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REPÚBLICA DEMOCRATICA DE TIMOR-LESTE MINISTÉRIO DA JUSTIÇA LEI N.º 6 / 2017m de 19 de Abril BASES DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO A aprovação da Lei de Bases do Ordenamento do Território visa dar tradução aos vários princípios e normas constantes da Constituição que orientam o exercício desta política pública e que, nessa medida, constituem verdadeiras diretrizes que devem estar consagradas na legislação ordinária. Destaca-se que, ao nível dos fins do Estado, a Constituição estabelece como objetivo fundamental da política pública de ordenamento do território a promoção e desenvolvimento harmonioso e integrado dos setores e regiões, bem como a justa repartição do produto nacional. Além desta, outras finalidades cometidas ao Estado convocam necessariamente um conjunto de medidas cuja repercussão territorial não pode ser negligenciada pelos planos territoriais. São os casos da garantia do desenvolvimento da economia, da criação do bem estar material dos cidadãos, da proteção do ambiente e dos recursos naturais, e da afirmação e valorização do património cultural, os quais constituem interesses públicos com expressão territorial que devem ser ponderados na definição das bases gerais do planeamento territorial. Do ponto de vista dos direitos fundamentais, avultam com relevância para a elaboração do LEI N 6/2017 19 Abril BAZE SIRA BA ORDENAMENTU TERRITÓRIU Aprovasaun Lei Baze ba Ordenamentu Territóriu ho objetivu atu tradús prinsípiu no norma oioin hirak-ne’ebé tau iha Lei-Inan ne’ebé orienta polítika públika no, ho ida-ne’e, konstitui hanesan diretriz loloos ne’ebé tenke halulik iha lejizlasaun ordinária. Haree ba objetivu sira Estadu nian, Lei-Inan estabelese objetivu fundamentál ba polítika públika ordenamentu territóriu nian ba promosaun no dezenvolvimentu ho armónia no integradu iha setór no rejiaun sira, nune’e mós fahe produtu nasionál ho justu. Alende ne’e, objetivu seluk ne’ebé Estadu kompromete maka konvoka medida reperkusaun territoriál lubun ida-ne’ebé la bele neglijensia hosi planu territóriu nian. Maka kazu sira kona-ba garantia dezenvolvimentu ekonomia, kriasaun ben-estar materiál sidadaun nian, protesaun ambiente no rekursu naturál, no afirmasaun no valorizasaun ba patrimóniu kultura nian, ne’ebé sai hanesan interese públiku ho espresaun territóriu nian ne’ebé tenke hanoin iha definisaun baze jerál ba planeamentu territóriu nian. Hosi hateken direitu fundamentál nian, aumenta relevánsia hodi elabora kuadru legál ba

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REPÚBLICA DEMOCRATICA DE TIMOR-LESTEMINISTÉRIO DA JUSTIÇA

LEI N.º 6 / 2017mde 19 de Abril

BASES DO ORDENAMENTO DOTERRITÓRIO

A aprovação da Lei de Bases do Ordenamentodo Território visa dar tradução aos váriosprincípios e normas constantes da Constituiçãoque orientam o exercício desta política pública eque, nessa medida, constituem verdadeirasdiretrizes que devem estar consagradas nalegislação ordinária.

Destaca-se que, ao nível dos fins do Estado, aConstituição estabelece como objetivofundamental da política pública de ordenamentodo território a promoção e desenvolvimentoharmonioso e integrado dos setores e regiões,bem como a justa repartição do produtonacional. Além desta, outras finalidadescometidas ao Estado convocam necessariamenteum conjunto de medidas cuja repercussãoterritorial não pode ser negligenciada pelosplanos territoriais. São os casos da garantia dodesenvolvimento da economia, da criação dobem estar material dos cidadãos, da proteção doambiente e dos recursos naturais, e da afirmaçãoe valorização do património cultural, os quaisconstituem interesses públicos com expressãoterritorial que devem ser ponderados nadefinição das bases gerais do planeamentoterritorial.

Do ponto de vista dos direitos fundamentais,avultam com relevância para a elaboração do

LEI N 6/201719 Abril

BAZE SIRA BA ORDENAMENTUTERRITÓRIU

Aprovasaun Lei Baze ba Ordenamentu Territóriuho objetivu atu tradús prinsípiu no norma oioinhirak-ne’ebé tau iha Lei-Inan ne’ebé orientapolítika públika no, ho ida-ne’e, konstitui hanesandiretriz loloos ne’ebé tenke halulik iha lejizlasaunordinária.

Haree ba objetivu sira Estadu nian, Lei-Inanestabelese objetivu fundamentál ba polítikapúblika ordenamentu territóriu nian ba promosaunno dezenvolvimentu ho armónia no integradu ihasetór no rejiaun sira, nune’e mós fahe produtunasionál ho justu. Alende ne’e, objetivu selukne’ebé Estadu kompromete maka konvoka medidareperkusaun territoriál lubun ida-ne’ebé la beleneglijensia hosi planu territóriu nian. Maka kazusira kona-ba garantia dezenvolvimentu ekonomia,kriasaun ben-estar materiál sidadaun nian,protesaun ambiente no rekursu naturál, noafirmasaun no valorizasaun ba patrimóniu kulturanian, ne’ebé sai hanesan interese públiku hoespresaun territóriu nian ne’ebé tenke hanoin ihadefinisaun baze jerál ba planeamentu territóriunian.

Hosi hateken direitu fundamentál nian, aumentarelevánsia hodi elabora kuadru legál ba

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quadro legal do planeamento territorial oreconhecimento na Constituição do direito àpropriedade privada, do direito à habitação e dodireito ao ambiente.

Em síntese, a Constituição da República contémum conjunto de orientações para o exercício daliberdade de conformação do legisladorordinário, designadamente em matéria deprossecução de fins e ponderação de interessespúblicos com relevância espacial, de organizaçãoadministrativa e territorial, de efetivação dedireitos fundamentais com ligação às políticaspúblicas de ordenamento do território e dourbanismo, e na definição do regime aplicável aoplaneamento territorial.

A aprovação da Lei de Bases do Ordenamentodo Território permite, assim, definirespecificamente os fins e princípios orientadoresda Administração Pública na definição dapolítica de Ordenamento do Território, aidentificação dos diversos interesses públicoscom dimensão territorial, a utilização dosinstrumentos de planeamento territorial comomeio de intervenção da Administração Pública,bem como definir a tipologia e os objetivos aque os mesmos devem obedecer.

A presente Lei de Bases prevêconsequentemente a existência de dois grandestipos de instrumentos de planeamento territorial:os de âmbito nacional e os de âmbito municipal.Os primeiros devem assumir a forma de umPlano Nacional de Ordenamento do Território epode ser complementado com planos setoriais deâmbito nacional, para cada uma das políticaspúblicas que a Administração Pública entendapor conveniente.

planeamentu territóriu nian maka rekoñesimentuiha Lei-Inan kona-ba direitu ba propriedadeprivada, direitu ba abitasaun no direitu baambiente.

Ho liafuan badak, Lei-Inan Repúblika ihaorientasaun lubun ida ba ezerse liberdadekonformasaun ho lejizladór ordináriu, liuliu ihamatéria ba prosekusaun objetivu sira noponderasaun ba interese públiku ho relevánsiaespesiál, organizasaun administrativa no territóriu,efetivasaun direitu fundamentál ho ligasaun bapolítika públika kona-ba ordenamentu territóriu nourbanizmu, no definisaun ba rejime aplikavel baterritóriu.

Nune’e, aprovasaun Lei Baze ba OrdenamentuTerritóriu permiti atu defini ho espesífikufinalidade no prinsípiu orientadór siraAdministrasaun Públika nian iha definisaunpolítika Ordenamentu Territóriu, identifikasauninterese públika oioin kona-ba territóriu,utilizasaun instrumentu planeamentu territóriuhanesan meiu intervensaun AdministrasaunPúblika nian, nune’e mós difini tipolojia noobjetivu hirak-ne’ebé tenke obedese.

