: i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por são joão batista ... aceitação de si mesmo e do...

19
11º Prêmio Responsabilidade Social SINEPE/RS ÁREA FIM: Desenvolvimento Cultural “Lendo o mundo com Ana : identidade e africanidade na alfabetização” Angela Maria Fittel Maluf Naibi Rosane Donelli Costa Renata Scherer de Oliveira Paiva Vanessa Sabrina Witter Dutra Vanessa Nagel Buratto APRESENTAÇÃO DO PROJETO 1. Apresentação da instituição educacional O Colégio La Salle São João, através de sua tradição, faz história há 88 anos, cumprindo seu papel na educação em um ambiente acolhedor e familiar, onde a ternura e o cuidado se expressam em gestos. Em um espaço pensado para o aprendizado, cuidado e conforto dos alunos, promove diversas atividades primando pelo desenvolvimento integral de suas crianças e jovens. Possui infraestrutura completa e adequada para a prática de cada nível de ensino, contemplando os alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. A proposta educativa alia a construção de novos conhecimento à formação de valores. Em sintonia com as novas tendências tecnológicas e culturais e sem abrir mão dos valores que norteiam suas práticas, o Colégio La Salle São João exercita um constante aperfeiçoamento de seus projetos pedagógicos oferecendo uma educação humana e cristã.

Upload: nguyenhanh

Post on 07-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

11º Prêmio Responsabilidade Social SINEPE/RS ÁREA FIM: Desenvolvimento Cultural

“Lendo o mundo com Ana : identidade e africanidade na alfabetização”

Angela Maria Fittel Maluf Naibi Rosane Donelli Costa

Renata Scherer de Oliveira Paiva Vanessa Sabrina Witter Dutra

Vanessa Nagel Buratto APRESENTAÇÃO DO PROJETO 1. Apresentação da instituição educacional

O Colégio La Salle São João, através de sua tradição, faz história há 88 anos, cumprindo seu papel na educação em um ambiente acolhedor e familiar, onde a ternura e o cuidado se expressam em gestos. Em um espaço pensado para o aprendizado, cuidado e conforto dos alunos, promove diversas atividades primando pelo desenvolvimento integral de suas crianças e jovens. Possui infraestrutura completa e adequada para a prática de cada nível de ensino, contemplando os alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. A proposta educativa alia a construção de novos conhecimento à formação de valores.

Em sintonia com as novas tendências tecnológicas e culturais e sem abrir mão dos valores que norteiam suas práticas, o Colégio La Salle São João exercita um constante aperfeiçoamento de seus projetos pedagógicos oferecendo uma educação humana e cristã.

Page 2: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

Localizado no bairro São João, na Zona Norte de Porto Alegre/RS, atende

estudantes da Educação Infantil, do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Turno Integral, totalizando 1040 alunos.

O colégio faz parte da Rede La Salle, que está presente no Brasil desde 1907, e integra a Província La Salle Brasil­Chile, unidade administrativa do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, cuja missão religiosa e educacional foi inaugurada por São João Batista de La Salle em 1680 e, desde então, espalhou­se pelo mundo. Na Rede La Salle o estudante é protagonista no processo de construção do conhecimento. A proposta pedagógica visa a uma educação de excelência e ao desenvolvimento integral dos sujeitos em seu nível físico, psíquico e espiritual. A educação lassalista, baseada nos princípios de São João Batista de La Salle, é integradora das dimensões intelectual, afetiva e volitiva, promovendo as relações fraternas e solidárias, bem como o respeito à diversidade. 2. Descrição do cenário em que surgiu o projeto e justificativa para implantação Ao ingressarem no primeiro ano do Ensino Fundamental, a partir dos seis anos, as crianças terão seus primeiros contatos com o ensino sistemático da língua escrita. Essas crianças, no entanto, ainda apresentam a necessidade de vivenciarem suas experiências de aprendizagem de forma lúdica, através de jogos, brincadeiras e contação de histórias. Os conteúdos abordados na alfabetização, precisam, também, estar relacionados às vivências dos alunos. Além disso, sabe­se que o indivíduo pertencente a essa faixa etária está em pleno desenvolvimento de

Page 3: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

sua identidade, reconhecendo­se como sujeito, inserido em um ambiente caracterizado pela diversidade. Dessa forma a construção de relações nos diferentes espaços sociais nos quais a criança está inserida fundamenta o uso do seu nome e os vários aspectos sociais e culturais relacionados à sua identidade (reconhecimento e organização corporal, preferências, família, reconhecimento do outro, enfim, temas que os constituem enquanto indivíduos).

