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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ACADEMICO

Análise da Adoção de Ferramentas e

Conceitos de Sustentabilidade no Processo de

Desenvolvimento de Produtos

Autor: Camila Alejandra León Vanegas

Orientador: Prof. Dr. Robert Eduardo Cooper Ordóñez

A Banca Examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta Dissertação:

__________________________________ Prof. Dr. Robert Eduardo Cooper Ordóñez UNICAMP/FEM ____________________________________ Prof. Dr. Auteliano Antunes dos Santos Junior UNICAMP/FEM ____________________________________ Prof. Dra. Ieda Kanashiro Makiya UNICAMP/FCA

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida

acadêmica do aluno.

Campinas, 07 de dezembro de 2017.

Dedicatória

Dedico este trabalho a meus adorados pais, Ciro e Ana que

sempre estão presentes em minha vida, meus motores, seu apoio

incondicional e constante amor. A meus queridos irmãos, Leonardo

e Tatiana pelo o carinho e exemplos de vida juntos. A meu amado

Cesar pela motivação, amor e sonhos pela vida juntos. A meus

sobrinhos, David e Isabel que dão a maior felicidade e conforto a

minha vida.

Agradecimentos

Primeiro a Deus pela vida maravilhosa que me deu e por deixar-me seguir seu caminho.

A minha família que a pesar da distância, estão sempre presentes com seu apoio,

motivação, amor e sendo meus motores de vida.

A meu amado Cesar pela paciência, conselhos, amor, apoio e caminhar pela senda da vida

sempre juntos para cumprir nossos sonhos.

A meu prezado Orientador o Prof. Dr. Robert por sua dedicação, pelas palavras de

motivação e apoio incondicional. Agradeço a oportunidade, confiança e novos conhecimentos

brindados neste caminho por percorrer.

Aos meus colegas, amigos de laboratório durante o mestrado pelos conselhos, em especial

a Gaby, Rodrigo, Cassio e Guilherme pelas sugestões e pelo apoio que sempre recebi na

realização de meu trabalho.

Aos meus pais, meus adorados Ciro e Ana, sempre ali em cada passo grande que dou,

com suas miradas de amor, obrigada sempre por serem a base fundamental de minha vida, por

caminhar comigo da mão, pela paciência e dedicação que sempre recebi de vocês, meus mais

grandes motores e as melhores pessoas que podem existir na minha vida.

Aos meus irmãos, meus magníficos Leo e Tatica por serem meus exemplos a seguir, pela

dedicação fornecida em meu ensino e o crescimento juntos com amor e apoio.

Aos meus sobrinhos que com seus risos e amor pela tia fazem de minha vida lutar por

mais pessoas.

Às pessoas maravilhosas que durante o transcorrer da vida tem conhecido, pelas

ensinanças e confiança que recebi delas para a realização de minha vida profissional.

À fundação de Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES)

no Brasil, pela oportunidade de bolsa de mestrado.

À Faculdade de Engenharia Mecânica por brindar-me a oportunidade de fazer um

mestrado e pelo oferecimento de todos os serviços para a realização desta pesquisa.

Resumo

Na atual situação do mercado, a inovação e a sustentabilidade são consideradas tendências

para as empresas que pretendem continuar competitivas. Para oferecer produtos diferenciados

as organizações precisam, além de uma capacidade superior de produção (produção flexível

com qualidade e produtividade), de um bom desempenho em seu processo de desenvolvimento

de produtos (PDP). Analisando a literatura e trabalhos acadêmicos considera-se que são poucos

os estudos científicos que discutem a integração entre sustentabilidade e o desenvolvimento de

produtos. O objetivo deste trabalho é analisar a adoção de ferramentas e conceitos de

sustentabilidade no desenvolvimento de produtos, através de uma proposta de modelo integrado

que especifique etapas para facilitar o processo. Por meio da revisão bibliográfica é realizada a

seleção de ferramentas de sustentabilidade e a identificação de um modelo especifico que

trabalhe de maneira estruturada, o PDP. Em seguida, é feito um levantamento do grau de adoção

dos conceitos de sustentabilidade que podem ser inseridos no PDP aplicando um questionário

a profissionais de diferentes empresas, pertencentes às áreas de desenvolvimento de produtos e

sustentabilidade. Finalmente são apresentados os resultados do levantamento inicial e do

modelo de integração a especialistas em sustentabilidade e PDP, tanto da academia como da

indústria, que por meio de entrevistas codificadas avaliaram dito modelo. Como principal

resultado obtém-se uma análise do grau de adoção da integração de ferramentas e abordagens

de sustentabilidade no processo de desenvolvimento de produtos que serve como base para a

proposta de um modelo.

Palavras chaves: Sustentabilidade, ferramentas e abordagens de sustentabilidade,

processo de desenvolvimento de produtos (PDP).

Abstract

In the current market situation, innovation and sustainability are considered trends for

companies that intend to remain competitive. To offer differentiated products, organizations

need, in addition to superior production capacity (flexible production with quality and

productivity), to perform well in their product development process (PDP). Analyzing the

literature and academic papers it is considered that few scientific studies discuss the integration

between sustainability and product development. The objective of this work is to analyze the

adoption of sustainability tools and concepts in product development, through a proposal of an

integrated model that specifies steps to facilitate the process. Through the bibliographic review,

the selection of sustainability tools and the identification of a specific model that works in a

structured way, the PDP, is performed. Next, a survey is made of the degree of adoption of

sustainability concepts that can be inserted in the PDP applying a questionnaire to professionals

from different companies, belonging to the areas of product development and sustainability.

Finally, the results of the initial survey and integration model are presented to sustainability and

PDP specialists from academia and industry, who, through coded interviews, have evaluated

this model. The main result is an analysis of the degree of adoption of the integration of tools

and approaches of sustainability in the product development process that serves as the basis for

the proposal of a model.

Keywords: Sustainability, sustainability tools and approaches, product development

process (PDP).

Lista de Figuras

Figura 1- Evolução de modelos de referência para o desenvolvimento de produtos .............. 25

Figura 2- Modelo de desenvolvimento de produto de Wheelwright e Clark (1992) ............... 27

Figura 3- Modelo das fases do desenvolvimento de produto de Rosenthal (1992). ................ 28

Figura 4- Modelo de desenvolvimento de produto de Cooper (1993). ................................... 28

Figura 5- Modelo de desenvolvimento de produtos de Pahl et al. (2005) .............................. 29

Figura 6- Modelo de desenvolvimento de produtos de Rozenfeld et al. (2006). .................... 30

Figura 7- Modelo de desenvolvimento de produto de Back et al. (2008) ............................... 31

Figura 8- Os três pilares da sustentabilidade ......................................................................... 34

Figura 9- Processo da Logística Reversa. ............................................................................. 35

Figura 10- Elementos de valor na SVAT. ............................................................................. 37

Figura 11. Ferramenta SVAT. .............................................................................................. 37

Figura 12- Estímulos para cadeia de suprimentos sustentável. .............................................. 40

Figura 13- Processo da avaliação do ciclo de vida. ............................................................... 41

Figura 14. Processo de formulação de um SBSC. ................................................................. 43

Figura 15- Vinculo da Responsabilidade Social Corporativa na sustentabilidade. ................. 44

Figura 16- A pirâmide de Informação................................................................................... 45

Figura 17. Publicações disponíveis no ISI Web of Science. .................................................. 49

Figura 18- Percentual de participação e quantidade das revistas nas publicações. ................. 50

Figura 19- Países das instituições de pesquisa dos artigos. ................................................... 50

Figura 20- Artigos com maior número de citações ............................................................... 51

Figura 21- Porcentagem da distribuição de artigos por dimensão de sustentabilidade. .......... 52

Figura 22- Evolução da distribuição dos artigos por dimensão de sustentabilidade. .............. 53

Figura 23- Rede de relacionamento de palavras chaves nos artigos....................................... 54

Figura 24- Mapa de densidade das palavras chaves das publicações. .................................... 55

Figura 25- Rede de co-citacão. ............................................................................................. 56

Figura 26- Etapas da pesquisa. ............................................................................................. 62

Figura 27- Modelo de referência do processo de desenvolvimento de produtos selecionado. 70

Figura 28- Setores participantes do preenchimento do questionário. Pergunta 6. .................. 73

Figura 29- Porte das empresas na qual trabalham ou trabalharam os especialistas participantes

do questionário. Pergunta 7. ................................................................................................. 74

Figura 30- O desenvolvimento de produtos segundo o organograma da empesa. Pergunta 8. 75

Figura 31- Utilização de um modelo de referência para o processo de desenvolvimento de

produtos. Pergunta 9. ........................................................................................................... 75

Figura 32- Inclusão de conceitos de sustentabilidade. a) Incorporação da sustentabilidade no

desenvolvimento de produtos nas empresas. Pergunta 12. b) Consideração de índice ou

indicador para avaliar a sustentabilidade. Pergunta 15. c) Consideração do TBL nas empresas.

Pergunta 17. d) Indicadores ou índices baseados no TBL nas empresas. Pergunta 18. .......... 78

Figura 33- Motivação das empresas para usar a sustentabilidade. Pergunta 13. ..................... 80

Figura 34- Índice ou indicador que trabalham ou trabalharam na empresa. Pergunta 16........ 82

Figura 35 - Vantagem competitiva da inclusão de ferramentas e abordagens de sustentabilidade

no PDP. Pergunta 19. ........................................................................................................... 83

Figura 36. Interesse pelas empresas na inclusão de ferramentas e abordagens de sustentabilidade

no PDP. Pergunta 21. ........................................................................................................... 84

Figura 37- Panorama geral do relacionamento entre a sustentabilidade e o PDP. .................. 91

Figura 38- Integração dos aspectos de sustentabilidade no PDP ........................................... 92

Figura 39- Mapa metal de opiniões sobre ferramentas e conceitos de sustentabilidade,

relacionado à pergunta 1 da entrevista. ................................................................................. 96

Figura 40- Mapa metal de opiniões sobre as ferramentas e abordagens de sustentabilidade no

PDP, relacionado à pergunta 2 da entrevista. ........................................................................ 97

Figura 41 - Mapa metal de opiniões sobre a proposta de integração de ferramentas e abordagens

de sustentabilidade no PDP, relacionado à pergunta 3 da entrevista. ..................................... 98

Figura 42- Mapa metal de opiniões sobre os benefícios da proposta, relacionado à pergunta 4

da entrevista. ........................................................................................................................ 99

Figura 43- Mapa metal de opiniões sobre as limitações da proposta, relacionado à pergunta 4

da entrevista. ...................................................................................................................... 100

Lista de Tabelas

Tabela 1-Artigos da rede de co-citação ................................................................................. 57

Tabela 2- Classificação dos modelos pela AHP. ................................................................... 69

Tabela 3. Resultado com a técnica TOPSIS aos conceitos de sustentabilidade. Pergunta 12,

15, 17 e 18. .......................................................................................................................... 79

Tabela 4. Aplicação das ferramentas de sustentabilidade escolhidas para serem integradas no

PDP. .................................................................................................................................... 85

Tabela 5- Codificação das respostas dos especialistas .......................................................... 95

Tabela 6- Dados de respostas os profissionais para as perguntas 12, 15, 17 e 18 do

questionário ....................................................................................................................... 126

Tabela 7- Dados das respostas dos especialistas à pergunta 22 do questionário................... 129

Lista de Quadros

Quadro 1- Etapas metodológicas de métodos de PDP na literatura. ...................................... 26

Quadro 2- Fatores de sucesso para a integração de ecodesign no desenvolvimento de produtos

............................................................................................................................................ 39

Quadro 3- Prós e contras de índices. ..................................................................................... 46

Quadro 4- Índices/ Indicadores de Sustentabilidade. ............................................................. 46

Quadro 5- Método e classificação da pesquisa. ..................................................................... 61

Quadro 6- Ferramentas e abordagens escolhidas. ................................................................. 71

Quadro 7- Modelos de referência para o processo de desenvolvimento de produtos segundo

respondentes. Pergunta 10. ................................................................................................... 76

Quadro 8- Normas aplicadas pelas empresas para o desenvolvimento de produtos. Pergunta 11.

............................................................................................................................................ 77

Quadro 9- Normas ou requisitos do cliente considerados nas empresas para incluir

sustentabilidade no desenvolvimento de produtos. Pergunta 14. ........................................... 81

Quadro 10- Informações dos especialistas participantes da entrevista. .................................. 94

Quadro 11- Opiniões de especialistas da distribuição das ferramentas e abordagens de

sustentabilidade nas etapas do PDP. ................................................................................... 102

Quadro 12- Opiniões dos profissionais sob o porquê incluiriam ferramentas e abordagens de

sustentabilidade no PDP. .................................................................................................... 127

Lista de abreviaturas

ACV Análise De Ciclo De Vida

AHP Decisão Multicriterial

BOM Bill Of Materials

BSC Balanced Scorecard

CDS Desenvolvimento Sustentável

CEP Comitê De Ética em Pesquisa

CGSDI Consultative Group On Sustainable Development Indicators

DFE Design For Environment

DJSI Dow Jones Sustainability Index

DP Desenvolvimento De Produtos

EPI Enviromental Pressure Indicators (Para A União Européia)

EPRII Environmental Performance Resource Impact Indicator

EUA Estados Unidos De América

Ford PSI Product Sustainability Index

GM MSM Metrics For Sustainable Manufacturing

GRI Global Reporting Initiative

IC Indicador Composto

IChemE Métricas De Sustentabilidade Da Instituição Dos Engenheiros Químicos

ICO2 Índice Carbono Eficiente

OECD Env Organisation For Economic Co-Operation And Development- Environment

OECD- Toolkit Organisation For Economic Co-Operation And Development - Toolkit

PDP Processo De Desenvolvimento De Produtos

QFD Quality Function Deployment

QFDE Quality Function Deployment For Environment

RSC Responsabilidade Social Corporativa

SBSC Sustainability Balanced Scorecard

SCM Supply Chain Management

Sus-VSM Sustainable Value Stream Mapping

SVAT Sustainable Value Analysis Tool

TBL Triple Bottom Line

TBLIS Triple Bottom Line Index System

TCLE Termo De Consentimento Livre E Esclarecido

UN-CSD United Nations Commission On Sustainable Development Indicators

UNICAMP Universidade Estadual De Campinas

VSM Value Stream Mapping

Walmart Qs Walmart Sustainability Product Index

Sumário

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17

1.1 Objetivos da pesquisa ................................................................................................. 19

1.1.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 19

1.1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 20

1.2 Estrutura do Trabalho ................................................................................................. 20

2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 22

2.1 Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) ....................................................... 22

2.1.1 Métodos ou modelos de desenvolvimento de produtos ......................................... 24

2.2 Sustentabilidade.......................................................................................................... 32

2.2.1 Triple Bottom Line ............................................................................................... 33

2.2.2 Ferramentas e Abordagens de sustentabilidade ..................................................... 35

2.2.3 Índices de sustentabilidade/ Indicadores de sustentabilidade ................................. 45

2.3 Revisões e classificações da Literatura ........................................................................ 48

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 59

3.1 Caracterização da Pesquisa ......................................................................................... 59

3.2 Etapas da pesquisa ................................................................................................. 61

3.2.1 Etapa 1- Revisão bibliográfica .............................................................................. 62

3.2.2 Etapa 2- Identificação do Modelo de PDP e seleção de ferramentas de

Sustentabilidade ............................................................................................................ 63

3.2.3 Etapa 3: Levantamento ......................................................................................... 64

3.2.4 Etapa 4- Conclusões finais da pesquisa ................................................................. 67

4 IDENTIFICAÇÃO DO MODELO DE PDP E SELEÇÃO DE FERRAMENTAS E

ABORDAGENS DE SUSTENTABILIDADE................................................................... 68

4.1 Identificação do modelo de PDP ................................................................................. 68

4.2 Seleção das ferramentas de sustentabilidade ............................................................... 70

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 72

5.1 Questionário .......................................................................................................... 72

5.1.1 Setor e porte da empresa....................................................................................... 73

5.1.2 O desenvolvimento de produtos na empresa ......................................................... 74

5.1.3 Incorporação de conceitos de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos ... 78

5.1.4 Inclusão e conhecimento de ferramentas de sustentabilidade no processo de

desenvolvimento de produtos. ....................................................................................... 82

5.2 Proposta de integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP ... 86

5.3 Entrevista ............................................................................................................... 93

5.4 Sínteses dos Resultados ............................................................................................ 104

6 CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E TRABALHOS FUTUROS .............................. 106

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 109

APÊNDICE A- Termo de consentimento livre e esclarecido para a realização do questionário

.......................................................................................................................................... 118

APÊNDICE B- Roteiro do questionário aplicado utilizando a plataforma Google Forms .. 121

APÊNDICE C- Dados iniciais das perguntas 12, 15, 17 e 18 do questionário, para análise com

a técnica TOPSIS ............................................................................................................... 126

APÊNDICE D- Opiniões dos respondentes sobre a pergunta 20 do questionário ............... 127

APÊNDICE E- Dados iniciais da pergunta 22 do questionário, para análise com a técnica

TOPSIS ............................................................................................................................. 129

APÊNDICE F- Termo de consentimento livre e esclarecido para a realização da entrevista

.......................................................................................................................................... 129

APÊNDICE G- Roteiro da entrevista ................................................................................ 134

17

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, os impactos negativos causados pelo homem na natureza estão cada vez mais

evidentes. A poluição, a destruição de habitats, o acúmulo de resíduos sólidos, o aumento de

gases do efeito estufa e a diminuição rápida da biodiversidade são apenas alguns dos exemplos

desses problemas ambientais.

Considerando a quantidade de habitantes na terra, a atividade industrial que não para de crescer

e a intensificação das transformações climáticas, uma das maiores inquietudes da sociedade

está na questão de como o mundo estará no futuro, em termos de condições de vida. Dentre os

fatores que mais influenciam nas mudanças ambientais estão as atividades industriais, que

impactam o meio ambiente principalmente devido a geração de resíduos dos seus processos

produtivos e produtos comercializados.

A inovação e a sustentabilidade são consideradas tendências progressistas para as

empresas que pretendem continuar competitivas no mercado globalizado. A prática de

transformar as empresas em organizações que respeitam os limites ambientais, ao mesmo tempo

em que cumprem desejos e necessidades sociais, tornou-se uma plataforma para a inovação na

estratégia, design, fabricação e marca, oferecendo grandes oportunidades de competir e de

adaptação a um mundo em rápida evolução.

As empresas foram incentivadas a atuar com um gerenciamento amplo devido aos

avanços econômicos e as mudanças advindas da globalização, levando a considerar os aspectos

econômicos, sociais e ambientais (ALVES et al., 2016). Neste cenário, as empresas começaram

a desenvolver estratégias de sustentabilidade baseadas no conceito Triple Bottom Line (TBL),

proposto por Elkington (1998), no qual uma empresa sustentável tem que considerar a

correlação entre os pilares econômico, ambiental e social no seu processo decisório.

Com o aumento dos problemas ambientais gerados pelo crescimento nas últimas décadas,

os consumidores ficaram mais conscientes sobre a importância da preservação do meio

ambiente. Buscando cada vez mais os produtos e serviços de empresas sustentáveis.

Mundialmente existem muitas empresas contribuindo com o desenvolvimento de produtos e

serviços sustentáveis, sejam esses tangíveis ou intangíveis, exercendo um papel na garantia da

preservação do meio ambiente, e da qualidade de vida da sociedade, expandindo deste modo o

aspecto que amplia a competitividade das mesmas.

18

Para atingir alto grau de vantagem competitiva e produtos diferenciados, as organizações

necessitam além de uma capacidade superior de produção (produção flexível com qualidade e

produtividade), de um bom desempenho em seu processo de desenvolvimento de produtos

(PDP), o que é obtido, em grande parte, com uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo

e com uma gestão eficiente e eficaz desse processo (CLARK; WHEELWRIGHT, 1993).

Segundo Magnago, Aguiar e Paula (2012), formando uma tríplice aliança entre as

dimensões econômicas, ambientais e sociais, a importância da sustentabilidade, tem como um

de seus objetivos proporcionar melhores resultados mercadológicos e inovadores no

desenvolvimento de produtos.

Considerando os aspectos levantados e baseando-se na revisão da literatura, apresentada

em detalhe no Capítulo 2 deste trabalho, os seguintes tópicos são considerados os pontos

centrais para justificar a realização da presente pesquisa:

1. São poucas as organizações que sabem relacionar de maneira efetiva os conceitos de

sustentabilidade ao desenvolvimento de produtos (DP). No entanto, muitas

organizações desejam ter este aspecto (AMEKNASSI; AIT-KADI; KEIVANPOUR,

2016; HALLSTEDT et al., 2010).

2. Uma vez que a relação entre sustentabilidade e desenvolvimento de produtos está

sendo frequentemente discutida no ambiente acadêmico e empresarial

(CAVALCANTI E DELAI, 2016; MAGNAGO, AGUIAR E PAULA, 2012), são

poucos os trabalhos que apresentam temas relacionados às categorias das abordagens

e diferentes conceitos de sustentabilidade integrados no DP, gerando incertezas na sua

aplicação.

3. As empresas ou organizações que desenvolvem produtos raramente usam um método

ou modelo especifico, executando em muitas ocasiões um processo de

desenvolvimento de produtos complexo para entender.

Considerando o apresentado anteriormente, expõem-se o problema, a importância e a

proposta de solução desta pesquisa, considerando as seguintes perguntas:

Qual é o problema?

Uma forma de adotar a sustentabilidade no ambiente da empresa é a realização do

desenvolvimento de projetos/produtos sob a ótica do desenvolvimento sustentável

(HAUSCHILD; JESWIET; ALTING, 2005). Interpretando a sustentabilidade como uma nova

19

forma de fazer negócios, refletindo o novo papel da empresa na sociedade e levando em

consideração que são poucos os estudos analisados cientificamente que possibilitam ampliar a

discussão da integração entre sustentabilidade e desenvolvimento de produtos, obtém-se a

pergunta de pesquisa do presente estudo: “Como integrar os conceitos de sustentabilidade no

desenvolvimento de produtos?”.

Qual é a sua importância?

Esta pesquisa propõe ferramentas, abordagens e conceitos de sustentabilidade que podem

ser inseridos no processo de desenvolvimento de produtos, facilitando às empresas a

incorporação destes conceitos de forma simples e orientada. Além disso, atualmente os

conceitos de sustentabilidade estão sendo frequentemente utilizados e procurados na literatura

por grande parte da sociedade.

Qual é a proposta para resolver o problema?

Realizar um estudo das ferramentas e abordagens de sustentabilidade e diferentes

métodos que contribuam no desenvolvimento de produtos. Definir uma forma de integrar estas

ferramentas de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos, adaptando um método ou

modelo de DP que facilite o processo e, por último, conhecer distintas opiniões de especialistas

que trabalhem com estes temas da pesquisa com o propósito de avaliar o modelo proposto.

Qual vai ser a contribuição do estudo para a solução do problema?

Esta proposta traz como principal contribuição a geração de conhecimento aplicado e sua

divulgação na área acadêmica, de forma que também possa ser usado nas organizações.

Contribui também em identificar ferramentas e conceitos de sustentabilidade com a finalidade

de serem inseridos no DP para facilitar este processo, adaptando um método ou modelo

especifico de desenvolvimento de produtos que integre a sustentabilidade.

1.1 Objetivos da pesquisa

1.1.1 Objetivo Geral

Com fundamento na pergunta de pesquisa, delimita-se como objetivo geral: analisar a

adoção de ferramentas e conceitos de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos,

20

apresentando uma proposta de modelo integrado que especifique etapas para facilitar o processo

de desenvolvimento de produtos.

1.1.2 Objetivos Específicos

Identificar quais são os processos de desenvolvimento de produtos utilizados pelas

empresas.

Detectar como o conceito de sustentabilidade é incluído no processo de

desenvolvimento de produtos das empresas.

Selecionar ferramentas e abordagens que lidam com os conceitos de sustentabilidade

considerando a visão do Triple Bottom Line (TBL).

Propor a inclusão das ferramentas e abordagens de sustentabilidade em um modelo de

PDP identificado na literatura.

Avaliar o potencial de aplicação da proposta através de consulta a especialistas.

