on post-merger identification. Human Relations, 2011. SCHWEIGER, D. M.; VERY, P. Creating value through merger and acquisition integration. Advances in mergers and acquisitions, 2003.

Apresentao 2O Impacto da Identidade nas Fuses e AquisiesAutor: Sigmar Malvezzi, Fundao Dom Cabral (FDC) e Universidade de So Paulo (USP)

Resumo: Promover mudanas nas organizaes implica no cuidado com papeis, contratos psicolgicos, alianas e identidades (Caldwel, 2006). A questo da identidade perpassa quase todas as aes da gesto das organizaes e profisses. O impacto da identidade decorrente de sua fora para instituir o eu e o outro como dois interlocutores concretos. Conhecendo suas identidades, os indivduos administram seus sentimentos, informaes e expectativas. As fuses e aquisies (F&As) so formas de reorganizao dos negcios, frequentes em situaes de crise e busca de mais potencialidades comerciais. Nas F&As ocorre o reequacionamennto do sistema de poder, ameaas, rupturas, sobrecargas, perdas, implicando a necessidade de adaptaes. Essas possibilidades e contingncias afetam as identidades (Nascimento & Malvezzi, 2015). As identidades consistem na articulao de predicados que revelam semelhanas e diferenas entre os indivduos. Estas diferenas e semelhanas constituem a matria prima dos conflitos, alianas, tenses, demandas e ajustamentos diversos (Ciampa, 1984). Essas mudanas impactam no valor, na fora e na eficcia dos predicados identitarios (Marris, 1974). Esses impactos nem sempre agradam, ou so desejados. Alm disso, as F&As so mantidas em segredo, as pessoas envolvidas so tardiamente informadas e raramente recebem detalhes do plano de integrao das or-ganizaes implicadas. O processo de ajustamento das identidades, na maioria dos casos, ocorre de forma casual e dependente dos indivduos. Alm de ter que mudar, mesmo que involuntariamente, o indivduo tem que administrar sua mudana (Dent & Whitehead, 2002). Nessa gesto o indivduo enfrenta trs distintas identidades: a identidade resistente que rejeita a mudana e a banalizao de seu projeto; a identidade submissa que se conforma

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com as demandas externas; e a identidade dramtica que administra os conflitos, contratos psicolgicos e alianas, visando garantir a prpria sustentabilidade no grupo e na empresa (Schultz, et al., 2013). Que fatores poderiam prevenir a adaptao das identidades e que prticas poderiam ajudar o indivduo nessa adaptao? A gesto das identidades nas F&As elemento crucial para o sucesso tanto do indivduo como do projeto de mudana. Caldewell, Raymond (2006). Agency and Change, Routledge. Ciampa, A. C. (1984). Identidade. In: Lane, S. & W. Codo. Psicologia Social: o Homem em Movimento. Brasiliense. Dent, M. & S. Whitehe-ad (2002). Managing Professional Identities. Routledge. Marris, Peter (1974). Loss and Chan-ge. Routledge & Kegan Paul. Nascimento, L. R., & Malvezzi, S. (2015). Identity: An Instrument for Mergers and Acquisitions. Advances in Mergers and Acquisitions. Emerald Group.

Apresentao 3Identidade organizacional e qualidade de vida no trabalho: relaes possveis sob a perspectiva do comportamento organizacionalAutora: Ana Cristina Limongi-Frana, Universidade de So Paulo, Faculdade de Economia Administrao e Contabilidade e Fundao Instituto de Administrao (FIA)

Resumo: Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) - sob a perspectiva do equilbrio dinmico do bem-estar biolgico, bem-estar psicolgico, bem-estar social e bem-estar organizacional, retrata expectativas e fatores de impacto em ambientes organizacionais. A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) ao ser estudada em interao com a identidade amplia a compreen-so sobre impactos e expectativas pessoais e organizacionais na constituio e reconstitui-o de elementos agregadores ou de dissociao de vnculos. compatvel s F&As aplicar decises gerenciais, modelos de qualidade de vida, diagnstico, agenda de QVT com aborda-gem BPSO nas mudanas na cultura organizacional. A construo de modelos de gesto de pessoas, especialmente nos elementos de liderana e comunicao quando associados s percepes e prticas de qualidade de vida no trabalho - como estratgia de gesto e como estilo de vida pessoal, pode fortalecer os processos de integrao psicossocial e a prpria identidade organizacional. Os cenrios de Fuses e Aquisies (F&As) - do ponto de vista da QVT impactam de maneira imediata e geralmente expressiva o modo de vida nas empresas. Situaes de distresse, surgimento de doenas, absentesmo e demandas de sade e do-ena associadas s aes de preveno de acidentes, promoo de estilo de vida saudvel, comunicao assertiva e valores de humanizao atuam como parte do processo de mu-dana organizacional das F&As, com perspectivas de sustentabilidade e responsabilidade organizacional, que pode vir a ser parte de uma nova identidade organizacional, integrada aos processos, procedimentos ou outros elementos que viro a compor uma nova cultura or-ganizacional. Indaga-se: Qual a ocorrncia de prticas de qualidade de vida nos processos de F&As? H conhecimento, tecnologia e processos disponveis que integram QVT e Identi-dade? Esto os especialistas em mobilizao psicossocial preparados para esta integrao entre QVT e Identidade? Seria esta uma inovao de Gesto de Pessoas na perspectiva das lideranas das F&As?

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Sesso 2 Das 8h s 9h30minBloco 3 Sala 3206 - Segundo andar

Desafios da avaliao psicolgica para manuseio de arma de fogo no Brasil

Resumo: Com o advento da Lei 10.826/2003, que dispe sobre registro, posse e comercializao de armas de fogo e munio, bem como sobre o Sistema Nacional de Armas, tornou-se obriga-trio o processo de avaliao psicolgica para o manuseio de arma de fogo no Brasil. Juntamente com essa deciso, foi criado um sistema de credenciamento de psiclogos, para que viessem a atender essa demanda, bem como um conjunto de procedimentos e normas que deveriam ser necessrios para melhor realizar esse processo de avaliao. Tal prtica tem se apresentado como um desafio, afirmao essa centrada na falta de estudos cientficos que embasem as avaliaes, na busca por um melhor entendimento dos critrios adotados pelos profissionais para a aptido ou no de candidatos, na busca por dados que demonstrem sua validade e na identificao de seus maiores desafios. Recentes investimentos foram realizados, na proposio de orientaes e resolues para esta prtica, contribuindo para busca de melhorias nas atuaes profissionais. Neste sentido, o presente trabalho vem contribuir para a anlise deste contexto sob trs diferen-tes olhares: a instituio reguladora, a ponta e a academia. O primeiro trabalho tem como objetivo levantar quais tem sido os maiores desafios enfrentados no mbito da fiscalizao realizada nos ltimos anos no Brasil, desde a promulgao da Lei. O segundo trabalho se prope a apresentar quais tem sido os maiores desafios enfrentados pelos profissionais credenciados para avalia-o psicolgica neste contexto. O terceiro trabalho tem como objetivo apresentar o processo de construo de um perfil de porte de arma de fogo, construdo a partir de um levantamento de di-ferentes fontes sobre a temtica. Espera-se poder contribuir com um olhar crtico sobre a prtica exercida no campo de avaliao psicolgica para porte de arma de fogo, analisar aspectos prticos vivenciados pela ponta, bem como desafios enfrentados pelo rgo fiscalizador, de forma contri-buir com melhorias dessa rea no Brasil.

Apresentao 1Maiores desafios enfrentados pela polcia federal, na fiscalizao dos psiclogos credenciados para avaliao psicolgica para o manuseio de arma de fogoAutores: Adecy Maria Frana Bento, Polcia Federal; Glucia Ribeiro Cunha, Polcia Federal; Maria Cristina dos Reis Santiago, Polcia Federal

Resumo: Com o advento da Lei 10.826/2003, que dispe sobre registro, posse e comerciali-zao de armas de fogo e munio, bem como sobre o Sistema Nacional de Armas, tornou-se obrigatria a avaliao psicolgica para o manuseio de arma de fogo no Brasil. Juntamente com essa deciso, foi criado um sistema de credenciamento de psiclogos no Brasil, para que viessem a atender essa demanda, bem como um conjunto de procedimentos e normas que deveriam ser necessrios para melhor realizar esse processo de avaliao. Atualmente a Polcia Federal credenciou 1.634 psiclogos, que podem ser identificados por meio do site da Instituio. Para normatizar a citada avaliao, em todo o Territrio Nacional, a Polcia Fe-deral criou o Setor de Psicologia da Diviso Nacional de Armas (DARM), que tem atualmente a competncia de fiscalizar todos os profissionais credenciados. A partir de um cronograma de atendimento, este setor vem realizando a fiscalizao por meio de visitas in loco, onde so realizadas entrevistas com cada um dos credenciados. A avaliao destes profissionais baseia-se na anlise dos protocolos de candidatos submetidos a avaliao psicolgica para o manuseio de arma de fogo, quando so verificados os cumprimentos das normativas e

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qualidade tcnica do trabalho desses profissionais. O presente trabalho tem como objetivo levantar quais tem sido os maiores desafios enfrentados no mbito da fiscalizao realizada nos ltimos anos no Brasil, desde a promulgao da Lei. Tais dados foram levantados pelos psiclogos da Polcia Federal, responsveis por essa atividade em todo territrio nacional. Foram constatadas irregularidades tais como falhas tcnicas na aplicao e uso de instru-mentos psicolgicos; a no observao aos manuais dos testes aplicados; falta de cumpri-mento da Legislao pertinente rea; pouca integrao da Classe. Como maiores desafios encontrados no Setor de Psicologia da DARM, encontram-se a necessidade de maior cons-cientizao, por parte dos Psiclogos, quanto s questes ticas do processo de avaliao; a necessidade de maior valorizao do trabalho quanto aos aspectos de capacitao tcnica e necessidade de aplicao da Legislao. Apesar dos desafios, observa-se que houve uma melhora nos procedimentos de avaliao psicolgica realizados no Brasil, em comparao ao que era realizado com a ausncia de acompanhamento dos candidatos ao manuseio de arma de fogo.