O uso da história Ana, o cachorro e a boneca, da autora Léia Cassol, justifica­se pelo fato de esta obra contemplar esses diferentes aspectos. Através de uma linguagem simples, adequada às crianças do primeiro ano, a autora passa por diferentes temas, como o nome da personagem principal, a origem desta, seus animais de estimação, seus brinquedos preferidos, sua relação com a escola, as pessoas com quem se relaciona. Ao longo da narrativa, a personagem vai sendo construída e apresentada ao pequeno leitor e, à medida que ele a conhece, vai se identificando com ela. Dessa forma, a história ajuda a criança a tomar consciência do seu próprio processo de identificação e abre espaço para que ela partilhe suas vivências, tornando o processo de ensino­aprendizagem da língua escrita mais significativo, favorecendo as relações necessárias entre os conteúdos trabalhados e as vivências pessoais dos alunos. Nesse contexto, desde 2015, as turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental desenvolvem o projeto Lendo o mundo com Ana: identidade e africanidade na alfabetização , integrando identidade, respeito às diferenças e práticas alfabetizadoras significativas.

3. Objetivos Este projeto tem como objetivo promover a alfabetização, através da

identificação das crianças com os diferentes temas e elementos presentes no livro Ana, o cachorro e a boneca , de Léia Cassol, oportunizando momentos de reflexão sobre as diferentes características e vivências individuais de cada aluno, bem como respeitando as diferenças decorrentes dessas, essenciais no processo de construção da identidade.

Dentro deste contexto, podemos pontuar outros objetivos específicos: estimular a leitura pelo prazer; promover a valorização de si mesmo e do outro através do

reconhecimento das características individuais; orientar para práticas de respeito às diferenças; articular a integração entre a família e a escola no processo de

ensino­aprendizagem;

Page 4: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

promover momentos de leitura e escrita nas atividades de sala de aula, a partir das palavras e frases presentes no livro, bem como das associadas ao seu contexto de leitura;

promover a valorização da cultura africana a partir do reconhecimento de seus elementos e tradições presentes, ainda hoje, em nosso cotidiano.

Desafios

Ao iniciar o ano, os alunos encontram­se em diferentes etapas em relação à leitura e à escrita, enquanto algumas crianças já estão lendo e escrevendo alfabeticamente, outras ainda estão na etapa pré­silábica. Temos ainda aqueles alunos que estão em etapas intermediárias da alfabetização. Além disso, cada aluno está inserido dentro de um contexto familiar, trazendo consigo suas vivências e histórias, que refletem no relacionamento diário com os colegas. Ao promovermos a partilha dessas histórias, alguns conflitos emocionais são evidenciados a partir da reação da própria criança ao tomar conhecimento de alguns aspectos até então desconhecidos ou pouco mencionados na história de suas famílias. Ao abordarmos o respeito às diferenças, sejam elas físicas, culturais, sociais ou religiosas, lidamos com diferentes concepções a respeito dessas, advindas da educação familiar de cada criança. Essas concepções, quando manifestas, trazem à tona alguns conflitos ideológicos e sociais que acabam se tornando temas de debates na turma.

O encontro com a personagem Ana busca refletir sobre estes debates na aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a valorização de outras culturas na construção da nossa história. Considerando esse contexto, constitui­se como desafio manter todas as crianças e suas famílias envolvidas e motivadas durante o projeto, promovendo, ao mesmo tempo, o avanço em relação às suas hipóteses quanto à leitura e a escrita. A abordagem desses temas tão universais como alfabetização, identidade e africanidade é o caminho para vencermos os desafios propostos. ENVOLVIMENTO COM OS PÚBLICOS

1. Apresentação dos públicos O Projeto, que está em sua segunda edição, é realizado anualmente com os

estudantes das turmas de 1º ano do Ensino Fundamental, os quais totalizam, no decorrente ano, 87, contemplando, também, a participação de suas famílias. Dessa forma, o projeto atingiu, em 2016, de forma direta e indireta, aproximadamente, 261 pessoas.

2. Formas de envolvimento

O envolvimento com os alunos dá­se através da participação nas atividades desenvolvidas em aula. Participam dessas atividades, como gestoras, as professoras titulares de todas das turmas do primeiro ano e os professores das aulas especializadas, como Inglês, Música e Ciências. Além de outros profissionais

Page 5: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

envolvidos, direta ou indiretamente, na sua execução e viabilização, conforme será descrito no item recursos humanos.