1.2 Estrutura do Trabalho

A dissertação está dividida em seis capítulos, detalhados a seguir:

O Capitulo 1 apresenta os comentários iniciais sobre os problemas, a importância e as

propostas da pesquisa, apresentando também os objetivos e a estrutura do trabalho.

O Capitulo 2 contém um levantamento do estado da arte dedicado ao Processo de

desenvolvimento de produtos e à sustentabilidade.

O Capitulo 3 estabelece a metodologia da pesquisa, na qual apresentam-se a

caraterização e as etapas que foram realizadas.

O Capitulo 4 descreve a seleção do método de PDP e das ferramentas e abordagens de

sustentabilidade que foram empregados na pesquisa.

21

O Capitulo 5 considera os resultados do levantamento da pesquisa e apresenta as análises

do questionário, seguido da proposta de integração de abordagens e ferramentas de

sustentabilidade no desenvolvimento de produtos, da análise das opiniões dos especialistas na

entrevista e, por fim, de um método final proposto a partir das respostas obtidas.

O Capitulo 6 apresenta as considerações finais, limitações da pesquisa e recomendações

para trabalhos futuros.

Por fim, os apêndices A, B, C, D, E, F e G, são compostos pelos termos de aceitação do

Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), roteiros do questionário e da entrevista para o estudo da

pesquisa e as análises qualitativas das perguntas do questionário.

Tendo um conhecimento dos objetivos da pesquisa, a seguir é apresentada a revisão da

literatura que contribui com a discussão teórico-conceitual para a elaboração da proposta deste

trabalho.

22

2 REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo é composto pelos principais conceitos e trabalhos desenvolvidos sobre os

temas que norteiam a proposta desta pesquisa. A partir do objetivo de integração de conceitos

de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos, primeiramente a revisão de literatura

apresenta o levantamento das pesquisas que detalham o processo de desenvolvimento de

produtos, já que é necessário conhecer a definição, os modelos de referência existentes na

literatura e como estes se encaixam nas empresas, considerando suas estruturas.

Posteriormente, apresenta-se a sustentabilidade por intermédio de definições e conceitos

derivados, como: (1) Triple Bottom Line, que aborda a relevância das três dimensões da

sustentabilidade (ambiental, social e econômica); (2) as ferramentas e abordagens de

sustentabilidade que foram parte essencial para esta dissertação devido à integração no PDP;

(3) os índices e indicadores de sustentabilidade, a partir de relatórios.

2.1 Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP)

A origem da formalização de desenvolvimento de produtos ocorreu mais notavelmente

no final do século XIX. Com o decorrer do tempo, despertou na indústria grande importância,

atingindo assim uma posição de destaque ao final do século XX. Foi a partir da Revolução

Industrial, alavancada pela obra de Frederick Winslow Taylor e seus contemporâneos, que o

processo de desenvolvimento de produtos (PDP) foi sofrendo alterações, incluindo a estrutura

hierárquica desse processo. Neste período, com o crescimento da complexidade tecnológica dos

produtos, esse processo começou a demandar análises mais robustas e detalhadas, sendo objeto

de preocupação especifica no ambiente industrial (CUNHA, 2004).

Segundo Kechinski et al. (2010), uma mudança importante que experimentou o PDP foi

que a estrutura deixou de ser centralizada em uma única pessoa e restrita a uma única área de

conhecimento e passou a ser descentralizada, envolvendo várias áreas de conhecimento,

chegando ao trabalho colaborativo, em conjunto com a interação entre áreas, estabelecendo

assim uma estrutura mais sistêmica.

23

Ulrich e Eppinger (2000) definem o processo de desenvolvimento de produtos como

uma sequência de atividades para conceber, projetar e comercializar um produto de uma

empresa. Sendo que muitas dessas atividades são intelectuais e organizacionais, com o

propósito de entregar um produto físico, conduzem a que seja uma transformação de uma

oportunidade de negócio e um conjunto de premissas sobre uma ou mais tecnologias em um

produto aplicável para o mercado (KRISHNAN; ULRICH, 2001).

O desenvolvimento de produtos pode ser visto como um processo, o que significa realizar

diversas atividades desde a geração do conceito até a descontinuidade do produto (JUGEND;

SILVA, 2005). Com a finalidade de controlar de forma eficaz do PDP é necessária a descrição

das atividades, dos estágios e a lógica do processo. Isso exige uma estrutura de modelagem que

possa capturar as características específicas de cada empresa (JUN; SUH, 2008; TOLEDO et

al., 2008)

Para Rozenfeld et al. (2006) a representação gráfica ou textual de um PDP ideal é um

modelo referencial, que serve de inspiração (base) para elaboração ou melhoria do PDP de uma

determinada área produtiva. A partir de um modelo de referência genérico, uma empresa pode

definir o seu modelo específico, o qual se torna um “manual de procedimentos” e serve de base

para a especificação de projetos de desenvolvimento de produtos. Os modelos pretendem

assegurar a repetitividade de seus projetos, além de se constituir em um repositório de melhores

práticas.

Conforme De Paula e Mello (2013), o PDP define todas as funções envolvidas no

processo de desenvolvimento, incluindo tarefas, responsabilidades e interfaces claras e

objetivas, ajudando às equipes de desenvolvimento nas organizações a realizar objetivos

estratégicos, tais como a alta qualidade e redução do tempo e dos custos no desenvolvimento

de novos produtos.

Por conseguinte, algumas organizações seguem um processo de desenvolvimento preciso

e detalhado enquanto outras podem nem mesmo ser capazes de descrever seu processo. Além

disso, cada organização emprega um processo pelo menos ligeiramente diferente do que

qualquer outra organização (ULRICH; EPPINGER, 2000), conseguindo aplicar alguma técnica

própria de processo ou método/modelo que representa o PDP no decorrer dos anos. Este tema

será aprofundado no item seguinte deste capitulo.

24

2.1.1 Métodos ou modelos de desenvolvimento de produtos

Na literatura existem diferentes métodos ou modelos referentes ao desenvolvimento de

produtos, envolvendo doutrinas e conceitos que representam distintas visões do mundo ao longo

anos. Assim, os processos de desenvolvimento de produtos podem ser teóricos ou

desenvolvidos na própria empresa, permitindo alcançar objetivos por meio de modelos

prescritivos, sistematizando os processos e atividades necessárias para transformar as

estratégias da organização em negócios, técnica e economicamente viáveis (OLIVEIRA, 2007).

De acordo com Alliprandini e Toledo (2003) o desenvolvimento de produto é um evento

complexo, sendo difícil conceber, utilizar um modelo e chegar a um ponto em comum já que,

tem-se perspectivas de diferentes escolas do pensamento, visões específicas de disciplinas

distintas, principalmente entre o marketing e a engenharia. Neste sentido, os modelos de

referência contribuem para que as empresas passem a executar um processo de

desenvolvimento de produtos mais formal e sistemático, integrando os demais processos

empresariais com os participantes da cadeia de fornecimento e com os clientes finais.

Existem diferentes autores que apresentaram modelos de referência teóricos sobre

processos de desenvolvimento de produtos, contribuindo com diferentes etapas para facilitar

este processo. A Figura 1 apresenta uma síntese de um estudo bibliográfico realizado por

Suarez, Jung e Caten (2009), identificando vários métodos de desenvolvimento de produtos,

proporcionando um contexto constituído por marcos históricos da ciência e tecnologia e por

modelos de pesquisa e desenvolvimento que podem ter influenciado suas concepções.

25

Figura 1- Evolução de modelos de referência para o desenvolvimento de produtos Fonte: Suarez, Jung e Caten (2009).

Segundo Jung, Caten e Ribeiro (2013), um importante fator que pode contribuir para a

escolha de um Modelo de DP é o conhecimento das suas estruturas e respectivas características

lineares e sistêmicas, representando distintas visões do mundo. No Quadro 1, são apresentados

modelos de referência com suas respectivas fases do método ou modelo, estes referem-se aos

seis autores com maior destaque na literatura. Alguns deles também se encontram na Figura 1.

26

Quadro 1- Etapas metodológicas de métodos de PDP na literatura.

MODELOS /AUTORES

ETAPAS METODOLOGICAS DE METODOS DE PDP Pre-

Desenvolvimento Desenvolvimento Pós-

Desenvolvimento ROSENTHAL (1992)

1.Validação da ideia

2.Projeto conceitual 3.Especificação e projeto 4. Protótipo, produção e teste 5.Início da manufatura.

WHEELWRIGHT e CLARCK (1992)

1.Gerar, conceber e desenvolver ideias.

2.Determinar os requisitos e detalhar os projetos. 3.Focar na inovação e desenvolver os projetos selecionados.

COOPER (1993) 1.Investigação Preliminar. 2. Investigação Detalhada.

3.Desenvolvimento. 4.Validação e Testes.

5. Produção total e Lançamento no mercado.

PAHL et al. (2005)

1.Planejar a tarefa. 2.Desenvolver o princípio da solução.

3.Desenvolver a estrutura de construção. 4.Projetar a forma definitiva. 5.Desenvolver documentação para fabricação.

ROZENFELD et al. (2006)

1.Planejar estrategicamente os produtos. 2.Planejar o projeto.

3.Efetuar o projeto Informacional. 4.Efetuar o projeto conceitual. 5.Efetuar o projeto detalhado. 6.Preparar a produção. 7. Lançar o produto.

8.Acompanhar o produto e processo. 9.Descontinuar o produto

BACK et al. (2008)

1.Planejamento do Projeto

2.Projeto Informacional 3.Projeto Conceitual 4.Projeto Preliminar 5.Projeto Detalhado 6.Preparação da Produção 7.Lançamento

8.Validação

Fonte: Adaptado de De Paula (2011), Jung et al. (2009) e Mendes (2008)

De Paula (2011) detalhou em sua pesquisa seis métodos de desenvolvimento de produtos

escolhidos os quais são: Wheelwright e Clark (1992), Rosenthal (1992), Cooper (1993), Pahl

et al. (2005), Rozenfeld et al. (2006) e Back et al. (2008). Estes métodos destacam-se por ter

mais foco na gestão do processo de desenvolvimento e por serem os modelos mais referenciados

na literatura.

Com o propósito de obter um conhecimento detalhado dos métodos mencionados, são

apresentados nas Figura 2 até Figura 7 os seis diferentes modelos destacados nesta pesquisa.

27

Figura 2- Modelo de desenvolvimento de produto de Wheelwright e Clark (1992) Fonte. Adaptado de De Paula (2011), Wheelwright e Clark (1992)

O modelo de Wheelwright e Clark (1992) apresenta as seguintes fases: na definição do

projeto determina-se o escopo do projeto de desenvolvimento, dos limites das partes

constituintes, dos objetivos dos projetos e dos compromissos de alocação de recursos. Na fase

de organização e designação de pessoal para o projeto, definem-se as pessoas que farão parte

da equipe de projeto e como elas se organizarão para realizar o trabalho. A fase de liderança e

gestão do projeto divide as tarefas que serão realizadas durante o desenvolvimento, gestão e

verificação do trabalho individual das pessoas. A quarta fase a solução de problemas, teste e

prototipagem verifica o trabalho dividido na terceira fase com a finalidade de observar como

está sendo conduzido este trabalho, com o fim de solucionar problemas, testar e protótipar para

objetivar o progresso do projeto. Na fase cinco de análise crítica e controle da alta direção

há intervenção da direção da equipe do projeto para analisar, avaliar ou modificar o projeto,

conforme os objetivos e caso seja necessário. Na última fase as correções em tempo real e de

meio-curso realiza avalições e medições da situação atual do projeto resolvendo e oferecendo

solução do problema no laboratório de desenvolvimento de produtos e com o cliente (DE

PAULA, 2011; WHEELWRIGHT; CLARK, 1992)

28

Figura 3- Modelo das fases do desenvolvimento de produto de Rosenthal (1992). Fonte: Adaptado de De Paula (2011), Rosenthal (1992).

O modelo de Rosenthal (1992), apresentado na Figura 3, expõe as seguintes fases: Fase

0- Validação da ideia, nesta fase a partir da alta direção se brinda uma ideia com o propósito

de identificar uma oportunidade no mercado. Fase 1- Projeto conceitual, nesta fase são

definidos o produto e o projeto, deixando claro os integrantes chaves do projeto e os recursos

de apoio. Fase 2- Especificação e Projeto, com a finalidade de lançar o projeto do produto,

desenvolvem-se protótipos de engenharia detalhando especificações do produto e do processo

para incluir as partes necessárias dos componentes do produto. Fase 3- Protótipo, produção e

teste, realiza-se todo o produto em uma corrida piloto, na qual são especificadas as condições

do produto em relação à sua qualidade e atendimento dos aspectos de competitividade. Desta

maneira, realiza-se projetos detalhados para o lançamento do produto r são desenvolvidos

programas de treinamento para a força de vendas e serviço. Fase 4- Início da manufatura, esta

última fase do modelo tem como objetivo atingir à capacidade da produção necessária para

atender os volumes de vendas projetados, sendo mais associada ao marketing, serviço ao cliente

e serviço de campo (DE PAULA, 2011).

Figura 4- Modelo de desenvolvimento de produto de Cooper (1993). Fonte: Adaptado de Cooper (1993), De Paula (2011).

29

No modelo de Cooper 1993 são apresentadas as seguintes fases: Na fase de investigação

preliminar, elabora-se um escopo rápido do projeto, desenvolve-se uma avaliação preliminar

do mercado e uma avaliação técnica a fim de realizar as prováveis rotas de manufatura. Na fase

de Investigação detalhada, constrói-se o plano de negócio e começa o desenvolvimento do

produto, define-se o mercado, realiza-se uma avaliação técnica mais detalhada para conhecer o

cliente, e por fim, faz-se uma análise financeira e análise de sensibilidade para identificar

prováveis riscos do projeto. Desenvolvimento, nesta fase realiza-se projetos detalhados de teste

de protótipo, projetos de lançamento, projetos de produção, requisitos de recursos de produção,

planejamento de marketing, planejamento do processo, uma atualização de análise financeira e

soluções referentes à assuntos regulatórios, legais e de patentes. Teste e validação, nesta fase

é testada e avaliada a viabilidade completa do projeto tendo-se em conta a viabilidade do

produto, do processo de produção, aceitação do cliente e viabilidade econômica do projeto. Por

último, na fase Produção total e lançamento ocorre a implementação do plano de marketing

para o lançamento e do plano de produção do novo produto desenvolvido (COOPER, 1993; DE

PAULA, 2011).

Figura 5- Modelo de desenvolvimento de produtos de Pahl et al. (2005) Fonte: De Paula (2011).

30

No modelo de Pahl et al. (2005), apresentam-se as seguintes fases: nas fases de planejar

a tarefa, desenvolver o princípio da solução e desenvolver a estrutura de construção, indicam

de forma clara e completa a estrutura de construção de um produto, partindo da estrutura de

funcionamento ou da solução preliminar e também baseando-se em critérios técnicos e

econômicos. Nas últimas duas fases, projetar a forma definitiva e desenvolver documentação

para fabricação, consideram-se as prescrições definitivas do produto, como são algumas

medições do mesmo e sua composição, com a finalidade de construção do produto considerando

os componentes e instruções para produção e montagem (DE PAULA, 2011).

Figura 6- Modelo de desenvolvimento de produtos de Rozenfeld et al. (2006). Fonte: Rozenfeld et al. (2006)

O modelo de Rozenfeld et. al. (2006) é composto pelas seguintes fases: Planejamento

estratégico de produtos, em que as informações contidas nas estratégias corporativas são

desbordadas para o plano estratégico de produtos e também contém a descrição do portfólio de

produtos. Planejamento do projeto, determinam-se o escopo e o planejamento macro do projeto

do produto selecionado no portfólio. Projeto informacional, no qual são elaboradas as

especificações-meta do produto. Projeto conceitual elabora o conceito do produto e a definição

da sua arquitetura. Na fase de Projeto detalhado são feitos todos os cálculos e desenhos

detalhados para a produção, protótipos do produto, bem como planos de lançamentos, vendas

e apoio ao produto no mercado. Preparação da produção, realiza-se as especificações de

máquinas, ferramentas e dos métodos de produção, também é gerada toda a documentação

necessária para produzir o produto com qualidade. Lançamento do produto, nesta etapa o

31

produto é lançado e o time de desenvolvimento desfeito. As últimas duas fases,

Acompanhamento do Produto e Processo de descontinuação do produto no mercado, realizam-

se o acompanhamento sistemático e a produção da documentação correspondente à melhoria

de um produto ao longo de sua fase de uso. Também inclui a retirada sistemática do produto do

mercado e a avaliação de todo o ciclo de vida (DE PAULA, 2011; ROZENFELD et al., 2006)

Figura 7- Modelo de desenvolvimento de produto de Back et al. (2008) Fonte: Back et al. (2008), De Paula (2011) e Romano (2003)

O modelo de Back et al. (2008) é constituído pelas seguintes fases: fase de Planejamento

do projeto, em que acontece a abertura do projeto sendo este elaborado e detalhado com

informações relevantes, como o escopo do projeto e o planejamento de marketing. Projeto

informacional, as especificações do projeto são avaliadas, a análise econômica e financeira é

realizada e o plano do projeto é atualizado como requisito para a próxima fase. Na fase de

Projeto conceitual realiza-se a concepção do novo produto a partir das especificações do

projeto, desenvolve-se os possíveis processos de fabricação e a definição dos prazos com os

fornecedores para o desenvolvimento do projeto preliminar e detalhado. Projeto preliminar, esta

fase se inicia com a determinação do layout final do produto, também se realiza o

desenvolvimento do plano de fabricação, teste de protótipo e definição da estrutura preliminar

do produto.

32

Dando sequência modelo proposto por Back et al. (2008), a fase do Projeto detalhado

destina-se ao teste e aprovação do protótipo, otimização e determinação das especificações

finais do produto, detalhamento do plano de manufatura e preparação da solicitação de

investimento. Na fase de Preparação da produção, obtiva-se a estruturação dos recursos

envolvendo atividades para fabricação do produto. Por conseguinte, realiza-se o lote piloto, no

qual as peças são analisadas por meio de testes e a conformidade do produto é certificada. Por

último, leva-se em consideração ainda nesta fase os custos envolvidos no desenvolvimento. Na

fase de Lançamento do produto, por meio com o planejamento do marketing é produzido o lote

inicial para atender as primeiras solicitações dos clientes. Assim, verifica-se os padrões de

qualidade e se o produto está de acordo com o que foi definido no escopo do projeto. Na

sequência, realiza-se o lançamento do produto e os produtos vendidos são monitorados após a

comercialização do lote inicial. Por último, na fase de Validação do produto é encerrado o

projeto e são feitos a avaliação da satisfação do cliente e o levantamento de informações (BACK

et al., 2008; DE PAULA, 2011; ROMANO, 2003).

Diante do panorama teórico apresentado sobre os processos desenvolvimento de

produtos, pode-se verificar a importância destes para as empresas na realização de novos

produtos. Nesta seção foi possível detalhar alguns modelos mais relevantes na literatura com

suas respectivas etapas, detectando uma variedade e complexidade em sua aplicação. Isto

auxilia na seleção de um modelo em específico para realizar a integração entre o PDP ou DP

com os conceitos de sustentabilidade.

2.2 Sustentabilidade

A busca pela sustentabilidade está começando a transformar o cenário competitivo,

forçando as empresas a mudarem a maneira como pensam sobre produtos, tecnologias,

processos e modelos de negócios (NIDUMOLU, PRAHALAD e RANGASWAMI, 2009).

Desde a publicação do Manual de Oslo, pela Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (OECD) (2005), já se apontava a inovação fundamental para o

crescimento, tanto em tamanho, quanto em lucros de uma empresa, reforçando também a

importância da inovação para a sustentabilidade (KLOEPFFER, 2008).

33

O desenvolvimento sustentável é definido pela comissão Brundtland (1987), como o

padrão de utilização dos recursos naturais que visa atender as necessidades humanas, ao mesmo

tempo em que preserva o meio ambiente, possibilitando o atendimento das necessidades das

gerações atuais e futuras.

Outro conceito de desenvolvimento sustentável usado amplamente é o estabelecido no

relatório da conferência RIO 92 (ONU, 1992), no qual se diz que é necessário que o

desenvolvimento permita a satisfação das necessidades básicas e aspirações de bem estar da

população, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras estabelecerem suas próprias

necessidades e aspirações. De acordo com esta visão, o desenvolvimento sustentável deve

permitir o crescimento econômico, sem comprometer o meio ambiente e a igualdade social,

proporcionando qualidade de vida para as gerações presentes e futuras.

O desenvolvimento sustentável pode ser compreendido como estratégias planejadas para

satisfazerem critérios da sustentabilidade, uma vez que o desenvolvimento pressupõe uma

transformação progressiva e deliberada da sociedade, da economia e do ecossistema (NOBRE,

WALKER E HARRIS, 2012). Em resposta a esta pressão pela incorporação dos aspectos de

sustentabilidade, muitas organizações começaram a desenvolver estratégias sustentáveis

baseadas no Triple Bottom Line (TBL), buscando alcançar um desempenho econômico,

ambiental e social (STREIMIKIENE E SIKSNELYTE, 2016; NADAE E CARVALHO, 2016).

Compreendida a definição geral do termo sustentabilidade, é essencial para esta pesquisa

estudar os pilares de sustentabilidade contidos no Triple Bottom Line, assim como obter

conhecimento sobre ferramentas e abordagens que possibilitem a aplicação destes conceitos.

2.2.1 Triple Bottom Line

Para ser sustentável, uma empresa precisa ser capaz tanto de assegurar os seus direitos de

funcionar como o de obter lucro. Para tanto, as decisões estratégicas tomadas pelas empresas

devem considerar não somente os tradicionais fatores econômicos, mas também os fatores

sociais e ambientais, que são apoiados pelo conceito do Triple Bottom Line (TBL), que é uma

abordagem relacionada ao conceito de sustentabilidade (NADAE E CARVALHO, 2016)

Desta maneira, a temática em questão passou a evoluir e ganhar destaque, agregando

conceitos e tornando-se complexa. A frase Triple Bottom Line (TBL) foi acunhada pela primeira

34

vez em 1994 por John Elkington, em que argumentava-se que as empresas deveriam preparar-

se em três diferentes pontos de partida, os quais foram representados pelos termos people,

planet e profit. Da mesma natureza foi criado o Tripé da Sustentabilidade (do inglês “Triple

Bottom Line”) definindo a sustentabilidade em três pilares: social, ambiental e econômico, e

representando hoje uma das estruturas mais respeitadas ao tratar do assunto de sustentabilidade

(ELKINGTON, 1998; ONYALI, 2014). Na Figura 8, expõe-se os pilares de sustentabilidade e

suas respectivas funcionalidades, segundo a integração entre eles mesmos.

Figura 8- Os três pilares da sustentabilidade Fonte: Adaptada de (ONYALI, 2014).

De acordo com Onyali (2014), a implementação do TBL fornece os seguintes benefícios:

incrementa as receitas, reduz as despesas de energia, reduz as despesas de desperdício, reduz

materiais e despesas de água, incrementa a produtividade de empregados, reduz as despesas de

contratação e atrito, bem como reduz riscos estratégicos e operacionais. Neste contexto, medir

o desempenho na busca pela sustentabilidade tem sido uma questão importante para empresas,

mas ao mesmo tempo complexa. (NADAE E CARVALHO, 2016).

Ambiental Uso de recursos naturais

Gestão ambiental Prevenção da polução

(Ar, água, terra, desperdício)

Social Padrões de vida

Educação Comunidade

Igualdade de oportunidades

Econômico Lucro

Poupança de custos Crescimento econômico

Pesquisa e desenvolvimento

Social- Ambiental Justiça ambiental

Administração de recursos naturais

Localmente e Globalmente

Ambiental-Econômico Eficiência energética

Subsídios/ Incentivos para uso de recursos naturais

Econômico- Social Ética de negócios Comércio Justo

Direitos dos trabalhadores

SUSTENTABILIDADE

35

2.2.2 Ferramentas e Abordagens de sustentabilidade

Muitas abordagens e ferramentas de sustentabilidade vêm nos últimos anos promovendo uma

releitura nas técnicas de concepção, projeto e produção industrial de bens, para conter as

questões relativas à sustentabilidade (BYGGETH, BROMAN E ROBERT, 2007). Na

sequência, apresentam-se diferentes abordagens e ferramentas levantadas na literatura.