Apresentao 2Atuao prtica e desafios do psiclogo credenciado para avaliao psi-colgica do porte de arma de fogoAutores: Elza Maria Gonalves Lobosque, Centro Universitrio Estcio Juiz de Fora; Cristiane Faiad, Universidade de Braslia

Resumo: O debate sobre a violncia urbana traz tona discusses sobre o uso da fora e o emprego das armas de fogo no contexto da segurana, bem como a disseminao de seu uso por parte da populao civil. No processo de autorizao para utilizao de uma arma no Brasil, o Decreto n 5.123 de 1 de julho de 2004, do Poder Federal, regulamenta as condi-es para porte e uso de armas de fogo no Brasil. Define ainda a necessidade de comprova-o de aptido psicolgica para seu manuseio e vem acrescentar a necessidade de um pro-cesso de avaliao psicolgica para concesso de aquisio e porte de arma de fogo. neste contexto que a prtica ao profissional da psicologia se torna validada. O Sistema Nacional de Armas (SINARM), amparado pela Instruo Normativa n 23 de 2005, norteou a avaliao psicolgica para aquisio e porte de arma de fogo, tendo como finalidade o estabelecimen-to de critrios para definio do perfil psicolgico, avaliao psicolgica e emisso de laudo conclusivo aquisio e porte de arma de fogo. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar quais tem sido os maiores desafios enfrentados pelos profissionais cre-denciados. Para isso, foi encaminhado um questionrio de 42 questes, em formato online, para 1.060 psiclogos credenciados da Polcia Federal para avaliao psicolgica de porte de arma de fogo. Destes, obteve-se a devolutiva de 46 respondentes, avaliados quanto aos te-mas: dados pessoais; formao; caracterizao do trabalho; modos de atuao profissional e princpios e polticas da atuao profissional. Dentre os maiores desafios, enfrentados por esses profissionais, encontrou-se: a falta de um critrio de definio de aptido para ava-liao; a diversidade de processos avaliativos e a deficincia na formao dos profissionais, nos instrumentos psicolgicos. Parte dessas dificuldades foram sanadas com a publicao de uma instruo normativa especfica, por parte da Polcia Federal, embora ainda se tenham aspectos tcnicos em aberto. Espera-se poder contribuir com um olhar crtico sobre a prtica exercida, na discusso de aspectos prticos vivenciados pela ponta, na busca pelo fortaleci-mento da avaliao de porte de arma de fogo no Brasil.

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ANAIS DO VII CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO ANAIS DO VII CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Apresentao 3Consolidao de um perfil psicolgico para porte de arma de fogoAutores: Cristiane Faiad, Universidade de Braslia; Amanda Silva de Moraes, Universidade de Braslia; Flavia Oliveira Gomes, Universidade de Braslia; Lucas de Carvalho Mende Campos, Universidade de Braslia; Wladimir Rodrigues da Fonseca, Universidade de Braslia; Daniel Pom-peu de Vasconcelos Castro, Universidade de Braslia

Resumo: No Brasil, o porte de arma regulamentado pelo decreto 5.123/04, que normatiza a necessidade de uma avaliao psicolgica. Tal avaliao exige a apresentao de laudo psicolgico, fornecido por psiclogos credenciados na Polcia Federal, indicando aptido ou inaptido de determinado sujeito para o manuseio e porte de arma de fogo. Considera-se que, para tomada de tal deciso, identificar as caractersticas a serem mensuradas faz-se essencial para o processo de avaliao. Torna-se necessrio, ento, identificar de forma cientfica, um perfil que norteie tal deciso e que consiga abarcar caractersticas que so necessrias ou imprescindveis para serem analisadas nesse processo, apresentando evi-dncias de validade para esse fim. Isto posto, foi realizado um levantamento de diferentes fontes de dados sobre perfis existentes na literatura sobre perfil de porte de arma de fogo, utilizando-se como referncia cinco diferentes documentos, a saber: a) instruo normativa n 078/14 da Polcia Federal; b) dissertao de mestrado intitulada "Avaliao psicolgica para porte de arma de fogo: o que medir, afinal?"; c) documento de mapeamento de com-petncias da Secretaria Nacional de Segurana Pblica; d) perfil psicolgico para segurana privada e e) pesquisa no publicada sobre perfil de porte de arma de fogo. Desta anlise, foi construdo um questionrio formado por 31 caractersticas psicolgicas associadas ao porte de arma de fogo, composto pelo nome de cada uma das caratersticas, bem como suas defi-nies operacionais. Tais definies foram elaboradas pelo Grupo de Pesquisa em Avaliao Psicolgica na Segurana Pblica. O critrio de escolha das caractersticas se deu pela ocor-rncia da mesma em pelo menos dois dos documentos citados. A partir deste levantamento, procedeu-se aplicao do questionrio junto a especialistas da rea de segurana, que sejam referncia e tenham expertise no manuseio de arma de fogo. Esta etapa atual tem como objetivo medir o grau de representatividade, clareza e importncia dessas caracters-ticas para o manuseio de armas de fogo. O resultado da anlise dar origem a uma proposta de perfil psicolgico para manuseio de arma de fogo. Espera-se contribuir com um perfil que englobe aspectos necessrios para serem avaliados em candidatos ao porte de arma e que possa basear futuras avaliaes psicolgicas, bem como dar base a futuros estudos sobre evidncias de validade neste contexto.

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Sesso 3 Das 8h s 9h30minBloco 3 Sala 3216 - Segundo andar

Desenvolvimento profissional e de competncias no trabalho

Resumo: O desenvolvimento profissional e as competncias para o trabalho so temas que es-to em ascendncia tanto em termos de pesquisa cientfica quanto de interesse por parte das organizaes de trabalho e profissionais de gesto de pessoas. Assim, esta mesa redonda rene trs trabalhos que tratam de desenvolvimento profissional e de competncias no trabalho e tem a perspectiva de apresentar anlises sistemticas da literatura e discusses tericas so-bre esses construtos. Assim, o primeiro trabalho analisa a produo de conhecimentos sobre avaliao de necessidades de aprendizagem no trabalho, discutindo lacunas, limites e possibili-dades de avano nas pesquisas e prticas de diagnstico de demandas de desenvolvimento de competncias. O segundo trabalho descreve relaes entre variveis preditoras e consequentes do desenvolvimento profissionais em organizaes. O terceiro e ltimo trabalho analisa as im-plicaes tericas associadas ao uso de novas tecnologias instrucionais medidas por disposi-tivos mveis sobre a definio tradicional de transferncia de treinamento, bem como analisa a produo de conhecimentos sobre o uso de dispositivos mveis somo recursos de aprendi-zagem a qualquer hora e em qualquer lugar. A mesa redonda trata de assuntos desafiadores, pouco estudados em conjunto, como ferramentas de desenvolvimento profissional, baseado em diagnsticos de lacunas atuais e evolutivas em competncias para o trabalho. Ao final das trs apresentaes ser discutida uma agenda de pesquisa e as possibilidades de avanos na produo de conhecimentos, ao reunirmos anlise de lacunas em competncias a partir de uma perspectiva temporal e evolutiva. Os trabalhos propostos para esta Mesa Redonda e seus res-pectivos autores so: (i) Trabalho 1: Necessidades de aprendizagem no trabalho: onde estamos e para onde precisamos ir? (Rodrigo Rezende); (ii) Trabalho 2: Preditores e Consequentes do De-senvolvimento Profissional (Luciana Mouro); (iii) Trabalho 3: O uso do u-learning e m-learning como Recurso Instrucional para o Desenvolvimento de Competncias "no" e "para" o Trabalho (Gardnia Abbad e George Leal).