Os pais e responsáveis participam, através de atividades que são encaminhadas para serem realizadas em casa, tais como: partilha da história familiar e da origem do nome da criança, construção de um acróstico a partir do nome da criança, retomadas de temas abordados em aula. Desta forma, não só as famílias acompanham o que está sendo desenvolvido no projeto, mas participam ativamente nas atividades que são propostas. Em 2016, ao final do projeto, as famílias também participaram da avaliação do mesmo, opinando a partir de um questionário qualitativo sobre as atividades desenvolvidas, quanto ao envolvimento dos alunos e os resultados alcançados em relação à leitura e à escrita. Além disso, neste ano, tivemos a participação do pai de um dos alunos do primeiro ano que, por ser africano, foi convidado a ir à escola apresentar às crianças a cultura de seu país, a Nigéria. Na ocasião, propondo aproximações e distanciamentos em relação à cultura brasileira, sempre considerando as colocações das próprias crianças

GESTÃO DO PROJETO

1. Estratégias e ações O projeto, que iniciou no ano letivo de 2015, desenvolveu, junto às crianças e

suas famílias, as seguintes ações para atingir os objetivos descritos acima:

contação da história Ana, o cachorro e a boneca , de Léia Cassol, a partir da apresentação dos elementos nela mencionados;

análise da personagem principal a partir da descrição apresentada no livro; identificação das características e preferências pessoais das crianças a partir

da comparação com a personagem principal do livro; confecção de uma nova capa para o livro com leitura e registro escrito do

título, nome da autora e nome do ilustrador; confecção de elementos e personagens presentes no livro a partir de

atividades manuais como desenho, dobradura, recorte e colagem de materiais diversos;

exploração de hipóteses de leitura, a partir da leitura individual do livro, pelos alunos;

exploração de hipóteses de leitura, a partir da leitura do livro pelos alunos aos colegas;

construção de um alfabeto a partir das palavras presentes no livro; levantamento de hipóteses de escrita a partir dos nomes dos personagens e

elementos presentes no livro; pesquisa junto às famílias e partilha da história do nome das crianças; pesquisa junto às famílias e partilha da história da família das crianças; construção do desenho da figura humana, a partir do desenho de si mesmo,

dos colegas e de personagens;

Page 6: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

identificação das partes do corpo e exploração de suas possibilidades a partir da expressão corporal em atividades envolvendo música;

desenvolvimento de atividades sobre o corpo humano, no Laboratório de Ciência, sob a orientação do professor especializado;

construção de novas palavras a partir das letras que compõem o nome das crianças;

construção de um avatar de si mesmo, dos colegas, dos familiares, a partir do aplicativo Avatar Turma da Mônica , disponível no Ipad, durante os períodos fixos designados semanalmente para cada turma, através do Laboratório Itinerante;

envolvimento no projeto global Faça amigos, não faça bulliyng , promovido pela escola com atividades de integração, propiciando momentos de reflexão através de dinâmicas de conscientização do respeito ao outro e sensibilização através da cantiga “O gato xadrez”, de Elvira Drummond;

encenação da cantiga “O gato xadrez ”, de Elvira Drummond , a partir da utilização de fantoches de meia confeccionados pelas próprias crianças; abordando temas como a história de vida, a valorização de características individuais e respeito à diversidade;

exibição de vídeos sobre a cultura africana e comentários a partir dos mesmos;

construção de um tambor, nas aulas de música, abordando a simbologia, relação com os instrumentos já conhecidos pelas crianças e experimentação dos sons produzidos;

confecção de uma máscara e representação de um vaso com desenhos de tribos africanas, possibilitando a exploração desses elementos africanos também nas aulas de Inglês;

criação de uma melodia a partir do texto da obra de Léia Cassol, nas aulas de música;

elaboração de textos coletivos e de registros dos momentos importantes do projeto;

apresentação de um vídeo demonstrativo sobre a Mancala (jogo de origem africana);

construção do jogo Mancala, a partir do uso de materiais recicláveis, e utilização do mesmo em sala de aula;

utilização do jogo Mancala junto às famílias, como forma de interação; pesquisa junto às famílias sobre as brincadeiras vivenciadas pelos familiares

das crianças na infância deles e partilha com os colegas em aula; introdução ao conceito de adição simples, a partir de um jogo matemático,

utilizando dados e uma cesta de guloseimas, relacionada à personagem Ana; introdução ao conceito de dezena a partir da contagem dos elementos

presentes na história Ana, o cachorro e a boneca ;

Page 7: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

contação de diversas histórias a partir de temas afins: Ana, a família e o Baobá, de Léia Cassol; Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado; O cabelo da Lelê , de Valéria de Belém.

releitura da obra de arte do artista plástico Elvis Silva, trabalhando a identidade e auto imagem;

visita de Abiodum K. Fashola, nigeriano, pai de um dos alunos do primeiro ano, para relatar hábitos e sua vivência na África, como atividade de encerramento em 2016;

visita da autora Léia Cassol na escola, no ano de 2015, como forma de aproximar o autor do leitor e a realização da contação da história. Encontro que também está previsto para acontecer em setembro de 2016.