Logística reversa: Segundo Shibao, Moori e Dos Santos (2010), as atividades de

logística reversa são resumidas em quatro funções básicas: 1) Controle do fluxo de materiais e

do fluxo de informações do ponto de consumo à origem; 2) Movimentação dos produtos na

direção: consumidor produtor; 3) Busca da melhor utilização dos recursos; 4) Segurança na

destinação após descarte. Em termos práticos, a logística reversa tem como objetivo principal

reduzir a poluição do meio ambiente e os desperdícios de insumos, assim como a reutilização

e reciclagem de produtos.

Figura 9- Processo da Logística Reversa. Fonte: Shibao, Moori e Dos Santos (2010).

Na figura 9 é ilustrado o processo da logística reversa com sua respectiva comparação

com a logística tradicional. Evidentemente, quando se fala que o produto deve retornar a sua

origem, não se pretende dizer que ele deve ser devolvido exatamente ao ponto em que foi

fabricado, mas sim voltar para a empresa que o produziu. A empresa, por sua vez, dará o destino

que lhe for mais conveniente, pode ser recuperá-lo, reciclá-lo, vendê-lo para outra empresa ou,

até mesmo, jogá-lo no lixo.

36

A logística reversa, diz respeito ao fluxo de materiais que voltam à empresa por algum

motivo tal como: devolução de produtos com defeitos, retorno de embalagens, retorno de

produtos e/ou materiais para atender à legislação. A atividade principal é a coleta dos produtos

a serem recuperados e sua distribuição após reprocessamento (SHIBAO, MOORI e DOS

SANTOS, 2010).

Berço ao berço: A visão de que resíduos são matéria-prima,refere-se à ideia central para

a proposta Berço a Berço, uma oposição à visão tradicional ‘berço ao túmulo’. Mcdonough e

Braungart (2002) montaram um sistema de certificação para empresas que redesenham seus

processos baseadas na segurança e produtividade regeneradora da natureza, mimetizando o

fluxo de nutrientes que ocorre naturalmente utilizando, analogamente, o metabolismo

tecnológico (MAGNAGO, AGUIAR E PAULA, 2012).

Sob a abordagem de design berço ao berço, os produtos que resultam em materiais que

fluem para a biosfera (do conteúdo do produto ou da embalagem) são considerados "produtos

de consumo". Os materiais recuperados após o uso podem ser considerados "produtos de

serviço ". A abordagem berço ao berço, centra-se em uma transição ideológica de "menos ruim"

para "mais bom". As abordagens conhecidas eco-eficientes convencionais se esforçam para

minimizar os danos infligidos no mundo, concentrando-se esta abordagem na ecoeficácia,

estimulando às empresas a fazer as coisas certas para uma melhoraria contínua no

desenvolvimento de produtos, indústria e economia (TOXOPEUS, DE KOEIJER e MEIJ,

2015).

Sustainable Value Analysis Tool (SVAT): Consiste em uma análise qualitativa de um

formulário multidimensional de valor que permite avaliar profundamente o sistema. A principal

motivação para o desenvolvimento foi a constatação que durante o projeto de produtos poucas

organizações se preocupam em adicionar valor nos aspectos social e ambiental. O maior

objetivo desta ferramenta é identificar oportunidades de criação de valor sustentável ao longo

do ciclo de vida do sistema produto-serviço. Desta maneira o desenvolvimento da ferramenta

auxilia às empresas de fabricação a integrar a sustentabilidade no desenvolvimento do sistemas

produto-serviço e também ajudar os pesquisadores a entender os desafios e os principais fatores

desse processo (YANG et al., 2013)..

De acordo com Yang et al. (2014), os elementos de valor a serem analisados pela empresa

na SVAT estão identificados na Figura 10.

37

Figura 10- Elementos de valor na SVAT. Fonte: adaptado de Yang et al. (2014).

No processo da SVAT, se analisa primeiramente todo o ciclo de vida ou processo de

desenvolvimento de produto com o propósito de encontrar os elementos de valor durante este

ciclo, conforme mostrado na Figura 11. Esta análise é feita da seguinte maneira: definir proposta

de valor no início de vida do produto (BOL-VP), na metade de vida do produto (MOL-VP) e

no final de vida do produto (EOL-VP); mapear valor não capturado no início de vida do produto

(BOL-VU), na metade de vida do produto (MOL-VU) e no final de vida do produto (EOL-VU).

Figura 11. Ferramenta SVAT. Fonte: adaptado de Yang et al. (2014).

38

Nesta ferramenta se descreve, em cada fase do desenvolvimento de produtos, a proposta

de valor de acordo com as dimensões ambientais, econômicas e sociais e as intercepções entre

estas dimensões, que são: econômico-ambiental, econômico-social, social-ambiental e

econômico-ambiental-social. Logo, deste processo se realiza a identificação de valor não

capturado em todo o processo de desenvolvimento de produtos, tendo em conta os valores que

se consideraram e também de acordo à estrutura das dimensões sustentáveis, da mesma maneira

da proposta de valor. Depois, analisa-se o valor não capturado, e se explora as oportunidades

de valor, finalmente, avalia-se as oportunidades de valor (YANG et al., 2014).

Design for Environment (DFE): O princípio do DFE pode ser evidenciado por

intermédio da aplicação de uma ferramenta proposta para realização de diagnóstico de

reciclagem do produto, ainda na fase de projeto. Conforme com Junior Giannetti e Almeida

(2003), o DFE é uma ferramenta da Ecologia Industrial e deve examinar todo o ciclo de vida

do produto para propor alterações no projeto de forma a minimizar o impacto ambiental do

produto desde sua fabricação até seu descarte.

No entanto, esta ferramenta necessita das informações contidas na lista de materiais do

produto, também conhecida como Bill of Materials (BOM), permitindo diagnosticar quais são

as partes mais críticas do produto e possibilidades de mudança ainda na fase de projeto,

melhorando assim o aspecto de reciclagem do produto no final de sua vida (AGUIAR et al.,

2016).

Ecodesign: Rossi et al. (2016) definem que conforme a ISO 2011, o ecodesign consiste

em uma abordagem que considera e integra os aspectos ambientais no processo de

desenvolvimento do produto, por meio da aplicação de estratégias que visam reduzir o impacto

ambiental negativo durante as fases do ciclo de vida do produto. Considera-se a função do

produto, sua segurança, performance, custo, aceitação no mercado, qualidade, legislação e

regulamentos. Para BOKS (2006), o Ecodesign desempenha um papel importante no PDP. Este

autor apresenta os fatores de sucesso que geram os relacionamentos desta abordagem no PDP,

conforme apresentado no Quadro 2.

39

Quadro 2- Fatores de sucesso para a integração de ecodesign no desenvolvimento de produtos

Área de interesse Fatores de sucesso

Gestão

Compromisso e apoio são fornecidos São estabelecidos objetivos ambientais claros As questões ambientais são abordadas como questões

comerciais Consideração as dimensões estratégicas de ecodesign em vez

de apenas dimensões operacionais Ecodesign não só é tratada a nível operacional, mas também a

nível estratégico As questões ambientais são incluídas ao estabelecer a

estratégia de tecnologia de uma empresa

Relação com clientes Adoção de um forte foco no cliente Treinamento de clientes em questões ambientais

Relação com fornecedores

Estreita relação com fornecedor

Processos de desenvolvimento

Consideração de problemas ambientais no início do PDP Integração de questões ambientais no PDP existente Introdução de pontos de controle ambientais, revisões e marco

ambiental no PDP Uso de princípios, regras e padrões de design ambiental

específico da empresa Ecodesign é realizado em equipes multifuncionais Ferramentas de suporte são aplicadas

Competência

Educação e treinamento são fornecidos ao pessoal de desenvolvimento de produtos Um especialista ambiental apoia as atividades de

desenvolvimento São utilizados exemplos de boas soluções de design

Motivação

Uma nova mentalidade enfatizando a importância das questões ambientais é estabelecida Presença de um campeão ambiental Os indivíduos são estimulados a participar ativamente na

integração do ecodesign. Fonte: adaptado de BOKS (2006)

Quality Function Deployment for Environment (QFDE): Os pioneiros Masui et al.

(2003) enfatizam que o QFDE auxilia na tomada de decisões com a incorporação do contexto

ambiental, possuindo o intuito de tratar simultaneamente estas informações ambientais em

conjunto a forma tradicional de tratamento das informações de requisitos de qualidade do

produto. Assim, o principal foco da aplicação do QFDE consiste em estimular o crescimento

da consciência ambiental na etapa de projeto do produto, tornando possível identificar pontos

de melhoria ainda em uma fase conceitual da ideia.

40

O QFDE proposto permite identificar aspectos do projeto dentro de suas quatro fases. Os

resultados das fases I e II são a identificação de componentes e itens, que permitem focar no

desenho do produto e considera-o ambientalmente. Depois desta identificação, os engenheiros

do projeto melhoram o desenho do com a finalidade de avaliar as mudanças em aspectos

ambientais antecipadamente. Nas fases III e IV, os engenheiros examinam a possibilidade de

melhorias nos desenho para cada componente, buscando identificar sempre melhorias à partir

dos desenhos (MASUI et al., 2003).

Cadeia de suprimentos verde: A cadeia de suprimentos engloba todas as atividades

associadas ao fluxo e transformação de bens do estágio de matérias-primas (extração) até o

usuário final, bem como os fluxos de informação associados. A gestão da cadeia de suprimento

sustentável se define como a gestão de materiais, informações e fluxos de capital, bem como a

cooperação entre as empresas ao longo da cadeia de suprimentos, considerando os diferentes

propósitos das três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental),

tanto dos clientes como dos requisitos das partes interessadas.

Nas cadeias de suprimentos sustentáveis, os membros devem cumprir os critérios

ambientais e sociais, permanecendo dentro da cadeia de suprimentos, enquanto se espera que a

competitividade seja mantida atendendo às necessidades dos clientes e aos critérios econômicos

relacionados. (SEURING e MÜLLER, 2008).

Figura 12- Estímulos para cadeia de suprimentos sustentável. Fonte: adaptado de Seuring e Müller (2008).

Na Figura 12 são apresentados avanços externos que são colocados em empresas focais

pelas agências governamentais, clientes e partes interessadas ou stakeholders. Essas pressões,

bem como os incentivos, podem levar à ação de empresas focais. Na sua relação com os

41

fornecedores, são observáveis várias barreiras e incentivos que dificultam ou fortalecem o

gerenciamento sustentável da cadeia de suprimentos. Com base nesses desencadeantes, são

identificadas duas estratégias, a primeira é rotulada como "gerenciamento de fornecedores de

riscos e desempenho", em que um dos principais receios das empresas que seguem essa

estratégia é a perda da reputação se os problemas relacionados forem levantados. Já a segunda

estratégia é denominada "gestão da cadeia de suprimentos para produtos sustentáveis", esta

geralmente exige a definição de padrões baseados no ciclo de vida para o desempenho

ambiental e social dos produtos, que são então implementados em toda a cadeia de suprimentos

(SEURING e MÜLLER, 2008).

Análise de Ciclo de Vida (ACV): O ACV é um quadro para quantificar o impacto

ambiental de produtos ou serviços ao longo de suas fases do ciclo de vida (NBR ISO 14040,

2009). Vários instrumentos baseados nessa metodologia existem para apoiar o cálculo do

impacto. Esta categoria de metodologia inclui ferramentas de software comercial, usadas direta

e indiretamente (RAHDARI e ROSTAMY, 2015). Desta maneira, a ACV tem dentro dos seus

objetivos analisar os impactos oriundos dos processos produtivos, identificando as causas e

consequências de seus impactos.

Figura 13- Processo da avaliação do ciclo de vida. Fonte: NBR ISO 14040 (2009).

De acordo com a norma NBR ISO 14040 (2009), a estrutura da avaliação do Ciclo de

Vida de produtos apresentada na Figura13, deve incluir em seu desenvolvimento e aplicação, a

42

definição do objetivo e do escopo do estudo, uma análise do inventário, uma avaliação de

impacto ambiental e a interpretação dos resultados.

As etapas da ACV são basicamente, a definição dos objetivos que consiste em limitar o

estudo e escolher a unidade funcional, a análise do inventário de entradas e saídas de energia e

materiais relevantes para o sistema em estudo, a avaliação do impacto ambiental associado às

entradas e saídas de energia e materiais ou avaliação comparativa de produtos ou processos que

avalia os impactos devidos às emissões identificadas e ao consumo de recursos naturais, assim

como interpreta os resultados da avaliação de impacto com a finalidade de implantar melhorias

no produto ou no processo.

Quando a ACV é utilizada para comparar produtos, esta última etapa é a que recomenda

qual produto seria ambientalmente preferível, além de identificar oportunidades de melhoria de

desempenho ambiental no ciclo de vida dos mesmos. De modo geral, a ACV permite criar e

gerenciar informações para análise, e também auxilia na tomada de decisão junto aos projetos

e fabricação (CHEHEBE, 1997).

Sustainable Value Stream Mapping (Sus-VSM): Value Stream Mapping (VSM) é uma

técnica importante utilizada na fabricação enxuta para identificar os desperdícios, define-se

como sendo um fluxo de valor que identifica todas as ações necessárias, tanto de valor agregado

como de valor não agregado, para trazer um produto por meio de seus fluxos essenciais, como:

o fluxo de produção da matéria-prima até o cliente e o design do conceito para lançamento. O

VSM vêm recebendo atenção quando se trata de fabricação verde e sustentável (FAULKNER

E BADURDEEN, 2014).

Sus-VSM é uma ferramenta preliminar para avaliar o desempenho da sustentabilidade

econômica, ambiental e social na manufatura. As métricas existentes para avaliação do

desempenho de produção sustentável são examinadas para identificar critérios e métricas

essenciais a serem incluídos no VSM (método de produção enxuta para identificar desperdícios,

analisar o estado atual e projetar o estado desejado da manufatura), promovendo a produção

sustentável deste produto e consequentemente realiza a melhoria contínua, resultando no Sus-

VSM (FAULKNER E BADURDEEN, 2014).

As métricas a serem avaliadas no desempenho da fabricação sustentável pelo Sus-VSM,

são as seguintes: métricas para avaliar a produção sustentável, como os indicadores e índices;

métricas econômicas, em termos de valor agregado e custos incorridos, tempos de ciclos,

tempos de transição, horários de funcionamento, número de operadores envolvidos, nível de

inventário em andamento; métricas ambientais, que podem ser métricas de consumo de água

do processo, métrica de uso de matérias-primas, métricas de consumo de energias; métricas

43

sociais, como métrica de trabalho físico e métrica do ambiente de trabalho. Além disso, os

valores das métricas documentadas em um Sus-VSM não serão suficientes para classificar se

uma métrica específica é boa ou ruim. Esta avaliação requer comparar e relacionar os valores

com o desempenho em outras linhas / sistemas semelhantes, com dados de benchmarks da

indústria ou avaliando em relação a um Sus-VSM anterior para a mesma linha (FAULKNER E

BADURDEEN, 2014).

Sustainability Balanced Scorecard (SBSC): Apresentada por Figge et al. (2002), baseia-

se no Balanced Scorecard (BSC) proposto por Kaplan, R S e Norton (1992), mas com a inclusão

dos aspectos ambientais e sociais nas estratégias da empresa. Utiliza-se para contabilizar fatores

de sucesso não monetário, como exemplo os aspectos de sustentabilidade que têm um impacto

significativo e financeiro na empresa, ou seja, estes aspectos são atributos para medição e

verificação de desempenho das estratégias estabelecidas. O conceito SBSC é um conceito

aberto, isso significa que pode usar estratégias corporativas "convencionais", bem como

estratégias explícitas de sustentabilidade corporativa como ponto de partida.

Na figura 14, apresenta-se o processo formulado da ferramenta SBSC em que é de grande

importância possuir uma gestão baseada no valor dos aspectos ambientais e sociais, estes

aspectos devem ser integrados ao sistema geral de gestão da empresa. Este processo deve

garantir que o SBSC seja específico da unidade de negócios. No entanto, os aspectos ambientais

e sociais de uma unidade de negócios devem ser integrados de acordo com sua relevância

estratégica, isso inclui a questão de saber se à introdução de uma perspectiva adicional não

comercial é necessária (FIGGE et al., 2002).

Figura 14. Processo de formulação de um SBSC. Fonte: Adaptado de FIGGE et al., (2002)

44

Responsabilidade Social Corporativa (RSC): RSC é uma abordagem de gestão voltada

a contribuição das empresas para o desenvolvimento sustentável. Com base no conceito de

gestão de relações com as partes interessadas, Steurer et al. (2005), definiu a RSC como:

"conceito pelo qual as empresas integram preocupações sociais e ambientais nas suas operações

de negócio e na sua interação com as partes interessadas numa base voluntária" e “não é uma

surpresa encontrar a tríplice linha de fundo também no contexto”. A abordagem enfatiza

fortemente a necessidade de consulta com as principais partes interessadas da comunidade no

desenvolvimento sustentável (KANG et al., 2015).

Figura 15- Vinculo da Responsabilidade Social Corporativa na sustentabilidade. Fonte: Munck e Souza (2009).

Conforme Munck e Souza (2009) e considerando o vínculo apresentado na Figura 15, a

responsabilidade social corporativa em seus escopos econômicos, sociais e ambientais,

dependem de três personagens fundamentais: das pessoas, do planeta e do lucro, os quais, se

adicionam como parte considerável dos aspectos necessários para se alcançar a sustentabilidade

organizacional.

Por conseguinte, a responsabilidade social corporativa constitui uma iniciativa estratégica

que fundamenta a sustentabilidade organizacional, a qual é parte integrante e fenômeno

consequente da estratégia organizacional responsável por conciliar interesses organizacionais,

expectativas sociais e preservação ambiental.

45

2.2.3 Índices de sustentabilidade/ Indicadores de sustentabilidade

O termo indicador é originário do latim indicare, que significa descobrir, apontar,

anunciar, estimar. O indicador composto (IC) é formado quando os indicadores individuais são

compilados em um único índice com base em um modelo subjacente. Dessa forma, o indicador

composto nesta pesquisa, refere-se ao índice que pode ser simplesmente definido como uma

agregação de diferentes indicadores com uma metodologia bem desenvolvida e predeterminada.

Assim, um IC está no topo de uma pirâmide de informação (HAMMOND et al., 1995), como

ilustrado na Figura 16. A adição de vários indicadores a um IC único difere conceitualmente

das técnicas baseadas em outros indicadores, obtendo informações e dados elementares que

ajudam no processo de tomada de decisão.

Figura 16- A pirâmide de Informação. Fonte: Adaptado de Hammond et al. (1995)

Os indicadores devem apresentar métricas bem definidas, indicando uma meta,

recomendação ou valores mínimos de aceitação em determinado aspecto. Os indicadores são

agregados e se tornam índices de sustentabilidade para alcançar essas metas (LEONETI,

NIRAZAWA E OLIVEIRA, 2016; USSUI E BORSATO, 2011). Com o propósito de entender

melhor o que são os índices no Quadro 3 expõe-se os pros e os contras dos índices.

46

Quadro 3- Prós e contras de índices.

Prós Contras Pode resumir questões complexas e multidimensionais.

Pode gerar indicações falsas se mal construídas.

Mais fácil de interpretar. Pode produzir conclusões simplistas. Facilita a tarefa de classificação de alternativas ao longo do tempo em questões complexas.

Pode ser subutilizado, por exemplo, para apoiar uma política desejada, se a construção não é transparente e não há sólidos princípios estatísticos e conceituais.

Reduz o tamanho de um grupo de indicadores ou incluindo mais informações dentro do limite de tamanho existente.

A seleção dos indicadores e pesos poderia ser um alvo para desafio político

Coloca questões de desempenho e questões de progresso no centro da arena política.

Pode mascarar falhas graves em algumas dimensões e aumentar a dificuldade em identificar medidas corretivas adequadas.

Facilita a comunicação com o público em geral e promove a prestação de contas.

Pode levar a inadequações políticas se as dimensões de desempenho, que são fáceis de medir, são ignoradas.

Fonte: Adaptado de Nardo et al. (2005)

Indicadores/índices de sustentabilidade contemplam em sua estrutura básica uma lista de

categorias e quesitos, variando de acordo com o objetivo de cada indicador. Diversos

indicadores a nível internacional e nacional são desenvolvidos e ainda muitos estão em estudo.

No Quadro 4 apresenta-se uma lista com os principais indicadores de sustentabilidade

(USSUI E BORSATO, 2011):

Quadro 4- Índices/ Indicadores de Sustentabilidade.

Índices/ Indicadores de sustentabilidade existentes DJSI (Dow Jones Sustainability Index) Ecological Footprint OECD Env (Organisation for Economic Co-operation and Development)

GRI (Global Reporting Initiative)

OECD Toolkit ISO 14031 Ford PSI (Product Sustainability Index) Métricas de Sustentabilidade da Instituição

dos Engenheiros Químicos (IChemE) GM MSM (Metrics for Sustainable Manufacturing) Wuppertal Sustainability Indicators EPI (Enviromental Pressure Indicators) para a União Européia

Eco-efficiency indicator

UN-CSD (United Nations Commission on Sustainable Development Indicators)

Índice Carbono Eficiente - ICO2

Walmart Sustainability Product Index (Walmart Qs) Interface EcoMetrics CGSDI (Consultative Group on Sustainable Development Indicators)

Environmental Performance Resource Impact Indicator (EPRII)

Wellbeing Index Global Scenario Group Enviromental Sustainability Index Ethos de Responsabilidade Social e

Empresarial Desenvolvimento Sustentável (CDS) Dashboard da Sustentabilidade Barômetro de Sustentabilidade Triple Bottom Line Index System (TBLIS) Fonte: Adaptado de Ussui e Borsato (2011), Delai e Takahashi (2008), Leoneti, Nirazawa e Oliveira

(2016)

47

Os indicadores de sustentabilidade comumente usados no processo decisório das

organizações, são: Indicadores de Desenvolvimento Sustentável da Comissão para o

Desenvolvimento Sustentável (CDS), o Dashboard da Sustentabilidade, o Global Reporting

Initiative (GRI), o Dow Jones Sustainability Index (DJSI), o Barômetro de Sustentabilidade, as

métricas do Instituto dos Engenheiros da Inglaterra (ICheme) e o Triple Bottom Line Index

System (TBLIS). Em nível nacional, citam-se os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social

e Empresarial, do Instituto Ethos (DELAI E TAKAHASHI, 2008; LEONETI, NIRAZAWA E

OLIVEIRA, 2016).

A seguir apresenta-se alguns deles, destacando a relevância de sua aplicação nas

dimensões ambiental, econômica e social do TBL:

DJSI (Dow Jones Sustainability Index): O DJSI é constituído de um conjunto de índices

globais e de um europeu. A pontuação é calculada com base em questionários e informações

disponíveis na mídia aos investidores, além da análise dos stakeholders, documentos, políticas,

relatórios, informações públicas e contato de um analista, além disso, essas informações passam

por auditoria. Os indicadores de sustentabilidade desenvolvidos pela bolsa de valores norte

americana Dow Jones visam avaliar o grau de sustentabilidade financeira e ambiental das 10%

maiores empresas listadas no índice global da bolsa de valores da Dow Jones (DOW JONES,

2016).

Ecological Footprint: O objetivo deste indicador é avaliar o grau de sustentabilidade do

planeta. A análise é realizada com base no consumo global de recursos renováveis e não

renováveis em vários países, mais a geração de resíduos e a capacidade do planeta de absorver

estes resíduos e criar novos recursos.

O indicador avalia o impacto ambiental causado pelas lavouras, pasto, desmatamento,

pesca, infraestrutura e combustíveis fosseis. O consumo e impacto ambiental são então

comparados com o estoque de recursos do planeta. Análises utilizando este indicador

demonstram que o atual consumo global excede a capacidade do planeta de repor estes recursos

(WACKERNAGEL et al., 2002).

GRI (Global Reporting Initiative): Lançado em 1997 pela UNEP (United Nations

Environment Programme), em conjunto com a CERES (Coalition for Environmentally

Responsible Economics). O índice GRI tem por objetivo avaliar, auxiliar e reportar o nível de

sustentabilidade de empresas, indústrias e instituições públicas e privadas no entendimento e

comunicação das contribuições da organização ao alcance do desenvolvimento sustentável,

melhorando a qualidade e utilidade dos relatórios de sustentabilidade. Composto de mais de

48

100 indicadores, atualmente, mais de 156 empresas utilizam o GRI para reportar o seu nível de

sustentabilidade para os stakeholders (GRI, 2013).

