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A&WO I. DOiVIIX&O 39 IIK JUNHO IIK 1S6S. nruitiüiio 29 ò JORNAL POLÍTICO, LITTERARIO E AGRÍCOLA ASS1GNATURAS. PARA A CÔRTJS E NICTHEROY Por um anno J0£0I)0 Por seis mezcs ;i$000 Publieá-sé As quintas-feiras o domingos na typographia modeiwa, a rua da Conceição n. 70, onde recebe-se publicações e annuncios por módico preço. As publicações de interesse geral ser.ao inseridas gratuitamente. FOLHA AVULSA 200 RS. ASSIGNATURAS. PARA AS PROVÍNCIAS Por um anno 148QPO Por seis meses 7*000 E> este o ultimo numero deste iiiex, e como temos aniiuncia«lo, «Io próximo lu turo iiiea em «liaute publi- caremos diariamente o nos- so jornal em formato um pouco maior. Esse sr. julga pelos factos,c pelos factos realisados na sua própria pessoa, ávon- lado da opinião publica traduzida cm A REVOLUÇÃO PACIFICA. «sawKX^Oo^ O sr. conselheiro W. «le $, Torres Homem e o paiz. Attenda bem o povo brasileiro. O sr. conselheiro Francisco deSalles Torres Homem, expressamente chamado da Europa para tomar a chefatura do par- tido conservador puritano, reassumio com efléito, pressuroso e enthusiasmado, a direccão activa desse partido. E' pois em seu nome que o eloqüente e incorruplivel político dos tempos moder- nos, declara ao paiz inteiro, em pleno par- lamento, e na qualidade ostensiva de re- presenlante do povo brasileiro pelo quar- to districto eleitoral da provincia do Rio de Janeiro, o seguinte: « Nosso povo, indiferente ao bem, foge de qualquer ônus publico ^guando è gra- tuilo, e para dar o seu voto nos dias de eleição estende as mãos abertas ao cor- ruptor que mostra maior o/feria! E' também na qualidade de represem lante da imprensa, que dirigindo-se á nação assim se expressa:, « Nossa imprensa ê um covil de assas- sinos, sem outra missão mais que roubar e apunhalar a honra dos melhores ca- raderes. » , Finalmente, é ainda o sr. conselheiro Francisco de Salles Torres Homem, des- cendente de um clérigo, quem grava na historia do paiz, e para que perdure e atravesse a posteridade, como revelação do estado clerical no segundo reinado, esta magni[ica opinião, testemunho in- delevel do amor filial,- da gratidão de um filho para com a memória da sua própria origem: « Nosso clero é desmoralisado e causa vergonha!» Èo sr. conselheiro Torres Homem tem sobradarazão para lançar do parlamento, do seio da representação nacional, estas importantes proposições, frueto de suas convicções nascidas do estudo e da expe- riencia própria, á face do povo, como sívgma desua depravação! E' porque o nosso povo é indiferente ao bem, foge de qualquer ônus publico quando gratuito, e para dar o seu voto nos dias de eleição estende as mãos aber- tas ao corruptor que mostra maior o/fer- ta, que elle hoje pode ter um assento na representação nacional, ed'ahi, demons- tração viva destas verdades, lançal-as cm rosto ao povo de que se diz representante, porque foi elle um dos corruptores,Nque mostrou maior o/ferta ás mãos estendidas e abertas desse mesmo povo, para haver- lhe o voto! E é pela mesma razão que elle ve-se applaudido e acompanhado por uma maio- ria permanente de representantes como elle, todos mais ou menos semelhantes nos meios e íins da eleição. E' ainda a datar dos seus exemplos na imprensa, delle que foi um dos seus gran- des e prestigiosos chefes, e que creou a situação actuai com o domínio exclusivo do partido de queé chefe, e a mercê das theorias de conciliação, que essa mesma imprensa se constituio no paiz um covil de assassinos sem outra missão mais que roubar e apunhalar a honra dos melhores caracteres. ) O illuslre e eloqüente conselheiro, che- fe autorisado do puritanismo conserva- dor, oüercce ern si mesmo exemplo vivo desta outra grande verdade. Pretendendo roubar e apunhalar a honra dos melhores caracteres, o Maio- rista, se bem nos recordamos, em annos que vão, escolheu um^^onel (lis- tineto do exercito, que então era chefe das obras publicas, e contra elle vomitou as mais acerbas injurias e dirigio o punhal da honra. Se então houvera o correctivo da censu- ra prévia que o honesto publicista hoje lembra como uma grande medida liberal, teria o redactor do Maiorista evitado apu- blicaçâo daquellas injurias apunhaladoras da honra do brioso coronel, e ainda mais odissanor de achar-se victima de uma/&*- berdade dcsenvolta e anarc/wca,usada pelo coronel para corrigir, como de facto cor- rigio em rua publica e em pleno dia,casti- "ando corporalmente a insolenciade um assassino e ladrão da honra alheia, desses que semduvida nessa época pertenciam ao covil de que hoje se nos falia. A demonstração da outra grande verda- de lançada á face da nação pelo illuslre publicista, e que se refere ao clero, não a reproduziremos nós, porque, apezar de tudo, não imitaremos o novo apóstolo das doutrinas puritanas, revolvendo as cinzas dos que descansam cm paz, c que deviam merecer mais veneração c respeito ao no- bre conselheiro. Apenas diremos aos lei- tores que recorram á contrariedadedo li- bello de Timandro,quo se aííirma,c o affir- mou o próprio conselhciro,ter sido escrip- ta sob as inspirações e por ordem da po- liciado sr. Euzebio de Queiroz, aquém hoje o sr. Salles toma o bastão de chefe, e de qnem é leal e digno correligionário político! Se depois destas recordações nmocen- tes de um passado não muito remoto, e do qual tirou sem duvida o illustrado conse- lheiro a força de suas asseverações, ai- guem quizer duvidar da justiça com que se pronuncia o novo e prestigioso chefe poli- tico,duvide-o embora; mas em todo o caso dar-nos-ha o direito de attribuir-lhe máo gosto. Nada, porém, tão ingênuo da parte do illustre conselheiro, como a declaração de que o nosso povo estende as mãos abertas no dia da eleição ao corruptor que mostra maior offerla. , Nada de tão ingênuo, dizemos, porque estabelecido este principio pelo grande publicista, como para afíirmar á nação a origem da representação, e justificar a ur- gencia de reformar o seu vicio, resulta que elle e todos os que com elle formam a maioria permanente dos eleitos, foram os corruptores que mostraram maior oílerta, e por isso e por isso foram eleitos e re- ceberam diplomas de deputados de eleito- res que lhes estenderam mãos abertas para receberem a oílerta maior. Se o illustre iluminense, o sr. dr. Ma- noel Joaquim da Silva não tivesse de- monstrado á evidencia a impureza do di- ploma dado ao sr. Salles Torres Homem para ostentar-se membro da representa- cão nacional, o próprio sr. Salles teria agora se encarregado de completar o triumpho moral e honroso do sr. dr. Ma- nocl Joaquim: a maior oílerta do sr. Salles comprou para elle os votos de elci- tores de mãos abertas; como também as maiores oílertas dos seus collegas do dis- tricto preferiram aos seus nobres antago- nistasl Se não ha nestas reílexões lógica irresistível, se não são ellas a consequen- cia da enunciação do sr. Salles, então, o preciso convir, com irresponsabilidade mais uma voz essesr. cuspio a injuria o a ;:àíironta á face de um povo inteiro cuja mo- ralidade, infelizmente, elle apparenta re- presentar.

