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B o l e t i m A m b i e n t a l
21 de Maio de 2018
Alameda Campinas, n.o 728 - 6o andar, Cj. 64 - Jardim Paulista CEP 01404-001 - São Paulo - SP - Brasil
Tel.: +55 (11) 2985 1070 - www.tabet.com.br
Biocombustíveis
Brasil
RenovaBio. De acordo com o
Decreto Federal n.º 9.308, de
15.03.2018, o Conselho Nacional
de Política Energética – CNPE
definirá as metas compulsó-
rias anuais de redução de
emissões de gases causadores
do efeito estufa para a comercia-
lização de com-
bustíveis, no âm-
bito da Política Na-
cional de Biocom-
bustíveis – Renova-
Bio (Lei Federal n.º
13.576, de 26.12.2017),
considerando os
limites máximos
anuais a serem re-
comendados pelo
Comitê Interministerial sobre
Mudança do Clima – CIM e pelo
Comitê RenovaBio. Os valores
das metas compulsórias anuais
de redução de emissões serão es-
tabelecidos em unidades de Cer-
tificados de Descarboniza-
ção (CBio), sendo que cada uni-
dade de CBio corresponde a 1 ton
CO2eq (as unidades de CBio serão
emitidas em quantidade propor-
cional ao volume de biocombustí-
vel produzido, importado e co-
mercializado pelo emissor primá-
rio, segundo regras a serem defi-
nidas em regulamento).
Incumbe à Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocom-
bustíveis – ANP desdobrar a me-
ta compulsória anual de redução
de emissões em metas indivi-
duais, aplicadas a todos os dis-
tribuidores de combustíveis,
de modo proporcional à partici-
pação de mercado que cada um
detenha na comercialização de
combustíveis fósseis, no ano an-
terior. O CNPE poderá autorizar
a redução da meta
individual do dis-
tribuidor de com-
bustíveis em até
20%, quando com-
provada a aquisi-
ção de biocom-
bustíveis por
meio de contrato
de fornecimento de
longo prazo. Para
atingir suas metas individuais de
redução de emissões anuais, os
distribuidores de combustíveis
deverão adquirir unidades de
CBio em mercados organizados.
Na hipótese de não atendimento
parcial ou integral da meta indi-
vidual, o distribuidor de combus-
tíveis ficará sujeito a multa, sem
prejuízo de outras sanções. A
multa será aplicada pela ANP, no
valor de R$ 100 mil a R$ 50 mi-
lhões, não podendo ser superior a
5% do faturamento anual do in-
frator.
Além do biodiesel e do etanol, a
ANP regulamentará, como novas
espécies de biocombustíveis,
outras substâncias derivadas
N e s t a E d i ç ã o :
Biocombustíveis - RenovaBio
Petróleo e Gás - cessão de direitos pela PETROBRAS
Áreas Especialmente Pro-tegidas - Código Florestal / Uni-dades de Conservação Marinhas
Resíduos Sólidos - logística reversa em São Paulo
Transporte de Cargas Pe-rigosas - atendimento a emer-gências em Minas Gerais
Mediação Ambiental - auto-composição de conflitos ambientais
Jurisprudência - teoria do fato consumado em matéria ambi-ental / descriminalização da condu-ta por lei posterior
Infrações Ambientais - con-versão de multas em serviços
Normas de Direito Público - alterações na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Administração Ambiental - atribuições e funcionamento do Conselho Estadual de Meio Ambi-ente do Amazonas
Pagamento por Serviços Ambientais - contratos com pro-prietários de RPPN no Paraná / Programa Municipal de PSA em Brumadinho, MG
Licenciamento Ambiental - novas regras em Minas Gerais
Produtos Perigosos - limites para a presença de chumbo em tintas
Patrimônio Genético - pra-zo final para apresentação do CURB e modelo de TTM
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2 Este Boletim destina-se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram-se à sua disposição.