Indicadores de Desenvolvimento Sustentável da Comissão para o Desenvolvimento

Sustentável (CDS): Foi proposto em 1995 pela Organização das Nações Unidas com base na

agenda 21. O CDS tem 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, além de coordenar a

implementação destas metas, promete liderar e catalisar a ação na promoção dos 140

indicadores de sustentabilidade nas empresas e comunidades ao redor. Estes indicadores

seguem o conceito de desenvolvimento sustentável proposto pelo Relatorio Brundtland,

abrangendo as dimensões de sustentabilidade e outra institucional (DELAI E TAKAHASHI,

2008; LEONETI, NIRAZAWA E OLIVEIRA, 2016).

Indicadores Ethos de Responsabilidade Social e Empresarial: Estes indicadores

propostos pelo Instituto Ethos no Brasil no ano 2002, têm o propósito de oferecer uma

ferramenta que auxilie no processo de aprofundamento com a responsabilidade social e com o

desenvolvimento sustentável. Estes indicadores são estruturados em forma de questionário,

facilitando sua aplicação nas empresas (ETHOS, 2007).

A revisão de conceitos de sustentabilidade demostra o aumento da vantagem competitiva

com o propósito de pensar em um futuro melhor e mudar no presente na sociedade, sendo

envolvido nas empresas que desejam inovar e contribuir com uma consciência na mudança

climática atualmente existente no planeta.

Portanto, nesta pesquisa se procura inserir estes conceitos de sustentabilidade estudados,

em específico diferentes ferramentas e abordagens de sustentabilidade, no processo de

desenvolvimento de produtos com a finalidade de facilitar a produção de produtos mais

sustentáveis.

2.3 Revisões e classificações da Literatura

Neste item, apresentam-se as análises correspondentes à pesquisa bibliográfica da

amostra de artigos levantados da base de dados ISI Web of Science, os quais se referem aos

temas de sustentabilidade no processo de desenvolvimento de produtos. Serão apresentadas

figuras e tabelas correspondentes à revisão sistemática e análises de redes de relacionamento

dos dados bibliográficos.

49

Foram utilizados os seguintes filtros na base de dados Web of Science, na qual se

obtiveram 299 artigos:

Filtro 1: “Sustainability” OR "triple bottom line";

Filtro 2: "new product development" OR "product development" OR "product

development process";

Filtro 3: Tipo de documento - Article;

Filtro 4: No software EndNote - leitura de títulos e resumos relacionados ao tema de

pesquisa.

Contemplando os 299 artigos da base de dados ISI Web of Science sobre sustentabilidade

e desenvolvimento de produtos, ilustra-se na Figura 17 a distribuição das publicações nos

diferentes anos (1994 -2016).

Figura 17. Publicações disponíveis no ISI Web of Science. Fonte: Elaborado pela autora.

Com a análise da Figura 17 é notório o fato de que nos últimos anos tem sido intensificado

o crescimento do número de publicações, observando que 21% das publicações foram no ano

2016, o que demonstra o aumento do interesse da comunidade científica e acadêmica nestes

temas.

Com a análise da Figura 17 é notório o fato de que nos últimos anos tem sido intensificado

o crescimento do número de publicações, observando que 21% das publicações foram no ano

2016, o que demonstra o aumento do interesse da comunidade científica e acadêmica nestes

temas. Assim, na Figura 18 são apresentadas as 11 revistas com mais publicações.

0% 1% 1% 1%

3%1% 1%

3% 3%4%

1%

5% 5%

9%

14%

12%

15%

21%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

1

6

11

16

21

26

31

36

41

46

51

56

61

66

Qtde. %

50

Figura 18- Percentual de participação e quantidade das revistas nas publicações. Fonte: Elaborado pela autora.

Observa-se na Figura 18 que com 66 artigos, o Journal of Cleaner Production é a revista

com maior importância, com uma participação de 22,1% entre as publicações. Seguido do

Sustainability, que aporta 10 artigos e com participação de 3,3%.

Na Figura 19 ilustra-se os 15 países com mais instituições de pesquisa aos quais os autores

das diferentes publicações pertencem.

Figura 19- Países das instituições de pesquisa dos artigos. Fonte: Elaborado pela autora.

Conforme a Figura 19, com 15,6% de participação, os EUA lideram, seguido de países

como Inglaterra (7,1%) e Suécia (6,4%). Observa-se também o Brasil com 4,6%, destacando

sua atuação sobre os temas abordados nesta pesquisa.

22,1%, (66 artigos)

3,3%, (10 artigos)

2,3%, (7 artigos)

2,3%, (7 artigos)

2,3%, (7 artigos)

2,0%, (6 artigos)

2,0%, (6 artigos)

1,7%, (5 artigos)

1,3%, (4 artigos)

1,3%, (4 artigos)

1,3%, (4 artigos)

Journal of Cleaner Production

Sustainability

International Journal of Production Economics

Business Strategy and the Environment

The International Journal of Life Cycle…

Journal of Product Innovation Management

Journal of Business Ethics

Journal of Sustainable Tourism.

Clean Technologies and Environmental Policy

International Journal of Production Research

International Journal of Operations &…

15,6%

7,1%

6,4%

6,1%

5,4%

4,8%

4,8%

4,6%

4,6%

4,1%

3,6%

3,6%

3,3%

2,8%

2,6%

EUA

Inglaterra

Suécia

Alemanha

Holanda

Canadá

Itália

Brasil

Índia

Taiwan

Austrália

Suíça

Espanha

Dinamarca

França

51

Para analisar a evolução na quantidade e percentual dos artigos publicados com mais

citações, ilustra-se na Figura 20 os artigos com mais frequência de citações.

Figura 20- Artigos com maior número de citações Fonte: Elaborado pela autora.

Na Figura 20 se evidencia que os artigos com mais influência são os estudos de Vachon

e Klassen (2008), Environmental management and manufacturing performance: The role of

collaboration in the supply chain, seguidos de Smith e Lewis (2011) com Toward a Theory of

Paradox: A Dynamic Equilibrium Model of Organizing e Maxwell e Van der Vorst, (2003),

com Developing sustainable products and services.

Baseando-se nas diferentes pesquisas ilustradas pela Figura 20, é possível destacar alguns

resultados da revisão de literatura, como:

(1) Relevantes soluções para o desenvolvimento de produtos e processos. No PDP

caracteriza-se o gerenciamento ambiental por parte dos stakeholders, nas quais questões

ambientais e éticas podem levantar dúvidas sobre a sustentabilidade ambiental nos produtos

desenvolvidos pelas empresas, sendo analisado o ciclo de vida dos processos para avaliar os

impactos ambientais, podendo auxiliar como ferramenta de tomada de decisões para o

desenvolvimento de produtos (GALLEZOT, 2008; KOTLER, 2011; LUTTROPP E

LAGERSTEDT, 2006; PUJARI, 2006; VACHON E KLASSEN, 2008; VARMA et al., 2007).

(2) O principal fator para adoção da sustentabilidade nas empresas é a obtenção de um

equilíbrio da organização por meio de um desempenho máximo de sustentabilidade com o

propósito de ter um êxito no futuro, tendo em conta diferentes ferramentas de suporte para o

desenho de produtos (CHANDRASEGARAN et al., 2013; SMITH E LEWIS, 2011).

348 Citações , 6,67%

322 Citações, 6,17%

174 Citações, 3,33%

172 Citações, 3,29%

143 Citações, 2,74%

134 Citações, 2,57%

130 Citações, 2,49%

118 Citações, 2,26%

116 Citações, 2,22%

112 Citações, 2,15%

Vachon, S; Klassen, RD (2008)

Smith, WK; Lewis, MW (2011)

Maxwell, D; van der Vorst, R (2003)

Luttropp, C; Lagerstedt, J 2006)

Pujari, D (2006)

Chandrasegaran, SK; Ramani, K; Sriram, RD et…

Kotler, P (2011)

Varma, VA; Reklaitis, GV; Blau, GE et al. (2007)

Kloepffer, W (2008)

Gallezot, P (2008)

52

(3) O maior desafio que enfrenta a sociedade e a indústria é a implementação dos

princípios de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos. Nesse sentido, Maxwell e Van

Der Vorst (2003) apresentam um método para avaliar e identificar opções de sustentabilidade

por meio de checklist de questões no desenvolvimento de produtos e serviços, durante todo o

seu ciclo de vida. Assim, outro ponto importante da sustentabilidade é que as empresas tenham

essa estabilidade no desenvolvimento de produtos considerando os pilares de sustentabilidade

(ambiental, social e econômico) (KLOEPFFER, 2008; MAXWELL E VAN DER VORST,

2003).

Com a finalidade de demostrar os pilares de sustentabilidade (ambiental, social e

econômico), distribuídos nos diferentes artigos publicados, nota-se na Figura 21 as

porcentagens das três dimensões e o cruzamento destes conceitos. Para esta análise foi

necessária a separação dos 299 artigos da seguinte maneira: 1) artigos que discutiam só uma

dimensão; 2) artigos que discutiam dois dimensões entre si; 3) artigos que discutiam as três

dimensões entre si mais os artigos que só discutiam o TBL.

Figura 21- Porcentagem da distribuição de artigos por dimensão de sustentabilidade. Fonte: Elaborado pela autora.

Com a análise da Figura 21, evidenciou- se a dominância da dimensão ambiental em pelo

menos 75,6% dos artigos publicados, seja particular ou combinada com as outras dimensões,

seguido da dimensão social em pelo menos 36,8% dos artigos e a dimensão econômica em pelo

menos 32,4% dos artigos, sendo este último o pilar com menor representação.

Considerando a distribuição de artigos feita anteriormente, na Figura 22 é apresentada a

evolução da intensidade da publicação de pesquisas sobre os pilares da sustentabilidade

37,5% 3,3%

7,0%

Social

Ambiental Econômico

11,7% 2,7%

11,0%

15,4%

53

(ambiental, social e econômico), desde o ano de 1994, no qual detectado apenas um artigo

publicado, até o ano de 2016 com 62 artigos publicados, realçando não só a dimensão ambiental

como também as dimensões social e econômica.

Figura 22- Evolução da distribuição dos artigos por dimensão de sustentabilidade. Fonte: Elaborado pela autora.

Ainda sobre a Figura 22, observa-se o envolvimento do conceito do TBL com um

incremento nos últimos anos, fornecendo um equilíbrio ideal no desenvolvimento de produtos,

já que ao mesmo tempo que se tem em conta a proteção ambiental, a equidade social e a

prosperidade econômica, considera-se os requisitos do produto (qualidade, mercado, questões

técnicas e de custo, etc.) (MAXWELL E VAN DER VORST, 2003).

Com a intenção de seguir analisando os principais temas abordados nos artigos da

amostra, na Figura 23 é representado um gráfico de rede, no qual são relacionadas as palavras-

chave mais frequentes nos artigos publicados pela base de dados Web of Science.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

Ambiental Economico Social Amb. e Social Amb. e Econ. Econ. e Social TBL

54

Figura 23- Rede de relacionamento de palavras chaves nos artigos. Fonte. Dados do software Netdraw.

Destaca-se na Figura 23, obtida por intermédio do uso do software Netdraw, as palavras-

chave com mais linhas de relacionamento nos 299 artigos, as quais são product development e

sustainability, participando em pelo menos 42% e 40% respectivamente nas publicações,

porcentagens fornecidas pela quantidade de ocorrências encontradas destas palavras-chave,

segundo o software Vosviewer.

Por conseguinte, na Figura 24 se apresenta o gráfico de densidade de ocorrência das

palavras-chave mais frequentes (ocorrências maiores de 12 artigos), identificando as palavras a

partir das cores de intensidade, em que neste caso a cor vermelha representa as palavras com

mais ocorrências até chegar às zonas de cor azul, encontrando-se palavras com menor

ocorrência.

55

Figura 24- Mapa de densidade das palavras chaves das publicações. Fonte: Dados do software VOSviewer.

Identifica-se na Figura 24 que as palavras-chave trabalhadas pelos autores dos artigos

publicados são product development, e sustainability (cor vermelha), destacando-se em 128 e

121 artigos respectivamente, e observando seguidamente as palavras-chave como performance,

innovation, design e management (cor amarela) em 48, 40, 46 e 38 artigos respectivamente.

Assim, considera-se que as publicações tem foco em vincular a sustentabilidade no

desenvolvimento de produtos, explorando uma sociedade mais globalizada e indústrias com

processos cada vez mais inovadores para o desenvolvimento de produtos (PUJARI, 2006;

SMITH E LEWIS, 2011).

Todavia, quando são vinculadas as palavras model e framework com product development

e new product development, essa associação não se apresenta forte. Já a palavra-chave TBL não

aparece no resultado do processamento do software da Figura 24, em contraposição à análise

dos 299 artigos apresentada na Figura 22, que demonstra que mesmo que o termo TBL faça

56

parte das análises internas o mesmo não aparece na identificação do assunto dos temas

estudados nos artigos, impossibilitando os pesquisadores relacionar o tema por meio das suas

buscas e diminuindo desta forma a importância do mesmo.

Com a finalidade de identificar quais eram os trabalhos com maior número de citações,

na Figura 25 ilustra-se um gráfico de rede que relaciona os 16 artigos científicos, identificados

através dos nomes dos autores, com mais de 17 referências nos 299 artigos analisados e seu

relacionamento ou condição de co-citação entre eles.

Figura 25- Rede de co-citacão. Fonte: Obtido a partir do software Netdraw.

Desta maneira, na Tabela 1, apresenta-se os 16 artigos da rede com mais de 17

ocorrências, destacando-se os autores Hart (1995), Baumann, Boons e Bragd (2002), Pujari,

Wright e Peattie (2003) com 30, 28 e 26 ocorrências respectivamente.

57

Tabela 1-Artigos da rede de co-citação

Autor (Ano) Revista Titulo Ocorrências Hart (1995) Academy of

Management Review a Natural-Resource-Based View of the Firm

30

Baumann, Boons e Bragd (2002)

Journal of Cleaner Production

Mapping the green product development field: engineering, policy\rand business perspectives

28

Pujari, Wright e Peattie (2003)

Jornal of Business Research

Green and competitive influences on environmental new product development performance

26

Pujari (2006) Technovation Eco-innovation and new product development: understanding the influences on market performance

25

Porter e Linde (1995)

Harvard Business Review

Green and competitive: ending the stalemate

23

Dangelico e Pontrandolfo (2010)

Journal of Cleaner Production

From green product definitions and classifications to the Green Option Matrix

21

Kaebernick, Kara e Sun (2003)

Robotics and Computer-Integrated Manufacturing

Sustainable product development and manufacturing by considering environmental requirements

21

Nidumolu, Prahalad e Rangaswami (2009)

Harvard Business Review

Why Is Now the Key Driver of Innovation There ’ S No Alternative To Sustainable Development

20

Luttropp e Lagerstedt (2006)

Journal of Cleaner Production

EcoDesign and The Ten Golden Rules: generic advice for merging environmental aspects into product development

20

Barney (1991) Journal of Management

Firm Resources and Sustained Competitive Advantage

20

Elkington (1998)

New Society Publishers

Partnerships from Cannibals with Forks : The Triple Bottom line of 21st Century Business

19

Boks (2006) Journal of Cleaner Production

The soft side of ecodesign 18

Byggeth e Hochschorner (2006)

Journal of Cleaner Production

Handling trade-offs in ecodesign tools for sustainable product development and procurement

18

Eisenhardt (1989)

Academy of Management Review

Building Theories from Case Study Research

18

Albino, Balice e Dangelico (2009)

Business Strategy and the Environment

Environmental Strategies and Green Product Development: an Overview on Sustainability-Driven Companies

17

Zhu e Sarkis (2004)

Journal of Operations Management

Relationships between operational practices and performance among early adopters of green supply chain management practices in Chinese manufacturing enterprises

17

Fonte: Elaborado pela autora.

58

Utilizando como referência a Tabela 1, algumas contribuições desses autores podem ser

citadas:

Conforme Porter e Linde (1995) e Zhu e Sarkis (2004) aumentar a produtividade dos

recursos por meio de estratégias ambientais é uma oportunidade econômica e inovadora nos

negócios. Como vantagem competitiva da empresa, a relação existente com o meio ambiente

utilizando recursos naturais a fim de ter um desenvolvimento sustentável por meio de

perspectivas de sistemas tanto na pesquisa como na prática. Para o desenvolvimento de

produtos baseados em produtos verdes, variam dependendo do setor econômico da empresa

obtendo um comportamento mais equilibrado enquanto à perspectiva geográfica. (ALBINO,

BALICE E DANGELICO, 2009; BARNEY, 1991; BAUMANN, BOONS E BRAGD, 2002;

HART, 1995; PUJARI, 2006).

De acordo com Boks (2006) atendendo no design ecológico por meio do PDP é

importante o compromisso gerencial das empresas para que não tenham lacunas entre

proponentes e executores nos objetivos implantados para cadeia de valor. Com a

implementação de regras e ferramentas, como ACV são implementadas no PDP para avaliar

este processo ambiental sendo um trabalho análogo com os requerimentos de custos e qualidade

dos produtos (KAEBERNICK, KARA E SUN, 2003; LUTTROPP E LAGERSTEDT, 2006;

PORTER E LINDE, 1995)

Em síntese, contata-se que os termos de sustentabilidade e PDP podem ser integrados,

possuindo uma intensificação nos últimos anos, justificada pela demanda ambiental existente

na sociedade. Ainda que, não é possível encontrar um aprofundamento de modelos de PDP que

integrem ferramentas e abordagens de sustentabilidade.

Com o conhecimento do referencial teórico, e com o propósito de atingir os objetivos

propostos, prossegue-se o próximo capítulo com as etapas, métodos e técnicas usados para a

elaboração deste trabalho.

59

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia de pesquisa é o caminho escolhido para que se chegue ao final de uma

pesquisa, para isso, deve ser desenvolvida mediante a junção do conhecimento disponível e a

utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Deste modo, a

importância é ressaltar o problema de pesquisa, a escolha do método científico e a definição

das etapas de pesquisa planejadas como meio para alcançar os resultados esperados.

Segundo Gil, (2002, p.17), pesquisa é definida como:

(...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.

Com isso, este capitulo contem a metodologia para guiar o desenvolvimento da pesquisa,

apresentando primeiramente a caraterização da pesquisa a partir da pergunta e objetivos de

pesquisa. Posteriormente, aborda-se as etapas realizadas necessárias para chegar à realização

da pesquisa, obtenção e análise de resultados.

3.1 Caracterização da Pesquisa

Conhecendo a pergunta de pesquisa que norteia este trabalho: “O que deve ser feito para

integrar conceitos de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos?” e os objetivos que

deverão ser respondidos durante o presente estudo por meio de um caminho especifico, os

próximos passos são, descrever a natureza da pesquisa e determinar como deve ser feita a

escolha do método e das técnicas utilizadas.

Assim, com o propósito de obter uma pesquisa centralizada e interpretada, utiliza-se o

método indutivo que segundo Gray, 2012, os dados são acumulados e analisados para ver se

surgem relações entre os termos pesquisados. Tentando assim, construir generalizações a partir

de experiências em casos específicos.

Quanto à natureza esta pesquisa foi classificada como aplicada já que objetivo é gerar

conhecimentos para aplicação prática e dirigida à solução de problemas específicos, através de

60

um modelo que especifique etapas para facilitar o processo, e desta forma gerar conhecimentos

práticos direcionados a empresas com o fim de procurar soluções nas diferentes etapas

vinculadas ao desenvolvimento de produtos. Uma vez que a pesquisa tem como objetivo

analisar a adoção de ferramentas e conceitos de sustentabilidade no desenvolvimento de

produtos, apresentando uma proposta de modelo integrado que especifique etapas para facilitar

o processo de desenvolvimento de produtos.

A pesquisa quanto à sua abordagem, considera-se que faz uma relação dinâmica entre

o mundo real e o sujeito. Desse modo, a abordagem desta pesquisa é classificada como

qualitativa (QUAL), aprofundando compreensão nos temas abordados pela revisão

bibliográfica, neste caso, sobre sustentabilidade e DP, interpretando todos os fenômenos e

esclarecendo dados indutivamente. Em complemento, a abordagem qualitativa é usada para

análises dos resultados, comentários e justificações dos engenheiros, gerentes, diretores e

supervisores vinculados ao desenvolvimento de produtos ou profissionais de equipes de

sustentabilidade de empresas em qualquer um dos segmentos da cadeia produtiva, sendo

avaliados por meio dos questionários e entrevistas que se apresentam posteriormente nesta

pesquisa. Permitindo com isso a criação de um ambiente que facilite a coleta de dados de

maneira descritiva e a obtenção de elementos essências de sustentabilidade para ser inseridos

no DP.

Quanto aos seus objetivos esta pesquisa se classifica em exploratória. Isso se afirma

pois, segundo Gil, 2002, pretende-se fornecer maior familiaridade com o problema com vistas

a torna-o explicito e construir resultados. Explorando o porquê da realização desta pesquisa, o

porquê de classificações e o porquê da integração dos elementos de sustentabilidade no DP por

meio de justificativas.

Quanto ao método de pesquisa para confrontar a visão teórica com os dados da

realidade, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo a partir da literatura,

revisões bibliográficas e modelagens conceituais. No delineamento da coleta de dados para a

pesquisa podem ser definidos dois grandes grupos: aqueles que se valem das chamadas fontes

de "papel" ou fontes passadas e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas (GIL, 2002).

Assim classifica-se a pesquisa em revisão bibliográfica e levantamento apresentando desta

maneira a previsão de análise e interpretação de dados.

Revisão Bibliográfica na qual a partir de livros, teses, dissertações e artigos se constrói

um estado da arte relacionado ao DP e sustentabilidade, permitindo uma gama de informações

bastante ampla. No estudo exploratório realiza-se maiormente pesquisas bibliográficas, neste

caso o levantamento é mais de artigos por meio de bases de dados sendo em particular a base

61

de dados Web of Science. Estes artigos são utilizados para realizar gráficos apresentados como

análises de dados bibliográficos obtidos nas publicações de 299 artigos e gráficos de mapas de

relacionamento construídos através dos softwares VOSviewer e Netdraw.

Levantamento considerando pessoas, neste estudo particularmente engenheiros, gerentes,

diretores e supervisores vinculados ao desenvolvimento de produtos, profissionais que

desenvolvem atividades de sustentabilidade. Selecionando-se uma amostra de pessoas aleatória

se realiza um questionário por meio da plataforma Google Forms. O Google Forms é uma

ferramenta que permite um controle de dados integro, com o fim de ter uma análise dos temas

abordados para ser integradas as ferramentas e abordagens de sustentabilidade no DP.

Entrevistas estruturadas baseadas nos questionários e uma amostra de pessoas menor para

avaliar a proposta e elementos de sustentabilidade a ser inseridos no DP. Assim permite-se

constatar opiniões e sugestões do conhecimento direto com a realidade e obtém-se o teste de

hipóteses da pesquisa realizada.

Tendo com o anterior uma visão da caraterização da pesquisa, o Quadro 5 apresenta de

uma maneira resumida a classificação da mesma.

Quadro 5- Método e classificação da pesquisa.

Método cientifico Indutivo

Classificações da pesquisa

Natureza Aplicada Abordagem Qualitativa Objetivos Exploratórios Método de pesquisa

Revisão Bibliográfica e Levantamento

Fonte: Elaborado pela autora.

São apresentas neste item as classificações científicas utilizadas ao longo da pesquisa e

no próximo item as diferentes etapas necessárias para se obter resposta à pergunta de pesquisa

além de conclusões dos objetivos da pesquisa.

3.2 Etapas da pesquisa

Esta dissertação contempla cinco etapas, as quais são alinhadas com a metodologia

cientifica exposta anteriormente. Estas etapas são apresentadas na Figura 26.

62

Figura 26- Etapas da pesquisa. Fonte: Elaborado pela autora.

A continuação as etapas apresentadas na Figura 26 são descritas.