2. Metodologia

Desde 2015, o projeto ocorre anualmente, no primeiro semestre letivo, nas turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental. Durante as aulas, são desenvolvidas várias atividades, conforme descrito nas estratégias, utilizando o livro Ana, o cachorro e a boneca, da autora Léia Cassol, como sensibilizador, permeando também outras literaturas que foram se atrelando e integrando os temas nele propostos aos conteúdos previstos.

Como sinalizado, o projeto iniciou com a contação da história Ana, o cachorro e a boneca, da autora Léia Cassol. Para este momento, as professoras confeccionaram uma caixa na qual foram guardados todos os elementos da história. Na biblioteca, as turmas foram reunidas para ouvir a história. À medida que liam o texto, as professoras retiravam da caixa o elemento citado e apresentavam aos alunos.

Page 8: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

Ao retomar a história com as turmas, cada criança foi desafiada a lê­la em

seu próprio livro. Em outros momentos, foram organizadas em duplas para que pudessem contar a história umas às outras.

Ao confeccionarem os elementos e personagens contidos na história, os

alunos utilizaram materiais diversos. Para construir a boneca que pertencia à personagem principal, os alunos utilizaram palito de churrasco, EVA, lã e filtro de café, desenvolvendo diferentes técnicas de recorte e colagem.

Para fazer o Zumbi, cachorro que pertencia a Ana, trabalharam com

dobradura e, após, colaram em uma folha, criando, através de desenho, uma cena para o mesmo. Na confecção da personagem principal, os alunos fizeram uso do desenho livre a partir de lápis e giz de cera. O cabelo foi desenhado com cola colorida, desenvolvendo o movimento em espiral, já que seu cabelo era “feito

Page 9: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

molinha de caderno”, como descrito na história. Nesse momento, foram muito oportunos os debates sobre a cor da pele da personagem.

Após confeccionarem cada personagem, os alunos criavam hipóteses de

escrita a partir do nome de cada um deles, como por exemplo para boneca, cachorro e jogo, escrevendo cada letra que os compunha em uma ficha de papel colorido que eram organizadas no caderno, de forma que pudessem criar, para cada letra uma nova palavra, escrevendo­a e ilustrando­a. A mesma estratégia foi utilizada para explorar a escrita do nome das crianças, trabalhando este importante elemento da sua identidade.

Outra estratégia bastante significativa, foi a construção de um alfabeto produzido a partir das palavras contidas no livro. Nesta atividade, para cada letra do alfabeto, as crianças copiaram uma palavra do livro, ilustrando­a. Com isso, não só trabalharam com a percepção da letra inicial, mas com o desenvolvimento da noção de palavra, frase e texto.

Conhecendo um pouco da história da Ana, as crianças foram incentivadas a fazer uma pesquisa junto às suas família sobre a origem de seu nome e sobre a sua própria história, relatando momentos como o dia em que seus pais se conheceram e como foi o nascimento delas. Após ouvir o relato dos pais, as crianças fizeram um registro através de desenho, o qual trouxeram à escola para relatar aos colegas em um momento de partilha, onde eles se reúnem em forma de roda sentados ao chão, em que podem visualizar uns aos outros. Algumas crianças, além do desenho, trouxeram livros com significados de nomes e outros materiais que foram utilizados por seus pais, enquanto as esperavam.

No dia Nacional contra o bullying, as crianças foram organizadas no pátio para participarem de um jogo, promovendo a valorização das características individuais dos colegas. Nesse jogo, cada criança escolhia uma qualidade e jogava a bola ao colega que a tivesse. Esse colega, por sua vez, fazia o mesmo e, assim, sucessivamente, até que todas as crianças tivessem sido contempladas.

Page 10: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

Sendo este um projeto interdisciplinar, envolveu também os professores das

aulas especializadas: Inglês, Música e Ciências. No que se refere à Música, foram desenvolvidas atividades com a cantiga “O gato xadrez ”, de Elvira Drummond, desvendando temas como a história de vida, a valorização de características individuais, respeito à diversidade, integrando­se ao projeto bullying. Explorando além da musicalização, a letra enquanto texto, criando releituras junto às turmas e levantando hipóteses através das palavras contidas dentro da música, bem como a confecção de fantoches como forma de dar vida aos personagens.

Page 11: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

Além disso, as crianças confeccionaram tambores, instrumento musical que é herança africana em nossa cultura. Fazendo referência, também, à personagem principal do livro, Ana, que construiu um tambor na escola.

Em Inglês trabalharam com elementos da cultura africana como os vasos e

máscaras que expressam a arte das tribos. Para isso, exploraram vídeos instrucionais, em inglês, e trabalharam com materiais diversos.