de biomassa renovável, em
estado líquido, sólido ou gasoso,
que possam ser empregadas em
motores a combustão interna ou
para outro tipo de geração de
energia, com o objetivo de subs-
tituir parcial ou totalmente o uso
de combustíveis fósseis. ◼
Petróleo e Gás
Em 25.04.2018, o Governo Fede-
ral editou o Decreto n.º 9.355,
que estabelece regras de gover-
nança, transparência e boas prá-
ticas no mercado para a cessão
de direitos de exploração,
desenvolvimento e produ-
ção de petróleo, gás natural e
outros hidrocarbonetos fluídos
pela Petróleo Brasileiro S.A. –
PETROBRAS. Conforme o dis-
posto nesse Decreto, na fase des-
tinada ao planejamento do pro-
cedimento especial de cessão de
direitos (fase de preparação in-
terna), serão contemplados, en-
tre outros aspectos, uma avalia-
ção dos impactos ambien-
tais e quanto à necessidade de
obtenção de licenças e autori-
zações governamentais. ◼
Áreas Especialmente Protegidas
Código Florestal. Após seis
anos de tramitação, sob a relato-
ria do Ministro Luiz Fux, em
28.02.2018, o Supremo Tribunal
Federal (STF) concluiu seu jul-
gamento sobre a constituci-
onalidade da Lei Federal n.º
12.651/2012 (o novo “Código Flo-
restal”), no âmbito das Ações Di-
retas de Inconstitucionalidade
(ADI) n.ºs 4.901, 4.902, 4.903 e
4.937 e da Ação Declaratória de
Constitucionalidade (ACD) n.º
42.
Apesar de ainda estar pendente a
divulgação dos votos e do acór-
dão – que oportunamente mere-
cerão uma análise cuidadosa –,
bem como o início do prazo para
eventuais Embargos de Declara-
ção, é possível concluir que, con-
siderando os poucos dispositivos
proclamados inconstitucionais
ou interpretados conforme a
Constituição Federal, dentre os
vários que foram objeto de ques-
tionamento, prevaleceu o enten-
dimento de que a mencionada
Lei como um todo deve ser reco-
nhecida como válida.
A tônica do julgamento foi a dis-
cussão quanto à aplicação do
princípio da vedação do retro-
cesso em matéria ambiental,
sendo vencedora no STF a tese
segundo a qual tal princípio tem
por escopo a proteção ao nú-
cleo essencial dos direitos e
garantias socioambientais
conquistados, não podendo, no
entanto, ser entendido como
uma vedação geral para qualquer
tipo de alteração legislativa que
venha a modificar ou restringir
direitos e obrigações nessa seara.
◼
Unidades de Conservação
Marinhas. No dia 19.03.2018,
foram criadas quatro novas Uni-
dades de Conservação marinhas:
a Área de Proteção Ambiental
(APA) e o Monumento Natural
(MONA) do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo, no litoral do
Estado de Pernambuco (a 986
Km da costa), e a APA do Arqui-
pélago de Trindade e Martim Vaz
e o MONA das Ilhas de
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3 Este Boletim destina-se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram-se à sua disposição.
Trindade e Martim Vaz e do
Monte Columbia, no litoral do
Estado do Espírito Santo (a apro-
ximadamente 1.200 Km da cos-
ta). Os Monumentos Naturais em
referência não
estão inseridos
dentro da res-
pectiva APA a
eles associada,
perfazendo em
conjunto uma
área total de
mais de 92,5
milhões de hec-
tares. O regime
jurídico de pro-
teção especial
estabelecido
alcança inclusi-
ve o subsolo
dessas Unida-
des de Conser-
vação, que têm o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Bio-
diversidade (ICMBio) como ór-
gão gestor. Em ambos os casos,
as zonas de amortecimento
dos Monumentos Naturais coin-
cidem com as respectivas APA.
Com essa iniciativa, o Brasil pas-
sará de 1,5% de áreas marinhas
protegidas para 25%, cumprindo
com folga, no que tange a áreas
marinhas, a Meta 11 de Aichi –
compromisso adotado em 2010
por ocasião da 10a Conferência
das Partes (COP 10) da Conven-
ção sobre Diversidade Biológica,
realizada em Nagoya, no Japão –
que demanda a proteção de pelo
menos 10% das áreas costeiras e
marinhas de cada país até 2020.