3.2.1 Etapa 1- Revisão bibliográfica

Nesta primeira etapa da pesquisa se realiza um levantamento do estado de arte dos temas

levados destacados no trabalho utilizados também para a obtenção da análise bibliométrica.

Estado da arte.

Assim, os temas primeiramente são processo de desenvolvimento de produtos seguido de

sustentabilidade com o objetivo de analisar e obter uma integridade destes temas, estes temas

foram levantados por uma revisão bibliográfica em livros, bases de dados e diferentes artigos.

No tema de processos de desenvolvimento de produtos se apresenta um contexto geral,

identificando a grande variedade de métodos usados para este processo. Durante o estudo do

tema de sustentabilidade, expõe-se um contexto geral, permitindo conhecer conceitos

63

importantes como o Triple Bottom Line. Detecta-se também a grande variedade de ferramentas

e abordagens de sustentabilidade e de índices e indicadores para avalia-la.

Análise Bibliométrica.

Posteriormente, realiza-se uma análise bibliométrica com a relação e integração dos temas

de processo de desenvolvimento de produtos e sustentabilidade, encontrando-se lacunas nestes

temas. Para extrair a informação usa-se como base de dados Web of Science a qual sobressai

por sua grande variedade de publicações anexadas. Após obter uma quantidade de artigos

publicados se realiza uma análise tendo em conta: ano de publicação, revistas dos artigos,

autores dos artigos mais referenciados, coautores mais citados, palavras chaves mais usadas nos

artigos.

Aplicando-se ferramentas que auxiliam na compreensão das análises, entre elas, os

softwares Excel e VOSviewer, este último que permite uma construção e visualização de redes

bibliométricas e que pode ser utilizado principalmente para criar mapas de autores, palavras-

chaves, palavras do título ou do resumo, revistas e artigos. Também, o software Netdraw, que

dá uma representação gráfica a uma matriz de adjacência, obtida a partir de dados fornecidos

pelo VOSviewer. Desta maneira se permitem análises detalhadas e gráficos das relações

existentes entre os artigos escolhidos dos tópicos mencionados.

Os resultados desta etapa foram apresentados no capítulo 2.

3.2.2 Etapa 2- Identificação do Modelo de PDP e seleção de ferramentas de

Sustentabilidade

Esta segunda etapa consiste em identificar ferramentas de sustentabilidade e métodos de

desenvolvimento de produtos com o propósito de inserir as ferramentas e conceitos de

sustentabilidade no PDP.

Desta maneira, considerou-se a referência do estudado na revisão bibliográfica,

identificando diferentes ferramentas e abordagens de sustentabilidade para o DP: a de Magnago;

Aguiar e Paula, (2012). Observando que estes autores aplicam ferramentas de sustentabilidade

mais focadas no âmbito ambiental, se escolhem sete ferramentas que são: Logística reversa,

Berço ao berço, DFE, QFDE, Cadeia de suprimentos verde, Ecodesign, Sus-VSM e ACV.

Assim, se procura na literatura ferramentas que incluam as outras duas dimensões de

sustentabilidade (social e econômica) para ter em conta o TBL, se escolhem três ferramentas

64

mais, sendo: Sus-VSM, SBSC e RSC. Neste trabalho foram abordadas onze ferramentas de

sustentabilidade.

Com a finalidade de integrar as onze ferramentas de sustentabilidade em um processo, no

capítulo 2, item 2.1.1, foi apresentada uma variedade de métodos de referência aos processos

de desenvolvimento de produtos.

A pesquisa de De paula e Mello, (2013) que classificou e realizou uma seleção de um

modelo de PDP a partir de distintos critérios os quais fornecem uma visão de um modelo

completo, com uma estruturação em seu processo e adaptável, foi utilizada como base para

identificar o método de referência do PDP de Rozenfeld et al., (2006) para realizar a integração

de sustentabilidade.

Os resultados desta etapa são expostos no capítulo 4.

3.2.3 Etapa 3: Levantamento

Nesta terceira etapa da pesquisa, a partir da revisão bibliográfica e da seleção de métodos

de PDP e ferramentas e abordagens de sustentabilidade, foi elaborado um questionário, a

proposta de modelo de integração e a entrevista aos especialistas nas áreas de PDP e

sustentabilidade.

Envio do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) Unicamp e análise.

Para a aplicação do questionário, primeiramente o projeto deve ser apresentado ao Comitê

de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP, embora seja uma pesquisa considerada como

ciência social aplicada, já que neste caso se envolvem seres humanos. Também, um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), apresentado no Apêndice A, deve ser elaborado.

Quando este projeto e o roteiro do questionário são avaliados e aprovados pelo CEP, prossegue-

se ao envio do questionário para os respondentes.

Questionário da pesquisa.

Na elaboração do questionário foram desenvolvidas perguntas com foco em

sustentabilidade e em seus diferentes conceitos (TBL, ferramentas e abordagens e índices e

indicadores).

Além disso, são levantados em conta a aplicação de método PDP e normas para o

desenvolvimento de produtos. Por último, realizaram-se perguntas sobre vantagens

65

competitivas que poderiam trazer a integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade

no PDP, se essa integração seria aplicável e foi incluída uma avaliação das ferramentas e

abordagens de sustentabilidade a partir de seu conhecimento e aplicação nas empresas. A

elaboração do questionário foi por meio da ferramenta Google Forms, ferramenta do Google,

no qual o questionário se apresenta no apêndice B.

Para o preenchimento do questionário, o mesmo foi enviado para uma população alvo de

150 potenciais respondentes: especialistas, engenheiros, gerentes, diretores e supervisores

vinculados ao desenvolvimento de produtos, profissionais que desenvolveram atividades de

sustentabilidade. Estes especialistas foram procurados através de contatos diretos e por meio de

e-mail e Linkedin, (comunidade social orientada para empresas, negócios e empregos)

O envio do questionário e a recepção das respostas aconteceu entre os meses de agosto e

outubro de 2017, obtendo um total de 41 questionários (27,3%, taxa de retorno) preenchidos

por profissionais de diferentes setores industriais e áreas de trabalho nas empresas.

Para a análise dos questionários levou-se em consideração a estruturação das perguntas

as quais se dividiram em quatro itens sendo: (1) Setor e porte da empresa, (2) O

desenvolvimento de produtos na empresa, (3) Incorporação de conceitos de sustentabilidade no

desenvolvimento de produtos e (4) Inclusão e conhecimento de ferramentas de sustentabilidade

no processo de desenvolvimento de produtos.

As respostas foram analisadas e compiladas, na qual gerou-se gráficos em Excel, síntese

de respostas abertas e análise por meio da técnica estatística TOPSIS. A técnica TOPSIS

permite obter um ranking com as alternativas que mais se aproximam da solução ótima, por

meio da adoção de uma quantidade não limitada de critérios para avaliar uma quantidade não

limitada de alternativas (LIMA JUNIOR E CARPINETTI, 2015; SINGH et al., 2016).

Proposta da integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no

desenvolvimento de produtos.

A partir da análise das perguntas do questionário e da revisão da literatura, surge a

proposta de integração das ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP, considerando

o método de PDP selecionado e as ferramentas e abordagens de sustentabilidade escolhidas.

Para esta proposta o primeiro foi descrever como as diferentes ferramentas e abordagens

de sustentabilidade escolhidas poderiam encaixar-se nas diferentes etapas que contém o método

de referência de processo de desenvolvimento de produtos de Rozenfeld et al., (2006),

identificado nesta pesquisa.

66

Uma rede de relacionamento das ferramentas e abordagens de sustentabilidade com as

diferentes etapas do PDP é fornecido por meio do software NodeXL. Este é um software de

análise e visualização de rede de código aberto para o Microsoft Excel.

Finalmente, adapta-se o modelo de referência de PDP de Rozenfeld et al., (2006),

inserindo as onze ferramentas e abordagens de sustentabilidade, colocando estas nas diferentes

etapas e identificando as etapas do PDP com suas respectivas cores propostos pelo autor do

método.

Emenda (TCLE e projeto para entrevista) CEP Unicamp e análise.

A realização da entrevista teve como objetivo a avaliação e levantamento de opiniões de

especialistas nas áreas de sustentabilidade e PDP. Para a realização das mesmas foram

consideradas as análises do questionário e a proposta de integração de ferramentas e abordagens

de sustentabilidade no PDP; o roteiro da entrevista se apresenta no apêndice G.

Como a realização da entrevista envolvia seres humanos, e com fins éticos, devia ter uma

aceitação pelo CEP Unicamp e obter um novo TCLE, apresentado no apêndice F. Assim,

baseado em que já se tinha um projeto incorporado no CEP, enviou-se uma emenda como

proposta de justificação para a realização da entrevista. Sendo avaliada, analisada e aceita esta

emenda para a realização da entrevista, procedeu-se com a escolha dos profissionais para a

realização da entrevista.

Entrevista e opiniões dos especialistas.

A partir dos respondentes do questionário, escolheu-se uma amostra aleatória de dez

especialistas na área de PDP e sustentabilidade. A estes especialistas foi enviado um e-mail de

convite de participação nas entrevistas, dos quais se obtiveram cinco retornos, sendo dois

especialistas na área de desenvolvimento de produtos em empresas, um na área de

desenvolvimento de produtos na academia e dois na área de sustentabilidade na academia. As

entrevistas foram realizadas via Skype, telefone e presencial, podendo serem gravadas e com

sigilo de participação.

Sendo realizadas as entrevistas, levantou-se uma grande quantidade qualitativa de

opiniões e informações. Desta maneira, prosseguiu-se com as análises das mesmas com o

auxílio do software NVivo, que é um software que aborda pesquisas com métodos qualitativos

e mistos, sendo projetado para ajudar a organizar, analisar e encontrar perspectivas em dados

não estruturados ou qualitativos. Este software tem sido pouco aplicado na literatura

(GALLICANO, 2013; SICCAMA E PENNA, 2008).

67

Com o NVivo se realizou uma codificação com os termos mais relevantes das perguntas

da entrevista e o objetivo da pesquisa. A partir das opiniões referentes aos códigos se

estruturaram mapas mentais com o propósito de organizar as opiniões e ideias fornecidas nas

respostas, conseguindo uma análise de cada pergunta.

Os resultados desta etapa são apresentados em detalhe no Capítulo 5 desta pesquisa.

3.2.4 Etapa 4- Conclusões finais da pesquisa

Nesta quarta etapa, os resultados da realização da integração das ferramentas de

sustentabilidade no processo de desenvolvimento de produtos e os levantamentos realizados

através do questionário e a entrevista são relacionados com os objetivos exploratórios da

pesquisa com a finalidade de responder ao problema proposto através da análise qualitativa.

Os resultados dessa etapa são apresentados no capítulo 6, onde também é incluída uma

análise sobre as limitações da pesquisa e propostas para trabalhos futuros.

Com este capitulo se descreve os métodos, técnicas e etapas levantadas para justificar a

condução desta pesquisa. No capitulo a seguir se apresenta os aportes da literatura na escolhia

de ferramentas e abordagens de sustentabilidade e a identificação do método a serem utilizado

neste trabalho.

68

4 IDENTIFICAÇÃO DO MODELO DE PDP E SELEÇÃO DE

FERRAMENTAS E ABORDAGENS DE SUSTENTABILIDADE

4.1 Identificação do modelo de PDP

Pelo exposto no Capitulo 2 sobre o levantamento bibliográfico e na análise sistemática,

são encontrados vários modelos de referência do DP o que possibilita demostrar a força da

sustentabilidade no DP nos últimos anos. Para facilitar a inserção de conceitos de

sustentabilidade, melhorar a gestão, sistematização e facilidade no processo foi identificado um

método existente na literatura dentre tantos outros.

Utiliza-se como referência a pesquisa realizada por De Paula e Mello (2013), na qual

realizam a seleção de um modelo de referência (PDP) para uma indústria de autopeças. Esta

pesquisa, conforme sugerem Fass et al. (2009) e Neves et al. (2009), os quais utilizaram o

método de auxílio à decisão multicritério (AHP), mostra como selecionar o modelo PDP mais

adequado para empresas de base tecnológica que considera uma abordagem de gestão do

conhecimento que atendesse aos critérios aplicáveis à tomada de decisão e gerenciamento de

riscos em projetos de empresas de base tecnológica.

Dessa maneira, De Paula e Mello (2013) utilizam o método AHP com o fim de selecionar

um modelo para uma empresa no setor de autopeças, seis modelos de PDP são estudados, sendo

dos seguintes autores: Wheelwrigth e Clark (1992a), Rosenthal (1992), Cooper (1993), Pahl et

al. (2005), Rozenfeld et al. (2006), Back et al. (2008). Os critérios analisados pelo método

AHP foram inovação, integração dos processos e sistematização do PDP, esses critérios foram

escolhidos baseados em entrevistas feitas a cinco especialistas que atuaram por mais de três

anos com o PDP na empresa pesquisada.

Os especialistas foram capacitados nos seis modelos com o fim de ter informações e

realizarem os julgamentos de acordo a uma escala composta por números absolutos de 1 a 9,

entre os critérios e entre as alternativas em relação ao critério. Deste modo os critérios

receberam pesos relativos: em primer lugar o critério de inovação de 67,82 %, em seguida pelo

critério sistematização do PDP, com 16,46%, e em terceiro, o critério integração do processo,

com 15,72%. Os pesos relativos dos critérios foram multiplicados pelos pesos relativos dos

métodos em sim, dos quais resulta o vetor de decisão sendo o resultado final do AHP, sendo

mostrado na Tabela 2.

69

Tabela 2- Classificação dos modelos pela AHP.

MODELO VETOR DE DECISÃO (%) CLASSIFICAÇÃO

ROZ 39,26 1°

BAC 26,78 2°

COO 11,75 3°

ROS 11,73 4°

WCL 6,42 5°

PAH 4,06 6°

Fonte: De Paula e Mello, 2013.

A fim de escolher um método PDP para trabalhar nesta pesquisa, tem-se as informações

anteriores nas quais considerando três critérios de decisão destaca-se o modelo de referência de

PDP do Rozenfeld et. al. (2006) segundo a pesquisa de De Paula e Mello (2013). Sendo o

Modelo de Rozeneld et. al. (2006), um modelo consolidado na literatura, possibilitando o

detalhamento das operações a serem desenvolvidas, além de apresentar caraterísticas

sistemáticas e de adaptabilidade às necessidades do PDP das empresas (JUNG; CATEN;

RIBEIRO, 2013). Outro aspecto positivo está na forma com que o modelo se adapta na

elaboração de projetos distintos, assim algumas fases do processo podem ser descartadas, sem

comprometer o projeto, dependendo da complexidade do produto a ser desenvolvido.

Deste modo, para a realização desta pesquisa foi adotado o método de referência do PDP

do Rozenfeld et. al. (2006), apresentado na Figura 27, recomendando nas empresas utilização

do PDP de forma sistemática já que obtém qualidade de produto e processo, alcançando

vantagem competitiva como custo, velocidade e confiabilidade de entrega e flexibilidade.

70

Figura 27- Modelo de referência do processo de desenvolvimento de produtos selecionado. Fonte: Rozenfeld et al. (2006)

4.2 Seleção das ferramentas de sustentabilidade

A partir da revisão da literatura conseguiu-se conhecer ferramentas e diferentes

abordagens sobre a sustentabilidade. Conforme à pesquisa Magnago Aguiar e Paula (2012) as

ferramentas e abordagens no qual se trabalham em sua pesquisa tem foco no desenvolvimento

de produtos, deixando uma visão conjunta de abordagens de sustentabilidade com o propósito

de que estas sejam inseridas em uma empresa de manufatura por meio da uma equipe de PDP.

Assim por meio da pesquisa de Magnago Aguiar e Paula (2012) escolhe-se oito

ferramentas, são elas: Logística reversa, Berço ao berço, Design for Environment (DFE),

Ecodesign, Quality Function Deployment for Environment (QFDE), Cadeia de suprimentos

verde, Análise de Ciclo de Vida (ACV) e Sustainable Value Stream Mapping (Sus-VSM).

Analisando estas ferramentas apresentadas e descritas no Capítulo 2 da revisão da

bibliografia, se percebeu que a maioria de ferramentas consideram e se centram maiormente

em abordagens que sustentam apenas a dimensão ambiental. Assim, tendo em consideração o

TBL, se analisaram outras ferramentas que se unificaram e sustentaram o conceito de TBL

71

levantando outras três opções que foram: Developing the Sustainable Value Analysis Tool

(SVAT), Sustainability Balanced Scorecard (SBSC) e Responsabilidade Social Corporativa

(RSC), as ferramentas e abordagens escolhidos são apresentadas no Quadro 6.

Quadro 6- Ferramentas e abordagens escolhidas.

Ferramentas/ Abordagens Dimensão segundo TBL Autor

Logística reversa Ambiental Shibao et al. (2010)

Berço ao berço Ambiental Mcdonough and Braungart

(2002) Developing the Sustainable Value Analysis Tool (SVAT)

Ambiental, Social e Econômica

Yang et al. (2013)

Design for Environment (DFE)

Ambiental Aguiar et al. (2016)

Ecodesign Ambiental Rossi et al. (2016) Quality Function

Deployment for Environment (QFDE)

Ambiental Masui et al. (2003)

Cadeia de suprimentos verde Ambiental, Social e

Econômica Seuring and Müller (2008)

Análise de Ciclo de Vida (ACV)

Ambiental ISO 14040 (2009) Rahdari e Rostamy (2015)

Sustainable Value Stream Mapping (Sus-VSM)

Ambiental, Social e Econômica

Faulkner and Badurdeen (2014)

Sustainability Balanced Scorecard (SBSC)

Ambiental, Social e Econômica

Figge et al. (2002)

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Ambiental, Social e Econômica

Steurer et al. (2005) Munck and Souza (2009)

Fonte: elaborado pela autora.

Realizou-se uma análise com as onze ferramentas para entender o quão aprofundado são

os seus conceitos nas empresas pesquisadas, podendo com isso analisar a sua integração com o

PDP identificado. Esta análise contou com a participação dos profissionais.

Por conseguinte, identificando o método de desenvolvimento de produtos de Rozenfeld

et. al. (2006) como um modelo adaptável e selecionando onze ferramentas e abordagens de

sustentabilidade, no próximo capitulo se concentrará em conhecer como se encontra no Brasil

estes termos com o propósito de analisar uma integração entre estas ferramentas e abordagens

de sustentabilidade no PDP identificado.

72

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capitulo apresentam-se os resultados da etapa 3 de levantamento, conforme

apresentado na Figura 26 do Capitulo 3 de metodologia, em relação a três itens: 5.1)

Questionário, realizado a partir dos temas abordados neste trabalho e levantado por

profissionais nas áreas de sustentabilidade e PDP de empresas no Brasil; 5.2) Proposta de

integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP, com o fim de relacionar

estes temas a partir do PDP identificado e as ferramentas e abordagens de sustentabilidade

escolhidas, se constrói esta proposta; e 5.3) Entrevistas, realizadas a especialistas, os quais

forneceram opiniões sobre a proposta de integração abordada neste trabalho.

5.1 Questionário

Tal como foi descrito no Capítulo 3 de metodologia, um questionário eletrônico, foi

enviado para um grupo de 150 pessoas, das quais se recebeu 41 respostas de profissionais com

atuação nas áreas de PDP e sustentabilidade.

O questionário (APÊNDICE B) aborda perguntas de sustentabilidade e PDP com a

finalidade de justificar os conhecimentos dos respondentes e as empresas nestas áreas. Para o

preenchimento do questionário os participantes receberam um TCLE (APÊNDICE A), o qual

declaram ter lido e observam o comprometimento que o pesquisador tem com os respondentes.

Além disso, digitam seu nome, a empresa na qual trabalham ou trabalharam, sua área de

trabalho na empresa e os produtos desenvolvidos na empresa, sendo estas perguntas não

obrigatórias para o respondente. Assim com o propósito de analisar as respostas deste

questionário se obtém avaliações estatísticas descritivas usando a técnica TOPSIS, esta última

desenvolvida com base no princípio de proximidade com as soluções ideal positiva e negativa,

relacionados a uma lógica matemática. No questionário são analisados os seguintes itens:

Setor e porte da empresa.

O desenvolvimento de produtos na empresa.

Incorporação de conceitos de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos.

73

Inclusão e conhecimento de ferramentas de sustentabilidade no processo de

desenvolvimento de produtos.

Considerando o anterior, apresenta-se as análises do questionário segundo seus itens.

5.1.1 Setor e porte da empresa

As empresas são caraterizadas por diferentes aspectos na indústria, seja primeiro o porte

da empresa a qual facilita ao mercado para avaliar a potência econômica, de acordo com seu

número de empregados ou segundo o setor da empresa que depende do tamanho e o tipo de

atividade que se executa na empresa.

Na Figura 28, apresenta-se a análises dos participantes do questionário de acordo aos

setores.

Figura 28- Setores participantes do preenchimento do questionário. Pergunta 6. Fonte: elaborado pela autora.

A Figura 28 permite observar os onze setores mais participativos segundo os profissionais

respondentes, os quais o mais representativo com 24,39 % é autopeças, seguido dos setores

aeroespacial e química com 9,76 %, educação com 7,32 %. Isto permite saber em que setor da

indústria se encontra as empresas pesquisadas neste estudo.

24,39%

9,76%

7,32%4,88%

4,88%2,44%

9,76%

4,88%

2,44%

2,44%

4,88%Autopeças

Aeroespacial

Educação

Cosméticos

BENS DE CONSUMO

Moveleira

Química

Eletrônico

Equipamentos

Equipamentos de Proteção contra incêndio

Alimentício

74

Seguindo com a caraterização das empresas, neste caso, segundo o tamanho da empresa,

apresenta-se a Figura 29.

Figura 29- Porte das empresas na qual trabalham ou trabalharam os especialistas participantes do questionário. Pergunta 7. Fonte: elaborado pela autora.

Observe-se com a Figura 29 que os respondestes do questionário encontra-se em sua

maioria em empresas de grande porte com 60,98 % e seguido de pessoas que se encontram em

empresas de médio porte. Isto pode ser interpretado como que aproximadamente 80,5% dos

respondentes pertencem a organizações que por seu porte ou tamanho estão familiarizados com

processos de gestão e a chance de ter processos de desenvolvimento de produtos formais é

maior.

5.1.2 O desenvolvimento de produtos na empresa

Este item tem o propósito de observar como se encontra o processo de desenvolvimento

de produtos nas empresas a partir do questionário, se estas usam um método específico e quais

normas se têm em conta para a realização deste processo, sendo um dos temas mais analisados

nesta pesquisa. Na Figura 30 se apresenta como o desenvolvimento de produtos se encontra

relacionado nas empresas.

60,98%14,63%

19,51%

4,88%

500 ou mais (grande)

20 - 99 (pequena)

100 – 499 (média)

Até 19 (micro)

75

Figura 30- O desenvolvimento de produtos segundo o organograma da empesa. Pergunta 8. Fonte: elaborado pela autora.

Assim, pode-se considerar segundo a Figura 30 que 42% dos respondentes vêm o

desenvolvimento de produtos nas empresas como um setor/departamento vinculado à área de

engenharia/produto e 39 % como uma área própria da empresa vinculada diretamente à

diretoria, permitindo ver a importância que tem este processo para a engenharia/projeto e a

existência de relacionamento entre a diretoria e engenharia do produto.

Na Figura 31 se apresenta a informação relativa à utilização ou não de um modelo de

referência especifico no processo de desenvolvimento de produtos.

Figura 31- Utilização de um modelo de referência para o processo de desenvolvimento de produtos. Pergunta 9.

Fonte: elaborado pela autora.

3%

39%

42%

7%

2%2% 5%

Uma área própria vinculada a vice-presidência de Marketing e InovaçaoUma área própria da empresa vinculadadiretamente à DiretoriaUm setor/departamento vinculado à área deEngenharia/Projetouma área própria da empresa vinculadadiretamente à PresidênciaComposta por vários Grupos de Empresas

Um setor/departamento vinculado à áreaIndustria/ProduçãoUm setor/departamento vinculado à áreaComercial

53,66%

46,34% Sim Não

76

Observando os resultados da Figura 31, 53,66% dos respondentes afirmam que nas

empresas nas quais trabalham ou trabalharam existe um modelo de referência para o processo

de desenvolvimento de produto. Chama a atenção que, segundo as informações apresentadas

na Figura, 80.5% dos respondentes pertencem a grandes ou médias empresas, e mesmo assim,

aproximadamente a metade (53,66%) confirmam que existe um processo formal.