Apresentao 1Necessidades de aprendizagem no trabalho: onde estamos e para onde precisamos ir?Autor: Rodrigo Rezende Ferreira, Universidade de Braslia

Resumo: O objetivo desse trabalho discutir o atual estado da arte da produo cientfica na-cional e internacional sobre avaliao de necessidades de aprendizagem (ANA) em ambien-tes corporativos, explorando potenciais, limites e perspectivas futuras paras as pesquisas e prticas na rea. A aprendizagem de indivduos e grupos em ambientes corporativos tem sido tema de crescente interesse nas ltimas dcadas. No atual mundo do trabalho, a quan-tidade de conhecimento exigido das pessoas e das prprias organizaes nos ciclos produ-tivos crescente e mutvel ao longo do tempo. Nesse contexto, os processos de aprendiza-gem induzida em ambientes de trabalho ganham destaque. O processo de ANA ocupa lugar estratgico quando o assunto aprendizagem no trabalho, pois atravs dele que a organi-zao pode ter bases empricas robustas sobre o que, como, quanto, quando, onde e porque seus trabalhadores precisam aprender. Ainda que sua importncia seja marcada, pode-se dizer que h ainda um extenso caminho para que as pesquisas e prticas de ANA alcancem seus propsitos de darem suporte ao alcance dos objetivos estratgicos das organizaes e dos trabalhadores por meio da aprendizagem de competncias no trabalho. Tendo em vista

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esse contexto, foi realizada uma ampla pesquisa bibliogrfica sobre o tema. Foram reali-zados levantamentos e anlises sistemticos de artigos em trs pontos do tempo (2007; 2011/2012; e 2014). Foram consultadas nove bases de dados nacionais e internacionais. O perodo de publicao foi indeterminado como critrio de seleo. Foram considerados vlidos para anlise 191 artigos cientficos. Os textos foram analisados com base em trs di-menses quantitativas categricas: demogrfica, metodolgica e terico-conceitual. Foram aplicadas estatsticas descritivas para anlise dos dados. Os resultados mostram que: (i) as prticas e pesquisas sobre ANA evoluram em termos metodolgicos, mas ainda carecem de avanos tericos importantes, sendo que parte da produo pode ser considerada ad-hoc; (ii) a questo da anlise multinvel virtualmente ausente da produo cientfica, mesmo que o fenmeno, sabidamente, tenha organizao terica hierrquica; (iii) as prticas de ANA so pouco alinhadas s estratgias corporativas e possuem lacunas importantes em relao ao seu alinhamento com as demais etapas do processo de aprendizagem formal; (iv) h relati-vamente poucos modelos de ANA, sendo eles tambm praticamente no so adotados nas pesquisas e prticas; e (v) a discusso sobre os preditores de necessidades de aprendizagem no trabalho praticamente inexistente. Ao final, so discutidos os limites do estudo bem como uma agenda pesquisa para as prximas dcadas.

Apresentao 2Preditores e Consequentes do Desenvolvimento ProfissionalAutora: Luciana Mouro Cerqueira e Silva, Universidade Salgado de Oliveira

Resumo: Para atender aos requisitos de um ambiente cada vez mais inovador e competiti-vo, os trabalhadores precisam desenvolver-se continuamente e manter as competncias j adquiridas. Em funo de tal demanda, tem havido aumento no investimento na educao voltada para o trabalho. Conhecer as variveis que predizem o desenvolvimento profissional ou aquelas que dele derivam um importante passo para a ampliao do conhecimento acerca do fenmeno. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo apresentar um mapeamento dos antecedentes e consequentes do desenvolvimento profissional, apontan-do as variveis associadas a tal fenmeno a partir de um conjunto de sete estudos realizados no Brasil. O delineamento desses estudos foi de pesquisas quantitativas que tiveram como participantes professores do primeiro ciclo do ensino fundamental (266) e do ensino mdio (403), profissionais da sade (169), comercirios (320), jovens aprendizes (246) e trabalha-dores que atuam em diferentes categorias profissionais (1.855, amostra que contempla o somatrio de duas pesquisas). Todos os estudos tiveram em comum o uso da mesma escala de desenvolvimento profissional, que apresenta bons indicadores de validade psicomtrica, alm de outras escalas a depender das variveis includas em cada um deles. Os estudos mesclaram procedimentos de coleta de dados de lpis e papel e de pesquisa realizada por meio da internet. Os procedimentos ticos de pesquisa foram seguidos, sendo as participa-es livremente consentidas. A anlise desses estudos compreendeu as seguintes tcni-cas: regresso linear padro, regresso hierrquica e modelagem por equaes estruturais, a depender da pesquisa. Os resultados apontam para uma lista de antecedentes que in-cluem como preditores positivos do desenvolvimento profissional: comprometimento com a carreira, resilincia no trabalho, justia organizacional, florescimento no trabalho, suporte aprendizagem, impacto do treinamento no trabalho, autoeficcia profissional, estratgias de aprendizagem autodidatas e capital psicolgico no trabalho. Por outro lado, o desenvol-vimento profissional caracteriza-se como preditor positivo da satisfao no trabalho e da percepo de empregabilidade e como preditor negativo do entrincheiramento organizacio-nal. Este conjunto de estudos apresenta contribuies para os pesquisadores que estudam o fenmeno, no sentido de ampliar a rede nomolgica do construto desenvolvimento profis-

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sional. Tambm apresenta contribuio para os profissionais que atuam na rea, que podem redirecionar suas polticas de gesto de pessoas, e os prprios trabalhadores podem usar tais resultados para redirecionar suas estratgias de autodesenvolvimento. As limitaes do estudo e a sugesto de uma agenda de pesquisa para a temtica so apresentadas como consideraes finais.

Apresentao 3O uso do u-learning e m-learning como recurso instrucional para o de-senvolvimento de competncias requer novos conceitos e modelos de avaliao de transferncia de treinamento?Autores: George Leal Schafflor Mello, Universidade de Braslia; Gardnia da Silva Abbad, Uni-versidade de Braslia

Resumo: Este estudo analisa as implicaes tericas e metodolgicas associadas ao uso de dispositivos mveis e de recursos tecnolgicos que possibiitam a aprendizagem a qualquer hora em qualquer lugar, em especial aquelas que modificam a definio dos constructos ado-tados pela rea de avaliao em Treinamento, Dsenvolvimento e Educao (TD&E). O concei-to de transferncia de treinamento, por exemplo, supe uma separao temporal e espacial entre o treinamento e os seus efeitos sobre o repertrio de competncias e desempenho do egresso. Essa separao desaparece quando os dispositivos mveis, ao integrar inmeras funcionalidades, possibilitam seu uso cotidiano pelos individuos para resolver problemas, aprender, desenvolver competncias e habilidades no trabalho em diferentes contextos. Os limites temporais e espaciais entre as situaes de treinamento e a sua aplicao esto fi-cando bastante tnues. A transferncia de treinamento tradicionalmente mede ou pretende medir os efeitos diretos de uma interveno (treinamento), alm de analisar em que medida ocorreram mudanas na direo desejada no desempenho dos grupos-alvo em funo do programa. A literatura mostra que ainda h severas lacunas no desenvolvimento de siste-mas e ferramentas de avaliao, principalmente no que tange aprendizagem induzida e apoiada em novas tecnologias da informao e comunicao. simultaneamente. Em termos de transferncia de aprendizagem, a literatura mostra uma busca sistemtica de variveis que implicam a. O atual estado da literatura a respeito de mobile learning mostra que a pes-quisa incipiente e que busca descrever e dar sentido ao uso de dispositivos mveis como recurso de aprendizagem. Em estudos da psicologia, h um volume relativamente grande de estudos para testar variveis de aceitao de tecnologia, em sua maioria, baseadas no modelo Technology Acceptance Model, proposto por Davis (1989). Algumas teorias tm sido invocadas a fim de se interpretar o comportamento dos usurios de tecnologia perante a realidade da experincia mvel. A discusso de mobilidade, aprendizagem em qualquer lugar, outro ponto de ateno, pois o contexto um conceito multidimensional, que inclui mobili-dade fsica, tecnolgica, conceitual, social e temporal. Em busca de modelos de avaliao de efeitos de treinamento sobre o repertrio de competncias e desempenho do egresso que possam ser mais eficazes no estudo sobre o uso de mobile learning, com recurso instrucional preciso redefinir contextos de estudo, em seus aspectos positivos e restritivos, e efeitos de treinamento, que no suponham separao temporal to bem definida entre treinamento e seus resultados.

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Sesso 4 Das 8h s 9h30minBloco 3 Sala 3306 - Terceiro andar

Regulao, criatividade e bem-estar: explorando perspectivas de abordagem em contextos de trabalho e desportivos Resumo: O interesse pelas emoes no campo dos estudos organizacionais e de trabalho aparece com mais fora a partir das dcadas de 1980 e 1990. Algumas razes podem explicar por que um fenmeno to rotineiro da vida das organizaes ficou tanto tempo negligenciado. A primeira a forte crena na anttese entre cognio e emoo, percebendo-se esta ltima como disfuncional e fora de controle racional. A segunda a supervalorizao das teorias organizacionais em proces-sos racionais, para eliminar a dimenso subjetiva. A partir dos anos de 1980 e, principalmente na dcada de 1990, o estudo das emoes no trabalho passa a ter maior destaque, especialmente as que se referem a processos de auto e heterorregulao emocional. A proposta desta mesa redonda apresentar estudos que investigam processos de regulao das emoes e afetos em contextos de trabalho e de esportes e suas relaes com o bem-estar. Justifica-se pela pouca expressividade de estudos que abordam processos regulatrios relacionados ao trabalho no Bra-sil, com a oportunidade de dialogar com pesquisadores de outros pases que estudam o tema. O primeiro trabalho apresentado nesta mesa tem como objetivo fazer uma anlise crtica dos resultados e concluses de estudos realizados ao longo de uma dcada por um grupo de pesquisa de uma instituio de ensino superior no Brasil que se dedica s emoes e suas relaes com o trabalho. Em sua maioria os estudos focam sobre as relaes entre emoes, processos regulat-rios e bem-estar, testando suas relaes com outras variveis como traos pessoais, inteligncia emocional, orientao epistmica e condies de trabalho. O segundo trabalho apresenta dois es-tudos que tiveram como foco principal os processos de auto e heterorregulao emocional e suas relaes com o bem-estar em contextos de trabalho e esportes coletivos e individuais. O terceiro trabalho explora as relaes entre criatividade emocional como trao pessoal e sua associao com o estresse no trabalho, o trabalho emocional e o bem estar subjetivo, psicolgico e social. Tambm discute-se a criatividade emocional, construto pouco estudado no Brasil, como forma de melhorar o ambiente do trabalho, promover o crescimento pessoal, e o bem-estar.