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A&WO I. DOiVIIX&O 39 IIK JUNHO IIK 1S6S. nruitiüiio 29

ò

JORNAL POLÍTICO, LITTERARIO E AGRÍCOLAASS1GNATURAS.

PARA A CÔRTJS E NICTHEROYPor um anno J0£0I)0Por seis mezcs ;i$000

Publieá-sé As quintas-feiras o domingos na typographia modeiwa, a rua daConceição n. 70, onde recebe-se publicações e annuncios por módico preço.

As publicações de interesse geral ser.ao inseridas gratuitamente.FOLHA AVULSA 200 RS.

ASSIGNATURAS.PARA AS PROVÍNCIAS

Por um anno 148QPOPor seis meses 7*000

E> este o ultimo numerodeste iiiex, e como já temosaniiuncia«lo, «Io próximo luturo iiiea em «liaute publi-caremos diariamente o nos-so jornal em formato umpouco maior.

Esse sr. julga pelos factos,c pelos factosrealisados na sua própria pessoa, ávon-lado da opinião publica traduzida cm

A REVOLUÇÃO PACIFICA.«sawKX^Oo^

O sr. conselheiro W. «le $,Torres Homem e o paiz.Attenda bem o povo brasileiro.O sr. conselheiro Francisco deSalles

Torres Homem, expressamente chamadoda Europa para tomar a chefatura do par-tido conservador puritano, reassumio comefléito, pressuroso e enthusiasmado, adireccão activa desse partido.

E' pois em seu nome que o eloqüente eincorruplivel político dos tempos moder-nos, declara ao paiz inteiro, em pleno par-lamento, e na qualidade ostensiva de re-presenlante do povo brasileiro pelo quar-to districto eleitoral da provincia do Riode Janeiro, o seguinte:

« Nosso povo, indiferente ao bem, fogede qualquer ônus publico ^guando è gra-tuilo, e para dar o seu voto nos dias deeleição estende as mãos abertas ao cor-ruptor que mostra maior o/feria!

E' também na qualidade de represemlante da imprensa, que dirigindo-se ánação assim se expressa:,

« Nossa imprensa ê um covil de assas-sinos, sem outra missão mais que roubare apunhalar a honra dos melhores ca-raderes. » ,

Finalmente, é ainda o sr. conselheiroFrancisco de Salles Torres Homem, des-cendente de um clérigo, quem grava nahistoria do paiz, e para que perdure eatravesse a posteridade, como revelaçãodo estado clerical no segundo reinado,esta magni[ica opinião, testemunho in-delevel do amor filial,- da gratidão de umfilho para com a memória da sua própriaorigem:

« Nosso clero é desmoralisado e causavergonha!»

Èo sr. conselheiro Torres Homem temsobradarazão para lançar do parlamento,do seio da representação nacional, estasimportantes proposições, frueto de suasconvicções nascidas do estudo e da expe-riencia própria, á face do povo, comosívgma desua depravação!