A configuração final dessas Uni-
dades de Conservação, contudo,
foi alterada pouco antes da assi-
natura dos Decretos, por pressão
da Marinha do
Brasil, sob o
argumento de
que o desenho
originalmente
proposto pelo
ICMBio iria
limitar a atua-
ção da Mari-
nha nas ativi-
dades de defe-
sa nacional
nesses locais.
Cientistas afir-
mam que ficou
de fora dos re-
gimes especi-
ais de proteção ambiental boa
parte dos ambientes mais ricos
em vida marinha e mais sujeitos
a ameaças, referindo-se às águas
rasas em torno dos arquipélagos,
onde há maior concentração de
recifes. ◼
Resíduos Sólidos
São Paulo – Logística
Reversa. Por meio da
Decisão de Diretoria
n.º 076/2018/C, publi-
cada em 04.04.2018, a
Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (CETESB) incorporou a
logística reversa no âmbito dos pro-
cessos de licenciamento ambien-
tal. A Decisão de Diretoria determi-
na que, no caso dos empreendimen-
tos e atividades sujeitos ao licencia-
mento ambiental, quando envolve-
rem a fabricação, importação, distri-
buição ou comércio de produtos
ou embalagens sujeitos à logís-
tica reversa, a emissão ou a reno-
vação da respectiva licença de ope-
ração estarão condicionadas à de-
monstração da existência de siste-
mas de logística reversa em imple-
mentação ou operação, quando da
apresentação do pedido de licencia-
mento à CETESB. A lista inicial de
produtos e embalagens para os quais
se exige a prática da logística reversa
no Estado de São Paulo está contida
na Resolução n.º 45, de 23.06.2015,
editada pela Secretaria de Estado do
Meio Ambiente (SMA). Adicional-
mente, a CETESB também passou a
exigir a implantação da logística re-
versa para as embalagens vazias
de tintas imobiliárias, conforme
prevê a Resolução n.º 307, de
05.07.2002, do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA) e suas
alterações.
De acordo com o que ainda estabele-
ce a Decisão de Diretoria, serão equi-
parados aos fabricantes os detento-
res das marcas dos respectivos
produtos, bem como aqueles que, em
nome destes, realizem o envase, a
montagem ou manufatura dos pro-
dutos.
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4 Este Boletim destina-se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram-se à sua disposição.
Desde a edição da
Lei Federal n.º
13.140/2015 (“Lei
de Mediação”), que
dispõe sobre a me-
diação entre particulares como
meio de solução de controvérsias
e sobre a autocomposição de
conflitos no âmbito da adminis-
tração pública, bem como do ad-
vento do Código de Processo Ci-
vil de 2015, por intermédio da
Lei Federal n.º 13.105 de mesmo
ano, tem aumentado o interesse
pela a adoção de métodos de re-
solução consensual de conflitos
no campo ambiental. Nesse sen-
tido, a Lei de Mediação expressa-
mente contempla a possibilidade
de uso da mediação em conflitos
que versem sobre direitos in-
disponíveis que admitam
transação, podendo o procedi-
mento abranger todo ou parte do
conflito, inclusive com a partici-
pação de entidades da adminis-
tração pública, que podem criar
câmaras para resolução de con-
flitos que versem sobre as ativi-
dades por eles reguladas ou su-
pervisionadas. No âmbito de ór-
gãos integrantes do Sistema Na-
cional do Meio Ambiente – SIS-
NAMA, ainda são poucas as ini-
ciativas envolvendo a criação de
câmaras de mediação especiali-
zadas, como no caso da Secreta-
ria de Estado do Meio Ambiente
do Amapá (SEMA). No entanto,
a inexistência de uma câmara
especializada não impede a utili-
zação da mediação para a com-
posição de conflitos ambientais
envolvendo esses órgãos. ◼
Dentre as obrigações estabele-
cidas pela CETESB por meio da De-
cisão de Diretoria destacam-se: (i) a
prestação de informações dos siste-
mas de logística reversa por meio do
cadastramento e atualização do
Plano de Logística e de seus re-
sultados operacionais (Relatório
Anual) no Módulo de Logística Re-
versa do Sistema Estadual de Geren-
ciamento Online de Resíduos Sóli-
dos (SIGOR), conforme os prazos
estabelecidos pela CETESB; (ii) o
cumprimento, gradual e sucessivo,
das metas quantitativas de re-
colhimento e geográficas de
abrangência, até 31.12.2021; e (iii)
adesão a um dos Termos de Com-
promisso de Logística Reversa
(TCLR) firmados entre a SMA, CE-
TESB e representantes dos respecti-
vos setores empresariais ou adoção
de um sistema de logística reversa
individual ou coletivo.