Desta maneira, os profissionais são conduzidos a responder abertamente qual modelo de

referência usam as empresas para o processo de desenvolvimento de produtos e obteve-se o

Quadro 7.

Quadro 7- Modelos de referência para o processo de desenvolvimento de produtos segundo respondentes. Pergunta 10.

Projeto Pedagógico Modelo de referência próprio da

Lenovo com grandes contribuições de técnicas de gerenciamento de projetos.

ND Não utiliza. eNPI - Sistema eletrônico de

introdução de novos produtos AMPIP MLR AMPIP Existe um processo criado pela

matriz, identificado internamente como um padrão de Processo de desenvolvimento do produto

Matriz Japão Multinacionais de abates de aves e

suínos FAST Prolaunch (próprio) Modelo global próprio (GVDP) PLM Modelo próprio PLM Processo de desenvolvimento de

produtos (PDP) Europeia Modelo interno que tem como base o

"NASA's Engineering Design Life Cycle".

Fonte: Elaborado pela autora.

Através do Quadro 7 pode-se observar que as empresas em sua maioria não estabelecem

um método especifico do PDP similar àqueles identificados na revisão bibliográfica. Também

é possível observar que muitos dos respondentes não têm o conhecimento básico do PDP com

o qual trabalham nas empresas, além de que as empresas, em sua maioria usam um modelo para

o PDP próprio e especifico em seus produtos.

Na sequência, com a intensão de ter mais conhecimento das normas que são usadas pelas

empresas para PDP, o Quadro 8 apresenta a informação das respostas.

77

Quadro 8- Normas aplicadas pelas empresas para o desenvolvimento de produtos. Pergunta 11.

Nada a declarar Normas de graduação da instituição Nenhuma Na área do ensino, cada professor

adota uma metodologia de desenvolvimento de produto que lhe convém. Muitas das vezes adaptam um modelo presente na literatura para o contexto do laboratório do qual faz parte.

ASME, ORANGE BOOK, RESOLUÇÃO 420 ANTT

NRs, UL e FM, NFPA. ND Normas da Conformidade Europeia ISO 14001, ISO 18001, ISO 9001 Políticas internas Normas da matriz Normas MIL, NASA, Normas

internas, ASTM. Não sei NORMA GLOBAL Não sei Procedimento global de novos

desenvolvimentos da AGCO

A norma ABNT e seguindo as instruções da EURO IV e V para componentes de motores.

Normas regulamentadoras e as instruções técnicas dos bombeiros, oshua, NBR 7195, NHO

ABNT NR 12, NR 36, NR35, NR33 e demais

aplicáveis Políticas e procedimentos internos Não sei Modelo global próprio (GVDP) Várias normas dependendo do

Segmento N/A Nenhuma específica Diversas, internas, nacionais e

internacionais, dependendo do produto

Europeia DIN, SAE, ABNT e Normas de

Clientes NBRs. Brasileiras que variam de

produto para produto. Normas internas (comerciais,

engenharia, manufatura, manutenção, etc.), ASTM, FAA, ANAC, ISO, SAE, ATA, outras.

Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com o Quadro 8, existem diferentes respostas as quais, umas demostram que

os respondentes não têm conhecimento das normas utilizadas para o desenvolvimento de

produtos nas empresas, outras que estas normas são usadas segundo o produto a desenvolver

pelas empresas e por último apesar do TCLE apresentado em companhia do questionário, existe

grande sigilo de informações das empresas por meio dos respondentes.

Destaca-se neste a incerteza que tem os respondentes com o uso de um modelo de

referência para o PDP, a maioria de empresas que usam um modelo para este processo é próprio

da empresa e algumas não tem um modelo estabelecido que seja estruturado e sistemático para

o desenvolvimento dos produtos.

Com a finalidade de identificar e conhecer como as empresas estão relacionando-se com

conceitos de sustentabilidade, se analisa o item a seguir.

78

5.1.3 Incorporação de conceitos de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos

Como apresentado na revisão da literatura (Capítulo 2), existe um aumento do interesse

sobre a sustentabilidade por parte das empresas. Dessa forma, no presente item são consideradas

as análises correspondentes à inclusão dos conceitos de sustentabilidade no desenvolvimento

de produtos. Entre estes conceitos destacam-se normas, índices, indicadores e o TBL de

sustentabilidade, os quais são usados pelas empresas. A inclusão destes conceitos é analisada

na Figura 32.

a)

b)

c)

d)

Figura 32- Inclusão de conceitos de sustentabilidade. a) Incorporação da sustentabilidade no desenvolvimento de produtos nas empresas. Pergunta 12. b) Consideração de índice ou indicador para avaliar a sustentabilidade. Pergunta 15. c) Consideração do TBL

nas empresas. Pergunta 17. d) Indicadores ou índices baseados no TBL nas empresas. Pergunta 18.

Fonte: elaborado pela autora.

12,20%

7,32%

14,63%

26,83%

39,02%

Não aplica

Pouco

Eventualmente

Frequentemente

Sempre

29,27%

7,32%

19,51%

12,20%

31,71%

Não aplica

Pouco

Eventualmente

Frequentemente

Sempre

34,15%

7,32%

17,07%

19,51%

17,07%

Não aplica

Pouco

Eventualmente

Frequentemente

Sempre

36,59%

9,76%

14,63%

21,95%

17,07%

Não aplica

Pouco

Eventualmente

Frequentemente

Sempre

79

Na Figura 32 observa-se no gráfico a) com 39,02%, que as empresas incluem

sustentabilidade no desenvolvimento de seus produtos, o gráfico b) apresenta um dado no qual

31,71% dos respondentes consideram um índice ou indicador para avaliar a sustentabilidade.

Não obstante, no gráfico c) com 34,15%, os respondentes manifestam que não aplicam o TBL

nas empresas, resultados similares são apresentados pelo gráfico d), no qual 36,59% dos

respondentes informam que não aplicam indicadores ou índices baseados no TBL nas empresas.

Desta maneira, embora as empresas possam manifestar que incluem sustentabilidade no

desenvolvimento de produtos, isso não quer dizer que essa inclusão esteja associada com um

controle ou monitoramento dessas ações, por exemplo, por meio do uso de indicadores ou

índices de sustentabilidade, o que não garante uma adequada gestão.

A partir das análises anteriores da Figura 32, foi possível observar a variabilidade de

respostas por parte dos respondentes. Assim, com o objetivo de conhecer a resposta que melhor

represente como as empresas fazem a inclusão dos conceitos de sustentabilidade no PDP,

realizou-se uma análise com a ferramenta TOPSIS.

Desta maneira na Tabela 3 é apresentado o ranking fornecido pela análise feita com

TOPSIS, na qual as variáveis foram as perguntas 12, 15, 17 e 18 analisadas anteriormente.

Também foi utilizado como critério de classificação das respostas (APÊNDICE C), o porte

(tamanho) das empresas para atribuir diferentes pesos: (0,1) para microempresas, (0,2) para

pequenas empresas, (0,3) para médias empresas e (0,4) para grandes empresas, conjuntamente

foram considerados os seguintes valores para as avaliações dos respondentes: 1 - não aplica, 2

- pouco, 3 - eventualmente, 4 - frequentemente e 5 - sempre.

Tabela 3. Resultado com a técnica TOPSIS aos conceitos de sustentabilidade. Pergunta 12, 15, 17 e 18.

Pergunta Ranking

12. A empresa incorpora o conceito de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos? (Considerando Sustentabilidade como: padrão de utilização dos recursos naturais que visa atender as necessidades humanas, ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente, possibilitando o atendimento das necessidades das gerações atuais e futuras)

1,000

17. A empresa tem em conta alguma dimensão baseada no Triple Bottom Line (Ambiental, social ou econômica)?

0,321

15. Leva em conta algum indicador ou índice para avaliar a sustentabilidade?

0,286

18. Os indicadores ou índices aplicados na empresa são baseados nas dimensões do Triple Bottom Line (Ambiental, social ou econômica)?

0,175

Fonte: elaborado pela autora.

80

Com a análise TOPSIS foi possível realizar uma avaliação geral do grau de incorporação

dos conceitos de sustentabilidade e observar a relevância do uso deste termo nas empresas. Por

isso, na Tabela 3, de acordo com o ranking sugerido pela análise TOPSIS, no qual existe uma

alternativa que está próxima à solução ideal, observa-se que a maioria das empresas inserem o

conceito de sustentabilidade em seu desenvolvimento de produtos. Todavia, mesmo que os

respondentes manifestem que aplicam sustentabilidade nas empresas, estas seguem com

ausência de conhecimento e utilização dos outros conceitos de avaliação de sustentabilidade,

como os índices/indicadores, normas e Triple Bottom Line.

Este fato pode estar relacionado à geração de impacto para a sociedade que possuem as

empresas com o desenvolvimento sustentável, e à motivação que estas têm para usar este

conceito. Assim, a Figura 33 apresenta a análise desta motivação por parte das empresas.

Figura 33- Motivação das empresas para usar a sustentabilidade. Pergunta 13. Fonte: elaborado pela autora.

No gráfico da Figura 33 são apresentadas as oito motivações com maior destaque segundo

os respondentes. A maior motivação que têm as empresas para incorporar sustentabilidade é a

agregação de valor com 19,51%, seguido do potencial de impacto ao meio ambiente e da

priorização nas ações socioambientais, ambos com 14,63%.

19,51%

14,63%

14,63%

9,76%

9,76%

7,32%

2,44%2,44%

Agregação de valor

Potencial de impacto ao meio ambiente

Priorização nas ações sócio ambientais

Vantagem Competitiva

Muda a cultura na organização

Criação de um ambiente favorável

Geraçao de impacto positivo TBL

A empresa não incorporava qualquer conceito desustentabilidade que não estivesse na legislação.

81

Considerando a sociedade neste conceito, o Quadro 9 mostra as normas ou requisitos do

cliente que são considerados para incluir sustentabilidade no desenvolvimento de produtos,

segundo as respostas obtidas.

Quadro 9- Normas ou requisitos do cliente considerados nas empresas para incluir sustentabilidade no desenvolvimento de produtos. Pergunta 14.

Nada a declarar As necessidades da sociedade do

estado do Maranhão por profissionais que venha a contribuir com a economia do Estado, que atuem visando os aspectos relacionados à sustentabilidade.

Não aplicamos isso durante o desenvolvimento de produto

Desconheço Resolução 420 ANTT ISO 14001 ND Não utiliza normas. ROHS, WEE, ISO 14001 Na verdade, existe requisitos de

legislação, por exemplo, não utilizar na aeronave produtos que possuem na fórmula cromatos e produtos afins.

Menos poluição Norma global, ANFAVEA

Emissão de poluentes Não lembro ISO 14001 / OHSAS / Segurança e

saúde ocupacional e requisitos dos clientes

As normas regulamentadoras e as instruções técnicas

Não aplicável Código de conduta da empresa Economia de combustível e utilização

de material tóxico\contaminante Redução CO2, controle ambiental

nos processos. ISO 14000 é uma delas. MCR Diversas Não se aplica Europeia e Brasileira de acordo

TIER3 ISO 14001 Baixo ISO 14001:2015 e OHSAS

18001:2007

Fonte: Elaborado pela autora.

Observando o Quadro 9, segundo os profissionais que responderam abertamente, umas

empresas não consideram normas ou requisitos a partir do cliente para incluir sustentabilidade

no DP, outras dependem das especificações do produto e também é possível notar que uma das

normas mais aplicadas é a ISO 14001, que está relacionada aos sistemas de gestão ambiental.

Com a intenção de conhecer quais índices ou indicadores conforme à literatura as

empresas aplicam, apresentam-se os resultados na Figura 34.

82

Figura 34- Índice ou indicador que trabalham ou trabalharam na empresa. Pergunta 16. Fonte: elaborado pela autora.

Na Figura 34, analisa-se a consideração por parte da empresa de alguns índices

apresentados na revisão bibliográfica, 65,85 % (27 respondentes) indicam que não sabem/não

conhecem índices ou indicadores que sejam aplicados para avaliar a sustentabilidade na

empresa. A partir do gráfico, nota-se que os índices mais trabalhados são, com 7,32% DJSI e

4,88% GRI. Observando outras respostas, têm-se que as empresas possuem seus próprios

indicadores e indicadores focados mais no meio ambiente.

Tendo analisado como as empresas estão fazendo uso da sustentabilidade, no seguinte

item são apresentadas as análises das ferramentas de sustentabilidade no PDP.

5.1.4 Inclusão e conhecimento de ferramentas de sustentabilidade no processo de

desenvolvimento de produtos.

Neste item são analisas as avaliações e opiniões que fornecem os respondentes em relação

à inclusão das ferramentas de sustentabilidade no PDP. Além disso, analisa-se que tanto as

65,85%

Não Sei/ Não Conheço

DJSI (Dow Jones Sustainability Index)

GRI (Global Reporting Initiative)

Mais de uma opçao acima. Mas só consigo flegaruma opçao

TUV

Nenhum destes

DJSI e GRI

indicadores da própria empresa

Relatório de emissão de carbono

AGCO Stock este é um indicar que damos

Indicadores voltados ao meio ambiente, consumoágua, energia.

Indicadores internos não baseados em modelosexistentes no mercado

83

ferramentas e abordagens de sustentabilidade escolhidas e apresentadas no Capitulo 4 são

utilizadas e conhecidas nas empresas.

Considerar o que as organizações podem alcançar com a sustentabilidade como uma

vantagem competitiva foi um aspecto expressado pelos profissionais por meio das respostas

apresentadas no gráfico da Figura 35.

Figura 35 - Vantagem competitiva da inclusão de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP. Pergunta 19.

Fonte: elaborado pela autora.

Segundo os resultados apresentados na Figura 35, 58,54 % (24 respondentes) pensam que

é relevante o que a inclusão de ferramentas de sustentabilidade pode propiciar como vantagem

competitiva nas empresas, seguido de moderado com 17,07 % (7 respondentes) e indiferente

12,20% (5 respondentes). De certa forma, em sua maioria os profissionais vêm a inclusão de

ferramentas de sustentabilidade em seus processos de desenvolvimento de produtos como uma

vantagem competitiva para as empresas.

Sendo assim, o gráfico da Figura 36 mostra o percentual de interesse que as empresas

possuem em relação à inclusão das ferramentas de sustentabilidade no PDP.

7,32%

4,88%

12,20%

17,07%

58,54%

Nada

Pouco

Indiferente

Moderado

Muito

84

Figura 36. Interesse pelas empresas na inclusão de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP. Pergunta 21.

Fonte: elaborado pela autora.

Na Figura 36, analisa-se que 82,93% dos respondentes estão de acordo que as empresas

têm interesse na inclusão de ferramentas de sustentabilidade no PDP. No Apêndice D aparece

uma descrição das diferentes opiniões dos respondentes sobre esse interesse nas empresas.

As diferentes opiniões por parte dos profissionais demostram a importância que tem a

sustentabilidade, em sua maioria opinam que a sustentabilidade agrega valor ao produto, já que

o mercado procura produtos altamente sustentáveis. Finalmente, as respostas apontam que as

abordagens de sustentabilidade deveriam ser bastante exploradas e divulgadas talvez através de

outro posicionamento competitivo, uma vez que priorizam o meio ambiente, diminuem custos

e possuem responsabilidade social corporativa.

Com o objetivo de analisar como se encontra o conhecimento das ferramentas de

sustentabilidade escolhidas para serem integradas no PDP (vide Capítulo 4) utilizando a opinião

dos respondentes (APÊNDICE E), realizou-se uma análise com a ferramenta TOPSIS.

Nesta análise, considera-se as onze ferramentas descritas no Capitulo 2 como variáveis,

e é usado como critério de classificação das respostas o porte (tamanho) das empresas, em que

são atribuídos diferentes pesos: (0,1) para microempresas, (0,2) para pequenas empresas, (0,3)

para médias empresas e (0,4) para grandes empresas também foram considerados os valores de

0 - não conheço, 1 - nunca aplicou, 2 - pouco aplicou, 3 - eventualmente aplicou, 4 -

frequentemente aplicou e 5 - sempre aplicou, para as avaliações dos especialistas. Com a

análise TOPSIS surge um ranking das ferramentas, apresentado na Tabela 4.

82,93%

17,07%

Sim

Não

85

Tabela 4. Aplicação das ferramentas de sustentabilidade escolhidas para serem integradas no PDP.

Ferramenta Ranking Logística reversa 0,99744011 Análise de Ciclo de Vida (ACV) 0,95880178 Responsabilidade Social Corporativa (RSC) 0,89355986 Quality Function Deployment for Environment (QFDE)

0,51558053

Ecodesign 0,47391658

Design for Environment (DFE) 0,42602545

Cadeia de Suprimentos Verde 0,41722889 Sustainable Value Stream Mapping (Sus-VSM) 0,32972303 Sustainability Balanced Scorecard (SBSC) 0,24215124 Developing the Sustainable Value Analysis Tool (SVAT)

0,06692879

Berço ao berço 0,05962523

Fonte: elaborado pela autora.

Segundo as análises fornecidas pela ferramenta TOPSIS, a Tabela 4 apresenta uma

classificação ou ranking no qual se percebe que as ferramentas como alternativas mais ideais à

solução, ou de maior aplicação, são: Logística reversa, ACV e RSC, podendo ser posicionadas

como as mais conhecidas por parte dos profissionais e das empresas. Em contrapartida, as

ferramentas de sustentabilidade menos destacadas são: SBSC, SVAT e berço ao berço.

Em opinião, as três primeiras ferramentas são mais conhecidas pelas empresas porque o

conceito de logística reversa está vinculado ao cumprimento das normas e regulamentos

obrigatórios emitidos pelo governo brasileiro (Ministério do Meio Ambiente), por meio da

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Nº 12,305, de 2 de agosto de 2010, e seu

regulamento, Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010.

Além disso, no Brasil, existe a Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV), criada

em 2002, e desde 2010 está implementando o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de

Vida (PBACV), que é uma iniciativa que engloba diversas entidades, incluindo órgãos de

governo, instituições acadêmicas, pesquisas e associações e entidades industriais.

A partir do questionário, as informações sobre o conhecimento dos temas de

sustentabilidade e PDP são levantadas com o objetivo destes serem integrados. Dessa forma,

no próximo tópico é apresentada a proposta de integração e adaptação do modelo de PDP.

86

5.2 Proposta de integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP

Considerando os contextos da estrutura do processo de desenvolvimento de produtos e as

diretrizes de sustentabilidade, por meio de análises teóricas nesta pesquisa propõe-se sugestões

incrementais que podem contribuir e facilitar a estrutura de processos de apoio pertinentes ao

modelo PDP. Para tanto, foram detalhados os conceitos e possíveis aplicações das onze

abordagens e ferramentas que podem possibilitar o reforço do aspecto de sustentabilidade no

desenvolvimento de produtos.

Logística reversa

Esta ferramenta de sustentabilidade deverá ir do princípio ao fim no ciclo de vida do

produto. Neste modelo adaptado, consegue-se observar que logística reversa auxilia todo o

processo de desenvolvimento do produto desde a etapa de planejamento estratégico de produtos

até a etapa de descontinuar produto no mercado.

Com a utilização desta ferramenta os produtos passam por uma etapa de reciclagem e

voltam à cadeia até ser finalmente ser descartado, percorrendo o “ciclo de vida do produto”,

que envolve desde a escolha dos materiais a serem utilizados nos produtos e em suas

embalagens sejam estes ambientalmente adequados, passando pela manufatura limpa que

reduza consumo de materiais, energia e produção de resíduos, pela distribuição que busque

economizar combustível e reduzir a emissão de poluentes, e por último, no controle das cadeias

de retorno do pós-venda e pós-consumo que atendam no mínimo as legislações aplicáveis, e

participe na conscientização do consumidor em seu papel dentro deste sistema sustentável

(SHIBAO; MOORI; DOS SANTOS, 2010).

Berço ao berço

É uma abordagem baseada nos produtos que resultam de materiais que já vão ser

descartados como resíduos, esta é integrada nas etapas da fase de desenvolvimento e pós-

desenvolvimento, ou seja, desde a etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar o

produto no mercado.

Segundo a abordagem do berço ao berço, muitas ações se concentram na escolha dos

materiais utilizados e na busca de materiais renováveis e recicláveis, juntamente com ações de

fim de vida relacionadas ao design para desmontagem e reciclagem de produtos. Estes

87

envolvem não apenas técnicas de reprocessamento de material, mas também parcerias com

fornecedores, interesse e disponibilidade de empresas (para estabelecer redes de retomada) e,

talvez principalmente, a cooperação com o consumidor. O nível de restrições que os

desenvolvedores de produtos tratam durante o design do produto e seleção de materiais pode

variar consideravelmente, dependendo do uso pretendido e do desempenho exigido para um

determinado produto, incluindo força e durabilidade. Esses parâmetros devem corresponder aos

requisitos de uso reais para evitar o excesso de design e aumentar desnecessariamente o

consumo de material.

Já para a fase de pós-desenvolvimento, os usuários finais desempenham um papel

fundamental porque determinarão o fim de vida, como o período entre a compra e o retorno

após o uso. Como exemplo, o retorno de itens de vestuário após o uso para reciclagem não é

uma prática comum, e as iniciativas de retomada nesta área atingiram apenas um sucesso

limitado, indicando que uma estrutura de incentivos poderia ser implementada para incentivar

a participação dos consumidores (JACQUES; AGOGINO; GUIMARAES, 2010;

MCDONOUGH; BRAUNGART, 2002).

Developing the Sustainable Value Analysis Tool (SVAT)

É uma ferramenta que auxilia as etapas de todo o ciclo de vida, segundo a autora (YANG

et al., 2013), a análise de formas de valor em cada etapa é demorada e repetitiva, especialmente

em algumas etapas adjacentes com alta conexão entre si.

Recomenda-se que é difícil analisar os elementos de valor na etapa de projeto conceitual

e na etapa de projeto detalhado separadamente. Isso geralmente resulta em dados semelhantes

de duas etapas, desta maneira nesta proposta se apresenta a partir da etapa do projeto detalhado

até a etapa de descontinuar produto no mercado com o propósito de apoiar a integração da

sustentabilidade no desenvolvimento de produtos e ter aspetos de decisão de valor do produto

(YANG et al., 2013).

Design for Environment (DFE)

Esta ferramenta destaca-se pelo diagnóstico que realiza de reciclagem no decorrer do

PDP. A integração das práticas DFE no PDP pode criar algum nível de complexidade em termos

de informações adicionais e recursos que devem ser superados.

Desta maneira, propõe-se esta ferramenta para ser adotada nas etapas de projeto

conceitual, projeto detalhado e preparação da produção do produto, devido serem etapas que

auxiliam no PDP com o Bill of Materials (BOM), com o propósito de minimizar o impacto

88

ambiental na produção por intermédio dos materiais utilizados, gerando uma estrutura final do

produto amigável com o meio ambiente (AGUIAR et al., 2016).

Ecodesign

Sendo uma abordagem correlacionada e para alguns autores como sinônimo do DFE

(BRONES e DE CARVALHO, 2015). O Ecodesign utiliza ferramentas para sua aplicação,

sendo apresentada nesta proposta nas etapas da fase de desenvolvimento, desde a etapa projeto

informacional até a etapa de lançamento do produto.

O Ecodesign auxilia como modelo para atender os requisitos do cliente e conhecer o

mercado, já que visa satisfazer as estratégias do projeto do produto. Esta abordagem também

ajuda na definição dos materiais das etapas inicias do PDP a serem utilizados no produto, além

de envolver o pessoal da produção com os aspectos ambientais com o propósito fornecer

segurança, qualidade, legislação e regulamentos de normas que reduzem o impacto negativo.

Finalmente, com o ecodesign se encontra relação dos aspectos ambientais desejados pelos

clientes que são atendidos com o produto, estudando a aceitação deste no mercado (BOKS,

2006; PIGOSSO; MCALOONE; ROZENFELD, 2015).