Lei Baze ida-ne’e prevee ezisténsia tipu ruainstrumentu planeamentu territóriu nian: ámbitunasionál no ámbitu munisípiu. Ida dahuluk tenkeiha forma nu’udar Planu Naionál OrdenamentuTerritóriu no bele komplementa ho planu setorálsira ho ámbitu nasionál, ba polítika públika ida-idane’ebé Administrasaun Públika haree katakkonveniente.

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Os segundos, de âmbito municipal, abrangem acircunscrição autárquica, sendo os órgãosdescentralizados da administração osresponsáveis pela elaboração do plano municipalde ordenamento do território. Quandonecessário, podem ainda ser elaborados eaprovados planos do uso do solo.

Por último, a presente Lei visa enquadrar aadoção de medidas caut ela r es dos pl an os, preven in do a a lt er açã o da s circunstâncias defacto existentes em determinada parcela doterritório, garantindo a liberdade daAdministração Pública na elaboração de planosterritoriais e evitando que a futura execução doplano fique comprometida. Para tanto,estabelecem-se duas figuras, quais sejam asmedidas preventivas e as medidas provisórias,que se diferenciam entre si por envolverem,respetivamente, a definição de formas negativas(proibições e limitações) e de formas positivas(aptidões e vocações), que determinam umregime transitório aplicável a uma parcela doterritório.Assim,

O Parlamento Nacional decreta, nos termos don.º 1 do artigo 95.º da Constituição da República,para valer como lei, o seguinte:

CAPÍTULO I

Objeto, fins e princípios gerais

Artigo 1.ºObjeto

A presente lei estabelece as bases gerais dapolítica pública de ordenamento do território.

Ida daruak, ámbitu munisípiu, abranjesirkunskrisaun autártika, ne’ebé órgaundesentralizadu sira administrasaun nian makanu’udar responsavel ba elabora planu munisípiunian ba ordenamentu territóriu. Bainhira presiza,bele elabora no aprova planu sira kona-ba uzusolu.

Ikusliu, Lei ida-ne’e iha objetivu atu enkuadraadosaun medida kautelár ba planu sira, liuhosiprevene sirkunstánsia faktu ezistente iha parselabalu iha territóriu nian, liuhosi garante liberdadeAdministrasaun Públika nian iha elaborasaunplanu territóriu nian no evita atu ezekusaun planunian iha futuru la kompromete. Tan nune’e,estabelese figura rua, maka hanesan medidapreventiva no medida provizória, ne’ebé ihadiferensa entre sira tanba envolve definisaun kona-ba forma negativa (proibisaun no limitasaun sira)no forma pozitiva (aptidaun no vokasaun sira),ne’ebé determina rejime tranzitóriu aplikavel idaba rai-rohan ida territóriu nian.

Nune’e,

Parlamentu Nasionál dekreta, bazeia ba n.º 1 artigu95 Lei-Inan Repúblika, atu sai nu’udar lei,hanesan tuirmai:

KAPÍTULU I

Objetu, fin no prinsípiu jerál sira

Artigu 1.ºObjetu

Lei ida-ne’e estabelese baze jerál polítika públikanian ba ordenamentu territóriu.

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Artigo 2.ºDefinições

Para efeitos do presente diploma, entende-se por:a) “Concessões de uso e de exploração do

domínio público”, atos da AdministraçãoPública que autorizam a utilização porparticulares de bens que integram opatrimónio do Estado, durante umdeterminado período de tempo e medianteacordo a estabelecer entre a Administração eo particular;

b) “Ecossistemas específicos”, complexodinâmico de comuni- dades vegetais, animaise microrganismos e o seu ambiente não-vivoque interage como uma unidade funcional eque, pelas suas características próprias,devam ser protegidos;

c) “Operações de emparcelamento de solorústico”, atos de reestruturação do sololevados a cabo pela Administração Públicadestinados a pôr termo à fragmentação edispersão de prédios rústicos pertencentes aomesmo titular;

d) “Operações de reparcelamento de solourbano”, atos de reestruturação do solo,levados a cabo pela Administração Pública,que consistem no emparcelamento deterrenos localizados em solo urbano e na suaposterior divisão;

e) “Ordenamento do território”, política públicaque visa organizar e definir o uso do solo,com vista a promover o desenvolvimentoeconómico, social e cultural sustentável doPaís;

f) “Orla marítima”, porção do território onde omar, coadjuvado pela ação eólica, exercediretamente a sua ação e que se estende, parao lado da terra, a uma faixa de 50 metrosmedida a partir da linha da máxima preia-mar de águas vivas equinociais, e se estende,

Artigu 2.ºDefinisaun

Ba efeitu sira lei ida-ne’e nian, aplika definisaun sira tuirmai:

a) “Konsesaun ba uzu no esplorasaundomíniu públiku” maka aktu siraAdministrasaun Públika nian ne’ebéautoriza atu uza partikulár sira-nia soinne’ebé integra iha patrimóniu Estadu nian,durante períudu ruma nia laran no liuhosiakordu ne’ebé estabelese entreAdministrasaun no partikulár;

b) “Ekosistema espesífiku” maka komunidadevegetál, animál no mikrorganizmu ne’ebékompleksu no dinámiku no ninia ambientenão-vivo ne’ebé integra hanesan unidadefunsionál no ne’ebé, tanba niniakarakterístika rasik, tenke proteje;

c) “Operasaun ba emparselamentu ba rairústiku”, maka aktu AdministrasaunPúblika nian hodi estrutura fali rai ne’ebédestina ba haramata fragmentasaun nodispersaun prédiu rústiku ne’ebé pertenseba titulár hanesan;

d) “Operasaun ba emparselamentu ba raiurbanu” maka aktu reestrutura rai, halohosi Administrasaun Públika, liuhosi faheterrenu ba rai-rohan iha fatin urbanu no ihaoinmai sei halo divizaun;

e) “Ordenamentu territóriu” maka polítikane’ebé ho objetivu atu organiza no definioinsá uza rai, ho objetivu atu promovedezenvolvimentu ekonomia, sosiál nokultura ne’ebé sustentavel ba Paíz;

f) “Tasi ninin” maka rai-rohan territóriu nian,ne’ebé ajuda hosi asaun eólika, tasi ezersediretamente ninia asaun no hanaruk, baparte rai nian, faixa medida metru 50 hahúhosi liña másima bee tasi-sa’e nian, nohanaruk, ba parte tasi nian, to’o batimétrikametru 30;

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para o lado do mar, até à batimétrica dos 30metros;

g) “Plano regional de ordenamento do territóriode âmbito supramunicipal”, instrumento deplaneamento territorial com âmbito territorialmais alargado do que um município e queabrange uma determinada região doterritório, com conteúdo, função e forçavinculativa equivalentes a um planomunicipal de ordenamento do território.

h) “Reserva de solo”, afetação de umdeterminado solo para a instalação deequipamentos, infraestruturas urbanísticas eespaços de utilização coletiva, mediante arespetiva aquisição pela AdministraçãoPública, quando a mesma seja depropriedade privada, no prazo fixado nosinstrumentos de gestão territorial;

i) “Servidão administrativa”, meio deintervenção da Administração Pública queimpõe um encargo sobre certo prédio emproveito da utilidade pública de uma coisa;

j) “Zonas costeiras”, porção de territórioinfluenciada direta e indiretamente, emtermos biofísicos, pelo mar, que se estende,para o lado da terra, até um limite definidoem regulamentação própria, medido a partirda linha da maxima preia-mar de águas vivasequinociais, e se estende, para o lado do mar,até ao limite do mar territorial;

Artigo 3.ºFins do ordenamento do território

O ordenamento do território prossegue osseguintes fins:a) O desenvolvimento harmonioso e sustentável

do território nacional, assegurando umarepartição equilibrada dos diferentes usos dosolo e promovendo a sua utilização racionale eficiente;

b) A valorização das potencialidades do solo,

g) “Planu rejionál ba ordenamentu territóriuiha ámbitu supramunisipál” makainstrumentu ba planeamentu territóriu ihaámbitu ba territóriu ne’ebé luan liumunisípiu no abranje rejiaun ida territóriunian, ho konteúdu, funsaun no forsavinkulativa ekivalente ho planu munisípiuba ordenamentu territóriu nian;

h) “Rezerva solu” maka afetasaun rai ida nianba instala ekipamentu, infraestruturaurbanu no fatin sira ba uza koletiva nian,liuhosi akizisaun hosi AdministrasaunPúblika, bainhira rai ne’e hanesanpropriedade privada, haktuir prazu ne’ebédetermina iha instrumentu sira ba jestaunterritóriu nian;

i) “Servidaun administrativa” maka meiuintervensaun Administrasaun Públika nianne’ebé impoin enkargu ba edifísiu rumane’ebé hetan hosi utilidade públika basasán ruma;

j) “Zona-kosteira” maka rai-rohan territóriunian ne’ebé indireta ka direta hetaninfluensia, haktuir biofíziku, hosi tasi,ne’ebé se hanaruk, ba parte rai nian to’olimite ne’ebé defini iha regulamentasaunautónomu, ne’ebé sukat hahú hosi liñamásima bee tasi-sa’e nian, no se hanaruk,ba parte tasi nian to’o limiti mar-territoriál.