E' porque o nosso povo é indiferente aobem, foge de qualquer ônus publicoquando

'è gratuito, e para dar o seu voto

nos dias de eleição estende as mãos aber-tas ao corruptor que mostra maior o/fer-ta, que elle hoje pode ter um assento narepresentação nacional, ed'ahi, demons-tração viva destas verdades, lançal-as cmrosto ao povo de que se diz representante,porque foi elle um dos corruptores,Nquemostrou maior o/ferta ás mãos estendidase abertas desse mesmo povo, para haver-lhe o voto!

E é pela mesma razão que elle ve-seapplaudido e acompanhado por uma maio-ria permanente de representantes comoelle, todos mais ou menos semelhantesnos meios e íins da eleição.

E' ainda a datar dos seus exemplos naimprensa, delle que foi um dos seus gran-des e prestigiosos chefes, e que creou asituação actuai com o domínio exclusivodo partido de queé chefe, e a mercê dastheorias de conciliação, que essa mesmaimprensa se constituio no paiz um covil deassassinos sem outra missão mais queroubar e apunhalar a honra dos melhorescaracteres.

) O illuslre e eloqüente conselheiro, che-fe autorisado do puritanismo conserva-dor, oüercce ern si mesmo exemplo vivodesta outra grande verdade.

Pretendendo roubar e apunhalar ahonra dos melhores caracteres, o Maio-rista, se bem nos recordamos, em annosque já lá vão, escolheu um^^onel (lis-tineto do exercito, que então era chefe dasobras publicas, e contra elle vomitou asmais acerbas injurias e dirigio o punhalda honra.

Se então houvera o correctivo da censu-ra prévia que o honesto publicista hojelembra como uma grande medida liberal,teria o redactor do Maiorista evitado apu-blicaçâo daquellas injurias apunhaladorasda honra do brioso coronel, e ainda maisodissanor de achar-se victima de uma/&*-berdade dcsenvolta e anarc/wca,usada pelocoronel para corrigir, como de facto cor-rigio em rua publica e em pleno dia,casti-"ando corporalmente a insolenciade umassassino e ladrão da honra alheia, dessesque semduvida nessa época pertenciam aocovil de que hoje se nos falia.

A demonstração da outra grande verda-de lançada á face da nação pelo illuslrepublicista, e que se refere ao clero, não

a reproduziremos nós, porque, apezar detudo, não imitaremos o novo apóstolo dasdoutrinas puritanas, revolvendo as cinzasdos que descansam cm paz, c que deviammerecer mais veneração c respeito ao no-bre conselheiro. Apenas diremos aos lei-tores que recorram á contrariedadedo li-bello de Timandro,quo se aííirma,c o affir-mou o próprio conselhciro,ter sido escrip-ta sob as inspirações e por ordem da po-liciado sr. Euzebio de Queiroz, aquémhoje o sr. Salles toma o bastão de chefe,e de qnem é leal e digno correligionáriopolítico!

Se depois destas recordações nmocen-tes de um passado não muito remoto, e doqual tirou sem duvida o illustrado conse-lheiro a força de suas asseverações, ai-guem quizer duvidar da justiça com que sepronuncia o novo e prestigioso chefe poli-tico,duvide-o embora; mas em todo o casodar-nos-ha o direito de attribuir-lhe máogosto.

Nada, porém, tão ingênuo da parte doillustre conselheiro, como a declaração deque o nosso povo estende as mãos abertasno dia da eleição ao corruptor que mostramaior offerla. ,

Nada de tão ingênuo, dizemos, porqueestabelecido este principio pelo grandepublicista, como para afíirmar á nação aorigem da representação, e justificar a ur-gencia de reformar o seu vicio, resulta queelle e todos os que com elle formam amaioria permanente dos eleitos, foram oscorruptores que mostraram maior oílerta,e por isso e só por isso foram eleitos e re-ceberam diplomas de deputados de eleito-res que lhes estenderam mãos abertaspara receberem a oílerta maior.

Se o illustre iluminense, o sr. dr. Ma-noel Joaquim da Silva não tivesse já de-monstrado á evidencia a impureza do di-ploma dado ao sr. Salles Torres Homempara ostentar-se membro da representa-cão nacional, o próprio sr. Salles teriaagora se encarregado de completar otriumpho moral e honroso do sr. dr. Ma-nocl Joaquim: só a maior oílerta do sr.Salles comprou para elle os votos de elci-tores de mãos abertas; como também asmaiores oílertas dos seus collegas do dis-tricto preferiram aos seus nobres antago-nistasl Se não ha nestas reílexões lógicairresistível, se não são ellas a consequen-cia da enunciação do sr. Salles, então, opreciso convir, com irresponsabilidademais uma voz essesr. cuspio a injuria o a;:àíironta á face de um povo inteiro cuja mo-ralidade, infelizmente, elle apparenta re-presentar.

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fc A HEVOIjUçAO pacifica.