Apresentao 1Regulao emocional e bem-estar: Analisando interrelaes e implicaesAutora: Sonia Maria Guedes Gondim, Universidade Federal da Bahia

Resumo: O estudo da regulao emocional adquiriu notoriedade na psicologia com as pu-blicaes de James Gross na dcada de 1990, mas foi inicialmente estudada no mbito da psicologia do desenvolvimento com o objetivo de melhor compreender a dinmica de cada emoo e identificar as repostas emocionais mais adaptativas s diversas situaes agrad-veis e desagradveis da vida cotidiana. Ainda que se reconhea haver baixo consenso entre os autores sobre o que seja a regulao emocional, pode-se defini-la como um conjunto de processos neurofisiolgicos, cognitivos e comportamentais, conscientes (emoes so-ciais e secundrias) e automticos (emoes bsicas), que cumprem uma funo especial na expresso e manifestao emocional com impactos no bem-estar, na sociabilidade, na aprendizagem e no desenvolvimento pessoal. De fato, a regulao emocional cumpre um importante papel na conformidade s expectativas sociais, considerando o sistema de va-lores e a diversidade cultural prevalente em cada contexto normativo. Contudo, os estudos ainda no oferecem uma resposta satisfatria sobre se haveria um tipo ideal de regulao emocional que potencializasse esses benefcios, dando pouca relevncia ao modo como as pessoas regulam suas emoes em diferentes contextos sociais relacionados a eventos pra-zerosos e desprazerosos. Em outras palavras, dependendo da situao e do tipo de resposta emocional (positiva ou negativa) exigida em cada contexto, torna-se necessrio mobilizar

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estratgias diferenciadas para assegurar melhor adaptao da resposta emocional ao con-texto social. Um dos aspectos mais importantes neste domnio a pesquisa sobre a avalia-o da qualidade dessa resposta emocional. Tendo os modos de regulao emocional como pano de fundo esta apresentao tem como objetivo fazer uma anlise crtica dos resultados e concluses de estudos realizados ao longo de uma dcada por um grupo de pesquisa que se dedica s relaes entre emoes e trabalho. Em sua maioria os estudos focam sobre as relaes entre emoes, processos regulatrios e bem-estar, testando suas relaes com outras variveis como traos pessoais, inteligncia emocional, orientao epistmica, con-dies de trabalho. Sero discutidas questes relativas a aspectos conceituais, problemas e hipteses de pesquisa, mediao e moderao, os principais resultados e as limitaes. A partir desta viso panormica sero tambm apontadas algumas questes que merecem ser mais bem exploradas na literatura sobre o tema sob a forma de uma agenda de pesquisa.

Apresentao 2Heteroregulacin emocional y ajuste en contexto organizacional (mbito la-boral y deportivo)Autor: Xavier Oriol Granado, Universidad Autnoma de Chile

Resumo: La regulacin emocional se ha estudiado especialmente desde un punto de vista intrapersonal, sin embargo el inters por el estudio de la heteroregulacin o la regulacin del otro se ha ido incrementando paulatinamente en los ltimos aos. La manera de influir en la experiencia emocional de los otros es una parte importante de la vida social, puesto que los seres humanos estn sometidos constantemente a relacionar sus emociones con la de otros influyendo en sus vivencias emocionales de forma sincronizada, emociones que se dan a conocer y surgen desde el dilogo y la comunicacin, permitiendo expresar aquellas sen-saciones y sentimientos que los seres humanos experimentan en distintos momentos. De acuerdo a esta idea de evaluar la heteroregulacin em diferentes mbitos, se presentan dos estudios en contexto organizacional, uno en el lugar de trabajo y el otro em deporte colectivo. Para el estdio en mbito laboral participaron 112 personas, de los cuales 34 eran alumnos del mster de organizaciones de la Universidad del Pas Vasco/Euskal Herriko Universitatea (UPV/EHU) y de la Universidad Autnoma de Madrid (UAM) y 78 trabajadores de diferentes mbitos laborales. En mbito laboral se incluyeron escalas de heteroregulacin emocional y medidas de ajuste como la escala de inteligncia emocional MSCEIT, de autoregulacin MARS y ERQ y una escala de percepcin de ajuste del episdio laboral. La investigacin en mbito desportivo se llev a cabo com 288 deportistas (72.6 % hombres y 27.4% mujeres con una media de edad de M=21.7; DT= 2.8). Los deportistas pertenecan a diferentes disciplinas individuales y colectivas ftbol (16.6%), canotaje (15.6%), basquetbol (21.6%), ciclismo (2.7 %) hockey patines (5.3%), tenis (5 %), voleibol (16.6%) y hndbol (11%). Para este estudio se usa-ron tambin escalas de heteroregulacin y otras de ajuste como el bienestar PHI y la eficacia colectiva en deporte CESQ. Los resultados en ambos estudios muestran buenos ndices de ajuste en el AFC de las escalas EIM y EROS que evalan heteroregulacin. La reorientacin de la atencin, la reevaluacin cognitiva, la expresin emocional regulada y la mejora de emo-ciones negativas muestran asociaciones positivas com bienestar y otras medidas de ajuste em ambos contextos, mientras que el uso de supresin y el empeoramiento de emociones se muestran como estratgias desadaptativas al igual que sucede con el uso de estas estra-tgias como formas de autoregulacin.

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Apresentao 3Creatividad y bienestar en el contexto de trabajoAutores: Silvia da Costa, Universidad del Pas Vasco; Dario Pez Rovira, Universidad del Pas Vasco

Resumo: El bienestar subjetivo incluye la satisfaccin con la vida, el afecto positivo, el negativo y equilibrio entre los dos anteriores. El bienestar psicolgico es el funcionamiento ptimo que depende de la realizacin personal. sta incluye aceptarse a s mismo/a y apreciarse o auto--estima, tener relaciones positivas con otras personas, control del medio, ser capaz de trabajar y actuar eficazmente, sentir que se est aprendiendo o en crecimiento personal, tener metas, un plan o propsito en la vida y un sentimiento de autonoma personal. El bienestar social se refiere a que el entorno social permite vivir de forma plena. La alta afectividad positiva es un antecedente de la creatividad y se asocia a esta y a la innovacin. No tener sobrecarga de tareas, no sufrir demandas estresantes, tener tiempo para desempear el trabajo y que ste no desgaste emocionalmente, son factores que facilitan la creatividad y son positivos para el bienestar. La capacidad de innovar y adaptarse a entornos cambiantes es un aspecto central de formas de manejar el estrs laboral. Una adecuada regulacin de ste redundar en mejor ajuste. Un rasgo asimilable a la IE es la Creatividad Emocional (CE) o capacidad de atender a las emociones, de vivir emociones complejas y novedosas, de forma autntica y adaptativa. La CE tiene relacin con la capacidad de ser creativo y original en la vivencia y regulacin emocional, y puede aportar especficamente a la regulacin emocional, asocindose con formas de re-gulacin vinculadas al pensamiento creativo, como la reevaluacin y crecimiento post-estrs. Se presenta un estudio con trabajadores pertenecientes a organizaciones socio-educativas de tres pases (N=1300), 16% hombres, edad media 40 aos que respondieron entre otras- a la escala de creatividad emocional ECI, al CoPsoQ ISTAS21, al Frankfurt emotional work scale, al Fredickson de emocionalidad, al Pemberton happiness index, al PIC-A y a cuestiones sobre el funcionamiento del centro de trabajo. La CE se asocia a la creatividad y al bienestar. La expre-sin de emociones negativas de la escala FEWS en las tres muestras se asocia positivamente al estrs y negativamente a la autonoma, al apoyo social y liderazgo de calidad, a la balanza de afectos, a la creatividad y al bienestar. En un anlisis mediacional, la expresin de emociones negativas y el estrs en el trabajo decrecen el bienestar psicolgico y a travs de este erosionan indirectamente el compromiso laboral. Los resultados se discuten en relacin a la formacin en regulacin emocional.