No Laboratório de Ciências, os alunos tiveram a oportunidade de explorar as

possibilidades de seu corpo, participando de atividades que envolveram os sentidos. Nelas, os alunos tinham que descobrir alimentos e objetos analisando suas formas, sons, texturas, cores e sabores a partir do uso do tato, olfato, audição, paladar e visão.

A partir da valorização do seu nome e de sua identidade como indivíduo, o

aluno faz relações com os diversos colegas da sua turma, reconhecendo as diferenças entre eles. Aprendendo a respeitar o outro como ser único, sua cultura e

Page 12: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

seu corpo. Neste contexto, apresentamos as obras do artista plástico Elvis da Silva, que retrata a cultura e o povo africano, fazendo uso de seus autorretratos, as crianças realizaram uma releitura de suas pinturas.

Durante o projeto, os alunos também puderam desenvolver diversos

conceitos relacionados à Matemática. Para jogar a Mancala, jogo africano muito antigo, as crianças trouxeram uma caixa de ovos vazia e, primeiramente, assistiram a um vídeo instrucional, ensinando o passa a passo do desafio. Depois, reuniram­se em duplas, para iniciar a partida. Para isso, posicionaram­se frente à frente, colocando, cada uma, um recipiente (copo) vazio à sua direita, o kalah , e distribuíram, igualmente, 48 feijões nas doze casas da caixa, ficando 4 feijões em cada casa. Depois, cada uma, na sua vez, escolhia uma das casas correspondente ao seu lado e retirava todos os feijões, passando a distribuí­los nas demais casas, um a um. Ao passar pelo kalah , recipiente posicionado à direita da caixa, também deixava um. O jogo finalizava quando um dos lados da caixa ficasse vazio, vencendo o aluno que tivesse mais feijões em seu kalah. Finalizada a partida, os estudantes fizeram um registro da mesma, desenhando uma caixa em folha A4 e colando bolinhas de papel crepom nos espaços correspondentes às casas. Em seguida, fizeram o registro da soma 4+4+4+4+4+4+4+4+4+4+4+4=48. Como tarefa de casa, as crianças foram incentivadas a ensinar o jogo a seus familiares.

Page 13: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

Falando em jogo antigo, os alunos fizeram uma pesquisa junto a seus

familiares para conhecer as brincadeiras das quais participavam na infância. Depois, realizaram um registro através de desenho e apresentaram as brincadeiras aos colegas.

Como atividade de encerramento, em 2016, os alunos receberam a visita de

Abiodum K. Fashola, nascido na Nigéria, mas que está no Brasil há dez anos e é pai de um dos alunos do primeiro ano. A visita despertou muita curiosidade nos estudantes e abordou aspectos como os hábitos, a cultura e a vivência na África. O

Page 14: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

momento foi muito significativo, pois a fala de Abiodum relacionou as literaturas estudadas, oportunizando aos alunos diversas relações entre o livro e os temas abordados na visita. Além disso, foi extremamente importante para desmitificar muitos conceito e visões a respeito deste continente.

A partir dessa vivência, em sala de aula, a turma produziu um texto

coletivamente, relatando suas descobertas. Usando os recursos multimídia disponíveis na sala de aula, as professoras digitaram o texto produzido pela turma, projetando­o, para que todos pudessem visualizar sua construção. Após, o texto foi encaminhado para impressão, para que cada aluno pudesse ter o seu. De posse do texto, os alunos realizaram atividades pedagógicas, como encontrar as palavras e ilustrá­las.

RELATÓRIO DA VISITA DE ABIODUN KAYZEE FASHOLA

NO DIA 5 DE JULHO, RECEBEMOS A VISITA DE ABIODUN KAYZEE FASHOLA, PAI DO NOSSO COLEGA DO PRIMEIRO ANO, TAOFIK, DA TURMA 114. ELE NOS CONTOU QUE A ÁFRICA TEM MUITOS BICHOS: LEÃO, LEOPARDO, LOBO, GIRAFA, ELEFANTE, RINOCERONTE, ZEBRA, COBRA E OUTROS. TAMBÉM DISSE QUE LÁ TEM CARNAVAL, UM DE DIA E OUTRO DE NOITE. AS CRIANÇAS PARTICIPAM DO CARNAVAL DO DIA E OS ADULTOS À NOITE. LÁ O CARNAVAL ACONTECE NA PÁSCOA, NO NATAL E NO ANO NOVO. O PAI DO TAOFIK COZINHA, POIS É CHEF, E DISSE QUE NA ÁFRICA AS PESSOAS COSTUMAM COMER ARROZ COM FRANGO E ESPINAFRE COM MOLHO APIMENTADO. KAYZEE CONTOU QUE NA