Se o sr. conselheiro Francisco do SallesTorres Homem tivesse escriplo o Timan-dro na velha Inglaterra, na qualidade desubdito dessa nação, o sr. Salles seriaolhado com desprezo e ódio pelos verda-deiros cidadãos inglezes; o se elle liou-vosso uma vez sustentado theorias deli-herdade em relação á imprensa e depoisno parlamento difamasse essa arma poli-lica, embora envenenada, de que uma vezse servira como idolo, teria logo sentidoa necessidade de recolher-se a vida do-mestiça e de família, porque a suacarrei-ra política teria chegado nesse dia ao sfiilermo; e isso ponpie na Inglaterra, ondea probidade c coherencia põliticà são con-dições cssenciaes para a vida publica, aopinião nacional não perdoa ao apóstata:o apóstata é-o uma sô vez; elle a si pro-prio condemna-se ao izolamenlo, porquesabe que á apostasia segue o desprezo daopinião publica.

Mas no nosso paiz não é assim. Neste,paiz ao contrario, os apóstatas são os ho-meus que mais favores o apoio recebem daopinião, porque a apostasia é uma habili-dade política 1 Tanto é assim, que o sr.Salles não receia dizer do alio da tribuna,na força da sua eloqüência, que elle e seuscompanheiros de opiniões políticas hoje,foram os corruptores que maior o/fertamostraram aos volantes de mãos abertasestendidas, c venceram!

Depois disto, e se o povo assiste assimimpassível ás injurias que um politico im-probo lhe atira em face, o que se pôde cs-perar do systema representativo no Brasil?

Aos cidadãos que teem brios e pundonorsó resta cobrir o rosto de vergonha, e es-perar para clescobril-0,0 dia em que a opi-nião publica seja uma realidade, e nãouma opinião de mãos abertas estendidasás oIIcrias dos corruptores!

Depois disto..... Paremos aqui, e dei-xemos ao povo brasileiro alguns momen-tos de reflexão, em quanto nos dispomosa expor ao publico em toda a nudez, avida publica do homem que os conserva^dores puritanos honram-se hoje de terempor chefe.

Vergonha c opprobrio ao brasileiro quenão achar na dignidade da consciência aforça indispensável pára reagir contra es-peeuladores políticos de tal natureza, queaviltam o degradam a honra e as institui-ções do seu paiz.

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DIVERSAS.Gamará dos srs. nEruTADOs. — Quarta-

feira 2o de junho.— Occupou-se a câmaracom a discussão, depois do expediente, ena primeira parto da ordem do dia, docontraio do illuminaçáo a gaz; o com a dis-eussão de orçamento do império na segun-da parte da referida ordem do dia, naqual tomaram parte os srs. Sayão Lobato,Torres Homem e Amaral.

O primeiro dos oradores occupou-se cmpretender justificai--so das aceusaçoes ocensuras que lhe foram dirigidas em ses-sãp anterior pelo sr. Justiniano Madureira.

O terceiro em diffinir sua posição poliu-ca,sustentando com habilidade que foi seç-tarió da conciliação,a qual trouxe grandes

benefícios ao paiz, e da (piai ainda, é o quose deduz pelo monos do sou discurso, re-sulta a organisaçáo do partido que no paizactualmente está conhecido como o parti-do do progresso, a liga-eonstilurional.

Quanto ao segundo, o sr. conselheiroTorres Homem, elevando-se á altura dechefe do partido outr'ora saquaromahojoconservador puritano, e declarando estecomo o verdadeiro partido liberal, o elleseu chefe sempre cohcrentc, fez a historiado aviltamento e degradação a que, na suaopinião , tem attingido todas as classes dasociedade, elle o único (pie pôde ufanar-sede lhe não ter chegado a lepra da corrup-cão, e portanto o único também que naqualidade de chefe dos puritanos, querfazer o sacrifício de salvar a sociedadebrasileira, por um esforço supremo de suaintelligencia sem rival eprobidadepolili-ca sem igual.

Dous o ajude, para que este povo possaagradecer tão grande e sobre-humano sa-crilicio.

Quinta-feira 20 de junho.—Tsào houvesenão por falta de numero.

Sexta-feira 27 de junho.—Occupou-sea câmara com o expediente, discussão decontrato de illuminaçáo a gaz e parecerda eommissão alongando o praso de pri-vilegio a 40 annos, e discussão do orca-mento do império.

Na discussão do contrato tomaram par-te os srs. Silveira Lobo c Mauá, o primeirocombatendo a extensão do praso c basede luz para o contraio, e o segundo sus-tentando o parecer da eommissão.

Na discussão do orçamento oraram ossrs. ministros do império e estrangeirose o sr. Martinho Campos.

O primeiro dando sua opinião sobre asdiversas emendas augmentando despeza;o segundo dando algumas explicações re-lativas ao negocio Sunter do Maranhão,o o terceiro analysando as diversas verbasdo orçamento minuciosamente, e domons-trando ,que cilas são despendidas sem caíi-tela, inspecçáo regular e vantagem con-soquonte para o paiz.

Depois o illustre representante passoua apreciar a situação política do paiz, fa-zènclo sentir o desprestigio em quelemcabido o parlamento no nosso paiz, queentretanto tem por formula de governo,em lheoria, e como condição pr-ncipal a.influencia parlamentar.