Artigu 3.ºFin sira ordenamentu territóriu nian

Ordenamentu territóriu haktuir finalidade siratuirmai:

a) Dezenvolvimentu armoniozu no sustentavelba territóriu nasionál, ne’ebé asegura liuhosifahe ho ekilíbriu uza oioin ba rai no promoveuza rai ho rasionál no efisiente;

b) Valorizasaun ba potensialidade rai nian,bainhira nu’udar suporte fíziku ba realiza

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enquanto suporte físico para a realização dasatividades humanas, fonte de matérias-primas e reserva de biodiversidade;

c) A coesão nacional, garantindo a igualdade deoportuni- dades de todos os cidadãos noacesso às infraestruturas, equipamentos efunções urbanas;

d) A integridade territorial, salvaguardando asespecificidades próprias dos municípiosfronteiriços;

e) A racionalização e sustentabilidade das áreasurbanas, promovendo a melhoria dascondições de vida dos aglomerados urbanose de habitabilidade das edificações, assimcomo a requalificação das áreas maiscarenciadas de serviços urbanos;

f) A valorização do espaço rural, através damelhoria das condições de habitação e doaproveitamento das poten- cialidades dosolo;

g) A proteção e valorização do patrimónionatural, cultural e paisagístico,nomeadamente das zonas costeiras, dasmargens das lagoas e rios, das áreasagrícolas, das areas florestais e dosecossistemas específicos;

h) O desenvolvimento económico, social eambiental do território, mediante oaproveitamento racional dos recursos atravésde atividades humanas desenvolvidas nossolos;

i) A proteção das populações e do patrimónioface a desastres naturais e a intervençõessuscetíveis de provocarem impactosnegativos, prevenindo os seus efeitos.

Artigo 4.ºPrincípios gerais

O ordenamento do território está subordinadoaos seguintes princípios gerais:

atividade sira ema nian, no fonte ba materia-prima no rezerva biodiversidade;

c) Koesaun nasionál, liuhosi garante igualdadeoportunidade ba sidadaun hotu-hotu hodihetan asesu ba infraestrutura, ekipamentu nofunsaun urbana nian;

d) Integridade territóriu nian, liuhosi salvaguardaespesifisidade rasik munisipíu sira ihafrontreira nian;

e) Rasionalidade no sustentabilidade área urbananian, liuhosi hadi’ak kondisaun moris ba emasira ne’ebé hela akumula iha urbanu nokondisaun hodi hela iha edifísiu sira, nune’emós kualifika fali área hirak-ne’ebé falta liuservisu urbanu nian;

f) Valorizasaun ba fatin rurál nian, liuhosihadi’ak kondisaun sira hela-fatin nian noaproveitamentu ba pontensialidade rai nian;

g) Protesaun no valorizasaun ba patrimóniunaturál, kultura no paisajen nian, liuliu bazona hirak-ne’ebé iha zona-kosteira, mota nolagoa ninin, área sira agrikultura nian, áreasira ai-laran nian no ekosistema espesífiku;

h) Dezenvolvimentu ekonomia, sosiál noambiente territóriu nian, liuhosi aproveita horasionál rekursu sira liuhosi atividade emanian ne’ebé dezenvolve iha rai;

i) Protesaun ba populasaun no patrimóniuhasoru dezastre naturál no intervensaunsusetivel ne’ebé hamosu hosi impaktunegativu sira, ne’ebé liuhosi prevee sira-niaefeitu.

Artigu 4.ºPrinsípiu jerál sira

ordenamentu territóriu nian la’o-tuir prinsípiu jerálsira tuirmai:

a) Koordenasaun intervensaun públika oioin ho

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a) Coordenação das diversas intervençõespúblicas com incidência territorial e justaponderação dos interesses públicos entre si edestes com os interesses privados;

b) Sustentabilidade das soluções contidas nosinstrumentos de planeamento territorial, nasdimensões económica, social, cultural eambiental;

c) Solidariedade intergeracional, assegurandoàs gerações presentes e futuras umpatrimónio ordenado e equilibrado;

d) Subsidiariedade, coordenando osprocedimentos dos diversos níveis daAdministração Pública e dos níveis eespecificidades territoriais, de forma aprivilegiar o nível decisório mais próximo docidadão;

e) Equidade, através da justa repartição dosbenefícios e dos encargos decorrentes daaplicação dos instrumentos de planeamentoterritorial;

f) Prevenção, através da antecipação,prevenção e redução das causas queprovoquem efeitos que sejam suscetíveis dealterar a qualidade do ambiente;

g) Precaução, através da adoção de medidaseficazes para im- pedir ou minimizar aalteração da qualidade do ambiente;

h) Eficiência Ambiental e Social, estabelecendoa consecução do benefício económico esocial máximo por cada unidade dos recursosnaturais consumida e por cada unidade deresíduos produzida;

i) Participação dos cidadãos nos procedimentosde formação, de dinâmica e de execução dosinstrumentos de planeamento territorial, egarantia do acesso à informação produ- zidanos referidos procedimentos;

insidénsia territóriu nian no ponderasaun justaba interese públiku sira entre sira no entreinterese públiku ho interese privadu;

b) Sustentabilidade ba solusaun hirak-ne’ebé tauiha instrumentu sira planeamentu territóriunian, iha dimesaun ekonomia, sosiál, kulturano ambiente nian;

c) Solidariedade interjerasionál, liuhosi aseguraba jerasaun ohin-lorin no oinmai patrimóniune’ebé iha orden no ekilíbru;

d) Subsidiariedade, liuhosi koordenaprosedimentu oioin iha nivel AdministrasaunPúblika no iha nivel sira no espesifisidadeterritóriu nian, hodi privilejia desizaun ne’ebébesik liu sidadaun;

e) Ekuidade, liuhosi fahe ho justu benefísiu noenkargu hirak-ne’ebé hamosu hosi aplikasauninstrumentu sira planeamentu territóriu nian;

f) Prevensaun, liuhosi antisipasaun, prevensaunno hamenus kauza hirak-ne’ebé provokaefeitu ne’ebé susetivel ba altera kualidadeambiente nian;

g) Prekausaun, liuhosi adota medida efikás siraatu impede no hamenus alterasaun bakualidade ambiente nian;

h) Efisiénsia ba ambiente no sosiál, liuhosiestabelese konsekusaun hosi benefísiuekonomia no sosiál másimu hosi unidaderekursu naturál ida-idak ne’ebé konsumi onano hosi unidade reziduu ida-idak ne’ebéprodús ona;

i) Partisipasaun sidadaun sira-nian ihaprosedimentu hodi elabora, dinámika noezekuta instrumentu sira planeamentuterritóriu nian, no prinsípiu hodi garante asesuba informasaun hirak-ne’ebé prodús hosiprosedimentu hirak-ne’ebá;

j) Estabelese rejime legál no regulamentár

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j) Segurança jurídica e proteção da confiança,mercê da estabilização dos regimes legais eregulamentares aplicáveis.