A Decisão de Diretoria n.º
076/2018/C entrará em vigor em
25.06.2018. ◼
Rio de Janeiro – Transporte.
Com base na Resolução n.º 79,
de 09.03.2018, editada pelo Con-
selho Estadual de Meio Ambien-
te (CONEMA), o Instituto Esta-
dual do Ambiente (INEA) im-
plantou um novo Sistema de
Manifesto de Transporte de
Resíduos que pode ser acessado
no seguinte endereço eletrônico:
www.inea.rj.gov.br/mtr.
No sistema antigo, eram emiti-
das quatro vias físicas do Mani-
festo, por viagem e por resíduos.
Com o novo sistema online, todo
o controle será realizado digital-
mente, permitindo o cruzamento
de dados e a elaboração de rela-
tórios específicos contemplando
todas as fases do transporte dos
diversos tipos de resíduos, inclu-
sive do lixo extraordinário e de
resíduos sólidos urbanos e sua
relação entre a geração e o local
de destinação ambientalmente
adequada. ◼
Transporte de Cargas Perigosas
Minas Gerais. Terminará em
28.06.2018 o prazo para que os
transportadores, contratantes ou
expedidores de produtos e resí-
duos perigosos se adequem às
disposições da Lei Estadual n.º
22.805, de 29.12.2017, que esta-
belece medidas relativas a aci-
dentes no transporte dessas car-
gas no Estado de Minas Gerais.
De acordo com a Lei Estadual,
deverá ser mantido, diretamente
ou por meio da contratação de
empresa especializada, serviço
de atendimento a emergên-
cias que atenda determinados
requisitos de eficiência e capaci-
tação técnica. ◼
Mediação Ambiental
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5 Este Boletim destina-se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram-se à sua disposição.
Jurisprudência
Teoria do Fato Consumado.
Em 14.05.2018, o Superior Tri-
bunal de Justiça (STJ) editou a
Súmula n.º 613, com a seguinte
ementa: “Não se admite a teoria
do fato consumado em tema de
Direito Ambiental.” Embora o
contexto em que essa Súmula foi
aprovada diga respeito a prece-
dentes envolvendo especifica-
mente casos de
construção ilegal
de edificações
em área de pre-
servação perma-
nente, nos quais
foram determi-
nadas judicial-
mente a respecti-
va demolição e
restauração
ambiental, a
redação aberta
que foi emprega-
da na ementa poderá ocasionar
numa aplicação mais abrangente
desse preceito, alcançando quais-
quer outras situações relaciona-
das com a proteção de bens am-
bientais, ressalvadas as disposi-
ções legais específicas em sentido
contrário. ◼
Crimes Ambientais. A Sexta
Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), em julgamento
realizado em 20.03.2018 (REsp
1.406.833-PR), entendeu que
não constitui abolitio criminis
(descriminalização da conduta
por lei posterior) o fato de o art.
61-A da Lei Federal n.º 12.651/2012
(o novo “Código Florestal”) ter
autorizado a continuidade das
atividades agrossilvipastoris em
áreas rurais consolidadas até
22.07.2008, exercidas em áreas
de preservação permanente, e
desde que firmado termo de
compromisso de regularização,
por meio de Programas de
Regularização Ambiental (PRA)
de posses e propriedades rurais.
Segundo os julgadores, trata-se
de novatio legis in mellius (lei
nova mais benéfica), que não
descriminalizou a conduta de
destruir floresta de preservação
permanente (art. 38 da Lei
Federal n.º 9.605/1998 – “Lei de
Crimes Ambientais”), mas apenas
condicionou a continuidade das
atividades ali existentes
à implantação de um
plano de recuperação
da área, que, uma vez
concluído, ensejará a
extinção de puni-
bilidade do agente,
nos termos do que
estipula o § 2º do art.