Estudando os acíos do ministério de 2de março, principalmente pelo que dizrespeito á administração da justiça, o ora-dor adduz uma suecessão immensa defactos para demonstrar que o ministérioda justiça em semelhante gabinete foi umministério de partido, em que a justiça,imparcialidade e as leis foram simuladasaos interesses ignóbeis e escandalososda parcialidade política do ministro.

Para província de Minas o orador apon-tá as nomeações policiaes feitas pelo sr.Cunha Figueiredo, verdadeira expressãodas vistas do sr. Sayão Lobato.quasi todasroeahidas de preferencia em cabos deguer-ra eleitoral, que se distinguem principal-monte por turbulentos, violentos e la-clrõcs de cavados, por cujos crimes ai-guns até cumpriram sentença.

O orador invoca os brios dos seus com-provicianos mineiros, suas tradições, alimdo levantarem a província do estado deaviltamento a que ella tem sido condem-nada nos últimos tem >os.

O orador fallou clésde 1 1/2 hora datarde até aso 1/2, e sou discurso, rum-prè dizêl-o, é o discurso maissucculenloe notável que tem sido pronunciado napresente sessão, apreciado elle por todasas suas faces e pelo positivo das obser-varões.

Companhia eeiirv.— Deve finalmente terhoje lugar a inauguração da navegaçãodas barcas desta companhia entre esla ca-pitai e a corte.

Suas Mageslados Jmperiacs dignam-sede honrar com suas Augustas Presençascsse/aclo (pie será realisado conforme de-termina o programma seguinte:

«1.° Ao chegarem a estação da corte, ás10 horas da manhã, Suas Magestades Im-periaes serão recebidas pelosdirectores,emprezario e accionistas da companhia.

« 2.° Os três vapores da companhia achar-se-háo atracados á ponte, onde serão vi-sitados por Suas Magestades Imperiaes.

« 3.° Depois cPaquelia visita das barcasda companhia, seguirá para S. Domingoso vapor Segunda, tendo a seu bordo SuasMagestades Imperiaes e as pessoas queS. M. o imperador houver por bem deter-minar,

« 4.° A barca Segunda será immediata-mente seguida pela Primeira e a Terceiracom os accionistas e convidados.

« 5.° Logo que Suas Magestades Impe-riaes desembarcarem cm S. Domingos se-guirá a barca Segunda para Nictheroy.onde se conservará á disposição de SuasMagestades Imperiaes até q seu regressopara a corte. ;

« G.° As barcas Primeira e Terceira, de-pois de locarem em S: Domingos, segui-rão para Nictheroy, e dali voltarão a estacorte em direiturà, uma hora depois, e.oisios accionistas e convidados que quizeremregressar, alim de entrarem estas barcasiinmediatamentc no serviço da carreira.

« 7.° Suas Magestades Imperiaes no seuregresso cia capital da província visitarãoa estação da companhia na corte.»

Fazemos votos pela prosperidade deum melhoramento que será, pensamos,de férteis conseqüências para a capital daprovíncia.

Escola normal.—Tem também lugarboje o acto solomne da inauguração da es-cola normal da província com a assistênciade S. M. o imperador.

Consta-nos que o mesmo Augusto Se-nhor examinará lambem os trabalhos doencanamento do Rio .Vicencia. Se houverexame acurado e reílectido do modoporquê se aproveitaram as ramificações deáguas, algumas ao que se diz, de caracterpaludoso, pela natureza do terreno em oqual se assentaram as ramificações de en-canamento no intento de augmentar ovolume cPagua, é de crer que a scienciaaconselhe a conveniência, por bem da sau-de publica, de fazer grandes reparos nosencanamentos, e isso demodoproíissio-nál.

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A llEVOfcUÇAO PACIFICA. 9

Pelo menos é esla a opinião que temos,não só pelos princípios geraes de physiea,como ainda pela natureza dos phenonie-nos quo as águas, dadas certas circums-tancias oííoroeem.

Municipalidade.— Acha-se com assentona câmara municipal o sr.Théptpniò Neryda Silva na qualidade de vereador sup-plente.

Depois de grandes esforços por, parte dealguns vereadores para impedirem a en-Irada deste senhor na câmara, teve elletodavia assento: e a mão da Providenciapermitíio que, ao entrar elle na câmara,íbssc suspenso o engenheiro da mesma ca-inara. c tivesse de interpor parecer contrao dito engenheiro por aceusações graves(pie lhe foram feitas por outros verea-dores.

Os leitores lembrar-se-hão que ha cercade cinco annos, o mesmo sr. Nery,com as-sento na câmara, abrio discussão sobrefactos graves em que estava compromet-tido o mesmo engenheiro,o que então ca-pilulo de aceusações injustas foram contrao sr. Nery levantadas, dizendo-se que ellequeria fazer mal por paixão c capricho.

Agora o sr. Nery é justificado por ou-tros vereadores, e, segundo nos infor-mam, nobremente absteve-so de interporjuízo c opinião acerca do modo porque sedeve haver a câmara para com o engenhei-ro, que está substituído interinamentepolo digno capitão reformado Aílbnso deAlbuquerque, caracter apreciável por maisdo um titulo.

Também o mesmo sr. Nery fez na cama-ra duas propostas,que nos parecem de todaa justiça e até louváveis.