Artigo 5.ºGestão integrada da zona costeira

O sistema de ordenamento do território deveainda considerar as especiais necessidades degestão integrada da zona costeira e em particularda orla marítima, tendo em vista nomeadamente:a) Proteger e valorizar, numa perspetiva de

sustentabilidade, a zona costeira,preservando o domínio público marítimo e oacesso público ao mar;

b) Prevenir os fenómenos de degradação naturale os fenómenos provocados pelas atividadeshumanas, e incentivar a recuperação de áreasdegradadas;

c) Valorizar o património natural, histórico-cultural e paisa

d) Estimular as atividades socioeconómicascompatíveis com o desenvolvimentosustentável da zona costeira;

e) Compatibilizar os diferentes usos eatividades específicos da zona costeira,potenciando a utilização dos recursos que lhesão próprios, com respeito pela capacidadede carga dos sistemas naturais, eminimizando situações de risco e impactosambientais, económicos e sociais.

Artigo 6.ºDireito ao ordenamento do território

1. Todos têm direito a um ordenamentoracional, proporcional e equilibrado doterritório, de modo a que a prossecução dointeresse público em matéria de política deordenamento do território se faça no respeitopelos direitos e interesses legalmenteprotegidos de cada um.

aplikavel sira nu’udar presupostu baseguransa jurídika no protesaun konfiansa.

Artigu 5.ºJestaun integrada ba zona-kosteira

Sistema ordenamentu territóriu tenke móskonsidera ho nesesidade espesiál sira jestaunintegrada nian ba zona-kosteira no liuliu ba tasi-ninin, ho objetivu atu;

a) Proteje no valoriza, ho hanoin basustentabilidade, zona-kosteira, liuhosiprezerva domíniu públiku tasi nian, noasesu ema hotu nian ba tasi;

b) Prevene fenómenu degradasaun naturálnian no fenómenu hirak-ne’ebé provokahosi atividade ema nian, no insentivarekuperasaun ba área ne’ebé hetandegradasaun;

c) Valoriza patrimóniu naturál, istória-kulturano paizajen nian;

d) Estimula atividade sosiekonómiku ne’ebékompativel ho dezenvolvimentusustentavel ba zona-kosteira;

e) Kompatibiliza uzu oioin no atividadeespesífiku iha zona-kosteira, liuhosipotensia utilizasaun rekursu rasik sira bazona-kosteira, ho respeitu ba kapasidadekarga sistema natureza nian, no hamenussituasaun sira risku nian no impaktuambiente, ekonomia no sosiál.

Artigu 6.ºDireitu ba ordenamentu territóriu

1. Ema hotu-hotu iha direitu ba ordenamentuterritóriu ida ho rasionál, proporsionál noekilíbriu, atu nune’e prosekusaun bainterese públiku kona-ba polítikaordenamentu territóriu halo ho respeita badireitu no interese hirak-ne’ebé lei protejeba ema ida-idak.

2. Ema hotu-hotu iha direitu atu partisipa iha

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2. Todos têm o direito de participar naelaboração, execução e fiscalização documprimento dos instrumentos deplaneamento territorial, através daparticipação em consultas públicas, daapresentação de propostas, recomendações ereclamações.

3. Todos têm o direito de acesso à informação eaos docu- mentos que fazem parte dosprocedimentos de elaboração e execução dosplanos de ordenamento do território, naposse das entidades públicas, nos termos dalei.

Artigo 7.ºDever de ordenar e planear

O Estado e as demais entidades públicaspromovem o ordenamento do território, noâmbito das respetivas atribuições ecompetências, de modo a assegurar um sistemaarticulado de planeamento territorial quepromova uma adequada organização e utilizaçãodo território nacional na perspetiva da suavalorização e do seu desenvolvimentosustentável, conforme os fins previstos napresente lei.

CAPÍTULO IIEstatuto jurídico do solo

Artigo 8.ºRegime de uso do solo

1. O uso do solo faz-se de acordo com oslimites previstos na Constituição, na lei, nosplanos territoriais em vigor e emconformidade com a respetiva classificação equalificação.

2. O regime de uso do solo define a disciplinarelativa à respetiva ocupação, utilização etransformação.

elaborasaun, ezekusaun no fiskalizasaun bakumprimentu instrumentu siraplaneamentu territóriu nian, liuhosipartisipa iha konsulta públika, aprezentaproposta, rekomendasaun no reklamasaun.

3. Ema hotu-hotu iha direitu atu hetan asesuba informasaun no ba dokumentu hirak-ne’ebé maka hola-parte iha prosedimentuhodi elabora no ezekuta planu siraordenamentu territóriu nian, ne’ebé ihapose administrasaun públika nian, haktuirlei.

Artigu 7.ºDevér ba ordena no planeia

Estadu no entidade públika hirak seluk tanpromove ordenamentu territóriu, haree baatribuisaun no kompetésia rasik, hodi asegurasistema artikula ho planeamentu territóriu ne’ebépromove organizasaun ho adekuadu no utilizaterritóriu nasionál ho haree ba ninia valorizasaunno ninia dezenvolvimentu sustentavel, haktuir finsira-ne’ebé prevee iha lei ida-ne’e.

KAPÍTULU IIEstatutu jurídiku rai nian

Artigu 8.ºRejime ba uza rai

1. Atu uza rai sei halo haktuir limiti hirak-ne’ebéprevee iha Lei-Inan, iha lei, iha planu territóriune’ebé vigora hela no haktuir mósklasifikasaun no kualifikasaun.

2. Rejime ba uza rai defini matéria kona-baokupasaun, utilizasaun no transformasaun.

3. Rejime ba uza rai estabelese hosi planu sira

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3. O regime de uso do solo é estabelecido pelosplanos territoriais de âmbito municipalatravés da classificação e qualificação dosolo.

4. A classificação do solo determina o seudestino básico e assenta na distinçãofundamental entre solo rústico e urbano.

5. A qualificação do solo define, com respeitopela sua classificação, o conteúdo do seuaproveitamento possível por referência auma atividade ou utilização dominante.

6. Para efeitos do presente artigo, entende-sepor:a) Solo rústico, aquele para o qual é

reconhecida vocação para atividadesagrícolas, pecuárias, florestais, mineiras eespaços naturais de proteção e lazer;

b) b)Solo urbano, aquele para o qual éreconhecida vocação para o processo deurbanização e edificação.

Artigo 9.ºEspaços de uso público e equipamentos e

infraestruturaspúblicas de utilização coletiva

1. Os espaços de uso público e os equipamentose infraes- truturas públicas de utilizaçãocoletiva integram o domínio público doEstado.

2. Quando os espaços de uso público e osequipamentos e infraestruturas públicas deutilização coletiva se mantenham ou sejam integra dos em titularidade privada, aAdministração assegura o uso público dosbens em questão e regula os respetivostermos, nomeadamente através de servidõesadministrativas, de regulamentosadministrativos de uso público de espaçosprivados ou de contrato.

territóriu nian iha ámbitu munisípiu nianliuhosi klasifikasaun no kualifikasaun rai nian.

4. Klasifikasaun rai nian determina rai nia destinubáziku no bazeia distinsaun fundamentál entrerai rústiku no rai urbanu.

5. Kualifikasaun ba rai, ho respeitu ba niniaklasifikasaun, defini konteúdu ba niniaaproveitamentu ho posivel haree liuhosiatividade ida ka utilizasaun dominante.

6. Ba efeitu sira artigu ida-ne’e nian, aplikadefinisaun sira tuirmai:

a) Rai rústiku maka rai ida-ne’ebé destina baatividade agrikultura, pekuária, floresta,minerál no espasu naturál hirak-ne’ebé hetanprotesaun no ba lazér;

b) Rai urbanu maka rai ida-ne’ebé destina baprosesu urbanizasaun no harii edifísiu sira.

Artigu 9.ºFatin sira ba uzu públiku no ekipamentu noinfraestrutura publiku ba utilizaun koletiva

1. Fatin sira ba uzu públiku no ekipamentu noinfraestrutura públiku ba utilizaun koletivaintegra iha domíniu públiku Estadu nian.