Page 15: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

ÁFRICA TEM BASTANTE SOL, MUITAS CASAS, PARQUE AQUÁTICO, PARQUE DE DIVERSÃO, CINEMA E SHOPPING. ELE TAMBÉM CONTOU QUE LÁ TEM CASTELOS, ONDE VIVEM REIS, RAINHAS E PRINCESAS. DISSE QUE A MÃE DELE É UMA PRINCESA AFRICANA. NA ÁFRICA AS PESSOAS GOSTAM MUITO DE FUTEBOL E TAMBÉM PRATICAM BASQUETE, NATAÇÃO, CORRIDA E OUTROS ESPORTES. AS CRIANÇAS E OS ADULTOS GOSTAMMUITO DE JOGAR MANCALA. ALGUMAS PESSOAS JOGAM MANCALA NA AREIA. FOI MUITO BOM CONHECER O PAI DO TAOFIK E UM POUCO MAIS SOBRE A ÁFRICA, TERRA DO KAYZEE E DA ANA.

TEXTO COLETIVO

3. Recursos – humanos, financeiros e materiais

A seguir, listamos detalhadamente as pessoas envolvidas, de forma direta ou indireta, na realização deste projeto.

87 crianças; 5 professoras titulares das turmas de 1º ano; 5 professores das aulas especializadas; 5 auxiliares escolares; 3 profissionais do setor de coordenação pedagógica; 2 setor administrativo 1 bibliotecária e 2 auxiliares deste espaço; 1 palestrante e 1 auxiliar; 1 funcionária terceirizada na realização das cópias xerografadas; 3 funcionários do setor de limpeza; 3 funcionários da informática (som e projeção)

Além dos recursos humanos, indispensáveis na viabilização do projeto,

contamos, também, com os seguintes recursos financeiros:

compra dos 87 livros no valor de R$ 34,90 = 3036,30 (adquiridos por cada família);

10 xerox por criança R$ 890,00; confecção da caixa utilizada na contação da história R$ 50,00; jogos de vareta, dados, sílabas e letras R$150,00.

Materiais:

87 Livros de literatura infantil; recursos multimídia (caixas de som, data show, computadores), disponíveis

em cada sala de aula, para a mostra de vídeos relacionados ao tema; 15 Ipads em formato de Laboratório Itinerante; 2 laboratórios de informática e ciências; sala de música; livros diversos, disponíveis no acervo da biblioteca;

Page 16: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

folhas xerografadas; folhas de desenho A3 e A4; papeis color set; materiais de uso individual, trazidos pelas crianças (tesouras, colas, tintas

têmperas, lápis de cor, giz de cera, pincel, canetinhas) para a confecção do tambor: latas e balões para o jogo da mancala: caixa de ovo vazia; papel crepom para a confecção do fantoche para encenação da cantiga de roda “O gato

xadrez”, de Elvira Drummond: meias brancas e pretas, tecido xadrez, cola, tinta, cola colorida, botões;

para a confecção da caixa para a contação da história Ana, o cachorro e a boneca, da autora Léia Cassol: caixa grande de papelão, bichos de pelúcia, tambor, boneca de pano, cesta de vime com balas) .

RESULTADOS 1. Avaliação da continuidade

Nas reuniões de planejamento pedagógico, são discutidos os resultados positivos e sua viabilidade, buscando dar continuidade as próximas ações do projeto, analisando as questões à aperfeiçoar e novas ideias entre as professoras das turmas de primeiro ano e coordenação pedagógica. 2. Avaliação da replicação

Fashola considerou um privilégio participar da atividade de encerramento do projeto. Para ele, foi uma oportunidade de partilhar com as crianças elementos culturais, artísticos, religiosos, geográficos e curiosidades da África e, assim, “desmistificar ideias pejorativas que se cria do povo africano”, conforme ele destacou.

“A visita do Kayzee foi um momento mais que especial, culminou com a reflexão e permanente lembrança do respeito com os negros, como a cultura africana, bem como foi possível apresentar e desmistificar a realidade de um país que, por muitas vezes,nos é apresentado de forma cruel e triste. Parabenizo as professoras e a escola pelo lindo projeto e oportunidade nos proporcionada, bem como, pela constante preocupação com relação aos povos, pelos negros e todos os demais.”

(Relato coletado da família do Taofik, filho de Abiodum K. Fashola)

Léia Cassol, a autora do livro Ana, o cachorro e a boneca, que esteve presente na edição de 2015 e participará neste ano com visitação à escola no mês de setembro, faz colocações significativas e de relevância quanto ao projeto “Lendo o mundo com Ana” no áudio que segue abaixo. Léia Cassol coloca que quando um livro nasce deixa de ser dela e passa a ser do outro, e de forma muito emocionante relata “ a história não é mais minha, é nossa”, conforme trecho de sua fala. Clique aqui: Ouça o depoimento da autora Léia Cassol

Page 17: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

3. Resultados alcançados (qualitativos e quantitativos) Como forma de avaliar os resultados alcançados pelo projeto foram coletados depoimentos das famílias dos estudantes das turmas de primeiro ano.