Uma foi para que so nomeasse umacommissão alim de organisar código deposturas para a câmara, afim de não dar-se o escândalo de ser a câmara da capitala que, tendo todos os recursos para isso,não possuo ainda um código de posturassensato e digno da edilidade da capital daprovíncia. Essa proposta, informam-nos,iôi tomada cm consideração.

A outra foi que a câmara fizesse publi-car no Moderado ou em outra folha daprovíncia <[ue mais vantagens olíerecesse,as aetas das sessões,aíimdenão so igno-raí a solução que se dá, ou. o como se at-tende aos interesses do importante muni-cipio da capital.

Informam-nos também que essa pro-posta foi tomada cm consideração.

Illuminaçao da cidade.—Ha tempos dis-somos, por constar-nos por pessoa •íidedi-gna, que a adiministraçào da provínciahavia autorisado a municipalidade a des-tribuir quarenta lampeões pelos pontos dacidade onde elles fossem mais activamentereclamados.

O sr. presidente da câmara porém en-tendeu, tendo sido reeommondadü o bair-ro de SanfAnna, na parte da estrada ge-ral comprehendida até a segunda encruzi-lhada na distribuição dos lampeões, quepodia dispensar a recommcndaçáo e des-tinar os lampeões para o bairro deícarahy,onde se diz, tom s. s. interesses maiores.

Contra uma tal resolução, se exactamuito illegal, protestamos em nome doshabitantes e proprietários do bairro de

SanfAnna, e mais que tudo em nome dosverdadeiros princípios de justiça. Doactual administrador esperamos medida(pie repare o abuso ou injustiça, seéexactoo (pie se diz, do sr. presidente da câmara.

Festividade hkuuiosa. — Teve lugar,como se annunciãra e com pompa o rique-za a festividade do orago da freguezia, «pieha muitos annos, por incúria, não erafeita.

Iraraensa foi a concurrencia de povo aotemplo do Senhor.

Louvamos a irmandade pelo seu zelo.

TRÂNSCRIPCÃQ.,%x_

l&ellaiwjriio que st« ex.-alirec-tor clíaa. c<mKg»-<&iiÍBfift.*3oiMfle-cm*y dirigio o aSr. Firncst*»HitoiiciMcto Ottoni.

(Conclusão.)Desta vez desconheci a lpnganimidade

do nobre ministro da agricultura. S. ex.respondeu-me por escripto. A redaccaodo aviso é calculada, mas o transumptodiz claramente que ha segredos, em quenão posso entrar, do sr. commissario dogoverno com o sr. ministro da agricultura.

Visto que eu não podia examinar v. gr.a correspondência entro o sr. commissarioe o sr. ministro, a faculdade que se medava de pedir os documentos de que neces-sitasse, dependendo de uma reclamaçãoao ministério sempre que o sr. commissa-rio tivesse duvida, era perfeitamente illu-soria. E assim não me abalancei a requisi-tar nem ao menos copia do ofiicio em queosr. ç.ommissario noticiou ao sr. ministroque, todo o seu empenho era diminuir aextenção de terras que se tinha de deixarem poder dos accionistas. Vê-se bem queuma tal carta seria um documento preciosopara provar eu perante a presidência deMinas a justiça com que reclamei contra oexcesso da avaliação das dividas quoforam imputadas sem desconto á contados accionistas e que o sr. commissarioavaliou por tão alto preço, porque o seuprincipal empenho era d iminuir a extençãodas terras, que tem do ficar com os accio-nistas. Em favor dos outros recursos nãofaltariam documentos no volumoso archi-vo que uma prudência demasiada seques-troii ao meu exame. Lendo o meu ofiicio oa, resposta do s. ex., v. s. ajuizará se aconcessão ora ou não completamente illu-soria. Ficou pois o sr. commissario dogoverno com o seu arcíiivo reservado, olivre da minha importuna fiscalisação, oassentei que era da minha dignidade reti-rar-me da secçáo da secretaria de estadodos negócios do Mucury.

Vou agora communicar a v. ex. umadescoberta que fiz casualmente o que dizrespeito especialmente aos interesses dev. s,na qualidade de emprezario e directorda companhia do Mucury.

Communicou v, s. ao governo imperialem data do 20 de setembro de 1861 liáve-rem os accionistas da companhia Mucurydeliberado: « Que a directoria ficasseautorisada a encampar os contratos da

! companhia com as condições da lei, salvos

os direitos do direclor-empresario, resul-lautos do artigo 2z\ dos estatutos.

O artigo 22 cios estatutos dá ao director-empresário, no caso em quedeixe iW o ser,direito a uma imleninisaçáo avaliada porárbitros e que era devida pela sessão dosprivilégios e pelo honorário de director.

Dando conhecimento ao governo dadeliberação dos accionistas, v. s. aceres-sentou : (doe. g) « Que acerca de seudireito louvava-se na secção do conselhodo estado da repartição, obrigando-se adesistir de qualquer pretençáo, se lhefosse contrario o voto da secção. »

Em resposta o nunislio declarou sim-plesmente a v. s. (doe h) « oue estavadeterminado entrar em ajustes eomtanto(pie do empréstimo levantado se abatessemos ;}00:000§ do empréstimo da estradade ferro. »

Autorisado com poderes illimitados da-dos pelos accionistas faz v. s. o contrato(doe. b) em que nada estipula em nome doempresário c director e somente em nomee por conta dos accionistas.