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COMUNICAES DE PESQUISA

Bloco 2 Sala 2303

Investigao das Competncias Profissionais requeridas a Psiclogos na rea de Psicologia Organizacional e do Trabalho - POTAutores: Monique Arantes Ricardo, Universidade Federal de Uberlndia

Resumo: A atuao profissional em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) baseia-se em um conhecimento interdisciplinar e as intervenes podem se dar a nveis tcnico, ttico ou es-tratgico, fato que viabiliza uma expanso do campo de trabalho dos psiclogos para organi-zaes prestadoras de servios, setor pblico, ONG, cooperativas, etc. O objetivo central dessa pesquisa foi o de analisar as competncias profissionais necessrias atuao em POT a partir de uma investigao quantitativa e qualitativa. Para isso, foi utilizada uma amostra de convenincia constituda por 14 psiclogos da regio do Tringulo Mineiro, sendo a maioria (85,7%) mulheres com idade mdia de 28 anos (DP=6,24), especializao (42,85%) e mdia de 5 anos de formao (DP=6,44). O instrumento utilizado para avaliar as competncias profissionais em POT continha 37 itens, agrupados em seis fatores: (a) mundo do trabalho, (b) organizaes, (c) campo de atua-o, (d) campo de produo de conhecimentos, (e) investigao cientfica em POT, (f) interveno e atuao em organizaes, o qual foi desenvolvido por Abbad (2004). Para responder ao instru-mento foram utilizadas duas escalas de resposta do tipo Likert de 5 pontos, sendo uma para o grau de importncia (1=nada importante a 5=muito importante) e outra para o grau de domnio (1=no domino a 5=domino totalmente). Entre os fatores avaliados, aqueles com maior grau de importncia e domnio foram, respectivamente, competncias de investigao cientfica em POT (mdia=4,40; moda=4,56;DP=0,30) e interveno e atuao em organizaes (mdia=3,86; mo-da=3,29;DP=0,50). Foi calculado tambm o IPG (ndice de Prioridade Geral), o qual varia de zero a vinte e quanto maior o ndice, maior a necessidade de treinamento da referida competncia. Os resultados obtidos na amostra investigada apontaram que somente as competncias referen-tes categoria interveno e atuao em organizaes no precisam ser desenvolvidas pelos profissionais da amostra. O fator que mostrou maior necessidade de treinamento foi campo de produo de conhecimentos (IPG=7,87;DP=2,55). Para a investigao qualitativa, um subgrupo da amostra (n=5) foi selecionado por convenincia para responder a uma entrevista para ampliar a compreenso dos fatores relacionados s competncias requeridas em POT. Os profissionais pesquisados relataram que sua graduao foi deficitria na rea de POT; que as atividades em organizaes esto mais circunscritas a rea de Gesto de Pessoas; que o contexto de trabalho percebido como dinmico e que os maiores desafios da atuao profissional nas organizaes dizem respeito ao papel mediador das relaes intersubjetivas no contexto de trabalho. Todos os achados so cotejados com a literatura.

A percepo de Psiclogos Organizacionais e do Trabalho acerca de sua insero no mercado de trabalhoAutores: Hvellyn Diovana Seidel Moraes, FISMA; Lahana Giacomini de Vasconcellos, FISMA; Jlia Gonalves, UFSC

Resumo: O objetivo desta pesquisa foi descrever as dificuldades e limitaes enfrentadas por

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psiclogos organizacionais e do trabalho, bem como identificar s divergncias e convergncias percebidas entre a teoria e a prtica de sua atuao profissional. Mtodo: O presente estudo consistiu-se em uma pesquisa exploratria de abordagem qualitativa, em que participaram oito psiclogos organizacionais e do trabalho, que atuavam em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Para a coleta de dados foi realizada uma entrevista individual, semiestruturada, com cada participante que, posteriormente foi submetida anlise de contedo. A pesquisa obteve aprova-o do Comit de tica e Pesquisa (CAAE 35705514.7.0000.5306). Resultados e discusso: Para os participantes desta pesquisa, uma das principais divergncias que, muitas vezes, a gradua-o proporciona conhecimento terico insuficiente para a realidade encontrada nas organizaes (Zanelli, 2002). Nesse sentido, os psiclogos enfatizam a necessidade de disciplinas voltadas aos aspectos tericos da administrao e gesto de pessoas. Somado a isso, relatado a necessidade de adaptar constantemente a teoria com a realidade da organizao e as mudanas no mercado de trabalho, assim como conciliar os interesses dos trabalhadores aos objetivos organizacionais (Coelho-Lima, Costa & Yamamoto, 2011). O desconhecimento de outros profissionais acerca do trabalho realizado por psiclogos foi um aspecto muito comentado, esses psiclogos enfatiza-ram que muitos gestores resistem ao serem apresentadas propostas, por exemplo, voltadas para treinamento e desenvolvimento de colaboradores. Os entrevistados apontaram dentre os dife-renciais do psiclogo inserido em empresas, a capacidade de perceber questes que para outros profissionais seria de difcil compreenso, assim como a preocupao com a humanizao nas relaes e ambiente de trabalho (Zanelli, 2002). Consideraes finais: A partir da pesquisa rea-lizada pode-se perceber, principalmente, as dificuldades enfrentadas pelos psiclogos inseridos no campo do trabalho e a persistncia de um distanciamento entre a formao terica e as exi-gncias da prtica, problema discutido por vrios autores desde a dcada de 90. Assim, visvel a necessidade de investimento na formao, proporcionando maior embasamento terico-prtico para que os psiclogos possam se inserir com maior domnio no campo, mostrando suas pos-sibilidades de atuao e seu olhar diferenciado acerca dos processos de trabalho. Coelho-lima, F.; Costa, A. L. & Yamamoto, O. H. (2011). O exerccio Profissional do Psiclogo do Trabalho e das Organizaes: Uma Reviso da Produo Cientfica. Revista Psicologia: Organizaes e Trabalho, 11(2), jul-dez, pp. 21-35. Zanelli, J. C. (2002). O psiclogo nas organizaes de trabalho. Porto Alegre, RS: Artmed.

A Contribuio do psiclogo(a) s organizaes e aos processos de trabalho: um estudo exploratrioAutores: Jaciane Terezinha Rodrigues Vieira, Universidade Catlica Dom BOSCO; Eveli Vasconcelos, Universidade Catlica Dom Bosco- UCDB

Resumo: Este comunicado breve se prope a apresentar e discutir a atuao profissional a par-tir dos resultados de pesquisa,realizada pela Comisso de Psicologia Organizacional e do Traba-lho(POT) do CRP/14, com o apoio dos acadmicos do Estgio bsico: Eixo Trabalho do curso de Psicologia da Universidade Catlica Dom Bosco no ano de 2015. O estudo buscou identificar as contribuies dos psiclogos(as) nas organizaes e processos de trabalho,sob a tica do empre-gador e do psiclogo. Investigando a existncia de um contraponto entre o que se determina como atribuies do psiclogo organizacional e do Trabalho e as demandas e reconhecimento das or-ganizaes. Caracterizada como pesquisa exploratria, a amostragem dos empregadores foi deli-mitada com base no relatrio da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul e a base para a pesquisa com os psiclogos foi o cadastro de inscrito no CRP/14. A partir dessa referncia definiu-se por seleo de empresas pblicas(17%),privadas(79%) e sem fins lucrativos(4%),aleatoriamente,ape-nas com obrigatoriedadedepossuiracima de 100 empregados,todas com sede na capital Cam-po Grande. Para alcanar o xito na adeso de respondentes, foi realizado contato telefnico e posteriormente o presencial para o convite,sensibilizao e esclarecimento sobre os objetivos da

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pesquisa. A coleta de dados se deu por meio de questionrio estruturado com questes abertas e fechadas,que foram respondidos presencialmente ou por meio eletrnico. A anlise dos dados foi realizada por meio de dois softwares: o Excel e o Minitab e o teste estatstico Qui- Quadrado. Os resultados destacam dois pontos associados as relaes de trabalho,ou seja, o primeiro aponta para deficincias no relacionamento entre gestor e psiclogo, caracterizado pela dificuldade de aceitao e/ou compreenso das atribuies do profissional no contexto organizacional. E a se-gunda para o desconhecimento do empregador sobre as possibilidades de atuao desses profis-sionais.Estas ainda limitam-se e so identificadas predominantemente por tarefas operacionais e distantes de instncias decisrias e estratgicas. A inexistncia do cargo de psiclogo apontada em 62% das organizaes pesquisadas, descrita pelos gestores como um cargo indefinido para a organizao,evidenciando convergncia entre as partes( psiclogo e empregador).A grande re-corrncia de respostas remetem tambm a uma relao com possveis distores e desvios de atribuies dos psiclogos. Os resultados tambm reforam a discusso de alguns autores so-bre a atuao do psiclogo no Brasil e evidenciam a necessidade de avanarmos na integrao e interlocuo das partes(organizaes,gestores e psiclogos),objetivando a ampliao de nosso mercado de trabalho,valorizao e principalmente oferecimento sociedade de oportunidades de desenvolvimento por meio de nossas aes.

