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2018
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS
Diretor-geral
Décio Fabricio Oddone da Costa
Diretores
Aurélio Cesar Nogueira Amaral
Dirceu Cardoso Amorelli
Felipe Kury
José Cesário Cecchi
Superintendente de Segurança Operacional e Meio Ambiente
Raphael Neves Moura
Superintendente-adjunto de Segurança Operacional e Meio Ambiente
Mariana Rodrigues França
Elaboração
Daniela Goñi Coelho
3
CONTEÚDO
1. NÍVEL DE ATIVIDADE DA INDÚSTRIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL............... 4
2. AUDITORIAS DE SEGURANÇA OPERACIONAL – FISCALIZAÇÃO COM FOCO PREVENTIVO .................................. 7
2.1. AUDITORIAS DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO) EM PLATAFORMAS MARÍTIMAS DE PRODUÇÃO
DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL ................................................................................................................................................. 7
2.2. AUDITORIAS DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO) EM SONDAS MARÍTIMAS .......................... 10
2.3. AUDITORIAS DO SISTEMA DE GESTÃO DE INTEGRIDADE DE POÇOS (SGIP) ............................................................................. 12
2.4. AUDITORIAS DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DE SISTEMAS SUBMARINOS (SGSS) ...................... 14
2.5. AUDITORIAS DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE INTEGRIDADE ESTRUTURAL DE CAMPOS TERRESTRES DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E
GÁS NATURAL (SGI) ........................................................................................................................................................... 16
3. ANÁLISE DOS INCIDENTES OPERACIONAIS – RESULTADOS DE GERENCIAMENTO DE RISCOS PRATICADOS PELOS AGENTES REGULADOS ......................................................................................................................... 19
3.1. ATIVIDADES MARÍTIMAS .............................................................................................................................................. 20
3.2. ATIVIDADES TERRESTRES ............................................................................................................................................. 31
4. INVESTIGAÇÕES DE INCIDENTES REALIZADAS PELA ANP ................................................................................ 35
5. MULTAS APLICADAS ....................................................................................................................................... 35
6. INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES DE INSTALAÇÕES ......................................................................................... 36
7. REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................. 38
4
1. NÍVEL DE ATIVIDADE DA INDÚSTRIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE
PETRÓLEO E GÁS NATURAL
Os dados apresentados no Gráfico 1, Gráfico 2 e Gráfico 3 mostram a evolução do nível
de atividades da indústria de exploração e produção de petróleo e gás natural desde 20091,
divididos em: (i) atividades em sondas marítimas2, (ii) atividades de produção marítimas e
(iii) atividades de produção em campos terrestres3. Os valores foram normalizados
utilizando-se como referência o ano de 2009.
Gráfico 1 – Evolução do nível de atividades em sondas marítimas desde 2009
Como pode ser observado no Gráfico 1, a tendência de queda nas atividades em sondas
marítimas observada desde 2012 se manteve no ano passado. A quantidade de sondas
marítimas em operação atingiu o menor valor do período, assim como a quantidade de
poços perfurados em mar. As horas de trabalho têm diminuído desde 2012, tendo em 2018
atingido o segundo menor valor do período.
1 As atividades consideradas neste relatório incluem as sondas e plataformas marítimas, além dos campos terrestres. 2 As atividades em sondas marítimas englobam as atividades de perfuração, completação, testes e intervenções em poços. 3 A atividade em campos terrestres refere-se aos campos que estão sob o regime de segurança operacional estabelecido na Resolução ANP nº 02/2010, ou seja, campos com produção superior a 15 m3/dia de óleo ou 2.000 m3/dia de gás natural.
4,28
5,79
6,68 6,67
5,93
4,86
3,11
2,391,86
1 1,241,66
2,37 2,241,92 1,71
1,08 1,00 0,971,19 1,32 1,26 1,05 0,84 0,59 0,43 0,34 0,36
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Val
or
do
par
âme
tro
no
an
o /
Val
or
do
p
arâm
etr
o e
m 2
00
9
Evolução do nível de atividades de sondas marítimas
Horas de trabalho em sondas marítimas
Quantidade de sondas marítimas
Quantidade de poços perfurados em mar
5
Gráfico 2 – Evolução do nível de atividades em plataformas marítimas desde 2009
As atividades de produção em mar, por sua vez, mantiveram a tendência de aumento
consistente ano após ano conforme o Gráfico 2, em grande parte devido à produção do
pré-sal. A produção de petróleo e gás natural em mar apresentou aumento pelo quinto ano
consecutivo apesar da redução na quantidade de poços produtores, o que consolida o
aumento da produtividade dos poços em mar já apontado anteriormente.
Gráfico 3 – Evolução do nível de atividades em campos terrestres desde 2009
0,80
0,97 1,01 1,01
1,131,19
1,12
1,22
1,56
11,07 1,10 1,10 1,09
1,23
1,351,41
1,50
1,50
1,03
0,96 0,99 0,96
1,050,98
0,940,99
0,880,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Val
or
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an
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Val
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arâm
etr
o e
m 2
00
9Evolução do nível de atividades de produção marítimas
Horas de trabalho em plataformas de produção
Produção de petróleo e gás natural em mar em barris de óleo equivalente
Quantidade de poços produtores em mar
1,00 1,02 1,01
1,07 1,11 1,07
1,06
0,93 0,880,86
0,65
0,88
0,63 0,66
0,84
0,27
0,260,18
11,05 1,07 1,06
1,06 1,06 1,04
1,00
0,861,00
0,760,61
1,03
1,36
0,1
0,3
0,5
0,7
0,9
1,1
1,3
1,5
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Val
or
do
par
âme
tro
no
an
o /
Val
or
do
par
âme
tro
e
m 2
00
9
Evolução do nível de atividades em campos terrestres
Produção de petróleo e gás natural em terra em barris de óleo equivalente
Quantidade de poços perfurados em terra
Quantidade de poços produtores em terra
Horas de trabalho em campos terrestres
6
A análise do Gráfico 3 mostra que a quantidade de poços produtores e a produção de
petróleo e gás em terra caminham praticamente juntas, evidenciando que não houve
ganhos na produtividade média destes poços no período observado. As horas de trabalho,
entretanto, apresentaram o maior valor desde 20144 e os poços perfurados em terra
apresentaram o maior valor do período.
O Gráfico 4 mostra um resumo comparativo entre os resultados das atividades terrestres
e marítimas em 2018.
Gráfico 4 – Comparação entre atividades em instalações marítimas e terrestres
Como pode ser depreendido pela análise do gráfico, as atividades marítimas foram
responsáveis por cerca de 96% da produção de petróleo e 80% da produção de gás no
Brasil em 2018, com apenas 10% do total de poços produtores e 65% do total de horas
4 Os valores de homem-hora trabalhados em campos terrestres começaram a ser reportados à ANP em 2014, motivo pelo qual a comparação é feita deste ano em diante e tendo como referência para normalização o valor relativo a 2014. Os dados de homens-hora apresentados referem-se apenas aos valores relativos aos campos cuja concessionária é a Petrobras.
62
793
32.269
943
43,90
175
7196
7.848
48
18,36
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Poços perfurados
Poços produtores
Produção de gás natural (milhões m3)
Produção de petróleo (milhões barris)
Milhões de Hh de trabalho
Comparação entre atividades marítimas e terrestres
Atividades Marítimas Atividade Terrestres
7
trabalhadas. Entretanto, foram perfurados 1,8 poços em terra para cada poço perfurado em
mar em 2018.