2. Bainhira fatin sira ba uzu públiku noekipamentu no infraestrutura publiku bautilizaun koletiva mantein hela ka integra ihatitularidade privada, Administrasaun aseguraatu públiku uza soin hirak-ne’e no regulakondisaun sira, liuliu liuhosi servidaunadministrativa, regulamentu administrativu bapúbliku hodi uza fatin privadu no kontratu.

Artigu 10.ºDomíniu privadu Estadu nian no polítika ba

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Artigo 10.ºDomínio privado do Estado e política de

ordenamento doterritório

Sem prejuízo de outras finalidades previstas nalei, os bens imóveis do domínio privado doEstado podem ser afetos à prossecução definalidades de política de ordenamento doterritório, nomeadamente para:a) A instalação de espaços de uso público,

infraestruturas e equipamentos de utilizaçãocoletiva;

b) A realização de intervenções públicas ou deiniciativa pública, nos domínios daagricultura, das florestas, da habitação sociale da reabilitação urbana;

c) Outros fins de interesse coletivo.

Artigo 11.ºPropriedade privada

1. A todos é garantido o direito de propriedadeprivada, nos termos da Constituição e da lei eno respeito pela sua função social.

2. O direito de propriedade privada e os demaisdireitos relativos ao solo são ponderados ecompatibilizados, no quadro das relaçõesjurídicas de ordenamento do território e deurbanismo, com princípios e valoresconstitucionais protegidos, nomeadamentenos domínios do ambiente, da cultura e dopatrimónio cultural, da saúde pública, daeducação, da habitação, da qualidade de vidae do desenvolvimento económico e social.

3. A utilização e classificação do solo realizam-se na forma e dentro dos limitesestabelecidos na lei e nos instrumentos deplaneamento territorial vinculativos para osparticulares.

Artigo 12.ºMeios de intervenção pública

ordenamentu territóriu

Lahó prejudika finalidade hirak seluk ne’ebéprevee iha lei, soin-imovel ne’ebé integra ihadomíniu privadu Estadu nian bele efeta ba realizafinalidade sira polítika ordenamentu territóriunian, liuliu ba:

a) Harii fatin sira ba uzu públiku, infraestruturano ekipamentu ba uzu koletivu;

b) Realiza intervensaun públika ka inisiativapúblika, iha área agrikultura, floresta,abitasaun sosiál no reabilitasaun urbana;

c) Finalidade hirak seluk interese koletiva nian.

Artigu 11.ºPropriedade privada

1. Ba ema hotu-hotu sei asegura sira-nia direituba propriedade privada, haktuir Lei-Inan nolei no ninia funsaun sosiál;

2. Direitu propriedade privada no direitu hirakseluk ne’ebé relasiona ho rai sei pondera nokompatibiliza, iha kuadru relasaun jurídikaordanamentu territóriu nian no urbanizmu, hoprinsípiu no valór hirak-ne’ebé Lei-Inanproteje, liuliu iha área ambiente, kultura nopatrimóniu kultura, saúde públiku, edukasaun,abitasaun, kualidade moris nodezenvolvimentu ekonomia no sosiál.

3. Utilizasaun no klasifikasaun rai nian haloliuhosi forma no tuir limiti hirak-ne’ebéestabelese iha lei no iha instrumentu siraplaneamentu territóriu nian ne’ebé liga hopartikulár sira.

Artigu 12.ºMeiu sira intervensaun públika nian

1. Estadu no entidade públika hirak seluk tanintervein kona-ba rai, haktuir atribuisaun no

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1. O Estado e as demais entidades públicasintervêm relativamente ao solo, dentro dasrespetivas atribuições e das competênciasdos seus órgãos, para a prossecução dasfinalidades que lhes são atribuídas no âmbitoda política de ordenamento do território e norespeito das leis, dos regulamentos e dosplanos territoriais aplicáveis, nomeadamente,através dos seguintes meios:a) Planeamento territorial;b) Exercício do direito de preferência;c) Constituição do direito de superfície;d) Servidões administrativas;e) Expropriações por utilidade pública;f) Operações de reparcelamento do solo

urbano;g) Operações de emparcelamento do solo

rústico;h) Reserva de solos;i) Concessões de uso e de exploração do

domínio público.2. Na adoção das medidas referidas no número

anterior, o Estado e as demais entidadespúblicas devem considerar, em especial, aproteção e valorização:a) Do património natural, cultural e

paisagístico;b) Da zona costeira;c) Das margens das lagoas e ribeiras;d) Dos recursos hídricos;e) Das áreas agrícolas e florestais;f) Das áreas protegidas;g) Dos ecossistemas específicos;h) Do ordenamento e qualificação das áreas

urbanas.3. O Estado e as demais pessoas coletivas de

direito público, no âmbito das respetivasatribuições e competências, e para apromoção dos fins do ordenamento doterritório definidos na presente lei, podem

kompeténsia sira-ninia órgaun nian, hodikonkretiza finalidade hirak-ne’ebé atribui tihaiha ámbitu polítika ordenamentu territóriu norespeita ba lei, regulamentu no planu territóriune’ebé aplikavel, liuliu liuhosi meiu siratuirmai:

a) Planeamentu territóriu;b) Ezersísiu ba direitu preferénsia;c) Konstitui direitu ba rai-leten;d) Servidaun administrativa;e) Espropriasaun tanba utilidade públika;f) Operasaun ba reparselamentu rai urbanu;

g) Operasaun ba emparselamentu rai rústiku;

h) Rezerva rai;i) Konsesaun ba uza no esplorasaun domíniu

públiku.2. Bainhira adota medida sira-ne’ebé temi iha

númeru liubá, Estadu no entidade públikahirak seluk tan tenke konsidera, ho espesiál,protesaun no valorizasaun ba:

a) Patrimóniu naturál, kultura no paizajen nian;

b) Zona-kosteira;c) Rai ninin lagoa no mota nian;d) Área ba agrikulktura no floresta;e) Área ne’ebé hetan protesaun;f) Ekosistema espesífiku;g) Ordenamentu no kualifikasaun ba área

urbana.

3. Estadu no ema-koletiva ho direitu públiku,haree ba atribuisaun no kompeténsia, no bapromove objetivu sira ordenamentu territóriunian ne’ebé defini iha lei ida-ne’e, bele sosa,fa’an ka troka soin hirak-ne’ebé integra ihadomóniu privadu Estadu nian no podér lokál.

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comprar, vender ou permutar bens queintegrem o domínio privado do Estado ou dopoder local.

Artigo 13.ºRestrições de utilidade pública

1. Sem prejuízo da definição do regime do usodo solo pelos instrumentos de planeamentoterritorial, para a prossecução de finalidadesde interesse público relativas à política deordenamento do território, podem serestabelecidas por lei restrições de utilidadepública ao conteúdo do direito depropriedade.

2. Quando, por lei ou instrumento deplaneamento territorial, forem impostasrestrições equivalentes a uma expropriação, aterrenos ou edifícios, os seus proprietáriostêm direito a uma compensação, nos termosda lei.

CAPÍTULO IIISistema de planeamento territorial

Artigo 14.ºPlaneamento territorial

1. O planeamento territorial contribui para arealização dos objetivos da política públicade ordenamento do território.

2. O sistema de planeamento territorialorganiza-se a nível nacional e municipal emfunção da natureza e da incidência dosinteresses públicos prosseguidos.

Artigo 15.ºPonderação de interesses públicos e privados

Os instrumentos de planeamento territorialidentificam, graduam e harmonizam os váriosinteresses públicos e privados com projeção noordenamento do território, tendo em vista a mais

Artigu 13.ºRestrisaun ba utilidade públika

1. Lahó prejudika definisaun rejime ba uza raine’ebé prevee iha instrumentu siraplaneamentu territóriu nian, atu realizafinalidade sira interese públiku nian kona-bapolítika ordenamentu territóriu, beleestabelese liuhosi lei restrisaun utilidadepúblika ba konteúdu direitu propriedade nian.