“O projeto foi bastante significativo para o Vítor, principalmente a visita do Abiodum, cuja a história o Vítor lembra com detalhes: filho de uma princesa que faleceu quando ele tinha doze anos, veio da África há mais de dez anos e se casou com uma brasileira”não negra”, gerando um filho negro. Vários elementos da África aguçaram o interesse do Vítor, como a máscara, o tambor, e os animais selvagens. Seus nomes também são bastante criativos e diferentes dos daqui, como Luanda(a boneca)e Zumbi(o cachorro). Diferenças essas transformadas em história e vivenciada na “contação de histórias” na biblioteca, que o Vítor lembra muito bem. Enfim, o livro e o projeto de leitura trouxeram muitos elementos novos à cultura do Vítor, fazendo­o compreender melhor as diferenças entre a nossa cultura e a africana, mas, sobretudo, fazendo­o perceber que as origens de nosso povo estão intimamente ligadas à África e que muitas das coisas que hoje fazemos, reflete nossa herança trazida desse longínquo continente.” (Relato da família do Vítor, turma 111)

“O projeto pareceu bastante interessante e envolveu muito a Sofia, principalmente na culminância com a visita do pai de um colega. chegou em casa cheia de informações sobre a cultura e costumes africanos. Outro ponto relevante foi a exploração dos nomes dos personagens na escrita e na matemática. O fato do livro trabalhar com a repetição constante facilitou a memorização da escrita. Os assuntos abordados como diversidade e identidade proporcionaram uma discussão importante no contexto atual, permeando muitas vezes, por discriminação , racismo e bullyng. quanto aos trabalhos manuais e artísticos houve uma boa exploração com a confecção e exploração. Em sala de aula, da Ana, do cachorro, além de outros materiais como o jogo da mancala.” (Relato da família da Sofia Holme, da turma 112)”

“Para Julia a história foi show, pois a Ana tem cabelos cacheados e olhos curiosos como ela” (Relato da família da Julia Barbosa, aluna da turma 114)

“...converso com o Murilo e ele demonstrou satisfação e alegria diante dos trabalhos realizados. Ele mencionou a contação de histórias com o uso dos personagens em forma de bonecos. o ponto que ele mais gostou foi a visita do Sr. Abiodum e ao chegar em casa naquele dia contou com entusiasmo todas as características da África, que ele havia aprendido, envolvendo assim, toda a família.” (Relato da família do aluno Murilo, turma112)

“...Apresentou para as crianças a África, um mundo por eles desconhecido, mostrando diferente cultura, estimulando a curiosidade e percepção de igualdade e respeito. Por fim, trabalhou a escrita e leitura, que no nosso caso, surtiu enorme efeito no desenvolvimento da Rafaela, que também dizemos, tem os olhos mais curiosos que já vi.” (Relato da família da aluna Rafaela Araújo, da turma 114)

“...com relação a leitura do livro percebi que a leitura do Lorenzo deu um salto ótimo, mesmo quando ele ainda não compreendia bem o que estava lendo, porém existia o esforço. Os assuntos abordados no livro trouxe para dentro de nossa casa a informação das raças e culturas, fazendo o Lorenzo perceber que mesmo com as diferenças, somos pessoas e devemos ser reconhecidos como iguais.” (Relato da família do aluno Lorenzo, turma112)

Page 18: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

“A Vitória tem apresentado grande progresso e aprendizado no que diz respeito à exploração dos nomes e palavras. Sabe de cor , praticamente a história da Ana,,o cachorro e a boneca.Aprendeu muito bem o que é Bullyng, reconhecendo no dia­ a­ dia quando escuta algo que possa ser discriminativo ou pejorativo. Acredito que esteja lendo bem, é sempre interessada no tema e nas atividades. Quanto às diferenças, além de respeitar, valoriza o melhor de cada um. (Relato da mãe da Vitória da turma 111)

“A Isadora adorou a visita do Sr Abiodum e comentou sobre o país da Africa, teve interesse pelo cultura africana e em descobrir quais os países existentes. acho muito interessante a vivência da prática aliada à teoria explorando o livro, gerando conhecimento através das palavras, números e trabalhos manuais.” (Relato da família de Isadora, turma 112)

“O projeto despertou muito o interesse da Mônica durante o semestre. Ela sempre contava uma novidade que aprendeu em relação ao livro… Mas o que mais chamou sua atenção foi o relato do Abiodum, sobre a cultura africana. Achamos que o tema proposto foi muito importante ser trabalhado com as crianças, pois, muito além de trabalhar a leitura e a escrita (que a Mônica desenvolveu plenamente), abordou a diversidade e despertou o interesse das crianças por outras culturas. (Relato da família de Mônica Lourenzi, turma 115)

“...Ao aprender a escrever logo identificou que Ana é fácil de escrever então adorava.