2. AUDITORIAS DE SEGURANÇA OPERACIONAL – FISCALIZAÇÃO COM FOCO
PREVENTIVO
A fiscalização de Segurança Operacional das atividades de Exploração e Produção é feita
pela SSM por meio de auditorias, que verificam a conformidade aos seguintes
regulamentos:
i) Resolução ANP n° 43/2007, que instituiu o regime de segurança operacional e o
regulamento técnico do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional
(SGSO), aplicável às instalações marítimas de perfuração e produção de petróleo
e gás natural;
ii) Resolução ANP n° 2/2010, que amplia a aplicação do SGSO em atividades
terrestres para empresas que possuem atividades marítimas e estabelece o
regulamento técnico do Sistema de Gerenciamento da Integridade (SGI)
estrutural das instalações terrestres de produção de petróleo e gás natural;
iii) Resolução ANP n° 06/2011, que estabelece o Regulamento Técnico de Dutos
Terrestres (RTDT) para a movimentação de petróleo, derivados e gás natural;
iv) Resolução ANP n° 41/2015, que estabelece o regulamento técnico do sistema de
gerenciamento da segurança operacional de sistemas submarinos (SGSS); e
v) Resolução ANP n° 46/2016, que estabelece o regulamento técnico do sistema de
gerenciamento da segurança operacional da integridade de poços (SGIP).
2.1. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO)
em plataformas marítimas de produção de petróleo e gás natural
Em 2018, foram realizadas 47 auditorias em plataformas marítimas de produção, que
identificaram um total de 565 não conformidades. A média de não conformidades por
auditoria resultante foi de 12 não conformidades por auditoria, a menor média desde 2014.
O Gráfico 5 mostra o histórico de quantidade de auditorias realizadas, bem como a
média de não conformidade por auditoria em plataformas marítimas desde o ano de 2009.
8
Gráfico 5 – Quantidade de auditorias realizadas por ano e média de não conformidades por auditoria em
unidades marítimas de produção
O Gráfico 6 mostra a distribuição de não conformidades por prática de gestão emitida
em 2018 e o Gráfico 7 mostra a distribuição histórica de não conformidades, ambos em
relação às auditorias SGSO em plataformas marítimas. Como pode ser observado, as
práticas de gestão que apresentam a maior quantidade de não conformidades permanecem
as Práticas 13, 12, 16 e 14.
Gráfico 6 – Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2018 em plataformas
de produção marítimas
3
34 33
1113
19
24
44
5047
9,3 10,2 8,64,7
18,115,1
18,6 18,415,4
12,0
0
10
20
30
40
50
60
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Auditorias em plataformas marítimas
Auditorias NCs/Auditoria
0%
5%
10%
15%
20%
PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17
Não conformidades por práticas de gestão em auditorias SGSO em plataformas marítimas (2018)
OBSERVAÇÃO LEVE MODERADA GRAVE CRÍTICA
9
Gráfico 7 – Distribuição histórica das não conformidades apontadas em auditorias de plataformas de
produção desde o ano de 2009
Durante as auditorias realizadas em 2018 em plataformas marítimas, foram lavradas 15
não conformidades críticas. A distribuição destas não conformidades por prática de gestão
se encontra na Tabela 1 abaixo.
Tabela 1 – Quantidade de não conformidades críticas por prática de gestão apontadas em auditorias de
plataformas de produção em 2018
Prática de Gestão Quantidade de não conformidades
críticas emitidas em 2018
PG 12 – Identificação e Análise de Riscos 5
PG 10 – Projeto, Construção, Instalação e Desativação 4
PG 11 – Elementos Críticos 4
PG 13 – Integridade Mecânica 1
PG 16 – Gerenciamento de Mudanças 1
O Gráfico 8 abaixo mostra a distribuição de não conformidades por auditoria para cada
classificação de gravidade (crítica, grave, moderada e leve) desde 2009. Pode-se observar
que, exceto pela não conformidades críticas, em 2013 a média de não conformidades por
auditoria aumentava com a gravidade. De 2014 em diante, a média de não conformidades
graves por auditoria diminui, tendo a média de não conformidades moderadas por
auditoria diminuído desde 2015 também, entretanto em menor proporção. A média de não
conformidades leves, por sua vez, apresentou tendência de aumento.
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17
Não conformidades por práticas de gestão em auditorias SGSO em plataformas marítimas (histórico)
OBSERVAÇÃO LEVE MODERADA GRAVE CRÍTICA
10
Gráfico 8 – Distribuição de não conformidades por auditoria apontadas em auditorias de plataformas de
produção
2.2. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO)
em sondas marítimas
Em 2018, foram realizadas 13 auditorias em sondas marítimas de perfuração, conforme
o Gráfico 9, acompanhando a tendência de redução das atividades de sondas marítimas.
Gráfico 9 – Quantidade de auditorias realizadas por ano e média de não conformidades por auditoria em
sondas marítimas de perfuração
0,180,54
0,160,88
0,66 0,16 0,321,00 1,85
3,27 1,36
8,779,47
8,25
5,75
3,92
3,814,67 4,47
3,672,18
4,54 4,11
6,63 6,455,94
4,45
2,67 2,53
1,030,91
4,23
1,21
2,83
4,36 5,063,11
0
2
4
6
8
10
12
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Evolução das não conformidades por auditoria SGSOem plataformas marítimas
CRÍTICA GRAVE MODERADA LEVE
1
24
21
18
13
27
2422
1413
11,810,2
5,27,5
9,2
12,3
9,98,4 9,0
0
5
10
15
20
25
30
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Auditorias em sondas marítimas
Auditorias NCs/Auditoria
11
As auditorias realizadas em sondas marítimas em 2018 identificaram 117 não
conformidades, gerando uma média de 9 não conformidades por auditoria.
O perfil de não conformidades por prática de gestão no ano de 2018 difere
significativamente da série histórica. Como pode ser observado no Gráfico 10 e no Gráfico
11, a distribuição histórica das não conformidades era mais homogênea, tendo as não
conformidades emitidas em 2018 se concentrado mais nas práticas da PG 11 em diante.
Gráfico 10 – Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2018 em sondas
marítimas de perfuração
Gráfico 11 – Distribuição histórica das não conformidades apontadas em auditorias de sondas marítimas de
perfuração desde o ano de 2009
Não foi emitida não conformidade crítica nas auditorias de SGSO realizadas em sondas
de perfuração em 2018.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17
Não conformidades por práticas de gestão em auditorias SGSO em sondas marítimas (2018)
OBSERVAÇÃO LEVE MODERADA GRAVE CRÍTICA
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17
Não conformidades por práticas de gestão em auditorias SGSO em sondas marítimas (histórico)
OBSERVAÇÃO LEVE MODERADA GRAVE CRÍTICA
12
O Gráfico 12 exibe o perfil de gravidade das não conformidades apontadas em
auditorias do SGSO em sondas marítimas
Gráfico 12 – Distribuição de não conformidades apontadas em auditorias de sondas marítimas de produção
por gravidade
2.3. Auditorias do Sistema de Gestão de Integridade de Poços (SGIP)
A Resolução ANP n° 46/2016 estabeleceu o Regulamento Técnico do Sistema de
Gerenciamento da Segurança Operacional da Integridade de Poços (SGIP). A Resolução
previu um prazo de implementação do regulamento de 3 anos para os operadores que só
dispusessem de poços terrestres e 2 anos para operadores que dispusessem de pelo menos
um poço em ambiente marítimo. Os operadores deveriam se adequar aos requisitos
relativos a abandono de poços em até 180 dias, para poços que ainda não tivessem sido
abandonados permanentemente.
Considerando o disposto acima, iniciaram-se em 2018 as auditorias do SGIP, tendo sido
realizadas neste ano 3 auditorias piloto como forma de verificação da implementação deste
regulamento técnico. Nestas auditorias piloto, os desvios encontrados relativos a requisitos
que se encontravam dentro do período de adequação foram apontados como observações,
sendo os demais desvios objeto de não conformidades.