A POT no contexto da insero profissional de psiclogos em AngolaAutores: Joo Manuel Saveia Daniel Francisco, CIEPOT - Centro de Estudos e Pesquisas, Angola; Ant-nio Virglio Bittencourt Bastos, Universidade Federal da Bahia

Resumo: Este texto parte de um trabalho maior que tinha como objetivo apresentar um panora-ma geral da insero do psiclogo no mercado de trabalho angolano, focando as caractersticas do emprego, as atividades desenvolvidas, os sentimentos em relao ao trabalho e as abordagens terico-metodolgicas que fundamentam sua atuao ou com as quais os profissionais mais se identificam. Para o estudo maior a coleta de dados consistiu de um survey, tendo como unidade de anlise psiclogos angolanos que atuavam no pas. Apesar da sua complexidade, o desenho da amostra apoiou-se em uma populao pequena, de aproximadamente 900 psiclogos. No total, participaram na pesquisa 230 psiclogos. O survey foi constitudo por um mdulo bsico e trs mdulos especficos. Para este texto fez-se um recorte, tendo sido considerado apenas o mdulo bsico, onde destacam-se a insero profissional, os trabalhos atuais e as perspectivas futuras quanto ao exerccio profissional. Dos pesquisados, 17% no esto inseridos no mundo do traba-lho; 3,5% j exerceu atividade profissional no campo da Psicologia, mas atualmente encontra-se desempregado; 33% atua em outros campos; 14% exercem atividades no campo da Psicologia e em outro campo; e 32% dos pesquisados atuam somente no campo da Psicologia. Sobre os que nunca trabalharam, entre os que pretendem inserir-se no campo, a maior parte, 66,7% gostaria de faz-lo na rea de POT. Sobre os que no exercem atividade profissional atualmente, mas j o fizeram no passado, no campo da psicologia, a rea de POT, com 62,5%, foi a que mais empregou. Sobre os que exercem atualmente apenas atividades profissionais fora do campo da Psicologia, mais uma vez a rea de POT aparece em primeiro, com 69,2% de preferncia entre os que preten-dente inserir-se no campo. Finalmente, sobre os que atuam no campo da psicologia, as principais atividades so as ligadas rea de POT e docncia. Pelos dados, conclui-se que, no panorama de insero profissional, a rea de POT a preferncia, tanto por aqueles que nunca atuaram como aqueles que esto trabalhando fora do campo da Psicologia. Entre os que atuam no campo, as atividades de POT e a docncia so as que mais os ocupam. Trata-se de um panorama distinto da realidade brasileira, no obstante ser esta a realidade com mais influncia entre os psiclogos angolanos, quer pela literatura usada no pas como pela formao de boa parte dos psiclogos formados fora de Angola.

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ANAIS DO VII CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO ANAIS DO VII CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Valores pessoais x Valores organizacionais: Estudo de Caso em uma Empresa do Setor de Transportes ColetivoAutores: Jlia Gonalves, Universidade Federal de Santa Catarina; Cludia Medianeira Cruz Rodrigues, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Lucas Schweitzer, Universidade Federal de Santa Catariana; Suzana da Rosa Tolfo, Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo: Esta pesquisa buscou identificar os valores individuais e organizacionais e suas possveis relaes em uma empresa de transporte coletivo urbano da fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Tratou-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva em que participaram 56 colaboradores. Utilizou-se o Questionrio de Perfis de Valores Pessoais (QPVP) e o Inventrio de Perfis de Valo-res Organizacionais (IPVO). A pesquisa foi aprovada pelo Comit de tica em Pesquisa (Registro CEP/UNIFRA: 288.2011.4). Os dados foram submetidos anlise estatstica descritiva atravs do software SPSS. Entre os valores pessoais mais significativos para os funcionrios da empresa destacou-se o Universalismo, a Benevolncia, a Segurana e a Conformidade, dentre os 10 tipo motivacionais proposto por Schwartz (1992; 1994; 2005). Os valores de Universalismo e Benevo-lncia enfatizam a aceitao dos outros como iguais e a preocupao com seu bem-estar, dessa forma promovem relaes sociais de cooperao e facilitam a integrao e os relacionamentos in-terpessoais no trabalho, configurando-se uma questo positiva para pessoas que trabalham em um grupo. Os valores Segurana e Conformidade indicam uma nfase na submisso e proteo da estabilidade, da ordem e da harmonia nas relaes. J em relao aos valores organizacionais que, segundo os participantes, so mais presentes na cultura da organizao, conforme os oito valores propostos por Tamayo (2008), esto Conformidade (respeito s regras e aos modelos de comportamento), Realizao (avalia o sucesso, a competncia da organizao e dos funcionrios) e Prestgio (indica a busca da organizao por admirao e respeito na sociedade pela qualida-de de seus servios). O valor Bem-estar, relacionado a preocupao da organizao em propiciar satisfao e qualidade de vida no trabalho, est dentre os menos identificados na cultura desta organizao, indicando a necessidade de reavaliao das prticas exercidas na empresa. De forma geral, a Conformidade foi o valor pessoal priorizado entre os participantes e percebido como mais importante para a organizao, indicando, neste construto um alinhamento. Porm, quando se analisou os demais valores, percebeu-se um distanciamento existente entre os valores priori-zados pelos funcionrios (valores pessoais) e a percepo da hierarquizao de valores feita pela empresa (valores organizacionais). O paralelismo de valores favorece o aumento da satisfao, da identificao e do sentimento de similaridade nos colaboradores. Quando h o alinhamento entre os valores, as metas e objetivos tornam-se comuns, e so perseguidos tanto pelo trabalhador, quanto pela organizao, preocupar-se com essa relao fundamental para o crescimento e a conquista de vantagens competitivas.

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As relaes entre aposentadoria, envelhecimento e gnero em professores da rede pblica de SalvadorAutores: Adilson Santana; Aidil Lima Serra; Simone Miranda Chaves, Centro Universitrio Jorge Amado

Resumo: Os significados atribudos ao trabalho e a aposentadoria so sustentados pela lgica ca-pitalista na qual o trabalhador valorizado enquanto produtivo e inserido no mercado de trabalho. Esta concepo pode provocar um sentimento de desvalorizao mediante a aposentadoria, mo-tivada pela perda da identidade profissional que vai exigir uma reorganizao subjetiva, espacial e temporal. Trata-se de um fenmeno multidimensional, contudo, este estudo tem como objetivo geral, analisar o impacto da aposentadoria na vida dos professores de escolas pblicas da rede estadual em Salvador-BA, e a sua relao com o processo de envelhecimento, a partir do gnero, e como objetivo especfico, pesquisar os novos modos de ocupao dos professores aposentados. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, que utilizou como procedimento o estudo de campo. Participaram da pesquisa professores aposentados, 5 homens e 7 mulheres, idades entre 55 a 73 anos, e 2 anos de aposentadoria, no mnimo. Os dados coletados atravs de entrevista semiestruturada; as falas dos participantes, discutidas por meio da anlise de contedo, organi-zadas num quadro comparativo para identificar unidades de sentido e produzir inferncias. Em relao ao significado do trabalho docente, a maioria dos entrevistados o associou realizao pessoal; tambm foi expressiva a fala de saudade do trabalho, independentemente do gnero. Entretanto, muitos professores manifestaram sentimento de alvio frente a aposentadoria, que promove benefcios como: liberdade, dormir mais, tempo para estudar, pescar, maior ateno relao familiar, no cumprir horrios, viagens, realizao de exerccios fsicos e cuidar melhor da sade. Contudo, a aposentadoria foi associada perda financeira, fragilidade fsica e acentuadas mudanas na aparncia. Os homens enfatizaram, tambm, o sentir-se improdutivo, ficar mais tempo em casa, ocupando-se de problemas domsticos, que foram associados ao envelhecimen-to. Tambm assinalaram as limitaes fsicas, problemas de sade e a dificuldade em lidar com as marcas e rugas, as quais, se tivessem recursos, corrigiriam. Expressiva maioria de mulheres conti-nuou a exercer atividades de trabalho voluntrio, a fazer cursos de especializao, para no corre-rem o risco de adoecer, acostumadas com o ritmo intenso de trabalho. Afirmaram no se sentirem velhas, e terem muito tempo pela frente para viver novas experincias, quando se percebe uma inverso nos papis tradicionalmente exercidos e adoo de estratgias de enfrentamento mais ativas frente ao envelhecimento, pelas mulheres, nesta amostra. As falas dos professores abar-cados nesse projeto apresentam caminhos para novos estudos, j que aposentadoria e gnero so temas pouco discutidos.