E no contrato se obriga o governo a u>mar sobro si o activo e passivo da com-panhia na maior generalidade.

Tal que, lovantando-se duvida acerca daextenção dos ônus que o governo tomarasobre si, resolveu-a aííirmativamente aconsulta da secção do conselho de estado(doe. c) cm a qual se explica': « Que atransferencia dos direitos e obrigações dacompanhia para o governo era geral, eque comprehendia todos os encargos etodas as dividas.» •

De taes premissas não podia eu concluirque v.. s. estivesse privado de reclamarseu direito corno» credor da campanhia,senão por estar ligado pelo compromissode honra que tomara de acceitar o arbi-tramento que desse a secção do conselhode estado e porque este lhe houvesse sidocontraria.

Na sua circularde 18 de março de 1801é v. s. (piem allega que está esbulhadodo seu direito, apezar de não ter crinhe-cimento da sentença do conselho do es-tado. (*)

Ê sabia ou que v. s. não tinha podidoobter certidão dessa consulta que v. s.süppunhà tel-o privado em virtude da-queile compromisso de fazer qualquerreclamação.

Ora tendo ou do justificar meus recursosao presidente de Minas pedi por certidãoos parecerés do conselho de estado relati-vos á encampação, eveio entro os outrosa consulta sobre o ofiicio de v. s. datadode 20 de setembro de 1860. e sobre o seu.direito á indemnisação na fôrma do artigo22 dos estatutos.

E com grande admiração minha vi quoa consulta do conselho de estado (doe. c)longe de contestar reconhece explicita-mente o direito de v. s., e por isso lh'aoííereço por cópia, para v. s. delia fazer ouso que lhe convier.

Que a sua boa fé foi tristemente sur-

(*j O cx-director da companhia fez mais, por-quo cm carta <jue dirigio ao sr. ministro da fa-zeuda por oceasião da execução de contrato de-clarou tel-o assignado na hypothese de não terdireito ã indemnisação.

Nota do edklor

Page 4: ò JORNAL POLÍTICO, LITTERARIO E AGRÍCOLAmemoria.bn.br/pdf/218065/per218065_1862_00029.pdf · tido conservador puritano, reassumio com efléito, pressuroso e enthusiasmado, a direccão

A ItlWO&lfÇ.&O PACIFICA,

prendida neste negocio é o que me pareceevidente.

Em todo o caso como v. s. pretendelevar â imprensa este meu relatório, aquirefiro o facto acompanhado dos documen-tos (pieo comprovam para que ao menos opublico moralise mais este incidente dahistoria do Mueury.

Do theor da consulta sove um outromotivo pelo qual foi cila tão cuidadosa-mente resguardada das vistas dodirectorda companhia do Mueury.

V. s. oppunha-se á encampação o pre-feria receber o empréstimo que por contae ordem da companhia fora levantado emLondres o com as condições com queO fora.

O governo per fas ou per nefas queriaa encampação.

No entanto a consulta resolvida do con-solho de estado deixava á companhia a ai-ternativa ou de receber o seu dinheiro queestava no thesouro, ou de encampar-so.

« No estado em que se acham as cousas,diz a consulta, ou o governo ha de tornarelleclivo o empréstimo ou admittiraen-camparão.»

Ora, estando declarada a opinião dev. s. pelo empréstimo, está claro, que sa-bedor do que se havia resolvido em con-sulta do conselho de estado, leria rejeita-do a encampação o consequentemente re-cebidò o empréstimo que ó o que estavaresolvido.

Mas era isso justamente o que o gover-no não queria, porque a hora dacompa-nhia do Mueury tinha soado, e;era precisocolher o frueto dasmachinações de 1858.

Por isso se fez mysterio da consultaque v. s, teve agora de ler pela vezprimeira.

Ohl mm Dieul quelle justiceCesl Ia justice du milieu.

Permitia y> s. ainda duas palavrassobre esta fatal encampação.

Os algarismos que citei neste relatórioo as minhas contas de novembro de 1800a junho de 1861 não contempladas no in-ventario, e que prestei ao sr. commissariodo governo, demonstram a vitalidade dacompanhia do Mueury ainda em 1800,provando ao mesmo tempo que na quali-dade de agente da companhia emPhila-delphia eu soube comprehender e cumpriras instrucções da administração central,especialmente as de 2 de maio de 1800.

Nessa data amuinciando-me o confiscodos 900:000 & levantados em Londres porconta e ordem da companhia e de que othesouro se havia apoderado, v. s. es-crevia:

« Eu não quero animar nem aconselhara ninguém. Siga cada um suas própriasinspirações. Mas se houver coragem todosse poderão salvar, c salvar a companhia.

« E' preciso que as despezas fiquem re-düzidas ao stricto necessário. Çonserve-seo que está feito, e nada mais.

« O feitor deve continuar a aperfeiçoaros aterros, arear e gramar as quatros bra-ças ao lado da estrada, sobretudo ostalu-des dos aterros, e os lugares onde halama.