Sendo assim, as auditorias do SGIP realizadas ensejaram 20 observações e três não
conformidades, todas relativas ao item 10.5 da Prática de Gestão número 10, que dispõe
sobre os requisitos para abandono de poço. Destas, uma não conformidade foi classificada
como moderada e 2 (duas) não conformidades foram consideradas graves. O Gráfico 13
exibe a distribuição destas não conformidades por item do regulamento.
0,430,00 0,07
0,290,05
0,00 0,00
2,002,92
3,43
1,06
3,623,26
3,63
2,68 2,36
2,92
1,00
5,42
3,141,61
1,85
4,41
5,42
4,273,86
4,69
2,48 2,17
1,771,37
2,67
1,95
1,86
1,38
-1
0
1
2
3
4
5
6
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Evolução das não conformidades por auditoria SGSOem sondas marítimas
CRÍTICA GRAVE MODERADA LEVE
13
Gráfico 13 – Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2018 em integridade
de poço
Como o SGIP apresenta a mesma filosofia de gestão que o SGSO, os operadores
offshore já apresentavam um sistema de gestão que facilita a adequação do novo
regulamento. Entretanto, essa realidade não ocorre com os operadores de terra que
utilizam uma resolução mais prescritiva e não utilizam integralmente os conceitos de gestão
adotados pelos outros regulamentos.
Assim, os principais desafios que os operadores enfrentam para a implementação do
SGIP são:
• Menor familiaridade dos operadores terrestres com resoluções baseadas em
gestão quando comparados aos operadores marítimos;
• 94% dos poços registrados no banco de dados da ANP são de um único
operador, resultando em um enorme quantitativo de poços que precisam ser
mapeados para identificar se estão de acordo com a Resolução ANP nº 46/2016;
• Um robusto quantitativo de poços que estão em abandono temporário sem
monitoramento (58% dos poços offshore e 37% dos poços onshore em abandono
temporário). Assim, o operador deve criar um programa de monitoramento com
uma frequência baseada em risco ou realizar uma intervenção nos poços caso o
período de abandono temporário não monitorado seja superior a 3 anos,
conforme o item 10.5.3.3.1 do SGIP;
• Os operadores apresentaram dificuldades em diagnosticar a integridade dos
elementos críticos na fase de produção do poço. Adicionalmente, o item 11.3.1.2
do SGIP estabelece que os poços surgentes devem apresentar o DHSV (SSSV)
como elemento de barreira, assim, o operador deve identificar os poços
14
surgentes sem DHSV (SSSV) ou com o dispositivo em falha para realizar
intervenções nesses poços.
2.4. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional de
Sistemas Submarinos (SGSS)
O Regulamento Técnico do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional de
Sistemas Submarinos (SGSS) foi estabelecido pela Resolução ANP nº 41, publicado de
09/10/2015, com o prazo de dois anos para as empresas operadoras adequarem os seus
sistemas submarinos ao regulamento.
Resumidamente, o SGSS abrange os sistemas de coleta e escoamento da produção
offshore, trechos submersos de dutos terrestres, umbilicais e unidades de processamento
marinho. Estão fora do seu escopo as tubulações internas de unidades marítimas de
perfuração e produção, mangotes, poços do sistema de coleta da produção, árvores de
natal, early production risers e risers de produção com completação seca.
A situação geral dos sistemas submarinos no cenário brasileiro consiste em 20.000 km
de dutos submarinos que, em sua maioria, são dutos flexíveis, e o restante são dutos
rígidos. São, no total, 4 mil dutos que, em sua maioria, já apresentam mais de 20 anos de
vida útil. Destes, 22,53% são oleodutos, 6,18% são gasodutos e 11,12% são linhas de
injeção. Com relação ao status destes dutos, 52% estão em operação normal, 3% chegarão
ao fim de sua vida útil em menos de 1 ano, 9% estão desativados temporariamente, 20%
estão fora de operação e um total de 13% está operando em extensão de vida útil.
As fiscalizações do SGSS foram iniciadas em março de 2018, tendo sido realizadas três
auditorias neste regulamento em 2018, que identificaram um total de 37 não
conformidades. O Gráfico 14 exibe a distribuição destas não conformidades por item do
regulamento.
15
Gráfico 14 – Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2018 em sistemas
submarinas
Considerando os desvios identificados até o momento, percebe-se grande concentração
de não conformidades nos capítulos 23 (Gerenciamento da Integridade), 15 (Elementos
Críticos de Segurança Operacional) e 16 (Análise de Riscos). Adicionalmente, em ativos com
sistemas ou componentes operando além da vida de projeto, desvios críticos foram
identificados no âmbito do capítulo 25 (Extensão de Vida Útil).
Como principais questões apontadas em auditoria, pode-se destacar:
• Falta de recursos para o gerenciamento dos sistemas submarinos;
• Operação de dutos além da vida útil calculada, sem avaliação de risco para respaldar
a continuidade operacional;
• Falhas no programa de gerenciamento de integridade, tais como:
− ausência de inspeções relevantes (medição de potencial eletroquímico, inspeção nos
anulares de dutos flexíveis, inspeção entre o trecho entre o alcance do ROV e
inspeção realizada por escalador, entre outros);
− falta de qualidade nas inspeções;
− pareceres técnicos incompletos;
− falha no cumprimento de recomendações de inspeções;
− falha no cumprimento do programa de gerenciamento da integridade para dutos
fora de operação.
• Falha na identificação e gerenciamento de equipamentos críticos e trechos críticos
de segurança operacional;
• Ausência ou atrasos em implementações de recomendações oriundas de análise de
risco.
Nesse sentido, pode-se perceber que os Operadores dos sistemas submarinos têm
demonstrado dificuldades na implementação de um sistema de gerenciamento de
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
8 10 12 13 14 15 16 17 20
Não conformidades por práticas de gestão em auditorias em sistemas submarinos (2018)
OBSERVAÇÃO LEVE MODERADA GRAVE CRÍTICA
16
segurança operacional adequado, embora o período de adequação da Resolução 41/2015
tenha finalizado em 2017.
Algumas hipóteses são levantadas para explicar esse baixo desempenho, a saber: (i) falta
de investimento e disponibilização de recursos para gerenciamento dos sistemas
submarinos; e (ii) falta de integração entre os sistemas de gestão, mais especificamente
entre aquele aplicado para gerenciamento do topside, que possui maior maturidade e mais
tempo de implementação, e aquele que se pretende desenvolver para o sistema submarino.
2.5. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Integridade Estrutural de Campos
Terrestres de Produção de Petróleo e Gás Natural (SGI)
Os campos terrestres de produção de petróleo e gás podem ser auditados tanto quanto
ao Regulamento Técnico do SGI (quando apresentam produção de óleo maior ou igual a 15
m³/dia e/ou produção de gás natural maior ou igual a 2.000 m³/dia) quanto ao SGSO,
quando se tratar de Operador que já dispusesse de instalação marítima de produção e que
portanto já dispusesse de um sistema de gestão em conformidade com as práticas do
SGSO. Por esse motivo, as auditorias em campos terrestres verificam a conformidade e as
não conformidades se distribuem entre estes dois regulamentos.
Em 2018 foram realizadas 9 auditorias em campos terrestres, que identificaram um total
de 102 não conformidades. O Gráfico 15 exibe a quantidade de auditorias em campos
terrestres realizadas por ano, bem como a média de não conformidades emitidas nestas
auditorias, desde o ano de 2012.