60 do novo Código
Florestal.
Cumpre lembrar que a
celebração de um termo
de compromisso para a necessária
recuperação da área servirá de
requisito para eventual
suspensão condicional do
processo, conforme prevê o art.
89 da Lei Federal n.º 9.099/1995
(“Lei dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais”) e o art. 28 da
Lei de Crimes Ambientais. ◼
Infrações Ambientais
Conversão de Multas. Por
meio das Instruções Normativas
n.º 06, de 15.02.2018, e n.º 02,
de 19.01.2018, aprovadas respec-
tivamente pelo Instituto Brasilei-
ro do Meio Ambiente e dos Re-
cursos Naturais Renováveis
(IBAMA) e pelo Instituto Chico
Mendes de Conservação da Bio-
diversidade (ICMBio), foram re-
gulamentados os procedimentos
para conversão de multas em
serviços de preservação,
melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambien-
te, com base no Programa de
Conversão de Multas Ambientais
emitidas por órgãos e entidades
da União integrantes do Sistema
Nacional do Meio Ambiente –
SISNAMA (Decreto Federal n.º
9.179, de 23.10.2017).
No momento da solicitação da
conversão (até a apresentação de
alegações finais, no âmbito do
processo administrativo referen-
te ao respectivo Auto de Infra-
ção), o autuado deverá manifes-
tar sua opção entre as duas mo-
dalidades de prestação de
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6 Este Boletim destina-se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram-se à sua disposição.
serviços existentes: (i) direta
- apresentação de projeto a ser
implementado pelo autuado, por
seus próprios meios, observando
pelo menos um dos objetivos pre-
vistos na regulamentação (por
exemplo, a recuperação de áreas
degradadas ou a proteção e ma-
nejo de espécies da flora nativa e
da fauna silvestre, entre outros);
ou (ii) indireta - adesão a projeto
previamente selecionado pelo ór-
gão ambiental. Com a conversão,
será aplicado um desconto no va-
lor da multa que tenha sido im-
posta pelo órgão ambiental, sen-
do de 35% para a modalidade
direta e de 60% para a indireta.
Na modalidade indireta, o valor
remanescente da multa ainda
poderá ser parcelado em até vin-
te e quatro vezes. Em ambas as
modalidades, a prestação de
serviços não poderá con-
templar a reparação de da-
nos decorrentes da própria
infração e seu custo será, no
mínimo, igual ao valor da multa
convertida.
Uma vez aprovada a conversão da
multa, será celebrado um termo
de compromisso entre o autua-
do e o órgão ambiental, o que im-
plicará a suspenção da exigibili-
dade da multa aplicada e a renún-
cia tácita ao direito de recorrer
administrativamente. O termo de
compromisso deverá obrigatoria-
mente contemplar cláusula im-
pondo ao autuado o dever de re-
parar os danos decorrentes da
infração, se existentes, e tem a
natureza de título executivo ex-
trajudicial. ◼
Normas de Direito Público
Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro. Por meio
da Lei Federal n.º 13.655, de
25.04.2018, foram acrescentados
novos dispositivos no Decreto-Lei
n.º 4.657, de 04.09.1942 (“Lei de
Introdução às Normas do Direito
Brasileiro”), que teriam por obje-
tivo promover a segurança jurí-
dica e eficiência na criação e
aplicação do Direito Público. Na
prática, porém, dada a maior
complexidade que foi embutida
nos atos administrativos por meio
de alguns desses dispositivos, te-
me-se que o efeito possa ser jus-
tamente o inverso. Merece desta-
que o preceito segundo o qual,
nas esferas administrativa
(órgãos da administração direta),
de controle (tribunais de contas e
outros) e judiciais, os julgadores
deverão se abster de decidir com
base em valores jurídicos abstra-
tos, sem que sejam considerados
os efeitos práticos da deci-
são. Nesse sentido, além dos as-
pectos jurídicos, as decisões ado-
tadas pelas autoridades públicas
deverão sempre levar em conta o
contexto (histórico, socioeconô-
mico etc.) e a realidade do ca-
so concreto, assim como as
possíveis alternativas existentes.