« Ainda temos 100:0008 com que acompanhia pôde esperar annos, queche->ue o tempo da justiça!! »<o

Nos selo iillimos.mezes do minha ges-tão, todas as despezas no Mueury de SantaClara â Philadelphia so limitaram comolenho mostrado a uma quantia muito infe-rior ao rendimenlo proveniente dos fretesda tropa o venda do sal.

No entanto as ordens de v. s. acerca daconservação do (pie estava feito foramcompletamente executadas. Para provabastará o fado de (pie ainda em janeirodesle anuo os carros transitavam livre-mente na estrada de Philadelphia á SantaCl 'ii"i

Que a população útil do Mueury não des-animou antes da encampação da eompa-nhia, e pelo contrario mostrou confiançano futuro, prova-o exhuberantemente, oprogresso do movimento das cargaaf(ím-portadas do Rio de Janeiro, não compre-liendendo o sal.

Pelos mappas comparado da importa-cão de 1859 a 1800 (annexo a este relato-rio), vê-se que neste ultimo anno o com-mercio de transito teve grande impulso.

Ora, se a conservação das estradas, eadministração do Mueury, de Santa Claraa Philadelphia, se podiam ir mantendocom uma despeza de pouco mais de contosde réis por mez, isto é, só com o rendi-mento arrecadado em Philadelphia:

| Se as despezas da administração o eus-leio dos armazéns de Santa Clara eRibei-rão das Pedras,segundo os contratos fei-tos com os respectivos agentes, eram pa-gas pelos passageiros e donos de cargas:

Se na conformidade dos relatórios ciev. s. a navegação a vapor entre esta cortee Santa Clara apezar de muito despendio-sa deixava um pequeno saldo a favor docofre da companhia:

Esta claro que razão tinha v. s. quandoassegurava, que não tendo a companhiadividas e com um saldo de 100:000 g emcaixa, podia bem esperar annos o tempoda justiça.

E é deplorável que os accionislas assus-tados pelas repetidas provas de injustodesagrado, que pezáram nestes últimosannos sobre v. s. , preferissem contra ovoto de v. s. liquidar uma empreza de tãosubido alcanse para o paiz, de tamanhoslucros para os seus sócios e de tanta glo-ria para o seu fundador.

Rio de Janeiro. 15 demarco de 1862.—Illm. sr. Theophilo Bcnedicto Ottoni.—Ernesto Benediclo Ottoni.

AWNUWC10S.

DECLARAÇÃOUBeeima nrbana.

Pela collectoria de rendas provinciaesde Nictheroy se faz saber que a cobrançada décima do 2o semestre do correnteanno, se ha de rcalisar á boca do cofre damesma collectoria precisamente dentro dopróximo mez de julho, como dispozéra álei novíssima e o regulamento de 14 dedezembro do anno passado, sob pena dasmultas já annunciadas.

Nictheroy, 27 de junho de 1802.—O es-crivão, José Henrique da Silveira.

ALUGA-SE uma preta que cosinha, emgòmma e faz compras; no largo da Concei-cão n. 13.

ALUGA-SE uma parda para lodo ^v-viço, capaz, liei c obediente; na rua NovadeS. Domingos n. 3.

ITTE1CÍ0,Nesta cidade, â rua d'El-Rci n. 48, en-

contra-se um professor de musica e piano,muito conhecido pelo seu excedente me-t.hodo de ensino, que lhe tem grangeado aaceitação em boas casas de familia; o(piai dá lições em sua casa o fora delia,afinando gratuitamente os pianos das pes-soas que o honrarem com a sua confiança.

Antônio Joaquim Vieira SampaioJoão Francisco Barbosa, MaurícioJosé Ramos, Joaquim Soares Ferrei-ra Dutra, João Maria Salvado, Fran-cisca Maria de Jesus, Anua MariaSoares, Emilia Loduvina Alves, Po-lucena Maria da Piedade (ausente),Rernardina Maria Salvada,joão JoséSoares Ferreira, João Francisco Bar-bosa Júnior. João Antônio da Picda-de (ausente), Maria José Soares, Fir-mino Soares Ferreira oBernardinaMaria Salvada filha; muito agrade-cem ás pessoas que acompanliaramo enterro de sua muito presada espo-sa, irmã,cunhada e tia,D. Maria JoséVieira Sampaio; e de novo lhes con-vidam para assistir a missa do sétimo^dia, que por sua alma se ha de ceie-brar amanhã 30 do corrente,ás 8 1/2horas, na igreja matriz de S. JoãoBaptista desta cidade!

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Perdeu-se no dia 23 do corrente várioslivros dentro de um saquinho verde, osquaes teem o nome do alumno II. C. Roth,quem os achou e queira restitujr pôde le-val-os á rua do Príncipe n. 58,ou na escoladefronte da ponte das barcas, que serágratificado,exigindo.

LUVAS DE PEL1CÂ OE JOUVINbrancas e pretas; a venda no largo deS.João n. 10. <

Qn alaguei* reclamação po-ale ser feita, na corte, na ty-pographia aio «Correio Mer-cantil» á rua ala Quitaiialaçe em Mictlaeroy nesta typo-grapBiia, rua ata Conceiçãon. W, onde receüie-se fiuMi-cações e annuncios por mo-dica retribuição.

Nictheroy.—Typ. moderna, de A. V. G. daFonseca, rua da Conceição n. 70.