Um projeto que conseguiu explorar muito o despertar das crianças de escrita e números, e também se aprofundou no que sempre trabalhamos em casa: respeitar as diferenças é essencial!” ( Relato da família da Millena, turma 114)

”O Vicente adorou o projeto, tendo percebido claramente seu proposito que aborda os temas como diferenças culturais. Durante os trabalhinhos que realizou no projeto, ele conta que gostou muito de fazer a Ana com cola colorida. Na visita do Sr. Abiodum, ficou encantado com as diferenças entre África e Brasil, tais como a língua, os animais, as vestimentas, tudo muito lindo. Por fim o Vicente apreciou muito o projeto e captou muito bem a proposta do livro.” (Relato da família do aluno Vicente, da turma 112)

“Um livro que trata de uma cultura tão rica já torna um projeto literário interessante por si só... O projeto nos incentivou a construir uma boneca de pano... A cultura africana é riquíssima, e no projeto tudo foi enfatizado de uma maneira lúdica, de forma que despertou o interesse das crianças. É muito importante que desde cedo aprendam as diferenças e as respeitem. Esse projeto ajudou a construir o caráter justamente por tratar de diferenças culturais e sociais.” (Relato da família de Ana Carolina Bianchi, da turma 115)

“ O projeto do livro da Ana foi um projeto que ajudou muito a Carolina a desenvolver a forma como ela via as palavras, se mostrou muito interessada em aprender cada vez mais . A Carolina aprendeu com muita facilidade a reconhecer os sons das letras quando ficam juntas…” (Relatos da família da aluna Carolina Sacco, turma 113)

“O projeto do livro teve um desenvolvimento fantástico em contemplar tantos elementos importantes para as crianças. Muitos universos foram explorados a partir da história que além de tratar das diferenças e de animais que se encontram em outros continentes, teve também o jogo simples, mas que desenvolveu muito o raciocínio lógico com a caixa de ovo. Envolver os pais foi fundamental para dar ainda mais importância…” (Relato da família do aluno Leonardo Kalikoski, turma 113)

“O projeto desenvolvido na escola foi extremamente interessante, desde a escolha do livro a ser trabalhado até as atividades desenvolvidas a partir dele, as quais integraram

Page 19: : i d en ti d ad e e - sinepe-rs.org.br · por São João Batista ... aceitação de si mesmo e do outro, bem como sobre a ... pesquisa junto às famílias e partilha da história

conhecimentos de matemática, português (vocabulário e escrita) e de cultura geral. Gostamos muito de toda questão do respeito às diferenças e do projeto de ‘não ao bullyng’. Clarissa iniciou o ano conhecendo letras e juntando algumas sílabas e, quando menos esperávamos, iniciou a ler [...] Clarissa vai para a escola feliz e interessada…” (Relato da família da aluna Clarissa Ladeira, turma 113) “O Luis Felipe ficou totalmente envolvido pelo livro, a leitura e a história da Ana, pois o levava a imaginar os personagens, as quantidades e principalmente despertou sua curiosidade em imaginar e conhecer a África, as pessoas de lá depois da conversa com Abiodum e os aniamis também, tenho certeza que este projeto fez com que o Luis aprendesse a ler.” (Relato da família do aluno Luis Felipe, turma 113)

Os relatos foram uma valiosa fonte de avaliação do projeto desenvolvido, pois proporcionou aos educadores envolvidos momentos riquíssimos de reflexão sobre o trabalho realizado com os alunos do 1º ano, através das percepções das famílias desses estudantes.

Foram coletados 72 relatos descritivos junto as famílias, e a partir destes foi possível levantar dados quantitativos sobre a relevância dos temas desenvolvidos no projeto, como: leitura e escrita, respeito às diferenças, conhecimento de uma cultura diferente, interesse e envolvimento das crianças. Conforme podemos observar no gráfico abaixo.

Fica evidente no gráfico que os itens mencionados pelas famílias retratam o

interesse e participação dos alunos no projeto, que teve como relevância momentos que promoveram o conhecimento da cultura africana e demais atividades que trabalharam o respeito ao outro, contemplando também sua importância a alfabetização, processo de construção da leitura e escrita. Os dados quantitativos demonstram que os percentuais aparecem de forma equilibrada, desta forma podemos concluir que o projeto atingiu os objetivos propostos inicialmente.