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Direção artística André Braga e Cláudia Figueiredo AREIA

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Direção artística André Braga e Cláudia Figueiredo

AREIA

No princípio era uma imagem – a imagem de uma imensa ampulheta que despeja areia sobre um ho-mem. No princípio era também um desejo – o desejo de refletir sobre temas e motivos que associamos a esta matéria: o tempo, o silêncio, a seca, a fragilidade, a morte, a origem, o deserto. ‘Um dia, partiu em demanda do seu deserto’, escreveu Jorge Luis Borges numa das suas parábolas circulares. Com ‘Areia’, respondemos a essa espécie de chamamento.Aprofundando todo o investimento criativo que vem realizando no cruzamento da dança, das artes plásticas e do teatro de objetos, Circolando – não por acaso, uma das estruturas que entre nós mais se têm afirmado internacionalmente – ruma agora ao seu deserto, e explora cenicamente o vidro e as es-culturas em areia. Uma travessia empreendida a solo por André Braga, que partilha a direção artística com Cláudia Figueiredo e o palco com Tó Trips, o guitarrista da misteriosa cartola dos Dead Combo, para nos fazer descobrir o deserto como o lugar onde nos podemos perder – ou achar.

(Pedro Sobrado, in Caderno de Programação do Teatro Nacional São João)

Primeiro ruirá o tempo e depois a Terra.Estou a cair. Estou caindo por todo o espaço infinito, numa queda sem direção.

Noite. Firmamento. Estrelas.E uma frase pequena que se repete:‘Por que bates tão forte coração?’Paisagens ardentes. Paisagens queimadas.Febre.A febre queima-o e fá-lo beber da loucura e da morte.

Nada. Silêncio. Água.Coração quente. Coração do sul.Infinitos de céu e areia.Vertigem. Silêncio. Nada.

Não é certamente por acaso que num tempo em que todos nos inquietamos com um Portugal a ruir, há uma matéria que nos inspira reflexões sobre o fim e o recomeço. Fim de uma era, fim de um ciclo e a travessia exigente pelos nossos desertos.

‘Recomeço. Não tenho outro ofício.’Areia na cabeça e o esvaziar da memória. Tudo é de novo possível.A vontade de novas linguagens, novos caminhos.‘Como se a travessia do deserto tivesse que destruir tudo, queimar tudo na sua memória, fazer dele outro homem.’

Mar de areia. Mar de tempo. Silêncio. Suspensão. Vácuo. A paisagem mais antiga do mundo.Origem. Fim. Mistério. Criação.O silêncio é extremo. ‘Estarei morto?’

No palco, um diálogo íntimo com uma matéria.Um diálogo entre um corpo a indagar dos seus limites e uma música poderosa. Um diálogo entre André Braga e Tó Trips. Um encontro inesperado e revivificador.

circolando - cooperativa cultural, [email protected] - www.circolando.com - (+351) 225 189 157 - (+351) 936 272 636

FICHA ARTÍSTICA

CRIAÇÃO COLETIVA Direção artística André Braga e Cláudia Figueiredo

Interpretação André Braga e Tó Trips

Direção e conceção plástica André Braga Dramaturgia Cláudia Figueiredo

Composição musical Tó Trips Vídeo João Vladimiro

Realização plástica Nuno Guedes, Nuno Brandão, Sandra Neves Desenho de luz Cristóvão Cunha

Desenho de som Harald Kuhlmann

Produção Ana Carvalhosa (direcção) e Cláudia Santos Coordenação técnica e operação de luz Francisco Tavares Teles

Operação de som André Pires Palco e montagem Nuno Brandão Direção de cena Cláudia Santos

Fotografias Cristina Soares, João Tuna/TNSJ, João Vladimiro, Pedro David, Stratos NtontsisDesign gráfico Elsa Oliveira

Agradecimentos especiais Madalena Victorino, Ainhoa Vidal e Yumi Fujitani

Co-produção: Circolando, Teatro Nacional S. João e Centro Cultural de BelémCIRCOLANDO é uma estrutura subsidiada por Governo de Portugal – Secretário de Estado da Cultura /

Direção Geral das Artes Outros apoios IEFP / Cace Cultural do Porto