Gráfico 15 – Quantidade de auditorias realizadas em campos terrestres por ano e média de não
conformidades por auditoria
5
2
4 4
8 8
9
17,2
30,0
4,3
20,523,6
19,5
11,3
0
5
10
15
20
25
30
35
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Auditorias em campos terrestres
Auditorias NCs/Auditoria
17
Conforme pode ser observado no Gráfico 15, a quantidade de auditorias em campos
terrestres tem aumentado desde 2013, atingindo seu maior valor no ano de 2018. Esta
tendência de aumento na quantidade de auditorias realizadas por ano evidencia a
preocupação da ANP em ampliar a taxa de cobertura das instalações terrestres de
produção.
O Gráfico 16 e o Gráfico 17 apresentam, respectivamente, a distribuição das não
conformidades apontadas nas auditorias em campos terrestres realizadas em 2018 e o
histórico de não conformidades por item do RTSGI, do SGSO e outros regulamentos e atos
normativos, considerando a classificação de gravidade.
Gráfico 16 – Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2017 em campos
terrestres
Como indica o Gráfico 16, em 2018 foram apontadas mais não conformidades nos
requisitos 8 (Identificação e Análise de Risco), 13 (Construção e Montagem da Instalação),
17 (Operação e Processo) e 16 (Manutenção de Equipamentos e Tubulações), que juntas
correspondem a mais de 50% das não conformidades apontadas em 2018.
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
SGI 6 SGI 7 SGI 8 SGI 9 SGI10
SGI12
SGI13
SGI14
SGI15
SGI16
SGI17
SGSO4
SGSO8
SGSO9
SGSO10
SGSO11
SGSO12
SGSO13
SGSO16
SGSO17
Não conformidades por práticas de gestão em auditorias em Campos Terrestres (2018)
OBSERVAÇÃO LEVE MODERADA GRAVE CRÍTICA
18
Gráfico 17 – Distribuição histórica das não conformidades apontadas em auditorias de campos terrestres
desde o ano de 2012
O Gráfico 17 apresenta a distribuição de não conformidades por requisito, prática de
gestão do SGSO ou item do RTSGI, considerando sua classificação de gravidade, em
auditorias realizadas desde 2012.
As práticas que apresentam historicamente o maior número de desvios são as de
número 9 (Plano de Emergência), 16 (Manutenção de Equipamentos e Tubulações), 8
(Identificação e Análise de Riscos), e 13 (Construção e Montagem da Instalação).
O item 8 é o que apresenta a maior quantidade de não conformidades críticas dentre os
requisitos estabelecidos para os campos terrestres.
Em 2018 foram lavradas 5 não conformidades críticas durante as auditorias realizadas
em campos terrestres. A distribuição destas não conformidades por prática de gestão se
encontra na Tabela 1 abaixo.
Tabela 2 – Quantidade de não conformidades críticas por prática de gestão apontadas em auditorias de
campos terrestres em 2018
Prática de Gestão Quantidade de não conformidades
críticas emitidas em 2018
SGI 8 – Identificação e Análise de Riscos 3
SGI 15 – Inspeção de Equipamentos e Tubulações 1
SGSO 10 – Projeto, Construção, Instalação e Desativação 1
O Gráfico 18 indica a diminuição em relação aos anos anteriores da quantidade de não
conformidades aplicadas por auditoria em 2018.
0%2%4%6%8%
10%12%14%16%18%
Não conformidades por práticas de gestão em auditorias em Campos Terrestres (histórico)
OBSERVAÇÃO LEVE MODERADA GRAVE CRÍTICA
19
Gráfico 18 – Distribuição de não conformidades apontadas em auditorias de campos terrestres por gravidade
3. ANÁLISE DOS INCIDENTES OPERACIONAIS – RESULTADOS DE
GERENCIAMENTO DE RISCOS PRATICADOS PELOS AGENTES REGULADOS
As informações sobre os incidentes comunicados nos termos da Resolução ANP n°
44/2009 são analisadas pela equipe da SSM de forma a identificar tendências e
oportunidades de melhoria, tanto por parte da indústria, quanto no escopo regulatório da
ANP.
O Gráfico 19 apresenta a evolução da quantidade de comunicados de incidentes5
recebidos pela ANP relativos a instalações de exploração e produção, de 2012 até 2018,
classificados como (i) acidentes (ii) ou quase acidentes.
5 Os eventos que eram considerados comunicáveis pela revisão anterior do Manual de Comunicação de Incidentes, mas que foram retirados na revisão atual do manual, não são exibidos em nenhuma destas duas categorias, sendo os responsáveis pela diferença entre a quantidade total de comunicados e a soma dos comunicados relativos a quase acidentes e acidentes.
0,50
2,25
0,50 0,56
4,80
14,50
5,00
23,25
12,887,88
5,44
8,8010,50
1,50
8,0011,63
7,00
2,893,205,00
1,25
6,38
5,13 2,33
-5
0
5
10
15
20
25
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Evolução das não conformidades por auditoria em campos terrestres
CRÍTICA GRAVE MODERADA LEVE
20
Gráfico 19 - Evolução da quantidade de comunicados de incidentes desde 2012
Como é possível observar no Gráfico 19, em 2012 foram comunicados mais eventos
relativos a acidentes do que relativos a quase acidentes, numa proporção de 0,68 quase
acidente para cada acidente comunicado. A proporção entre quase acidentes e acidentes
comunicados aumentou ano após ano.
Este fato não deve ser interpretado como indicativo do aumento na ocorrência de quase
acidentes, mas sim como aumento da comunicação destes nas diferentes atividades
desempenhadas no desenvolvimento do Regime de Segurança.
A diferença entre a quantidade de comunicados e a soma dos eventos classificados
como quase acidentes e acidentes se deve a comunicados relativos a tipologias de
incidentes que foram excluídas na revisão 3 do Manual de Comunicação de Incidentes, e
por este motivo não são mais acompanhadas como quase acidentes ou acidentes conforme
a classificação atual.
3.1. Atividades marítimas
Nesta seção são exibidos os principais dados referentes aos incidentes ocorridos em
instalações marítimas de exploração e produção, na forma de taxas que correspondem à
quantidade de ocorrências do incidente dividida por uma grandeza representativa do nível
de atividades da indústria que pode ser relacionada àquele tipo de incidente.
Escolheu-se exibir os incidentes na forma de taxas, em vez de exibir suas quantidades
absolutas, pois essa forma de análise considera a variação no nível de atividade da indústria,
possibilitando depreender se o aumento ou diminuição da incidência de determinado tipo
de incidente foi proporcional ao aumento ou diminuição do nível de atividades. Esta forma
299 469926 1066 1032
1358 1266439
426
498540 607
664 719
764
996
2063
2337
2907
2061 1986
0,68
1,10
1,861,97
1,70
2,05
1,76
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Raz
ão q
uas
e a
cid
ente
s/ac
iden
tes
Qu
anti
dad
e d
e co
mu
nic
ado
s to
tal
e p
or
tip
oEvolução dos comunicados de incidentes (histórico)
21
de exibição também permite realizar comparações com benchmarks internacionais, relativos
a países com níveis de atividades significativamente diferentes do cenário brasileiro.
Os benchmarks de taxas de incidentes utilizados neste relatório foram obtidos a partir
dos dados divulgados pelo IRF (International Regulators Forum)6 em seu Projeto de
Acompanhamento de Desempenho, e são referentes aos dados do Reino Unido, Estados
Unidos, Austrália e Noruega, para os anos de 2012 a 2018.
A Tabela 3 abaixo apresenta os tipos de incidentes que foram analisados, bem como a
grandeza representativa do nível de atividades que é utilizada para a normalização dos
dados.