Quality Function Deployment for Environment (QFDE)

Sendo uma ferramenta tradicionalmente utilizada para melhorar a qualidade nos produtos

a partir dos desejos dos clientes, foi avançada para que suas análises possam também contribuir

com a questão ambiental (MASUI et al., 2003). Esta ferramenta envolve as etapas da fase de

desenvolvimento, encontrando-se desde a etapa de projeto informacional até a etapa de

lançamento do produto. Substituindo o uso de um QFD tradicional, o QFDE engloba o cenário

ambiental no qual o produto está inserido.

No entanto, destaca-se que os dados obtidos com o QFDE propiciarão uma visão holística

sem dados técnicos detalhados do produto, apenas é facilitada uma priorização das

características mais relevantes e estratégicas em uma abordagem mais realista, visto que este

processo amplia o contexto das partes interessadas. Identificam-se os requisitos do projeto a

partir do QFDE para gerar a concepção do produto, através das especificações dos clientes.

Com as especificações dos produtos e a concepção do produto, se realiza a produção piloto, se

entende o mercado conseguindo preparar o QFDE para ser revisado e melhorado no

acompanhamento do produto, melhorando as etapas anteriores (MASUI et al., 2003).

89

Cadeia de suprimentos verde

Esta ferramenta considerando a direção de matérias primas durante o processo de ciclo

de vida do produto, encontra-se desde a etapa de planejamento do projeto até a etapa de

lançamento do produto.

A cadeia de suprimentos verde, inicialmente aproveita a experiência dos setores em suas

áreas de competência e os relacionamentos com fornecedores. Os critérios ambientais e sociais

são tomados para complementar a avaliação econômica dos fornecedores, os quais contribuem

com especificações de regulamentações no projeto (SEURING; MÜLLER, 2008).

Definido como o produto será desenvolvido e as decisões de produzir ou comprar partes

do produto, esta ferramenta pode influenciar o aspecto logístico, englobando a produção do lote

piloto, a definição dos processos de produção e manutenção, objetivando à obtenção do produto.

E finalmente se identifica a colocação do produto no mercado ao mercado.

Análise de Ciclo de Vida (ACV):

Na ferramenta de ACV, realiza-se conhecimento de entradas e saídas durante o ciclo de

vida com o propósito de avaliar impactos, interpretá-los e procurar melhorias, desta forma a

ACV se identifica em todas as etapas do PDP, desde a etapa de planejamento estratégico de

produtos até descontinuar o produto no mercado.

Faz-se a consideração e esboço dos requisitos, indicadores e métricas da ferramenta de

ACV com o propósito de identificar e avaliar o novo produto. Desta maneira, identifica-se as

especificações por parte do mercado a fim de encontrar melhorias para a concepção do produto.

Esta ferramenta auxilia na realização dos conceitos do produto e avaliação dos impactos

produzidos por estes. Realiza-se o ACV na etapa produção, e assim é possível interpretar os

impactos ocorridos no processo. Por intermédio do cliente e de estudos de marketing, há a

possibilidade de encontrar possíveis soluções aos impactos detectados para ser melhorados na

produção. A partir do ACV, também é possível definir as ações de descontinuidade do produto

(CHEHEBE, 1997; NBR ISO 14040 2009).

Sustainable Value Stream Mapping (Sus-VSM)

O Sus-VSM é uma ferramenta de análises de desperdícios ambientais, sociais e

econômicos, com o propósito de ver impactos atuais, mapear a produção atual e futura,

procurando melhorias. Assim, esta ferramenta auxilia antes da fabricação, na fabricação e no

pós-uso da vida útil do produto, promovendo a fabricação sustentável. Encontra-se nas etapas

90

do PDP, desde a etapa de projeto detalhado até a etapa de descontinuar o produto no Mercado

(FAULKNER; BADURDEEN, 2014).

Sus-VSM foca nos 6Rs de reduzir, reutilizar, reciclar, recuperar, redesenhar e

remanufaturar, pode ser utilizada como ferramenta para análises preliminar na qual se define

os processos de fabricação e as especificações dos recursos de fabricação (máquinas,

equipamentos e ferramentas). Objetiva a obtenção do produto por meio da definição dos

processos de produção e manutenção, englobando desta maneira a produção do lote pilote. Com

esta ferramenta, avalia-se métricas de agregação de valor por parte dos clientes nos produto,

conseguindo ter decisões e melhorias sobre o produto (FAULKNER; BADURDEEN, 2014).

Sustainability Balanced Scorecard (SBSC)

Esta ferramenta possibilita análises de estratégias sociais e ambientais que gerem

pensamentos sob as perspectivas, financeira, cliente, interna do processo, aprendizagem e

crescimento, e não comercial, sendo apresentada em todas as etapas do PDP, desde a etapa de

planejamento estratégico de produtos até a etapa de descontinuar o produto no mercado.

No PDP, esta ferramenta permite estabelecer a direção estratégica a ser seguida pela

organização com base nas necessidades para a linha de produtos e trabalho sustentável. É de

importância durante a realização desta ferramenta, conhecer mais estratégias dos clientes e do

mercado em geral para a inserção destas no desenvolvimento de produtos, identificando

necessidades ou oportunidades de melhorias que garantam que a retirada do produto cause o

menor impacto possível aos consumidores, empresa e meio ambiente. Por último, para

descontinuar o produto no mercado deveria ser aplicado um SBSC, e assim tomar melhores

decisões sobre as vantagens e importância do ponto de vista econômico financeiro do produto

(FIGGE et al., 2002).

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Esta abordagem é caracterizada pelos relacionamentos de aspectos sociais e ambientais

para o melhoramento econômico nas organizações.

O RSC pode ser aplicado em todas as etapas do PDP, já que o pensamento de

responsabilidade corporativo deve ser abordado por todos os membros da empresa incluindo os

stakeholders. Assim com a abordagem RCS, definem-se as estratégias organizacionais na

empresa para conciliar interesses organizacionais, expectativas sociais e preservação ambiental,

definindo os interessados no projeto, que são os indivíduos e as organizações envolvidos

diretamente e também aqueles que, de alguma forma, serão afetados por sua existência.

91

Seguindo com a realização do produto, definem-se informações importantes para o

produto a fim de atender o cliente, de entender o produto a partir de um desenvolvimento

sustentável utilizando requisitos ambientais e sociais, e de encontrar novos projetos para os

parceiros desenvolvidos no planejamento do processo de fabricação dos componentes

(STEURER et al., 2005).

O RSC no PDP deve garantir a integridade e atualização das informações do produto para

serem utilizadas por todos os interessados durante o seu ciclo de vida, incentivando uma

consciência com aspectos relacionados ao meio ambiente para descontinuar o produto, deste

modo, pode encontrar os impactos econômicos e estratégicos que o produto deixou, analisando

projetos sociais que contribuam com as partes interessadas e toda a organização em geral

(MUNCK; SOUZA, 2009)

Com o propósito de mostrar a relação existente entre as onze ferramentas analisadas

anteriormente com cada etapa do PDP, utiliza-se uma ferramenta do Microsoft Excel que

proporciona um fácil entendimento, denominada NodeXL. Esta ferramenta gera o gráfico da

Figura 37, no qual, identifica-se as etapas do PDP por meio dos círculos pretos, e os círculos

coloridos correspondem as abordagens e ferramentas de sustentabilidade.

Figura 37- Panorama geral do relacionamento entre a sustentabilidade e o PDP. Fonte: Elaborado pela autora

92

Esta visão possibilita entender o relacionamento entre a sustentabilidade e o PDP em

forma de mapa, mostrando a participação das ferramentas de sustentabilidade nas diferentes

etapas do PDP. Analisando a Figura 37, as etapas com mais enlaces de ferramentas e

abordagens de sustentabilidade, são etapas de projeto detalhado e preparação da produção.

Também foi estruturada uma representação, ilustrada na Figura 38, que possibilita a

visualização destas ferramentas e abordagens na estrutura base do PDP, sendo está adaptada ao

modelo identificado de ROZENFELD et al. (2006) e tendo uma base de estruturação para

apresentar as ferramentas a partir do modelo de Back et al. (2008), o qual foi apresentado na

Figura 7 do Capítulo 2 da revisão de literatura. Desta maneira, na Figura 38 apresenta-se a

proposta de modelo adaptado do PDP com a integração das ferramentas e abordagens de

sustentabilidade. Nessa figura se relacionam, utilizando a mesma cor de fundo, o início e o fim

da aplicação de cada uma das diferentes ferramentas com a respectiva etapa pertencente ao

PDP.

Figura 38- Integração dos aspectos de sustentabilidade no PDP Fonte: Elaborado pela autora.

93

Na sequência, por meio das análises da relação das abordagens/ferramentas no PDP, foi

possível identificar que a fase de planejamento estratégico de produtos é a que possui menos

aplicações das abordagens/ferramentas mapeadas. Um ponto positivo da classificação e o

relacionamento estruturado no PDP, é que este assegura que a sustentabilidade pode ser

aplicada ao longo de todo o PDP, demostrando como as ferramentas e abordagens podem ser

inseridas no contexto dos processos de apoio da sua estrutura.

Com a finalidade de avaliar a proposta apresentada neste item, realiza-se uma entrevista

a especialistas de diferentes áreas de atuação (acadêmica e industrial), a qual fomenta uma

análise deste contexto que está presente no item a seguir.

5.3 Entrevista

Esta etapa do levantamento da pesquisa foi realizada com o propósito de conhecer a

opinião de especialistas da área de sustentabilidade e PDP, sobre a proposta de integração

de ferramentas e abordagens de sustentabilidade apresentada no item 5.2 deste capítulo.

A realização da entrevista foi consecutiva à aceitação do projeto por parte do comitê

de ética em pesquisa, o qual forneceu um TCLE específico para aplicação desta etapa.

A entrevista foi levantada a partir de uma amostra dos respondentes do questionário,

sendo selecionados dez especialistas entre a indústria e a academia, dos quais com cinco

respondentes foi possível estabelecer contato por meio e-mail, permitindo a realização da

mesma.

Quando os especialistas aceitavam realizar a entrevista era enviado para eles

resultados do questionário da pesquisa, o roteiro de entrevista apresentado no apêndice G e

o TCLE mostrado no apêndice F. As entrevistas foram realizadas por meio eletrônico Skype,

telefone e presencial.

O Quadro 10, estruturado a seguir, apresenta as características dos participantes das

entrevistas com suas respetivas descrições

94

Quadro 10- Informações dos especialistas participantes da entrevista.

Participante Área de trabalho Anos de experiência

Setor da empresa

Meio de realização

da entrevista Especialista

A Desenvolvimento simultâneo de produtos – Supervisão de desenvolvimento de produtos

6 anos Aeroespacial

Skype

Especialista B

Engenharia de desenvolvimento do produto

6 anos Autopeças Telefone e presencial

Especialista C

Doutor em engenharia mecânica, atuando em recursos naturais e energia, mudança tecnológica, análise de insumo-produto, mudança da estrutura física, tecnológica e económica para uma bio-economia.

10 anos Educação Presencial

Especialista D

Doutor em Engenharia de Produção, atuando em gestão do desenvolvimento de produtos, processos de projeto (design), manufatura avançada, manufatura aditiva e ensino de engenharia.

17 anos Educação Skype

Especialista E

Doutor em Engenharia de Produção, atuando em modelos de negócio para sustentabilidade e competitividade

3 anos Educação Skype

Fonte: elaborado pela autora.

Sendo realizadas as entrevistas aos especialistas apresentados no Quadro 10, prosseguiu-

se com as análises destas, as quais foram feitas utilizando o software de análise qualitativa

NVivo 11, que permitiu uma análise sólida e completa dos dados.

Com o software foi realizado uma codificação a partir de nodos. A codificação foi feita

lendo cada entrevista e ao mesmo tempo realizando uma consulta de palavras-chave, com o

intuito de conhecer o que era o mais relevante segundo as opiniões dos especialistas.

Esta codificação considerou o objetivo da pesquisa, que consiste em é integrar

ferramentas e conceitos de sustentabilidade no PDP para facilitar o processo. A partir deste

aspecto, foram definidos como códigos os seguintes termos: Dimensão econômica, Dimensão

ambiental, Dimensão social, Dimensões, Normas e indicadores de sustentabilidade, Processo

de desenvolvimento de produtos e facilitar o processo.

95

As perguntas da entrevista também originaram os seguintes códigos: Opinião das

ferramentas avaliadas, Aplicação das ferramentas de sustentabilidade no PDP, Aplicação de

modelo de desenvolvimento de produtos que insere ferramentas de sustentabilidade, Benefícios

da proposta do método e Limitação da proposta do método.

Diante destas informações, na Tabela 5 são apresentados os códigos levantados na análise

qualitativa feita usando o software Nvivo 11 e como estes se distribuem a partir das fontes

(entrevistas que possuem esse código) e referências (número de vezes que esse código foi

encontrado nas diferentes entrevistas).

Tabela 5- Codificação das respostas dos especialistas

Nome do código Fontes Referências

Aplicação das ferramentas de sustentabilidade no PDP

5 15

Aplicação de modelo de desenvolvimento de produtos que insere ferramentas de sustentabilidade

4 6

Benefícios da proposta do método 5 7 Dimensão econômica 1 2 Dimensão ambiental 4 6 Dimensão social 2 6 Dimensões 3 3 Facilitar o processo 3 3 Limitação da proposta do método 5 8 Normas e indicadores de sustentabilidade 1 2 Opinião das ferramentas avaliadas 5 8 Processo de desenvolvimento de produtos 1 1

Fonte: Elaborado por meio do Software NVivo 11.

Observando a Tabela 5, os códigos com maior número de referências são: a aplicação das

ferramentas de sustentabilidade no PDP, a opinião das ferramentas avaliadas, a limitação da

proposta do método e os benefícios da proposta do método.

Com a finalidade de detalhar as opiniões dos especialistas, o software permite a criação

de mapas mentais para obter uma visão das ideias emergentes das entrevistas ficando mais perto

dos dados, localizadas nas referências dos nodos. Para a realização dos mapas mentais foram

considerados os códigos relacionados às perguntas da entrevista. Com os códigos baseados no

objetivo, realizou-se uma ligação de códigos que busca captar as opiniões a partir das perguntas

da entrevista.

96

Para sustentar as perguntas, obtiveram-se cinco mapas mentais apresentados da Figura 39

até a Figura 43.

Figura 39- Mapa metal de opiniões sobre ferramentas e conceitos de sustentabilidade, relacionado à pergunta 1 da entrevista.

Fonte: Elaborado por meio do Software NVivo 11.

Na Figura 39 é apresentado o mapa mental que analisa as opiniões dos especialistas na

pergunta 1 da entrevista, a qual foca no que os respondentes pensam sobre as ferramentas e

conceitos de sustentabilidade escolhidas para a proposta desta pesquisa.

Neste mapa mental, levou-se em consideração as referências do código de opinião das

ferramentas avaliadas; como código principal subsequente se realizou a ligação e envolvimento

das referências dos códigos que tiveram relação com a sustentabilidade, para este caso, foram

utilizados os seguintes cinco códigos: dimensões, incluindo dimensão econômica, social,

ambiental; normas e indicadores de sustentabilidade.

A partir do mapa mental apresentado na Figura 39, as ferramentas e os conceitos de

sustentabilidade avaliados apresentam diferenças umas das outras, podendo obter um meio ou

longo prazo para sua aplicação. As ferramentas e abordagens levantadas atingem aos impactos

ambientais, econômicos e sociais, conseguindo observar como estas têm normas e

regulamentações de ação para a realização do produto, destacando-se neste caso, as ferramentas

e abordagens direcionadas ao aspecto ambiental.

97

Na atualidade a sociedade vem cada vez mais se relacionando com o que acontece com o

desenvolvimento do produto, conhecendo as instalações de produção e sendo mais exigentes

no momento de adquiri-lo. Assim, para o desenvolvimento de produtos estas ferramentas e

abordagens são de grande utilidade, considerando em sua aplicação o objetivo e direcionamento

que a empresa pode ter.

O mapa mental relacionado à pergunta 2 da entrevista, a qual consistiu em conhecer a

opinião dos especialistas sobre se eles inseririam as ferramentas e abordagens de

sustentabilidade escolhidas para esta pesquisa, se apresenta na Figura 40. Para obter uma síntese

desta pergunta, analisou-se as referências do código da aplicação das ferramentas de

sustentabilidade no PDP, relacionando com as referências do código de facilitar o processo.

Figura 40- Mapa metal de opiniões sobre as ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP, relacionado à pergunta 2 da entrevista.

Fonte: Elaborado por meio do Software NVivo 11.

98

Com base no mapa mental representado na Figura 40, pode ser afirmado que existe

concordância com o fato de que as ferramentas e abordagens devem ser integradas no PDP, já

que o auxiliam e o complementam, realizando esta inserção de acordo as características e

função do produto, dando à empresa um crescimento de oportunidades no mercado. Alguns dos

especialistas adotariam estas ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP, mas não

existem pessoas capacitadas, podendo assim ser encontrada uma lacuna de conhecimento.

Verifica-se nesta análise da Figura 40 opiniões das ferramentas e abordagens, como: (1)

a abordagem berço ao berço cada vez mais está sendo utilizada, podendo estar por cima de

outras abordagens, como o DFE; (2) poderia se juntar e complementar as ferramentas Sus -

VSM e SVAT. Outros especialistas deram opiniões sobre quais dessas ferramentas e

abordagens eles inseririam no PDP: (1) SBSC, ACV, DFE, SVAT e Sus -VSM; (2) berço ao

berço, logística reversa e SBSC; e (3) Sus -VSM, QFDE e SBSC.

Na Figura 41 é apresentado o mapa mental de opiniões sobre a aplicação da proposta de

integração de ferramentas e conceitos de sustentabilidade no PDP, sendo a pergunta 3 da

entrevista e realizado a partir das referências do código de aplicação de modelo do

desenvolvimento de produtos que insere ferramentas de sustentabilidade.

Figura 41 - Mapa metal de opiniões sobre a proposta de integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP, relacionado à pergunta 3 da entrevista.

Fonte: Elaborado por meio do Software NVivo 11.

99

Conforme às opiniões dos especialistas mostradas na na Figura 41, todos aplicariam o

método proposto que foi apresentado na Figura 38 deste mesmo capitulo. Estes profissionais

aplicariam, já que não se vê muito esta integração de ferramentas e abordagens de

sustentabilidade em um PDP normal das empresas, sendo esta uma proposta de modelo

adaptável, clara, completa e não muito complexa de aplicar, dando assim, um entendimento à

cadeia do produto.

Junto à proposta do modelo, seria indicável escolher algumas ferramentas e abordagens,

que poderiam, dependendo do objetivo e do projeto da empresa, também adaptar suas fases e a

nomenclaturas das etapas do modelo de acordo a questões internas pelas empresas para o

desenvolvimento dos produtos.

Com a realização da pergunta 4 da entrevista, obteve-se conhecimento sobre as vantagens

e desvantagens que tem a proposta do modelo de integração de ferramentas e abordagens de

sustentabilidade no PDP. Desta maneira foram utilizadas as referências dos códigos: benefícios

da proposta do modelo, para analisar as vantagens da proposta, e limitação da proposta do

método, para analisar as desvantagens da proposta, sendo apresentadas estas análises nas Figura

42 e Figura 43, respectivamente.

Figura 42- Mapa metal de opiniões sobre os benefícios da proposta, relacionado à pergunta 4 da entrevista.

Fonte: Elaborado por meio do Software NVivo 11.

100

Baseado na Figura 42, a proposta do modelo é para produtos em geral, a qual tem uma

facilidade de entendimento a partir do relacionamento encontrado pelas cores e divisão de cada

etapa do PDP, apresentado no fundo da inserção de ferramentas e abordagens (ver Figura 38).

Com esta proposta de integração, consegue-se obter uma visão panorâmica e estruturada que

possibilita às equipes das empresas ampliar o conhecimento da cadeia do produto, garantindo

também que estas empresas insiram conceitos de sustentabilidade para o desenvolvimento de

produtos buscando minimizar os impactos deste.

Figura 43- Mapa metal de opiniões sobre as limitações da proposta, relacionado à pergunta 4 da entrevista.

Fonte: Elaborado por meio do Software NVivo 11.

Conforme a Figura 43, observam-se as limitações que os especialistas encontram na

proposta apresentada nesta pesquisa. Segundo o mapa mental apresentado, as ferramentas e

abordagens de sustentabilidade inseridas no modelo da proposta têm objetivos diferentes, sendo

muitas ferramentas dispostas simultaneamente (juntas), e nem todas podem ser implementadas

ao mesmo momento.

A recomendação é que a proposta seja adaptada aos diferentes projetos da empresa, desta

maneira no modelo deveria encontrar uma estruturação adaptada das funções de cada

ferramenta. Vale ressaltar que a inserção de muitas ferramentas pode levar a uma carga de

trabalho e acrescenta um tempo, já que é necessário ter um planejamento elaborado e todo um

escopo de treinamento das equipes que compõem a empresa.

101

Na opinião de alguns dos especialistas, a existência de outras ferramentas e abordagens

de sustentabilidade para o PDP que não foram incluídas no modelo proposto pode ser apontada

como uma desvantagem.

A partir da análise dos mapas mentais fornecidos pelo software NVivo 11 sobre a proposta

do modelo de integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP, objetiva-se

entender a importância que tem a aplicação desta proposta.

Sendo esta proposta adaptável e com propósitos de mudanças, foi obtida a opinião dos

especialistas de como eles localizariam as diferentes ferramentas e abordagens de

sustentabilidade no PDP. Dessa forma, o Quadro 11 apresenta estas opiniões dos respondentes.

102

Quadro 11- Opiniões de especialistas da distribuição das ferramentas e abordagens de sustentabilidade nas etapas do PDP.

Ferramentas/ abordagens

Especialista A Especialista B Especialista C Especialista D

Logística reversa

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar produto no mercado

Berço ao berço Da etapa de planejamento do projeto até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico do produto até etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar produto no mercado

Developing the Sustainable Value Analysis Tool (SVAT)

Da etapa de projeto detalhado até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa projeto informacional até a etapa de lançamento do produto

Da etapa de planejamento estratégico do produto até etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto detalhado até a etapa de descontinuar produto no mercado

Design for Environment (DFE)

Da etapa de projeto detalhado até a etapa de acompanhar o produto e processo

Não aplica Da etapa de planejamento estratégico de produtos até preparação da produção

Da etapa de projeto informacional até a etapa de preparação da produção

Ecodesign Da etapa de projeto informacional até a etapa de acompanhar o produto e processo

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até lançamento do produto

Da etapa de projeto informacional até a etapa de lançamento do produto

Quality Function Deployment for Environment (QFDE)

Da etapa de projeto informacional até a etapa de acompanhar o produto e processo

Não aplica Da etapa de projeto informacional até a etapa de acompanhar o produto e processo

Da etapa de projeto informacional até a etapa de lançamento do produto preparação da produção

Cadeia de suprimentos verde

Da etapa de planejamento do projeto até a etapa de projeto detalhado

Da etapa de planejamento do projeto até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico do produto até etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar

103

Ferramentas/ abordagens

Especialista A Especialista B Especialista C Especialista D

produto no mercado

Análise de Ciclo de Vida (ACV)

Da etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Sustainable Value Stream Mapping (Sus-VSM)

No meio da etapa de projeto detalhado até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa projeto informacional até a etapa de lançamento do produto

Da etapa de projeto detalhado até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto detalhado até a etapa de descontinuar produto no mercado

Sustainability Balanced Scorecard (SBSC)

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de projeto informacional até a etapa de descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até a etapa de lançamento do produto

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Da etapa de planejamento estratégico de produtos até descontinuar produto no mercado

Fonte: elaborado pela autora.

O Quadro 11 apresenta como os especialistas pensam que as ferramentas e abordagens de

sustentabilidade poderiam ser distribuídas nas diferentes etapas do modelo de PDP. Observa-

se que se comparando com a Figura 38, na qual mostra a proposta de integração, muitas

ferramentas e abordagens mudam sua posição no modelo de PDP. Também o especialista B

sugere a não inserção no PDP de ferramentas e abordagens como DFE e QFDE. Pode-se

observar que o especialista E não realizou sua contribuição para esta localização de ferramentas

e abordagens no PDP, já que não está diretamente trabalhando com desenvolvimento de

produtos até o presente momento.