No campo ambiental, esse pre-
ceito deverá impactar não apenas
as decisões judiciais que venham
a ser proferidas nos litígios que
versem sobre a reparação de da-
nos ao meio ambiente e terceiros
afetados, como também as deci-
sões proferidas em processos de
licenciamento ambiental, entre
outros. ◼
Administração Ambiental
Amazonas. A Lei Complemen-
tar Estadual n.º 187, de
25.04.2018, disciplinou as atri-
buições e funcionamento do Con-
selho Estadual de Meio Ambiente
do Amazonas (CEMAAM), órgão
colegiado superior de assessora-
mento ao Governador do Estado
nas questões atinentes à formula-
ção, ao acompanhamento e avali-
ação das políticas de proteção ao
meio ambiente e controle da po-
luição. Dentre as atribuições do
CEMAAM estão incluídas a ela-
boração de normas e proce-
dimentos relativos à proteção
do meio ambiente e a exploração
de recursos ambientais, bem co-
mo o julgamento, em grau de
recurso, como última instância
administrativa, sobre penalida-
des aplicadas por infrações am-
bientais. ◼
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7 Este Boletim destina-se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram-se à sua disposição.
Produtos Perigosos
Chumbo. O
Decreto Fede-
ral n.º 9.315,
de 20.03.2018,
regulamentou a Lei Federal n.º
11.762, de 01.08.2008, que fixou
o limite máximo de chumbo per-
mitido na fabricação de tintas
imobiliárias e de uso infantil
e escolar, vernizes e materi-
ais similares. De acordo com a
Lei Federal n.º 11.762/2008, é
proibida a fabricação, comerciali-
zação, distribuição e importação
desses produtos com concentra-
ção igual ou superior a 0,06% de
chumbo, em peso, expresso como
chumbo metálico, determinado
em base seca ou conteúdo total
não-volátil. O cumprimento do
padrão será fiscalizado pelo Insti-
tuto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia
(INMETRO), estando os infrato-
res sujeitos a notificação, apreen-
são do produto e multa.
As disposições da Lei Federal n.º
11.762/2008 não se aplicam a tin-
tas, vernizes e materiais similares
de revestimento de superfícies
para uso em (i) equipamentos
agrícolas e industriais; (ii) estru-
turas metálicas industriais, agrí-
colas e comerciais; (iii) tratamen-
to anticorrosivo à base de pintu-
ra; (iv) sinalização de trânsito e
de segurança; (v) veículos auto-
motores, aviões, embarcações e
vagões de transporte ferroviário;
(vi) artes gráficas; (vii) eletrodo-
mésticos e móveis metálicos;
(viii) tintas e materiais similares
de uso exclusivo artístico; e (ix)
tintas gráficas. ◼
Pagamento por Serviços Ambientais
Fundo Municipal de Pagamento
por Serviços Ambientais
(FMPSA) em Brumadinho, Esta-
do de Minas Gerais. O PMPSA
tem por objetivo implementar a
PMSA por meio de incentivos
financeiros aos proprietários ou
possuidores de terras comprome-
tidos, entre outras ações, com a
conservação dos recursos hídri-
cos, proteção das áreas naturais,
adoção de práticas conservacio-
nistas de uso do solo nas áreas de
produção agropecuária, restaura-
ção ecológica e formação de cor-
redores de biodiversidade. Os in-
teressados que forem considera-
dos aptos a participar do PMPSA
firmarão instrumento contra-
tual específico, com prazo a ser
estabelecido em regulamento. ◼
Paraná. Por meio da
Resolução n.º 4, de
05.03.2018, a Secretaria
de Estado do Meio Am-
biente e Recursos Hídricos
(SEMA), aprovou alterações na
fórmula de cálculo do valor a ser
estabelecido como Pagamento
por Serviços Ambientais
(PSA) nos contratos firmados
com os proprietários de Reservas
Particulares do Patrimônio Natu-
ral (RPPN) e modificou os crité-
rios de priorização para seleção
das RPPN beneficiárias desses
recursos financeiros (públicos ou
privados), alterando dispositivos
da Resolução SEMA n.º 80, de
21.12.2015, que instituiu as dire-
trizes e normas para a execução
de projetos de PSA destinados às
RPPN no Estado do Paraná. ◼
Brumadinho, Minas Gerais.