Tabela 3 – Tipos de incidentes e grandezas relativas ao nível de atividades utilizadas para normalizar os dados
Tipo de incidente Dados normalizados por
Fatalidades Milhão de horas trabalhadas
Ferimentos graves
Perda de contenção significante de gás
inflamável Produção de gás em milhão de
barris de óleo equivalentes Perda de contenção maior de gás inflamável
Abalroamento significante
Quantidade de instalações Abalroamento maior
Incêndio significante
Incêndio maior
Perda significante de controle de poço Quantidade de atividades
relacionadas a poços Perda maior de controle de poço
Nos gráficos a seguir, serão apresentadas as taxas relativas a cada tipo de acidente
analisado, para o período de 2012 a 2018, comparadas aos valores de benchmark. Os
valores de referência obtidos a partir dos dados divulgados pelo IRF foram apresentados na
forma de uma faixa, englobando os valores mínimos e máximos das taxas dos países de
referência, entre os anos de 2012 a 2018.
O FAR (Fatal Accident Rate) é um parâmetro internacionalmente utilizado e considera as
fatalidades comunicáveis à ANP7 ocorridas em instalações de exploração e produção
offshore (plataformas, sondas e dutos marítimos). Os dados são exibidos na forma de taxas
que correspondem à quantidade de fatalidades por cada cem milhões de horas trabalhadas:
6 O IRF, do qual o Brasil é participante, consiste em um fórum internacional de órgãos reguladores das atividades de petróleo offshore. 7 Fatalidades comunicáveis à ANP são os óbitos decorrentes de incidentes ocorridos na operação da instalação ou da
queda de helicópteros de transporte de pessoal desde que ocorram em até um ano da data do incidente. São excluídos
destes eventos os óbitos ocorridos por causas naturais e em acidentes de trânsito terrestre. As fatalidades não incluem
as ocorrências ocasionadas por doenças profissionais, mortes naturais, desaparecimentos ou suicídios ocorridos nas
instalações offshore.
22
Os valores de referência relativos às instalações de exploração e produção offshore
foram obtidos a partir dos dados divulgados pelo IRF (International Regulators Forum for
Offshore Safety) em seu Projeto de Medição de Desempenho. O Gráfico 20 apresenta o FAR
das atividades offshore no Brasil de 2012 a 2018, comparado com o índice apurado com os
dados de Reino Unido, Estados Unidos e Noruega, países de referência e com nível de
atividades comparáveis ao Brasil8. No período analisado, as taxas se encontram dentro da
faixa de referência, tendo apresentado um aumento súbito em 2015. Neste ano, a taxa de
fatalidades se aproximou do limite superior de controle devido a um único evento (FPSO
Cidade de São Mateus) que ocasionou todas as nove fatalidades ocorridas no ano.
Gráfico 20 – FAR em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2018
Analogamente ao conceito de FAR, o Gráfico 21 mostra a taxa de ferimentos graves,
referente à quantidade de colaboradores feridos gravemente por cada milhão de horas
trabalhadas em instalações offshore. Tais taxas apresentaram aumento de 2012 a 2015. Em
2016, a taxa diminuiu sensivelmente em relação ao ano anterior e em 2017 voltou a subir.
8 Os dados dos países de referência relativos a 2018 ainda não se encontram disponíveis.
0,00
2,451,23
11,87
1,63
6,66
1,451,73 1,69 1,22 0,94 1,15 1,24*
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
e d
e o
corr
ên
cias
/10
8h
ora
s tr
abal
had
as
FAR em instalações offshore
FAR Brasil Benchmark - dados do IRF
23
Gráfico 21 – Taxas de ferimentos graves em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2018
O Gráfico 22 ilustra as taxas de perda de contenção significante de gás inflamável9 nas
instalações analisadas. Em todos os anos do período analisado exceto em 2017 (quando
não foi registrado este tipo de incidente em instalações offshore) a taxa apresentou valor
acima do benchmark utilizado.
Gráfico 22 – Taxas de perdas de contenção significante de gás inflamável em instalações de exploração e
produção offshore de 2012 a 2018
9 Perda de contenção significante de gás inflamável é qualquer liberação de gás inflamável que atenda ao menos uma
das seguintes condições:
a) Taxa de liberação entre 0,1 kg.s-1 e 1 kg.s-1, com duração entre 2 e 5 minutos;
b) Taxa de liberação maior ou igual a 0,1 kg.s-1, com liberação de uma massa total entre 1 e 300 kg durante todo o
evento.
0,16
0,52
0,64
0,74
0,37
0,53 0,510,54
0,430,36
0,480,42 0,39
*0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
e d
e o
corr
ên
cias
/10
6h
ora
s tr
abal
had
asFerimentos graves em instalações offshore
Taxa de Ferimentos Graves Benchmark - dados do IRF
20,82
9,93
20,9227,16
41,10
16,63
7,69
1,16 2,41 0,693,93 2,37 1,46 *
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
e d
e o
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cias
/10
0 m
ilhõ
es
BO
E d
e g
ás p
rod
uzi
do
s
Perdas de contenção significantes de gás inflamável em instalações offshore
Perda de contenção significante de gás inflamável - taxa Benchmark - dados do IRF
24
As taxas de perdas de contenção maiores10 de gás inflamável são mostradas no Gráfico
23 abaixo. As taxas apresentaram aumento de 2012 a 2015. Em 2016, houve sensível
redução da taxa de perdas de contenção maiores de gás inflamável, apesar de não ter sido
suficiente para reduzir o valor a um patamar localizado dentro da faixa de benchmark, com
posterior aumento em 2017.
Gráfico 23 – Taxas de perdas de contenção maior de gás inflamável em instalações de exploração e produção
offshore de 2012 a 2018
Como pode ser concluído, ao se comparar os gráficos correspondentes, as taxas de
perdas de contenção significante são superiores às taxas de perda de contenção maior em
todos os anos do período analisado, conforme esperado (uma vez que o evento de perda
de contenção maior é um evento de maior gravidade, espera-se que ocorra em menor
frequência). Esta tendência de ocorrência em menor frequência de eventos com maior
gravidade pode ser observada também nos valores de referência: a quantidade de eventos
de perda de contenção significante é em média correspondente ao quádruplo da
quantidade de eventos de perda de contenção maior.
10 Perda de contenção maior de gás inflamável é qualquer liberação de gás inflamável que atinja ao menos uma das
seguintes condições:
a)Taxa de liberação maior que 1 kg.s-1 com duração superior a 5 minutos; e/ou
b)Taxa de liberação maior ou igual a 0,1 kg.s-1, com a liberação de uma massa total maior do que 300 kg durante todo
o evento.
0,000,76
4,05
7,67
2,70
4,40
1,440,74 0,57 0,34 0,41 0,21 0,00 *
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
e d
e o
corr
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cias
/10
0 m
ilhõ
es
BO
E d
e
gás
pro
du
zid
os
Perdas de contenção maiores de gás inflamável em instalações offshore
Perda de contenção maior de gás inflamável - taxa Benchmark - dados do IRF
25
Os eventos de abalroamento também estão alinhados a esta tendência. Enquanto há
eventos de abalroamento significante11 comunicados à ANP, não há registros de
abalroamentos maiores em instalações de exploração e produção atuando no Brasil. O
Gráfico 24 apresenta a variação nas taxas de abalroamentos significantes em instalações de
exploração e produção.
Gráfico 24 – Taxas de abalroamentos significantes em instalações de exploração e produção offshore de 2012
a 2018
Conforme pode ser observado no gráfico acima, no período analisado quando há
abalroamentos significantes, as taxas correspondentes se situam acima dos valores de
benchmark. Destaca-se que não houve ocorrências reportadas deste tipo de incidente nos
anos de 2012, 2013, 2016, 2017 e 2018.