Assdio moral na administrao pblica: um estudo tericoAutores: Adriana Machado Pooli; Janine Kieling Monteiro

Resumo: OBJETIVO: verificar e demonstrar como se caracteriza o assdio moral nas organizaes pblicas. MTODO: estudo terico; reviso da literatura acerca do tema; busca de artigos em base de dados como Scielo, PsycInfo e Lilacs, Biblioteca Virtual de Sade, bancos de teses e disserta-es. RESULTADOS/DISCUSSO: os servidores pblicos aparecem em pesquisas como um dos grupos mais propcios a prticas de assdio moral. Conforme Hirigoyen (2001/2011)"o assdio moral no setor privado mais evidente, dura menos e termina com a sada da vtima. No setor pblico, pode durar anos e por isso os mtodos de assdio so mais perniciosos e produzem

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resultados dramticos sobre a sade, bem como sobre a personalidade das vtimas". Segundo a autora, na Administrao Pblica, o assdio moral no se relaciona produtividade e ao lucro, mas a disputas pelo poder. A literatura nacional corrobora esta afirmao. Os estudos acrescen-tam outros fatores que contribuem para a ocorrncia deste tipo de violncia psicolgica no setor pblico, tais como as normas de movimentao de pessoal, a estabilidade no servio pblico, o sistema de avaliao funcional vigente, a rigidez hierrquica. Nas pesquisas tambm aparecem como circunstncias capazes de propiciar assdio moral na organizao pblica o tipo de lide-rana/gesto, especialmente aquela caracterizada por exacerbado autoritarismo, o ambiente de mudanas profundas e/ou repentinas, a prevalncia do estresse no ambiente laboral, a existncia de conflitos no resolvidos, as relaes insatisfatrias entre colegas de trabalho, os conflitos re-lacionados funo desempenhada, as tarefas mal distribudas e montonas, a inadequao e/ou falta de treinamento para exerccio de determinadas atividades. Embora ainda escassos os estudos acerca deste tipo de violncia psicolgica no mbito da administrao pblica se compa-rados queles realizados em empresas privadas, possvel verificar que o fenmeno, no contexto averiguado, assume caractersticas especficas em decorrncia das normas que regem este tipo de relao de trabalho. CONCLUSO: os estudos relativos ao assdio moral no servio pblico na literatura nacional so condizentes com a internacional. Os fatores que propiciam este tipo de violncia psicolgica relacionam-se, principalmente, ao abuso de poder, excessiva rigidez e hie-rarquia vigente nos rgos pblicos, ao sistema de avaliao de desempenho, ao tipo de gesto e estabilidade do funcionrio pblico. REFERNCIA: Hirigoyen, M. F. (2001/2011). Mal-estar no trabalho: redefinindo o assdio moral. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Desemprego, excluso e o Estado: um estudo exploratrio sobre as expectativas frustradas de trabalhadores em Bacabeira-MA com a construo da Refinaria Premium I da PetrobrasAutores: Daiane Rose Cunha Bentivi Aquino, Universidade CEUMA/Universidade do Porto

Resumo: Entre os anos de 2009 a 2014, a pequena cidade de Bacabeira no interior do Maranho foi palco de extremas transformaes por conta do incio das obras de construo da Refinaria Premium I da Petrobras. No ano de 2015, aps tais transformaes, a empresa anunciou o cance-lamento da obra, alegando inviabilidade econmica do projeto. Nesse sentido, esta pesquisa pre-tendeu compreender o impacto no mercado de trabalho local aps as transformaes advindas da construo do desse Grandes Projetos de Investimento (GPI) como a demanda de novas pro-fisses, necessidade de maior qualificao profissional, adequao s diferentes modalidades de emprego etc. bem como a situao atual aps o cancelamento da obra. Como metodologia, uti-lizou-se a observao livre e anlise documental, a partir do levantamento sistemtico de infor-maes sobre os dados referentes ao mercado de trabalho de Bacabeira anteriores e posteriores ao incio das obras, bem como aps o cancelamento do projeto pela Petrobras. A partir dos dados analisados, concluiu-se que houveram transformaes significativas no mercado de trabalho com a instalao da primeira etapa da obra de construo da refinaria. Tais mudanas ocorreram prin-cipalmente no que tange ao tipo de atividade realizada pelos trabalhadores locais: a agricultura familiar de subsistncia deu espao a rea de servios e construo civil. Muitos cursos de quali-ficao profissional foram abertos no local, bem como vrias instituies pblicas relacionadas polticas pblicas de empregabilidade, como por exemplo o Sine, SESI, SENAI e SEBRAE. A partir da anlise dos impactos sofridos, possvel perceber a forma como ocorre a articulao entre o poder pblico e a iniciativa privada na promoo de medidas mitigadoras relacionadas questo laboral. Porm, com o cancelamento da obra por parte da Petrobras em janeiro de 2015, toda essa rede de polticas pblicas de emprego foi desmobilizada, os investimentos cancelados, resultando em um sentimento coletivo de frustrao por parte da populao local.

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Proposta de mobilizao coletiva de trabalhadores da educao tcnica e tecnolgica em instituio federal para melhoria das relaes e da qualidade de vida no trabalhoAutores: Silvania Gomes da Costa, Instituto Federal do Tocantins; Fernando Vieira Machado, Instituto Federal do Tocantins; Liliam Daysi Ghisoni, Universidade Federal do Tocantins

Resumo: Introduo: Os servidores pblicos federais que atuam na rea de educao tcnica e tecnolgica no Estado do Tocantins, particularmente, no mbito do Instituto Federal do Tocantins IFTO, tm se queixado muitas vezes que o trabalho exercido tem sido fonte de sofrimento e de adoecimento. Observando inicialmente as queixas mais frequentes percebe-se que em grande se referem s relaes interpessoais de trabalho e carga de trabalho a que esto sujeitos. Objetivo: Este artigo visa apresentar os dados obtidos a partir da construo de um espao de fala e escuta das relaes entre o trabalho e o trabalhar, a fim de melhorar a qualidade de vida, resgatar a sade e o sentido do trabalho, e com isso alcanar melhores condies de trabalho e sade aos servi-dores no IFTO Campus Palmas, escolhido como o local da pesquisa. Mtodo: Foram escolhidas duas coordenaes de cursos de ensino superior e tcnico, totalizando vinte e cinco professores. Nestes dois grupos, dois psiclogos da Instituio aplicaram o Protocolo de Avaliao dos Riscos Psicossociais do Trabalho Proart, em junho de 2014, e foram feitas as escutas com os traba-lhadores. As escutas e aplicao do Proart foram supervisionados por uma psicloga doutora em psicologia social e do trabalho e especialista em psicodinmica e clnica do trabalho. Resultados: Foi possvel construir o perfil profissiogrfico dos dois grupos e ainda o perfil epidemiolgico mais amplo acerca dos motivos de queixas dos servidores que levam aos afastamentos, perda de laos afetivos no relacionamento interpessoal no trabalho e ao no cumprimento dos objetivos do trabalho anteriormente firmados. Discusso: a partir da anlise dos dados iniciou-se no mbito da instituio a construo de aes visando a sade e o bem-estar no trabalho nessas duas coorde-naes do Campus Palmas do IFTO. Essas coordenaes se mostraram desde o incio favorveis a promover mudanas para alcanar o servidor e harmonizar as aes administrativas e docentes com a melhoria da qualidade de vida no trabalho.

O Jovem e a Iniciao ao Trabalho - uma proposta metodolgica de pesquisa para construo coletivaAutores: Heloisa Helena Ferraz Ayres, UERJ; Gabriella Santiago, UERJ

Resumo: O presente projeto surge, a partir de discusses acerca das polticas pblicas em relao ao campo do trabalho e das organizaes, no Estgio em Psicologia do Trabalho e Organizacional - POT (SPA / IP / UERJ). Assim, em 2014/2015 foi construda a parceria entre a Equipe tcnica do IP/UERJ com o Programa Educativo Bolsa de Iniciao ao Trabalho (PEBIT), programa socioeducativo, conduzido pelo CETREINA/UERJ, com o objetivo de conhecer e acompanhar os jovens bolsistas da Fundao da Infncia e Adolescncia (FIA). A fundamentao terica apoia-se nas concepes atuais da POT (Borges e Yamamoto. 2004; Zanelli, Silva & Soares 2010; Zanelli, Borges-Andrade & Bastos, 2014) e como base metodolgica a Concepo Psicossocial Integrada (Ayres, 2012) que tem como nfase os estudos tericos sobre processos grupais (Mailhiot, 1985; Lane, 1989; Ayres, 2012) e a pesquisa-ao (Barbier, 1985; Thiollent, 1997, 2004; El Andaloussi, 2004), a qual prioriza o envolvimento de todos os atores sociais, ou seja, de quem faz, de quem tem algo a dizer, uma estrutura coletiva, participativa: fornecendo informaes, analisando, interpretando e partindo para uma ao, em um processo compartilhado. Esta concepo ressalta as seguin-tes orientaes metodolgicas - Contrato Psicolgico, Comunicao, Processo de Feedback e Decises coletivas. O projeto percorreu vrias etapas e, com base na metodologia adotada, foi realizada inicialmente uma pesquisa de carter exploratrio. A pesquisa foi realizada em duas

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etapas: 1. Conhecendo o grupo construo da parceria - visitas a rea; realizao de 06 "reuni-es participativas", com a Equipe tcnica do PEBIT/CETREINA, 36 Supervisores e 44 jovens bolsis-tas da FIA; 2. Mapeamento do grupo e demanda- aplicao de questionrios com a realizao de 28 entrevistas com os jovens- com base no referencial terico, foram investigadas as seguintes categorias: - Experincia de trabalho anterior (formal informal); - Vida Escolar; - Contexto so-cial; - Estgio na UERJ; -Expectativas sobre o trabalho de grupo, divididas em subcategorias que representaram as situaes enfrentadas no cotidiano em relao ao tema da pesquisa. Como resultado a pesquisa pode subsidiar a elaborao e a realizao dos encontros do grupo desen-volvimento pessoal e profissional com os jovens, atendendo s expectativas, a demanda e o perfil dos jovens da FIA. Os relatos finais corroboraram a importncia da realizao da pesquisa e da proposta metodolgica ao dar voz aos diferentes parceiros, possibilitando conhecer o grupo, ma-pear as reais demandas e consolidar a parceria e a construo coletiva, na medida em que todos os atores sociais se perceberam protagonistas do projeto.