A Lei Municipal n.º 2.396, de
23.04.2018, estabeleceu a Política
Municipal de Serviços Ambientais
(PMSA), o Programa Munici-
pal de Pagamento por Servi-
ços Ambientais (PMPSA) e o
Licenciamento Ambiental
Minas Gerais. Por meio do De-
creto Estadual n.º 47.383, de
02.03.2018, foram estabelecidos
novos procedimentos para o li-
cenciamento ambiental e a res-
ponsabilização por infrações ad-
ministrativas ambientais em Mi-
nas Gerais. A nova regulamenta-
ção implicou uma maior centrali-
zação de competências no Conse-
lho Estadual de Política Ambien-
tal (COPAM) e na Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desen-
volvimento Sustentável (SEMAD).
Merece destaque a previsão ex-
pressa, no texto da norma, sobre
a possibilidade de se realizar au-
tocomposição de conflitos
associados a autos de infração
ambiental, nos termos da Lei Fe-
deral n.º 13.140/2015 (“Lei de
Mediação”), a critério do órgão
ambiental e conforme regulamen-
to próprio.
Foram também tipificadas novas
infrações ambientais, tais como o
ato de “Descumprir ou
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8 Este Boletim destina-se aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontram-se à sua disposição.
cumprir fora do prazo con-
dicionante aprovada nas licen-
ças ambientais, inclusive planos
de controle ambiental, de medi-
das mitigadoras, de monitora-
mento, ou equivalentes” (código
106) e “Deixar de comunicar ao
órgão ambiental o encerramen-
to ou a paralização temporária
de atividades, no prazo estabele-
cido neste decreto” (código 111),
ambas classificadas como gra-
ves. ◼
Contato:
Fernando Tabet [email protected]
Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 4)
Luiz C. Vasconcellos [email protected]
Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 28)
Thais Pelligrino [email protected]
Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 26)
Patrimônio Genético
Entre os dias 11 e 12.04.2018,
foram publicadas pelo Conselho
de Gestão do Patrimônio Genéti-
co (CGEN) seis Resoluções que
regulamentam aspectos da legis-
lação que disciplina o acesso ao
patrimônio genético e a conheci-
mentos tradicionais associados.
A Resolução CGEN n.º 4/2018
estabelece a data de 31.07.2018
como prazo final para apresen-
tação do Contrato de Utiliza-
ção do Patrimônio Genético
e de Repartição de Benefí-
cios (CURB) ou Projeto de Re-
partição de Benefícios a ser
anuído pelo CGEN, nos casos em
que os usuários de patrimônio
genético ou conhecimentos tradi-
cionais associados tenham inicia-
do o processo de regulariza-
ção antes da data de entrada em
vigor da Lei Federal n.º
13.123/2015 e, a seu critério, te-
nham optado por repartir benefí-
cios de acordo com os termos da
Medida Provisória n.º 2.186-
16/2001.
A Resolução CGEN n.º 5/2018
aprovou o modelo de Termo de
Transferência de Material
(TTM), cujas cláusulas são obri-
gatórias. Conforme o interesse
específico do remetente ou do
destinatário do material, poderão
ser incluídas cláusulas adicionais
em anexo ao TTM, desde que não
conflitem com o disposto na Re-
solução CGEN n.º 5/2018 ou na
legislação pertinente. De acordo
com essa norma, para serem re-
gularmente remetidas, as amos-
tras de patrimônio genético de-
verão estar acompanhadas dos
três seguintes documentos: (i)
comprovante do cadastro de re-
messa; (ii) cópia do TTM firmado
entre o remetente e o destinatá-
rio; e (iii) guia de remessa.
As Resoluções CGEN n.ºs 6, 7, 8
e 9/2018 estabelecem o detalha-
mento de informações a serem
apresentadas ao CGEN nas situa-
ções que especificam. ◼
Ana Claudia de M. Franco [email protected]
Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 6)
Caroline G. Guerini [email protected]
Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 25)
TABET, BUENO & FRANCO ADVOGADOS
Flavia Scarpinella Bueno [email protected]
Tel. +55 (11) 29 85 1070 (r. 21)
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