A seguir, serão avaliados os eventos de incêndio. Além dos eventos de incêndio
significante e incêndio maior, os quais são monitorados pelo IRF, também serão
11 Abalroamento Significante é qualquer abalroamento entre instalações offshore, de instalações com embarcações
e/ou aeronaves que cause: (a) ferimento que cause um ou mais dias de afastamento e que não seja categorizado como
ferimento grave; (b) dano a uma Instalação que é julgado com potencial de causar fatalidade(s) ou ferimento(s)
grave(s); (c) dano a uma instalação que tenha ocasionado mobilização da tripulação para ponto de reunião ou
abandono da unidade ou (d) dano severo que compromete significantemente a integridade estrutural de uma
Instalação (de uma perspectiva de meio ambiente ou segurança), caso esta continue operando sem reparo imediato.
Abalroamento Maior é qualquer abalroamento entre instalações, de instalações com embarcações e/ou aeronaves que
cause: (a) fatalidade(s) ou ferimento grave(s); (b) perda da instalação ou (c) dano para uma instalação offshore que
cause uma parada não-programada de no mínimo 72 (setenta e duas) horas.
0,00 0,00
0,45
1,94
0,00 0,00 0,000,15 0,13 0,14 0,14
0,04 0,08*
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
e d
e o
corr
ên
cias
/10
0 in
stal
açõ
es
Abalroamentos significantes em instalações offshore
Abalroamento significante - taxa Benchmark - dados do IRF
26
apresentadas as taxas relativas aos eventos de princípio de incêndio12, tipo de incidente não
monitorado pelo IRF.
O Gráfico 25 apresenta a variação nas taxas de princípios de incêndio em instalações de
exploração e produção. Como pode ser observado, as taxas apresentaram seu menor valor
em 2013, aumentando de forma praticamente linear até 2016, tendo apresentado tendência
de queda posteriormente.
Gráfico 25 – Taxas de princípios de incêndio em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a
2018
As taxas de incêndios significantes, apresentadas no Gráfico 26 oscilaram entre o valor
máximo no ano de 2014 e valor nulo nos anos de 2012, 2015 e 2018.
12 Princípio de Incêndio é qualquer incêndio que tenha sido debelado ou interrompido de forma que não tenha causado
danos que o qualifiquem como Incêndio Maior ou Significante.
Incêndio Significante é qualquer incêndio que cause: (a) ferimento que cause um ou mais dias de afastamento e que
não seja categorizado como ferimento grave; (b) dano a uma Instalação que é julgado com potencial de causar
fatalidade(s) ou ferimento(s) grave(s); (c) dano a uma instalação que tenha ocasionado mobilização da tripulação para
ponto de reunião ou abandono da unidade ou (d) dano severo que compromete significantemente a integridade
estrutural de uma instalação (de uma perspectiva de meio ambiente ou segurança), caso esta continue operando sem
reparo imediato.
Incêndio Maior é qualquer incêndio que cause: (a) fatalidade(s) ou ferimento grave(s); (b) perda da instalação ou (c)
dano para uma Instalação que cause uma parada não-programada de no mínimo 72 (setenta e duas) horas.
31,53
20,96
29,60
39,32
53,59 54,44
41,85
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
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corr
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Princípios de incêndio em instalações offshore
27
Gráfico 26 – Taxas de incêndios maiores em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2018
O Gráfico 27 abaixo mostra as taxas de incêndios maiores. O único ano com
ocorrência de incêndios maiores foi o ano de 2013. É importante ressaltar que, neste ano,
houve uma única ocorrência de evento de incêndio maior (incêndio na plataforma P-20).
Logo, o valor do limite superior da faixa de controle (0,31 incêndios a cada 100 instalações),
é ultrapassado com apenas uma ocorrência de incêndio maior, considerando um universo
de menos de 320 instalações. Uma vez que a quantidade de instalações de exploração e
produção no ano de 2013 foi de 234 instalações, ultrapassou-se o limite superior da faixa
de controle neste ano com apenas uma ocorrência de incêndio maior.
Gráfico 27 – Taxas de incêndios maiores em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2018
0,00
1,31
2,24
0,00
0,55 0,56
0,00
0,63
0,350,24
0,36
0,59
0,35
*0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
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ên
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/10
0 in
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Incêndios significantes em instalações offshore
Incêndio significante - taxa Benchmark - dados do IRF
0,00
0,44
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,63
0,35
0,24
0,36
0,59
0,35
*0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
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corr
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cias
/10
0 in
stal
açõ
es
Incêndios maiores em instalações offshore
Incêndio maior - taxa Benchmark - dados do IRF
28
A seguir são exibidos alguns gráficos relativos a incidentes que passaram a ser
produzidos e acompanhados mais recentemente pela ANP, e divulgados na seção de
indicadores de Segurança Operacional do site da ANP13.
O Gráfico 28 abaixo apresenta a distribuição das taxas de incidentes por milhão de
horas trabalhadas em instalações offshore, divididas por classificação de gravidade dos
incidentes14.
Gráfico 28 – Quase acidentes e acidentes comunicados relativos a atividades de exploração e produção
terrestres entre 2012 e 2018
Outro indicador de Segurança Operacional que passou a ser acompanhado e divulgado
recentemente trata-se do Índice de Eventos de Segurança de Processo. A classificação dos
dados é fundamentada na norma internacional API RP 754, que classifica incidentes do tipo
“perda de contenção” (TIER)15, conforme figura abaixo.
13 http://www.anp.gov.br/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/seguranca-operacional-e-meio-ambiente/dados-de-
desempenho/indicadores-de-desempenho 14 A classificação de gravidade vigente dos incidentes definidos por meio do Manual de Comunicação de Incidentes de
Exploração e Produção Rev. 3 foi estabelecida por meio da Nota Técnica nº 069/SSM/2018, disponível no site da ANP
em:
http://www.anp.gov.br/images/EXPLORACAO_E_PRODUCAO_DE_OLEO_E_GAS/Seguranca_Operacional/procedimento
s/NT_069_SSM.pdf 15 TIER: palavra inglesa que significa “categoria”. Uma divisão de categorias por numeração de 1 a 4, sendo a 1 a de
maior relevância, é estabelecida na norma API RP 754.
15,66
18,82
23,84
28,35
23,31
2,39 2,40 2,91 2,88 2,200,17 0,05 0,11 0,22 0,09
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
2014 2015 2016 2017 2018
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ora
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had
as
Taxas de incidentes por gravidade offshore
Taxa de incidentes leves Taxa de incidentes moderados Taxa de incidentes graves
29
Figura 1 – Classificação dos eventos de segurança de processo conforme API 754
Os incidentes classificados como TIER 1 e TIER 2 nos termos da norma API RP 754 são
recebidos pela ANP através das tipologias informadas nos Comunicados Iniciais de
Incidentes (CI), conforme a Resolução ANP n° 44/2009 e o Manual de Comunicação de
Incidentes de Exploração e Produção (MCI). Já os incidentes categorizados como TIER 3 e
TIER 4 não fazem parte do escopo de incidentes comunicáveis à ANP, portanto, não são
aqui apresentados.
Entretanto, através dos regulamentos de Segurança Operacional e Meio Ambiente, os
Agentes regulados são responsáveis por estabelecer critérios de registro, investigação e
análise de desempenho tanto para os incidentes comunicáveis à ANP, como para os demais
eventos registráveis apenas no âmbito destas empresas. A adequação das empresas na
aplicação destes requisitos é verificada periodicamente através das auditorias da ANP.