104

5.4 Sínteses dos Resultados

A partir do questionário, um 53.63 % dos profissionais apontam que nas empresas existe um

modelo de PDP formal e próprio por parte delas. Não obstante a maioria das empresas não

estabelecem um modelo especifico do PDP similar aqueles estudados e deduzidos da revisão

bibliográfica, assim se apresenta no Quadro 7, observando que algumas possuem um modelo

PDP próprio, além disso, se encontra entre os respondes o pouco conhecimento do PDP com o

qual se trabalha nas empresas. Analisando o Quadro 8, existem algumas normas que são usadas

nas empresas para guiar o PDP, segundo a necessidade particular, entre elas: ISO 14001, ISO

18001, ISO 9001, NBR 7195, normas internas, etc., que não são normas direcionadas

especificamente para desenvolvimento de produtos.

Analisa-se que a maioria das empresas consideram a sustentabilidade no desenvolvimento

de produtos, mas na Tabela 3 com o resultado das análises TOPSIS, é possível conhecer que

ainda as empresas seguem com ausência na gestão de conceitos da avaliação de

sustentabilidade, tais como, os índices, indicadores, normas e Triple Bottom Line. Deste modo

na Figura 34, observa-se que 65,85% dos respondentes não sabem, nem possuem conhecimento

de algum índice ou indicado com o qual a empresa avalie a sustentabilidade.

Sendo analisados os temas relacionados neste trabalho no questionário, consegue-se

analisar que 82,93% dos respondentes estão de acordo com que as empresas se interessariam

pela inclusão de ferramentas e abordagens de sustentabilidade, assim com uma análise TOPSIS,

conforme à Tabela 4, se identifico que as ferramentas e abordagens pare serem integradas no

PDP mais conhecidas e usadas pelas empresas são: Logística Reversa, ACV e RSC, encontrado

que as menos aplicadas são: SVAT e Berço ao Berço.

Considerando as análises do questionário e encontrando ainda pouca relação entre as

ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP, levanta-se uma proposta de integração,

na qual a partir da revisão bibliografia surge uma descrição e distribuição das ferramentas e

abordagens de sustentabilidade selecionadas nas etapas do modelo de PDP identificado.

Apresentando na Figura 37 um mapeamento de rede, o qual permite uma visualização de

relação existente entres as diferentes ferramentas e abordagens de sustentabilidades e as etapas

do modelo de PDP. Seguindo com a localização destas ferramentas e abordagens na estrutura

sugerida pelo autor do modelo, assim se apresenta na Figura 38.

105

Esta proposta de integração de ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP é

apresentada a especialistas escolhidos através do questionário, os quais manifestam opiniões

qualitativas, sendo analisadas e sintetizadas por meio de mapas mentais fornecidos através do

software NVIVO, permitindo assim considerar esta proposta fundamental, a qual seria aplicável

nas empresas que desenvolvem produtos, sendo uma proposta para ser modificada e adaptada

a partir dos propósitos de cada empresa.

Com a síntese dos resultados deste Capitulo, seguindo com a estrutura deste trabalho,

segue a apresentação de conclusões, limitações e trabalhos futuros que oferece esta pesquisa.

106

6 CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E TRABALHOS

FUTUROS

Conclusões da pesquisa

A presente pesquisa realizou uma análise sobre a adoção de ferramentas e conceitos de

sustentabilidade no processo de desenvolvimento de produtos. Para tal, foram feitas pesquisas

bibliográficas, levantamento de dados através de questionários enviados para profissionais de

empresas e entrevistas a especialistas do setor industrial e acadêmico.

Os resultados obtidos e as associações realizadas permitem afirmar que, embora o tema

seja relevante nas pesquisas acadêmicas e exista interesse por parte das empresas analisadas em

incluir a sustentabilidade no desenvolvimento de produtos, essa relação ainda é fraca e não

existe um processo ou modelo de desenvolvimento de produtos estruturado que permita tal

integração.

Da mesma forma, apresenta-se neste trabalho uma proposta de integração de ferramentas

e abordagens de sustentabilidade em um modelo de PDP específico. Nas entrevistas realizadas

com os especialistas sobre com relação ao modelo, eles opinam que essa proposta é viável e

pode ser adaptada, conseguindo escolher alguns das ferramentas e não todas a partir do objetivo

ou projeto do produto nas empresas. É uma proposta que tem o potencial de que novos conceitos

e conhecimentos sejam aplicados pelas diferentes equipes na empresa.

Desta maneira este trabalho responde à pergunta de pesquisa e objetivo geral proposto, a

partir dos seguintes resultados ou objetivos específicos alcançados:

1) Com o questionário identifica-se que na maioria das empresas existe um modelo de

PDP formal e próprio. Não obstante, a maioria das empresas não estabelecem um

modelo específico de PDP similar àqueles apresentados na revisão da literatura. Além

disso, se encontra entre os respondes o pouco conhecimento do PDP com o qual se

trabalha nas empresas. Todavia, existem algumas normas que são usadas nas

empresas para guiar o PDP, segundo a necessidade particular, que não são normas

direcionadas especificamente para desenvolvimento de produtos.

107

2) Por meio das respostas obtidas no questionário, obtém-se que 82,93% das empresas

se interessam pela inclusão de sustentabilidade em seu processo de desenvolvimento

de produtos. Assim mesmo, que as ferramentas e abordagens de sustentabilidade mais

utilizadas pelas empresas respondentes são logística reversa, análise de ciclo de vida

(ACV), responsabilidade social corporativa e QFDE.

3) A maioria de pesquisas acadêmicas argumentam a grande preocupação ambiental e a

vantagem competitiva que a sustentabilidade traz para as empresas que trabalhem

com produtos amigáveis com o meio ambiente e com impacto social. A pesquisa

vinculando temas relativos ao TBL começou a aumentar recentemente. Desse modo,

se confirma a necessidade de escolher ferramentas e abordagens de sustentabilidade

relacionadas ao TBL e estas serem integradas em um modelo específico de PDP.

4) Obteve-se o levantamento da proposta de integração de ferramentas e abordagens de

sustentabilidade no PDP, adaptando e inserindo a sustentabilidade no modelo

existente de Rozenfeld et. al., (2006), permitindo deduzir que é possível esta inserção

com o propósito de melhorar e facilitar o processo de desenvolvimento de produtos

mais sustentáveis na sociedade.

5) A partir das análises levantadas por meio dos mapas mentais fornecidos pelo software

NVivo 11 das entrevistas realizadas, se logra observar que os entrevistados opinam

que as ferramentas e abordagens integradas no PDP tem diferentes objetivos, mas que

conseguem minimizar os impactos que pode ter um processo de desenvolvimento de

produtos que não considere aspectos de sustentabilidade.

Apresentadas as conclusões, durante o desenvolvimento da pesquisa foram encontra das

algumas limitações e identificadas possibilidades de trabalhos futuros que são destacados a

continuação.

108

Limitações da pesquisa e trabalhos futuros

Como fator limitante nesta pesquisa pode ser mencionada a dificuldade para obtenção de

respostas através do questionário eletrônico, tanto em tempo como em número de respondentes,

uma vez que a especificidade de atuação definida para os respondentes (desenvolvimento de

produtos ou sustentabilidade) limitou a participação de um número maior de profissionais.

Nesse mesmo sentido, na segunda etapa de levantamento através das entrevistas com

especialistas, foi difícil receber a aceitação por parte dos especialistas para realização da

entrevista.

Apesar das limitações neste trabalho, podem ser feitas algumas sugestões para trabalhos

futuros. Primeiramente, aplicar um estudo de caso em ambiente real, em uma empresa que

desenvolva produtos, a proposta do método de integração de ferramentas e abordagens de

sustentabilidade obtida neste trabalho, para desta forma analisar as vantagens ou desvantagens

que oferece o modelo.

Outro incentivo como trabalho futuro é a inserção de outras ferramentas e abordagens de

sustentabilidade existentes, conseguindo encontrar um equilíbrio do TBL no desenvolvimento

de produtos.

Como terceira sugestão, se poderia realizar uma comparação das propostas de estrutura

dos especialistas apresentada no Quadro 11 do capitulo 5 com a proposta geral apresentada

nesta pesquisa. Esta comparação poderia ser por meio de uma entrevista de opiniões com outra

amostra de profissionais ou por meio de uma aplicação de cada proposta em empresas do

mesmo setor industrial.

109

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118

APÊNDICE A- Termo de consentimento livre e esclarecido para a

realização do questionário

119

120

121

APÊNDICE B- Roteiro do questionário aplicado utilizando a

plataforma Google Forms

122

123

124

125

126

APÊNDICE C- Dados iniciais das perguntas 12, 15, 17 e 18 do

questionário, para análise com a técnica TOPSIS

Tabela 6- Dados de respostas os profissionais para as perguntas 12, 15, 17 e 18 do questionário

Setor da

Empresa

Numero de

Funcionarios

12. A empresa

incorpora o conceito de

sustentabilidade no

desenvolvimento de

produtos?

15. Leva em conta

algum indicador ou

índice para avaliar a

sustentabilidade?

17. A empresa tem em

conta alguma dimensão

baseada no Triple bottom

Line (Ambiental, social

ou economica)?

18. Os indicadores ou

índices aplicados na

empresa são baseados

nas dimensões do triple

bottom Line (Ambiental,

social ou economica)?

Cosméticos 500 ou mais (grande) 4 5 5 4

Moveleira 20 - 99 (pequena) 1 2 1 1

Educação 500 ou mais (grande) 5 1 5 1

Química 500 ou mais (grande) 3 1 1 1

BENS DE

CONSUMO500 ou mais (grande) 1 1 1 1

Eletrônico 500 ou mais (grande) 3 1 1 1

Educação 100 – 499 (média) 4 1 3 1

Equipamentos 100 – 499 (média) 5 1 5 1

Equipamentos de

Proteção contra

incêndio

500 ou mais (grande) 5 3 1 1

Alimentício Até 19 (micro) 3 1 1 4

Elétrico 20 - 99 (pequena) 2 1 1 1

Eletroeletrônico 20 - 99 (pequena) 5 5 5 5

Metal mecânico 100 – 499 (média) 1 1 4 4

Químico 500 ou mais (grande) 5 5 5 5

Autopeças 500 ou mais (grande) 1 1 1 1

Aeroespacial 100 – 499 (média) 3 3 2 2

Autopeças 100 – 499 (média) 5 3 3 3

Automobilistica 500 ou mais (grande) 5 5 5 5

Agricola 500 ou mais (grande) 4 4 3 3

Maquinas

Agricolas500 ou mais (grande) 5 4 1 1

Autopeças 500 ou mais (grande) 4 4 4 4

prestação de

serviçosAté 19 (micro) 5 5 1 3

Autopeças 100 – 499 (média) 4 1 1 1

Alimenticio 500 ou mais (grande) 2 3 2 2

Bens de consumo 500 ou mais (grande) 5 4 4 4

Autopeças 500 ou mais (grande) 4 3 3 3

Aeroespacial 20 - 99 (pequena) 4 5 4 4

Automotiva 500 ou mais (grande) 5 5 5 5

Quimica 500 ou mais (grande) 5 5 4 4

Quimico 500 ou mais (grande) 4 5 4 4

Autopeças 500 ou mais (grande) 3 3 1 1

Consultoria 20 - 99 (pequena) 5 1 1 1

Aeroespacial 500 ou mais (grande) 5 5 5 5

Autopeças 500 ou mais (grande) 4 3 3 3

Cosméticos 500 ou mais (grande) 5 5 4 5

Agronegócio/

Metalúrgica500 ou mais (grande) 5 5 1 1

Autopeças 100 – 499 (média) 4 4 4 4

madeireira e

moveleira / 500 ou mais (grande) 4 5 5 5

Construções 100 – 499 (média) 2 3 3 3

Educação 500 ou mais (grande) 1 2 2 2

Aeroespacial 20 - 99 (pequena) 3 2 3 2

Média 3.73 3.10 2.88 2.73

Nome da Variável v1 v2 v3 v4

127

APÊNDICE D- Opiniões dos respondentes sobre a pergunta 20 do

questionário

Quadro 12- Opiniões dos profissionais sob o porquê incluiriam ferramentas e abordagens de sustentabilidade no PDP.

Tamanho da

empresa Setor da empresa Respostas dos profissionais

Até

19

(m

icro

) Alimentício Para agregar valor ao franqueado. Prestação de serviços Sim, porque o desenvolvimento de produtos cria um diferencial

diante do mercado de tal forma que agiliza o trabalho do contratante.

20 -

99

(peq

uena

)

Moveleira Para aumentar a vantagem competitiva, as abordagens de sustentabilidade deveriam ser bastante exploradas e divulgadas talvez através de outro posicionamento competitivo. Os clientes atuais da empresa não atentavam à esta questão em relação aos concorrentes.

Elétrico Atualmente a empresa foi comprada por uma multinacional que presa pelos valores de sustentabilidade.

Eletroeletrônico Por usar ferramentas que priorizam o meio ambiente. Aeroespacial Necessidade atual Consultoria Pois o mercado visa produtos altamente sustentáveis e com isso

a empresa conseguiria usar essa vantagem como um chamativo para que o produto tenha uma vantagem competitiva.

Aeroespacial Além de agregar valor ao produto, a inclusão viabiliza a criação de grupos de pesquisa e inserção de novas tecnologias no produto.

100

– 49

9 (m

édia

)

Educação Ensinar os alunos com uma visão voltada a sustentabilidade contribui para a formação de profissionais mais preparados e conscientes com os impactos que o produto ou processo podem acarretar para o meio ambiente. Além de fortalecer a linha de pesquisa de sustentabilidade na universidade, podendo torná-la referência na área.

Equipamentos Por ter necessidade de correspondência ao transporte de produtos perigosos.

Metal mecânico Pois, desperdícios ambientais/sociais poderiam diminuir o custo de processo.

Aeroespacial

Aspectos ambientais estão cada vez mais em evidencias, a utilização de ferramentas de sustentabilidade pode se tornar um marketing muito forte para a organização no mercado interno e externo.

Autopeças Sim, pois, o produto está diretamente ligado ao meio ambiente Autopeças Não existe Autopeças Trata-se de empresa de serviços, trabalhamos basicamente

atendendo os requisitos ambientais da ISO 14001. Construções Grande parte dos clientes são multinacionais e atuam com um

elevado grau de responsabilidade sócio ambiental

500

ou

mai

s (g

rand

e) Cosméticos Este processo já é feito.

Educação Internamente não utiliza esse tipo de indicador Química Acredito que seria indiferente pelo posicionamento da empresa

hoje que trabalha nos quesitos ambientais apenas para cumprir o necessário.

128

Bens de consumo A sustentabilidade é importante pois desenvolve-se produtos melhores (de acordo com normas ambientais) e isso gera valor agregado no produto.

Eletrônico Sim aumentaria, pois, várias empresas desses segmentos não utilizam essas informações em suas campanhas de marketing.

Equipamentos de Proteção contra incêndio

Sem dúvidas, os agentes usados para combate ao incêndio, seja ele por gases (FM200, Novec) ou agua com mistura de LGE (Líquido Gerador de Espuma) vão direto para o ambiente e devem ter um fator de sustentabilidade muito forte.

Químico Ajuda a identificar atributos de sustentabilidade e mitigar riscos para o meio ambiente, saúde e segurança (EHS).

Autopeças Os clientes são empresas e sua visibilidade no mercado consumidor não é importante.

Automobilística Para auxiliar no indicador de controle e atendimento a norma Agrícola Reduziria custos, , agregar valor a marca, ganho competitivo Maquinas agrícolas .. Autopeças Porque daria sustentabilidade ao negócio e visibilidade perante

a sociedade Alimentício Mercado não exige Bens de consumo Respeito à legislação nacional e padrão ético internacional

(Social). Manutenção da lucratividade (Econômico). Redução de impactos ambientais e sanções ambientais

Autopeças Agregaria o valor de que a empresa é uma empresa verde Automotiva Redução Custos, melhoria imagem marca, reciclagem e reuso

materiais Química O mercado está se conscientizando quanto a necessidade do

desenvolvimento sustentável em começando a priorizar fornecedor que já possuem uma integração mais avançada a esta questão.

Químico Especialmente no setor químico Sustentabilidade é muito importante, tanto para a proteção da marca, quanto para o desenvolvimento de novos produtos que proporcionem diferenciação e gerem valor para a indústria.

Autopeças Agregar valor aos produtos Aeroespacial Percepção do cliente e diferencial no produto percebido pelos

clientes Autopeças É uma tendência mundial. Fator que está com grande peso na

decisão de compra do cliente. Cosméticos Clientes estão cada dia mais interessados no tema Agronegócio/ Metalúrgica

Hoje de acordo com o tipo de produto entre nossos concorrentes muito acirrada, portanto a vantagem seria o atendimento

Madeireira e moveleira / Já algo assim. Educação A maior parte da produção da "empresa" (Unicamp) não são

produtos, mas conhecimento. Não sei se todo esse conhecimento poderia se beneficiar de tais ferramentas e abordagens. O problema é o que se define como produto no caso da Unicamp.

129

APÊNDICE E- Dados iniciais da pergunta 22 do questionário, para

análise com a técnica TOPSIS Tabela 7- Dados das respostas dos especialistas à pergunta 22 do questionário

APÊNDICE F- Termo de consentimento livre e esclarecido para a

realização da entrevista

Setor da EmpresaNumero de

FuncionariosBerço à berço

Logística

reversa

Quality

Function

Deployment for

Enviroment

(QFDE)]

Ecodesign

Design for

environment

(DFE)

Cadeia de

Suprimentos

Verde

Análise de Ciclo

de vida (ACV)

Cosméticos 500 ou mais (grande) Sempre Frequentemente Eventualmente Frequentemente Não Conheço Não Conheço Sempre

Moveleira 20 - 99 (pequena) Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca

Educação 500 ou mais (grande) Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço

Química 500 ou mais (grande) Não Conheço Não Conheço Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca

BENS DE CONSUMO500 ou mais (grande) Não Conheço Pouco Nunca Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço

Eletrônico 500 ou mais (grande) Nunca Eventualmente Pouco Nunca Nunca Nunca Nunca

Educação 100 – 499 (média) Pouco Nunca Nunca Eventualmente Frequentemente Não Conheço Nunca

Equipamentos 100 – 499 (média) Nunca Sempre Nunca Nunca Nunca Nunca Sempre

Equipamentos de Proteção contra incêndio500 ou mais (grande) Não Conheço Pouco Não Conheço Não Conheço Não Conheço Pouco Frequentemente

Alimentício Até 19 (micro) Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca

Elétrico 20 - 99 (pequena) Nunca Pouco Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca

Eletroeletrônico 20 - 99 (pequena) Não Conheço Sempre Sempre Nunca Nunca Sempre Sempre

Metal mecânico 100 – 499 (média) Nunca Eventualmente Pouco Pouco Eventualmente Nunca Eventualmente

Químico 500 ou mais (grande) Sempre Pouco Não Conheço Pouco Pouco Nunca Pouco

Autopeças 500 ou mais (grande) Não Conheço Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca

Aeroespacial 100 – 499 (média) Não Conheço Pouco Pouco Nunca Nunca Eventualmente Pouco

Autopeças 100 – 499 (média) Não Conheço Frequentemente Não Conheço Pouco Não Conheço Frequentemente Eventualmente

Automobilistica 500 ou mais (grande) Sempre Sempre Sempre Sempre Sempre Frequentemente Sempre

Agricola 500 ou mais (grande) Não Conheço Pouco Não Conheço Nunca Não Conheço Nunca Eventualmente

Maquinas Agricolas 500 ou mais (grande) Não Conheço Nunca Pouco Nunca Nunca Nunca Frequentemente

Autopeças 500 ou mais (grande) Não Conheço Frequentemente Sempre Frequentemente Frequentemente Frequentemente Frequentemente

prestação de serviços Até 19 (micro) Nunca Eventualmente Pouco Pouco Nunca Eventualmente Eventualmente

Autopeças 100 – 499 (média) Não Conheço Nunca Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço

Alimenticio 500 ou mais (grande) Pouco Frequentemente Eventualmente Não Conheço Não Conheço Não Conheço Eventualmente

Bens de consumo 500 ou mais (grande) Frequentemente Pouco Frequentemente Frequentemente Eventualmente Eventualmente Eventualmente

Autopeças 500 ou mais (grande) Não Conheço Frequentemente Eventualmente Pouco Frequentemente Eventualmente Frequentemente

Aeroespacial 20 - 99 (pequena) Não Conheço Frequentemente Frequentemente Frequentemente Frequentemente Frequentemente Frequentemente

Automotiva 500 ou mais (grande) Não Conheço Frequentemente Sempre Sempre Sempre Frequentemente Sempre

Quimica 500 ou mais (grande) Não Conheço Frequentemente Frequentemente Frequentemente Frequentemente Não Conheço Frequentemente

Quimico 500 ou mais (grande) Frequentemente Frequentemente Não Conheço Eventualmente Nunca Pouco Frequentemente

Autopeças 500 ou mais (grande) Não Conheço Frequentemente Eventualmente Nunca Eventualmente Pouco Pouco

Consultoria 20 - 99 (pequena) Não Conheço Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca

Aeroespacial 500 ou mais (grande) Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Sempre

Autopeças 500 ou mais (grande) Não Conheço Frequentemente Não Conheço Não Conheço Não Conheço Não Conheço Eventualmente

Cosméticos 500 ou mais (grande) Nunca Sempre Nunca Frequentemente Frequentemente Frequentemente Sempre

Agronegócio/ Metalúrgica500 ou mais (grande) Sempre Sempre Sempre Não Conheço Eventualmente Sempre Não Conheço

Autopeças 100 – 499 (média) Eventualmente Eventualmente Frequentemente Pouco Pouco Nunca Pouco

madeireira e moveleira / construção civil500 ou mais (grande) Não Conheço Pouco Frequentemente Eventualmente Eventualmente Sempre Frequentemente

Construções 100 – 499 (média) Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca Nunca

Educação 500 ou mais (grande) Sempre Pouco Não Conheço Pouco Pouco Não Conheço Pouco

Aeroespacial 20 - 99 (pequena) Eventualmente Eventualmente Eventualmente Sempre Frequentemente Frequentemente Sempre

Média 1.08 2.52 1.86 1.77 1.60 1.95 2.48

Perspectiva Não Conheço Nunca Pouco Eventualmente frequentemente sempre

Pontuação 0 1 2 3 4 5

130

131

132

133

134

APÊNDICE G- Roteiro da entrevista

Roteiro de Entrevista- Avaliação da Proposta de integração de sustentabilidade no Processo de

Desenvolvimento de Produtos

O participante não precisa responder a todas as perguntas, caso se sinta desconfortável ou tenha dúvidas

se as respostas afetam a sua relação de confidencialidade com a empresa onde trabalha.

Não fornecer informações e dados que estejam em desacordo com as políticas internas da empresa onde

trabalha. Em caso de dúvida, o participante deve ser orientado a consultar o departamento jurídico da

empresa, o seu superior imediato ou outra autoridade pertinente.

Caso deseje receber uma síntese dos resultados obtidos, em seguida, insira seus dados, informações

sobre sua empresa e seu e-mail.

Declaração de participação

O participante declara que recebeu o TCLE (Número do CAAE: 71276717.7.0000.5404), leu o mesmo

e concordou em participar como voluntário na pesquisa.

Sim

Não

O participante permite a realização de uma gravação de áudio no transcurso da entrevista:

Sim

Não

Assinatura: __________________________________________

Informações gerais

Nome do participante:

E-mail do participante:

Setor da empresa:

Produto realizado:

Área de trabalho na empresa:

Perguntas norteadoras para a entrevista semiestruturada

Com base nos resultados obtidos das informações coletadas através do questionário eletrônico (primeira

parte da pesquisa):

1. O que você pensa das ferramentas de sustentabilidade avaliadas? 2. Você aplicaria essas ferramentas de sustentabilidade no processo de desenvolvimento de

produtos na sua empresa?

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3. Se existisse um modelo (ver Figura 1) para o processo de desenvolvimento de produtos no qual se inserissem ferramentas de sustentabilidade, você aplicaria esse modelo?

4. Quais as vantagens ou desvantagens você pensa que pode apresentar o modelo proposto na Figura 1?

Figura 1. Proposta do modelo de PDP integrando ferramentas e abordagens de sustentabilidade. Adaptado de: ROZENFELD, H. ET AL., 2006.