2. Bainhira, liuhosi lei ka instrumentuplaneamentu territóriu nian, maka impoinrestrisaun ekivalente ho espropriasaun ba raino edifísiu, proprietáriu sira iha direitu bakompensasaun, haktuir lei.

KAPÍTULU IIISistema planeamentu territóriu

Artigu 14.ºPlaneamentu territóriu

1. Planeamentu territóriu kontribui barealizasaun objetivu sira polítika públikaordenamentu territóriu nian.

2. Sistema planeamentu territóriu organiza banivel nasionál no munisípiu, haree ba naturezano insidénsia direitu públiku ne’ebé prosege.

Artigu 15.ºPonderasaun ba interese públiku no privadu

Instrumentu sira planeamentu territóriu nian ihaámbitu nasionál identifika, fahe tuir grau noarmoniza interese públiku ho interese privaduoioin ne’ebé haree ba ordenamentu territóriu, hoobjetivu atu uza ho loloos territóriu haree baambiente, ekonomia, sosiál no kultura.

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correta utilização do território em termosambientais, económicos, sociais e culturais.

Artigo 16.ºPlanos de âmbito nacional

1. Os instrumentos de planeamento territorialde âmbito nacional definem o quadroestratégico para o ordenamento do espaçonacional, estabelecendo as orientações aconsiderar a nível municipal e acompatibilização das políticas públicassetoriais do Estado, assim como, na medidado necessário, a salvaguarda de valores erecursos de reconhecido interesse nacional.

2. São instrumentos de planeamento territorialde âmbito nacional o plano nacional deordenamento do território e os planossetoriais.

Artigo 17.ºPlanos de âmbito municipal

1. Os instrumentos de planeamento territorialde âmbito municipal estabelecem, de acordocom as orientações de âmbito nacional, oregime de uso do solo e a respetivaprogramação e execução.

2. São instrumentos de planeamento territorialde âmbito municipal o plano municipal deordenamento do território e o plano de usodo solo.

3. O plano municipal de ordenamento doterritório define o quadro estratégico eprogramático da gestão e utilização doterritório do município, com base naestratégia de desenvolvimento local.

4. O plano de uso do solo é um planooperacional de execução das diretivas doplano municipal de ordenamento do territórioe tem natureza vinculativa para osparticulares e entidades públicas.

Artigu 16.ºPlanu ba ámbitu nasionál

1. Instrumentu sira planeamentu territóriu nianba ámbitu nasionál defini kuadru estratéjikuhodi ordena fatin nasionál, liuhosi estabeleseorientasaun ne’ebé konsidera ba nivelmunisípiu no kompatibiliza polítika públikasetorál Estadu nian, nune’e mós, salvaguardavalór no rekursu hirak-ne’ebé rekoñesenu’udar interese nasionál nian.

2. Instrumentu sira ba planeamentu territóriu ihaámbitu nasionál maka planu nasionál baordenamentu territóriu no planu setorál sira.

Artigu 17.ºPlanu ba ámbitu munisípiu nian

1. Instrumentu sira planeamentu territóriunian iha ámbitu munisípiu nian estabelese,bazeia ba orientasaun hosi ámbitu nasionál,rejime ba uza rai no ninia programa noezekusaun.

2. Instrumentu sira planeamentu territóriunian iha ámbitu munisípiu maka planumunisípiu ba ordenamentu territóriu noplanu ba uza rai.

3. Planu munisípiu ba ordenamentu territóriudefini kuadru estratéjiku no programátikuba jere no uza territóriu munisípiu nian,bazeia ba estratéjia dezenvolvimentu lokálnian.

4. Planu ba uza rai maka planu operasionálhodi ezekuta diretiva planu munisípiu nianba planeamentu territóriu no iha naturezavinkulativa ho partikulár no entidadepúblika sira.

Artigu 18.ºPrinsípiu koordensaun no prinsípiu

artikulasaun

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Artigo 18.ºPrincípios da coordenação e articulação

As entidades responsáveis pela elaboração eaprovação dos instrumentos de planeamentoterritorial coordenam e articulam entre si aformação e a execução dos referidosinstrumentos, nomeadamente mediante aidentificação e ponderação dos planos,programas e projetos existentes ou empreparação, tendo em vista assegurar a suacompatibilização.

Artigo 19.ºRelações entre instrumentos de planeamento

territorial1. As opções e o modelo de desenvolvimento

territorial contidos no plano nacional deordenamento do território orientam eenquadram a elaboração dos demaisinstrumentos de planeamento territorial, deâmbito nacional ou municipal, que devem sercompatíveis com aqueles.

2. Os instrumentos de planeamento territorialde âmbito muni cipal observam a s orientações definidas nos instrumentos deplaneamento territorial de âmbito nacional.

3. Nas relações entre instrumentos deplaneamento territorial de âmbito municipalcontraditórios entre si, o plano posteriorprevalece sobre o plano preexistente.

Artigo 20.ºValidade

1. A validade dos instrumentos de planeamentoterritorial e dos atos de gestão urbanísticaque lhes dão execução depende da suaconformidade com o direito aplicável.

2. São inválidos os instrumentos de

Entidade responsavel sira ba elabora no aprovainstrumentu sira planeamentu territóriu nian makakoordena no artikula entre sira kona-ba formasaunno ezekusaun instrumentu hirak-ne’e rasik, liuhosiindentifika no pondera planu, programa no projetuhirak-ne’ebé iha ona ka pondera, ho objetivu atuasegura kompatibilizasaun.

Artigu 19.ºRelasaun entre instrumentu sira planeamentu

nian1. Opsaun no modelu dezenvolvimentu

territóriu nian ne’ebé tau iha planu nasionálba ordenamentu territóriu orienta noenkuadra elaborasaun ba instrumentuplaneamentu hirak seluktan, iha ámbitunasionál ka munisípiu, ne’ebé tenkekompativel ho planu hikak-ne’ebá.

2. Instrumentu sira planeamentu territóriunian ba ámbitu munisípiu halo-tuirorientasaun hirak-ne’ebé defini ihainstrumentu planeamentu territóriu baámbitu nasionál.

3. Bainhira relasaun entre instrumentu siraplaneamentu territóriu ba ámbitu munisípiunian maka hamosu kontradisaun entre sira,prevalese maka planu anteriór ba planupreezistente.

Artigu 20.ºValidade

1. Validade ba instrumentu sira planeamentuterritóriu nian nomós aktu sira jestaunurbanu nian ne’ebé ezekuta, depende basira-nia konformidade ho direitu aplikavel.

2. Konsidera inválidu instrumentu siraplaneamentu territóriu nian ne’ebé:a) Ofende dispostu ne’ebé tau iha

instrumentu planeamentu territóriu ka

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planeamento territorial:a) Que ofendam o disposto em instrumento

de planeamento territorial ou asproibições ou limitações resultants dasmedidas preventivas ou medidasprovisórias que devam respeitar;

b) Contrários a servidões de direitoadministrativo, limitações e restrições deutilidade pública ou que permitam arealização de ações em desconformidadecom os fins que determinaram a exclusãode áreas dos respetivos âmbitos.

3. São inválidos os atos administrativos degestão urbanística praticados em violação dequalquer instrumento de planeamentoterritorial vinculativo dos particulares.

Artigo 21.ºVinculação jurídica

1. Os instrumentos de planeamento territorialvinculam as entidades públicas.

2. Os planos de uso do solo vinculam aindadireta e imediata- mente os particulares.

3. Os planos de ordenamento do territóriopodem igualmente vincular direta eimediatamente os particulares, total ouparcialmente, quando tal for determinadopelo decreto do Governo que os aprovar.

Artigo 22.ºElaboração e aprovação

1. O Plano Nacional de Ordenamento doTerritório é elaborado e aprovado peloGoverno sob forma de decreto-lei.

2. Os planos setoriais são elaborados pelo órgãoda Adminis- tração Central do Estadoresponsável pela respetiva política pública eaprovados por decreto do Governo.