A Tabela 4
Tabela 4 abaixo indica a correlação entre as tipologias existentes no Manual de
Comunicação de Incidentes de Exploração e Produção (MCI) e os critérios de TIER 1 e TIER 2
da API RP 754:
Tabela 4 – Correlação entre as tipologias existentes no MCI e os critérios de TIER 1 e TIER 2 da API RP 754
Tier 1 Tier 2
Perda de contenção primária maior de óleo
Perda de contenção maior de gás inflamável
Perda de contenção de H2S
Explosão de atmosfera explosiva
Explosão mecânica
Incêndio maior
Incêndio significante
Perda de contenção primária significante de óleo
Perda de contenção significante de gás inflamável
30
Os dados contidos no Gráfico 29 abaixo são exibidos na forma de taxas que
correspondem à quantidade de eventos TIER 1 e TIER 2 por cada milhão de horas
trabalhadas. Internacionalmente esta taxa é conhecida como PSER – Process Safety Event
Rate.
Gráfico 29 – Índice de Eventos de Segurança de Processo offshore entre 2012 e 2018
Além dos indicadores exibidos acima, motivada pela percepção de que houve um
aumento significativo nos eventos com descarga de óleo no mar, a SSM passou a produzir
o indicador de volume de óleo descarregado, dividido pelo volume da produção, exibido no
gráfico abaixo.
Gráfico 30 – Volume de óleo descarregado por óleo produzido offshore entre 2012 e 2018
0,25 0,260,18
0,35 0,32
0,64
0,94
1,51
1,02
0,67
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
2014 2015 2016 2017 2018
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as
Índice de Eventos de Segurança de Processo offshore
Taxa de eventos Tier 1 Taxa de eventos Tier 2
0,042
0,005
0,020 0,020
0,010
0,0050,007
0,00
0,01
0,01
0,02
0,02
0,03
0,03
0,04
0,04
0,05
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Vo
lum
e v
azad
o (
m3 )
/pro
du
ção
o
ffsh
ore
(1
06
bb
l)
Volume de óleo descarregado por óleo produzidooffshore
31
3.2. Atividades terrestres
Neste capítulo, serão expostos os principais indicadores gerados para acompanhamento
dos de incidentes ocorridos em atividades de exploração e produção terrestres, em campos
de produção, dutos e sondas terrestres.
A principal discrepância entre a comunicação de incidentes nos ambientes marítimo e
terrestre é o volume de comunicados: enquanto para atividades offshore foram realizadas
mais de 1700 comunicações de incidentes em 2018, para atividades terrestres no mesmo
ano foram realizadas menos de 300 comunicações, ou seja, o universo de comunicados
terrestres é de aproximadamente 15% dos comunicados relativos a atividades marítimas.
O Gráfico 31 exibe as taxas de quase acidentes e acidentes por milhão de horas
trabalhadas comunicados para a ANP relativas a instalações terrestres entre os anos de
2012 e 2018.
Gráfico 31 – Quase acidentes e acidentes comunicados relativos a atividades de exploração e produção
terrestres entre 2012 e 2018
Como pode ser visualizado no gráfico acima, foram realizados mais comunicados
relativos a eventos de acidentes do que eventos de quase acidentes, em todos os anos do
período analisado, diferentemente do ocorrido nas unidades offshore.
Conforme mencionado anteriormente os quase acidentes, de maneira geral, tratam-se
de eventos precursores de acidentes, ou seja, eventos que possuem potencial para
escalonamento e se tornarem eventos de dano (acidentes) em caso de falha em uma ou
mais barreiras de segurança e, portanto, é esperado que ocorram em maior quantidade do
que os acidentes. Portanto, os dados disponíveis levam à conclusão sobre a necessidade de
1,041,33
2,81 3,05 3,21
2,03
3,21
5,44
7,52
5,61
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
2014 2015 2016 2017 2018
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Quase acidentes e acidentes em instalações onshore
Quase acidentes Acidentes
32
aprimoramento do processo de comunicação de incidentes em instalações terrestres, de
modo a ampliar a confiabilidade da base de dados para que sejam realizadas análises mais
detalhadas.
O aumento nas taxas de acidente e quase acidentes ao longo do tempo, por sua vez, é
indicativo de que a subnotificação tende a diminuir como efeito das ações empregadas pela
SSM para aumentar a adesão dos operadores terrestres aos regulamentos de segurança.
De forma análoga ao apresentado para os incidentes em ambiente marítimo, os dados
relativos aos incidentes ocorridos em ambiente terrestres serão apresentados na forma de
taxas, correspondentes à quantidade de ocorrências do incidente dividida por uma
grandeza representativa do nível de atividades da indústria que pode ser relacionada
àquele tipo de incidente. Como o IRF monitora apenas os dados relativos a instalações
offshore, para as instalações terrestres será utilizado como benchmark a taxa gerada com as
informações de incidentes reportados pelo IOGP, quando estiverem disponíveis. O IOGP
(International Association of Oil & Gas Producers) congrega informações relativas a
operadores que atuam tanto no ambiente marítimo quanto no terrestre, portanto, estes
dados são mais adequados para fins de comparação.
O Gráfico abaixo apresenta o FAR das atividades onshore no Brasil de 2014 a 2018,
comparado com o índice apurado com os dados do IOGP. No período analisado, as taxas se
encontram comparáveis aos valores de referência, exceto no ano de 2017.
Gráfico 32 – FAR em instalações de exploração e produção onshore de 2014 a 2018
O Gráfico 33 mostra a taxa de ferimentos graves em instalações onshore:
2,613,41
0,00
16,34
8,02
0,96 1,19 1,50 1,100,00
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
2014 2015 2016 2017 2018
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8h
ora
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FAR em instalações onshore
FAR Brasil Benchmark - dados do IOGP
33
Gráfico 33 – Taxas de ferimentos graves em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2018
O Gráfico 34 abaixo apresenta a distribuição das taxas de incidentes por milhão de
horas trabalhadas em instalações offshore, divididas por classificação de gravidade dos
incidentes.
Gráfico 34 – Quase acidentes e acidentes comunicados relativos a atividades de exploração e produção
terrestres entre 2012 e 2018
O Índice de Eventos de Segurança de Processo em atividades terrestres entre 2012 e
2018 encontra-se no gráfico abaixo:
0,16
0,52
0,64
0,74
0,37
0,53 0,510,54
0,430,36
0,480,42 0,39
*0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
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/10
6h
ora
s tr
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had
asFerimentos graves em instalações offshore
Taxa de Ferimentos Graves Benchmark - dados do IRF
2,373,41
6,12
9,59
8,26
0,831,47
3,25 3,00 2,93
0,10 0,10 0,06 0,38 0,28
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
2014 2015 2016 2017 2018
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cias
/10
6h
ora
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had
as
Taxas de incidentes por gravidade onshore
Taxa de incidentes leves Taxa de incidentes moderados Taxa de incidentes graves
34
Gráfico 35 – Índice de Eventos de Segurança de Processo onshore entre 2012 e 2018
Conforme é possível perceber, as taxas de eventos de segurança de processo em
ambiente terrestre aumentaram ano a ano. Acredita-se que esse aumento é motivado
possivelmente por um aumento na comunicação dos eventos por parte dos operadores
terrestres, e não na ocorrência.
O indicador de volume de óleo descarregado em terra, dividido pelo volume da
produção, é exibido no gráfico abaixo.