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Sndrome de burnout: um estudo da realidade do trabalho das agentes penitenciriasAutores: Hilderline Cmara de Oliveira, Universidade Potiguar - UnP; Ionara Dantas Estevam, Universidade Potiguar - UnP; Emmanuela Lucia Queiroz Pimenta Dantas, Universidade Potiguar - UnP; Carolina Gabriela Ferrucio Da Rocha, Universidade Potiguar - UnP

Resumo: As condies de sade e de trabalho do profissional que atua nas penitencirias, tendem a ser um relevante fator de mensurao da qualidade de vida no trabalho no crcere, porquanto, diversos elementos ambientais e de relao social colaboram para o crescimento do stress. Uma das respostas a estas manifestaes de estresse laboral a Sndrome de Burnout, ocasionada por meio da manifestao do estresse crnico. Os agentes penitencirios esto no rol das cate-gorias ocupacionais que desenvolvem trabalhos em condies tidas como estressoras e de alta periculosidade. Essa pesquisa tem como objetivos analisar em que medida o cotidiano prisional contribui para que as agentes penitencirias desenvolvam a sndrome de Burnout, de modo a identificar a incidncia desta sndrome no trabalho da agente penitenciria e verificar a prevaln-cia da Sndrome (exausto, desumanizao e decepo no trabalho) nas agentes penitencirias. Trata-se de uma pesquisa de campo, de natureza quantitativa, realizada no pavilho feminino do Completo Penal Dr Joo Chaves em Natal/RN. Foi utilizado como instrumento a Escala de Caracterizao do Burnout (ECB) desenvolvida por Tamayo e Trccoli (2009), conjuntamente com observao assistemtica. A amostra foi no probabilstica acidental, com 11 (onze) agentes pe-nitencirias. Os dados foram analisados atravs de estatstica descritiva simples. Os resultados mostram que quando indagadas sobre o esgotamento ao final de um dia de trabalho, ou seja, o equivalente a 24 horas de planto 67% alegaram que sentem algumas vezes esse esgotamento, 25% sentem frequentemente; quanto ao trabalho afetar negativamente o seu bem-estar, 63% indicam que sim. Quanto a carga emocional do trabalho, 45% indicam que alta, que se sentem exaustas, inclusive com 62% alegando que afeta a sua sade fsica. No entanto, ao analisar os indicadores conjuntamente estes no apontam para a caracterizao da Sndrome de Burnout entre as participantes do estudo. Diante da realidade dos nmeros, que estava contrria a hip-tese deste estudo, principalmente pela veiculao miditica das inmeras rebelies nos presdios do pas e do RN, este estudo aponta a necessidade de se investigar outras variveis subjetivas para poder entender os motivos dos resultados encontrados, como nvel dos conflitos gerados no ambiente de trabalho, como estes so resolvidos pelos gestores, relao trabalho-folga, entre outros.

O campo trabalho-famlia: uma reviso da produo emprica nacionalAutores: Pedro Paulo Tefilo Magalhes de Hollanda, Universidade de Braslia

Resumo: O nmero de estudos, congressos e centros de pesquisa com foco na relao entre trabalho e famlia tem crescido muito no cenrio internacional; diversas metanlises tem sido realizadas sobre variveis; redes de colaborao entre pesquisadores do campo vm sendo es-tabelecidas (e.g. Work and Family Researchers Network); peridicos especializados no tema tem ganhado notoriedade (e.g. Community, Work and Family) todos esses so sinais da crescente relevncia do campo trabalho-famlia. No entanto, a produo brasileira de estudos empricos nesse campo ainda incipiente. Tendo em vista o expressivo aumento da produo cientfica da

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rea nos ltimos anos no cenrio internacional, este artigo buscou revisar a produo de artigos empricos nacionais sobre a relao trabalho-famlia de 2000 a 2015. Foram encontrados apenas 18 artigos em 14 dos 33 peridicos avaliados das reas das reas de administrao e psicologia. Os artigos foram analisados com base nos mesmos critrios adotados por Borges-Andrade e Pagotto (2010). Os temas pertinentes relao trabalho-famlia por vezes aparecem nos artigos encontrados de maneira marginal ou em descompasso com a produo internacional. Dos artigos encontrados, 33% trataram do estudo emprico do conflito trabalho-famlia como antecedente ou consequente de outras variveis. Dois artigos ocuparam-se da traduo, adaptao e validao de instrumento de pesquisa. Apenas um artigo ocupou-se de uma varivel da perspectiva positiva da relao entre trabalho e famlia um estudo que teve o construto facilitao trabalho-famlia como varivel mediadora entre prticas de conciliao e satisfao com o trabalho. Cabe ressaltar que, apesar de ter sido publicado em peridico nacional, o supracitado estudo foi realizado por pesquisadores portugueses com uma amostra de trabalhadores portugueses. Chama ateno a variao de abordagens e metodologias de pesquisa empregadas e o nmero de participantes de cada estudo analisado que variou de 2 a 994. Os resultados da reviso sugerem que o nmero de publicaes brasileiras na rea precisa aumentar, assim como a abrangncia das pesquisas. Alm disso, so necessrias pesquisas que adotem um recorte longitudinal. Para isso pode se lanar mo, por exemplo, de mtodos de coleta de experincia e outros mtodos que operaciona-lizem a abordagem episdica da relao trabalho-famlia.

Agravantes do sofrimento do trabalho real do professor mediador no processo de incluso de crianas portadoras de transtorno do espectro autistaAutores: Soraya Rodrigues Martins, Universidade Federal Fluminense - Campus Rio das Ostras; Thamyres Bandoli Tavares Vargas, Universidade Federal Fluminense - INFES

Resumo: A incluso escolar tem se tornado um assunto cada vez mais relevante para os pais, profissionais da rea e sociedade em geral, uma vez que houve uma transformao no cenrio da educao especial. A atual legislao para educao inclusiva produto um processo que tem buscado adequar as escolas brasileiras s regulamentaes federais que foram estabelecidas em concordncia com os movimentos internacionais. Pretendemos apresentar um estudo empri-co realizado, no ano de 2014, junto a Professores de apoio da rede municipal de ensino de Rio das Ostras (RJ), com alguma experincia no processo de incluso de crianas com necessidades especiais de educao, por apresentarem algum Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esta pes-quisa teve como objetivo alcanar alguma compreenso sobre o trabalho efetivamente realizado e sobre as vivncias de prazer e sofrimento de mediadores, os quais esto inseridos no processo de incluso de crianas portadoras de TEA. Portanto, se props a realizar uma pequena discus-so sobre a Educao Especial no Brasil e dar visibilidade ao trabalho efetivamente realizado por esses profissionais. A pesquisa foi desenvolvida sob a tica da Psicodinmica do trabalho e uti-lizou-se da abordagem qualitativa, sem deixar de considerar o caminho histrico que a poltica nacional de educao especial percorreu at alcanar a atual configurao, visto que os media-dores so atores que foram includos nesse contexto recente. Foram realizadas entrevistas indi-viduais, semi-estruturadas, com quatro professoras de apoio da rede Municipal de Ensino de Rio das Ostras- RJ. A anlise das entrevistas foi estruturada em trs eixos: organizao do trabalho; mobilizao subjetiva; sofrimento, defesas e patologias; conforme a proposta feita por Mendes (2007). Na analise e discusso clnica e terica dos dados coletados, procuramos dar visibilidade ao trabalho efetivamente realizado por esses profissionais, apoiada na psicodinmica do trabalho e na fala dos entrevistados. Dentre os resultados destacamos. a) a existncia de discrepncias entre o trabalho prescrito e o real, especialmente em relao aos princpios da Educao Inclusiva e a prtica de incluso vivida nas escolas; b) a existncia de trs agravantes do sofrimento: a

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sensao de despreparo, a no colaborao da famlia e a vivncia da solido; c) O predomnio do reconhecimento no ligado ao saber-fazer, mas sim gratido. Alm disso, podemos perceber, a partir das entrevistas, que alguns professores no tm pleno conhecimento, nem compactuam, com os princpios que deveriam norte-los. Esses resultados apontam para a necessidade de um espao de fala e reflexo de seu fazer

O processo de liderana dentro das cooperativasAutores: Jssica Bastos Chaves, Universidade Ceuma

Resumo: Este estudo aborda a gesto do sistema de cooperativas por meio do processo de li-derana com nfase no desenvolvimento e atuao dos trabalhadores cooperados. Pesquisa de carter qualitativo, descritiva e bibliogrfica. Para realizao deste estudo foi realizado uma pes-quisa bibliogrfica de artigos publicados a partir de 2010 na base de dado da www.scielo.br; e no buscador scholar.google.pt, bem como livros referentes ao assu