3. Os instrumentos de planeamento territorial

proibisaun ka limitasaun ne’ebéhamosu hosi medida prenventiva kamedida provizória ne’ebé tenkerespeita;

b) Kontrária ho servidaun sira direituadministrativu nian, limitasaun norestrisaun ba utilidade públika kane’ebé permiti realiza asaun sira lahaktuir objetivu hirak-ne’ebé determinala inklui área sira hosi ámbítu ne’e.

3. Konsidera inválidu aktu administrativu siraba jestaun urbanu nian ne’ebé pratika ona hosakar kualkér instrumentu planeamentuterritóriu nian ne’ebé vinkula ho partikulársira.

Artigu 21.ºVinkulasaun jurídika

1. Instrumentu sira planeamentu territóriunian vinkula entidade públika sira.

2. Planu sira ba uza rain nian vinkula hodireta no imediata partikulár sira.

3. Planu sira ba ordenamentu territóriu belemós vinkula direta no imediata partikulársira, totál ka parsiál, bainhira determina ihadekretu Governu nian ne’ebé aprova sira.

Artigu 22.ºElaborasaun no aprovasaun

1. Governu maka elabora no aprova PlanuNasionál ba Ordenamentu Territóriu hoforma dekretu-lei.

2. Órgaun Administrasaun Sentrál Estadunian ne’ebé responsavel ba polítika públikamaka elabora planu setorál no aprova hoforma dekretu Governu.

3. Instrumentu sira planeamentu territóriu baámbitu munisípiu sei adota hosi órgaundeliberativu sira Autarkia Munisípiu nian,no aprova ho forma dekretu Governu nian.

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de âmbito municipal são adotados pelosórgãos deliberativos das AutarquiasMunicipais, e aprovados por decreto doGoverno.

Artigo 23.ºPublicidade

Os instrumentos de planeamento territorial sãopublicados no Jornal da República.

Artigo 24.ºExecução dos planos de uso do solo

1. A Administração Pública pode executar osplanos de uso do solo através de umprograma de execução, aprovado por decretodo Governo, sob proposta do órgão daAdministração Central do Estadoresponsável pela area do ordenamento doterritório.

2. A execução dos planos de uso do soloconsiste na concretização das opções eintervenções urbanísticas neles previstas pelaAdministração Pública e pelos particulares,nomeadamente com recurso aos meios deintervenção pública no solo previstos noartigo 8.º.

Artigo 25.ºAlteração e revisão

1. Os instrumentos de planeamento territorialsão pontual- mente alterados ou globalmenterevistos sempre que a evolução dasperspetivas de desenvolvimento economic esocial o justifique.

2. A alteração e a revisão dos instrumentos deplaneamento territorial seguem, com asnecessárias adaptações, os procedimentosprevistos para a sua elaboração, aprovação epublicação.

Artigo 26.º

Artigu 23.ºPublisidade

Instrumentu sira planeamentu territóriu niansei publika iha Jornál Repúbliku

Artigu 24.ºEzekusaun planu sira ba uza rai

1. Administrasaun Públika bele ezekuta planuba uza rai liuhosi programa ezekusaun,ne’ebé aprova tiha hosi dekretu Governu,liuhosi proprosta hosi órgaunAdministrasaun Sentrál Estadu ne’ebéresponsavel ba área ordenamentu territóriu.

2. Ezekusaun planu sira ba uza rai haloliuhosi konkretiza opsaun no intervensaunubanu nian ne’ebé prevee hosiAdministrasaun Públika no partikulár sira,ho rekursu ba meiu sira intervensaunpúblika nian ba rai ne’ebé prevee iha artigu8.º.

Artigu 25.ºAlterasaun no revizaun

1. Instrumentu sira planeamentu territóriunian sei altera ho pontuál ka revee tomakbainhira de’it justifika liuhosi evolusaun baprespetiva dezenvolvimentu ekonomia nososiál.

2. Alterasaun no revizaun ba instrumentu siraplaneamentu sei halo-tuir, ho adaptasaunne’ebé presiza, prosedimentu hirak-ne’ebéprevee ona ba sira-nia elaborasaun,aprovasaun no publikasaun.

Artigu 26.ºSuspensaun

1. Suspensaun totál no parsiál ba instrumentusira planeamentu territóriu nian sei halo

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Suspensão1. A suspensão total e parcial dos instrumentos

de planeamento territorial ocorre quando severifiquem circunstâncias excecionaisresultantes da alteração significativa dasperspetivas de desenvolvimento económico-social incompatíveis com a concretização dasopções estabelecidas no plano.

2. A suspensão dos instrumentos deplaneamento territorial é determinada pordecreto-lei no caso do Plano Nacional deOrdenamento do Território e por decreto doGoverno nos demais casos.

3. Os órgãos representativos do Poder Local eos Conselhos Consultivos Municipais sãoouvidos previamente à suspensão deinstrumentos de planeamento territorial dorespetivo município.

4. O ato que determina a suspensão deveindicar a fundamen- tação, o prazo e aincidência territorial da suspensão, bemcomo indicar expressamente as disposiçõessuspensas.

Artigo 27.ºMedidas cautelares

1. Por razões de interesse público, podem serestabelecidas, pelo prazo máximo a definirem regulamentação própria, medidaspreventivas nas áreas territoriais para asquais tenha sido decidida a elaboração,alteração, suspensão ou revisão deinstrumentos de planeamento territorial, como objetivo de impedir que ocorram alteraçõesdo território ou das situações jurídicasexistentes que possam limitar as opções deplaneamento ou dificultar a sua execução.

2. Quando a salvaguarda do interesse público aprosseguir, mediante a elaboração ou arevisão de um instrumento de planeamento

bainhira verifika sirkunstánsia esesionálhirak-ne’ebé hamosu hosi alterasaunsignifikativa perspetiva dezenvolvimentuekonómiku-sosiál ne’ebé la kompativel hokonkretizasaun hosi opsaun hirak-ne’ebéestabelese ona iha planu.

2. Suspensaun ba instrumentu sira planeamentuterritóriu nian determina hosi dekretu-leibainhira refere ba Planu NasionálOrdenamentu Territóriu no hosi dekretuGovernu bainhira refere ba kazu hirakseluktan.

3. Sei rona uluklai orgaun reprezentativa PodérLokál nian no Konsellu Konsultivu Munisipíunian molok halo suspensaun ba instrumentusira planeamentu territóriu ba munisípiu.

4. Aktu ne’ebé determina suspensaun tenkeidentifika fundamentasaun, prazu noinsidénsia territóriu suspensaun nian, nune’emós indika dispozisaun hirak-ne’ebésuspende.

Artigu 27.ºMedida kautelár

1. Tanba razaun interese públiku nian, beleestabelese, iha prazu másimu ne’ebé seidefini regulamentasaun autónoma, medidapreventiva iha área territóriu nian ne’ebédesidi ona atu elabora, altera, suspende karevee instrumentu sira planeamentuterriróriu nian ka situasaun jurídikaezistente hirak-ne’ebé bele limita opsaunsira planeamentu nian ka difikultaezekusaun.

2. Bainhira salvaguarda interese públikune’ebé atu konkretiza, liuhosi elabora norevee instrumentu ida planeamentuterritóriu nian, la bele hetan liuhosi impoinproibisaun ka limitasaun hirak-ne’ebérefere iha númeru liubá; bele estabelese,

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territorial, não se possa obter mediante aimposição das proibições ou limitações a quese refere o número anterior, podem serestabelecidas, pelo prazo máximo a definirem regulamentação própria, medidasprovisórias que definam de forma positiva oregime transitoriamente aplicável a umadeterminada área do território e que serevelem necessárias para a salvaguardadaqueles interesses.

3. A adoção de medidas cautelares éfundamentada e estabelece a duração dasmedidas e pode dar lugar a indemnização,nos termos da lei.

4. O procedimento para a adoção das medidascautelares é definido em regulamentaçãoprópria.

Artigo 28.ºAvaliação

As entidades responsáveis pela elaboração dosinstrumentos de planeamento territorialpromovem a permanente avaliação da adequaçãoe concretização da disciplina consagrada nosmesmos, bem como dos impactos significativosda sua execução no ambiente.