Gráfico 36 – Volume de óleo descarregado por óleo produzido offshore entre 2014 e 2018
0,08 0,14 0,06
0,49
0,200,210,34 0,45
1,96
2,77
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
2014 2015 2016 2017 2018
Qtd
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corr
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/10
6h
ora
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had
asÍndice de Eventos de Segurança de Processo onshore
Taxa de eventos Tier 1 Taxa de eventos Tier 2
0,0001
0,0000
0,0009
0,0000 0,00000,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
2014 2015 2016 2017 2018Vo
lum
e v
azad
o (
m3 )
/pro
du
ção
off
sho
re
(10
6b
bl)
Volume de óleo descarregado por óleo produzidoonshore
35
4. INVESTIGAÇÕES DE INCIDENTES REALIZADAS PELA ANP
A Instrução Normativa nº 001/2009 instituiu o procedimento de investigação de
incidentes a ser conduzido pelos servidores da ANP em instalações e atividades reguladas
das indústrias do petróleo, gás natural, e biocombustíveis. Esta norma determina os tipos
de incidentes que devem ser investigados pela ANP, cabendo às suas unidades
organizacionais responsáveis estabelecerem os critérios desta investigação.
O procedimento de investigação de incidentes a ser conduzido pelos servidores da ANP
tem o intuito de: (i) esclarecer os fatores causais e causas raiz do incidente; (ii) avaliar as
medidas mitigadoras adotadas pelo agente regulado e apresentar recomendações quando
necessário; (iii) apresentar ações complementares a serem tomadas, tanto pelo agente
regulado quanto pela ANP, para se evitar a recorrência do incidente e/ou aprimorar a
segurança operacional; (iv) verificar a aderência das operações à regulamentação aplicável e
(v) tornar públicas as informações relacionadas ao incidente e os resultados da investigação
realizada pela Agência quando esta julgar que tal informação possa contribuir para o
incremento da segurança operacional de outros agentes regulados, ressalvadas as
informações classificadas como reservadas de acordo com a legislação aplicável.
Em 2018, foi encerrado pela ANP um processo de investigação de incidentes em
instalações de exploração e produção, relativo ao acidente de explosão com fatalidades na
sonda Norbe VIII. O relatório completo da investigação do incidente pode ser acessado no
site da ANP16.
5. MULTAS APLICADAS
Respeitando-se o contraditório, a ampla defesa e os demais requisitos da legislação
pertinente, são aplicadas multas pela ANP quando constatado que os agentes regulados
não cumpriram as normas relativas ao gerenciamento da segurança operacional e do meio
ambiente. Dentre as principais causas da aplicação de multas destacam-se: (i) não
atendimento aos prazos estabelecidos para o saneamento de não conformidades
identificadas em ações de fiscalização realizadas pela ANP; (ii) descumprimento de
notificações expedidas pela ANP; (iii) não comunicação à ANP sobre a ocorrência de
incidentes operacionais e (iv) não conformidades evidenciadas durante as investigações de
incidentes realizadas pela ANP.
16 http://www.anp.gov.br/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/seguranca-operacional-e-meio-
ambiente/comunicacao-e-investigacao-de-incidentes/sonda-norbe-viii
36
Do rol das principais causas de aplicações de multas, observa-se que, apesar da atuação
preventiva na forma de apresentar prazos para a correção de desvios, os agentes regulados
por vezes ainda apresentam ações aquém das esperadas pela ANP. Tal situação demanda a
aplicação de medidas de caráter punitivo, sem prejuízo da correção do fato constatado.
A Tabela 5 apresenta a distribuição das infrações constantes nos autos de infração
emitidos pela SSM, objeto de condenação administrativa ano de 2018 por
regulamento/tipo.
Tabela 5 – Infrações emitidas por tipo de descumprimento
Regulamento Infringido Número de
Infrações % do total
Resolução ANP n° 43/2007 (SGSO) 221 90,57%
Resolução ANP n°02/2010 (SGI) 13 5,33%
Descumprimento de notificação 4 1,64%
Resolução ANP n°41/2015 (SGSS) 2 0,82%
Resolução ANP n° 46/2016 (SGIP) 1 0,41%
Contrato de Concessão 1 0,41%
Resolução ANP n° 37/2015 1 0,41%
Resolução ANP n°06/2012 (RTDT) 1 0,41%
Total 244 -
Ao avaliar as infrações aos regulamentos de gestão da segurança operacional offshore,
apresentaram maior recorrência, em 2018 as infrações relacionadas aos requisitos de
integridade mecânica, ambiente de trabalho e fatores humanos, gestão da informação e da
documentação e procedimentos operacionais. Para atividades terrestres, verificou-se que o
requisito de inspeção de equipamentos e tubulações aparece com maior recorrência.
As infrações relativas à Resolução ANP nº 37 de 2015 se referem, de forma geral, a não
conformidades não sanadas no prazo fixado e indeferimento dos planos de ação
apresentados pelo Operador.
6. INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES DE INSTALAÇÕES
Ao identificar desvios que possam gerar risco grave e iminente às pessoas ou ao meio
ambiente (classificados como não conformidades críticas), os agentes de fiscalização
lavram, de forma cautelar, um auto de interdição que pode interromper total ou
parcialmente a operação de uma instalação. Somente após a correção das não
conformidades que ensejaram a interdição da unidade é que os agentes regulados são
autorizados a retornar com as atividades da unidade, sem prejuízo do processo
administrativo para a aplicação de multas.
37
No ano de 2018, foram realizadas três interdições decorrentes de ações de fiscalização
da SSM, destas, duas ocorreram em campos terrestres e uma em unidade de produção
marítima, conforme apresentado na Tabela 6.
Tabela 6 – Interdições realizadas no ano de 2017
Instalação interditada Tipo de
Instalação
Operador
do
Contrato
Interdição
parcial ou
total
Data da
interdição
Data da
desinterdição
Estação Coletora Fazenda
Pocinho Central e Estação
Coletora Alto do Rodrigues A
Campo Terrestre Petrobras Total 28/05/2018 06/06/2018
FPSO Cidade de Itajaí Plataforma de
Produção Petrobras Total 11/05/2018 13/05/2018
Periquito e Periquito Norte Campo Terrestre Phoenix Parcial 09/11/2018 -
Entre os desvios que motivaram interdições das instalações realizadas em 2018, observa-
se: sistemas críticos de segurança operacional que estavam fora de operação e/ou
degradados, sem que medidas temporárias fossem estabelecidas para suprir a falta desses
sistemas; implementação incompleta do sistema de proteção passiva contra incêndio,
prevista no estudo de segurança de incêndio e explosão e não apresentação de certificado
de inspeção periódica para equipamento pressurizado.
Cabe ressaltar que, apesar de terem sido realizadas apenas três interdições em 2018,
neste ano foram lavradas 21 não conformidades críticas, o que evidencia que nestes casos o
Operador realizou ações de correção da não conformidade crítica durante a auditoria, sem
prejuízo da lavratura de auto de infração.
38
7. REFERÊNCIAS
IRF Country Performance Measures, disponível em:
http://www.irfoffshoresafety.com/country/performance/
Resolução ANP nº 43, de 06/12/2007, publicada no Diário Oficial da União em 07/12/2007.
Resolução ANP n° 44, de 22/12/2009, publicada no Diário Oficial da União em 24/12/2009.
Resolução ANP nº 2, de 14/01/2010, publicada no Diário Oficial da União em 18/01/2010.
Resolução ANP nº 6, de 03/02/2011, publicada no Diário Oficial da União em 07/02/2011.
Resolução ANP nº 17, de 18/03/2015, publicada no Diário Oficial da União em 20/03/2015.
Resolução ANP nº 37, de 28/08/2015, publicada no Diário Oficial da União em 31/08/2015.
Resolução ANP nº 41, de 09/10/2015, publicada no Diário Oficial da União em 13/10/2015.
Resolução ANP nº 52, de 02/12/2015, publicada no Diário Oficial da União em 03/12/2015.
Resolução ANP n° 46, de 01/11/2016, publicado no Diário Oficial da União em 03/11/2016 e
retificado no Diário Oficial da União em 07/11/2016.