CAPÍTULO IVDisposições finais e transitórias

Artigo 29.ºAplicação direta

As regras e princípios estabelecidos na presentelei aplicam-se à elaboração de quaisquerinstrumentos de planeamento territorial cujoprocedimento de elaboração esteja em curso àdata da respetiva entrada em vigor.

Artigo 30.ºRegião Administrativa Especial de Oe-Cusse

ho prazu másimu ne’ebé sei defini iharegulamentasaun autónoma, medidaprovizória ne’ebé defini ho forma pozitivarejime ne’ebé aplika ho tranzitóriu ba áreaida territóriu nian no hatudu nesesáriu atusalvagurda interese ne’ebá.

3. Adosaun ba medida kautelár sira seifundamenta no estabelese durasaun medidanian no bele fó indemnizasaun haktuir lei.

4. Prosedimentu ba adota medida kautelársira sei defini iha regulamentasaunautónoma.

Artigu 28.ºAvaliasaun

Entidade responsavel sira ba elabora instrumentusira planeamentu territóriu nian promoveavaliasaun permanente ba adekuasaun nokonkretiza matéria ne’ebé estabelese ihainstrumentu sira, nune’e mós impaktu signifikativuhosi ninia ezekusaun ba ambiente.

KAPÍTULU IVDispozisaun ikus no tranzitóriu

Artigu 29.ºAplikasaun direta

Regra no prinsípiu hirak-ne’ebé estabelese iha leiida-ne’e aplika ba elabora kualkér instrumentuplaneamentu territóriu nian ne’ebé niniaprosedimentu elaborasaun sei iha hela elaborasaunnia laran iha data ne’ebé lei ida-ne’e hahú vigora.

Artigu 30.ºRejiaun Administrativa Espesiál Oe-Cusse

Ambeno

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Ambeno1. O Plano Regional de Ordenamento do

Território, os Planos Setoriais Regionais e osplanos de uso do solo para a RegiãoAdministrativa Especial de Oe-CusseAmbeno são aprovados por decreto doGoverno, sob proposta da Autoridade daRegião.

2. O Plano Regional de Ordenamento doTerritório tem âmbito supramunicipal, comconteúdo equiparado ao de um planomunicipal de ordenamento do território edeve conter as especificidades próprias doterritório de Oe-Cusse Ambeno, definidas noregime jurídico dos instrumentos deplaneamento territorial.

3. Na Região Administrativa Especial de Oe-Cusse Ambeno não há lugar à elaboração eaprovação de planos municipais deordenamento do território.

Artigo 31.ºIlha de Ataúro

1. O Plano de Ordenamento da Ilha de Ataúro éaprovado por decreto do Governo, sobproposta do Conselho de Administração daZona Especial de Economia Social deMercado de Oe-Cusse Ambeno e Ataúro.

2. O Plano de Ordenamento de Ataúro éequiparado ao plano municipal deordenamento do território, devendo conter asespecificidades próprias da insularidade doseu território, definidas no regime jurídicodos instrumentos de planeamento territorial.

3. Podem ainda ser aprovados, por decreto doGoverno, sob proposta do Conselho deAdministração da Zona Especial deEconomia Social de Mercado de Oe-CusseAmbeno e Ataúro, planos de uso do solo paraa Ilha de Ataúro.

1. Planu Rejionál Ordenamentu Territóriu, PlanuSetorál Rejionál nian no planu sira ba uza raiba Rejiaun Administrativa Espesiál Oe-CusseAmbeno sei aprova hosi dekretu Governu,liuhosi proposta Autoridade Rejiaun nian.

2. Planu Rejionál Ordenamentu Territóriu ihaámbitu supramunisípiu, ho konteúdu ne’ebéekipara ho planu munisípiu ba ordenamentuterritóriu no tenke iha espesifisidade rasikterritóriu Oe-Cusse Ambeno nian, ne’ebédefini iha rejime jurídiku ba instrumentu siraplaneamentu territóriu nian.

3. Iha Rejiaun Administrativa Espesiál Oe-Cuesse Ambeno la bele elabora no aprovaplanu sira munisípiu nian ba ordenamentuterritóriu.

Artigu 31.ºIlla Ataúro

1. Planu Ordenamentu ba Illa Ataúro seiaprova hosi dekretu Governu, liuhosiproposta Konsellu Administrativa ZonaEspesiál Ekonomia Sosiál Merkadu ba Oe-Cusse Ambeno no Ataúro.

2. Planu Ordenamentu Ataúro nian ekipara hoplanu munisípiu ba ordenamentu territóriu,ne’ebé tenke iha espesifisidade rasikterritóriu, ne’ebé defini ona iha rejimejurídiku instrumentu sira planeamentuterritóriu nian.

3. Bele aprova mós, hosi dekretu Governu,liuhosi proposta Konsellu AdministrasaunEspesiál Ekonomia Sosiál Merkadu ba Oe-Cusse Ambeno no Ataúro, planu sira bauza rai ba illa Ataúro.

Artigu 32.º

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Artigo 32.ºDiplomas complementares

O Governo aprova, no prazo de 90 dias, osseguintes diplomas complementares:a) Regime Jurídico dos Instrumentos de

Planeamento Territorial;b) Regime Jurídico da Edificação e

Urbanização;c) Regime Jurídico de Classificação e

Qualificação do Solo.

Artigo 33.ºRegime transitório

1. Todos os instrumentos de planeamentoatualmente em vigor devem ser reconduzidosàs modalidades previstas na presente lei, nostermos previstos no número seguinte.

2. No prazo de 90 dias após a entrada em vigorda presente lei, compete ao Ministroresponsável pela área do ordenamento doterritório proceder à identificação dosinstrumentos de planeamento cuja adaptaçãoseja necessária.

3. Até à instalação dos órgãos representativosdo Poder Local, as competências atribuídas aestes são asseguradas pelo órgão daAdministração Central do Estadoresponsável pela área do ordenamento doterritório, com a partici pação dos órgãos eserviços da Administração Local do Estado,nos termos a regulamentar por decreto doGoverno.

Artigo 34.ºEntrada em vigor

A presente lei entra em vigor 30 dias após a suapublicação.

Aprovada em 27 de fevereiro de 2017.

Diploma komplementárGovernu aprova, iha prazu loron 90 nia laran, diploma sira tuirmai:

a) Rejime Jurídiku ba InstrumentuPlaneamentu Territóriu;

b) Rejime Jurídiku ba Edifikasaun noUrbanizasaun;

c) Rejime Jurídiku ba Klasifikasaun noKualifikasaun Rai.

Artigu 33.ºRejime Tranzitóriu

1. Instrumentu hotu-hotu planeamentu nianne’ebé ohin-loron vigora hela tenke kondúsfilafali modalidade hirak-ne’ebé prevee ihalei ida-ne’e, haktuir númeru tuirmai.

2. Iha prazu loron 90 nia laran hafoin entrada-en-vigór lei ida-ne’e, Ministru responsavelba área ordenamentu territóriu sei haloidentifikasaun ba instrumentu siraplaneamentu territóriu ne’ebé presizaadaptasaun.

3. To’o harii tiha órgaun reprezentativa siraPodér Lokál nian, kompeténsia hirak-ne’ebé atribui ba órgaun sira-ne’e, seiezerse hosi Administrasaun Sentrál Estaduresponsavel ba área ordenamentuterritóriu, ho partisipasaun hosi órgaun noservisu sira Administrasaun Lokál Estadunian, haktuir kondisaun ne’ebé dekretuGovernu sei regulamenta.

Artigu 34.ºHahú hala’o knaar ho kbiit legál

Lei ida-ne’e hahú vigora iha loron-30 hafoin ninia publikasaun.

Aprova iha 27 fevereiru 2017.

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O Presidente do Parlamento Nacional,

Adérito Hugo da Costa

Promulgada em 17 de abril de 2017.

Publique-se.

O Presidente da República,

Taur Matan Ruak

Prezidente Parlamentu Nasionál,

Adérito Hugo da Costa

Promulga iha 17 abril 2017.

Bele publika ba.

Prezidente Repúblika,

Taur Matan Ruak